"Comunicações" DEzembro de 2021

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RE V IS TA

PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL

DEZEMBRO DE 2021 | ANO LXIX | Nº 12


SUMÁRIO MENSAGEM DO MINISTRO PROVINCIAL

que vivia nas trevas, viu uma grannde luz 647 “(IsO povo 9,2”, mensagem de Frei Paulo Roberto

FORMAÇÃO PERMANENTE

ensagem de Natal do Ministro Geral Frei Massimo 649 MFusarelli

FORMAÇÃO E ESTUDOS

Solene - Frei Fidêncio: “Existe uma fraternidade 652 Profissão que, de coração aberto, os acolhe” 656 Renovação dos Votos na Teologia ondinha: Frades renovam os 658 Rvotos e o vigor franciscano ngola: 23 frades professos 660 Atemporários renovam os votos 662 Noviciado Interprovincial começa no dia 15 de janeiro concluem o 663 Postulantes ano e Frei Ruan renova os votos 665 Admissão em Angola 666 Primeira Profissão em Quibala e Rodeio Angola em festa 668 Mcomissãotrêsdeordenações presbiterais ganha três acólitos para 671 Província o serviço do altar Teológica: A Teologia Bíblica e as Fontes 672 Semana Franciscanas da “Fratelli Tutti”

FRATERNIDADES

680 Aberto o Ano Jubilar do Convento São Francisco aróquia São Paulo Apóstolo: 684 PViralizando a evangelização Avenida Brasília passa a se chamarAvenida 685 EmFreiPiraquara, Rui Guido Depiné PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL Rua Borges Lagoa, 1209 CEP 04038-033 | São Paulo - SP www.franciscanos.org.br

ofmimac@franciscanos.org.br 646 | COMUNICAÇÕES | DEZEMBRO | 2021

acolhem a imagem peregrina de Frei Galvão em 685 Jovens Balneário no Jubilar reflete sobre as pastorais, movimentos e 686 Aserviços do ‘Sagrado’ 688 Exposição e Presépios do Seminário Frei Galvão 689 Frei Galvão é celebrado no Seminário que leva seu nome César: “São Francisco e Frei Galvão abraçaram Cristo 690 Fdereicoração pleno” Santa Clara de Imbariê celebra o Espírito de 692 Paróquia Assis celebra sua Padroeira 693 Província na Vila Clementino 694 Xaxim festeja a co-padroeira da Paróquia

EVANGELIZAÇÃO

das Meninas dos Canarinhos 695 Coral celebra os 33 anos 696 Na Cantata, a última aula de Frei Florival de Angola recebe contêiner 697 Missão do Bom Jesus 698 Papa Francisco em Assis: 702 DEFINITÓRIO

OFS

705 OFS elege novo governo CFMB

Solene na Custódia da Amazônia 706 AosProfissão Frei Carlos é eleito para o serviço de 708 Ministro55 anos,Provincial no “Coração do Brasil” o novo Governo da Custódia Franciscana do 710 Eleito Sagrado Coração de Jesus

OFM

de Frei Massimo Fusarelli 712 EmA visitaGreccioà Terrase abreSantao caminho para os 5 centenários 713 franciscanos “João Batista, precursor e evangelizador” 714 Artigo: de Frei Luiz Iakovacz Capa: Imagem da Mostra de Presépios no Convento São Francisco. Autor: Frei Pedro Pinheiro.


DO MINISTRO PROVINCIAL

“O povo que vivia nas trevas, viu uma grande luz” Is 9,2

A

o registrar o nascimento de Deus Menino, o evangelista Mateus recorre ao profeta Isaías, que destaca a santidade de Deus e a imperiosa necessidade de fidelidade da parte do povo. A salvação virá a partir do compromisso com o projeto de Deus e a sua justiça. A criança, entre as palhas na gruta em Belém, é sinal evidente da consideração de Deus pela humanidade; Ele nos tem em a lta conta. O Menino na manjedoura é “dom da ternura de Deus”. Os descaminhos humanos são

inundados do vigor restaurador do Senhor que se faz gente no Natal. A tradição franciscana reserva especial destaque à dádiva do céu que se aproxima fecundamente da terra. Na narrativa do presépio de Greccio, Celano destaca uma pessoa de nome João, “de boa fama e vida ainda melhor que estimava mais a nobreza do espírito do que a da carne”. Francisco orienta que o amigo leve adiante a organização da celebração do Natal: “Se você quer que celebremos a próxima festa do Senhor em Greccio, vá em frente e prepare DEZEMBRO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 647


MENSAGEM

o que eu lhe disser: gostaria de lembrar aquele menino que nasceu em Belém e de alguma forma ver com os olhos do corpo as dificuldades que enfrentou devido à falta das coisas necessárias para um recém-nascido; como ele foi deitado em uma manjedoura e como ele ficou no feno entre o boi e o jumento”. O papel fundamental do nobre João, reconhecido pela generosidade e pela amizade que nutria por Francisco, faz brotar uma palavra de gratidão aos incontáveis benfeitores, colaboradores e amigos que favorecem a missão dos irmãos em todos os lugares. As pessoas que se deixam encantar pelo jeito franciscano de ser no mundo cultivam o olhar atento às dificuldades que tantos enfrentam devido à falta de coisas necessárias para que possam viver dignamente. A abnegação dos que partilham com os frades a missão evangelizadora continue a ser provocação e estímulo. Nosso propósito de vida nos leve a desejar com mais vigor a nobreza do Espírito. Olhado a partir do calendário, seja litúrgico, seja civil, o Natal pode tornar-se apenas uma solenidade que se repete a cada ano. Se for apenas uma estéril repetição, como lembra o adágio, suas motivações vão durar somente até a festa de Santo Estêvão. Cabe-nos acolher e cuidar do presente que anualmente recebemos. Com o avanço da vacinação e o consequente arrefecimento do número de infectados pelo novo coronavírus, a morte não ronda os ambientes de convivência com a sanha devastadora que gerou paralisia e medo. Nos tempos mais agudos da pandemia nos desconcertou a ausência; nos abateu a morte sem despedidas; a indiferença e o descaso nos entristeceram; sentimos a dor da natureza devastada; vimos escapar de nossas mãos as convicções e crenças que nos faziam sonhar uma Terra sem Males. Se com a doença as trevas vieram sobre nós, neste novo tempo a luz volta a brilhar diante dos nossos olhos. Certamente, as festas de final de ano terão de

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volta as comidas partilhadas e os abraços represados. A possibilidade de reencontrar familiares e amigos, que a todos motiva, indica a vocação humana para a vida fraterna. Embora o egoísmo insista em fazer morada entre nós, nossa natureza é gregária. Tal motivação original é complementada pela ousadia que nos faz desejar trilhar os caminhos de Clara e Francisco de Assis. O Capítulo Provincial, celebrado recentemente, fez a proposição que sonhássemos juntos a fraternidade. Por isso, neste tempo do Natal, franciscanamente, queremos agradecer a fraternidade com os consanguíneos; espalhar as sementes de fraternidade junto com os que partilham a mesma fé; cultivar a fraternidade com os que vivem a partir de outras espiritualidades; promover a fraternidade universal e a convivência respeitosa com as criaturas todas. A cena do nascimento de Jesus, representada com a ajuda do João, amigo de Francisco, inspirou outro Francisco, atual bispo de Roma, que nos tem dado inúmeras indicações de como traduzir os conteúdos da nossa fé de maneira límpida e criativa. Assim disse o Papa: “No Natal, Deus revela-se não como aquele que está nas alturas para dominar, mas como Aquele que se inclina, pequeno e pobre, para servir: isto significa que a forma de se assemelhar a Ele é a de se rebaixar, de servir. Para que seja verdadeiramente Natal, não esqueçamos isto: Deus vem para estar conosco e pede-nos para cuidarmos dos nossos irmãos e irmãs, especialmente os mais pobres, mais fracos e mais frágeis”. Deus conosco. Alegria que conforta e reanima. Juntemo-nos aos anjos de Belém, anunciemos ao mundo inteiro a grande notícia: “Não tenhais medo! Hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós um Salvador, que é o Cristo Senhor” (cf. Lc, 2, 10-11). Feliz Natal! FREI PAULO ROBERTO PEREIRA MINISTRO PROVINCIAL


Mensagem do Ministro Geral para o Natal Roma, 8 de dezembro de 2021 A todos os Frades Menores da Ordem A todas as Irmãs Pobres da Ordem de Santa Clara Aos irmãos e amigos da nossa Ordem Caros Irmãos e Irmãs, O Senhor lhes dê a paz! Eu gostaria de entrar com vocês nos sentimentos de São Francisco, quando naquele Natal de 1223 satisfez o inquieto impulso de encaminhar-se entre as rochas e os bosques em torno da vila de Greccio. Não sozinho, mas acompanhado pelos seus irmãos e por uma humanidade simples e pobre, feita de camponeses, de gente humilde. O que impulsionou Frei Francisco a viver aquele Natal foi o desejo irresistível de ver com os seus olhos a pobreza em que o Senhor Jesus quis nascer. E isto para crer que Ele – crucificado e ressuscitado – está presente, vivo e glorificado no Espírito Santo, escondido sob parca aparência de pão até o dia de seu retorno.

criação, nossa casa comum: ver o Senhor Jesus no mistério da sua pobreza e fraqueza, abrir-me e abrir-nos ainda no Espírito a um renovado encontro com Ele. Francisco viveu este encontro de modo “físico”: toca o corpo do Senhor no Evangelho, lido e escutado a cada

Clara viverá deste olhar estupefato e amoroso que nutre a sua fé e a concentra na pobreza de Jesus, desde o seu nascimento, ao longo de toda a sua vida, até à cruz. A vida de Clara é transformada e feita em tudo semelhante ao Crucificado pobre, juntamente com suas irmãs. Ver e crer são dois verbos, sabemo-lo bem, centrais na vida de São Francisco. Ver lembra-nos a “fisicidade” da fé de Francisco: não lhe basta pensar, mas ele quer ver com os olhos, tocar com as suas mãos, sentir o cheiro com o nariz, ouvir com seus ouvidos, degustar com a sua língua. Em suma, toda a sua pessoa, os seus sentidos, são colocados em movimento pelo desejo, por aquilo que mais profundamente o move. A fé é simplesmente vida para ele. Pergunto-me se ainda tenho forte em mim o desejo de ver e de tocar o Senhor. Talvez outra coisa me move muito mais. Então tenho necessidade, como Francisco, de sair da minha zona de conforto e de colocar-me a caminho para um lugar diferente e talvez hostil, a que aludem o bosque e as rochas de Greccio. É aqui que posso escutar de novo aquele desejo que habita em mim, no gemido próprio da

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dia; ele o vê no leproso, nos seus irmãos, nos sacerdotes pobrezinhos, nos pecadores; vê a pobreza de Jesus no paradoxo da condição humana, magnífica, mas ao mesmo tempo destinada à morte. Finalmente libertado do amargor e do medo, olhou nos olhos esta fragilidade. Do encontro com Jesus floresce para ele a alegria da fé, o olhar novo do homem ressuscitado que vê a presença de Deus em todas as criaturas e por isso o louva e lhe restitui todo bem. Crer: a fé é acesa por aquele encontro que me tocou e deixou o seu sinal na carne da minha vida. O nosso crer individual nasce e é guardado pelo grande “sim” da fé da Igreja. É este o ato que aquele ver, aquele tocar e deixar-se alcançar realiza. Procuremos o eco deste “sim” mesmo na misteriosa viagem que, por caminhos diversos, tantas pessoas fazem em direção ao Mistério. O ver sem crer poderia deixar a minha fé à mercê da emoção do momento. Um crer sem ver poderia reduzir a fé a uma ideia que simplesmente não tem nada mais a ver com a minha

vida e cai, mesmo quando exteriormente continuo a realizar os atos religiosos. A alegria é o sinal que mostra que nossa fé ainda está viva; a tristeza e o lamento são a câmara de gás da fé que lentamente se narcotiza, perde o contato com a “fisicidade” da nossa carne, da vida e se torna só intelectual ou moralista. Ou desaparece. Estejamos vigilantes, irmãos e irmãs benditos, porque isto pode acontecer também a nós e de fato acontece, quando: dou como garantida a fé e não cuido de modo criativo da vida de oração no silêncio e na contemplação, perco o contato com a palavra de Deus, deixo que a Eucaristia se torne uma rotina, não recorro alegremente ao Sacramento da Reconciliação, separo a fé da vida, não perdoo e não gasto a minha vida pelos outros, me distancio dos pobres e me adapto a uma vida cômoda e garantida. Ver e crer, eis os passos de Francisco, desarmadores na sua simplicidade e profundidade. Neste Natal de 2021, vivamos ainda a espera do Senhor que nutre a fé. Ele está presente no lusco-fusco deste tempo que nos pede escuta, discernimento e decisão: - o medo difundido da pandemia que parece não ter fim e nos está modificando, inclusive o lugar que a ciência e a tecnologia ocupam como nunca e em nenhum lugar; - a solidariedade que tantos colocaram em campo nesta emergência, como não pensávamos; - o amontoar-se de tantos migrantes e refugiados em tantas fronteiras, com o senso de impotência que isto nos dá; - os sinais concretos de acolhida e de abertura ao outro, pagando pessoalmente; - o sofrimento de nossa irmã terra, arranhada pela fadiga de tantas mulheres, homens e crianças na sua dignidade física e moral; - os sinais de resistência e de responsabilidade para com o futuro da nossa casa comum, sobretudo dos mais jovens; - os focos de guerra, de terror e de repressão espalhados pelo mundo, tantos de que não se tem notícia;

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- o trabalho silencioso de quem se torna de muitos modos ope-


rador e mediador de paz e de justiça. Este elenco poderia continuar. Somos chamados a celebrar o Natal com os olhos capazes de ver esta realidade em nós e em torno de nós. Cada um, a partir de si mesmo, dê um passo em direção àquele bosque de Greccio entre as rochas para ver um Menino que nasce exatamente nesta realidade pobre. Neste Natal, creio que sou e somos chamados a ver e crer em um mundo novo. No-lo pede o tempo que vivemos, o qual termina com toda segurança, mesmo religiosa. No-lo pede a própria dinâmica da fé, que é caminho, busca, adesão sempre renovada. No-lo pede a nossa vida religiosa, que hoje exige uma profunda ressignificação nos diferentes contextos em que vivemos no mundo. No-lo pede também o medo que talvez ainda temos de Deus: recordemos que Ele nos dá tudo e não nos tira nada; oferece-nos a si mesmo como um pai que faz com seus filhos; revela-nos o seu rosto de misericórdia e de graça para que a nossa humanidade viva. No-lo pede o fato de que hoje a fé perde sentido para a vida de tantas pessoas no mundo e frequentemente também para nós que escolhemos o seguimento do Senhor. Francisco surpreende-nos como sempre e indica-nos a estrada que leva a Greccio, isto é, aos lugares remotos, distantes das grandes rotas, para redescobrir exatamente aí a possibilidade de um crer novo, rico também hoje de vida e de futuro, a buscar como peregrinos na noite.

O meu voto para este Natal de 2021 está todo aqui: que possamos abrir os olhos no Espírito Santo e crer no mistério da pobreza de Jesus e da sua Santíssima Mãe. E a partir destes “olhos espirituais” deixar reacender a chama da fé. Acesos pelo fogo do Espírito Santo, nós nos tornaremos sempre mais incandescentes contra todo imobilismo gélido do coração. Seremos assim, nas diversas partes do mundo que habitamos, aquele sinal profético que somos chamados a ser por vocação, presença de Cristo crucificado e ressuscitado para cada irmão e irmã que o Senhor nos permite encontrar. Eis o sinal profético que Francisco e Clara foram no calor da sua fé, que foi busca humilde – e não sua posse – da Presença do Vivente em todas as criaturas. Eis o sinal que podemos ser cada vez que não tivermos medo de ainda ver e crer.


FORMAÇÃO E ESTUDOS

PROFISSÃO SOLENE

Frei Fidêncio aos professos: “Existe uma fraternidade que, de coração aberto, os acolhe”

U

ma vez que a Profissão Solene é a celebração dos que se entregam de todo o coração, existe uma fraternidade que, de coração aberto, os acolhe”. Não poderia ser mais animadora e fraternal a acolhida feita pelo Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, aos sete jovens - Frei André dos Santos Sungo Mingas, Frei Honorato Salvador Gaspar Gabriel, Frei José João Ganga, Frei Miguel Tchiteculo Tchindjombo Filipe, Frei Felipe Medeiros Carretta, Frei Jonas Ribeiro da Silva e Frei Thiago da Silva Soares - que ingressaram definitivamente na Ordem dos Frades Menores no dia 13 de novembro, durante a Celebração Eucarística na Igreja do Sagrado Coração de Jesus, em Petrópolis (RJ). “Hoje, todos nos alegramos como Igreja e, mais ainda, como Ordem Franciscana! Por isso, benignamente os acolhemos. Os aco-

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lhemos como irmãos dados pelo Senhor para, juntos e definitivamente, na riqueza da diversidade pessoal, construir os sonhos idealizados e concretizados por Francisco de Assis, e que em breve renovaremos na celebração do nosso Capítulo Provincial: ‘Juntos que se constroem os sonhos - Fraternidade contemplativa em Missão’”, incentivou Frei Fidêncio. A Igreja do Sagrado, que ainda segue as normas sanitárias para o distanciamento, teve todos os espaços tomados para ver o sim definitivo dos professandos. Além dos concelebrantes, Frei Jorge Paulo Schiavini, guardião da Fraternidade do Sagrado, e de Frei André Luiz Henriques, conselheiro da Fundação Imaculada Mãe de Deus, frades de toda a Província se juntaram aos parentes, amigos e ao povo em geral para celebrar este momento histórico na vida do frade menor. A Celebração Eucarística ganhou mais

beleza e solenidade com a volta do Coral dos Canarinhos, sob a batuta do maestro Marco Aurélio Lischt. O rito da profissão solene começou depois da liturgia da Palavra. O mestre para o tempo de Teologia, Frei Marcos Antônio de Andrade, chamou cada um dos professandos pelo nome. Em pé, diante do Ministro Provincial, eles responderam: “Aqui estou!”. O mestre, então, fez um breve resumo da vida de cada professando. Depois, juntos, eles fizeram o pedido para serem admitidos definitivamente na Ordem dos Frades Menores, “para o louvor de Deus e serviço da Igreja”. “Dou graças, Senhor, por teu grande amor”, entoou a assembleia. Na sua reflexão, Frei Fidêncio lembrou do lema escolhido pelos professandos como “uma das mais belas recordações que São Francisco de Assis nos transmitiu no final da


Os professos

FORMAÇÃO E ESTUDOS

FREI ANDRÉ

FREI FELIPE

FREI HONORATO

FREI JONAS

FREI JOSÉ

vida” através do seu Testamento: “E depois que o Senhor me deu irmãos ninguém me mostrou o que deveria fazer, mas o Altíssimo mesmo me revelou que eu devia viver segundo a forma do santo Evangelho”. Segundo o Ministro Provincial, Francisco recorda a origem da fraternidade evangélica como um dom divino: “o Senhor me deu irmãos” para juntos “viver segundo a forma do santo Evangelho”. “Esta celebração festiva da Profissão Solene não só recorda a origem da nossa fraternidade evangélica, como também a atualiza no momento em que cada um dos professandos proclama: ‘Eu Frei (André, Filipe, Honorato, Jonas, José João, Miguel, Thiago) tendo o Senhor me dado a graça de seguir mais de perto o Evangelho e os passos de nosso Senhor Jesus Cristo.... faço voto a Deus de viver por todo o tempo da minha vida... Entrego-me pois, de todo o coração a esta fraternidade’”, explicou.

Frei Fidêncio lembrou que a fórmula da profissão termina dizendo: “Que eu possa tender constantemente para a perfeita caridade, no serviço a Deus, à Igreja e aos homens”. O Ministro Provincial perguntou, então, como se dá este serviço? A resposta tirou de cada leitura da liturgia deste domingo. A primeira orientação é da leitura do profeta Daniel: “Ser por vocação cristã/franciscana mensageiros de esperança no mundo de hoje. Brilhar como homens virtuosos que resgatam a vida no ‘pó da terra’. Para isso fomos chamados, nos recorda São Francisco na Carta a Toda Ordem, ‘para irmos pelo mundo universo e darmos testemunho de suas palavras e obras’”. Frei Fidêncio ilustrou com a mensagem que o Papa Francisco enviou aos frades reunidos no Capítulo Geral em julho passado: “Na raiz da espiritualidade Franciscana está este encontro com os últimos, os sofredores, no sinal do ‘fazer misericórdia...’. É a missão de

FREI MIGUEL

FREI THIAGO

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FORMAÇÃO E ESTUDOS

vocês, queridos professandos, serem profetas da esperança”, exortou. A segunda orientação tirou da Carta aos Hebreus: Ser por vocação franciscana uma oferenda de santidade e da graça de Deus. “Não mais nos pertencemos a nós, mas a Deus: ‘Entrego-me de todo o coração’. E somos verdadeiramente oferenda de santidade quando damos credibilidade à nossa identidade franciscana. Disse-nos o Papa Francisco: ‘Desta experiência concreta de encontro com o próximo e com suas feridas, pode nascer uma energia renovada para olhar para o futuro como irmãos e menores, como vós sois, segundo o belo nome de ‘frades menores’, que são Francisco escolheu para si e para vós”, ressaltou Frei Fidêncio. A terceira orientação tirou do evangelista São Marcos, que, segundo o Ministro Provincial, recorda “sermos por vocação franciscana peregrinos de Deus, atento aos sinais dos tempos, da mesma forma como Jesus pediu aos discípulos a vigilância e a atenção aos sinais que anunciam a nova realidade do Reino de Deus”, disse, recordando que a peregrinação

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de Francisco tinha dois objetivos certos: sabia dividir diligentemente o seu tempo no “subir até Deus e no descer até os homens”(LM). Aproximando do final de sua reflexão, indicou aos professandos, como peregrinos e atentos aos sinais dos tempos, as interpelações do Papa Francisco:

C omo peregrinos, devemos ir ao encontro dos homens e das mulheres que sofrem na alma e no corpo para oferecer vossa presença humilde e fraterna... Como peregrinos, devemos ir rumo a uma criação ferida, a nossa casa comum, que sofre por causa de uma exploração distorcida dos bens da terra.... Como peregrinos, devemos ir, como homens do diálogo, construindo pontes em vez de muros, oferecendo o dom da fraternidade e da amizade, Como peregrinos, devemos ir como homens de paz e reconciliação, convidando aqueles que semeiam o ódio à conversão do coração. Frei Fidêncio concluiu sua homilia deixando um belo alento a esses jovens frades: “Nunca se esqueçam que vocês fizeram esta profissão na véspera do Dia Mundial dos Pobres. Ontem, em Assis, o Papa nos recordava: ‘É hora de a palavra ser devolvida aos pobres, porque por muito tempo seus pedidos não foram ouvidos’”. Em seguida à homilia, parentes e amigos se aproximaram da pia batismal, onde


FORMAÇÃO E ESTUDOS

está o Círio Pascal, acenderam uma vela e entregaram aos professandos para recordar a vocação batismal que neles está se desabrochando como vocação religiosa franciscana. Através de um interrogatório, Frei Fidêncio perguntou aos professandos pelas motivações que eles trouxeram ao pedir a admissão definitiva na Ordem dos Frades Menores. Na sequência, o comentarista Frei Edrian Josué Pasini convidou a todos para fazer a súplica comunitária, pedindo a intercessão da Igreja celeste, através da Ladainha de todos os Santos. Num gesto de entrega e despoja-

mento, os professandos se prostram ao chão e a assembleia acompanhou em pé este momento de fé. Terminada a Ladainha, cada um dos professandos ficou de joelhos diante do Ministro Provincial, colocou as suas mãos nas mãos do Ministro, num gesto de entrega, de obediência, e leu a fórmula de profissão definitiva na Ordem dos Frades Menores. Continuando, de joelhos, os frades receberam a bênção do Ministro Provincial. O rito terminou com os abraços dos celebrantes aos neoprofessos. Frei Fidêncio, então, pediu a eles que se voltassem para a assembleia para receber uma salva de palmas. O povo pôde abraçá-los no final da celebração. A liturgia continuou solenemente até o final da comunhão. Frei Jonas fez os agra-

decimentos em nome do grupo ao Ministro Provincial, à Fraternidade, aos formandos, aos confrades e aos familiares. “Gratidão é a palavra de hoje”, enfatizou, citando o Coral dos Canarinhos e a presença fraterna de cada um dos paroquianos do Sagrado. Frei Fidêncio convidou Frei André, conselheiro da Fundação Imaculada Mãe de Deus, para falar em nome do presidente Frei António Baza, que não pôde chegar a tempo para a celebração. Frei Jorge disse que o sim desses jovens frades revigora a vocação de todos. No final, o Ministro Provincial agradeceu a Frei André e ao Coral dos Canarinhos: “Sagrado sem os Canarinhos não é Sagrado”, disse, dando em seguida a bênção final. Frei Augusto Luiz Gabriel e Moacir Beggo

O PEDIDO À FRATERNIDADE Ao meio-dia, na Oração antes do almoço, os professandos fizeram o pedido da Profissão à Fraternidade do Sagrado, em Petrópolis, na pessoa do guardião Frei Jorge Paulo Schiavini.

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FORMAÇÃO E ESTUDOS

Renovação dos Votos na Teologia: “Põe teus cuidados no Senhor e ele cuidará de ti”

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ue Deus vos abençoe e fortaleça a vossa vocação. E que sempre possam ouvir esse conselho que vale para todos nós: ‘Põe os teus cuidados no Senhor e ele cuidará de ti’”. Nove jovens professos temporários do tempo de Teologia ouviram esta orientação do guardião da Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus, Frei Jorge Paulo Schiavini, quando fizeram a sua Renovação dos Votos durante a Oração das Laudes, na Igreja do Sagrado Coração de Jesus de Petrópolis (RJ), às 8 horas do dia 4 de dezembro. Fizeram a Renovação dos Votos os jovens: Frei António da Silva Manuel, Frei Bernardo João Cassinda, Frei Daniel K. T. Tchikeva, Frei Danilo Santos Oliveira, Frei Domingos Cacanda Soma, Frei Elias Hebo Luís, Frei Evaristo Seque Joaquim, Frei João Manoel Zechinatto e Frei Pedro D. Caiungue Mugiba. Segundo o guardião, a Fraternidade

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Provincial e o novo Ministro Provincial Frei Paulo Roberto Pereira estavam unidos a este momento celebrativo na Província. Até a Profissão Solene, os professos temporários renovam os votos todos os anos. Esse grupo, formado por jovens de Angola e do Brasil, está na etapa de Teologia. Os professos do tempo da Filosofia, que residem em Rondinha, fizeram a renovação na solenidade da Imaculada Conceição de Maria. Na sua reflexão, Frei Jorge partiu do Evangelho em que Jesus diz que a messe é grande, mas os operários são poucos.

Pede que nós rezemos para que o Senhor da messe mande operários para realizar a colheita. Segundo Frei Jorge, é nessa força do seguimento de Jesus que depois os discípulos vão ser enviados para realizar uma grande obra de anúncio da boa nova da salvação. “Então, todos nós, batizados, somos esses discípulos, chamados a permanecer juntos como Senhor. Permanecendo na Igreja de Jesus Cristo, na participação dos sacramentos, buscando por uma vida espiritual, uma vida de oração”, disse. Para o guardião, especialmente os


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“confrades que vão renovar os votos”, fazem essa experiência: permanecer com o Senhor, para depois também serem enviados. Ele também lembrou que que mesmo os frades de profissão solene são chamados a entrar nesse movimento de renovação e de oração -’Pedi ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita’ - para “não esfriar e para que o Senhor continue enviando operários para a sua messe”. Frei Jorge leu um texto da Primeira Vida de São Francisco, segundo Tomás de Celano, capítulo 29, que tem relação com o Evangelho e esse momento celebrativo: “Por esse tempo, ingressou na Ordem um outro homem de bem, chegando a oito o número de irmãos. Então São Francisco chamou-os todos a si e, tendo-lhes falado muitas coisas sobre o reino de Deus, o desprezo do mundo, a abnegação da própria vontade e a mortificação do corpo, dividiu-os dois a dois pelas quatro par-

tes do mundo e lhes disse: ‘Ide, caríssimos, dois a dois, por todas as partes do mundo, anunciando aos homens a paz e a penitência para a remissão dos pecados; sede pacientes na tribulação, confiando que o Senhor vai cumprir o que propôs e prometeu. Aos que vos fizerem perguntas respondei com humildade, aos que vos perseguirem e caluniarem agradecei, porque através disso tudo nos está sendo preparado um reino eterno’. Recebendo o mandato da santa obediência com gáudio e muita alegria, eles se prostraram suplicantes diante de São Francisco. Ele os abraçava e dizia com ternura e devoção a cada um: ‘Põe teus cuidados no Senhor e ele cuidará de ti’ (Sl 54,23). Sempre repetia essas palavras quando transmitia alguma obediência aos irmãos”. “Vocês são chamados a serem discípulos de Nosso Senhor Jesus Cristo para viverem a penitência, como ouvimos neste texto, a hu-

mildade e anunciar a paz, por palavras e pelo testemunho. E que a vossa consagração possa também inspirar a todos nós, para correspondermos sempre a graça do Senhor, derramada constantemente em nossos corações. Que Maria interceda por todos nós e, de modo especial, por aqueles que mais sofrem, para que todos sejamos sustentados pela graça do Senhor”, concluiu. Terminada a reflexão, o mestre do tempo de Teologia, Frei Marcos Antônio de Andrade, chamou a cada um dos frades, que se postou diante do guardião Frei Jorge. Então, todos fizeram o pedido de renovação dos votos e depois se comprometeram dizendo: “Faço voto a Deus Pai santo e todo-poderoso de viver por mais um ano, em obediência, sem nada de próprio e em castidade, ao mesmo tempo prometo observar a Regra dos Frades Menores”. Agora, os frades estudantes fazem estágio pastoral nas Paróquias da Província e depois têm um tempo de férias para passar com os familiares. Retornam para iniciarem novo ano letivo em fevereiro. Frei Augusto Luiz Gabriel e Moacir Beggo DEZEMBRO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 657


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Rondinha: Frades renovam os votos e o vigor franciscano

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o dia 8, durante a Celebração Eucarística na Solenidade da Imaculada Conceição da Virgem Maria, os 24 frades de Profissão Temporária da Fraternidade São Boaventura em Campo Largo (PR) renovaram a Consagração a Deus e revigoraram a promessa de viverem fielmente os Conselhos Evangélicos nas mãos do Guardião Frei Jeâ Paulo Andrade, representante direto do Ministro Provincial. Na tarde do dia anterior, 7, os frades no Tempo da Filosofia prepararam-se para a renovação dos votos meditando a carta enviada à Província da Imaculada Conceição do Brasil pelo Ministro Geral Frei Massimo Fusarelli, OFM, no dia 15 de novembro deste ano. Tal carta expressa as diretrizes e reflexões levantadas pelo Capítulo Geral da Ordem dos Frades Menores realizado no mês de julho. Deste modo, percebendo

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as necessidades do mundo atual e acolhendo a inspiração do Espírito do Senhor, os frades se prepararam para dizerem “sim” ao dom da Vida Religiosa Consagrada Franciscana. A respeito desta preparação interior e fraterna, Frei Fernando Camaxilo Victor, frade no primeiro ano de Filosofia, compartilhou: “O caminho se faz caminhando, já dizia um poeta. Assim, não raro dizemos ou ouvimos que para se chegar aonde se deseja é necessário percorrer

um longo caminho. Percorrer o caminho significa viver a vida, degustar cada experiência – seja boa ou ruim –, colher os lucros e os fracassos de cada tempo existencial. Construir-se, por vezes demolir-se. Estar atento às encruzilhadas da estrada e tomar cuidado para não errar a direção”. “Entre vários ou inúmeros caminhos que a vida nos oferece, nós escolhemos a caminhada religiosa que, apesar dos desafios, estamos firmes e unidos, com a graça de Deus, neste caminhar rumos ao Pai Celeste. Uma das maiores alegrias que experimentamos durante esta vida, para mim foi a Primeira Profissão, talvez para os outros não. Mas, o que mais é importante é a alegria do Evangelho. A Renovação dos Conselhos Evangélicos vem fortalecer e confortar a confiança em Deus e aos irmãos dentro da mãe Fraternidade”, continuou o frade. No decorrer do ano, a Fraternidade São Boaventura


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encontrou fortes obstáculos como o luto e o confronto direto com a Covid-19, mas, com um olhar esperançoso, o mestre Frei Samuel Ferreira de Lima motivou os confrades dizendo: “A Renovação dos Votos é sempre um revigorar-se voltando às origens. Ao celebrarmos hoje a Festa da Imaculada, aquela que é toda cheia de graça e deixou-se inundar pela graça do Espírito, nós, como frades, só conseguimos viver a fidelidade ao seguimento na graça do Espírito porque é ele que renova, que restaura. Então quando dizemos o ‘sim’ novamente para a nossa Profissão, estamos dizendo que, com a nossa limitação, nossa fragilidade queremos revigorar o caminho, de forma a buscar com mais autenticidade esta experiência de fé, de consagração e de seguimento apaixonado por Cristo Jesus”. Durante a Celebração Eucarística na solenidade da Padroeira da Província iniciada às 10h da manhã, Frei Jeâ Paulo Andrade, guardião da Fraternidade e delegado pelo Ministro Provincial, Frei Paulo Roberto Pereira, para acolher os votos dos confrades de Profissão

Temporária, motivou em sua homília a perseverarem, como Maria, no “sagrado sim”. Além disto, Frei Jeâ ressaltou que “nós somos chamados e escolhidos para sermos santos e irrepreensíveis, como São Paulo. Precisamos levar a bom termo o que o Senhor pede a nós. Então realizamos, lutamos nesta caminhada, não por nós mesmos, mas pela causa do Reino. Passamos por dificuldades e alegrias na fraternidade por Jesus”. Por fim, o guardião da Fraternidade inspirou não só os Professos Simples, mas toda a Fraternidade a renovar ou a revigorar os seus votos: “Queremos renovar com vocês (confrades de Profissão Temporária) a nossa vontade de nos consagrarmos ao Senhor”. Após a celebração e renovação dos conselhos evangélicos, o representante dos frades no Tempo da Filosofia, Frei Marcelo Tadeu da Silva Cardoso, partilhou: “Os votos não são meras palavras que são ditas apenas para cumprir um rito, eles são a certeza de que nada me pertence ou nos pertence. Deus deu a vida a cada

frade, para bem servirmos a todas as criaturas e entregá-la a Ele, e nada melhor do que cumprir esse mandato em fraternidade, sendo obediente, casto e não tendo nada de próprio. Por isso, a caminhada que cada um enfrentou ao longo desse ano de 2021 foi a sua história e a maneira de se purificar, a exemplo de nosso Seráfico Pai, São Francisco, a fim de poder renovar com mais certeza e firmeza o seu compromisso com o Senhor, junto à Igreja e a todo o seu povo. Dito isso é hora de começar (uma nova história) porque pouco ou nada foi feito”. Os frades que encerraram o curso de Filosofia vão, após um período de férias, para o Ano Missionário, ou seja, para outras realidades da Província, fazendo parte de uma fraternidade e exercendo com ela as tarefas que a identidade franciscana as faz realizar. Frei Sérgio Hide Honna, frade que iniciará está nova etapa formativa, refletiu: “A Província espera que nós, neste Ano Missionário, possamos utilizar o que aprendemos em benefício das pessoas que iremos encontrar na missão. (...) Nós não podemos ficar alheios as diversas necessidades da própria Província”. Após o almoço festivo, os frades que renovaram os votos, como de costume, vão para as férias e para os diversos campos de evangelização e missão desempenhadas pelas Fraternidades que compõem a Província da Imaculada Conceição. Frei Bruno Dias de Deus e Frei Roger Strapazzon

DOM DIAMANTIINO PREGA RETIRO No mês de outubro, festa de São Francisco de Assis, os frades do Convento São Boaventura - etapa da Filosofia - se propuseram a revitalizar a experiência pessoal de fé e entrega de si mesmos ao Pai por meio do Evangelho. Utilizando desertos e partilhas sobre o Carisma Franciscano na atualidade, entre os dias 30 de outubro e 1º de novembro, os frades se preparam para a renovação dos votos. O pregador do Retiro foi Dom Diamantino Prata de Carvalho.


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Angola: 23 frades professos temporários renovam os votos

A

Missa de Renovação dos Votos ocorreu no mosteiro das Irmãs Clarissas, Sagrado Coração de Jesus, onde 23 frades de profissão temporária renovaram o seu ‘sim’ a Deus e aos irmãos por mais um ano

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na solenidade da Imaculada Conceição de Maria. Foi presidida por Frei João Baptista Chilunda Canjenjenga, delegado do Ministro Provincial, Frei Paulo Roberto Pereira, e concelebrada por Frei Laurindo Júnior, Frei João Bunga, Padre Sebastião Martins, Padre

Fernando Yandava e Padre Alcides Chivangu. A Missa foi animada pelas Irmãs Clarissas, e da participaram as Irmãs Franciscanas de Ingolstadt, Missionárias de Santa Teresinha, Irmãs da Luz, e fiéis da Paróquia São Lucas.


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Na homilia, o presidente da celebração começou felicitando os frades que entre tantas opções e modos de vida, escolheram a de ser menor e não seguir a lógica da sociedade que chama a ser maior, a ser superior. “É a pobreza que Francisco escolhe como meio de libertação, a pobreza enquanto despojamento de tudo, despojar-se, desfazer-se para recomeçar. A nossa vida deve ser feita de novo entre refazer-se, dia após dia, que nos leva à conversão permanente. Francisco é aquele que, na sua conversão, não só muda de atitude, de comportamento, de forma de pensar, ele também muda de lugar, sai da casa

do pai e vai ao encontro dos leprosos, sem medo de ser contaminado porque ele sabe que está com os médicos dos médicos, o Cristo Senhor”, disse o celebrante. “Os nossos confrades também, acolhendo o chamado de Deus na forma de vida franciscana, mudam de lugar, deixam a casa paterna para entrar num convento franciscano. A espiritualidade franciscana é esta identidade que faz a diferença entre ao viver no século e viver olhando para o alto”, observou. Após a homilia, seguiu-se o rito de renovação, onde os frades, diante do delegado do Ministro Provincial, prome-

teram viver durante um ano a vivência dos conselhos evangélicos ao modo de São Francisco de Assis. E, depois, houve o momento de assinaturas e abraços de felicitação. Antes da bênção final, Frei João Bunga agradeceu a presença de todos os presentes, de modo especial as quatro noviças das Irmãs Franciscanas de Ingolstadt, que neste dia haviam feito a sua vestição. Depois da Missa, realizou-se um jantar-recreio com todos os convidados. A Missa teve o seu início às 17h30. Frei Abel Ndala Sahuma Nganji e Frei Tomás Gaspar

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Da esq. para dir.: Almiro, Erick, Yure, Evandro, Paulo, Francisco, Zaros, Fiamoncini, Samuel e Lucas. Agachados: Vilmar e Filipo.

Noviciado “Interprovincial” começa no dia 15 de janeiro

O

Noviciado de 2022 terá 13 noviços de três Províncias Franciscanas: onze postulantes da Província da Imaculada Conceição do Brasil Almiro Luna Xavier, Erick Eduardo dos Santos, Felipe Miguel Fiamoncini, Felipe Zaros Granusso, Filipo Carpi Girão, Francisco Barbosa Mouzinho Junior, Lucas Alfredo Teston, Paulo Vitor da Silva, Samuel Cavalcanti do Amaral, Vilmar José Bittencourt Júnior e Yure de Oliveira Telles Souza; um noviço

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da Província São Francisco de Assis do Rio Grande do Sul - Evandro Siqueira; e um noviço da Província Argentina San Francisco Solano, Mateo Esteban Martinez Mikulic. Eles serão acolhidos no sábado, dia 15 de janeiro, durante a Celebração Eucarística, às 6h30, no Noviciado São José, em Rodeio (SC). Um dos momentos mais simbólicos e emocionantes da admissão dos noviços é a veste do hábito franciscano. Ali mesmo, du-

rante a celebração, ele se veste e passa a ser chamado de Frei. Durante o ano de Noviciado, este hábito é provisório, já que o definitivo o noviço receberá quando fizer a Primeira Profissão, no término deste ano de provação. Durante o ano, os noviços intensificam a vida em comum, entre eles e com a Fraternidade Formadora da casa, e participam também de algumas atividades na própria comunidade eclesial e de celebrações das outras casas franciscanas da região.


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postulantes, confrades e colaboradores que participaram da Missa. Yure Telles, agradeceu, em nome dos Postulantes. Após a Celebração, frades, postulantes, colaboradores deliciaram-se no almoço festivo de despedida do grupo que segue em 2022 para o Noviciado em Rodeio.

Postulantes concluem o ano e Frei Ruan renova os votos Na Celebração Eucarística da Solenidade da Imaculada Conceição, no dia 8 de dezembro, às 11h00, o grupo de 12 postulantes concluiu a primeira etapa de formação na Ordem e Frei Ruan Felipe Sguissardi renovou seus votos por mais um ano, após viver nesta fraternidade o Ano Missionário. Frei Claudino presidiu a Missa e foi o delegado do Ministro Provincial Frei Paulo Roberto Pereira para acolher os votos de Frei Ruan. Confrades da casa concelebraram

juntamente com Frei Sadi e Frei Rodrigo, ambos da Província São Francisco, do Rio Grande do Sul. Um dos doze postulantes, Evandro Siqueira, é de lá. Frei Rodrigo é quem fez a homilia. Iniciou-a cantando o refrão: “Maria do sim ensina-me a viver meu sim”, e com isso fez um link entre a Solenidade da Imaculada e a renovação dos votos, destacando Maria como modelo para a decisão e o contínuo sim que o religioso é chamado a cultivar, também nos momentos não tão favoráveis e de dificuldades. Também o refrão com que Frei Rodrigo terminou a homilia era bem sugestivo para o dia: “O Senhor fez em mim maravilhas, santo é o seu nome”. Antes de receber os votos de Ruan, Frei Claudino expôs o sentido profundo da profissão religiosa como sendo uma entrega da vida a Deus e aos irmãos e irmãs. Frei Walter de Carvalho Júnior, antes da bênção final, dirigiu-se aos

Íntegra da mensagem de Frei Walter de Carvalho Júnior: Queridos irmãos e irmãs, confrades, colaboradores, postulantes. Milton Nascimento e Fernando Brant compuseram uma música que ficou bem conhecida na voz da Maria Rita, e que, em dado momento, diz o seguinte: “Chegar e partir são só dois lados da mesma viagem. O trem que chega é o mesmo trem da partida. A hora do encontro é também despedida. A plataforma dessa estação é a vida desse meu lugar”. De fato, queridos postulantes, chegar e partir são dois lados da mesma jornada. E é sempre assim. Em cada passo que damos, em cada instante que vivemos, nós chegamos e partimos. Um passo é sempre uma partida e uma chegada. Cada segundo vivido é um ir e um chegar, mostrando-nos a grandeza do agora, do momento presente. De manhã, quando acordamos e pomos o pé no chão, o dia chega e a noite parte: acolhemos a vinda e a inauguração de um novo amanhecer e nos despedimos do escuro e do sono. Essa é a dinâmica da viagem de cada dia e de cada instante, é a dinâmica própria da vida. O que vale mesmo é a viagem, o caminho, a estrada. Se partimos ou chegamos, pouco importa. O que importa é vivermos a viagem com toda a intensidade e gratidão que pudermos ter. Partimos sempre porque sempre desejamos chegar ao melhor e ao mais belo, e quando julgamos tê-los alcançado, partimos de novo porque percebemos que sempre há mais o que fazer para ser melhor. E assim, dia a dia, instante a instante, vamos seguindo o trem de nossa vida. DEZEMBRO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 663


FORMAÇÃO E ESTUDOS

De um modo mais amplo, podemos dizer que também na vida franciscana experimentamos constantemente chegadas e partidas. Nossa permanente formação no seguimento de Jesus é esse trem que nos leva de estação em estação. São Francisco com certeza percebeu bem isso. E talvez por essa razão ele tenha insistido tanto no caráter itinerante da vida dos irmãos. Parar, acomodar-se jamais. Isso seria romper a dinâmica do caminho, do desejo e do sonho. O Postulantado foi para vocês uma estação, e a plataforma dessa estação foi tudo o que vocês puderam viver e experimentar com a generosidade e a entrega de cada um. Os freis - e por que não os colaboradores desta casa? - também fizeram com vocês essa estrada. É a estrada de vocês que traz sentido a esta fraternidade, porque nós, afinal, ainda que com nossos tropeços,

entramos nessa estrada de vocês também, como apoio, como ajuda. Mas, o grande diferencial é que na vida franciscana não deixamos para trás as estações que cruzamos. Deus queira que vocês sejam noviços postulantes, e depois professos noviços postulantes. Pois quando poderemos deixar de pedir, quando poderemos deixar de começar e de recomeçar? Como frades, seremos sempre postulantes e noviços, ou em outras palavras, estaremos sempre na estrada de chegadas e de partidas. Estaremos sempre na condição de “pedidores”, de suplicadores do dom e da graça de Deus, e buscaremos sempre a jovialidade do noviço, sempre iniciando, sempre começando, ou se preferirem, sempre recomeçando. Infeliz do frade que “conclue” a Formação Inicial e faz a profissão solene e se acha pronto, se acha acabado. Infeliz o frade que não se considera mais aprendiz. Isso facil-

mente acabará por sufocar a sua vocação. Disso nos alerta tão bela e emblematicamente o próprio São Francisco, quando, segundo o relato de Tomás de Celano (1Cel 103), já no final de sua vida, em meio a muitos sofrimentos, São Francisco diz: “Irmãos, vamos começar a servir a Deus, porque até agora fizemos pouco ou nada”. E Frei Celano completa: “Francisco não pensava que já estivesse conseguindo dominar-se, mas firme e incansável na busca da renovação espiritual estava sempre pensando em começar”. Obrigado, caros postulantes, por terem vivido neste ano a sua estrada conosco. Obrigado, confrades, obrigado colaboradores. Deus nos conceda sempre de novo chegar e partir, ir de estação em estação, nas vias e nas sendas do seu amor e da sua bondade, peregrinos que queremos ser da esperança, da alegria e da paz.

Fraternidade é tema do retiro final dos Postulantes Durante três dias (4 a 6/11), os postulantes da Província estiveram reunidos em retiro, no Seminário Frei Galvão, em Guaratinguetá (SP), tendo em vista o in-

gresso, no ano que vem, no Noviciado. Este retiro teve a orientação de Frei Robson Luiz Scudela, que é coordenador do Pró-Vocações e Missões Franciscanas

e da Frente das Missões. Ele motivou aos participantes a perceber a vontade de Deus em cada texto e em cada meditação. Sempre iniciando com o Evangelho do dia, foram trabalhados os sentidos da construção da vida fraterna e a formação da fraternidade de irmãos, pilar da Vida Religiosa Franciscana. Um dos questionamentos levantados por Frei Robson foi a forma que a história pessoal de cada um se confronta com a ação amorosa de Cristo na Cruz, e de que forma poderiam, em sua individualidade como postulantes, amar-se e doar-se à maneira de Cristo. Quais seriam as expectativas para a vida fraterna, os sacrifícios que cada um estaria disposto a realizar pelo bem da vida fraterna. Equipe de Comunicação dos Postulantes

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FORMAÇÃO E ESTUDOS

Admissão dos Noviços em Quibala A admissão dos Postulantes será no dia 8 de janeiro no Noviciado Santo Antônio, em Quibala, Angola, durante a Oração das Laudes, às 6h30: Daniel Bungwe Soma, Dionísio Katenque Chingui, Eduardo César Himi, Francisco Pedro Kapapelo Chitacumuta, Luís Mugiba, Manuel Franco Mununga e Pedro Caiombe Samuco.

Turma 2021 conclui Curso de Teologia No dia 07/12, às 9h, no Instituto Teológico Franciscano (ITF), aconteceu a Cerimônia de Colação de Grau dos formandos no curso de Bacharelado em Teologia do ano de 2021. Nesta turma de estudantes que concluíram o curso estavam os frades Gabriel Dellandrea e Hugo Câmara dos Santos. A cerimônia contou também com a presença de vários alunos, amigos e familiares dos formandos e vários frades alunos e professores do ITF, bem como com a presença do Diretor do Curso, Frei Ivo Müller, que conferiu aos formandos o título de bacharéis em Teologia. O evento foi bastante simples, mas envolvido de gratidão e carinho para com o Instituto, que foi muito louvado pelo ensino de qualidade pelos alunos concluintes. Durante a colação os alunos fizeram a oração da Liturgia das Horas, bem como também os momentos oficiais previstos, tais como o juramento e a colação de grau. Os formandos também puderam expressar a sua gratidão pelo ensino recebido através de falas espontâneas. Além disso, Frei Gabriel, em nome da turma, dirigiu algumas palavras de agradecimento. Eis o trecho final do agradecimento:

“Agora nos resta agradecer. Agradecer a todos os professores, colaboradores das diversas áreas e colegas do ITF. Nessa aventura da inquietude humana em busca de conhecimento vocês nos auxiliaram

no processo de reconhecer o poder que é aprender e servir. Embora nem tudo foi perfeito da nossa parte, nós nos ancoramos naquilo que nos aperfeiçoa. Por isso muito obrigado. Seu pudemos contemplar paisagens mais distantes é porque nós estivemos apoiados nos ombros de outros que nos permitiram essa visão. E nos perdoem por nossas faltas. Perdoem pelas nossas ingratidões, pelas vezes que nos limitamos, que fomos ausentes”.

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FORMAÇÃO E ESTUDOS

PRIMEIRA PROFISSÃO

D

Em Quibala e Rodeio

epois de viverem um tempo de graça e provação, como é chamado o Noviciado na formação franciscana, Frei Caio Santos da Silva recebeu a aprovação do Definitório Provincial para fazer a Profissão Temporária na Ordem dos Frades Menores. Esse momento será realizado durante a Celebração Eucarística no dia 28 de dezembro, presidida pelo Ministro Provincial Frei Paulo Roberto Pereira, às 19 horas, na Igreja São Francisco de Assis, em Rodeio, SC. Em Angola, na Fraternidade Franciscana Santo Antônio, em Quibala, 14 noviços farão a Primeira Profissão no dia 8 de janeiro, às 10 horas: Frei Benedito Cassoma, Frei Benjamim Njle Songa, Frei Bernardino Quessongo, Frei Castro Domingos Gaspar, Frei Dâmaso Tchembeka Muhepe, Frei Da-

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vid Avelino Damião Vicente, Frei Francisco Fernando Kanhanga Tchingandu, Frei José Cambanda Catimba, Frei José Gregório Severino, Frei Manuel Mbuta Chicunho, Frei Manuel Sabino Anapaz Kassindula, Frei Miguel Armindo Caquarta, Frei Pio Cutopa Chongolola e Frei Valter Muhongo Quimbundo. A profissão religiosa na Ordem Franciscana, emitida nas mãos do Ministro Provincial, Frei Paulo Pereira, faz-se nos seguintes termos: “Para louvor e glória da Santíssima Trindade. Eu, Frei N.N. , tendo o Senhor me dado a graça de seguir mais de perto o Evangelho e os passos de nosso Senhor Jesus Cristo, em tuas mãos, Frei César Külkamp, com firme fé e vontade, faço voto a Deus, Pai santo e todo-poderoso, de viver por um ano, em obediência,

sem nada de próprio e em castidade. Ao mesmo tempo, professo a vida e a regra dos Frades Menores, confirmada pelo Papa Honório, e prometo observá-la fielmente segundo as Constituições da Ordem dos Frades Menores. Entrego-me, pois, de todo o coração a esta Fraternidade, para que, pela ação eficaz do Espírito Santo, guiado pelo exemplo de Maria Imaculada, por intercessão de nosso Pai Francisco e de todos os santos, e com a ajuda fraterna de todos, eu possa tender constantemente para a perfeita caridade, no serviço a Deus, à Igreja e aos homens”. Esta é a 121ª turma do Noviciado de Rodeio e a terceira do Noviciado de Angola. Na Ordem Franciscana, os votos simples da profissão temporária são renovados anualmente até o momento da profissão solene.


FREI CAIO SANTOS DA SILVA

Benedito Cassoma Nascido a 23 de junho de 1999 Natural de Bailundo, Municipio de Bailundo, Província de Huambo

Nascimento: 12/10/1997 Naturalidade: São Paulo, SP

Manuel Mbuta Chicunho Nascido a 09 de outubro de 2003 Natural de Chinguar, Municipio de Bié, Província de Bié

Benjamim Njle Songa

David Avelino Damião Vicente

Manuel Sabino Anapaz Kassindula

Nascido a 11 de janeiro de 2000 Natural de Bailundo, Municipio de Bailundo, Província de Huambo

Nascido a 24 de abril de 1995 Natural de Samba, Municipio de Luanda, Província de Luanda

Nascido a 17 de agosto de 2002 Natural de Caconda, Municipio de Huíla, Província de Huíla

Bernardino Quessongo

Francisco Fernando K. Tchingandu

Miguel Armindo Caquarta

Nascido a 23 de julho de 1997 Natural de Bailundo, Municipio de Bailundo, Província de Huambo

Nascido a 01 de outubro de 2000 Natural de Cubal, Municipio de Cubal, Província de Benguela

Nascido a 18 de fevereiro de 1999 Natural de Ingombotas, Municipio de Luanda, Província de Luanda

Castro Domingos Gaspar

José Cambanda Catimba

Pio Cutopa Chongolola

Nascido a 25 de abril de 2000 Natural de Cazenga, Municipio de Luanda, Província de Luanda

Nascido a 04 de abril de 1995 Natural de Benguela, Municipio de Benguela, Província de Benguela

Nascido a 29 de novembro de 1998 Natural de Bailundo, Municipio de Bailundo, Província de Huambo

Dâmaso Tchembeka Muhepe

José Gregório Severino

Valter Muhongo Quimbundo

Nascido a 10 de dezembro de 1998 Natural de Cubal, Municipio de Cubal, Província de Benguela

Nascido a 04 de fevereiro de 1992 Natural de Lobito, Municipio de Lobito, Província de Benguela

Nascido a 24 de novembro de 2001 Natural de Viana, Municipio de Viana, Província de Luanda


Missão de Angola em festa com três ordenações presbiterais

C

om 31 anos de criação, a Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola estará em festa no dia 15 de janeiro: serão ordenados presbíteros Frei Canga Manuel Mazoa, Frei Mário Sampaio Pelu e Frei Santana Sebastião Cafunda. Eles serão ordenados às 9h30, no Kimbo São Francisco, em Luanda, pela imposição das mãos de Dom Filomeno do Nascimento, Arcebispo de Luanda. Eles escolheram como lema desta ordenação: “Apascentai o rebanho de Deus que vos foi confiado” (1Pd 5,2). Atualmente, a Fundação Imaculada tem seis sacerdotes angolanos. Segundo o Relatório ao Capítulo Provincial, a Fundação tem hoje 77 frades angolanos.

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CONHEÇA OS TRÊS FRADES ORDENANDOS FREI CANGA MANUEL MAZOA

conversas que tive com minha avó. Ela me disse que tinha um tio no seminário diocesano da minha cidade. E surgiu a curiosidade de saber o que era o seminário e como era a vida dos que moravam nele. Acho que é daí que a semente da vocação começou a ser despertada e mais tarde veio a oportunidade de aprofundar com os Frades Menores.

Natural de Kwanza Norte, Ndalatando, onde nasceu no dia 23 de março de 1993. Filho de Manuel Canga Mazoa e Domingas Francisco João, tem dois irmãos: Malamba e Lemos. Vem de uma família de orientação católica. O pai foi engenheiro e professor e a mãe bancária.

Comunicações – E como conheceu os Frades

Comunicações – Quando se deu o discernimento vocacional? Frei Canga – Difícil dizer quando começou, mas até onde tenho consciência foi em uma das

Menores? Frei Canga – Eu conheci os Frades Menores através da minha avó, que me fez o convite de conhecer as Irmãs Clarissas do Kimbo São Francisco, no Palanca. Até aqui não conhecia nada sobre os franciscanos. Após a celebração no Mosteiro das Clarissas, a minha avó me desafiou a contar todos os meus sonhos, desejos, a qualquer irmã Clarissa, pois julgava ela que as Clarissas falavam face a face com Deus. Ti-


FORMAÇÃO E ESTUDOS

nham o celular de Deus e a qualquer momento podiam fazer chegar os meus sonhos até Ele e vê-los realizados o mais rápido possível. Fui apressadamente falar com as irmãs e daí acabei conhecendo o outro lado do carisma franciscano, os Frades Menores. As irmãs disseram que lá era apenas um mosteiro feminino, mas que se eu fosse do outro lado do quintal, poderia falar com os frades. Então, tive a oportunidade de conversar com Frei Afonso Katchekele e Frei Laerte de Faria dos Santos. A partir daí, fiz a preparação vocacional e, em 2008, ingressei no Seminário Monte Alverne, Malange, onde hoje sou vice-orientador.

Comunicações – Então, sua ordenação será um momento feliz para sua avó? Frei Canga – Infelizmente, minha santa vovozinha faleceu tem um mês, ela que muito desejou e esperou por este momento, não poderá estar presencialmente, mas acredito que lá do céu ela estará me acompanhando, cantando e entoando hinos de louvor e ação de graças.

Comunicações – Por que escolheu a vida religiosa franciscana? Frei Canga – Os frades me acolheram muito bem quando fui pela primeira vez bater à porta deles.

Comunicações – Como se define Canga Manuel Mazoa?

Frei Canga – Alegre e apaixonado pela vida. Eu gosto de viver e vivo com alegria e intensidade todos os instantes da minha vida. Até os momentos tristes eu procuro celebrá-los, na perspectiva de que, no final, eles terão um desdobramento feliz.

é mais do que transmitir conteúdo. Formação é tudo: é presença, convivência, silêncio, oração e trabalho. É ser irmão. É aprender ensinando, segundo a perspectiva da partilha de dons.

Comunicações – Há espaço no mundo de hoje Comunicações – Como está a Fundação em termos de vocações? Frei Canga – Vocacionalmente segue vigorosa. Deus tem realmente nos abençoado com muitas vocações e com um nível aceitável de perseverança. Isso pede mais responsabilidade da parte de todos, de modo a continuar formando com qualidade e solidez o frade que nós desejamos a fim de responder aos desafios da Ordem e da Igreja.

Comunicações – Como está sendo sua experiência como vice-orientador no Seminário de Malange? Frei Canga – Uma experiência surpreendente que destaco em três pontos: O primeiro, convivência mais intensa com os confrades que já encontrei no Seminário, respectivamente: Frei Ermelindo, colega de turma do Noviciado; e Frei André Luiz Henriques, que já convivemos durante um ano no tempo da Filosofia no Palanka, Luanda. O segundo, gratuidade. Oportunidade de restituir com amor e criatividade tudo que me foi dado com muito carinho ao longo do processo da formação inicial. E o terceiro, a chance de ser irmão com os seminaristas: aprender que a formação

para o carisma franciscano? Frei Canga – Felizmente nosso carisma continua sendo atual, atuante e profético, na Igreja e no mundo. Atualmente, onde a bandeira mais levantada e suscitada é a ‘eulatria’, a sacralização do eu, de alguma forma o carisma franciscano – hoje muito divulgado e querido pelo Papa Francisco -, pode ser uma proposta de saída do autorreferenciamento para o reencontro daquilo que sempre fomos: alteridade, ou melhor, existir para o outro. Na compreensão de que todos somos irmãos, teias de relações e nunca ilhas.

Comunicações – Que mensagem deixaria para quem quer seguir os passos de Francisco e Clara? Frei Canga – Francisco e Clara são modelos seguros e comprováveis que nos levam a Cristo. Porém, não a qualquer Cristo, mas àquele Cristo pobre, humilde e crucificado. Pobre porque nos abre para o Deus da vida; humilde porque nos leva ao encontro da nossa verdadeira essência, o humus (terra); e crucificado, porque nos abre aos outros. Portanto, ser franciscano é um caminho de felicidade, construído todo dia na relação saudável com Deus, com os irmãos e com a criação.

FREI SANTANA SEBASTIÃO CAFUNDA

Comunicações - Quando se deu o seu discer-

Comunicações - Por que escolheu a vida reli-

Natural de Malange (Malanje), mas cresceu em Luanda. Seus pais são Belege e Antonica. Vem de uma família cristã que desde cedo procurou formar os filhos nesta ética. “Somos cinco irmãos, três deles com suas outras famílias constituídas”.

nimento vocacional? Frei Santana - Penso que se deu aos poucos, na medida em que, por um lado, fui me aproximando dos vocacionados de minha paróquia, acompanhando, no início, os meus amigos em seus ambientes. Uns curiosos e outros decididos a conhecer mais de perto a vida religiosa consagrada, assim como a vida no seminário. E por outro lado, o testemunho de vida de um religioso consagrado que conheci também foi muito importante. Este religioso seria meu confrade anos depois.

giosa franciscana? Frei Santana - Sempre gostei de estar entre amigos, conversar um pouco, compartilhar a vida de maneira muitas vezes bem-humorada. E o frade de quem falei há pouco manifestava uma forma de vida próxima a isso que chamo de “estar junto”. Não mais, entre amigos exclusivamente, mas entre irmãos. E manifestava esta forma de maneira contagiante. A forma como lidava com as pessoas, em geral, era muito acolhedora e fraterna. O mesmo ocorria na forma como celebrava a Eucaristia. Via nisto tudo uma forma concreta e muito bonita de viDEZEMBRO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 669


FORMAÇÃO E ESTUDOS

ver aquilo que aprendia na Igreja como vivência do “reino de Deus”. Nesta ocasião, eu participava da vida da Igreja na Paróquia de Santa Ana, comunidade São José (atual matriz da Paróquia de São Lucas que os frades atendem).

Comunicações - Como se define Santana Cafunda? Frei Santana - Um misto: alegre, brincalhão, silencioso e observador.

Comunicações - Há espaço no mundo de hoje para o carisma franciscano?

FREI MARIO SAMPAIO PELU

Natural de Benguela, bairro Cotel, onde nasceu no dia 20 de agosto de 1988. Cresceu com os cuidados da mãe Antónia Nondjamba e de suas irmãs que muito contribuíram para sua educação e formação acadêmica. O pai Adriano Pelu, de feliz memória, partiu para casa de Deus muito cedo. A educação religosa recebeu dos familiares, especialmente da mãe cristã católica muito devota. “Ela é para mim uma heroína, como muitas mulheres angolanas, que tudo fazem para que não falte nada em sua mesa. Hoje, me sinto feliz por aprender muito com ela, principalmente a se relacionar bem com os outros. Como mãe, cumpriu sua missão e está na glória de Deus pai”, conta Frei Mario. Tem 11 irmãos e ocupa o 9º lugar.

Comunicações - Quando se deu o discernimento vocacional? Frei Mário Pelu - Foi no ano 2008 por intermédio de um colega Cornélio do ensino médio que entrou no seminário, despertou em mim o chamamento de Deus. Eu, estava longe da Igreja

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Frei Santana - Sim, com certeza. Num mundo de muitos esperançosos e outros tantos desistindo de suas esperanças, a vivência do carisma franciscano se torna um sinal de que ainda vale a pena acreditar no reino anunciado por Jesus Cristo e traduzido de muitas formas por Francisco de Assis para os de seu tempo. E hoje, para nós. Num mundo de crescente isolamento social e falta da cultura da vizinhança, o ideal de vida fraterna testemunhada pelos frades é sinal de que vale apenas acercar-se de pessoas, compartilhar a vida, etc. Num mundo de

crescente indiferença interpessoal, particularmente a indiferença com os mais pobres, o carisma franciscano sinaliza que todos somos iguais diante de Deus e nada mais. Por isso, o outro importa, nos desafia, conflitua e se torna necessário para o nosso crescimento enquanto pessoas.

na adolescência, abandonei completamente a participação da vida ativa da Igreja. Agora, considero-me filho pródigo. Agradeço a Deus por ter me interpelado na pessoa dos meus colegas, começando pelo meu colega Cornélio, que me explicou como fazer parte do grupo vocacional e entrar no seminário, e mais tarde, o Stfany que me levou à igreja e me apresentou no grupo vocacional da missão de Nossa Senhora de Nazaré em Benguela e, consequentemente, conheci o carisma franciscano e os frades. Desde sempre recebi o apoio incansável dos meus familiares na minha opção vocacional, e dou graças a Deus por tudo.

frades não têm morada fixa, são forasteiros, e também, a espiritualidade franciscana de viver o evangelho. Os frades não têm uma atuação específica para testemunhar o evangelho, se compararmos com as demais congregações ou ordens. Isto me fascinou quando minha promotora vocacional, Irmã Afonsine Kahembe, apresentou para nós cada carisma. Foi uma experiência sem igual.

Comunicações - E como conheceu os Frades Menores? Frei Mário Pelu - Eu conheci os frades por meio das Irmãs Franciscanas Missionárias de Maria, na missão de Nossa Senhora de Nazaré, em Benguela. Na diocese não há presença da Ordem dos Frades Menores. As irmãs franciscanas fazem um belo trabalho no acompanhamento vocacional e promovem a espiritualidade franciscana na Diocese. O primeiro frade Menor que conheci foi Frei Afonso Katchekele, em 2009, numa visita pastoral vocacional.

Comunicações - Por que escolheu a vida religiosa franciscana? Frei Mário Pelu - Escolhi a vida religiosa franciscana porque gosto da vida missionária e os

Comunicações - Que mensagem deixaria para aqueles que querem seguir os passos de Francisco e Clara? Frei Santana - Atreva-te experienciar! É desafiante, mas muito interessante.

Comunicações - Há espaço no mundo de hoje para o carisma franciscano? Frei Mário Pelu - O carisma franciscano é sempre atual; é o evangelho gritando nas praças públicas, pela dignidade da pessoa humana, pelo cuidado da casa comum, por um mundo mais justo, fraterno e de paz. A espiritualidade franciscana congrega tudo e todos. É da fraternidade universal; todos somos irmãos, independentemente das nossas diferenças.

Comunicações - Que mensagem deixaria para quem quer seguir os passos de Francisco e Clara? Frei Mário Pelu - A mensagem que deixo é de encorajamento. Que as pessoas não tenham medo de tomar decisões, por mais que se erre na escolha, há sempre um caminho para recomeçar. Deus sempre abre um novo caminho até que se acerte a direção. Portanto, ser franciscano é uma opção para você, porque Francisco e Clara nos apontam para Cristo, pobre, humilde e crucificado.


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Província ganha três acólitos para o serviço do altar

N

a festa de São Pedro Alcântara, o santo franciscano Padroeiro do Brasil, da cidade de Petrópolis, da sua Catedral e Diocese, três frades - Frei Augusto Luiz Gabriel, Frei David Belineli e Frei Honorato Salvador Gaspar Gabriel - deram mais um passo no processo formativo em vista dos ministérios ordenados na Província Franciscana da Imaculada Conceição. Esses três jovens foram instituídos acólitos pelo pároco Frei Jorge Paulo Schiavini, delegado do Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, durante a Celebração Eucarística, às 18 horas, na Igreja do Sagrado Coração de Jesus. Frei Jorge teve como concelebrante o mestre do tempo de Teologia Frei Marcos Antônio de Andrade, que após a proclamação do Evangelho, chamou os frades candidatos a receberem o Acolitado, dando início ao rito de Instituição de Acólitos Na sua homilia, Frei Jorge destacou que as leituras do dia apontavam o sentido do serviço na vida cristã e na vida de fé. “Nós somos chamados pela graça de Deus e depois temos que dar essa resposta que vocês estão dando nesta noite e que não para durante a vida. De alguma forma, também nós somos chamados a dar uma resposta a Deus”, acrescentou. Segundo Frei Jorge, para bem desempenhar essa função, “pensa-se que é necessário estudar, conhecer, mas como vimos aqui

FREI HONORATO

é necessário uma atitude de vida”, exortou. “Então, vocês recebem hoje um serviço, um ministério da Igreja. É também uma responsabilidade maior e um chamado a se unirem mais a Cristo pela fé, pela oração e pela contemplação e assim realizar bem esse serviço nessa atitude de amor, assim como Jesus fez”, concluiu. Após a homilia, os três candidatos se ajoelharam diante do pároco no presbitério. Frei Jorge invocou as bênçãos de Deus sobre os candidatos. Depois, cada um recebeu a patena das mãos do pároco, símbolo do Corpo e Sangue de Cristo e do amor e

FREI AUGUSTO

reverência à mesa do Senhor e à Igreja. Já instituídos acólitos, durante o ofertório, Frei Augusto, Frei David e Frei Honorato prepararam o altar do Senhor. Enquanto isso, a assembleia entoou o canto ‘Grande É o Senhor”. No encerramento do rito, Frei Jorge pediu para aos novos acólitos se voltassem para a assembleia e recebessem uma salva de palmas. A Santa Missa terminou com a bênção de Santo Antônio. Frei Thiago da Silva Soares (fotos) e Moacir Beggo (texto)

FREI DAVID

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FORMAÇÃO E ESTUDOS

SEMANA TEOLÓGICA

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A Teologia Bíblica e as Fontes Franciscanas da “Fratelli Tutti”

omeçou no dia 19 de outubro, a XXII edição da Semana Teológica com o tema: “Fratelli Tutti: Sobre a fraternidade e a amizade Social - Caminhos e desafios para a fraternidade universal”. Organizada e realizada pelo Instituto Teológico Franciscano de Petrópolis (ITF) em parceria com a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC -Rio), a Semana Teológica é um evento científico teológico entre discentes e docentes e uma oportunidade de reflexão teológica, a partir de temas voltados para a atualidade eclesial e acadêmico-social. Neste ano, por razões já conhecidas, aconteceu de forma on-line. O reitor do Departamento de Teologia da PUC-Rio, Pe. Waldecir Gonzaga, deu início ao encontro com uma breve reflexão e acolhida. Segundo ele, a pandemia trouxe-nos desafios, mas não nos tirou a possibilidade do encontro virtual. Recordou que no ano passado já se usou desta modalidade e formato para a realização deste evento. “O futuro nos indicará com certeza as opções e os caminhos a serem tomados e seguidos”, disse. Também fez memória dos mais de 600 mil mortos da pandemia e lembrou: “É preciso que continuemos a nos cuidar”. “Que sejamos fraternos e solidários, especialmente com os mais pobres”, acrescentou. Expressou também sua solidariedade para com a Conferência Nacional dos Bispos (CNNB) e

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a Dom Orlando Brandes frente às ofensas sofridas por um deputado nos últimos dias. Por fim, lembrou que o evento também está sendo transmitido pelas redes sociais do Instagram, Facebook e YouTube e é aberto ao público. Frei Elói Dionísio Piva, representando o corpo docente e discente do ITF, também saudou a todos. “Tenho a alegria de fazer parte do ITF nos seus mais de 120 anos. Quero transmitir a todos a satisfação de estar presente e também de organizar este evento”, sublinhou. Fez memória dos inícios da Semana Teológica e das atualizações na metodologia do evento. “Hoje continuamos com essa belíssima missão de incentivar a pesquisa teológica, buscar as razões de nossa fé e de fazer o discernimento de sua incidência no mundo atual. No decorrer do tempo, progredirmos e ampliamos as fronteiras na busca do discer-

nimento da fé, em resposta às questões de hoje. Somos felizes de poder levar adiante esta missão e contribuição para um mundo melhor nas várias possibilidades e desafios”, destacou.

Teologia Bíblica da Fratelli Tutti Após as boas vindas, apresentações agradecimentos e acolhida deu-se início à conferência sobre a “Teologia Bíblica da Fratelli Tutti”, com assessoria do Pe. Waldecir Gonzaga. Para ele, a Teologia Bíblica presente na Fratelli Tutti é a Teologia da Fraternidade, da Amizade, da Solidariedade, de um agir de Deus criador e que pede que cuidemos da obra do criado em vista do bem comum e do equilíbrio de toda a obra criada. “O Papa Francisco convoca o homem a colaborar na obra da criação de Deus, exercendo sua corresponsabilidade, pelo bem


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de todos os irmãos e irmãs. Ele apresenta vários ângulos que podem ser trilhados de forma magistral, pela sua centralidade dialógica, antropológica, profética, cristológica, pneumatológica, mariológica, pastoral-comunitária etc. Aliás, a figura central para este diálogo é o próprio Cristo, com seu agir em vista do projeto do Pai”, ensinou. Segundo o reitor da PUC-Rio, a Igreja que emerge da Fratelli Tutti é uma Igreja que parte do humano como um lugar existencial, como parte integrante de Deus para o bem comum. Para isso, mesmo que ela é chamada a entrar em diálogo com o mundo e superar a dicotomia reinante entre profano e sagrado. “Ela também é chamada a reconhecer-se como parte integrante de tudo aquilo que é humano, daí emana sua participação e colaboração na agenda sociocultural do mundo, em vista do bem da Casa Comum e da família humana e da fraternidade universal”, sublinhou. “Porém, esta é uma Encíclica que nos coloca diante do tema e do problema da Fraternidade entre nós. É sem sombra de dúvidas uma grande oportunidade para se avaliar a fraternidade e amizade entre nós, sobretudo com os mais fragilizados”, acrescentou.

As fontes Franciscanas da Fratelli Tutti No segundo momento da manhã, coube a Moema Miranda, franciscana secular e docente do ITF, falar sobre “O franciscanismo: As fontes da franciscanas na Fratelli Tutti”. Moema começou ressaltando a importância dos Escritos franciscanos na elaboração da recente Encíclica do Papa Francisco, que no último dia 3 de outubro completou seu primeiro ano. Logo de início disse ser necessário pensar a Encíclica Fratelli Tutti em uma perspectiva mais ampla do magistério do Papa Francisco. “Uma primeira ligação se dá na Exortação Apostólica ‘Alegria do Evangelho’,

que se desdobra na Encíclica ‘Laudato Si’ e que se expressa na Encíclica Fratelli Tutti”, introduziu. A franciscana lembrou que a Fratelli Tutti foi escrita na ambiência da pandemia da Covid-19. E para ela, essa é a grande marca. “Quem de nós não se lembra daquela imagem impressionante do Papa Francisco sozinho no meio da praça São Pedro fazendo a religação litúrgica entre céu e terra, naquele momento em que a pandemia era tão forte?”, perguntou. E lembrou que mesmo que a Encíclica Fratelli Tutti já estivesse em formulação naquele tempo, ela é contextualizada e oferecida dentro da ambiência da Covid-19. Por isso, precisa ser compreendida não como uma grande surpresa, visto que a pandemia estava prevista pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e por cientistas como uma possibilidade. “Ela não é um raio em céu de brigadeiro”, afirmou. “A pandemia é um resultado cumulativo da forma como nós seres humanos fomos usando e abusando do planeta no qual nos foi dado viver e a partir do qual nós somos o que somos. A pandemia é resultado do excesso de desmatamento, da destruição de biomas que transformam pequenos vírus que habitam animais em patógenos, e resultado de uma globalização brutal de indiferença”, lamentou. Para a franciscana secular, na ‘Alegria do Evangelho’, o Papa Francisco coloca as bases pelas quais vai desenvolver o seu magistério. “A alegria como um elemento constitutivo da

Boa Nova de Jesus. A alegria como um elemento constitutivo do ser e estar no mundo ao qual nos pertencemos e pelo qual nós somos nutridos”, discorreu. Em um segundo momento, o Papa escreve a Laudato Si’ e recolhe os avanços não só da Igreja Latino-americana mas de diversas outras conferências e dialoga com teólogos e teólogas que já vinham tematizando a questão socioambiental. Para Moema, quando o Papa recolhe essas reflexões ele as coloca no ponto mais alto da Igreja Católica, ele verbaliza, vocaliza e externaliza uma compreensão que é de fato uma revolução copernicana. O Papa dialoga com tudo isso e recola os vínculos profundos entre nós, seres humanos, e o conjunto da criação. É como se ele nos convidasse a voltar pra casa”, ressaltou. “O mundo que nós vivemos hoje é um mundo que sistemicamente atua e se organiza em torno do que o Papa, no diálogo deste final de semana, chamou de um sistema que leva ao suicídio, ecocídio e genocídio. Então, a visão do Papa não é a visão de pequenos problemas que estão sendo construídos por uma economia do descarte, não! É a visão de um sistema nominado, de um sistema capitalista que se organiza de uma tal forma no atual momento da história que se torna suicida, ecocida e genocida. E é diante deste sistema que o Papa Francisco faz a todos nós um chamado pela fraternidade e por uma atuação samaritana”, explicou. DEZEMBRO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 673


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Elementos da herança Franciscana no Magistério do Papa Na sequência, Moema apresentou cinco elementos que segundo ela, são extremamente importantes da herança franciscana. Esses elementos foram retomados, atualizados, intensificados, rezados e expressos teologicamente, socialmente e estão consolidados na Fratelli Tutti, dentro do magistério do Papa Francisco. Abaixo, apresenta-se na íntegra: 1 - Um primeiro elemento da herança franciscana que o Papa Francisco tem em comum nesses documentos e no seu próprio pontificado é o vínculo com o mundo. Uma espiritualidade da terra, para seres da terra. Para seres que somos nós. Seres abertos à transcendência. Em todo o seu magistério, o Papa faz uma retomada da presença no mundo. São Francisco dizia ‘o nosso claustro é mundo’. São Francisco se desnudou do que era os elementos do vestuário que o colocavam em um determinado lugar, perto da ordem dos maiores, e se desnudou e saiu dos muros da cidade para se reencontrar em outro lugar do mundo. Ao caminhar no mundo ele foi se dando cada vez mais conta da presença infinita da misericórdia de Deus em toda a criação. O primeiro elemento constitutivo é este de compromisso com o mundo, com a justiça, a igualdade. São Francisco, desde as suas primeiras orações, até o Cântico das Criaturas, escrito já no final de sua vida, expressa a importância da paz construída social e politicamente. Expressa o compromisso de estar no mundo e na terra. Uma espiritualidade que nos vincula e nos coloca questões teológicas importantes. Seria possível a cura das almas se nós não nos comprometêssemos com a salvação do mundo? É possível uma salvação individual quando nós estamos em um mundo ameaçado de destruição pela própria ação dos seres humanos? Por isso, o Papa Francisco fala do poder humano que é usado de forma destrutiva. Este é o primeiro elemento do franciscanismo que está

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presente e reatualizado no magistério do Papa Francisco. 2 - Um segundo elemento está no título da ‘Alegria do Evangelho’, que é justamente o elemento da alegria. Spinoza dizia que a alegria é a potência transformadora mais importante que nós temos no mundo. A alegria é essa força transformadora que muda, atua, que permite que nós sejamos expressão de Deus e atuemos no mundo. A alegria do Evangelho, mas a alegria do ser e estar no mundo. São Francisco era conhecido como o santo louco, como o santo que esbanjava essa alegria. Uma alegria que vem da própria vida, uma alegria que vem da conexão profunda, uma alegria que vem do sentimento construído pelo Evangelho e pela presença de Jesus encarnado gratuitamente. Alegria como expressão dessa amorosidade que transborda do coração de Deus e no seu transbordamento, cria e recria o mundo. 3 - Um terceiro elemento da herança franciscana que o Papa Francisco trabalha de uma maneira magistral é a fraternidade universal. Esse elemento, na Fratelli Tutti, o Papa tenta qualificar para que nos superemos um antropocentrismo que nos leva à destruição presente. Como se toda a criação fosse feita para a chegada dos seres humanos e como se nós fôssemos a quintessência. Como se nós fôssemos aquilo para o qual tudo se dirige. São Francisco, na saída da cidade, no despojamento das vestimentas que o aprisionavam em um determinado lugar social, se reconhece um com as outras criaturas, habitado por outras criaturas. Essa conexão profunda, essa fraternidade, esse lugar de sermos um no cosmos muito mais amplo. Nossa casa é um pequeno planeta em um universo imenso. Os elementos da fraternidade universal nos recolocam como seres humanos, como um entre as árvores, animais, seres vivos e viventes, uma compreensão de vida inclusive que é muito mais ampla. São Francisco desenvolve essa sabedoria intrínseca a toda criatura e ser criado. E por isso, tudo tem valor aos olhos de Deus. A partir dessa com-

preensão da fraternidade universal é que São Francisco e o Papa nos estimulam para termos e desenvolvermos novas concepções e imagens de Deus. 4 - O quarto elemento está no cerne da Fratelli Tutti. É o elemento da solidariedade. Solidariedade que não é um sentimento romantizado. Hoje, o mercado nos leva a um amortecimento na relação com tudo o que é descartado. Nós sabemos que no mundo de hoje prescindimos de uma parte imensa da humanidade. Existe uma parte da humanidade que hoje é descartada. E é diante dessa cultura do descarte, que é uma cultura sistêmica, que o Papa Francisco, como São Francisco, retoma esse elemento profundo da solidariedade que se faz ação na polis, ação na política, na transformação do mundo. 5 - Por fim, temos o caminho que São Francisco e o Papa Francisco encontram e que a Fratelli Tutti coloca como essencial, que é o caminho da fraternidade. Construir fraternidade, espaços de convivência humana, espaços onde nós nos humanizamos juntos. Espaços em que cada um de nós, a partir desta convivência, se faz mais generoso e profundamente cristã. A Igreja é feita para fora de si mesma, para a solidariedade, para a fraternidade, para o caminho conjunto. É na partilha do pão, no companheirismo, no sentir-se juntos que nos fazemos profundamente cristãos. São Francisco compreendeu essa importância fundamental da fraternidade. É ela que nos humaniza. Para Moema, todas essas perspectivas franciscanas podem parecer loucas e são, aos olhos de um sistema de morte, de acumulação e de egoísmo. “Mas, quando olhamos para o mundo vemos que louco é um sistema que pode levar à extinção todas as possibilidades de vida do planeta. É louco um sistema que não respeita os limites do planeta, que não acolhe a humanidade quando temos condições de viver bem e em harmonia. É a esse compromisso que a Fratelli Tutti chama e que São Francisco e o Papa retomam”, ensinou.


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2º DIA

Diálogo e Fraternidade Universal a partir da “Fratelli Tutti” O segundo dia da XXII edição da Semana Teológica teve como palestrantes Frei James Luiz Girardi e Maria Clara Bingemer. Após a oração inicial preparada pelos Frades do Tempo da Teologia de Petrópolis (RJ), o professor e religioso franciscano, Frei James Luiz Girardi iniciou sua explanação afirmando que a Fratelli Tutti é um documento que não se esgota em pouco tempo. “Podemos fazer várias abordagens e muitos estão se debruçando sobre está Encíclica”, introduziu. Frei James informou que sua apresentação se daria na perspectiva do diálogo como um dos possíveis caminhos para a construção da fraternidade e explicou que a palavra diálogo, muito usada pelo Papa Francisco, aparece mais de 50 vezes na Encíclica Fratelli Tutti, sem contar as outras tantas palavras correlatas como: aproximar-se, expressar-se, ouvir-se, olhar-se, conhecer-se, esforçar-se por entender-se, dentre outras. Para Frei James, o diálogo é algo imprescindível para o atual momento histórico. Numa sociedade em que a pluralidade é fato e não um desafio passageiro, mais do que necessário é preciso criar estilos de vida que possibilitem o encontro. “A atual sociedade é múltipla e diversa. Devemos como operários da convivência ir tecendo a teia que possibilite o que a Encíclica Fratelli Tutti nos aponta: A Fraternidade e amizade Social. O diálogo aqui é entendido como uma construção, um processo, uma verdadeira artesania”, frisou. Segundo o franciscano, a palavra diálogo não aparece no texto da Encíclica apenas como uma ideia, um conceito, mas como uma prática, uma forma de vida, sem a qual não é possível a fraternidade e a amizade social. “Já na introdução

da Encíclica, o Papa Francisco deixa claro e nos situa aonde quer chegar”, lembrou. “O diálogo com todas as pessoas de boa vontade é premissa indispensável para este momento. Trazer o tema do diálogo hoje, tendo em conta toda a situação de não diálogo que nos encontramos é não somente necessário como urgente. Uma das expressões que o Papa Francisco muito usa em seus escritos e pronunciamentos, é de que, devemos construir pontes e não muros. As pontes

unem, possibilitam o encontro, os muros dividem, separam”, observou. Citando o parágrafo 211 da Encíclica Fratelli Tutti, disse: ‘Em uma sociedade pluralista, o diálogo é o caminho mais adequado para se chegar a reconhecer aquilo que sempre deve ser afirmado e respeitado e que ultrapassa o consenso ocasional’. “Portanto ao fazermos uma leitura da Encíclica a partir desta ótica dialógica, queremos, compreender que o diálogo mais que um conceito é uma

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forma de vida, compreende-lo como um processo, um caminho, uma tarefa humana a ser realizada”, acrescentou. Frei James que atualmente trabalha na Paróquia São Francisco de Assis, na Baixada Fluminense, fez um estudo mais aprofundado do capítulo II e VI da Encíclica, sem deixar é claro, de ter uma visão sobre todo o texto da Encíclica e apresentou a relevância do diálogo para as questões atuais.

Fraternidade universal a partir da “Fratelli Tutti” O segundo período da manhã contou com a participação da doutora em Teologia, Maria Clara Bingemer. Logo no início de sua explanação, a docente da PUC-Rio ressaltou que na Fratelli Tutti o Papa Francisco resgata os principais documentos e pronunciamentos de seu pontificado para falar da fraternidade humana. “É um projeto tão adiado e ao mesmo tempo tão urgente. Deixa claro desde o início do documento que a fraternidade que ele propõe é a fraternidade universal, como universal é a proposta do Deus de Jesus”, introduziu. Segundo ela, o parágrafo 6 da Encíclica explica essa proposta, onde o Papa Francisco revela que a Fratelli Tutti não pretende resumir a doutrina sobre o amor fraterno, mas detem-se na sua dimensão universal e na sua abertura a todos. Citando o Sumo Pontífice, disse: “Entrego esta encíclica social como humilde contribuição para a reflexão, a fim de que, perante as várias formas atuais de eliminar ou ignorar os outros, sejamos capazes de reagir com um novo sonho de fraternidade e amizade social que não se limite a palavras”. Maria Clara afirmou que o Papa Francisco faz na sua Encíclica uma nova e inspirada síntese, onde a figura de Francisco de Assis continua sendo um farol iluminador apontando o caminho,

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tal como foi na Laudato Si’. “A marca da universalidade está presente ao longo de todo o documento. A Encíclica traz uma inspiração ecumênica e mesmo inter-religiosa. E, assim como na Laudato Si’, Francisco na Fratelli Tutti, mais uma vez, inspira-se em São Francisco para dar essa mensagem extraordinária e bela”, destacou. Segundo a palestrante, foi o Poverello de Assis que motivou o Bispo de Roma a escrever esta notável Encíclica dedicada à Fraternidade e Amizade Social. “Escreveu ‘todos os irmãos’, para se dirigir a todos os irmãos e irmãs e propor um modo de vida com sabor evangélico. São Francisco é aquele que se sentia irmão do sol, do mar, do vento e sabia que estava ainda mais unido aos que eram da sua carne, os seus semelhantes, especialmente com os pobres e abandonados deste mundo”, ressaltou. A palestrante ressaltou que o Papa também se inspirou na atitude ecumênica de Francisco de Assis ao relembrar e valorizar a visita do santo ao Sultão no Egito, no auge das cruzadas, buscando o encontro e o diálogo e mostrando assim um coração sem limites, capaz de ir além das distâncias de origem, nacionalidade, cor ou religião. “Essa passagem da vida de São Francisco é extraordinária”, salientou. Explicou ainda que o Papa, na redação da Laudato Si’, teve uma importante fonte de inspiração em seu irmão Bartolomeu - patriarca ortodoxo que propôs fortemente o cuidado da criação -, e que na Fratelli Tutti, sentiu-se especialmente estimulado pelo grande irmão Abd Al-Fattah, com quem já havia se encontrado em 2019 em Abu Dhabi, para lembrar que Deus criou todos os seres humanos iguais em direitos, deveres e dignidade e os chamou para viverem entre irmãos entre eles. Para Maria Clara, Francisco faz um

diagnóstico mencionando os sonhos de integração da humanidade que já fracassaram ou que estão bastante ameaçados, e que estes seriam os passos para uma universalidade. Segundo ela, o papa conclui que a globalização conectou os indivíduos, mas não conseguiu realmente superar o individualismo e formar comunidades e fraternidades. Neste ambiente, onde a única aspiração é consumir sem limites, o Papa constata que a política perdeu sua caraterística de discussão sadia sobre projetos de longo prazo para o bem comum, e se tornou um punhado de estratégias menores que visam a destruição do outro para obter vantagens, posições que trarão benefícios apenas para alguns. “Isso vemos em nosso quotidiano, infelizmente”, lamentou. Segundo ela, enquanto na Laudato Si’, o Papa propõe uma conversão ecológica que levasse todos a se entenderem como seres vivos que coexistem, vivem, convivem e cuidam de uma Casa Comum, agora ele se volta para a humanidade e deseja que ela compreenda que cuidar do mundo significa cuidar de si mesma. “Toda verdadeira experiência de solidariedade nasce debaixo, do subsolo da realidade, nasce a partir dos últimos, porque a única condição de recomeçar é sempre a partir debaixo. Isso é uma coisa tão simples na sua obviedade que nos perguntamos se de fato é assim mesmo. Se começamos de cima, muita gente fica de fora. Foi a constatação que os bispos em Medellín, em 1968 fizeram achando que iriam chegar a todos e não chegaram. O ponto de partida são os pobres, porque assim incluiremos a todos”, disse. Terminou sua explanação citando Charles de Foucauld, afirmando que ele gostaria de ser um irmão universal, mas que isso só aconteceu quando ele se identificou com os últimos da sociedade.


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3º DIA

“Aspectos Pastorais da Fratelli Tutti” e a “Fraternidade nos escritos de São Francisco”

Terminou no dia 21 de outubro, a XXII edição da Semana Teológica do Instituto Teológico Francisco (ITF) de Petrópolis (RJ) e da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC -Rio), que reuniu mais de 200 participantes entre docentes, discentes e o público em geral e que foi realizada de modo virtual. Após a oração inicial preparada pelos alunos do Seminário São José, estudantes de Teologia da PUC-Rio, o professor Pe. Abimar Moraes deu início a primeira palestra do dia, discorrendo sobre os “Aspectos Pastorais da Fratelli Tutti”. Pe. Abimar Moraes dividiu sua apresentação em três partes: 1º) Contexto pastoral dentro do qual o Papa Francisco tem se movido; 2º) Retorno ao segundo capítulo da Carta Encíclica; e 3º) Breves acenos pastorais presentes direta e ou indiretamente na Fratelli Tutti. Ao ler pela primeira vez a Fratelli Tutti, o docente confessou que ficou com a impressão de não ter encontrado as palavras ‘evangelização’, ‘pastoral’, ‘catequese’, ‘pregação’ e outras correlatas que fazem parte do vocabulário da reflexão teológico-pastoral atual. “Li uma segunda vez e confirmei que as palavras ‘catequese’ e ‘pregação’ são as únicas que aparecem uma única vez”, disse. Citou,

então, o parágrafo 86 da Fratelli Tutti, onde se confirma isso: “É importante que a catequese e a pregação incluam, de forma mais direta e clara, o sentido social da existência, a dimensão fraterna da espiritualidade, a convicção sobre a dignidade inalienável de cada pessoa e as motivações para amar e acolher a todos”. Afirmou que, desde 2013, o Papa Francisco vem refletindo sobre como o desafio pastoral da evangelização não é tarefa simples de se fazer. Todos os seus antecessores pós-conciliares tiveram a mesma preocupação Francisco, como eles, reconhece que se vive numa época que coloca em crise todas as formas até aqui consolidadas de transmissão sobre a qual se apoiava a relativa estabilidade da era pastoral pré-conciliar. Abre seu pontificado, quase no mesmo lugar no qual o de Bento XVI se encerrou: o processo sinodal sobre a evangelização. Citando a Evangelii Gaudium, disse: “Todos têm o direito de receber o Evangelho. Os cristãos têm o dever de o anunciar, sem excluir ninguém, e não como quem impõe uma nova obrigação, mas como quem partilha uma alegria, indica um horizonte estupendo, oferece um banquete apetecível. A Igreja não cresce por proselitismo, mas por atração.

Partindo destas palavras, afirmou que para o Papa Francisco um processo de evangelização autêntico será aquele capaz de envolver e dialogar com a racionalidade (cabeça), a afetividade (coração) e a operacionalidade (mãos e pés) da pessoa humana. “O processo de evangelização para Francisco passa por essas três inter-realidades: cabeça, coração, mãos e pés”, destacou “FRATELLI TUTTI”: ESTRUTURA E CATEQUESE NARRATIVA No segundo capítulo da Encíclica Fratelli Tutti, o Papa Francisco faz a narrativa de Lucas 10, 25-37. No campo pastoral e catequético, a narrativa tem recebido, nos últimos anos, uma crescente atenção. Ela é uma forma específica de linguagem que se contrapõe às formas puramente discursivas e argumentativas. “A força da narrativa está na sua intensa capacidade de atualização dos problemas, desejos, perguntas, necessidades, tornando transparentes perspectivas profundas de sentido, de esperança, de futuro, de orientação da vida e de interpretação da vida hodierna”, ressaltou. Citando o número 67 da Fratelli Tutti, disse: “Esta parábola é um ícone iluminador, capaz de manifestar a opção fundamental que precisamos de tomar para reconstruir este mundo que nos está a peito. [...] A parábola mostra-nos as iniciativas com que se pode refazer uma comunidade a partir de homens e mulheres que assumem como própria a fragilidade dos outros, não deixam constituir-se uma sociedade de exclusão, mas fazem-se próximos, levantam e reabilitam o caído, para que o bem seja comum. Ao mesmo tempo, a parábola adverte-nos sobre certas atitudes de pessoas que só olham para si mesmas e não atendem às exigências ineludíveis da realidade humana”. Segundo o docente, em sua catequese DEZEMBRO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 677


FORMAÇÃO E ESTUDOS

narrativa, o Papa está nos convidando pastoralmente a não questionar quem pode ser objeto de amor, mas quem é o sujeito: não é quem é o próximo, mas como a Igreja se torna próxima. “A medida de amor para com o próximo não é estabelecida na base das fronteiras da pertença religiosa ou do grupo social, mas unicamente na base da necessidade do outro”, disse. “O próximo, então, é qualquer pessoa que se aproxima dos outros com amor operativo e generoso sem levar em conta as barreiras religiosas, culturais e sociais”, acrescentou. A FRATELLI TUTTI: BREVES ACENOS PASTORAIS Pe. Abimar remontou à eclesiologia do Vaticano II, e disse que é preciso superar a massificação eclesial, onde os membros da comunidade não têm um nome e não vivem comunhão. A falta de comunhão (koinonía) afeta todas as outras dimensões eclesiais: a liturgia, o testemunho e a diaconia. “Por isso, incluo aqui que a superação do anonimato deveria acontecer mediante pequenas comunidades eclesiais solidárias que se encontram para oração em comum e para assumirem tarefas em prol dos mais vulneráveis que nos pedem para caminhar com eles”, frisou. Lembrou que se os cristãos e cristãs querem ter voz profética, precisam olhar para si mesmos e reconhecer que a força de suas palavras está na capacidade do seu testemunho. Disse que a Fratelli Tutti se preocupa com a força testemunhal, e apresentou alguns exemplos concretos do Papa Francisco para com os mais pobres, vulneráveis. Fez memória do filme “Os dois Papas”, onde Francisco tenta comprar uma passagem aérea, mas não consegue pelo fato de ser papa. Segundo o palestrante, até mesmo o diretor do filme conseguiu perceber a força do testemunho do Papa. FRATERNIDADE NOS ESCRITOS DE SÃO FRANCISCO O frade e docente do ITF, Frei Vitório Mazzuco, abordou o tema da “Fraternidade nos escritos de São Francisco”. Na introdução ofereceu a compreensão franciscana de fraternidade a partir dos escritos de são Francisco.

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No segundo momento da palestra apresentou alguns textos da herança franciscana, tecendo comentários e reflexões. Ao falar de fraternidade, partiu do princípio hermenêutico da palavra e afirmou que a mesma se define por relações qualificadas. “Na fraternidade nós podemos viver a qualidade das nossas relações. Em uma vida fraterna e de comunhão, temos a qualidade das nossas relações e na qualidade dessas relações há sempre uma revelação, revelação de algo que é a mística da convivência, é uma espiritualidade que brota da convivência”, disse acrescentando que na fraternidade o espírito comum deve ser a prioridade. Para Frei Vitório, a preocupação de São Francisco de Assis consiste no fato de que verdadeiramente todos sejam irmãos e formem consanguinidade espiritual. “Uma coisa é viver juntos, outra coisa é estar em um grupo que tem uma consanguinidade espiritual. Isso vem de uma longa tradição de oito séculos”, rememorou “Para Francisco, viver em fraternidade é ter um espírito comum, projeto comum, objetivo comum, e mesmo vivendo dentro de uma estrutura, assumir com liberdade e corresponsabilidade a causa, filtrando opções pessoais pela causa de todos”, instruiu. Citando as Fontes Franciscanas, acrescentou que é muito claro para o franciscanismo que a verdade de muitos é muito mais forte do que a opinião de um só, “isso é colegialidade”. Segundo Frei Vitório, a vontade de Deus

para Francisco passa mais pela dimensão fraterna. “Viver a fraternidade é um encontro de vontades amantes. Então, a fraternidade é o lugar do relacionamento com o projeto comum dentro desse espírito franciscano de fraternidade universal e universalismo fraterno. É uma realidade vital que mantém a vitalidade do carisma e que nos desafia a termos uma identidade comum e fraterna sem interferir na identidade pessoal. Todos nós temos um sangue biológico. Temos familiaridade biológica, mas todos nós temos um sague espiritual e esse sangue espiritual é a força, é a essência e o fundamento de vida que nós escolhermos para viver juntos”, ensinou. O franciscano lembrou que a expressão “irmãos de todos” aparece pela primeira vez na Regra não Bulada, de 1221, no capítulo 22, versículo 23. Esta expressão deu nome à Encíclica do Papa Francisco, Fratelli Tutti. “Inclusive o Papa, no início, já diz: ‘Escrevia Francisco de Assis dirigindo aos seus irmãos e irmãs para lhes propor uma forma de vida com sabor de Evangelho’”, citou. Para ele, o projeto é o Evangelho que possui a consanguinidade espiritual do Reino. Frei Vitório continuou sua explanação fazendo uma síntese da fraternidade a partir dos Escritos de São Francisco, citando alguns textos e aspectos da vida e identidade franciscana. Apresenta-se na íntegra: 1 - O Testamento é o seu texto mais forte. Quando ele diz: “E depois que o Senhor me deu irmãos...”. Vejamos, nós estamos dentro de


FORMAÇÃO E ESTUDOS

uma dimensão fraterna, nós não escolhemos as pessoas, elas nos são dadas. E tem um momento de Francisco que é quase um desabafo: “Ninguém me mostrou o que eu devia fazer, mas o Altíssimo me revelou”. Por isso, digo que na qualidade das relações existe uma revelação. Ele estava passando por um momento difícil, no século XIII, onde a sociedade era como a nossa, avarenta, uma sociedade que tinha projetos de muita ambição, acumulação de terras, de dinheiro, estava em plena pandemia da hanseníase, da lepra, e havia um momento de peste, ele tem que mudar de lugar e vai estar junto com os leprosos, camponeses, com as vítimas de seu tempo e aí começa uma dimensão muito forte em sua vida. Ele não podia contar naquele momento com a sociedade, também não podia contar muito com sua família - o projeto do seu pai era que ele fosse realmente o continuador da sua vida mercadológica -, e também não podia contar com a eclesiologia da época que estava mais preocupada com reinos e reis e outros assuntos do que realmente com a essência do Evangelho. Então, ele não abandona a eclesiologia e vai para dentro da eclesiologia com o espírito fraterno do Evangelho. Então, isso soa como um desabafo: ‘Ninguém me ensinou o que eu devia fazer, mas o Altíssimo mesmo me revelou que eu devia viver segundo o Santo Evangelho. Agora, o mais interessante é que ele diz: ‘E depois que o Senhor me deu irmãos’. Então, com a vida fraterna fica mais claro para ele perceber qual é a revelação e o que está no Evangelho. Depois também tem uma outra expressão muito linda que está presente na própria Regra não Bulada, que vai contar para nós repetindo que o ‘Senhor me deu irmãos’. 2 - Na Carta de Francisco enviada a toda Ordem, o cabeçalho começa a falar da fraternidade divina. A Carta começa em nome da Santíssima Trindade, da Santa unidade do Pai do Filho e do Espírito. E aí ele vai dizer assim: A todos os reverendos e aos diletos irmãos, ao Ministro Geral da religião do Frades Menores religião no século XIII era chamado um grupo que vivia um projeto religioso-, seu senhor e

os outros que serão Ministros Gerais depois dele, todos os Ministros Custódios, os humildes sacerdotes da mesma fraternidade e todos os irmãos simples e obedientes, dos primeiros aos últimos, Frei Francisco homem desprezível e frágil vosso pequenino servo, deseja saúde Naquele que nos remiu e nos lavou no seu preciosíssimo sangue. Então essa dimensão de que todos são irmãos atinge a todos, desde o Ministro Geral, os sacerdotes, como os leigos que estão na Ordem. Para Francisco de Assis, ser todo irmão não é ter cargo de mando, mas a força do serviço. 3 - Na Regra Bulada, cap. 8, ele diz: Todos os irmãos devem ter sempre um dos irmãos desse grupo, desta religião, como Ministro Geral e servo de toda a fraternidade e lhes sejam firmemente obrigados a obedecer-lhes. Essa dimensão de ser todo irmão está em escutar o amor maior, porque a obediência não era apenas obedecer às normas jurídicas, mas era escutar o valor maior, o projeto maior, de um modo firme, de um modo decidido, ser servo de toda a fraternidade. Portanto, a identidade e a irmandade estão na força do serviço. 4 - No Capítulo 13 da Regra Bulada, de 1223, e que faz parte deste conjunto original do pensamento franciscano, vai aparecer também a dimensão da missão. Dos que vão para o meio dos sarracenos e outros infiéis. Francisco diz que se algum dos irmãos, por divina inspiração quiser ir para o meio dos sarracenos e outros infiéis, devem pedir licença aos Ministros Provinciais. Isso porque não é uma decisão individual. Ser irmão de todos significa também ir em nome da obediência de todos. No princípio da Ordem, nós tivemos uns mártires que foram a Marrocos e não tiveram a licença da Ordem, tanto assim que eles não têm grandes destaques nos escritos, eles são citados porque foram martirizados, mas provocaram o martírio ofendendo o Sultão. Quando em 1219, Francisco vai ao sultão, é como se ele fosse resgatar de um modo diferente essa vivência fraterna. Ele vai como irmão, diante do Sultão, e vai dialogar com ele. E continua o texto: Os ministros não concedam a ninguém o direito de ir a não ser

aqueles que julgar ser idôneos de serem enviados. Por isso, a vontade da vida fraterna qualifica o irmão. Para Frei Vitório, esses são apenas alguns exemplos dos escritos franciscanos que mostram o que o Papa Francisco tentou expressar na Fratelli Tutti, com palavras simples, claras e diretas. “Para explicar o essencial dentro de uma fraternidade aberta que permite reconhecer, valorizar, amar todas as pessoas independente da proximidade física e de sua cultura”, ensinou. “É isso o que nos irmana”, acrescentou. Segundo o frade, em síntese ser irmão, ser irmã de todos, é uma capacidade de maravilhar-se de tudo aquilo que nós recebemos da vida como agradecimento, reconhecimento. “Ser irmão e irmã é a afirmação de uma criatura frágil, mas que se fortalece e é privilegiada pela força de muitos. A força da irmandade é a vivência apaixonada com a força de muitos. E isso tudo aparece nos Escritos de Francisco, de um modo simples e objetivo”, salientou. “Francisco não anda sozinho. Ele recusa ter um pensamento solitário, mas sempre um pensamento solidário. Por isso, a vida de irmão é uma vida de liberdade. A vida de irmãos é uma vida onde se aprende a viver a solidariedade”. Neste sentido, o palestrante afirmou que o maior voto da vida fraterna é o de ser um irmão pobre. Segundo ele, é a ousadia, a coragem, a cordialidade e a liberdade de colocar tudo em comum, de ter em comum a vida, as ideias, as virtudes, os valores e claro, a comunhão de bens. “A grande força da irmandade é a simplicidade e a pobreza. Para Francisco mais do que viver, é preciso conviver. E isso transforma todas as práticas”, garantiu, encerrando sua reflexão. Os participantes sanaram suas dúvidas e ofereceram suas reflexões e partilhas. Pe. Waldecir Gonzaga, reitor da PUC-Rio, e Frei Elói Dionísio Piva, professor do ITF, encerraram a XXII edição da Semana Teológica com os agradecimentos e encaminhamentos finais. Frei Augusto Luiz Gabriel DEZEMBRO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 679


FRATERNIDADES

ABERTO ANO JUBILAR DO

A

solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora foi vivida no dia 8 de dezembro com intensidade no tradicional Convento São Francisco, no centro de São Paulo. Na Missa das 10 horas, o Reitor do Santuário São Francisco, Frei Mário Tagliari, abriu o Ano Jubilar de 375 anos de fundação desta Igreja e Convento da Província Franciscana da Imaculada Conceição. As festividades irão até 17 de setembro de 2022. Por

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conta disso, a Cúria Metropolitana de São Paulo, em decreto assinado pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, concede indulgências plenárias no Santuário São Francisco durante todo este Ano Jubilar. A Celebração também marcou a Renovação dos Votos do frade professo temporário Frei Gabriel Nogueira Alves, que concluiu o Curso de Filosofia neste ano, e de toda a Fraternidade do Convento. Outros momentos festivos foram a abertura da

32ª Exposição Franciscana de Presépios, que agora passa a ser permanente no Santuário, e a inauguração, no interior do Convento, do “Bistrô Franciscano”. Segundo Frei Mário, que é guardião da Fraternidade do Convento, Maria foi preparada por Deus desde o primeiro instante de sua existência para acolher Aquele que realizaria a salvação do mundo. “Na festa de hoje, celebramos a sua Imaculada Concepção. Quer dizer: desde sua concepção


FRATERNIDADES

no ventre de sua mãe, ela é cheia de graça, sem a mancha do pecado original”, disse o celebrante, lembrando que os frades franciscanos desde sempre defenderam este mistério em vista da salvação realizada por Jesus Cristo. “São Francisco consagrou a Ordem dos Frades Menores a Nossa Senhora. São Francisco, na Porciúncula teve a visão em que lhe apareceu sobre o altar a Virgem Maria e seu filho Jesus Cristo rodeados de anjos. Ali Francisco manifestou o desejo enviar a todos para o céu. Recebeu do Papa a indulgência plenária das penas dos pecados a todos que por lá passassem no dia 2 de agosto, dia de Nossa Senhora dos Anjos da Porciúncula. Depois foi estendida a todas as igrejas franciscanas a tão querida festa do Perdão de Assis”, recordou o frade.

Frei Mário lembrou que Frei Galvão viveu 60 anos nesta igreja e fez sua consagração a Nossa Senhora Imaculada diante da antiga imagem da Imaculada no altar lateral, assinando-a com seu próprio sangue. “E foi com um pedaço de papel que Frei Galvão socorreu uma mãe em dificuldade de parto escrevendo a jaculatória: ‘Permaneceste Virgem após o parto, ó Maria Imaculada Conceição’”. O incêndio de 1880 destruiu a antiga capela-mor. Foram salvas as paredes, a imagem de São Francisco, considerada a mais bela das que se encontram nos conventos antigos, e a imagem da Imaculada Conceição, além de mobiliários como as estalas do coro dos frades. O Santuário é tombado como Patrimônio Histórico desde 1982. Frei Mário lembrou que o Convento foi

declarado Santuário (6 de junho de 1997) pelo saudoso e centenário Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, frade menor, que chamava a igreja e convento de ‘Confessionário de São Paulo’. “Nós, frades deste santuário São Francisco, em nosso projeto fraterno de vida missão, colocamos como missão nossa: evangelizar como fraternidade de irmãos e menores, orante, profética, solidária com o sofrimento dos empobrecidos e excluídos, acolhedora, aberta ao diálogo com todos e empenhada no cuidado da ‘casa comum’”, explicou o Reitor. A estrutura atual do Convento São Francisco, na parte dos fundos da secular igreja, foi construída em 1941 pelo então guardião Frei Damaso Venker. Até 2004 foi a sede da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, que abrange os DEZEMBRO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 681


FRATERNIDADES

estados de Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina e foi fundada em 15 de julho de 1675. Concluída a recente reforma, o Convento é hoje um lugar para encontros e retiros para Ordem Franciscana, por outros institutos e também pela Arquidiocese. Com essa restauração, o novo espaço tem condições de abrigar uma média de 50 pessoas. Frei Mário adiantou que neste Ano Jubilar, vários eventos e celebrações estão sendo preparados até a próxima festa das Chagas de São Francisco de Assis, quando o Convento celebra 375 anos. “Vamos reviver a grande história da presença franciscana no coração de São Paulo”, explicou Frei Mário. Em 1647, quando foi fundado, após quatro anos de obras, era o maior prédio construído de São Paulo e, por isso, foi escolhido para sediar um dos cursos jurídicos instituídos por Dom Pedro I, em 1827.

RENOVAÇÃO DOS VOTOS O jovem frade professo temporário Frei Gabriel Nogueira Alves, que concluiu o Curso de Filosofia este ano, renovou os votos diante do guardião da Fraternidade Frei Mário Tagliari, delegado pelo Ministro Provincial Frei Paulo Pereira. Frei Gabriel passou a residir no Convento São Francisco para ficar perto de sua mãe e irmão menor depois do falecimento de seu pai. No seu pedido, comprometeu-se dizendo: “Faço voto a Deus Pai santo e todo-poderoso de viver por mais um ano, em obediência, sem nada de próprio e em castidade, ao mesmo tempo prometo observar a Regra dos Frades Menores”. Frei Mário agradeceu a Frei Gabriel pela sua profissão e por recordar, com sua juventude, aos frades mais antigos o encantamento da vocação. A Fraternidade do Convento também fez a renovação dos votos.

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MOSTRA FRANCISCANA DE PRESÉPIOS A 32ª Exposição Franciscana de Presépios do Santuário São Francisco de Assis já faz parte do calendário das festividades natalinas da cidade de São Paulo. Neste ano, Frei Mário abençoou o novo espaço onde a Mostra ficará até o final de 2022. Antes exposição se encerrava-se próxima à Festa da Epifania. Sempre repleta de novidades, a 32ª edição tem como tema “O povo que andava nas trevas viu uma luz”, inspirado na primeira leitura da Solenidade de Natal, do Profeta Isaías. Frei Mário acompanha a Mostra desde o início em 1990, quando foi idealizada por Frei Pedro Pinheiro, com a ajuda de Frei Estêvão Ottenbreit. Para ele, o encanto pelo presépio não muda. “Se dá, sem dúvida, por uma razão familiar, pois muitas famílias montam presépios. Mas mais do que tudo, acho que nos remete à nossa infância, a esse sonho de pureza, de simplicidade, de Deus que se faz criança. Uma família, Maria e José, na simplicidade, naquele despojamento, o

Menino entre palhas, o boi e o burro, no fundo, no fundo, foi o que São Francisco de Assis, em 1223, quis fazer. Ver com os olhos e com todos os sentidos como Deus fica entre palhas, humanamente, como diz São Francisco. Então, essa é a grandeza do Natal. A singeleza do presépio nos remete à nossa infância. Nascemos todos crianças. Remete ao aconchego da mãe. Então, acho que esse é o encanto do presépio que permanece e permanecerá para sempre”, acredita Frei Mário. Gabriela Menezes Pereira contou que chamou sua atenção a diversidade de modelos de presépios de várias regiões do país. Gostou do presépio feito de material reciclável. “Mas todos são bonitos”, disse. A criação e organização da Mostra é de Frei Alberto Eckel, Frei Jhones Lucas Martins, Frei Gabriel Nogueira e Rafael Herrera. O espaço está aberto para visitação de terça a sábado, das 10 às 16 horas, sendo das 9 às 13 hs aos domingos. O ingresso custa R$ 2,00. Contatos: (11) 3291-2400 ou (11) 99546 2500 (whatsapp).


FRATERNIDADES

Antonieta Tordino, ceramista, escultora e pintora, é autora do presépio formado por anjos

BISTRÔ SÃO FRANCISCO Depois de apreciar os presépios, o visitante agora tem um espaço aconchegante no primeiro andar, ao lado da Mostra: é o Bistrô São Francisco, criado para oferecer café, doces, quitutes, pães e broas feitos no Convento. O local fez jus aos bistrôs, que nasceram no seio das famílias francesas, e neste caso reflete com simplicidade o ambiente conventual e franciscano. Tem o comando do jovem Frei Gabriel. Moacir Beggo

Frei Gilberto renova votos religiosos na Solenidade da Imaculada Conceição Natural de Agudos/SP, Frei Gilberto iniciou sua caminhada religiosa franciscana em 2018 e atualmente cursa o 1⁰ ano da Filosofia. No dia 8 de dezembro, na Solenidade da Imaculada Conceição, durante a Missa das 19h na Matriz São Paulo Apóstolo de Agudos, Frei Gilberto Silveira da Costa Junior renovou os Votos Religiosos na Ordem dos Frades Menores. Que a nossa Mãe Imaculada o acompanhe nesse itinerário formativo a caminho da Profissão Solene na Ordem dos Frades Menores. Frei Sílvio T. Werlingue (texto) e Larissa Silva (fotos)

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FRATERNIDADES

Paróquia São Paulo Apóstolo: Viralizando a evangelização Evangelizar por meio de novas mídias nunca foi tão levado a sério como agora para a Paróquia São Paulo Apóstolo de Agudos que, com a proposta, já soma mais de 50 mil visualizações de vídeos no Instagram e TikTok. A ideia, conforme difundida pela Pastoral da Comunicação, é mostrar as atividades da Paróquia para o maior número de pessoas e fazer também com que todas as pastorais e movimentos se integrem produzindo conteúdos, como já é o caso das atividades dos grupos de jovens já postadas nas plataformas. A equipe não imaginava a repercussão positiva das publicações. “Na última sema-

na, fizemos um vídeo sobre o Dia de Nossa Senhora Aparecida e 24 horas depois já somava mais de 700 curtidas e 12 mil visualizações no TikTok”, comenta a equipe da PasCom. O pároco, Frei Silvio T. Werlingue, afirma a importância dessa repercussão e enxerga como positivo o uso dos meios de comunicação para a evangelização. “A Igreja, com o Concílio Ecumênico Vaticano II, por meio do decreto ‘Inter mirifica’, manifestou a sua convicção sobre a importância do uso dos meios de comunicação social e das tecnologias a serviço da evangelização. Abrindo o documento, afirma o decreto que, dentre as maravilhas do

gênio humano, está a comunicação! O uso dos meios de comunicação através das tecnologias contribuem eficazmente para recriar e cultivar os espíritos e para programar propagar e afirmar o Reino de Deus (IM,2)”, pontua. Werlingue também menciona o interesse da Igreja em estar presente nas redes sociais digitais. “O interesse da Igreja pela comunicação social e, hoje através da internet, usando as mais variadas redes sociais e ferramentas digitais, é a promoção da evangelização”. Maria Clara Andreotti, jovem atuante na Paróquia e participante do Grupo de Jovens Franciscanos e da PasCom, frisa que a utilização das plataformas pela Igreja é motivação para a criação de conteúdos para agregar conhecimento e espiritualidade. A ideia da Paróquia é intensificar ainda mais o trabalho com todas as redes sociais digitais e incentivar as outras Paróquias para que também façam o mesmo. Pascom da Paróquia São Paulo

HOMENAGEM DO SENADOR FLÁVIO ARNS A DOM PAULO EVARISTO Em 2021, celebramos o centenário de nascimento de Dom Paulo Evaristo Arns. Diversas homenagens foram programadas em todo o Brasil para lembrar sua trajetória e valorizar seu legado. Dentre elas, a sessão especial promovida pelo Senado Federal no dia 13 de setembro. Nesta publicação, reunimos os registros desse momento que contou com a participação de diversos senadores e representantes de entidades que fizeram parte da caminhada de Dom Paulo. Clique no link para baixar o material e conferir o conteúdo: bit. ly/dompaevarns


FRATERNIDADES

Em Piraquara, Avenida Brasília passa a se chamar Frei Rui Guido Depiné A Câmara Municipal de Piraquara aprovou, por unanimidade, em sessão ordinária no dia 16 de novembro, o Projeto de Lei nº 114/2021, que altera o nome da Avenida Brasília para “Avenida Frei Rui Guido Depiné”. A “Avenida Brasília dá acesso ao Hospital e a casa onde o Frei Rui trabalhou e morou por 40 anos. É do conhecimento de todos a importância do Frei Rui em Piraquara e região e preservar sua memória, seu legado é dar continuidade ao seu trabalho”, disse o presidente da Câmara, Valmir Nanico. A vice-presidente da Associação Beneficente São Roque, Sra. Lindaura, acompanhou a Sessão e agradeceu aos 13 vereadores pela

aprovação do projeto, e frisou que “o nome do Frei Rui não pode ser usado em estabelecimentos comerciais, como sugerido, portanto, a Avenida com seu nome será uma justa homenagem de acordo com os parâmetros estabelecidos pela família e pela Província Franciscana.” “Agradecemos aos vereadores pela homenagem ao Frei Rui, pois ele foi um enviado de Deus e nos deixou um legado que devemos preservar e honrar. Quem conhecia o Frei Rui, amava-o. Mesmo aqueles que ele confrontou na busca de justiça, sabiam que ele estava certo, que era um homem de Deus e o admiravam”, avalia a sra. Edna, que era amiga e trabalhou com Frei Rui. Fonte: site do Diário de Piraquara

Jovens acolhem a imagem peregrina de Frei Galvão em Balneário O grupo de jovens Franciscanos de Balneário Camboriú recebeu no dia 13 de novembro, em Santo Amaro da Imperatriz, a imagem peregrina de Frei Galvão. Em vista do bicentenário de morte de Frei Galvão, que será celebrado no ano de 2022, o Conselho Provincial das Juventudes propôs que os jovens de cada paróquia franciscana ou por região, organizassem uma pequena Caminhada em nível local. Esta atividade tem como objetivo envolver as paróquias e fraternidades e divulgar a devoção a Frei Galvão, além de apontar para a retomada gradual das atividades com as Juventudes da Província. Em Balneário, o grupo de jovens realizou a sua caminhada no feriado do dia 15 de novembro. Junto com o pároco Frei Daniel, os jovens fizeram o trajeto da Igreja Santa Inês até o monumento Cristo Luz, que no dia 04 de outubro de 2022, celebrará 25 anos de sua inauguração. Durante o percurso rezou-se o terço mariano, recordando da grande devoção de Frei Galvão a Nossa Senhora. Junto à imagem do Cristo Luz, deslumbrados com a belíssima visão da cidade, com seus prédios e avenidas que contrastavam com o mar e as montanhas, vendo o sol tímido que apontava entre as nuvens e sentindo o persistente vento, os jovens rezaram o Cântico das Criaturas de São Francisco de Assis. Ao final, os jovens estenderam suas mãos a exemplo dos braços abertos do Cristo, que abençoa a cidade, e pediram a intercessão de Frei Galvão para que todas as pessoas em Balneário e região pudessem ter um dia repleto de paz e bem! Pascom da Paróquia Santa Inês DEZEMBRO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 685


FRATERNIDADES

Ano Jubilar reflete sobre as pastorais, movimentos e serviços do ‘Sagrado’

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rei Jorge Paulo Schiavini presidiu a Celebração Eucarística do Ano Jubilar no dia 5 de novembro, às 18 horas, na Paróquia do Sagrado Coração de Jesus. Desde fevereiro, toda primeira sexta-feira do mês, data em que a Igreja faz memória do Sagrado Coração de Jesus, titular da Paróquia e do Convento de Petrópolis, os frades, paroquianos e lideranças de movimentos e pastorais celebram os 125 anos da chegada dos primeiros frades franciscanos à Cidade Imperial e dos 75 anos de criação da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus. A temática escolhida para as reflexões deste mês foi sobre as pastorais, movimentos e serviços da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus. “Neste dia queremos trazer presente as Pastorais da Paróquia do Sagrado. Pastorais são ações da Igreja que continuam a ação do Bom Pastor”, destacou. Segundo Frei Jorge, no Sagrado a ação pastoral é diversificada e foi sendo construída ao longo de sua história. “As pastorais Sociais são, talvez, a face mais visível

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de quem frequenta e conhece o Sagrado: Pastoral da Caridade, Pastoral da Saúde, Pastoral do Pão de Santo Antônio, Pastoral da Criança e a Pastoral do Aconselhamento são pastorais ligadas a pessoas em vulnerabilidade social”, explicou o religioso. Ele lembrou que o Sagrado funciona como um porto seguro, onde muitas pessoas encontram apoio em situações delicadas em nível social, espiritual e psicológico: “Há ainda espaço para crescimento dessas pastorais. Sempre é importante a atualização, formação e renovação dos agentes de pastorais. O Sagrado ainda pode crescer em projetos sociais específicos para tantas pessoas em situações de necessidade social”. O pároco, que também acumula o serviço de guardião da Fraternidade franciscana, explicou que existem pastorais que estão mais ligadas ao serviço das celebrações e da evangelização, como a Pastoral Litúrgica, da Catequese, Familiar, do Batismo, da Comunicação, de Frei Galvão, do Dízimo e também a pastoral do Grupo de Jovens. “Também ligada à pastoral está o serviço das encomendações (exéquias). Diariamente,

os freis e alguns ministros leigos estão a serviço das famílias que perderam seus entes queridos”, lembrou e anunciou que pretende organizar melhor este trabalho, conhecido como a Pastoral da Esperança, podendo contar com a presença mais efetiva de outros ministros das várias paróquias locais. “Isso, para um atendimento mais personalizado nessa hora tão difícil”, frisou Frei Jorge destacou também a ação litúrgica e celebrativa nos sacramentos, que diariamente são celebrados no Sagrado. Para ele, as celebrações dos sacramentos da Eucaristia e da Penitência são uma das marcas e serviços que são procurados por muitos. Citou também os trabalhos que são desenvolvidos pelos movimentos da Renovação Carismática Católica, Apostolado da Oração, Legião de Maria e Encontro de Casais com Cristo. “Para completar, temos os serviços que ao longo da história do Sagrado foram sendo realizados e que ainda hoje cumprem seu objetivo: Cursinho que deu certo, Amor Exigente, Grupo Fé e Luz e o atendimento voluntário de psicólogos”, sublinhou.


FRATERNIDADES

Em dezembro, a lembrança do Centro Filatélico

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a primeira-sexta-feira do mês de dezembro a temática escolhida para o dia foi o Centro Filatélico Franciscano, criado há mais de 70 anos no Convento do Sagrado Coração de Jesus. Desde a sua criação, na década de 1940, oficialmente em 1948, o objetivo do Centro Filatélico Franciscano continua sendo o de auxiliar a Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil na manutenção das obras missionárias pelo mundo, recebendo selos novos e usados e também coleções vindas de todo o Brasil e de outros países. Frei Jorge presidiu a Celebração e lembrou que no passador já ajudou as missões do Chile e no Mato Grosso (MT) e atualmente contribui efetivamente com a Fundação Imaculada Mãe de Deus em Angola (FIMDA), na África e com a missão da Ilha do Marajó (PA). “A Província Franciscana está presente nas terras angolanas desde 1990. Com a ajuda também financeira, mantém cinco fraternidades em quatro lugares: Luanda, Viana, Malange e Quibala, onde há projetos socio-educacionais e de formação de novos frades, de fomento agrícola, além da atenção paroquial à população”, frisou. Frei Jorge explicou que os trabalhos que são realizados no Centro Filatélico Franciscano vão desde a triagem do material que chega, onde se observa a im-

portância de cada selo, em vista da venda direta aos colecionadores, até o atendimentos dos benfeitores. “Nossos frades estudantes do Tempo de Teologia têm o trabalho de identificar e valorizar os selos e os vender por peso. Em dias específicos, os compradores os buscam pessoalmente. Para os que residem mais distantes, os

selos são enviados via Correios. Os frades também mantêm contato com os benfeitores através de e-mails, cartas e cartões, enviando-lhes uma mensagem evangelizadora em épocas fortes do ano como Páscoa e Natal”, salientou. Frei Augusto Luiz Gabriel

Missa de Finados: “A Irmã Morte nos conduz à terra dos vivos”, diz Frei Almir A oração pelos mortos nos ensina que os laços de amor subsistem após a morte. A oração incita nosso coração a continuar a amar para além do visível e do imediato”. Foi com essa motivação que o vigário paroquial, Frei Almir Ribeiro Guimarães, presidiu a solene Celebração de Finados dia 2 de novembro, às 18 horas, na Paróquia do Sagrado Coração de Jesus. A Santa Missa que foi transmitida pelo Facebook e YouTube do Sagrado, contou com uma igreja lotada, dentro nas normas sanitárias, e com a presença do Coral dos Frades do Tempo da Teologia, sob a regência do mestre, Frei Marcos Antônio de Andrade, que entoaram os cantos da Missa de Finados da saudosa Ir. Míria T. Kolling. DEZEMBRO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 687


FRATERNIDADES

Exposição de Presépios do Seminário Frei Galvão

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o dia 25 de outubro, em que a Igreja celebrava o primeiro santo brasileiro, foi inaugurada a 8ª edição da Exposição franciscana de presépios no Seminário Franciscano Frei Galvão. A ex-posição conta com obras de diversas partes do mundo, oriundas do Acervo de Presépios da Província. Frei Roger Brunorio, museólogo e coordenador do Departamento de Bens Patrimoniais da Província, falou sobre a exposição desse ano. Postulantado - Frei Roger, de onde surgiu a inspiração para Exposiçãos desse ano? Frei Roger: A inspiração vem de Deus. A gente trabalha com presépio o ano inteiro e aqui no Seminário Frei Galvão é onde está a coleção franciscana de presépios. E como estamos atualmente passando por um processo de inventariação do acervo, achei importante sugerir aos frades da Fraternidade que a gente pudesse explorar esse trabalho dessa coleção e, ao mesmo tempo, dentro dessa temática de ‘diversidade na unidade’, porque a coleção é muito diversa, abrangendo diversos países, materiais e expressões artísticas. A unidade está na abordagem do tema que tem o Menino Jesus como figura principal. No contexto ainda de pandemia trazemos o lema “Eis que estarei convosco todos os dias” (Mt 28,20). Então, nessa diversidade buscar a unidade e saber que Deus está conosco todos os dias, em todos os momentos da vida, sejam eles bons ou ruins, Deus está ali presente. Ele não nos abandona, pois, Ele mesmo prometeu estar conosco. Ao contemplar cada presépio, a

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gente pode fortalecer nossa dimensão espiritual e a nossa essência. Postulantado: Esse ano são 99 presépios expostos, porque 99 e não mais? Frei Roger: O acervo tem mais de mil presépios, mas não dá para colocar todos, obviamente, e a gente seleciona uma parte. Foram selecionados justamente 99 por ser um número que está na parábola da ovelha perdida. Tanto Lucas como Mateus falam do pastor que tem 100 ovelhas e por aquela que se perde, ele deixa as 99 e vai ao seu encontro. Simbolicamente é para que cada visitante, ao contemplar os presépios, admirar Jesus no seu mistério da encarnação, nessa mística franciscana, possa se deparar e se questionar: “Será que eu não sou essa ovelha perdida?”. Mesmo nós que estamos dentro da religião, precisamos desse carinho, desse amor. A ovelha perdida não é necessariamente aquela que tá fora da religião, mas pode ser aquela que não vive a religião na plenitude. Postulantado: Dos presépios desse ano, qual o sr. gostaria de destacar mais? Frei Roger: Todos os presépios são importantes e ali a gente tem entre esses presépios alguns que foram doados por Ana Maria Monteiro de Carvalho, o Nelson, dois amigos muito queridos que partiram (não pela Covid) e deixaram essa memória. Ambos estão ligados não somente a mim, mas também aos franciscanos. Há doações de amigos que acompanham minhas exposições desde São Paulo, no Largo de São Francisco e no Convento Santo Antônio do Rio de

Janeiro. No último nicho vamos encontrar o único presépio que está sozinho, feito pelo artista Ruiy Moura. Todo de papel machê é inspirado, me parece, nos oratórios bala e também na arte circense: o nascimento de Jesus, podemos dizer, foi um grande espetáculo. Deus vem à terra encarnado numa criança, num ser humano e ali, com essas figuras que estão representadas nesse presépio, nós devemos anunciar com alegria o nascimento de Jesus. “Eis que ele está conosco todos os dias”. Para mim todos têm uma importância particular. Postulantado: Qual a mensagem que o sr. deixa a todos os visitantes da exposição? Frei Roger: Só podemos anunciar essa alegria do nascimento de Jesus quando todos estiverem na plenitude, na graça e no mesmo caminho de Deus. Por isso, no último presépio da exposição temos dois pratos simbolizando uma balança, no qual um prato está com feijão e arroz e o outro está vazio. Muitas pessoas passando fome. Estamos vivendo uma crise, particularmente no Brasil, onde as pessoas não têm o que comer. Então como podemos festejar o nascimento de Jesus se há pessoas passando fome? São Francisco até dizia que na festa da Natividade de Nosso Senhor dessem comidas a todos os animais, até às moscas! Ali nos chama atenção esse espírito de solidariedade. Eu convido o visitante a entrar na Exposição e ver as cores laranja e amarela, fazendo referência ao sol invictus que é Jesus. Simbolizando também a sabedoria, a vitalidade, a alegria e da luz, o calor.


FRATERNIDADES

Frei Galvão é celebrado no Seminário que leva seu nome

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anto da paz e da caridade”, com esse título dado ao primeiro santo brasileiro, Frei João Francisco iniciou sua homilia na festa do Padroeiro do Seminário. A assembleia foi exortada a entender que a paz e a

caridade são as marcas próprias de cada cristão, especialmente para aqueles que assumem ser sinal de esperança e doação no mundo. Segundo o guardião do Seminário, se praticarmos a caridade e o amor fraternal,

a exemplo de Frei Galvão, seremos reconhecidos como verdadeiros seguidores do Senhor. O mandamento do amor é o último e principal mandamento do Senhor a ser vivido na prática, nos gestos em cada cotidiano, nas relações para com o próximo. Somos impelidos a sairmos de nós mesmos, enxergando no próximo suas qualidades, suas chagas e limites. O valor da caridade é indiscutível salienta Frei João Francisco. Ao exemplo de Frei Galvão devemos nos voltar à caridade ao próximo, pobres e excluídos e sermos arautos da paz. Destacou ainda em sua fala que a vida de São Frei Galvão é visível em duas dimensões: a do evangelho e da caridade. Foi com seu carisma e sabedoria que o santo atraía as pessoas a Deus. Devoto de Maria vivendo com profundidade o carisma franciscano e mariano, Frei Galvão se dedicou à salvação das almas em suas viagens e em seu serviço de doação à vida evangélica com fidelidade, inspirando a todos nós até hoje. Foi exemplo de irmão menor vivendo na simplicidade e na doação. Após a comunhão houve a distribuição das pílulas de São Frei Galvão e a bênção com a relíquia do Santo para todo o povo presente. Frei João recordou também a graça de receber tantos romeiros mesmo com as dificuldades da pandemia e salientou o belo trabalho realizado junto aos romeiros de Frei Alexandre Rohling (Xandão), na acolhida e expansão do carisma franciscano com a presença dos frades no Santuário Frei Galvão. No fim da santa missa, houve ainda a bênção e a abertura da tradicional exposição de presépios do seminário, cujo tema desse ano é: “Diversidade na Uni-dade” Eis que estarei convosco todos os dias (Mt 28,20). Samuel Cavalcanti do Amaral POSTULANTE

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FRATERNIDADES

Frei César: “São Francisco e Frei Galvão abraçaram Cristo de coração pleno”

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casa de Frei Galvão foi o Convento São Francisco, no centro de São Paulo. Nele o primeiro santo brasileiro viveu 60 anos. Este dia 25 de outubro, festa de Santo Antônio de Sant’Ana Galvão, foi comemorado durante todo o dia no antigo Convento franciscano e, na Missa das 15 horas, o Definidor Geral, Frei César Külkamp, presidiu a Celebração Eucarística, tendo como concelebrantes o guardião Frei Mário Tagliari e Frei Guido Moacir Scheidt. Frei Galvão foi transferido para o Convento no dia 24 de julho de 1762, continuando os seus estudos de Filosofia e Teologia. Ele faleceu no dia 23 de dezembro de 1822,

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aos 83 anos de idade e foi sepultado no presbitério da capela do Mosteiro da Luz. Na sua homilia, Frei César destacou quatro características de Frei Galvão para a nossa vida cristã:

UM SANTO BRASILEIRO F rei Galvão nasceu em Guaratinguetá, aqui bem perto de nós. Viveu na Bahia, quando adolescente, no Rio de Janeiro para cumprir sua formação franciscana, ficou um período curto no Paraná e viveu aqui em São Paulo, neste Convento de São Francisco a maior parte de sua vida, por 60 anos, assumindo as mais diferentes tarefas a

serviço da fraternidade e do povo aqui atendido. Olhando para Frei Galvão, este santo brasileiro, paulista, que viveu tão próximo de nós, podemos nos perguntar: O que significa ser brasileiro hoje? O que significa viver numa cidade tão grande e complexa como a nossa? O que significa amar este lugar e o nosso País hoje? Que sonhos temos o direito de sonhar enquanto brasileiros e brasileiras? Seria demais sonhar um país onde todo mundo tenha comida à mesa, um teto para se abrigar, saúde com dignidade e um trabalho para garantir o pão de cada dia? Seria muita ousadia sonhar um país onde as pessoas


FRATERNIDADES

se respeitem, onde não haja espaço para a dor, a violência, o ódio e a injustiça? Não deixemos que ninguém tire de nós os sonhos que Deus plantou em nosso coração. Santo Antônio Galvão, fiel filho de São Paulo e do Brasil, ajudai-nos hoje e sempre, a sonharmos com um país melhor!

UM SANTO FRANCISCANO Frei Galvão abraçou definitivamen te a vida franciscana em 1761, com 22 anos, tornando-se Frei Antônio de Santana Galvão. Aqui neste Santuário de São Francisco, vocês vivem e respiram a espiritualidade franciscana com os frades que servem aqui, como fez Frei Galvão, com a Ordem Terceira de São Francisco, aqui ao lado, e com tantas pessoas apaixonadas por São Francisco de Assis e que buscam seguir seu exemplo. A vida franciscana se fundamenta nos valores da fraternidade, da humildade, do amor aos pobres e à pobreza, no respeito pelas pessoas e por todos os bens da criação. A sintonia entre São Francisco e Santo Antônio Galvão é tanta que o Evangelho proclamado hoje, na Festa de Frei Galvão, é o mesmo do Dia de São Francisco: “Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos” (Mt 11,25). São Francisco e Frei Galvão abraçaram Cristo de coração pleno, tiveram a coragem de serem simples e pequenos, e por isso se tornaram grandes: A primeira leitura nos diz: “Na medida em que fores grande, deverás praticar a humildade, e assim, encontrarás graça diante do Senhor” (Eclo 3,20ª). E São Paulo, na segunda leitura: “Deus escolheu o que o mundo considera tolo, para assim confundir os sábios; escolheu o que o mundo considera fraco, para confundir o

que é forte; escolheu o que é sem importância e desprezado, o que não tem nenhuma serventia, para mostrar a inutilidade do que é considerado importante, para que ninguém possa gloriar-se diante dele” (1 Cor 1,27-28). E se precisássemos definir o que distingue um franciscano, poderíamos sem medo afirmar: “O franciscano (ou a franciscana) é alguém apaixonado por Jesus Cristo. São Francisco viveu esta paixão tão intensamente que teve a graça de receber as cinco chagas que Cristo recebeu na cruz. Santo Antônio Galvão viveu apaixonadamente pelo Cristo, entregou sua vida a Ele sem reservas. Que ele nos inspire a sermos também apaixonados por este Deus que se fez um de nós, está junto de nós, vive no meio de nós, na Eucaristia, na Palavra, na Comunidade reunida e no irmão que partilha a caminhada conosco. Santo Antônio Galvão, que por Jesus tinha paixão, ajudai-nos hoje e sempre, a carregar Cristo em nosso coração.

UM SANTO MARIANO F rei Galvão é Filho do Vale do Paraíba. Seu nascimento ocorreu alguns anos depois do encontro da pequena imagem negra de Nossa Senhora da Conceição, no Rio Paraíba em 1717: NOSSA SENHORA APARECIDA. Ele perdeu a mãe. D. Isabel, aos 16 anos, em 1755. A falta precoce de sua mãe na terra fez com que se apegasse ainda mais à Mãe do Céu. Ele tinha um carinho imenso pela Imaculada Conceição de Maria tanto que, aos 27 anos, aqui neste Convento, assinou com o próprio sangue um documento no qual se consagrava filho e escravo de Nossa Senhora. As pílulas de Frei Galvão, que conhecemos e tanto buscamos, trazem escrita uma oração à Nossa Senhora da Conceição: “Depois do parto, ó Virgem, perma-

necestes inviolada. Mãe de Deus, intercedei por nós”. Ele também construiu e fundou o Mosteiro da Luz, aqui perto, e lá seu corpo está sepultado. Todos os dias percorria a pé este caminho do Convento São Francisco ao Mosteiro da Luz. Ai vivem as Irmãs Concepcionistas, uma ordem fundada por Santa Beatriz da Silva em honra à Imaculada Conceição e com inspiração franciscana. Santo Antônio Galvão, fiel devoto da Virgem Mãe, ajudai-nos hoje e sempre, a honrar nossa Mãe do Céu.

UM SANTO IRMÃO E le é nosso conterrâneo, um franciscano apaixonado por Jesus e devoto fervoroso de Maria. Sempre próximo dos mais necessitados e, por isso, um irmão especial. No ano passado, no dia de São Francisco, o Papa Francisco foi a Assis e sobre o túmulo do Santo assinou sua nova encíclica chamada Fratelli Tutti – ou seja, Todos Irmãos. A partir do exemplo de São Francisco, o Papa nos convida a reconhecermos todas as pessoas como irmãos, filhos do mesmo Pai e, por isso, merecedores de toda a dignidade. Frei Galvão foi incansável em levar amparo, socorro a quem mais precisava: doentes, pobres, pessoas angustiadas e em conflito. E não deixava de oferecer em todos os lugares o bem mais precioso: a Palavra de Deus. Por estas suas ações, realizadas aqui na portaria e Igreja do Convento e nos lugares por onde passava, como pessoa humilde, franciscano cheio de amor e sacerdote zeloso, foi chamado de Apóstolo da Paz e da Caridade. Depositemos hoje a nossa vida e nossas necessidades nas mãos deste Santo amigo e irmão, confiantes de que ele vai levá-las e depositá-las no próprio coração de Deus. Santo Antônio de Santana Galvão, SANTO BRASILEIRO, FRANCISCANO, MARIANO e IRMÃO, rogai por nós! DEZEMBRO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 691


FRATERNIDADES

Paróquia Santa Clara de Imbariê celebra o Espírito de Assis

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preciso paz pra poder sorrir” – com este trecho da canção “Tocando em frente” de Almir Sater, a Paróquia Santa Clara de Imbariê buscou inspiração para realizar a celebração sobre o diálogo inter-religioso intitulada Espírito de Assis. Todos os anos, no dia 27 de outubro, a referida Paróquia busca realizar esse encontro para permanecer vivas as intuições de Francisco de Assis, que há 800 anos buscou apaziguar uma guerra através do diálogo com o sultão Malek-al-Kamil.

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Nessa esteira, o Papa João Paulo II, no dia 27 de outubro de 1986, procurou realizar um encontro com líderes religiosos em busca de diálogo e paz, e a esse momento intitulou “Espírito de Assis”, pois o mesmo aconteceu na cidade de Francisco e sob a inspiração do mesmo. Assim, a celebração na Paróquia aconteceu num clima agradável e leve. Num primeiro momento foram acolhidos os representantes de outras religiões ou Igrejas Cristãs presentes. Em seguida, a paroquiana

Siomara Azevedo contextualizou a importância da celebração, bem como seu histórico. Para tornar ainda mais plástico para todos, dois jovens da paróquia encenaram o encontro de Francisco com o Sultão, tendo como cenário uma tenda. Para inserir uma dinâmica leve no encontro, todos os presentes foram divididos em pequenos grupos intitulados “tendas”, fazendo memória a esse espaço onde foi encenada o encontro de Francisco e o Sultão. Os participantes formaram a sua tenda, não de tecidos e outros objetos, mas de corações desejosos a vivenciar um clima de paz. Nas tendas os envolvidos fizeram dinâmicas de apresentação, reverência ao outro, reflexão, partilha e anotações das principais intuições numa cartolina. Para finalizar, cada representante de uma religião ou Igreja Cristã presente fez uma prece agradecendo pelo encontro. Estiveram presentes irmãos e irmãs representando a Igreja Católica, a Igreja Ortodoxa Antioquina, a Umbanda, o Espiritismo e as Igrejas Evangélicas Pentecostais. Que o bom êxito do encontro, que gerou um clima de fraternidade, respeito e alegria, possa permanecer na Paróquia Santa Clara e infundir ainda mais valorosos frutos de tão nobre celebração, que visa estabelecer a paz na região da Baixada Fluminense, especialmente diante de tantos casos de intolerância religiosa que precisam ser debatidos e evitados através do respeito e do diálogo. Frei Gabriel Dellandrea


FRATERNIDADES

Província celebra sua Padroeira na Vila Clementino

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Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil celebrou a sua Padroeira no dia 8 de dezembro durante a Celebração Eucarística, às 7 horas, na Igreja São Francisco de Assis, na Vila Clementino. O novo Ministro Provincial, Frei Paulo Roberto Pereira, presidiu a Celebração e teve como concelebrantes os Definidores que estão reunidos no Congresso Capitular na Sede Provincial e o Definidor e Visitador Geral, Frei César Külkamp. No dia 8 de dezembro de 1854, o bem-aventurado Papa Pio IX declarou verdade de fé a Conceição Imaculada de Maria. “A Solenidade da Imaculada Conceição é festa que a nossa Fraternidade Provincial tem o privilégio de celebrar”, disse Frei Paulo, lembrando que, certamente, essa devoção a Nossa Senhora se espalhou pelo Brasil graças aos portugueses. “Nós herdamos essa devoção que já faz parte da tradição franciscana, muito antes de virar dogma no século 19. Já no século 4 do cristianismo, Nossa Senhora era olhada com o privilégio de ter sido concebida sem pecado”, citou o celebrante. Desde 1263, a Ordem Franciscana celebrou com muita solenidade a Imaculada Conceição, no dia 8 de dezembro de cada ano, e costumava cantar a Missa em sua honra aos sábados. “Nós estamos vivendo o tempo do Advento e é oportuno que esta celebração se encha de solenidade porque, afinal de contas, o movimento do Espírito nos prepara para viver originalidade do ser humano, a pureza do ser humano. Deus que revela criança, Deus que revela inocente, Deus que revela puro, na noite escura de Belém. A humanidade foi resgatada no Natal”, enfatizou o Ministro Provincial. Segundo ele, é isso que celebramos: a possibilidade de o ser humano resgatar a sua originalidade, “concebido pelo grande desejo do Criador de

viver, como ouvimos na primeira leitura, na sua intimidade”. Para Frei Paulo, esse texto do livro do Gênesis permite uma divagação. “Assim como aqueles amigos íntimos que se visitam no final da tarde, Deus chegava toda tarde no Paraíso e ‘batia um papo’ com Adão e Eva. E essa intimidade de amigos, essa intimidade de entes que conservam a mesma natureza, era experimentada entre Deus e a humanidade. Mas o pecado entra no meio dessa história, então Adão se afasta ao ouvir os passos do Senhor. O pecado o afasta, portanto, da intimidade com Deus. E esta intimidade é a única possibilidade que temos de viver plenamente. Por isso que hoje celebramos. Maria foi privada da mancha do pecado, porque era cheia de graça. Ouvimos, no texto do Evangelho, o céu dizer: Maria, cheia de graça, plena, realizada”, explicou Frei Paulo. “Esta é a nossa vocação, esta é a nossa visão, esta é a nossa meta: como frades

franciscanos desta Província, como frades franciscanos espalhados pelo mundo todo, como cristãos batizados, resgatar a intimidade com o Senhor. Resgatar a possibilidade de viver plenamente e nós, diferentemente de Maria, que antes de ser concebida já vivia essa experiência que cultivou durante sua vida, não temos esse privilégio, mas temos a fé. Por isso nos esforcemos e ajudemos uns aos outros a abrir o espaço nas nossas vidas, no nosso coração, nas nossas decisões, para que a graça seja plena em nós. E o caminho Nossa Senhora já apontou e o Evangelho resume a nossa proposição: ‘Eis aqui a serva do Senhor’”, concluiu. Com o término do Capítulo, na Sede Provincial, em São Paulo, começou o Congresso Capitular, que reuniu o novo Governo Provincial eleito com o presidente do Capítulo, Frei César Külkamp, em dois momentos: de 6 a 9 dezembro, e de 15 a 18. Moacir Beggo DEZEMBRO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 693


FRATERNIDADES

Xaxim festeja a co-padroeira da Paróquia

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o domingo (21/11), a Paróquia São Luiz Gonzaga celebrou a Co-padroeira Nossa Senhora da Saúde. A santa Missa teve início, às 10h, em frente à igreja Matriz. A celebração foi presidida pelo pároco Frei Gilson Kammer e concelebrada por Frei Alan Maia. O início das comemorações da festa de Nossa Senhora da Saúde aconteceu nos municípios do setor de Marema, Lajeado Grande e Entre Rios, no dia 13 de novembro. Em cada município, a santa Missa foi celebrada pedindo pela saúde e também pelos enfermos. Os fiéis foram convidados a trazer objetos de devoção como água, folhas de chá para receber a bênção de Nossa Senhora da Saúde. Na igreja Matriz, em Xaxim, as comemorações tiveram início no dia 18/11 com o tríduo em honra a Nossa Senhora da Saúde. A missa campal do domingo teve início às 10h, em frente à igreja Matriz. Em sua breve reflexão, o pároco lembrou que encerramos neste final de semana o “Tempo Comum”, e que a partir de agora entramos no Advento, tempo de reava-

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liar nossos desejos e busca por aquilo que nos faz bem. “Devemos reavaliar nossos desejos, buscar viver na verdade e vivenciar Cristo, e o que ele deseja. A paz, o amor e o que nos faz bem. Cristo nos mostra que a liberdade que ele oferece, é a liberdade da vida”. “Que Nossa Senhora da Saúde nos dê sua bênção e proteção, que ela interceda por nós, com seu manto sagrado”, disse o frade. Se aproximando do final da celebração, todos os fiéis foram convidados a ficar em frente ao altar para receber a bênção de Nossa Senhora da Saúde, abençoar a água, folhas de

chá e pedir pelos entes queridos e enfermos. Frei Gilson, agradeceu a todos que estavam presentes e que mesmo com o forte sol vieram celebrar e receber a bênção de Nossa Senhora da Saúde. “Agradeço a todos que celebraram conosco nesta manhã, nos dias do tríduo e também nos setores. Que possamos viver este novo tempo do Advento e revigorar nossos dias. Que Nossa Senhora da Saúde nos abençoe e interceda por nós”, finalizou o sacerdote. Pascom da Paróquia São Luiz Gonzaga


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Coral das Meninas dos Canarinhos celebra os 33 anos

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tradicional Celebração Eucarística das 10 horas na Igreja do Sagrado Coração de Jesus, no domingo (31/10), celebrada por Frei Marcos Antonio de Andrade, presidente do Instituto dos Meninos Cantores de Petrópolis (IMCP), marcou as festividades do 33º aniversário do Coral das Meninas dos Canarinhos de Petrópolis. Na ocasião, o celebrante agradeceu a Deus pela vida e história de mais de três décadas do Coral das Meninas. No sábado (30/10) foi lançado pelas plataformas digitais do instituto o “Especial de Aniversário” que apresentou a história de centenas de meninas petropolitanas que passaram sua infância e adolescência dedicando-se à música e que hoje estão espalhadas pelo Brasil e pelo mundo. Um final de semana rico em comemorações, mas também de esperança. Frei Marcos explicou o motivo da ausência das coralistas na Missa festiva: “Infelizmente

por problemas de suspeita e contaminação da Covid-19 nossas meninas não puderam se fazer presentes para cantar a Santa Missa”. Agradeceu a presença do Coral dos Frades do Tempo da Teologia que substituiu as coralistas e que desde o início da pandemia não mediram esforços para cantar a Missa das 10h e outras solenidades e eventos. Fizeram-se presentes também o maestro do coro feminino, Marcelo Vizani, o diretor artístico e regente dos Canarinhos de

Petrópolis, Marco Aurélio Lischt, e a gestora do IMCP, Rose de Mello. Nas preces, Frei Marcos rezou pelas coralistas, que com inspiração franciscana anunciam a Boa-nova do Evangelho através do canto e da música. A assembleia reunida respondeu: “Fazei-nos, Senhor, fiéis ao vosso Reino”. Segundo o maestro Marcelo Vizani, são três décadas vivendo o Evangelho. “Cantar é uma forma fantástica de distribuir o amor, de distribuir o dom que nós recebemos e queremos passar a todos vocês. Quero agradecer muito. Hoje, sim, nós podemos dizer que a juventude ainda ama fazer música. Ouvindo a celebração, nós vemos o quão complicado anda o mundo virtual. Mas sim, nos Canarinhos nós largamos as redes sociais para aprender, cantar, viver e amar ao próximo. Isso parece ser muito fácil, mas não é. Não é fácil, mas graças a Deus temos uma equipe que oferece suporte e incentivo. Quero agradecer ao Frei Marcos, ao Lischt - que antes de tudo é meu amigo e diretor do coro -, quero agradecer a nossa gestora Rose que de uma forma incansável é como uma mãe para todas as nossas meninas. Quero agradecer a toda equipe administrativa, a todos os professores e a todas as meninas que passaram pelo coral ao longo desses anos. E sim, devemos comemorar os 33 anos com o coração repleto de amor. Vida longa ao Coral das Meninas dos Canarinhos”, desejou. O Diretor Artístico, Marco Aurélio Lischt também parabenizou as meninas por mais um aniversário e aproveitou a ocasião para lembrar que no próximo ano o Coral dos Canarinhos de Petrópolis completa 80 anos. Por fim, Frei Marcos agradeceu especialmente aos pais e professores das meninas que neste tempo desafiador souberam se reinventar e parabenizou todas as meninas pelo aniversário de 33 anos. Frei Augusto Luiz Gabriel DEZEMBRO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 695


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Na Cantata, a última aula de Frei Florival

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Universidade São Francisco realizou a Live Musical chamada: “Cantata - Nos passos de São Francisco de Assis uma melodia do coração” no dia 8 de novembro. O evento foi transmitido pelo Youtube, no Canal da TV USF. Dois grandes motivos deram origem a esta Cantata: O primeiro motivo foi o encerramento do Curso de Extensão com o mesmo nome do evento acima citado, “Nos Passos de Francisco, uma Melodia do Coração”. Este Curso foi organizado numa parceria entre a Província Franciscana da Imaculada Conceição, a Universidade São Francisco e o Instituto Teológico Franciscano. O Curso teve a coordenação da Profª Renata Bernardo, da USF, e foi ministrado por Frei Florival Mariano de Toledo, um professor que se esmerou em surpreender com sua criatividade e conteúdo. Foi a oitava aula do Curso de Extensão e os participantes do Curso receberam então, nesta aula, o seu Certificado de participação no Curso. O segundo motivo foi a concretização de um sonho de Frei Florival Mariano e Frei Vitorio Mazzuco de realizarem juntos uma apresentação Litero-Musical sobre Música e Espiritualidade Franciscanas. Frei Vitorio motivou a apresentação fazendo a introdução e comentários entre as músicas. Destacamos aqui algumas ideias que foram colocadas como inspiração: Cada palavra cantada renasce nela mesma, pois o canto, a dança, liturgia e música sempre ampliaram experiências muito profundas nos caminhos da fé. A música religiosa nos coloca de rosto no ombro de Deus. A partir de Francisco de Assis o espírito que fraterniza e confraterniza é o espírito que gosta de cantar. O gostoso da música que vem das Fontes Espirituais Franciscanas é

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que ela não assusta, mas oferece intimidade. A Canção Franciscana sempre cantou e canta para Deus, ao mundo, às pessoas, ao universo, a imensa aglomeração de criaturas e espalha em tudo uma força de amor em cada detalhe. As canções espirituais repetem versos e palavras para criar um ritmo interior e isto se faz meditação e oração. Francisco é um trovador de uma época de bardos e menestréis, da cultura cortês-cavaleiresca, das cantigas de gesta, das cantigas d’amigo, das cantigas de amor. Francisco nos ensina a exprimir e traduzir as aspirações mais profundas com uma linguagem humana e simples. Ele olha a vida como um poeta e cantor com olhos divinos. Frei Florival Mariano, com sua voz privilegiada, seu carisma pessoal, sua capacidade de interpretação, com a sua arte original e sedutora, não apenas cantou, mas vivenciou com um modo de interpretar pleno de sentimento e emoção. Cantou sorrindo e iluminando. Com segurança, comunicação e competência, prendeu a atenção de todos por uma hora e meia. Nem vimos o tempo passar! Ele é bastante experiente em shows, Live’s e cantatas; mas cada uma é única e fontal. Frei Florival faz da canção uma missão, de cada letra uma evangelização; faz de sua voz uma sintonia com o coração dos ouvintes. A sua Banda, formada

por talentosos jovens no teclado, bateria, violão, violinos e baixo, foi de uma leveza e harmonia, uma beleza de acompanhamento e arranjos numa total sincronia com Frei Florival. A Cantata teve também a participação do cantor Vilmar Damasceno, da Pastoral Universitária da USF, em duas músicas. O repertório constou de 13 canções: Lá vai São Francisco; No percorrer de seus dias; Não conhecera o cansaço; Quando o fogo do amor ardeu no peito; Altíssimo, Glorioso Deus; Francisco e Clara, rosto de Deus; As pegadas do Crucificado; Quero honrar e venerar; Nós vos adoramos; Bênção do Santíssimo(Nada de vós retenhais); No raiar de mais um dia; Cântico das Criaturas e Oração de São Francisco. A Tecnologia de Informática da USF transmitiu com precisão a Live Musical. Foi uma noite de belas canções, meditação e contemplação. A Canção Franciscana faz você se tornar um com o Todo, faz um encontro, uma fusão de alma e matéria. Cantos espirituais são como oásis no deserto; na imensidão fazem encontrar minúsculos detalhes com grandes energias de amor e fé, para continuar o caminho com a sede saciada. Em louvor de Cristo, Amém! Pastoral Universitária da USF


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Missão de Angola recebe contêiner do Bom Jesus

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raticar a “Amorografia”, dentre outras coisas, também é concentrar e direcionar nossa compaixão sincera ao próximo, principalmente para as pessoas que mais precisam, não importando a distância. E foi essa atitude humana, que envolveu centenas de colaboradores, alunos e seus familiares do Grupo Educacional Bom Jesus, que permitiu o envio de um contêiner com aproximadamente 19 toneladas de produtos de necessidade básica para pessoas em vulnerabilidade social atendidas pela Missão Franciscana em Angola. A Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil está presente em An-

gola desde 1990. Durante o ano passado e início deste foram reunidos materiais de estudo, computadores, vestuário de uso cotidiano, uniformes esportivos, camas, colchões, cadeiras, carteiras, instrumentos musicais, alimentos não perecíveis, entre outros materiais que serão distribuídos a comunidades menos favorecidas pela Província da Imaculada Conceição. Toda a arrecadação foi enviada por meio de contêiner adquirido exclusivamente para o projeto e a ação contou com as empresas parceiras: FIL Group Brasil, TWS Comex, GTI Internacional, Phoods Indústria de Alimentos, Delta Containers e NileDutch The Africa Connection.

“Somos muito gratos pela participação voluntária dos nossos colaboradores e também pela parceria das empresas voluntárias. Com certeza, esse pequeno gesto fará uma grande diferença na vida de muitos irmãos angolanos. São atitudes como esta que falam mais do que palavras, que vão além do discurso e trazem um aprendizado de humanidade para todos nós”, agradece o presidente do Grupo Educacional Bom Jesus, Frei João Mannes. Para saber mais sobre a missão em Angola, acesse o site da nossa Província. Juliano Zemuner DEZEMBRO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 697


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Papa aos pobres em Assis: “Estamos aqui precisamente para aprender com o que São Francisco fez”

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or ocasião do Encontro de oração e testemunho da quinta edição do Dia Mundial dos Pobres o Papa Francisco foi a Assis no dia 12 de novembro. Depois de ouvir os testemunhos de alguns presentes e do momento especial de oração, o Papa dirigiu algumas palavras aos presentes. Francisco iniciou agradecendo a presença de todos em Assis e recordando que a cidade de Assis “tem impresso o rosto de São Francisco” que recebeu o chamado para viver o Evangelho à letra. E disse que embora a sua santidade de alguma forma nos assusta porque parece impossível imitá-la,

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devemos recordar certos momentos da sua vida que valem mais do que os sermões. E falou dos pequenos sacrifícios, os “fioretti” que o Santo fazia, que foram reunidos para mostrar a beleza da sua vocação: “Somos atraídos por esta simplicidade de coração e de vida: é a própria atração de Cristo, do Evangelho”. O Papa recordou uma dessas passagens quando Francisco vivendo na pobreza extrema conseguia alguma coisa para comer embora fosse pouca ele sempre a considerava como “um tesouro do qual não se sentia digno”, e dizia: “É precisamente isto que considero um grande tesouro, porque não há nada, mas o que temos nos

foi dado pela Providência (...) Este é o ensinamento que São Francisco nos dá: saber contentar-se com o pouco que temos e partilhá-lo com os outros”

Homens e mulheres pedras vivas da Igreja Ao recordar que o encontro se realizava na Porciúncula, uma das pequenas igrejas que São Francisco pensou em restaurar, o Papa disse: “Ele nunca teria pensado que o Senhor lhe pedisse para dar a sua vida para renovar não a igreja feita de pedras, mas a de pessoas, de homens e mulheres que são as pedras vivas da Igreja. E se estamos aqui


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hoje é precisamente para aprender com o que São Francisco fez”.

Marginalização espiritual São Francisco “passava muito tempo nesta pequena igreja a rezar”, continuou o Papa, “recolhia-se aqui em silêncio e escutava o Senhor, o que Deus queria dele. Também nós viemos aqui para isto: queremos pedir ao Senhor que ouça o nosso grito e venha em nosso auxílio. Não esqueçamos que a primeira marginalização de que os pobres sofrem é espiritual”. O Papa recordou e agradeceu a todos os que ajudam os pobres, e disse que fica muito feliz quando “as pessoas param para falar e às vezes rezar com eles”. Em seguida falou da acolhida. “Acolher significa abrir a porta, a porta da casa e a porta do coração, e permitir àqueles que batem à porta de entrar. E que podem sentir-se à vontade, sem medo. Onde existe um verdadeiro sentido de fraternidade, existe também a experiência sincera de acolhimento”

A fraqueza pode se tornar uma força que melhora o mundo Neste ponto do discurso o Papa falou sobre o encontro. “Encontrar-se é a primeira coisa, ou seja, ir ao encontro uns dos outros com o coração aberto e a mão estendida. Sabe-

mos que cada um de nós precisa do outro, e mesmo a fraqueza, se experimentada em conjunto, pode tornar-se uma força que melhora o mundo” O Pontífice em seguida abordou a questão dos que afirmam que os responsáveis pela pobreza são os pobres.... além da “hipocrisia dos que querem se enriquecer para além das medidas, se coloca a culpa sobre os ombros dos mais fracos”. E para contrastar, o Papa afirmou com veemência: “É tempo que seja restituída a palavra aos pobres, porque durante demasiado tempo os seus pedidos não foram ouvidos. É tempo que se abram os olhos para ver o estado de desigualdade em que vivem tantas famílias. É tempo de arregaçar as mangas para restituir dignidade através da criação de empregos. É tempo que se volte a se escandalizar diante da realidade de crianças famintas, escravizadas, tiradas das águas quando naufragam, vítimas inocentes de todo o tipo de violência. É tempo que cessem as violências contra as mulheres e as mulheres sejam respeitadas e não tratadas como mercadoria. É tempo que se rompa o círculo da indiferença para retornar a descobrir a beleza do encontro e do diálogo”.

Coragem e sinceridade Em seguida o Papa comentou os testemunhos das pessoas pobres agradecen-

do sua coragem e sinceridade. “Coragem, porque quiseram partilhar com todos nós, mesmo que façam parte da sua vida pessoal; sinceridade, porque se mostraram como são e abriram o seu coração com o desejo de serem compreendidos”.

Esperança e resistência “Percebi um grande sentido de esperança. A marginalização, o sofrimento da doença e da solidão, a falta de muitos meios necessários não os impediu de olharem com os olhos cheios de gratidão para as pequenas coisas que lhes permitiram de resistir” Por fim, o Papa falou sobre resistir além da esperança: “Esta é a segunda impressão que eu percebi e que deriva da esperança. O que significa resistir? Ter a força para continuar apesar de tudo. Resistir não é uma ação passiva, pelo contrário, requer coragem para empreender um novo caminho sabendo que dará frutos”. Concluindo, disse: “Peçamos ao Senhor que nos ajude sempre a encontrar a serenidade e a alegria. Aqui, na Porciúncula, São Francisco ensina-nos a alegria que vem de olhar para quem está próximo como a um companheiro de viagem que nos compreende e nos apoia, tal como nós somos para ele ou ela”. Vatican News

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EVANGELIZAÇÃO

Frei César destaca o belo testemunho do Papa em Assis Ao chegar a Assis, por volta das 9 horas, o Santo Padre visitou o Protomonastério de Santa Clara para um encontro com a comunidade das Clarissas. Chegando à Basílica de Santa Maria dos Anjos, o Santo Padre foi recebido no adro da igreja por algumas autoridades. Em seguida, três pessoas pobres dirigiram palavras de boas-vindas e entregaram simbolicamente a capa e o cajado de peregrino ao Papa Francisco, indicando que todos os peregrinos vinham aos lugares de São Francisco para ouvir sua palavra. Posteriormente, o Santo Padre entrou na Basílica e foi à Porciúncula, onde parou para rezar por alguns minutos. Depois de alguns testemunhos, o Papa fez seu discurso e um momento de oração entre ele os participantes do encontro. No final, antes de retornar de helicóptero ao Vaticano, o Santo Padre visitou as Clarissas de Spello e fez uma parada para almoçar com a comunidade, enquanto os pobres presentes no encontro foram recebidos pelo Mons. Dom Domingos Sorrentino, Bispo de Assis-Nocera. Da Ordem dos Frades Menores, que residem em Roma, na Cúria Geral, estiveram presentes o Ministro Geral, Frei Massimo Fusarelli, e três Definidores, entre eles Frei César Külkamp, que contou que este foi o segundo encontro com o Papa, já que esteve com ele no Hospital da Venerável Ordem Terceira, durante a Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro, em 2013. Frei César destacou os testemunhos muito comoventes, assim como a fala do

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Papa. “Depois de tudo isso, nós fomos para uma sala de recepção e o Papa saudou a cada um dos frades presentes, cumprimentando e dizendo uma palavrinha. Depois, ele fez a oração do Angelus, deu uma bênção para nós e saiu”, contou Frei César. Segundo o Definidor Geral brasileiro, num espaço perto da estação em Assis, houve o almoço com as 500 pessoas, autoridades civis e religiosas e os frades, que depois retornaram a Roma. “Foi uma celebração de uma beleza toda própria, porque pude sentir que o Papa estava muito à vontade. Ele já enfrenta algumas debilidades devido à idade, ele foi operado há pouco tempo, mas ele caminhou bastante, ele foi ao encontro das pessoas, falava, conversava com cada um e ouvia mensagens que eles tinham para ele”, contou Frei César. “Também durante toda a cerimônia de oração, ele até virou a sua cadeira porque queria olhar bem para as pessoas que estavam dando testemunho. Então, esse interesse dele, essa entrega para aquele momento foi um testemunho bonito. De perceber como ele, de fato, dá essa atenção a cada pessoa. Ele nunca cumprimenta formalmente. Mesmo a nós, frades, ele cumprimenta, olha nos olhos, diz uma palavra. Foi interessante também ver que ele saudava cada um dos frades mais idosos da Porciúncula, pedindo que tivessem coragem, fossem avante. Isso foi um testemunho muito bonito e fraterno da parte dele”, ressaltou Frei César. O Papa iniciou agradecendo a presença

de todos em Assis e recordando que a cidade de Assis “tem impresso o rosto de São Francisco” que recebeu o chamado para viver o Evangelho à letra. E disse que embora a sua santidade de alguma forma nos assusta porque parece impossível imitá-la, devemos recordar certos momentos da sua vida que valem mais do que os sermões. Há outro fato importante: aqui na Porciúncula, São Francisco acolheu Santa Clara, os primeiros frades e muitos pobres que o procuraram. Com simplicidade os recebeu como irmãos e irmãs, compartilhando tudo com eles. Esta é a expressão mais evangélica que somos chamados a fazer nossa: acolher. Acolher significa abrir a porta, a porta da casa e a porta do coração, e permitir a quem busca que possa entrar. E que ele pode se sentir à vontade, não maravilhado, não, à vontade, livre. Onde existe um verdadeiro sentido de fraternidade, vive-se também a experiência sincera de acolhimento. Onde, por outro lado, há medo do outro, desprezo pela sua vida, nasce a recusa ou, pior, a indiferença: aquele olhar para o outro lado. O acolhimento gera um senso de comunidade; pelo contrário, a recusa se fecha no próprio egoísmo. Madre Teresa, que fez da sua vida um serviço de acolhimento, gostava de dizer: “Qual é o melhor acolhimento? O sorriso”. O sorriso. Compartilhar um sorriso com quem precisa é bom para nós dois, para mim e para o outro. O sorriso como expressão de simpatia, de ternura. E então o sorriso envolve você, e você não será capaz de se afastar da pessoa para quem sorriu.


EVANGELIZAÇÃO

sempre perdoa, ele olha para o outro lado”. Ele perdoa tudo”.

Nunca deixe de pedir perdão

Papa às Clarissas: carreguem as dores e os pecados da Igreja “Tenho medo que o Senhor esteja passando e que eu não perceba, que Ele esteja passando”. Esta frase de Santo Agostinho é a premissa do discurso proferido pelo Papa Francisco às Clarissas no Mosteiro de Santa Clara em Assis, antes do encontro de oração na Basílica de Santa Maria degli Angeli, em vista do Dia Mundial dos Pobres. O Pontífice exortou as religiosas a serem contemplativas atentas. “A atenção”, explicou, “não é a de alguém que olha pela janela o que está acontecendo durante o dia: uma mente que pensa bem “não perde tempo em conversas vazias”. Para estar atento ao Senhor, é preciso ter “um coração sereno” e voltar com a memória ao momento da vocação, ao “que o coração sentiu naquele momento”: “a alegria de seguir Jesus, de acompanhá-lo”. O Papa então convidou a fazer perguntas cruciais que estão ligadas precisamente ao tempo da vocação. Por que fui chamada? Para fazer uma carreira? Para chegar àquele lugar, ou aquele outro? Não: para amar e deixar-me amar.

Interceder pela Igreja À serenidade da mente deve-se acrescentar também a das mãos que devem se mover não apenas para rezar, mas também “para trabalhar”. Francisco recordou o que São Paulo escreve em sua carta aos Tessalonicenses: “Quem não trabalha, não come”. Quando a mente, o coração e as mãos fazem o que devem, o equilíbrio

das consagradas “está cheio de amor e paixão”. E é fácil perceber “quando o Senhor passa, e não deixá-lo passar sem escutar o que ele quer dizer”. Seu trabalho, disse Francisco, é este: Carreguem nas costas os problemas da Igreja, as dores da Igreja e também - ouso dizer - os pecados da Igreja, nossos pecados, os pecados dos bispos, somos bispos pecadores, todos; os pecados dos sacerdotes; os pecados das almas consagradas... E levá-los diante do Senhor: ‘São pecadores, mas deixai-os ir, perdoai-os’, sempre com intercessão pela Igreja.

Não se deixar corromper pelo pecado O perigo, acrescentou, não está em ser pecador, mas em se deixar corromper pelo pecado: “o corrupto é incapaz de pedir perdão”. O caminho desta corrupção, que leva a ver o pecado como “uma atitude normal”, tem apenas “um bilhete de ida, dificilmente um bilhete de volta”. A vida dos pecadores, por outro lado, “sente a necessidade de pedir perdão”: esta “necessidade de pedir perdão” nunca deve ser perdida. O Pontífice exortou as religiosas a rezar para que “a Igreja não seja corrupta”. Irmãs, padres e bispos corruptos são de “altíssima qualidade”, porque - afirmou, citando um ditado - “Corruptio optimi pessima”, ou seja, “a corrupção dos melhores é péssima, é a pior”. Ao invés disso, é necessário ter sempre “a humildade de se sentir pecador, porque o Senhor

Francisco lembrou então das palavras que lhe foram ditas por um confessor capuchinho que agora tem 94 anos de idade em Buenos Aires. Ainda hoje, há muitas pessoas em seu confessionário: “Homens, mulheres, crianças, jovens, trabalhadores, sacerdotes, bispos, freiras, tudo, todo o rebanho do povo de Deus vai se confessar a ele porque ele é um bom confessor”. Um dia, este religioso tinha ido ao episcopado e dito ao futuro Pontífice: “Às vezes me sinto mal porque perdoo demais”. “Vou à capela, olho para o tabernáculo: ‘Senhor, perdoa-me, já perdoei demais’! Mas a certa altura me dou conta: “Mas cuidado: porque foi você quem me deu o mau exemplo”! Recordando estas palavras do sacerdote, o Papa enfatizou que Deus “só pede nossa humildade ao pedir perdão”.

Rezem para que os sacerdotes possam ser pastores e não administradores Francisco dirigiu então uma exortação especial às Clarissas: “Pensem na Igreja. Pensem nos idosos, nos avós, que muitas vezes são material descartado”. Pensem nas famílias, o quanto as mães e os pais têm que trabalhar para conseguir o sustento, para ter comida. Rezar pelas famílias para que saibam educar bem seus filhos. Pensem nas crianças, nos jovens e nas muitas ameaças de mundanismo que causam tantos danos. E rezem pela Igreja. Pensem nas irmãs, nas mulheres consagradas como vocês, naquelas que devem trabalhar em escolas e hospitais. Pensem nos sacerdotes. Teresinha entrou no Carmelo para rezar pelos padres: nós precisamos, precisamos de orações. “Rezem”, concluiu o Papa, “para que saibamos ser pastores e não administradores: que os padres sejam bispos, sacerdotes, possam ter esta pastoralidade, serem pastores”. Vatican News DEZEMBRO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 701


Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil NOTÍCIAS DA REUNIÃO DO DEFINITÓRIO PROVINCIAL São Paulo, 18 de Novembro 2021

Em virtude da mudança de data do Capítulo Provincial para 22 a 30 de novembro e por conta do tempo hábil para as diversas aprovações necessárias, o Definitório se reuniu extraordinariamente, na modalidade on line, na manhã do dia 18 de novembro de 2021. Os encaminhamentos seguem abaixo:

1) Capítulo Provincial 2021 – Equipes de trabalho O Definitório deu parecer favorável aos nomes indicados para as diferentes equipes de trabalho propostas pela Comissão Preparatória, a saber: Secretaria: Frei Walter de Carvalho Junior (secretário), Frei Antônio Joaquim Pinto e Frei Sandro Roberto da Costa (subsecretários); Comunicação: Frei Clauzemir Makximovitz, Frei Augusto Luiz Gabriel, Frei Alan Leal de Mattos, Frei Gabriel Dellandrea e Moacir Beggo; Hospedagem: Frei James Ferreira Gomes Neto e Frei Robson Luiz Scudela; Mural: Frei Vitório Mazzuco Filho, Frei James Luiz Girardi, Frei Leandro Costa Santos e Frei Germano Guesser;

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Esporte e recreios: Frei Evandro Balestrin, Frei Neuri Francisco Reinisch e Frei Alex Sandro Ciarnoscki; Ouvidores: Frei Claudino Gilz, Frei José Idair Ferreira Augusto e Frei Jeâ Paulo de Andrade; Liturgia: Frei Marcos Antônio de Andrade, Frei Roger Strapazzon e Frei Josemberg Cardozo Aranha; Coordenadores dos Grupos de Estudo: Frei Pedro de Oliveira Rodrigues (01), Frei Ademir Sanquetti (02), Frei Alex Sandro Ciarnoscki (03), Frei Jorge Paulo Schiavini (04), Frei Mário José Knapick (05), Frei José Francisco C. dos Santos (06), Frei Germano Guesser (07), Frei Ivair Bueno de Carvalho (08), Frei Ivo Müller (09) e Frei Vanderlei da Silva Neves (10); Secretários dos Grupos de Estudo: Frei Alvaci Mendes da Luz (01), Frei Salésio Lourenço Hillesheim (02), Frei André Luiz da Rocha Henriques (03), Frei Diego Atalino


definitório provincial// de Melo (04), Frei Thiago Alexandre Hayakawa (05), Frei Roberto Carlos Nunes (06), Frei Carlos Ignacia (07), Frei Vitorio Mazzuco Filho (08), Frei Djalmo Fuck (09) e Frei Ronaldo Fiuza Lima (10);

2) Aprovações Diversas

PROFISSÃO TEMPORÁRIA – RENOVAÇÃO DE VOTOS Fraternidade São Boaventura, Rondinha, Campo Largo 1. Frei Sérgio Hide Honna – 3º ano de Profissão Temporária 2. Frei Marcelo Tadeu da Silva – 3º ano 3. Frei Lucas Moreira Almeida – 3º ano 4. Frei Josielio da Silva Oliveira – 3º ano 5. Frei Guilherme Plotheguer Neto – 3º ano 6. Frei Franklin Mateus da Costa – 3º ano 7. Frei Jerónimo Cheia Mário – 2º ano (FIMDA) 8. Frei Herculano José Nungulo – 2º ano (FIMDA) 9. Frei Inácio Filipe Puto – 2º ano (FIMDA) 10. Frei Venâncio Canombelo Candundo – 2º ano (FIMDA) 11. Frei Alberto Joaquim Gamba – 1º ano (FIMDA) 12. Frei Escovalo Gabriel Domigos – 1º ano (FIMDA) 13. Frei Fernando Camaxilo Victór – 1º ano (FIMDA) 14. Frei Gualter Filipe João Pascoal – 1º ano (FIMDA) 15. Frei Januário Mendonça Barreto de Carvalho – 1º (FIMDA) 16. Frei José Kapundi Rodrigues – 1º ano (FIMDA) 17. Frei Manuel Katchigangu Singue – 1º ano (FIMDA) 18. Frei Paulo Camuanguina Alexandre ¬– 1º ano (FIMDA) 19. Frei Paulo Kapindali – 1º ano (FIMDA) 20. Frei Paulo Ngungu Gabriel – 1º ano (FIMDA) 21. Frei Simão Albino Ketenha Kaquinta – 1º ano (FIMDA) 22. Frei Bruno Almeida de Mello – 1º ano 23. Frei Bruno Dias de Deus ¬– 1º ano 24. Frei Vinícius de Oliveira Betim – 1º ano

Fraternidade do Sagrado Coração De Jesus, Petrópolis, RJ 25. Frei Danilo Santos Oliveira – 6º ano de Profissão Temporária 26. Frei António da Silva Manuel – 5º ano - (FIMDA) 27. Frei Bernardo João Cassinda – 5º ano – (FIMDA) 28. Frei Daniel Kahuvi Tchitumba Tchikeva - 5º ano (FIMDA) 29. Frei Domingos Cacanda Soma – 5º ano – (FIMDA) 30. Frei Elias Hebo Luís – 5º ano (FIMDA) 31. Frei Evaristo Seque Joaquim – 5º Ano (FIMDA) 32. Frei João Manoel Zechinatto – 4º ano 33. Frei Pedro Domingos Caiungue Mugiba - 5º ano (FIMDA)

Fraternidade São Francisco, Palanka, Luanda, Angola 34. Frei Abel Ernesto Nené – 1º Ano

35. Frei Borracha Raimundo Eduardo – 1º Ano 36. Frei Luís José Fernandes – 1º Ano 37. Frei Manuel Coloi Armando Camongue – 1º Ano 38. Frei Mário Catimba Dumbo Baptista – 1º Ano 39. Frei Paulino Salamba Candodo – 1º Ano 40. Frei Silva Kawía Ngueve Tchimbo – 1º Ano 41. Frei Simão Kapingâla Jamba – 1º Ano 42. Frei Tomás Gaspar Joaquim – 1º Ano 43. Frei Adriano Fernando Sumbelelo – 2º ano 44. Frei Hilário Capingãla Ngunja – 2º ano 45. Frei Fernando José Dange – 2º ano 46. Frei João Pedro Pessoa Lima (ano missionário) - 2º ano 47. Frei Abel Ndala Sahuma Nganji – 3º ano 48. Frei Clementino Samuel Miguel – 3º ano 49. Frei David Vicente da Conceição Gaeita – 3º ano 50. Frei Luis António Gungo – 3º ano 51. Frei Valódia João Manuel Baptista Domingos – 3º ano 52. Frei Alberto Martinho Sambei – 4º ano 53. Frei António Sacaputo Maimo – 4º ano 54. Frei Domingos Macuva Paulo – 4º ano 55. Frei Inoc Joaquim João – 4º ano 56. Frei Silvério Mungo Cajonde – 4º ano 57. Frei Feliciano Afonso Manuel – 5º ano

Ano Missionário 58. Frei Bruno Gonçalves Cezário – Rocinha, RJ, Fraternidade Nossa Senhora da Boa Viagem 59. Frei Ruan Felipe Sguissardi, Seminário – Guaratinguetá, SP

Outras fraternidades 60. Frei Gilberto Silveira da Costa Junior - Agudos, SP 61. Frei Gabriel Nogueira Alves – São Paulo, acompanhamento e ano missionário no Convento S. Francisco

PRIMEIRA PROFISSÃO Fraternidade São Francisco – Noviciado São José, Rodeio, SC 1. Frei Caio Santos da Silva

Fraternidade Franciscana Santo Antônio – Noviciado, Quibala, Angola 2. Frei Benedito Cassoma 3. Frei Benjamim Njle Songa 4. Frei Bernardino Quessongo 5. Frei Castro Domingos Gaspar 6. Frei Dâmaso Tchembeka Muhepe 7. Frei David Avelino Damião Vicente DEZEMBRO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 703


//definitório provincial

8. Frei Francisco Fernando Kanhanga Tchingandu 9. Frei José Cambanda Catimba 10. Frei José Gregório Severino 11. Frei Manuel Mbuta Chicunho 12. Frei Manuel Sabino Anapaz Kassindula 13. Frei Miguel Armindo Caquarta 14. Frei Pio Cutopa Chongolola 15. Frei Valter Muhongo Quimbundo

ADMISSÃO AO NOVICIADO Fraternidade São José – Postulantado Frei Galvão, Guaratinguetá, SP 1. Almiro Luna Xavier 2. Erick Eduardo dos Santos 3. Felipe Miguel Fiamoncini 4. Felipe Zaros Granusso 5. Filipo Carpi Girão 6. Francisco Barbosa Mouzinho Junior 7. Lucas Alfredo Teston 8. Paulo Vitor da Silva 9. Samuel Cavalcanti do Amaral 10. Vilmar José Bittencourt Júnior 11. Yure de Oliveira Telles Souza

Fraternidade do Seminário Monte Alverne – Aspirantado, Malange, Angola Devido às alterações no calendário escolar, os Postulantes de 2022 só começarão sua caminhada no segundo semestre. ADMISSÃO AO TEMPO DE PROVAÇÃO Receberam da Cúria Geral autorização de retorno à Ordem com admissão a um tempo de provação: 1. Gleison Olivo 2. Lucas de Moura Justino Souza 3. Pedro Isaías Luíza Vitangue

3) Agenda acréscimos (Ordenações presbiterais)

- Frei Canga Manuel Mazoa, Frei Mário Sampaio Pelu e Frei Santana Sebastião Cafunda – 15/01/2022, 9h30, Luanda, Angola; - Frei Jefferson Max Nunes Maciel – 29/01/2022, 19h, Araucária, PR; - Frei Jhones Lucas Martins – 26/03/2022, 10h, Macatuba, SP; - Frei Josemberg Cardozo Aranha – 07/05/2022, 15h, Duque de Caxias, RJ; - Frei Junior Mendes – 14/05/2022, Santo Amaro da Imperatriz, SC; - Frei Alan Leal de Mattos – 04/06/2022, 10h, Petrópolis, RJ;

Fraternidade Franciscana da Porciúncula – Postulantado, Viana, Angola 12. Daniel Bungwe Soma 13. Dionísio Katenque Chingui 14. Eduardo César Himi 15. Francisco Pedro Kapapelo Chitacumuta 16. Luís Mugiba 17. Manuel Franco Mununga 18. Pedro Caiombe Samuco

5) Nomeação – Assistente da Federação da Sagrada Família

ADMISSÃO AO POSTULANTADO Fraternidade São Francisco – Seminário, Ituporanga, SC 1. Caio Vinicius Lucas de Oliveira 2. Clemente Ferreira da Costa Junior 3. Cristian dos Santos Lopes 4. Dionnes Amaro Dionízio 5. Felipe Fernando Noronha 6. Franklin Wakim Batulo 7. Gabriel Sperança Goschel 8. Gilson Ramos de Oliveira 9. Luiz Gustavo Guimarães Montello 10. Mateus Querino 11. Victor Gomes Franz

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4) Pedido de estudo – Doutorado em História O Definitório aprovou o pedido de Frei Alvaci Mendes da Luz para cursar o Doutorado em História pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Trata-se do prosseguimento de seu estudo de Mestrado, já em fase de conclusão. O tema da pesquisa será “Franciscanos na Capitania de São Paulo: das fontes documentais ao patrimônio edificado”.

Em decreto de 09 de setembro de 2021, a Congregação para os Institutos de Vida Consagrada nomeou Frei Fidêncio Vanboemmel como Assistente da Federação Sagrada Família dos Mosteiros das Irmãs Clarissas do Brasil. O Definitório desejou a Frei Fidêncio bênçãos generosas para este serviço e recordou a dedicação e a competência com que Frei Raimundo Justiniano de Oliveira Castro por quase 18 anos exerceu este ofício, manifestando gratidão em nome da Família Franciscana. Secretaria Provincial


CFMB OFS

OFS elege novo governo

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e 13 a 21 de novembro foi celebrado o XVI Capítulo Geral da Ordem Franciscana Secular. No dia 17 de novembro, na presença de Frei Massimo Fusarelli, Ministro Geral da Ordem dos Frades Menores, os 57 Capitulares elegeram o novo Governo da OFS para o próximo sexênio. Durante a celebração da Santa Missa, Frei Massimo iniciou a sua homilia dizendo: “A oração que abriu a nossa celebração, fez-nos pedir a graça de reconhecer Cristo nos pobres e necessitados: reconhecer é um dom que vem de Deus, como diz São Francisco no Testamento: ‘O Senhor me concedeu ...’ por outro lado acrescentou que o grito do Evangelho no dia da festa de Santa Isabel lembra aos capitulares que “ser abençoado

significa receber uma graça, entre elas a de reconhecer Cristo nos necessitados”. No final da homilia, Frei Massimo convidou os Capitulares a se apaixonarem por Cristo, a amar a realidade, a ouvir a voz de Deus e a “deixar-se transformar pela presença do Senhor…. na escuta orante da Palavra de Deus: é aqui que podemos ser gradualmente transformados pela força do Espírito para nos tornarmos diligentes e incansáveis ​​na caridade”. Para os próximos seis anos, as capitulares elegeram Tibor Kauser, da Hungria, e Mary Stronach, dos Estados Unidos, como Ministro Geral e Vice-ministra Geral, respectivamente. Juntamente com eles foram eleitos os membros do Conselho de Presidência: para a Ásia-Oceania, Francis Park;

para a África francófona e as ilhas Adolfo Assagba, para a África inglesa e portuguesa, Eremenciana Chinyama; para a Europa do Norte, Dina Shabalina; para a Europa do Sul e Mediterrâneo, Noemi Paola Riccardi; pela América do Norte e Central, Ana María Raffo; pela América do Sul, Noemí Diana Silvia e pela Jufra, Luis Feliz Chocojay.

PAPA: “SEJAM ESPELHOS DE CRISTO” Na dia 15, Francisco recebeu os participantes no Capítulo Geral da Ordem Franciscana Secular. O Papa iniciou saudando a todos com as palavras que São Francisco dizia aos que encontrava: “Que o Senhor lhes dê a paz!” “A sua vocação nasce do chamado universal à santidade. O Catecismo da Igreja Católica nos recorda que os leigos participam do sacerdócio de Cristo”, disse o Papa e “esta santidade, à qual vocês são chamados como Franciscanos Seculares”, envolve a conversão “do coração, atraído, conquistado e transformado por Aquele que é o único Santo, que é ‘o bem, todo bem, o bem supremo’. Isto é o que faz de vocês - continuou o Pontífice - verdadeiros ‘penitentes’. São Francisco, em sua Carta a todos os fiéis, apresenta o ato de “fazer penitência” como um caminho de conversão, um caminho de vida cristã, um compromisso de fazer a vontade e as obras do Pai celestial”.

Ao falar sobre o processo de conversão segundo o Testamento do Santo o Papa explica: “O processo de conversão é assim: Deus toma a iniciativa: ‘O Senhor disse a mim para fazer penitência’. Deus leva o penitente a lugares onde jamais teria ido: ‘Deus me levou entre eles, os leprosos’. O penitente responde aceitando colocar-se a serviço dos outros e sendo misericordioso com eles. E o resultado é a felicidade: ‘O que me pareceu amargo se transformou em doçura da alma e do corpo’”

“Queridos irmãos e irmãs, é isso o que eu os exorto a realizar em suas vidas e em sua missão. E, por favor, não confundamos ‘fazer penitência’ com ‘obras de penitência’. Estes - jejum, esmola, mortificação - são consequências da decisão de abrir o coração a Deus”. E acrescentou: “Abrir o coração a Deus! Abrir o coração a Cristo, vivendo no meio das pessoas comuns, no estilo de São Francisco. Como Francisco era um ‘espelho de Cristo’, assim também vocês podem se tornar ‘espelhos de Cristo’. “Vocês são homens e mulheres comprometidos em viver no mundo segundo o carisma franciscano. Um carisma que consiste essencialmente em observar o santo Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo”, continuou o Papa, “Com esta sua identidade franciscana e secular, vocês fazem parte da Igreja em saída. Seu lugar favorito é estar no meio do povo”. DEZEMBRO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 705


CFMB

Profissão Solene na Custódia da Amazônia

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terceiro domingo do Advento foi um dia de especial alegria para a família Franciscana na Amazônia. Frei Andrei Anjos e Frei Fábio Vasconcelos, frades da Custódia São Benedito da Amazônia, professaram seus votos definitivos na Ordem dos Frades Menores na celebração presidida pelo Ministro Custodial Frei Edilson Rocha. A liturgia da Profissão Solene foi realizada na Igreja do Santíssimo Sacramento em Santarém – PA. A Celebração Eucarística foi concelebrada por frades da Custódia e contou com a participação de membros das congregações religiosas presentes em Santarém, familiares, amigos dos frades e de leigos das comunidades atendidas pelos franciscanos. Seus confrades da Província da Imaculada também estiveram em sintonia com eles. Os dois professos solenes são estudantes de Teologia e residem na Fraternidade do Sagrado Coração, em Petrópolis. O novo presbítero também fez os estudos de Teologia ali. O terceiro domingo do advento é o do-

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mingo da Alegria (Gaudete), quando a vinda do Senhor está mais próxima, e para consolidar este tema, Frei Andrei e Frei Fábio escolheram a frase “Servir na Perfeita Alegria” como lema da profissão. Toda a celebração foi planejada pelos frades e leigos membros da Rede Franciscana de Paróquias. Os presentes e aqueles que acompanharam a transmissão através da página da Custódia no Facebook, sentiram o tema da celebração que pairava no ar: a alegria. Após a proclamação do Evangelho, o secretário de Formação e Estudos da Custódia, Frei John of God, fez a chamada nominal dos frades, que ao responderem: “aqui estou”, recordando o primeiro chamado que lhes foi feito quando batizados. Em seguida, Frei Andrei e Frei Fábio manifestaram seus pedidos de admissão na Ordem dos Frades Menores. O Custódio, Frei Edilson, dizendo, “Bendito seja Deus que os escolheu e iluminou esta decisão”, acolheu o pedido feito pelos frades. Frei Edilson, durante sua homilia, destacou

o tema da liturgia do dia e o lema escolhido pelos jovens frades para a celebração. O Custódio enfatizou que o serviço na verdadeira alegria consiste em “colocar suas inteligências, seus dons, suas capacidades e todos os frutos que a Graça de Deus tem produzido em suas vidas a serviço daqueles que não podem retribuir” e lembrou a necessidade de “realizar grandes coisas até sentirem-se humanamente realizados, mas sem se deixar levar pela vaidade, colocar a serviço dos irmãos os seus dons e não desanimar nem desistir quando enfrentarem a falta de reconhecimento, a ingratidão, a incompreensão e mesmo rejeição”. Dando continuidade, acentuou que servir ao Senhor na perfeita alegria significará servir numa atitude de total gratuidade, despojada de qualquer interesse e também no espírito evangélico da minoridade. Após a homilia, prosseguiu-se o rito da profissão solene. Uma vela acesa foi entregue aos professandos para simbolizar a chama da fé no coração de cada batizado.


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Frei Fábio com sua mãe Maria Gorete e seu pai Assunção

Frei Andrei com sua irmã Alexandra e seu pai Paulo

Diante da comunidade presente, o Ministro custodial interrogou os frades e estes responderam de maneira solene e alegre: “Quero!” Tendo dito seu sim, Frei Andrei e Frei Fábio, num gesto de humildade, entrega e despojamento, prostraram-se no chão enquanto a Igreja cantou a prece litânica. Concluída a Ladainha de todos os Santos, Frei Edilson, em nome da Ordem dos Frades Menores, sentou-se diante da Assembleia presente, enquanto Frei Alex Assunção e Frei Rômulo Canto se aproximaram para testemunhar o rito. Cada um dos professandos, ajoelhando-se e colocando suas mãos nas mãos do Ministro, gesto que revela obediência e doação completa de si a Deus e aos irmãos, fizeram seus votos definitivos na Ordem dos Frades Menores como membros da Custódia São Benedito da Amazônia. O rito foi concluído com a solene bênção dada pelo Ministro aos, agora, neo-professos. Como prevê o rito, todos os frades presentes acolheram os neo-professos com um abraço de incorporação na fraternidade custodial. Veja mais: https://franciscanosamazonia. org.br/

ORDENAÇÃO PRESBITERAL Na manhã do dia 08 de dezembro, solenidade da Imaculada Conceição, padroeira da Arquidiocese de Santarém (PA), foi ordenado presbítero para a Igreja, Frei Raoul Antônio Azevedo Bentes, OFM. A celebração aconteceu na Igreja do Santíssimo Sacramento e foi presidida por Dom Frei Carlos Alberto Breis Pereira, OFM, Bispo da diocese de Juazeiro (BA). A celebração contou com a presença do Arcebispo de Santarém, Dom Irineu Roman, CSJ, do Bispo prelado de Itaituba (PA), Dom Wilmar Santin, O.Carm, dos Frades Menores da Custódia São Benedito da Amazônia, religiosos e religiosas, Padres diocesanos e demais membros do povo de Deus. O bispo celebrante iniciou fazendo uma saudação especial a todos os frades da Custódia São

Benedito da Amazônia, aos quais teve oportunidade de conhecer quando foi Visitador Geral, no ano de 2013, e as pessoas vindas das

cidades de Itaituba, onde atua o Frei Raoul, bem como da sua cidade natal, Alenquer. Ele também cursou Teologia no ITF de Petrópolis.


CFMB

Aos 55 anos, Frei Carlos é eleito para o serviço de Ministro Provincial no “Coração do Brasil”

D

bítero em 12 de dezembro de 2003. Reside epois de fazer parte do Governo Provinatualmente no Convento Santo Antônio, em cial no último triênio como Definidor, Brasília (DF). Frei Carlos Antônio da Silva foi eleito Ministro Provincial da Província do Santíssimo nome de Jesus (GO, TO e DF), no Capítulo Provincial, realizado no Seminário Regina Minorum, em Anápolis, Goiás. Aos 55 anos, Frei Carlos estará à frente deste serviço nos próximos seis anos. Ele nasceu no dia 16 de setembro de 1966. Ingressou no Noviciado em 13 de janeiro de 1922 e fez a Primeira Profissão no dia 12 de janeiro de 1993. Professou solenemente na Ordem dos Frades Menores no dia 1º de Frei Gustavo Medella (Visitador Geral) e o novo agosto de 1997 e foi ordenado pres- Ministro Provincial, Frei Carlos Antônio

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A eleição do Governo Provincial, com o Vigário e Definidores, deu-se no segundo dia do Capítulo Provincial, que começou pela celebração da Santa Missa votiva ao Espírito Santo. Em seguida, Frei Marco Aurélio, Ministro Provincial cessante, apresentou seu relatório sobre a trajetória da Província no último triênio. “Tivemos ainda a grata satisfação de receber a carta endereçada pelo Ministro Geral, Frei Massimo Fusarelli, à nossa Província por ocasião do Capítulo. Na sequência, por vídeo chamada conversou conosco Frei César Külkamp, Definidor Geral para a América Latina, trazendo uma palavra


CFMB

Frei Carlos manifestou a sua alegria em poder servir e cuidar dos frades, no mesmo espírito de São Francisco que, como Ministro, desejava beijar os pés dos irmãos.

NO “CORAÇÃO DO BRASIL”

Da esq. para a dir: Frei Wanderley (Ex-Vigário Provincial e atual Definidor), Frei Renildo, Frei Gustavo Medella e Frei Marco Aurélio (Ex-Ministro Provincial)

de incentivo e direcionamento segundo o documento final do Capítulo Geral”, registraram os frades da Santíssimo Nome. À tarde teve início a eleição, num clima de expectativa e confiança no Nome do Senhor, quando os capitulares se reuniram para a eleição do novo Governo Provincial. No final da tarde, o Bispo da Diocese de Anápolis/GO e seu Auxiliar fizeram uma visita fraterna para cumprimentar o Ministro Pro-

vincial cessante e o recém-eleito. E, por fim, às 19 horas, na Capela do Seminário Regina Minorum, a Fraternidade Provincial elevou aos céus o “Te Deum” pelo Governo Eleito; e o Visitador Geral, Frei Gustavo Medella, no exercício de suas atribuições, conferiu a posse ao novo Ministro Provincial, Frei Carlos Antônio, ao seu Vigário, Frei Jair da Cruz, e aos definidores, Frei Janilson, Frei Alex, Frei Wanderley e Frei Ronildo.

A Província do Santíssimo Nome de Jesus do Brasil é uma fraternidade na qual os irmãos, seguindo Jesus Cristo mais de perto e sob a ação do Espírito Santo, levam uma vida radicalmente evangélica, através das várias frentes de evangelização, seja nas Paróquias, Colégios, Rádios, Missões, a fim de levar a todos a mensagem do Reino de Deus e o Carisma Franciscano, de modo especial ao “Coração do Brasil”. Os irmãos da Ordem dos Frades Menores pela profissão consagram-se totalmente a Deus, o sumo bem, vivendo o Evangelho na Igreja, segundo a forma observada e proposta por São Francisco de Assis, ou seja, em Obediência, Sem Nada de Próprio e em Castidade. A atuação dos frades se estende em oito paróquias, quatro casas de formação, três colégios, três emissoras de rádio, projetos sociais das Paróquias e o Projeto social educativo para crianças e adolescentes – “Educar para a Vida”. Isso distribuído em nossa Região pastoral de: GOIÁS: Anápolis, Goiânia, Catalão e Pires do Rio; DISTRITO FEDERAL – Brasília; TOCANTINS – Araguacema e Lajeado. A Província do Santíssimo Nome de Jesus do Brasil foi fundada no dia 17 de julho de 1943, e no dia 20 de janeiro de 1944 aconteceu a primeira reunião em solo brasileiro. Mas, no início ela não tinha esta denominação. Na época, era chamada de Comissariado, e teve como primeiro comissário Frei Paulo Seibert. Com as Constituições Gerais da OFM promulgadas em 1967, a entidade franciscana passou a se chamar ‘Custódia’. Em seguida, foi elevada a Vice-Província e em 2004 a Província. Fonte: Província do Santíssimo Nome de Jesus do Brasil DEZEMBRO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 709


CFMB

Eleito o novo Governo da Custódia Franciscana do Sagrado Coração de Jesus

N

o dia 24 de novembro, os frades da Custódia Franciscana do Sagrado Coração de Jesus, presentes no interior de São Paulo, Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, reunidos no Capítulo Provincial, em Brodowski/SP, elegeram o novo Governo Custodial. Para Custódio foi reeleito o Frei Fernando Aparecido dos Santos, e para Vigário Custodial foi eleito Frei Valmir Ramos. Para conselheiros, foram escolhidos os seguintes frades: Frei José Aécio de Oliveira Filho, Frei Sérgio Ferreira Cintra, Frei Lucas Lisi Rodrigues e Frei Valdemir Nelo Rufino.

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Frei Fernando Aparecido dos Santos, nascido no dia 09 de janeiro de 1971 em Ituverava/SP, é filho de Horácio Pereira dos Santos e Georgina Leandra de Paula dos Santos. Foi batizado no dia 1o de agosto de 1971 e, em 1988, recebeu o sacra-

mento do Crisma, ambos na Paróquia São Sebastião e Santo Antônio de Guará/SP, Diocese de Franca/SP. Recebeu o hábito franciscano em 13 de janeiro de 1991, em Catalão/GO, e professou os primeiros votos em 2 de fevereiro de 1993, em Franca/SP. Estudou Filosofia no Instituto Agostiniano em Franca/SP e Instituto Franciscano de Filosofia em Rondinha/PR. Cursou Teologia no CEARP (Centro de Estudos Arquidiocesano de Ribeirão Preto/SP. Emitiu os votos solenes em 11 de dezembro de 1997 na cidade de Franca/SP. Sua Ordenação Diaco-


CFMB

nal aconteceu no dia 1o de agosto de 2000 em Ribeirão Preto/SP e a Ordenação Presbiteral ocorreu no dia 2 de fevereiro de 2001, em sua terra natal, Ituverava/SP. Foi eleito Custódio no triênio 2018/2021, tendo sido antes duas vezes conselheiro custodial: de fevereiro de 2001 a outubro de 2007 e de novembro de 2012 a janeiro de 2016.

Presbiteral ocorreu no dia 28 de janeiro de 1994, em sua terra natal, Franca/SP. Foi Custódio de 2001/2010 e Definidor Geral da OFM para América Latina de 2015/2021. Foi Visitador Geral: 2005 (Fundação Nossa Sra. das Graças – PI); 2009

(Fundação Nossa Sra. de Fátima – MG); 2011 (Província Franciscana de Santo Antônio do Brasil – PE); 2013 (Província de São Francisco de Assis – RS). FONTE: SITE DA CUSTÓDIA

O NOVO VIGÁRIO DA CUSTÓDIA Frei Valmir Ramos, ex-Definidor Geral da OFM para a América Latina (2015/2021), foi eleito Vigário Custodial. Natural de Franca (SP), onde nasceu no dia 31 de maio de 1965, é filho de Moacyr Vicente Ramos e Maria Aparecida Milani Ramos. Recebeu o hábito franciscano em 16 de janeiro de 1989 em Catalão/GO e professou os primeiros votos em 02 de fevereiro de 1990 em Franca/SP. Estudou Filosofia no Instituto Agostiniano em Franca/SP e cursou Teologia no CEARP (Centro de Estudos Arquidiocesano de Ribeirão Preto/SP. Emitiu os votos solenes em 30 de abril de 1993 na cidade de Franca/SP. Sua Ordenação Diaconal aconteceu no dia 11 de agosto de 1993, em Ribeirão Preto/SP, e a Ordenação DEZEMBRO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 711


OFM

A visita à Terra Santa de Frei Massimo Fusarelli

A

visita à Terra Santa do novo Ministro Geral da Ordem dos Frades Menores, Frei Massimo Fusarelli, e do Vigário geral da Ordem, Frei Isauro Covili, teve início na quarta-feira, 20 de outubro. Em Jerusalém, o Ministro foi recebido no portão de Jaffa pelas autoridades religiosas e civis, junto com Frei Dobromir Jasztal, Vigário da Custódia e membro do Discretorium e os Frades da Custódia da Terra Santa. Passando pelo típico mercado árabe da cidade antiga, os frades dirigiram-se à Basílica do Santo Sepulcro, onde os representantes das três comunidades responsáveis pela Basílica, Frades Franciscanos, Gregos Ortodoxos e Armênios, receberam Frei Massimo. Diante da Pedra da Unção, Frei Francesco Patton, Custódio da Terra Santa, deu as boas-vindas: “Reverendíssimo e querido Frei Massimo Fusarelli, nosso Ministro Geral, bem-vindo à Terra Santa, bem-vindo à Cidade Santa de Jerusalém, bem-vindo ao lugar santíssimo do Cristianismo, a Basílica do Santo Sepulcro”. “Este lugar foi muito provavelmente visitado e venerado pelo Seráfico Pai durante sua peregrinação de paz à Terra Santa, após seu encontro com o Sultão Al Malik Al Kamil. Este lugar - sublinhou Frei Francesco Patton - foi confiado à Custódia de nossa Ordem pelo Papa Clemente VI. Esta é a missão que a Sé Apostólica nos confiou: habitar, rezar e celebrar neste lugar, estar aqui como fraternidade multiétnica, expressão de toda a Ordem”. O Custódio

712 | COMUNICAÇÕES | DEZEMBRO | 2021

recordou a seguir como a Basílica do Santo Sepulcro é, na verdade, um lugar de convivência ecumênica cotidiana, onde “junto com os irmãos gregos e armênios também procuramos cooperar para torná-la mais bela, acessível, conhecida e amada. Este é o único lugar do mundo onde, embora ainda não celebremos juntos a Eucaristia, já celebramos no mesmo altar que é o túmulo do Senhor ”. Frei Massimo e Frei Isauro Covili entraram no Túmulo para venerar a pedra onde foi colocado o Corpo do Senhor. O Ministro Geral encerrou o seu discurso com uma oração: “Senhor, sabemos que não estás aqui, que nos precede na Galileia e nos abres aquele caminho que muitas vezes fechamos por inércia ou medo. Sopre as velas do barco da tua Igreja também nesta Terra Santa e alimente o caminho da nossa fraternidade, porque sabemos reconhecer-te Ressuscitado. Tu que caminhaste antes de nós e nos abre ao anúncio e à boa nova do Reino de Deus. Amém”. Em seguida, todos participaram da solene procissão diária que repercorre os lugares da paixão-morte-ressurreição de Cristo. É uma forma de recordar aos peregrinos a necessidade de meditar constantemente sobre a humanidade de Jesus, que nestes lugares sofreu a sua Paixão e se manifestou na sua ressurreição. Na manhã de 21 de outubro, o Ministro Geral presidiu a Santa Missa juntamente com Frei Francesco Patton, Frei Dobromir Jasztal, Frei Isauro Covili, Frei Salvador

Rosas Flores, presidente do Convento do Santo Sepulcro, ao Discretorium e à comunidade franciscana. “Esta é precisamente a primeira visita oficial que faço a uma província e não a qualquer província, mas sim à Custódia da Terra Santa, a“ pérola ”das nossas missões. Queria estar aqui o quanto antes possível para levar sobretudo ao Calvário, à Ressurreição e aos outros lugares, Belém e Nazaré, a oração por toda a Ordem e pelo início do meu serviço. E então, para encorajar os Frades da Custódia que se preparam para o Capítulo a verificar sua vida e missão e a olhar para o futuro ”, disse o Ministro Geral. Frei Massimo já esteve na Terra Santa pelo menos 16 vezes, mas esta visita a definiu como “especial”. “Desta vez é muito especial, porque sinto que venho aqui trazendo o coração de Francisco e trazendo aquela chama de 800 anos atrás, aquele fogo que se acendeu em Francisco durante a sua conversão, durante a sua vida e que então permaneceu sempre aceso. E nós, hoje, quando nos sentimos um pouco cansados, abatidos, buscamos esta chama, e estou certo e sinto que o fogo, a chama do carisma de Francisco continuamente se reascende”, explicou Frei Massimo. Eleito em Roma no dia 13 de julho, Frei Massimo visitou os Lugares Santos e as diferentes realidades em que estão envolvidos os franciscanos na Terra Santa. Fonte: Christian Media Center


PROGRAMA DO SEXÊNIO 2021-2027 2021 29.11.2021, Greccio - anúncio do Centenário Franciscano dos Centenários

2022

Em Greccio se abre o caminho para os 5 centenários franciscanos No dia 29 de novembro de 2021, festa de Todos os Santos da Ordem Franciscana, foi aberto o caminho em Greccio para os cinco centenários franciscanos que se celebrarão nos próximos anos. “Os próximos anos serão marcados pela lembrança de passagens importantes durante o itinerário da vida de São Francisco em seus últimos anos. Em particular, de 2023 a 2026, comemoraremos o que gostamos de chamar de um único Centenário Franciscano que, em torno ao Ano Santo de 2025, incluirá as etapas dos 800 anos da Regra, o Natal em Greccio (2023), Impressão das Chagas (2024), o Cântico das Criaturas (2026) e a Páscoa de Francisco (2026)”, disse Frei Amando Trujillo Cano, Ministro Geral da Ordem Terceira Regular, referindo-se à carta enviada em nome de todos os Ministros Gerais de a Família Franciscana. Segundo a carta, tal distribuição dos centenários “parece oferecer-nos a todos a preciosa possibilidade de fazer memória viva e desafiante do carisma evangélico que o Espírito suscitou na Igreja através de São Francisco. Queremos viver este Centenário Franciscano em profunda comunhão como Família, em todos os países e contextos do

mundo em que estamos presentes”. Para isso, os Ministros Gerais instituíram uma Comissão do Centenário Franciscano e convidaram para participar os Ministro Provinciais das Famílias da Itália Central, ao Custódio do Sacro Convento de Assis e quatro representantes dos Conselhos Gerais. “Reconhecemos a importância deste Centenário, que não se restringe somente a algumas celebrações nos Santuários da Itália Central, mas que busca ajudar-nos – em todo o mundo – a retomar e aprofundar juntos os pontos essenciais de nossa identidade carismática franciscana”. Para o início das celebrações, em Greccio, estiveram presentes Frei Joaquin Echeverry e Frei Konrad G. Cholewa, Definidores gerais OFM; Frei Francesco Piloni, Provincial da Úmbria; Frei Livio Crisci, Provincial da Toscana; e Frei Luciano De Giusti, Provincial do Lazio-Abruzzo. O presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, Dom Rino Fisichella, esteve presente junto com os bispos de Assis, Rieti e Arezzo. Fonte: Site da OFM

Janeiro - envio de subsídios às Conferências para o caminho sinodal Maio - Encontro dos presidentes das Conferências para início do caminho sinodal Envio a todos os irmãos do subsídio Celebrações Centenário Congresso sobre a Economia fraterna (para Conferências e/ou União de Conferências)

2023 C entenário da Regra e Natal de Greccio Congressos sobre a Economia fraterna (para Conferências e/ou união de Conferências) Congresso Internacional Centro de Estudos OFM Encontros de Conferências com o Definitório Geral no caminho sinodal

2024 C entenário da Impressão das Chagas Congressos de Irmãos Leigos (por Conferências) Encontros de Conferências com o Definitório Geral no caminho sinodal

2025 Ano Santo - Centenário do Cântico das Criaturas e chegada dos frades ao México Congresso Internacional de Irmãos Leigos Capítulo das Esteiras, chegada do caminho sinodal

2026 C entenário do Trânsito de São Francisco Congresso Internacional de Estudos sobre biografias franciscanas do último século

2027 CAPÍTULO GERAL

DEZEMBRO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 713


ARTIGO

João Batista, Precursor e evangelizador

D

entro do espaço do Ano Litúrgico, a Liturgia do Advento rememora três grandes personagens bíblicos: a mãe Maria, o profeta Isaías e o precursor João Batista. A primeira assume o compromisso de mãe do Salvador – missão que nem sempre estava clara em sua vida – mas a acolheu e a “meditava em seu coração” (Lc 2,19). Isaías profetizou que um pequeno grupo, o ‘resto de Israel’, retornaria do exílio babilônico (século V a.C) para reconstruir o país e o Templo. A pressa era tanta que dizia: endireitem um caminho no deserto, aterrem os vales e nivelem os montes (cf. Is 40,1-5). João Batista assume estas palavras, dando-lhes um sentido similar ao gritar no deserto da Judeia: endireitem vossas vidas porque o Messias está às portas e o “Reino de Deus está próximo” (cf. Mt 3,1-2). As multidões afluíam de todas as regiões (cf. Mt 3,5) e ele as conclamava: partilhem o pão e as vestes que tendes! Aos publicanos, orientava-os para que não ‘cobrassem além da taxa’ e aos soldados que agissem ‘sem violência ou denúncias falsas’ (cf. Lc 3,10-14). Os que aderiam a este apelo, levava-os ao rio Jordão e dava-lhes um banho, como que ‘limpando suas vidas’ em vista da chegada do Messias. É o batismo ‘da penitência para o perdão dos pecados’ (Mc 1,4). Aos que não se sujeitavam à mudança de vida, mandava-os embora com as duras palavras de ‘cobras venenosas’ porque, para acolherem o Messias, não basta ter a ‘descendência de Abraão’. É preciso produzir ‘dignos frutos de penitência’, caso contrário “o machado está posto à raiz da árvore e toda a árvore que não der fruto será cortada e lançada ao fogo (cf. Mt 3,1-10). Diante deste personagem tão vibrante e seguro, muitos, no seu íntimo, ponderavam:

Mattia Preti/San Giovanni Battista Predicazione

‘não ser ele o Messias’ (Lc 3,15)? João, categoricamente, o negava: “Eu não ou o Messias” (Jo 3,28). “Eu vos batizo com a água para o perdão dos pecados, mas Ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo” (Mt 3,11). “Dele não sou digno de desatar suas sandálias” (Mc 1,7). Estas breves considerações mostram as virtudes de um precursor consciente, bem como as de um evangelizador. Zacarias, seu pai, era sacerdote, mas ele não exerce tal função. Desde cedo, retira-se para o deserto (cf. Lc 1,80), alimenta-se com ‘gafanhotos e mel silvestre’ e suas vestes são ‘peles de camelo’ (Mt 3,4). Mesmo vivendo nesta frugalidade, era um homem forte e sadio, e sua voz ecoava pelo Jordão afora. Não morreu por causa de uma idade avançada ou por motivos de doença. Ele foi preso e decapitado por censurar, duramente, as veleidades adúlteras de Herodes Antipas (cf. Mc 6,14-29). João Batista é um evangelizador que formou seus próprios discípulos, especialmente, no jejum e na oração (cf. Mc 2,18-22). Estando na prisão, enviou dois deles para certificar-se sobre as obras de Jesus (Mt 11,1-6). Sua evangelização era tão forte que, até fora da Palestina, tinha discípulos, pois, na comunidade de Éfeso, havia doze deles que não conheciam o batismo de Jesus, apenas o de João (cf. At 19,1-6).

O próprio Jesus se rende à sua pessoa e o elogia. Por três vezes, ressalta sua forte personalidade que são verdadeiros requisitos para um missionário: É um evangelizador convicto e não um caniço que pende conforme o vento sopra (cf. Mt 11,7). É o novo Elias, muito maior que um profeta porque une, harmoniosamente, o Antigo com o Novo Testamento: “A Lei e os Profetas duraram até João; desde então, o Evangelho é anunciado a todos” (cf. Lc 16,16). Finalmente, “entre os nascidos de mulher, não há ninguém maior que João Batista” (Mt 11,11). Por fim, percebemos que João se faz presente no meio do povo, pelos muitos que se chamam ‘João ou Joana’ e pelas festas juninas. Ele, também, é festejado nas Igrejas Anglicana, Luterana e Ortodoxa. Esta última, o celebra no dia 24 de junho (solstício de verão) com festas durante o dia e à noite, uma vigília. Não nos faltam exemplos para bem vivenciarmos o Advento e contagiarmo-nos por um maior ardor missionário. Através deles, poderemos concretizar nosso encontro pessoal com o Cristo pela meditação (deserto), jejum e penitência, bem como, por um renovado ânimo para encarnarmo-nos numa “Igreja em saída”. Frei Luiz Iakovacz


Agenda 2022

Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil

AS ALTERAÇÕES E ACRÉSCIMOS ESTÃO DESTACADOS EM VERMELHO.

DEZEMBRO DE 2021

28 Primeira Profissão, Rodeio, SC;

JANEIRO

08 Profissão e Admissão dos Noviços FIMDA, Quibala;

29

Ordenação Presbiteral do Frei Jefferson Max Nunes Maciel.

FEVEREIRO

06

Apresentação da Fraternidade Jardim Peri - SP

MARÇO

Admissão dos Noviços, Rodeio, SC;

15

21 a 24

Admissão dos Postulantes, Guaratinguetá, SP.

Ordenação Presbiteral de Junior Mendes

26

ABRIL

26

14

Ordenação Presbiteral de Alan Leal de Mattos.

Ordenação Presbiteral de Frei Jhones Lucas Martins.

17 a 25

Ordenação Presbiteral de Josemberg Cardozo Aranha

04

26

Ordenação Presbiteral de Frei Santana Sebastião Cafunda, Frei Canga Manuel Mazoa e Frei Mário Sampaio Pelu.

07

JUNHO

21 a 25

Assembleia CFMB Y CS

15

MAIO

Dia com Maria e Frei Galvão - Guaratinguetá/ Aparecida

JULHO

Festa da Penha

Retiro dos Benfeitores Franciscanos - Agudos

11 a 15

Assembleia da FIMDA

MINISTRO GERAL APRESENTA AS DIRETRIZES E O CAPÍTULO DAS ESTEIRAS Caros irmãos, O Senhor lhes dê a paz! O Capítulo geral pediu-nos para renovar a nossa visão e abraçar o nosso futuro. O Definitório geral começou a refletir sobre como lançar este convite e fazê-lo amadurecer entre os irmãos nas Entidades e Conferências. É uma tarefa muito grande, e é importante entrar na estrada certa. Para isto, pareceu-nos conveniente neste tempo, que a Igreja vive no mundo e hoje, propor a toda a Ordem um caminho sinodal. Percebemos a forte urgência de favorecer uma escuta recíproca entre nós, frades, que envolva também outros sujeitos. Por isso, depois de ter feito com o Definitório geral e com os ofícios de animação da Cúria um oportuno discernimento, enquanto apresento as diretrizes para o sexênio 2021-2027, com a presente carta indico o Capítulo das Esteiras que será celebrado em 2025. A preparação parte de janeiro de 2022 e será discutida com os Presidentes das Confe-

Ordem dos Frades Menores

«Comecemos, Irmãos!» (1Cel 103)

DIRETRIZES OFM PARA O SEXÊNIO

2021-2027

Roma 2021

rências em maio de 2022, para depois continuarmos nos diversos níveis da Ordem entre nós, frades, e com aqueles com os quais partilhamos, sob diversos títulos, o carisma, e também com pessoas que permanecem às margens da Igreja.

Confiamos que este percurso nos ajudará a ter elementos necessários para renovar a nossa visão e abraçar o nosso futuro. Não sozinhos, mas juntamente com outras e outros. Parece-nos assim responder a um apelo do Espírito à nossa família para acolher de modo renovado e profético a nossa Identidade de fraternidade contemplativa em missão neste tempo. Estou certo de que este itinerário, novo para nós, nos ajudará a ampliar a nossa visão e a preparar-nos de modo renovado para o Capítulo geral de 2027. Confio o percurso à Virgem da escuta e à presença entre nós do nosso irmão mais pequenino, São Francisco, à sua plantinha Santa Clara e a tantos irmãos e irmãs que nos precederam nos passos do seguimento de Cristo. Saúdo-os com a esperança viva de um passo novo para o nosso caminho. Fraternalmente FR. MASSIMO FUSARELLI, OFM MINISTRO GERAL E SERVO


DEUS CONOSCO Filho de Deus, o Verbo Eterno vem pedir, Pra se encarnar, nascer de uma mulher, de seu seio, E essa mulher lhe disse sim: - “Tu podes vir!”; E aconteceu que Deus morar no mundo veio. Maria foi a Mãe do Filho-Homem Divino, Do Divo Espírito, à luz deu para esse mundo, E o colocou num cocho, então, um Deus-Menino, Mistério imenso a revelar-se, assim, profundo.

Belém de glória se encheu, nesse mundo lindo, Terra e céu, a entoar hinos de fé e amor, Só alegria, coração, no cosmo e rindo... É o Natal que celebramos, faz dois mil anos, Para vivermos dentre em nós esse Mistério, Deus conosco pra apagar todos nossos danos. Frei Walter Hugo de Almeida, ofm.

Paz e Bem! Um Natal de Bênçãos! Ele está no meio de nós! Um Ano Novo de Esperança! Pelos Frades e Postulantes do Seminário Franciscano Frei Galvão


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