Relatorio contas2010

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RELATÓRIO E CONTAS 2010 Aos Accionistas da PROSPECTIVA: No cumprimento das disposições legais estabelecidas no Código das Sociedades Comerciais, o Conselho de Administração da PROSPECTIVA vem apresentar a V. Exas. o Relatório de Gestão relativo ao exercício de 2010.


1. INTRODUÇÃO 1.1. ENQUADRAMENTO MACROECONÓMICO INTERNACIONAL A economia mundial continuou, em 2010, a recuperação que se iniciou no segundo semestre de 2009, após a forte recessão global de 2008/2009. De acordo com o FMI, a economia mundial registou um crescimento de aproximadamente 5% em 2010, recuperando de uma recessão global caracterizada pela retracção do crescimento do PIB, da economia mundial em 2009 (-0,6%). O desempenho global foi liderado pelas economias emergentes e em desenvolvimento que, no seu conjunto, terão registado um crescimento de 7,1%. Merecem particular desta-

que os desempenhos da economia chinesa, indiana e brasileira, que terão crescido 10,3%, 9,7% e 7,5%, respectivamente. Na Europa, a recuperação económica tem sido atribulada, sobretudo pela eclosão da crise da dívida soberana. A actividade económica tem vindo a expandir-se a um ritmo moderado desde meados de 2009, após cerca de cinco trimestres consecutivos de queda e tem-se manifestado de forma desigual. A área do euro cresceu 1,8% em 2010, enquanto que as economias em desenvolvimento da Europa Central e do Leste terão crescido cerca de 4,2%. Mesmo dentro da área do euro existem diferenças pronunciadas no desempenho económico, muito motivadas pelas condições dos balanços dos sectores público e privado, e pela possibilidade de utilizar a política fiscal para o suporte de recuperação.


1.2. EVOLUÇÃO ECONOMIA PORTUGUESA A economia portuguesa enfrenta um dos maiores desafios da sua história recente, na sequência do adensamento da crise da dívida soberana e da crescente deterioração das condições de acesso aos mercados de financiamento internacionais, registadas ao longo de 2010 e no início de 2011. De acordo com os Relatórios do Banco de Portugal, Portugal terá registado um crescimento da sua actividade económica de cerca de 1,3%, após a forte contracção registada em 2009. O fortalecimento da actividade económica em Portugal, em 2010, reflecte dinâmicas distintas entre a procura interna e externa. Por um lado, assenta num dinamismo das exportações, num contexto de

aumento de fluxos de comércio à escala global. Por outro lado, não obstante a recuperação do consumo privado, que terá voltado a apresentar um crescimento acima do PIB e da média da área do euro, a procura interna terá registado um crescimento modesto. Destaca-se o fraco desempenho do investimento, que terá registado uma queda de cerca de 5% em 2010, embora mais moderada que a observada no ano anterior. O crescimento registado não foi, no entanto, suficiente para inverter a situação do mercado de trabalho, tendo a taxa de desemprego aumentado 1 p.p. no 4º trimestre de 2010, face ao período homólogo, atingindo o valor de 11,1%.


1.3. ANÁLISE DO SECTOR DA CONSTRUÇÃO No seguimento do contexto desfavorável referido anteriormente, o sector da Construção voltou a registar, em 2010, uma forte quebra da actividade. Da avaliação dos resultados do inquérito mensal à actividade realizado pela FEPICOP – Federação Portuguesa da Indústria da Construção e Obras Públicas, em colaboração com a União Europeia, constatou-se que o volume de carteira de encomendas atingiu, no final de 2010, um mínimo que jamais se tinha verificado desde o início do estudo, que remonta a Janeiro de 2000. De facto, ao apurar-se uma variação anual de -21,7% nos saldos relativos às carteiras de encomendas face a 2009, significa que, ao longo de 2010, foi crescente o número de empresários que traduziram sistematicamente que-

bras de encomendas em carteira, terminando o ano com um decréscimo nunca antes apurado. Verificou-se que foi exactamente no sector da engenharia civil que se registou a maior redução nos indicadores de produção, em comparação com 2009. De facto, se em 2009 foi possível observar um incremento significativo nas actividades de engenharia civil, em resultado da aplicação do investimento público como principal instrumento dinamizador da economia para fazer face aos efeitos da crise financeira mundial, em 2010 não se esperaria, contudo, uma quebra tão acentuada como a que se acabou por observar (menos 25% no 4º trimestre de 2010, face ao período homólogo). Esta quebra de actividade no segmento das obras de engenharia civil ficou a dever-se, essencialmente, à implementação de uma série de medidas de aus-


teridade, cujos principais efeitos se repercutiram na contracção de despesas de investimento público, e isto, apesar de, em termos anuais, se terem lançado concursos públicos por valores superiores aos registados em 2009. A não adjudicação das empreitadas, medida de austeridade que foi largamente aplicada na maioria dos organismos públicos, fez com que, depois de um acréscimo muito significativo do valor adjudicado em 2009 (12,3%), maior se revelasse o decréscimo apurado em 2010 (menos 38,9%) e isto, apesar do valor promovido (lançado em concurso) neste último ano ter sido positivo (21,9% face a 2009).

2. EVOLUÇÃO DA EMPRESA EM 2010 2.1. ÁREA COMERCIAL O ano de 2010 foi um ano em que as dificuldades acrescidas, devido à crise profunda com que o país se debate, obrigaram a empresa a enveredar por novos mercados, iniciando a consolidação do mercado internacional, nomeadamente nos chamados mercados emergentes.


Para além de Angola, onde a empresa mantém uma presença desde 2004, os mercados de Marrocos, Argélia, Cabo Verde, Brasil, Moçambique e Guiné Equatorial, foram, durante o ano de 2010, a grande aposta da Prospectiva. Foram realizadas várias iniciativas, nomeadamente, através da abertura de empresas em alguns destes mercados, assim como através de uma actividade comercial mais incisiva. Por outro lado, e no seguimento das linhas mestras definidas pela Administração da empresa e dos objectivos gerais definidos para o ano de 2010, a actividade comercial da empresa teve como principais objectivos específicos os seguintes:

• Consolidar e aumentar aquele que sempre foi o mercado tradicional da Empresa, quer em termos geográficos, quer em termos de tipo de clientes nomeadamente autarquias, organismos e empresa públicas; • Consolidar mercado em clientes recentes, mas com grande potencial de trabalho a curto prazo; • Ganhar mercado nos sectores não tradicionais da Empresa, quer em termos de tipo de clientes, nomeadamente nos privados, quer em termos geográficos.


Com estes objectivos específicos pretendeu-se, tal como já acontecera em 2009, sustentar o crescimento da empresa, consolidando mercados tradicionais e procurando novas saídas, e em simultâneo atingir os objectivos definidos para o ano de 2010 no Plano Avançado da Qualidade da empresa para o sector comercial. No âmbito da actividade comercial desenvolvida, e tendo em vista os objectivos definidos, a actuação comercial pautou-se durante o ano de 2010 pelos seguintes princípios, tal como já acontecera no ano anterior: • Uma maior agressividade a nível dos concursos, nomeadamente dos concursos públicos, quer no que respeita à qualidade técnica da proposta, quer à política de preços; • Redução das situações de não conformidade, nomeadamente no que respeita à exclusão dos concursos; • Aprofundamento do relacionamento com os clientes tradicionais; • Realização de contactos com diversos empreiteiros tendo em vista os concursos de concepção / construção; • Continuar a recorrer à filosofia da “parceria” a nível do Mercado Interno; • Consolidar o mercado de Angola, através da participação activa na H3P, Engenharia e Gestão, Lda., empresa de direito angolano; • Criação de empresa participada em Cabo Verde, em parceria com parceiros locais; • Continuação e incremento da actividade comercial no mercado de Marrocos, Argélia e de Moçambique, através da apresentação de diversas manifestações de interesse e propostas, em parceria com empresas portuguesas e com parceiros locais; • Renovação da Certificação nos sectores da Qualidade, Ambiente e Segurança. Por outro lado convém referir, mais uma vez, que a primeira acção comercial continua a ser sempre o cumprimento dos contratos em curso e dos compromissos assumidos com os nossos clientes, de modo a obtermos sempre um nível razoável de satisfação do cliente. Isto implica, cada vez mais, uma maior profissionalização dos quadros da Prospectiva, nomeadamente no que respeita aos responsáveis da empresa, quer sejam os Coordenadores, quer sejam responsáveis pelas equipas de Projecto e de Fiscalização. No ano de 2010, foram adjudicados à Prospectiva 85 novos contratos, no valor global de € 8.705.237,09, o que representa um aumento do volume de adjudicações relativamente ao ano de 2009 em cerca de 20%.

Destes, 38 corresponderam a novos contratos de Projecto, no valor global de €2.464.514,40 ou seja 28,3% do valor global adjudicado e 47 corresponderam a novos contratos de Fiscalização, no valor global de €6.100.682,69 ou seja 71,7% do valor global adjudicado. O valor médio por proposta adjudicada é de €102.414,55, sendo o valor médio para o sector do Projectos cerca de €64.855,64 e para o sector da Fiscalização €129.801,76.


Em termos de regiões, o Norte lidera as adjudicações no ano de 2010, com €2.891.286,12 correspondendo a 33,2 % do montante global, seguido da Área Metropolitana de Lisboa, com €2.317.485,16, com 26,2 %, e pelos Açores, com € 661.575,02, cerca de 7,6 % do valor global. Segue-se o Algarve com 256.325,00 € correspondendo a 2,9 % das adjudicações, e o Alentejo com 249.735,00 €, o que representa 2,9 % do total das adjudicações.

O Mercado Internacional no ano de 2010 teve um crescimento muito notório com 2.278.980,79 €, correspondente a 26,2 % do total das adjudicações. No ano de 2010, as Empresas Públicas representaram em termos de adjudicações cerca de 2.924.345,40 € ou seja 33,6 % do total de propostas adjudicadas, enquanto as empresas privadas representaram 2.147.481,81 € (- 24,7 % do total das propostas adjudicadas), as empresas do universo ADP 933.374,06 € (- 10,7% do total das propostas adjudicadas) e as autarquias, 421.055,03 € (- 4,8 % do total das propostas adjudicadas).


Relativamente à maior proposta adjudicada durante o ano de 2010, salienta-se a proposta internacional do MINISTÈRE DES RESSOURCES EN EAU, com o valor de 1.304.261,04 €, no mercado argelino. Relativamente aos Projectos adjudicados durante o ano de 2010, salientam-se os seguintes: • Elaboração do Projecto de Execução do Sistema de Drenagem de Águas Residuais da Bacia do Rio Silveira - Simtejo - 36.300 € • Elaboração do Projecto de Construção da Ecovia do Litoral Algarvio – Câmara Municipal de Lagos – 54.950 € • Assistência Técnica para o Projecto Anti-Poluição de Casablanca – Este- Wedis Consulting (Marrocos) – 234.000 € • Elaboração do Projecto de Execução para a Reabilitação e Aproveitamento da Lagoa do Carvão - Instituto Regional de Ordenamento Agrário - 87.000 € • Elaboração do Projecto do Aterro Sanitário do Porto Santo e de Selagem de Aterros Existentes – Valor Ambiente – 125.000€ • Etude d’actualisation du schéma directeur d’eau potable de la ville de Taza - Regie Autonome de Distribution d’Eau et d’Electricite de Taza (Marrocos) – 53.000€


No que se refere às Adjudicações de Serviços de Coordenação e Fiscalização de Obras, destacam-se as enumeradas seguidamente: • Análise e Revisão de Projectos, Apoio na Organização dos Concursos das Empresas, Gestão e Fiscalização de Empreitadas e Coordenação de Segurança em Obra para a 3ª Fase – Centro - Norte e Lisboa - Sul do Programa de Modernização das Escolas com Ensino Secundário - Parque Escolar, EPE – 1.439.619 € • Fiscalização da Empreitada de Construção do Reservatório das Redes de Rega, Viária e de Drenagem do Bloco da Capinha - DGADR – Direcção - Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural - 100.000 € • Fiscalização, Gestão de Qualidade e Coordenação da Segurança em Obra das seguintes Empreitadas AR 51,0,08, AR 57,0,09, AR 58,0,09, AR 59,0,09 e AR 60,0,09 - Lote II e Lote IV - Águas do Noroeste - 338.8500 € • Fiscalização do Projecto de Construção de 3 Barragens na Ilha de Santiago - Direcção Geral de Planeamento, Orçamento e Gestão (Cabo Verde) - 678.088 € • Fiscalização das Empreitadas para Complemento das Linhas de Tratamento das ETAR´s de Pinhal Novo, Montado, Lagoinha e Zona Industrial de Autoeuropa - Simarsul - 140.040 €

Por outro lado, a abordagem do Mercado Internacional, nomeadamente no que respeita ao Mercado Angolano, conheceu durante o Ano de 2010 uma nova dinâmica, já que com 4 anos de existência concretizados em Outubro de 2010 a H3P, Engenharia e Gestão Lda., desde 2008 empresa de direito Angolano, está agora numa fase de crescimento acentuado, com a adjudicação de alguns projectos de dimensão considerável e com grande visibilidade, como é o caso das Reservas Fundiárias, associados ao programa do Governo Angolano para a construção de 1 milhão de habitações e da Fiscalização da Reabilitação da Barragem da Matala, na Província da Huíla. Também a actividade comercial realizada no Mercado de Marrocos, começou a dar os seus frutos, com a adjudicação de dois contratos, e nos Mercados de Cabo Verde e Argélia, com a adjudicação de um contrato em cada um.


2.2. ÁREA DE RECURSOS HUMANOS Considerando toda a conjuntura económico-financeira que o país atravessa e mediante as dificuldades e constrangimentos existentes do próprio sector, tornou-se necessário haver um controlo e equilíbrio dos Recursos Humanos existentes na empresa de forma a responder eficazmente aos desafios actuais, onde cada vez mais o mercado exige técnicos mais qualificados e oferece valores pouco aliciantes de contratação. Desta forma, as admissões do pessoal efectivo foram efectuadas exclusivamente para as áreas estratégicas e de controlo de gestão, onde a continuidade é primordial para a sustentabilidade da empresa. Para o sector de fiscalização, designadamente nas áreas de fiscalização e segurança, optou-se pelo “reaproveitamento” do potencial humano já existente dentro da empresa, recorrendo a contratação de recursos humanos externos em casos de exclusiva e extrema necessidade para alguns projectos muito específicos, dando resposta às exigências presentes nos cadernos de encargos/propostas, com contratos suportados temporalmente na proposta e durabilidade dos trabalhos, ou com recurso a empresas que forneçam os mesmos serviços, de acordo com as propostas do mercado, a disponibilidade ou as condições e localizações das empreitadas. Assumindo-se a Prospectiva como uma empresa de capital humano, a preocupação com o bemestar dos colaboradores continua a ser uma clara constante na sua postura organizacional, pelo que, desde que o colaborador entra pela primeira vez na área de trabalho da empresa, que se tenta estabelecer uma relação recíproca de respeito e conhecimento, que será estimulada durante o período de adaptação do novo membro à equipa de trabalho e fortalecida no decorrer do tempo. Consubstanciando o facto supracitado anteriormente, apuramos que a actividade desenvolvida pelo Departamento de Recursos Humanos, centrou os seus esforços no sentido de aperfeiçoar um processo de gestão focado em proporcionar à empresa pessoas competentes, qualificadas e em plenas condições de cumprir o seu papel funcional e com o objectivo de actuar activamente em prol de seu próprio aperfeiçoamento e de seu grupo. Diversos programas desenvolvidos pelo Departamento de Recursos Humanos, nomeadamente formações internas e aplicação de questionários de avaliação, atestam o esforço multifacetado para atender às necessidades da equipa de trabalho da Prospectiva, envolvendo a capacitação e a melhoria profissional, o bem-estar pessoal, a saúde, a segurança, a melhoria da qualidade de vida de forma geral.

Apoiando essa postura, a Política do Sistema de Gestão Integrada, continua a estabelecer os princípios através dos quais a empresa reitera, fortalece e garante que o trabalho é realizado em um ambiente seguro, favorável ao desenvolvimento pessoal e profissional de todos. No ano de 2010, o número médio de efectivos e contratos foi de 118 trabalhadores havendo um acréscimo de 9,3% em relação ao ano de 2009. Por sua vez, os trabalhadores com contratos em regime livre foi de 48 ao longo do ano 2010, sensivelmente menos 50% comparativamente ao ano de 2009. Relativamente à formação, embora a Prospectiva procure assegurar a sua participação em acções externas para o desenvolvimento profissional dos seus colaboradores, no decorrer do ano de 2010 não foi possível cumprir o plano na totalidade uma vez que foi necessário haver mais controlo, coordenação e até mesmo corte orçamental de algumas acções como estratégia de sustentabilidade da empresa. Tendo em conta o corte orçamental mencionado anteriormente e na sequência da formação dos Recursos Humanos da Prospectiva decorrer de necessidades emergentes dos colaboradores para o desenvolvimento das suas actividades / funções nas áreas de intervenção da empresa, foi necessário colmatar algumas necessidades existentes, fazendose cumprir 47,5% do plano de formação previsto para o ano de 2010.



Embora o objectivo inicialmente proposto para o ano em causa não tenha sido cumprido, podemos assegurar que os esforços realizados na tentativa do cumprimento do mesmo e de colmatar as necessidades existentes passou por mecanismos de realização de formação interna na área do Sistema Integrado da Empresa abordando temas relacionados Ambiente, Segurança, Qualidade, Auditorias e temas relacionados com as áreas de Prestação de Serviços da empresa, nomeadamente relacionados com Fiscalização.

2.3. ACTIVIDADE DA EMPRESA Dados os factos inequívocos de contracção do sector no qual a Prospectiva exerce a sua actividade, já aqui amplamente referidos, a produção da empresa foi afectada por este decréscimo, o que resultou numa redução de cerca de 12% no volume de negócios total da empresa. Apesar desta tendência se ter verificado em ambas as áreas de negócio da empresa, verificou-se que esta redução foi mais significativa na área de Projecto (cerca de 28%), registando-se um decréscimo de apenas 9% na Fiscalização de Empreitadas. Neste contexto, a estratégia de internacionalização das actividades da empresa, que constitui um dos objectivos da empresa de alguns anos a esta parte, assumiu uma relevância crescente, o que implicou esforços acrescidos, quer na prospecção de potenciais mercados, quer na consolidação dos mercado onde a Prospectiva já exerce a sua actividade. A necessidade de alocar recursos no âmbito do investimento no mercado internacional, aliada às dificuldades sentidas quer no mercado nacional, quer no sector bancário (que afectam de forma directa as formas de financiamento das empresas, nomeadamente as PME’s), conduziram a uma constante preocupação de racionalização de recursos (humanos e materiais) de forma a tornar a empresa mais eficiente e dotá-la de uma capacidade de resposta aos desafios colocados pela contexto actual da nossa economia. Não obstante se registar alguma redução nos principais indicadores económico-financeiros da empresa, a solidez, autonomia e robustez da sua situação financeira não foi colocada em causa, evidenciando um esforço conjunto das equipas de gestão, de produção e de todos os colaboradores envolvidos, no sentido da racionalização dos meios de gestão e de produção.


Sintetizando, os principais objectivos alcançados pela empresa, durante o ano de 2010 foram: • Manutenção dos nossos Clientes tradicionais, garantido a sua fidelização, e consequentemente novos contratos; • Angariação de alguns novos clientes, mantendo com eles uma política de relacionamento baseada na qualidade da Prestação de Serviços; • Em termos geográficos e no que respeita à Fiscalização, consolidámos algumas das zonas onde temos logística, de modo a aproveitar as sinergias existentes; • No sector da Coordenação de Segurança em Obra, consolidámos a nossa posição; • Concluímos o processo de Certificação nos sectores da Segurança e do Ambiente, que associados à Certificação no sector da Qualidade que a Prospectiva já possuía, trará benefícios em termos comerciais, como já aconteceu no passado recente, aquando da Certificação no sector da Qualidade; • Incrementámos a nossa actuação no Mercado Internacional. Apesar das dificuldades e das contrariedades surgidas durante o ano de 2010, a Estratégia definida pela Administração continua a dar os seus frutos.

2.4. ANÁLISE ECONÓMICO -FINANCEIRA Em 2010, as demonstrações financeiras da Prospectiva foram preparadas de acordo com o referencial do Sistema Normalização Contabilística (SNC), pelo que se optou por cingir a análise dos indicadores aos três últimos exercícios, ou seja, os anos 2008, 2009 e 2010.

2.4.1. INDICADORES GERAIS Volume de Negócios

Millions

10,00 8,00 6,00 4,00 2,00 0,00

2008

2009

2010

VOLUME DE NEGÓCIOS O volume de negócios realizado em 2010 pela empresa foi de € 8.115.792,97 €, representando um decréscimo de 12 % face ao ano anterior, à luz dos factos aqui amplamente referidos.


Capitais Próprios Millions

4,80 4,70 4,60 4,50 4,40 4,30 4,20 4,10 4,00 2008

2009

2010

CAPITAIS PRÓPRIOS Os capitais próprios, no final de 2010, atingiram o valor de € 4.745.354,65, representando um acréscimo efectivo, em relação ao ano anterior de 5,3 %, o que reforça a solidez dos capitais da Empresa. Resultados

Millions

2,00 resultados antes de impostos

1,50 1,00

resultado líquido

0,50 0,00 2008

2009

2010

RESULTADOS Os resultados líquidos obtidos em 2010 pela empresa, após impostos, de € 237.512,62, reflectem a realidade enfrentada no ano, com a redução do volume de negócios, a redução de margens imposta pela concorrência e a necessidade de manter recursos humanos afectos, face à maior dispersão geográfica dos trabalhos angariados, representando por comparação com o ano transacto uma redução de 70,6 %. CashͲflow líquido Millions 2,00 1,50 1,00 0,50 0,00

2008

2009

2010

CASH-FLOW LÍQUIDO (MLL) O cash-flow líquido, entendido como o somatório do resultado líquido com as depreciações, ajustamentos, provisões e variação das dívidas e créditos a e sobre terceiros, representando os fluxos monetários líquidos efectivamente gerados pela empresa, atingiu o valor de € 461.677,48.


2.4.2. INDICADORES DE RENDIBILIDADE Seguidamente apresentam-se alguns dos principais indicadores de rendibilidade que reflectem de forma clara as dificuldades sentidas no sector de actividade em que nos inserimos, dado que a estagnação do mercado (decorrente da queda significativa do Consumo Privado e Público) origina uma queda generalizada dos preços, fruto da feroz concorrência existente, e conduzindo de forma incontornável a uma quebra considerável nas margens associadas a cada uma das prestações de serviço. Não obstante esta tendência, a Prospectiva regista valores muito satisfatórios nos seus indicadores, se tivermos como referência a média das empresas que exercem a sua actividade no mesmo sector. Rendibilidade das Vendas 20,00 15,00 10,00 5,00 0,00 2008

2009

2010

RENTABILIDADE DAS VENDAS A rentabilidade das vendas em 2010, face à pressão concorrencial, cifrou-se em 2,9 %, tendo decrescido 66,5 %. Rendibilidade dos Capitais Próprios 35,00 30,00 25,00 20,00 15,00 10,00 5,00 0,00

2008

2009

2010

RENDIBILIDADE DOS CAPITAIS PRÓPRIOS A rentabilidade dos capitais próprios sofreu uma redução acentuada, embora continue a assegurar a capacidade futura da empresa perante os seus accionistas, mantendo-se acima dos 5,0, indicador aceite no mercado financeiro.


2.4.3 - INDICADORES FINANCEIROS

Liquidez Geral

A empresa tem ao longo dos últimos anos, crescido de forma segura e sustentada, melhorando de forma consistente, a solidez da sua estrutura financeira, situando-se hoje os principais indicadores, qualquer que seja a óptica de apreciação, a níveis superiores aos de referência e da mediana para o sector. E, apesar das dificuldades sentidas no ano de 2010, a empresa continua a assumir-se como uma empresa de referência no seu sector, tendo sido reconhecida com PME Líder (a exemplo do que já havia acontecido em 2009) e PME Excelência, através de distinção atribuída por parte do Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas.

1,40 1,35 1,30 1,25 1,20 1,15 1,10 1,05 2008

2009

2010

LIQUIDEZ GERAL Valor de referência similares aos dos anos anteriores, sem variação significativa e que face à alteração dos conceitos do SNC vs. POC, deixou de ter peso na análise.

Autonomia Financeira

Rotação dos Capitais Próprios

58,00

2,10

57,00

2,00

56,00

1,90

55,00

1,80

54,00

1,70

53,00

1,60

52,00 2008

2009

2010

1,50 2008

AUTONOMIA FINANCEIRA A solidez dos capitais próprios da empresa, na ordem dos 54,3 %, espelha a situação confortável da empresa, encontrando-se acima da média do mercado.

2009

2010

ROTAÇÃO DOS CAPITAIS PRÓPRIOS Nada a assinalar de destaque, cifrando-se no ano em causa no valor de 1,71.


Autofinanciamento dos Capitais Próprios 0,92 0,90 0,88 0,86 0,84 0,82 0,80 0,78 0,76 2008

2009

2010

AUTOFINANCIAMENTO DOS CAPITAIS PRÓPRIOS No ano em apreço, o indicador do Auto financiamento dos Capitais Próprios fixou-se em 0,8, o que significa um valor acima do índice de referência. E B ITD A

mento cada vez mais agressivo do mercado em que a empresa se situa, o seu valor situa-se em níveis bastante satisfatórios, principalmente se tivermos em atenção os valores médios do sector, que rondam os 75.000,00€.

2.5. SISTEMA INTEGRADO DE QUALIDADE, SEGURANÇA E AMBIENTE O Sistema de Gestão Integrado (SGI) tem como principais objectivos a definição das metodologias e das responsabilidades dos principais processos da organização, de modo a assegurar, de uma forma contínua, o envolvimento de todos os colaboradores, a satisfação dos clientes e a melhoria da eficácia e da eficiência dos Processos. Neste espírito, foram fixadas metas a curto, médio e longo prazo, cuja monitorização ficou atribuída a uma equipa no seio da organização, composta por membros das diversas áreas da organização.

Millions

2,50 2,00 1,50 1,00 0,50 0,00

2008

2009

2010

EBITDA Através da análise do EBITDA (Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization), podemos constatar que, apesar de se ter verificado um tendência de diminuição do seu valor nos últimos anos, como resultado da diminuição das margens operacionais, imposta pela retracção e comporta-

O âmbito das metas abrange naturalmente as três áreas de certificação, ou seja a Qualidade, o Ambiente e a Segurança e estão intimamente ligadas à política definida pela gestão de topo da organização. No âmbito da Qualidade, e sobretudo na orientação para o cliente, preocupamo-nos com questões como a fidelização de clientes e a sua satisfação, mas também nos preocupamos, sobretudo, com o cumprimento das disposições regulamentares que assistem a nossa actividade.


No âmbito da fidelização dos nossos clientes, orgulhamo-nos pela sua preferência. Segundo os nossos estudos, cerca de 70% dos nossos clientes voltaria a escolher a nossa organização para os servir. Estes números também são consubstanciados pela crescente satisfação dos nossos clientes, pelo que, face ao período homólogo, houve uma melhoria de 15% no nosso indicador. A satisfação dos nossos clientes cifra-se em cerca de 80%.

temas. Nesta matéria visamos uma redução efectiva da nossa pegada ecológica, através da redução de: • Consumo de papel; • Consumo de Energia; • Valorização de resíduos de embalagens e tinteiros/toners • Emissões gasosas para a atmosfera. Ao nível do consumo de energia e do papel, foi registada uma clara melhoria, traduzida numa redução de cerca de 50%, face ao período homólogo. No âmbito do consumo de energia, a redução efectiva situa-se em cerca de 5,3%, havendo perspectivas de uma maior redução neste indicador.

No âmbito da manutenção das equipas de trabalho, a organização tem consciência que o valor humano nesta área de negócio é fundamental e imprescindível. As áreas de negócio da Prospectiva são sobretudo a Fiscalização/Coordenação e o Projecto, no âmbito da construção civil e equipamentos. O segredo do sucesso, até ao momento tem sido o agrupamento de colegas mais experientes com colegas menos experientes ou até recém formados. A conciliação da formação contínua, e a valorização de equipas através da experiência em trabalho efectivo tem sido uma maior valia no desenvolvimento da organização. Também envolvemos os nossos fornecedores, na senda de uma melhor oferta dos nossos serviços. Procuramos os melhores no mercado.

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No âmbito do Ambiente, preocupamo-nos em ser membros activos da sociedade através de diversos

No âmbito da Segurança, as preocupações da organização potenciam a melhoria das condições de trabalho dos nossos colaboradores. A gestão do SGI é actualmente representada pelo Engº. Luis Brito, sendo o âmbito da certificação o seguinte: “PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS NA GLOBALIDADE DAS ÁREAS DE ESTUDOS E PROJECTOS, DE COORDENAÇÃO, INCLUINDO A COORDENAÇÃO DE SEGURANÇA EM OBRA, DE FISCALIZAÇÃO E DE GESTÃO DA QUALIDADE DE EMPREENDIMENTOS DE OBRAS PÚBLICAS E PRIVADAS.”


3. PARTICIPAÇÕES SOCIAIS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2010 3.1. Sociedades • NORAFR – Engenharia e Gestão, Lda. – 50,0 % • H3P – Engenharia e Gestão, Lda. (Angola) – 33,33 % • H3P2 – Engenharia e Construção, Lda. (Portugal) – 33,33 % • Prospectiva CV – Engenharia e Gestão, SA – 51,00%


4. PERSPECTIVAS PARA 2011 4.1. EVOLUÇÃO ECONÓMICA A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) espera uma desaceleração do crescimento mundial em 2011, mas uma recuperação no ano seguinte. A organização afirma, entretanto, que os desequilíbrios internacionais continuam severos e previu um crescimento de 4,2% em 2011 e de 4,6% em 2012. Para os EUA, a entidade prevê um crescimento de 2,2% no Produto Interno Bruto (PIB) em 2011 e de 3,1% em 2012. Na zona do euro, a economia deve registar um crescimento de 1,7% em 2011 e 2% em 2012. “Os riscos acerca das projecções continuam substanciais”, salientou a OCDE no relatório Perspectivas Económicas, citando, por exemplo, problemas da dívida soberana e tensões no mercado de câmbio. O Banco Mundial prevê um crescimento desacelerado para a economia do planeta em 2011, prevendo um crescimento de 3,3 %, em 2011, contra os 3,9 % registados em 2010, o ano da recuperação depois da recessão de 2009. As previsões apontam que as economias emergentes e em desenvolvimento continuarão a crescer mais de duas vezes mais (6%) do que os países de rendimento elevado (2,4%). No que se refere à economia portuguesa, as previsões apontam para um crescimento negativo, oscilando entre 0,2% (previsto pela OCDE), 0,7% (fonte Banco Mundial) e 1,3% (previsões actualizadas à data de Janeiro de 2011 do Banco de Portugal). Face a este cenário, não se perspectiva que a economia portuguesa evolua positivamente no decorrer do ano de 2011, sendo que a sua recuperação será fortemente condicionada pelo comportamento dos processos de consolidação orçamental e redução do endividamento do sector público e privado.


4.2. POSICIONAMENTO ESTRATÉGICO As dificuldades actuais inerentes à conjuntura económica nacional e internacional, e a incerteza face ao período durante o qual a crise persistirá, são, naturalmente, as principais preocupações dos responsáveis pela gestão estratégica das empresas. Neste cenário crítico, a criação de novas oportunidades de negócio, quer através de uma diversificação de áreas de actuação, quer através da possibilidade de penetração em novos mercados, é sem dúvida, a única estratégia possível, para conseguir sobreviver à crise instalada. Se, por um lado, é extremamente importante assegurar a quota de mercado da empresa, apostando numa consolidação do mercado nacional, através da fidelização dos clientes tradicionais e angariação de novos clientes, é absolutamente imprescindível alargar a área de actuação geográfica da empresa para o mercado internacional. O investimento na área internacional constitui uma prioridade na gestão estratégica da empresa, que possui um Plano de Investimento detalhado, com acções concretas de consolidação de mercados onde a empresa já actua (como Angola, Cabo Verde, Marrocos e Argélia) e de reforço e aprofundamento de mercados com elevado potencial e nos quais já existem relacionamentos comerciais (como Moçambique, Guiné Equatorial, Guiné Conakry e Brasil).


5. PROPOSTAS E CONCLUSÕES Em 2010, os resultados líquidos ascenderam a 237.512,62 €, (duzentos e trinta e sete milhões, quinhentos e doze euros e sessenta e dois cêntimos). Propomos à vossa aprovação a seguinte aplicação de resultados: • Resultados Transitados - 237.512,62 € Refere-se que, em 31 de Dezembro de 2010, não existiam quaisquer dívidas em mora de natureza Fiscal ou à Segurança Social e que durante o exercício, não foram celebrados quaisquer contratos com os membros dos Órgãos Sociais. O Conselho de Administração não quer deixar de agradecer o contributo decisivo prestado por todos, quantos colaboraram para o desenvolvimento da actividade da Empresa, designadamente os Clientes e Fornecedores e as Instituições Financeiras e Seguradoras. O Conselho de Administração expressa, ainda, o reconhecimento a todos os funcionários e colaboradores da Empresa, cujo esforço, dedicação e competência se revelaram determinantes para os resultados obtidos e execução da estratégia concebida. Expressa, ainda, o agradecimento e louvor ao Órgão de Fiscalização e Certificação de Contas da Sociedade, assim como ao Técnico Oficial de Contas, pelo profissionalismo e competência e disponibilidade, evidenciados no desempenho das suas funções. Lisboa, 28 de Fevereiro de 2011 O Conselho de Administração

Eng.º José Fernando Bernardo Luz Eng.º Luís Filipe Alves de Oliveira Brito Maria do Pilar Chaves de Carvalho Luz Brito



PORTUGAL LISBOA Rua Major Neutel de Abreu, nº 16 A/B/C 1500 - 411 Lisboa Tel: +351 217 711 970 Fax: +351 217 742 322 sede@prospectiva.pt

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