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Recordar é viver
Foto: Castelo (ES) - 1961 “Levantamento do Santo Cruzeiro”
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Pe. Braz Delfino Vieira, C.Ss.R.
Juiz de Fora | MG
UM CRUZEIRO: Lembrança das “Santas Missões”
Por certo que euforia e entusiasmo contagiavam todos os participantes no “Levantamento do Santo Cruzeiro”, no final de uma das “Santas Missões”. A finalidade colimada, porém, era deixar um “Memorial” que recordasse os dias abençoados da presença dos “santos Missionários”.
Um Cruzeiro majestoso de quinze a vinte metros, erguido num alto morro vizinho à cavaleiro do povoado, vila ou cidade, era como um missionário mudo sempre relembrando as “Verdades Eternas” meditadas nas Missões ou tocantes cerimônias, como a impressionante “Caminhada Silenciosa” de homens e rapazes alumiada de velas, após sua conferência, e em preparação de suas confissões.
Esta fotografia lembra o “Levantamento do Cruzeiro”, erguido num morro dos arredores de Castelo (ES), ao final de uma “Santa Missão”, no ano de 1961. Focaliza o momento do encaixar o “pé da cruz” no buraco adrede cavado no chão. Corria algum perigo: por um rodopio inesperado, o cruzeiro podia cair e machucar ou até matar, alguém. Por isso, mulheres e crianças ficavam um pouco afastadas. Mas, elas sempre se faziam presentes.
Foto: Missão em Heliodora, MG, década de 1960
Um caso atípico se deu em Heliodora, cidade do Sul de Minas Gerais. Um Cruzeiro de doze metros, com uma “sapata” roliça de mais de metro de diâmetro, na porta da Matriz e já preparado com as “levas” amarradas. Homens e rapazes olhavam-se desconfiados uns para os outros. E então aconteceu! Senhoras e moças decidiram: “nós carregaremos o Santo Cruzeiro!”. Dito e feito. As que tinham crianças no colo passaram-nas a seus maridos. Juntas, pegaram as levas e ergueram o Cruzeiro acima de seus ombros e as cabeças, e ainda com o Padre Mestre das Missões, de pé no entroncamento das hastes, empunhando a Bandeira Nacional, como se um brinquedo fosse. Tudo isso ao espocar de foguetes, bimbalhar festivo dos sinos, vivas e o cântico entusiasmado:
“Salve, Cruz de nossa Terra, Salve Cruz do nosso Céu, Salve Cruz que o Mundo aferra À Sagrada Lei de Deus!” (Bis).
“Eras, Cruz, instrumento de morte Que a todos causavas horror. Mas, Jesus já mudou tua sorte: És de vida instrumento do Amor!”
A tradição entre os missionários dizia que este “Hino do Cruzeiro” foi composto pelo Pe. Geraldo (Henricus) Binnendijk, o “Padre Geraldão”, como era conhecido.
Cruzeiros como este aí devem ter sido erguidos às dezenas no estado do Espírito Santo. Pois, desde bem cedo, os Redentoristas da Província do Rio de Janeiro tiveram suas mentes voltadas à evangelização dos capixabas. Dificilmente passava-se um ano sem que realizassem ali alguma “Santa Missão”.
Já na década de 1950 foi tentada a “fundação permanente” de uma Casa, em Mimoso do Sul, e que funcionou por dois anos e meio. Foram aventadas muitas outras fundações, especialmente onde realizaram a “Missão Inserida”. Finalmente fincaram pé em Cariacica, na região da Grande Vitória, e aí permanecem até hoje.
Dois Redentoristas foram espíritosantenses: Pe. Lúcio da Silva Pinho, C.Ss.R. e Pe. Waldo José Pignaton, C.Ss.R., ambos já na “Casa do Pai”.