Relatorio contas2012

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RELATÓRIO DE GESTÃO 2012


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A Cores

A Preto e Branco

Merchandising de pequena dimens達o


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RELATÓRIO DE GESTÃO 2012 Aos Accionistas da PROSPECTIVA: No cumprimento das disposições legais estabelecidas no Código das Sociedades Comerciais, o Conselho de Administração da PROSPECTIVA vem apresentar a V. Exas. o Relatório de Gestão relativo ao exercício de 2012.


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INTRODUÇÃO 1.1 ENQUADRAMENTO MACROECONÓMICO INTERNACIONAL O enquadramento externo da economia portuguesa em 2012 foi marcado pelo abrandamento da atividade económica mundial que, sendo comum às economias avançadas e de mercado emergentes, teve diferentes intensidades. De acordo com dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) das economias avançadas manteve-se fraco, situando-se em 1.2 por cento em 2012, menos 0.4 pontos percentuais (p.p.) do que em 2011 (Quadro 1.1). Nestas economias, destaca-se o crescimento mais forte nos Estados Unidos, a recuperação da atividade no Japão, o abrandamento no Reino Unido e a contração do PIB na área do euro, o principal mercado das exportações portuguesas. Num contexto de menor procura por parte das economias avançadas, as economias de mercado emergentes e em desenvolvimento registaram também um menor dinamismo. Os dados do FMI apontam, ainda assim, para um crescimento de 5.1 por cento destas economias em 2012, face a 6.4 por cento em 2011. Esta desaceleração da atividade económica foi particularmente acentuada nas eco-

nomias da Europa central e de leste, mais expostas aos desenvolvimentos na área do euro por via das ligações comerciais e financeiras, mas também na China e no Brasil, responsáveis, em larga medida, pelo abrandamento da atividade económica nas respetivas regiões. Analisando em detalhe, a evolução económica de alguns dos principais destinos de exportação da economia portuguesa (fora da União Europeia e dos Estados Unidos), ou seja, países como Angola, China e Brasil, constatamos que o crescimento económico nestes países manteve-se elevado, embora com dinâmicas diferenciadas. Em Angola, de acordo com o FMI, o PIB aumentou 8.4 por cento em 2012 (o que compara com 3.9 por cento em 2011), num contexto em que se concluiu o programa de ajustamento macroeconómico com recurso ao financiamento do FMI. Na China, apesar do abrandamento do PIB de 9.3 por cento para 7.8 por cento, manteve-se um nível de crescimento económico elevado. Em contraste, no Brasil, a atividade económica abrandou de 2.7 por cento para 0.9 por cento, uma desaceleração mais acentuada do que a observada em geral na América Latina.


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1.2 EVOLUÇÃO ECONOMIA PORTUGUESA E SECTOR DA CONSTRUÇÃO O ano de 2012 ficou marcado pela continuação do processo de ajustamento da economia portuguesa, enquadrado pelo programa de assistência económica e financeira. A evolução da economia portuguesa decorreu num contexto de restritividade das condições monetárias e financeiras e de manutenção da orientação contracionista da política orçamental. Neste quadro, observou-se uma deterioração da posição cíclica da economia portuguesa, caracterizada por uma forte quebra do produto e por um significativo aumento do desemprego. O ano de 2012 foi marcado por uma redução do PIB de 3.2 por cento, após uma queda de 1.6% em 2011. Para esta evolução, contribuíram todas as componentes da procura interna a qual, no seu conjunto, caiu 6.8 por cento. Detalhando a título de exemplo, o consumo privado registou uma contração de 5.6%, enquanto o investimento registou uma queda de 13.7 % em 2012, após uma redução semelhante em 2011. Relativamente ao mercado de trabalho, registou-se uma significativa deterioração em 2012. O emprego na economia portuguesa reduziu-se 4.2% e a taxa de desemprego ascendeu a 15.7%, o que representa uma subida de 3 p.p. As grandes empresas mantiveram o acesso ao crédito ou encontraram fontes alternativas de financiamento a um custo mais atrativo, enquanto as pequenas e médias empresas continuaram a enfrentar dificuldades de fi-

nanciamento. No entanto, existe uma forte inter-relação entre a evolução do crédito por dimensão de empresa e por setor de atividade. Enquanto o crédito à construção, promoção imobiliária e comércio - setores onde é maior o peso das micro e pequenas empresas - regista taxas de variação anuais negativas, o agregado dos restantes setores apresentou em 2012 uma evolução ligeiramente positiva. A contração da atividade económica evidenciada na actividade económica portuguesa foi transversal a todos os setores, com destaque para os mais dependentes da procura interna, em particular o setor da construção. O sector em causa, considerado um sector sensível e que funciona como barómetro da economia nacional, sentiu fortemente, mais uma vez, os efeitos da crise, tendo visto a sua situação degradar-se, nomeadamente quanto ao volume de negócios e, consequentemente, nos níveis de emprego do sector. A produção no sector da construção recuou em Portugal 18,4% no último trimestre de 2012, mais do que no trimestre anterior (-18,1%) e acima da queda observada na média da União Europeia (-6,1%) e da Zona Euro (-4%) durante o mesmo período. Segundo dados publicados pela AECOPS, verificaram-se, em 2012, evoluções negativas em todos os segmentos de atividade, com a redução mais intensa a ser observada no segmento da Construção Residencial (-20,0%), seguido pelo da Engenharia Civil (-15%).


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EVOLUÇÃO DA EMPRESA EM 2012 2.1 ÁREA COMERCIAL O contexto económico nacional e internacional, com fortes repercussões na evolução do sector de actuação da empresa, originou dificuldades acrescidas à actividade do Departamento Comercial da Prospectiva, colocando novos desafios à sua forma de actuação. O mercado externo ganhou uma importância estratégica e vital para a sobrevivência da empresa, pelo que foram intensificados os contactos, acções de promoção e prospecção de mercados nos países onde a empresa já possui representação (Angola, Cabo Verde, Brasil e Guiné Equatorial), nos países onde a empresa se encontra a desenvolver projectos ou a fiscalizar empreitadas (Marrocos, Argélia, Moçambique, S. Tomé e Príncipe) e ainda em outros países que representam potencial de mercado no sector de actuação da Prospectiva (Gana, Croácia, Quénia, Tanzânia, Turquia, Tunísia, entre outros). E esses esforços obtiveram resultados claros, uma vez que foi dado o arranque na actividade produtiva na Guiné Equatorial e no Brasil, existindo fortes perspectivas de incremento na carteira de encomendas destes mercados para o ano de 2013.

Por outro lado, e no seguimento das linhas mestras definidas pela Administração da Prospectiva e dos objectivos gerais definidos para o ano de 2012, que seguiram o rumo dos já definidos para os anos anteriores, a atividade comercial da empresa teve como principais objectivos específicos os seguintes: • Consolidar e aumentar aquele que sempre foi o mercado tradicional da Empresa, quer em termos geográficos, quer em termos de tipo de clientes nomeadamente autarquias, organismos e empresa públicas; • Ganhar mercado nos sectores não tradicionais da Empresa, quer em termos de tipo de clientes, nomeadamente nos privados, quer em termos geográficos. Com estes objectivos específicos pretendeu-se, tal como já acontecera em 2011, sustentar o crescimento da empresa, consolidando mercados tradicionais e procurando novas saídas, principalmente no mercado internacional, e em simultâneo atingir os objectivos definidos para o ano de 2012 no Plano Avançado da Qualidade da Empresa para o Sector Comercial.


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No âmbito da actividade comercial desenvolvida, e tendo em vista os objectivos definidos, a actuação comercial pautou-se durante o ano de 2012 pelos seguintes princípios, tal como já acontecera no ano anterior: • Uma maior agressividade a nível dos Concursos, tanto nos Concursos a nível Nacional, como a nível Internacional, nomeadamente dos Concursos Públicos, quer no que respeita à qualidade técnica da proposta, quer à política de preços; • Redução das situações de não conformidade, nomeadamente no que respeita à exclusão dos concursos; • Aprofundamento do relacionamento com os Clientes tradicionais e com os novos Clientes; • Realização de contactos com diversos empreiteiros tendo em vista os concursos de conceção / construção, principalmente no que respeita ao mercado internacional; • Continuar a recorrer à filosofia da “parceria” quer a nível do mercado Interno quer a nível do mercado Externo; • Consolidar o mercado de Angola, através da participação activa na H3P - Engenharia e Gestão, o mercado de Cabo Verde através da Prospectiva CV, o mercado do Norte de África através da Norafr, o mercado do Brasil através da Prospectiva Ebepro e da Prospectiva Brasil e do mercado da Guiné Equatorial através da Prospectiva GE; • Continuação e incremento da atividade comercial com o enfoque no mercado internacional, através da apresentação de diversas manifestações de interesse e propostas, em parceria com empresas portuguesas e com parceiros locais;

• Renovação da Certificação nos sectores da Qualidade, Ambiente e Segurança. Por outro lado convém referir, mais uma vez, que a primeira acção comercial continua a ser sempre o cumprimento dos contratos em curso e dos compromissos assumidos com os nossos clientes, de modo a obtermos sempre um nível razoável de satisfação do cliente. Isto implica cada vez mais uma maior profissionalização dos quadros da Prospectiva, nomeadamente no que respeita aos responsáveis da Empresa, quer sejam os Coordenadores, quer sejam Responsáveis pelas Equipas de Projecto e de Fiscalização. No ano de 2012, foram adjudicados à Prospectiva 40 novos contratos, no valor global de €1.689.798,88. Destes, 26 corresponderam a novos contratos de Projecto, no valor global de € 853.202,98, ou seja 50,49% do valor global adjudicado e 16 corresponderam a novos contratos de Fiscalização, no valor global de € 836.595,90 ou seja 49,51% do valor global adjudicado. O valor médio por proposta adjudicada é de € 42.244,97, sendo o valor médio para o sector de Projecto de € 32.815,50, enquanto que, no sector de Fiscalizações é de € 59.756,85. O mercado nacional, no ano de 2012, com um valor global de propostas adjudicadas de €516.901,02 correspondeu a 30,6% do total das adjudicações. Por seu lado, o mercado internacional teve um valor global de propostas adjudicadas de € 1.172.897,86 correspondente a 69,4% do total das adjudicações.


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Em termos geográficos, no que respeita ao mercado internacional, Cabo Verde lidera as adjudicações no ano de 2012, com € 452.080,90 correspondendo a 39% do montante global, seguido de Angola com € 400.499,08 (34% do total), Guiné Equatorial com € 221.037,00, cerca de 19% do valor global e Brasil com € 99.280,88, cerca de 8% do montante de adjudicações além-fronteiras. Relativamente aos Projectos adjudicados durante o ano de 2012, salientam-se os seguintes:

No que se refere às Adjudicações de Serviços de Coordenação e Fiscalização de Obras, destacam-se as enumeradas seguidamente: • Fiscalização do Projecto de Construção da Barragem de Banca Furada e Rede de Adução - Concelho de Ribeira Brava - S. Nicolau - Cabo Verde - Direcção Geral de Planeamento, Orçamento e Gestão – 240.977,70 €

• Projecto de Infraestruturas da Reserva Fundiária de Mabubas- H3P - Engenharia e Gestão, Lda – 309.149,08 €.

• Fiscalização do Projecto de Construção da Barragem de Figueira Gorda e Rede de Adução - Concelho de Sta Cruz - Santiago - Cabo Verde - Direcção Geral de Planeamento, Orçamento e Gestão – 211.103,20 €

• Plano Municipal de Drenagem e Gestão de Aguas Pluviais do Concelho de Sintra - Fase 1- SMAS SINTRA – 198.000,00€

• Oferta para la Gestión y Coordinación de Trabajos en el Depósito de Hidrocarburos en Bata – Guiné Equatorial – Prospectiva GE – 221.037,00 €

• Projectos de Arquitectura e Engenharia para a construção da fábrica da Pipebrás em Itaboraí - Rio de Janeiro - Brasil – Prospectiva EBEPRO – 34.459,72€

• Coordenação de Segurança e Saúde da Obra de Arruamento 147 e Reabilitações no Aeroporto de Lisboa ANA - AEROPORTOS DE PORTUGAL S.A – 18.025,00€

• Projectos das Redes de Águas, Esgotos e Gás dos Edificios da Quadra II, Lote 4, da Vila Olimpica - Rio de Janeiro 2016 - Brasil – Prospectiva EBEPRO – 36.030,03 €

• Prestação de serviços de fiscalização e coordenação de segurança e saúde em obra para a empreitada “Lar Nossa Senhora do Amparo”– 15.820,00€.

• Reabilitação da Rede de Drenagem de Aguas Residuais do Centro de Produção de Electricidade do Pego - TEJO ENERGIA, SA – 21.940,00€

Pela análise dos elementos aqui explanados, podemos constatar uma evolução bastante significativa na importância do mercado internacional na carteira de encomendas da empresa, tendo o mercado externo assumido uma posição de predominância face aos trabalhos adjudicados no território português.

• Elaboração do Projecto das Redes de Drenagem de Águas Residuais Domésticas e Pluviais nas Povoações de Almornos, Mancebas e Fonte da Aranha - SMAS SINTRA – 18.400,00 €. • Elaboração do Estudo de Impacto Ambiental - Plataforma de Armazenagem de Combustíveis e Transportes em Luanda - H3P - Engenharia e Gestão, Lda – 18.400,00 €.


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2.2 RECURSOS HUMANOS No ano de 2012, reforçou-se a capacitação da gestão de recursos humanos para o cumprimento dos objectivos organizacionais, maximizando a utilização dos trabalhadores no supremo das suas capacidades e potencial, com o objectivo último de os comprometer no sucesso da Prospectiva em prol de uma organização flexível e na busca da excelência, mesmo com toda as dificuldades existentes por causa da crise económico-financeira que o país atravessa. Desta forma, e na constante tentativa de manutenção dos postos de trabalho, unimos todos os esforços na alocação das equipas de trabalho através da elaboração de simulações / avaliações com o intuito de apurar os custos inerentes para empresa, mantendo as condições inicialmente acordadas com cada colaborador e procedendo a deslocação dos mesmos para obras mais próximas a sua área de residência, evitando gastos desnecessários com transportes e arrendamento de casas. Relativamente a formação, tal como havia acontecido nos anos anteriores, em 2012 continuámos com a política de maior controlo e coordenação do plano de formação, uma vez que o orçamento disponível tornou-se ainda mais limitado, tendo o mesmo sofrido, mais uma vez, redução como consequência de uma directiva económico-financeira.

Contudo, e tal como evidenciámos no ano anterior, sempre conscienciosa de que, para manter-se competitivamente activa e destacada no mercado de trabalho, seria necessário dispor de uma equipa extremamente funcional, motivada, qualificada e competente e de que é através da formação e da qualificação do pessoal que se podem fornecer as competências necessárias para responder e corresponder à procura exigente do mercado de actuação, a Prospectiva recorreu aos Projectos do Fundo Europeu para colmatar o não cumprimento do plano de formação nos anos anteriores, tendo sido, em 2012, o plano cumprido na íntegra. Assim, cumpre-nos destacar os seguintes pontos neste item do relatório: • A elaboração e consequente divulgação de “comunicações internas”, como instrumentos de ferramentas fundamentais na definição das políticas e procedimentos de gestão das pessoas por elas abrangidas e melhoria contínua da redução de custos; • No decorrer do ano, o número médio de efectivos e contratados foi de 98 trabalhadores havendo um decréscimo médio de 15% em relação ao ano de 2011.


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Embora no decorrer do ano tenhamos presenciado um elevado número de demissões, não foram efectuadas para redução de custos, mas sim como consequência da conclusão e finalização, já prevista, de algumas empreitadas ou de alguns contratos temporários de trabalho e pelo facto de ter sido registado um decréscimo nas encomendas. Por sua vez, o número de trabalhadores com contratos em regime livre manteve-se, situando-se, em termos médios, num valor de 25 ao longo do ano 2012. Na senda dos objectivos propostos para a formação, em 2012 realizaram-se 9 acções no âmbito do Programa Potencial Humano (POPH), abrangendo áreas relacionadas com a Qualidade, Gestão de Recursos Humanos e Informática. Através dessas acções de formação, conseguimos atingir o objectivo proposto de disponibilizar formação a todos os colaboradores da empresa.

As actividades de segurança, higiene e saúde no trabalho constituem, no seio das organizações, um elemento determinante da prevenção de riscos profissionais e da promoção e vigilância da saúde dos trabalhadores. Em cumprimento dos normativos legais que regem nesta matéria, a Prospectiva tem vindo, num processo crescente e de contínuo aperfeiçoamento a organizar as actividades de segurança, higiene e saúde no trabalho. Desta forma, a Prospectiva, consciente de que as empresas são, em cada momento, aquilo que as pessoas fazem delas e que os Recursos Humanos, quando capitalizados e olhando na mesma direcção fazem das organizações empreendimentos diferentes e vencedores, continua a apostar na sua equipa, não avaliando esforços para atender às necessidades do seu potencial humano, envolvendo a capacitação e a melhoria profissional, o bem-estar, a saúde, a segurança e a melhoria da qualidade.


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2.3 ACTIVIDADE DA EMPRESA A exemplo do que já havia acontecido em 2011, o agravamento da crise económica teve como efeito directo uma redução ainda maior do investimento público, por questões de austeridade orçamental, para além de dificultar o crescimento em potenciais projectos de investimento privado, face às dificuldades de obtenção de financiamentos bancários e até do baixo nível de confiança por parte de todos os agentes económicos. Neste contexto, o ano de 2012 não foi, efectivamente, um ano fácil na história, já longa, desta empresa. Contudo, e dadas as dificuldades sentidas, consideramos que encerrar o ano de 2012 com apenas um decréscimo de cerca de 10% no volume de negócios, é um aspecto deveras positivo. Sobretudo, se tivermos em consideração que esta redução foi acompanhada por uma clara melhoria em todos os indicadores de rendibilidade da empresa, o que, no actual contexto, constitui um facto exemplar. Para além disso, podemos considerar que esta melhoria de indicadores evidencia o dinamismo da estrutura da empresa, ao racionalizar os seus recursos de forma ponderada, nunca colocando em risco a qualidade do serviço prestado. Tal como já foi descrito na análise da actividade comercial da empresa, foi evidente o aumento da importância do Mercado Internacional no âmbito do contexto de actuação da Empresa, constituindo um dos pilares decisivos na actividade desenvolvida no ano de 2012. Consubstanciando este facto, e de forma a podermos consolidar este objectivo através de obtenção de apoio ao investimento desenvolvido na área de internacionalização, a empresa submeteu uma candidatura ao AICEP, no âmbito do Sistema de Incentivos à Qualificação e Internacionalização de PME, obtendo a sua aprovação no final do ano.

Não obstante o referido, e dado que, cada vez mais, se torna necessário procurar formas de ultrapassar as dificuldades sentidas, asseguraram-se, em 2012: • Garantia de fidelização dos clientes tradicionais, quer pela angariação de novos contratos, quer pela conclusão de trabalhos em curso; • Angariação de novos clientes (que representaram cerca de 13% da carteira de clientes do ano), perspectivando uma óptica de continuidade, por via da qualidade impressa no serviço prestado; • No sector da Coordenação de Segurança em Obra, foi evidente a consolidação da nossa posição no mercado de actuação, dotando-nos de uma oferta de serviços cada vez mais integrada; • Renovação das certificações nos sectores da Segurança, do Ambiente e Qualidade, o que incute uma marca de profissionalismo e rigor na imagem da empresa. A implementação destas directrizes teve como fio condutor a preocupação constante na optimização dos recursos, racionalizando os meios ao dispor de forma a contornar as dificuldades sentidas quer ao nível de tesouraria (os clientes incobráveis ou, até mesmo, em situação de insolvência aumentaram razoavelmente e a banca endureceu, de forma geral, as suas condições de financiamento, dificultando o acesso a financiamentos por parte das PME’s) quer ao nível económico (a redução das margens operacionais como consequência directa do estrangulamento do mercado obriga a uma redução dos custos directos e indirectos, de forma a manter a sobrevivência da empresa).


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2.4 ANÁLISE ECONÓMICO-FINANCEIRA

2.4.1 INDICADORES GERAIS

A empresa tem conseguido, ao longo dos últimos anos, adaptar-se às contingências suscitadas pela crise económica, tendo mantido de forma consistente, a solidez da sua estrutura financeira, apresentando os principais indicadores, qualquer que seja a óptica de apreciação, a níveis superiores aos de referência e da mediana para o sector.

VOLUME DE NEGÓCIOS

E, apesar das dificuldades sentidas nos últimos anos, a empresa continua a assumir-se como uma empresa de referência no seu sector, tendo sido reconhecida com PME Líder em 2012 (a exemplo do que já havia acontecido em 2008, 2009, 2010 e 2011), através de distinção atribuída por parte do Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas. Mais uma vez, este reconhecimento premeia, acima de tudo, o esforço contínuo que todos os departamentos da empresa incutem na prossecução dos objectivos delineados pela administração, concedendo notoriedade e rigor ao posicionamento da empresa no seu mercado de actuação.

10,00 9,00 8,00 7,00 6,00 5,00 4,00 3,00 2,00 1,00 0,00 2008

2009

2010

2011

2012

Volume de Negócios [M€]

O volume de negócios realizado em 2012 pela empresa foi de € 7.331.049,19 €, representando um decréscimo de 10 % face ao ano anterior, o que, dadas as elevadas dificuldades sentidas no sector e à crise nacional e externa que atravessamos, representa ainda assim, indicador de relevância no ranking nacional.


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CAPITAIS PRÓPRIOS

RESULTADOS Resultados [M€]

5,20

0,5

5,00

0,4

4,80

0,4

4,60

0,3

0,3 0,2

4,40

0,2

4,20

0,1 0,1

4,00 3,80 2008

2009

2010

2011

2012

Capitais Próprios [M€]

Os capitais próprios no final de 2012, atingiram o valor de 5.129.453,51 € verificando-se um crescimento efectivo de 4 % face ao ano anterior.

0,0 2010

2011

resultados antes de impostos

2012

resultado líquido

A empresa obteve, em 2012, resultados líquidos após impostos de 202.204,90 €, superiores aos de 2011 em 10,4 % consequência de todo o processo de racionalização operacional e financeira.


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2.4.2 INDICADORES DE RENDIBILIDADE CASH-FLOW LÍQUIDO (MLL)

RENTABILIDADE DAS VENDAS 0,80

3,50

0,70

3,00

0,60

2,50

0,50

2,00

0,40

1,50

0,30 0,20

1,00

0,10

0,50

0,00 2010

2011

2012

Cash-flow líquido [M€]

O cash-flow líquido do exercício (MLL), entendendo-se como o somatório do resultado líquido com as amortizações, os ajustamentos, as provisões e a variação das dívidas e créditos a/e de terceiros, representando os fluxos monetários líquidos efectivamente gerados pela actividade da empresa, atingiu o montante de € 697.065,37 o que, atendendo ao quadro vivido nos últimos anos, é de salientar, registando um crescimento de 96,5% face ao ano anterior.

0,00 2010

2011

2012

Rendibilidade das vendas (%)

A rentabilidade das vendas cifrou-se em 2,76 %, tendo aumentado 22,7 % em relação ao ano anterior, ainda que afectada pela pressão concorrencial e pela crise que se faz sentir acentuadamente no sector em que estamos presentes.


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2.4.3 INDICADORES FINANCEIROS RENDIBILIDADE DOS CAPITAIS PRÓPRIOS

AUTONOMIA FINANCEIRA 6,00

55,00

5,00

54,00

4,00

53,00

3,00

52,00

2,00 51,00

1,00 0,00 2010

2011

2012

Rendibilidade dos capitais próprios

A rentabilidade dos capitais próprios sofreu, apesar de todas as dificuldades, um acréscimo de 5,9 % em 2012, o que só foi possível através da obtenção de um equilíbrio interno e da racionalização, conseguidos pela empresa na sua actividade operacional, de forma a conseguir acompanhar a evolução do mercado e, ao mesmo tempo, garantir a sua carteira comercial, que não esqueçamos é o suporte da empresa.

50,00 2010

2011

2012

Autonomia Financeira (%)

Tal como se pode verificar, a autonomia financeira da empresa, na ordem dos 53,7% espelha de forma clara a elevada solidez dos capitais próprios da empresa, continuando a situar-se em valores claramente acima da média do sector e verificando um acréscimo perante o ano de 2011 de 4 %.


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LIQUIDEZ GERAL

EBITDA 0,65 1,20

0,60

1,00

0,55

0,80 0,60

0,50

0,40 0,20 0,00 2010

2011

2012

Solvabilidade / Liquidez geral

Neste último quadro, os valores de referência para a liquidez geral e reduzida, são semelhantes, por não termos existências a condicionar de alguma forma o desempenho dos indicadores apresentados, sendo de realçar o crescimento anual de 9,4 %.

0,45 2010

2011

2012

EBDITA (anos anteriores não comparáveis por metodologia diferenciada)

Através da análise do EBITDA (Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization), podemos constatar que, apesar de se ter verificado um tendência de diminuição do seu valor nos últimos anos, como resultado da diminuição das margens operacionais imposta pelo comportamento cada vez mais agressivo do mercado em que a empresa se situa, o seu valor situa-se em níveis bastante satisfatórios, principalmente se tivermos em atenção os valores médios do sector, que, em 2008 um dos melhores dos dez últimos anos, se situaram em cerca de 78.224,00€, por comparação com a Prospectiva SA que, em 2012, apresenta um valor de 522.639,34 €.


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2.5 SISTEMA INTEGRADO DE QUALIDADE, SEGURANÇA E AMBIENTE O Sistema de Gestão Integrado (SGI) tem como principais objetivos a definição das metodologias e das responsabilidades dos processos da organização, de modo a assegurar melhores serviços. A atuação do SGI, pressupõe o envolvimento de todos os colaboradores nos objetivos definidos para a organização, a satisfação dos clientes e a melhoria da eficácia e da eficiência dos Processos. Neste espírito de gestão são fixadas metas a curto, médio e longo prazo, cuja monitorização ficou atribuída a uma equipa no seio da organização, composta por membros das diversas áreas da organização. O âmbito das metas abrange naturalmente as três áreas de certificação, ou seja a Qualidade, o Ambiente e a Segurança e estão intimamente ligadas à política definida pela gestão de topo da organização. No âmbito da Qualidade, e sobretudo na orientação para o cliente, preocupamo-nos com questões como a fidelização de clientes e a sua satisfação, mas também nos preocupamos, sobretudo, com o cumprimento das disposições regulamentares que assistem a nossa actividade.

No âmbito da fidelização dos nossos clientes, orgulhamo-nos pela sua preferência. Segundo os nossos estudos, temos elevados níveis de fidelização e preferência pelos nossos clientes, o que comprova o sucesso da estratégia de mercado implementada nos últimos anos, que é baseada em valores éticos e profissionais. A satisfação de clientes também é elevada e de acordo com os últimos dados será cerca de 85%. Na origem destes resultados está a maior valia dos recursos humanos que esta empresa coloca à disposição dos seus clientes e nas relações de parceria que implementa com diversas empresas que atuam no sector da construção. Salientamos por exemplo a relação com empresas do mesmo nicho de mercado, fomentando a troca de experiências e a relação com empresas com valência complementares que não somos especialistas. Realçamos por exemplo as nossas relações com empresas de desenvolvimento de soluções tecnologicamente avançadas do tipo AEC (Arquitetura, Engenharia e Construção), cujos frutos nos permitem estar um passo à frente de grupos rivais.


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A conciliação da formação contínua, e a valorização de equipas através da experiência em trabalho efetivo tem sido uma maior valia no desenvolvimento da organização. No âmbito do Ambiente, preocupamo-nos em ser membros ativos da sociedade através de diversos temas. Nesta matéria visamos uma redução efetiva da nossa pegada ecológica, através da redução de: • Consumo de papel; • Consumo de Energia; • Valorização de resíduos de embalagens e tinteiros / toners • Emissões gasosas para a atmosfera. Ao nível do consumo de energia e do papel, foi registada uma melhoria, traduzida numa redução de cerca de 18,2%, face ao ano base de 2011. No âmbito do consumo de energia, a redução efectiva situa-se em cerca de 11,7%.

No âmbito da Segurança, as preocupações da organização potenciam a melhoria das condições de trabalho dos nossos colaboradores, gerando confiança. A gestão do SGI é actualmente representada pelo Engº. Luis Brito, sendo o âmbito da certificação o seguinte:

“PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS NA GLOBALIDADE DAS ÁREAS DE ESTUDOS E PROJECTOS, DE COORDENAÇÃO, INCLUINDO A COORDENAÇÃO DE SEGURANÇA EM OBRA, DE FISCALIZAÇÃO E DE GESTÃO DA QUALIDADE DE EMPREENDIMENTOS DE OBRAS PÚBLICAS E PRIVADAS.”


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PARTICIPAÇÕES SOCIAIS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2012 3.1 Sociedades • NORAFR, Engenharia e Gestão, Lda: 50 % • H3P, Engenharia e Gestão, Lda (Angola): 20 % • H3P2, Engenharia e Construção, Lda (Portugal): 33,33 % • Prospectiva CV, Engenharia e Gestão, SA: 51% • Prospectiva GE, Limitada: 51% • Prospectiva Brasil, Ltda: 20% • Prospectiva EBEPRO, Engenharia e Projectos, Ltda: 51%

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PERSPECTIVAS PARA 2013 4.1 EVOLUÇÃO ECONÓMICA O enquadramento externo da economia portuguesa será marcado pela continuação de uma recessão moderada na área do euro em 2013, esperando-se uma recuperação gradual a partir da segunda metade do ano. As atuais projeções apontam para uma queda mais moderada da atividade económica em 2013, comparativamente a 2012, seguida de um ligeiro aumento em 2014. O Produto Interno Bruto (PIB) deverá registar uma redução de 2.0 por cento em 2013 (-3.2 por cento em 2012), refletindo uma forte queda da procura interna e um aumento significativo das exportações. Para 2014, antecipa-se um aumento do PIB de 0.3 por cento, num contexto de forte redução da despesa pública, abrandamento do ritmo de queda da procura interna privada e manutenção de um crescimento robusto das exportações.


// Relatório de Gestão 2012 // 21

Em 2013, a implementação das medidas de consolidação orçamental incluídas no OE2013 contribuirá para uma queda significativa do rendimento e da procura interna. Prevê-se que a contração da atividade económica será mitigada pela evolução relativamente favorável das exportações, num contexto de crescimento virtualmente nulo da procura externa (à semelhança do observado em 2012). O crescimento económico projetado para 2014 assenta numa recuperação moderada da procura interna, sustentada pelo aumento do rendimento disponível e por uma melhoria das perspetivas da procura. Esta evolução será acompanhada por um aumento das exportações, assente na recuperação da atividade económica mundial.

Mantendo-se as expetativas de evolução da economia portuguesa para o ano de 2013 bastante desfavoráveis, as perspetivas de evolução do setor da Construção voltam a ser muito negativas, com todas as suas componentes a apresentarem quedas na produção, prevendo-se que volte a registar uma redução muito intensa: -15,0%, reduzindo o volume de produção para um valor 56% inferior ao observado no ano 2000.


//PROSPECTIVA, SA.

4.2 POSICIONAMENTO ESTRATÉGICO Face ao exposto, e perante as perspectivas pouco auspiciosas e sem uma noção concreta de quando a situação económico nacional e internacional se irá inverter, tornase ainda mais crítica a emergência na procura de novos mercados, de forma a contornar o estrangulamento sentido no sector de actuação da empresa. A fidelização dos clientes tradicionais, incutindo um rigor inabalável na manutenção da Qualidade dos serviços prestados, assim como a busca de novos clientes e diversificação nas potenciais áreas de actuação (através de uma constante actualização de conhecimentos e flexibilização de processos) constituem o grande desafio a que se propõe a Administração da Prospectiva.

O investimento na área internacional continua a ser uma prioridade na gestão estratégica da empresa, tendo sido desenvolvido um Plano de Acção que visa implementar acções concretas de consolidação de mercados onde a empresa já actua (como Angola, Cabo Verde, Marrocos, Brasil, Guiné Equatorial e Argélia) e de reforço e aprofundamento de mercados com elevado potencial e nos quais já existem relacionamentos comerciais (como Moçambique, São Tomé e Príncipe, Guiné Equatorial e Brasil). O caminho não se assemelha fácil, mas dadas as elevadas qualificações de todos os elementos da equipa que compõe a Prospectiva, e com o esforço e dedicação de todos, julgamos que vamos conseguir ultrapassar as dificuldades e alcançar os objectivos propostos.


// Relatório de Gestão 2012 // 23

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PROPOSTAS E CONCLUSÕES Em 2012, os resultados líquidos ascenderam a 202.204,90 €, (duzentos e dois mil duzentos e quatro euros e noventa cêntimos). Propomos à vossa aprovação a seguinte aplicação de resultados: • Resultados Transitados - 202.204,90 € Refere-se que, em 31 de Dezembro de 2012, não existiam quaisquer dívidas em situação de mora de natureza Fiscal ou à Segurança Social e que durante o exercício, não foram celebrados quaisquer contratos com os membros dos Órgãos Sociais.

O Conselho de Administração expressa, ainda, o reconhecimento a todos os funcionários e colaboradores da Empresa, cujo esforço, dedicação e competência se revelaram determinantes para os resultados obtidos e execução da estratégia concebida. Expressa, ainda, o agradecimento e louvor ao Órgão de Fiscalização e Certificação de Contas da Sociedade, assim como ao Técnico Oficial de Contas, pelo profissionalismo e competência e disponibilidade, evidenciados no desempenho das suas funções. Lisboa, 28 de Fevereiro de 2013 O Conselho de Administração

O Conselho de Administração não quer deixar de agradecer o contributo decisivo prestado por todos, quantos colaboraram para o desenvolvimento da actividade da Empresa, designadamente os Clientes e Fornecedores e as Instituições Financeiras e Seguradoras.


RELATÓRIO DE GESTÃO 2012

PORTUGAL Rua Major Neutel de Abreu, nº 16 A/B/C 1500 - 411 Lisboa Portugal

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