Comunicações - Março de 2018

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Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil

março de 2018 • ANO LXVI • N o 03

FREI BRUNO CLAMOR DO POVO CHEGA A ROMA


MENSAGEM DO MINISTRO PROVINCIAL

“Caminhar com Cristo”................................................................................................................................. 151

FORMAÇÃO PERMANENTE

“Ordem Franciscana Secular: um laicato maduro construindo o Reino”, de Frei Almir Guimarães......................................................................... 154

FORMAÇÃO E ESTUDOS

Frei Gabriel será ordenado diácono no dia 4............................................................................ 159 Frei Marx será ordenado diácono no dia 11............................................................................... 160 Frei Leandro será ordenado diácono no dia 17....................................................................... 161 Frei José Raimundo foi ordenado diácono em Colatina.................................................. 162 Seminário de Ituporanga: 31 jovens acolhidos........................................................................ 164 Noviciado de Rodeio: brasileiro e angolanos juntos............................................................ 165 Frei Fidêncio acolhe postulantes em Guaratinguetá........................................................... 166 Onze postulantes são admitidos na Missão de Angola.................................................... 169

FRATERNIDADES

Beleza e agonia do Velho Chico retratadas em exposição no Convento São Francisco................................................................................. 171 Jubileu de Frei Germano: 25 anos com o Bom Pastor....................................................... 172 Programa da Festa da Penha 2018..................................................................................................... 174 Rodeio: Depois de vandalismo, imagem restaurada volta à gruta........................... 176 PVF faz campanha em Vila Velha e Balneário Camboriú................................................... 177 Encerramento da fase diocesana da Causa de Frei Bruno............................................... 178

EVANGELIZAÇÃO

Frei Gilberto está de volta à USF........................................................................................................... 190 Frente da Comunicação inicia Programa de Formação.................................................... 191

ESPECIAL OFM

Veja como foi o Encontro do Ministro Geral e seu Definitório com as Conferências do Brasil e Cone Sul em São Paulo..................... 192 Em São Paulo, Custódio da Terra Santa faz apelo pela paz.............................................. 214

DEFINITÓRIO PROVINCIAL

Reunião em São Paulo de 20 a 22 de fevereiro........................................................................ 216

CFFB

10 anos do Curso de Verão....................................................................................................................... 223 Lima: Capuchinhos se reúnem em Assembleia...................................................................... 223

FALECIMENTOS

Tuti Spengler, uma apaixonada pelo carisma franciscano.............................................. 224 Morre Antônia Paschoal, afiliada à Primeira Ordem.............................................................. 225 Falece irmã de Frei Walter “Bocão” em Vaiporã.......................................................................... 225

NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES

Atividades do PVF 2018.............................................................................................................................. 226

AGENDA ........................................................................................................................................................ 228 Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil Rua Borges Lagoa, 1209 - 04038-033 | São Paulo - SP | www.franciscanos.org.br ofmimac@franciscanos.org.br


Mensagem

CAMINHAR COM CRISTO Caríssimos irmãos e irmãs, O Senhor lhes dê a paz e todo o bem!

A

presentamos mais uma edição das Comunicações, com registros de fatos e retratos da nossa vida Provincial que ocorreram ao longo do mês de fevereiro, e outros projetados para o mês de março, particularmente as ordenações diaconais. Dentre os fatos marcantes, em primeiro lugar, destaco a presença do nosso Ministro Geral, Frei Michael A. Perry, do Vigário Geral, Frei Júlio Bunader, e do Definitório Geral da Ordem dos Frades Menores no nosso histórico Convento São Francisco, em São Paulo. Aqui permaneceram por uma semana para ouvir e dialogar com os Ministros Provinciais e Custódios de duas Conferências da Ordem: a do Cone Sul e a Brasileira. Com olhares distintos e relatos dinâmicos, a Ordem dos Frades Menores foi apresentada ao Definitório Geral a partir das presenças fraternas, formativas e evangelizadoras no Brasil, Argentina, Chile e Paraguai. Apesar de estarmos vivendo em tempos de grandes desafios e incertezas, de desigualdades e violências, de desconstrução dos princípios da ética e da justiça, os Frades Menores reavivaram a sua fé no Santo Evangelho, continuando a acalentar o sonho e a ação profética do Seráfico Pai São Francisco por um mundo mais justo e fraterno, mais solidário e pacífico, de mais diálogo e comunhão.

Em segundo lugar, destacamos a 28ª edição da Caminhada Penitencial de Frei Bruno Linden ocorrida no domingo, dia 25 de fevereiro, em Joaçaba, SC. Neste ano, a Caminhada teve um destaque singular: Após cinco anos de trabalhos, foi concluído o processo diocesano pela Causa de Frei Bruno Linden. Este processo foi lacrado com o timbre do Bispo de Joaçaba, Dom Mário Marquez, e será encaminhado pelos vice-postuladores (Frei Estêvão e Frei Alex) ao Postulador da Ordem dos Frades Menores, em Roma. Este, por sua vez, dará os devidos e nc am i n h ame nto s do processo à Sagrada Congregação pela Causa dos Santos. Nesta mensagem mensal também quero incluir o itinerário espiritual que estamos percorrendo neste Tempo Quaresmal. São muitos os textos bíblicos que nos inspiram e orientam a focar o coração no núcleo central da espiritualidade quaresmal que é o caminhar com Cristo, Senhor e Mestre que, pela superação do mistério da paixão e morte, nos introduz à alegria da Ressurreição. Também a Campanha da Fraternidade promovida pela CNBB para esta Quaresma possui um tema audacioso

para este momento crucial da nossa história, tão estigmatizada por tantas formas violência em todas as esferas da realidade humana: “Fraternidade e superação da violência”. Como podemos, depois de ver e avaliar a nossa

realidade, empreender um novo caminho de superação da violência? A mística franciscana convida-nos a sermos portadores da paz e a andarmos pelo mundo como irmãos pacíficos e humildes. Creio que também nós, Frades Menores, somos interpelados neste Tempo da Quaresmal a Comunicações Março de 2018

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Mensagem confrontar nossa vida com os ensinamentos de São Francisco de Assis para fazer resplandecer a Fraternidade que, sem dúvida, é a face mais sublime do nosso carisma. Por isso, nós, em nível pessoal e fraterno, necessitamos da permanente ‘superação’ (conversão)

para vivermos com transparência nossa missão de paz. Por isso, o tema “Fraternidade e superação da violência” também deve inquietar-nos enquanto Irmãos Menores. Se me perguntarem se existem violências a serem superadas na nossa

vocação à Fraternidade, direi que sim! Dentro da nossa humanidade existem questões que diariamente exigem de nós a superação das nossas ‘violências’ no confronto com o projeto divino para fazermos resplandecer a sacralidade da nossa vocação e missão:

Necessitamos:

• Superar a violência do ter/possuir por um espírito de autêntica

pobreza na partilha dos dons que o Senhor nos dá; • Superar a violência da nossa sede do poder mediante a prática do serviço fraterno e do cuidado pela pessoa do outro; • Superar a violência da impureza (não castidade) pela transparência da bem-aventurança da pureza de coração; • Superar a violência da inércia pela generosidade da graça de poder trabalhar com fidelidade e devoção; • Superar a violência da frieza espiritual pelo verdadeiro “espírito da santa oração e devoção”; • Superar a violência da maledicência para acolher o irmão com um dom de Deus: “O Senhor me deu irmãos”; • Superar a violência do individualismo em vista de uma predisposição ao Projeto Fraterno de Vida e Missão; • Superar a violência da comunicação virtual por encontros fraternos mais humanizados, afetuosos e reais; • Superar a violência da comodidade por um maior espírito de itinerância e missionariedade; • Superar a violência das nossas grosserias pela ternura e solicitude pelo cuidado de cada irmão; • Superar a violência da inércia pelo espírito de um irmão que “trabalha com fidelidade e devoção”. • Superar a violência da desobediência por uma autêntica escuta da vontade de Deus. A verdadeira e perfeita alegria pascal está, como nos diz o livro dos Fioretti, no “vencer-se a si mesmo” e “gloriar-se na cruz da tribulação de cada aflição, porque isso é nosso e assim diz o Apóstolo: ‘Não me quero gloriar, senão na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo’ ao qual sejam dadas honra e glória pelos séculos dos séculos. Amém” (Fior, cap.8). FREI FIDÊNCIO VANBOEMMEL Ministro Provincial

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O ABRAÇO AO LEPROSO Francisco, o humilde de Deus Cavalgando nas beiras de Assis Pensava em seu grande futuro Sonhos e glórias que um dia quis Francisco, o amante das criaturas, Abraça a todos, pois descobriu o Amor Nem sabia, portanto, que dali a pouco Encontraria um pobrezinho em sua dor De repente lhe vem um leproso E o jovem não sabe o que fazer Nenhum tostão havia em seu bolso Sem posses... Nada pra lhe oferecer “Por que isto?” Põe-se a entender Do altaneiro cavalo desce ligeiro E um abraço bem dado, apertado Oferece ao leproso companheiro Daquele momento em diante Feliz por tão grande aventura Pelo pobre agiu com misericórdia E o amargo se tornou em doçura Descobriu a presença de Deus Descobriu o amor à Pobreza Só pensava no amor de seu Deus Que pra ele era a grande Riqueza Frei Carlos Nunes Corrêa

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Formação Permanente

ORDEM FRANCISCANA SECULAR: um laicato maduro construindo o Reino

A Ordem Franciscana Secular é a mais antiga forma de organização de leigos que, guiados pela Igreja, unidos em fraternidade e inspirando-se no ideal de São Francisco de Assis, se empenham em testemunhar com a vida o Evangelho de Jesus Cristo e se dedicam aos apostolado no estado laical.

(Palavras do Papa João Paulo II aos franciscanos seculares)

Chamados a colaborar na construção da Igreja, como sacramento da salvação de todos os homens, e constituídos pelo Batismo e pela Profissão, testemunhas e instrumentos de sua missão, os franciscanos seculares anunciam Cristo pela vida e pela palavra (cf. Regra 6). Seu apostolado preferencial é o testemunho pessoal no ambiente em que vivem e o serviço para a edificação do Reino de Deus nas realidades terrestres.

(Constituições Gerais da OFS, art. 17 § 1)

O cristão de amanhã, ou será um místico ou não será cristão.

(Karl Rahner)

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Formação Permanente Foi com grande alegria que recebemos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil o documento 105 sobre os Cristãos leigos e leigas na Igreja e na sociedade. O texto foi aprovado na 54ª Assembleia Geral com a data de 14 de abril de 2016. Nosso intuito aqui é refletir sobre o laicato franciscano, de modo particular aquele vivido pelos membros da Ordem Franciscana Secular. Logo de início nossa atenção é despertada pela denominação recente conferida à terceira ordem de São Francisco: Ordem Franciscana Secular. Introduziu-se o precioso adjetivo secular. Um subtítulo do documento 105 da CNBB já nos diz com clareza a mística dos leigos: sal da terra e luz do mundo. Acrescentaria ainda fermento na massa. Estas são palavras chaves: luz, sal e fermento. Os franciscanos da Terceira Ordem vivem no mundo, nas coisas do século, executam primordialmente as tarefas missionárias e evangelizadoras na cidade, na família, no trabalho, na política, nos organismos civis. É aí que colocam o seu empenho de transformação da realidade. Fazem-no conscientes de que o carisma de Francisco pode restaurar o que parece em ruína. Podemos dizer que os leigos cristãos lutam pela transformação da realidade e os franciscanos seculares empenham-se em colorir esta transformação com as cores franciscanas, com o mais puro perfume do Evangelho. Por vezes experimentamos, ainda em nossos dias, um certo mal-estar quando ouvimos a palavra leigo, em contraposição a padres e religiosos. Tal designação sempre acentuou de maneira exagerada a “separação” entre a hierarquia e o povo, entre os que sabem tudo e os que são leigos. Mais ainda: o leigo na Igreja seria feito para obedecer e não para agir e evangelizar. O clero manda e o leigo obedece. Os padres é que sabem tudo. Melhor denominação é, certamente, fiéis cristãos leigos. E chegam à nossa mente figuras exponenciais, conhecidas e desconhecidas, que viveram sua fé cristã no meio da realidade. Entre esses não podemos esquecer a figura de Alceu de Amoroso Lima, Tristão de Ataíde (e tantos outros) que, antes mesmo do Concílio do Vaticano II, se empenharam na linha da transformação dos ambientes. Leigo cristão é aquele que tem paixão pelo mundo e pelo Reino e não aquele que se entrega apenas às atividades internas da Igreja, presos demais ao altar. Há certamente um equívoco em se “usar” os leigos quase que somente para serviços do altar. Não é promoção do laicato fazer dele um mero auxiliar do clero. Leigo é leigo. Padre é padre. “A sua primeira e imediata tarefa (dos leigos) não é a instituição e o desenvolvimento da comunidade eclesial - esse é papel específico dos Pastores - mas sim de pôr em prática todas as possibilidades cristãs e evangélicas escondidas, mas já presentes e operantes nas coisas do mundo. O campo próprio de sua atividade evangelizadora é o mesmo mundo vasto e complicado da política, da realidade social e da economia, como também da cultura, das artes, da vida internacional, dos

meios de comunicação e ainda, outras realidades abertas para a evangelização, como seja, o amor, a família, a educação da crianças e dos adolescentes, o trabalho profissional e o sofrimento (Evangelii nuntiandi, n.70), Os leigos cristãos, através de seu gênero de vida, haverão de tornar crível a sua fé de modo especial através de uma conduta humana e cristã marcada pela coerência e transparência. Serão chamados a participar da ação pastoral primeiro pelo testemunho de vida, pela atuação nos campos assinalados por Evangelii nuntiandi, acima mencionados, e, em segundo lugar, com ações no campo da evangelização, da animação litúrgica e orante das comunidades. Falamos num laicato em processo de maturação. Queremos agora nos deter no tema da maturidade. Maduro é um termo que vem da botânica. Depois da floração, os frutos começam a se formar. Com o sol, a chuva, os cuidados do agricultor vão se desenvolvendo e chegam à plenitude para qual existem. Podemos, então, falar de um laicato maduro ou em processo de amadurecimento. Para os cristãos, a verdadeira maturidade se chama santidade. Falamos de uma personalidade madura, de um cristão em processo de amadurecimento. Ainda se pode falar de um franciscano secular que vai colocando todas as condições para ser um homem, um cristão de valor para a Ordem e para a Igreja. Insistimos: o verdadeiro amadurecimento para cristãos e franciscanos se chama santidade. Na medida em que leigos franciscanos vivem com alegria em suas fraternidades, quando se adentram na Regra de Paulo VI, quando vivem a tensão entre contemplação e ação, quando batalham pela conciliação, quando não deixam arrefecer o fogo do amor pelo Senhor Jesus e a vontade de cuidar dos leprosos de todos os tempos, quando dizem a si mesmos e aos outros que o Amor precisa ser amado, assim agindo, eles chegam à santidade e atuam evangélica e franciscanamente no mundo. Queremos agora insistir no adjetivo maduro e no substantivo maturidade. Desnecessário dizer que vivemos o tempo das superficialidades. Por diferentes razões não conseguimos mais atingir esse nó interior a partir do qual somos nós mesmos, onde podemos nos encontrar com o Ausente-Presente, onde podemos dizer um sim à vida, aos outros e ao Outro. Somos apressados, não damos tempo ao tempo, os frutos são colhidos antes da hora e destarte perdem seu sabor. Padres e leigos podemos agir por agir, sem grandes convicções. Sendo assim, os franciscanos seculares haverão de querer chegar a uma maturidade humana, cristã e franciscana. Precisamos de seres que assumam sua vida, sua história, a vida do mundo, pessoas que sejam elas mesmas e não robôs que repitam o passado sem sentido ou que pulem de um lado para o outro dizendo que estão construindo um amanhã. Precisamos de seres que vivam com alma. Urge que seja desenvolComunicações Março de 2018

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Formação Permanente vido um trabalho de personalização. Não é fácil ser homem, ser cristão, ser franciscano num mundo que está em gestação e não temos clareza alguma a respeito do que dele sairá. “O capitalismo moderno precisa de homens ... que queiram consumir cada vez mais e cujos gostos sejam padronizados... homens livres que não dependam de autoridade alguma, de princípios, nem consciência moral... homens que possam ser guiados de um lado para o outro, sem convicções, conduzidos sem líderes para não importa qual horizonte” (Erich Fromm). Aqui vão elencadas algumas considerações a respeito de traços humanos de alguém que está em processo de amadurecimento humano. Os leigos cristãos e franciscanos sabem que o humano está na base de seu ser cristão. Hoje se fala mesmo da “humanização” como prioridade pastoral e evangelizadora: O homem é mais do que sua aparência. Uma pessoa adulta não julga pelo que aparece e parece, nem a si nem aos outros. Sabe que seus verdadeiros valores pessoais e os dos outros têm sua fonte no interior, no coração, no mistério mais íntimo. As aparências enganam. Ser pessoa que viva com pessoas. Mistérios que vivam com mistérios. Um traço humano de maturidade é a capacidade de relacionar-se. Será maduro aquele que tiver condições de conviver com o diferente e souber viver serenamente os relacionamentos humanos. Maduro é aquele que consegue, de alguma forma, organizar um projeto de vida, alimentar um buquê de convicções, não se deixando atropelar por estados emotivos de exaltação, nem aferrar-se a caprichos teimosos. Maduro é aquele que consegue desenvolver boa parte das dimensões de seu ser: inteligência, vontade, afetividade, profissão, arte da convivência. Adulta é a pessoa que sabe realizar projetos com os outros. O adulto não tem comportamentos marcados por agressividade e suscetibilidade. Possui serenidade e segurança interiores. A pessoa em processo de maturação não se considera o centro do mundo e das atenções. Vai aprendendo a fazer o êxodo de si e a ser solidária. É persistente, perseverante, sem ser teimosa. É criativa: não se contenta com a repetição do que foi visto e vivido. Sabe recolher as lições do passado e adivinha os passos a serem dados para apressar a chegada do futuro. É capaz de buscar o silêncio e nutrir a reflexão. Viaja ao fundo do coração. Não é ingênua. Tem certamente senso crítico e sabe discernir. Tem senso de responsabilidade e aprendeu a assumir compromissos. Tem senso de humor. É capaz de rir de si mesma. Sabe conjugar alegria e seriedade. Madura é pessoa que não é doentiamente dependente, mas consegue ser autônoma. Respeita as pessoas e não está imbuída do desejo de posse.

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iante da realidade, usa de flexibilidade sem deixar que as D coisas corram soltas. Tem critérios de vida e de ação e não se deixa deslumbrar por modismos passageiros nem se entrega a fanatismos que apequenam as pessoas. Maduro é aquele que tem capacidade de escutar, de dialogar, que se deixa esclarecer pela fala do outro, que dá o melhor de si para reverter situações aparentemente insolúveis.

Vejamos alguns traços do leigo cristão em processo de amadurecimento: undamental que fique claro: clérigo é clérigo, religioso é religioso, F leigo é leigo. Cada um tem sua especificidade, e consequentemente terão expressões diferentes em seu ser no mundo e na Igreja. Pessoa cristãmente madura é aquela que se deixa guiar pelo Espírito, e não pela carne, que esforça-se por matar o homem velho. Que não costuma atribuir a si os resultados alcançados. O cristão é formado pela ação do Espírito em sua vida e na comunidade que frequenta. Não convém chamar um leigo sem profundidade para dirigir pastorais... Trata-se de uma pessoa que foi e vai dando uma resposta pessoal e comunitária ao Evangelho e suas exigências. É pessoa coerente e não de “faz de conta”. Pode-se dizer que um leigo maduro é alguém que está em constante processo de conversão. Pessoa que tem senso de comunidade. Viver em comunidade não quer dizer apenas viver momentos agradáveis uns com os outros e uns e outros. O cristão maduro não vive uma religião privada e particular. Sabe que o Ressuscitado se manifesta de modo particular no coração da comunidade cristã. O leigo cristão em processo de amadurecimento procura levar uma sólida vida de oração. Tem preocupação com seu crescimento na intimidade com o Senhor, valoriza, de modo especial, a Eucaristia. Vive o dom de si com Cristo no mistério pascal renovado. Cristão leigo maduro é aquele que não se atém a aspectos menos centrais do cristianismo: procissões, devoções particulares, apego exagerado aos santos. Leigo maduro é aquele que vive intensamente em seu caminhar existencial o mistério pascal: morte a si mesmo e vida em Cristo. Está em crescimento cristão aquele que luta pela unidade. Não uniformidade, mas unidade na diversidade. Leigo cristão maduro é aquele que sabe se re-situar. Enxerga os desafios, acolhe os obstáculos, mas tem confiança de que poderá superá-los. Penso no caso de alguém que é acometido de uma doença, de um fracasso, da perda de um filho. Sabe unir-se à paixão de morte de Cristo, refaz em sua vida o espírito da entrega de Jesus ao Pai. Não desespera. Completa, por assim dizer, em sua vida a paixão do Senhor. Mostra sintomas de amadurecimento cristão o que se coloca à disposição do Senhor em quaisquer circunstâncias existenciais.


Formação Permanente a tentativa de se identificar com Cristo em seu mistério pascal o N fiel leigo cristão pode dizer com Paulo: “Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim”. Não se deixa levar por carismas exteriores, visíveis, aberrantemente visíveis. Faz tudo o que tem que fazer sem querer aplausos. Procura sempre uma postura discreta. É perseverante em seus propósitos. As pessoas podem confiar nele. Tem aguçado senso de Igreja, sobretudo do profundo mistério da Igreja como Esposa de Cristo e Corpo Místico do Senhor. Não jura pelo organizacional, mas finca-se nessa Igreja que continua, através dos seus membros, a obra de Cristo e do Reino novo. O fiel cristão leigo maduro vive a dinâmica do ver-julgar-agir: “A missão do leigo na sociedade apresenta-se hoje à consciência cristã como uma forma de evangelização, em que diversos aspectos podem ser acentuados conforme os apelos das circunstâncias e a vocação pessoal de cada um: quer na transformação das realidades terrestres pela ação social e política quer no anúncio da mensagem evangélica pela palavra, pelo testemunho de vida e pelo diálogo sempre em atitude de serviço inspirado pelo Cristo que veio para servir (Missão e ministérios dos cristãos leigos e leigas , doc. CNBB 62, 103)

Vejamos algumas notas características do franciscano secular em estado de amadurecimento: s franciscanos seculares experimentam grande alegria de O serem leigos e leigas e não têm “saudades” ou “desejo” de serem clérigos, de viverem apenas servindo às coisas do altar. Sabem perfeitamente que sua missão é colocar o dinamismo do Evangelho nas realidades as mais mundanas: no cuidar das crianças, na hora das eleições para cargos municipais, trabalhando com o computador ou vivendo a intimidade do amor conjugal. Os franciscanos seculares se aproximam muito do jeito de ser e de agir da Ação Católica com seu famoso e bem testado método do ver-julgar-agir. São peritos na arte de examinar a realidade e tentam impregná-la de sua espiritualidade evangélico-franciscana. Assim, dão largos passos na linha de uma maturação. Costuma-se falar da militância dos leigos. Os franciscanos seculares vivem em suas casas, em seu trabalho profissional, mas sobretudo vivem em suas fraternidades concretas. Vivem o fraternismo ad intra e ad extra. Dispõem-se a servir, a lavar os pés uns dos outros, a rezarem juntos, a carregarem os fardos uns dos outros. Vivendo em fraternidades que se reúnem regularmente, estudam o mundo atual, partilham sua vida e ideias. Nessas fraternidades estudam e perscrutam os grandes temas da atualidade, as orientações da fé como: O que é crer? Esperar o quê? O que significa escutar o Senhor hoje? As reuniões, as formações constituem convite ao discernimento. Não são adeptos de uma religião à la carte: vida em fraternidade, troca

de ideias, tomadas de decisões a respeito da vida: sempre como pano de fundo a fraternidade. Os que os conhecem costumam dizer: “Vede como eles se amam!” Os franciscanos seculares não querem viver derramados nas coisas. Fazem de sua casa uma verdadeira Igreja doméstica. Mas atenção, com uma madura espiritualidade leiga. Os leigos franciscanos gostam de sua família, cuidam de que seus membros se estimem, lembram aos filhos, pelo exemplo e pela vida, que precisam deixar as portas abertas para a visita do Senhor. Não impõem ritos. Seria altamente conveniente que nossas fraternidades franciscanas seculares tivessem um bom número de casais e que inventassem meios e modos de reunir famílias à sua volta. No meio de um mundo que perde o gosto pelo Senhor, sem piedade melosa, nossas fraternidades seriam espaço para crescimento de famílias novas. Os franciscanos seculares mostram maturidade quando adotam posturas de simplicidade e pobreza evangélicas num mundo sofisticado, consumista, marcado pela gastança e pelo consumismo. Uma tal visão das coisas pode fermentar evangelicamente a realidade. Os leigos franciscanos mostram que compreenderam o sentido da pobreza evangélica, são felizes, têm sua única riqueza no Senhor. Os franciscanos seculares se fazem presentes no mundo que os cerca, no bairro em que residem, junto de pessoas que vivem à sua volta. Exprimem assim seu desejo de estarem perto das pessoas. Mostram maturidade quando são capazes de dar respostas adequadas e evangélicas aos questionamentos do mundo de hoje: novas formas de casamento, bioética, desrespeito pela vida. Por isso, os franciscanos estudam, leem, procuram formadores que os capacitem a serem protagonistas da transformação da história. Importante que sempre estejam cuidando de sua formação nas coisas do mundo com as quais estão em relacionamento. E serão maduros quando tiverem a audácia de abraçar a causa da preservação da natureza. “Os franciscanos seculares estejam presentes... no campo da vida pública: colaborem quanto lhes seja possível, na elaboração de leis e de normas justas (cf. Regra 15). No campo da promoção humana e da justiça, as fraternidades devem empenhar-se com iniciativas corajosas, em sintonia com a vocação franciscana e com as diretrizes da Igreja. Tomem posições claras quando a pessoa humana é ferida em sua dignidade em virtude da opressão e da indiferença, qualquer que seja sua forma. Ofereçam seu serviço fraterno às vítimas da injustiça. A renúncia ao uso da violência, característica dos discípulos de Francisco, não significa renúncia à ação; os irmãos cuidem, no entanto, que suas intervenções sejam sempre inspiradas no amor cristão (Constituições Gerais da OFS, art. 22). Os franciscanos seculares haverão de se fazer presentes nas diferentes frentes de pastoral. Muitos fazem parte do Conselho de Pastoral, seja de paróquias como de dioceses. Estarão sempre dispostos a trabalhar na catequese, na evangelização em geral, Comunicações Março de 2018

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Formação Permanente de modo especial no cuidado do crescimento da vida de fé de adultos, animarão grupos de reflexão em torno do Evangelho, porque optaram por seguir a vida do Evangelho. Fazem tudo, mas não podem perder sua laicidade. Não se deixam envolver por uma pseudopromoção pessoal ao estado clerical. Os párocos poderão contar com os terceiros desde que esses não percam as características de cristãos seculares. Mostram grande imaturidade os terceiros que mais se dedicam às ditas atividades pastorais e esquecem de construir sua identidade franciscana. Não se pode qualificar e classificar a OFS como uma “pastoral”. Ela é um movimento suscitado pelo Espírito em vista de propagar um retorno à vida segundo o frescor do Evangelho e assim exercer influência sobre a pastoral. Fala-se de conversão pastoral. Urge uma mudança no modo de se trabalhar. O Documento de Aparecida diz claramente e com todas as letras: “A conversão pastoral de nossas comunidades exige que se vá além de uma pastoral de conservação para uma pastoral decididamente missionária. Assim será possível que o único programa do Evangelho continue introduzindo-se em cada comunidade eclesial com novo ardor missionário, fazendo com que a Igreja se manifeste como mãe que vai ao encontro, como casa acolhedora, uma escola permanente de comunhão missionária (Doc. Aparecida, n. 370). Os franciscanos seculares que buscam a maturação de seu ir pelo mundo não poderão dar seu aval a uma pastoral sacramentalista e conservadora de um status quo. Precisarão “incomodar” no sentido de se refazer o tecido comunitário e fraterno e de se realizar uma evangelização em tais condições que atinja o nó das pessoas e as leve a abraçar a utopia da comunidade. Um dos elementos fundamentais do ser e do agir do laicato é a realidade da família. Os terceiros franciscanos, normalmente falando, vivem em suas famílias. Fundamental a solidificação das famílias, mesmo diante de tantos desafios que surgem nesse campo. Podemos nos perguntar se como franciscanos com família não somos convidados a viver nossa família com cores evangélicas. Não daria uma maturidade aos franciscanos seculares a reflexão e o engajamento no cuidado pela família? Tantos espaços: grupo de jovens, preparação imediata para o casamento, atenção às mães sem marido, sem dinheiro, sem nada; acompanhando o processo doloroso dos que se separam; refletir com os pais sobre a “transmissão da fé”... vastíssimo e importantíssimo campo da evangelização e acompanhamento das famílias.

Concluindo

Propusemo-nos a refletir sobre o significado da Ordem Franciscana Secular, comunidades de leigos para o mundo. Temos plena consciência de não ter abordado todos os ângulos de maturidade dos membros da Ordem. Deveríamos nos deter mais nas manifestações práticas: respeito pela Criação e cuidado com os leprosos de nossos tempos. Certamente, respondemos parcialmente ao que foi proposto. Optamos

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Comunicações Março de 2018

Anexo

Pareceu-me importante e mesmo fundamental ainda transcrever algumas linhas de Salvador Valadez Fuentes, sacerdote mexicano. Num capítulo de obra em que analisa a pastoral e coloca o dedo na ferida de uma pastoral sem alma, o autor fala de Paulo, como modelo de agente de pastoral. No final do capítulo procura elencar aprendizagens concretas que podemos haurir da figura do Apóstolo das Gentes. Valem para os fiéis leigos e para os pastores. Valem também para o ser e agir dos irmãos e irmãs da Ordem Franciscana Secular: recuperar a radicalidade e a surpresa de ser cristãos e apóstolos; cultivar o substrato de valores humanos onde se encarna a graça: coerência, sinceridade, lealdade, convicção, liberdade, desinteresse; respeitar e alentar os ritmos nos processos de fé e de conversão pessoal e comunitária; valorizar a cruz como elemento fecundo e que dá autenticidade à nossa missão; saber viver no conflito; promover a solidariedade eclesial em todos os níveis; centrar nossa vida cristã e ministério pastoral, na fé, na esperança e na caridade, traduzidas em atitudes concretas; ter uma visão eclesial centrada na Trindade como fundamento último de todo ministério pastoral; aprofundar e recuperar o valor da oração como alimento absoluto de toda vida cristã e pastoral; urgir o aspecto missionário da fé; entender e assumir a vida cristã como um combate; encarnar, à maneira de Paulo, as atitudes fundamentais de um agente: força, valentia, liberdade, alegria, recuperar a consciência de ser envidado; não alimentar cobiças nem pretensões de glória; exercer a autoridade como serviço amável; amar com um amor real até a morte; prestar serviços de bom pastor à comunidade. (Salvador Valadez Fuentes, Espiritualidade Pastoral. Como superar uma pastoral sem alma? Paulinas, São Paulo, 2008, p. 50).

por dissertar sobre a maturidade seja humana, cristã, bem como franciscana. Sem ter respondido plenamente à questão esperamos que uma leitura particular ou em grupo deste texto permitirá aos leitores vislumbrar a dimensão laical da Ordem Franciscana Secular. Há questões prévias que precisam ser resolvidas: nossas fraternidades estão envelhecidas, a formação dada nem sempre atinge o nó das pessoas, há dificuldade em descobrir o que seria um leigo franciscano no mundo de hoje. Certamente, não se tratará de ser um panfletário, mas de alguém que andou fazendo densas experiências evangélicas à maneira de Francisco. Fique claro: com Karl Ranher diremos que o cristão dos nossos tempos ou será um místico ou não será nada. Quem puder compreender que compreenda. Frei Almir Ribeiro Guimarães


Formação e Estudos Ordenação diaconal

C

Frei Gabriel será ordenado diácono no dia 4

om o lema “Cada manhã Ele desperta meus ouvidos para que escute como discípulo” (Is 50,4b), Frei Gabriel Vargas Dias Alves será ordenado diácono por Dom José Antônio Peruzzo, Arcebispo de Curitiba, no dia 4 de março, às 9h30, na Igreja Bom Jesus dos Perdões, em Curitiba (PR). Filho de Elisabete Vargas e Fábio Vicente Alves, Frei Gabriel nasceu no Rio de Janeiro em 14 de outubro de 1985. É irmão de Vanesa Vargas Dias Alves. Em 2006 iniciou o acompanhamento vocacional no Convento Santo Antônio do Rio de Janeiro. Ingressou no Aspirantado de Ituporanga em 2007 e vestiu o hábito franciscano em 2009. Cursou Filosofia até 2012 e seguiu para a Missão de Angola, onde viveu o seu Ano Missionário. Retornou ao Brasil

para cursar Teologia em Petrópolis e atualmente reside na Fraternidade Bom Jesus da Aldeia, em Curitiba, onde está a serviço da educação. Para Frei Gabriel, ser diácono é, antes de tudo, encarnar o traço

A Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, da Ordem dos Frades Menores, fraternalmente convida você e sua Família para a

mais característico de Jesus: o do serviço. “Desde a encarnação, todas as dimensões e momentos de sua vida revelam e tornam presente um amor que não é um conceito ou uma emoção volúvel, mas algo que, sendo-lhe intrínseco, faz-se concreto num modo de ser que é doação. Esse sentido tão simples e, ao mesmo tempo tão profundo, como é próprio das coisas simples, é um grande desafio. Num tempo onde em muitas instâncias o que se afirma é o ‘ser-para-si’ mesmo, em detrimento do outro, ser ordenado diácono é participar da diaconia do Cristo. De um modo próprio, mostrar que o projeto do Reino vai na contramão do individualismo e do utilitarismo e que isso não é uma negação de si mesmo, mas é parte da criação. Verdadeiramente é ‘ser-para-o-outro’”, complementa o futuro diácono.

Ordenação Diaconal 4 de março de 2018, às 9h30

Ordenação Diaconal de

Bispo Ordenante Dom José Antônio Peruzzo Arcebispo de Curitiba

“Cada manhã Ele desperta meus ouvidos para que escute como discípulo”.

Paróquia Bom Jesus dos Perdões Praça Rui Barbosa, 149 Centro Curitiba – PR

Is 50,4b

Comunicações Março de 2018

Gentileza da Editora Vozes

Frei Gabriel Vargas Dias Alves, OFM

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Formação e Estudos Ordenação diaconal

Frei Marx será ordenado diácono no dia 11

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ermanecei no meu amor” (Jo 15,9b). Este é o lema escolhido Frei Marx Rodrigues dos Reis para receber o primeiro grau do Sacramento da Ordem, o diaconato, no dia 11 de março de 2018, às 10h30, no Convento São Francisco, em São Paulo (SP). Ele será ordenado por Dom Eduardo Vieira dos Santos, bispo auxiliar de São Paulo. Filho de Heloíza e Marco Aurélio Ribeiro dos Reis, Frei Marx nasceu em São João de Meriti (RJ) no dia 28 de setembro de 1989. Tem duas irmãs: Amanda Rodrigues dos Reis (33 anos) e Yolanda Rodrigues dos Reis (30 anos). Ingressou no Aspirantado de Ituporanga em 2008 e vestiu o hábito franciscano em 2010. Cursou Filosofia e Teologia e atualmente reside no Convento São Francisco, onde está a serviço da Animação Vocacional Provincial.

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Comunicações Março de 2018

Para Frei Marx, ser diácono hoje é estar atento ao clamor dos povos para se fazer presença de Cristo. “Já na origem do diaconato, descrita em Atos dos Apóstolos 6, 1-7, é narrada aos irmãos, a necessidade de servir de modo mais específico as viúvas e a mesa do Senhor. Assim, é preciso en-

tender que o serviço prestado faz eco às necessidades das pessoas. Hoje, essas viúvas são também os empobrecidos, os ribeirinhos, os jovens aliciados pelo poder do tráfico, os negros discriminados e todos os pequeninos de nosso tempo”, acredita. Para ele, sem o desejo de ser servidor não há fidelidade ao que se abraça. O futuro diácono explica a escolha do seu lema: “Para estar unido a Deus é preciso estar no amor de Deus. Ao mesmo tempo é preciso entender que Cristo amou o mundo de tal modo que as suas atitudes como um todo revelam a sua forma de amar, e porque foi amor profundo, a cruz veio como consequência. A cruz de Cristo é consequência de um amor que não tem limites. Deus é amor e nos criou para o amor. Assim, seu desejo é que todos, sem exceção, sejam nutridos nesse amor, um amor que desejo servir por toda a vida”, explicou.


Formação e Estudos Ordenação diaconal

Frei Leandro será ordenado diácono no dia 17

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ele nós sirvamos sem temor em santidade e em justiça diante dele, enquanto perdurarem nossos dias” (Lc 1,74-75). Tirado do Cântico de Zacarias, este é o lema escolhido por Frei Leandro Costa Santos para a sua ordenação diaconal no dia 17 de março em Vila Velha (ES). Frei Leandro será ordenado por Dom Luiz Mancilha Vilela, Arcebispo Metropolitano de Vitória, às 17 horas, no Santuário Divino Espírito Santo. Filho de Francisca e Francisco Moisés dos Santos, Frei Leandro nasceu na capital paulista e é o terceiro dos seis filhos. Ingressou no Seminário de Agudos em 2005 e vestiu o hábito franciscano em 2009. Cursou em seguida Filosofia e Teologia e, no ano passado, passou a residir na Fraternidade Divino Espírito Santo, em Vila Velha (ES). Sobre o serviço que vai assumir, explica: “Na Igreja, a vida dos cristãos tem as mais diversas tonalidades, ou seja, os variados caris-

mas e dons. De modo que cada qual percebendo-os, faz deles serviço e doação aos outros, contribuindo eficientemente na construção do Reino de Deus”. Do seu período de formação, destaca a forte experiência vivida entre os anos de 2014-2015 em Duque de Caxias, na Paróquia São Francisco, nas suas 24 comunidades; em 2016,

na Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, na Comunidade Nossa Senhora Auxiliadora no Bingen, Petrópolis. E agora, na Paróquia Nossa Senhora do Rosário, junto às 10 comunidades. “A vida pastoral me encanta. Possuo um particular interesse em contribuir para a vida pastoral de nossos irmãos e irmãs engajados na vida eclesial. Com as falhas e limites, mas também com o esforço sincero, desejo servir nossa Igreja por meio do diaconato”, promete. “Confio que, sendo uma ‘graça e um compromisso’, o diaconato assumido, tanto molda o coração de quem o exerce (pessoal), como também contribui com os que nele confiam (povo). Sendo assim, quero, por meio deste serviço, entregar-me nas mãos de Deus e fazer de meus dias uma dedicação plena aos homens e mulheres de boa vontade, contribuindo nessa tarefa de semear a Palavra, junto aos demais irmãos que se dedicam na evangelização”, completa.

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Formação e Estudos

Ordenação diaconal

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Frei José Raimundo foi ordenado diácono

xatamente às 16 horas do dia 3 de fevereiro de 2018 foi iniciada a Celebração Eucarística da ordenação diaconal de Frei José Raimundo de Souza, na Catedral de Colatina-ES, com a Igreja cheia. A ordenação foi

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Comunicações Março de 2018

feita por Dom Joaquim Wladimir Lopes Dias e teve presente a família do Frei José Raimundo, amigos, a Comunidade Franciscana, as Irmãs Clarissas, a Comunidade de Colatina e visitantes de outras cidades. Frei José Raimundo escolheu

como seu lema de ordenação: “Fiz-me servo de todos”, passagem encontrada em Coríntios, capítulo 9, versículo 19. “Claro que eu não tenho a pretensão de ser como Jesus, mas tenho a ousadia de me esforçar ao máximo para fazer aquilo


Formação e Estudos

que ele espera de mim”. Com essa mensagem, Frei José Raimundo assumiu o diaconato no serviço ao Senhor. “O reino de Deus está presente no nosso meio, e a gente, cada um no seu ministério, cada um com seu jeito na Igreja, atuando, precisa se comprometer com esse reino que é mais visível ou menos visível, e isso depende daquilo que a gente faz, do nosso empenho para a realização e a concretização do reino de Deus”, disse Frei José Raimundo em sua mensagem, chamando a todos a servir à obra do Senhor.

O Bispo Dom Wladimir, durante a ordenação, perguntou a Frei Gilson Kammer sobre a idoneidade do Frei Raimundo durante todo o seu serviço e nos lugares por onde passou. Frei Gilson informou sobre a atuação do ordenando, considerado idôneo para o serviço diaconal. Ainda Dom Wladimir deixou uma mensagem ao novo diácono: “Frei, fortalecido hoje com o dom do Espírito Santo, você deve servir à Igreja, no serviço à Paróquia, no altar da caridade, mostrando-se servo de todos”. E ainda lembrou a obra de Jesus

Cristo, que veio para servir e não ser servido. Frei José, ao pronunciar sua palavra, agradeceu aos seus pais, que, segundo ele, foram os responsáveis pela caminhada e que, como diácono, é em quem ele se espelha. E ainda lembrou todos os presentes, a Comunidade Franciscana, a Comunidade de Colatina e parentes. Recordou o seu lema e sua vontade para trabalhar pelo Reino de Deus, servindo como servo de todos. Texto e fotos de Carolina Monteiro Colombi

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Formação e Estudos

ITUPORANGA: 31 JOVENS ACOLHIDOS

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o domingo, 11 de fevereiro, o Seminário São Francisco de Assis, em Ituporanga (SC), iniciou o ano de formação recebendo os seminaristas para a etapa do Ensino Médio e os aspirantes que foram acompanhados pelos animadores vocacionais locais e pelo SAV Provincial. Neste ano, 31 jovens buscarão entender ainda mais o chamado à vocação franciscana, aproximando-se do que é próprio deste carisma. Numa primeira partilha neste início do ano, com os orientadores Frei Robson Scudella e Frei Alberto Eckel, tendo como tema a passagem do Evangelho em que Jesus lembra que o Rei-

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Comunicações Março de 2018

no dos Céus é um tesouro escondido no campo (Mt 13,44), os jovens foram levados a refletir sobre importância de se trabalhar o campo para melhor conservar o tesouro escondido. Para tornar-se um caçador deste tesouro, todavia, será necessário ao jovem espírito próprio para esta tarefa: decisão, renúncia, procura e persistência! Quem se encontra com Jesus, encontra a sua razão de viver. Jesus Cristo é a centralidade da busca vocacional. Durante este ano, estes jovens terão a formação para trabalhar as dimensões humana, social, cristã e franciscana, com base em atividades como: trabalhos pastorais, estudo das

Fontes Franciscanas, introdução à Liturgia e à fé da Igreja, aulas de canto e atividades esportivas. Em agosto, farão uma experiência de três meses nas Fraternidades de Acolhimento Vocacional (FAVs). Os jovens que compõem a turma de 2018 tiveram seu acompanhamento vocacional nas seguintes Fraternidades da Província: Agudos – 1, Amparo – 1, Blumenau – 1, Chopinzinho – 1, Concórdia – 1, Coronel Freitas – 2, Curitibanos – 3, Florianópolis – 1, Guaratinguetá – 4, Imbariê – 1, Ituporanga – 5, Rio de Janeiro – 2, Rodeio – 2, São Paulo – 5, Vila Velha – 1. Equipe de Comunicação do Seminário


Formação e Estudos NOVICIADO DE RODEIO

BRASILEIROS E ANGOLANOS JUNTOS

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ão existe fraternidade ideal. A fraternidade ideal é aquela que eu vou construir”. Foi com esta motivação que o Ministro Provincial Frei Fidêncio Vanboemmel acolheu no dia 15 de janeiro, no Noviciado São José, treze jovens brasileiros que fizeram o tão sonhado pedido de admissão à Ordem dos Frades Menores. A turma, contudo, não estava completa e a foto oficial foi adiada. Com a acolhida dos an-

golanos na Igreja São Francisco de Assis, em São Paulo, no dia 23 de janeiro, a turma de noviços 2018 ficou completa: Pelo Brasil, fazem o “ano de penitência” em Rodeio: Frei Daniel Maciel, Frei Éverton Junior Goschel Broilo, Frei Francisco Teixeira Junior, Frei Franklin Matheus da Costa, Frei Gabriel Nogueira Alves, Guilherme Plotegher Neto, Frei Josiélio da Silva Oliveira, Frei Lucas Moreira Almeida, Frei Marcelo Tadeu da Silva Cardoso, Frei Roberto Ro-

cha da Silva, Frei Sérgio Hide Honna, Frei Thierry Melo de Paula, Frei Yves da Costa Bernardes Leite. Por Angola, estão neste ano de provação: Frei Abel Ndala Sahuma Nganji, Frei Clementino Samuel Miguel, Frei David Vicente da Conceição Gaeita, Frei Lucas Eduardo Maurício, Frei Luis António Gungo, Frei Silvano Kessongo Pinto Leitura e Frei Valódia João Manuel Baptista Domingos. Frei Josiélio da Silva Oliveira Comunicações Março de 2018

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Formação e Estudos Postulantado guaratinguetá

Ousadia para dar o primeiro passo

A

experiência do Postulantado, na verdade, é essa ousadia do primeiro grande passo dentro da Ordem Franciscana, colocando-nos no seguimento de Nosso Senhor Jesus Cristo da forma como fez São Francisco de Assis”. O Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, explicou a nove jovens da Província da Imaculada Conceição do Brasil o significado da nova etapa formativa que teve início na quarta-feira, 7 de fevereiro, no Seminário Frei Galvão de Guaratinguetá (SP). Depois do período de animação vocacional e do discernimento na etapa do Aspirantado, como postulantes na Ordem dos Frades Menores (OFM), esses nove jovens viverão,

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Comunicações Março de 2018

neste ano, uma rotina de oração, trabalho, estudo, vida em fraternidade, tudo em vista de se aprofundarem no conhecimento de todos os elementos que são próprios da Vida Franciscana e do ano de Noviciado que virá em

seguida. Em Angola, no Postulantado Santo Antônio de Kibala, no final da tarde desta quarta, foram admitidos onze postulantes (leia matéria). O rito de admissão se deu dentro da Oração da Manhã (Laudes), às


Formação e Estudos

7h30, na presença da Fraternidade do Seminário e de frades da Província, numa celebração simples e significativa. Frei Fidêncio fez sua reflexão tendo como base o texto do Evangelho de São Mateus (19,16), quando um ‘jovem rico’ corre atrás de Jesus e pergunta: ‘Que farei para herdar a vida eterna?’.” Pois bem, ser fiel observante de leis, ter boas qualidades como este jovem não bastam, porque Jesus ao perceber neste jovem alguém com possibilidades, lhe diz: ‘Meu caro amigo, só lhe falta uma coisa, só falta dar um passo a mais!’ Jesus cobra dele uma ousadia interior. Jesus pede ao jovem a ousadia de abraçar um caminho novo. E abraçar um caminho diferente é deixar tudo para trás e apostar no novo”, disse Frei Fidêncio, lembrando que o novo era o caminho pascal. “O caminho que os discípulos também temeram, porque cada um teve de fazer o discernimento quando Jesus disse: ‘Olha, estamos indo para Jerusalém! Lá o Filho do Homem vai

ser condenado, vai ser morto, mas ele vai ressuscitar”, acrescentou. Segundo Frei Fidêncio, esse passo novo, contudo, implica em responsabilidades, implica em oferecer de mim mesmo para poder crescer nesse caminho novo. “Hoje vocês estão iniciando uma etapa importante na nossa formação religiosa, na nossa formação franciscana. No pedido de admissão, disseram: ‘Comprometo-me a colocar à disposição os melhores esforços para complementar a minha formação humana’. Complementar não significa chegar ao fim do ano do Postulantado prontos. Por isso estamos todos nós na permanente formação. Não importa o tempo de vida religiosa, não importam os anos de vida consagrada. O frade menor está se formando humanamente, como cristão e como franciscano, durante toda a vida. Então, essa etapa é uma etapa que também pede e exige de vocês esse esforço constante para trabalharem a formação humana, se conhecerem melhor

como seres humanos. E como? Na oração, no trabalho e principalmente no convívio fraterno. É ali que nos formamos humanamente, quando temos que morrer para nós mesmos e nos colocarmos na escuta do outro, na partilha da vida do outro, no sentir o outro. Hoje, vivemos num mundo muito individualizado. A humanidade vive na primeira pessoa do singular e Francisco pede a todos nós para darmos uma resposta de fraternidade ao mundo. Uma resposta plural: ‘nós, frades menores, nós, irmãos menores…”, ensinou o Ministro Provincial. O Postulantado, como todas as etapas formativas, segundo Frei Fidêncio, é uma reposta à graça de Deus, a graça inicial que Deus nos conferiu no dia do nosso batismo. “Quero continuar vivendo o Evangelho na disponibilidade, na alegria e no serviço aos irmãos. ‘Quero’ significa disposição interior. Querer significa vibrar, significa colocar-se por inteiro”, enfatizou. Comentando o trecho da fórmula de admissão – “Que Deus me ajude a ser fiel e perseverante neste compromisso que assumo consciente e responsavelmente” -, o Ministro Provincial exortou: “Deus sempre ajuda na medida em que a disposição interior, o nosso querer seja o querer de Deus na nossa vida”, disse, lembrando São Francisco: “É isso que eu quero, é isso que desejo, é isso que procuro fazer de todo o coração”. No rito de admissão, os nove foram chamados e apresentados ao Provincial pelo guardião e Definidor Frei João Francisco da Silva. Interrogados pelo Ministro Provincial, eles fizeram o pedido para ingressarem neste tempo da formação e ouviram esta resposta: “Com as palavras de Jesus vos recebo, dizendo ‘Vinde e vede’! De bom grado vos acolhemos nesta casa de formação para o tempo do Postulantado. Aqui podereis discernir com clareza a vossa vocação e fazer a Comunicações Março de 2018

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Formação e Estudos

experiência da nossa vida de fraternidade e de minoridade a serviço da Igreja”. Depois, ajoelhados, rezaram a Oração de São Francisco diante do Crucifixo de São Damião e receberam o Tau de São Francisco. Segundo o Ministro Provincial, eles recebiam um pequeno símbolo e, logo depois, um “Tau maior” (referindo-se ao hábito franciscano aberto no formato de um Tau) na etapa do Noviciado. No final, Frei Fidêncio deixou uma palavra de conforto e esperança. “Não desanimem por coisas pequenas. Empenhem-se, sim, em coisas grandes. Apostem na potencialidade que vocês têm, na grandeza que vocês têm, na boa formação que vocês receberam. Claro que fragilidades existem. De vez em quando o mestre chega e dá um ‘puxão de orelhas’. Mas isso não deve ser entendido como uma bronca mas uma provocação para eu melhorar e crescer”, completou, apresentando a Fraternidade que vai acompanhar esses jovens durante o ano: “Em primeiro lugar, o guardião Frei João Francisco da Silva, que coordena toda

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a Fraternidade. Uma responsabilidade muito grande a de cuidar e zelar da casa. É o pai, podemos dizer assim. Mas também Deus colocou à disposição de vocês o mestre Frei Jeâ Paulo Andrade, que é como a mãe da casa. E vocês sabem que a mãe é sempre mais exigente que o pai”, disse, chamando os vice-mestres Frei Mário Stein e Frei Claudino Dal’Mago e também Frei Leonir Ansolin, Frei Airton da Rosa Oliveira e Frei Walter de Almeida.

Serão acompanhados pelo Mestre e pela Fraternidade formadora os postulantes: Carlos Castro Ramos, Davi Gabriel Lutzke, Felipe Zaros Granusso, Gabriel Ferreira Salinas, Irven Gabriel de Jesus dos Santos, Julio Comin de Melo, Mateus de Oliveira, Rodolpho Andreazza Marinho e Willian Cerqueira Barbosa. Frei Augusto Luiz Gabriel e Moacir Beggo


Formação e Estudos

Onze postulantes são admitidos ao postulantado na Missão de Angola

S

e perseverarem até o final, ganharão a salvação”. Com estas palavras, Frei José António dos Santos, presidente da Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola, acolheu, neste 7 de fevereiro, na Fraterrnidade Santo An-

tônio em Kibala, onze postulantes. Diferente dos anos anteriores, o rito de admissão foi realizado às 18 horas, juntamente com oração das Vésperas. Frei José frisou que o Postulantado é tempo de discernimento, de postular, e isso acontece no dia a dia, nos trabalhos,

nas formações, nas orações e no convívio fraterno. Durante o rito, cada postulante foi convidado a apresentar-se diante da Fraternidade e fazer o seu pedido de admissão. Sendo acolhidos com as palavras de Jesus: “Vinde e Vede”, receberam e beijaram o Tau, símbo-

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Formação e Estudos

Notícias de Malange Depois de a Arquidiocese ter realizado sua Assembleia, tendo como primeira prioridade a Juventude, chegou a vez das paróquias e missões. Cangandala e Katepa as realizaram no transcorrer de fevereiro, tendo como base a Juventude. Este, também, é o tema do Sínodo dos Bispos a ser realizado em outubro. Dos 58 candidatos previstos para o Seminário Monte Alverne, 05 deles não vieram. Dos que aqui chegaram, outros 05 retornaram às suas casas; todos eles,

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eram a primeira vez que entravam num seminário. Temos, agora, 48 seminaristas. Os três teólogos angolanos que, no final do ano passado fizeram a Profissão Solene, serão ordenados diáconos no dia 15 de abril, em Luanda. Um deles é Frei Ermelindo, orientador do Seminário. Na Província, a Visita Canônica já se iniciou. Em Angola, em breve, saberemos as datas em que será feita. Frei Luiz Iakovacz

lo franciscano e sinal de penitência. Ao final, Frei José Antônio lembrou aos novos postulantes que estejam atentos para ouvir o que a Fraternidade formadora lhes disser. Na celebração estiveram presentes diversos frades e também as irmãs Vicentinas, Franciscanas da Visitação, alguns seminaristas da Diocese do Sumbe e de São Tomé e Princípe. Após os cumprimentos, todos se reuniram no refeitório para continuar a festejar este momento importante da caminhada franciscana. Frei Aloísio Paulo dos Santos


Fraternidades

Beleza e agonia do Velho Chico retratadas em exposição

O

Rio São Francisco, com seus mais de 3 mil km de extensão, é o quinto maior rio do país. Suas águas passam por mais de 500 municípios, em cinco estados: Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas. O Velho Chico, como é carinhosamente chamado, foi retratado de diversas formas: em poesia, música, novela. O Santuário e Convento São Francisco, no centro de São Paulo, acolheu no mês de janeiro a mais recente manifestação cultural e afetiva pelo Rio São Francisco. A exposição “Canta e Chora Francisco” retrata a relação do povo, sobretudo os moradores da Serra da Canastra (MG), onde está localizada a nascente do rio, com as águas, os mitos e sobretudo o sofrimento do rio, que sofre as consequências da intervenção humana. A exposição nasceu a partir do sonho de Sandoval Ferreira, mineiro, antropólogo e artista plástico. Ele afirma que em janeiro de 2014 teve um sonho, onde estava no Rio São Francisco e ouviu uma voz vinda do vento, que dizia: “Canta, canta, canta”, seguida de sons de música e da água, vindas da queda da cachoeira Casca d’Anta. Em seguida, outra voz e uma brisa quente disseram: “Chora, chora, chora”. No sonho, ele via o fogo, que consumia a mata local. Três dias depois, veio a notícia de que a nascente do rio havia secado e houve uma grande queimada, que atingiu a fauna e a flora locais. Na nascente há uma imagem de São Francisco de Assis, que dá nome ao rio e é patrono do meio ambiente. Esta imagem está retratada em três telas trazidas para a exposição. São dezenas de telas, entre clássicas e abstratas, além das esculturas, em sua maioria feitas

com troncos de madeira retirados do solo do Rio São Francisco durante este período da seca. Alguns troncos estavam submersos há mais de 500 anos, segundo o curador. Sandoval afirma que não foi feita nenhuma modificação na estrutura dos troncos, apenas limpeza e aplicação de produtos para conservação. Além de trabalhos do curador, a exposição traz obras de José Limonti Júnior, artista plástico de Ibiraci (MG) e diretor da PROBRIG, Protetores da Bacia do Rio Grande e Magda Belato, de Franca (SP). Sandoval Ferreira afirma que o objetivo de seu trabalho é sensibilizar o visitante para a realidade do Rio São Francisco, despertar para o cuidado

com o meio ambiente e evangelizar. Entre as peças, destaca-se a escultura “Irmão Sol”, que está no centro da exposição, no teto. Esta foi uma das peças que mais emocionaram o franciscano Dom Luís Flavio Cappio, bispo da diocese de Barra (BA), quando esteve no Santuário visitando a mostra. O curador afirma que o bispo ficou muito emocionado quando viu o enorme sol, representado na figura, pois recordou a greve de fome que fez em 2005, contra o projeto de transposição do Rio São Francisco, pois o sol era muito forte. A imagem também fez o franciscano recordar a passagem do encontro de São Francisco de Assis com o Serafim Alado, por causa do formato e das seis pontas que estão na peça. São dezenas de telas e esculturas que retratam não somente a dor e agonia de um rio, mas a beleza da região, com sua cultura, histórias e a íntima relação com a fauna, a flora e as águas do Velho Chico. O curador recebeu dois convites para levar a exposição para o Rio de Janeiro e Bahia, mas sem data confirmada até o momento. Érika Augusto Comunicações Março de 2018

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Fraternidades JUBILEU SACERDOTAL

Frei Germano Guesser: 25 anos com o Bom Pastor

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velho e majestoso órgão tubular da Paróquia Santo Antônio do Pari (SP), que andava meio ‘adormecido’ desde o incêndio que destruiu parte da igreja em junho de 2006, voltou à atividade no domingo (4/2) durante a Santa Missa, às 9 horas, quando o pároco Frei Germano Guesser celebrou solenemente os 25 anos de seu ministério sacerdotal. Sua ordenação presbiteral, contudo,

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Comunicações Março de 2018

foi realizada no dia 6 de fevereiro de 1993, na Igreja São João Batista, em Luzerna (SC). E como frisou Frei José Francisco de Cássia dos Santos, o pregador convidado pelo jubilando e seu confrade no Pari, não se tratava de um jubileu pessoal mas da celebração dos 25 anos de serviço à Igreja. “É um ministério que ele assumiu em favor de toda Igreja, é um ministério em favor de todos nós que temos fé, que aderimos ao

Evangelho como um caminho de vida. Portanto, a alegria de Frei Germano é a alegria de cada um de nós, assim como deveriam ser as dores, as tristezas e as decepções. O sucesso e o fracasso de Frei Germano também são o sucesso e fracasso de todos nós, que somos Igreja”, ensinou o pregador. A bela igreja do Pari estava cheia e uma parte dos fiéis veio de Gaspar, em Santa Catarina, para celebrar com o jubilando. De Vila Velha, estava presente Daniel. Entre os concelebrantes, Dom Eduardo Vieira dos Santos, Bispo Auxiliar de São Paulo e Vigário Episcopal da Região Sé e Frei César Külkamp, Vigário Provincial da Província da Imaculada, representando o Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel. Também participaram da Celebração o Definidor da Província, Frei Gustavo Medella e o missionário em Angola, Frei Valdemiro Wastchuk. Dom Eduardo falou que este jubileu era motivo de alegria e júbilo e trouxe os cumprimentos a Frei Germano do Cardeal Dom Odilo Scherer. Frei José Francisco recordou todos os lugares da evangelização de Frei Germano em 25 anos: Vila Velha (ES), São Paulo (Vila Clementino e Pari), Balneário Camboriú (SC), Curitibanos (SC), Gaspar e novamente Pari, onde reside atualmente. “Além de nascer em uma cidade chamada Antônio Carlos (SC), de crescer em outra cidade chamada Ibicaré (SC), Frei Germano é torcedor do São Paulo - portanto tem alguns defeitos (risos) -, aprecia um bom vinho, e é um confrade que se dedica bastante à vida fraterna. Para o seu ministério, escolheu o lema ‘Por uma ovelha só, ainda que pequenina, serei a


Fraternidades vida inteira um pastor’. Um ministério, que eu diria, extremamente pastoral, 12 anos deles vividos somente em Gaspar”, explicou. Para Frei José, ser pároco hoje, em São Paulo, é um desafio. “O padre deve ser um homem de Igreja, de ação, misericordioso e de oração”, resumiu. Frei César explicou que o Ministro Provincial estava na Baixada Fluminense em outra atividade, e lhe pediu para dizer três palavras: “Uma palavra a Dom Eduardo, pensando em toda a Igreja de São Paulo, que acolhe tanto o ministério de Frei Germano assim como todo o serviço que nós, franciscanos, fazemos aqui. Em tudo isso, queremos agradecer por essa acolhida. Uma segunda palavra é de agradecimento a esta comunidade tão querida do Pari, que nos acolhe há tantos anos. E agradecendo a Comunidade do Pari, não tenho como não agradecer a Comunidade de Gaspar, que acolhe tão bem os frades no trabalho de evangelização. A terceira palavra é bastante pessoal e fraternal por esses 25 anos de serviço, em que você, Frei Germano, consome sua própria vida pelo que São Paulo nos provoca hoje a viver do próprio Evangelho e anunciá-lo. Este é o nosso desafio e por isso, todos nós, frades, que conhecemos as suas qualidades e até seus

defeitos, queremos agradecer a Deus pela sua pessoa fraterna, pelo dom de sua vida e também por todo trabalho que você tem feito na animação de tantas paróquias e santuários em todos os lugares em que esteve. Mas, principalmente, agradecer pelo irmão que você é junto conosco. Deus o abençoe!”. Frei Germano disse que este jubileu era o momento de recordar, agradecer e celebrar. “Tenho a graça de celebrar o meu jubileu sacerdotal no Pontificado do Papa Francisco. É uma grande alegria viver este momento”, confessou. “Este também é um momento de recordar e deixar passar pelo coração tudo aquilo que nesses 25 anos vivi. Colecionei neste tempo acertos e também desafios e erros, mas não tive dúvidas de voltar atrás para corrigir um passo equivocado e nunca perdi a vontade de melhorar”, garantiu o frade, que lembrou suas duas famílias importantes: a de sangue e a família franciscana.

“Nestes últimos anos do meu jubileu passei pela maior provação de minha vida quando tive que encarar a despedida definitiva de meu pai e minha mãe. Como é difícil perder esses referenciais tão queridos em nossa vida! Só quem um dia perdeu para saber o estrago que fica no coração... Agradeço a Deus pela família que tenho e que ganhei ao ingressar na Ordem de São Francisco de Assis. Seguir os passos do Pobre de Assis é sempre um questionamento, um desafio. Mas uma grande alegria ter novos irmãos”, acrescentou. “Trago comigo o cheiro das ovelhas. Nutro um carinho muito especial por todos os lugares onde passei e no período mais longo deste jubileu que foi em Gaspar, onde durante doze anos perdi a conta dos amigos que fiz. Não vou citar nomes porque não quero cometer uma injustiça. Mas cito duas pessoas que estariam aqui hoje e foram para a casa do Pai: Edson Wieser e Tuti Spengler. A todos quero dizer meu muito obrigado”, recordou. Segundo Frei Germano, quando deitou no chão da Igreja São João Batista, em Luzerna (SC), no dia 6 de fevereiro de 1993, não teve dúvida: “Minha vida era ao lado do Bom Pastor”. Moacir Beggo

Os amigos de Gaspar lotaram um ônibus para celebrar com Frei Germano no Pari

Comunicações Março de 2018

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Fraternidades

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om o tema “Virgem da Penha, minha alegria”, tem início no dia 1º de abril (domingo) o Oitavário da Festa da Penha, as celebrações preparatórias para a grande festa da Padroeira do Espírito Santo, no dia 9 de abril. Mais de 1,5 milhão de peregrinos é esperado no tradicional Convento da Penha, que foi erguido pelos franciscanos em 1558. “A missão do Convento se estende para além do aspecto devocional, supera os espaços dos exercícios de piedade, amplifica a dimensão da penitência e da romaria. O Convento, ao longo do tempo, foi convertido no ícone da identidade do povo capixaba; não erra quem diz que todo capixaba tem uma parte do Convento no seu coração. Tais elementos justificam o gigantismo da Festa da Penha”, diz o guardião do Convento, Frei Paulo Pereira. O tema deste ano foi tirado do hino composto por Frei Alfredo Setaro e Padre João Lírio Tagliarico há 60 anos. A festa, tradicional pelas suas romarias, acontecerá de 1º a 9 de abril de 2018. Este ano, a Festa da Penha terá onze romarias e uma Remaria, entre elas a tradicional Romaria dos Homens, que tem a maior participação de todo o Oitavário. A Romaria dos Homens nasceu em 1958 e não tem similar no mundo, principalmente pelo expressivo número de mais de 500 mil participantes que percorrem 14 quilômetros, entoando cânticos e orações. É realizada no primeiro sábado após a Páscoa, à noite, saindo da praça da Catedral Metropolitana de Vitória até o Parque da Prainha,

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PROGRAMAÇÃO COMPLETA

01/04 Domingo de Páscoa

Ressurreição do Senhor

05h00, 7 h00, 9h00 e 11h00 Missas na Capela do

Convento 10h00 Bênção dos Cavaleiros - Prainha 14h30 Abertura do Oitavário e Missa no Campinho do Convento

02/04

Segunda-feira

06h00, 7h00 e 9h30 Missas na Capela 14h30 2 º Dia do Oitavário e Missa no Campinho do Convento

19h30 Programação Cultural - “As Alegrias de Nossa Senhora”, com a participação de Eliana Ribeiro no Campinho do Convento

03/04

pinho do Convento

Quarta-feira

06h00, 7h00 e 9h30 Missas na Capela 14h30: 4º Dia do Oitavário e Missa no Campinho

05/04

Vila Velha

Sexta-feira

no Campinho

08h00 Remaria - Praia da Costa 09h00 Missa das pessoas com deficiência na Igreja do Rosário (Romaria: saída 8h00 da Praça Duque de Caxias) 10h00 Missa da Romaria dos Adolescentes 11h00 Translado da imagem pela Baía de Vitória 14h30 7º Dia do Oitavário e Missa da Romaria da Diocese de Cachoeiro no Campinho 19h00 Romaria dos Homens saindo da Catedral 23h30 Missa de encerramento da Romaria dos Homens na Prainha

Domingo

05h00 e 07h00 Missas na Capela 08h00 Missa da Romaria da Diocese de Colatina no Campinho 10h00 Bênção dos Motociclistas - Prainha 15h00 Romaria das Mulheres saindo do Santuário 16h00 Missa de encerramento da Romaria das Mulheres na Prainha

09/04 Segunda-feira,

dia da Padroeira

Quinta-feira

06h00, 7h00 e 9h30 Missas na Capela 14h30 5º Dia do Oitavário e Missa no Campinho 19h30 Apresentação da Orquestra no Santuário de

06/04

Sábado

06h00 Missa na Capela do Convento 08h00 Missa da Romaria da Diocese de São Mateus

08/04

Terça-feira

6h00, 7h00 e 19h30 Missas na Capela 14h30 3º Dia do Oitavário e Missa no Campinho 19h30 Momento de Oração com os casais no Cam-

04/04

07/04

6h00, 7h00 e 9h30 Missas na Capela 14h30 6º Dia do Oitavário e Missa no Campinho 14h00 Romaria dos Militares - saída da Prainha 19h30 Show de música franciscana no Campinho

00h00, 0 2h00, 06h00, 09h00 e 12h00 Missas na Capela

07h00 Missa no Campinho 08h30 Romaria dos Ciclistas - Cobilândia 09h00 Romaria dos Conguistas 10h00 Missa das Pastorais - Campinho 11h00 Apresentações musicais no Campinho 16h00 Missa de Encerramento da Festa de Nossa Senhora da Penha - Prainha

do Convento

quando se dá a Celebração Eucarística por volta das 23h30. Por trás de todas as romarias e celebrações está um ‘exército’ de voluntários. “Pode-se afirmar que a alma da Festa da Penha tem a marca da boa vontade e do generoso serviço”, explica Frei Paulo.

A Festa da Penha é a maior manifestação religiosa do Espírito Santo e a terceira maior festa religiosa do país, atrás apenas da festa da Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, no estado de São Paulo, e a do Círio de Nazaré, em Belém, no Pará.

Ao contrário da palavra novena, muito comum na liturgia, a palavra oitavário não é muito conhecida. O oitavário acontece em vista da grande festa de Nossa Senhora das 7 Alegrias, que é celebrada na segunda-feira após a oitava da Páscoa. Comunicações Março de 2018

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Fraternidades RODEIO

Depois de vandalismo, imagem restaurada volta à gruta

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manhã do domingo (11/02) foi marcante para a comunidade da Paróquia São Francisco de Assis, de Rodeio (SC), pois os fiéis puderam acompanhar e participar da celebração de entronização e bênção das imagens de Nossa Senhora de Lourdes e de Santa Bernadete à gruta anexa ao Noviciado São José. A cerimônia aconteceu logo após a missa dominical. O pároco, Frei Pedro da Silva, em sua homilia, fez um aceno ao atentado afirmando: “Pode-se quebrar a imagem material, mas nunca se quebrará a nossa devoção para com a Mãe de Deus”. Alvo de um atentado no ano passado, as imagens foram restauradas pelo vigário paroquial Frei Rafael Spricigo e por Frei Bruno Araújo, professo temporário da Fraternidade São Boaventura, de Rondinha (PR). Foram meses de trabalho árduo na recomposição das imagens, e hoje, dia de Nossa Senhora de Lourdes, o povo rodeense pôde voltar a venerar e elevar louvo-

res a Deus pela Mãe Maria Imaculada. Conduzida pelos noviços e com apoio da comunidade paroquial, a imagem foi colocada no seu lugar de costume, a gruta de pedras. Uma das intenções desta restauração foi a de devolver ao povo os seus momentos de devoção junto à Mãe de Jesus.

MÊS SAGRADO O mês de Março vem lembrar José, Maria, A Mãe de Deus e o Pai da Vida Interior, Dezenove e Vinte Cinco serão Seu Dia, E renderemos a Deus Pai nosso louvor. E da Mulher teremos Dia Mundial, É Mês Sagrado, em que Maria com ternura, Tornou-se o espelho para a Mulher Ideal, Para espelhar-se na Mãe Virgem, linda e pura!... Março transporta ao Sim que fez o homem divino, Em que Deus para o homem traçou o seu destino, A destinar a humanidade para o céu. Março pra mim resulta em mês, o mais dourado, Por ter José e Maria no Altar Sagrado, Centrando o Sim que virou toda a História. Frei Walter Hugo de Almeida

Com grande júbilo, a celebração findou-se após a entoação do canto em latim, Tota Pulchra, canção bem apropriada e cheia de significados para esta ocasião. Frei Felipe Carretta (texto), Frei Gabriel Nogueira (fotos)


Fraternidades

PVF faz campanha em Vila Velha e Balneário Camboriú

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nquanto os termômetros marcavam temperaturas absurdamente elevadas nesta linda estação, os corações generosos se multiplicavam nas duas belas Fraternidades do Convento da Penha e Santuário do Divino Espírito Santo em Vila Velha (ES). O Pró-Vocações e Missões Franciscanas marcou presença junto ao povo capixaba entre os dias 10 e 14 de janeiro deste ano. Durante o dia, os convites eram feitos nas missas do Convento. Muitos que por ali passavam se dispuseram a nos ajudar, inclusive com belos relatos sobre sua fé em Nossa Senhora da Penha, Mãe e Padroeira do Estado do Espírito Santo. Renata Esgário disse que “nós hoje somos os continuadores de Frei Pedro Palácios, que sonhou e começou a realizar tudo isso”. E concluiu: “Nós que amamos Nossa Senhora e os franciscanos deste lugar, somos as pedras vivas que ajudam a formar os seminaristas e frades franciscanos.” Ela afirmou sentir-se muito feliz por ser uma benfeitora franciscana. A noite caía sobre Vila

Velha e a gente descia a montanha do Convento para rezar com o povo do Santuário do Divino Espírito Santo. Ao entoar os refrões, pedíamos que a ternura de Deus viesse nos abraçar e a sua bondade infinita nos perdoar, para que pudéssemos entregar o nosso coração e seguir a Cristo. O povo também acolheu benignamente o convite para ser um benfeitor franciscano. Foram muitos os que aceitaram este convite. Outros ainda aproveitaram para atualizar seu cadastro e assim voltar a receber nossas correspondências, bem como a documentação necessária para poder efetuar sua doação na rede bancária. Que nossa Senhora da Penha interceda junto a Deus por todos os seus devotos e devotas, para que nunca lhes falte o necessário para a vida. O tempo não para e as campanhas

para novos benfeitores também não. Entre os dias 22 e 28 de janeiro, estivemos em Balneário Camboriú (SC). Fomos acolhidos pelos frades da Fraternidade da Paróquia Santa Inês. Como de costume, as missas foram bem frequentadas. Muitos corações atenderam ao convite para ajudar na formação de nossos seminaristas e frades que estão nas casas de formação, bem como na manutenção da nossa missão em Angola. Foram dias agradáveis, de reencontro de pessoas queridas, benfeitores e amigos desta acolhedora cidade. Podemos dizer que Balneário não é conhecida somente pelos seus arranha-céus, mas por ter um povo de coração generoso e acolhedor. Queremos agradecer aos Freis Paulo Roberto Pereira, Djalmo Fuck e Ladí Antoniazzi por nos acolherem nas suas fraternidades. A eles e a seus irmãos, a nossa prece a Deus por intercessão de São Francisco e Santa Clara de Assis, para que sejam bons e dignos pastores junto ao rebanho a eles confiado. Muito obrigado e até a próxima oportunidade de estar entre vocês. Frei Alexandre Rohling Comunicações Março de 2018

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Fraternidades

FREI BRUNO: CLAMOR DO

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POVO CHEGA A ROMA

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m 28 anos, a Caminhada Penitencial Frei Bruno levou multidões às ruas de Joaçaba no segundo domingo da Quaresma, pedindo o reconhecimento de santidade de Frei Bruno Linden, frade franciscano que viveu a maior parte de sua vida no Oeste Catarinense e Vale do Itajaí. Em muitas dessas demonstrações de fé, nem o sol forte ou as chuvas torrenciais, próprias do verão, esmoreceram esse clamor popular. Neste domingo histórico, 25 de fevereiro de 2018, coincidentemente o dia da morte de Frei Bruno, o povo voltou a lotar as ruas de Joaçaba - aproximadamente 60 mil pessoas segundo cálculos da Polícia Militar -, mas desta vez com uma motivação maior ainda: celebrar a conclusão do processo diocesano da Causa pela Beatificação de Frei Bruno. Às 8 horas, num dia de sol e céu azul de anil, os peregrinos testemunharam a última sessão solene do Tribunal Eclesiástico, que durante quase cinco anos analisou, documentou e julgou se o frade franciscano da Província da Imaculada Conceição demonstrou, em grau heroico, as virtudes da fé, esperança e caridade. A última sessão não teve pompa e circunstância, e nem poderia ser diferente, pois apenas se cumpriu uma etapa no longo caminho para chegar à glória dos céus. Mas foi emocionante ver o bispo diocesano Dom Mário Marquez e a notária Michelle Selig lacrarem as três caixas com as cópias do processo, das quais duas seguirão para a Congregação para a Causa dos Santos, em Roma, e a outra com os originais ficará em poder da Diocese de Joaçaba. No Vaticano, agora começa uma nova fase do processo, quando a Congregação vai analisar se Frei Bruno terá o decreto de reconhecimento das virtudes heroicas assinado pelo Papa Francisco e ganhará o novo título de Venerável. Comunicações Março de 2018

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O rito em frente à Catedral Santa Terezinha, construída por Frei Edgar Loers, frade desta Província da Imaculada e que conviveu com Frei Bruno nos últimos anos de sua vida, começou com o comentário de Frei José Idair Ferreira Augusto, pároco da Igreja de Nossa Senhora do Rosário de Concórdia (SC), que fez uma explicação de todo o processo até esta última sessão solene do Tribunal. Depois foram apresentados os componentes deste Tribunal que foi instalado no dia 30 de outubro de 2013: Pe. Davi Lenor Ribeiro dos Santos, delegado do bispo, Pe. Clair José Lovera, promotor de justiça; Michelle Selig, notária (secretária); e Cláudio Orço, notário auxiliar. Eles foram chamados diante do povo para fazer o juramento atestando que tudo o que foi realizado neste processo estava dentro das orientações da Igreja. Com as caixas dos documentos lacradas, os vice-postuladores Frei Estêvão Ottenbreit e Frei Alex Ciarnoscki foram chamados à frente para fazerem o juramento de que cumpririam “fielmente o encargo de transmitir” a Roma a documentação do processo diocesano e de en-

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tregá-la à Congregação para a Causa dos Santos, juntamente com a pasta contendo as credenciais do processo, do qual constam 33 depoimentos de pessoas que conheceram e conviveram com Frei Bruno; uma biografia completa, acompanhada de documentos históricos; e os escritos de Frei Bruno, acompanhados de avaliação teológica. “Todo esse trabalho tinha como finalidade comprovar que Frei Bruno viveu de forma extraordinária as virtudes cristãs, assumindo seu batismo como religioso franciscano, sacerdote e missionário”, explicou Frei José Idair.

O Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, fez um agradecimento eloquente ao povo no término deste processo. “Nós, Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, principalmente os frades aqui presentes, queremos dizer hoje que estamos, de certa forma, muito agradecidos por uma resposta que estávamos devendo ao povo de Deus. O clamor por esse processo vinha há muitos anos. Há muitos anos o povo de Deus pedia que iniciássemos o processo pela causa de Frei Bruno e há cinco anos, graças ao sim de Dom Mário, a Pro-

víncia se sentiu animada a iniciar este ardoroso trabalho em vista de uma futura beatificação e até a canonização de Frei Bruno. Então eu quero, mais uma vez, agradecer, em primeiro lugar, a Dom Mário, já que sem o sim dele nada seria possível (e pediu uma grande salva de palmas ao bispo). E assim que recebemos o sim de Dom Mário, a Província pôde dar os passos seguintes e Dom Mário instalou o Tribunal Diocesano como já foram mencionados todos os componentes. E também quero agradecer aos padres e aos leigos que compuseram esse Tribunal Comunicações Março de 2018

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Fraternidades e agradecer aos dois vice-postulares Frei Estêvão e Frei Alex”, disse. Mas fez um agradecimento especial a Frei Clarêncio Neotti e Dona Iraci, da Comissão Histórica. “Ao trazer para nós a história de Frei Bruno, trouxeram muito mais do que a história de um frade ou de um religioso. Eles, através da história, resgataram um pouco aquilo que foi a grande evangelização franciscana, seja no Vale do Itajaí, seja aqui no Vale do Rio do Peixe ou no Oeste Catarinense. Resgatar a vida, a história desse homem de Deus chamado Frei Bruno foi trazer um pouco daquilo que foi a evangelização franciscana nessas lindas terras de Santa Catarina”, enfatizou. Frei Fidêncio lembrou também a importância de continuar rezando para pedir a intercessão de Frei Bruno. “De todo coração, peço para que continuemos a rezar muito, meus irmãos e minhas irmãs, a pedir Deus a graça que nós mais estamos desejando: a beatificação de Frei Bruno. Vamos pedir ao bom Deus para que esta Causa possa prosseguir para que, quem sabe, num tempo breve, possamos nos reunir - claro vamos continuar com as caminhadas - para louvar, bendizer a Deus a graça pela vida e santidade de Frei Bruno”.

MANIFESTAÇÃO DE FÉ

O rito terminou com a Oração pela Beatificação de Frei Bruno e deu-se início à 28ª Caminhada Penitencial Frei Bruno, por volta das 8h30. Toda a praça em frente à Catedral estava tomada de peregrinos que vieram de cidades distantes, como Ro-

VEJA O VÍDEO OFICIAL da caminhada

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deio, Gaspar, São José, Xaxim, Não me Toque, Indaial onde a presença de Frei Bruno Linden foi muito marcante, e das cidades próximas de Joaçaba e do Vale do Rio do Peixe. Na vizinha Luzerna, outra Caminhada percorreu 6 quilômetros até o Cemitério Frei Edgar. Presentes, além de Dom Mário Marquez e de Frei Fidêncio Vanboemmel, o bispo emérito Dom Osório Beber, e o Pe. José Avelino Zanella, representante do bispo de Chapecó, Dom Odelir José Magri, o Visitador Geral Frei Miguel Kleinhans, os vice-postuladores Frei Estêvão e Frei Alex, o Vigário Provincial Frei César Külkamp, os membros do Tribunal Eclesiástico, o pároco da Catedral Santa Terezinha, Pe. Pedro Ângelo Manchini, os frades da Província da Imaculada, entre eles os noviços, sacerdotes da Diocese, religiosos (as) e seminaristas. Os noviços franciscanos da Província da Imaculada vieram especialmente da cidade de Rodeio, onde

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Frei Bruno viveu muitos anos, para celebrar este momento histórico. Ao longo do trajeto de 3 quilômetros, muitas manifestações de fé foram traduzidas em cartazes, como “Papa Francisco, queremos Frei Bruno santo”, faixas e fotos. Muitos devotos fizeram o percurso de pés descalços. A Celebração Eucarística teve início já na Caminhada com o Ato Penitencial e as primeiras leituras.

No Cemitério Frei Edgar, o povo se acomodou como pôde para participar da Santa Missa, mas uma grande multidão pacientemente esperou para visitar e rezar no túmulo de Frei Bruno, o frade franciscano que faleceu nesta cidade no dia 25 de fevereiro de 1960. Outra grande maioria de fiéis só participa da Caminhada. Desde o início do processo, Frei Estêvão tem vindo sempre a Xaxim


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e Joaçaba e toda vez se impressiona com a manifestação de fé do povo vista na Caminhada. “Isso é um ponto positivo para a nossa Causa. Dificilmente vocês vão encontrar um candidato com esse apoio popular. É impressionante. O próprio postulador da Ordem, Frei Giovan Giuseppe Califano, sempre se refere a isso como nunca ‘vi algo semelhante’”, explicou o Vice-postulador.

HOMILIA

Depois de saudar religiosos, sacerdotes, seminaristas, autoridades civis e militares, D. Mário ressaltou as virtudes e a vida de santidade de Frei Bruno nestas terras catarinenses partindo da primeira leitura. “Os planos de Abraão e Sara mudaram ao ouvirem os apelos de Deus. Pela fé, Abrãao abraçou um novo desafio, um novo caminho. E todos nós so-

mos chamados a abraçar esse novo caminho, na fé e no amor a Deus. Frei Bruno, pela fé, deixou sua terra natal e veio como missionário franciscano para o Brasil, percorrendo muitos lugares do nosso Estado, onde exerceu seu ministério. Joaçaba foi sua última trajetória e há 58 anos, no dia de hoje, lembramos a sua partida deste mundo. Sua passagem deixou marcas de santidade, amor e carinho para com todos. Essa gratidão o povo manifesta hoje com sua fé e confiança na sua intercessão”, disse D. Mário. “Lançando, por onde passava, sementes de fé, esperança, gestos de fraternidade, misericórdia e caridade, marcou sua trajetória entre nós. Foi um homem de Deus exercendo o ministério sacerdotal, reconciliando famílias, consolando pessoas, visitando os doentes, andando a pé, de dia ou de noite como um peregrino, instruindo e orientando pessoas em Comunicações Março de 2018

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suas diversas situações. Este perfil de Frei Bruno é o que o Papa Francisco deseja de todo aquele que se dedica ao pastoreio em nossa Igreja. Frei Bruno tem essa característica que o Papa pede a nós, religiosos e religiosas, leigos e leigas”, enfatizou. Como frade franciscano, Frei Bruno, andando por vales e montanhas, soube se relacionar fraternalmente com a criação, respeitando, contemplando e cuidando da Casa Comum. “É nossa responsabilidade também cuidar do bem comum deste mundo, como lembra a encíclica Laudato Sí”, disse D. Mário. Citando a Campanha da Fraternidade e a busca por uma cultura de paz, lembrou que Frei Bruno pode ensinar como nos tornarmos instrumentos de paz. Como São Paulo pede na segunda leitura, que sejamos imitadores de Cristo. “Frei Bruno foi um testemunho para nós de vida cristã: viveu a santidade, tendo como inspiração o Evangelho e São Francisco de Assis”, lembrou.

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“Nós viemos participar desta 28ª Caminhada Penitencial Frei Bruno porque reconhecemos verdadeiros sinais de santidade em sua vida. A multidão do povo de Deus, os que estão conectados conosco através dos meios de comunicação, demonstram profunda devoção e carinho por nosso Frei Bruno. E isso é muito bonito. É um grande sinal de amor de nossa parte. Aprendamos com o nosso Servo de Deus as lições de simplicidade, de desprendimento, de doação do seu tempo às pessoas, ouvindo, socorrendo, abençoando, rezando numa Igreja em saída. Ele foi um fra-

de que não ficou dentro da sacristia mas ia ao encontro das pessoas”, pediu. Por último, destacou o homem de oração que era Frei Bruno. “Sem uma vida de oração, não é possível ter contato com Deus e transfigurar a vida”, ensinou.

AGRADECIMENTOS

Dom Mário foi enfático em agradecer a todos que estiveram envolvidos na organização da Caminhada Penitencial mas agradeceu especialmente ao Tribunal Eclesiástico pelo trabalho concluído neste dia.


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Frei Fidêncio também ressaltou a boa organização da festa e agradeceu ao pároco Pe. Pedro Angelo. “Muito obrigado pela sua organização, pelo empenho envolvendo tantas e tantas pessoas. Então, nós, Província Franciscana, queremos nos colocar à disposição para tudo o que for necessário para conseguirmos o bom êxito desta causa de Frei Bruno”, agradeceu. O pároco de Santa Terezinha, Pe. Angelo destacou a ajuda de voluntários e as doações que garantiram a montagem da estrutura da Caminhada.

DEPOIMENTO

“Por que o povo é tão devoto de Frei Bruno mesmo não sendo santo?” Foi essa pergunta que levou a estudante de Jornalismo, Luana Amorim, a escolher para o trabalho de conclusão do curso a história da vida do frade franciscano. Luana está cursando o sétimo período do curso de Jornalismo da Univale, em Itajaí. “Sou natural de Joaçaba mas por causa do curso estou residindo em Itajaí. Desde pequena sempre ouvi falar de Frei Bruno. E quando criança, a minha mãe pediu uma graça a ele porque eu tinha problemas de saúde. Por isso, sempre

tive curiosidade em saber por que as pessoas têm tanta fé num homem que ainda não é santo. Quando pensei num tema para concluir o curso, imaginei que poderia escrever sobre Frei Bruno. Foi aí que nasceu a ideia de um livro-reportagem sobre a sua vida. Apresentei a proposta para o meu professor orientador, Gustavo Zonta, e, para minha surpresa, ele disse que sua mãe é muita devota do frade franciscano. Ele é de Ascurra, próxima de Rodeio, onde Frei Bruno viveu muito. Foi uma coincidência muito boa e por isso esse será meu tema”, contou Luana, que vai atrás das pessoas para tentar entender por que Frei Bruno desperta tanta fé nas pessoas. Frei Augusto Luiz Gabriel e Moacir Beggo Comunicações Março de 2018

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Evangelização

FREI GILBERTO ESTÁ DE VOLTA À USF

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Ministro Provincial da Província da Imaculada Conceição e chanceler da Universidade São Francisco, Frei Fidêncio Vanboemmel, nomeou, no mês de janeiro, o reitor Frei Gilberto Garcia para a gestão 20182021, tendo como vice-reitor Thiago Hayakawa, que também é diretor presidente da mantenedora Casa Nossa Senhora da Paz – Ação Social Franciscana (CNSP-ASF). A nova gestão realizou encontros, em janeiro, nos campi Bragança Paulista, Itatiba e Campinas. “Uma grande honra ter sido convidado a voltar a USF, uma instituição em que pude aprender muito sobre gestão acadêmica. Fico feliz de reencontrar a Universidade, depois de 8 anos, com vigor acadêmico e administrativo. Voltar para essa casa em uma situação tão favorável só me dá otimismo e vontade de compartilhar as lições aprendidas nos últimos anos”, afirmou o novo reitor, durante encontro com a comunidade no Campus Campinas. Frei Gilberto Garcia foi reitor da USF de 2002 a 2010. Foi presidente da Associação Brasileira de Universidades Comunitárias ABRUC e pre-

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sidente do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras CRUB. Foi presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), onde atualmente é membro conselheiro da Câmara de Educação Superior, da qual também foi presidente. Exerceu igualmente funções de reitor em instituições de ensino como a FAE Centro Universitário, no Paraná, e a Universidade Católica de Brasília (UCB), no Distrito Federal. No período em que vem atuando no CNE, presidiu e ainda preside diferentes comissões sobre normati-

zações do ensino superior brasileiro, criou outras delegações regulatórias e atualmente é o relator de comissões importantes como: marco regulatório dos cursos de pós-graduação lato sensu, marco para a extensão, para o voluntariado na educação, diretrizes para o ensino religioso no ensino básico e diretrizes curriculares de propaganda e publicidade. O Conselho Nacional de Educação é um órgão de Estado com funções normativas, consultivas e deliberativas, composto por 24 membros, divididos entre as Câmaras de Educação Básica e Superior. Os membros do CNE são nomeados pela Presidência da República. Durante o encontro com a comunidade acadêmica, o novo reitor comentou as principais transformações no ensino superior brasileiro nos últimos 8 anos, destacando o progresso da Educação a Distância (EAD), a regulação da extensão no Brasil e as mudanças no stricto sensu. “As mudanças recentes nos marcos regulatórios da educação trouxeram profundas mudanças para o planejamento das Instituições de Ensino Superior e, certamente, irão impactar nas estratégias da USF”, comentou oFrei Gilberto.


Evangelização

Frente da Comunicação inicia Programa de Formação por videoconferência

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a quarta-feira, 7 de fevereiro, aconteceu o primeiro encontro do Programa de Formação Permanente, promovido pela Frente da Comunicação da Província Franciscana da Imaculada Conceição. O encontro contou com a assessoria de Ricardo Bedendo, professor do departamento de Técnicas Profissionais e Conteúdos Estratégicos da Faculdade de Comunicação Social da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e autor do livro “Segurança Pública e Jornalismo: desafios conceituais e práticos no século XXI”. Participaram do encontro os colaboradores da Fundação Frei Rogério, de Curitibanos (SC), TV Sudoeste, de Pato Branco (PR), FAE/ Bom Jesus, de Curitiba (PR), Sefras (SP), Universidade São Francisco (SP) e da Sede Provincial. A formação foi feita através de videoconferência, pela plataforma do Google, facilitando a participação de todos. O tema proposto foi “A interferência da cobertura jornalística na sensação de segurança pública”. O assessor falou sobre a responsabilidade do jornalista na cobertura de notícias, sobretudo no campo da segurança pública. “A gente não trabalha só com a tragédia alheia, muito pelo contrário. Há uma série de boas iniciativas que podem, da mesma forma, provocar este debate, não só na sociedade, mas principalmente na parcela política”, afirmou o professor.

O problema não é “o noticiar”, mas “como noticiar”

Bedendo abordou diversos desafios apontados para a comunicação, como a velocidade das informações e as novas

ferramentas. “Em nenhum outro momento da humanidade aquele velho ditado foi tão importante: a pressa é inimiga da perfeição. A velocidade da informação e a pressão que o jornalista sofre, o streaming da banda larga, a informação a cada segundo. Nunca a pausa foi tão importante para pensarmos no que estamos fazendo”, afirmou. Para o assessor, as novas tecnologias ajudam, mas não substituem o “face a face” com as fontes. “A tecnologia oferece caminhos, mas a resposta está no mundo real”, completou. Ele falou ainda sobre o dilema que a tecnologia traz, como por exemplo, as imagens de tragédias e acidentes, muitas vezes registradas em celulares e câmeras de segurança. “Qual a necessidade de ver a imagem de um frentista ser assassinado por um assaltante num posto de gasolina? O que isto acrescenta para a informação? Esta é uma informação inerente à polícia, aos órgãos competentes de investigação. Não acrescenta à informação jornalística repassar para a sociedade este tipo de imagem. A gente precisa pensar sobre isso”, exemplificou.

Comunicação face a face é insubstituível

O jornalista afirmou que não há tecnologia que substitua o encontro pessoal com a fonte. “Ir ao local é muito melhor que assistir a um vídeo que alguém mandou”, disse. “A bota sete léguas é insubstituível, a comunicação

face a face é insubstituível”, sinalizou. “Como você vai compreender uma cultura, por exemplo, de uma instituição tão complexa como a Polícia Militar, sem conhecê-la de perto? Se eu só tenho contato pelo Facebook ou pelo Whatsapp com o assessor de comunicação de uma instituição, como é que eu vou conhecer esta instituição? E o mais grave: como é que eu vou noticiar fatos referentes a esta instituição? Eu preciso ir lá, eu preciso conhecer as pessoas que estão trabalhando lá, eu preciso minimamente ter o interesse de conhecer a cultura daquelas pessoas que estão atuando neste dia a dia”, destacou. Após a formação, os participantes partilharam um pouco de seus trabalhos e como o tema afeta a rotina de trabalho nas organizações. O próximo encontro acontecerá no dia 7 de março, das 14h30 às 16h, e terá como tema “Os meios de comunicação e a cultura da Paz”. Os interessados em participar devem enviar um e-mail para imprensa@franciscanos.org.br. Érika Augusto Comunicações Março de 2018

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Definitório GERAL EM SÃO urante uma semana, de 12 a 17 de fevereiro, o Definitório Geral da Ordem dos Frades Menores se reuniu em São Paulo com os frades das Conferências do Cone Sul (Argentina, Chile e Paraguai) e do Brasil. O último encontro do Ministro e seu Definitório no Brasil foi em Manaus, em

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2011, quando era Ministro Geral Frei José Rodríguez Carballo. “Ao menos uma vez a cada 6 anos as Conferências devem reunir-se com o Definitório Geral tendo a finalidade de: comunicar as questões mais importantes, tratar assuntos relacionados à vida da OFM naquela região;


Especial - OFM 1º DIA

Abrir os corações para a novidade de Deus

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PAULO propor assuntos de interesse comum para o Capítulo Geral. Estes encontros permitem ao Definitório Geral conhecer melhor a Ordem espalhada pelo mundo”, explicou o Definidor Geral Frei Valmir Ramos.

o histórico Convento São Francisco, em São Paulo, teve início na segunda-feira, 12 de fevereiro, o Encontro do Ministro Geral e seu Definitório com as Conferências dos Frades Menores do Cone Sul (Argentina, Chile e Paraguai) e do Brasil. O sucessor de São Francisco de Assis, Frei Michael Perry, abriu este evento franciscano internacional com a Celebração Eucarística, às 7h30, ten-

tiu sobre o pedido feito pelos fariseus a Jesus de um sinal do céu. “Uma das maiores dificuldades que nós, os humanos, temos, é o nosso desejo incontrolável de ter uma confirmação absoluta do que chamamos de verdade. E quanto maior a nossa falta de imaginação e espanto, mais procuramos sinais de clareza, até extraordinários, para confirmar algo que, em muitos casos, sabemos que é verdade, mas,

do como concelebrantes o anfitrião Ministro Provincial Frei Fidêncio Vanboemmel e o Ministro Provincial Frei Inácio Dellazari, presidente da Conferência Brasileira. O guardião Frei Mário Tagliari do Convento São Francisco deu as boas vindas aos participantes. “É uma alegria muito grande e uma graça de Deus tê-los conosco nestes dias”, disse Frei Mário. Na sua homilia, Frei Michael refle-

por uma razão ou outra, nos recusamos a aceitar”, expôs o representante de São Francisco na Ordem dos Frades Menores. Segundo Frei Michael, para São Marcos, a questão não é o intelecto; é uma questão de coração. “Eles não aceitaram nada do que Jesus havia feito”, explicou, citando que “Jesus suspira profundamente”, provavelmente sem alívio e tristeza com uma cegueira tão grande. “E ele conclui: Comunicações Março de 2018

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OFM - Especial

‘Nenhum sinal será dado a esta geração!’ Ele os deixou e foi para o outro lado do lago. Não serve de nada mostrar uma pintura bonita para aqueles que não querem abrir os olhos. Quem fechar os olhos não pode ver! Então, o que é preciso para cada um de nós abrir nossos corações para a novidade que Deus procura oferecer ao mundo, à Igreja e a nós que somos Irmãos Menores nestes tempos de mudanças tremendas nessas regiões da Ordem?”, perguntou. Para ele, os Frades Menores têm um caminho indicado por São Francisco de Assis. “No seu Testamento aos irmãos, ele revela como os discípulos de Jesus devem responder com fé ao que Deus está pedindo a cada um deles. Não é uma questão de conhecimento, embora devamos estudar os sinais dos tempos, como o Conselho do Vaticano II nos lembrou. Nem é uma questão de ter controle sobre tudo, como se o poder fosse a chave de uma fé mais profunda. Isso é algo que os governos e mesmo a Igreja, a Ordem, ainda devem aprender”, ensinou. Ele encerrou com um trecho do Testamento de São Francisco, que, segundo Frei Michael, recebeu uma nova visão de Deus e uma nova visão da humanidade, o que o levou a abraçar Jesus, os leprosos e todas as pessoas e a natureza como irmãos e irmãs de uma maneira completamente nova e libertadora. “Foi assim que o Senhor me concedeu a mim, Frei Francisco, iniciar uma vida de penitência: Como estivesse em pecado parecia-me deveras insuportável olhar para leprosos. E o Senhor mesmo me conduziu entre eles e eu tive misericórdia para com eles. E enquanto me retirava deles,

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justamente o que antes me parecia amargo se me converteu em doçura da alma e do corpo. E depois disto demorei só bem pouco e abandonei o mundo”. O encontro do Ministro Geral e do seu Conselho com os frades das duas Conferências, do Cone Sul e Brasil, continuou no Salão São Dâmaso do Convento. Além de Frei Michael, estavam presentes: o Vigário Geral Frei Julio César Bunader e os Definidores: Frei Caoimhín Ó Laoide (Conferência de língua inglesa), Frei Ignacio Ceja (Conferências Guadalupana e Cone Sul), Frei Nicodeme


Especial - OFM

Kibuzehose (Conferência Africana); Frei Ivan Sesar (Conferências Norte-Slovena e Sul-Slovena); Frei Lino Gregorio Redoblado (Conferências Asiáticas); Frei Valmir Ramos (Conferências Bolivariana e Brasileira) e Frei Antonio Scabio (Conferências da Itália e Península Ibérica). Frei Jürgen Neitzert, Definidor da Conferência Europa Central, nem bem chegou a São Paulo teve de retornar devido ao falecimento de seu pai. Da Conferência do Cone Sul estão presentes Frei Isauro Covili (Província Santíssima Trindade – Chile), Frei Emi-

lio Andrada (Província da Assunção da Santíssima Virgem do Rio da Prata – Argentina e Paraguai) e Frei Daniel Alejandro Fleitas Zeni (Província de São Francisco Solano, Argentina). Da Conferência do Brasil estão presentes: Frei Inácio Dellazari (Província São Francisco de Assis); Frei Fidêncio Vanboemmel (Província da Imaculada Conceião); Frei Hilton Farias de Souza (Província Santa Cruz); Frei Rogério Viterbo de Souza (Custódia das Sete Alegrias de Nossa Senhora); Frei Marco Aurélio Cruz (Província do Santíssimo Nome de Jesus); Frei Francisco de Assis da Paixão (Custódia de São Benedito); Frei Bernardo de Souza Brandão Neto (Província Nossa Senhora da Assunção); Frei João Amilton dos Santos (Província de Santo Antônio); e Frei Flaerdi Valvassori, da Custódia do Sagrado Coração de Jesus. Frei Inácio abriu as apresentações dando uma mostra da Conferência do Brasil e das dificuldades de os frades se encontrarem num país tão grande como o Brasil. Em seguida, cada provincial e custódio fizeram a apresentação de sua entidade. Frei Fidêncio fechou a manhã com a apresentação da Província da Imaculada Conceição, a segunda mais antiga do Brasil. O Ministro expôs o trabalho evangelizador que é feito com base nas cinco Frentes de Evangelização e no Plano de Evangelização para o sexênio. Comunicações Março de 2018

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OFM - Especial 2º DIA

“O que Deus está pedindo hoje para nós?”

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o segundo dia do Encontro, Frei Michael Perry falou diretamente, pela primeira vez, aos Ministros e Custódios das Conferências dos Frades Menores do Brasil e do Cone Sul. Na sua reflexão, apresentou desafios e oportunidades que ele percebeu “diante – e dentro – de nós enquanto caminhamos juntos como peregrinos e estrangeiros no caminho para o Reino”. Frei Michael deu um panorama da Ordem dos Frades Menores no mundo, que atualmente está em 122 países com 13.302 frades (incluindo os noviços), em 2.008 casas ou casas filiais, sendo que a América Latina reúne 3.257 frades (com os noviços). “É uma grande alegria para os membros do Definitório Geral e para mim estar com vocês durante esses dias para refletirmos juntos sobre a situação da Ordem no contexto de suas conferências e procurar responder à pergunta sempre relevante: ‘O que Deus está pedindo hoje para nós, Frades Menores, no contexto do mundo, da Igreja, da Ordem e, mais especificamente, na região da América Latina e do Caribe?’”, questionou Frei Michael, que desde a segunda-feira viu e ouviu atentamente as apresentações das entidades brasileiras e sul-americanas presentes no Convento São Francisco, em São Paulo. Destacou os sinais de renovação vistos nos relatórios apresentados e fez recomendações aos Ministros Provinciais e Custódios que participam deste Encontro com o Definitório Geral. Entre esses pontos estão: esta-

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belecer projetos mais comuns de formação e evangelização; empenho das entidades que não fizeram ainda o Projeto Provincial de Vida e Missão; acompanhamento dos formadores; clarificar o sentido da Formação Permanente nas entidades; promover mais o diálogo nas fraternidades; priorizar a formação dos guardiães; dimensão vivencial no capítulo local; falta familiaridade entre os irmãos; risco do clericalismo para a identidade franciscana; dimensão social da evangelização; formação para os leigos como pede o Documento de Aparecida; estudo de documentos ‘muito franciscanos’ como Aparecida e Evangelii Gaudium; cada entidade tem que estar presente no processo formativo; acompanhamento dos jovens frades especialmente por parte dos Ministros; melhorar a vida espiritual através da oração pessoal e fraternal; firmeza em assuntos administrativos e transparência econômica. Frei Michael agradeceu a disponibilidade de alguns Ministros em enviar irmãos a serviço da Ordem, que trabalham nas casas gerais em Roma ou participam de várias missões que estão sob a responsabilidade da Cúria Geral. Já como recomendações, Frei Michael tocou na possibilidade de criar um projeto de acompanhamento dos irmãos em dificuldades; ter boa comunicação entre os Ministros e os irmãos; avaliação de estruturas para verificar em que medida elas respondem hoje à vocação e missão da Ordem; redimensionamento das presenças com a finalidade de ter irmãos para formação; não sobrecarregar jovens frades com

responsabilidades; espiritualidade integral que abrange todas as atividades da vida fraterna; e um estudo sobre a atual configuração das Conferências da América Latina. O segundo dia terminou com o diálogo do Ministro Geral com os frades das duas Conferências. Frei Michael também adiantou que a Ordem está organizando o Capítulo das Esteiras para os Frades Under Ten, que acontecerá de 7 a 14 de julho de 2019, em Taizé, na França. Também no próximo ano a Ordem celebrará o Oitavo Centenário do Encontro de Francisco com o Sultão. O Curso anual de Justiça, Paz e Integridade da Criação se celebrará este ano em Guadalajara, Jalisco – México, de 9 a 17 de abril, com o tema: “Migração: Causas, Muros e Perspectivas Franciscanas”.

SENTIDO DE PERTENÇA

Em outro texto que entregou aos participantes para reflexão, Frei Michael inicia fazendo uma análise sociológica e filosófica da sociedade até chegar ao contexto da Ordem dos Frades Menores, onde lembra que é preciso “recuperar e renovar nossa identidade carismática e evangélica”. Ele citou o Documento Final do último Capítulo Geral – “Ir às periferias com a alegria do Evangelho” -, onde “é necessário reconhecer que não podemos permanecer desejando viver as formas passadas, certamente úteis em um momento particular da história, pois muito seguramente já não movem os corações humanos e nos impedem de avançar adiante como


Especial - OFM Abraão e Sara”. Frei Michael cita o recente livro póstumo de Zygmunt Baumann, sociólogo e filósofo polonês (Retrotopía, 2017), argumentando que o mundo está mais dividido agora do que nos últimos tempos. “O reaparecimento das narrativas de um passado idealizado, de um tempo mais perfeito, uma nostalgia de algo sempre desejado, nunca realizado, e agora transposto em formas que se expressam a si mesmas em símbolos e linguagens nacionalistas, fechadas, intolerantes e separatistas. Sobre este ponto me vêm à mente os movimentos separatistas nas nações da Europa, o plano ‘Trumpista’ para construir muros em vez de pontes, a narrativa da segregação religiosa mantendo os ‘bárbaros’ muçulmanos fora das supostas nações cristãs, e até mesmo católicas, e poderia continuar com a lista”, avalia o Ministro Geral, lembrando que alguns sociólogos descrevem esses movimentos como consequência dos diferentes tipos de “exclusão” e marginalização que as pessoas experimentam, vestígios do Iluminismo e do Subjetivismo pós-moderno. “Em meio a todos esses desafios graves e ameaçadores, ouvimos o clamor humano pela recuperação de um sentimento de pertença: pertencer a uma comunidade, a uma fraternidade, a um lugar onde a identidade e dignidade humana são apreciadas, celebradas e aprofundadas. Os jovens, as pessoas de meia-idade e os idosos procuram espaços e sinais que lhes deem a oportunidade de se sentirem parte de algo”, observa Frei Michael. Para ele, o isolamento, a ansiedade e o medo, as consequências do nosso mundo globalizado, tecnologicamente conectado, mas desconectado em si mesmo, estão empurrando as pessoas a realizarem uma busca, uma viagem, que ofereça a Comunicações Março de 2018

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possibilidade de recuperar ou descobrir pela primeira vez essa parte da nossa identidade humana que é social, comum e fraterna. Por último, o Ministro Geral propôs o desenvolvimento de uma nova narrativa para nossos tempos. Esta narrativa deve estar arraigada no Evangelho, fonte de nossa fé e nossa vocação evangélica comum. Assim como as narrativas mais memoráveis, inclusive aquelas “perigosas” nas Sagradas Escrituras (por exemplo, Lc 1,46-55; 4,16-20), a nossa deve providenciar o seguinte: – Uma visão teológica trinitária nos permitirá descobrir a verdadeira fonte de nossa “fraternidade”, a comunhão na diferença ao serviço de todos os povos e de toda a criação, um círculo onde o diálogo é a “forma comum de se comunicar”, e não algo reservado a momentos particulares ou limitados.

– A natureza sacramental das coisas, a morada de Deus em todas e cada uma das pessoas e elementos da criação, fazem presentes o amor, a misericórdia e a força de Deus cada vez que nos reunimos “em Seu nome”, como acontece na Eucaristia. – Deve ver-se a si mesma como uma comunidade espiritual em peregrinação, um povo peregrino (Lumen Gentium) que viaja com a humanidade, especialmente com os pobres, marginalizados e desumanizados, e com o universo criado. Sabemos pelas Fontes e pelo exemplo de sua vida que, para São Francisco, o caminho para a liberdade autêntica e evangélica passa pelos filtros da simplicidade de vida e da identificação com os pobres. Essa liberdade se concretiza em uma fraternidade que vive e respira a epifania de Deus em simplicidade e solida-

riedade com todas as pessoas, começando pelos frades e se estendendo a todas as pessoas e a todas as coisas.

CELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA

O segundo dia do Encontro do Ministro Geral e seu Conselho com os frades da América Latina começou com a Celebração Eucarística, às 7h30, na Igreja do Convento São Francisco. Frei Isauro Covili, Provincial da Província Santíssima Trindade do Chile, presidiu a Celebração, tendo como concelebrantes Frei Emilio Andrada (Província da Assunção da Santíssima Virgem do Rio da Prata – Argentina e Paraguai) e Frei Daniel Alejandro Fleitas Zeni (Província de São Francisco Solano, Argentina). As entidades do Cone Sul apresentaram durante a manhã seus relatórios ao Ministro Geral.

Frei Emilio Andrada (à esq.), o celebrante Frei Isauro Covili e Frei Daniel Alejandro Fleitas Zeni

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Especial - OFM 3º DIA

Frei Valmir pede uma cultura de paz no Brasil

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o terceiro dia (14/02) do Encontro, o brasileiro Frei Valmir Ramos, Definidor Geral responsável pelas Conferências Bolivariana e Brasileira, presidiu a Celebração Eucarística, às 7h30, tendo como concelebrantes o guardião Frei Mário Tagliari e o pároco Frei Alvaci Mendes da Luz. A Celebração marcou o início na Igreja do Tempo Quaresmal e da Campanha da Fraternidade (CF). Frei Valmir, introduzindo o tema da CF – “Fraternidade e superação da violência” – foi enfático ao afirmar que os cristãos são convidados a abraçar a causa da Igreja, para construir a paz, para dizer não à violência e fazer nascer uma cultura de paz. Em sua homilia, Frei Valmir destacou que se iniciava um tempo mais propício para um caminho de conversão, de penitência: “Sabemos que a Quaresma é um período de preparação para a Páscoa, a festa da vida, pois tendo Jesus abraçado a cruz e a morte, ressuscitou. Na celebração da Páscoa, temos a origem e sentido de todas as outras celebrações; por isso, se faz importante viver a Quaresma de modo muito concreto em nossa vida, com o ouvido bem aberto e inclinado para a Palavra de Deus, que vai iluminanComunicações Março de 2018

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OFM - Especial do o nosso caminho de conversão”, disse o Definidor Geral. Introduzindo a Campanha da Fraternidade, que acontece em todo o Brasil há mais de 50 anos, Frei Valmir apresentou o objetivo geral desta CF que é: ‘Construir a fraternidade, promovendo a cultura da paz, da reconciliação e da justiça, à luz da Palavra de Deus, como caminho de superação da violência’. “Este ano a causa é a paz, por isso o tema da CF é sobre a superação da violência. Construir a paz, aí esta um missão para todos os cristãos, para nós franciscanos e comunidade em geral. Hoje nós vivemos num mundo que possui uma cultura desvirtuada, onde, ao invés de se ter uma cultura de paz, como pede a CF, tem-se uma cultura de violência. Daí a necessidade da promoção da paz”, disse, lamentando que o Brasil é um dos países mais violentos do mundo. “E a Igreja não quer ficar de braços cruzados diante da violência, esperando pelos governantes que façam alguma coisa. Infelizmente nossos governantes não conseguem criar políticas públicas para acabar com a violência”, observou, ressalvando, contudo, muitas ações de construções de paz que não são feitas pelos governantes, mas pelo povo de Deus. “E a Igreja quer ser uma destas ações, por isso, meus irmãos, somos convidados, nesta Campanha da Fraternidade, a abraçarmos a causa da Igreja do Brasil, para construirmos a paz, para dizermos não à violência, seja em casa, na rua, onde for”, completou Frei Valmir.

BÊNÇÃO DAS CINZAS

Em seguida, o celebrante prosseguiu com a bênção das cinzas: “Estas cinzas são um sinal de penitên-

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cia e indicam uma disposição para fazermos o caminho de conversão”, disse, sinalizando na sequência a testa de cada participante. No final da celebração, Frei Mário convidou todos os frades do Governo Geral da Ordem dos Frades

Menores a se dirigirem até a frente do altar e, com a ajuda de Frei Valmir, apresentou-os à comunidade do Santuário e Convento São Francisco. Os participantes tiveram um dia de plenárias no Encontro.


Especial - OFM

MINISTRO GERAL AO VIVO NO FACEBOOK Às 21 horas, Frei Michael Perry falou ao vivo, pela primeira vez em uma rede social no Brasil, na página do Facebook da Província. Ao lado do entrevistador Frei Gustavo Medella e do tradutor Frei Diego Melo, o Ministro Geral abordou temas relacionados aos grandes desafios da humanidade na atualidade, da Ordem Franciscana e da Igreja. Um dos temas é muito atual: o Sínodo dos Jovens: “É preciso escutar os jovens, e o Sínodo é uma provocação, uma iniciativa do Papa Francisco, para

que a Igreja escute os jovens. Também vivemos um tempo de rápidas e muitas mudanças, não somente para os jovens, mas para todas as pessoas”, disse. “E neste ritmo acelerado procuramos nos situar, nos encontrar e também reafirmar o nosso compromisso de sermos todos irmãos, de sermos uma só família humana, no cuidado e na responsabilidade de um pelo outro e também no cuidado e responsabilidade pelos bens da criação. O Papa Francisco esta insistindo em três pontos: 1- O primeiro deles é que seja

promovido o diálogo entre os jovens e adultos, que as pessoas conversem entre si buscando caminhos; 2- Que nos lancemos por inteiro nesta postura de diálogo; 3- Sonhar, imaginar e projetar um mundo novo, olhar com esperança o nosso futuro, para conseguirmos construir um amanhã diferente, onde sejamos de fato uma família. Lembro-me das palavras do Papa Francisco a 20 mil jovens na Colômbia: ‘Não temais o futuro! Ousai sonhar grandes coisas’”, destacou Frei Michael.

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4º DIA

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Inserção nas periferias existenciais


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a quinta-feira, 15, os frades do Definitório Geral, os Ministros e Custódios do Brasil e do Cone Sul, tiveram um dia intenso de visitas e inserção nas obras do Sefras, Serviço Franciscano de Solidariedade. Tempo de ir às periferias geográficas e existenciais. Eles visitaram 4 dos 11 espaços atendidos pelo Serviço. O primeiro deles foi o Sefras Criança, Centro para Crianças e Adolescentes (CCA) Peri. Localizado no extremo norte da capital, no Jardim Peri, o serviço atende 120 crianças e adolescentes. Frei José Francisco, Brayan Filipe e Ângela Assis, do Sefras, deram as boas vindas e acolheram os visitantes. Eles conheceram as salas e os espaços criados para atender a demanda. Como brincou Ângela, coordenadora do Sefras Peri, o local segue o padrão da comunidade, com vários “puxadinhos” criados ao longo do tempo. Os frades puderam conhecer um pouco das obras do Sefras e o perfil de trabalho em cada local. Frei José Francisco explicou que o Sefras, como instituição, existe há quase 18 anos, mas que muitas obras que estão dentro da organização existem há mais tempo, como é o caso do Cefran, que funciona desde 1994, além da Educafro, Chá do Padre e Casa de Clara. Nos 11 locais de atuação do Sefras e na Sede Administrativa trabalham 190 pessoas e 33 voluntários regulares. São 1689 pessoas atendidas, com 33.030 atendimentos por mês. Para funcionar, o Sefras conta com 5400 apoiadores, além da parceria com a Prefeitura Municipal e outros órgãos. Um dos projetos apresentados por Frei José Francisco foi o Sefras Migrante, que funciona desde 2014. Ele foi criado para atender a demanda dos imigrantes haitianos, que vieram para o Brasil após o terremoto que assolou o país caribenho. O local acolhe 110 pessoas, que recebem refeição, estadia, aulas de português e atendimento jurídico para regulamentação dos documentos. O frade afirmou que a situação para os refugiados no país é muito grave. “Em 2016, 40 mil pessoas pediram refúgio no Brasil. O Governo respondeu só a 7500 pessoas”, alertou o frade, afirmando que os demais não foram atendidos, mas que continuam no país, muitas vezes vivendo em regime de escravidão. Do extremo norte da cidade, os frades seguiram para a Zona Leste, no bairro do Belém, onde funciona a Casa de Clara, Centro Franciscano de Convivência e Apoio ao Idoso. No local, os atendidos pelo projeto já esperavam ansiosos pelos visitantes. Frei Michael Perry, Ministro Geral, deu a bênção antes do almoço. Após a refeição, Frei Inácio Delazzari, Ministro Provincial da Província São Francisco (RS) e presidente da Conferência dos Frades Menores do Brasil (CFMB) e Frei Fidêncio Vanboemmel, Ministro Provincial da Província da Imaculada Conceição, deram a bênção à imagem de Santa Clara, que em seguida foi colocada no novo jardim interno, feito e cuidado pelos atendidos. Um gesto simbólico para marcar a passagem dos frades pelo projeto. Comunicações Março de 2018

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OFM - Especial Na parte da tarde, o Definitório Geral e os Ministros e Custódios do Brasil e do Cone Sul seguiram de volta ao Convento São Francisco, para conhecer um outro serviço do Sefras, o Chá do Padre. O projeto, que funciona no antigo teatro do Convento, atende diariamente 700 pessoas. Além de servir chá e pão – feito pela padaria do Convento – o projeto passou a oferecer chuveiros para banho, lavanderia e atendimento jurídico aos atendidos, além de atividades culturais e socioeducativas. O dia de visitas e inserção na realidade local terminou com um jantar oferecido no Sefras Migrante, na Bela Vista.

QUARESMA: TEMPO DE ABRIR O CORAÇÃO A DEUS

O Vigário Geral, Frei Julio Cesar Bunader, presidiu a Celebração Eucarística do dia e teve como concelebrantes Frei Francisco Paixão, Custódio da Custódia São Benedito da Amazônia, e Frei Ignacio Ceja, mexicano Definidor Geral para as Conferências Guadalupana e Cone Sul. Em sua homilia, Frei Julio destacou que a oração, o jejum e a misericórdia devem ser colocados em prática visando algo maior. “Volte o seu coração ao Senhor e dê espaço a Deus em sua vida com estas práticas. Em si mesmas, não têm sentido, não têm razão de ser, se não for para deixar espaço no coração para Deus”, afirmou. O Vigário recordou que o coração é o sacrário do homem. É no coração que se dá o encontro pessoal com o Senhor. A partir deste encontro, a pessoa é capaz de discernir o bem e o mal. Frei Julio ressaltou que não há imposição por parte do Senhor para esta escolha, mas que é a própria pessoa, a partir de sua consciência, que deve optar pelo bem e pela vida verdadeira.

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Especial - OFM

5º DIA

Com as bênçãos da Mãe Aparecida e de Frei Galvão

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s atividades do Encontro começaram cedo na sexta-feira (16/02). Ainda não era dia e os frades já estavam de pé e entusiasmados por um motivo muito especial: visitar o Santuário de Nossa Senhora Aparecida (SP) e Seminário Frei Galvão em Guaratinguetá (SP). Num clima fraternal e alegre, os frades de hábitos marrons chamavam a atenção dos peregrinos que visitavam o Santuário. Além de conhecer o maior Santuário Mariano do mundo, os religiosos franciscanos também marcaram presença na celebração da Santa Missa, às 10h30. Logo em seguida dirigiram-se para o Seminário Frei Galvão. Comunicações Março de 2018

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OFM - Especial Frades e postulantes esperavam ansiosos pela chegada dos visitantes, especialmente do Ministro Geral, Frei Michel Perry, na portaria do seminário, local onde diariamente são acolhidos inúmeros romeiros e devotos do primeiro santo brasileiro, Santo Antônio de Santana Galvão. Um almoço de confraternização foi servido para celebrar a ocasião. Depois, de forma muito espontânea, os frades de profissão temporária que farão o Ano Missionário em Angola, os frades estagiários no Postulantado do tempo de Filosofia e os postulantes tiveram um bate-papo com o Ministro Geral Frei Michael Perry e o Definidor Geral Frei Valmir Ramos. Após uma breve apresentação de cada um, Frei Michael Perry contou

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brevemente sua história de vida: “Antes de entrar para os franciscanos, tive uma experiência no trabalho de construção de casas para os pobres, junto com os protestantes e os franciscanos. Esta experiência foi marcante para mim.” E continuou: “Depois o Senhor me puxou!”, disse, provocando risos.

O Ministro Geral falou da importância de encontrar os jovens frades e postulantes. Para ele, o que inspira estes momentos de partilha de vida é a certeza de que Deus continua chamando jovens que sabem distinguir a sua Voz dentre tantas vozes do mundo. “Para todos vocês, que são jovens e que


Especial - OFM

vêm de diversas realidades, não percam a oportunidade de colocar a serviço de Deus e da fraternidade os dons que Deus ofereceu a cada um”, pediu o representante de São Francisco. Perguntado pelo postulante Rodolpho Marinho sobre o número de frades da Ordem no mundo, Frei Michael respondeu que atualmente são em torno de treze mil. Questionado sobre a queda numérica pela qual a Ordem vem passando, o Ministro explicou: “Às vezes acontece que alguns que vêm até nós para serem frades, não escolhem serem frades menores. A grande questão de hoje é saber o que significa ‘ser menor’. Em seguida, Frei David Belinelli perguntou sobre o andamento do processo de unificação dos três ramos da Primeira Ordem, Capuchinhos, Menores, e Conventuais, e Frei Michael delegou a Frei Valmir a resposta a esta indagação: “Para São Francisco seria uma grande alegria certamen-

te, pois não tem sentido termos um mesmo carisma e uma mesma regra e vivermos em três ordens. Então o que Frei Michael está fazendo agora, juntamente com os atuais Ministros Gerais dos Capuchinhos e Conventuais, é uma caminhada muito próxima, fraterna e bonita, porque reconhece que de fato nós somos irmãos, mesmo que historicamente tenhamos passado por alguns momentos difíceis. A tendência é que haja sempre uma proximidade maior”, acredita o Definidor Geral. Em relação à diminuição dos frades, Frei Samuel Santos Soares perguntou qual é o principal motivo de tantas desistências. “É muito complexo”, frisou Frei Michael. “Às vezes, as decisões acontecem em momentos de mudanças psicológicas e biológicas. Também, quando não se tem uma qualidade de vida fraterna, o frade acaba buscando fora. Outro motivo é a questão do ativismo, pois não se

pode mudar o mundo de uma única vez. Também aqueles que não possuem um bom cultivo da oração, da fraternidade e da convivência acabam desistindo”, enfatizou. Para Frei Michael, alguns pontos são essenciais em uma caminhada saudável na vida franciscana: 1. Você nunca pode perder a esperança em si mesmo; 2. É preciso aprender a cair, para ter forças de se levantar; 3. É necessário aprender a perdoar a si mesmo e também aos outros; 4. Aprender a rir, mas não deixar de ser comprometido com aquilo que você possui; e 5. Ir ao encontro das pessoas mais pobres e frágeis e estar com elas. No final deste encontro, o Ministro Geral ofereceu a cada jovem um tau franciscano abençoado pelo Papa Francisco. E, ajoelhando-se, pediu que frades e postulantes o abençoassem com a bênção de São Francisco, surpreendendo e emocionando os presentes.

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OFM - Especial ENCERRAMENTO

Sejamos os primeiros a abrir nossas vidas para a constante renovação de nossas mentes e corações

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Celebração Eucarística às 16h30 do sábado (17/02), presidida pelo Ministro Geral da Ordem dos Frades Menores, Frei Michael Perry, encerrou o Encontro do Definitório Geral com os Ministros e Custódios das Conferências dos Frades Menores do Brasil e do Cone Sul. Durante a manhã, os frades se reuniram para avaliarem as propostas surgidas neste Encontro e traçar um itinerário de compromissos. Durante uma semana, Frei Michael apontou problemas como a ameaça do clericalismo à

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identidade de Irmãos Menores, insistiu na vocação para formar fraternidades onde se reconhece a presença de Deus em cada um dos irmãos e não economizou em palavras de esperanças. Sua homilia de encerramento deixou bem clara esta mensagem de persistência e compromisso para recuperar e renovar a identidade carismática e evangélica da Ordem dos Frades Menores. Sua reflexão teve como base a tentação de Jesus no deserto. “Talvez esse pequeno detalhe possa indicar que Jesus reconhece que a tentação de

abandonar o chamado de Deus ou renunciar à identidade que recebemos como filhos de Deus e co-herdeiros com Cristo é um desafio de todos os dias”, disse. E segundo ele, a primeira lição concreta disso é: todos os dias estamos sujeitos a fraquezas. “Mas também, todos os dias, o Senhor quer que renovemos nossa resposta, deixemo-nos encher de esperança, de modo que, com criatividade e compromisso, vivamos a nossa vocação de irmãos e menores. Não podemos dizer: hoje sim e amanhã veremos.


Especial - OFM

Mas… Todos os dias! Minha resposta é de todos os dias. Com forças ou sem elas, com vigor ou fraqueza, com fertilidade ou aridez, o Senhor aguarda minha resposta todos os dias. ‘Agora faço novas todas as coisas’ (Ap 21, 5)”, animou. “O tema do discipulado cristão no Evangelho de São Marcos está diretamente relacionado à ideia de que a identidade é algo que deve ser continuamente reafirmada. Por esta razão, a Formação Permanente em nossa relação pessoal com Cristo e entre nós como comunidade de fé e frater-

nidade da Ordem é fundamental para perseverar no compromisso que fizemos diante de Deus. Mas a Formação Permanente também tem outro propósito: nos mantém alerta aos novos sinais dos tempos, às novas oportunidades para vivermos mais plenamente a vida evangélica mesmo em meio à confusão da mudança constante, à instabilidade e às ameaças à dignidade humana ou à integridade da criação”, ensinou. Para o Ministro Geral, o único antídoto contra a ameaça de se quebrar sob a pressão das múltiplas tentações

que aparecem diariamente em nossas vidas é que adotemos um modo de vida que inclua o compromisso diário de seguir Jesus, conscientes de que sempre O seguimos como Irmãos em Fraternidade. “Vejamos como Jesus o faria: Ele constantemente ‘se retira’ ou ‘sobe’ para um lugar calmo com seus discípulos, nunca sozinho (Marcos 3, 7.10; 6, 30-31). Jesus propõe um ‘moratorium‘; uma forma de discipulado estruturada em torno do ‘tempo livre’ de sua pregação, ensino e cura dos mais necessitados. Ele nos revela que esta forma ‘alternativa’ de viver é vital Comunicações Março de 2018

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para manter viva a chama do Espírito de Deus presente em nós e ardendo intensamente”, destacou. “São Francisco teve esta mesma ‘visão’ e colocou em prática este mesmo método encontrado na vida de Jesus; e também convidou seus discípulos a abraçarem essa maneira de viver sua fé cristã”, ensinou. “Portanto, todos nós, os Frades Menores, começando pelo Ministro Geral, e continuando com todos os Ministros e com cada frade, precisamos aprender esta maneira de Jesus e Francisco, essa prática de renovação contínua de fé, esperança e amor, levando-nos um ‘tempo de qualidade espiritual’ para permitir que o Espírito Santo toque nossos corações, cure nossas feridas e nos abra à ação efetiva que nos impele a fazer escolhas sérias, responsáveis e significativas evangelicamente, diante das necessidades de nossos irmãos e do Povo de Deus em geral. Se você não está disposto a gastar tempo para estar com ele, poderá ser um grande trabalhador, talvez cheio de muitas qualidades, talvez um excelente comunicador social, um bom elemento para a Província ou a Custódia, mas possivelmente alguém com pouca vida interior e, portanto, com uma ‘desnutrida espiritualidade’!”, ponderou, pedindo que o Espírito de Deus “se derrame em nossas vidas e em todas as entidades da Ordem dos Frades

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Menores. Que nós, ministros, sejamos os primeiros a abrir nossas vidas para a constante renovação de nossas mentes e corações para que Deus possa trabalhar efetivamente em e através de nós!” “Irmãos, juntos com Francisco de Assis, nos comprometemos com essa renovação todos os dias de nossas vidas. ‘Vamos começar, pois até agora, pouco ou nada fizemos!’”, completou. No final da Celebração, Frei Michael entregou um Tau abençoado pelo Papa Francisco aos Ministros e Custódios que participaram do evento.

IMPRESSÕES DE FREI FIDÊNCIO

O Ministro Provincial anfitrião do evento, Frei Fidêncio Vanboemmel, falou da honra de acolher o Ministro Geral e seu Conselho e todos os frades das Conferências do Brasil e do Cone Sul. “Foi uma graça ter todos esses confrades aqui na nossa casa tão significativa, que é o Convento São Francisco”, disse, garantindo que tudo ocorreu dentro da programação planejada. “Foi feito o possível e o impossível para bem acolher os nossos irmãos que vieram de diferentes partes do Brasil e da América do Sul e também os confrades da Itália, ou seja, o Definitório Geral”, acrescentou. Frei Fidêncio elogiou os trabalhos dos Comunicações Março de 2018

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OFM - Especial

confrades do Convento São Francisco e da equipe da Sede Provincial que o ajudaram a preparar este evento. “O esforço de cada um deles possibilitou que o nosso encontro tivesse de fato a expressão de sermos uma única fraternidade. Essa foi uma característica muito bonita e cada frade, sobretudo os que vieram de fora, se sentiram à vontade como se fosse a casa deles, e assim o é. Outra impressão marcante foram as falas significativas porque o encontro como tal foi um lugar de muita escuta. Então, nos escutamos mutuamente”, observou o Ministro Provincial da Província da Imaculada. Frei Fidêncio acredita que as expectativas também foram alcançadas porque o Definitório Geral veio, em primeiro lugar, para ouvir as Conferências do Brasil e do Cone Sul e cada entidade, seja Província ou Custódia, teve a oportunidade de expor aquilo que são realizações, conquistas, desafios e provocações. A partir desse ‘ouvir’ nasceu também a fala do Ministro Geral, que apontou para nós aquilo

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Comunicações Março de 2018

que é importante continuar a trabalhar, aquilo a que devemos estar atentos enquanto ministros provinciais ou custódios, para dinamizar a vida da Ordem aqui na América Latina, particularmente no Brasil, Chile, Argentina e Paraguai, onde estão nossas presenças”, explicou, reconhecendo que saem fortalecidos deste evento. “Se de um lado existem conquistas que são comuns, também existem desafios e provocações comuns. Quando isso é partilhado, podemos nos colocar em um caminho comum, que é o seguimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo a forma do Santo Evangelho que São Francisco abraçou com tanto carinho. Então, creio que nós, de certa forma, alcançamos os objetivos propostos pelo Definitório Geral”, avaliou Frei Fidêncio. Frei Fidêncio destacou os seguintes pontos deste Encontro: A possibilidade de um projeto de conferência ou conferências para ajudar os frades em dificuldades; empenho na Formação Permanente, inclusive em cada uma

das fraternidades; formar a todos os frades para a ter uma identidade franciscana, seja irmão ou sacerdote, mas com a identificação de Irmãos e Menores dentro da Igreja; transparência econômica e transparência administrativa; ampliar as presenças missionárias como por exemplo no Uruguai, onde não existe nenhuma presença; necessidade do redimensionamento com o decréscimo no número de frades. Esse redimensionamento não deve ser um empobrecimento para continuar as mesmas estruturas; o Conselho Plenário da Ordem em Nairóbi neste ano vai colher subsídios para o Capítulo Geral; e formação e especialização do frade dentro do projeto provincial ou do projeto da Ordem. No sábado, os frades que fazem parte do Regional São Paulo participaram de uma confraternização com os frades do Encontro Geral. Equipe de Comunicação da Província: Frei Gustavo Medella, Frei Augusto Luiz Gabriel, Érika Augusto e Moacir Beggo.


Especial - OFM

“Nossa identidade como Irmãos e Menores é ameaçada pelo clericalismo muito presente na Igreja, também na América Latina. Isso é perigoso porque deforma nosso carisma e apresenta aos vocacionados e ao mundo a imagem simplesmente de padres. São Francisco acolheu irmãos com vocação laical e vocação sacerdotal, todos chamados a viver o Evangelho em minoridade”. Frei Michael Perry Ministro Geral São Paulo - 14/02/18

Comunicações Março de 2018

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OFM EM SÃO PAULO

Custódio da Terra Santa faz apelo pela paz no mundo

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ecordando os 800 anos da presença dos Franciscanos na Terra Santa e também os 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida no Brasil, o Custódio da Terra Santa, o italiano Frei Francesco Patton, OFM, fez um apelo de paz aos participantes do encontro realizado no Convento São Francisco, em São Paulo, na tarde do sábado, dia 27 de janeiro. “‘O Senhor vos dê a paz!’ Creio que hoje, mais do que nunca, necessitamos que esta saudação e este desejo de paz se realizem. E acredito que a terra do Oriente Médio seja hoje aquela em que há maior necessidade de que se realize este dom de Deus e este sonho de Deus, que é a paz”, disse o frade no início de seu pronunciamento, fazendo também referência ao conturbado momento político no Brasil: “A mensagem de igualdade da Virgem Mãe Aparecida foi para aquele momento da história do Brasil e continua até os nossos dias. É atual para a nossa realidade conflitual da Terra Santa e continua sendo para o Brasil neste delicado momento da política brasileira”, recordou Frei Patton. O encontro reuniu frades ligados ao trabalho com a Terra Santa no Brasil, como Frei Ivo Müller, comissário para a Terra Santa da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, Frei Jorge Hartmann, comissário da Província de São Francisco, do Rio Grande do Sul. Estiveram presentes também algumas zeladoras da Terra Santa, senhoras que auxiliam os comissários em seu trabalho de divulgação e busca de recursos

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Comunicações Março de 2018

que garantem o sustento e a continuidade da presença franciscana no cuidado e na evangelização dos lugares onde Jesus viveu. Frei Patton, falando em português, deu uma verdadeira aula sobre a história e o momento atual da Custódia. Apresentou ainda muitos dados estatísticos sobre a presença dos cristãos no Oriente Médio. Chamam a atenção os dados da Síria que, em 2010, contava 2,2 milhões de cristãos, numa

população de 25 milhões de pessoas. Hoje, tem 15 milhões de habitantes, dos quais 1,1 milhão de cristãos. A queda brusca nestes números se deu por conta de uma guerra iniciada em 2011. Muitos habitantes da Síria deixaram o país neste período. Sobre este drama vivido na Síria, o Custódio explicou: “O serviço mais importante que os nossos frades desenvolvem em Alepo [maior cidade da Síria] é manter viva nas pessoas a esperança e aju-


OFM

dar todos a manterem o coração livre do ódio e aberto ao perdão e à reconciliação. Deste ponto de vista, são muito importantes algumas iniciativas que se iniciaram recentemente e nas quais estão envolvidos alguns dos nossos frades, para promover um diálogo entre aqueles que se disponibilizaram à reconciliação e à paz”. Um dos momentos de maior emoção foi quando Frei Francesco narrou a experiência de se celebrar o Natal em um território ferido pela guerra: “Em Alepo, em 2016, pela primeira vez depois de cinco anos, os nossos cristãos conseguiram celebrar o Natal sem o som de fundo dos bombardeios”, declarou o frade. Outra realidade que tem merecido a atenção dos franciscanos naquele contexto é a questão dos refugiados e imigrantes: “Neste momento, existe um compromisso especial para com os imigrantes e refugiados. É ligado ao fenômeno da globalização: em Israel, mas também na Síria e em Chipre, a comunidade de imigrantes, sobretudo da Ásia, é significativa. O fato de sermos uma realidade franciscana internacional, permite-nos acolher os

imigrantes católicos tentando integrá-los nas comunidades cristãs locais e ajudá-los a manter a própria identidade”, explicou o Custódio. Além de apresentar um panorama da Custódia da Terra Santa, o encontro também teve a finalidade de trazer a gratidão dos frades que atuam nesta missão àqueles que, no Brasil, promovem e divulgam o trabalho da Custódia: os comissários, as zeladoras e todos os que contribuem com a Coleta anual pelos lugares santos e os milhares de peregrinos que, a cada ano, dirigem-se àquela região. “Segundo dados do centro Franciscan Pilgrims Office, os peregrinos brasileiros ocu-

pam o quarto lugar no número dos peregrinos que visitam a Terra Santa. Em 2017, 30.545 peregrinos do Brasil celebraram a Eucaristia nos nossos santuários, certamente um número ainda maior visitou os lugares santos”, acredita Frei Patton. Em seus agradecimentos, o Custódio fez uma menção especial a Frei Sérgio Calixto, confrade da Fraternidade do Convento São Francisco, que, por cerca de 20 anos, serviu como missionário na Terra Santa. Ainda como agradecimento, Frei Francesco entregou uma medalha comemorativa pelos 800 anos de presença franciscana da Terra Santa aos comissários presentes, Frei Ivo Müller e Frei Jorge Hartmann, e outra a ser entregue a seus respectivos Ministros Provinciais. Às zeladoras foi entregue um certificado de gratidão pelos generosos serviços prestados à Custódia da Terra Santa. Também participaram do encontro os Definidores da Custódia, o brasileiro Frei Bruno Varriano e o argentino Frei Marcelo Cichinelli. Frei Gustavo Medella e Frei Augusto Luiz Gabriel Comunicações Março de 2018

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Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil NOTÍCIAS DA REUNIÃO DO DEFINITÓRIO PROVINCIAL São Paulo, 20 a 22 de fevereiro de 2018

O

s Definidores iniciaram o dia 20 com a oração das Laudes na igreja paroquial, às 7h30, com participantes da missa das 7, e, em seguida, celebraram a Eucaristia, às 8h20, na capela interna da fraternidade da Vila Clementino. A liturgia lembrava a importância de nos deixarmos fecundar pela Palavra, tal qual a terra pela chuva, e ainda a necessidade da oração ao Pai, como o Filho nos ensinou. Frei Miguel Kleinhans, que já iniciara a visita canônica, também se fez presente. Às 9h00, na sede provincial, Frei Fidêncio abriu a primeira reunião definitorial ordinária do ano capitular, dando as boas-vindas a todos, lembrou que

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a comissão preparatória do Capítulo 2018 reunir-se-ia, pela primeira vez, no dia 22, e pediu que Frei João Mannes fosse o moderador. Grande parte dos assuntos tratados nas sessões do Definitório segue abaixo.

1) Comissão preparatória do Capítulo 2018 – 1ª reunião

Moderados pelo Visitador Geral, Frei Miguel, reuniram-se na Sede Provincial, em São Paulo, no dia 22, os 11 frades que, segundo os Estatutos da Província, compõem a Comissão Preparatória do Capítulo Pro-


Definitório Provincial vincial 2018: Frei Alexandre Magno Cordeiro da Silva (coordenador da Frente das Missões), Frei César Külkamp (secretário para a Evangelização), Frei Fidêncio Vanboemmel (moderador da Formação Permanente), Frei Germano Guesser (coordenador da Frente das Paróquias, Santuários e Centros de Acolhimento), Frei Gustavo W. Medella (coordenador da Frente da Comunicação), Frei João Francisco da Silva (secretário para a Formação e os Estudos), Frei João Mannes (coordenador da Frente de Educação), Frei José Morais Cambolo (frade estudante professo solene), Frei Rodrigo da Silva Santos (coordenador da Formação Inicial) e Frei Wilson Batista Simão (coordenador da Frente da Solidariedade para com os Empobrecidos). Frei Diego Atalino de Melo (animador do SAV Provincial) não se fez presente, por estar participando do encontro nacional dos animadores do SAV). Oração inicial Frei Fidêncio motivou para a invocação ao Espírito Santo, lembrando a compreensão de São Francisco, segundo a qual o Espírito é o verdadeiro ministro geral da Ordem. Dele se pediu a assistência para o bom início do processo de preparação do Capítulo, e também a iluminação, a orientação, a fortaleza e a coragem. Cantou-se: “Vem, Espírito Santo, vem iluminar”. Eleição de coordenador e secretário Para a função de coordenador da Comissão Preparatória foi eleito Frei Gustavo W. Medella e, para a de secretário, Frei Rodrigo da Silva Santos. Lema e tema do Capítulo e assessor para a espiritualidade Levando em conta o tema do Capítulo (Minoridade Franciscana – lugar de encontro e comunhão) e o lema (“Sejam chamados irmãos menores” – RnB 6,3), foi ressaltada a intenção de conferir ao Capítulo uma tônica maior na dimensão da espiritualidade e da vida fraterna, uma vez que não haverá necessidade de elaboração e aprovação de documentos legislativos. Por isso, pensa-se em um assessor para os dois primeiros dias, que encaminhe a reflexão e proponha perspectivas e pistas para as abordagens no prosseguimento do Capítulo. Instrumento de Trabalho – envolvimento de todos Discutiu-se sobre como motivar e promover o envolvimento e a participação da Fraternidade Provincial, em suas várias instâncias, na composição do Instrumento de Trabalho do Capítulo. Falou-se da metodologia a ser

empregada, de modo que todos se sintam já em processo capitular, seja no âmbito pessoal seja no fraterno. Para a primeira reunião dos Regionais está sendo enviada uma carta, por parte da Comissão Preparatória, com proposta de tarefa para justamente iniciar essa contribuição de todos na preparação do Instrumento de Trabalho e, por consequência, do próprio Capítulo. Os confrades, nas bases (Fraternidades locais, Regionais, Frentes de Evangelização e etapas formativas), poderão, desse modo, envolver-se, levando em conta as conquistas que a Fraternidade Provincial alcançou no último triênio, mas, também tendo um criterioso senso de realidade, que aponte para problemas a serem superados e desafios a serem enfrentados, visando não somente “correr atrás do leite derramado”, mas propor novos rumos e modos de presença. Plano de Evangelização – avaliação O Plano de Evangelização aprovado no Capítulo de 2016 tem vigência sexenal. Por isso, no Capítulo deste ano, será feita uma avaliação de como as três prioridades do sexênio estão sendo (ou não) vividas e implementadas, e também como as Frentes de Evangelização e as etapas de formação estão assumindo os objetivos e meios a que se propuseram. Orações pelo Capítulo Conforme o costume em nossa Província, confrades serão convidados a compor orações a serem rezadas pelas fraternidades nos três meses que antecedem o Capítulo, pedindo pelo seu bom êxito. Datas de reunião da Comissão 16 de abril, 18 de junho, 13 de agosto, 15 e 16 de outubro.

2) Visitador Geral – primeiras impressões

Frei Miguel iniciou a visita canônica pelas fraternidades do Oeste Catarinense e pelo Sudoeste do Paraná, no dia 3 de fevereiro. Aos Definidores apresentou suas primeiras impressões. Afirmou ter sido muito bem acolhido pelos confrades. Elogiou fraternidades bem compostas, levando-se em conta diferenças grandes de faixa etária e de visão de Igreja. Já percebeu que fraternidades que passaram pelo processo do Projeto Fraterno de Vida e Missão estruturam-se melhor. Comentou alguns problemas individuais e abordou também a questão da vida de oração e devoção. Terminada a reunião do Definitório, Frei Miguel retoma a visita canônica, no dia 23, começando por Luzerna. Comunicações Março de 2018

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Definitório Provincial Frei João Francisco conversará com o conselho de Formação e Estudos e com os próprios frades estudantes em vista dos encaminhamentos a serem dados a partir da proposta apresentada.

6) Reunião dos guardiães e coordenadores – preparação

Pensando na parte de formação da reunião dos guardiães e coordenadores, a ocorrer em Agudos, nos dias 10 e 11 de abril, os Definidores elencaram alguns temas que poderão ser abordados: a) Mediação do guardião, enquanto animador primeiro da Formação Permanente; O que Deus pede de nós hoje (fala do Ministro Geral em São Paulo, no dia 13 de fevereiro); Como pensar franciscanamente a Economia (fala do Ecônomo Geral em São Paulo, no dia 17 de fevereiro); Uso das mídias sociais: benefícios, perigos, precauções, orientações (Frei Gustavo Medella).

7) Frente da Solidariedade para com os empobrecidos - encontro

3) Visitador Assistente para a FIMDA – nomeação

Em carta de 1º de dezembro de 2017, Frei Giovanni Rinaldi, secretário geral, informa que o Definitório Geral nomeou a Frei Victor Luis Quematcha Visitador Assistente para a FIMDA. Ele é o custódio da Custódia de São Francisco de Assis, da Guiné Bissau. Também a ele, desde já, a Província expressa gratidão por ter aceito este serviço fraterno.

4) 1º Encontro Regional do ano – sugestão de texto

Os Definidores sugerem que se aborde no 1º Encontro Regional do ano o texto fornecido pelo Definitório Geral, intitulado: “Frades e Menores rumo às Periferias – linhas-guia do Definitório Geral para a animação nos anos 2018 e 2019.

5) Assembleia dos Frades Estudantes – encaminhamentos

Os Definidores analisaram a proposta de programação do encontro que reunirá, nos dias 1º a 5 de agosto, em Agudos, os frades estudantes de profissão temporária (do pós-noviciado) e os de profissão solene. Preveem-se momentos de oração, reflexão, partilha de vida e lazer.

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Comunicações Março de 2018

Conforme já foi refletido e noticiado recentemente por boletim online, todas as nossas fraternidades e instituições deveriam promover o trabalho social. Assim, nos dias 7 e 8 de março, haverá encontro no Convento São Francisco, em São Paulo, para frades que já atuam ou desejam atuar no campo da solidariedade, ligados ou não ao Sefras. A intenção é buscar uma forma de articulação desta Frente e partilhar experiências. Em todas as Frentes, no segundo semestre do ano, promovem-se encontros com a participação de leigos. No caso desta Frente, para não onerar com mais gastos, principalmente as paróquias, a questão da solidariedade será tratada nos encontros com frades e leigos das outras Frentes.

8) Encontro dos Irmãos Leigos da Província organização

2018 é ano de encontro dos irmãos leigos em nível de Província. Responsáveis pela organização são Frei Roger Strapazzon, Frei Roger Brunorio e Frei Thiago Soares. Eles já definiram a data e local: dias 7, 8 e 9 de setembro, em Rondinha.

9) Transferências

1. F rei Gilberto G. Garcia – após concluir trabalhos na área da Educação em Brasília, transferido para a Fraternidade São Francisco de Assis, de Bragança Paulista, a serviço da Educação e da Comunicação. 2. F rei Rozântimo Antunes Costa – da Fraternidade São Francisco, de Rodeio, para a Fraternidade Santo Antônio, de Blumenau, como vigário paroquial.


Definitório Provincial 3. Frei Santana Sebastião Cafunda – da Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus, de Petrópolis, para a Fraternidade São Francisco, de Campos Elíseos, Duque de Caxias, como estudante.

10) Nomeações diversas

1. Frei Germano Guesser - mestre dos frades professos temporários da Província Santa Cruz, de Minas Gerais, que fazem estágio missionário no Sefras, e compõem a Fraternidade do Pari neste ano: Frei Jonathan Darlon Batista Vieira e Frei Jonathan de Jesus Luiz; 2. Frei Gabriel Dellandrea – animador do SAV do Regional da Baixada e Serra Fluminense; 3. Frei Róger Brunorio – animador do SAV do Regional do Rio de Janeiro e Baixada Fluminense (por renúncia de Frei Alan Maia de França Victor); 4. Frei Antônio Joaquim Pinto – coordenador do curso de Filosofia da FAE – Centro Universitário, de Curitiba; 5. Frei Gabriel Vargas Dias Alves – diretor-tesoureiro da Associação Franciscana de Ensino Senhor Bom Jesus, até o Congresso Capitular; 6. Frei Athaylton Jorge Monteiro Belo – assistente da Fraternidade OFS Nossa Senhora da Imaculada Conceição, de Nilópolis; 7. Frei Fabiano Kessin – assistente espiritual da Fraternidade OFS São Francisco das Chagas, de Atalanta, SC;

11) Ordenações - aprovação

Lidos pareceres, foram aprovados: 1. Para a ordenação diaconal: Frei Evaldo Ludwig; 2. Para a ordenação presbiteral: Frei Marcos Vinícius Motta Brugger;

12) Congressos – participação dos confrades

O Conselho de Evangelização e a Frente da Educação farão um levantamento de nomes de frades para participarem de dois Congressos (com a participação de leigos/as): 1. III Congresso Missionário, de 22 a 27 de outubro, na Cidade da Guatemala; 2. II Congresso de Educadores Franciscanos, de 27 a 30 de agosto, em Anápolis, GO;

13) FIMDA – passagem para status de Custódia dependente

Aceitando o pedido de Frei José Antônio do Santos, expresso em carta de 1º de dezembro de 2017, o Defi-

nitório encaminhará ao Governo Geral o pedido para que se inicie o processo pelo qual a atual Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola possa passar ao status de Custódia dependente.

14) Curso para Formadores e curso sobre Paróquia - ESTEF

Nestas Comunicações, nas páginas 221 e 222, estão publicados fôlderes com divulgação de dois cursos de especialização – pós-graduação lato sensu (MEC), oferecidos pela Escola Superior de Teologia e Espiritualidade Franciscana (ESTEF), dos frades capuchinhos de Porto Alegre, RS: 1. Paróquia: pastoral, gestão e espiritualidade; 2. Formação para a Vida Religiosa; Os cursos acontecem durante uma semana em dois julhos e em três semanas em dois janeiros. Confrades interessados poderão entrar em contato com o Secretariado para a Formação e Estudos ou com o Secretariado para a Evangelização.

15) Orçamento financeiro da Província para 2018 – aprovação e problemas

Às 16h00 do dia 20, Frei Mário Tagliari, Frei Raimundo e Bruno Fini estiveram no Definitório para apresentar a proposta de orçamento da Província, que, não prevendo déficit, foi aprovado pelos Definidores. Foram apresentados também os saldos das aplicações financeiras e do fluxo de caixa. Chama a atenção, no entanto, que o fluxo de caixa da Sede Provincial em 2017 só se mostrou positivo devido a receitas não-operacionais. Na análise dos Definidores, foi comentado que o nosso equilíbrio financeiro é instável. Sob o ponto de vista contábil, as finanças estão razoavelmente equilibradas. Mas sob o ponto de vista de nossa proposta evangélica de vida, nossa economia deixa muito a desejar, com a ressalva dos frades que vivem pobre ou comedidamente.

16) Comissão Complexo Pari – proposta aprovada

O Definitório aprovou a proposta apresentada por Frei Germano Guesser, coordenador da comissão encarregada de estudar o Complexo Pari, segundo a qual, o Sefras passará a responsabilizar-se e a usar o antigo prédio do Comissariado da Terra Santa (andares 1º, 2º e 3º) e atual residência da fraternidade, que, por sua vez, passará a morar no Convento, usando o pavimento superior, com doze quartos com banheiro, além de biblioteca, capela, sala de TV, refeitório, cozinha, etc. Todo o andar térreo ficará para uso da paróquia. O grupo empresarial BBM Porto Brás, que já aluga espaços da ProComunicações Março de 2018

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Definitório Provincial

víncia no Pari, passará a alugar a atual sede do Sefras, e, de imediato, fará as reformas todas no antigo convento.

17) C entro Educacional Terra Santa – passagem para a Diocese

No dia 8 de fevereiro foi feita uma nova reunião entre a Província e a Diocese de Petrópolis para dar os encaminhamentos concernentes ao Centro Educacional Terra Santa, de Petrópolis. Pela Província se fizeram presentes: Frei Fidêncio Vanboemmel, Frei João Francisco da Silva, Frei Elói D. Piva, Frei Luiz Flávio Adami Loureiro e Dr. Walter (advogado da Ed. Vozes). Pela Diocese se fizeram presentes: Dom Gregório Paixão, Mons. Paulo Daher, Pe. Adenílson (ecônomo), Pe. Pedro Paulo (reitor UCP), Pe. Rafael (vigário da caridade) e Dr. Anderson, advogado da Diocese. Decisões: a) A diocese irá assumir todo o complexo do Terra Santa; b) Há interesse da Diocese em usar parte da estrutura para os trabalhos da Cúria; c) A Diocese quer continuar com a Obra Social (talvez, com o tempo, irá redimensionar algumas das atividades); d) A atual diretoria (frades) termina seu mandato em março. Deve permanecer por mais algum tempo porque não há tempo hábil para se fazerem as mudanças estatutárias; e) Os advogados elaborarão as mudanças estatutárias necessárias; f) Nesse período de transição, o Bispo nomeará um administrador (possivelmente um padre) para acompanhar essa passagem e para se inteirar do conjunto das atividades desenvolvidas na obra social Terra Santa; g) Assim que os novos estatutos estiverem registrados em cartório, se fará a nomeação da nova diretoria (Diocese); h) A capela (ou capelania) será novamente desmembrada da Paróquia Santa Clara e passará a ser administrada provavelmente pela Catedral, como já era no passado.

18) P aróquia da Conceição – Nilópolis – “entrega”

Frei Fidêncio relatou aos Definidores como ocorreu a passagem dos cuidados pastorais da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, de Nilópolis, à Diocese de Nova Iguaçu, durante celebração eucarística no dia 4 de fevereiro. Dom Luciano agradeceu muito à Província, lembrando os muitos frades que se dedicaram à paróquia desde 1951. Frei Fidêncio, por sua vez, pediu desculpas por algum tipo de fragilidade dos confrades no decorrer dos anos. O bispo elogiou os frades quanto à transparência na prestação de contas. Foi feito inclusive um inventário minucioso de todos os bens entregues, assinado pelo próprio bispo, por Frei Fidêncio e por Frei Walter Ferreira Júnior.

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19) Capela São Roque – Piraquara – “entrega”

Devido à situação de saúde de Frei Rui Depiné, continuam as tratativas para a devolução à Diocese de São José dos Pinhais dos trabalhos pastorais junto à capela São Roque, de Piraquara.

20) Pedidos de licença - aprovação

Pediram e receberam licença para morar fora da Fraternidade Provincial por um ano: 1. Frei Gilmar José da Silva: durante esse período ele fará experiência pastoral na Arquidiocese do Rio de Janeiro. 2. Frei Jairo Ferrandin: que residia na Fraternidade Bom Jesus da Aldeia, de Rondinha. 3. Frei Vitalino Piaia: foi prorrogada sua licença para morar fora da Fraternidade Provincial até o Capítulo Provincial, sem uso de Ordens.

21) Jhônatha Gerber - dispensa

No dia 10 de janeiro de 2018, o Cardeal Beniamino Stella, prefeito da Congregação para o Clero, enviou decreto em que o Papa Francisco dispensa Jhônatha Gerber do celibato e de todas as obrigações sacras ligadas à ordenação.

22) Agenda 2018 – acréscimos e alterações Confira na última página destas Comunicações.

23) Autorizações de viagem

Por motivos diversos, receberam autorização para viajar ao Exterior: Frei Conrado Lindmeier, Frei Marx Rodrigues dos Reis e Frei Olivo Marafon.

Encerramento

Às 17h20 do dia 21, encerrando a última sessão da reunião do Definitório Provincial, Frei Fidêncio agradeceu ao Frei Miguel, Visitador, pela presença e deslocamento a São Paulo. Falou da necessidade de as fraternidades se abrirem mais para além do seu próprio “círculo”, e se medirem mais a partir do Plano de Evangelização. Lembrou o recente encontro com o Definitório Geral, em São Paulo, no qual voltaram à baila as nossas grandes e essenciais questões, entre elas, a importância da fraternidade, e, nela, do serviço do guardião, a relevância da formação permanente que nos leve a sermos homens evangélicos. Por fim, ressaltou, mais uma vez, a urgência do processo de redimensionamento da Província. Frei Walter de Carvalho Júnior secretário


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CFFB

CURSO FRANCISCANO DE VERÃO - 10 ANOS

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ela graça do Altíssimo, Onipotente e Bom Senhor, aconteceu de 7 a 27 de janeiro de 2018 a 10ª edição do Curso Franciscano de Verão, no Seminário Santo Antônio, no alto da Serra de São Pedro – SP. Estiveram presentes irmãos e irmãs de várias expressões da Família Franciscana, vindos de diversos lugares do país, todos com o mesmo propósito, seguir as pegadas do Seráfico Pai São Francisco. Neste ano de 2018 celebramos com alegria os 10 anos do início do Curso Franciscano de Verão. Jubilosos, fizemos memória do saudoso Frei José Carlos Corrêa Pedroso, idealizador e referência desse curso. Por tudo que ele realizou em favor da Espiritualidade e do Carisma Franciscano, nossa gratidão! Entre a história e a espiritualidade franciscana, ao longo dessas três semanas mergulhamos ainda mais nesse carisma que nos une. Dias intensos de estudos e convivência fraterna; tempo

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oportuno para bem vivermos nossa vocação, a fraternidade! Nesta edição do curso aconteceram simultaneamente os três anos de formação, com os nove módulos trabalhados por professores de renome e conhecida vivência da Espiritualidade Franciscana, sendo eles – Frei Aldir Crocoli OFMCap, Professor Leandro D. Rust, Professora Andrea Cristina L. Frazão da Silva, Professor Edivaldo José Bortoleto, Frei Marcos R. R. de Carvalho OFMCap, Professor Alberto da Silva Moreira, Frei Antônio Mota OFMConv, Professor Jefferson Eduardo dos Santos Machado, Frei Vitório Mazzuco Filho OFM, Frei Marinaldo Caetano de Jesus OFMCap e Bernadete Pereira. Por eles auxiliados, percorremos

os caminhos que conduziram Francisco de Assis e todos aqueles que aderiram ao projeto do Cristo na experiência franciscana. Com uma programação bem planejada, respeitando os horários de orações, aulas, refeições, celebrações e descanso, foi possível fazer a experiência da convivência fraterna, estreitando laços, ampliando assim a compreensão do que significa ser Família Franciscana.

CAPUCHINHOS SE REÚNEM EM LIMA

m Lima, a cinza cidade de escassas chuvas, terra das impactantes serras peladas e do trânsito frenético, começou no dia 29 de janeiro a 13ª Assembleia Latino-americana dos Capuchinhos (XIII ALAC), que reuniu 40 frades da América Latina e do Caribe e os conselheiros gerais da Ordem. A XIII ALAC aconteceu na Fraternidade Padre Santo, em Ñaña, a leste de Lima. Os capuchinhos foram motivados pelo tema “formação e missão numa nova cultura”, e se depararam com duras realidades da Ordem e dos 20 países que compõem o continente. A primeira missa oficial da ALAC foi presidida pelo Conselheiro Geral, Frei Hugo Mejia Morales, peruano e que hoje representa a América de língua espanhola e os países ibéricos. Ele falou sobre

as dificuldades que os frades precisam enfrentar diante de uma sociedade com tantos desafios, e se mostrou esperançoso em que os capuchinhos encontrem as respostas aos seus questionamentos. Frei Štefan Kozuh, Vigário Geral da Ordem, representou o Ministro Geral, Frei Mauro Jöhri, que não pode comparecer por problemas de saúde. O frade eslavo disse que não é novidade para ninguém “que estamos diminuindo”. Ele

apresentou exemplos europeus e chamou a atenção que, ainda que haja uma “abundância” dos números de vocacionados na América Latina, comparada à difícil realidade europeia, esta é uma crise geral, não de quantidade, mas de qualidade. Pediu ainda que os frades, a começar pelos superiores, sejam testemunhas de Cristo, atentos sempre a uma conversão, além de uma “formação permanente”, uma “conversão permanente”. Comunicações Março de 2018

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Falecimentos

TUTI SPENGLER

UMA APAIXONADA PELO CARISMA FRANCISCANO

A

franciscana secular Gertrudes Crescência Spengler, carinhosamente chamada de Tuti e irmã de Dom Evaristo Spengler, morreu no dia 29 de janeiro, às 10h30, em Blumenau, Santa Catarina. Tuti vinha há anos lutando contra um câncer de mama. Seu corpo foi velado na Capela Mortuária de Gaspar e sepultado, no dia seguinte, no Cemitério Municipal de Gaspar logo após a Missa de Exéquias, às 10 horas, presidida pelo bispo diocesano de Blumenau, Dom Rafael Biernaski. Dom Rafael acolheu a todos e agradeceu a Deus e à família pelo exemplo e testemunho da falecida. Falou também que a Igreja sempre está presente na vida das pessoas, desde o início com o batismo até a entrega da pessoa a Deus. Frei Carlos Ignacia, guardião da Fraternidade de Gaspar, fez a encomendação e lembrou também o quanto Tuti foi importante na comunidade, na Ordem Franciscana Secular e na Fraternidade dos Frades. “Uma pessoa de fé e grande testemunho”, disse. Um dos concelebrantes, Frei Germano Guesser passou 12 anos como pároco em Gaspar e conheceu bem Tuti e sua família. Para ele, a terceira franciscana era uma mulher com princípios fortes, sempre tendo como parâmetro o Pobrezinho de Assis. “Na sua vida espalhou os valores que bebeu da fonte de Assis: ternura, solidariedade, humildade, fraternidade, alegria. Tuti viveu tudo isso na simplicidade, no serviço e na fé. Sua simpatia discreta cativava a todos. Foram doze anos em que tive o prazer de conviver com ela. Sempre

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Comunicações Março de 2018

estávamos próximos. Ela foi para nós uma mãe, uma irmã, amiga e conselheira. Quando precisávamos de um socorro, bastava uma ligação e a Tuti estava pronta”, recordou.

Dom Rafael, no final da celebração, leu a mensagem de Dom Evaristo:

“Senti naquele momento os braços de Deus abertos a acolhê-la para o abraço definitivo em seu Reino. Tuti cumpriu com fidelidade a missão que Deus lhe confiou nessa terra. Sua disposição, dizia, era para viver 100 anos. Viveu 66, mas com tal intensidade que não podemos duvidar: foi uma vida plena. Tuti foi uma pessoa humana linda, generosa, fraterna e amiga. Tuti tinha

alma franciscana. Passou pelo mundo com simplicidade e humildade, mantendo o foco no essencial, sem se deixar seduzir pelos “encantos” do mundo. Pensando na Tuti, lembrei-me hoje de um teólogo jesuíta que diz que o asceta moderno é aquele que entra no shopping center e só sai com aquilo que foi comprar. A Tuti não se deixou seduzir pelo consumismo. Foi, por exemplo, a última pessoa da família a ter um celular. Usou do que dispunha não apenas em benefício próprio, mas continuamente para partilhar solidariamente com quem precisava. Tudo isso, à luz da fé, me dá uma alegria interior. Faz-me lembrar que “para os que creem, a vida não é tirada, mas transformada”. Jesus disse que “se o grão de trigo não for lançado à terra, não produzirá novo fruto”. E que iria na frente preparar um lugar para os que o amam. “Na casa do meu Pai há muitas moradas”. A Tuti já encontrou sua morada no céu. Foi o Senhor quem deu, o Senhor quem levou. Louvado seja o nome do Senhor. Nesse momento desejaria muito estar com os familiares e amigos nos últi-


Falecimentos mos momentos, ao lado da nossa Irmã Tuti. O médico disse que nesse momento, meu fragilizado coração tem que ficar no hospital para ser monitorado por 48 horas. Mas saibam, meu coração, minha mente e meu espírito estão aí com vocês e com a Tuti. Fico feliz que Deus me concedeu a graça de passar os últimos dias ao seu lado. Minha gratidão e meu abraço fraterno a todos que nesse momento estão unidos à Tuti na fé e na oração”.

Não há, na Paróquia São Pedro Apóstolo de Gaspar, quem não tenha conhecido Tuti. Ela era incansável na dedicação à Igreja e à sua família. Para se ter uma ideia, ela foi Ministra da Fraternidade Santo Antônio de Gaspar da Ordem Franciscana Secular por três mandatos. Tornou-se discípula de São Francisco ainda adolescente quando acompanhava sua mãe nas reuniões da OFS. Preocupava-se com a renovação lenta de sua Fraternidade: “Vejo nossas

MORRE ANTÔNIA PASCHOAL, AFILIADA À ORDEM PRIMEIRA Aos 97 anos, faleceu no dia 30 de janeiro, às 23h30, a Sra. Antónia Paschoal, afiliada à Ordem I desde 7 de dezembro de 2008. Na tarde do dia 29, Frei Valdecir, Frei Raimundo e a Valéria a haviam visitado no Hospital Saboya, onde estava internada na UTI. Frei Valdecir ministrou-lhe a Unção dos Enfermos. A Sra. Antônia conheceu pessoalmente o Frei Felisberto Imhorst, que, em 1949, iniciou a construção da atual igreja matriz da Paróquia São Francisco de Assis, da Vila Clementino, em São Paulo. Ela era pessoa estimada e querida de todos os frades que passaram pela Vila Clementino. Serviu abnegada, silenciosa e fielmente à Paróquia e à Fraternidade por quase 80 anos, dedicando-se à sacristia, ao cuidado dos frades e da casa paroquial. Uma senhora benemérita a quem os frades são muito gratos. Nascida no dia 17 de maio de 1920, em São Paulo, SP, era filha de Domingos Paschoal e de Rosa Galotti. Antónia foi sepultada no Cemitério da Vila Mariana, em São Paulo.

Viver servindo: pode haver maior alegria?

Passam os anos (alguns dirão, muitos!), mas Antónia é dessas pessoas que só têm uma palavra diante dos olhos: servir. Desde a instalação da Paróquia de São Francisco de Assis, na Vila Clementino, em São Paulo, tempo em que os frades tinham a seu dispor toda a quadra entre a Borges

Fraternidades diminuindo e são poucos os que querem professar numa ordem religiosa hoje”, lamentava. Além da OFS, Tuti sempre estava envolvida com algum projeto ou pastoral da Paróquia. Na Festa de São Pedro, a produção de quase 15 mil pastéis ficava por sua conta. E tudo fazia com alegria! Ela não poupava esforços a este serviço à comunidade. Atualmente, era vice-coordenadora do Conselho Pastoral Paroquial (CPC) da Matriz.

Falece irmã de Frei Walter ferreira em Vaiporã Faleceu no dia 20 de fevereiro, em Vaiporã (PR), Maria Elizabeth Ferreira, irmã de Frei Walter Ferreira Júnior, vítima de um câncer de mama. Tinha 64 anos e deixa um filho de 33 anos. Era a mais velha dos sete irmãos da família de Frei Walter. Chamada de Beth, ela era ainda mais conhecida por uma parte dos frades da Província porque ensinou em Rondinha a fazer o “Rodízio de Pizza”, até hoje muito apreciado na Fraternidade. Vem turma e vai turma, o legado da Beth continua. Na Missa de Exéquias, Frei Walter leu o Salmo do dia (Sl 33):

Lagoa e a Pedro de Toledo, até o tempo presente, onde a Paróquia ficou espremida entre grandes arranha-céus, Antónia estava presente sempre e fazendo a mesma coisa: servindo aos frades e à comunidade. Convivi mais de perto com Antónia por nove anos, não em sequência, mas espalhados num período de vinte e cinco anos. Antónia faz parte da história, minha e de muitos frades. (Do depoimento de Dom João Bosco Barbosa de Sousa, por ocasião da afiliação) RIP.

“Comigo engrandecei ao Senhor Deus, * exaltemos todos juntos o seu nome! Todas as vezes que o busquei, ele me ouviu, * e de todos os temores me livrou. Contemplai a sua face e alegraivos, * e vosso rosto não se cubra de vergonha! Este infeliz gritou a Deus, e foi ouvido, * e o Senhor o libertou de toda angústia. Comunicações Março de 2018

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Notícias e Informações

atividades do pvf 2018

Caros confrades Paz e bem!

N

ós, frades do Pró-Vocações e funcionários, já iniciamos as nossas atividades deste ano e estamos empenhados para o bom andamento de toda a nossa programação anual. Em primeiro lugar, gostaríamos de agradecer a acolhida fraterna de cada confrade e de cada Convento, Santuário e Paróquia que ao longo destes 32 anos têm sido a vida e o coração deste trabalho. O PVF se mantém ao longo de tantos anos porque conta com a colaboração de cada um de vocês. Sendo assim, pedimos a atenção de cada confrade para alguns assuntos referentes ao bom andamento dos trabalhos deste projeto:

1. Carnê do benfeitor franciscano – para doações em 2018:

Devido novamente a um problema nos correios, muitos de nossos benfeitores ainda não receberam o

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Comunicações Março de 2018

carnê de doação deste ano, que foi enviado no final do ano passado. A maioria de nossos benfeitores pertencem às nossas paróquias ou estão ligados a nossos conventos, e eles irão, portanto, procurar a portaria ou secretaria paroquial para informações. Pedimos, por gentileza, que as secretárias ou algum funcionário, entrem em contato conosco nos informando o problema. Assim poderemos imprimir um novo carnê e reenviar.

2. Doações feitas diretamente na portaria dos conventos e paróquias:

Agradecemos às paróquias, conventos e santuários que disponibilizam suas portarias e secretarias para receberem as doações mensais do Pró-Vocações e nos enviam mensalmente via depósito bancário, a saber: Convento da Penha, Porciúncula de Santana, Convento Santo Antônio do Rio, Paróquia N. Sra. Aparecida-Nilópolis, Convento e Santuário São Francisco, Paróquia São Francisco (Vila Cle-

mentino), Paróquia Bom Jesus dos Aflitos, Convento Bom Jesus dos Perdões, Paróquia São Pedro Apóstolo de Pato Branco. As paróquias que ainda não utilizam esta modalidade e que gostariam de utilizá-la, favor entrar em contato conosco.

3. Agenda PVF 2018

Nossas próximas visitas: 06 a 11/03 – Fraternidade São Luís Gonzaga, em Xaxim/SC (a confirmar). 13 a 18/03 – Fraternidade São Pedro Apóstolo, em Pato Branco/PR. 20 a 25/03 – Fraternidade São Francisco, em Chopinzinho/PR. De 28/04 a 01/05 - Encontro Anual dos benfeitores franciscanos em Agudos/SP.

Pedimos, por gentileza, às fraternidades que estão agendadas que divulguem a nossa visita. Fraternalmente, Frei Alvaci Mendes da Luz Frei Alexandre Rohling


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SEGREDOS

ROMARIA FREI BRUNO

Então, Ministro, a formação...

Garotinha pergunta pra mãe: eles são Brunos também?

ANO MISSIONÁRIO

SOM NA CAIXA

Ensinando o Ministro...

Frei Xandão garante...

FELICIDADE DE FREI SÉRGIO

ANTES DA TEOLOGIA Para o álbum da Província

“SELFIEMOS”

Essa é histórica, não é Frei Carlinhos e Frei César?!

Os palmeirenses não devem ter gostado...

PAUSA NA POESIA

Frei Walter escreve livro sobre a história do Seminário Frei Galvão

O GUIA

Como chegar no Pari...

FRATRumGRAM é um neologismo que nasce da palavra Frades mais a rede social Instagram. Comunicações A ideia é publicar fotos curiosas, informais e descontraídas dos frades e das Fraternidades! Se você Março de 2018 fez uma foto legal, envie-nos para o email: comunicacao@franciscanos.org.br! 227


Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil (*) As alterações e acréscimos estão destacados

MARÇO

JUNHO

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04 e 05 05 05 05 05 05 a 17 07 e 08 08 e 09 09 a 16 11 12 12 12 e 13 12 e 13 14 15 17 19 19 20

Encontro do Regional Baixada e Serra Fluminense; Ordenação diaconal de Frei Gabriel Vargas Dias Alves (Curitiba); Encontro do Regional do Leste Catarinense (Angelina); Encontro do Regional de Pato Branco (Chopinzinho); Encontro do Regional do Rio de Janeiro e Baixada Fluminense (Largo da Carioca); Encontro do Regional de São Paulo (Pari); Encontro do Regional do Espírito Santo (Penha); I etapa do curso para Formadores, animadores do SAV e guardiães pela CFMB (Petrópolis); Reunião da Frente da Solidariedade - frades (São Paulo - Largo São Francisco); Reunião da Frente da Solidariedade (frades) (Largo S. Francisco); Curso de JPIC (Guadalajara – México); Ordenação diaconal de Frei Marx Rodrigues dos Reis (São Paulo - Largo São Francisco); Encontro do Regional do Vale do Paraíba (Postulantado); Encontro do Regional de Curitiba (Rondinha - São Boaventura); Primeiro Regional do Planalto Catarinense e Alto Vale do Itajaí (Ituporanga); Encontro do Regional de Agudos; Primeira Profissão de Frei Domingos Macuva (Rodeio); Reunião do Conselho da Formação e Estudos (Rodeio); Ordenação diaconal de Frei Leandro Costa Santos (Vila Velha); Encontro do Regional do Vale do Itajaí (Rodeio); Encontro dos frades da Frente da Educação (Bragança Paulista); Conselho de Evangelização (São Paulo - Sede);

10 e 11 10 e 11 12 a 13 14 e 15 15 16 17 a 19 22 28 28 a 01 24 e 25

Ordenação diaconal de Frei Roberto Aparecido Pereira (Ituporanga); Reunião dos guardiães e coordenadores das Fraternidades (Agudos); Reunião do Definitório com os coordenadores dos Regionais (Agudos); Reunião do Definitório Provincial (Agudos); Caminhada Franciscana da Juventude (Campos do Jordão) Ordenação diaconal de Frei Ermelindo F. Bambi, Frei João Alberto Bunga e Frei João Baptista Canjenjenga; Reunião da comissão preparatória do Capítulo 2018; Assembleia da CFMB (Brasília); Celebração dos 25 anos da Missão da CFMB (Boa Vista, RR); Ordenação presbiteral de Frei Marcos Vinícius Motta Brugger (Juiz de Fora - MG); Retiro dos benfeitores franciscanos (Agudos - SP); Assembleia do SAV - Campo Largo (Rondinha)

MAIO 08 e 09 10 e 11 14 a 17 21 23 e 24 28

JULHO 02 e 03 02 a 13 12 a 28 19 a 22

Reunião da Frente das Missões (frades) (Curitiba); Encontro da Frente da Comunicação - Frades (São Paulo); Encontro anual do SIFEM (Salvador); Encontro do Regional de Curitiba (Rondinha - Aldeia); Reunião da Frente das Paróquias, Santuários e Centros de Acolhim. (frades) – início dia 23, às 14h (Rondinha); Encontro do Regional do Rio de Janeiro e Baixada Fluminense (Nilópolis);

Encontro do Regional do Leste Catarinense (Santo Amaro da Imperatriz); II etapa do curso para Formadores, animadores do SAV e guardiães pela CFMB (Petrópolis); Conselho Plenário da Ordem (Nairóbi no Quênia); Encontro Nacional da Juventude (Vila Velha - ES);

AGOSTO 01 a 05 13 13 14 a 16 21 e 22 27 a 30 28 e 29

Assembleia dos Frades Estudantes; Encontro do Regional do Rio de Janeiro e Baixada Fluminense (Rocinha); Reunião da comissão preparatória do Capítulo 2018; Reunião do Definitório Provincial (São Paulo); Encontro ampliado da Frente da Educação (Curitiba); II Congresso de Educadores Franciscanos (Anápolis, GO); Reunião da Frente das Paróquias, Santuários e Centros de Acolhimento, com leigos(as);

SETEMBRO 03 e 04 06

ABRIL 08

18 19 a 21 25

Encontro do Regional do Planalto Catarinense e Alto Vale do Itajaí (Curitibanos); Reunião da comissão preparatória do Capítulo 2018; Reunião do Definitório Provincial (São Paulo); Encontro do Regional do Vale do Itajaí (Balneário Camboriú);

07 a 10 10 11 17 17 e 18 24 a 28 25

Encontro do Regional do Leste Catarinense (Florianópolis); Reunião do Conselho de Formação e Estudos (Guaratinguetá); Encontro dos Irmãos leigos da Província (Rondinha); Encontro do Regional do Vale do Itajaí (Gaspar); Frente das Missões (frades e leigos) (São Paulo Sede); Encontro do Regional de Curitiba (Bom Jesus); Terceiro Regional do Planalto Catarinense e Alto Vale do Itajaí (Lages); Assembleia da CFMB (Santarém); Conselho de Evangelização (São Paulo - Sede);

OUTUBRO 15 e 16 16 a 18 22 a 27 28 a 02

Reunião da comissão preparatória do Capítulo 2018; Reunião do Definitório Provincial (São Paulo); III Congresso Franciscano para a AL (Guatemala); Reunião da UCLAF;

novembro 12 a 21 30 e 01

Capítulo Provincial; Celebração dos Jubileus;

DEZEMBRO 03 03 03 17 e 18

Encontro do Regional do Rio de Janeiro e Baixada Fluminense – recreativo (Niterói); Encontro do Regional de Curitiba (Caiobá); Encontro do Regional do Vale do Itajaí (Blumenau); Encontro do Regional do Leste Catarinense e, no dia 17, celebração de entrega da Paróquia à Diocese (Forquilhinha)


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