Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil
FEVEREIRO de 2019 • ANO LXVII • N o 02
primeira profissão em rodeio
Frei César: “O Noviciado não nos deixa prontos. Ele é o fundamento!”
SUMÁRIO MENSAGEM DO GOVERNO PROVINCIAL
Chegar e partir: dois lados da mesma viagem............................................................................ 83
FORMAÇÃO PERMANENTE
CF 2019: Superando a dualidade no campo da fé e da política....................................... 86
FORMAÇÃO E ESTUDOS
Dezessete jovens fazem a Primeira Profissão em Rodeio...................................................... 88 Começa o Noviciado 2019 em Rodeio............................................................................................. 98 Entrevista: Frei Rodrigo, o novo Mestre dos noviços.............................................................102 Nasce a Casa-Mãe de Angola com a 1ª turma de noviços................................................104 Frei Leandro Santos será ordenado presbítero dia 9 de fevereiro................................110 ITF passa a oferecer curso de Teologia EAD................................................................................113 Primeira Missa de Frei João Bunga...................................................................................................114
FRATERNIDADES
SÉRIE NOSSOS FRADES: Frei Regis Guaracy Ribeiro Daher.........................................118 Forquilhinha se despede dos Franciscanos................................................................................124 O “Natal Feliz” de Curitibanos...............................................................................................................127 Sucesso na 1ª Mostra Franciscana de Presépios em Blumenau.....................................128 Valongo realiza a 25ª Exposição Franciscana de Presépios...............................................129 Verão2019: Fiéis lotam Convento da Penha na primeira Missa à noite.....................130
SAV
8ª Caminhada Franciscana da Juventude reúne cerca de 800 jovens em Curitibanos...............................................................................................132
EVANGELIZAÇÃO
FAE: Alunos e professores engajados no desenvolvimento sustentável..................143 A visita fraterna do Ministro Provincial a Angola.....................................................................144
CFFB
Comunidade carente de Vitória acolhe o novo Arcebispo...............................................146
CFMB
Novo Definitório na Província Santa Cruz....................................................................................148 Província do Maranhão e Piauí tem novo Governo...............................................................149
OFM
São Francisco de Assis acompanha o Papa nas viagens aos Emirados Árabes e Marrocos.......................................................................................................150
Agenda ....................................................................................................................................................152
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mensagem
Chegar e partir: dois lados da mesma viagem
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trem que chega é o mesmo trem da partida”, diz a letra da música “Encontros e Despedidas”, de Milton Nascimento. Na mesma canção, o autor garante que “chegar e partir são só dois lados da mesma viagem”, além de explicar que a plataforma da estação é a vida. Eis que, ainda vivendo a dinâmica do Capítulo Provincial, estamos em fase de conclusão do “ir e vir” das transferências, elemento integrante da proposta de itinerância que assumimos como Irmãos Menores. Muda quem vai, quem chega, quem permanece. Muito mais intenso do que o movimento exterior de bagagens, viagens e mudanças, é a expectativa interna que envolve este processo, capaz de provocar frio na barriga até mesmo dos mais experientes jubilados na Vida Franciscana. FEVEREIRO de 2019 – comunicações
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MENSAGEM
A palavra da hora neste momento de transição, e certa turbulência, é “acolhida”, expressa em gestos visíveis e também em posturas que não são captadas pelos sentidos, mas sentidas no coração. Providenciar um ambiente agradável para o irmão que chega, auxiliar no trânsito do irmão que sai, criar uma atmosfera fraterna a fim de que todos se sintam acolhidos, amados e úteis, são atitudes que deixam profundas marcas de gratidão e contentamento no interior de quem vive tais experiências. Cuidar carinhosamente deste processo é passo fundamental para que tenhamos um triênio vibrante e produtivo em nossa missão evangelizadora. Trabalho não falta. O atendimento qualificado em nossas Frentes de Evangelização, os passos concretos no processo de redimensionamento que, juntos, assumimos em Capítulo, as metas e compromissos que abraçamos a partir dos apelos do mundo, da Igreja e da Ordem, o cultivo de uma vida fraterna cheia de graça e sentido são interpelações que devem nos acompanhar e por elas precisamos manter a firme disposição de “suar a camisa”. Voltando à máxima da canção, se temos consciência de que “chegar e partir são dois lados da mesma viagem”, é muito importante que, aliado ao “onde” fomos chamados em missão, tenhamos sempre presente o “como” devemos nos empenhar para viver esta
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mesma missão e, para esta orientação, instrumentos não nos faltam: 1) O primeiro e fundamental é o Evangelho. Desta fonte inesgotável, Francisco recebeu a inspiração para determinar que fôssemos chamados de Frades Menores, mirando-nos em Jesus, o Irmão Menor por excelência. 2) Sobre o pilar do Evangelho que, para além de um texto é a própria pessoa de Cristo, Francisco redigiu a Regra da Ordem dos Frades Menores, outro importante guia para orientar e dirigir nossos passos na missão. 3) Destas fonte originárias, brota uma infinidade de textos, documentos, planos, diretrizes e projetos que jamais devem ser reduzidos ao status de mera letra, mas como vida que se encarna e experiência que se vive organizadas no papel a partir de um discernimento cuidadoso, fruto da escuta atenta dos apelos da realidade. Estamos todos no mesmo barco. Ninguém viaja sozinho. Por isso, não tenhamos medo de nos colocarmos à disposição um do outro. Vivemos um tempo de desafios e, juntos, é que vamos conseguir superá-los. Por isso, neste mês de fevereiro, quando iniciamos mais um ano de vida e missão, o grande apelo é para que sigamos em frente e que “ninguém solte a mão de ninguém”.
Frei César Külkamp
Frei Gustavo Medella
Ministro Provincial
Vigário Provincial
comunicações – FEVEREIRO de 2019
Mensagem
Nota sobre a posse de armas de fogo e outros temas atuais A questão sobre a posse de armas de fogo e outros temas atuais: considerações a partir da ótica franciscana “Mas sejam mansos, pacíficos e modestos, brandos e humildes, falando a todos honestamente, como convém” (Regra Bulada da Ordem dos Frades Menores 3,12). Estimados irmãos e irmãs, paz e bem! Diante da repercussão na sociedade do Decreto Presidencial 9685, de 15 de janeiro de 2019, que simplifica e facilita o acesso às armas de fogo para os cidadãos brasileiros, venho, em comunhão com os irmãos da Ordem Franciscana Secular (OFS) no Brasil, que já se pronunciou sobre o tema, em nome dos frades da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, da Ordem dos Frades Menores (OFM), manifestar grave preocupação diante dos possíveis efeitos que tal decreto pode produzir e total discordância diante de qualquer direcionamento legal que possa propiciar a difusão e o aumento do uso das armas de fogo pela população. Tal posicionamento brota do compromisso irrenunciável com a promoção da paz e da justiça do qual não podemos nos dispensar se desejamos nos manter fiéis à força medular (2Cel 208) do Evangelho que sustenta a Vida e a Regra de nossa Ordem, fundada por São Francisco de Assis.
Ainda sobre este tema, nossas Constituições Gerais (CCGG) dizem:
“Conscientes também dos atrozes perigos que ameaçam a humanidade, os irmãos denunciem com firmeza toda espécie de ação bélica e a corrida armamentista, que são uma chaga extremamente grave para o mundo e sumamente lesiva
aos pobres e não poupem trabalhos e sofrimentos na Construção do Reino do Deus da Paz”. (CCGG, art. 69, par. 2º).
O mesmo texto pede de nós também:
“Quando se encontrarem com os grandes, com os poderosos e com os ricos, os irmãos não os desprezem nem julguem, mas humildemente os admoestem a fazerem penitência também eles e a restituir todos os bens ao Senhor Deus,
sempre presente nos pobres. A exemplo de São Francisco, dirijam-se os Frades Menores aos homens que ameaçam a vida e a liberdade, para anunciar-lhes a boa-nova da reconciliação e da conversão e a esperança de uma vida nova” (CCGG, art. 98, par. 1º e 2º). Sendo assim, peço encarecidamente aos confrades e leigos engajados em nossas Frentes de Evangelização que, sem rixas ou polêmicas, atuem como agentes esclarecedores diante desta questão, lançando mão dos elementos de nossa espiritualidade, do Magistério da Igreja,
especialmente do Papa Francisco, e também dos numerosos estudos e pesquisas que demonstram não ser este o caminho para a superação da violência, mas, ao contrário, uma forma de disseminá-la ainda mais. Também solicito especial atenção em relação a temas presentes na agenda atual e que digam respeito à retirada de direitos dos povos originários (indígenas), à criminalização de movimentos que trabalham pela justiça social, ao extermínio de jovens pobres e negros, à assunção de projetos pautados na destruição da natureza e de nossa Casa Comum e a outras iniciativas que estejam em dissonância com o Espírito do Evangelho. Em tempos de desafio, a união se faz ainda mais necessária. Em relação aos agentes da lei, apelo para a consciência da responsabilidade que exercem e do compromisso democrático que assumiram com a promoção do bem comum, objetivo fundamental da República Federativa do Brasil, conforme versa inciso 4º, art. 3º de nossa Constituição: “Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”. Trago em minhas orações nossa pátria e nação, assim como o povo brasileiro, para que, juntos, tenhamos a ousadia e o compromisso de construirmos um país sem ódio, sem violência, sem morte, sem armas. Com estima fraterna, São Paulo, 22 de janeiro de 2019.
Frei César Külkamp, OFM Ministro Provincial
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formação permanente
Superando a dualidade no campo da fé e da política
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uperar as dualidades sociais e existenciais que interferem ou comprometem nossas ações e comportamentos cotidianos em relação à fé e à política, é o primeiro passo para o agir na Campanha da Fraternidade de 2019. Ela, ao afirmar que o direito e a justiça são condições para a liberda-
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de (ls 1,27), reconhece que a política é intrínseca à fé, e que a prática da fé também é um exercício político. Portanto, fraternidade e Políticas Públicas fazem parte da vocação humana e devem nortear as ações dos homens e mulheres que, na política, defendem a dignidade humana.
formação permanente
Em muitas situações, as dicotomias observadas entre a fé e a vida na espiritualidade humana são manifestações conscientes ou inconscientes, que se estabeleceram ou foram provocadas pelo sofrimento delineado, por se entender que a vida se desenvolve apenas entre “bem ou mal”. Nesse circunstancial, o medo pode nos distanciar das realidades sociais que foram ou são construídas para legitimar o poder , fazendo fracassar os processos coletivos e as organizações populares do “bem viver”. Outros condicionantes que interferem ou dificultam a conexão entre a fé e a vida no cotidiano existencial das pessoas são as afirmações institucionais ou pessoais apresentadas de um determinado “lugar” em que a predominância é o poder. Tais afirmações, ao relativizar suas manifestações em verdades absolutas, excluem os demais posicionamentos, como é o caso do poder midiático que normalmente criminaliza um lado para favorecer o outro. Estar atento ao Evangelho, fazer dele o caminho para uma espiritualidade integral, eliminando as distorções entre fé e vida que a sociedade moderna utiliza para legislar em causa própria e, com isso, legitimar o analfabetismo político e religioso que, em nossa sociedade, destina-se aos mais empobrecidos. Precisamos perceber que a ausência das Políticas Públicas impossibilita a própria prática do Evangelho. Ao reconhecer que a fraternidade exige Políticas Públicas e que elas são condicionantes para se viver em fraternidade, a Igreja Católica, através desta Campanha, nos desafia a testemunhar a justiça participando efetivamente da política, quer seja defendendo, exigindo ou construindo Políticas Públicas que assegurem a vida e a dignidade das pessoas. A prática, as ações, e as intervenções sociais e religiosas exercitadas por Jesus de Nazaré, seus discípulos, mártires e santos de nossos dias, não nos deixam dúvidas sobre a necessária construção humana e social do Reino. Enganam-se os que asseguram que ele é apenas uma construção pessoal, pois o Reino é de todos e para todos, portanto sua construção é coletiva e deve envolver todos os seus destinatários. Ignorar essa construção ou desvinculá-la de nossas ações sociais é ignorar a história, que continua a nos surpreender com o mesmo questionamento que Deus fez a Caim: “Onde está o teu irmão”? Deus não surpreende Caim pela dimensão do culto, ou seja, pelo significado de sua oferta, mas por perguntar pelo seu irmão, que ele sabia onde estava. Como Caim, também estamos sendo surpreendidos por Deus nesta Campanha da Fraternidade, pois sabemos onde
estão os nossos irmãos. Os que ainda não morreram, agonizam de fome, ou por não terem direto à moradia, trabalho, transporte público, educação e saúde de qualidade. Ser indiferente a esse sofrimento é responder a Deus com a mesma dureza de Caim:“Por acaso, eu sou responsável pelo meu irmão?”. Caim matou Abel, e quando desvincuIamos nossa fé de nossas ações sociopolíticas, também estamos facilitando a exclusão social: às vezes, essas exclusões, que normalmente acorrem entre as populações de maior vulnerabilidade social, acontecem nas “esquinas”, ou seja, muito próximo de nós. Ao defender que as Políticas Públicas são condições para a fraternidade, essa campanha nos alerta para o exercício de uma escuta qualificada em relação à questão de moradia, a não efetivação desse direito é um atentado contra a vida de muitas famílias que procuram abrigo nas “estrebarias” urbanas e rurais. Escutar nos desafia a compreender a “voz” de Deus nos indagando sobre o “lugar” em que os nossos irmãos e irmãs, sem teto, estão neste momento da história. A falta de sensibilidade à voz de Deus, que ecoa nas “periferias existenciais” e geográficas, pode nos tomar indiferentes aos seus gemidos, como aqueles que “ouvimos” no dia 1º/5/2018 durante o fogo e o desabamento do edifício Wilton Paes de Almeida, no Largo Paissandu, na maior metrópole brasileira. “Abandonado” há mais de 20 anos, ele abrigava muitas famílias, entre elas, as de refugiados e migrantes que nele residiam. As possíveis dicotomias humanas, fortalecidas pelas ingerências e pelo mal uso dos recursos públicos, prática comum entre os agentes políticos, associadas à especulação imobiliária, fizeram com que as pessoas que ocupavam os 24 andares do edifício Wilton Paes de Almeida, assim como muitas outras que estão na mesma situação, se tornassem invisíveis aos muitos passantes que caminham por esses cenários. Alguns preferem incorporá-las a paisagens para não sentir a compaixão. Portanto, neste momento da história, em que a vida se tornou um objeto de discussão para o mercado econômico e, nele, as pessoas só são “compreendidas” se representarem “lucro”, a Campanha da Fraternidade nos alerta para a conversão social entre as muitas dicotomias existenciais, ao nos convencermos de que a efetivação das Políticas Públicas é condição para a dignidade humana e experimentarmos uma espiritualidade encarnada.
Do texto-base da Campanha Fraternidade FEVEREIRO de 2019 – comunicações
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Primeira
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Noviciado São José de Rodeio (SC) viveu, na quinta-feira (10/01), um dia histórico com a Primeira Profissão Religiosa na Ordem Franciscana de dezessete jovens que concluíram a etapa do noviciado (também chamado “ano de provação”) na Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, sendo cinco deles procedentes da Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola, a última turma a fazer o Noviciado no Brasil, já que neste ano tem início esta etapa em Angola. O Ministro Provincial, Frei César Külkamp, presidiu a primeira celebração dos votos temporários desde que foi eleito no Capítulo Provincial em novembro último. Ele teve como concelebrantes o guardião Frei José Antônio Duarte, que se despediu de Rodeio nesta Celebração, e Frei Mário Stein, o novo guardião da Fraternidade do Noviciado. A celebração marcou também a despedida do mestre Frei Samuel Fer-
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reira de Lima depois de nove anos à frente desta etapa formativa. Ele, assim como o guardião anterior, Frei José Antônio, terão as mesmas funções, só que desta vez na Fraternidade São Boaventura, em Rondinha, junto aos frades professos temporários no tempo da Filosofia. Para o lugar de Frei Samuel, assume Frei Rodrigo da Silva Santos (veja pág. 102). Frades de toda a Província, religiosos (as) da região, paroquianos e familiares lotaram a Matriz São Francisco de Assis para participar desta celebração franciscana que se repete em Rodeio (SC) há 117 anos. Durante duas horas, o rito intenso da profissão tomou conta e emocionou os professandos: Frei Daniel Maciel; Frei Francisco Teixeira Junior; Frei Franklin Matheus da Costa; Frei Gabriel Nogueira Alves; Frei Guilherme Plotegher Neto; Frei Josielio da Silva Oliveira; Frei Lucas Moreira Almeida; Frei Marcelo Tadeu da Silva Cardoso; Frei Roberto Rocha da
Silva; Frei Sérgio Hide Honna; Frei Thierry Melo de Paula; Frei Yves da Costa Bernardes Leite; e cinco angolanos da Fundação Imaculada Mãe de Deus (FIMDA): Frei Abel Ndala Sahuma Nganji; Frei Clementino Samuel Miguel; Frei David Vicente da Conceição Gaeita; Frei Luís António Gungo; Frei Valódia João Manuel Baptista Manuel. Depois da Liturgia da Palavra, cada noviço foi chamado pelo Mestre Frei Samuel e apresentado ao Ministro Provincial. Em seguida, Frei Yves da Costa Bernardes Leite, em nome de todos, fez o pedido para que “digneis admitir-nos à santa profissão na Fraternidade dos Frades Menores”. Frei César respondeu: “Bendito seja Deus, que vos escolheu para conosco caminhardes em nova vida”. Segundo o Ministro Provincial, esses jovens são admitidos à Profissão temporária para levar à maior plenitude a consagração batismal. “Eles se entregam totalmente a Deus pela profissão
Conheça os dezessete neoprofessos Frei Abel
Frei Clementino
Frei Daniel
Frei David
Frei Francisco
Frei Franklin
Frei Gabriel
Frei Guilherme
Frei Josielio
Frei Lucas
Frei Luís
Frei Marcelo
Frei Roberto
Frei Sérgio
Frei Thierry
Frei Yves
Frei Valódia
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da obediência, da pobreza e da castidade, que deve ser vivida segundo o espírito de São Francisco”, situou. Frei César explicou que, nesta Igreja de São Francisco de Assis, hoje foi um dia de graça abundante de Deus, dentro deste período chamado “Ano da Graça”, este tempo privilegiado dos Frades Menores quando são iniciados no seguimento de Cristo, do jeito que O seguiu São Francisco de Assis. “Nós o fazemos assumindo e integrando os valores que o Santo de Assis nos deixou e também nos deixaram a história e a tradição da nossa Ordem, juntamente com os valores e
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dons que cada um traz consigo, herdados de sua família, de sua comunidade de origem e das próprias convicções e experiências da fé cristã. Este é o grande trabalho do ano do Noviciado”, disse o Ministro Provincial. “Hoje são vocês, caros confrades noviços, que vivem conosco e com toda a Província, também a Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola, este dia de graça, no fim deste privilegiado tempo do Noviciado Franciscano”, comemorou. Segundo Frei César, a palavra de Cristo ouvida nesta Celebração Eucarística “refaz a nós o convite de
segui-Lo”. Jesus estava a caminho da Galileia para Jerusalém, e vem ao seu encontro um jovem rico que, apesar de ser bom e seguir os mandamentos da Lei desde a infância, não foi capaz de deixar seus bens para seguir o caminho do Mestre Jesus. “São Francisco, na Regra de Vida que nos deixou, pede a nós ‘seguir a doutrina e as pegadas de Nosso Senhor Jesus Cristo que diz: ‘Se queres ser perfeito, vai e vende tudo que tens e dá aos pobres e terás um tesouro no céu; e vem e segue-me’”, disse Frei César, citando a Regra Não Bulada, 1. Segundo o Provincial, aqui es-
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tavam todos os queridos confrades, terminando o ano de provação e pedindo para serem recebidos à obediência. E, nesta tarefa de mostrar o teor da forma de vida dos Frades Menores, cada um teve um papel importante: o Ministro que recebeu esses noviços, Frei Fidêncio Vanboemmel, o mestre desta etapa, Frei Samuel, o guardião, Frei José Antônio, outros formadores, a Fraternidade toda do Noviciado e, principalmente, a pessoa de cada um dos noviços. “Apesar das distintas competências, uma coisa foi e é fundamental para todos: ‘Seguir a Jesus Cristo, viver o Evangelho segundo a forma vivida e proposta por São Francisco de Assis’. Aí está a alma unificadora da nossa fraternidade. É nesta divina inspiração que nós somos todos irmãos em uma mesma fraternidade”, exortou. “E é aí também que descobrimos que o Noviciado não nos deixa prontos neste caminho. Ele é só o começo, mas ao mesmo tempo, é fundamento para a nossa vida consagrada”, ressaltou, lembrando que o ideal franciscano não é o de chegar a algum lugar, mas de caminhar sempre, porque também o Cristo, nesta vida, não parou. “Os Evangelhos o retratam sempre caminhando, em viagem. Parece aquela atitude que o Papa Francisco pede hoje a toda a Igreja: ‘em saída’”, acrescentou.
O DISCIPULADO
Frei César lembrou ainda que o discipulado não é um aprendizado que visa ao acúmulo de saberes intelectuais. “Ele é descrito mais como uma busca. E esta nos leva a caminhar, escutar, experimentar e exercitar. O nosso Mestre e também nosso Caminho precisa ser descoberto. Ele se esconde na humildade de seus mistérios, especialmente de sua Encarnação e de sua Paixão. Isto não é conhecimento abstrato, mas aquilo de que São Francisco nos fala quando diz que a nossa vida é o Evangelho, ou seja, a vida mesma de Jesus, o perfeito obediente à vontade do Pai”, explicou. Segundo o Ministro Provincial, desFEVEREIRO de 2019 – comunicações
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cobrir esta vontade do Pai é uma tarefa delicada, porque pode ser confundida com subjetividade, com as escolhas e desejos de cada um. “Mas Francisco de Assis é um referencial muito claro para nós deste seguimento ao se fazer discípulo de Cristo de um modo muito próprio e tão concreto que se tornou um homem -encontro porque foi capaz de abaixar-se e vencer-se a si mesmo e o fez a tal ponto que se tornou acolhida ao outro. A ele acorreram homens e mulheres dos lugares mais distantes, dos pensamentos mais diversos entre si. Francisco também vai ao encontro do diferente e não de encontro. Sua postura não agride”, observou, recordando que estamos celebrando os 800 anos do encontro de Francisco com o Sultão, no Egito, e os 800 anos de sua chegada à Terra Santa, tomada pelos muçulmanos em pé de guerra com os cruzados cristãos. “Porque Francisco se faz encontro, não vê o sultão como ameaça e não se apresenta como inimigo. Dois homens tão diferentes na cultura e vivência religiosa, conseguem encontrar um belo consenso na sua convivência e a harmonia da paz, tão sonhada. Tudo isso porque o seguimento de Francisco é movido pela positividade da fé, da superação do próprio eu para abandonar-se livre em Deus. É daí que vem sua profunda serenidade. É dessa atitude que podemos nos libertar do idealismo exasperado e do dogmatismo cego, tão presentes em nosso tempo e em nossa realidade brasileira”, criticou. Francisco, segundo o frade, nos ensina com sua vida e suas atitudes o que significa transbordar de generosidade. “E faz isso porque Deus é assim: amou-nos por primeiro e até o fim! Assim ser discípulo significa, nas palavras de Francisco, ‘possuir o Espírito do Senhor e seu santo modo de operar’. Não é tarefa fácil para nenhum de nós! Mas o Noviciado terá
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sido fundamento para vocês se ajudou neste exercício do silenciar para poder escutar e para poder ver. Ouvir o que não tem som e ver o que não tem forma”, observou, indicando que o lugar do discípulo é neste mundo confuso e barulhento. “Mas é o lugar da encarnação do nosso Deus, por isso também é o lugar da nossa missão. Não podemos
fugir do mundo e nem devemos. Mas, precisamos, inseridos no mundo, que é o nosso claustro, em suas periferias geográficas e existenciais, continuar a nossa busca pelo essencial, que não pode ser confundido pela distração silenciosa das tecnologias nem pelo barulho das ideologias que se pretendem absolutas”, indicou.
Frei Éverton Broilo continua mais um tempo no Noviciado
Frei César terminou sua reflexão tomando Maria como modelo de discipulado, a mulher do silêncio e da escuta, que soube dizer sim à vontade de Deus. “Ela, que é a Rainha da Ordem dos Frades Menores, ajude a cada um de nós a permanecermos firmes na fidelidade, para conhecermos melhor a vontade daquele que
Frei Samuel F. de Lima continua como Mestre em Rondinha
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nos chamou à santidade, a perseguir os seus passos!”, completou. Depois da homilia, os professandos se aproximaram do Ministro Provincial e foram interrogados se estavam preparados para se consagrarem a Deus e buscarem a perfeição da caridade segundo a Regra e as Constituições da Ordem Seráfica. Depois se ajoelharam e fizeram a profissão. Terminado este momento, cada neoprofesso recebeu a Regra e as Constituições e entregou ao Ministro o documento assinado da Profissão.
EMOÇÃO NOS AGRADECIMENTOS
O neoprofesso Frei Abel Ndala Sahuma Nganji falou em nome da turma de noviços deste ano. “A Província da Imaculada Conceição e a Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola, hoje, encerram a 117ª turma de noviços com 17 jovens que disseram: ‘É isso que eu quero, é isso que desejo de todo o coração’. Esse tempo só foi possível de ser vivenciado graças ao trabalho desenvolvido durante o tempo de formação até o Noviciado”, disse Frei Abel, agradecendo a Deus, aos formadores, familiares e benfeitores, “todos aqueles e aquelas que rezam pelas vocações e pela perseverança de quem iniciou essa trilha no seguimento de Nosso Senhor Jesus
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Cristo ao modo de São Francisco”. Ao agradecer a Fraternidade Local, formadora deles nesta caminhada, destacou o mestre Frei Samuel Ferreira de Lima, que se muda do Noviciado depois de nove anos. Foi interrompido por uma longa salva de palmas. A homenagem o fez emendar um canto de agradecimento. Em nome de Frei César, ele agradeceu aos frades da Província e da Fundação de Angola, sem esquecer de agradecer à Igreja local, aos paroquianos de Rodeio, aos religiosos e religiosas de Rodeio e região, entre eles a OFS. Frei César agradeceu especialmente à Fraternidade formadora de Rodeio, assim como a comunidade e os familiares dos noviços. Ele confiou aos novos formadores a turma de noviços 2019, que terá Frei Mário Stein no lugar de Frei José Antônio; Frei Rodrigo, que não esteve presente por estar fazendo um curso, no lugar de Frei Samuel. Citou os nomes de todos os frades formadores e falou que, depois de 20 anos, o Noviciado não teria mais a presença dos angolanos. A Missão de Angola agora terá a sua Casa-Mãe e neste ano serão admitidos dez noviços na Fraternidade Santo Antônio de Quibala. “É motivo de alegria em quase 30 anos de presença em Angola ter o Noviciado lá na Fundação. É uma
graça de Deus e, na pessoa de vocês cinco, que vieram fechar este ciclo de presença, mas não de pertencimento a esta Província, a esta terra, meu muito obrigado pela presença e por partilhar a cultura de vocês, que hoje cantamos nesta Celebração. Então, queremos continuar sendo uma só Província com a Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola”, enfatizou o Ministro Provincial. Frei Samuel também fez um agradecimento emocionado. “Hoje é dia de louvar a Deus por toda a acolhida que esta cidade sempre nos deu. O Noviciado sempre foi muito acompanhado pelas famílias e pelo povo daqui. A gente nunca trabalhou sozinho, mas sempre tivemos o apoio
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dos paroquianos, dos confrades, dos colaboradores, dos benfeitores. Isso nos dá alegria. Estaremos juntos na oração e no coração”, agradeceu emocionado. Os neoprofessos brasileiros viajaram no dia seguinte, 11 de janeiro, para suas cidades e os angolanos viajaram para São Paulo, de onde seguiram para Angola no dia 12 de janeiro. Todos reiniciam a etapa formativa do tempo de Filosofia em fevereiro.
Moacir Beggo
NOVIÇOS RECEBEM O HÁBITO NOVO Na véspera da Primeira Profissão no Noviciado São José de Rodeio (SC), os 17 noviços fizeram o pedido à Fraternidade do Noviciado para aceitá-los como irmãos. Depois desta pequena celebração, simples e muito simbólica, feita no refeitório do Convento, antes do jantar (19 hs), os noviços receberam o hábito franciscano que os acompanhará por toda a vida de Frade Menor, já que quando ingressaram no Noviciado receberam um hábito provisório. Este momento é muito significativo para o noviço, que espera ansiosamente pelo hábito novo, feito sob medida para ele. O guardião do Convento, Frei José Antônio Cruz Duarte, presidiu este momento celebrativo. Antes de abençoar os hábitos e entregá -los aos noviços, Frei José dirigiu-lhes algumas palavras, lembrando que estavam apenas encerrando uma etapa, que eles ainda têm outras pela frente. “Não significa que encerramos todo o caminho. Nesse momento, nós avançamos mais para o horizonte. Mas o horizonte sempre vai um pouco mais à frente”, admoestou, frisando para não perderem de vista este horizonte, ou como diz Santa Clara de Assis, não perderem o ponto de partida. “É sempre necessário estar olhando para este horizonte, que é Jesus. É o sol nascente. É a vida sem o ocaso. Não tem o pôr do sol na vida de Jesus. E nós, franciscanos, miramos nesse Jesus, pobre e crucificado”, ensinou.
Para o guardião, que está de mudança para a Fraternidade São Boaventura, em Rondinha, junto com o mestre Frei Samuel, virão outras etapas. “Estaremos sempre caminhando. E quando chegarmos ao final de nossa existência, poderemos dizer, mais uma vez: ‘Vamos recomeçar!’, porque o horizonte sempre continua em frente. É isso que se chama utopia. Mas utopia não significa algo nunca realizável e, sim, algo sempre a ser buscado. Não podemos nunca deixar de buscar”, insistiu. Por último, deixou uma mensagem: “Esta fórmula que disseram agora não deve ser somente uma fórmula. O rito atualiza o mito. O
rito torna presente aquilo que buscamos e esperamos. O rito traz para a presença o horizonte que buscamos. Por isso, não devemos fazer o rito pelo rito”, completou, pedindo a Deus a bênção sobre cada um dos noviços. Em seguida, Frei José abençoou os hábitos e voltou a recomendar: “Esses hábitos serão a roupa-sinal da consagração de nosso compromisso, de nosso serviço”. O mestre Frei Samuel chamou um por um dos noviços para entregar o definitivo hábito marrom, enquanto os noviços cantaram: “Importa viver Senhor, unidos no amor, na participação, vivendo em comunhão”.
Formação e estudos
NOVICIADO DE RODEIO
Começa o ‘Ano da Graça’ de quatro noviços “Vocês são o presente mais precioso que Deus enviou à nossa Fraternidade”. Foi com essa alegria o Ministro Provincial, Frei César Külkamp, acolheu no domingo, 20 de janeiro, os quatro jovens - Davi Gabriel Lutzke; Gabriel Ferreira Salinas; Irven Gabriel de Jesus dos Santos e Rodolpho Andreazza Marinho - que fizeram o pedido de admissão à Ordem dos Frades Menores. “São Francisco, na sua Regra, pede que os irmãos movidos por uma inspiração divina e que vierem ter conosco, sejam recebidos benignamente. Assim, é com carinho e amor que nós, seus confrades, recebemos vocês nesta manhã!”, reforçou Frei César durante a Oração das Lau-
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des, às 6h30, no Noviciado São José de Rodeio (SC). O rito de Admissão foi simples, de acordo com a programação litúrgica da casa, porém cheio de simbolismos para uma Ordem religiosa com mais de 800 anos. A partir desta celebração, Davi, Gabriel, Irven e Rodolpho estão sob a orientação do novo Mestre Frei Rodrigo da Silva Santos e da Fraternidade do Noviciado. Eles receberam o hábito franciscano e passam a ser chamados de “Frei”, que significa irmão (uma abreviação de frade, que vem do latim frater). Segundo Frei César, eles iniciam o chamado “Ano da Graça”. Também fará parte desta turma, o noviço Frei Éverton Junior
Goschel Broilo, que pediu para continuar por mais um tempo esta etapa. Este momento de acolhida foi feito depois da leitura do Testamento de São Francisco, quando o Mestre do Postulantado, Frei Jeâ Paulo Andrade, que acompanhou esta turma durante o ano de 2018, em Guaratinguetá-SP, chamou diante do Provincial cada um dos noviços. Para Frei César, descobrir o sentido da Fraternidade desses irmãos que se amam e se ajudam é o “grande desafio para vocês e para nós, frades, nesses tempos de acentuado individualismo, de cultuado subjetivismo”. “E assim nós queremos pedir, como ouvimos no Testamento de São Fran-
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cisco, que tenhamos a capacidade de compreender essa palavra que São Francisco nos dirige: ‘E depois que o Senhor me deu irmãos ninguém me mostrou o que deveria fazer mas o Altíssimo mesmo me revelou que eu devia viver segundo a forma do Santo Evangelho’. Os irmãos não se escolhem; são dados pelo Senhor”, enfatizou o Ministro Provincial. “Talvez seja fácil a gente ter um grupo de amigos que se identificam e se querem bem. Mas nós não somos qualquer grupo: somos irmãos que não se escolheram numa caminhada de consagração religiosa franciscana”, disse o Ministro Provincial, acrescentando que esse caminho é de penitência, como São Francisco deixa claro no seu Testamento. “E ele começou com o que lhe era mais amargo: os leprosos. E ele o fez de tal modo e com tanta fé, que isto se converteu em doçura da alma e do corpo. Caros noviços, isto é o que vocês querem começar neste chamado ‘Ano da Graça’. Foi isso que São Francisco também entendeu como viver segundo a forma do Santo Evangelho, a seguir a humildade e a pobreza de Nosso Senhor Jesus Cristo, a possuir o Espírito do Senhor”, explicou Frei César. Essa conversão é uma tarefa para a vida toda. “Digo isso a vocês, a nós, frades, e a todos nós, cristãos. E neste trabalho, se não caminharmos, regredimos. Por isso, o Noviciado é só o começo, mas, ao mesmo tempo, é fundamento para a nossa vida religiosa franciscana. É fundamento porque essa proposta do Noviciado quer levá-los, nos seus mais diversos exercícios, a silenciar um pouco mais, a se recolher para fazer um confronto consigo mesmo, para conhecer-se mais e ter como referencial Aquele que se faz nosso caminho. É preciso conhecê-Lo mais, descobrir Sua vontade. Sair do barulho da confusão das próprias vontades e das vontades que nos são ditadas pelo mercado e pela mídia”, ensinou o Ministro Provincial. Para Frei César, é preciso confrontar-se também com o que é mais amargo, mais difícil, e ali assumir a nossa cruz. “Existe algo de amargo em conviver com as dificuldades nossas e dos irmãos, do povo a quem servimos, dos que pensam diferente, dos que não fazem nossa vontade, dos que não seguem nossos projetos, não são santos como acharíamos que deveriam ser, e quando nós mesmos não conseguimos ser santos como gostaríamos. Mas tudo isso pode se converter em doçura quando descobrirmos até nessas circunstâncias e até mesmo no nosso pecado, a vontade de Deus. É FEVEREIRO de 2019 – comunicações
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São Paulo quem nos lembra quando pecamos nos aproximamos da terra”, ressaltou.
“Fundamentalismo do uso do hábito”
“Falando em terra, vocês também pediram para serem revestidos com as vestes da provação. Eu diria para vocês e para nós, todos, que não deve haver um fundamentalismo no uso do hábito e nem fazer dele algo performático que nos distinga do próprio povo. Não são esses panos que significam as vestes da provação, mas são as vestes que nos recordam a cruz, como sua forma nos indica e como queria São Francisco. Por isso, não é o hábito que nos faz frades, mas sim assumir o que ele quer demonstrar: a forma da cruz. E por isso, essa forma nos indica que o irmão menor deve exprimir em si mesmo os sentimentos e os sofrimentos do mundo”, indicou, lembrando que no Espelho
da Perfeição, São Francisco amava as cotovias. “Em algum dialeto, cotovia significa capuz, porque a sua penagem representa o capuz. O Espelho da Perfeição nos diz: ‘Tem capuz como os religiosos e é um humilde pássaro... as suas penas têm a cor da terra: assim oferecem aos religiosos o exemplo de não ter vestes elegantes e de belas tinturas, mas de modesto valor e cor semelhante à terra, o mais humilde de todos os elementos’. Assim, as vestes da provação não devem ser usadas para nos distinguir de outras pessoas e nem para sermos reverenciados. Era a roupa dos pobres, dos rejeitados daquele tempo. Talhadas em sinal de cruz, sejam sinal da maior adesão ao seguimento de Cristo”, enfatizou. Frei César incentivou esses jovens noviços a viverem com alegria e entusiasmo este tempo que é dado a eles. “Assim suas vidas e suas consagrações serão uma continuidade fecunda nesta Ordem que tem se definido, que se
Frei Davi
Frei Gabriel
Frei Irven
Frei Rodolpho
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pretende uma Ordem contemplativa em missão. Nesta manhã, pediria à Virgem Imaculada, Rainha da Ordem dos Frades Menores, que na liturgia da Palavra deste 2º domingo do Tempo Comum, nos pede para ‘fazer o que Ele nos disser’, que ela interceda por nós e nos ajude a sermos fiéis seguidores da Santíssima Vontade de seu Filho, Jesus Cristo”. O Ministro Provincial também convidou a todos a estarem em comunhão com os 10 jovens postulantes que são recebidos, neste domingo, como noviços em Angola e com toda a Fraternidade da Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola. “Nós,somos uma só Província e uma só Ordem dos Frades Menores!”, pediu. Frei César também informou que monge beneditino Flávio Malta de Souza, que fez experiência de um ano na Fraternidade Franciscana de Santo Amaro, em Santo Amaro da Imperatriz (SC), retorna à Ordem Beneditina.
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Seguiu-se, então, a oração da Liturgia das Horas com o Responsório Breve, o Cântico Evangélico e as preces. Depois da oração do Pai-nosso, o Ministro Provincial abençoou os hábitos e entregou a cada um: “Dando início ao ano de Noviciado, ingressando na Ordem dos Frades Menores recebei, caros irmãos, as vestes da provação talhadas em forma de cruz, em sinal de vossa maior adesão ao seguimento de Cristo”.
Com ajuda de seus confrades, os noviços vestiram os hábitos e receberam os cumprimentos da Fraternidade. O Ministro Provincial entregou -os à Fraternidade São Francisco de Assis. A oração terminou com a bênção de São Francisco. No final deste ano, esses noviços estarão aptos para fazer a Primeira Profissão na Ordem Franciscana. No hábito que agora vestem, o cordão ainda não tem os três nós, que simbolizam
os conselhos evangélicos (obediência, pobreza e castidade). Esse hábito é temporário e eles ganharão o definitivo na Primeira Profissão, quando concluírem este tempo de provação. No final, os noviços assinaram o livro de atas de Admissão ao Noviciado da Ordem dos Frades Menores. Esta celebração franciscana acontece em Rodeio (SC) há 118 anos.
Moacir Beggo
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ENTREVISTA
Frei Rodrigo da Silva Santos
O novo Mestre dos Noviços
O
rdenado presbítero em 2013, o mineiro Frei Rodrigo da Silva Santos iniciou seu trabalho evangelizador na formação e estudos da Província. Primeiro como professor e vice-orientador no Seminário São Francisco de Assis, em Ituporanga (SC), depois como mestre dos frades
Comunicações - Como recebeu a nomeação de mestre de noviços? Frei Rodrigo - A maioria dos frades guarda boas lembranças deste intenso tempo ao qual chamamos de Noviciado. Tempo de graça, pois
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professos temporários no tempo da Filosofia, em Rondinha (PR). Filho de Adilson e Regina, e irmão de Marcelo e Felipe (ele é o do meio), Frei Rodrigo nasceu no dia 30 de abril de 1984 e ingressou na Ordem Franciscana no dia 8 de janeiro de 2005. No último Congresso Capitular, Frei Rodrigo recebeu a missão de conduzir a formação dos noviços. Segundo os Estatutos Gerais da Ordem, neste período formativo, os noviços são iniciados na teologia da vida religiosa, particularmente na teologia da Regra, na história e na espiritualidade da Ordem, fundamentada especialmente nos escritos de São Francisco; ao mesmo tempo e de modo prático, aprendem a vida evangélica na comunhão fraterna e na participação das atividades dos irmãos. Nesse tempo, como orientam os Estatutos, Frei Rodrigo ajudará os noviços a “modelarem” sua vida com a de Jesus Cristo mediante a leitura e a meditação diária da Sagrada Escritura, sobretudo do Santo Evangelho, que é fundamento da Regra de Vida Franciscana. Ele ensinará aos noviços o diálogo com Deus mediante um método de oração pessoal, a vivência mais profunda do Mistério Pascal por uma celebração ativa na Liturgia e a participação mais intensa nos mistérios da Igreja, guiados pela bem-aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja. Acompanhe a entrevista concedida a Moacir Beggo!
é o ano em que somos integrados à Ordem dos Frades Menores, passamos a usar o hábito franciscano e, de forma intensa, passamos a ser provados na Forma de Vida que sentimo-nos cada vez mais desejosos de
assumir para nossa vida. Digo isso porque são estas, entre outras recordações, que trago de minha própria experiência como noviço, e que, com alegria, recebi como missão acompanhar e caminhar junto com
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os noviços que Deus tem encaminhado à Província. Considero que atuar na formação tem sido uma experiência gratificante, por poder ajudar com aquilo que é possível na caminhada dos jovens frades e partilhar das alegrias de cada pequena vitória alcançada por deles. Que Deus nos ajude nesta nova etapa a ser acompanhada.
Comunicações - Qual é o papel de um mestre de noviços? E como é o mestre Frei Rodrigo? Frei Rodrigo - Como já mencionei, o papel de todo formador é o de caminhar junto com o formando em sua própria jornada de amadurecimento pessoal e cristão dentro de uma específica forma de vida, no nosso caso, a franciscana. Ele partilhará de seus conhecimentos, experiência de vida religiosa e da proximidade fraterna para que cada formando possa provar-se neste estilo de vida. Como mestre dos noviços, penso ser este meu papel junto ao grupo que chega a esta etapa de formação: através das formações de espiritualidade e conteúdos teóricos previstos, através dos momentos de trabalho, oração e convivência fraterna, permitir que cada noviço encontre em nossa casa e junto à nossa fraternidade um ambiente propício para que se tornem bons frades, ansiosos por servir a Deus, à Igreja e à sociedade. Comunicações - Que expectativas tem para este seu primeiro ano, tendo em vista, principalmente, que será uma turma pequena? Frei Rodrigo - É verdade. Em 2019 teremos apenas 5 noviços, uma turma pequena. Entretanto, sendo também o primeiro ano desta atual equipe formativa, poderemos aprender as características específicas da etapa do Noviciado
com as proporcionais demandas deste pequeno grupo e, quando estivermos mais inteirados, estaremos melhores preparados para acompanhar grupos maiores. Vale recordar que esta não é a primeira vez que o Noviciado acolhe uma turma pequena e, como já aconteceu antes, as atividades previstas podem ser facilmente adaptadas ao número de formandos que a cada ano passam por nossa fraternidade.
Comunicações - Desde a sua ordenação presbiteral, o sr. tem trabalhado com a formação e é também responsável pelo tempo da formação inicial. Como preparar o jovem religioso para enfrentar uma sociedade sem alma e sem amor (cultura contemporânea hostil aos valores cristãos), que tenha formação para transformar realidade de injustiça em justiça, de ódio em amor, de segregação em comunhão, de discriminação em acolhida, de morte em vida? Frei Rodrigo - Pergunta difícil esta, mas muito necessária. Todo formador deve continuamente questionar-se a respeito da atualidade daquilo que ele oferece aos seus formandos para que possa melhor prepará-los para estarem à altura das demandas dos nossos tempos. Acompanhando formandos nestes últimos anos, temos percebido que os desafios, quase sempre, voltam-se à área do amadurecimento afetivo para que o religioso possa e queira, de forma madura, conciliar suas próprias expectativas e necessidades com aquilo que é um projeto de vida e missão da fraternidade. Nós, formadores, sentimo-nos desafiados a capacitar os formandos a uma adesão comprometida com nosso ideal e missão, de modo que ele consiga, com ousadia e criatividade, superar quaisquer desafios que a evangeli-
zação e caminhada de vida possam interpor em sua jornada. Cada um dos aspectos lembrados em sua pergunta, e outros que poderiam ser recordados, apresentam-se como um desafio que, acreditamos, ser possível de ser trabalhado através do diálogo aberto entre formadores e formandos.
Comunicações - Como o mestre de noviços chama os jovens para o caminho de Francisco e Clara? Frei Rodrigo - Nosso chamado só é efetivo se estiver permeado por uma sincera apresentação daquilo que confere sentido à nossa escolha de continuarmos frades franciscanos. Digo àqueles que se sentem inspirados a seguir o mesmo caminho que ele tem permitido a muitos, inclusive a mim, encontrar sua realização de vida, no serviço à fraternidade e ao povo como sinal daquilo que acreditamos ser a vontade de Deus sendo operada no mundo, sinal do seu Reino. Acredito firmemente que, como religiosos, somos chamados a sermos sinais aos homens e mulheres de nosso tempo que apontem para Deus, através da cordialidade e alegria por uma vida dedicada a Ele. Se é isso que um (a) jovem deseja para sua vida, a Ordem Franciscana é uma entre muitas possibilidades de fazê-lo. Como frades, atuamos na educação, na solidariedade, na comunicação, em paróquias e santuários, aqui e em terras de missão. Se é vasto o campo de possibilidades de ação evangelizadora, entretanto uma coisa permanece em todas elas: nós o fazemos em fraternidade, juntos, como irmãos que partilham de um mesmo ideal. Assim queremos viver e contamos com as bênçãos de São Francisco e Santa Clara para prosseguir com esta bela história franciscana. FEVEREIRO de 2019 – comunicações
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FIMDA
Com a admissão de dez jovens, nasce o Noviciado de Angola
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stá aberto o Noviciado da Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola. Este momento histórico aconteceu no domingo, 20 de janeiro, durante a Celebração Eucarística em que ficou marcada com a admissão de dez jovens postulantes à etapa do Noviciado. A nova casa tem o patrocínio de São José, na Fraterni-
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dade Santo Antônio, em Kibala. O presidente da Fundação e delegado do Ministro Provincial, Frei José Antônio dos Santos, presidiu a Celebração Eucarística que contou com a presença de quase todos os frades em Angola, sacerdotes locais, as Irmãs Franciscanas da Visitação, Irmãs Franciscanas Missionárias de Maria, Irmãs Vicentinas e fiéis da
missão de Kibala. O clima de ação de graças tomou conta do Noviciado, ora aberto. Ele representa os esforços que a Ordem dos Frades Menores e a Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil têm empreendido nestes quase trinta anos de presença ininterrupta em Angola. Desde o dia 12 de novembro de
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OS PRIMEIROS NOVIÇOS DE KIBALA
Frei Adriano Fernando Sumbelelo
Frei Daniel Carlos Teresa
Frei Fernando José Dange
Frei Francisco Luis Lupasso
Frei Herculano José Nuñgulo
Frei Hilário Kapiñgala Ngundja
Frei Inácio Filipe Puto
Frei Jerónimo Cheia Mário
Frei João Pedro Lima
Frei Venâncio Kanombelo Kandundu
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2018, a Fundação tomou conhecimento do decreto de criação do Noviciado em Angola, confirmado pelo Ministro Geral, Frei Michael Perry. Kibala, que por muitos anos foi a casa da etapa do Postulantado da Fundação, doravante é a Casa-Mãe e lugar do “Ano da Graça”, da iniciação. “É o tempo de integrar os valores do Evangelho com os valores e dons que cada um traz consigo. E fazer este seguimento como irmãos que se amam e se ajudam é a alma unificadora de nossa fraternidade franciscana. E como é iniciação, é o começo, mas também fundamento da caminhada de cada um”, disse na
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mensagem aos noviços o Ministro Provincial, Frei César Kulkamp, lida antes da vestição (veja a mensagem na íntegra na pág. 109). Receberam as vestes da provação Frei Adriano Fernando Sumbelelo; Frei Daniel Carlos Teresa; Frei Fernando José Dange; Frei Herculano José Nuñgulo; Frei Hilário Kapiñgala Ngundja; Frei Francisco Luis Lupasso; Frei Jerónimo Cheia Mário; Frei Inácio Filipe Puto; Frei João Pedro Lima; e Frei Venâncio Kanombelo Kandundu das mãos de Frei José Antônio, que, na sua homilia, falou da importância do ano da provação: “O noviciado de
um ano é um tempo de iniciação mais intenso, com a possibilidade de fazer uma experiência profunda da vida evangélica franciscana em suas exigências fundamentais de seguimento a Jesus Cristo, pobre, humilde e crucificado numa vida em fraternidade vivida na minoridade, como irmãos dos mais necessitados”. Acrescentou que esta etapa exige uma opção livre e madura pela vida religiosa consagrada. Sobre o uso do hábito nesta etapa, o presidente da Fundação explicou que é o símbolo de consagração dos franciscanos e que nesta etapa também começam a ser chamados de freis. “As roupas que vestimos devem ser sinal da consagração a Deus como Irmãos Menores”, disse Frei José. O celebrante pediu aos sacerdotes e fiéis apoio na formação e orações pelos noviços, pois espera que, no futuro, o Noviciado São José receba sempre noviços e que estes, depois desta etapa, “sejam humildes, bons e autênticos no que dizem e no que fazem”. Terminada a homilia, os candidatos foram chamados, individualmente, e perguntados sobre o que desejavam. Responderam que desejavam, sob o impulso do Espírito
Santo, condividir a vida da Família Franciscana na Ordem dos Frades Menores. “Vos pedimos, portanto, de revestir-nos das vestes da provação, de ajudar-nos a trilhar o caminho da penitência, a viver segundo a forma do Santo Evangelho, a seguir a humildade e a pobreza de Nosso Senhor Jesus Cristo, a possuir sempre o Espírito do Senhor e rezar sempre a Deus com o coração puro, e a crescer no espírito do amor fraterno”. Frei José dos Santos, na condição de delegado do Ministro Provincial, os acolheu neste “ano de penitência” na vida dos Frades Menores. Depois do rito de vestição, os noviços, já de hábito, fizeram a entronização solene da imagem de São José, e, diante do altar e dos presentes, consagraram-se ao Padroeiro. No final da cerimônia, os noviços ofereceram também uma vela a Frei José Antônio dos Santos pelos seus 25 anos de vida religiosa, completados no último dia 15 de janeiro. Frei Ivair de Carvalho, vice-presidente da Fundação, leu a Ata da abertura da Casa de Noviciado da Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola. Por fim, o presidente da Fundação entregou os noviços à FEVEREIRO de 2019 – comunicações
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Fraternidade Santo Antônio, composta por Frei Ivair Bueno de Carvalho, guardião e vice-mestre; Frei Marco Antônio dos Santos, mestre dos noviços e vigário; e Frei Fábio José Gomes. Terminada a Missa, a equipe missionária de Kibala, os benfeitores, amigos, simpatizantes do carisma franciscano no Cuanza Sul e os
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fiéis foram convidados a participarem de um momento de confraternização. Agradecemos à nossa Província Franciscana da Imaculada Conceição, de maneira especial a Frei Fidêncio Vanboemmel, o Ministro Provincial anterior, a Frei César e ao Visitador Geral, Frei Miguel Kleinhans e a Frei José Antônio,
que souberam acolher, entender e encaminhar esta necessidade da Fundação em ter um noviciado. Agradecemos ao Governo Geral pela pronta acolhida e a todos que conosco rezam para que possamos chegar sempre a bom termo.
Frei Evaristo Joaquim e Frei Crisóstomo Ñgala
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MENSAGEM AOS NOVIÇOS DA FIMDA Caros confrades, Frei José Antônio dos Santos, Frei Marco Antônio dos Santos e demais irmãos que consagram sua vida ao povo querido de Angola; de modo bem especial, quero saudar os dez confrades noviços, hoje recebidos à Ordem dos Frades Menores, na Fraternidade Santo Antônio, em Quibala.
A todos vocês, peço que o Senhor lhes dê a Paz! Hoje é um dia histórico para a Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil e para a Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola. Depois de receber, do Ministro Geral, a confirmação de criação do Noviciado em Quibala, recebemos o que é mais importante numa fraternidade de Noviciado: os irmãos noviços. Bendito seja Deus que escolheu a vocês para caminharem conosco! Todos nós, frades, nos alegramos com vocês e os acolhemos na nossa fraternidade da Ordem, da Província e da Fundação! É São Francisco mesmo quem os acolhe! Em sua Regra, ele nos pede para receber benignamente todos aqueles que, movidos por inspiração divina, vierem ter conosco. E, em seu Testamento, nos afirma: “E depois que o Senhor me deu Irmãos ninguém me mostrou o que eu deveria fazer, mas o Altíssimo mesmo me revelou que eu devia Viver segundo a forma do santo Evangelho”. Assim, com o coração aberto, e na alegria da fraternidade, vemos vocês, queridos noviços, como o presente mais precioso que o Senhor enviou à nossa Fraternidade.
O Noviciado é o “Ano da Graça”, o tempo privilegiado em que somos iniciados no seguimento de Cristo, do jeito que O seguiu São Francisco. É o tempo de integrar os valores do Evangelho com os valores e dons que cada um traz consigo. E fazer este seguimento como irmãos que se amam e se ajudam é a alma unificadora de nossa fraternidade franciscana. E como é iniciação, é o começo, mas também fundamento da caminhada de cada um. Pois, com o Noviciado se inicia a vida na Ordem. É o tempo de buscar com todas as forças o Verdadeiro Mestre, que também se faz nosso caminho! Vivam com alegria, entusiasmo e profundidade este tempo que lhes é dado! E assim, toda a sua vida será a continuidade fecunda numa Fraternidade que se pretende contemplativa-em missão! Espero logo estar com vocês nesta nova Fraternidade do Noviciado, o que, se Deus quiser, acontecerá em maio próximo. Hoje estou em Rodeio recebendo, em nome da Fraternidade, mais quatro noviços. Daqui estamos em comunhão com vocês. Somos uma só Província e uma só Ordem! A Virgem Imaculada, Mãe de Deus, que neste domingo nos pede “fazer o que Ele vos disser”, interceda por todos nós e nos ajude a sermos fiéis seguidores da santíssima vontade de seu Filho, Jesus Cristo!
Frei César Külkamp, ofm Ministro Provincial
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ORDENAÇÃO PRESBITERAL
FREI LEANDRO COSTA SANTOS
“Apascenta as minhas ovelhas”
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irado do Evangelho de São João, este é o lema escolhido por Frei Leandro Costa Santos para a sua ordenação presbiteral no dia 9 de fevereiro em São Paulo. Frei Leandro será ordenado por Dom Fernando Figueiredo, seu confrade e bispo emérito da Diocese de Santo Amaro, às 10 horas, na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, no Jardim Pedreira, em São Paulo (SP). Filho de Francisca e Francisco Moisés dos Santos, Frei Leandro nasceu na capital paulista e é o terceiro dos seis filhos. Ingressou no Seminário de Agudos em 2005 e vestiu o hábito franciscano em 2009. Cursou em seguida Filosofia e Teologia e, em 2017, foi ordenado diácono no Santuário Divino Espírito Santo, em Vila Velha (ES), onde residiu antes de assumir, neste ano, o trabalho no Pró-Vocações e Missões Franciscanas (PVF), em São Paulo.
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Do seu período de formação, destaca a forte experiência vivida entre os anos de 2014-2015 em Duque de Caxias, na Paróquia São Francisco. “A Igreja de Caxias, na minha história pessoal, é uma referência marcante em termos de igreja engajada e participativa”, diz o frade. Em 2016, concluiu os estudos teológicos. Sobre sua missão como sacerdote, lembra Frei Leandro: “Acredito também que o contato com o povo, além de ser um exercício ministerial, é uma fonte da qual me abasteço por inteiro. O povo de Deus, ao mesmo tempo que me pede uma palavra, uma bênção, uma direção, ele me coloca em uma atitude constante de conversão”. Acompanhe a entrevista a Moacir Beggo!
Comunicações - Como se deu seu discernimento vocacional? Frei Leando Costa - Quando me convidam, por alguma razão, para partilhar o chamado de Deus à vida
consagrada, ou até mesmo nessas conversas de corredor, costumo situar Deus e sua voz me chamando em um ambiente muito simples. Nada surpreendente comparado àquelas “grandes conversões”. Deus foi muito simples. Deus é simples o tempo todo. E isso é extraordinário, cheio de sentido e que me sustentou e sustenta até os dias de hoje. Tinha exatamente 14 anos quando fui tomado por aquelas perguntas sobre o “sentido da vida”, “o que fazer?”. Nesse questionamento, puramente existencial, houve abertura para que Deus me ajudasse nessa resposta. Na idade que tinha, e dentro do que me competia enquanto leigo, Deus me sugeriu: “Por que não ser padre?”. Não por outro motivo se não pelo fato ter como única referência, em termos de serviço à Igreja, o padre diocesano como pessoa real nessa entrega. Na época, na paróquia em que participava, atuava em um movimento similar aos escoteiros. Tínhamos muitas atribuições, muitas responsabilidades enquanto adolescentes. Éramos muitos envolvidos em tudo que a Igreja propunha. Foi neste contexto participativo e envolvente que percebi Deus. Foi desse ambiente comunitário que Deus me fez o convite: “Vem e segue-me”. Simples assim! Depois de alguns meses fui encaminhado pelo próprio pároco, Pe. Francisco Chagas, a conhecer a proposta franciscana com os frades do Largo São Francisco, no centro de São Paulo. Fiquei praticamente meio ano sendo acompanhado por Frei Nazareno José Lüdke. Foi nos encontros vocacionais que pude realmente conhecer São Francisco e sua proposta
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jovem. Contudo, foi a partir do Seminário Santo Antônio em Agudos (SP), em 2005, que fiz meu discernimento vocacional. Permanecendo no Seminário é que pude firmar esse propósito. Agora não mais “padre”, agora queria era realmente ser um “frade”.
Comunicações - Como São Francisco entrou na sua vida? Frei Leandro - Na época em que iniciava a trajetória vocacional não tinha essa noção que hoje tenho e da qual descrevo. Reconheci São Francisco pelo caminho. Porém, revisitando a história familiar, percebi que na verdade São Francisco sempre esteve, de algum modo, presente em minha vida. Meus pais possuem, coincidentemente, os nomes Francisco e Francisca. Os dois possuem uma estreita relação com o santo. Eles são nordestinos. E dentro da fé enraizada dos nordestinos, seus pais, meus avós, os entregaram ao Santo das Chagas. Por isso o nome. A educação e a fé deles, enquanto família, foram marcadas pela presença franciscana capuchinha. E acho que, dentro dos planos de Deus, eu só poderia ser um franciscano. Por isso creio que São Francisco de Assis sempre esteve presente na minha vida. Comunicações - Fale um pouco de sua família. Frei Leandro - Filhos de Francisco e Francisca, somos seis. Eu nasci no ano de 1990, na cidade de São Paulo. Meus pais, cearenses, chegaram a esta cidade como aquelas grandes levas de nordestinos que buscavam melhores condições de vida na cidade grande. Primeiro meu pai e, em seguida, minha mãe. Somos da periferia de São Paulo, zona Sul da capital. Família simples. Meus pais conquistaram a estabilidade mediante alguns sacrifícios, como todo o pai e mãe comprometidos com a educação de seus
filhos. Fé, terços, missas dominicais, atividades na igreja, era o que nos sustentava. Somos seis filhos bem encaminhados, graças a Deus. Hoje tenho três irmãos casados, eles com os seus respectivos filhos e esposas. Minha irmã ainda mora com meus pais. Tenho um irmão caçula, o Mateus. Este último nasceu em 2009, quando estava no Noviciado. O conheci com quase um ano de idade. O que poderia destacar de minha família são três coisas e esses três pontos fundamentais estenderam-se ao longo da vida formativa: ser fraterno, estudos e música. “Ser fraterno” pelo fato de sermos numerosos em casa. Era preciso saber repartir, pensar no outro, compartilhar espaços, estar juntos. “Estudos ou leitura” foi uma cobrança sempre presente. Bem! Meu pai teve a oportunidade de cursar algumas séries do ensino fundamental. Aprendeu a ler e a resolver alguns cálculos. Já minha mãe não teve oportunidade de estudar. Porém, dos dois éramos sempre cobrados para estudar, ler etc. O mais emocionante era escutar da minha mãe dizer “leia um livro!”, quando, no fundo, ela nunca tinha lido um. Mas ela sabia do valor dele. A “música” esteve sempre presente. Meu pai, com um violão muito simples, despertou em nós esse lado musical. Em casa, praticamente, todos ousamos tocar um instrumento. Meu irmão mais velho, com mais excelência, é formado e trabalha na área da música erudita; eu, no seminário de Agudos, iniciei aulas de violino e trago até hoje comigo esse dom. Deus e seus ensinamentos eram e são nosso norte enquanto família.
Comunicações - Como define o ministério presbiteral? Frei Leandro - O lema escolhido para o exercício do ministério presbiteral encontra-se no final do Evangelho segundo João: “Apascenta as
minhas ovelhas” (Jo 21, 17). A partir desse lema, defino o ministério que assumirei como: pastoreio, zelo permanente, evangelização por proximidade, entrega desmedida e serviço integral ao Reino de Deus. Tudo isso não por méritos meus, mas pela misericórdia de Deus, num serviço que compartilho da parte de Deus. Há uma passagem do Espelho da Perfeição, das Fontes Franciscanas, que retrata certa crise de Francisco em relação à Ordem, ao rebanho a ele confiado. Francisco, preocupado, recebe uma consolação da parte do Senhor, o verdadeiro Pastor desse rebanho: “Não te escolhi para governar minha família por seres um homem letrado e eloquente, mas te escolhi simples, a fim de que tu e os outros possais saber que eu velarei sobre o meu rebanho; e te pus como sinal para eles, para que vejam e realizem as obras que realizo em ti. Os que seguirem meu caminho têm e terão com mais abundância; mas o que não quiserem andar pelo meu caminho, ser-lhes-á tirado aquilo que pensam ter” (1EP n. 40). E essa mesma passagem ainda diz que Deus disse a Francisco: “Faze o que fazes, trabalha o que trabalhas”. É nessa mesma confiança que me disponho a servir a Deus, à Igreja e aos homens. Convencido de que há um Pastor Maior, o Pastor dos pastores, que me recomenda cuidado sobre o seu rebanho. Até porque ele diz “minhas ovelhas” (Jo 21, 17). Com a imposição das mãos e preces do bispo, a partir do dia 9 de fevereiro, serei esse sinal para eles (povo de Deus), para que vejam e realizem as obras que Deus realiza em mim. “Minha obrigação é dar bom exemplo” (cf. Tt 2, 7) e instruir pelas obras. Com a graça de Deus, apascentarei esse rebanho abençoando-o, administrando a ele os sacramentos e orientando-o permanentemente, consciente que sou FEVEREIRO de 2019 – comunicações
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delegado para apascentar os filhos e filhas de Deus na seara do Senhor.
Comunicações - Quais expectativas você tem para este novo tempo na sua vida religiosa franciscana e no Pontificado do nosso querido Papa Francisco? Frei Leandro - A vida de nosso Papa Francisco é um apelo a essa proximidade do pastor com a ovelha. É emblemática a fala de nosso Papa quando diz: “Os pastores devem ter o cheiro das suas ovelhas”. A isso conjugo o lema que já pude dizer. Sendo assim, a expectativa é contribuir com a Igreja no pensar e no pastorear com as ovelhas. Consciente das exigências da ordem presbiteral, quero poder ser um pastor que se aproxima do rebanho confiado. Ser próximo é o sincero desejo. E, no estar com fiéis, acolhê-los, senti-los, amá-los e orientá-los. Ousadamente parafraseio Santo Agostinho com a minha futura
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vida de religioso no serviço ministerial: Aterroriza-me o que sou para vós; consola-me o que sou convosco. Pois para vós um padre; convosco, sou cristão.
fazem conscientes e atuantes, claros e convencidos do “onde e do como fazer as suas obrigações” enquanto fraternidade, tudo flui e me anima nessa missão.
Comunicações - Quem é a sua fonte de inspiração? Onde busca alimento para sua espiritualidade? Frei Leandro - Minha inspiração não poderia ser outra se não o próprio São Francisco de Assis. Seu amor e zelo pela Eucaristia, sua entrega, sua consagração fiel e total a Cristo. Sua vida motiva o sacerdócio ministerial, por mais que não tenha sido essa a sua opção enquanto membro da Igreja. A minha espiritualidade é mantida na oração pessoal. Estar a sós com Deus. Tenho São José como um grande motivador. Invoco o esposo da Virgem pedindo que ele me inspire nessa entrega; e que ela seja integral, como foi a sua para Deus no cuidado de Jesus. De modo geral, tenho muito presente a leitura dos Santos Padres, como também literaturas espirituais consistentes. Acredito também que o contato com o povo, além de ser um exercício ministerial, é uma fonte da qual me abasteço por inteiro. O povo de Deus, ao mesmo tempo que me pede uma palavra, uma bênção, uma direção, coloca-me em uma atitude constante de conversão. Também outro manancial espiritual é estar em uma fraternidade, cujo plano de evangelização é claro e bem definido. De modo que, quando todos se
Comunicações - O que diria para um jovem sobre a vida religiosa franciscana? Frei Leandro - Coragem e ousadia. Constância e vontade bem alicerçada! Nosso maior desejo é a felicidade! É só lembrar a passagem do jovem rico, quando se encontra com Jesus (cf. Mt 19, 16-30). A felicidade da parte de Deus é a “vida plena”, tantas vezes repetidas por Jesus. Essa vida plena está muito longe de ser um projeto egoísta, que exclui o outro. Longe disso! A vida em Cristo só pode ser entendida a partir do outro, da comunidade. Sendo assim, a vida consagrada franciscana, com seu projeto fraterno de vivência e evangelização, pode ser esse caminho. Para um jovem que busca responder a Deus em sua vida, convido-o para uma abertura à proposta evangélica vivida pelo santo de Assis. Nela está depositado um frescor original para uma vida feliz. A vida franciscana é um destes terrenos a ser explorado e onde, certamente, você, jovem, encontrará o tesouro, a pedra preciosa. Outra razão que dou, e faço dela um apelo, é dizer que a vida religiosa franciscana é encantadora, pois é marcada por experiências dinâmicas. O Evangelho que escutamos é vivo! À medida que é ouvido, exige de seus ouvintes uma resposta concreta. E a vida franciscana nos coloca nessa tarefa concreta, nos posiciona em situações reais de missão. A vida religiosa Franciscana é encantadora. Lugar de vivência saudável, comprometida e plena. Abra mão de tudo e venha conhecer a vida consagrada franciscana. Vale muito a pena!
Formação e estudos
ITF passa a oferecer curso de Teologia EAD
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m 2019, o Instituto Teológico Franciscano (ITF) será polo da Educação a Distância (EAD) da Universidade São Francisco (USF). No total, serão 21 cursos oferecidos na modalidade, incluindo Teologia. Para realizar a inscrição, o candidato pode utilizar a nota do ENEM ou prova agendada, sendo isento de taxa de inscrição. Com 122 anos de história, a abertura do polo EAD em Petrópolis é um marco para o Instituto. Para o diretor do ITF, Frei Antônio Everaldo Palubiak Marinho, a iniciativa é vista como uma forma de oferecer a mesma excelência de ensino para os estudantes que optam pela modalidade não presencial. “O ITF tem como missão oferecer a seus estudantes uma formação acadêmica de boa qualidade humano-teológica, na linha da evangelização e da perspectiva franciscana. Ao mesmo tempo, atendendo aos sinais dos tempos, corpo docente e corpo discente sabem que necessitam buscar novas formas para corresponder aos anseios atuais. Neste sentido, a EAD chega para somar e agregar mais valor à nossa Instituição. A abertura de 21 novos cursos na modalidade EAD, aqui, pela Universidade São Francisco (USF), visa a formação da pessoa humana e a capacitação profissional de um modo flexível, atendendo à demanda daqueles estudantes que não dispõem de tempo para frequentar um curso presencial”, assegura o diretor.
Atualmente no Brasil, mais de 1,8 milhão de estudantes optam pela EAD, o que representa 21% do total de alunos no país, segundo o Censo da Educação Superior, divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Há 4 anos, a USF oferece cursos EAD, porém, com a nova regulamentação do Ministério da Educação (MEC), que amplia a possibilidade das universidades oferecerem cursos nesta modalidade, a instituição decidiu aumentar a oferta e o número de polos de apoio presenciais. “A oferta de EAD responde, de modo muito feliz, à própria missão da USF de promover e difundir o conhecimento, sendo a EAD uma plataforma para isso, já que consegue atingir uma capilaridade bastante significativa. Consegue oferecer um ensino com forte traço de acessibilidade e democratização”, garante o coordenador do Núcleo de Educação a Distância da USF, Renato Adriano Pezenti.
Para Frei Everaldo, a oferta supre uma demanda dos estudantes do país. “Atualmente, a grande importância da EAD no Brasil é a de possibilitar acesso à educação, quebrando várias barreiras (de locomoção, de distância geográfica, de morosidade), que dificultam ou até impedem a uma grande parte de nossa população ter acesso a uma educação de qualidade e com um investimento acessível”, afirma. A meta é atingir 100 estudantes até fevereiro. Os cursos que serão oferecidos no ITF na modalidade EAD são: Administração, Ciências Biológicas, Ciências Contábeis, Comércio Exterior, Educação Física (Bacharelado e Licenciatura), Gestão Comercial, Gestão Financeira, Gestão Hospitalar, Gestão Pública, Gestão de Recursos Humanos, História, Letras – Inglês/Português, Logística, Marketing, Pedagogia, Processos Gerenciais, Serviço Social e Teologia. Para mais informações e inscrição, acesse: usf.edu.br/vestibular FEVEREIRO de 2019 – comunicações
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PRIMEIRA MISSA DE FREI JOÃO BUNGA
“Anime-se e seja símbolo da presença viva de Deus”
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o “Domingo da Alegria”, o terceiro do Advento (16/12), Frei João Alberto Bunga presidiu sua primeira Missa na Paróquia São Lucas, na presença do Ministro Provincial, Frei César Külkamp, do presidente da Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola (FIMDA), Frei José Antônio dos Santos, do animador do Serviço Vocacional da Província, Frei Diego de A. Melo, e de Frei Valdomiro Wastchuk, conselheiro da FIMDA. As primícias de Frei Bunga foram celebradas na Comunidade de São José, sede da Paróquia São Lucas, que, segundo a descrição de Frei Bunga, foi o ‘útero’ que o gerou para a Igreja, o berço em que foi alimentado na fé e iniciado na doutrina cristã, o canteiro
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fecundo de onde começou o seu desejo pela sua vida religiosa e sacerdotal. Esta Paróquia está situada no distrito urbano de Palanca, município de Kilamba Kiaxi, arquidiocese de Luanda. A celebração foi animada pelo Coral “Voz do Deserto (Cavod), coro em que Frei Bunga fez parte enquanto vocacionado e seminarista, e contou com a presença dos frades estudantes, dos familiares de Frei Bunga, amigos, fiéis da Comunidade São José. A homilia ficou a cargo do Ministro Provincial, Frei César, que agradeceu pelo convite e acolhimento dos fiéis da Comunidade de São José e falou de sua alegria por este momento. “Meu querido irmão, confrade e amigo, Frei João Alberto, o irmão João ou Johnni aqui de Luanda e de sua família, o Frei Bunga como nós o chama-
mos, estamos aqui cheios de alegria na sua primeira missa, neste dia em que você oferece a Deus os primeiros frutos do seu ministério. Os primeiros de uma colheita muito maior que há de vir”, disse, descrevendo o percurso vocacional e formativo de Frei Bunga. Segundo Frei César, o 3º domingo do Advento, o “Domingo da Alegria” por causa da proximidade do nascimento de Jesus, a Palavra nos apresenta o profeta João Batista, aquele que vem à frente do Senhor, prepararando os caminhos para Ele. “Esta preparação consiste na conversão, na mudança de vida. Seus ouvintes lhe perguntavam: o que devemos fazer? E João Batista indica o caminho do amor solidário, especialmente aos mais pobres, o caminho da justiça.
Formação e estudos
É interessante que este seu Xará, Frei João, nos recorda que, no Batismo, também recebemos o Espírito que nos eleva à dignidade de profetas. Mas nem sempre sabemos o que isso significa. Acima de tudo, o profeta é uma pessoa chamada por Deus”, explicou. “Frei Bunga, assim a iniciativa da sua vocação é divina! Como foi para João Batista, para Sofonias e para Francisco e Clara de Assis. Como padre franciscano você também é chamado a ser profeta. Mas, como profeta continua um ser humano. Não virou anjo e nem precisa. Apesar de suas fraquezas e pecados, Deus quer se servir do ser humano para que a sua mensagem seja integralmente anunciada. Mas, a mensagem é de Deus. É Ele quem envia João Batista para preparar os seus caminhos. Esta é também a sua vocação. O perigo é a gente se apropriar da mensagem ou querer as honras por causa dela. O profeta é chamado para cumprir uma missão, a de transmitir suas palavras. Para isso, ele precisa aprender a escutar com muita atenção o que Deus lhe sugere”, ressaltou o Ministro Provincial. Para Frei César, neste aspecto, como filhos de São Francisco de Assis, os frades têm uma característica muito particular. “Ele pede a nós que, ao anunciarmos a Palavra de Deus, sejamos também os primeiros destinatários dela. Ele exige que a mensagem seja anunciada com as palavras e com a vida. Ou seja, além de não nos apropriamos, de não nos gloriarmos, ele ainda exige fidelidade à Palavra”, ensinou. “Assim, na visão franciscana, Frei Bunga, para conseguir cumprir esta missão, devemos primeiro nos colocar em piedosa escuta da mensagem de Deus e deixar que ela penetre até o âmago do nosso coração. Sua humanidade e suas dificuldades continuam FEVEREIRO de 2019 – comunicações
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aí com você. Até mesmo o apóstolo Paulo, que fez tanto pela Igreja, que levou a Palavra tão longe, fundou tantas comunidades, afirma: ‘Não eu, mas a graça de Deus’. Ele nos afirma que o pecado e a fraqueza são necessários para não perdermos a humildade e para que a força não seja nossa, mas a de Cristo habitando em nós. E hoje o Senhor também diz a você, Frei Bunga: ‘Basta-te a minha graça!’”, exortou Frei César, lembrando que confiar inteiramente e em todas as circunstâncias nesta força não é uma tarefa simples. Os profetas, os apóstolos e o próprio Cristo experimentaram o sofrimento, a perseguição e a própria morte. “E a Igreja, com seus ministérios e serviços, nasce neste contexto de luta, mas ao mesmo tempo quer anunciar a esperança do novo. Um novo céu e uma nova terra. Hoje, vivemos uma época de grandes mudanças em todo o mundo. Quantas pessoas são forçadas a deixar sua terra e buscar lugares distantes. Aqui mesmo, em Angola, temos esta realidade. Mas, tomamos consciência dos problemas em escala mundial pela televisão ou pela internet e, ao mesmo tempo, crescem atitudes e interesses muito individualistas. E esta é uma cilada que trai
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o Evangelho e o próprio ministério”, disse. “‘Os ministérios presentes na Igreja são todos participação no mesmo ministério de Jesus Cristo, o bom Pastor que dá a vida pelas suas ovelhas’ (Jo 10,11). Frei Bunga, aí está o sentido do seu ministério. Você deve, sim, como cristão e como ministro ordenado, superar o fechamento seu e dos demais para buscar a centralidade de Cristo. Que ele mesmo o conduza ao amor generoso que Ele e o Pai têm para com a humanidade”, ensinou o Ministro Provincial, enfatizando: “E você sabe que só será um bom presbítero se Cristo for tudo em você. Todas as estratégias de evangelização serão ineficazes se não comunicarem um coração inflamado pelo amor de Deus. ‘Se se deseja alcançar o coração dos cristãos, é preciso primeiro falar ao coração de Deus e deixá-lo falar ao próprio coração’”, enfatizou, lembrando que o sacramento da Ordem é uma eucaristia feita com a vida do presbítero, em se transformando ele mesmo em hóstia viva. “Frei Bunga, como franciscano e ordenado, você é chamado a ser um profeta de fraternidade e de minoridade no mundo de hoje! Diante disso, só posso lhe dizer que seu propósito
é grandioso e você é muito corajoso por escolhê-lo para a sua vida! Caro Frei Bunga, Deus está com você! Anime-se e viva a missão de ser um sinal e símbolo da presença viva de Deus. Como franciscanos, peçamos a Ele o dom de conservarmos o fervor espiritual! Ser sacerdote é, sobretudo, abrir-se aos outros como irmão! E ser irmão é a grande contribuição do nosso carisma franciscano para o mundo de hoje. Caros irmãos, invoquemos a intercessão da Virgem Maria, padroeira de Angola, venerada como Mamá Muxima, rainha da Ordem dos Frades Menores e mãe dos Sacerdotes, para obter do Senhor bênçãos abundantes para o ministério do Frei Bunga. E Frei Bunga, que você continue crescendo em santidade e esteja pronto para testemunhar a beleza de sua total e definitiva consagração a Cristo e à Igreja, o seu povo santo!”, completou Frei César. A celebração ficou marcada por muitos momentos de alegria, sobretudo através dos cantos entoados por um coral composto por homens. Ao longo da Missa, os familiares e amigos de Frei Bunga ofereceram casulas, estolas, sandálias e outros presentes como sinal de envio, missão e colaboração na obra de Deus.
Formação e estudos
Depois do cântico de ação de graças, o Conselho Restrito da Comunidade de São José, em nome do seu Pároco, Frei António Baza, dos anciãos da Comunidade, o coordenador António Pedro felicitou Frei Bunga pela primeira Missa. Frei João Bunga é o terceiro padre daquela comunidade que completou 34 anos de existência e 18 anos desde que se tornou Paróquia. Ao manifestar também sua gratidão, Frei Bunga, com seu radiante sorriso, exclamou: “Que dizer neste momento de imensa alegria!? Não sei se fui arrebatado ao céu ou se o céu desceu até mim. Tenho apenas a certeza de que se trata de um dia especial”, disse. “Sendo sacerdote em nome de Cristo oferecerei o maior sacrifício de louvor e ação de graças. Serei as mãos de Jesus ao abençoar e santificar as oferendas. Serei a voz de Cristo ao proclamar o seu evangelho. Farei as vezes de Cristo quando administrar os sacramentos, sinais visíveis da sua presença santificadora. Serei os seus pés quando for ao encontro dos doentes, dos pobres, dos excluídos. Configuro-me a Cristo em sua vida. Ser presbítero não é título, mas é crucificar-se com Cristo”. Na sequência, Frei Bunga acrescentou: “De agora em diante sou interpelado a proclamar para mundo que já não sou eu que vivo, que rezo, que canto, que abençoo, que trabalho, que batizo, que celebro, mas é Cristo que em mim vive”. Frei Bunga reconheceu a missão sacerdotal e manifestou sua pequenez perante tamanha responsabilidade: “Confio naquele que até agora me ajudou”. O dia festivo terminou com um almoço nas dependências da sede daquela Comunidade que está em obras.
Frei Crisóstomo Pinto Ñgala FEVEREIRO de 2019 – comunicações
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série REGIS GUARACY RIBEIRO DAHER
No jardim de Bragança
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fraternidades
Não é possível ‘cobrar’ nada da fraternidade sem antes ter dado a própria vida para construí-la.
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ncontrei-me com Frei Regis no dia 22 de de- para pegar os peixes. Didaticamente, Frei Régis explica zembro, na Fraternidade de Bragança Paulista, que esta ave é da família dos tiranídeos e que come de para onde este frade se mudou em 2010 e para tudo, desde frutas e flores até insetos e ovos de passarionde levou o ofício que mais gosta de fazer: nhos. É capaz de ameaçar até gaviões e urubus quando jardinagem. Segundo um clichê conhecido, todo mun- estes se aproximam do seu território. E das plantas que cultiva, do precisa plantar uma árvore. Frei Régis esbanja conheciNas casas da Província por onde passou, Frei Régis plantou pelo mentos. Sabe de cor o nome menos uma árvore. Para ele, científico delas. Com certeza esse amor pelas plantas e flores não rivaliza com o seu grande faz parte da herança franciscaconfrade Frei José Mariano da Conceição Vellozo, o autor da na. “É um contínuo ‘milagre’ “Flora Fluminensis” (1790), participar desta explosão de mas conhece tudo o que cultivida!”, ensina. O espaço verde onde está va no Jardim de Bragança. Essa a Fraternidade de Bragança é característica detalhista de sua generoso para alegria do frade. personalidade - e que usa com Plantas, mudas, vasos, galhos, maestria para explicar alguma flores estão em toda parte. Com coisa - tem a ver com sua pritamanha riqueza verde, não falmeira profissão: a de professor. O contorno de quem somos É no Vale do Paraíba, precisatam esquilos, muitos pássaros e jacus. Enquanto conversava, mente em Jacareí, que nasce, de fato só aparece nas Frei Régis estava de olho no no dia 8 de abril de 1952, Frei relações que estabelecemos bem-te-vi, que espertamente Régis, o quinto filho na ordem mergulhava na fonte do jardim de nascimento de Maria Aucom tudo e com todos. FEVEREIRO de 2019 – comunicações
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gusta e Alfredo Daher (Mário Ney, Paulo Afonso, José Ivens e Isa Maria do primeiro casamento. Alfredo Júnior é filho do segundo casamento). Lecionou durante quatro anos Desenho e Educação Artística para alunos do 1º Grau nas escolas públicas estaduais nas cidades de Igaratá, São José dos Campos e Paraibuna. Sempre indo de um lado para o outro, às vezes “comendo” poeira em algumas estradas com o seu Volks TL. Nos finais de semana, o mestre não parava. Era um assíduo colaborador dos Retiros promovidos pelas Irmãs Mensageiras do Amor Divino de Aparecida. Tinha uma vida intensa nas equipes dos “Retiros do Amor Divino”, o que ajudou no seu discernimento vocacional, embora já, aos 8 anos de idade, pediu ao pai autorização para ingressar no Seminário Redentorista. O pai, descendente de libaneses, achou cedo demais para ele viver longe da família. Depois, foi o próprio pai que o conduziu para o Seminário de Vocações Adultas (Sevoa) em
Comunicações - Em que momento de sua vida se sentiu atraído pelo carisma franciscano? Frei Regis - Aos 18 anos de idade (1970). Quando comecei os estudos na faculdade (curso de Desenho e Educação Artística), convivi com uma religiosa das Irmãs de São José de Chamberry. Ela plantou as primeiras sementes para a vida cristã mais intensa e compromissada. Inspirado pelo meu irmão mais velho, Mário, em 1971 participei do movimento dos Cursilhos. No mesmo ano, comecei a dar aulas na cidade de Igaratá (SP), onde passei a conviver com as Irmãs Franciscanas Hospitaleiras que ali atuavam. Delas, certamente vieram as primeiras inspirações. Comunicações - Que motivação o trouxe para a Ordem dos Frades Menores? Frei Regis - É uma história meio
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1975. Esse ingresso tinha como primeira inspiração o sacerdócio. Durante a formação, a partir do Noviciado em 1976, sua decisão mudou e, na última etapa, durante a Teologia, decidiu ser irmão leigo franciscano. Após os estudos de Filosofia e Teologia (77-81), trabalhou os 13 primeiros anos em casas de formação da Província: 82-83 (Guaratinguetá); 84-91 (Agudos) e 92-94 (Rondinha). Esteve a serviço da Secretaria Provincial (95-2010) por quinze anos, um trabalho que fez com perfeição, cuidado e dedicação. Viu a importância da internet quando ela assustava os ambientes eclesiais e se tornou um dos frades que mais incentivou as novas mídias na Província, ajudando a criar o Setor de Comunicação da Sede Provincial. Hoje, nos jardins de Bragança, Frei Regis não deixa de navegar na internet, mas sua prioridade é o verde, embora seja um corintiano. Acompanhe a entrevista!
Moacir Beggo
longa. Mas resumindo, em 1974, fui visitar o Seminário Frei Galvão, em Guaratinguetá, e na capela tive a certeza que era ali o meu lugar. Sem muitas palavras ou ideias. Algo interior. Na realidade, São Francisco vem primeiro, a Ordem é consequência.
Comunicações - Fale um pouco de sua família. Como ela recebeu a sua escolha? Frei Regis - Família de cinco filhos, dos quais eu sou o caçula. Do segundo casamento do meu pai, depois de viúvo, nasceu um irmão com diferença de 23 anos. Portanto, são 5 homens e uma única filha (já falecida). Todos os filhos e o pai dedicaram suas vidas à educação (professores, diretor de escola) em escolas públicas. Da minha mãe recebi a influência religiosa. Fui coroinha a partir dos 7 anos de idade. Em 1974, quando me preparava
para a entrada no seminário, meus irmãos já eram todos casados e meu pai viúvo. Nos anos 1971 a 1974, participei ativamente da vida eclesial: movimentos de jovens, casais, catequese e retiros. De modo que a opção pela vida religiosa foi se constituindo naturalmente. Creio que todos receberam bem, com exceção do pai que imaginava outra coisa. Com o tempo, não só aceitou mas compreendeu do que se tratava e me deu apoio. Foi ele quem me conduziu ao Sevoa em 1975.
Comunicações - Quando você ingressou no seminário já tinha clareza que entrava na Ordem para ser frade menor? Frei Regis - Quando se é jovem, a única clareza é o próprio São Francisco no seguimento de Cristo. É a paixão do ‘primeiro amor’, que age mais por impulso do que por racionalidade. Só aos poucos, mui-
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to lenta e gradativamente, é que as coisas vão se sedimentando, “com os pés no chão” vamos tomando consciência do que seja ‘ser frade menor’ e membro de uma fraternidade, a Ordem dos Frades Menores. O processo de maturidade dura a vida toda.
ser humano vive e convive. O contorno de quem somos de fato só aparece nas relações que estabelecemos com tudo e com todos. É o nosso “conviver” que revela quem somos. Para não escapar de todo da pergunta, considero-me uma pessoa feliz, sinto alegria em viver e conviver. Entendo que a cada dia Deus renova a criação da qual faço parte. Nascemos a cada dia. Alguns preferem dizer: “Morremos a cada dia”.
Comunicações - Como ser um bom frade? Quais os desafios da vida em fraternidade? Frei Regis - Primeiro: carregando paciente, alegre e humildemente o peso da própria existência. É a cruz de cada dia. Segundo: abraçando a todos e qualquer situação, como condição da verdade do seguimento. Quanto aos desafios da nossa vida: fraternidade é um dom e uma tarefa. Não ‘entramos’ numa Ordem ideal e pré-existente como uma dádiva sem compromisso. É um dom de Deus se dispor construir a fraternidade. O maior desafio é o de acreditar nisso até o fim da vida. É esse o sentido mais profundo dos votos religiosos, sobretudo na profissão solene. Não é possível ‘cobrar’ nada da fraternidade sem antes ter dado a própria vida para construí-la.
Comunicações - Em que momento de sua caminhada decidiu ser irmão leigo? Frei Regis - Durante os estudos da Teologia (1977 a 1981), com a aproximação das ordenações (diaconato e presbiterado) dos meus colegas ao final do curso. Senti que não devia (nem podia) assumir os ministérios apenas como consequência cronológica dos anos da formação. Ao final do 5º ano (1981), pedi ao Ministro Provincial um tempo mais intenso de aprofundamento para Comunicações - Você uma decisão madura e acha que o clericalismo consciente. Recebi, então, ameaça a Ordem como minha primeira transfedisse o Definidor Geral Frei Valmir Ramos? rência para GuaratingueQuanto mais a humanidade Frei Regis - Bem antes tá, para ajudar na formase distancia da sua origem do Frei Valmir se manição dos seminaristas. Só ao longo dos anos é que festar sobre o clericalisprimeira tanto mais sente a se foi sedimentando a vomo, o Papa Francisco em frustração e o vazio. 13.12.2016, em sua homicação do religioso leigo. Hoje, tenho clareza que lia na missa da Casa Santa não me enganei em percorrer esse Comunicações - Você sempre gos- Marta, criticou veementemente o que caminho. tou de trabalhar com jardinagem ou ele chamou de “um mal que afasta o povo da Igreja”. Comparou as atitudes isso veio depois? Frei Regis - Veio com o tempo. dos fariseus e doutores da lei com o Comunicações - Quem é o Frei ReAcho que faz parte da herança fran- mal que também afeta a Igreja nos gis? Como você se autodefine? Frei Regis - Enquanto “frei”, são ciscana. Na medida em que a gente vai dias de hoje: “Os intelectuais da religião timeus irmãos é quem devem saber percebendo que a vida pulsa em cada quem eu sou. O frade só existe en- criatura e que tudo está em comunhão. nham a autoridade jurídica, moral quanto membro de uma fraternida- É um contínuo ‘milagre’ participar e religiosa, decidiam tudo. Com a de, entendida em seu sentido mais desta explosão de vida! Acredito que lei feita somente por eles, ‘intelectuamplo, “irmão de toda a criatura”. a contemplação ‘passa’ por esta experi- al, sofisticada, casuística’, cancelam Não acho possível me autodefinir. O ência do mistério da existência. a lei do Senhor. E a vítima, assim FEVEREIRO de 2019 – comunicações
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como foi Jesus, todos os dias é o povo humilde e pobre que confia no Senhor, aqueles que são descartados. Aqueles que tinham o poder, que levavam adiante as catequeses do povo com uma moral feita pela sua inteligência e não a partir da revelação de Deus. Os clérigos se sentem superiores, se afastam das pessoas e não têm tempo para escutar os pobres, os que sofrem, os presos, os doentes”. Portanto, esse risco do clericalismo atinge a todos nós na medida em que nos afastamos do seguimento de Cristo pobre, humilde e crucificado.
Comunicações - Francisco tem lugar no mundo de hoje? Frei Regis - Mais do que nunca. Quanto mais a humanidade se distancia da sua origem primeira tanto mais sente a frustração e o vazio. Francisco é uma referência na busca que todo ser humano realiza pelo sentido de sua existência. Daí a permanente atração que ele exerce em qualquer tempo. Francisco é o que todo homem gostaria de ser. Comunicações - Como vê o Pontificado do Papa Francisco? Você acha que ele vai ter forças para suportar as pressões daqueles que se opõem às mudanças e reformas propostas por ele? Frei Regis - Penso que o caminho que o Papa inspirou na Igreja, e para além dela, é um caminho sem volta. Trata-se de um retorno à integralidade do Evangelho. Fica cada vez mais clara e patente a incoerência dos que se opõem a essas mudanças. Não se trata de algo opcional. É um imperativo para a permanência da Igreja e do seu testemunho no mundo. Está cada vez mais claro “quem é o joio e quem é o trigo”. Comunicações - Você acha que os franciscanos estão aproveitando bem essa evidência do carisma que o Papa sempre faz questão de colocar em pauta? Frei Regis - Esse processo de ‘purificação’ a que me referi anteriormente atinge a todos no interior da Igreja, também a nós, franciscanos. Quem não viver este processo vai “perder o trem da história”. O governo geral
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Na vida encontramos simultaneamente ambas as coisas, espinhos e rosas. O espinho não é de todo ruim. Há espinheiros que dão flores, por vezes, tão ou mais belas que as rosas.
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da Ordem está atento a essas mudanças. Cabe a cada um acolher esse tempo de graça e de conversão.
Comunicações - Como você vê a iniciativa e disposição de se buscar a unidade dos três ramos masculinos da Ordem Franciscana? Frei Regis - É um caminho longo e difícil porque ao longo da história foram se cristalizando mais as diferenças do que tudo aquilo que nos é comum. Acredito que podemos nos unir na medida em que formos capazes de assumir projetos comuns de vida e na evangelização. O movimento de unidade deve acontecer de ‘fora’ para ‘dentro’. Não será nunca fruto de acordos e compromissos oficiais e institucionais.
Não ‘entramos’ numa Ordem ideal e pré-existente como uma dádiva sem compromisso. É um dom de Deus se dispor construir a fraternidade. O maior desafio é o de acreditar nisso até o fim da vida.
Comunicações - No jardim de sua vida, você encontrou mais espinhos ou rosas? Frei Regis - A imagem do jardim não é a melhor para simbolizar a vida. Prefiro a de uma estrada ou caminho, mais dinâmica com movimentos e paradas, descobertas, surpresas. Na vida encontramos simultaneamente ambas as coisas, espinhos e rosas. O espinho não é de todo ruim. Há espinheiros que dão flores, por vezes, tão ou mais belas que as rosas. Basta ver alguns tipos de cactos. Talvez as dificuldades mais agudas da vida sejam oportunidades valiosas de amadurecimento humano e espiritual. Muitas vezes, o encanto e a admiração da beleza são efêmeros e passageiros. Comunicações - Como você apresentaria a Ordem dos Frades Menores a um jovem hoje? Frei Regis - A Ordem é um caminho entre outros. Não somos detentores de uma única verdade, nem Francisco é nossa ‘patente registrada’. Francisco é uma inspiração de vida que pode ser acolhida de muitos modos. Meu mestre de noviciado dizia que “muitos têm a vocação franciscana, mas poucos os que aceitam vivê-la numa instituição, a Ordem”. O nosso tempo vive uma crise de valores, o que dificulta grandemente assumir compromissos definitivos. São poucos os que desejam consagrar a própria vida numa instituição com seus limites. Em geral, o jovem tem dificuldade de abrir mão de sua liberdade e autonomia para assumir um projeto de vida. No entanto, há quem - uma minoria - ainda hoje aceite viver esse desafio. FEVEREIRO de 2019 – comunicações
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Forquilhinha se despede dos Franciscanos
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epois de 81 anos de presença dos frades da Província Franciscana da Imaculada Conceição, a Paróquia Sagrado Coração de Jesus foi entregue à Diocese de Criciúma. Lágrimas e muita emoção tomaram conta dos fiéis na noite da segunda-feira, 17 de dezembro, na Igreja Matriz Sagrado Coração de Jesus, marcando o dia em que uma história de mais de 80 anos chegou ao fim. Centenas de pessoas estiveram na Celebração Eucarística, presidida por Dom Jacinto Inacio Flach, bispo da Diocese de Criciúma, pelo Definidor Frei João Mannes, que representou o Ministro Provincial, Frei César Külkamp, em viagem à Missão de Angola, e pelo Definidor da Província, Frei Daniel Dellan-
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drea. Presente a última Fraternidade Franciscana nesta cidade: o guardião e pároco Frei Ivo Müller, o vigário da casa Frei João Lopes da Silva, os vigários paroquiais Frei Ricardo Backes e Frei Osvaldo Lino Luiz. Além dos frades da casa, outros que por ali já passaram também vieram prestigiar as homenagens, entre eles: Frei Jacir Antonio Zolet, Frei Fabiano Kessin, Frei Tarcísio Theiss (ex-pároco), Frei José Boing (ex-pároco), Frei Nilton Decker, Frei Flávio Malta, Frei Evandro Balestrin, Frei Roberto A. Pereira e Frei Carlos Ignácia. “Meu sentimento é de gratidão a Deus por me favorecer esta rica experiência como pároco de Forquilhinha por três anos. Foi um aprendizado junto ao povo de Deus,
tanto na rede de comunidades que procuramos articular como nas celebrações, nos momentos de capacitação das lideranças, nas visitas aos enfermos e casas, nos momentos fraternos e festivos. Somos muito gratos ao povo de Forquilhinha que não nos deixou faltar nada, inclusive partilhando pães, bolachas, ovos, carnes e frutas como expressão do amor por eles. Que Deus vos abençoe e vos guarde!”, agradeceu Frei Ivo. O ex-Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, em nome de todos os frades, enviou sua mensagem de agradecimento ao povo de Forquilhinha, que muito bem acolheu aos frades e que hoje com aperto em seu coração devolve a Paróquia à Diocese “Por 81 anos, a Província man-
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teve a presença dos Frades Menores em Forquilhinha. Neste final de ano, diante da necessidade do nosso redimensionamento, particularmente pela diminuição de vocações e a urgência de fortalecer nossas Frentes Missionárias, não sem dor no coração, estamos devolvendo a Paróquia do Sagrado Coração de Jesus aos cuidados da Diocese de Criciúma”, explicou Frei João Mannes, representante do Ministro Provincial.
“É um misto de gratidão mas também de perda, de vazio”
Dom Jacinto abriu mão de sua reflexão após o Evangelho para que irmã Beatriz Hobold pudesse expor em palavras o sentimento, acima de tudo de gratidão, aos frades, que vão deixar saudades. “Despedimos com um sentimento de perda, de vazio. Tenho certeza que cada um de nós está sentindo esse vazio no coração com a saída desses nossos amigos. Todos nós, forquilhinhenses, fomos batizados e criados dentro do carisma
franciscano, uma marca indelével dentro de nós. Esse carisma fundamentou nossos princípios e convicções, formando esta base sólida que não se consegue derrubar. Graças a Deus e a São Francisco! Eu sempre brinco dizendo que, bem antes de ser irmã escolar de Nossa Senhora, já era franciscana. Por tudo isso e muito mais, lamentamos profundamente a saída dos Frades de nosso município, Paróquia e cidade. Talvez seja bom dizer que isso não se refere especialmente a um ou a outro dos frades, mas sim a todos da Província Franciscana da Imaculada que tivemos o privilégio de conhecer e conviver. Cada um com sua especificidade conseguiu deixar rastros muito claros de São Francisco no meio de nós”, completou emocionada a religiosa.
“E agora?”
“Agora a palavra de gratidão aos confrades Frei Ivo, Frei João, Frei Osvaldo Lino e Frei Ricardo que, com serenidade e diálogo, condu-
ziram o trabalho de confiar a Paróquia do Sagrado Coração de Jesus de Forquilhinha aos cuidados da Diocese de Criciúma. Sabemos que o carisma de São Francisco continua presente na vida e no coração das pessoas, particularmente pela presença das Irmãs Franciscanas e da Ordem Franciscana Secular. Que o Senhor abençoe a todos! E, com as preces de São Francisco, concluo minha singela mensagem: ‘Altíssimo, Onipotente e Bom Senhor, teus são o louvor, a glória, a honra, e toda bênção... Louvai e bendizei a meu Senhor, e dai-lhe graças, e servi-o com grande humildade’, destacou Frei Fidencio Vanboemmel, que acompanhou como Ministro Provincial todo o processo de entrega da Paróquia à Diocese. “Leva-me aonde os homens necessitem Tua palavra, necessitem de força de viver onde falte a esperança, onde tudo seja triste simplesmente por não saber de Ti”. Com esta bela canção, jovens da Pastoral da Juventude também FEVEREIRO de 2019 – comunicações
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expressaram todo seu carinho aos Franciscanos, que, com seu carisma, deixaram um legado e, com certeza, um ensinamento de humildade, coragem e esperança não somente aos jovens mas a todo povo de Forquilhinha. Além da juventude, representantes das comunidades e do Poder Público também não deixaram passar em branco a passagem desse povo tão sincero e perseverante que carrega consigo o carisma de São Francisco de Assis, prestando uma homenagem de forma simples, assim como o sentimento que eles carregam: a humildade. Morgana Tomazi, coordenadora Pastoral da Juventude: “A juventude da Paróquia Sagrado Coração de Jesus agradece imensamente a presença dos franciscanos pelo tempo que aqui permaneceram. Através da missão de vocês, conhecemos o rosto de Jesus. O trabalho por aqueles que mais precisam será um dos ensinamentos que permanecerá em nossa Paróquia”. Rafael Amboni Machado, coordenador de Catequese: “Durante todos esses anos, a presença dos franciscanos na catequese nos ajudou como catequistas no ensinamento da acolhida e humildade. Com certeza, nossa Paróquia terá sempre um viés franciscano”. Neusa Tiscoski, coordenadora Lareira: “O movimento Lareira foi idealizado e construído em Lages por franciscanos e trazido para Forquilhinha há 40 anos. A sua continuidade tem sido relevante na caminhada evangelizadora, familiar e comunitária. Nossa gratidão a todos franciscanos que por nossas vidas passaram deixando um pouco de São Francisco. Desejamos Paz e Bem em suas vidas!” Mariane Rodrigues, jovem participante das Missões Francisca-
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nas: “Depois que você conhece o carisma franciscano, jamais consegue esquecer ou deixar de vivê-lo. Alguns jovens de nossa Paróquia tiveram a honra de vivenciar esse carisma ainda mais profundamente participando das Missões Franciscanas que acontecem todo ano, e a paixão foi ainda maior. Independentemente de a Paróquia não pertencer mais a essa Província da Imaculada, ela permanecerá em nossos corações e vamos continuar nos encontrando nas Missões pelo Brasil afora. E como aprendemos nas Missões: ‘Eu sou Franciscano, com muito orgulho, com muito amor!’”
Câmara também presta última homenagem aos Franciscanos
Na quarta-feira (19/12), a Câmara de Vereadores de Forquilhinha também prestou uma homenagem em Sessão solene realizada como forma de agradecimento por tudo que os Freis fizeram por Forquilhinha e por todo legado que aqui deixaram.
Mariane Rodrigues
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O “Natal Feliz” de Curitibanos
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a Paróquia da Imaculada Conceição de Curitibanos (SC), as celebrações natalinas mesclaram beleza e fé. No dia 20/12, depois de muita organização, teve início o “Natal Feliz”, que se estendeu até o dia 22. O objetivo foi oferecer cultura à comunidade valorizando os artistas e talentos locais, e também despertar em cada cristão o espírito fraterno do Natal no convívio com a comunidade. A iniciativa partiu de Raquel Ferreira Peretti e do pároco Frei Roberto Carlos Nunes. Instituições filantrópicas, órgãos públicos, o comércio do município e a comunidade paroquial não mediram esforços para que tudo acontecesse conforme
havia sido planejado e com bom êxito. O pátio da Igreja foi escolhido para ser a sede do evento por conta da sua importância turística e por sua beleza. O Prefeito Municipal, José Antonio Guidi (Dudão), reforçou que a parceria entre Prefeitura e comunidade é muito importante. Entre as apresentações, a Banda
do Exército de Florianópolis, a Academia Stadium, a melhor idade, dançando a música de Carmem Miranda “O que é que a baiana tem”; os alunos da ATG -Associação Cultural Tânia Gaboardi dançaram balé e jazz, além de uma volta aos anos 60, que animou os participantes encerrando a noite de apresentações. Durante o evento, as crianças puderam tirar fotos com o Papai Noel e o grupo de jovens franciscanos (JUCE) encenou a apresentação do presépio. A Igreja ganhou toda uma iluminação especial, pois é a primeira vez que ocorre um evento assim na Igreja Matriz de Curitibanos.
Frei Camilo Martins e Bruno Almeida de Mello
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Sucesso na 1ª Mostra Franciscana de Presépios em Blumenau
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ealizada pela primeira vez em 2018, dentro da programação ‘Magia do Natal’, no Parque Vila Germânica em Blumenau (SC), e organizada pelos Franciscanos, jovens e casais da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, a 1ª Exposição Franciscana de Presépios Internacional apresentou presépios que revelam os ensinamentos de Jesus Cristo e a sensibilidade em enxergá-lo diante da correria em que nós, seres humanos, nos encontramos diariamente. O título do Presépio vem de Zurique, na Suíça: “A Deus, quem procura, Ele se deixa encontrar”. Nada mais forte do que entre tantos shoppings, lojas, pessoas circulando, Jesus abrigado debaixo da ponte. A 1ª edição teve como tema ‘Imagens da Fé’ e contou com mais de 70 presépios de vários países e das mais variadas regiões do Brasil, com os mais diversos tipos de materiais (papel, capsulas de café, porcelana, arame, sucata, banhados a ouro, cristal etc) e técnicas de representação artística. Delicadeza e graça em cada peça, independente da matéria prima, alguns conjuntos grandes, em tamanho real, outros pequenos que cabem na palma da mão, de vários lugares do mundo, como países da Europa, Líbano, Israel e também de Blumenau. Com filas constantes na entrada da sala, cerca de 30 mil pessoas visitaram nossa exposição. Diante do grande sucesso, já foi encomendado pelo prefeito de Blumenau, Sr. Mário Hildebrand, a 2ª Edição da Exposição Franciscana de Presépios Internacional para este ano.
Frei Rozântimo Antunes Costa
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Santuário Santo Antônio do Valongo realiza a 25ª Exposição Franciscana de Presépios
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tradição de montar presépios foi herdada de São Francisco de Assis, que segundo a tradição, montou o primeiro presépio na cidade italiana de Greccio, em 1223. Da Itália, essa tradição se espalhou pela Europa e pelo mundo inteiro. Para nós, franciscanos, repetir essa bonita tarefa, é transmitir um pouco da espiritualidade herdada de nosso seráfico pai: mostrar o Jesus menino que nasce
a cada dia em nossos corações de maneira única e especial. Este ano estamos completando vinte e cinco anos de exposição. Neste espírito, voluntários, muitos deles artesãos, se propuseram a usar de seu talento e criatividade para deixá-la viva e especial. São trinta e cinco presépios, cenários belíssimos, com materiais comuns, próprios de nossa terra, que nos fazem voltar a Belém e reviver a simplicidade do Natal: Deus se fez carne para vir habitar entre
nós. Essa espiritualidade da simplicidade e da humildade própria do Natal, desperta a solidariedade, a alegria de servir, e o desejo de começar uma vida nova com Jesus. Nesta dinâmica do encontro, a Exposição Franciscana de Presépios reuniu visitantes de 16 de dezembro de 2018 a 28 de janeiro de 2019.
Frei João Pereira Lopes e Frei Diego Martendal
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Verão2019: Fiéis lotam Convento da Penha na primeira Missa à noite
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Convento da Penha realizou no início da noite do dia 12 de janeiro, na sua Capela, a primeira Santa Missa dentro da programação especial do Verão 2019. A Celebração Eucarística teve início às 19 horas e foi presidida pelo guardião Frei Paulo
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Roberto Pereira, tendo a presença de muitos turistas e devotos que subiram até o Santuário para rezar, contemplar a beleza e a grandeza de Deus ou ainda desfrutar do tão esperado momento de subir com a claridade do sol, participar da Missa e, no final, ser presenteado com o espetáculo do pôr do sol. A Capela ficou lotada. Crianças, jovens, idosos… todos irmanados, unidos, convergindo na mesma fé, acolhidos pela graça e misericórdia de Deus. Ao subir à Penha, – como disse o guardião – “até quem anda meio desanimado, desesperançado, volta a sorrir. Que a gente leve a experiência daqui para frente. Mesmo ao escurecer, estaremos cheios de luzes, sendo suficientemente iluminados para lançar luzes onde quer que a
gente for. Este é o dom de estar aqui no Convento”, destacou, agradecendo a presença de todos. A Missa teve também a presença do Frei Lucas Moreira, o capixaba de Vila Velha que fez sua Primeira Profissão Franciscana na última quinta-feira (10/01). Ele fez os comentários iniciais, a acolhida e, no final, apresentou-se para os fiéis. Na homilia, ao refletir sobre o Batismo do Senhor, Frei Paulo explicou o fim do tempo do Natal e início de um novo tempo litúrgico. “Com a celebração do Batismo do Senhor, encerramos o tempo do Natal. Natal é a marca da luz, o povo que vivia nas trevas viu uma grande luz, Jesus Cristo nascido pobre, entre os pobres… Deus revestido na fragilidade humana ilumina as trevas e nós be-
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bemos desta fé, desta convicção com muita alegria e solenidade. Na Igreja, o Natal não termina no dia 25. Muito sabiamente, a Igreja coloca o encerramento do Natal na renovação do batismo, o nosso batismo. Ao celebrar o batismo de Jesus, renovamos o nosso compromisso batismal: sal da terra e luz do mundo”, afirmou Frei Paulo. Ele explicou também por que Cristo, sendo verdadeiramente Deus, entrou na fila dos pecadores para receber o batismo pregado por João. “Jesus se faz um do povo, esse é dom de
Deus. Ele surpreende e entra na fila. O povo todo na fila, esperando para ser batizado e Jesus entra lá também como um dos nossos, gente como a gente. É batizado, pede para ser batizado. O autor de todo o batismo pede para ser batizado, esta é a primeira lição. Nós somos batizados, somos todos iguais, todos irmanados com a mesma natureza. Jesus fez assim e nós também devemos fazer: entrar na fila sem distinção… O batismo de João inaugura este tempo novo, onde não há distinção de origem, de raça,
de gênero e a água purificadora afasta de nós todas as diferenças que são excludentes”, disse. Ele elencou ainda alguns ensinamentos do Evangelho, dizendo que Deus não faz acepção de pessoas. Ele quer que todos pratiquemos a justiça, o tempo novo. Por fim, o guardião destacou a frase que termina o trecho do Evangelho: “Tu és o meu Filho Amado, em ti ponho meu bem-querer”, explicando que é preciso abrir mão da própria vontade, do próprio querer, para aceitar a vontade e o projeto de Deus, como fez Jesus. Após a comunhão, durante os avisos e comunicados, antecedendo a bênção final, o guardião do Convento voltou a agradecer a presença do público. Orientou sobre a segurança e agradeceu a união de forças entre os funcionários do Convento, amigos e voluntários e do Poder Público, destacando a presença da Guarda Civil Municipal de Vila Velha e da Polícia Militar.
Fonte: Site do Convento
O dinamismo que nos move a vida, trazendo a força pra um sonhar dourado, esperança é o seu nome, sagrado, a luz e a cura de toda ferida!... Essa esperança vive sempre em nós, a alimentar a nossa fé constante, e a esquentar nosso amor a cada instante, tenho certeza que é de Deus uma voz. Quando esse fogo se arrefece, é triste, não mais a luz em nós, não mais existe, a alegria foge, não mais sonhamos. Todo futuro alvissareiro vem dessa virtude-chave que, do além, Deus nos plantou para a eterna alegria.
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Franciscana da Juventude
Aproxime seu celular para ver o Vídeo da 8ª Caminhada Franciscana
“Que possamos, cada vez mais, abraçar as pessoas que passam pelo nosso caminho!”
Frei César Külkamp, Ministro Provincial FEVEREIRO de 2019 – comunicações
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iver as relações com gratuidade e ir ao encontro do próximo. Este foi o pedido do Ministro Provincial, Frei César Külkamp, aos quase 800 participantes da 8ª edição da Caminhada Franciscana da Juventude, realizada de 11 a 13 de janeiro na cidade de Curitibanos (SC). Durante a missa de encerramento,
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Frei César conclamou os jovens a viverem plenamente a cultura do encontro em todas as esferas de suas vidas. O tema escolhido para a Caminhada foi: “São Francisco e o Sultão: rompendo fronteiras no diálogo pela paz”, recordando os 800 anos do encontro de Francisco de Assis com o Sultão em Damietta, no Egito. A abertura ao diferente, a acolhi-
da e a gratuidade foram intensamente vividos nestes dias de experiência. No total, os jovens caminharam 62 km durante os três dias entre as cidades de Frei Rogério e Curitibanos. Ajudaram na organização do encontro Frei Roberto Carlos Nunes, Frei Miguel da Cruz e Frei Camilo Martins, da Paróquia Imaculada Conceição de Curitibanos, leigos da Paró-
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quia, jovens do grupo Jovens Unidos Em Cristo Encontristas (JUCE), Frei Diego Melo, Frei Marx Rodrigues dos Reis e Frei Vítor da Silva Amâncio, do Serviço de Animação Vocacional, além da colaboração de religiosos e religiosas. Participaram da Caminhada jovens vindos dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, além dos jovens vindos do Sul de Minas Gerais. Como em edições anteriores, a Caminhada contou com a presença de um grupo de jovens evangélicos, vindos de Lages (SC). Toda esta diversidade trouxe ainda mais riqueza nos momentos de oração e nas partilhas ao longo do trajeto.
Como Francisco, ser promotor da paz
Na sexta-feira (11), logo cedo, os jovens iam chegando para o encontro, que teve início na cidade de Frei Rogério, no Parque Sino da Paz, local dedicado às vítimas das bombas atômicas lançadas nas cidades de Hiroshima e Nagasaki, no Japão. Eles ouviram a partilha do sr. Wataru Ogawa, de 89 anos. Ele é um sobrevivente do ataque e tinha 16 anos na época. Chegou no Brasil aos 32 anos, onde se estabeleceu. Durante o momento de oração, os jovens tocaram o sino, que foi trazido do templo Daionji e doado há 20 anos pela Província de Nagasaki. Na oração, os jovens pediram pela paz
e, para que nunca mais sejam feitos ataques como aquele, que vitimou milhares de pessoas. Durante toda a Caminhada, o sino era o símbolo para chamar os jovens eram à oração. Frei Miguel e os jovens da JUCE conduziram os momentos de mística, feitos através de encenações e testemunhos. O episódio do encontro de Francisco de Assis com o Sultão al-Malik al-Kamil, realizado em 1209, permeou todas as reflexões. A animação musical também ficou por conta da JUCE. No primeiro dia, os jovens caminharam 15 km. Foram recebidos no almoço pela comunidade em Xaxim e, no fim do dia, no Tabuleiro. FEVEREIRO de 2019 – comunicações
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Ao terminar as atividades, foram divididos em diversas comunidades locais e hospedados em casas de família. No sábado (12), todos se encontraram novamente para sair em caminhada. Neste dia, eles caminharam cerca de 24 km, parando para almoçar na comunidade do Butiá, onde puderam conhecer a estrebaria e vivenciar um pouco da realidade do interior. Já no caminho, por volta das 16h30, a chuva acompanhou os peregrinos. Apesar de todo barro no trajeto, eles não desanimaram. Seguiram caminhando até a Fonte da Misericórdia, local que acolhe dependentes químicos em tratamento. Lá, eles puderam descansar e ouvir o testemunho de um dependente químico. Em seguida, foram para a Comunidade São Luiz, para o encerramento do dia.
Buscar Deus nas coisas simples
Ainda era madrugada no domingo (13) quando os jovens começaram a chegar à Comunidade São Luiz. Frei
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Diego Melo conduziu a reflexão e falou sobre a simplicidade de Deus. Ele leu o texto da Maria José Meirelles Carvalho, a Mazé. Ela mora em Bauru e sofre de esclerose lateral amiotrófica. Ela foi uma figura marcante nas Missões Franciscanas realizadas na cidade paulista e, desde então, é uma “madrinha” dos jovens. No texto, intitulado “Simples Assim”, Mazé fala sobre a simplicidade da fé. Em sua fala, Frei Diego pediu que os jovens buscassem, neste trecho da caminhada, um encontro pessoal com Deus. “Deus precisa ser procurado para ser encontrado”, afirmou o frade. Ele acrescentou que a Caminhada Franciscana não pode ser apenas um evento ou uma forma de atividade física, mas que os jovens precisam buscar algo mais. “É preciso descobrir o tesouro da fé em Deus, a presença e o amor de Jesus. Senão é loucura isso que nós estamos fazendo. Nós, os frades, queremos que vocês amem, não a nós, mas Aquele que nós amamos”, animou. Às 4h da manhã, eles partiram em direção a Lagoinha.
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Uma procissão iluminada com velas passou pelas ruas da cidade. Rezando o terço em pequenos grupos, eles chamaram a atenção dos moradores locais que, apesar da madrugada, saíram de suas casas para ver a movimentação. Eles foram acolhidos às 6h pela comunidade local com muita festa, fogos e um grande café da manhã. Em seguida, deram continuidade ao trajeto do dia, que somou 23 km.
“Fazemos a mudança não com armas, mas com a gratuidade”, afirma Dom Severino Por volta das 9h, os peregrinos e as famílias participaram da Celebração Eucarística no Campo da Roça de Baixo. A Missa foi presi-
dida pelo bispo franciscano Dom Severino Clasen, bispo de Caçador (SC) e concelebrada por Frei César Külkamp; Frei Mario Tagliari, Definidor Provincial, que residiu e tem familiares em Curitibanos. Em sua homilia, Dom Severino destacou que Francisco de Assis, em sua época, surpreendeu. “Francisco traz o novo. Quando a Igreja se vestia de armas e espadas, ele anuncia a Boa Nova, encontra-se com o Sultão. Ele não leva nada. É o despojamento, o desprendimento. É a consciência da imagem de Deus que ele tem. É um Deus diferente do que a hierarquia da Igreja pregava. Não era um Deus armado, violento, vingativo”, afirmou o bispo. Dom Severino falou ainda sobre a importância da gratuidade nas rela-
ções, assim como São Francisco mostrou com o seu testemunho. “Trazemos a mudança no mundo não com armas, mas com a força do amor, com a gratuidade. Hoje, em 2019, tenho o grande prazer de poder celebrar com vocês a mesma experiência que brota do passado. Vocês estão fazendo a mesma experiência de Francisco de Assis. Ele foi a pé com seu grupo de aventureiros ao Egito. E lá ele marcou tanto, que 800 anos depois estamos aqui celebrando os mesmos fatos”, salientou o franciscano. Ele concluiu sua homilia afirmando que é preciso resgatar a essência do carisma franciscano, a espiritualidade da cruz e da carne. “Nosso modo de vida é seguir Nosso Senhor Jesus Cristo pobre, humilde e crucificado. A cruz é enFEVEREIRO de 2019 – comunicações
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frentamento, é ir às últimas consequências. A ressurreição não vem antes da cruz. A carne é a relação, a fraternidade, o estar junto, ser irmão. Se nós entendermos isto, teremos uma grande herança desta Caminhada: vivermos este Deus da misericórdia, de Jesus de Nazaré”, concluiu Dom Severino, que confessou que a Caminhada é a reali-
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zação de um desejo antigo, quando ainda quando era o responsável do SAV na Província e participou de um evento semelhante em Assis.
Homens e mulheres do encontro
Ao final da celebração, Frei César dirigiu-se aos presentes e afirmou que um dos legados da Caminhada é o desafio de ser homens e mulhe-
res do encontro. “Francisco se fez o homem-encontro. Por isso conseguiu tantos frutos bonitos, como o frutuoso encontro com o sultão. Podemos dizer que o legado da Caminhada Franciscana seja o pedido para sermos homens e mulheres do encontro. Que possamos, cada vez mais, abraçar as pessoas que passam pelo nosso caminho”, pediu.
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Após a Missa, os jovens caminharam os últimos 10 km até a matriz da Imaculada Conceição. Na chegada, muita alegria e emoção pela conclusão do percurso. Na igreja foi preparado um bonito momento de mística. Eles foram convi-
Na última encenação feita pelo JUCE, os jovens, que estavam de túnicas representando os apóstolos durante toda Caminhada, chamaram diversas pessoas para sentarem-se à mesa do Senhor. Em seguida, um vídeo foi exibido, em homenagem a duas jovens
nhada Franciscana da Juventude. “A animação dos jovens contribui muito para nossa vida e missão. Dá um colorido renovado para tudo aquilo que somos e fazemos, nas mais diversas frentes de evangelização”, afirmou. O Ministro Provincial des-
dados a depositar um pouco de incenso, que eles carregaram durante todo o percurso, em vasilhas que estavam no presbitério diante do Santíssimo Sacramento. Com cantos e motivações, os jovens fizeram uma bonita celebração, elevando a Deus suas preces, suas feridas e tudo o que os afasta de Deus e do próximo.
que participavam dos eventos do SAV e faleceram em 2018: Juliana Mori, de Balneário Camboriú (SC) e Camila Graciano, de Agudos (SP).
tacou ainda que este tipo de atividade atinge diversos grupos, inclusive pessoas de outras confissões religiosas, mas que se identificam com o jeito franciscano de ser e estar no mundo.
O rosto da juventude na Província
Frei César Külkamp avaliou positivamente a 8ª edição da Cami-
Frei Augusto Luiz Gabriel (fotos) e Érika Augusto (texto) FEVEREIRO de 2019 – comunicações
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No encerramento, os jovens tiveram uma surpresa. Ao saírem da igreja, eles foram recebidos com uma festa multicolorida. Os pós coloridos, ao estilo do Festival Holi, na Índia, foram distribuídos e os jovens fizeram a festa, encerrando a 8ª edição da Caminhada Franciscana com muita alegria e muitas cores!
Evangelização
Alunos e professores da FAE engajados no desenvolvimento sustentável Conheça algumas ações alinhadas com as metas e os objetivos da ONU
Educação de qualidade, igualdade de gênero e água potável e saneamento são alguns dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), metas globais estabelecidas pela Assembleia Geral das Nações Unidas. Em 2018, alunos e professores da FAE Centro Universitário realizaram atividades dentro desses três objetivos, com o apoio das equipes da Pastoral Universitária e do programa FAE Social. Confira!
Educação de qualidade (ODS 4)
Projeto Caminhos - Desde 2012, o Projeto Caminhos promove cursos, oficinas, palestras, visitas técnicas e debates aos jovens assistidos pelo Centro de Amparo Nossa Senhora do Monte Claro. As ações são realizadas aos sábados, no campus São José dos Pinhais, e contam com a participação de alunos e professores de diferentes cursos da graduação da FAE Centro Universitário. Entre suas metas, o projeto busca a promoção da cidadania, do empoderamento pessoal e da capacitação profissional. Em 2018, 20 adolescentes foram beneficiados pelo projeto.
Igualdade de gênero (ODS 5)
Deixe-as brilhar - Realizado no mês de junho na FAE Centro Universitário, o evento convidou cinco mulheres bem-sucedidas em suas atividades profissionais.
Em formato de debate, as convidadas puderam compartilhar como ações realizadas ou incentivadas por elas contribuíram para melhorar indicadores como os do Global Gender Gap Report 2017 e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que incentiva a promoção da igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres. As oradoras também debateram sobre iniciativas que reforçam ações para a saúde, o emprego, o empoderamento, o respeito e o reconhecimento das atividades desenvolvidas por mulheres.
Água potável e saneamento (ODS 6)
Projeto Rondon - Entre os dias 6 e 22 de julho deste ano, oito estudantes e dois professores da FAE Centro Universitário estiveram no município de Rio Negro (MS) para atuar na Operação Pantanal do Projeto Rondon. Sob a orientação de Wellington Minoru Kihara e Osvaldo José Correa Netto, professor coordenador e professor adjunto desta edição, respectivamente, os estudantes desenvolveram atividades voluntárias de comunicação, meio ambiente, tecnologia e produção e trabalho para a comunidade local. O tema água potável e saneamento foi trabalhado durante as oficinas “Formas alternativas para o tratamento de água”,
“Formas alternativas para o cuidado com os dejetos/esgoto” e “Melhores cuidados com a água: economia e melhor utilização”. Também foram realizadas visitas às áreas rurais para fornecer dicas aos moradores dos assentamentos sobre como obter água, como captar água dos rios ou da chuva. Todas essas ações foram desenvolvidas junto com os alunos, sob acompanhamento da Pastoral.
Sobre o FAE Social
O programa foi criado com o objetivo de reunir e consolidar os esforços da FAE Centro Universitário na área social. São muitas as iniciativas e os projetos exclusivos de cursos, de núcleos de apoio e de toda a comunidade acadêmica para atender a necessidades específicas de pessoas em situação de vulnerabilidade social.
Sobre a Pastoral Universitária
O objetivo da Pastoral Universitária da FAE é compartilhar, entre toda a comunidade universitária, experiências de vida e evangelização, enfatizando os ensinamentos de São Francisco de Assis. Sob a assessoria dos frades franciscanos, a população e a academia trocam reflexões sobre cultura, espiritualidade e fé.
Juliano Zemuner
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A visita fraterna do Ministro Provincial a Angola
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m mês depois de ser eleito Ministro Provincial no Capítulo Eletivo em Agudos e de participar das duas etapas do Congresso Capitular, Frei César Külkamp, visitou, de 14 de 23 de dezembro, a Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola. Este foi o seu primeiro compromisso como Provincial e a quarta viagem à Missão Franciscana de Angola, onde os frades da Província da Imaculada estão presentes há 28 anos. Frei César viajou em companhia de Frei Diego Melo, animador do Serviço Vocacional (SAV) da Província. “Foi uma viagem rápida, mas intensa e muito proveitosa, tanto no contato com meus confrades neste momento pós-Capítulo e Congresso Capitular, como no contato com os seminaristas, com o povo e os assistidos dos projetos sociais nos lugares onde estamos como Província na Fundação Imaculada Mãe de Deus”, contou Frei César, enfatizando a acolhida fraterna dos frades nas visitas a Kibala, Malange e Luanda. O presi-
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dente da Fundação, Frei José Antônio dos Santos, recebeu Frei César. O primeiro compromisso do Ministro Provincial foi durante a Primeira Missa de Frei João Bunga, no dia 16, quando foi o pregador convidado pelo neopresbítero. “Gostei muito de participar desse momento especial na vida de Frei João, da Fra-
ternidade e da Missão. Momento de beleza na liturgia própria e muito viva do povo angolano. A receptividade do povo foi muito bonita”, disse Frei César, que na segunda-feira, dia 17, viajou para Kibala, onde está a Fraternidade que vai receber pela primeira vez o Noviciado da Fundação Imaculada Mãe de Deus. Até este ano, os
Evangelização
noviços de Angola fazem o Noviciado em Rodeio (SC) junto com os brasileiros. “Pude celebrar com Frei Ivair de Carvalho e Frei David Belineli e alguns postulantes que ainda estavam ali”, lembrou o Ministro Provincial. No dia 18, Frei César partiu para Malange, onde há duas Fraternidades: a do Seminário Monte Alverne e a São Damião, além das Irmãs Clarissas. Foi em Malange que teve início a Missão da Província há 28 anos, quando o bispo fez o convite aos frades para dar assistência às Irmãs Clarissas. Frei César pôde conhecer as adaptações e melhorias no Seminário para receber a nova turma em 2019. “Estava lá o Frei Ermelindo Bambi, recém-ordenado presbítero e orientador do Seminário, muito animado para as atividades que vão começar”, adiantou. No retorno a Luanda, Frei César se encontrou com os frades no tempo da profissão temporária e com as 43 Irmãs Clarissas do Mosteiro de Luanda. “Um dos pedidos das Clarissas é que os frades continuem presentes na formação delas”, contou o Ministro Provincial. Frei César também conheceu o Centro Franciscano de Solidariedade (Solcefra), formado pelos Projetos Nossos Miúdos (fundado por Frei Márcio Terra), Bola da Paz, Pão da Paz, Inzo Digital, Biblioteca São Boaventura e Justiça e Paz e Integridade da Criação. Frei José Antônio, que acompanhou o Ministro Provincial, apresentou antes as antigas instalações do Projeto Nossos Miúdos, que estão sendo reformadas para serem a sede administrava e serviços sociais e residência dos voluntários da Missão. A nova sede do projeto Nossos Miúdos fica no Bairro do Bita-Sapú, onde funciona desde agosto último a Casa São Francisco. “Trata-se de um espaço, adaptado e amplo, onde vivem 11 meninos, que poderiam estar nas
ruas, ou que são oriundos de famílias muito carentes. Ali recebem todo o cuidado e atenção dos frades”, explicou Frei César, que tomou conhecimento da vida quotidiana deles e do funcionamento do centro, partilhou o lanche com eles e ouviu um pouco da experiência que cada um dos meninos. Frei César também visitou, em Viana, a casa do Postulantando. “É necessário fazer várias melhorias e adaptações para esta etapa, já que junto a esta etapa vai funcionar o Aspirantado Adulto, chamado assim porque, no Seminário Monte Alverne, há os aspirantes que cursam o último ano do Ensino Médio. Em Viana ficam os aspirantes que já concluíram o Ensino Médio. Existe uma expectativa muito grande de um Noviciado numeroso em 2020. Isso tudo precisa ser bem preparado. Os frades estão animados, como Frei Laurindo Júnior nesse trabalho formador e Frei Valdemiro Wastchuk na Paróquia Nossa Senhora Fátima”, acrescentou Frei César, que neste dia 26, dia de Santo Estêvão, presidiu a Missa Solene na Paróquia Santo Estêvão de Ituporanga e seguiu para o Noviciado de Rodeio (SC).
Frei Crisóstomo Pinto Ñgala
No domingo, 13 de janeiro, festa do Batismo do Senhor, Frei João Alberto Bunga presidiu a Celebração Eucarística da primeira Tarde de Louvores do ano na Paróquia da Sagrada Família, em Luanda.
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Comunidade carente acolhe o novo Arcebispo de Vitória
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imagem de São Francisco de Assis foi o presente que o Arcebispo Metropolitano de Vitória, Dom Dario Campos, entregou à Comunidade de São Benedito no início da Missa no alto do morro, na quadra do Secri, e que celebrou a Festa da Epifania na manhã do domingo, 6 de janeiro. A Celebração Eucarística marcou o início do ministério de Dom Dario na Arquidiocese de Vitória. A imagem do Pobre de Assis representa bem a população da comunidade, que sofre com o descaso do poder público e com a violência. Dom Dario revelou que foi a última peça retirada da capela onde rezava diariamente enquanto esteve como bispo na Diocese de Cachoeiro de Itapemirim. Ao entregar a imagem nas mãos de uma das fundadoras do bairro, Adalgisa Rabelo, Dom Dario pediu que todos rezassem pelos mais em-
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pobrecidos e adoentados do bairro, e também por ele, durante sua missão na Arquidiocese de Vitória. Também não faltaram alegria e muitas cores na celebração da Festa da Epifania, que teve início na Comunidade da Imaculada Conceição, na Paróquia Santa Teresa de Calcutá, com a primeira apresentação do grupo de Folia de Reis do bairro São Benedito. Com os estandartes representando vários santos, todos seguiram em procissão por cerca de 40 minutos até a quadra do Secri, onde foi celebrada
a Missa, presidida por Dom Dario e concelebrada pelos padres Kelder Brandão, Renato Criste, Ivo Amorim, Dauri Batisti, Padre Arthur, Andherson Franklin, Jocemar Zagoto, Carlos e padre Eder da Prelazia de Lábrea. Dom Dario lembrou que, assim como fizeram os Reis Magos, todos somos convidados a seguir o caminho para encontrar Jesus. “Com coragem, somos chamados a fazer o mesmo caminho dos magos, saindo de nosso fechamento e egoísmo, colocando-nos à caminho, na busca do Senhor. Sim, é seguindo a estrela guia
CFFB
indo às periferias, iluminados pela luz da fé, que nos encontraremos com o Senhor. Ele está nas periferias, humilde, pobre, excluído, esperando pelo nosso encontro, para iluminar a nossa vida com a luz do seu amor, afastando as trevas do egoísmo, da ganância e da vaidade, para que encontremos a verdadeira felicidade”, afirmou. “Não podemos deixar nenhum irmão na exclusão pelo preconceito, intolerância, miséria, fome e violência”, defendeu.
A POSSE
O bispo franciscano Dom Dario Campos tomou posse no domingo, 6 de janeiro, como novo Arcebispo da Arquidiocese de Vitória (ES) durante a Celebração Eucarística na Catedral de Vitória, quando o Dom Luiz Mancilha, Arcebispo emérito que, após a apresentação da Bula de nomeação de Dom Dario, a leitura da mesma e a apresentação ao povo, dirigiu a Dom Dario uma saudação, entregou o báculo (cajado) e o conduziu à Cátedra de onde ele passou a presidir a Cele-
bração já como Arcebispo desta Igreja Particular. Na homilia, Dom Dario afirmou sua obediência ao Papa que lhe pediu na Bula de nomeação: “Na vida como também no labor pastoral, segue diligentemente o exemplo de São Francisco de Assis – que de modo verdadeiramente especial foi solícito com a criação de Deus e com os pobres mais abandonados (Laudato Si’)”, recordou. Ele também disse que no lema de seu ministério episcopal - “Nas Tuas Mãos” - encontrou o sentido mais profundo para dizer o seu ‘sim’ ao pedido do Papa Francisco e assumir a missão de governar junto à Arquidiocese. “Melhor dizendo, na nossa linguagem eclesial, pastorear a Arquidiocese. Hoje, mais uma vez, eu dirijo ao Senhor da Messe e ao Gran-
de Pastor do Rebanho o meu olhar, o meu coração e todas as minhas forças, a fim de que Ele confirme, em nosso meio, a obra de Suas Mãos. Com humildade, eu reconheço o tamanho da missão e os seus grandes desafios que precisam ser enfrentados, e sei que não posso enfrentá-los sozinho, por isso, conto com vocês e peço as orações de todos vocês por mim”, pediu. Saudou e agradeceu Dom Luiz pelo trabalho realizado, saudou as autoridades presentes de um jeito muito acolhedor.
CARTA DO MINISTRO PROVINCIAL A DOM DARIO CAMPOS São Paulo, 05 de janeiro de 2019. A V. Ex.ª Revma. Dom Dario Campos, ofm Arcebispo de Vitória - ES Estimado Dom Dario, Paz e Bem! Através de nossas Fraternidades em Vila Velha, chegou a mim o convite para a Celebração Eucarística com a tomada de posse de V. Exa. Revma. como 4º Arcebispo da Arquidiocese de Vitória, neste sábado, 5 de janeiro. Já a notícia de vossa nomeação nos deixou felizes por podermos contar com o apoio e a orientação de um Arcebispo frade menor.
Assim como vosso lema episcopal: “Nas Tuas Mãos”, queremos, como Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, presentes em duas Fraternidades e a serviço de dois campos muito significativos de evangelização para a Igreja de Vitória: o Convento da Penha e o Santuário do Divino Espírito Santo – Paróquia Nossa Senhora do Rosário, manifestar nossa acolhida à vossa pessoa e confiar-lhe nossa obediência e colaboração para a vida e a missão da Igreja Local de Vitória. Nossa Província acaba de celebrar seu Capítulo Provincial, com o tema “a minoridade franciscana: lugar de encontro e comunhão”, inspirado na fala do Papa Francisco à Família Franciscana. Ali reforçamos nosso compromisso
de ver o mundo e a Igreja com os olhos dos menores e reassumimos nossas dimensões franciscanas da Evangelização, entre elas a Comunhão com a Igreja, vivendo nossa vocação e missão na e com a Igreja, Povo de Deus, em espírito de obediência e reverência aos seus pastores. Assim nos colocamos diante da Igreja de Vitória e de seu Arcebispo! Faço chegar estas palavras à vossa Exa Revma., através de Frei Paulo Roberto Pereira, Guardião do Convento da Penha e membro do nosso Definitório. Confiamos em vossas preces e pedimos a vossa bênção! Cordialmente,
Frei César Külkamp, ofm Ministro Provincial
CFMB
Novo Definitório na Província Santa Cruz
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Província Santa Cruz, com sede em Belo Horizonte (MG), realizou o Capítulo Provincial na cidade de Santos Dumont, de 10 a 16 de dezembro último. Este momento celebrativo e fraterno foi realizado à luz do tema: “A ação evangelizadora da PSC: desafios e perspectivas”. Foram eleitos para Definidores os frades: Frei Vicente Paulo do Nascimento, Frei Jonas Nogueira da Costa, Frei Valter Pinto Vieira Júnior e Frei Gabriel José de Lima Neto. Eles formarão o novo governo com o Ministro Provincial Frei Hilton Farias de Souza e o Vigário Provincial Frei Vicente Ronaldo da Silva. Na abertura do Capítulo, no dia 10, Frei Hilton Farias de Souza, Ministro Provincial e Presidente do Capítulo, durante a celebração pediu ao Senhor que cure as paralisias que muitas vezes, impedem os frades de fazer uma boa caminhada dentro do Projeto Fraterno de Vida e Missão. “Que a esperança do tempo forte do Advento possa nos ajudar a não perder de vista a utopia de que um mundo novo é possível”, pediu o Ministro Provincial.
Da esq. para a dir.: Frei Jonas, Frei Gabriel José, Frei Hilton, Frei Vicente Ronaldo, Frei Vicente Paulo e Frei Valter Pinto
Quando nada mais possuo, nada mais tenho a perder. Quando abdico ser senhor, nada mais preciso ser. Quando o poder devolvo ao Pobre da manjedoura até a cruz, nada mais preciso crer. Quando no Vazio me batizo, nada mais vai perecer. Quando a vida não é mais minha, nada mais tenho a temer. Quando vejo que não morri, nada mais vai me prender. Quando sinto que, enfim, sou livre, então ouça o que lhe digo: Tudo é paz, e a paz é o nosso eterno abrigo. José Ariovaldo da Silva
CFMB
Província do Maranhão e Piauí elege novo Governo Provincial
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Província Franciscana Nossa Senhora da Assunção, presente nos estados do Maranhão e Piauí, elegeu em Capítulo Provincial, de 6 a 11 de janeiro, o novo Governo Provincial para o próximo sexênio: Ministro Provincial, Frei Antônio Pachêco Ramos; Vigário Provincial, Frei Miguel Kleinhans, que recentemente foi Visitador Geral da Província da Imaculada Conceição. Para Definidores, foram eleitos: Frei João Paulo Andrade Moreira; Frei Ivaldo Evangelista Mendonça; Frei James Carneiro de Sá Alencar; e Frei Cristóvão Jackson dos Santos Melo. Natural de Copem, zona rural de Bacabal (MA), Frei Antônio, que substitui a Frei Bernardo Brandão, nasceu em 4 de julho de 1960. É filho de José Santos Ramos e Maria Pache-
co Ramos. Ele ingressou na Ordem dos Frades Menores recebendo o hábito franciscano no dia 1º de fevereiro de 1987 e fez a profissão dos primeiros votos em 2 de fevereiro de 1988. Sua profissão solene foi em 6 de janeiro de 1992. Cursou Filosofia e Teologia no Instituto Católico de Estudos Superiores do Piauí. Foi ordenado presbítero na Igreja de São Francisco das Chagas, em Bacabal, pela imposição das mãos de Dom José Alonso Gonzales no dia 14 de agosto de 1996. Como sacerdote, trabalhou na Paróquia de São José, em Lago da Pedra; na Paróquia São Francisco das Chagas, em Bacabal; e atualmente é vigário da Paróquia Nossa Senhora da Glória e guardião do Convento anexo. Também foi Definidor Provincial de 2007-2012 e de 2016-2018. O Capítulo Provincial teve como
tema: “Fraternidade, solidariedade e missão” e lema: “Caminhando juntos, somos irmãos”. Este momento analisou a caminhada provincial, os passos dados nos últimos seis anos, que foram conduzidos pelo Ministro Provincial Frei Bernardo Brandão, e planejou os próximos passos da missão provincial, com solidariedade e fraternidade. O Visitador Geral designado pela Cúria Geral da Ordem dos Frades Menores foi Frei João Carlos Karling, da Província de São Francisco de Assis no Rio Grande do Sul. O Capítulo se estendeu até sexta-feira (11/01) à noite (19 horas), no Centro Franciscano de Animação Missionária (Cefram), encerrando-se com a Celebração Eucarística, presidida pelo bispo de Bacabal, Dom Armando Martín Gutiérrez.
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São Francisco de Assis acompanha o Papa no Marrocos e nos Emirados Árabes
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o ano que a Ordem Franciscana celebra 800 anos do encontro de São Francisco de Assis com o sultão al-Malik al-Kamil, o Papa Francisco será o grande propagador do diálogo inter-religioso com as viagens aos Emirados Árabes, de 3 a 5 de fevereiro, e a viagem ao Marrocos, de 30 a 31 de março. Para a viagem aos Emirados, o Papa escolheu como tema “Fazei de mim um instrumento de vossa paz”, extraído da Oração de São Francisco de Assis. Espera-se que a visita do Papa Francisco aos Emirados Árabes Unidos possa difundir a paz de Deus no coração de todos os homens de boa vontade. A logomarca da visita é uma pomba que carrega no bico um ramo de oliveira. As cores da pomba, branca e amarela, retomam as cores da bandeira vaticana. As cores da bandeira dos Emirados Árabes Unidos estão inseridas no corpo da pomba, simbolizando que o Papa visita o país árabe como um arauto da paz. No Marrocos, o tema da visita é “Servidor da Esperança”, porque consideram o Santo Padre como o servo dos servos de Deus, mas também faz alusão ao título da Carta Pastoral aos Bispos da Conferência Episcopal Regional do Norte da África (CERNA) entregue pelo Papa Francisco durante a última visita ad limina em março de 2015. A logo da viagem mostra uma cruz e uma meia-lua muçulmana – em alusão à reunião de diálogo inter-religioso entre cristãos e muçulmanos, que contará com a participação do Papa Francisco e do líder dos fiéis em Rabat, 800 anos depois do encontro de São Francisco de Assis com o sultão. Finalmente, o nome do Marrocos escrito em árabe em honra ao país que o convida. O Papa visitará as cidades de Rabat, capital deste país norte-africano, e Ca-
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sablanca. A Igreja Católica no Marrocos está organizada em duas arquidioceses, a de Tangiers (de língua espanhola) e a de Rabat (de língua francesa) e tem numerosas obras educacionais e de caridade que atendem a todos os tipos de pessoas sem importar a religião, raça ou língua, mas sempre com a proibição de evangelizar.
comunicações – FEVEREIRO de 2019
No encontro com os diplomatas, no início deste ano, o Papa lembrou: “Entre as pessoas afetadas pela instabilidade que, há tantos anos, envolve o Oriente Médio estão especialmente os cristãos, que habitam aquelas terras desde o tempo dos Apóstolos, tendo contribuído ao longo dos séculos para edificar e forjar a sua identidade. É extremamente importante que os cristãos tenham um lugar no futuro da região; por isso, a todos aqueles que procuraram refúgio em outros lugares, encorajo-os a fazer o possível por retornar às suas casas e, em todo o caso, a conservar e fortalecer os laços com as comunidades de origem. Ao mesmo tempo espero que as autoridades políticas não deixem de lhes garantir a segurança necessária e todos os outros requisitos que lhes permitam continuar a viver nos países, de que são a pleno título cidadãos, e contribuir para a sua construção. Infelizmente, durante estes anos, a Síria e todo o Oriente Médio em geral viram-se palco de luta entre múltiplos interesses contrapostos. Além dos interesses predominantes de natureza política e militar, é preciso não transcurar também a tentativa de semear inimizade entre muçulmanos e cristãos. «Se é verdade que, no decurso dos séculos, surgiram entre cristãos e muçulmanos não poucas discórdias e ódios», contudo em distintos lugares do Oriente Médio puderam uns e outros conviver pacificamente por muito tempo. Proximamente terei ocasião de visitar dois países com maioria muçulmana: Marrocos e Emiratos Árabes Unidos. Serão duas oportunidades importantes para desenvolver ainda mais o diálogo inter-religioso e o conhecimento mútuo entre os fiéis de ambas as religiões, no VIII centenário do histórico encontro entre São Francisco de Assis e o sultão al-Malik al-Kamil”.
MOMENTO CONTEMPLATIVO
Frei Thiery durante a profissão.
“SAUNA DE RODEIO”
Ventilador dá um refresco aos noviços. Que o digam Frei Francisco, Frei Guilherme e Frei Yves!
NOVO GUARDIÃO
Primeira meta: muito chimarrão!
TUDO NOVO!
Agora, o Convento São Francisco tem chuuurrrasco!
FREI LAURO E AS PLACAS
Depois de virar nome de rua em Agudos, o frade chegou para um novo triênio!
OLHA A GULA!
Que fome hein, Frei Samuel!
UM POUCO DE COLO!
Frei Lucas matando saudades dos pais!
QUE ACONTECE COM O TIO?
O sobrinho de Frei Daniel e seus pais observam o ensaio da profissão em Rodeio!
TODO FELIZ
Faltava pouco para Frei Franklin voltar para “o século” (leia-se Niteroi)!
SEMPRE CABE MAIS UM!
Carona missionária em Angola!
CONECTANDO
Hora de atualizar o celular no último dia de Rodeio!
FRATRumGRAM é um neologismo que nasce da palavra Frades mais a rede social Instagram. A ideia é publicar fotos curiosas, informais e descontraídas dos frades e das Fraternidades! Se você fez uma foto legal, envie-nos para o email: comunicacao@franciscanos.org.br!
Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil (*) As alterações e acréscimos estão destacados
fEVEREIRO 09 19 a 21
Ordenação Presbiteral Frei Leandro Costa (São Paulo) Reunião do Definitório Provincial (São Paulo)
MARÇO 08 e 09 11 11 11 11 11 e 12 11 e 12 13 e 14 17 18 18 e 19 18 19 25 e 26 30
Encontro do Regional Baixada e Serra Fluminense (Sagrado) Encontro do Regional de São Paulo (Largo S. Francisco) Encontro do Regional do Leste Catarinense (S. Amaro) Encontro do Regional do Vale do Paraíba (Postulantado) Encontro do Regional do Espírito Santo (Vila Velha – Santuário) Encontro do Regional do Planalto Catarinense e Alto Vale do Itajaí (Ituporanga-paróquia) Encontro do Regional do Contestado (Piratuba) Encontro do Regional de Pato Branco (Pato Branco) Romaria Penitencial Frei Bruno (Joaçaba) Encontro do Regional de Curitiba (Aldeia) Encontro do Regional de Agudos (Agudos) Encontro do Regional do Rio de Janeiro e Baixada (Largo da Carioca) Encontro do Regional do Vale do Itajaí (Rodeio) Encontro dos Frades Under Ten – Província (Largo São Francisco) Ordenação presbiteral de Frei Roberto Aparecido Pereira (Lençóis Paulista)
ABRIL 04 21 a 29 29 30 30 e 1º
Reunião do Conselho de Evangelização (Sede Provincial) Festa da Penha (Vila Velha) Reunião dos Formadores Formação para os Formadores e Animadores Vocacionais Encontro dos Animadores Vocacionais (Rondinha)
MAIO 01
Conselho da Formação Inicial e reunião dos Animadores Vocacionais 02 Reunião do Conselho de Formação e Estudos 07 e 08 Reunião dos Guardiães e Coordenadores (Agudos) 09 e 10 Reunião do Definitório Provincial (Agudos)
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Ordenação presbiteral de Frei Marx Rodrigues dos Reis (Nilópolis) 13 a 25 Visita Canônica à FIMDA (Angola) 20 Encontro do Regional de Curitiba (Curitiba) 22 e 23 Encontro da Frente das Paróquias, Santuários e Centros de Acolhimento (frades) 27 a 31 Assembleia da FIMDA
JULHO 02 a 04 03 17 a 21 22 a 26
Reunião do Definitório Provincial Encontro com os coordenadores dos Regionais (Largo S. Francisco) Missões Franciscanas da Juventude (Rio de Janeiro) Retiro dos Formadores (Eremitério)
SETEMBRO 09 a 12
Reunião do Definitório Provincial (Petrópolis) 16 Encontro do Regional de Curitiba (S. Boaventura) 23 a 26 Encontro dos Frades Under Ten – Província (local a ser definido)
NOVEMBRO 26 a 28
Reunião do Definitório Provincial
DEZEMBRO 02
Encontro do Regional de Curitiba (Caiobá)