"Comunicações" Janeiro de 2023

PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL

PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL

Rua Borges Lagoa, 1209 CEP 04038-033 | São Paulo - SP www.franciscanos.org.br ofmimac@franciscanos.org.br

Ministro Provincial: Frei Paulo Roberto Pereira Vigário Provincial: Frei Gustavo W. Medella Secretário: Frei Rodrigo da Silva Santos

janeiro de 2023

MENSAGEM DO MINISTRO PROVINCIAL

“É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre!”, de Frei Paulo Roberto Pereira

FORMAÇÃO PERMANENTE

Celebrar a Regra Bulada (1223-2023) 1º Tema: “Ressignificar o fundamento evangélico e eclesial da nossa Vida Franciscana”, de Frei Fidêncio Vanboemmel

FORMAÇÃO E ESTUDOS

Renovação dos Votos dos Professos Temporários Sete postulantes serão acolhidos no Noviciado 2023

Noviços farão Primeira Profissão na Ordem dos Frades Menores Num dia histórico em Angola, oito jovens frades fazem a Profissão Solene nas mãos do Ministro Geral A visita do Ministro Geral à Fundação Imaculada Mãe de Deus

Ordenação Diaconal de Frei Augusto Luiz Gabriel e Frei David Belineli ITF acolhe novos bacharéis em Teologia

Coordenação da Formação Inicial se reúne em Guuaratinguetá

FRATERNIDADES

Festa da Penha 2023 apresenta identidade visual e tema

Viradouro visita Convento Santo Antônio para contar a história de Rosa Maria Egipcíaca

Concórdia: Paróquia Nossa Senhora do Rosário celebra 90 anos Província abre o Ano Vocacional na Festa de sua Padroeira e dos jubileus dos frades idosos Regional Curitiba se encontra na bela Caiobá Paróquia do Sagrado realiza a 2ª edição da “Cantata de Natal” Para celebrar 800 anos de Greccio, Convento São Francisco surpreende com presépio “gigante”

Convento Santo Antônio realiza 6ª edição da Exposição Franciscana de Presépios Santuário do Divino Espírito Santo inova com presépio dentro de um tronco de madeira

EVANGELIZAÇÃO

Especial JPIC

Curitiba: Paróquia Bom Jesus dos Perdões realiza Natal Solidário Sefras aposta em projeto inovador com o “Centro de Referência para Crianças e Adolescentes em situação de rua” “Conexão Fraterna” leva prêmio de melhor aplicativo pela CNBB Corais dos Canarinhos lotam sala Cecília Meireles e ganha prêmio da Academia Petropolitana

Coral Arautos do Grande Rei celebra 50 anos no Natal Consultoria Solidária da FAE encerra primeira etapa

OFM

Peregrinação pelo Vale de Rieti. Frades franciscanos inauguram o 8º Centenário Ministro Geral celebra em Greccio

FALECIMENTO

Frei Cássio Vieira de Lima

É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre

Espetáculos pirotécnicos enchem os céus, multidões envolvidas por sorrisos e abraços saem às ruas, corações crentes encontram espaço para uma prece, atmosfera de alegria e esperança envolve a tudo e a todos... Prelúdios assinalados pelo entusiasmo e pela expectativa de um novo tempo. Embora repetido a cada intervalo de 365 dias, tal evento conserva e, mais do que isso, remete a uma experiência revigorante. Como reflexão, alguém poderia perguntar-se pelas raízes e as razões que revestem a virada do ano com aura marcadamente alvissareira.

Quando se descobre constituído pela natureza de Deus, o ser humano recusa-se a aceitar as cadeias impostas pela finitude; não se submete resignadamente à restritiva sina de nascer, crescer, multiplicar-se e fenecer. O porvir o impulsiona e dá sentido a todos os recomeços. Às vezes parece insatisfeito, inadaptado, rebelde e até desanimado, desalmado. Contudo, o ser humano que sabe de onde veio e para onde vai, é sustentado pela certeza de que tudo o que o olhar alcança, tudo o que sente o coração, mesmo que intenso seja, é ainda provisório. O prometido, o que virá, isso sim, tem o dom da plenitude.

A densidade da escuridão da noite pode portar a sentença que nos demoverá da necessidade de seguir vigilantes. São muitos os sinais que anulam os reflexos da luz que um dia nos atraiu e segue sendo nosso fanal. Para evitar as artimanhas do desalento, sentimos a necessidade de experimentar, ainda que fagulhas, desta radiosa luz. Assim, as comemorações dos dias natalícios, a celebrações dos jubileus, as festas anuais se transformam em instrumentos geradores de ânimo novo que encorajam e revigoram os passos vacilantes, que curam feridas e nos predispõem a recomeços criativos. Por isso, nossos votos de “Feliz Ano Novo” ou, como se fala na terra das alterosas, “Boas Entradas”, deixam de ser meros cumprimentos formais para se converterem em partilha daquelas razões primeiras que congregam e promovem a confraternização de todas as criaturas do universo.

“Muito vale o já feito...”

A celebração de um Novo Ano, mais que projeções, sugere

também um olhar retrospectivo. A consideração do caminho feito deverá ter a marca da gratidão. Mesmo que muitas promessas e projetos não tenham alcançado satisfatória realização, é preciso reconhecer o esforço empreendido e até a necessidade de rever a rota, sem perder o rumo.

A partir da caminhada da Fraternidade Provincial neste ano, mancheias, podemos apresentar passos e conquistas que revelam a bondade do Senhor em nosso favor. A recomposição das Fraternidades no início de um novo triênio foi sustentada pela disponibilidade e boa vontade de todos os irmãos. Boa vontade e compromisso com a missão de todos nós, expressos na disposição da partilha e administração dos bens de acordo com a inspiração evangélica de amar a pobreza e testemunhá-la de forma concreta. Digno de nota foi o esforço dos Secretariados e Frentes de Evangelização/Formação na sua recomposição e elaboração dos Planos Operacionais, bem como a realização do Fórum da Evangelização. Tal esforço demonstrou compromisso com o redimensionamento da missão da Fraternidade. O acolhimento dos novos aspirantes, postulantes e noviços e, sobretudo a Profissão Solene de dez (10) irmãos neste ano, são sinais inequívocos do vigor da experiência franciscana e da sua relevância para o mundo em trans-

(Drummond).

Mensagem do Ministro Provincial

formação. Além disso, outros jovens irmãos foram eleitos para exercer o ministério de presbítero e de diácono a partir do jeito franciscano de evangelizar. Pura graça que reclama nossa profunda gratidão.

“mais vale o que será”...

Entretanto, como diz o poeta, “se muito vale o já feito, mais vale o que será” (Milton Nascimento), por isso, o início de um novo ano aponta direções, bem como apresenta desafios.

Em janeiro, o Convento São Francisco, em São Paulo (SP), será sede da Conferência da UCLAF. Os Ministros do Continente Latino-Americano se reunirão com o Definitório Geral para avaliar e planejar a forma de presença franciscana nestas terras. O convite missionário que, há mais de quinhentos anos, fez desembarcar aqui os primeiros filhos de São Francisco continua a ressoar pelas Entidades que compõem a Conferência. Nossa região que já foi conhecida como Novo Mundo, sofre as mazelas de um modelo de desenvolvimento que agride e gera morte. O novo, desdizendo a profecia de Isaías, dá sinais de falência antes mesmo de completar os anos ofertados pelos tempos messiânicos. A Amazônia, que agoniza sob o impulso predatório dos exploradores da Mãe Terra, clama com urgência pela profecia e pela ternura da fraternidade franciscana. Além do apelo missionário que nos levará a fortalecer a mais que centenária missão entre os Munduruku, a UCLAF deve promover o fortalecimento e extensão da Rede Franciscana de Migrantes; uma necessidade que surge diante da calamitosa realidade imposta, não só pelas guerras e conflitos regionais, mas também pela crise climática. Os repetidos episódios de secas ou alagamentos que fazem perder as colheitas, a falta de água potável que gera doença e morte, obrigam o deslocamento de tantos em busca dos bens essenciais à vida. Estes são alguns sintomas do mal que promove

o desterro e ameaça a existência dos povos ameríndios. A dimensão da justiça, paz e integridade da criação, certamente, será a plataforma a partir da qual a identidade franciscana se constituirá vigorosa e eloquente.

Logo após a UCLAF poderemos contar com a presença do Ministro Geral em fraterna visita às nossas Fraternidades no Brasil. Tendo iniciado em Angola sua visita à Província, a partir do dia 28 de janeiro, Frei Massimo Fusarelli terá oportunidade de estar com os irmãos distribuídos pelos Estados que acolhem nossas Fraternidades. O planejamento das Fraternidades e o esforço de cada irmão para estar nas Casas onde se darão os encontros será inequívoco sinal do senso de pertencimento à Ordem.

Em 2023, todos deveremos ter diante dos olhos a celebração dos 800 anos de aprovação da Regra, além do Jubileu da criação do Presépio. Como todas as celebrações jubilares que se seguirão, estas não deverão supor apenas atividades voltadas para o âmbito interno das Fraternidades e serviços, mas deverão motivar diálogo e abertura às diversas realidades das quais, ordinariamente, estamos afastados.

Além dos jubileus franciscanos, a equipe encarregada da preparação do Encontro Provincial dos Irmãos vai sugerir a retomada da modalidade presencial. Em comunhão com toda a Ordem, o Encontro dos Irmãos deverá espalhar a semente da reflexão a respeito da identidade carismática do movimento franciscano, o que, certamente, resultará em oportuno revigoramento vocacional para cada um de nós.

Cercado de cuidadosa preparação e expectativa, em setembro se dará o Fórum da Formação e Estudos. A revisão do itinerário formativo, os caminhos da formação inicial e, sobretudo, os projetos que sustentam adequada formação permanente deverão mobilizar a Fraternidade Provincial desde os primeiros dias do novo ano.

Novos céus...

Espetáculos pirotécnicos enchem os céus... A natureza dos fogos de artifício tem a marca da fugacidade, brilham com intensidade e logo dissipam-se; seu inegável encanto não é duradouro. As realidades duradouras, essas sim, deverão ser motivo das nossas penas e gozos. Assim, ao receber, por pura graça, um ano novo repleto de infinitas possibilidades, como Fraternidade, como Família Franciscana, como pessoas escolhidas pelo Senhor para testemunhar o seu Evangelho, sintamo-nos revigorados pelo desejo de seguir vivendo o dom da vocação franciscana. Renovemos nossa esperança e nosso compromisso de com a promoção de relacionamentos curativos, acolhedores, ternos e fraternos. Tenhamos a alegria de estar entre os pobres e com eles sonhar “novos céus e nova terra”.

Boas entradas. Feliz Ano Novo. Paz e Bem.

Frei Paulo Roberto Pereira, OFM MINISTRO

AConferência da Família Franciscana convida-nos a celebrar o grande Centenário Franciscano, isto é, a articulação de vários centenários de 800 anos num único Centenário que começa em 2023 e termina em 2026: Regra Bulada e o Natal de Greccio neste ano de 2023, os Estigmas em 2024, o Cântico das Criaturas em 2025 e a Páscoa de São Francisco em 2026.

A Província nomeou uma equipe, isto é, uma ‘comissão de trabalho’, para juntos pensar o envolvimento da Fra-

CELEBRAR A REGRA BULADA (1223-2023)

ternidade Provincial na celebração destes centenários, e, sempre que possível, local e regionalmente, em comunhão com a Conferência da Família Franciscana do Brasil (CFFB).

A Formação Permanente, através desta Revista das Comunicações da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, oferecerá mensalmente um artigo para destacar os 800 anos da Regra Bulada, aprovada pelo Papa Honório III no dia 29 de novembro de 1223. Estas partilhas mensais, elaboradas por confrades da Província, seguem os capítulos da “Regra e vida” da Ordem dos Frades Menores, com a finalidade de ajudar nossas Fraternidades a bem celebrar os Capítulos Locais, bem como orientar nossos retiros mensais e anual, em conformidade com as Constituições Gerais: “A fim de revigorar o espírito de oração e devoção, no tempo marcado, os irmãos façam fielmente o retiro mensal e o retiro anual” (CCGG 30,1). Assim, as partilhas mensais seguirão esta ordem:

Janeiro: Ressignificar o fundamento evangélico e eclesial da nossa vida franciscana.

Fevereiro: Os que quiserem

abraçar esta vida. Os primeiros passos de toda uma vida penitencial (permanente conversão). A distribuição dos bens aos pobres. O ser recebido na obediência. A profissão e suas consequências. As vestes evangélicas e a forma de viver esta vida. Tema que será lido e rezado a partir da prioridade do Serviço da Animação Vocacional.

Março: Ressignificar a vida de oração da Fraternidade. O ofício divino, o jejum corporal e o ir pelo mundo como construtores da paz.

Abril: Ressignificar a Pobreza: Sem dinheiro nem pecúnia, mas solícitos com os irmãos. A nossa economia fraterna e solidária também necessita de cuidados.

Maio: Ressignificar a graça do trabalho. Trabalhar fiel e devotamente. A nossa sustentabilidade no espírito da pobreza.

Junho: Ressignificar a Pobreza e a itinerância. Herdeiros do Reino e familiares entre si (irmãos espirituais).

Julho: Ressignificar a misericórdia e o perdão. Não se irar com o pecado do irmão.

Agosto: Ressignificar a importância dos Capítulos e o serviço dos Ministros.

Setembro: Ressignificar o espírito da Evangelização: A pregação dos irmãos e a Missão “ad gentes”.

Outubro: Ressignificar a compreensão das relações fraternas entre autoridade e obediência. Possuir o Espírito do Senhor e os comportamentos fundamentais do irmão menor.

Novembro: Ressignificar a castidade e as relações afetivas, com prudência e vigilância.

Dezembro: Celebrar o Natal de Greccio – Recordar a pobreza, humildade e simplicidade do Filho de Deus.

A celebração dos 800 anos da Regra Bulada é uma ocasião propícia, um tempo favorável, para ressignificar o “próprio” da

nossa vocação franciscana, isto é, rever, revisitar e revigorar a nossa identidade carismática, em vista da missão evangelizadora professada por cada um de nós: “Eu possa tender constantemente para a perfeita caridade, ao serviço de Deus, à Igreja e aos homens” (CCGG art. 5).

O texto inspiracional da Conferência da Família Franciscana, “Um Centenário articulado e celebrado em vários centenários” (p. 6), ajuda-nos a ampliar o horizonte da ressignificação da nossa identidade carismática, particularmente das

‘constantes’ (“profecias”) das quais Francisco jamais renunciou: “É importante recordar que Francisco compõe a Regra Bulada durante um período da sua vida em que tem de enfrentar numerosas tensões e crises em nível fraterno, mas ele não renuncia à profecia de viver como irmão de todos e convida-nos a fazer o mesmo. Hoje, a Igreja, ao promover a sua dimensão sinodal e comunitária, apresenta a figura de Francisco de Assis como modelo de fraternidade, chamando-o de “santo do amor fraterno” ( Fratelli Tutti 2), porque os seus gestos e palavras ainda podem, ao fim de 800 anos, iluminar o caminho de uma comunidade eclesial que procura tornar-se uma Igreja em saída, sinodal, ouvindo todos, perto dos mais pequenos, portador de uma boa notícia que tem a força para preencher com alegria e significado a vida de quem a acolhe” (cf. Evangelii Gaudium 21).

1º TEMA RESSIGNIFICAR O FUNDAMENTO EVANGÉLICO E ECLESIAL DA NOSSA

VIDA FRANCISCANA

“A Regra e a vida dos Frades Menores é esta: observar o santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo” (cf. RB 1 e RB 12, 4-5).

A celebração dos 800 anos da Regra Bulada, longe da tentação de nos enaltecermos com a vida dos santos confrades que prestaram atenção ao Bom Pastor e “o seguiram na tribulação e na perseguição, na vergonha e na fome, na enfermidade e na tentação” (cf. Ad 6, 1-2), se apresenta a nós como anúncio profético para acolher o refrão do Papa Francisco: “sair das nossas zonas de conforto” e, como Frades Menores, sermos capazes de “despertar o mundo”, como São Francisco de Assis fez no seu tempo: “Francisco, vai e restaura a minha casa que, com o vês, está toda destruída” (2Cel 10,5), e ainda, conforme o mandato eclesial: “Irmãos, ide com o Senhor e pregai a todos a penitência, como o Senhor se dignar inspirar-vos” (1Cel 33,7).

Assim, a partir do primeiro Capítulo da Regra Bulada, permitamos que os “gestos e palavras” de São Francisco e da primitiva fraternidade iluminem cada frade e sua respectiva Fraternidade Local para juntos perfazer o caminho de “uma comunidade eclesial que procura tornar-se uma Igreja em saída, sinodal, ouvindo todos, perto dos mais pequenos, portador de uma boa notícia que tem a força para preencher com alegria e significado a vida de quem a acolhe” (Um Centenário... p. 6).

A Regra e sua moldura evangélica É muito significativo para nós, Ordem dos Frades Menores, celebrar com toda a Família Franciscana o jubileu dos 800 anos da aprovação da Regra Bulada. Todos professamos em fraternidade a mesma intuição carismática de São Francisco, apresentada no seu Testamento: “O mesmo Altíssimo me revelou que devia viver segundo a forma do Santo Evangelho. E eu assim o fiz escrever em poucas e simples palavras, e o Senhor Papa mo confirmou” (Test. 14-15). Esta intuição carismática compõe a moldura e fundamenta os conteúdos centrais da nossa Regra. Esta moldura, ou melhor, esta “forma evangélica” é anunciada no primeiro versículo da Regra (RB 1,1) e no último (RB 12, 5). Em outras palavras, a mesma “chave” que abre a porta para introduzir-nos neste modo próprio (forma) de vida e de como observá-la (“A Regra e a vida dos Frades Menores é esta: observar o Santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo”, RB 1,1) é também a chave que fecha, isto é, que encerra a totalidade do conteúdo da sagrada aliança que deve ser cumprida e observada por meio do Voto feito a Deus: “... e observemos a pobreza e a humildade e o santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo que firmemente prometemos” (RB 12,5).

Este Voto tem sua visibilidade concreta na observância do santo Evangelho, particularmente na vivência dos três Conselhos Evangélicos: “Observar o santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, vivendo em obediência, sem propriedade e em castidade” (RB 1,2).

Portanto, enquadramento evangélico aqui não pode ser compreendido como espaço cerrado ou delimitado, mas assegura o elementar do nosso modo próprio de seguir em liberdade os passos de Nosso Senhor Jesus Cristo (cf. 1Cel 22, 2-3 e AP 10-11). Um caminho que ilumina o irmão que vem por ‘divina inspiração’ a abraçar o largo horizonte da

nossa liberdade evangélica e carismática, tão bem definida na alegoria da aliança celebrada entre Francisco e irmãos com a Senhora Pobreza, no relato do Sacrum Commercium: “claustro que tem as dimensões de todo o orbe” (SC 30,25).

Ressignificar a nossa vida franciscana a partir da Regra Bulada

Esta Regra e vida foi muito bem assimilada pela primitiva fraternidade. O relato de Frei Tomás de Celano que segue, mais que uma narrativa histórica, apresenta-nos a aceitação e a compreensão bíblico-espiritual que a Fraternidade tinha da Regra, aprovada oralmente pelo Papa Inocêncio III em 1209, e definitivamente no dia 29 de novembro de 1223 pela Bula Solet Annuere do Papa Honório III, há menos de três anos antes da morte de Francisco de Assis. Celano escreve que Francisco, “zelava ardorosamente pela profissão comum e pela regra e dotou-a com bênção especial aos que zelassem por ela. Pois dizia aos seus que ela é o livro da vida, a esperança da salvação, a medula do evangelho, a via da perfeição, a chave do paraíso, o pacto da eterna aliança. Queria que todos a possuíssem, que todos a conhecessem e por toda parte ela conversasse com o homem interior como palavra de alento no [momento de] aborrecimento e recordação do juramento prestado. Ensinou-lhes que ela deve sempre ser trazida diante dos olhos para recordação da vida a ser praticada e, o que é mais importante ainda, com ela eles deviam morrer” (2Cel 208).

São Francisco se revelou através da Regra. E não apenas ele! A regra é também o retrato fiel da primitiva fraternidade de irmãos que, na dinâmica da itinerância evangélica, experimentam tanto as conquistas como aprendem a lidar com as fragilidades humanas nas diferentes circunstâncias da vida. Por isso, antes de ser um texto formal ou jurídico, a Regra foi a vivência cotidiana do santo Evangelho, a escuta orante da Palavra, a organização da vida a partir da Palavra e o consequente anúncio da Palavra. Foi dessa forma que eles, revestidos de túnicas que traziam a imagem da cruz (cf. 1Cel 22), foram a Roma para apresentar ao Papa Inocêncio III “uma forma e regra de vida, utilizando principalmente palavras do santo evangelho” (1Cel 32). A “fé na Igreja” é marcante, é uma das notas “constantes”, assim codificada na Regra: “Frei Francisco promete obediência e reverência ao senhor Papa Honório e seus sucessores canonicamente eleitos e à Igreja Romana” (RB 1, 3). E quando interpelados pela identidade, isto é, por esta “forma de vida”, com lucidez e clareza respondem: “Somos penitentes e nascemos na cidade de Assis” (AP 19). Portanto, a Regra foi primeiramente vivida e rezada, discernida de capítulo em capítulo como que em espírito de sinodalidade, e dada a nós como testamento, herança e bênção. Aliás, muito bem recordada por São Francisco no seu Testamento: “para que observemos mais catolicamente a regra que prometemos ao Senhor” (Test 34)

A fidelidade professada

A Regra e vida que professamos por meio de um voto a Deus, nos introduziu na Ordem dos Frades Menores. Desistências e abandonos também ocorreram ao longo da nossa história. Contudo, a exortação final da Regra Bulada, a chave da nossa sagrada “clausura”, como já foi dito acima, é a expressão da mais profunda convicção de São Francisco diante do benefício da vocação acolhida por inspiração divina: “E observemos a pobreza e a humildade e o santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus

Cristo que firmemente prometemos” (RB, 12, 5). Professar a Regra, fazer o Voto de observar esta Regra e vida, gera um compromisso, cria uma aliança sagrada aos moldes da compreensão bíblica do livro do Eclesiastes: “Quando fizerdes um voto a Deus, não demores em cumpri-lo, porque não lhe agradam os insensatos. Cumpre o que prometeste! É melhor não prometer do que prometer e não cumprir” (Ecl 5, 3-4).

A vida cristã franciscana se concretiza no Evangelho, ou seja, no modo de ser e viver de Nosso Senhor Jesus Cristo e dos Apóstolos. Por isso, o Evangelho se tornou a medula, o respiro e a vida de São Francisco. A Regra professada é vida e liberdade evangélica e não um conjunto de leis que apequena o coração. Por isso, na linguagem de Frei Tomás de Celano, a Regra é o coração, o centro vital, a medula que é Nosso Senhor Jesus Cristo. Nele nos identificamos como Frades Menores e com Ele somos identificados pelo povo de Deus como irmãos menores. Daí a recordação do Papa Francisco, em 2015, aos Frades Capitulares: “Vocês conquistaram uma autoridade moral junto ao povo de Deus com a minoridade, com a fraternidade, com a brandura, com a humildade, com a pobreza. Por favor, conservem-na! Não a percam! O povo quer bem a vocês, ama vocês”.

Conclusão

Convido-lhes a fazer o caminho da ressignificação da nossa vida, tendo a Regra Bulada como medula, essência e vigor em nossa vida franciscana. Convido-lhes a estar mais atento às “constantes” da nossa vocação e missão das quais São Francisco jamais abriu mão. Dessa forma, parafraseando o Papa Francisco, podemos celebrar os 800 anos da Regra Bulada no espírito de “olhar o passado com gratidão, viver (ressignificar) o presente com paixão e abraçar o futuro com esperança”.

Frei Fidêncio Vanboemmel, OFM (MODERADOR DA FORMAÇÃO PERMANENTE)

Formação e Estudos

EM RONDINHA, O “SIM’ PARA O SERVIÇO A DEUS

No dia 8 de dezembro, solenidade da Imaculada Conceição, ocorreu a renovação dos votos dos frades de Profissão Temporária da Fraternidade São Boaventura, em Campo Largo (PR).

Este dia festivo principiou com a Fraternidade reunida na capela para solenemente celebrar as Laudes. Após a oração, os frades puderam desfrutar de um saboroso café da manhã, preparado pelos confrades que exercem o serviço fraterno na padaria. Terminado o café, iniciaram os preparativos para a Missa e acolhida daqueles que vieram celebrar no convento a Solenidade da Imaculada Conceição. Fizeram-se presentes

na celebração alguns confrades da Fraternidade Bom Jesus dos Perdões e a Fraternidade Bom Jesus da Aldeia. A comunidade das Irmãs Franciscanas de São José, de Campo Largo, também esteve celebrando este dia solene com os frades.

A Missa foi presidida por Frei Daniel Dellandrea, guardião da Fraternidade e representante do Ministro Provincial. Durante a celebração, o frade ressaltou que Maria ocupa um lugar de destaque e extrema importância na Vida Consagrada. Por ser aquela que deu seu “sim” à vontade de Deus, os frades devem espelhar-se na Virgem ao darem o seu “sim” à vontade de Deus. Este ‘sim’ dado por Maria, constantemente deve questionar o “sim” que cada consagrado responde a Deus. Também ressaltou uma outra nuance do “sim” de Maria: o serviço. Maria coloca-se por inteira a serviço de Deus, para servir na construção do reino. O consagrado, por excelência, é aquele que serve a Deus e aos irmãos. Portanto, a disponibilidade para servir deve estar no DNA do religioso.

Após a homilia, iniciou-se o momento da renovação dos votos. Frei Alexandre Magno Cordeiro da Silva, mestre, chamou

pelo nome cada frade que iria renovar seus votos. Em seguida, deu-se a renovação da profissão em que os frades prometeram por mais um ano viverem em obediência, nem nada de próprio e em castidade, observando a Regra de São Francisco de Assis. No fim da celebração, Frei Daniel agradeceu à Fraternidade pelo ano que se passou, pelos desafios que, juntos, os frades enfrentaram e superaram. Além disso, agradeceu os confrades Frei Antônio Joaquim Pinto e Frei João Mannes e, na pessoa deles, todos os professores que se dedicam ao ensino da Filosofia aos frades da Província.

Terminada a missa, os frades foram para o convívio, momento que puderam estreitar os laços e vínculos de comunhão fraterna. Em seguida, foi servido um delicioso almoço, ocasião que também

se celebrou os aniversariantes do mês de dezembro: Frei Dâmaso Tchembeka Muhepe e Frei João Mannes. O solene dia da Imaculada Conceição encerrou-se com frades estudantes preparando-se para ir aos estágios nas diversas Frentes da Província, inspirados pelo ensinamento de São Francisco, “comecemos, irmãos, pois até agora pouco ou nada fizemos”.

Texto: Frei Bruno Almeida de Mello Fotos: Frei Roger Strapazzon

FREI JOSIELIO

RENOVA

OS VOTOS NA COMUNIDADE NOSSA SENHORA AUXILIADORA

Na noite do dia 8 de dezembro, a Paróquia Santa Clara de Assis, em Colatina (ES), celebrou a Solenidade da Imaculada Conceição com seus fiéis. Diante da alegria expressa nos olhares e sorrisos de todos, reverenciamos a Mãe de Deus e nossa em um dia especial para o povo e para a Província da Imaculada Conceição. A celebração, na Comunidade Nossa Senhora Auxiliadora, a igreja mais antiga de Colatina, trouxe presente a espiritualidade franciscana e o zelo e devoção à Virgem Imaculada.

Nessa mesma alegria, a Fraternidade presente nesta Paróquia celebrou o rito de renovação dos votos de Frei Josiélio da Silva Oliveira, pedindo à Maria que neste dia consagrado a ela, também fosse a guia e protetora na caminhada de Frei Josielio. A celebração tornou-se ainda mais especial porque, além de celebrarmos a Padroeira da Província, o povo se colocou em escuta atenta ao compromisso assumido por ele por mais um ano, de viver em castidade, obediência e sem nada de próprio.

Frei Josielio, em um breve agra-

decimento, destacou rapidamente que os votos renovados são um compromisso diante de Deus, que o chamou ao serviço, e diante dos Anjos e Santos e de Maria, o que se torna mais especial quando se recorda que sua caminhada está segura, sobre a poderosa proteção da Imaculada. Recordou também que no dia 8 de dezembro de 1991, nesse mesmo dia, recebia seu batismo em

sua comunidade de origem, o Santuário do Imaculado Coração de Maria, em Vinhático, Montanha (ES). Disse ainda que essa Mãe (Maria) tem suas maneiras de acompanhá-lo e ampará-lo sempre que preciso, desde o início de sua caminhada como cristão, no batismo e em sua especial devoção a ela, aprendida e moldada dia a dia em sua caminhada. Agradeceu também ao povo reunido, pelo tempo de aprendizado e acolhida na paróquia e pelo exemplo de fé, esperança e caridade que eles demonstraram nesse tempo de Ano

Missionário. Pediu a oração de todos eles a cada dia, por ele e pelos irmãos de caminhada.

Após o rito de renovação de votos, os cantores entoaram o cântico “Quando o fogo do amor ardeu no peito”, relembrando a Frei Josielio e aos presentes, que o exemplo de caminhada é o Cristo Pobre e Crucificado, tendo São Francisco de Assis e a Imaculada Mãe de Deus como exemplo de dedicação e serviço.

Maria Júlia Lyrio PELA PARÓQUIA SANTA CLARA

FREI MARCELO RENOVA OS VOTOS EM PATO BRANCO

Na Solenidade da Imaculada Conceição de Maria (8/12), Frei Marcelo Tadeu da Silva Cardoso renovou os votos religiosos de viver por mais um ano em obediência, sem nada de próprio e em castidade, nas mãos de Frei Frei Gabriel Vargas Dias Alves, guardião da Fraternidade São Pedro Apóstolo de Pato Branco (PR), delegado de Frei Paulo Roberto Pereira, Ministro Provincial da Província da Imaculada Conceição.

Frei Gabriel presidiu a Celebração Eucarística às 19h30, na Igreja Matriz São Pedro Apóstolo. Saudando Frei Mar-

FREI FRANKLIN RENOVA OS VOTOS NA FRATERNIDADE DO PARI

No segundo domingo do Advento (4/12), Frei Franklin Matheus da Costa, renovou os votos religiosos, por mais um ano, nas mãos de Frei José Francisco de Cassia dos Santos, delegado de Frei Paulo Roberto Pereira, Ministro Provincial desta Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, que se encontrava em viagem à Missão de Angola.

Frei José Francisco, guardião da Fraternidade do Pari, presidiu a Celebração Eucarística às 19 horas, na Igreja Santo Antônio, saudando Frei Franklin, o povo e seus confrades, que vieram das quatro Fraternidades de São Paulo, entre eles os Definidores Frei Fidêncio Vanboemmel e Frei Robson Luiz Scudela. Estiveram presentes religiosas das Irmãs Franciscanas da Terceira Ordem Seráfica, Irmãs catequistas Franciscanas, Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, Irmãs de Cristo Operário, as Irmãs Scalabrinianas, Irmãs de Santa Maria e Ordem Franciscana Secular e todo povo de Deus.

Este rito é próprio do religioso que, depois de fazer o noviciado, por alguns anos, renova o compromisso de viver os conselhos evangélicos (sem

celo Tadeu, o povo, seus confrades, Frei Olivo Marafon, da Fraternidade de Chopinzinho, e os membros da OFS, pertencentes à Fraternidade São Frei Galvão, que completou 20 anos de fundação e que também renovaram seus votos.

Após a homilia, quando Frei Gabriel falou a respeito do sim de Maria e porque ela se torna Imaculada, ou seja indivisa, sem mistura e em unidade, seguiu-se o rito de renovação. O mestre do renovando, Frei Antonio Mazzuco pediu para que ele se apresentasse e, feito isso, o delegado do Ministro Provincial realizou o rito: Frei Marcelo, para

Louvor e glória da Santíssima Trindade, renovou os seus votos.

Ao final da celebração eucarística os membros da Fraternidade São Frei Galvão (OFS) renovaram seus votos e confraternizaram com os frades e alguns membros da Paróquia.

Frei Marcelo Tadeu da Silva Cardoso nasceu em São Paulo (SP) no dia 28/08/1984. Fez o acompanhamento vocacional no Santuário São Francisco de Assis, em São Paulo (SP), ingressou no Seminário São Francisco em Ituporanga (SC) em 2016. Foi admitido no Noviciado de Rodeio em 2018, quando fez a profis-

nada de próprio, castidade e obediência) até que faça a profissão solene dos votos. Este período é chamado de Tempo de Profissão Temporária.

Após a homilia, seguiu-se o rito de renovação. Em seguida, ele assinou o documento desta renovação.

Frei Franklin residiu nesta Fraternidade em 2022 durante o Ano Missionário, etapa formativa depois do tempo de Filosofia, onde esteve a serviço da evangelização no SEFRAS (Serviço Franciscano de Solidariedade). Ele nasceu em Heliodora (MG) no dia 13/04/1999. É filho de Ana Lúcia da Costa e irmão de Pâmela da Costa Barbosa. Com 13 anos fez o acompanhamento Vocacional na Paróquia Porciúncula de Santana, em Niterói (RJ), e ingressou no Seminário São Francisco de Assis, em Ituporanga (SC), no dia 2 de fevereiro de 2014, onde cursou e concluiu os estudos do Ensino Médio. Em seguida, fez o Postulantado em Guaratinguetá (SP), em 2017. Ingressou no Noviciado de Rodeio (SC), em 2018, quando fez a profissão temporária na Ordem dos Frades Menores no dia 10 de janeiro de 2019. Cursou Filosofia no Instituto São Boaventura, de 2019 a 2021. Agora segue para Petrópolis (RJ), onde vai residir e cursar Teologia durante quatro anos.

são temporária na Ordem dos Frades Menores no dia 10 de janeiro de 2019. Cursou Filosofia no Instituto São Boaventura, de 2019 a 2021. Em 2022, Frei Marcelo residiu na Fraternidade de Pato Branco para a experiência do Ano Missionário, etapa formativa depois do tempo de Filosofia, onde esteve a serviço da Paróquia São Pedro Apóstolo. Devido a um procedimento médico, ele permanecerá mais um ano nesta Fraternidade.

Frei Jonas Ribeiro da Silva (texto); Cristiel Balbinot e Gabriel Garcia (foto)

PETRÓPOLIS: A EXEMPLO DE MARIA, FRADES RENOVAM

Um misto de sentimentos envolveu a Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus, em Petrópolis (RJ), na Solenidade da Imaculada Conceição, padroeira da Província e da Ordem dos Frades Menores. Isso porque, na Celebração Eucarística das 10 horas, três jovens frades disseram novamente seu “sim” a Deus, assim como Maria o fez, e renovaram por mais um ano de suas vidas os conselhos evangélicos de obediência, sem nada de próprio e castidade.

O guardião Frei Jorge Paulo Schiavini, delegado do Ministro Provincial, Frei Paulo Roberto Pereira, acolheu a renovação de Frei Bruno Gonçalves Cezário, Frei Lucas de Moura Justino Souza e Frei Ruan Felipe Sguissardi. Durante a celebração, que também

OS VOTOS

encerrou as atividades formativas do ano, em sintonia com toda a Igreja e a Província, deu-se a abertura do Ano Vocacional Franciscano. O Coral dos Frades do Tempo da Teologia, sob regência de Frei Marcos Antonio de Andrade, animou a celebração com os cantos litúrgicos.

Na homilia, Frei Jorge explicou que a liturgia do dia apresenta o mistério da celebração da solenidade da Imaculada. Referindo-se à primeira leitura, ressaltou que é preciso ter coragem e confiança para ir ao encontro de Deus. “Contemplamos em Maria Imaculada, uma nova Eva”, disse. Segundo o presidente da celebração, Maria foi preparada para a grande missão do Sumo Criador, foi concebida sem pecado e escolhida para ser habitação de Deus. “Somos chamados a não nos conformar com nossos pecados, mas sempre nos deixar iluminar pelo sonho de Deus para cada um de nós”, sublinhou.

Dirigindo-se aos jovens frades, disse que somos desafiados em nossa vocação a sempre servir, do jeito de São Francisco: “Pedimos sempre a oração de todos para sermos fiéis. Somos chamados a viver essa graça de Deus, tendo Maria à nossa frente como exemplo, buscando viver no amor, na fé, na paciência, na humildade, para que assim, possamos realizar a vontade de Deus. “Que

Maria Santíssima seja sempre modelo e intercessora de todos no caminho do Evangelho”.

Frei Bruno, Frei Lucas e Frei Ruan foram chamados pelo mestre, Frei Marcos, e em voz alta manifestaram o desejo de renovar por mais um ano os votos religiosos. Depois se comprometeram dizendo: “Faço voto a Deus Pai santo e todo-poderoso de viver por mais um ano, em obediência, sem nada de próprio e em castidade, ao mesmo tempo prometo observar a Regra dos Frades Menores”.

Após a liturgia eucarística, Frei Gilberto da Silva, animador do SAV local, explicou que neste dia 8 de dezembro a Província inaugura o Ano Vocacional Franciscano. Por isso, convidou a todos a se dirigirem a Maria e consagrarem esse tempo de graça com a oração da “Ave Maria”. A celebração encerrou com a solene bênção de São Francisco de Assis.

Retiro anual em três palavras: “Encontrar”, “Escutar” e “Discernir”

Entre os dias 5 a 7 de dezembro, os frades do Tempo da Teologia, acompanhados de Frei Gilberto da Silva, vice-mestre, fizeram o retiro anual na Fraternidade do Sagrado. O pregador convidado foi Frei José Antônio Cruz Duarte, da Fraternidade São Francisco de Assis, de Bragança Paulista (SP).

Frei José dividiu suas reflexões para os três dias em três palavras: “Encontrar”, “Escutar” e “Discernir”, tendo como base a “Homilia de abertura do Sínodo dos Bispos 2021, sobre a sinodalidade”, mas não só, outros textos do Papa Francisco iluminaram o retiro, assim como das Fontes Franciscanas e da Sagrada Escritura. Momentos de deserto e de Celebrações Eucarísticas marcaram também este tempo propício de oração.

Frei Augusto Luiz Gabriel (texto), Frei Andrei Nascimento dos Anjos (fotos)

RENOVAÇÃO DOS VOTOS EM ANGOLA

Manhã agradável de sol nascente, Solenidade da Imaculada Conceição, na presença do Ministro Geral, Frei Massimo Fusarelli, juntamente com o Ministro Provincial, Frei Paulo Roberto Perreira, e o Presidente da FIMDA, Frei Ivair Bueno de Carvalho, 24 frades renovaram seus votos temporários de obediência, sem nada de próprio e castidade.

A renovacão ocorreu durante a Oração das Laudes. Logo após, Frei Massimo exortou aos confrades, dizendo que é uma alegria renovar os votos no dia da Padroeira e Rainha da Ordem, a Imaculada Conceição da Virgem Maria, uma vez que a profissão dos conselhos evangélicos estão intimamente ligados ao “sim” daquela que acreditou, e que se torna, também, o “sim” da Igreja.

O Frade menor, continuou o Ministro Geral, é aquele que segue escutando e dizendo “sim” a Deus e à vida dos irmãos. Em seguida, saudou seus confrades que renovaram a profissão evangélica, a saber: Frei Abel Ernesto Nene, Frei Borracha Raimundo Eduardo, Frei Luís José Fernandes, Frei Manuel Coloi Armando Camongua, Frei Mário Catimba Dumbo Baptista, Frei Paulino Salamba Candondo, Frei Silva Kawia Ngueve Tchimo, Frei Simão Albino Katenha Kaquinta, Frei Tomás Gaspar Joaquim, Frei Adriano Fernando Sumbelelo, Frei Fernando José Dange, Frei Hilário Kapiñgala Ngundja, Frei Clementino Samuel Miguel, Frei David Vicente da Conceição Gaeita, Frei Luis António Gungo, Frei Valódia João Manuel Baptista Domingos, Frei Herculano José Nuñgulo, Frei Inácio Filipe Puto, Frei Jerónimo Cheia Mário, Frei Venâncio Canombelo Candundo, Frei João Pedro Pessoa Lima, Frei Pedro Isaías Luisa Vitangui, Frei Lucas Moreira Almeida e Frei Elias Hebo Luís.

A celebração terminou com a Bênção de São Francisco e, em seguida, todos os confrades se dirigiram para a frente da Capela do Convento São Francisco de Assis, do Palanca, em Luanda, a fim de resgistrarem o momento.

Frei Tomás Gaspar Joaquim

NOVIÇOS 2023

CRISTIAN VICTOR

21/03/1996 (26 anos)

Paraíba do Sul (RJ)

27/02/2001 (21 anos)

Capão Bonito (SP)

12/09/1989 (33 anos) Niterói (RJ)

11/02/2004 (18 anos)

Cordilheira Alta (SC)

SETE POSTULANTES SERÃO ACOLHIDOS NO NOVICIADO

22/09/2003 (19 anos) Rodeio (SC)

15/08/1997 (25 anos) Itajaí (SC)

13/01/1988 (34 anos) Maribondo (AL)

2023

Aturma do Noviciado de 2023 da Província da Imaculada Conceição do Brasil será formada por sete postulantes, que serão acolhidos no domingo, dia 15 de janeiro, pelo Ministro Provincial Frei Paulo Roberto Pereira durante a Celebração Eucarística, às 6h30, no Noviciado São José, em Rodeio (SC). São eles: Cristian dos Santos Lopes; Felipe Fernando Noronha; Franklin Wakim Batuli; Gabriel Sperança Goschel; Gilson Ramos de Oliveira; Matheus Querino; e Victor Gomes Franz.

Um dos momentos mais simbólicos e emocionantes da admissão dos noviços é a veste do hábito franciscano, que o candidato recebe das mãos do Ministro Provincial e do mestre Frei Samuel Ferreira de Lima. Ali mesmo, durante a celebração, ele se

veste e passa a ser chamado de Frei. Este hábito é provisório durante o ano de Noviciado, já que o definitivo o noviço receberá quando fizer a Primeira Profissão, no término deste ano de provação.

Durante o ano, os noviços intensificam a vida em comum, entre eles e com a Fraternidade Formadora da casa, e participam também de algumas atividades na própria comunidade eclesial e de celebrações das outras casas franciscanas da região.

NOVIÇOS FARÃO PRIMEIRA PROFISSÃO NA ORDEM DOS FRADES MENORES

Depois de um ano de formação intensa no Noviciado São José, no próximo dia 10 de janeiro, seis noviços serão admitidos à Profissão Temporária durante a celebração eucarística às 19 horas, na Igreja São Francisco de Assis, em Rodeio (SC). Frei Filipe Zaros Granusso, Frei Filipo Carpi Girão, Frei Francisco Barbosa Mouzinho Junior e Frei Samuel Cavalcanti do Amaral, da Província Franciscana da Imaculada Conceição, emitirão seus votos nas mãos do

Ministro Provincial Frei Paulo Roberto Pereira. Já Frei Evandro Siqueira, da Província São Francisco de Assis (RS), professará nas mãos do Ministro Provincial Frei Marino Pedro Rhoden; e Frei Mateo Esteban Martinez Mikulic, da Província Argentina São Francisco Solano, nas mãos do Ministro Provincial Frei Daniel Alejandro Fleitas Zeni. Esta será a 122ª profissão temporária do Noviciado de Rodeio.

Os noviços angolanos da Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola farão a Primeira Profissão nas mãos de Frei Ivair Bueno de Carvalho, delegado do Ministro Provincial, Frei Paulo Roberto Pereira, no dia 7 de janeiro. São eles: Frei Daniel Bungwe Soma, Frei Dionísio Katengue Tchingui, Frei Eduardo César Himi, Frei Francisco Pedro Kapapelo Tchitacumula, Frei Manuel Franco Mununga, Frei Luís Manuel Mugiba e Frei Pedro Caiombe Samuco.

Da esq. para a dir.: Frei Francisco, Frei Filipo, Frei Evandro, Frei Samuel, Frei Mateo, Frei Felipe, Frei Miguel e Frei Samuel

Segundo a Ordem dos Frades Menores, o tempo da profissão temporária é o “período durante o qual se completa a formação para viver de modo mais pleno a vida própria da Ordem e melhor cumprir sua missão”. Na Ordem Franciscana, os votos dos professos temporários são renovados anualmente até o momento da profissão solene.

Este foi o primeiro ano que o Noviciado da Província Franciscana da Imaculada Conceição acolheu formandos das Províncias do Rio Grande do Sul e da Argentina, como experiência de um Noviciado Interprovincial. Frei Samuel Ferreira de Lima, depois de ser mestre por nove anos, retornou a este serviço neste ano. “Para mim foi uma grande surpresa e um grande desafio ao mesmo tempo, pois o contexto é totalmente outro, mesmo tendo trabalhado com confrades de outras entidades e de Angola. Agora são outros irmãos, outra língua e outra cultura que não conhecia tanto. Mas foi e está sendo um tempo de grande aprendizado e colaboração”, informa Frei Samuel.

Para o mestre, foi um ano muito rico de experiências e missão, ordenações, profissões, partilha, estudo, intercâmbio e colaboração de todos os confrades das três Províncias que formam hoje o quadro de noviços. “Por ser uma experiência nova, estamos em um processo de construção e diálogo para se chegar a um denominador comum”, avalia Frei Samuel.

Segundo Frei Samuel, durante o ano, a turma encontrou a sua identidade em meio à diversidade de idades, origens e experiências eclesiais. “Aos poucos se entrosaram e cada um foi discernindo o caminho a ser feito. Dos treze que iniciaram a caminhada, sete tomaram outros rumos em suas vidas e conseguiram aclarar suas escolhas. A turma que está concluindo o noviciado é mais coesa e amadurecida em sua opção. Estão ansiosos e felizes diante dos novos desafios e da perspectiva de dar continuidade ao seu processo formativo nas novas Fraternidades.

O Retiro de preparação para a Profissão foi feito em dois períodos: de 05 a 09/12, com o pregador Frei Raimundo Justiniano de Oliveira Castro, desta Província, que refletiu sobre a

fórmula da Profissão, os Votos e vida fraterna, e de 18 a 24/12, tendo como pregador Frei João Carlos Karling, da Província São Francisco de Assis, do Rio Grande do Sul, que abordou a dimensão Bíblica do seguimento e discipulado.

A profissão religiosa na Ordem Franciscana, emitida nas mãos do Ministro Provincial, faz-se nos seguintes termos: “Para louvor e glória da Santíssima Trindade. Eu, Frei N.N., tendo o Senhor me dado a graça de seguir mais de perto o Evangelho e os passos de nosso Senhor Jesus Cristo, em tuas mãos, (do Ministro Provincial), com firme fé e vontade, faço voto a Deus, Pai santo e todo-poderoso, de viver por um ano, em obediência, sem nada de próprio e em castidade. Ao mesmo tempo, professo a vida e a regra dos Frades Menores, confirmada pelo Papa Honório, e prometo observá-la fielmente segundo as Constituições da Ordem dos Frades Menores. Entrego-me, pois, de todo o coração a esta Fraternidade, para que, pela ação eficaz do Espírito Santo, guiado pelo exemplo de Maria Imaculada, por intercessão de nosso Pai Francisco e de todos os santos, e com a ajuda fraterna de todos, eu possa tender constantemente para a perfeita caridade, no serviço a Deus, à Igreja e aos homens”.

NUM DIA HISTÓRICO EM ANGOLA, OITO JOVENS FRADES FAZEM A PROFISSÃO SOLENE NAS MÃOS DO MINISTRO GERAL

Um dia histórico para a Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola. Na manhã do dia 8 de dezembro de 2022, às 10h, no Quimbo São Francisco de Assis, no Palanca, em Luanda, a solenidade da Imaculada Conceição de Maria ficou mais bela com o “sim” definitivo de oito jovens frades, que fizeram a profissão solene nas mãos do Ministro geral, Frei Massimo Fusarelli. São eles: Frei Alberto Capingala Martinho Sambei, Frei António da Silva Manuel, Frei Daniel Kahuvi Tchitumba Tchikeva, Frei Domingos Cacanda Soma, Frei Domingos Macuva Paulo, Frei Evaristo Seque Joaquim, Frei Pedro Domingos Caiungue Mugiba e Frei Silvério Munga Canjonde.

Sob a ameaça de chuva, a celebra-

ção começou vibrante, e a afluência do povo de Deus ao Quimbo, como sempre às quintas-feiras, surpreendeu. A Celebração Eucarística foi presidida pelo Ministro Geral Frei Massimo e concelebrada, por Frei Paulo Roberto Pereira, Ministro Provincial; Frei Vitor Quematcha (Definidor Geral pela África); Frei César Külkamp (Definidor Geral pela América Latina), sem contar outros tantos confrades que vieram rezar e agradecer a Deus por tão precioso dom que ele nos concedeu no dia de hoje, como disse o presidente da FIMDA, Frei Ivair Bueno de Carvalho.

Na homilia, Frei Massimo lembrou que nas Sagradas Escrituras toda concepção assinala uma passagem daquela história de Deus que se entrelaça com aquela humana e que nenhum fracasso pode bloquear. “Sempre ressoa para nós a voz de Deus: ‘O que você fez?’ e ‘Onde você está?’. Hoje, esta palavra é-vos dirigida, queridos irmãos, que estão prestes a dizer o vosso sim definitivo a Deus perante a Igreja e a nossa fraternidade. Durante estes anos de formação, ouviram esta voz e espero que o vosso encontro pessoal com o Senhor tenha sido o centro das vossas vidas. Se vive hoje a sua profissão com alegria, é porque houve este encontro. Hoje, o Senhor continua a perguntar a cada um de vós: ‘Onde estais vós?’”, disse o Ministro Geral.

E continuou: “Podemos traduzir: ‘a quem pertence’? E: ‘o que é que realmente queres’? Qual é o centro da minha vida? Hoje, consagrai-vos totalmente a Deus e assim dizeis perante todos os vossos irmãos e irmãs que Ele é o coração da vossa vida. Por favor, alimentem esta realidade através da oração com a leitura do Evangelho, da vida sacramental, da comunhão fraterna. O centro da vida dos Frades Menores é a amizade pessoal com o Senhor Jesus e o vínculo que nasce entre nós a partir daí. Não o esqueça, alimente-o, deixe-o ajudá-lo”, exortou.

Chegada a hora do pedido da intercessão dos santos que nos antecederam no caminho do Evangelho, os oito confrades prostraram-se no chão enquanto a Fraternidade e a Comunidade Local entoaram a Ladainha de Todos os Santos. Em seguida, os confrades fizeram, um a um, nas mãos de Frei Massimo, a sua Profissão Solene, sendo acolhida, em seguida, pelo Ministro Geral, e, logo após, foi feita a Oração de Bênção da Consagração Religiosa.

A Celebração continuou com o abraço de toda a Fraternidade ali presente. A Liturgia Eucarística se iniciou com a procissão dos dons, pão e vinho, e das fórmulas de profissão escritas a próprio punho pelos oito confrades, já agora, professos solenes. Em seguida, veio a Tâmbula, momento bonito de oferecimento a

Deus dos trabalhos da Comunidade e de todos que vieram ali bendizer a Deus pela vida desses nossos irmãos. Diversos produtos foram ofertados, sinal da gratuidade que devemos exercitar em nossa vida cristã.

A Celebração encerrou pelas 13h30 sob um céu que tinha ameaçado chuva, mas que só a derramou após a despedida da Celebração. Mas nesse momento, ocorreu no pátio interno do Convento São Francisco de Assis, do Palanca, um almoço festivo no qual tomaram parte diversos familiares e religiosos presentes e que puderam confraternizar com os neoprofessos o momento mais importante de suas vidas na Ordem dos Frades Menores. Deus seja louvado!

Frei Tomás Gaspar Joaquim

ÍNTEGRA DA HOMILIA DO MINISTRO GERAL

Profissão Solene em Luanda, na Solenidade da Imaculada Conceição da Bem-Aventurada Virgem Maria, Rainha e Padroeira da Ordem dos Frades Menores

Caros irmãos, é com grande alegria que celebro a festa da Imaculada, Padroeira de toda a nossa Ordem e desta nossa presença em Angola, na companhia de vocês, e nesta terra. É um dom maravilhoso e agradeço ao Senhor por isso! Juntos clamemos: Vem, Senhor Jesus!

Vamos repeti-lo com força neste dia, no coração do tempo do Advento.

e espero que o vosso encontro pessoal com o Senhor tenha sido o centro das vossas vidas. Se vive hoje a sua profissão com alegria, é porque houve este encontro. Hoje, o Senhor continua a perguntar a cada um de vós: “Onde estais vós?

Podemos traduzir: “a quem pertence”? E: “o que é que realmente queres”? Qual é o centro da minha vida? Hoje, consagrai-vos totalmente a Deus e assim dizeis perante todos os vossos irmãos e irmãs que Ele é o coração da vossa vida. Por favor, alimentem esta realidade através da oração com a leitura do Evangelho, da vida sacramental, da comunhão fraterna. O centro da vida dos Frades Me-

Celebramos, com efeito, a concepção de Maria enquanto esperamos a vinda do Senhor.

Nas Sagradas Escrituras toda concepção assinala uma passagem daquela história de Deus que se entrelaça com aquela humana e que nenhum fracasso pode bloquear. Sempre ressoa para nós a voz de Deus: “O que você fez? ” e “Onde você está?”

Hoje esta palavra é dirigida a vós, queridos irmãos, que estão prestes a dizer o vosso sim definitivo a Deus perante a Igreja e a nossa fraternidade.

Durante estes anos de formação, ouviram esta voz

nores é a amizade pessoal com o Senhor Jesus e o vínculo que nasce entre nós a partir daí. Não o esqueça, alimente-o, deixe-o ajudá-lo quando a sua relação com o Senhor se desvanecer.

Maria de Nazaré é para nós o modelo desta relação com o Senhor e do “sim” a Ele.

Nesta celebração ressoa hoje o vosso “sim”, amados irmãos e irmãs, que fazem parte deste diálogo que Deus estabeleceu desde o início com a criação e com o ser humano, um diálogo que nada poderia interromper.

Nesse início está toda a nossa vida.

No caminho destes anos, acredito que vocês experimentaram exatamente isso. Se ao início da vida religiosa parece que sabemos tudo aquilo que temos de pensar e fazer, depois aprendemos a acolher aquele mistério que nos supera e nos conduz além de nós mesmos.

Isso pede que deixemos amadurecer em nós a confiança e a serenidade de Maria, Virgem feita Igreja.

Isso porque descobrimos que no centro não estamos nós, com os nossos esforços e projetos, mas sim Ele, com o dom de sua graça que nos atrai, formando em nós os traços do Filho amado.

São Francisco o sabia bem: aos seus frades, com efeito, pede simplesmente que outra coisa não deseje a não ser ter o Espírito do Senhor e o seu santo modo de operar, deixando que seja Ele a guiar a nossa vida.

Desejo que vocês não deixem se apagar a voz do Senhor que busca cada um de nós, mas a acolham todos os dias no caminho que hoje iniciam.

Tudo isso vivemos no dom dos irmãos, com os quais somos chamados a viver a nossa relação com Deus, conosco mesmos e com os outros. Eis a fraternidade, tão rica também para a África, para Angola!

Sei que sentis muita responsabilidade pela escolha que fazeis hoje: para convosco próprios e para a vocação que recebestes, para com a Igreja, o Povo de Deus, e para com a nossa Fraternidade. É responsabilidade de sermos bons construtores da nossa fraternidade em missão neste país.

Eis o coração da nossa vida de frades menores: viver sem nada de próprio, para reconhecer que tudo é dom, e restituí-lo ao Senhor com uma vida humilde e alegre.

Este é o sentido profundo da obediência que professam: vocês se colocam nas mãos de um outro. Este é o dom da castidade: vocês pedem para ser livres para amar.

Não é fácil, hoje, compreender esses votos. É preciso fazê-los visíveis com a nossa vida; e vocês são especialmente chamados a viver a vida franciscana pela cultura de vocês, neste país tão bonito, e a fim de que o evangelho de Jesus seja anunciado aqui e no mundo inteiro.

A Virgem Imaculada acompanhe vocês neste “sim” de vocês; sintam no caminho a sua presença constante, belo sinal da ternura Pai. O Espírito Santo, que agiu em Maria com força criadora, plasme a vida de vocês, fazendo-a um sinal do Cristo crucificado e ressuscitado no meio das pessoas que vocês encontrarão. Nada mais. Isso basta.

O Deus da vida faça com que a vida de vocês se propague no bem e isso lhes basta, com a bênção de São Francisco.

Frei Massimo Fusarelli, OFM MINISTRO GERAL

O SEGUNDO MINISTRO GERAL A VISITAR A FUNDAÇÃO

Em 32 anos de existência, a Fundação Imaculada Mãe de Deus foi visitada por dois Ministros Gerais. A primeira aconteceu em 27 de fevereiro de 2012, quando Frei José Rodríguez Carballo chegou em terras angolanas.

Frei Massimo Fusarelli chegou no dia 2 de dezembro a Luanda, acompanhado dos Definidores gerais Frei César Külkamp e Frei Vitor Quematcha, e retornou depois da Profissão Solene, no dia 8 de dezembro. O Ministro Provincial, Frei Paulo Roberto Pereira, com o presidente da FIMDA, Frei José Ivair Bueno, chegaram a Angola no dia 3, quando tiveram início as visitas à Fundação. O primeiro local visitado foi a Fraternidade da Porciúncula, em Viana. Acompanhados por Frei José Cambolo, guardião da Fraternidade São Francisco de Assis, do Palanca, em Luanda, foram rece-

bidos por cânticos de boas-vindas harmoniosamente entoados pelos postulantes.

A visita tão esperada pela Fraternidade foi marcada por momentos celebrativos muito especiais: o plantio e bênção da árvore embondeiro, o baobá, símbolo da cultura angolana, a inauguração e bênção da gruta de Nossa Senhora das Graças, a visita ao projeto social Bola da Paz e a inauguração e bênção da sala de recreio dos frades.

Houve também momentos de diálogo e de conversas espontâneas ao longo do convívio fraterno com os postulantes e frades.

Após, seguiu-se o almoço, onde Frei Massimo ofereceu como recordação à Fraternidade uma medalha de Francisco com o Crucificado, no desejo de que todos abracem o Cristo pobre, humilde e crucificado.

Durante a conversa com os postulantes, Frei Massimo falou sobre o dom da vocação franciscana enquanto chamado à missão, relacionando-a ao encontro de São Francisco com o Crucificado na Igreja de São Damião e sua alegria em viver a Boa Nova do Senhor. Frisou também que a vida franciscana é uma vida de amadurecimento humano e religioso: “Como ser franciscano em Angola? É um desafio!”, frisou Frei Massimo. O Ministro geral salientou a importância de se viver em obediência, castidade e pobreza a partir da realidade angolana e da necessidade de estarmos sempre prontos para entregar a nossa vida aos irmãos com amor e sem reservas.

Por fim, no momento de despedida, Frei Paulo frisou que cada um deve ser dom na vida do outro. Frei Massimo, por sua

vez, deixou um convite aos postulantes de escreverem aos poucos a própria história ao longo desta etapa da formação, pois, cada um tem uma bela história para escrever, não só as coisas bonitas como também as menos boas, porque tem a presença de Deus em tudo isso. Desejou uma boa caminhada nesta etapa do Postulantado e que a Fraternidade continue sempre alegre, pois como nos indicou: a alegria expulsa muitos “demônios”.

José Tchiwale e Nascimento Hebo POSTULANTES

FREI MASSIMO COM AS CLARISSAS

No dia 4 de dezembro, Frei Massimo celebrou a Santa Missa no Mosteiro das Clarissas, em Luanda. “Todos os anos, no segundo domingo do Advento, a liturgia propõe aos cristãos a pregação do Batista, porque tal como ele preparou o povo de Israel para a vinda do Messias, também hoje ele é capaz de os ensinar a acolher o Senhor que está para vir”, disse.

Dirigindo-se às Irmãs Clarissas, exortou: “Acredito que o vosso caminho de oração e fraternidade

é um caminho de espera, aprendendo a reconhecer os pequenos rebentos e sabendo como entrar no silêncio de Deus. A vida contemplativa não significa ter tudo claro, deixar de ter dúvidas e não procurar o Senhor. Pelo contrário, significa realmente permanecer neste caminho. E o que vos desejo para este Natal, sustentado pela Virgem Imaculada, mulher de escuta e silêncio, e a nossa maior fraternidade, que vos trago e testemunho hoje. Assim seja”.

Formação e Estudos

EM QUIBALA, A CASA-MÃE

No dia 6 dezembro, Frei Massimo conheceu a Fraternidade Santo Antônio e o Noviciado da FIMDA em Quibala. Na Celebração Eucarística, disse: “É uma grande alegria para mim celebrar hoje a Eucaristia juntos aqui em Quibala. Ver esta fraternidade ampliada é também motivo de alegria”.

Na sua homilia, lembrou que Jesus conta uma história muito curta e muito simples. “O Mestre fala em parábolas para fazer-se entender melhor por todos. Ele usa linguagem figurativa, ele conta histórias que esperam uma resposta. Um pastor tem 100 ovelhas, perde uma, deixa as 99 na montanha e vai em busca da ovelha perdida. E Jesus pergunta: ‘O que você acha?’. Isto é, ‘Você faria a mesma coisa?’ Uma parábola não é um ensinamento a ser recebido passivamente ou trancado na memória, mas sim um convite a participar da descoberta da verdade”, explicou.

Segundo ele, Jesus começa por perguntar: “O que você acha?” A resposta depende da reação e da par-

ticipação dos ouvintes, de nós mesmos que queremos seguir o Mestre. “Ele se definiu como o bom pastor. Ele não fica quieto até encontrar suas ovelhas e ir procurá-las, apesar das dificuldades e perigos da montanha e da noite”, emendou.

Para o Ministro Geral, a parábola pode nos transmitir duas mensagens muito importantes: Jesus nunca nos abandona e o Senhor confiou a cada um de nós seu vizinho. Se alguém está perdido, ele deve ser procurado por todos. Segundo o Ministro Geral, Mateus insiste no verbo “buscar”. Quem repara naqueles que estão longe? Quem vai à procura deles? Quem os comerá quando retornarem? Quem sai ao encontro daqueles que saem da prisão? Quem os celebra? Quem os inclui na vida paroquial? Quem os ajuda na integração social? Quem acolhe aqueles que são apontados como indesejáveis? “Que o Senhor da misericórdia nos ajude a acolher os mais pobres, aqueles que estão longe do aprisco, perdidos na noite”, completou.

O PRIMEIRO CAPÍTULO DAS ESTEIRAS

Frei Massimo participou, no dia 7 de dezembro, do primeiro Capítulo das Esteiras da Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola (FIMDA).

Com a invocação da Santíssima Trindade e uníssono no Cântico das Criaturas, o presidente da FIMDA deu abertura ao Capítulo. Apresentando a história da FIMDA, Frei Ivair Bueno de Carvalho recordou-nos que não somos frades do acaso, mas nascidos a partir de uma história. Portanto, convidou-nos a ver os slides que ilustravam a história da chegada dos frades menores em Angola e os frutos alcançados até então. Em seguida, fez a apresentacão do Ministro Geral e deu as boas-vindas a todos os confrades presentes.

Para um primeiro momento, fez-se uma breve apresentação das Fraternidades e suas composições, mostrando mais ou menos como estamos estruturados; em seguida, Frei André Luiz da R. Henriques, de forma resumida, falou como anda o processo de evangelizacão na FIMDA, citando os números de paróquias onde se constatam a nossa presença e em todas as outras áreas onde atuamos. E Frei Marco Antonio dos Santos, secretário da

Formação, elencou o andamento da formacão na FIMDA, onde contamos com 148 irmãos na formacão inicial: 18 aspirantes, 16 postulantes, 12 noviços, 19 na Filosofia no Palanca, 25 na Filosofia em Rondinha, 11 na Teologia e dois professos temporários em outras Fraternidades (Quibala e Malange).

Para culminar o primeiro momento deste grande dia, fomos exortados com as palavras do Ministro geral: não percamos a nossa identidade de Frade Menor; não somos sacerdotes para acão social, mas irmãos a serviço do povo.

Tomás Gaspar Joaquim

Frei

SEJAM FELIZES E, AO LONGO DO CAMINHO, NÃO ESQUEÇAM DE GERAR ALEGRIA E FELICIDADE

Pela imposição das mãos de Dom Gregório Paixão, OSB, bispo da Diocese de Petrópolis (RJ), Frei Augusto Luiz Gabriel e Frei David Belineli foram ordenados diáconos no dia 17 de dezembro, durante a Celebração Eucarística na Igreja do Sagrado Coração de Jesus, em Petrópolis.

O catarinense Frei Augusto e o paulista Frei David, frades da Província Franciscana da Imaculada Conceição, podem servir, agora, ao povo de Deus na “diaconia” da liturgia, da palavra e da caridade. Esse momento foi testemunhado, às 16h15, por confrades de toda a Província, como o Definidor Provincial e mestre do tempo da Teologia, Frei Marcos Andrade; religiosos (as), amigos, os familiares e o povo.

Dentro do clima festivo do Tempo do Advento, a celebração, que teve a animação do Coral dos Canarinhos, foi conduzida com leveza e solenidade, propiciando reflexão sobre a temática do serviço na ótica cristã e franciscana. Como lema da ordenação diaconal, Frei Augusto e Frei David escolheram um trecho da Carta aos Romanos (1,5), que diz: “É por Ele que recebemos a graça da vocação para o apostolado”.

Frei Felipe Medeiros Carreta, em seu comentário, introduziu os participantes a esta festa da ordenação para o ministério do serviço. Dom Gregório presidiu a Celebração, tendo como concelebrantes Frei Paulo Roberto Pereira, Ministro Provincial da Província da Imaculada Conceição; Frei Jorge Paulo Schiavini, o guardião da Fraternidade; e o diácono Frei Gabriel Dellandrea. A celebração teve transmissão ao vivo pela Rádio Imperial, pela página do Facebook da Paróquia do Sagrado e da Província.

Na homilia, o Bispo ordenante Dom Gregório destacou o significado e missão do diácono na Igreja. Ele lembrou a Frei Augusto e Frei David que eles têm um modelo de santo, entre tantos outros, que perfeitamente viveu esta proposta evangélica na radicalidade: São Francisco de Assis.

Segundo o bispo, este 4º Domingo do Advento nos traz algo

Ordenação Diaconal

Frei Luiz Augusto Gabriel e Frei David Belineli

“

”, PEDE D. GREGÓRIO

muito especial sobre a missão daqueles que foram chamados por Deus, como Maria: “A graça e a beleza de uma mulher que vai ser convidada por Deus a ser servidora por excelência: ‘Eis aqui a serva do Senhor’. Ou seja, ela vai lançar para fora toda a sua diaconia, ela vai lançar para fora o seu desejo de serviço”. E José, que mesmo não entendendo o que acontecia, ouve o pedido do anjo para não ter medo e acolher Maria. “Ele, obediente, prepara-se para a maior de suas aventuras: de ser chamado de pai pelo próprio Filho de Deus. E assim ele será um eterno servidor do céu”, disse D. Gregório.

A vida cristã, segundo o bispo, se dá exatamente através desse serviço. “Os antigos diziam ‘quem não vive para servir não serve para viver’, porque embora cada um de nós cuide da própria vida, sempre temos diante dos olhos a vida dos outros. E diante daqueles que se mostram mais enfraquecidos, empobrecidos, só existe uma atitude para nós: servi-los. Aí está a diaconia humana”, ressaltou.

“É nesse clima, é nessa alegria que hoje nós ouviremos a resposta de dois frades, professos perpétuos franciscanos, que aqui estão, e se colocam à disposição de Deus para servir, de um modo tão belo, através do ministério do serviço: Frei Augusto e Frei David. Ora, meus irmãos e minhas irmãs, eles já são naturalmente servidores, porque nós não podemos entender a vida religiosa senão como serviço, nós não podemos entender a profissão que abraçamos senão como serviço a Deus e, por causa desse serviço a Deus, têm esse olhar especial para com a pessoa humana”, disse.

Segundo D. Gregório, em meio a esta alegria, Frei Augusto e Frei David escolheram um carisma que encanta a Igreja há mais de oitocentos anos, ou seja, a vida franciscana. “Quando nós olhamos o exemplo de São Francisco de Assis e o que ele representou a toda humanidade, nós entendemos certamente, com toda convicção, o que é um serviço perfeito: despojar-se de tudo para servir a Deus e aos irmãos. Fazer-se pobre para entender a bele-

za daqueles que vivem uma pobreza imposta pela sociedade, pela exclusão, por tantas outras coisas que nós poderíamos aqui apresentar. Ora, já vivendo esse carisma, vocês desejam um pouco mais, e por causa disso vocês se colocam na condição para servir a Deus e servir aos irmãos”, ensinou.

Para o bispo, os novos ordenandos não deixam a beleza do carisma franciscano, mas acrescentam uma graça especial já apresentada pela escritura e já vivenciada nesses dois mil anos de cristianismo.

D. Gregório pediu, em nome da Igreja, a Frei Augusto e Frei David para que em tudo que exercessem e tudo que vivessem, para colocar alegria. “Diante de Deus serviam ao Senhor com alegria”, enfatizou.

“Portanto, a missão de vocês, diáconos, é lançar para fora a melhor parte, essa alegria que transforma, lançar para fora o sorriso persistente de quem acredita apesar das dificuldades que enfrentamos ao longo do caminho (...) “Sejam felizes porque para Deus vocês foram chamados. Sejam felizes e, ao longo do caminho, não esqueçam de gerar alegria e felicidade na vida dos outros. É isso que nos ensina o diaconado, é isso que

nos ensina o pai de vocês, São Francisco”, concluiu.

O RITO

Após a liturgia da Palavra, deu-se início ao rito de ordenação diaconal. O Ministro Provincial Frei Paulo apresentou os candidatos eleitos para o diaconado, pedindo que Dom Gregório os ordenasse, atestando, assim, as suas idoneidades bem como a aprovação do Governo Provincial.

Frei Augusto e Frei David prometeram desempenhar com humildade e amor o ministério dos diáconos, respeitar e prestar obediência aos sucessores dos Apóstolos, viver o celibato, perseverar no espírito da oração e imitar sempre na sua vida o exemplo de Cristo. Em seguida, os eleitos aproximaram-se do bispo, e, de joelhos, cada um colocou suas

mãos entre as do Bispo, que os interrogou novamente. Os eleitos confirmaram diante da Igreja e de seu pastor o firme propósito de cumprir fielmente o ministério diaconal.

Reconhecendo, porém, as grandes exigências deste ministério e a necessidade da graça divina, Frei Augusto e Frei David prostraram-se por terra, enquanto Dom Gregório convidou toda a comunidade a implorar, juntamente com todos os santos e santas de Deus, por estes irmãos eleitos para o ministério diaconal.

Após esses ritos, chegou-se ao momento mais importante da celebração. O bispo, em nome da Igreja, impôs as mãos sobre os eleitos e rezou a prece de ordenação, que confere a graça sacramental e o ministério diaconal. No rito de ordenação diaconal, apenas o bispo é quem impõe as mãos, diferentemente da presbiteral, quando todo o colegiado dos presbíteros impõe as mãos também.

Na sequência, os ordenandos foram vestidos com a estola diaconal e a dalmática, vestes próprias do diácono. Frei Gabriel Dellandrea ajudou Frei Augusto se vestir e

Frei Paulo Pereira ajudou a Frei David. Depois, eles receberam das mãos do bispo o Evangeliário e, por fim, através de um caloroso abraço, o bispo acolheu os neodiáconos, assim como seus confrades.

Terminado o rito, prosseguiu-se com a Celebração Eucarística. Frei Augusto e Frei David passaram a servir o altar pela primeira vez como diáconos.

DISPOSIÇÃO

INFINITA PARA SERVIR

O Ministro Provincial, Frei Paulo Pereira, agradeceu a Dom Gregório.

“Muito obrigado por sua presença. O senhor nos traz a graça do serviço à Igreja e nos oferece essa chance de viver o diaconado”, disse, lembrando que a Província da Imaculada inaugurou na última festa de Nossa Senhora, dia 8, o Ano Vocacional. “Assim como Nossa Senhora, queremos dizer ‘eis-me aqui’. São Francisco tinha um carinho enorme pela mãe de Deus. A pobreza de Nossa Senhora o encantava. Pobreza significa generosidade e disposição infinita para servir”, observou, lembrando que dois frades estão dispostos a servir porque essa é a essência da vocação franciscana. “Augusto e David, muito obrigado pelo sim de vocês, que foram eleitos por seus irmãos para serem sinais do serviço e da alegria. Que a Igreja reze por vocês, reze por nós e que consigamos corresponder, dentro das nossas fragilidades, àquilo que a Igreja espera de cada um de nós”, pediu Frei Paulo.

“Não fomos ordenados para nós mesmos, mas para vocês”. Com esta disposição, Frei Augusto fez seus agradecimentos, começando por D. Gregório, pelo Ministro Provincial, e em seu nome toda Fraternidade Provincial. Destacou o guardião Frei Jorge Paulo Schiavini e o mestre Frei Marcos Antonio de Andrade, “através do qual estendo nossa saudação a todos os formadores e professores de nossa Província, em especial do Tempo da Teologia, bem como ao Coral dos Canarinhos de Petrópolis que abrilhantou essa celebração, sob regência de seu experiente maestro Marco Aurélio Lischt”.

“Caros familiares, irmãos e irmãs aqui presentes, seja de perto ou de longe, bem como todos aqueles que nos acompanham pelas plataformas digitais, em meu nome e de Frei David nossa saudação franciscana de Paz e Bem!”, disse, não esquecendo do povo.

“Na certeza de que nossa vocação é graça e generosidade de Deus, queremos primeiramente agradecer ao Sumo Bem, pelas

infinitas maravilhas que Ele fez e faz em nossas vidas e vocação. Bendito seja Deus, que em sua misericórdia fez resplandecer novamente em sua Igreja, pela Ordem do Diaconado, a presença do Cristo, modelo de servidor para todos, do qual somos constantemente desafiados a imitar”, enfatizouj.

“Que nosso ministério seja marcado por um Deus que é comunicação, que se aproxima das pessoas, que faz o bem e convida sempre as pessoas para a arte de amar, pois sem dúvida ‘é por Ele que recebemos a graça da vocação para o Apostolado’”, completou.

Logo depois, Dom Gregório deu a bênção do envio a Frei Augusto e Frei David.

Em 2023, Frei Augusto estará a serviço da Evangelização em Colatina (ES), na Fraternidade Santo Antônio de Sant’Anna Galvão, e será também animador das Juventudes da Província. Já Frei David Belineli residirá na Fraternidade São Francisco, em Duque de Caxias (RJ), a serviço da Evangelização.

Frei Roger Strapazzon e Moacir Beggo

ITF ACOLHE OS NOVOS BACHARÉIS EM TEOLOGIA

Com alegria, o Instituto Teológico Franciscano (ITF) de Petrópolis (RJ) acolheu no dia 7 de dezembro, os novos bacharéis em Teologia. Os formandos Augusto Luiz Gabriel, David Belineli, Diego Oliveira da Silva e Thereza Cristina Diehl, receberam das mãos de Frei Sandro Roberto da Costa, diretor do ITF, o grau do bacharelado, em um clima de muita gratidão.

No início da solenidade de Colação de Grau, os professores Frei Elói Dionísio Piva, Frei Gilberto da Silva, Frei James Luiz Girardi, Frei Marcos Antonio de Andrade, Frei Francisco Morás e Frei Ronaldo Fiuza Lima, foram convidados para compor a mesa. Na sequência, os formados foram recepcionados no Salão Acadêmico pelo público presente e por Frei Sandro, que acolheu a todos os presentes, os professores e Frei Marcos, Definidor Provincial. “Quero felicitar a todos pela conclusão desta etapa formativa, onde quatro estudantes concluem hoje uma etapa importante na vida de cada um deles nesta instituição franciscana”, disse. “Depois de quatro anos, onde todos reconhecemos que não foram anos fáceis, mas podemos dizer que conseguimos concluir esta etapa com êxito”, observou.

Após a execução do Hino Nacional, todos os presentes foram convidados a participar de um momento orante, que foi conduzido por Frei David e pela Theresa. Depois, Frei Augusto, orador da turma, proferiu seu discurso: “Ao longo de nossa jornada, criamos laços de amizade, de fraternidade, amadurecemos como

cristãos católicos, franciscanos, como pessoas, conhecemos e convivemos com profetas, evangelistas, frades, padres, pais da Igreja, papas, autores e professores que com maestria, nos indicaram o caminho a ser seguido, o de Jesus Cristo, o profeta do Pai que comunica a todos ‘o caminho, a verdade e a vida’, acrescentou.

Logo em seguida, passou-se para o juramento e outorga do Grau do Curso de Teologia. De mãos estendidas, os formandos leram juntos o juramento que ressalta a importância de empenhar-se pelo conhecimento da verdade, tendo como instrumento principal, a Sagrada Escritura. E, por fim, o diretor do ITF e coordenador do curso de Teologia, Frei Sandro Roberto da Costa proferiu seu discurso.

Segundo ele, o labor acadêmico não é tarefa fácil, exige vocação ao estudo, disciplina, empenho e dedicação. “Para nós, franciscanos, sobretudo, o estudo tem um sentido muito específico que exprime em si mesmo toda uma identidade no modo de fazer e viver a proposta de vida de Francisco de Assis e de seus seguidores”, disse. “O estudo, como todas as outras coisas em nossas vidas de fraternidade deve ser enxertado no vigor espiritual de São Francisco”, destacou.

A cerimônia terminou com a foto oficial e uma confraternização no refeitório do ITF.

APRESENTAÇÃO DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Para obtenção do grau de bacharel pelo Instituto Teológico Franciscano (ITF) e após quatro anos de graduação em Teologia, no dia 1º de dezembro, Frei Augusto e Frei David apresentaram seus Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC). Confrades, amigos, professores e colaboradores acompanharam este momento.

Com o tema “Da experiência comunicativa de Jesus Cristo e Francisco de Assis à nova evangelização virtual na Igreja e Província da Imaculada Conceição do Brasil”, Frei Augusto apresentou aspectos teológicos do modo comunicativo de Jesus Cristo, comunicador por excelência do Pai. Com um contexto histórico, mostrou como foi que a Igreja adentrou no universo da comunicação religiosa moderna, tendo na linha de frente os Sumos Pontífices.

Segundo ele, é a partir da experiência comunicativa de Jesus Cristo e da Santa Sé que se desenvolveu o estilo comunicacional na Província da Imaculada, que há décadas, dedica tempo e espaço para o cultivo do serviço da evangelização, através da comunicação. “O modo comunicativo de Jesus Cristo inspira a postura de se fazer comunicação na Província da Imaculada. Assim como a trajetória do verdadeiro Messias nesta terra, há mais de dois mil anos, a comunicação acontece por obra e condução do Espírito Santo”, explicou Frei Augusto, que teve sua banca composta pelo orientador, Frei James Luiz Girardi e o professor, Frei João Fernandes Reinert.

Já Frei David Belineli discorreu sobre a temática de 1Jo 3,23-5,4, tendo como tema: “Como crer em Jesus Cristo e praticar o amor ao próximo”. Segundo o frade, os assuntos que permeiam esta perícope são a fé e o amor. “Muito embora tais temas estejam pre-

sentes ao longo dos escritos joaninos, este exercício de leitura pretende oferecer elementos que permitam uma compreensão da obra no horizonte da espiritualidade e da pastoral”, explicou.

“Para tanto, o caminho de investigação levará em conta as pesquisas realizadas sobre as cartas e o Evangelho. Não é um trabalho exaustivo, mas uma tentativa de aproximar o mais possível das linhas tão fundamentais desta teologia do Novo Testamento. O desenvolvimento desta investigação levará em conta um olhar sobre os escritos joaninos como um todo”, frisou o frade. “Fé e amor são os elementos norteadores de toda a reflexão. Eles permitem que seja avaliada a teologia joanina neste fragmento da Primeira Carta”, acrescentou. Compuseram sua banca os docentes professor Altamir Andrade, que foi seu orientador, e Carlos Frederico Schlaepfer.

Frei Andrei Nascimento dos Anjos

COORDENAÇÃO DA FORMAÇÃO INICIAL SE REÚNE EM GUARATINGUETÀ

– SP

Nos dias 20 e 21 de outubro, os formadores participaram da reunião da Coordenação da Formação Inicial realizada na Fraternidae São José, em Guaratinguetá (SP). Estiveram presentes os mestres e vice-mestres de cada Etapa da Formação, o Ministro Provincial Frei Paulo Roberto Pereira, os animadores da SAV provincial, o diretor do curso de Filosofia da UniFae e os representantes dos frades estudantes de Teologia e Filosofia.

A reunião durou dois dias, com programação intensa e com muitas atividades. No entanto, os Frades foram recompensados pela alegria do encontro e do acolhimento na Fraternidade do Postulantado. Os formadores puderam celebrar a liturgia com a Fraternidade e

testemunhar o bom ambiente franciscano nesta Etapa de formação. Chamou a atenção de todos o cuidado com o acolhimento dos romeiros de Frei Galvão, que retomam as peregrinações no período pós-pandemia. Com o tempo, o Postulantado passou por muitas melhorias para receber os peregrinos. O ambiente franciscano, com uma exposição de presépios e imagens de São Francisco, confere um carácter especial à Fraternidade, assim como o seu espaço exterior, com a gruta, a Via-Sacra franciscana e os jardins.

Neste espaço franciscano, a reunião da Coordenação da Formação Inicial foi animada por Frei João Francisco da Silva, que iniciou os trabalhos no dia 20, rezando em comunhão com a Igreja e a Província, pedindo pelos frades formadores e pelos formandos e vocacionados. Neste primeiro dia, o assunto tratado foi a visita à Fundação Mãe de Deus em Angola pelo Secretário de Formação e Estudos.

Frei Marcos A. de Andrade, partilhou suas alegrias em visitar e conhecer a realidade missionária em Angola. Explicou ainda que o motivo da visita foi discutir e incluir o projeto de formação da Fundação no projeto de formação provincial, para que os frades em formação no Brasil ou em Angola seguissem o mesmo projeto formativo, respeitando sua especificidade.

Frei Gustavo Wayand Medella, Frei Marcos e Frei Robson Luiz Scudela, visitaram todas as Casas de formação e se reuniram com os formadores, discutiram o projeto de formação de cada etapa e lançaram luzes para o futuro da Fundação e para o Fórum Provincial da Formação que ocorrerá neste ano.

Frei Gilberto da Silva explicou os preparativos para o curso de formadores da Conferência dos Frades Menores, Cone Sul, que será realizado em 2024, em duas etapas on-line e uma etapa presencial. A preocupação da Conferência é oferecer um curso que atenda às necessidades dos

formadores e a prática das questões emergentes ligadas à Igreja, à Ordem e às Províncias Franciscanas.

Os frades também discutiram sobre o Ano Missionário e a renovação de votos dos frades formandos. Conversaram a respeito dos encaminhamentos do Fórum da Formação e sobre a metodologia de envolvimento de todos os Frades da Província nesta discussão. Encaminharam também os trabalhos para serem apresentados no fórum da Evangelização, que ocorreu de 7 a 10 de novembro em Agudos.

Frei Gabriel Dellandrea e Jeâ Paulo Andrade, animadores do SAV provincial, apresentaram a avaliação das FAVs-2022. As Fraternidades de Acolhimento e os aspirantes destacaram este tempo formativo como positivo. O desafio encontrado nesta etapa é como oferecer aos aspirantes o conteúdo estabelecido no programa de formação. Caberá sempre aos animadores do SAV e aos orientadores dos aspirantes lembrar aos orientadores locais a importância dos conteúdos a serem refletidos durante o período em que os aspirantes residem nas Fraternidades.

Os animadores do SAV apresentaram também uma avaliação da etapa formativa do Ensino Médio, e após ouvir os orientadores, a avaliação foi encaminhada ao Conselho de Formação e Estudos. Outros assuntos foram apresentados, como: um documento com algumas orientações para os frades que receberão o sacramento da Ordem. Três pedidos de retorno dos vocacionados ao postulantado em 2023 foram considerados e encaminhados ao Conselho de Formação e Estudos.

Fraternidade do Postulantado e dos membros da Coordenação da Formação Inicial.

No dia 21 de outubro, a Coordenação da Formação Inicial dedicou-se à partilha objetiva das Casas de formação, institutos e questões trazidas pelos frades estudantes.

À tarde, os participantes fizeram uma pausa e participaram do 7º dia da novena em preparação à festa de São Frei Galvão, no Santuário em Guaratinguetá. Momento forte, marcado pelo acolhimento da Fraternidade do Santuário e dos devotos de Frei Galvão, que encheram a Igreja durante a missa das 15h, rezando ao santo brasileiro com devoção. Os formadores ficaram felizes com o trabalho realizado pelos confrades e colaboradores do Santuário. A festa foi organizada para as famílias, um espaço franciscano de fraternidade, com pratos típicos, rifa do fusca e o famoso “Dogão do Frei”.

Terminada a celebração, os confrades voltaram ao trabalho e discutiram o Plano Operacional do Secretariado para a Formação e Estudos. O trabalho do “Plano Operacional” foi realizado nos meses anteriores, para cada Etapa de formação. Durante a elaboração do Plano Operacional, os confrades formadores participaram de uma reunião on-line para averiguar o andamento dos trabalhos.

Foram dois dias intensos de muitas atividades que resultaram em algumas questões encaminhadas ao Conselho de Formação e Estudos e ao Definitório Provincial. Alguns assuntos foram apresentados no Fórum de Evangelização da Província e os trabalhos devem continuar em vista do Fórum da Formação.

A reunião terminou com uma invocação à Mãe de Deus e a bênção do coordenador da Formação Inicial, Frei João Francisco da Silva.

Este primeiro dia de trabalho se encerrou com um recreio no terraço com vista para os bairros da cidade e da Serra da Mantiqueira, em um clima fraterno, com a presença dos postulantes, da Formação e Estudos

Frei Gilberto da Silva

FESTA DA PENHA 2023 JÁ TEM IDENTIDADE VISUAL E TEMA

AFesta da Penha 2023 foi oficialmente apresentada no dia 8 de dezembro, na Casa Verde, aos pés do Convento da Penha, em Vila Velha (ES). O evento teve a presença de autoridades políticas estaduais e municipais, de parceiros e patrocinadores, e de profissionais de imprensa do Estado. Na ocasião, foi divulgada a identidade visual da festa da Padroeira dos capixabas, que destaca símbolos locais tradicionais.

Ao iniciar a cerimônia, Frei Djalmo Fuck, guardião e reitor do Convento, agradeceu a presença de todos e destacou que a Festa 2022 foi uma celebração do reencontro e do recomeço. Na sequência, após a exibição de vídeo institucional, o frade apresentou o tema. “Com Maria, chamados a servir”, uma alusão ao 3º Ano Vocacional que está sendo celebrado pela Igreja no Brasil até novembro de 2023.

Frei Djalmo explicou ainda que o formato virtual da festa vai permanecer, já que pela internet é possível atingir um número grande de fiéis e em várias partes do mundo.

Padre Renato Criste, pároco da Catedral de Vitória, era até então o Coordenador de Pastoral da Arquidiocese. Ele falou sobre a escolha do tema da festa. “No centro da identidade visual, a gente traz a imagem da padroeira do Estado do Espírito Santo Nossa Senhora e ela nos apresenta Jesus. Na verdade Ele é o motivo, o centro da nossa fé, da nossa alegria e no entorno da imagem nós buscamos resgatar elementos da cultura capixaba, particularmente da cultura agrícola, evidenciando que todos nós somos chamados a servir. Ela é a serva fiel, obediente do Pai e todos nós somos vocacionados, todos nós so -

mos chamados ao serviço e quem responde a este chamado gera bons frutos. O Espírito Santo sem dúvida alguma é uma terra fértil que produz esses frutos de generosidade, de partilha, de solidariedade, de amor. A Festa da Penha é um patrimônio não somente do público católico, mas de todo o povo capixaba, é Padroeira do Estado e queremos reforçar isso”, afirmou.

Por fim, antes de encerrar o evento de lançamento, o prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo, anunciou que a Prefeitura está analisando a possibilidade de reformar o Parque da Prainha antes da festa.

O evento de lançamento contou com as presenças da primeira dama do Estado, Maria Virgínia Casagrande; a superintendente do Iphan, Elisa Taveira; representantes das prefeituras de Vitória e Cariacica e de secretarias do Governo do Estado, além de patrocinadores e parceiros da Festa da Penha.

Cristian Oliveira

VIRADOURO VISITA CONVENTO PARA CONTAR A HISTÓRIA DE ROSA MARIA EGIPCÍACA

Uma comitiva da Escola de Samba de Niterói, Acadêmicos do Viradouro, do Grupo Especial do Carnaval Carioca, visitou o Convento no dia 2 de dezembro. Eles vieram acompanhando o carnavalesco da agremiação, Tarcísio Zanon. O motivo da visita é o enredo que a Escola vai apresentar na Avenida no próximo ano, quando contará a história de vida e obra de Rosa Maria Egipcíaca, mulher escravizada e mística que viveu no Convento Santo Antônio episódios importantes de sua

trajetória. Abaixo, um breve relato de Frei Roger Brunorio sobre a personagem histórica que será homenageada:

“Rosa Maria Egipcíaca da Vera Cruz foi uma escravizada que viveu no Brasil no século XVIII. Sua conversão, sua vida penitente e mística religiosa a levaram a ser chamada de santa por alguns admiradores. Ela era fequentadora do Convento Santo Antônio e coube ao franciscano Frei Agostinho de São José ser o seu orientador espiritual. Com ele, Rosa fundou o Recolhimento do Parto, uma casa de vida religiosa feminina. Na igreja do Convento, diante do altar de Nossa Senhora da Conceição teve a visão mística dos Três Corações: de Jesus, Maria e José. Nesses corações estão expressos a amorosidade e a misericórdia divina, elementos da espiritualidade franciscana. Seus exageros espirituais a levaram a entrar em conflito com as autoridades da Igreja e por isso não teve seus méritos reconhecidos. Rosa Maria acabou caindo no esquecimento, mas a história e a cultura mais recentemente resgatam a relevância dessa mulher para a religiosidade e a cultura popular dos escravizados”.

PARÓQUIA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO CELEBRA 90

ANOS

AParóquia Nossa Senhora do Rosário iniciou os festejos pelo Jubileu de 90 anos de sua fundação no dia da Padroeira, 7 de outubro, e vai encerrar esse tempo celebrativo na Festa de Santo Antônio deste ano. Segundo o pároco Frei Alex Ciarnoscki fazem parte destas festividades uma homenagem da sociedade civil na Câmara dos Vereadores da cidade, uma exposição de Presépios, um livro histórico e o encerramento na Festa de Santo Antônio. “A Festa de Santo Antônio é a grande festa da nossa Paróquia, do nosso município, e com ela encerraremos este jubileu de 90 anos da Paróquia Nossa Senhora do Rosário”, explicou o frade. Outro momento festivo para

Concórdia será criação de duas novas paróquias. “A partir do ano que vem, a Paróquia Nossa Senhora do Rosário vai dar origem a duas outras paróquias. A cidade cresceu. É uma providência da Diocese de Joaçaba para atender melhor os fiéis da região e do município de Concórdia”, disse Frei Alex. “Serão criadas então mais duas paróquias: a Paróquia da Sagrada Família e a Paróquia Santo Antônio. Portanto, a partir do próximo ano teremos quatro paróquias em Concórdia. A Paróquia Nossa Senhora do Rosário oferece mais duas filhas para a Igreja, para a Diocese, e nós queremos, com muita alegria, dentro das festividades dos 90 anos celebrar também a ereção dessas paróquias. No dia 12 de fevereiro teremos a ereção da Paróquia da Sagrada Família e, no dia 19 de fevereiro, a ereção da Paróquia Santo Antônio”, detalhou o frade.

A Paróquia de Nossa Senhora do Rosário tem origem na pequena capela de madeira, erguida numa colina, no dia 3 de abril de 1926, nas proximidades do rio dos Queimados. Com o crescimento da população, os frades viram a necessidade de criar a paróquia, o que aconteceu no dia 24 de novembro de 1932, durante a visita pastoral de Dom Daniel Hostin, bispo diocesano de Lages. “Já no início do século passado, os nossos frades, vindo

inicialmente da cidade de Lages e depois de Palmas, passavam por esta região rezando, acolhendo as famílias e de modo especial celebrando os sacramentos. A partir da década de 20, alguns frades começaram a residir de forma provisória aqui na região de Concórdia, na beira do rio Queimados. E, posteriormente, com a criação da Paróquia, estabeleceram-se nesta região. Assim, a nossa história franciscana, a história da Paróquia e da cidade são contadas de forma conjunta porque, de modo especial, os franciscanos deixaram sua contribuição nestas terras e deixaram também a sua vida missionária marcada no coração das famílias que por aqui viveram. É preciso lembrar e dizer que toda a região do Oeste Catarinense praticamente foi evangelizada pela presença dos missionários franciscanos. E durante todos esses noventa anos de Paróquia, os frades continuaram marcando presença, animando, celebrando, organizando a vida pastoral desta nossa Paróquia. Assim, a história de Concórdia e a história franciscana no Oeste Catarinense se confundem. Portanto, temos um legado muito bonito, mais ainda com a nossa presença franciscana nesta região, temos uma missão que nos empurra para o futuro, a fim de que possamos, de um modo bem franciscano, continuar testemunhando Jesus Cristo, anunciando o Evangelho e acolhendo as pessoas”, avalia o pároco.

Em 1° de junho de 1932, o então Ministro Provincial Frei Felipe Niggemeier, OFM, visitou Concórdia, onde por delegação do senhor bispo diocesano administrou o santo sacramento da crisma a mais de duas centenas de pessoas. Em 24 de outubro de 1932, o povo iniciou a construção da futura residência dos franciscanos.

“Hoje, a cidade de Concórdia é a maior da Diocese de Joaçaba

e, com certeza, a presença de tantas lideranças e a presença dos frades franciscanos, deram uma contribuição bastante grande na formação da fé, na animação das comunidades e de modo especial no testemunho de seguimento de Jesus Cristo. Portanto, nós, como paróquia, temos esta história tão bonita para testemunhar a fé cristã, mas temos também o compromisso de continuar ajudando as pessoas a organizarem suas vidas de fé e a professar com muita alegria o seguimento de Jesus Cristo. Quere-

A Matriz antes da construção da atul igreja (ao lado)

mos, portanto, dentro desta Diocese em que estamos inseridos, a Diocese de Joaçaba, como Paróquia organizar a vida de fé e contribuir com o Reino de Deus”, define Frei Alex.

Segundo o frade, foram muitos os desafios nesses 90 anos e hoje continuam nestas terras do Oeste Catarinense. “Nos primeiros tempos, os desafios para a organização da paróquia Nossa Senhora do Rosário foram muitos. Desde a chegada dos primeiros colonizadores na região, a estruturação das primeiras comunidades, o atendimento religioso no interior do município e na região e depois, de modo especial, toda a atualização da Igreja a partir do Concílio Vaticano II são marcas na caminhada da nossa Paróquia. Mas nós, hoje, também olhamos para o futuro com esperança e abraçando os desafios de modo especial propostos pelo Papa Francisco. O nosso desafio hoje é continuar animando a fé das nossas comunidades dentro de um processo de organização a partir da cultura urbana. Muitas das nossas comunidades do interior foram diminuindo e os bairros foram crescendo. Então, esse acompanhamento do êxodo rural e uma resposta à nova realidade urbana se põe como desafio para a nossa Paróquia. Também hoje, em nosso município, recebemos muitas pessoas que vêm de outras cidades, de outros países, buscando melhores condições de vida. É um desafio nosso como Paróquia acolher e ajudar também a formar esse espírito de fraternidade e de partilha”, adianta o pároco.

É nesse contexto que nascem as duas novas paróquias. “Hoje, na nossa cidade, temos duas paróquias: a Paróquia São Cristóvão e a Paróquia Nossa Senhora do Rosário. A Paróquia São Cristóvão, no próximo ano, completa 30 anos, e também foi desmembrada a partir da Paróquia Nossa Senhora do Rosário. Para melhor anunciar, organizar a vida de fé, chegou-se à necessidade da criação

de mais duas paróquias. Para nós é uma alegria. Podemos ajudar neste momento e podemos oferecer para a Diocese, a Igreja e o Reino de Deus esses frutos, consequências de uma caminhada de evangelização e de organização das nossas comunidades”, acrescenta Frei Alex.

A Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário teve a pedra fundamental lançada no dia 13 de junho de 1972 e, em apenas dois anos, foi inaugurada no dia 13 de junho de 1974, um dia frio e também de festa a Santo Antônio. Dom José Gomes, bispo diocesano deu a bênção na Missa que marcou a inauguração do templo, exatamente quando a cidade celebrou 40 anos. Em estilo moderno funcional, com linhas da arquitetura germânica, possui imagens em madeira esculpidas por um artista tirolês. A decoração do presbitério aproveitou os vitrais existentes na antiga igreja, proporcionando uma maior iluminação ao ambiente. A Igreja Matriz é ponto de parada obrigatória para os visitantes.

A cidade de Concórdia nasce com a abertura da estrada de ferro entre o Rio Grande do Sul e São Paulo. Muitos imigrantes italianos e alemães saíram do Rio Grande do Sul e subiram ao longo da ferrovia, em busca de novas terras. Chegaram à região de Concórdia em 1912, fundando uma pequena vila, que se tornou independente em 1934, depois de desmembrar-se de Joaçaba. Hoje, a cidade é considerada um dos lugares com melhor qualidade de vida no Estado de Santa Catarina.

Colonizada pelos italianos, conhecidos por sua religiosidade, Concórdia mantém algumas raridades do passado, como a Igreja de Pinheiro Preto. Retirada do interior do município e reconstruída no Bairro dos Industriários, a igreja é toda em madeira, seguindo a arquitetura típica italiana, e nela está guardada boa parte da História dos imigrantes que colonizaram a região a partir de 1920.

Também chama atenção o Santuário Nossa Senhora da Salete, local que recebe as mais fervorosas manifestações de fé. Outros pontos turísticos são o Memorial Attílio Fontana, fundador da Sadia, o Museu do Colono, a Fundação Municipal de Cultura, a Praça Dogello Goss e o Quiosque, réplica do Jardim Botânico de Curitiba e um dos cartões-postais da cidade.

Inauguração da Matriz no dia 13 de junho de 1974

CÂMARA DE VEREADORES HOMENAGEIA PARÓQUIA PELOS 90 ANOS

ACâmara de Vereadores de Concórdia, em sessão ordinária do dia 29 de novembro, prestou homenagem à Paróquia Nossa Senhora do Rosário pelos 90 anos. Inúmeras lideranças religiosas, autoridades e famílias, estiveram no Teatro Maria Luiza de Matos, na Casa da Cultura, para este momento especial.

Foram entregues muitas homenagens aos párocos que fizeram parte da Paróquia, Frei Angelo José Luiz (1986 a 1988), Padre Bertolino Tholl (1995 a 1999), Sr. Clésio Tadeu Wiggers (2000 a 2002), Sr. João Batista Zanini (2003 a 2008), Frei Evandro Balestrin (2009 a 2015), Frei José Idair Ferreira Augusto (2016 a 2021), Frei Alex Sandro Ciarnoscki (atual) e à Fraternidade Fransciscana Nossa Senhora do Rosário pelos 90 anos de serviços prestados à cidade.

A noite foi marcada por discursos cheios de memórias e agradecimentos. O Vigário Provincial, Frei Gustavo Medella, falou sobre a gratidão aos desbravadores, aos frades franciscanos que vinham do Paraná, gratidão pelas missas, pelas eucaristias, pelo conforto as famílias enlutadas, as muitas vocações que surgiram nesses chãos, e todos os membros, “agradeço a população pelo carinho, paciência e dedicação com os frades desde o início dessa bela história, cuidando bem de cada irmão que por aqui passou”, afirmou o Frei.

“Tão importante quantos as respostas que se buscam são as perguntas que a comunidade deve se fazer. Contemplando a beleza e os desafios desta bela história, 90 anos depois, quando a população quadruplicou e o número de paróquias cresceu cinco vezes, os paroquianos, as lideranças e os frades de hoje devem se perguntar: Como temos respondido à nossa missão de sermos sal da terra e luz mundo, de formarmos uma verdadeira família de discípulos missionários, de construirmos cada dia uma bela comunidade de comunidades? O Papa Francisco insiste que a Paróquia também seja expressão de uma ‘Igreja em Saída’. Ela deve manter suas por-

tas sempre abertas para que todos possam entrar, mas também para que Jesus saia pelas ruas da cidade, no coração e na ação de cada paroquiano e paroquiana que faz parte desta imensa família. A Paróquia Nossa Senhora Rosário tem a desafiante tarefa de ser presença samaritana, a circular pelos caminhos levando cura e esperança, levando paz e reconciliação”, disse Frei Medella.

O vereador Fábio Ferri ressaltou os momentos pelos quais a Paróquia deixa a sua marca nas histórias de vida de cada pessoa, e agradeceu e parabenizou pelos trabalhos prestados pela Paróquia à toda comunidade.

O atual pároco da Paróquia Nossa Senhora do Rosário, Frei Alex Sandro Ciarnoscki manifestou toda a alegria dessa homenagem.

O Prefeito de Concórdia em exercício, vereador Fabiano Caitano, falou sobre a justa homenagem proposta pela Câmara de Vereadores e ainda refletiu sobre o início da construção desta história, que começou antes mesmo da fundação da cidade, “a Câmara é a casa do povo, e aqui é o povo concordiense reconhecendo a importância da Paróquia para o município” afirmou Fabiano.

PROVÍNCIA ABRE O ANO VOCACIONAL NA FESTA DE SUA PADROEIRA E DOS JUBILEUS DOS SEUS FRADES IDOSOS

Na solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora, a Padroeira da Província e da Ordem dos Frades Menores, a festa ficou ainda maior com a celebração os Jubileus de vida religiosa e ministério presbiteral dos frades mais idosos e enfermos da Província, a abertura do Ano Vocacional e a Renovação dos Votos de Frei Gabriel Nogueira Alves por mais um ano. Os frades se encontraram para a Celebração Eucarística, às 10 horas, na capela da Fraternidade Acolhedora São Francisco de Assis, em Bragança Paulista (SP), marcando também o encerramento festivo das atividades do Regional São Paulo da Província da Imaculada Conceição.

Frei Carlos José Körber, o guardião da Fraternidade, acolheu a todos

e falou da alegria de reuni-los na celebração encerrando as atividades deste Regional. O Vigário Provincial, Frei Gustavo Wayand Medella, presidiu a Eucaristia, representando o Ministro Provincial, Frei Paulo Roberto Pereira, que acompanha o Ministro Geral, Frei Massimo Fusarelli, na Missão de Angola. Ele teve como concelebrante Frei Carlos e Frei Gabriel Dellandrea serviu como diácono. Entre os presentes, o diretor da Secretaria de Justiça, Paz e Integridade da Criação (JPIC) da Ordem dos Frades Menores,

Frei Daniel Blanco, o Definidor e moderador da Formação Permanente, Frei Fidêncio Vanboemmel, e o coordenador do Regional, Frei Vitorio Mazzuco Filho.

No centro da capela, estavam os jubilandos de vida religiosa: Frei Floriano Surian, 73 anos; Frei Odorico Decker, 71 anos; Frei Gamaliel Devigili, 70 anos; Frei Raul Budal da Silva, 70 anos; Frei Dalvino Munaretto, 65 anos; Frei Valdemar Matias Schweitzer, 65 anos; Frei Francisco Tomazzi, 60 anos; Frei José Lino Zimmermann, 60 anos; e Frei Paulo Back, 60 anos. De ministério presbiteral, cele-

braram: Frei Gamaliel Devigili, 65 anos; Frei Raul Budal da Silva, 65 anos; Frei Dalvino Munaretto, 60 anos; e Frei Valdemar Matias Schweitzer, 60 anos. Depois da homilia, todos eles renovaram seus votos com as velas acesas.

Na sua reflexão, Frei Gustavo lembrou que em 2023, celebram-se os 800 anos da aprovação da Regra da Ordem dos Frades Menores, pelo Papa Honório, cujo texto começa de forma clara e direta: “A Regra e a Vida dos Frades Menores é esta: observar o santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, vivendo em obediência, sem nada de próprio e em castidade”.

Segundo o celebrante, aí está o núcleo da consagração do frade menor a partir do qual se organiza sua vida e o dia a dia. “Com objetivo de celebrar este grande Jubileu da Ordem no mundo todo, nossa Província está abrindo hoje, dia 8 de dezembro de 2022, o ‘Ano Vocacional Franciscano’, que terá como tema: ‘Com Francisco, chamados a viver o Evangelho’”, explicou o frade.

Segundo ele, trata-se do início de um percurso de louvor e gratidão a Deus por tantas bênçãos derramadas através de São Francisco na vida da Igreja e da Família Franciscana: “Até o ano de 2026 teremos a graça de celebrar os 800 séculos da aprovação da Regra, a criação do Presépio em Greccio, a impressão dos estigmas, a composição do Cântico das Criaturas e o Trânsito de Nosso Pai São Francisco. São datas importantes que devem nos levar a viver ainda mais apaixonadamente o ideal que nos propusemos a abraçar. ‘Com Francisco, chamados a viver o Evangelho’”, animou.

“Desta maneira, em nome de nosso Ministro e de toda a Fraternidade Provincial, entrego hoje a esta Fraternidade São Francisco, de Bragança Paulista, uma missão essencial para que este Ano Vocacional transcorra bem e produza muitos frutos. Intensifiquem ainda mais a oração pelas vocações para a Ordem Franciscana e para a nossa Província. Mesmo que as pernas às vezes não sejam tão fortes quantos antes, que os ouvidos não possuam mais aquela acuidade apurada, que a memória sofra com alguns esquecimentos, a força da prece de vocês mobiliza sensivelmen-

te o coração de Deus e por isso se torna elemento indispensável para o bom caminhar da Missão de nossa Província. A oração desta fraternidade funciona mais ou menos como as mãos levantadas de Moisés sobre o monte durante a batalha dos israelitas contra os amalecitas em Rafidim, narrada no Livro do Êxodo. Quando Moisés mantinha as mãos levantas, Israel vencia. Quando a Fraternidade de Bragança reza bem, a Província caminha”, pediu Frei Medella.

Segundo Frei Medella, neste dia festivo de abertura do Ano Vocacional e da solenidade da Imaculada Conceição de Maria, aqui “nos reunimos para louvar e bendizer a Deus o dom da vida e da vocação de nossos Jubilandos e a renovação dos votos do Frei Gabriel Nogueira Alves”. Ao mesmo tempo, em Angola, oito frades angolanos professaram solenemente nas mãos do Ministro Geral, Frei Massimo Fusarelli. “A graça da vocação do Seguimento de Cristo ao modo de Francisco nos possibilita

atravessar o oceano e entrar em comunhão com nossos irmãos em Angola, filhos de uma mesma Província sob a proteção da Imaculada Mãe de Deus. Ela é a ‘dona da festa’ hoje”, disse o celebrante.

“É claro que ‘dona festa’ é uma expressão bem-humorada para descrever o lugar importante de Maria na História da Salvação. Isenta da mancha do pecado original por obra da generosidade divina, humanamente ela deu o melhor de si para se colocar a serviço de Deus e por isso é modelo vocacional para toda e qualquer opção de vida voltada ao discipulado de nosso Senhor Jesus Cristo. O ‘sim’ de Maria ao anjo, na verdade, a Deus, tem parte no SIM que cada um de nós vem dizendo dia após dia. Afinal, a ousadia desta jovem menina serve de impulso para que continuemos re-

afirmando nossa resposta positiva ao convite que diariamente o Senhor nos faz. Com Maria e Francisco, desejamos cada dia responder: ‘Eis aqui os teus servos, Senhor. É isto que queremos, é isto que procuramos, é isto que desejamos fazer de todo o coração’”, exortou.

Frei Medella, em nome de nosso Ministro Provincial e de toda a Província, agradeceu a cada um dos jubilandos presentes. “Muitíssimo obrigado, de coração, a esta Fraternidade cuidadora, seus trabalhadores e trabalhadoras, profissionais de diferentes áreas, amigos e benfeitores. A entrega generosa que transparece nas tarefas mais simples, secretas e silenciosas, aqui realizadas, tornam o mundo um lugar melhor e têm o poder de nos aproximar de Deus. Nossa Senhora da Conceição, nosso Pai São Francisco, Santa Clara e Santo Antônio de Santana Galvão sigam intercedendo por nós junto a Deus para que sejamos cada dia mais fiéis à vocação franciscana que abraçamos. Paz e Bem!”, concluiu Frei Medella. O encontro terminou com um almoço festivo.

Frei Gabriel renovou os votos por mais um ano e segue ago -

ra para os estudos da Teologia em Petrópolis. Este rito é próprio do religioso que depois de fazer o noviciado, por alguns anos, renova o compromisso de viver os conselhos evangélicos de sem nada de próprio, castidade e obediência até que faça a profissão perpétua dos votos. Este período é chamado de Tempo de Profissão Temporária.

Frei Medella pediu, então, para que o jovem Frei Gabriel abraçasse Frei Floriano Surian, o frade com 73 anos de vida religiosa. E perguntou a Frei Floriano o que diria para Frei Gabriel. “Que ele continue levando Jesus no seu coração”, disse Frei Floriano.

Moacir Beggo

REGIONAL CURITIBA SE ENCONTRA NA BELA CAIOBÁ

Os frades que compõem o Regional Curitiba encontraram-se na casa de praia de Caiobá para seu Regional Recreativo, no primeiro final de semana de dezembro (35/12). Os dias ensolarados foram muito favoráveis para usufruir de todo o agradável espaço que esta casa oferece, e ainda para realizar caminhadas, aliviar o estresse, desacelerar e se descontrair com tudo o que a praia de Caiobá proporciona. Perceber a natureza com os sentidos atentos, na convivência com os irmãos, faz-nos ver o quanto nascemos para a alegria e o quanto é a alegria da fraternidade que nos faz viver.

Isso se comprovava na medida em que os confrades chegavam, uma vez que a convivência se intensificava com o jeito peculiar de cada irmão, trazendo mais vitalidade às conversas, entusiasmo e bom humor. A alegria dessa leveza de encontrar-se

como irmão, entre irmãos, sentia-se nos momentos de oração e devoção (Eucaristia), nos momentos em que nos sentávamos à mesa para partilhar as refeições – com cardápio variado, apresentado cada dia por uma equipe já previamente combinada e organizada –, na maneira contente de sentir-se bem nos momentos dedicados ao entretenimento/passatempo (xadrez, dominó, uno, canastra, bingo...), aos jogos da copa – com os frades estudantes angolanos torcendo viva e entusiasticamente pelos times que representavam o continente africano e pela seleção brasileira também (é óbvio!), nas horas do ócio ativo, aproveitadas com caminhadas, mergulhos e tentativas de pesca na praia, durante os muitos momentos de convívio e afeto presentes em uma boa e despretensiosa conversa, recheada, muitas das vezes, com piadas, e muitas histórias e experiências surpreendentes que davam um novo sabor e luz nova à nossa “fratellanza”.

No último dia, houve espaço ainda para comunicações/informes diversos, para o agendamento das datas que, em 2023, serão destinadas aos nossos Encontros Regionais e a outras celebrações importantes, em nossas Fraternidades e na Província. Como arremate desse momento de reunião, o coordenador do Regional Curitiba, Frei Evaldo Ludwig, agradeceu a cada confrade que se dispôs vir a esse Encontro Regional Recreativo, envolvendo-se em todos os seus momentos de alegre, leve, descontraído e humorado convívio, acolhendo o irmão que o Senhor nos dá e com ele estreitando os laços de benquerença fraterna.

PARÓQUIA DO SAGRADO REALIZA A 2ª EDIÇÃO DA “CANTATA DE NATAL

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deste evento no Tempo do Advento. “Essa Cantata de Natal nos coloca em contato com esse grande mistério de amor, de alegria e de fé. Animados pelas vozes possamos ser tocados pela graça de Deus e descobrir o sonho de Deus para as nossas vidas e para a vida do mundo”, animou.

O coral entoou, então, as músicas “A noite é bela”, “Vinde cristãos” e o “Natal existe”.

OCoral “Vozes do Sagrado” promoveu a 2ª edição da “Cantata de Natal”, na Paróquia do Sagrado Coração de Jesus de Petrópolis (RJ), no dia 3 de dezembro, às 18 horas. Com músicas natalinas, a apresentação também contou com a participação dos catequizandos da Paróquia, que encenaram o nascimento do Menino Jesus. No final, o tradicional presépio da Igreja do Sagrado foi abençoado e inaugurado.

Frei João Manoel Zechinatto, apresentador do especial, explicou que todos os participantes que formam o coral “Vozes do Sagrado” são animadores das liturgias da Igreja do Sagrado e das comunidades. “Imbuídos do Espírito de união e cordialidade, despertado nesse tempo de preparação ao Natal, eles se unem para que através da beleza da música e da arte possamos expressar nossa fé e gratidão a esse Deus que se faz Homem e vem ao nosso Encontro”, disse.

O pároco Frei Jorge Paulo Schiavini evidenciou a importância

Um dos momentos especiais da noite foi também a apresentação dos frades e irmãs que há alguns meses tornaram-se aprendizes de violão e que pela primeira vez se apresentaram. Eles tocaram um trecho da nona sinfonia de Beethoven e também entoaram a música “Somos Franciscanos”.

Na sequência, o coral entoou mais algumas canções: “Simplesmente amar”, “É Natal”, “Sobe a Jerusalém” e “Bate o sino”. Seguidamente, os crismandos da Paróquia apresentaram alguns símbolos natalinos e seus significados. Por fim, a tradicional “Noite Feliz” encerrou o evento, sendo ovacionado pelo público presente que lotou a centenária Igreja do Sagrado e que acompanhou pelas redes sociais.

Feira de Natal

No dias 10 e 11 de dezembro, a Paróquia do Sagrado em parceria com o Instituto dos Meninos Cantores de Petrópolis, Editora Vozes, Livraria Vozes, Clube 29 de Junho e o Cursinho que deu Certo, promoveram a Feira Franciscana de Natal, uma oportunidade de diversão e cultura. O evento contou com apresentações dos Canarinhos, artesanatos, oficinas de confecção de produtos natalinos, comes e bebes, além do tradicional chope dos frades, o “FreiBier”.

Frei Augusto Luiz Gabriel

PARA CELEBRAR 800 ANOS DE GRECCIO, CONVENTO SÃO FRANCISCO SURPREENDE COM PRESÉPIO “GIGANTE”

OConvento São Francisco, no centro de São Paulo, abriu, no 3º Domingo do Advento (11/12), a 33ª Exposição Franciscana de Presépios, desta vez com uma motivação mais forte nessas três décadas, já que se comemora, em 2023, os 800 anos da criação do presépio em Greccio. Esse momento celebrativo come-

Francisco de Assis, no Natal de 1223, quis viver o Natal de uma forma diferente, como ninguém tinha vivido ainda. Não apenas celebrar a Missa de Natal numa catedral, numa basílica. Ele queria mais do que isso, porque estava vivendo profundamente o mistério de Deus na sua vida. Aí, literalmente, ele diz: ‘Quero ver com os meus olhos como Deus fica deitado entre palhas, numa manjedoura entre o boi e o burro’”, recordou Frei Mário.

Na exposição deste ano, a surpresa ficou por conta de um presépio “gigante”, que ocupou todo o coro da igreja. Segundo o coordenador deste projeto, Frei Alberto Eckel Junior, a pro -

posta deste grande presépio, que foi confeccionado e doado à Fraternidade do Convento pelo sr. Sílvio Galvão (cenógrafo e autor do cenário do programa “Castelo Ra-tim-bum”), é de se deixar guiar pela contemplação. “Sentando-se nas estalas (lugar antigo de orações dos frades), cada visitante é chamado a silenciar e a apreciar a beleza, a humildade, o drama e a delicadeza do mistério do Verbo que se fez carne”, explicou Frei Alberto.

çou com a Eucaristia, presidida pelo guardião e pároco Frei Mário Tagliari, às 10 horas, na bela igreja barroca do Convento e terminou no andar superior do Convento com bênção e aspersão de água benta no primeiro presépio, lembrando a gruta e o altar de Greccio. “As leituras deste domingo nos chamam a atenção para estejamos atentos aos sinais da presença de Deus”, disse Frei Mário.

Um desses sinais é o ano especial de 2023 em relação ao presépio. “São

Segundo Frei Mário, a equipe envolvida na coordenação teve Frei Alberto Eckel e Rafael Herrera. Neste ano, cada uma das pastorais e movimentos, inclusive a Ordem Franciscana Secular, o Serviço Franciscano de Solidariedade (SEFRAS), montaram os presépios. Nós oferecemos o presépio e a concepção ficou a cargo deles. Inclusive, as crianças do 3º ano do Ensino Fundamental da escola das Irmãs Franciscanas da Ação Pastoral fizeram um presépio muito bonito. A ideia é que cada um se sinta representado nos presépios. Nestes 800 anos, quisemos dar esse significado. Que todos sintamos representados como se estivéssemos hoje repetindo Greccio há oitocentos anos”, animou Frei Mário.

Essa exposição é permanente desde o ano passado e só no final do ano terá novos presépios.

Ela está aberta de terça à sexta-feira, das 14 às 16 horas. Aos sábados e domingos, das 9 ao meio-dia. “No entanto, para grupos, é só entrar em contato e agendar, inclusive em outros horários”, lembra Frei Mário.

CONVENTO SANTO ANTÔNIO REALIZA A 6ª EDIÇÃO DA EXPOSIÇÃO FRANCISCANA DE PRESÉPIOS

no, que em 2023 celebra 800 anos do primeiro presépio em Greccio, na Itália, e a aprovação da Regra Bulada dos Franciscanos.

OConvento Santo Antônio, no Largo da Carioca (RJ), inaugurou no dia 8 de dezembro, solenidade Imaculada Conceição de Nossa Senhora, a 6ª Exposição Franciscana de Presépios, que tem a curadoria de Frei Róger Brunorio.

O evento foi aberto às 13h30 durante o concerto do “Trio 3 por 8”, que apresentou “Das Folias de Espanha ao Lundu Carioca: uma viagem musical com instrumentos do passado”. Apenas três músicos - Pedro Hasselmann Novaes, Eduardo Antonello e Roger Lagr - que dedicam suas carreiras a repertórios que vão da Idade Média ao século XVIII, aceitaram o desafio de se revezarem em até 24 instrumentos antigos, tão diferentes quanto raros.

A Exposição também marca o início do Centenário Francisca-

A Exposição Franciscana está na sua sexta edição. A cada ano são selecionadas dezenas de obras a partir da grande coleção que a Província possui, hoje reunindo no seu acervo cerca de 800 peças. Frei Roger explica que o objetivo é, ao mesmo tempo, preparar as pessoas para o verdadeiro espírito do Natal e agregar a isso os elementos culturais inerentes a cada obra, uma vez que todas elas são expressão de fé e da cultura de seu povo e resultado da concepção de cada artista/artesão.

O programa do Trio 3 por 8, leve e acessível, foi um recorte da música instrumental que cobre cerca de 600 anos, indo de cantigas marianas ibéricas do século XIII ao lundu brasileiro do século XIX e passando, nesse percurso, pela música renascentista e barroca alemã e italiana, pela tradição irlandesa e por composições e arranjos de autoria dos próprios integrantes.

ALMOÇO SOLIDÁRIO DE NATAL

Realizado no dia 17 de dezembro, o Almoço foi um sucesso. O Convento Santo Antônio recebeu no refeitório dos frades mais de 60 pessoas em situação de rua que foram servidas pelos frades e voluntários. Outras 300 quentinhas foram distribuídas pelo Serviço Franciscano de Solidariedade (SEFRAS). Muito obrigado a todos que colaboraram com sua doação!

SANTUÁRIO DO DIVINO ESPÍRITO SANTO

PRESÉPIO É MONTADO DENTRO DE UM TRONCO

DE MADEIRA: “SEM CRISTO SOMOS VAZIOS”

Opresépio, como criação ranciscana, surgiu em Greccio, na Itália, no ano de 1223. São Francisco quis que no Natal, se recordasse, com muito respeito, a memória Daquele que nasceu em Belém e garantiu a todos nós a salvação. Assim, vendo com nossos próprios olhos, sentindo com nosso próprio coração os “apuros” e necessidades da infância Daquele que foi posto na simples manjedoura do presépio; todos pudessem participar da mesma alegria vivida por José e Maria. Celebrar o Natal do Menino de Belém, fazendo de cada lugar e cada coração uma “Nova Belém Atualizada” -- lugar de acolhida e de vida -- a exemplo da

Família da Noite Santa. Nesse sentido, há uma tradição de composição do cenário do nascimento de Jesus, em várias paróquias e comunidades do mundo inteiro. Nas Fraternidades franciscanas essa tradição não seria diferente. No Santuário do Divino Espírito Santo, Paróquia Nossa Senhora do Rosário, em Vila Velha (ES), um grupo de voluntários realizou no início de dezembro de 2022 a montagem do presépio. “Neste ano, o presépio está dentro de um ‘tronco’, lembrando o que o Papa Paulo VI escrevia na ‘Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi’ (8 de dezembro de 1975) que no Reino de Deus, o Cristo é o cerne da humanidade. Cerne é exatamen-

te o miolo, o Cristo dentro da humanidade é nosso cerne, por isso, nós O colocamos nascendo dentro de um tronco de madeira, como que, para nos dizer, sem Ele somos vazios e com Ele somos a plenitude de um tronco chamado humanidade”, explica Frei Clarêncio Neotti, Vigário Paroquial.

A Fraternidade acompanhou a montagem do presépio desde a concepção e coordenação dos trabalhos práticos que tiveram duração de 7 dias, até a conclusão e abertura para visitação do público. Os materiais utilizados no cenário do presépio foram madeiras, gesso, troncos e folhas de árvores, iluminação artificial por meio de lâmpadas específicas, palhas (feno) e outros objetos.

Segundo Frei Clarêncio, o ano de 2023 será ainda mais especial, já que a Igreja vai recordar os 800 anos de criação do presépio. “São Francisco de Assis era um santo muito pé no chão, tanto que ele olhava para Jesus muito mais como um homem do que aquela visão que tinha São Bernardo, cem anos antes, de um Cristo totalmente divino. São Francisco olhava sim para o Cristo Deus, mas olhava para o Cristo Filho de Maria, Cristo Humano que assumiu todas as nossas dificuldades, por isso ele quis fazer o Nascimento de Jesus de uma forma como nascem todas as crianças. Pediu a um amigo que montasse um berço, um boi e um burro do lado, para ele celebrar o Natal do Senhor de forma muito concreta, fez isso em 1223, exatamente há 800 anos. Vamos lembrar em 2023 inteiro do presépio de São Francisco de Assis e montar nas nossas Igrejas um belíssimo presépio para celebrar o Nascimento do Senhor de uma forma visual, que nossos olhos podem ver; de uma forma sensorial, tátil, que podemos pegar o Menino Jesus nos nossos braços como pegamos uma criança e, com Francisco de Assis, agradecer a Deus este grande mistério em que o Seu Filho assumiu a miserabilidade humana”, afirmou.

Ainda, de acordo com Frei Clarêncio, é importante representar o nascimento de Jesus através do presépio, em todas as circunstâncias, ainda que o mundo atual seja mais voltado para o comércio e para as “comilanças” nas ceias de Natal. “O costume da ceia de Natal é belíssimo, porque ceia significa amor, união de família, encontro... Nós somos uma religião de encontro! Encontro de Deus e a criatura humana, encontro entre nós e se somos uma família de Deus e família humana,

é bom celebrarmos o dia em que Deus entra na nossa família humana, Deus se encontra conosco e nosso modo de celebrar é em torno de uma mesa, é em torno de comida. Jesus não estranha comida, tanto que se fez comida na Eucaristia e é uma bela celebração em torno de uma mesa bem enfeitada. Os presentes que

damos no Natal lembram o grande presente que Deus nos deu, o Seu Filho, o presente mais rico de todos, portanto, a gente deve sim dar-se presente e presentearmos um ao outro, mas sobretudo, o grande presente: o amor fraterno, que nasceu no Natal!”.

Cristian Oliveira

Especial JPIC

JPIC

CONSELHO INTERNACIONAL DE JPIC SE REÚNE EM PETRÓPOLIS

No dia 21 de novembro teve início o Conselho Internacional de JPIC (CIJPIC) na cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro. Frades de todos os continentes se reuniram para avaliar o trabalho realizado em cada uma das conferências ou regiões onde a Ordem está presente e projetar as linhas de ação que acompanharão os animadores de JPIC nos próximos anos a partir do que o Capítulo Geral 2021 confiou ao Governo Geral.

Frei Paulo Roberto Pereira, Ministro Provincial da Província Imaculada Conceição, dirigiu-se aos Conselheiros para dar as boas-vindas e recordar a importância do trabalho de JPIC para a Ordem e no mundo.

O principal palestrante da manhã foi Leonardo Boff, que se encarregou de apresentar o atual contexto mundial. Para ele, vivemos um momento histórico de especial significado e de grandes riscos para a vida humana. Os ensina-

mentos do Papa Francisco e o legado de São Francisco de Assis oferecem oportunidades de salvação ao planeta Terra.

À tarde, Frei Daniel Rodríguez Blanco, diretor da Secretaria Geral de JPIC, deu algumas palavras de boas-vindas e apresentou o programa da semana. A seguir abriu o espaço pessoal para que os frades lessem em sua própria língua a Mensagem enviada por Frei Massimo Fusarelli, Ministro geral, onde pediu aos animadores de JPIC que estivessem atentos aos sinais dos tempos marcados por guerras e conflitos. em tantas partes do mundo, assim como a crise climática. Lembrou que podemos encontrar respostas em nossa tradição franciscana, mas sem cair na autorreferencialidade.

A Eucaristia, às 18 horas, foi presidida pelo Ministro Provincial Frei Paulo Pereira na Paróquia Sagrado Coração, de Petrópolis. O pároco Frei Jorge Paulo Schiavini fez a acolhida dos participantes.

MENSAGEM DO MINISTRO GERAL

Aos participantes do Conselho Internacional do JPIC, Petrópolis 2022

Roma, 7 de novembro de 2022

Caros Irmãos, O Senhor vos dê paz!

Com esta mensagem, quero alcançar-vos em Petrópolis, no início do Conselho Internacional do JPIC, que pôde finalmente encontrar-se depois de 2019.

Ler com sabedoria os sinais dos tempos

São precisamente os sinais dos tempos destes três anos que abrem a minha reflexão. A pandemia que teve um impacto global e aqueles sinais dos tempos que lemos em cada região ou Conferência em que a Ordem se faz presente. Por exemplo: a guerra na Europa (Ucrânia) e no Oriente Médio; a situação desumana dos migrantes no Mediterrâneo (África e Europa) e na América Latina; a violência e instabilidade política no Haiti, na Nicarágua, no Sri Lanka, no Congo, em Mianmar, etc.; projetos extrativistas na Indonésia, no Brasil, em países africanos, entre outros. A crise climática, enfim, é uma soma desses sinais dos tempos, porque, ao bem considerarmos, mostra-se como causa e efeito de muitos deles. Esta questão não

é acadêmica, mas a faço a todos nós, a fim de promover a conscientização e gerar opções concretas em chave de JPIC. Saber conjugar fé e história continua a ser a premissa indispensável para melhor fundamentar essa dimensão.

Em primeiro lugar, somos chamados a ler estes sinais dos tempos precisamente no espírito do Concílio Ecumênico Vaticano II, inaugurado há 60 anoss. A Gaudium et Spes fez nomeadamente desta leitura uma chave hermenêutica fundamental para a inteligência e a sabedoria da fé no nosso tempo. Nós, frades menores, fiéis ao princípio da encarnação, sentimo-nos fortemente interpelados a manter viva esta atitude de discernimento dos sinais dos tempos, por uma espiritualidade que se sente em casa no mundo amado por Deus e saiba discernir com coragem os sinais daquela mundanidade que se opõe ao projeto salvífico de Deus.

Por esta razão, precisamos sempre reiterar e aprofundar que a dimensão da justiça, paz e integridade do criado não é um elemento acrescentado à fé e ao carisma, mas é, antes, por esses profundamente motivado e revigorado (cf. CCGG Art. 1, §2).

Devemos trabalhar muito ainda para enraizar esta convicção. Muitos temem que nos comportemos

como ativistas sociais ou como qualquer dos ambientalistas ou, até mesmo, que sejamos motivados, às vezes, por ideologias completamente estranhas à visão cristã e franciscana do ser humano e de Deus, do criado e da convivência humana. Gostaria, ao invés, de reiterar que é precisamente daqui que retiramos as razões para uma resposta fiel ao chamado de Deus para contribuir com aqueles “novos céus e nova terra”, que são o seu plano salvífico e que permanecem antes como obra sua do que nossa. De modo especial, dou-vos a sugestão de estudar, devido também à colaboração com nossos Centros de Estudos, uma sã teologia da criação, que, com certeza, temos aprofundado muito pouco. Realizar essa tarefa, portanto, contando com a contribuição da teologia franciscana em toda a nossa rica tradição, da época medieval até hoje.

O Mandato 28 do Capítulo Geral de 2021 pediu-nos o que segue:

“ O Ministro Geral e seu Definitório, em colaboração com o Escritório JPIC e o SGME, devem continuar a desenvolver a Rede Franciscana do Mediterrâneo e a Rede Franciscana para os Migrantes latino-americana, continuando a encorajar e acompanhar análogos projetos e processos a favor dos migrantes na África, Ásia e em todas as zonas de fronteira da Ordem ”.

É evidente que se trata de um dos sinais mais relevantes deste nosso tempo e podemos crescer em sensibilidade, em capacidade de leitura e interpretação deste fenômeno global, e em ação. Peço-vos que reflitais sobre isso e que nos ajudeis a amadurecer o modo de levar adiante este mandato.

Aprendamos a fazer rede

Em segundo lugar, apresento para vossa consideração a importância de um trabalho articulado entre o animador do JPIC da Conferência, da Província ou das Custódias com os Secretários da Formação e dos Estudos e com os Secretário da Evangelização e da Missão. Em vista disso, vejo que devemos ainda trabalhar para sermos mais próximos das casas de formação e das realidades de pastoral e de evangelização, de modo que o JPIC seja uma parte importante da formação permanente e inicial e da missão do frade menor hoje. Esta aspiração está em consonância com a Orientação 27 do Capítulo Geral de 2021.

Assinalo ainda a necessidade de fazer rede com outras instituições eclesiais e da sociedade civil, com as quais é possível articular os esforços a fim de que nossos projetos tenham melhores resultados. Saiamos, por favor, de uma certa autorreferencialidade que nos aflige! Não somos entendidos

em tudo e capazes de fazer tudo. Precisamos de sinergias de uma corresponsável participação com outras instâncias, dispostos também a aprender e receber dos outros e não só dar e ensinar. Creio que a vossa presença e ação sejam uma janela aberta para esse contato com a realidade.

Alguns compromissos

De acordo com o que disse acima, é importante continuar a empenhar-se nas regiões da Ordem visando que a formação e os estudos versem sobre temas da justiça, da paz e da ecologia integral, recuperando e atualizando a nossa tradição franciscana.

Temos dois faróis, a saber: a Laudato Si’ e a Fratelli Tutti, encíclicas com as quais o Papa Francisco bebeu do carisma de São Francisco, remetendo a frentes hoje abertas, como a ecologia integral e a paz. Seria preciso muita cegueira para não se dar conta e não acolher o chamado para aprofundar esses temas e também para dilatar o sentido e as propostas para uma ação renovada. Tenho de admitir que nós frades menores estamos muito atrasados nesse quesito, paralisados por uma certa preguiça intelectual e também por resistências e preconceitos que, sinceramente, considero não somente como infundados, mas também ideológicos. Por favor, trabalhai muito em vista de estudar, aprofundar e compartilhar conteúdos e orientações que estes documentos nos trazem. Realizai esta tarefa de modo particular com os frades, com a família franciscana e juntamente com tantos leigos, também à margem da Igreja, e especialmente com os jovens, que demonstram uma sensibilidade e uma atenção mais elaborada a esse respeito.

Um outro ponto vital consiste em manter abertos e utilizar os canais de comunicação dentro e fora da Ordem: social network, sites web da Ordem e da Secretaria Geral do JPIC, etc. Trata-se do continente digital a que somos chamados a habitar e não somente usar, por meio da aprendizagem e da atualização de novas linguagens.

Enquanto vos entrego essas reflexões que, espero, possam ajudar-vos no trabalho do Conselho, desejo que sintais a proximidade e a estima da Fraternidade internacional da Ordem, por vós representada, e vos acompanhar com a minha fraternidade e com a bênção de São Francisco, arauto da paz. Bom trabalho, e recordemo-nos uns aos outros na oração.

Fraternalmente,

fr. Massimo Fusarelli, ofm MINISTRO GERAL E SERVO

O SEGUNDO DIA

O segundo dia (22/11) do Conselho Internacional de JPIC foi marcado pela apresentação dos relatórios pelos animadores das Conferências Franciscanas de todo o mundo, incluindo a Terra Santa.

Os relatórios giravam em torno de contextos regionais. Neles, foram expostas as realidades de dor e sofrimento que tanto os pobres quanto a Mãe Terra continuam sofrendo como resultado do desejo de dominação e exploração. Os expositores compartilharam as respostas que suas entidades oferecem a essas situações desumanas a partir das atividades inspiradas na espiritualidade franciscana, reconhecendo a generosidade e a sensibilidade de tantos homens e mulheres que trabalham junto com os frades franciscanos.

Da mesma forma, à tarde, o Escritório Geral de JPIC, na pessoa de seu Diretor, teve a oportunidade

de apresentar aos participantes do CIJPIC seu relatório inspirado no apresentado durante o Capítulo Geral de 2021. Além disso, foi um momento por reconhecer e agradecer o trabalho incansável desenvolvido nestes anos pelos frades que exerceram o referido cargo, nomeadamente, Frei Jaime Campos, Frei Rufino Lim e Frei Ángelito Cortez.

Com o objetivo de tornar presentes os acordos das duas últimas CIJPIC, Frei Angelito lembrou aos irmãos as Declarações nascidas em Verona 2016 e Jerusalém 2019. Ao final, foram apresentados critérios a serem levados em consideração para a redação do documento final do encontro que reúne irmãos de mais de 14 nacionalidades.

A fraternidade local fechou com chave de ouro, oferecendo aos frades animadores da JPIC um concerto com o Coral Canarinhos de Petrópolis.

TERCEIRO DIA, VISITA À ROCINHA

Desde 2007, a Província Franciscana Imaculada Conceição do Brasil está presente na Rocinha, uma das maiores comunidades do Rio de Janeiro. Para conhecer esta experiência, os frades participantes do Conselho Internacional de JPIC deslocaram-se ao local no dia 23 de novembro, pela manhã.

Depois do inevitável “cafezinho”, cada um deles levou um grupo de irmãos para mostrar um setor da comunidade. Durante o passeio, foi constatada a proximidade que os filhos de São Francisco mantêm com as pessoas. Ficou evidente a relação que

estabelecem a partir da simplicidade da vida e da capacidade de acolhimento. Além disso, nos fins de semana, irmãos professos temporários, estudantes de Teologia, vêm à Fraternidade para colaborar no trabalho pastoral.

Ao final da visita guiada, em que cada um dos visitantes teve uma ideia da realidade do local, a Fraternidade ofereceu um delicioso almoço junto com os paroquianos.

O dia terminou com uma visita ao Cristo Redentor, monumento nacional e religioso em todo o Brasil.

4º DIA - REDES FRANCISCANAS

O quarto dia (23;11) de trabalho do Conselho Internacional de JPIC foi marcado por reflexões e análises. Durante a manhã, Frei César Külkamp, Definidor geral para a América do Sul, apresentou um resumo do Conselho Plenário da Ordem de 2018 e do Capítulo Geral de 2021 sobre JPIC.

Em seguida, foram apresentadas três redes franciscanas no mundo. Em primeiro lugar, Frei Daniel Rodríguez Blanco, apresentou a Rede Franciscana para os Migrantes das Américas, cuja origem remonta ao ano de 2018 e que atualmente conta com mais de 70 franciscanos em diversos países da América Latina e nos

que são promovidos por frades franciscanos em países como Filipinas, Indonésia, Japão, Coreia do Sul, entre outros. Com o empenho e o apoio das entidades da Ordem, poderá levar à construção desta rede. No momento é apenas uma proposta.

Em seguida, houve um encontro virtual com Frei Francisco Gómez, Secretário Geral para as Missões e Evangelização, e com Frei Hieronimus Rupa, Vice-Secretário para a Formação e Estudos. A pergunta que acompanhou a exposição dos irmãos foi: Como os animadores de JPIC podem contribuir com os responsáveis pela formação e evangelização das diversas entidades? Para Frei

Francisco é importante que os animadores de JPIC contribuam para a elaboração da Ratio Evangelitationis que está em processo de consulta nas Entidades. Da mesma forma, sugeriu apoiar as Novas Formas de Vida e continuar o trabalho conjunto entre JPIC, evangelização e formação como parte de um todo, mas respeitando a identidade de cada um deles. Frei Hieronimus enfatizou a oportunidade que nós, franciscanos, temos no marco do Centenário que vai de 2023 a 2026. Ele também anunciou o Congresso de Irmãos Leigos em nível de Ordem a ser realizado em

Estados Unidos. O Brasil, na semana seguinte à reunião do Conselho, passou a fazer parte dessa Rede. Em segundo lugar, Frei Francesco Zecca, explicou a realidade do Mediterrâneo e a importância para o desenvolvimento de uma rede franciscana na região. O diálogo inter-religioso, o acolhimento dos migrantes e refugiados e o compromisso com os jovens oferecem possibilidades de trabalho a partir da cultura do encontro. O Ministro Geral, juntamente com o Definitório Geral, criou uma Comissão Coordenadora para articular esta rede. Finalmente, Frei Angelito Cortez, propôs ao Conselho Internacional a Rede Franciscana pela Paz na Ásia. Apresentou os projetos sobre este tema e

2025. Os desafios da formação são a maturidade afetiva, clericalização na Ordem e uma formação experiencial. Em tudo isso, os animadores de JPIC podem oferecer apoio e fazer parte desses processos.

À tarde, Miguel Ángel Jaimes, leigo colombiano com experiência em processos de projetos pastorais, animou os frades a levar em conta a necessidade de trabalhar como franciscanos em rede para sair da autorreferencialidade de que prevenia a mensagem ao CIJPIC do Ministro geral.

A última apresentação do dia foi feita por Frei Markus Heinze, Diretor Executivo da Franciscans International, que compartilhou a história, a estrutura organizacional e os temas que aborda.

5º DIA - LINHAS GERAIS DE AÇÃO

Na sexta-feira, 25 de novembro, correspondente ao quinto dia útil do Conselho Internacional, foram traçadas as linhas gerais de ação para os próximos anos.

Na primeira parte, os irmãos foram divididos em três grupos linguísticos: inglês, espanhol e italiano. Em seguida, cada um dos grupos apresentou suas propostas em plenário. No final da manhã, as linhas gerais de ação permaneceram em três: Conversão e ecologia integral, Mobilidade Humana-Migrantes e Refugiados e Cultura de Paz.

Durante a tarde, Frei Angelito Cortez, apresentou o primeiro rascunho da Declaração de Petrópolis 2022. Ao final, os irmãos participantes ofereceram diversos tipos de inferências para enriquecer o texto apresentado.

Na segunda parte da tarde, os frades de Petrópolis prepararam uma visita guiada à Catedral de Petrópolis e ao Museu Imperial, que preservam parte da história da cidade.

O dia foi encerrado com um “churrasco” brasileiro oferecido pela Fraternidade anfitriã aos irmãos visitantes. O jantar festivo coincidiu com o encerramento do ano acadêmico dos estudantes de Teologia. Durante a mesma, houve tempo para que cada um dos animadores de JPIC compartilhasse sua experiência com um frade estudante de Teologia.

ENCERRAMENTO

O Conselho Internacional chegou ao fim. Mas antes disso, algumas propostas de ação tiveram que ser elaboradas para cumprir as linhas gerais aprovadas no dia anterior. Da mesma forma, Frei Angelito apresentou novamente a Declaração de Petrópolis 2022 com as mudanças integradas a partir das observações oferecidas pela assembléia.

Por outro lado, Frei Daniel Rodríguez Blanco, apresentou à assembléia alguns dos projetos que estão sendo promovidos desde a Direção Geral de JPIC como a Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023 e o Centenário Franciscano 2023-2026. Foram aprovados os cursos internacionais para os próximos anos, cuja reflexão será em torno dos anos do Centenário Franciscano.

Às 16h15, os frades participaram da Eucaristia de encerramento do Conselho Internacional que aconteceu no horário das missas na Paróquia Sagrado Coração. A presidência foi do Definidor Frei Marcos Andrade, Secretário de Formação e Estudos da Província, e a homilia foi proferida por Frei Daniel Rodríguez Blanco. Antes da bênção final, cada um dos participantes do CIJPIC compareceu perante à Comunidade paroquial reunida na Missa vespertina correspondente ao Primeiro Domingo do Advento. A Fraternidade local convidou os irmãos visitantes para uma noite cultural.

FREI DANIEL NICOLÁS RODRÍGUEZ BLANCO

Ainda não percebemos a gravidade da crise climática. Quando nos dermos conta, será tarde demais

Ofrade salvadorenho Frei Daniel Nicolás Rodríguez Blanco, assumiu no último dia 1º de setembro uma nova missão: a animação da Secretaria Geral de Justiça, Paz e Integridade da Criação (JPIC) da Ordem dos Frades Menores. Ele assumiu no lugar do frade chileno Frei Jaime Campos Fonseca, que ficou neste serviço durante cinco anos e agora retornou à Província Franciscana da Santíssima Trindade.

Durante um tempo de transição, Frei Daniel pôde conhecer e interiorizar o funcionamento interno da Secretaria de JPIC e a relação de trabalho com outros Secretariados da Cúria a serviço do Ministro geral e do Definitório geral, para a animação do todas as Entidades da Ordem.

Nas palavras de Frei Daniel, o tempo vivido até agora na Cúria Geral e o processo de transição foram “um tempo de aprendizado, de paixão pelo trabalho que a Secretaria realiza e da consciência de dar continuidade ao trabalho”.

No final de novembro, Frei Daniel esteve à frente do

seu primeiro evento como diretor da Secretaria de JPIC: a reunião do Conselho Internacional de Justiça, Paz e Integridade da Criação (CIJPIC), das diferentes Conferências da Ordem dos Frades Menores, em Petrópolis (RJ), de 21 a 27 de novembro de 2022, para refletir sobre os desafios hoje.

Em São Paulo, nos dias 5 e 6 de dezembro, Frei Daniel esteve reunido com frades franciscanos, irmãs e leigas da Rede Franciscana para Migrantes (RFM), com a finalidade de consolidar as articulações de implantação da RFM no Brasil e assim somar aos sete países que constroem a rede na América Latina. Neste tempo, Frei Daniel falou ao site Franciscanos. Segundo ele, o encontro constante com Jesus, com Francisco e com o magistério e os gestos proféticos do Papa Francisco “nos levarão a trabalhar com paixão e alegria pela paz, pela justiça e pela integridade da criação”.

Acompanhe a entrevista a Moacir Beggo

Franciscanos – Como o sr. recebeu a nomeação para dirigir a Secretaria Geral de Justiça, Paz e Integridade

da Criação (JPIC) da Ordem?

Frei Daniel Nicolás Rodríguez Blanco – A princípio, foi uma consulta pessoal na forma de uma pesquisa. Então, veio algo mais formal que levou à minha nomeação. A proposta me surpreendeu porque, como costuma acontecer, eu não esperava. Depois da surpresa vem a angústia e a dúvida sobre a responsabilidade que será assumida. Por fim, experimentei uma espécie de consolo, em que se calcula menos as capacidades pessoais e se começa a confiar mais no primeiro animador de JPIC que é a pessoa de Jesus de Nazaré.

Franciscanos – Fale-nos um pouco sobre sua vida, sua formação religiosa e sua participação na JPIC.

Frei Daniel – Sou um frade franciscano salvadorenho, que viveu sua infância entre balas e canhões, resultado de uma guerra fratricida de doze anos (1980-1992), cuja paz social ainda não conseguimos consolidar. Na maior parte da minha vida franciscana servi na formação inicial. Estive quatro anos como missionário no Haiti e nos últimos dois anos e meio, antes de assumir a direção da Secretaria Geral, colaborei como Decano da Faculdade de Teologia da Universidade Rafael Landívar da Guatemala, pertencente à Companhia de Jesus.

Fiz mestrado em Filosofia e lá pude estudar o filósofo italiano Gianni Vattimo. Sua proposta de pensamento me ajuda a interpretar o cristianismo e nossa espiritualidade franciscana a partir de outros parâmetros. Como pode ver, nunca tive uma responsabilidade direta na JPIC, mas posso dizer que na minha formação inicial e permanente tenho vivido de sua espiritualidade.

Franciscanos – Quais são os principais projetos ou eventos da Secretaria Geral de Justiça, Paz e Integridade da Criação (JPIC) em 2023?

Frei Daniel – A Ordem Franciscana teve seu Conselho Internacional de JPIC na cidade de Petrópolis, de 21 a 26 de novembro. Todas as Conferências da Ordem estavam ali representadas. Pois bem, este Conselho nos pediu, levando em conta as orientações e mandatos do Capítulo Geral de 2021, animar e nos comprometermos com três linhas de ação: a) conversão, justiça climática e ecologia integral, b) Migrantes e refugiados e c) Não-violência e construção da paz. Cada uma delas está ligada com as demais. As atividades que desenvolveremos nos próximos anos deverão seguir essas três linhas gerais, tendo como marco inspirador o Centenário Franciscano.

Em se tratando de eventos importantes para o próximo ano, gostaria de me referir a dois. O primeiro é a presença da Secretaria Geral de JPIC na Jornada Mundial da Juventude em Lisboa 2023, onde, juntamente com o Movimento Laudato Si’, promoveremos as encíclicas do Papa Francisco, Laudato Si’ e Fratelli Tutti. No segundo evento, retomaremos os cursos anuais que haviam sido suspensos por conta da pandemia. No próximo ano refletiremos, à luz do Natal de São Francisco em Greccio, sobre a não-violência e a construção da paz.

Franciscanos – É provável que o problema da migração cresça com as mudanças climáticas, como sr. vê esse cenário nos próximos anos?

Frei Daniel – Claro. As crises estão inter-relacionadas. Algumas instituições que refletem sobre as migrações em diferentes regiões afirmam que as causas da migração não são mais apenas as guerras ou a pobreza. A crise climática também entra em cena. Essa crise faz migrar comunidades de vida em geral, nas quais o ser humano está incluído.

Segundo especialistas, isso vai piorar nos próximos anos. Secas, perda de colheitas devido a muitas ou nenhuma chuva, falta de água potável, etc. obrigarão muitas famílias a buscar espaços que lhes garantam as necessidades básicas da vida. Portanto, teremos que estar preparados e articulados em rede para colaborar com migrantes e refugiados.

Franciscanos – Quais são os desafios da Rede Franciscana de Migrantes para se globalizar e atender às demandas migratórias, especialmente da África e da Ásia?

Frei Daniel – Até agora, a globalização tratou apenas de mercados e fluxos financeiros, mas não globalizamos muito a solidariedade entre os povos. Daí a validade da encíclica Fratelli Tutti

Os irmãos e irmãs franciscanos estão fazendo muito pelos migrantes e refugiados em todo o mundo. A Rede Franciscana para Migrantes (RFM) tem tentado articular todos esses esforços para que, juntos, possamos fazer mais. Esse é o maior desafio, tecer juntos um projeto em diferentes ângulos, a saber, assistência primária e incidência em políticas públicas que violam os direitos humanos dos migrantes e refugiados. É uma boa notícia que o Brasil faça parte da RFM através de uma equipe muito bem constituída.

Atualmente, estamos focados nas Américas e no Mediterrâneo. São processos que nos enchem de muita esperança, mas que demandam recursos humanos e econômicos.

Franciscanos – O que falta para os católicos abraçarem a causa ambiental como insiste o Papa Francisco?

Frei Daniel – Ainda não percebemos a gravidade da crise climática. O problema é que quando nos dermos conta, será tarde demais. Alguns cientistas, pensadores, líderes sociais e religiosos há muito nos dizem que nossa casa está queimando, mas ainda duvidamos ou minimizamos os efeitos.

O Papa Francisco é uma voz que clama no deserto. Mas estamos muito devagar, nestes momentos a responsabilidade é de todos, mais ainda dos governantes e empresários do mundo inteiro, pois suas decisões ou contribuem para a solução ou agravam a crise.

Franciscanos – Infelizmente, hoje, quando uma pessoa ou um cristão, a partir do Evangelho de Jesus, luta pelos direitos fundamentais dos excluídos e da criação, é acusado de ser romântico ou comunista. Como falar de inclusão, defesa da vida, opção preferencial pelos pobres, pelos migrantes em tempos de globalização, exclusão e indiferença?

Frei Daniel – Rótulos e preconceitos sempre existiram dentro da Igreja e fora dela. A verdade é que temos um Jesus de Nazaré e um São Francisco de Assis cuja mensagem segue vigente. Quando reinterpretamos e relemos suas vidas, elas nos levam à inquietação e nos movem para a ação. Recordo que muitos jovens aspirantes à vida franciscana que nunca conheceram um frade me contaram que sua preocupação vocacional surgiu depois de terem visto o filme “Irmão Sol, Irmã Lua” ou lido a vida de São Francisco. São essas vidas que te movem para algo. Acredito que o Papa Francisco quis que os busquemos novamente para redescobri-los. Quando isso acontece, surge a compaixão pelos outros, inclusive pela casa comum.

Franciscanos – Como o Escritório de Justiça, Paz e Integridade da Criação (JPIC) vê os problemas ambientais e sociais no Brasil?

Frei Daniel – Há alguns meses participei de uma discussão sobre ecologia integral na Itália. Um dos palestrantes garantiu que, devido aos projetos extrativistas que saquearam os recursos naturais da Amazônia brasileira nas últimas décadas, ela deixou de ser o grande pulmão da humanidade. Os dados me surpreenderam. Sabemos que o clamor dos pobres e o clamor da mãe terra precisam ser atendidos. O Brasil é uma boa radiografia da história contemporânea latino-americana. É doloroso conhecer os milhões de brasileiros que vivem na fome, na marginalização e na exclusão em pleno século XXI. A desigualdade continua sendo um

de seus pecados estruturais. Impressionam os benefícios da natureza e da biodiversidade no Brasil, mas também a falta de cuidado com a Mãe Terra. É preciso entender que os problemas sociais estão conectados aos problemas ambientais.

Continuamos nos perguntando por que os países latino-americanos, inclusive o Brasil, não saem do subdesenvolvimento. Nossas democracias permanecem fracas. Os grupos de poder não devem ser entendidos apenas em termos econômicos, mas também em termos de status social. Em outras palavras, muitos consórcios ou famílias poderosas da região estão dispostas a perder alguns milhões em suas fortunas, mas nunca perder seu status na sociedade. A Fratelli Tutti é um forte apelo à atenção para confraternizar nossas sociedades.

Quando alguém tenta mudar algumas estruturas, aciona-se um aparato de poderes factuais que leva à perseguição judicial desses líderes políticos e lutadores sociais por colocarem em risco a histórica estratificação social. Por outro lado, devemos saber que um presidente só tem poder no governo. O poder do Estado é exercido por grupos de fato que possuem grandes meios de comunicação e dinheiro, compram benesses no sistema político e judiciário e de lá cuidam de seus interesses.

Diante disso, é bom lembrar que os franciscanos e franciscanas do Brasil sempre buscaram estar à altura desses contextos por meio de respostas locais e nacionais. A experiência de JPIC no Brasil é muito emblemática em toda a Ordem. É uma rica tradição da qual será necessário conhecer, estudar e aprender. Ao mesmo tempo, me chama a atenção que, em linhas gerais, os Frades Menores que assumiram o serviço episcopal no Brasil têm sido muito proféticos em seus ensinamentos e em suas ações.

Franciscanos – São Francisco de Assis se preocupava profundamente com os pobres e com o cuidado da criação. A Ordem Franciscana tem honrado este legado?

Frei Daniel – Não sei. É uma pergunta difícil e acho que a história se encarregará de respondê-la. O que posso garantir é que a memória viva de São Francisco de Assis nunca nos deixou tranquilos. Durante oitocentos anos ela despertou e moveu muitos irmãos que, no final das contas, deram respostas aos problemas sociais. Basta ler os Sermões de Santo Antônio de Pádua para saber que os pobres estavam presentes em sua denúncia contra a usura. Também hoje São Francisco de Assis continua a mover e despertar muitos irmãos no mundo para que se preocupem e cuidem dos

pobres e da casa comum. Não sei se honramos o legado, mas nunca faltou o empenho franciscano de muitos irmãos.

Franciscanos – O então Ministro Geral, Frei José Rodríguez Carballo, disse que os valores de justiça, paz e integridade da criação formam o DNA dos franciscanos. Como a Ordem trabalha para tornar esse DNA visível?

Frei Daniel – O cristianismo é a religião do amor. A região latino-americana é a mais cristã do mundo (incluindo católicos e evangélicos) e, no entanto, é a mais desigual. O mesmo acontece conosco, franciscanos, com o trabalho pela justiça, pela paz e pela integridade da criação. A realidade quase sempre não corresponde ao ideal. Por isso, o trabalho do Escritório Geral está dentro e fora da Ordem. Para dentro significa encorajar as Entidades a tomarem consciência do que somos e do que somos chamados a ser. E eu poderia dizer que os irmãos no mundo fazem muito em termos de JPIC, mas às vezes não se dão conta disso. Daí a importância da conscientização. Outra questão é que os irmãos fazem muito sobre questões de JPIC, mas se comunicam pouco. O desafio, nesse caso, é tornar essas experiências visíveis no mundo.

Para fora, deve ser entendido como resultado dessa tomada de consciência. O que nós, como Escritório Geral, evitamos é oferecer receitas e respostas pré-fabricadas porque seria uma violência contra as entidades franciscanas no mundo e, ao final das contas, criaria resistências. O trabalho realizado é para animar cada uma das entidades da Ordem a responder aos seus contextos. Às vezes acontece, às vezes não. O trabalho pela paz no Haiti não é o mesmo que na Bósnia. O trabalho pela justiça no México não é o mesmo que na Alemanha. O trabalho da casa comum em Angola não é o mesmo que na Áustria. Em síntese, o desafio é que os frades franciscanos se conscientizem e saibam responder aos seus contextos e tornar visível o que os frades fazem no mundo.

Franciscanos - Como avaliam os franciscanos o impulso dado pelo Papa Francisco ao carisma franciscano com os documentos Laudato Si’, Querida Amazônia e Fratelli tutti, em particular?

Frei Daniel – Para nós, franciscanos, o Papa Francisco é um sinal dos tempos. Não é pouca coisa ao escolher pela primeira vez o nome Francisco em referência ao santo de Assis. Não é pouca coisa que os documentos Laudato Si’ e Fratelli Tutti sejam inspirados por São Francisco de Assis. O desafio é grande porque o Papa colocou em ação um dos

carismas da Igreja, o franciscano, para oferecer respostas à história de hoje.

Sentimo-nos questionados e desafiados. Acredito que o Papa “desde o fim do mundo” deixará um legado muito importante que estará mais vivo e presente quando Bergoglio não estiver mais no comando da Igreja de Roma. Nós, franciscanos, teremos que continuar esse legado e fazê-lo produzir.

Franciscanos – Por que JPIC não é um tema fundamental na formação inicial e permanente dos religiosos? Ou, por que JPIC não alcançou tantas escolas e colégios católicos?

Frei Daniel – Eu pensaria que a JPIC esteve presente na formação inicial, o problema é como tem sido, qual tem sido o seu lugar e espaço. Por exemplo, no último relatório do Escritório Geral ao Capítulo Geral foi afirmado que em muitas partes do mundo nossa formação é mais clerical do que franciscana. Neste momento estamos realizando um trabalho conjunto entre os animadores de formação, evangelização e JPIC, a começar pelos Secretários Gerais da Ordem. Não podemos nos dar ao luxo de gastar muitas de nossas forças em diferentes direções sem uma direção e foco definidos.

Posso dizer que a JPIC está presente nas nossas escolas. Mais uma vez, a questão é se isso é suficiente. Será sempre pouco, não só pelo que se faz, mas pela gravidade dos problemas. Espero que pouco a pouco as instituições educativas da Ordem aprofundem seu compromisso com a ecologia integral. As novas gerações vão exigir isso e isso é esperançoso.

Franciscanos – Deixe uma mensagem sobre a importância da JPIC para os franciscanos e cristãos.

Frei Daniel – Durante o Conselho Internacional, em Petrópolis, tivemos a oportunidade de ter o Leonardo Boff como palestrante. No momento do diálogo fraterno, perguntei a ele como um senhor de 84 anos com um Brasil que tem mais pobres e famintos do que há quarenta anos, que tem menos florestas e com instabilidade social recorrente, pode manter a esperança. Basicamente, houve a constatação de que após longos anos de luta temos um Brasil com problemas agudos. Ele respondeu com serenidade e determinação: “Continuo a encontrar esperança em Jesus, em Francisco e no Papa Francisco”.

Gostaria de concluir esta entrevista convidando à esperança contra toda desesperança. O encontro constante com Jesus, com São Francisco e com o magistério e os gestos proféticos do Papa Francisco nos levarão a trabalhar com paixão e alegria pela paz, pela justiça e pela integridade da criação. Eles continuam a ser faróis de vida para o nosso serviço. Paz e bem.

BRASIL É OFICIALMENTE INSERIDO NA REDE FRANCISCANA PARA MIGRANTES DA AMÉRICA LATINA

Nos dias 5 e 6 de dezembro, estiveram reunidos em São Paulo (SP), frades franciscanos, irmãs e leigas, e que compõem a Rede Franciscana para Migrantes (RFM), com a finalidade de consolidar as articulações de implantação da RFM no Brasil e assim somar aos sete países que constroem a rede na América Latina.

Esta iniciativa surgiu em 2018 durante o curso anual de JPIC realizado no México, com o tema “Migração: causas, muros e perspectivas franciscanas” e reafirmado com o mandato 28 no Capítulo Geral da Ordem dos Frades

Menores, no ano de 2021.

O Ministro geral e seu Definitório, em consonância com a oficina de Justiça, Paz e Integridade da Criação (PJPIC) e o SGME, devem continuar com a implementação da Rede Franciscana do Mediterrâneo e a Rede Franciscana para Migrantes na América Latina, e continuará acompanhando projetos e processo similares a favor dos migrantes na África, Ásia e em todas as zonas de fronteira da Ordem (Mandato 28 - Julho de 2021).

Após encontros virtuais, contando com a presença do secretário de JPIC (Roma) da Ordem dos Frades Menores, Frei Daniel Blanco, sugeriu a iniciativa da modalidade presencial com a finalidade de aproximar os representantes de trabalhos existentes no Brasil com migração, e acordar pontos necessários para a continuação da RFM no Brasil.

Esta rede, por sua vez, é composta de “mulheres e homens, leigos, leigas, religiosas e religiosos, afiliados à Família Franciscana, que trabalham com temas de migração para oferecer apoio, assistência humanitária e acolher as pessoas deslocadas de seus territórios”, e para tanto, esta se tornou a principal meta para o ano de 2023 na construção da rede RFM-Brasil, firmando o mapeamento dos trabalhos com migrantes existentes no país e assim a complementação dos integrantes da equipe local.

Ainda nas prioridades de trabalho, foi visto a necessidade urgente de divulgação desta rede, tanto para atingir trabalhos desta gramatura, como para orientar

migrantes que seguem buscando um caminho de esperança nas terras brasileiras.

Os trabalhos seguiram com a metodologia de ouvir a necessidade das bases, representadas pelos membros nas áreas de atuação e territórios, visando pontos de convergência e concretizar uma agenda de plano de ação para o ano de 2023, otimizando as estratégias de mapeamento e, divulgação e mídia, que finda com a composição completa dos membros e a integração com os trabalhos de incidência, colaboração, acolhimento, proteção, intercâmbio e capacitação.

Em continuidade com os trabalhos de articulação da rede, e visando a urgência nos aspectos precários migratórios na América Latina, foi firmado o compromisso de encontros bimestrais para atualização de dados do mapeamento e inserção de novos membros à equipe local, findando com um encontro nacional em dezembro de 2023 abrangendo toda a expansão esperada como fruto do mapeamento e divulgação e incidência política.

Foi finalizado o encontro da RFM-Brasil com a composição de equipes de governança, mídia e divulgação, advocacy e ações humanitárias, e por fim a nomeação de Frei João Paulo Gabriel, como facilitador desta rede, compondo a equipe de coordenação da RFM.

O grupo conheceu o Centro de Acolhida ao Imigrante – Casa de Assis e o Centro de Referência e Atendimento para Imigrantes – CRAI Oriana Jara, serviços do Sefras.

Frei João Paulo Gabriel, OFM FACILITADOR

PARÓQUIA BOM JESUS DOS PERDÕES DE CURITIBA REALIZA NATAL SOLIDÁRIO

Oprojeto Mesa Fraterna da Paróquia Bom Jesus dos Perdões de Curitiba (RJ) realizou, no dia 16 de dezembro, a ação social “Natal Solidário”, que atendeu mais de 300 pessoas em situação de rua e mais algumas famílias em estado de insegurança alimentar.

Neste dia foi servido o café da manhã e, na sequência, alguns serviços foram prestados: corte de cabelo, atendimento jurídico e roda de conversa. Ao meio-dia foi servido almoço para aproximadamente 438 pessoas. Já, à tarde, foi feito um bingo e, na ocasião, mais de duzentas pessoas participaram. No final da tarde, o encerramento teve a presença do Coral da Paróquia, distribuíção de kits

com doces, panetones e bolos.

O Projeto Mesa Fraterna nasceu no contexto da pandemia da Covid-19, atendendo ao chamado da Igreja Católica de Curitiba para construção de uma ação emergencial às necessidades básica da população em situação de rua. O projeto é realizado em parceria com: Paróquia Senhor Bom Jesus dos Perdões, Mitra da Arquidiocese de Curitiba, Pastoral do Povo da Rua, Cáritas Curitiba e Paróquia Imaculado Coração de Maria.

O projeto teve início no dia 27 de março de 2020, e devido à localização central e ao trabalho social já realizado com serviço de atendimento à população em situação de rua, a Paróquia Senhor Bom Jesus dos Perdões foi a escolhida. Atualmente, o projeto consiste na ofer-

ta do Chá Fraterno, oferecido duas vezes na semana no Restaurante Popular da Rua da Cidadania Matriz. Além dessa ação, é servido o Almoço

Fraterno uma vez ao mês nos Restaurantes Populares de Curitiba.

Durante o evento, contou-se com a participação dos irmãos e irmãs da Ordem Franciscana Secular (OFS), da Sociedade São Vicente de Paulo (Vicentinos) e da Toca de Assis.

Para a realização do Natal Solidário, foram recebidas doações de empresas parceiras: Pop House, Linea Verde, SANEPAR e Japadoca. O Colégio Bom Jesus e a Faculdade FAE contribuíram com doações arrecadadas em diversas campanhas realizadas entre os alunos e professores no mês de novembro de 2022. Além dessas contribuições, vieram doações da OFS, dos Vicentinos e da comunidade paroquial Bom Jesus. Também foram recebidas 300 cestas básicas para o atendimento emergencial às famílias necessitadas. Essas cestas são entregues mediante cadastro e visita às famílias.

Frei Camilo Donizete Evaristo Martins

SEFRAS APOSTA EM PROJETO INOVADOR COM

O ‘CENTRO DE REFERÊNCIA PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE RUA

OServiço Franciscano de Solidariedade (SEFRAS), em parceria com a Prefeitura Municipal de São Paulo, inaugurou no dia 22 de novembro, a sua sétima obra social na capital paulista, criando um espaço de convivência para atender crianças e adolescentes em situação de rua. Segundo Frei José Francisco de Cassia dos Santos, diretor-presidente da Ação Social Franciscana, trata-se de um projeto inovador, “porque quer ser uma iniciativa experimental, onde, a partir dele, torne-se uma política pública permanente”.

Autoridades eclesiais, políticas e civis, assim como colaboradores e colaboradoras do SEFRAS, prestigiaram a inauguração do projeto inédito na cidade de São Paulo. Ele será gerido pelos franciscanos

’

da Província da Imaculada Conceição e vai ocupar um prédio espaçoso na Rua Dom Antônio de Melo, 155, no bairro da Luz, região central de São Paulo. O Ministro Provincial, Frei Paulo Roberto Pereira, esteve presente, assim como Frei José Francisco, Frei Marx Rodrigues dos Reis, coordenador da Frente da Solidariedade para com os Empobrecidos e frades que trabalham no SEFRAS. Dom Carlos Silva, OFMCap, bispo auxiliar de São Paulo e Vigário Episcopal da Região Brasilândia, representou o Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer.

A secretária Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Soninha Francine, representou o Prefeito Ricardo Nunes. Além dela, secretários, vereadores e autoridades civis marcaram presença. O evento, que começou às 11 horas, foi abrilhantado por crianças, que são “símbolos de resistência e esperança”, como definiu Frei José Francisco, e que moram na Comunidade Jardim Peri Alto, onde o SEFRAS desenvolve um trabalho social. “É uma pequena mostra de seus talentos musicais que nós podemos desenvolver e apreciar a partir das crianças e dos adolescentes”, disse Frei José Francisco.

Para ele, abrir as portas deste projeto era motivo de muita alegria. “Nós queremos também, enquanto franciscanos, fazer coro com o Poder Público e também com todas as iniciativas da socie-

dade civil, de organizações, movimentos e entidades que lutaram e estão lutando para a construção de políticas públicas para a garantia de direitos e proteção da criança e do adolescente na nossa cidade”, explicou Frei José.

Ao lado dos pobres

O Ministro Provincial, Frei Paulo Pereira, lembrou que os franciscanos têm uma memória de cuidado, de atenção, de respeito à vida, herdados de Jesus Cristo, que quando “passou por esta terra nos ensinou não outra coisa senão sair de si mesmo e ir em direção do outro, especialmente do outro mais necessitado”.

“Tristemente nós tivemos de ouvir da maior autoridade católica deste Estado, que é o Cardeal, quase um pedido de desculpas por ser amigo dos pobres. Recentemente, Dom Odilo teve que dizer: ‘Cuidar dos pobres não é comunismo’, como se o comunismo fosse um pecado. A gente teve que lembrar que cuidar dos pobres não é um pecado. Cuidar dos pobres é um dever de todos nós”, recordou o Ministro Provincial.

Segundo ele, os franciscanos participam disso oferecendo, talvez, um matiz bem identificado não só pela cor do hábito, mas por aquilo que os frades herdaram: o senso de fraternidade. “Então, nós estamos ao lado dos pobres porque eles são nossos irmãos antes de qualquer outra qualidade. E, como irmãos, eles nos provocam, nos ensinam, exigem de nós. Por isso, a opção franciscana pelos pobres, porque queremos nos fazer com eles uma família a partir do senso de fraternidade. É importante que assim seja e a história dos últimos 500 anos da nossa história no Brasil tem a marca efetiva da Igreja Católica e de nós, franciscanos, sobretudo nas obras de caridade”, recordou Frei Paulo.

Dom Carlos Silva lembrou que o número sete na Bíblia é um número perfeito porque junta o céu e a terra. “Essa é a sétima obra que os franciscanos, em parceria com o Poder Público, realizam na cidade de São Paulo. Então, muito obrigado a esta parceria bonita em favor da vida. Lá no livro do Deuteronômio, capítulo 30, diz: ‘Diante de ti ponho a vida e ponho a morte. Escolhe, pois a vida’. Escolher a vida é ‘acolher, cuidar e defender’. É isso que está escrito na camiseta de toda a equipe. Que esta seja a missão de vocês!”, pediu.

Soninha Francine, secretária Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, lembrou que o SEFRAS é um dos grandes parceiros que a Prefeitura tem na área social, na área de imigrantes, na área da população de rua, e de crianças e adolescentes.

Para ela, esse é um centro de referência de portas abertas, de baixa exigência, de algo “que a gente precisa muito nas políticas públicas, de direitos humanos, nas políticas assistenciais, socioassistenciais, mas em especial de portas abertas para meninos e meninas em situação de rua”.

Uma gota no oceano

Segundo dados da ONG Visão Mundial, mais de 70 mil crianças e adolescentes vivem em situação de rua no Brasil, com 51% desse total tendo seus direitos violados todos os dias.

Localizado na região da Luz, o “Centro de Referência para Crianças e Adolescentes em Situação de Rua” vai desenvolver o mapeamento do perfil de seus atendidos (incluindo suas demandas e vínculos com o território de origem) e a articulação com os Fóruns Regionais dos Direitos da Criança e do Adolescente para reflexão sobre as realidades locais, além de promover rodas de conversa sobre a temática que envolve crianças e adolescentes em situação de rua.

Com relação aos serviços, serão oferecidos acolhida e escuta, atendimento individual (ou em pequenos grupos) e cuidados básicos (banho, alimentação e descanso), além de atividades socioeducativas em conformidade com a faixa etária. As famílias de origem dessas crianças e adolescentes também serão atendidas, com o intuito de fortalecer e recuperar vínculos afetivos e familiares.

Frei Paulo encerrou o evento com a bênção do local e a “Oração de São Francisco”.

Oprojeto do “Conexão Fraterna” dos jovens franciscanos da Província da Imaculada Conceição do Brasil levou o prêmio de Melhor Aplicativo para a internet na 54ª edição dos Prêmios de Comunicação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O anúncio foi feito no dia 23 de novembro, às 21 horas. Com produção da CNBB e da TV Evangelizar, pela primeira vez a solenidade ocorreu de forma híbrida – os finalistas participaram de maneira remota e os ganhadores, presencialmente, diretamente dos estúdios da TV Evangelizar, em Curitiba (PR).

Frei Augusto Luiz Gabriel, criador

“CONEXÃO FRATERNA”, APLICATIVO DOS JOVENS FRANCISCANOS DA PROVÍNCIA, É PREMIADO

COMO O MELHOR DO ANO PELA CNBB

do aplicativo “Conexão Fraterna”, contou que a notícia foi celebrada por toda equipe com muita alegria e gratidão. O frade representou a equipe em Curitiba e, ao ser chamado ao palco pelo jornalista Guilherme Machado, para receber o troféu Dom Luciano Mendes Almeida, categoria internet, traduziu em palavras o sentimento de inúmeros jovens que fizeram o projeto do “Conexão” ser consagrado como o melhor aplicativo de 2021-2022.

“Que alegria, que emoção estar aqui! Por vários anos ‘batemos na trave’, mas hoje estamos aqui testemunhando este dia muito emocionante”, comemorou Frei Augusto. “Quero agradecer a Deus, à CNBB e a toda equipe dos Prêmios de Comunicação por oportunizar este prêmio, por acreditar e incentivar nosso trabalho. Agradeço também a meus confrades

da Província da Imaculada, da qual sou frade franciscano, pelo incentivo e confiança. Aqui comigo trago alguns confrades que estão testemunhando este dia que é histórico. E especialmente manifesto minha gratidão ao time do ‘Conexão Fraterna’, projeto feito de forma totalmente voluntária e cuja missão é aproximar os jovens do carisma e da espiritualidade franciscana. Nós ga-

nhamos este prêmio, mas este prêmio não é nosso. É de todos os jovens que fazem com que o nosso projeto aconteça. Muito obrigado. Paz e Bem”, disse o frade emocionado.

Segundo Frei Augusto, entre os demais finalistas se destacaram ainda trabalhos de grande importância para toda a Igreja do Brasil. “A evangelização pela internet,

sem dúvida, teve importante papel durante o período da pandemia e veio para ficar. Isso se comprova pelos milhares de trabalhos inscritos na 54ª edição dos Prêmios de Comunicação da CNBB”, explicou.

Em cada categoria, uma equipe de profissionais espalhados pelo Brasil inteiro escolheu três trabalhos de cada ramo comunicacional. Na categoria Dom Luciano, que avaliou o trabalho do “Conexão Fraterna”, os professores de comunicação da PUC-Salvador formaram o júri técnico e cinco bispos da CNBB compuseram a equipe do júri pastoral.

Pelo segundo ano consecutivo, o Instituto dos Meninos Cantores de Petrópolis, com o Coral dos Canarinhos, foi um dos finalistas. Em 2021, concorreu também na categoria Dom Luciano Mendes de Almeida, com o Especial de 78 anos do Coral dos Canarinhos. Já em 2022, o curta-metragem “Canarinhos de Petrópolis – Tradição e Contemporaneidade”, foi um dos finalistas na categoria “Cinema – Margarida de Prata”. No entanto, não ganhou o prêmio.

A categoria Dom Luciano, que premia trabalhos na internet, aproveitou o momento para exibir cenas que viralizaram na internet durante a pandemia e divertiram não só os fiéis católicos, mas o público de forma geral, como aconteceu com um padre que estava rezando e deixou um filtro ativado no Instagram.

Foi uma noite especial em que a Igreja do Brasil homenageou a comunicação e a cultura do Brasil. Mais ainda pelo fato que, depois de dois anos de pandemia, o evento voltou a ser presencial e contou com plateia e Dom Edilson Soares Nobre, bispo da Diocese de Oeiras (PI) e membro da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação da CNBB, Dom José Antônio Peruzzo, Arcebispo de Curitiba, Rafael Alberto Alves, coordenador dos Prêmios de Comunicação da CNBB e os ganhadores de cada categoria.

Logo no início da premiação, os participantes acompanharam a Mensagem de Dom Walmor Oliveira de Azevedo, Arcebispo de Belo Horizonte (BH) e presidente da CNBB. “A CNBB, celebrando 70 anos de serviço ao povo de Deus, reconhece a importância da comunicação católica. Nossa Conferência Episcopal investe para que o estratégico campo da comunicação seja sempre e cada

vez mais instrumento de transformação do mundo ao sabor do Evangelho”, disse.

Dom Peruzzo, tomando a palavra, também discorreu sobre a importância dos Prêmios de Comunicação. Segundo ele, a grande missão da Igreja é comunicar. “Não para propagandear Jesus, mas para anunciar a sua pessoa, a sua palavra e a sua mensagem”.

Homenagem a Dom Phillips

Nesta edição o contemplado com a menção honrosa no Prêmio Irmã Dorothy Stang, que homenageia profissionais que se destacam ou se destacaram em sua atuação na comunicação, foi o jornalista britânico Dom Phillips, assassinado em junho de 2022, durante uma expedição no Amazonas.

O homenageado pela CNBB também deu a vida a favor dos povos que sobrevivem na Amazônia brasileira, assim como a irmã Doroth Stang, missionária norte-americana, que foi assassinada em Anapu, no Pará, em 2005.

“Dom era uma pessoa simples, gente como a gente”, disse sua esposa Alessandra Sampaio, em um vídeo gravado especialmente para a ocasião. A homenagem destacou que Dom Phillips apresentou ao mundo uma Amazônia desconhecida. Vivendo no Brasil há 15 anos e apaixonado pelo bioma, ele trocou a cobertura no mundo da música para se dedicar ao socioambientalismo.

Conexão Fraterna

Através de textos, vídeos e fotos, o objetivo do projeto “Conexão Fraterna” é mostrar como o franciscanismo combina com uma juventude cada vez mais conectada. O aplicativo “Conexão Fraterna” nasceu com o intuito de ser mais um canal de interatividade com o público.

Moacir Beggo (texto) e Roger Strapazzon (fotos)

Da esq. para dir.: Frei Roger Strapazzon, Frei Augusto Gabriel, Frei Caio Santos da Silva e Frei Leandro Ferreira Silva

CORAIS DOS CANARINHOS APRESENTAM ORATÓRIO DE NATAL E PÚBLICO LOTA A SALA CECÍLIA MEIRELES

No dia 19 de dezembro, o Coral dos Canarinhos e o Coral das Meninas dos Canarinhos de Petrópolis apresentaram o “Oratório de Natal” na Sala Cecília Meireles do Rio de Janeiro, uma das mais tradicionais do Brasil. O concerto contou com a regência de Marco Aurélio Lischt e a participação da Orquestra Sinfônica da UFRJ. O público lotou o evento, com ingressos esgotados dias antes da atração.

O espetáculo de Bach “Oratório de Natal Bwv 248 – Cantatas 1, 2 e 3”, exigiu muita preparação e disciplina dos jovens cantores e de toda a equipe do IMCP. Desde se-

tembro, mais de 60 coralistas estiveram ensaiando o repertório. Para este concerto, a apresentação foi dividida em três partes: I - “Alegrai-vos, regozijai-vos! Ide, louvai estes dias!”; II - “E havia pastores nos mesmos arredores” e “II - “Ó Soberano dos céus, atendei às nossas orações”. No final, o público não poupou os aplausos ao espetáculo.

CORAL DOS CANARINHOS É PREMIADO PELA ACADEMIA PETROPOLITANA DE LETRAS

receber esse prêmio da Academia Petropolitana de Letras é um reconhecimento e alegria para todos os franciscanos da Província da Imaculada Conceição e para todos que trabalham com o Coral dos Canarinhos. “São 80 anos ininterruptos de trabalho levando sempre em conta três elementos que nos últimos tempos em nosso país não tiveram apoio: a cultura, educação e o serviço social”, frisou.

“É uma alegria receber essa premiação e reconhecimento de uma instituição tão importante como a Academia”, concluiu Frei Marcos.

A Academia Petropolitana de Letras da Cidade Imperial (RJ) premiou o Coral dos Canarinhos de Petrópolis pelos 80 anos de fundação. O evento aconteceu às 19h do dia 1º de dezembro, no auditório Arthur Sá Earp Neto da Faculdade de Medicina de Petrópolis (UNIFASE).

Em 2022, o coro de meninos cantores mais antigo do país completou 80 anos desde sua criação em 1942 e a Academia Petropolitana de Letras comemorou seu centenário, já que foi fundada em 1922. Ambas as histórias são marcadas pelo pioneirismo e ousadia de educar através da música e da cultura.

Para Frei Marcos Antonio de Andrade, presidente do Instituto dos Meninos Cantores de Petrópolis (IMCP),

Frei Marcos foi convidado para subir ao palco pelo presidente da Academia Petropolitana de Letras, Leandro Garcia Rodrigues, que concedeu ao Coral dos Canarinhos o “Prêmio da Academia” para entidades culturais da cidade de Petrópolis. A indicação foi feita pela jornalista Carolina Freitas, grande entusiasta e apoiadora do trabalho do IMCP.

Outro destaque da noite foi a premiação do coro “Bienias & Prim”. O grupo é formado por ex-membros dos “Canarinhos de Petrópolis”, cujo nome faz uma homenagem aos mestres Frei Leto Bienias e Frei José Luiz Prim. Fundado em 6 de julho de 2019, atua em missas, casamentos, festas e eventos corporativos.

CORAL ARAUTOS DO GRANDE REI CELEBRA JUBILEU DE 50 ANOS NO NATAL

No dia 25 de dezembro, em plena festividade do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo, a cidade de Xaxim (SC) também comemorou o jubileu de 50 anos de fundação do Coral Arautos do Grande Rei de Xaxim. Criado por Frei Afonso Vogel, que faleceu em 3 de agosto de 2017, o Coral continuou sob a regência da maestrina Giseli Linhares, que está no Coral há 23 anos. Ela manteve o legado desta nobre instituição de ensino, a exemplo do mestre, ministrando diariamente suas aulas de música para as crianças e jovens que desfrutam dos ensaios, mesmo em momentos de grandes dificuldades financeiras. Para Frei Afonso, a música era um meio pedagógico para o desenvolvimento destas crianças, além de levar arte a todas as pessoas.

O Coral Arautos do Grande Rei foi fundado em 1972, quando fez a primeira apresentação na Missa de Natal. Desde então, o Coral não parou mais de fazer apresentações na cidade, no Estado e no país. É hoje a mais antiga instituição de ensino musical da região, desde 1975 faz parte da Liga Artística do Alto Uruguai, em 1979 ingressou na Federação de Meninos Cantores do Brasil, sendo declarado de utilidade pública em 1984.

Neste Natal, esse jubileu foi celebrado durante a Santa Missa na Igreja Matriz São Luiz Gonzaga de Xaxim, às 8h30, tendo como presidentes da celebração Frei Jacir Antonio Zolet e Frei Alan Maia de França Victor. Pela 50ª vez, o Coral cantou e abrilhantou a Missa de Natal.

Segundo Giseli, um concerto de comemoração do Jubileu no ano que vem será realizado no dia 17 de março, data do aniversário do fundador Frei Afonso. “Hoje foi a missa tradicional de Natal. Muitos anos que cantamos nessa data, que marca o dia da fundação do Coral”, lembrou a maestrina. Atualmente, o Coral é uma instituição jurídica, com autonomia financeira que não possui vínculo com a instituição religiosa.

“O Coral Arautos do Grande Rei surgiu a partir de um grupo de coroinhas sob a tutela do Frei Afonso Vogel, que levou seus ensinamentos através de gerações de meninos e meninas cantores. Hoje, lembramos

com carinho de quem dedicou sua vida à música, educação e fé, sempre com muito amor, paciência e serenidade”, recorda Gisele, que ingressou no Coral com 8 anos em 1990.

“Nosso objetivo continua o mesmo de fundação: Cantar na igreja matriz são Luiz Gonzaga”, lembra Gisele.

Em outubro último, o Coral participou, do dia 10 ao dia 16, da XVII edição do Congresso Nacional Pueri Cantores, sediado, neste ano de 2022, na cidade de Passos, em Minas Gerais. O congresso, contando com a presença de 14 corais de diferentes regiões do Brasil, tem por intuito proporcionar a mútua partilha entre às experiências destes grupos corais e evidenciar a beleza da música sacra para o cenário nacional.

Em 1971, Frei Afonso foi transferido para Xaxim. Padre novo, com 38 anos, chegou para ser vigário numa paróquia grande. Em 1972, num ensaio de canto para 20 coroinhas, nasceu o coral.

A sede do Arautos, ao lado esquerdo da matriz, foi inaugurada em 81 e depois foi ampliada. Nos primeiros oito anos de sua existência, o Coral ensaiava no 1º andar da casa canônica de Xaxim. São 250 metros quadrados construídos, divididos em salas de ensaios, diretoria, saleta para guarda-roupas e dois vestiários com banheiros.

CONSULTORIA SOLIDÁRIA

DA FAE ENCERRA PRIMEIRA ETAPA

Os cerca de 50 estudantes do 4.º ano do curso de Administração da FAE Centro Universitário que prestaram assessoria voluntária para empresas apresentaram os resultados das ações do ano de 2022. No total, 15 empreendedores do comércio de Curitiba e região metropolitana conseguiram melhorar o andamento dos seus negócios depois de aderirem ao projeto Consultoria Solidária, idealizado pela FAE em parceria com a Fecomércio/PR e o Sebrae/ PR. Eles receberam um certificado em cerimônia realizada na FAE de São José dos Pinhais.

O Consultoria Solidária alia benefícios tanto para os estudantes como para os empresários: os alunos têm a oportunidade de experimentar na prática o que aprendem na teoria com as consultorias gratuitas; e os empresários melhoram seus negócios com as dicas dos acadêmicos, que são acompanhados pelos professores e pelos consultores do Sebrae/PR.

Durante a cerimônia, o professor da FAE e gestor operacional da Consultoria Solidária, Valter Pereira Francisco Filho, afirmou que o projeto faz parte da missão do Grupo Bom Jesus – auxiliar quem mais precisa – e que,

assim, a parceria não poderia deixar de dar certo. “Foram poucos meses, mas andamos muito com o projeto. E isso principalmente devido ao empenho dos nossos alunos”, disse o professor. Durante a cerimônia, o vice-presidente da Fecomércio/PR, Paulo Salesbran, afirmou que os benefícios são para a sociedade como um todo, e o que é ainda melhor: de forma solidária. “Sabemos que cada pessoa tem uma habilidade. E, juntando a habilidade de cada um com a solidariedade, essas parcerias se solidificam ainda mais”, salientou Salesbran.

O diretor de Relações Corporativas da FAE, Paulo Cruz, disse que a Consultoria Solidária mostrou o quanto as empresas compreendem a importância da academia para a sociedade. O vice-presidente do Grupo Educacional Bom Jesus, Frei Daniel Dellandrea, falou da importância da educação na construção de uma sociedade mais próspera. “Não há como preparar alunos sem eles terem a capacidade de serem agentes do bem”, afirmou. O coordenador do FAE Social, Frei Claudino Gilz, realizou a bênção final do balanço das ações.

Também estiveram presentes no evento o superintendente da Fecomércio/PR, Eduardo Luiz Gabardo Martins, e o coordenador de Desenvolvimento Empresarial, Rodrigo Schmidt. O Sebrae/PR foi representado pela gerente da área de Gestão de Projetos e Inovação de Produtos, Joana D’Arc de Melo.

Assessoria da FAE

PEREGRINAÇÃO PELO VALE DE

FRADES FRANCISCANOS INAUGURARAM O 8º CENTENÁRIO

Um ano após o 800º aniversário da aprovação da Regra de São Francisco pelas mãos do Papa Honório III, em 29 de novembro de 2022, a Família Franciscana reuniu cerca de 200 religiosos para uma peregrinação a pé, de Fonte Colombo, santuário da Regra, para a cidade de Rieti.

“Toda vez que nos colocamos novamente na estrada, sabemos que reaviva a faísca que nos levou a seguir o Evangelho”. Foi assim que Frei Massimo Fusarelli, Ministro geral, abriu a peregrinação com cerca de duzentos franciscanos (frades, freiras, seculares), que responderam ao convite deste evento, nesta primeira reunião que o mundo franciscano inaugura com os octocentenários em 2023: a Regra Bulada e o que a história nos transmitiu como a representação de Belém, que teve lugar em Greccio em 1223.

A mobilização tem sido realmente

RIETI.

grande. A administração municipal, as autoridades locais, os religiosos de várias províncias italianas, os frades menores, os capuchinhos e o conventuais, se reuniram na cidade central italiana para caminhar juntos nos vestígios do Poverello.

Em Rieti, a Celebração Eucarística, que teve cerca de oitenta concelebrantes na igreja de Santo Agostinho, repleta de fiéis, foi presidida pelo Cardeal José Tolentino de Mendonça, Prefeito do Discaterio da Cultura e Educação. Também participou da celebração Dom Doménico Pompili, bispo emérito da Diocese e atual administrador apostólico. O cardeal, cada vez mais próximo afetivamente do mundo franciscano, expressou seu vivo interesse no caminho que acabou de ser empreendido e, em sua homilia, ele ofereceu aos participantes três “ênfases” de nosso carisma que devem ser promovidos, começando por obediência apaixonada ao Evangelho:

“Em relação ao Evangelho, São Francisco viveu como se sua verdade fosse realmente certa”, disse Tolentino. “O Evangelho deve ser vivido ao pé da letra. A grande tentação é deixar o Evangelho na gaveta e viver com outras palavras; não se deve viver como um ideal, mas como uma vida verdadeira”.

O cardeal também falou sobre a pobreza: “Temos que recuperar a liberdade diante dos bens, o que gerará modelos de existência verdadeiramente alternativos na cultura dominante. É por isso que não devemos ter medo. Não tenha medo de construir

minorias. A economia que mata deve ser neutralizada com a cultura do bem comum. O dinheiro é uma segurança ilusória que facilmente mata a justiça e a beleza. Hoje, de fato, a religião é facilmente desacralizada, enquanto o dinheiro é considerado um ‘espaço sagrado’”.

A última ênfase é o lembrete de que nosso tesouro está no céu: “A maneira como Francisco escolheu viver na terra e com as criaturas nos leva a buscar o Criador. É interessante que a beleza e o

chamado em grego tenham a mesma raiz: a vida é a profunda escuta da beleza deste chamado de Deus. Francisco é um mestre para nós. Hoje, temos muitos especialistas e poucos mestres capazes de criar novas narrativas, mestres do risco da fé, da poesia do Evangelho. O que dá fundamento à vida é a sabedoria, isto é, a visão geral de nossa existência, vendo o que fomos e o que seremos”.

Assim, tudo está preparado para iniciar um triênio de celebrações com a consciência e o compromisso que, como disse o Ministro geral diante do Papa na última reunião com a coordenação dos centenários, tudo não será resolvido em um ato de celebração, em algumas placas para inaugurar, mas serão uma ocasião de renovação evangélica e sincera.

FONTE: HTTPS://WWW.FRATIMINORIFRANCECANI.ORG

Por ocasião da solenidade do Natal, o Ministro geral, Frei Massimo Fusarelli, presidiu no dia 24 de dezembro de 2022, a Missa do Galo em Greccio, Itália.

Greccio está localizada na província de Rieti e, em 2023, celebra 800 anos do nascimento do presépio. Na véspera da noite de Natal de 1223, São Francisco criou o primeiro presépio da história do Cristianismo. Ao longo de oito séculos esse lugar tem sido meta incessante de dezenas de milhares de peregrinos por ano, de todas as partes do mundo.

“Esta noite de Natal em Greccio também é atravessada pela luz, não das nossas tochas, como no tempo de

Francisco, mas da esperança de que precisamos urgentemente neste tempo sombrio em que vivemos. Esperança como palavra-chave para este Natal. A esperança, sabemos, não é otimismo, mas poder que nos permite ver uma grande luz mesmo quando caminhamos no escuro, como cantava Isaías. Esta certeza abre-nos para o futuro, permite-nos perscrutar o horizonte para além da nossa pequena visão”, disse Frei Massimo na sua homilia.

“A todos um Feliz Natal de Jesus Cristo em nossa carne mortal, invocando para o mundo o dom da paz na justiça, para uma nova humanidade”, desejou Frei Massimo. FONTE:

MINISTRO GERAL EM GRECCIO: ESPERANÇA, SILÊNCIO E FRAGILIDADE PARA VIVER O NATAL

Frei Cássio Vieira de Lima

Faleceu no dia 29 de novembro, às 13h09, no Hospital Marcelino Champagnat, em Curitiba (PR), Frei Cássio Vieira de Lima, aos 101 anos de idade. Frei Cássio sofrera uma queda no início de novembro, fraturando duas costelas. Internado desde então, nas últimas semanas desenvolveu uma inflamação no tórax e foi descoberto um problema nos rins. Seu quadro de saúde foi se agravando, deixando-o cada vez mais fraco. Ele também foi deixando de se alimentar e se comunicar até vir a óbito.

A Fraternidade Senhor Bom Jesus dos Perdões celebrou as Missas Exequiais às 7h e 9h30 do dia 30 de novembro. O enterro foi realizado no Cemitério São Francisco, em Curitiba.

Que o nosso confrade falecido, pela misericórdia de Deus, descanse em paz!

O FRADE MENOR

Frei Cássio Vieira de Lima nasceu em 22 de agosto de 1921, em Japurá, estado de São Paulo. Proveniente de uma família simples e muito pobre é o mais velho de cinco irmãos. Seu pai se chamava Olímpio de Paula Vieira e sua mãe, Rita de Paula Vieira, a quem o frade responsabiliza por seu discernimento vocacional. Segundo Frei Cássio, quando tinha mais ou menos sete anos, ouviu sua mãe dizer: “Gostaria que você fosse padre!”. Ele lembrava que ela sempre falava sobre a Igreja e religião. “Nos momentos de orações e do terço, comecei a entender um pouco a religião, Deus… mas era um entendimento muito pequenino. O que eu queria mesmo, talvez, fosse primeiramente satisfazer a vontade da minha mãe. Mais tarde é que

fui entender que ela tinha o desejo mais sagrado para minha vida, e deu certo!”, reconheceu.

Frei Cássio contava que na sua cidade não havia padre e sequer uma única missa. “Lembro-me de que, numa ocasião, especialmente quando fui crismado, apareceu alguém que não sabia se era bispo ou padre, e celebrou minha crisma… Essa ideia da minha mãe entrou na minha cabeça, e ficou”, contou em entrevista a Frei Augusto Luiz Gabriel, para a série “Nossos Frades”. Mas, como frisou, não tinha noção do que era ser padre religioso ou diocesano. Mais tarde, sua mãe veio a falecer (3 de abril de 1930) e, em 1935, entrou no seminário, entendendo a diferença de padre secular e religioso. “Foi um franciscano que apareceu na minha paróquia e me ‘conquistou’. Nesse dia, estava acompanhado de minha avó, uma senhora muito católica e dedicada, que falou com ele. Era o Ministro Provincial daquele tempo. Então, fui para Rio Negro (PR) e comecei a minha vida de seminarista”, recorda.

Ele conta que sua avó, a exemplo de sua mãe, era muito religiosa. “Nós rezávamos o terço todas as noites em casa. Ela me mandava, sozinho, para a Igreja rezar. Eu não sabia admirar isso naquele tempo, e nem explicar, mas de alguma forma já estava embevecido pela capacidade da vida religiosa que ela tinha. Ela queria que eu fosse padre, indiferentemente, se fosse religioso ou secular”, avaliou.

Frei Cássio ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 20 de dezembro de 1941 e fez a profissão solene no dia 21 de dezembro de 1945. Foi ordenado presbítero no dia 16 de julho de 1949. Para ele, a definição de ser franciscano aconteceu vendo os padres franciscanos do Seminário de Rio Negro. “O que eu vi, especialmente nos primeiros anos do Seminário de Rio Negro, como o esforço dos frades, a seriedade deles e a capacidade

Dados pessoais, formação e atividades

Nascimento: 22 de agosto de 1921

Naturalidade: São João da Boa Vista (SP)

Seminário Menor: 1936 - Fraternidade São

Luís de Tolossa, de Rio Negro (PR)

Admissão ao Noviciado: 20 de dezembro de 1941

Primeira Profissão: 21 de dezembro de 1942 (79 anos de vida religiosa)

Profissão Solene: 21 de dezembro de 1945

Ordenação Presbiteral: 16 de julho de 1949 (73 anos de ministério presbiteral)

1951 - Fraternidade Santo Antônio (Blumenau, SC), como leitor.

1952 - Fraternidade Santo Antônio (Florianópolis, SC), como vigário paroquial.

1953 - Fraternidade de Nilópolis (RJ).

1956 - Fraternidade Santa Cruz (Palmas, PR).

1959 - Fraternidade Bom Jesus dos Perdões (Curitiba, PR), como vigário paroquial, vice-diretor da Pia União de Santo Antônio.

1976 - Toma posse como prefeito municipal de Planalto (PR).

1977 - Fraternidade São Pedro Apóstolo (Pato Branco, PR), ainda prefeito municipal de Planalto (PR).

1980 - Fraternidade Bom Jesus dos Perdões (Curitiba, PR), como diretor geral da Colônia São Roque (Piraquara, PR), professor e capelão do Colégio Militar de Curitiba.

1983 - Passa a viver em Piraquara (PR), atuando como vigário paroquial e, mais tarde pároco da Paróquia Senhor Bom Jesus.

2006 - Passa a viver em Curitiba (PR), atuando como pároco da Paróquia Santa Madalena Sofia.

2016 - Fraternidade Bom Jesus dos Perdões (Curitiba, PR), como atendente conventual.

que eles tinham de colocar dentro de nós a vontade de ser bom, de ser padre/frade, de ser amigo de Deus, influenciou toda a minha vida”, homenageou, ressaltando que esse testemunho continuou no noviciado de Curitiba e no tempo da Teologia.

Para ele, a Ordem Franciscana é “a melhor coisa que Deus mandou aqui para terra” e a melhor escolha que alguém pode fazer na vida é ser franciscano, tanto os homens que se tornam irmãos leigos e padres, como as mulheres que se tornam freiras, especialmente as Clarissas. Ser franciscano é um grande grau de santidade e uma espécie de garantia para conquistar a vida eterna”, frisou.

Frei Cássio conta que gostava muito de estudar. Tanto que falava latim, grego, francês e português, línguas que aprendeu em Rio Negro e alguns idiomas por sua conta, totalizando 11. “Quando deixo de estudar por um dia, sinto que falta algo dentro de mim. É como se eu não tivesse almoçado. Gosto e acredito que todo padre deveria estudar, claro que em graus diferentes, mas o estudo faz parte da nossa vocação. Nele aprendemos a raciocinar, e quem não raciocina não está fazendo a vontade de Deus”, enfatizava.

LONGEVIDADE

Neste ano, Frei Cássio celebrou 101 anos, tornando-se o único frade centenário da Província. Para ele, ser um centenário não existe segredo. “Acredito que deveria existir antes prudência. Por exemplo, não sei comer rapidamente. É um problema meu aqui na Paróquia Bom Jesus dos Perdões. Não consigo almoçar em menos de 45 minutos”, revelou. Segundo ele, nunca pensou em comer bem para viver bastante. “Nunca pensei nisso. Eu também não pensava que iria ficar tão velho. No meu tempo, os padres morriam mais cedo. Eu via isso e também achava que aconteceria assim comigo. Mas Deus fez o caminho de outro jeito comigo. Fui vivendo, vivendo e, quando percebi, estava com 90 anos. Agora, com 97, espero passar dos 100!” E passou!

Nesses 101 anos de vida, chegou a ser prefeito de Planalto nos anos 70, onde ficou até 1981. “Olha, era o tempo do Governo Militar, e esse governo tinha estabelecido que todos os municípios do Brasil, com limites com outro país, deveriam ser governados por prefeitos nomeados. Então, acredito que alguém me indicou pelo fato de ter sido professor do Colégio Militar de Curitiba, onde lecionei por 19 anos. Quando me fizeram o anúncio, levei um susto e disse: ‘Eu não posso, sou padre’. Perguntaram, então, quem deveria resolver isso na minha Província. Expliquei que era o Ministro Provincial, Frei Antônio Nader. E, de antemão, já disse que ele não iria autorizar. Fiquei sabendo pelo Governador, logo depois, que seria o novo prefeito de Planalto. Ainda desconfiado liguei para o Provincial e perguntei se de fato não haveria nenhum problema em aceitar e ele me disse: ‘Estou sabendo e concordo que você seja o novo prefeito’. Eu fiquei espantado. Foram 5 anos de mandato”, contou. Um outro desafio de Frei Cássio foi a construção da Igreja Santa Madalena Sofia, de Curitiba.

Na celebração de 101 anos, em agosto passado, o aniversariante fez a reflexão da celebração e escolheu a Mensagem do Papa Francisco para o II Dia Mundial dos Avós e Idosos, com o título.

O guardião Frei José Idair Ferreira Augusto fez a seguinte homenagem ao sênior da Província: “Saber viver”. Não sei se a vida é curta ou longa demais para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido se não tocamos o coração das pessoas. Muitas vezes basta ser colo que acolhe, braço que envolve, palavra que conforta, silêncio que respeita, alegria que contagia, lágrima que corre, olhar que acaricia, desejo que sacia, amor que promove. Isso não é coisa do outro mundo, é o que dá sentido à vida, é o que faz com que ela não seja nem curta nem longa demais! Mas que seja intensa, verdadeira, pura enquanto durar”.

R.I.P

Conselho de Evangelização (on-line)

a 01 Assembleia do Secretariado da Formação e Estudos (São Paulo, SP)

a 05

dos Irmãos

Caminhada Penitencial de Frei Bruno (Joaçaba, SC)

MAIO 08 a 11

Reunião dos Guardiães e Coordenadores de Fraternidade (Agudos, SP)

JULHO 03 a 07

Reunião do Definitório Provincial (Rodeio, SC)

SETEMBRO 07 a 10

Fórum da Formação e Estudos (Agudos, SP)

Festa de Nossa Senhora da Penha (Vila Velha, ES) 18 a 20

Reunião do Definitório Provincial (São Paulo, SP) 24 a 28

Reunião da CFM&CS (Franca, SP)

Para 2023, os bispos do Brasil convidam os membros da Igreja Católica e a sociedade brasileira, em geral, a refletir, à luz da fé, o problema da fome no país, convictos de que ela é uma realidade que assola uma multidão.

Com o tema “Fraternidade e Fome” e o lema “Dai-lhes vós mesmos de comer!” (Mt 14, 16), a CF é um convite a promover um diálogo sobre a problemática da fome, à luz da fé cristã, além de propor caminhos em direção a um humanismo total e solidário.

Pela terceira vez o tema da fome é tratado na Campanha da Fraternidade pela Igreja no Brasil. A primeira foi em 1975, com o tema “Fraternidade é repartir” e o lema “Repartir o pão”, no clima do Ano

Eucarístico que precedeu o Congresso Eucarístico Nacional de Manaus, que trazia o mesmo tema e lema e desejava intensificar a vivência da Eucaristia em nosso povo. A segunda foi em 1985, por ocasião de outro Ano Eucarístico. Naquele ano, preparava-se o Congresso Eucarístico de Aparecida, com o lema “Pão para quem tem fome”. Depois do 18º Congresso Eucarístico Nacional, realizado em Recife (PE) de 11 a 15 de novembro de 2022, com o tema “Pão em todas as mesas”, a Igreja no Brasil voltará a refletir, em 2023, o flagelo da fome. O lema escolhido pelos bispos do Brasil é uma ordem de Jesus aos seus discípulos: “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14,16).

A HOMENAGEM DO PAPA FRANCISCO A BENTO XVI

Por falar em amabilidade, neste momento, o pensamento se volta espontaneamente para o querido Papa emérito Bento XVI, que nos deixou esta manhã. Com comoção recordamos a sua pessoa tão nobre, tão amável. E no coração sentimos tanta gratidão: gratidão a Deus por tê-lo dado à Igreja e ao mundo; gratidão a ele, por todo o bem que fez e, sobretudo, por seu testemunho de fé e oração, especialmente nestes últimos anos de sua vida retirada. Só Deus conhece o valor e a força da sua intercessão, dos seus sacrifícios oferecidos pelo bem da Igreja.

O Papa emérito morreu às 9h34 do sábado, 31 de dezembro. O funeral foi na quinta-feira, 5 de janeiro, às 9h30 locais na Praça São Pedro.