Cartilha de Curiosidades Sonoras :: Música no Pequeno Príncipe

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MinistĂŠrio da Cidadania apresenta

UmA caRtiLha de CuriOsiDades SoNoRas



Um som invade a praça central Violão, percussão... e aquilo, o que é? E de repente, Música! Mas afinal, não era um hospital? Bateria, flauta, piano e oboé E de repente, Aquece!


Levar música para um hospital é reconhecer que independente da mobilidade restrita por conta de tratamentos de saúde, o direito à cultura é: é viável, é necessário, é transformador. Garantir o acesso de direito é promover participação social e mais, é dever da sociedade. O Hospital Pequeno Príncipe, maior hospital pediátrico do Brasil na atualidade, tem uma circulação diária de mais de 3.000 pessoas, entre colaboradores, pacientes, familiares, médicos, parceiros. Além dos cuidados voltados 02

a saúde, a instituição recebe diferentes projetos culturais que promovem apresentações musicais - e não só - em sua praça interna, carinhosamente chamada de Praça do Bibinha. Um local repleto de histórias e cultura, cheio de sons, músicas e o melhor: ações de cidadania! O Bibinha já recebeu mais de 150 apresentações musicais, tornando-se palco para a inclusão cultural e a valorização de artistas locais. Sonoridades de todas as vertentes já passaram por aqui, apresentando um universo rico em diversidade, qualidade e curiosidade! Despertar para essa ampla gama de ritmos e sons passa não só pelos ouvidos, mas também pelos olhos e demais sentidos.


QuE InSTruMeNto é EsSe?

qUaL SuA hIsTóRia?

dE OnDE eLe vEiO?

PoR QuE faZ EsSe sOm?

São algumas das perguntas que buscam respostas nas páginas a seguir. Nesse caldeirão de possibilidades, essa cartilha é um convite a se envolver com a musicalidade!

03


Há diversas formas de produzir som. Quando falamos, quando encostamos em alguma coisa, quando algo cai... Há, também, diversas ideias sobre como surgem os instrumentos musicais na história da humanidade. Mas, uma coisa é fato: diferente do propósito de fazer apenas sons, o instrumento musical surge para – por mais bobo que pareça – fazer música.

A Se N hO ra

MúSicA Música! Mú-si-ca!

Essa “senhora” com tantas características quantos seres humanos existem ou já existiram, que embala a vida na Terra seja pelo canto dos pássaros, o barulho da chuva ou por meio dos múltiplos instrumentos inventados pela humanidade. Estes

instrumentos

podem

ser

divididos em grupos, que variam de acordo com a forma como produzem som.


Os principais são:

CoRdA

SoPrO

PerCusSãO

som produzido pelas

som produzido pelo

som produzido pelo

cordas, também chamados

ar, também chamados

impacto ou raspagem

de cordofones

de aerofones

de superfícies

Dentro desses grupos há uma imensa variedade de formatos e tons, cada instrumento com suas características próprias. Vamos passear por alguns?


Os

InStRu MenTos

01

06

07

ConTrABaiXO pág. 20

12 FLautA dOCe pág. 34

18

HaRMôNIcA pág. 46

VioLãO pág. 10

ViELa dE RoDa pág. 22

13

FLauTA tRaNSveRsAL pág. 36

19 BaTERiA pág. 50

02

VioLa cAipiRa pág. 12

08

PiAnO pág. 24

14

SaXoFonE pág. 38


03

04

GuiTaRRa eLéTriCa

ViOLiNo

09

10

pág. 14

BaNjo pág. 26

15

TrOmPeTe pág. 40

pág. 16

cAVaQuiNho pág. 28

16

CLaRiNetE pág. 42

05

ViOLoNCeLo pág. 18

11

BanDoLiM pág. 30

17

AcORdeÃo pág. 44

20

21

22

PAnDeiRo

CaSTAnHoLa

OuTRaS PeRCuSsÕEs

pág. 52

pág. 54

pág. 56



InSTruMEntOs De CoRdA ao perceber som na vibração

das cordas de seu arco e flecha, criou música.


VioLãO Seu tataravô pode ser o alaúde árabe e sua tataravó, a cítara romana. O violão, que dispensa apresentação, tem uma árvore genealógica comprida e seus antepassados marcam presença na história da humanidade. Por terras brasileiras, o violão é tão querido que já teve até uma revista com seu nome1. Foram os colonizadores que fizeram chegar por aqui o que podemos chamar de sua mãe, a viola portuguesa, utilizada para acompanhar as cantigas populares na época. Mas, com o corpo arredondado, curvas em madeira e 10

seis cordas de nylon2, no seu formato mais clássico, o violão surge apenas no século XIX. Sua identidade se forma aí, diferenciando-se de sua famosa prima viola caipira, que ficou pelas bandas do interior, fazendo moda.

1 Revista “O Violão”, fundada por Joaquim Santos, em 1929.

01

2 O violão clássico possui cordas em nylon, mas há variações, por exemplo: o violão folk que tem cordas de aço. Também pode variar o número de cordas: 6, 7 cordas ou até 12 cordas. ³ Heitor Villa-Lobos (1887 —1959) foi um compositor, maestro, violoncelista, pianista e violonista brasileiro.


Muito democrático, o violão acompanha o baile da corte, as ruas e a voz, em qualquer lugar e tempo, com ritmo e destreza. Já foi marginalizado, mas derruba preconceitos

QuEm ToCa?

e assim, aparece mui to

Baden Powell (1937–2000)

bem na história brasileira a c ompanhando

ninguém

Paco de Lucia (1947–2014) Yamandu Costa

mais, ninguém menos, que o compositor sul-americano mais conhecido de todos os tempos: Heitor Villa-Lobos3!

11

Para provar da popularidade do instrumento, basta olhar: o violão está em - quase todas as casas brasileiras! E, claro, segue firme ao lado de grandes instrumentistas trilhando caminhos e se afirmando como importante forma de expressão.


VioLa CaiPiRa 12

Tantos

nomes

quanto

afinações! A viola caipira pode ser viola cabocla, viola nordestina, viola de repente, viola de arame... mas, uma coisa é certa: não há canto desse país que não tenha o som de uma viola como trilha sonora! Mas alto lá se você quer ser um bom violeiro, pois dizem por aí

02

que é preciso até ter amizade com uma cobra cascavel⁴ para garantir tal feito!


Desde o período colonial, com adaptações da recém-

chegada viola portuguesa, que a viola caipira (tradicionalmente com cinco pares de cordas) é um instrumento que acompanha a festa e a missa, o rico e o pobre, sem distinções. Era ela que acompanhava os jesuítas na catequização dos indígenas. Depois, passeou por todo território nacional junto dos bandeirantes e dos tropeiros, que ao improvisar versos com o seu tocar, tornaram-na conhecida no país inteiro. Ritmando a colheita e os demais trabalhos, o encanto com a viola caipira sempre foi certeiro, popular e misterioso, como muitos de seus violeiros.

13

QuEm ToCa? Tião Carreiro (1934 – 1993) ⁴ Durante muito tempo não existiu uma metodologia sistematizada para o ensino da viola caipira, assim, diz a lenda que se o violeiro deixar uma cobra cascavel passear sobre seus dedos, ou passar banha de cobra nas mãos (uma opção mais segura!), a habilidade na viola melhora significativamente.

Almir Sater Rogério Gulin (Terra Sonora)


GuiTaRRa EléTriCa Há quem diga que a guitarra elétrica surgiu

Foi então que dois inventores⁵ uniram seus

do violão, mas é possível pensar a trajetória

saberes em música e em engenharia para

deste instrumento de outro jeito. A história

criar o primeiro instrumento de cordas com

da guitarra elétrica tem a ver com uma

som amplificado! Com isso, uma parte do

necessidade: acompanhar as grandes bandas

problema – o volume – estava resolvido.

de metais e percussão que fizeram história

Mas, criou-se outro: os captadores elétricos

nos anos de 1920, não à toa chamadas de

faziam o corpo da guitarra vibrar gerando

big bands. Com os altos volumes que seus

um ruído nada musical.

vizinhos emitiam, os instrumentos de corda 14

não estavam conseguindo acompanhar e

Quem trouxe a solução foi Les Paul⁶: de um

acabavam

jeitinho muito simples, tornando o corpo

sonoridade.

sumindo

no

meio

de

tanta

do instrumento maciço, conseguiu fazer a guitarra parar de vibrar de uma forma ruim, para poder brilhar com todo seu potencial. Na última metade do século passado, multidões de jovens desejaram loucamente as guitarras e seus solos!

03


A popularidade da guitarra elétrica encantou e vibrou gerações e gerações. Mas hoje, no século XXI, é a primeira vez desde seu surgimento que as vendas das guitarras elétricas estão em baixa e os jovens

QuEm ToCa?

voltaram a se interessar mais por

B.B King (1925 – 2015)

outros instrumentos musicais.

Richard Blackmore Mark Knopfler 15

⁵ Os americanos George Beauchamp (1899 - 1941) e Adolph Rickenbacker (1886 - 1976) patentearam a primeira guitarra moderna em 1931, nos Estados Unidos. ⁶ Les Paul (1915 - 2009), nascido nos Estados Unidos.


VioLinO

E se ao invés de tocar as cordas de um instrumento com as mãos, fosse usado um arco? Essa ideia, que pode até parecer experimental, acontece desde a Antiguidade. Mas foi só por volta do ano de 1.500 que surgiu o violino, mais parecido com o que conhecemos hoje. Surgiu, mas não fez muito sucesso de início: a atenção dos eruditos estava voltada ao

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alaúde e à viola, pelo som mais aveludado que emitiam. Foram os músicos italianos que colocaram o violino num lugar de destaque, desenvolvendo um repertório que o levaria à fama. Com o tempo, a Europa cedeu à sua doçura e o violino passou a fazer parte de todas as orquestras – que tiveram seu auge no século XVIII. Também é dos italianos a excelência na fabricação dos violinos, que, ainda hoje, são feitos de forma artesanal.

04

A produção industrial nunca alcançou a qualidade, intuição e sensibilidade para fazer tal instrumento.


Mas não é só de música erudita que vive o violino! De acordo com a forma que se segura o arco, fazendo-o tocar as cordas, cada musicista pode imprimir seu estilo e seguir uma nuance. O violino é parte importante da orquestra, mas também de sons tradicionais de países do

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norte da África, países árabes, Índia e também dos Estados Unidos, na música folk. No Brasil, a presença de um instrumento precursor do violino – a rabeca – é garantida em diversas manifestações populares, como o fandango do Paraná e de São Paulo, as congadas e as foliasde-reis de Minas Gerais, entre outras.

QuEm ToCa? Nicolo Paganini (1782 - 1840)

Stéphane Grappelli (1908 – 1997) Kevin Burke


VioLonCeLO Apresentamos agora o mais grave dos instrumentos do quarteto de cordas⁷! Com toda sua imponência, o violoncelo, ou apenas cello, merece uma apresentação a altura. É ele que alcança todos os timbres de vozes masculinas – e ainda alguns das femininas – estabelecendo uma relação direta com a voz humana. Coisa que parece simples, mas que gera uma empatia imediata com o instrumento. Um som cheio e com garra, que nos é familiar! 18

A história do cello começa no século XVI, na Itália, mas apenas no século seguinte ele se torna instrumento solista. Muitos grandes compositores escreveram para o violoncelo: Bach, Vivaldi, Boccherini, Schumann, Tchaikovski, Dvorak e Béla Bartók. Além de belas sonoridades, o cello traz uma história de luta feminina: é que até 1930 o instrumento não era “indicado” a ser tocado por mulheres.

05

⁷ Quarteto de cordas é a formação musical de quatro instrumentos de corda - quase sempre dois violinos, uma viola e um violoncelo. A viola, do quarteto, é um pouco maior do que um violino e pode ser chamada de viola de arco ou viola alta e é bem diferente da viola caipira. ⁸ A portuguesa Guilhermina Suggia (1885 – 1950) foi uma violoncelista que com apenas 13 anos já era a violoncelista principal da Orquestra do Orpheon do Porto.


E, antes disso chegou a ser proibido para mulheres! Sabe por quê? Por conta de seu grande corpo, o violoncelo é um instrumento que se toca sentado, com as pernas abertas, compor- tamento considerado

QuEm ToCa? Yo-Yo Ma

“não- feminino” em muitos

Apocalyptica

períodos da história da huma-

Antonio Meneses

nidade.

19

O bom é que sempre há uma mulher (ou várias!) disposta a lutar contra preconceitos sem

sentido.

A

violonce-

lista Guilhermina Suggia⁸ foi uma das primeiras solistas, mostrando a todo mundo que mulheres podem estar e fazer o que quiserem. Inclusive, tocando cello em orquestras!


ConTrabAixO

20

QuEm ToCa? Luizão Maia (1949 – 2005) Paul McCartney

06

Esperanza Spalding


Ele pode ser acústico ou elétrico. O primeiro, toca-se em pé, de tão grande que é! O segundo, nasceu amplificado, faz trio certo com a guitarra elétrica e com a bateria e, ainda, pode ser facilmente carregado. O contrabaixo acústico nasceu no século XVI e, quem vê de longe, pode confundi-lo com o violoncelo. Mas não se engane não, que ele é maior e seu som mais grave. O contrabaixo acústico é tão, mas tão grande, que se um ou uma musicista for viajar com seu instrumento precisa comprar quatro passagens aéreas!! Já o contrabaixo elétrico nasceu em 1951, e mesmo partilhando o nome e o grave, é um instrumento totalmente novo. Criado por Leo Fender⁹, oferece trastes e bastante precisão nas notas. ⁹ Leo Fender (1909 - 1991), nascido nos Estados Unidos.

21


VieLa dE RoDa 22

Dá para tocar instrumento de corda com

Na idade média, a viela de roda foi rede-

os dedos, com arcos e até com a ajuda de

senhada e se tornou uma sinfonia portátil,

uma manivela! Estranho? É a viela de roda,

tocada por apenas um músico. Nesse

um instrumento cheio de história, com

período, animou muitas vilas, a co m -

aparência exótica e difícil manunteção. Sua

panhando jograis e outras brincadeiras.

história é antiga: imagens do século XII

Na Inglaterra barroca, era chamada de

mostram um instrumento semelhante à

hurdy-gurdy, que em português quer dizer

viela de roda. Este, maior, precisava de

“barulho-ruído”, mostrando que por lá ela

dois músicos para ser tocado. Um girava a

não era muito apreciada.

manivela, outro tocava suas teclas. Apesar de sua longa data, a viela de roda tem jeito e sonoridades ainda com ares de novidade. Com a dedicação de musicistas e luthiers1⁰ é utilizada não só na música antiga, mas também de maneira inovadora em

07

diversos estilos musicais.


QuEm ToCa? Germán Díaz Matthias Loibner Mateus Sokolowski (Mandala Folk)

23

1⁰ Luthier é o profissional especializado na construção e no reparo de instrumentos de cordas.


24

PiaNo De fora, todo mundo reconhece um piano. Mas, como que a mágica da música acontece por dentro dele? Ao tocar em uma tecla, acionam-se martelos de madeira com feltros em suas pontas que batem em cordas. Um piano tem um mecanismo complexo e com alguns cuidados e técnicos

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envolvidos: do músico ao construtor, passando, claro, pelo afinador. O piano conta ainda com pedais, que servem para manter as cordas vibrando e controlam a sonoridade que repercute do instrumento.


A ideia de tocar cordas com martelos já era uma realidade desde a civilização babilônica, que existiu muitos e muitos anos antes de Cristo no local onde hoje

é o Iraque. Mas o piano, parecido com o que temos hoje só foi inventado no século XVIII e, de lá pra cá, sofreu inúmeras adaptações e segue sendo constantemente aperfeiçoado. É dos poucos instrumentos

no

qual

construtor

e

músico trabalham juntos, para aprimorar o som e a engenharia. No Brasil do passado, muitas vezes - não só pelo alto custo do instrumento, mas também pelo costume de se ter aulas

QuEm ToCa?

– 1849) ch Chopin (1810

Friedri 7 – 1994) Tom Jobim (192 (Zimbo Trio) Amilton Godoy

particulares - os pianos ficavam restritos aos nobres. Era comum que as famílias mais ricas, principalmente suas mulheres, tivessem aulas exclusivas de piano. Foi a partir do início do século XX que houve uma certa popularização de acesso, graças ao surgimento dos conservatórios no país, nas décadas de 1930 e 1940.

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BanJO Unindo beleza com luta, o banjo chegou nas Américas por meio dos povos escravizados dos países africanos. Ele é um pequeno tambor com pele de couro (ou plástico) esticado sobre um corpo circular, que conta com um braço e cordas. Mas, ele é muito mais que isso. Sua trajetória está ligada à violência da escravidão e, por muitos anos, o instru26

mento foi marginalizado nos Estados Unidos. No século XIX, os chamados “Minstrel Shows” realizavam um tipo de espetáculo teatral protagonizado por brancos para ridicularizar os negros e o banjo era um dos instrumentos utilizados nessas ações preconceituosas.

09


a? QuEm ToC

924 - 2012)

(1 Earl Scruggs Otis Taylor an reca Banjo M Henrique Ca ers) (Foggy Broth

O que os envolvidos não poderiam imaginar é que, por conta destes shows, o instrumento se popularizaria, fazendo do banjo um instrumento típico da música folk americana – sem distinção! O banjo superou o preconceito: no final do século XIX, a produção de banjos da fábrica Stewarts, nos Estados Unidos, ultrapassou 25 mil unidades! A partir daí, o banjo ganhou os americanos e o mundo. A ideia do banjo foi aplicada a outros instrumentos, como o banjo-bandolim e, devido a seu preço acessível, ele se tornou um sucesso, sem deixar de lado a erudição, chegando até mesmo a ser tocado junto de orquestras sinfônicas.

27


CaVAquiNHo

28

Qual a primeira coisa que vem à cabeça quando alguém diz: cavaquinho? Brasil, não é? Choro, samba, pagode. Sonoridades do Brasil. Mas, o cavaquinho é um instrumento português! Pelas terras de lá é chamado de Braguinha e, como trouxeram para cá, os portugueses também o levaram por onde foram, não só nas colônias, mas também nos locais que

10

faziam trocas e comércio. Em cada canto, o cavaquinho ganhou um nome: no Havaí foi rebatizado de ukulele. Na Indonésia, krontjong.


“Dar cavaco” também significa na língua portuguesa, gostar muito de alguma coisa. Deve ser por isso que não há brasileiro que possa negar que o cavaquinho é uma paixão nacional. Todo mundo reconhece, já no primeiro ré11, o sucesso de Waldir Azevedo, “Brasileirinho”, e seu solo de cavaquinho.

29

11 Contam por aí que o carioca Waldir Azevedo (1923 – 1980), para responder a um pedido de seu sobrinho, usou um cavaquinho que estava apenas com a nota ré funcionando quando compôs Brasileirinho. É que seu cavaquinho bom estava na Rádio Clube do Brasil, onde ele trabalhava na época. Com genialidade para driblar essa dificuldade “técnica”, criou uma das maiores composições da nossa música instrumental.

QuEm ToCa? Waldir Azevedo (1923 - 1980) Henrique Cazes Lucas Miranda


BanDoLiM

30

Da família do alaúde, o bandolim tem

Ou seja, afinadas na mesma nota. Então

origem italiana, lá do século XVI. Inicial-

é tocado como se tivesse apenas quatro

mente um pouco maior, era chamado de

(ou cinco) cordas, mas afinal, são oito

mandola. Depois, uma versão menor foi

(ou dez). Assim, quando o músico passa a

chamada de mandolino, que é o diminutivo

palheta nas cordas, uma ideia de rapidez

de mandola. Daí, para em língua portuguesa

encanta e caracteriza seu som.

virar bandolim foi um pulo! É esse encanto que há no choro, onde o O bandolim tem uma peculiaridade que

bandolim é inseparável do cavaquinho. E é

define sua personalidade: suas cordas são

impossível falar de choro e bandolim, sem

duplas, afinadas em uníssono.

citar Jacob do Bandolim que popularizou o uso do instrumento no Brasil e imprimiu na história seu jeito de tocar.

11


QuEm ToCa? Jacob do Bandolim (1918 – 1969)

Hamilton de Holanda Daniel Migliavaca

31



InSTruMEntOs De SoPrO vibrar o ar e assim, musicar.


FLaUtA DoCe Em mãos, um tubo com oito furos. Basta para que a música ganhe vida! As flautas são dos instrumentos musicais mais antigos já feitos pela humanidade. Existem flautas de todos os formatos, tamanhos e tipos, construídas com inúmeros materiais. Há flautas de bambu na Ásia e de argila na América do Sul. Também a forma de tocar pode variar muito: o povo indígena Nambikwara, que vive na Amazônia, produz flautas tocadas pelo ar que sai das narinas. 34

A flauta doce é chamada assim pelo seu tom aveludado. É um instrumento simples em questão de formato e funcionamento, mas não se engane: seu domínio é muito complexo e exige anos de estudo. A flauta teve seus anos de glória entre os séculos XVI e XVII. Quando surge a flauta transversa, a simplicidade da doce perde espaço. Seu retorno à luz é recente e hoje, pelo baixo custo e facilidade de emitir sons, a flauta doce é não só um instrumento de virtuosidade e erudição, mas de iniciação musical, com fins didáticos.

12


Quando fazia sucesso no Renascimento, as flautas podiam ser de vários tamanhos: havia as peque-ninas e agudas, chamadas de sopraninos, e também as grandonas e graves, que chegavam a ter mais de dois metros e meio de comprimento! Mas como não há mão que alcance essa distância, os cons-

QuEm ToCa? Quartet New Generation Georg Philipp Telemann (compositor)

Plínio Silva (Terra Sonora)

trutores inventaram um sistema de chaves. 35

Essa invenção fez com que esses formatos mais antigos caíssem em desuso. Existem várias flautas doces e hoje a mais popular tem 47 cm.


FLaUta TrAnSveRsaL 36

Posicionada na horizontal em relação ao músico, a flauta transversal encanta sonhos e sons pelo mundo afora. Quando ainda era feita em madeira, a flauta transversal era uma

13

peça única e não era possível ajustar sua afinação. Assim, era comum encontrar músicos com mais de 50 flautas, uma de cada jeito.


Da forma que conhecemos hoje, feita de metal e com chaves para tocar as notas, ela surgiu

QuEm ToCa?

em 1828, adaptada por Theobald Böhm12.

Altamiro Carrilho

Mesmo sendo feita em metal, as flautas (tanto a transversa quanto a doce) são enquadradas na orquestra como da família

(1924 – 2012)

James Galway Ian Anderson

das madeiras. Isso, por sua história e por seu som ter mais semelhança com os outros instrumentos dessa categoria, como os oboés,

37

os clarinetes, os fagotes. A flauta transversal acompanha da música clássica à roda de choro, sem contar as diversas bandas sinfônicas militares (nas quais é instrumento garantido) e claro, o rock and roll!

12 O alemão Theobald Böhm (1794 –1881) foi o inventor e músico que aperfeiçoou a flauta moderna.


SaxOfoNe O saxofone é uma invenção humana surpreendente! O instrumento, criado Antoine Joseph Sax¹3, tem uma presença potente que o torna impossível passar despercebido. Com sua sonoridade vigo38

rosa e característica, o sax nasceu com alma de solista!

14

¹3 Antoine Joseph Sax (1814 – 1894), nasceu na Bélgica.


QuEm ToCa? Pixinguinha (1897 – 1973) Charlie Parker (1920 – 1955) Helinho Brandão

39

Seu dedilhado é semelhante ao que foi criado por Theobald Böhm para a flauta transversal, que, somado ao formato do sax, confere potência e agilidade. Existem saxofones com diversos tons: baixo, soprano, contralto, tenor, barítono. Com essa variedade, o sax passeia entre estilos com grande facilidade: sua presença tradicional no jazz não elimina a possibilidade de estar também no rock, choro, funk, bossa nova, música pop e onde mais você imaginar!


TrOmpeTE

40

Até no túmulo de Tutankhamon¹⁴ o trompete estava! Naquela época, o trompete não era igualzinho ao que conhecemos hoje, mas a ideia do instrumento já era a mesma. Isso é que fazer parte da história! O trompete está entre os instrumentos mais antigos da humanidade e, essa vida tão longa fez com que o instrumento tivesse diversas alterações de formato e até de função. Em várias civilizações, no Egito antigo do faraó por exemplo, o

15

trompete estava ligado à guerra, atendendo a função de orientar as tropas em operações militares ou até mesmo assustar os inimigos com o seu som.


Com o tempo, compositores se interessaram pelo som do mais agudo dos metais1⁵ e o trompete entrou nas orquestras e óperas no século XVII. O tempo foi passando e pistões e válvulas foram inseridos em seu corpo, para mais agilidade, leveza e precisão nas sonoridades emitidas.

QuEm ToCa? Louis Armstrong (1901 – 1971)

Mas nem tudo é doçura. O trompete é um

Dizzy Gillespie (1917 – 1993)

instrumento que exige muito do músico: para

Saul Trumpet (1943 – 2017)

tocá-lo é preciso controlar os músculos faciais e os lábios, o que se chama de embocadura. 41

Há diversas técnicas que ajudam quem se

entrega

ao

trompete

a

desenvolver

uma embocadura correta na execução do instrumento,

sem

forçar

demasiado

os

lábios. Uma história de genialidade com um bocado de dor é a de Louis Armstrong1⁶, que constantemente cortava a própria boca para eliminar os calos que desenvolvia por tocar demais!

¹⁴ Faraó Tutankhamon, que viveu por volta de 1350 a.C no Egito. 1⁵ A família dos metais é formada por trompas, trompetes, trombones, tubas. 1⁶ O americano Louis Armstrong (1900 –1971) ficou conhecido como a “personificação do jazz”!


CLariNeTE

42

1⁷ A clarineta e o sax utilizam a palheta simples. Já o oboé e o fagote utilizam palheta dupla.

16

1⁸ Nascido na Alemanha barroca, Denner (1655 – 1707) fabricou muitos instrumentos, incluindo apitos e cornos de caça.


É da cana que surge uma das especificidades da clarineta ou clarinete. Parece estranho? É que dentro do corpo do clarinete, há o que se chama de palheta, não aquela de tocar violão, mas uma específica de instrumentos de sopro. Essa palheta é uma lâmina de madeira de cana que vibra de acordo com o ar soprado¹⁷. A clarineta como conhecemos hoje começou a se desenvolver no século XVIII, pelas mãos e sopros de Johann Denner1⁸, que partindo da flauta doce, inovou inserindo a palheta na flauta. O instrumento passou por diversas

QuEm ToCa?

inovações e conquistou das bandas militares )

– 1986 Benny Goodman (1909 2019) Daniel Miranda (1965 –

Sergio Albach

até as orquestras. Tornou-se muito popular na Itália, Turquia e também entre músicos folclóricos da Europa Oriental, principalmente no estilo klezmer (música não-litúrgica judaíca que incorpora diversas culturas do leste europeu, incluindo a cultura cigana).

43


AcoRdEãO

44

Salve Luiz Gonzaga e sua sanfona! Acordeão, gaita e sanfona são jeitos diferentes de chamar o mesmo tipo de instrumento. E, qualquer que seja o nome que se

17

quer dar, fato é que a gaita corre ritmando o Brasil por todos os lados: no Nordeste, dá vida ao forró; no Sul, à música gaúcha.


Existe uma enorme variedade de modelos, cada uma com suas especificidades e, claro, diversas possibilidades e formas de tocar. Essa família tem até parentes argentinos,

chamados de bandoneón,

famosíssimos pelas composições de Astor Piazzolla (1921 - 1992). Mesmo tendo sido inventado por um alemão - Friedrich Buschmann - o acordeão foi patenteado por um austríaco, Cyrillus Demian, em 1829. E seu parente mais ancestral, sheng, nasceu na China. Para

45

chegar aqui, contou com a carona dos imigrantes europeus. No começo, italianos e

alemães

traziam

seus

acordeões,

mas logo começaram a fabricá-los por aqui mesmo. No Brasil, o auge do acordeão foi nos anos de 1950. Nesta época havia mais de 50 fábricas do instrumento em território nacional!

QuEm ToCa? Luiz Gonzaga (1912 – 1989) Renato Borghetti

João Pedro Teixeira


HaRmÔniCa

46

A harmônica ou gaita de boca, apesar

Em 1776, um missionário jesuíta francês

de ter tamanho e formato completamente

enviou vários shengs para a Europa, o

diferentes, faz parte da mesma família

que estimulou o interesse dos europeus

do acordeão. E, como o acordeão,

que começaram a fabricar instrumentos

também surge do sheng chinês e pode ser

parecidos. No século XIX, Friedrich

diatônica ou cromática. Diatônica é a gaita

Buschmann1⁹ inventou as primeiras

que acessa somente uma escala de sete

harmônicas

notas, enquanto a cromática pode tocar

o acordeão. Na sequência, o alemão

todas as notas em diversas escalas. A

Matthias Hohner2⁰ iniciou a produção em

principal diferença entre a gaita de fole

massa destes instrumentos. Como não

(acordeão) e a gaita de boca é que a

atingiu o coração dos europeus, Hohner

primeira usa teclas e ar vindo do fole e

exportou

a segunda usa os lábios e a língua para

Estados Unidos, e lá, o blues e o jazz se

escolher as notas.

encantaram e provaram da genialidade da

suas

gaita de boca.

18

em

1821

e,

harmônicas

em

1822,

para

os


O seu tamanho compacto e a relativa facilidade de tocar tornaram a harmônica um sucesso. Efeitos com a mão e bloqueios com a língua marcam o jeito de tocar gaita de boca e a transformaram em um instrumento conhecido no mundo todo.

QuEm ToCa? Little Walter (1930 – 1968) Flávio Guimarães

Orquestra de Harmônicas de Curitiba21

47

1⁹ Friedrich Buschmann (1805 –1864, na Alemanha). ²⁰ Matthias Hohner (1833 – 1902, na Alemanha). 21 Liderada por Bene Chireia, a orquestra conta com músicos de destaque internacional como Indiara Sfair, Leandro Lopes e Gustavo Daher.



InSTruMEntOs De PeRcuSsão da batida do coração,

deixar surgir o ritmo da vida.


BaTeRia

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Um único músico tocando diversos instrumentos percussivos. Ao mesmo tempo! A história da bateria como conhecemos hoje começa nos Estados Unidos, na década de 1870. Antes, havia diversas percussões, mas não agrupadas. Buscando unir em um só instrumento várias possibilidades, percussionistas

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usavam do que tinham a mão: apoiavam o bumbo, um grande tambor de som grave, no chão e colocavam o tambor de guerra, chamado de caixa, em uma cadeira, percutindo-os com baquetas.


Já no início do século XX, uma invenção importante foi feita: o pedal de bumbo, patenteado por William F. Ludwig²². O pedal permitiu tocar o bumbo com os pés! Essa invenção, junto da influência de imigrantes de diversos lugares do mundo aportando nos EUA com seus instrumentos de percussão, trouxe a brilhante bateria à realidade. A invenção da máquina de chimbal, que permitiu o controle dos pratos, acabou por revolucionar mais uma vez o conceito: um único músico, utilizando dois pés e duas mãos, executando uma explosão percussiva! Ao lado do contrabaixo, a bateria forma o que se convencionou chamar de "cozinha" em uma banda, principalmente por formar a

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base de uma música. Com sua função rítmica e melódica, o que podemos afirmar é que a bateria é a alma e o motor que impulsiona a música.

QuEm ToCa? Buddy Rich (1917 – 1987)

John Bonham (1948 – 1980) 2² O alemão William F. Ludwig (1879 –1973) foi um baterista, percussionista e fabricante de instrumentos musicais alemão, conhecido por ter produzido a primeira versão eficiente de um pedal para bumbo.

Denis Mariano


PanDeiRo

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Pastoreia, toca um pouco, festeja a colheita, pastoreia. A humanidade cria a partir de coisas que tem à disposição, e o surgimento do pandeiro se encaixa por aí. Sendo basicamente um instrumento que utiliza uma pele esticada sobre um aro, o pandeiro tem sua história conectada à cultura pastoril. Na Antiguidade, o pandeiro era tocado

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em todo Mediterrâneo. Ele foi ficando famoso na Europa quando os árabes ocuparam a Península Ibérica, trazendo seus instrumentos.


QuEm ToCa? Jackson do Pandeiro (1919 – 1982)

Airto Moreira Vina Lacerda 53

Mesmo conhecido mundialmente, foi no Brasil que o pandeiro teve todo seu potencial alcançado. Aqui ele passou a ser utilizado em diversos ritmos e ganhou um sobrenome: pandeiro brasileiro. O pandeiro brasileiro é um dos instrumentos de percussão que teve e tem um grande desenvolvimento técnico, ampliando seu uso de tal maneira que está presente não só no samba ou choro, mas

em

praticamente

todos

os

ritmos

nacionais,

ganhando ainda mais genialidade com a influência dos batuques africanos.


CaStaNhOLas A força do ritmo. A marcação. O compasso. As castanholas envolvem os passos e os movimentos das danças e festejos ibéricos. Formadas por duas pequenas conchas de madeira ligadas uma à outra por um cordão, são instrumento e são energia. Cada músico leva duas castanholas, uma em cada mão. E é com o movimento dos punhos e dedos 54

que sua musicalidade é revelada.

21


A origem das castanholas remonta do período medieval, da cultura moura, mas há registros no Egito antigo de castanholas

QuEm ToCa? Carmen Amaya (1913 – 1963)

Lucero Tena

usadas em cultos religiosos. Possivelmente, a cultura egípcia influenciou gregos e romanos, que acabaram por levar suas castanholas por todo mediterrâneo, chegando a sua atual morada: a Espanha. Sempre

compradas

castanholas

nunca

aos

pares,

possuem

um

as som

igual. Uma é sempre mais aguda do que a outra, podendo ser distinguidas por meio

de

um

pequeno

sinal

em

seu

interior. A com som mais agudo é tocada com a mão direita, enquanto a de som mais grave marca o ritmo da música, sendo tocada com a mão esquerda.

55


OuTrAs PeRcuSsõEs 56

22


A música transborda qualquer caixinha que os humanos tentem coloca-la: é que o som não dá para guardar e escapa por entre os dedos de quem tenta defini-lo demais. Das washboards, passando pelas bocas junto das mãos, com a batida dos pés, conchas em recipientes e até colheres, tudo pode virar música. No Brasil, temos o privilégio de termos como conterrâneos alguns gênios da inventividade somada com a sonoridade!

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QuEm ToCa? Naná Vasconcelos (1944 – 2016)

Uakti

2015) (grupo atuou entre 1978 e

Hermeto Pascoal



FiCha TéCnicA Coordenação Geral Ety Cristina Forte Carneiro Produção executiva Luciana Patrícia de Morais Texto Isadora Hofstaetter

Projeto gráfico: Direção Criativa Pedro, Pastel & Besouro

Pesquisa Mateus Sokolowski

Gerente de projeto Lucia Angélica

Consultoria pedagógica Claudio Cesar Pimentel Teixeira

Projeto editorial Dora Suh

Assistência de produção Tania Campos

Ilustração Felipe Lui

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