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LIFESTYLE Mimar os mais pequenos

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P12 Número 1130 • Quarta-feira, 1 de Junho de 2011

O JORNAL ECONÓMICO

Preço: 1cênt. • Director: Luís Pimenta PUB

Desemprego mantém-se nos 12,6% ▲

CONJUNTURA

A TAXA de desemprego em Portugal manteve, em Abril, o valor de 12,6% registado em Março, indicou ontem o gabinete de estatística das comunidades europeias, o Eurostat. De acordo com os dados, o desemprego supera os 12% desde o mês de Janeiro, quando atingiu os 12,2%, subindo

para os 12,5% em Fevereiro e mantendo-se nos 12,6% em Março e Abril. O salto dos 11,2% em Dezembro para os 12,2% em Janeiro justifica-se pelas alterações ao método de recolha de informação operadas pelo INE. O Eurostat indica que a taxa de desemprego entre os jovens com menos de 25 anos em Portugal foi de 27,4% em Abril, uma ligeira melhoria face aos

Gallo exporta 75% da produção ▲

INDÚSTRIA ALIMENTAR

OS AZEITES Gallo foram ontem formalmente lançados em Xangai, a capital económica de um país cuja gastronomia tradicional não inclui aquele produto, mas que se tornou, em apenas dois anos, o quinto mercado daquela marca portuguesa. “Há três ou quatro anos, Portugal representava 70% das nossas vendas, enquanto hoje está nos 25%. É este o caminho. Um dia a China vai ser um grande mercado”, disse o presidente da Gallo Worldwide, Pedro Cruz. “Quando começámos a expandir internacionalmente a nossa actividade, em 2006, a China não existia. Era zero. Hoje, estamos em 600 lojas da China, sobretudo em Xangai, Pequim e outras grandes cidades”, realçou. No ranking da Gallo, uma marca quase centenária e vendida em cerca de 50 países, a China já ocupa o quinto lugar, a seguir a Portugal, Brasil, Venezuela e Angola.

O empresário considera, contudo, que a aposta naquele país, iniciada há dois anos com um representante permanente em Xangai, “é uma grande maratona e não uma corrida ao sprint”. O azeite, como produto associado à saúde, “está bem posicionado” nas preferências dos consumidores das classes média e alta chinesas, mas “não faz parte dos hábitos locais” e o mercado, neste sector, encontra-se ainda numa “fase muito embrionária”, indicou Pedro Cruz. Registada em 1919, a marca Gallo é hoje “a quinta do mundo”, atrás de três italianas e uma espanhola, e, segundo o seu presidente, pretende “estar entre as três primeiras dentro de três anos”. O consumo mundial de azeite “está a crescer 3 a 4% ao ano”, salientou. O nome da empresa, Gallo Worldwide, “traduz a ambição da empresa”, mas “mostra também que Portugal é um país com muita qualidade e respeito muito grande pelo consumidor”.

27,8% registados em Março. A taxa de desemprego é ainda mais alta nas mulheres, 12,9% em Abril (igual valor em Fevereiro e Março), sendo nos homens de 12,3%. No conjunto dos 17 países da Zona Euro, a taxa de desemprego fixou-se nos 9,9% em Abril, igual valor ao registado em Fevereiro e Março, melhorando ligeiramente para o conjunto dos 27

países da União Europeia, de 9,5% (desde Dezembro até Março) para 9,4% em Abril. Dos 21 países cujos dados mensais da taxa de desemprego são publicados pelo Eurostat, Portugal situa-se como o quarto país com a maior taxa de desemprego, atrás apenas da Espanha (20,7%), da Irlanda (14,7%) e da Eslováquia (13,9%).

CHINA: Louis Vuitton na abertura do Museu Nacional

Vista Alegre sobe vendas Pág. 3

Caetano quebra no 1.º trimestre Pág. 4

Nokia reduz previsões Pág. 6

Intel quer desafiar iPad Pág. 7

Comércio com China aumenta Pág. 8 MERCADOS PSI 20 FTSE 100 DAX €/$ €/£ Brent UMA exposição especial da Louis Vuitton está a deslumbrar os visitantes do novo Museu Nacional da China, em Pequim. O Museu reivindica a categoria de maior do mundo, com uma superfície de Foto EPA/Adran Bradshaw quase 192 mil metros quadrados.

COTAÇÃO

VARIAÇÃO

7556,86 5989,99 7293,69 1,4377 0,8743 116,85

-0,20% +0,86% +1,86% +0,74% +0,88% +2,02%

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espaços de negócios NEGÓCIO

INSTRUÇÃO

ENTREVISTA

A B. Prime colocou a consultora Work First Finance & Consulting no edifício Terraços de Bragança, no Chiado Pág. VIII

A Jones Lang LaSalle foi instruída pelo Fundo de Pensões do Pessoal da CGD para colocar o edifício de escritórios Casal Ribeiro 14 Pág. VII

Angola, Brasil e Guiné Equatorial são os mercados potenciais da Prospectiva, afirma o CEO Luís Oliveira Brito Pág. VI


VI

QUARTA-FEIRA 1 de Junho de 2011

BREVES Krannich Solar no Porto A Krannich Solar aposta no mercado luso e abre escritório no Porto. Crescer e reforçar a sua presença no mercado luso são os principais objectivos, sendo que a empresa apresentou em 2010 aumento de 71% na facturação. Dar apoio aos clientes da Krannich Solar em Portugal, ampliar o portfólio e abrir novos canais de comercialização de componentes para instalações fotovoltaicas, de forma a ir ao encontro das necessidades dos consumidores portugueses de energia solar fotovoltaica são as principais directivas de Paulo Luz. Com uma facturação de 73 milhões em 2010, a sucursal espanhola tem vindo a alargar a sua área de actuação para o mercado português. No global, a o grupo alemão tem vindo a apresentar um acentuado crescimento no volume de facturação atingindo os 71% em 2010, com um valor de cerca de 520 milhões de euros.

Indra reforça no Brasil A Indra anunciou a abertura de um novo escritório no Rio de Janeiro. Com esta nova unidade, a Indra reitera o seu firme compromisso com o Brasil, um país que apresenta grandes oportunidades em todos os mercados onde a empresa opera. O novo escritório junta-se aos cinco que a Indra já tem no mercado brasileiro. A multinacional de TI reforça assim a sua posição nas diferentes áreas de negócio e aumenta a sua capacidade de resposta e de adaptação às exigências específicas dos seus clientes.

Knauf Insulation nos hospitais

A Knauf Insulation foi seleccionada para isolar os novos hospitais de Amarante, Mirandela e da Terceira. Com estas três obras a Knauf Insulation reforça o portfólio de clientes no sector da saúde e a presença na construção e reabilitação de hospitais portugueses. A sua elevada performance permite cumprir os requisitos da legislação na área da construção civil sobre a limitação da procura energética, protecção contra o ruído, protecção contra a humidade e segurança em caso de incêndio. Todos os produtos foram testados pelos mais prestigiados laboratórios europeus, garantindo a sua performance ao longo do tempo.

Inatel a Ahresp assinam A Fundação Inatel e a Ahresp assinam hoje um protocolo de cooperação, do qual resultará a filiação da Inatel na Ahresp, bem como a obtenção de condições preferenciais para os associados da Ahresp no acesso aos serviços que a Fundação proporciona, nomeadamente ao nível do alojamento, das viagens, da formação, bem como no acesso a instalações e actividades desportivas e culturais.

ESPAÇOS DE NEGÓCIOS

ANGOLA, BRASIL E GUINÉ EQUATORIAL SÃO OS MERCADOS POTENCIAIS DA PROSPECTIVA A área internacional da Prospectiva representa, actualmente, 20% do volume de negócios, mas o objectivo é chegar aos 70%, afirma o administrador-delegado da companhia, Luís Oliveira Brito. Foto Victor Machado/OJE Quais são as áreas de referência da Prospectiva e quais as áreas que tenderão a registar maior crescimento a prazo? A Prospectiva é uma empresa de consultoria em engenharia com 33 anos de experiência, com 180 colaboradores e 8,5 milhões de euros de volume de negócios em duas áreas de actividade: (i) Estudos, Projectos de Engenharia e (ii) Gestão e Fiscalização de Empreendimentos. As nossas principais competências são a Hidráulica Urbana e Recursos Hídricos, os Transportes, os Edifícios, as Infra-estruturas e o Ambiente. Para além de actuarmos na totalidade do território nacional, estamos presentes, com actividade relevante, em Angola, Cabo Verde, Guiné Equatorial, Marrocos, Argélia, Moçambique e Brasil. Os mercados que consideremos com maior potencial de crescimento a médio prazo são Angola, Brasil e Guiné Equatorial. A necessidade de criação das mais variadas infraestruturas é notória e a procura de serviços de consultoria de engenharia (projectos e fiscalizações de obras) tem crescido significativamente. Em que mercados estão mais activos e quais as obras de relevo que estão a concretizar? Temos tido actividade muito interessante e de grande visibilidade em Angola, com planos urbanísticos em várias províncias, projectos de reservas fundiárias em várias províncias ou fiscalização da barragem da Matala. Em Cabo Verde, temos a fiscalização de três barragens na Ilha de Santiago e a fiscalização de uma Escola Secundária na Ilha do Fogo. Na Guiné Equatorial, temos projectos e fiscalização de edifícios privados. Por sua vez, em Marrocos, estamos com o Plano Director de Água em Taza e uma assistência técnica ao dono de obra do sistema de Despoluição de Casablanca Este. Na Argélia, temos a fiscalização de um Sistema de Captação e Transporte de Água em In Salah, enquanto, em Moçambique, estamos com a fiscalização de uma Rede Viária na Província de Tete; e no Brasil temos o projecto e fiscalização de empreendimentos de habitação. Qual a relevância do I&D da engenharia portuguesa no estrangeiro? Infelizmente, a engenharia portuguesa tem uma visibilidade e aceitação inferiores, em termos de knowhow e I&D, do que a engenharia de outros países europeus. Obviamente que este facto resulta de as empresas de consultoria de engenharia portuguesas serem consideravelmente inferiores às suas congéneres europeias. Tipicamente,

uma grande empresa de consultoria de engenharia inglesa, francesa, holandesa ou espanhola é entre 10 a 20 vezes maior que uma grande empresa de consultoria de engenharia Portuguesa. Por outro lado, Portugal tem a vantagem de ter realizado, nos últimos 20 a 30 anos, inúmeras infraestruturas de raiz, situação muito apreciada no estrangeiro, dado ter permitido às empresas nacionais de consultoria de engenharia uma “memória fresca e real” sobre as vantagens e inconvenientes de cada tipo de solução possível. Na prática, mercê do nosso desenvolvimento pós adesão europeia, as empresas do nosso sector têm know-how recente sobre as melhores e piores soluções em sistemas de água, saneamento, transporte, edifícios públicos. Que papel dá a empresa aos jovens recém-licenciados? Na Prospectiva, tentamos que as nossas equipas sejam compostas por elementos seniores e juniores. Desta forma, conseguimos assegurar uma transmissão e disseminação de know-how inter-geracional. Por outro lado, este “mix” de experiências e conhecimentos permite-nos também ser mais competitivos no custo global dos meios humanos da empresa. Este factor é muito importante, uma vez que, estranhamente, os clientes públicos adquirem serviços de consultoria de engenharia (que como sabemos é “brainware” intensivo) ao preço mais baixo. Tipicamente, a experiência mostra que serviços de consultoria mal remunerados frequentemente resultam em soluções menos optimizadas… A empresa constata, ou não, condicionalismos à operação de uma empresa de matriz portuguesa no exterior? Não identificamos condicionalismos à nossa actuação no estrangeiro. Obviamente que a internacionalização implica muita análise e aprendizagem sobre o comportamento e performance dos mercados alvo. É fundamental perceber de que forma conseguimos promover e vender o nosso know-how e de que forma temos de adaptar os nossos produtos às especificidades locais. Como todos sabemos, esta análise e o estudo dos mercados demoram tempo e envolvem custos significativos. Acresce que, contrariamente ao discurso oficial, a internacionalização das empresas portuguesas tem reduzidos ou nulos incentivos. Penso que, ao nível fiscal, poderia ser encontrada forma de, pelo menos, não penalizar empresas que quei-

ram investir na internacionalização. Que peso tem hoje a área externa no volume de negócios consolidado? Qual o objectivo a prazo, é concentrar todo o esforço no estrangeiro? Presentemente, o internacional tem um peso de cerca de 20%. O objectivo é a médio prazo representar 70%. Algumas das vossas geografias de expansão no estrangeiro têm uma reduzida presença de portugueses. Esse facto não afecta a operação? Não afecta. No entanto, a nossa experiência vai mais no sentido de ser possível encontrar portugueses em todos os países do mundo. Que tipo de geografias procuram? Tipicamente procuramos países que apresentam: (i) crescimento económico, (ii) reconhecidas neces-

sidades de infra-estruturas, (iii) crescimento acentuado da classe média, (iv) segurança, (v) estabilidade política e (vii) possibilidade de movimentação de capitais. Como é que se escolhe uma geografia nova? Que riscos é que podem ser assumidos e quais os que são considerados imponderáveis? Normalmente, é uma conjugação casuística de relações pessoais e sorte, sabendo que, habitualmente, a sorte envolve muito trabalho. As novas geografias onde a Prospectiva actua envolvem sempre parcerias com entidades locais. O sucesso numa operação no exterior passa pelo sucesso na escolha das parcerias e de conseguirmos, em conjunto, satisfazer os nossos clientes. Estamos conscientes de que, no exterior, os riscos são muitas vezes superiores; porém, temos de encontrar formas de os mitigar.


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