Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil
Setembro de 2018 • ANO LXVI • No 09
17 de setembro
SERAFIM DO AMOR
MENSAGEM DO MINISTRO PROVINCIAL
“.Serafim do amor”........................................................................................................................................... 579
FORMAÇÃO PERMANENTE
“Chegou a hora dos leigos? Onde? Para quem?”, de Francisco Orofino............... 582
FORMAÇÃO E ESTUDOS
Estágio dos postulantes no Sefras...................................................................................................... 586 Encontro dos Frades Estudantes em Agudos........................................................................... 588 Sete jovens frades serão professos solenes................................................................................. 596 FIMDA: Retirar-se para voltar................................................................................................................... 598 Música litúrgica: uma disciplina da Teologia?............................................................................ 600
FRATERNIDADES
Bauru faz a 17ª Festa de Santa Clara de Assis............................................................................. 601 Missão Franciscana no centro de São Paulo............................................................................... 602 Celebração do Perdão de Assis na Penha..................................................................................... 606 Seminário São Francisco reabre Museu......................................................................................... 608 Lages: O movimento do Tabor.............................................................................................................. 609 Frei Nilo Agostini participa de Congresso Mundial de Ética Teológica.................. 610 Mosteiro Santa Clara em Nova Iguaçu celebra sua Padroeira...................................... 611 Em 104 anos, a grande reforma do Pari.......................................................................................... 612 Série Nossos Frades: Frei Germano Guesser............................................................................... 616 Nossos Frades; Nossas Obras: Depoimento de Frei Floriano......................................... 618 Retiro reúne jovens franciscanos de Blumenau....................................................................... 620 Canarinhos e Arautos do Grande Rei no XV Congresso de Meninos Cantores.................................................................................................................................... 621
EVANGELIZAÇÃO
Frei Medella e o jeito franciscano de comunicar..................................................................... 622 Minuto da Família estreia na TV Sudoeste e no rádio......................................................... 624 Sefras: Casa de Clara celebra 22 anos............................................................................................... 625 Cefran inaugura novo espaço................................................................................................................ 625 15ª Assembleia do Sefras........................................................................................................................... 626 Projeto FAE Social: Educando para o humanismo solidário........................................... 628
DEFINITÓRIO PROVINCIAL
Notícias da reunião de 14 e 15 de agosto.................................................................................... 630
CAPÍTULO PROVINCIAL
Ata da apuração das indicações aos ofícios de Vigário Provincial e Definidores Provinciais................................................................................. 632 4ª Reunião da Comissão Preparatória do Capítulo Provincial...................................... 635
CFFB
Santa Clara e Jubileu do Mosteiro: Festa das Irmãs Clarissas da Gávea é mais longa.................................................................... 636 Nova fraternidade da OFS em Venda das Pedras: sob as bênçãos de Santa Clara.............................................................................................................. 640
NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES
Falece em Agudos Dª Lydia Nonato Teixeira.............................................................................. 644 Falecimento da Mãe de Frei Tiago Elias.......................................................................................... 645 Família é tema de programa na TvFranciscanos...................................................................... 645
AGENDA ........................................................................................................................................................ 648 Capa: Piero Casentini
Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil Rua Borges Lagoa, 1209 - 04038-033 | São Paulo - SP | www.franciscanos.org.br ofmimac@franciscanos.org.br
Mensagem
SERAFIM DO AMOR Caríssimos irmãos e irmãs, Que o Senhor vos dê a paz e todo o bem!
A
Família Franciscana, neste mês de setembro, volta o seu olhar ao Monte Alverne, também conhecido por “Calvário Franciscano”, lugar geográfico e espiritual onde o Seráfico Pai São Francisco, “dois anos antes de sua morte” (1Cel 94), após intenso itinerário na busca da conformidade com Cristo, chegou “ao cume da perfeição do Evan-
gelho” (LM 13,10), quando foram impressas “em suas mãos e pés os sinais dos cravos, iguais em tudo ao que antes havia visto na imagem do serafim crucificado” (LM 13,3). Sabemos o quanto o mistério da Cruz foi decisivo e marcou a totalidade da vida de São Francisco de Assis. A emblemática cruz do sonho de Espoleto (LM 1,3), que no Crucificado de São Damião (2Cel 10; LTC 13; LM 1,5) adquire um rosto definido, transforma-se em mandato da Palavra do Senhor após compreender o Evangelho na igreja da Porciúncula (1Cel 22). Por isso, a
Estigmatização de São Francisco de Assis no Monte Alverne não pode ser considerada como fato isolado e/ou extraordinário, ou reduzido tão somente à festa da Exaltação da Santa Cruz em setembro de 1224. A contemplação da presença de São Francisco no Monte Alverne para a quaresma de São Miguel, dentro da qual ocorre a estigmatização, deve ser compreendida a partir da lógica do Evangelho do seguimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, princípio da vida e da vocação franciscana: “Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sua Comunicações Setembro de 2018
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cruz e siga-me” (cf. AP 11; LM 3,3). Entre todos os biógrafos de São Francisco, certamente São Boaventura, que, no Monte Alverne “descobriu o caminho da ascese contemplativa partindo deste cume atingido por Francisco” (DF 222), é o que melhor sintetiza a presença da Cruz no itinerário espiritual de São Francisco. Na Legenda Maior, após apresentar
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as diferentes manifestações da Cruz na vida do amante de Cristo e servindo-se da simbologia dos números, escreve: “Sete vezes, portanto, a cruz de Cristo aparece aos teus olhos ou é revelada em tua pessoa aos olhos dos teus companheiros. As seis primeiras eram como degraus para chegares à sétima na qual repousastes. Essa cruz de Cristo, efetivamente, te foi
proposta no início da tua conversão e a aceitaste. Levaste-a continuamente em seguida durante tua vida de perfeição e deste dela um exemplo para os outros. E agora ela nos mostra com tal evidência tua chegada ao cume da perfeição do Evangelho” (LM 13,10). Francisco de Assis, ao deixar-se interrogar pelo Senhor que fala no
Mensagem Evangelho e que “reina a partir do lenho da cruz” (OfP VII,9), traçou para si e os seus companheiros um itinerário que, à semelhança de Clara de Assis, tem seu princípio na pobreza, seu meio na humildade e seu ponto culminante na caridade do Espelho Jesus Cristo. No abraçar a totalidade da cruz do Senhor, Francisco compreendeu que ela representa tanto a dor Daquele que assumiu as nossas dores e misérias, como também a humanidade amada até as últimas consequências. São Boaventura descreve que essa mútua contemplação do amante (Francisco) e do Amado (Serafim Crucificado) que, num único olhar de amor e de dor que se entrecruza no Monte Alverne, os une “tanto pelo martírio corporal quanto pelas chamas de amor” (LM 13, 3). A belíssima oração que encontramos na 3ª Consideração dos Sacrossantos Estigmas expressa essa verdade da fusão do amor e da dor, qual parto existencial, que gera vida. Por isso é colocada na boca de São Francisco esta oração: “Ó Senhor Jesus Cristo, duas graças te peço que me faças antes que eu morra: a primeira é que em vida eu sinta na alma e no corpo, quanto for possível, aquelas dores que tu, doce Jesus, suportaste na hora da tua dolorida paixão; a segunda é que eu sinta no meu coração, quanto for possível, aquele excessivo amor do qual tu, Filho de Deus, estavas inflamado para voluntariamente suportar tal paixão por nós pecadores”. A cruz do Senhor, repleta de amor e dor, com a qual Francisco de Assis fez o seu itinerário e que permitiu que estes sinais visíveis do amor e da dor lhe perpassassem o coração (chagas), o transformou no “valente soldado de Cristo” a empunhar o “estandarte do Rei altíssimo” (LM 13,9). Por isso, assim transfi-
gurado e estigmatizado, o “angélico Francisco” também desce do Monte Alverne com o encargo de oferecer ao mundo a “tríplice via” (LM 13,7)
aos corações feridos e sedentos de amor, bem como um clamor de trégua à Mãe-Terra que geme de dor, na expectativa de ser cuidada e amada:
caminho da purificação, com o poder de curar todas as feridas o causadas pelo orgulho, ganância, prepotência e autossuficiência; caminho da iluminação para clarear todas as obscuridades e o inverdades existenciais que cegam a alma e petrificam o coração e que nos tornam indiferentes aos grandes valores de tudo aquilo que “Deus viu que era bom”; caminho da união, cujo amor aquece e unifica os corações, o hoje tão divididos e machucados pelas injustiças sociais e pela globalização da indiferença, bem como o frívolo mercantilismo doentio que apenas favorece alguns pares.
Também nos nossos dias a súplica de São João Paulo II, proclamada no dia 17 de setembro de 1983 no Monte Alverne, justamente na capela dos
Estigmas de São Francisco, continua a ser clamor da humanidade. Uma humanidade mais chagada pela dor do que contemplada no amor:
Ó São Francisco, estigmatizado do Monte Alverne, o mundo tem saudades de ti como imagem de Jesus Crucificado. Tem necessidade do teu coração aberto para Deus e para o homem, dos teus pés descalços e feridos, das tuas mãos traspassadas e implorantes. Tem saudades da tua voz fraca, mas forte pelo Evangelho. Ajuda, Francisco, os homens de hoje a reconhecerem o mal do pecado e a procurarem a purificação da penitência. Ajuda-os a libertarem-se das próprias estruturas de pecado, que oprimem a sociedade hodierna. Reaviva na consciência dos governantes a urgência da paz nas Nações e entre os povos. Infunde nos jovens o teu vigor de vida, capaz de fazer frente às insídias das múltiplas culturas de morte. Aos ofendidos por toda espécie de maldade, comunica, Francisco, a tua alegria de saber perdoar. A todos os crucificados pelo sofrimento, pela fome e pela guerra, reabre as portas da esperança. Amém. Que o Senhor nos abençoe e nos guarde no seu amor! Frei Fidêncio Vanboemmel, OFM Ministro Provincial Comunicações Setembro de 2018
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Formação Permanente O ANO DE LAICATO
Chegou a hora dos leigos? Onde? Para quem?
A
Francisco Orofino
Igreja Católica lançou no Brasil o Ano do Laicato, que ocorrerá ao longo do ano litúrgico de 2018. Pode ser mais uma oportunidade de retomar o papel do laicato na Igreja “em saída”, como lembram certas falas e documentos. Voltase, novamente, a falar do protagonismo dos leigos, dentro do modelo de Igreja pedido pelo Vaticano II. Soltamse muitas frases de efeito e reflexões sobre este protagonismo laical. Aponta-se o mundo secular e suas culturas como o campo específico do laicato. Um ano voltado para o papel do laicato pode ser um momento de avanço pastoral. Os leigos são “o sal da terra e a luz do mundo” (Mt 5,13.14).
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Formação Permanente Mas seria bom também que os leigos e leigas fossem o sal da paróquia e luz da Igreja. O Ano do Laicato bem pode ser um momento propício de os leigos e leigas questionarem o clericalismo que ainda trava a ação pastoral da Igreja. Na sua Carta ao cardeal Marc Ouellet, de março de 2016, o Papa Francisco lembra que “olhar para o Santo Povo fiel de Deus e sentirmo-nos parte integrante dele, posicionanos na vida e, portanto, nos temas que tratamos de maneira diversa. Isto ajuda-nos a não cair em reflexões que podem, por si só, ser muito úteis, mas que acabam por homologar a vida de nosso povo ou por teorizar de tal modo que a especulação acaba por matar a ação. Olhar continuamente para o povo de Deus salva-nos de certos nominalismos declarativos (slogans) que são frases bonitas, mas não conseguem apoiar a vida de nossas comunidades. Por exemplo, recordo a famosa frase ‘Chegou a hora dos leigos!’... mas parece que o relógio parou!”. O que se espera de um Ano do Laicato é que o relógio seja colocado de novo em movimento. O rumo dado à caminhada da Igreja a partir do Vaticano II, ou seja, a eclesiologia proposta por este Concílio, coloca o laicato como o sujeito da evangelização. Tal proposta se choca com a eclesiologia tridentina, que colocava o clero como principal agente da evangelização. Para que o protagonismo dos leigos possa avançar, a Igreja deve enfrentar o clericalismo. Voltando à carta de Francisco: “Não podemos refletir sobre o tema do laicato ignorando uma das maiores deformações que a América Latina deve enfrentar – e para a qual peço que dirijais uma atenção particular – o clericalismo.” Na car-
ta, Francisco retoma todo o esforço de denúncia deste desvio feito no Documento de Aparecida. No entanto, a palavra “clericalismo” foi censurada e eliminada do Documento (por exemplo, em DAp 100 b). Não há dúvida de que o Ano do Laicato pode ser uma boa oportunidade de denunciar e trabalhar a mentalidade clericalista presente ainda em grande parte do laicato latino-americano. O mesmo vale para a formação do clero, ainda presa ao modelo tridentino de formar “fora do mundo”, num regime de internato. Para o Vaticano II, os fiéis leigos são “cristãos que estão incorporados a Cristo pelo batismo, que formam o povo de Deus e participam das funções de Cristo: sacerdote, profeta e rei. Realizam, segundo sua condição, a missão de todo o povo cristão na Igreja e no mundo” (LG 31; cf. DAp 209). Portanto, na eclesiologia do Vaticano II, o Santo Povo fiel de Deus, leigos e leigas, deve viver as dimensões messiânicas inerentes ao sacramento do batismo. É preciso recuperar a consciência de que, pelo batismo, todos somos sacerdotes e sacerdotisas, profetas e profetisas, reis e rainhas. E exercer estas funções “na Igreja e no mundo”. Exercemos nosso sacerdócio batismal formando a assembleia celebrativa. Esta congregação dos batizados e batizadas torna-se sacramento da presença de Deus. Como disse Jesus: “Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, eu estarei no meio deles” (Mt 18,20). É a assembleia celebrativa, congregada em nome da Trindade Santa, que pode dizer com toda força e convicção “O Senhor está no meio de nós!”. Nesta assembleia somos todos e todas concelebrantes. Pelo batismo somos “consagrados para
ser edifício espiritual e sacerdócio santo” (LG 10). Exercemos nossa profecia batismal no serviço da Palavra de Deus. Leigos e leigas, no seguimento missionário de Jesus, têm a Palavra de Deus como fonte de sua espiritualidade. Esta Palavra é a alma da ação evangelizadora. Conhecer a Palavra é anunciar a Palavra. Desconhecer a Palavra é desconhecer o próprio Cristo. Nossa dimensão profética batismal nos leva a apresentar o Pão da Palavra, sendo necessária a interpretação adequada dos textos bíblicos presentes na liturgia, na catequese e nas várias frentes pastorais. Todo cristão batizado é agente da pastoral bíblica tendo em vista a animação bíblica de toda a pastoral (cf. DAp 248). O batismo nos torna reis e rainhas. Um grande perigo é reduzir esta dimensão batismal régia à vivência da caridade. Todos temos que viver a caridade a partir das três dimensões messiânicas do batismo. A dimensão batismal régia nos torna a todos, leigos e leigas, co-responsáveis pela condução do povo de Deus, pela manutenção do patrimônio da Igreja e pela organização eclesial. Exercemos esta função régia ocupando cargos na administração ou na coordenação das comunidades, paróquias ou dioceses. É inegável que houve substanciais avanços no protagonismo dos leigos dentro da vida eclesial. A formação teológica deixou de ser monopólio clerical, surgiram os ministérios, novas formas de organização e as responsabilidades pastorais. Também é certo que qualquer surto de reclericalização acontece em detrimento das conquistas leigas na vida da Igreja. Busca-se anular a participação dos leigos, calando-os e diminuindoComunicações Setembro de 2018
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lhes os espaços de comunhão e participação. Como lembra Francisco em sua citada carta: “O clericalismo leva a uma homologação do laicato, tratando-o como um ‘mandatário’ limita as diversas iniciativas e esforços e, ousaria dizer, as audácias necessárias para poder anunciar a Boa Nova do Evangelho em todos os âmbitos da atividade social e, sobretudo, política. O clericalismo, longe de dar impulso aos diversos contributos e propostas, apaga pouco a pouco o fogo profético do qual a Igreja está chamada a
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dar testemunho no coração de seus povos”. Viver o Ano do Laicato significa enfrentar o desafio do clericalismo. Não adianta “empurrar” os leigos para as ações missionárias fora do ambiente eclesial enquanto o leigo for considerado “cidadão de segunda categoria” dentro da Igreja. Leigo comprometido não pode ser aquele ou aquela que trabalha obediente e calado nas obras da Igreja. Como lembra Aparecida: “A construção da cidadania, no sentido mais amplo, e a construção da
eclesialidade nos leigos, são um só e único movimento” (DAp 215). Leigos e leigas para o mundo, tudo bem! Mas leigos e leigas para a vida da Igreja também!
Francisco Orofino ministra aulas para leigos no Seminário Paulo VI, em Nova Iguaçu, Rio de Janeiro. É também biblista e educador popular. Assessora grupos populares e comunidades de base nos municípios da Baixada Fluminense. É autor de vários livros e leciona em Institutos de Teologia. É assessor nacional do CEBI (Centro de Estudos Bíblicos). Fez doutorado em Teologia Bíblica na PUC-Rio (2000).
Formação e Estudos
INSCREVA-SE E PROGRAME-SE Dia e horário de chegada: Dia 11/10 (quinta-feira), a partir das 14h. Dia e horário do término: Dia 14/10 (domingo), às 18h30. Local: Fraternidade São Boaventura, BR 277, Km 112, Bairro Jardim Rondinha, Cidade Campo Largo – PR. Tel.: (41) 3291-6000 ou (41) 99670-4883 (Frei Rodrigo). E-mail: fradesrondinha@gmail.com Valor de investimento: R$ 150,00 (hospedagem e alimentação)
QUINTA-FEIRA – 11
19h-20h – Jantar 20h30 – Início do Retiro Devoção Franciscana
SEXTA-FEIRA E SÁBADO – 12 e 13 7h-8h – Café da Manhã 8h-10h – Momento de Espiritualidade 10h-10h30 – Cafezinho individual 10h30-12h – Momento de Espiritualidade 12h-13h – Almoço 14h-15h30 – Momento de Espiritualidade 15h30-16h – Cafezinho individual 16h-17h30 – Momento de Espiritualidade 18h30 – Eucaristia 19h-20h – Jantar 20h30 – Devoção Franciscana
DOMINGO – 14 7h-8h – Café da Manhã
8h-9h – Momento de Espiritualidade 9h – Eucaristia 10h-10h30 – Cafezinho individual 10h30-12h – Momento de Espiritualidade 12h-13h – Almoço 14h-15h30 – Momento de Espiritualidade 15h30-16h – Cafezinho individual 16h-17h30 – Momento de Espiritualidade 17h30 – Adoração ao Santíssimo * Para aqueles que quiserem chegar antes ou ficar mais tempo depois do término da programação, devem ligar para combinar com o Frei Rodrigo ou Frei Jean. As vagas são limitadas, (40 vagas), portanto, não perca tempo! Comunicações Setembro de 2018
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Formação e Estudos
Estágio dos postulantes no SEFRAS
O
percurso formativo na etapa do Postulantado prevê o encontro e a experiência com realidades que nos desinstalem e confrontem nossas pré-compreensões já bem formatadas. Há algum tempo, durante o mês de julho, o “abraço no leproso” tem se dado entre os muitos participantes e assistidos pelo Sefras. A riqueza do encontro com o ser humano ferido permite, ou deveria possibilitar ao formando, enxergar suas próprias marcas de dor deixadas pelo tempo, gravadas na mente e no coração. É uma oportunidade de permitir-se ser e ver a condição plena do que é ser humano, no auge do desconforto e abandono, para então, reconciliado e integrado, encontrar-se mais livremente com o divino. Abaixo segue um fragmento do todo da experiência vivida pelos postulantes:
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A experiência no Sefras me levou a conhecer uma realidade que achava já conhecer bem, mas descobri quão profunda e mais próxima era do que eu pensava. A realidade do ser humano. Foi convivendo com pessoas tão diferentes de mim que eu pude descobrir a riqueza única da vida de cada um. Uma riqueza oculta de histórias, conquistas, perdas, alegrias, sofrimentos, medos e esperanças. Descobri isso porque eram tão desapegadas, autênticas e sinceras. Deviam ser até mais livres e felizes do que muita gente que vive vidas “normais”. Mas eles também tinham suas cicatrizes, medos e desconfianças, porque eles vivem no extremo e são frágeis. Da noite para o dia um deles pode desaparecer e ninguém daria falta. (Rodolpho A. Marinho)
Já na primeira semana de atividade, como num estalar de dedos, me vi naquele meio trabalhando, conversando, ouvindo, brincando, abraçando e sendo abraçado, fazendo literalmente parte daquela realidade. O esforço de devolver àquelas pessoas o mínimo de dignidade é grande e mesmo assim não conseguia imaginar como seria passar uma noite fria sob aqueles cobertores. Ouvir a história de alguns causava-me dor, e a dor e o sofrimento eram nítidos nos olhos de quem desabafava, mas mesmo assim, no dia a dia, esta mesma pessoa sorria e brincava. Não sei se pude deixar algo para eles, mas deles que lição de vida trago para casa! Onde parece existir somente solidão e sofrimento existe também amor e felicidade porque acima de tudo existe um Deus que nos ama e jamais nos abandona.
Formação e Estudos O estágio contou com uma fraterna acolhida, de uma fiel fraternidade, no Largo São Francisco e de disponíveis frades, no trabalho da solidariedade, no Pari. Enfim, o relato do encontro com o leproso de II Celano, diz que Francisco, após o gesto de doação acompanhado do beijo, já não vê o pobre, mesmo olhando para todos os lados e
(Davi Gabriel Lüzte)
A experiência no Sefras mudou algumas percepções que eu tinha principalmente sobre a população de rua. Já no primeiro dia pude perceber que muitas pessoas, mesmo as que iam para o chá, não estavam indo apenas por um pedaço de pão, mas sim por um espaço onde pudessem ser alguém como os outros, ser tratados e buscar seus direitos de forma igual. Antes do início do estágio, na formação, Frei José Francisco já introduziu a forma que a Província vê a evangelização nesse ambiente da solidariedade e esse espaço que muitos buscavam podia ser encontrado no projeto evangelizador do Sefras com as crianças, jovens, idosos, brasileiros ou imigrantes, em situação de rua ou de desfavorecimento. (Gabriel Salinas)
No dia a dia do serviço do Sefras pude ir percebendo que os moradores de rua não são pessoas ruins ou que oferecem qualquer ameaça à sociedade. Pude aprender que antes de serem moradores de rua são seres humanos, tão dignos de seus direitos como qualquer cidadão de nosso país. Vi um povo que quer ter seu espaço, usufruir da arte, música e cultura de nossas cidades, que tem pouco mas sabe ser feliz como se tivesse muito e que quer principalmente ser visto e tratado como igual. Sempre guardarei comigo o que vivi no estágio e agradeço a todos que me proporcionaram isso.
estando em campo aberto. O amargo, assim, se convertera em doçura. Essa experiência no Sefras significa essa mudança de olhar. Muda a forma de enxergar a realidade externa e a forma de se lidar com as feridas internas. O itinerário formativo nessas condições só se engrandece. Frei Jeâ Paulo Andrade
(Irven Gabriel dos Santos) Comunicações Setembro de 2018
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Formação e Estudos
Encontro dos Frades Estudantes
ORAÇÃO, FRATERNIDADE, MISSÃO E ESTUDO
F
oi com esta “fórmula”, dada pelo Visitador Geral, Frei Miguel Kleinhans, que os frades estudantes professos temporários das etapas da Filosofia e da Teologia deixaram o Seminário de Agudos, depois de conviverem durante cinco dias (de 1º a 5 de agosto) no Encontro dos Frades Estudantes da Província da Imaculada. Segundo o frade, se faz necessário estarmos bem assentados sobre uma cadeira de quatro pernas, que simbolizam respectivamente: a oração, a fraternidade, a missão e o estudo. “Cuidem bem da cadeira franciscana para que vocês se assentem bem na vida!”, pediu ele. Este encontro tem uma longa e bela história iniciada em 1994. Nesses dias, esses jovens professos temporários se conheceram melhor e se confraternizaram, promovendo maior integração entre as duas etapas. Mas também foi um tempo de reflexão, partilhas e estudos.
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Formação e Estudos 1º DIA Segundo Frei João Francisco, Secretário da Formação e Estudos, a cada triênio a Província vive a alegria de ver reunidos os jovens frades professos temporários para refletir acerca dos avanços e desafios da missão evangelizadora da Província. “Sobretudo, neste momento em que nos preparamos para o Capítulo Provincial, vislumbramos um novo horizonte de dedicação e comprometimento”, explica o frade. “Este encontro é uma oportunidade para que os frades também participem deste processo de preparação para o Capítulo Provincial, uma vez que toda a Província, inclusive os leigos das Frentes de Evangelização, estão apresentando contribuições valiosas para este momento importante na Província. Portanto, os frades estudantes não podem estar alheios a este processo”, acrescentou Frei João. Para ele, o dinamismo e jovialida-
de dos frades, em consonância com o Plano de Evangelização da Província, reforçam e renovam a esperança no futuro. Segundo Frei Josemberg Cardozo Aranha, para este ano, em conversa mediada pelo Secretário da Formação e Estudos, optou-se por mudar o nome de Assembleia para Encontro dos Frades Estudantes. Assim, mantiveram-se os objetivos supracitados, diminuindo a carga jurídica e burocrática, acentuando a dimensão da convivência fraterna e troca de experiências entre os frades da formação inicial. Frei Josemberg explica ainda que os coordenadores das duas etapas de formação se reuniram com o Secretário Frei João para preparar o encontro e criar o cronograma de atividades. Este projeto recebeu a aprovação do Governo Provincial, que viu com bons olhos esta nova dinâmica.
LOGOMARCA DO ENCONTRO O autor da logomarca é Frei Diego Martendal, frade professo temporário do 1º ano de Filosofia. Com traços incompletos, feitos a lápis, ela busca retratar um pouco do que é, ou pelo menos deveria ser, próprio de todo e qualquer frade menor: a simplicidade. Com base no tema “Minoridade Franciscana, lugar de encontro e comunhão”, tenta descrever, de uma maneira jovial, a participação dos frades estudantes no cumprimento da missão deixada por São Francisco de Assis: serem de fato irmãos menores. No centro da logo se tem a partilha do pão. O ato simbólico da comunhão. Um pobre dividindo, em partes iguais com um frade, um único pão. “Abraçando e ligando essa cena, temos outro frade e, em nossa linguagem juvenil, um ‘mano’, um jovem qualquer, sem distinção, que simboliza a importância de nossa proximidade com os jovens de nosso tempo. É o ato do encontro. Somos uma Igreja que muitas vezes deixa de lado estas pessoas por não querer se adaptar, se abrir. Nós, enquanto frades, temos de ser diferentes, mais acolhedores e fazer essa ponte com o Cristo que se manifesta nesses outros jovens”, enfatiza. Para o autor, a Cruz de São Damião, ao fundo, está vazia, pois o Cristo se faz presente em todos. O cordão representa a fidelidade, o compromisso e a vontade de seguir a Comunicações Cristo, como fez nosso Setembro de 2018 589 Seráfico Pai.
Formação e Estudos
2º DIA
O
“Alegria nas pequenas coisas”
segundo dia começou com a celebração solene das Laudes pela Festa Franciscana de Santa Maria dos Anjos ou do Perdão de Assis. Celebrando o vigor original da fraternidade, os frades estudantes desempenharam as atividades previstas para o dia com entusiasmo, leveza e fraternidade. O secretário da Formação e Estudos, Frei João Francisco Silva, dirigiu os momentos de reflexão do dia. Baseando-se no Plano de Evangelização, com enfoque especial no lema do Capítulo Provincial, que acontecerá de 12 a 21 de novembro, “Sejam chamados irmãos e menores” (RnB 6, 3), ele levou os frades a refletirem sobre a vocação e a participação na vida da Província, por meio do conhecido método: ver, julgar e agir. Apresentando um panorama histórico, de modo breve e dinâmico, o secretário falou que os trabalhos de-
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senvolvidos hoje nas cinco Frentes de Evangelização são resultado do empenho dos frades desde a fundação e restauração da Província. Segundo Frei João é preciso olhar o passado com gratidão, sobretudo pela dedicação fiel dos frades. “Não percamos o espírito pelo qual este trabalho evangelizador se desenvolveu e que possamos corresponder aos apelos do mundo presente, sem descartarmos tudo o que foi feito até aqui”, pediu o frade. Frei João utilizou alguns textos do Conselho Plenário da Ordem, como por exemplo, a superação da “autorreferencialidade”. “É sempre tempo de voltarmos o nosso olhar ‘à identidade desta Fraternidade de Irmãos e Menores’ (Legenda Perusina, 67)”, citou Frei João, reforçando que os frades são chamados a evangelizar em fraternidade, em comunhão com os demais irmãos, buscando evidenciar
o Cristo pobre, nu e crucificado, em suas vidas. Aos frades estudantes deixou o seguinte questionamento: “De que forma podem contribuir nas Frentes de Evangelização?”. No período da tarde, os frades estudantes partilharam os anseios e sonhos tendo em vista os trabalhos evangelizadores da Província. Já à noite, na capela interna do Seminário, como forma de agradecimento pelo bom êxito do dia, Frei João Francisco presidiu a Missa da Festa de Nossa Senhora dos Anjos da Porciúncula. Em sua homilia, destacou que ““as alegrias que devem nos cercar nascem sempre das pequeninas coisas que fazem parte da vida que abraçamos, como testemunhou Francisco, que tinha sua grande fonte de alegria na pequena Igreja da Porciúncula, na qual estava presente a memória da serva de Deus, na qual Deus foi capaz de fazer grandes coisas”.
Formação e Estudos
3º DIA
O
Tempo de partilha
s trabalhos se centraram na apresentação do cotidiano nas casas de formação das etapas de Filosofia e Teologia. Os frades professos temporários da etapa da Filosofia, de Campo Largo (PR), descreveram suas atividades evangelizadoras e os diversos trabalhos que realizam junto às pastorais nos hospitais, casas de repouso, comunidades paroquiais, e também junto a moradores em situação de rua, além das orações, missas e estudos. Ressaltaram que é uma opor-
tunidade de crescimento humano e espiritual. Por sua vez, os frades estudantes de Teologia, de Petrópolis (RJ), discorreram acerca do dia a dia que contempla desde os cuidados com a casa, passando pelos estudos, celebrações, encontro de casais, formação para ministros da Eucaristia, catecumenato, visita aos doentes, além dos trabalhos junto ao Serviço de Animação Vocacional (SAV), Juventude Franciscana (JUFRA), Ordem Franciscana Secular (OFS),
Serviço Franciscano de Solidariedade (Sefras), encontros ecumênicos e inter-religiosos, dentre outros. Destacaram que existem diferentes modos de se ampliarem os horizontes, delineando desde já o jeito de “ser franciscano” nas diferentes Frentes de Evangelização da Província. As partilhas abordaram a realidade dos respectivos institutos formativos, no que tange a estrutura física, tecnológica, corpo docente e discente diante dos desafios contemporâneos. Também foi comentado sobre a Comunicações Setembro de 2018
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Formação e Estudos
No alto, os frades professos temporários do tempo de Filosofia, no centro os do tempo de Teologia e, ao lado, os frades que fazem o Ano Missionário.
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Formação e Estudos importância da formação franciscana que permeia as diferentes etapas formativas e o importante papel do irmão leigo na Igreja hoje. Não faltaram momentos de descontração e animação em que alguns confrades relataram detalhes inusitados de seus estágios e experiências no tempo do Ano Missionário, descrevendo de forma bem-humorada suas impressões, vivências e aprendizados, motivando assim aqueles que futuramente também pretendem realizar tais experiências. O dia de discussões terminou com a leitura de uma inspiradora reflexão, redigida especialmente para este Encontro, por Frei Estevam Gomes Pereira (Frei Estevinho) da Fraternidade Franciscana São Boaventura, de Campo Largo, no qual ele aborda a beleza das diferentes formas de se viver a vocação.
Acompanhe um trecho da mensagem:
“Inspirei-me para explicar como surge a vocação, tanto a religiosa e sacerdotal, como a matrimonial. Estas três vocações caminham juntas. As três são divinas, são obras prediletas do Criador. A vocação matrimonial gera a família, ou seja, a humanidade que é o diamante do Criador. Por causa da humanidade, Jesus desceu dos céus à terra para dar sua vida por ela. A vocação religiosa e sacerdotal são as armas que o Criador usa para salvar a humanidade, que podemos chamar de Jerusalém terrestre. Por isto, as três vocações são divinas. Quando o Senhor e o Espírito Santo tocam no jovem, eles deixam aflorar a humanidade, chamando de ovelhas e cordeiros, falando baixinho a eles: “Apascenta as minhas ovelhas, apas-
centa os meus cordeiros”. Estes jovens trazem dentro de si algo como se fosse uma plantinha da qual eles tornam-se responsáveis. Fazem-nos descer e dar frutos. Quando eles recebem esta tarefa, já começa o processo de Evangelização. Isto consigo mesmos. E a primeira coisa que eles fazem é ensinar a sua alma a namorar Deus, isto é, através da oração, como fazia Santa Terezinha e todos os santos e santas. Com este namoro é que vão conseguindo adquirir elos que fazem gerar uma união perene no religioso/ religiosa, no sacerdote e nos casados. Estas três vocações estão conectadas, por isso a humanidade, ou seja, a Jerusalém Terrestre, forma uma corrente que chega à Jerusalém Divina, sendo puxada pela argola mestra que é o Criador”. (Frei Estevam Gomes Pereira).
4º DIA
Olhar a vida com os “óculos” da Boa-Nova
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s trabalhos foram divididos em dois momentos: na parte da manhã, o Definidor e coordenador da Frente da Comunicação Frei Gustavo Medella falou sobre o bom uso das mídias sociais e digitais. Já na parte da tarde os frades partiram em missão e desempenharam trabalhos evangelizadores junto às casas de repouso na cidade de Macatuba (SP), e na cidade anfitriã do evento. “Novas tecnologias: potencialidades, riscos e prevenções”, foi o tema abordado por Frei Gustavo. O frade alertou para uma necessária conscientização quanto ao bom uso da internet, levando em consideração que o mau uso da mesma pode gerar muitos problemas.
Citando Antônio Spadaro, Frei Medella mencionou que a internet conecta pessoas, mas qualquer um pode construir dentro dela uma identidade fictícia, simulada, e entender a relação como um jogo. Na rede qualquer um pode se passar por aquilo que não é quanto à idade, sexo e profissão, expressando-se sem os limites dados pela própria identidade pública. Pode-se ter uma abertura completa e um alto nível de autenticidade, até decair na espontaneidade sem limites e sem pudores. Sobre as Fake News, o frade ensinou que existe manipulação de massa na internet por pessoas que expressam uma ideologia como se fosse uma única verdade, utilizando montagens que denigrem um
ser humano, como também instituições, disseminando o ódio, a violência e a intolerância. Segundo o Definidor Frei Gustavo, as notícias sem fundamentos, falsas, atingem uma repercussão sem medidas porque muitas vezes o indivíduo que recebe a informação não checa a veracidade e compartilha tal informação. “Uma vez que compartilhamos dificilmente conseguiremos um reparo do dano causado”, explica o frade. O coordenador da Frente da Comunicação também abordou a questão da exposição dos usuários que relatam seu cotidiano de forma desmedida nas redes sociais. “A rede possibilita uma integração dos dados pessoais”, explicou e sugeriu: “É Comunicações Setembro de 2018
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necessário se policiar quando se vai postar algo de cunho pessoal. Reveja suas configurações de privacidade. Infelizmente existem pessoas mal intencionadas que usam desta nossa abertura para com estes meios e
promovem o mal, denegrindo a reputação das pessoas”, relatou o frade que é formado em jornalismo. Para Frei Gustavo, a medida certa é o uso consciente das redes digitais e sociais. “A internet cria
laços e facilidades para estarmos conectados com o mundo e suas atualizações. Temos a oportunidade de conhecer pessoas de qualquer parte do planeta por estes meios de comunicação”, afirmou.
EXPERIÊNCIA MISSIONÁRIA Dando prosseguimento aos trabalhos, à tarde os frades partiram em missão, realizando uma pastoral de escuta junto aos idosos que foram visitar, fomentando seu vigor com as experiências de vida que cada idoso transmite com suas histórias, sendo elas de tristezas, superação e alegrias. Puderam também render graças a Deus pelo dom da vida de cada um que estava ali, através de cantos, orações, e especialmente pela convivência. Com emoções e fé, cada um transmitia seja por um olhar, nas lágrimas com também nos espontâneos sorrisos. Desta forma, os frades em formação puderam alimentar sua vocação com estaComunicações pitada da sabedoria transmitida pelos idosos. Setembro de Vitor 2018 Amâncio, que visitou o Lar de idosos da Frei 594Segundo
cidade da Macatuba (SP), a recepção foi calorosa. “Pelos cumprimentos e apertos de mãos daqueles que já sentem o peso dos anos, os idosos nos ensinam como é urgente o testemunho da Minoridade Franciscana. Passamos a tarde conhecendo um pouco da casa e também de cada residente que não hesitava em nos acolher e partilhar um pouco de sua vida. Ao fim da visita, todos os idosos se reuniram e, um a um, os frades estudantes se apresentaram e proferiram palavras de conforto e alegria. Nós cantamos, rezamos e juntos partilhamos um pouco de nossas experiências. Foi uma tarde ótima junto deles e, com toda convicção, saímos de lá com os corações abastecidos com o carinho que eles nos deram”, revelou o jovem frade.
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ENCERRAMENTO
Frei César preside Missa de Ação de Graças
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ncerrou-se no dia 5 o 11° Encontro dos Frades Estudantes da Província. Na missa de encerramento do Encontro, o Visitador Geral pediu que os frades cuidassem bem da cadeira franciscana. Já em clima de despedida, a manhã do 5º dia do Encontro foi destinada à revisão e aprovação de sugestões e propostas para a Comissão do Capítulo Provincial, que acontecerá de 12 a 21 de novembro, baseadas nas reflexões e experiências de cada frade estudante, partilhadas durante os cinco dias em que ocorreu o evento. São sugestões que poderão contribuir para a formação tanto religiosa quanto acadêmica, como também sobre as atividades pastorais realizadas pelos estudantes em suas respectivas fraternidades, e ainda pelos frades que optam pelo Ano Missionário. Presidida pelo Vigário Provincial, Frei César Külkamp, e concelebrada
pelo Definidor e Secretário da Formação e Estudos, Frei João Francisco, pelo Vice-mestre dos frades de Profissão Temporária do tempo da Filosofia, Frei Valdir Laurentino, como também pelo Visitador Geral, Frei Miguel Kleinhans, e pelo representante da fraternidade local, Frei Carlos Pierezan, a Celebração Eucarística das 10 horas contou com a participação dos fiéis que costumeiramente participam das celebrações no seminário. Durante a homilia, Frei César ressaltou o tema da “minoridade” e dos sinais da presença e ação de Deus entre os homens, presentes no Evangelho, como a passagem de Jesus em Cafarnaum, após a multiplicação dos pães, e o povo de Israel, que, ao murmurar contra Moisés e Aarão, vê mais uma vez os sinais da ação de Deus ao cair do céu o seu alimento. Este alimento, posteriormente, passou a ser símbolo do pão que é o próprio Corpo de Cristo.
“Por estes gestos, Deus nos assegura que não precisamos ser perfeitos, porque Deus compreende a necessidade, a fome, os problemas que cada um de nós enfrenta, porque Ele vem e se abaixa, e, apesar de todas as situações, deseja nos salvar. E aí encontramos o ‘ser menor’ pelo qual São Francisco se encantou. Deus é capaz de se desfazer de todo o seu poder e autoridade para se colocar a serviço e à disposição de tantos homens”, enfatizou o celebrante.
VEJA O VÍDEO OFICIAL DO ENCONTRO (aproxime o celular neste código)
Equipe de Comunicação: Frei Augusto Luiz Gabriel, Frei Bruno Gonçalves Cezário, Frei Danilo Santos Oliveira, Frei Mário Sampaio Pelu, Frei Rodrigo José Silva e Frei Roger Strapazzon.
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SETE JOVENS FRADES FARÃO A PROFISSÃO SOLENE do na cruz”. Cada um dos frades fará a profissão pela qual se compromete a seguir Jesus Cristo observando os conselhos evangélicos: “Para louvor e glória da Santíssima Trindade, eu, frei… tendo o Senhor me dado a graça de seguir mais de perto o Evangelho e os passos de Nosso Senhor Jesus Cristo, em tuas mãos, Frei Fidêncio Vanboemmel, com firme fé e vontade, faço voto a Deus, Pai santo e todo-poderoso, de viver por todo o tempo de minha vida, em obediência, sem nada de próprio e em castidade. Ao Frei Alfredo Frei Alan Leal mesmo tempo, professo a vida Epalanga Prego e a Regra dos Frades Menores, de Mattos confirmada pelo Papa Honório, e prometo observá-la fielmente segundo as Constituições da Ordem dos Frades Menores. Entrego-me, pois, de todo o coração a esta Fraternidade, para que, pela ação eficaz do Espírito Santo, guiado pelo exemplo de Maria Imaculada, por intercesFrei Josemberg são de nosso Pai São Francisco e Frei Jhones Lucas Cardozo Aranha de todos os santos, e com a ajuMartins da fraterna de todos, eu possa Frei Junior tender constantemente para a Mendes perfeita caridade, no serviço a Fundação Imaculada tins, Frei Josemberg Cardozo Ara- Deus, à Igreja e aos homens”. Mãe de Deus e a Pro- nha e Frei Junior Mendes. O rito da profissão perpétua celeEsse momento importante na vida bra-se dentro da Missa, com a devida víncia da Imaculada Conceição celebrarão o do religioso franciscano será feito na solenidade e a participação da comuingresso definitivo na Ordem dos bela igreja do Sagrado Coração de nidade. Depois da leitura do evanFrades Menores de sete jovens fra- Jesus de Petrópolis (RJ), durante a so- gelho, começa-se o rito na seguinte ordem: chamado do professando; des no dia 15 de setembro: os jo- lene Celebração Eucarística às 16h15. O ‘sim’ definitivo será dado nas apresentação de sua trajetória vocavens angolanos, Frei Alfredo Epalanga Prego e Frei Mário Sampaio mãos do Ministro Provincial, Frei cional; diálogo com o celebrante; hoPelu, e os brasileiros Frei Alan Leal Fidêncio Vanboemmel. Como tema milia; prostração e Ladainha de Todos de Mattos, Frei Jefferson Max Nu- “... começando pela cruz, seguindo a os Santos; profissão dos votos e bênnes Maciel, Frei Jhones Lucas Mar- regra da cruz e finalmente terminan- ção aos professandos.
Frei Mário Sampaio Pelu
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Frei Jefferson Max Nunes Maciel
Formação e Estudos Frei Jefferson Max Nunes Maciel
É natural de Curitiba, Paraná, onde nasceu no dia 27 de janeiro de 1992. Ingressou no Seminário Santo Antônio de Agudos e vestiu o hábito franciscano no dia 12 de janeiro de 2012, em Rodeio (SC), onde fez a primeira profissão em 3 de janeiro de 2013. Concluiu o curso de Filosofia em 2015. Fez Ano Missionário em Angola, e está no 2º ano de Teologia.
Frei Mário Sampaio Pelu
É natural de Benguela, província de Benguela, Angola, onde nasceu no 20 de agosto de 1988. Ingressou no aspirantado Monte Alverne em 2011 em Malanje, vestiu o hábito franciscano em 12 de janeiro 2013, em Rodeio (SC), onde fez a primeira profissão no dia 03/01/2014. Concluiu o curso Filosofia em 2016 e está 2º ano de Teologia.
Frei Jhones Lucas Martins
Lucas Martins natural de Macatuba, SP, nascido no dia 6 de abril de 1990. Ingressou no aspirantado no ano de 2010 em Ituporanga (SC). Vestiu o hábito no dia 12 de janeiro
de 2012 e fez sua primeira profissão no dia 3 de janeiro 2013 em Rodeio (SC). Concluiu a Filosofia em 2015 e fez o Ano Missionário em Angola em 2016. Atualmente esta no 2º ano de Teologia.
ro de 2013. Concluiu o curso de Filosofia em 2015. Fez o Ano Missionário no Convento da Penha e na Paróquia Santa Clara em Colatina (ES). Está no 2º ano de Teologia.
Frei Josemberg Cardozo Aranha
Frei Alfredo Epalanga Prego
É natural de Duque de Caxias, Rio de Janeiro, onde nasceu no dia 24 de julho 1988. Ingressou no Aspirantado São Francisco de Assis de Ituporanga (SC), em 2010, e vestiu o hábito franciscano no dia 12 de janeiro de 2012, em Rodeio (SC), onde fez a primeira profissão no dia 03 de janeiro de 2013. Concluiu o curso de Filosofia em 2015, fez Ano Missionário no Sefras em São Paulo e está cursando o 2° ano da Teologia.
Frei Alan Leal de Mattos
É natural de Petrópolis, Rio de Janeiro, onde nasceu no dia 19 de novembro de 1986. Ingressou no Aspirantado São Francisco de Assis de Ituporanga (SC), em 2010 e vestiu o hábito franciscano no dia 12 de janeiro de 2012, em Rodeio (SC), onde fez a primeira profissão no dia 3 de janei-
É natural de Benguela, Benguela (Angola), onde nasceu no dia 10 de junho de 1990. Ingressou no Aspirantado Monte Alverne em 2009 e vestiu o hábito franciscano em 2 de abril de 2012, em Rodeio (SC), onde fez a primeira profissão no dia 16 de março de 2013. Concluiu o curso de Filosofia e está no 2° ano de Teologia.
Frei Junior Mendes
É natural de Santo Amaro da Imperatriz, Santa Catarina, onde nasceu no dia 24 de janeiro de 1989. Ingressou no aspirantado no ano de 2010 em Ituporanga (SC). Vestiu o hábito no dia 12 de janeiro de 2012 em Rodeio (SC), onde fez a primeira profissão no dia 3 de janeiro de 2013. Concluiu Filosofia em 2015 e fez o Ano Missionário em Angola. Atualmente esta no 2º ano de Teologia.
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Formação e Estudos FIMDA
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RETIRAR-SE PARA VOLTAR
s frades de profissão temporária da etapa da Filosofia da Fundação Imaculada Mãe de Deus, em meio a pausas acadêmicas, dirigiram-se à Casa de Retiros São João de Brito, assistida pelas Irmãs da Congregação da Divina Providência e Sagrada Família, de 25 a 29 de julho. Na chegada, o pregador Frei Marco Antonio dos Santos fez a apresentação do programa que nos orientou durante os dias de retiro. Começamos com a reflexão sobre a liturgia do 14º Domingo do Tempo Comum, em que as leituras convidavam à missão e aos seus desafios. Esse chamado nos capacita e nos dá autoridade. Em meio às peripécias da vida, nunca devemos “de-
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sacreditar”. Ezequiel (na primeira leitura) e Jesus (no Evangelho) assumiram-se como enviados de Deus e com os seus exemplos nos ensinam a permanecermos no seguimento de Jesus Cristo. A missão deles era, pois, mostrar o caminho a Deus. Tivemos como tema “O Espírito Santo e a Fraternidade, segundo os Escritos de São Francisco”. Segundo Frei Marco, a Vida Religiosa representa o coração da Igreja. Ela é e deve ser um Pentecostes incessantemente atual. É isso que Francisco quis dar a entender quando, no final de sua vida, resumiu a experiência que havia vivido, declarando: “O Espírito Santo é o Ministro Geral da Ordem”. É o Espírito Santo quem forma a
Fraternidade. De modo que entrar na família franciscana é querer “observar o santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo” (RB I, 2), o que vem a ser o mesmo que “seguir a doutrina e os passos de Nosso Senhor Jesus Cristo” (RNB I, 1). Trata-se, pois, de reconhecer plenamente a centralidade de Cristo sobre a nossa vida. Vários momentos bonitos marcaram o retiro: animação, confraternização, reflexão da vida fraterna com base nos Escritos do Seráfico Pai Francisco, filmes relacionados à temática que se abordava e momentos de meditação pessoal. Mais do que estar num lugar com o intuito de se afastar da rotina para sentir a presença de Deus e estar com Ele, fez-se a experiência do
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voltar às Fontes Franciscanas, voltar ao espírito que movia Francisco e, posteriormente, os seus primeiros irmãos, a seguirem Jesus Cristo. Esse espírito (Espírito do Senhor) é que deve se fazer presente nos atuais seguidores de Francisco e naqueles que aspiram viver como ele. “Voltar’, aqui, não significa refazer ou regredir, mas tem o significa-
do de revigorar, reanimar, reviver. No último dia, após a partilha em plenário seguida de almoço, os participantes do Retiro dirigiram algumas palavras de gratidão ao mestre dos postulantes, Frei Marco Antonio dos Santos, às Irmãs da Congregação da Divina Providência e Sagrada Família e suas aspirantes, pelos serviços prestados e por cele-
brarem conosco a Eucaristia todos os dias. O momento terminou com cantos, danças, abraços. Enfim, alegria e gratidão manifestadas no rosto de cada retirante mostraram que vivemos momentos de amadurecimento e crescimento, tanto espiritual como fraternal. Frei Evaristo Seque Joaquim
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Música litúrgica: uma disciplina da teologia?
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ntre os dias 24 a 28 de julho, estive em Campo Largo-PR, em Rondinha, onde temos o convento que abriga os estudantes de Filosofia de nossa Província Franciscana. Foi uma semana de intensivo em música, mais especificamente sobre: “Formas Musicais e História da Música”. Iniciamos nosso curso com uma reflexão sobre ‘gosto musical’, ‘o que é música?’ e ‘função social da música’. Aparentemente temas distintos, mas que estão intimamente ligados, quase como uma consequência natural de argumentos em torno da importância da música para as nossas vidas. Perguntei a eles: como vocês ouvem música? Sozinhos? Juntos? Por grupo de interesse? Responderam que juntos até ouvem música, mas essa não chega a ser uma audição de fato, é mais “música de fundo”. A maior parte da audição musical se dá só através do smartphone e dos aplicativos de streaming, como Deezer, Spotify, etc. Isso é um fenômeno mais ou menos verificável em toda parte. Quase como roupa íntima, essa escuta não é compartilhada. Inexiste quase que por completo o ritual de se ouvir música não é como antigamente, ou seja, ainda antes da invenção dos aparelhos
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modernos de reprodução sonora, ou nos inícios dos discos de vinil, que pelo fato de serem de difícil acesso, faziam com que houvesse certas reuniões musicais, encontros de escuta. Guiados por autores como Roland de Candé1 e Murray Schafer2, pudemos juntos constatar que nossa escuta é prejudicada pela poluição sonora que nos circunda, pela massificação midiática e pelo abismo existente entre uma superespecialização musical, de um lado, e uma amusia3 ou apatia musical, de outro. Sobre este último aspecto é que agora proponho uma reflexão a respeito da recente inclusão da música, como matéria optativa, na grade curricular de Teologia, no Instituto Teológico Franciscano. Não é o caso de esgotar exaustivamente as possibilidades dessa reflexão, mas de lançar questionamentos. Tais perguntas nascem de um interesse sempre maior pela Música Litúrgica, já expresso no insistente apelo do Magistério da Igreja, ao longo de séculos, no sentido de afirmar a dignidade e o lugar dessa música na Liturgia.Na praxe eclesial, canto e música sempre foram motivo para controvérsias e discussões. Contudo já é um avanço em relação à visão mais antiga, onde a
música sacra estava somente ao lado e não na liturgia. Entre várias faculdades de Teologia nacionais e mesmo estrangeiras, praticamente o ITF é um dos únicos Institutos que propõem a Música Litúrgica como disciplina. O que significa ter a Música como disciplina dentro da Teologia? Sua importância se resume ao nível pragmático-funcional, como por exemplo, aprender a escolher um canto litúrgico? Seria apenas isso? Para isso não é necessária uma disciplina, bastaria um cursinho paroquial! Será que a música teria algo então a contribuir dentro da reflexão teológica? Poderia ela apresentar outros enfoques de reflexão teológica? Poder-se-ia com essa reflexão teológico-musical recuperar o sentido ritual da música a ponto de provocar em nossos formandos uma genuína simpatia musical? Frei Ademir Peixer 1 - CANDÉ, Roland de. História universal da música. São Paulo: Martins Fontes, 2001. 2 - SCHAFER, Murray. O ouvido pensante. São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1991. 3 - “Falta de sensibilidade às artes, de qualidades ou aptidões artísticas”. No campo da medicina: “incapacidade patológica de produzir, reproduzir ou perceber sons musicais”.
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Bauru faz 17ª Festa de Santa Clara de Assis
o dia 11 de agosto, a Paróquia Santa Clara de Assis, da cidade de Bauru, no interior paulista, comemorou a festa de sua Padroeira com boa participação de fiéis e devotos dessa santa querida. Houve quermesse o dia todo, bolo e o tradicional pastel (doce), muito apreciado pelo povo. O pároco, Frei Alessandro, presidiu a Missa das 9 horas, Dom Caetano Ferrari a missa das 15 horas, e Dom Rubens Sevilha, o novo bispo de Bauru, a missa
das 19 horas. Durante a tradicional Onzena de Santa Clara, vários sacerdotes da Diocese e confrades participaram. Houve uma temática para cada dia. E a contribuição das homilias e das músicas tocadas durante as celebrações marcaram o coração dos paroquianos. Tendo como base o tema central, “não perca de vista seu ponto de partida”, cada sacerdote destacou a simplicidade, a relação de amor de Santa Clara com o Senhor e o seu caminho de santidade ao qual
somos todos chamados. Relacionado ao tema central estava o fato de a Matriz estar celebrando, em 2018, seus 25 anos de início da construção da igreja, tempos aqueles em que os fiéis rezavam o terço e a celebração das missas acontecia na casa de algumas famílias até se tornar uma paróquia. Agradecemos a todas as pessoas que colaboraram e participaram dos eventos e celebrações de Santa Clara de Assis! Paz e Bem! Maju, jovem paroquiana
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“Não se pode ser Igreja apenas dentro da igreja”
MISSÃO FRANCISCANA NO CENTRO DE SÃO PAULO
o sábado, dia 28 de julho, a Paróquia e Santuário São Francisco de Assis, em parceria com o Serviço de Animação Vocacional (SAV), da Província, realizaram uma tarde de visitação às famílias da Ocupação 9 de Julho na região central de São Paulo (SP), como também a diversos trabalhos voluntários junto à população em situação de rua no “Chá do Padre”. Pessoas de todas as
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idades se fizeram presentes e foram acolhidas no interior do Salão Frei Galvão, por Frei Marx Rodrigues dos Reis, que motivou os participantes e
conduziu a oração inicial. Pautado pela passagem do Evangelho de Lucas (24, 13-35), que narra o caminho dos discípulos de Emaús, Frei Marx destacou que naquele tempo os discípulos estavam tristes por conta da morte de Jesus. “Alguma coisa no caminho faz a gente abaixar a cabeça e andar triste. E é diante desta experiência de tristeza e desigualdade social que vocês se colocam aqui, assim como estavam os discípulos de
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Emaús. Nós acreditamos que Jesus não nos deixará de braços cruzados. Ele há de aparecer vivo entre nós”, motivou o frade. Ainda ressaltou que o Senhor ressuscita todos os dias e faz novas todas as coisas, e incentivou os participantes a se doarem totalmente em prol do próximo. O pároco Frei Alvaci Mendes da Luz acolheu oficialmente todos os participantes em nome da Paróquia e Santuário São Francisco e falou da missionariedade da Igreja, lembrando que Cristo enviou os discípulos em missão dois a dois. Francisco de Assis fez o mesmo. “Pode-se fazer missão no centro de São Paulo, na África, na Amazônia, em nossas casas, ou em
qualquer lugar. O importante é que todos nós somos chamados a sermos missionários e fazermos a nossa parte como cristãos”, sublinhou Frei Alvaci. Neste ano, devido à adesão de muitas pessoas, o grupo foi divido. Frei Diego Atalino de Melo, animador do SAV provincial, orientou e conduziu os trabalhos no “Chá do Padre” do Sefras, localizado na Rua Riachuelo. Frei
Marx acompanhou o grupo que foi até a Ocupação 9 de Julho, próxima da Paróquia. Segundo Frei Diego, o termo Very Important Person - alguém que é muito importante -, embora esteja em inglês, as pessoas já se habituaram com tal expressão, de modo que a empregam sempre que se trata de um tratamento diferenciado, mais sofisticado e de melhor qualidade. “Assim, com o objetivo de oferecer um tratamento VIP a todos os irmãos em situação de rua que são acolhidos diariamente no Chá do Padre, muitos voluntários dedicaram sua tarde de sábado para uma verdadeira experiência de encontro e solidariedade. Formando uma grande fraternidade Comunicações Setembro de 2018
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Fraternidades com os irmãos acolhidos, puderam concretizar a sua missão através de corte de cabelo, barba, cuidado com os pés, manicure, disponibilidade para uma boa prosa, oficina de arte, karaokê, jogo de cartas e dominós. Só a oferta desses serviços já seria suficiente, mas por se tratar de ‘pessoas muito importantes’, nossos voluntários também acolheram a todos os irmãos em situação de rua com muita alegria, simpatia, cordialidade, proximidade e simplicidade. Enfim, foi uma tarde para ficar na memória e no coração”, disse Frei Diego. Já na ocupação, os trabalhos aconteceram junto às crianças que residem no local. Jogos, pintura de rosto, música, dança e muitas brincadeiras animaram a tarde. A jovem Tais Araújo participou pela primeira vez e afirmou que se emocionou com muitas histórias de vida. “Não ajudei da forma que eles precisam, mas ajudei com o pouco que Deus me permitiu. Adorei muito esta experiência e pretendo participar mais vezes”, frisou. O aspirante Eduardo Mendes França mencionou que foi uma ótima experiência para ele, pois vem de uma realidade totalmente diferente em Santa Catarina. “Logo no começo, quando vi as crianças, me veio uma fala de São Francisco à mente: ‘Pregue o Evangelho em todo tempo e, se necessário, use as palavras’. O simples fato de estarmos presentes na vida de cada um, naquela ocupação, já foi suficiente para elas se sentirem amadas por Deus”, salientou. Regina Oyamaguchi mencionou que já participa da Igreja há muitos anos, mas que participar da missão foi uma grande novidade para ela, pois nunca havia feito isso antes. “Sempre fui muito de dentro da Igreja, mas eu sabia que precisava fazer esse caminho, embora sempre tivesse protelado. Hoje percebi nitidamente
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Fraternidades que Cristo estava fora de mim porque eu não tinha caminhado em missão assim como hoje. Aquelas pessoas me criaram um impacto e me assustaram no começo. É preciso ver, experimentar e vivenciar. Não é possível ser Igreja apenas dentro da Igreja. Aprendemos ritos, cantos, mas não vivemos Cristo apenas dentro da Igreja. Só viveremos realmente o Cristo a partir da experiência. Eu sinto que hoje Cristo começou a entrar em mim e ano que vem estaremos aqui de novo”, prometeu. “Quando se fala em missão, volto ao ponto de partida pelo qual me senti tocada e chamada a viver a radicalidade do Batismo. Esta missão foi uma experiência única, onde pude vivenciar nas pequenas coisas a manifestação do amor misericordioso de Deus. O encontro com as famílias, sobretudo estar com as crianças, na simplicidade, na alegria e na pureza de coração me fizeram refletir sobre a frase que recebi antes de sair em missão, que dizia o seguinte: ‘Não ardia nosso coração quando Ele nos falava pelo caminho?…’. Comigo aconteceu algo incrível, que nenhuma palavra poderia traduzir. Mas sei que meu coração pulsava mais forte ao ver o sorriso estampado no rosto de cada criança de que tive a oportunidade de me aproximar. Em um determinado momento fiquei observando a alegria das crianças e percebi o quanto é gratificante colocar os dons a serviço do Reino onde quer que estejamos”, acentuou Irmã Roseane, de São Paulo. No final da tarde os participantes reuniram-se novamente na Paróquia e partilharam suas experiências e aprendizados. E, para encerrar o dia, os missionários partilharam os alimentos que cada um trouxe para a confraternização final. Frei Augusto Luiz Gabriel Comunicações Setembro de 2018
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“O PERDÃO DA PENHA”
Convento da Penha e a Paróquia Nossa Senhora do Rosário realizaram no dia 3 de agosto a Caminhada Penitencial do Perdão de Assis. A concentração e os primeiros momentos devocionais aconteceram em frente à Igreja do Rosário, na Prainha, Vila Velha. Debaixo de uma chuva intermitente e nada desanimados, os fiéis, encorajados pelo motivo principal da celebração, não desanimaram. A cada instante antecedente ao início da Celebração, mais e mais grupos, famílias, jovens e participantes, che-
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gavam e se preparavam para o momento. Ao iniciar o clima orante, meditativo e de misericórdia, o guardião da Penha, Frei Paulo Roberto Pereira, fez a saudação inicial e a motivação da Caminhada do Perdão. Em seguida foi acolhida pelos caminhantes a Cruz Processional de madeira, que acompanhou a procissão. Um jovem representou São Francisco. A partir daí, as luzes iluminaram a praça do Rosário. Frei Djalmo Fuck, pároco da Paróquia do Rosário, após saudar os fiéis, conduziu a explicação da
história do Perdão da Porciúncula: “Cada vez que os franciscanos desejam reexperimentar o vigor dos primeiros tempos da missão, eles se recordam da dádiva da Porciúncula; afinal, foi a partir daquela pequena igreja que os irmãos e irmãs saíram pelo mundo a espalhar o Evangelho do amor, da alegria e do perdão”. À frente da procissão luminosa, eram erguidos os estandartes de São Francisco de Assis, de Santa Clara de Assis, fundadora da Ordem das Clarissas e o de Nossa Senhora da Penha, Padroeira do Estado do Espírito Santo. Pelo caminho, as diver-
Fraternidades sas demonstrações de amor, perdão e reconciliação eram manifestadas nas evidentes expressões que os fiéis foram deixando. A paz interior foi ambientada com os cinco pontos de paradas ao longo da estrada de subida do Convento. Em cada ponto, uma equipe de música conduzia um refrão musical orante, trazendo profundas reflexões de vida e fé aos devotos. Em determinados momentos, a chuva aumentava a intensidade, mas nada que fizesse com que os fiéis devotos desanimassem, o que tornou a caminhada ainda mais gratificante. Na chegada ao Campinho do Convento, a equipe de canto do Santuário da Penha e Frei Paulo César animaram os fiéis, que chegaram debaixo de chuva forte. Uma encenação sobre “São Francisco e a Utopia” recordou como Francisco teve o diálogo com Deus na oração, e como na Porciúncula todos recebam o perdão. O teatro foi finalizado com uma canção entoada também por todos os Frades presentes. Em um dos momentos finais, Frei Clarêncio explicou a proposta da reconciliação: “A reconciliação é uma necessidade da criatura humana desde o pecado de Adão e Eva no paraíso. A história da humanidade é uma história de reconciliação. Toda a pregação dos profetas do Antigo Testamento foi uma chamada à reconciliação da criatura com seu Deus e da criatura com seus irmãos. Lembremos o profeta Isaías: “Se removeres do teu meio a opressão, a falsidade, a maledicência, se deres comida ao faminto, a tua luz brilhará nas trevas, a tua escuridão se transformará em pleno dia, serás como um jardim florido” (Is 58,9-11). “No dia 2 de agosto de 1216, Francisco reuniu na igreja de Nossa Senhora dos Anjos, conhecida como Porciúncula, o povo de Assis e redondezas, os bispos da província da Úmbria com seus padres e, sorridente e feliz, começou a pregação com esta proposta: “Quero mandar vocês todos para o paraíso!”. Como? Para Francisco, entra-se no paraíso pela porta da reconciliação e do perdão. A mesma porta por onde entrou o bom ladrão, que morreu com Jesus no Calvário. Porque a eternidade é o paraíso dos reconciliados e nele só os vestidos com o manto da reconciliação tem seu lugar”. Frei Paulo Roberto pediu que os fiéis se voltassem para o Convento, onde entre as palmeiras foi colocada uma cruz com o Coração de Jesus, que se acendeu. Em seguida, Frei Paulo pediu que os fiéis se abraçassem, saudando uns aos outros, procurando a reconciliação e a paz. Finalizando o Encontro, os cestos com pães foram abençoados pelos frades e distribuídos. A celebração foi encerrada com a bênção de São Francisco. Assessoria de Comunicação do Convento e Pascom do Rosário Comunicações Setembro de 2018
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Seminário São Francisco reabre Museu
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conteceu no dia 18 de agosto a reabertura do Museu do Seminário, idealizado e constituído por Frei Alcides Cella, agora denominado Espaço ecológico, histórico e franciscano, com a presença dos seminaristas, dos frades da Paróquia e do Seminário, e de Frei Roger Brunorio, que orientou e conduziu todo o trabalho de revitalização. Após alguns meses de reorganização, limpeza e remanejamento das peças expostas, Frei Roger repensou o espaço do Museu, com mais de quarenta anos, dando um novo enfoque ao acervo e maior leveza ao ambiente. Quanto à renomeação do “Museu”, Frei Roger lembrou que atualmente há uma legislação que define e
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orienta museus, que sempre vão além da exposição e se dedicam à pesquisa e produção científica. Assim, relembrando todos aqueles que contribuíram para a constituição daquele espaço e louvando a Deus pela Criação, os frades e seminaristas ouviram uma breve explanação de Frei Roger acerca do espaço e encerraram a noite com um trecho do Cântico de Daniel e um recreio fraterno.
Histórico
O Espaço Ecológico, Histórico e Franciscano foi iniciado no ano de 1973, pelo franciscano Frei Alcides Cella, que teve a sensibilidade de reunir inicialmente algumas pedras semipreciosas de diversos formatos recolhidas nas terras de seus familiares, em Sede
Dourado, município de Aratiba, de Erechim e de Frederico Westphalem, RS. Com o tempo, amigos e visitantes do Seminário foram doando diversos objetos para o museu, reunindo material de Ituporanga e redondezas, do Rio Grande do Sul e de diversos lugares do Brasil. Grande parte do acervo de aves, pássaros e animais taxidermizados foi adquirido do trabalho e da coleção do taxidermista alemão Guilherme Knolle (Hanover, Alemanha, 1892 – Brasil, 1966). Foram muitas as pessoas que ajudaram direta e indiretamente na construção desse espaço. Algumas pessoas anônimas e outras mais conhecidas. Destacamos Frei Gregório Johnscher, frade dessa Província e museólogo autodidata; Frei Joselino Zimmermann, franciscano e exímio marceneiro; Edelore Knolle, casada com Haroldo Willibald Knolle, filho do Guilherme Knolle, que vendeu para o museu o acervo dos bichos; do taxidermista amador Floriano Freuch, de Vidal Ramos - SC, que ajudou na identificação e conservação, e do ex-seminarista franciscano Estácio Pisetta, que doou todo o madeiramento dos armários. Nestes anos de funcionamento, os frades desse Seminário mantiveram o cuidado e o zelo para com o museu, oferecendo aos visitantes deleite e conhecimento. Frei Alberto Eckel Junior
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O MOVIMENTO DO TABOR
vangelizar a juventude a partir dos próprios jovens, este é o objetivo do Movimento do Tabor. A Igreja, no início dos anos 1970 conclamava o povo de Deus a se colocar em jornada. Atendendo a esse apelo, em Lages, Santa Catarina, na Paróquia Franciscana de Nossa Senhora Aparecida do Navio, capitaneada pelo Frei Álido Rosa, deu-se início à Jornada Jovem – JJ, naquele ano de 1971, no Centro de Formação Católica de Lages. Houve um Encontro/ Retiro de três dias com mais de cem jovens presentes. Foi da JJ que se inspirou o Movimento da Lareira, voltado aos casais/pais.
Em 1987, já com Frei Silvério Weber no comando da Paróquia do Navio, a JJ foi adequada ao Encontro do Tabor, buscando no carisma do Cristo Transfigurado a inspiração renovada do Encontro de Jovens. O Encontro do Tabor originou o Movimento do Tabor, que atua também como equipe de liturgia, com reuniões semanais com os jovens taborianos, a preparação da Semana Santa em Lages com encenações do Tríduo Pascal ao ar livre, além do toda uma programação de sete dias.
O ENCONTRO DO TABOR
O “Encontro do Tabor” acontece anualmente e atinge a juventude da Diocese de Lages e, por vezes, aco-
lhendo jovens de outras Dioceses. Em suas características próprias faz com que o jovem participante tenha a experiência de Deus Trindade através de estudos e reflexões de forma lúdica e atualizada, com ênfase na própria pessoa, no outro, na Igreja e na família. Jovens de todas as idades e diferentes realidades convivem durante três dias na mais perfeita harmonia. A direção espiritual é sempre dos freis franciscanos da Paróquia Nossa Senhora Aparecida do Navio e do Convento Franciscano de Lages. Neste ano de 2018 foi realizado o XXXVI Encontro do Tabor. Helio Diniz Comunicações Setembro de 2018
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Frei Nilo Agostini participa de Congresso Mundial de Ética Teológica
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ealizou-se em Sarajevo, capital da Bósnia, de 26 a 29 de julho de 2018, a III Conferência Mundial de Ética Teológica da Igreja Católica; esta teve como tema: “Construindo pontes para o futuro”. Frei Nilo foi convidado a participar nas três edições já realizadas, tendo sido as anteriores em Pádua e Trento, na Itália. Cerca de 500 participantes lotaram o espaço reservado para a realização do evento. O Papa Francisco enviou uma mensagem para os participantes, ressaltando que “o mundo precisa de uma nova liderança para construir pontes e não muros”. Esta III Conferência foi realizada em Sarajevo pelo valor simbólico desta cidade que viveu, de 1992 a 1995, uma guerra sangrenta, marcada por horrendas atrocidades. Esta cidade foi sitiada durante dois anos. A antiga Iugoslávia, ao se desintegrar, formou seis repúblicas: Eslovênia, Croácia, Bósnia e Herzegovina, Macedônia, Montenegro, Sérvia e as duas províncias autônomas, Kosovo e Vojvodina, que ficaram com a Sérvia. Dado os diferentes grupos étnicos e religiosos lá presentes, Sarajevo nos aponta para o caminho da reconciliação e da pacificação. Convoca-nos a construir novos caminhos de aproximação entre po-
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Frei Nilo diante da Prefeitura de Saravejo
vos, culturas, religiões, visões da vida, orientações políticas. Inspirada no chamado a construir pontes, esta Conferência Mundial reconheceu que estamos num momento crítico e buscou, por um lado, rememorar a experiência desde as Conferências de Pádua e Trento e, por outro lado, encarar os desafios atuais, identificando as oportunidades para avançar. Importa captar todos os si-
nais promissores, sem renunciar à prudência, e mobilizar as energias para eliminar do mundo os muros da divisão e construir pontes de fraternidade. Em meio a temas como ecologia, refugiados, desequilíbrios econômicos e pobreza, entre outros, somos alimentados pela esperança que nos convoca a construir os alicerces da justiça para erguer pontes de reconciliação e de paz.
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MOSTEIRO SANTA CLARA EM NOVA IGUAÇU CELEBRA SUA PADROEIRA
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ilêncio, oração e recolhimento. Estas e outras características da vida contemplativa são facilmente encontradas nos mosteiros das Irmãs Clarissas. São inúmeras as pessoas que acorrem a estes lugares em busca de paz e tranquilidade para fazerem um encontro com Deus. Porém, no sábado (11/08), o clima mudou um pouco, pois havia sinais claros de festa, alegria e celebração no mosteiros das damas pobres, espalhados por todo o mundo. O motivo não poderia ser outro: dia daquela que possui toda beleza celestial, Santa Clara de Assis. No Mosteiro Santa Clara, em Nova Iguaçu, houve demonstrações de que seria uma festa linda logo no início. A capela do Mosteiro estava exibindo uma beleza sem igual com as flores decorando ainda mais o espaço celebrativo para a missa solene às 10h. O povo que ia chegando logo lotou a igreja mostrando que as irmãs, que nunca deixaram o povo sozinho através de suas obras, teriam compa-
nhia de grande fé para a celebração. Muitos religiosos também marcaram a sua presença neste dia, bem como o bispo diocesano Dom Luciano Bergamin, e o bispo emérito da Diocese de Volta Redonda e Barra do Piraí, Dom João Maria Messi OSM, que presidiu a celebração. Durante a Celebração Eucarística as Irmãs Clarissas entoaram belamente os cânticos mostrando que tudo tinha sido preparado com muito carinho. Durante a homilia, o presidente da celebração convidou a todos para produzirem obras de santidade. Para concretizar tal missão, enfatizou: “Os santos são aqueles que combateram, combaterão e combatem a injustiça, a desigualdade, essas atitudes sociais que fazem os irmãos e irmãs escravos”. O exemplo maior é o da coragem de Jesus que venceu as injustiças de sua época para proclamar o Reino de Deus: “Seguir a Cristo comporta três passos: renunciar a si mesmo, carregar a cruz e morrer com Ele”. Apontando para a imagem de Santa Clara, o bispo recordou a todos: “Ela foi uma pessoa que amou, deu a vida, foi corajosa e fiel e não voltou atrás, mas permaneceu no amor de Deus”. Após a Celebração
Eucarística, houve uma partilha onde foram oferecidos lanches e bebidas para o povo que festejou a padroeira da televisão. No refeitório do mosteiro, as irmãs fizeram um almoço festivo para os frades, seminaristas e os padres diocesanos que também prestam assistência religiosa a elas. Como se não bastasse, Santa Clara preparava mais uma surpresa: no final da refeição as irmãs brindaram os convidados com belíssimas canções, poesia e até um sacerdote diocesano “entrou na dança” declamando uma poesia de Cecília Meirelles. Em seguida, uma bênção e oração próxima ao quarto de uma das irmãs que está vivenciando a cruz da enfermidade, sendo amparada pela sua fraternidade. Assim, como aparece no capítulo XV dos Fioretti, o mosteiro de Nova Iguaçu ardeu em chamas por causa do encontro entre Clara e Francisco. Não literalmente, é claro, mas com certeza os corações de todos aqueles que foram celebrar esta luz do carisma franciscano saíram com o coração abrasado. Aos poucos a rotina de silêncio, oração e recolhimento vai voltando ao dia a dia das irmãs, mas elas, agora revigoradas, podem assumir com ainda mais entusiasmo a missão de rezar por cada um de nós! Frei Gabriel Dellandrea Comunicações Setembro de 2018
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EM 104 ANOS, A GRANDE REFORMA DO PARI
Paróquia Santo Antônio do Pari foi fundada aos 2 de fevereiro de 1914 por Dom Duarte Leopoldo e Silva e teve como seu primeiro pároco Frei José Rolim, jornalista, missionário e escritor,
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que, vindo de Portugal por causa da guerra, migrou primeiro para os Estados Unidos e depois se transferiu para o Brasil. E foi num bairro de seus patrícios, o Pari, que fez história. Arthur Vautier, proprietário dos vastos terrenos do bairro,
doou um terreno para a construção da igreja. Frei José construiu então uma cripta, debaixo do atual salão, à rua Hannemann, onde exercia o ministério sacerdotal. Esta cripta, matriz provisória, seria mais tarde a Gruta de Nossa Senhora de Lour-
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lado de Curitiba para des. Devido às eno Convento do Pari. chentes em dias chuMas no ano seguinvosos, o que obrigava os fiéis a assistir à miste, Frei Alfredo foi transferido para Porto sa por vezes com água União e Frei Graciano à meia canela, era neStute passou a exercer cessário a construção o cargo de guardião. de uma nova igreja. Dia 6 de janeiro de Em agosto de 1922, 1945, o ProvincialaFrei Olivério Kraemer iniciou a construção do, sob o comando da atual igreja matriz do então Provincial do Pari, que seria deFrei Mateus Hoepers, transferiu sua sede do pois uma das maiores Pari para o Convento da capital bandeiranSão Francisco. te. Antes, em 1919, Claustro do Convento do Pari: A igreja (1); a Capela (2); ele fundou uma escola o convento antigo (3); o salão paroquial (4); o convento para meninos e, posAS REFORMAS novo (5); o convento de 64 na foto abaixo. teriormente, o exterFrei Eraldo Michanato Santo Antônio lim, em 1952, assumiu do Pari. como guardião, fazenEm 24 de agosdo várias reformas: a capela do convento, o to de 1923, sucedeu refeitório, cobertura a Frei Olivério, Frei das torres, marmorite Paulo Luig, que se tornovo nas colunas da nou a coluna do Pari. igreja e altares, estuGovernou a paróquia durante 15 anos, com fas para plantas orentusiasmo extraornamentais e cozinha. Construiu-se um galdinário. Continuou a construção da Igreja, pão para servir de gajá adiantada e coberta, ragem para 3 carros, adornando-a com 15 inclusive para o do altares, 6 confessionáComissariado da Terrios, forro, batistério, ra Santa. bancos e 2 imponenEm 1959, foi notes torres de 52 memeado guardião do Pari Frei Alfredo tros de altura e de 8 Setaro. No claustro metros de largura. Era entregue ao culto divino no dia 13 vento, lançou-se, a 4 de outubro, a conventual ligou-se a sacristia e o de junho de 1924. pedra fundamental do novo grupo batistério no mesmo nível dos deFoi este frade que, em 21 de abril escolar, denominado Grupo Esco- mais corredores. Aberta e toda ilude 1925, deu a primeira residência lar Santo Antônio do Pari. Assim a minada à noite, tem o aspecto de dos frades com 4 quartos constru- paróquia possuía duas escolas den- avenida. Foi mesmo apelidada de “Avenida Capitão Setaro” pela coídos acima da atual sacristia. Em tro de seus terrenos. 1935, a 28 de julho, foi inaugurado munidade, que recebeu com agrao novo convento do Pari, parte que PROVINCIALADO do esta benfeitoria. Em novembro forma com a igreja o atual claustro Em 1942, foi nomeado guardião de 1960, começou a construção de retangular. Meses depois de cons- do Pari Frei Alfredo Setaro. No seu um novo convento, ala que tem a truído e inaugurado o novo con- governo, transferiu-se o Provincia- frente para a Praça Padre Bento,
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Fraternidades ao lado da portaria. Na elaboração da planta, estudaram com muito afinco além de Frei Alfredo também Frei Rufino Ueter. Este comandou depois a execução dos trabalhos da construção. Frei Alfredo ampliou o recinto da biblioteca, para torná-lo mais tarde ponto de recreio. A nova ala do convento, que já foi utilizada em janeiro de 1964, era uma necessidade que se impunha, por quanto as celas até então eram poucas para os hóspedes que afluíam à Capital, e o Comissariado da Terra Santa não dispunha de sede acessível ao povo. O edifício conta com quatro pavimentos, incluindo o térreo, com 28 celas, com água encanada em cada quarto. No andar térreo funcionava o Comissariado da Terra Santa, com sala de recepção, escritórios para o Padre Comissário e Procurador, sala de despachos, museu e um apartamento para hóspede leigo (homem). No mesmo andar, a portaria tinha mais duas saletas, perfazendo assim quatro saletas para o atendimento do público e expediente da Paróquia. Em 1973 foi reformada a capela do Convento, a sala de televisão, a sala de estar, colocação de água encanada em 6 quartos, o bar-cozinha da Sede Paroquial, reforma total da cozinha e dispensa do convento, lavanderia e sala de passar roupa para o convento. No dia 13 de junho de 2006, um incêndio que começou pelo velário acabou destruindo toda a lateral direita da Igreja e a torre onde ficava o mecanismo dos relógios e os sinos. A partir de então, começou-se uma grande mobilização para restaurar a igreja. No dia 10 de dezembro de 2007, aconteceu a dedicação da igreja, com a presença do Cardeal D. Odilo Scherer. De 2006 a 2009 foram realizados os trabalhos internos: todo o telhado na parte direita foi refeito, os bancos foram reformados, novos pisos foram colocados. Imagens e altares laterais foram restaurados, as viassacras foram reconstituídas, idênticas às originais. Foi construído também um novo velário, no lado externo da igreja, e o órgão, um dos maiores da cidade de São Paulo, também passou pelo início de um processo de restauro. O salão paroquial também foi reformado, para que pudesse oferecer uma estrutura mais moderna e confortável para os eventos. Nesta última etapa, além da grande reforma das torres, todo o telhado da igreja foi trocado e a parte externa ganhou uma nova pintura. Nas últimas décadas, essa reforma em andamento no Convento do Pari é a maior deste 104 anos de fundação da Paróquia. Frei Paulo Avelino Schmitz Vida Franciscana, junho de 1964
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EM TEMPO DE GRANDES TRANSFORMAÇÕES... Num mundo de rápidas mudanças, uma vez ou outra nos perguntamos: para onde estamos caminhando? E como estamos nesta caminhada? Neste contexto estamos nós da Fraternidade Santo Antônio do Pari. Neste ano, as mudanças chegaram até nós e tivemos de mudar, literalmente. Desde maio deste ano, todo o conjunto antigo do Convento do Pari passa por ampla reforma. O primeiro alvo foi o prédio da “Terra Santa”. Vinte quatro horas por dia, sete dias por semana, os pedreiros trabalharam e, em pouco mais de um mês, a primeira parte da obra estava pronta. Ali agora é a nova residência do Serviço Franciscano de Solidariedade (Sefras), que deixou a rua ao lado, a Hannemann, para a nova sede. Caixas, pó, móveis, gente pra lá e pra cá, pra cima, pra baixo, num sobe e desce sem fim e, em três dias, a nova estrutura estava ocupada e o Sefras funcionava a todo vapor. A outra parte da obra é a reforma e o restauro do antigo Convento, que, aliás, já não tem mais a “Faixa de Gaza” (nome dado a um salão que ficou destruído e parado por muitos anos). O “layout” já está se definindo: nova capela interna, quartos amplos e todos com banheiro, sala arejada, cozinha espaçosa, nova lavanderia. O chefe da obra diz que em setembro já poderemos voltar para casa. Enquanto isso, as picaretas seguem “picaretando” paredes e lajes. Para que essa obra tivesse produtividade e rapidez, nós, frades, mudamos de mala e cuia para um shopping/ hotel das redondezas. Acordamos tropeçando nos carrinhos dos sacoleiros e sacoleiras que, de Norte a Sul do País, se reúnem no “incrível mundo das compras”, no vizinho bairro do Brás e no recém-centro comercial a céu aberto do Pari. No café da manhã, no hotel, só se ouve falar sobre lojas com os melhores preços. Dicas e mais dicas de como escolher o melhor por um precinho camarada. No caminho do hotel para o trabalho diário, na Paróquia ou no Sefras, pessoas caminham apressadas para aproveitar o dia de compras (que começa às 2 da manhã). E, quem já nos visitou, certamente ouviu o coro das mulheres vendedoras de frente da Praça Padre Bento: “Dez é dez...!”. Diante das transformações no mundo, na cidade, no bairro, no prédio, cabe uma pergunta: como podemos dar testemunho de nossa vocação e missão aqui nesta realidade? O que este antigo e tradicional Bairro do Pari, vivendo esta mudança profunda, quer de nós neste tempo? Paz e Bem! Comunicações
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ENTREVISTA FREI GERMANO GUESSER “Se não formos ao encontro do outro, ficaremos sozinhos nas sacristias”
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rei Germano Guesser termina neste ano capitular o seu triênio como coordenador da Frente das Paróquias, Santuários e Centros de Acolhimento. Para ele, foi um grande desafio, mas não foi impossível. Houve avanços, mas há limitações também. “Conciliar administração com missão é sempre um grande desafio”, avalia o frade catarinense, que neste ano celebrou o seu primeiro jubileu de ordenação sacerdotal. “Tenho a graça de celebrar o meu jubileu sacerdotal no Pontificado do Papa Francisco. É uma grande alegria viver este momento”, revela. Foi ordenado presbítero no dia 6 de fevereiro de 1993, na Igreja São João Batista, em Luzerna (SC), quando escolheu o lema ‘Por uma ovelha só, ainda que pequenina, serei a vida inteira um pastor’. Comunicações - Que balanço o sr. faz nesses três anos na coordenação da Frente das Paróquias e Santuários? Frei Germano Guesser - Paróquias, Santuários e Centros de Acolhimento formam a Frente de Evangelização que conta com o maior número de frades. Sabemos também que não aparecem na Província como um corpo que tem projeto e voz. A articulação desta Frente de Evangelização visa congregar e animar as fraternidades a serviço das Igrejas Locais, promovendo discernimento, corresponsabilidade, partilha, colaboração e formação específica, para que,
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Comunicações Setembro de 2018
De paróquias, Frei Germano conhece bem. Vila Velha (ES), São Paulo (Vila Clementino e Pari), Balneário Camboriú (SC), Curitibanos (SC), Gaspar, onde ficou 12 anos, e novamente Pari, onde reside atualmente. É
natural da cidade de Antônio Carlos (SC), mas cresceu em Ibicaré (SC). Torcedor fanático do São Paulo, aprecia um bom vinho, e agora também acompanha a reforma do Convento do Pari.
atentos às exigências da realidade, realizem esta forma particular de evangelização, sendo fiéis ao nosso carisma e às orientações da Igreja. Temos um ideal de fraternidade e de serviço evangelizador. Articular essa frente é um grande desafio, mas não impossível. Realizamos por ano um encontro com os frades no primeiro semestre e outro encontro no segundo semestre com os frades e leigos. Conseguimos construir o Regimento da Frente e o Plano Operacional.
cobrou-se mais empenho na divulgação e identificação do carisma franciscano nas Paróquias atendidas pelos frades. O que foi feito desde então? Frei Germano - Divulgar, partilhar o trabalho dessa Frente sempre foi um anseio dos frades. Saber o que o outro está fazendo, trabalhar em Rede... Usar o site da Província para esse trabalho de divulgação e partilha... A cultura digital não é só questão de técnica, de saber trabalhar com novos instrumentos. São novas relações com as coisas, entre as pessoas, um novo modo de ver o mundo. No entanto, ficamos aquém
Comunicações - No Encontro da Frente das Paróquias do ano passado,
Fraternidades por causa das nossas limitações pessoais e comunitárias... Comunicações - Uma tentação forte nas paróquias é gastar forças na administração deixando as exigência da missão em segundo plano. Esse risco ameaça as paróquias? Frei Germano - Sem dúvida, administrar uma paróquia com toda a sua estrutura (física, funcionários etc) exige tempo e, muitas vezes, causa um grande desgaste. A máquina precisa funcionar. As exigências e cobranças existem. E pode até acontecer que o resultado (retorno) seja mais prazeiroso e imediato, diferente do trabalho missionário, onde o retorno é mais lento. E, muitas vezes, os frutos não são colhidos de imediato e sim quem vem depois. Conciliar administração com a missão é sempre um grande desafio. O que ajuda é você estar cercado por pessoas competentes e de boa vontade para ajudar na administração e o frade ter mais tempo para a missão... O Papa Francisco quer uma Igreja mais voltada ao Evangelho e menos burocrática. Mais acolhedora e menos exclusiva, mais atenta ao povo, mais construtora de “pontes”... Que os padres saiam das sacristias e do conforto dos escritórios... Comunicações - Os Documentos de Aparecida e “Comunidade de comunidades: uma nova paróquia, a conversão pastoral da paróquia” (CNBB) têm ajudado na renovação das paróquias? Frei Germano - Sim. Os Documentos da Igreja têm ajudado muito neste sentido. Inclusive o Papa Francisco tem sido uma referência muito importante para a Igreja. Passou-se o tempo em que o padre ficava esperando o fiel na igreja. Hoje os tempos mudaram e mudaram muito... Se não formos ao encontro do outro, ficaremos sozinhos em nossas sacristias.
Comunicações - Existe clericalismo nas paróquias franciscanas, tanto de religiosos como de leigos? Frei Germano - Estamos em vários lugares (interior, cidades e grandes centros) e cada lugar tem sua característica e traz uma bagagem histórica de uma caminhada... umas mais e outras menos, mas ainda existe o clericalismo de ambas as partes... É uma questão cultural. É mais cômodo e nem todos querem se comprometer, isto é, assumir um compromisso maior. Com a diminuição dos frades, o protagonismo do leigo está acontecendo. Temos belos testemunhos neste sentido. Há também aqueles que caminham mais lentamente e não são capazes de aceitar e entender algumas mudanças. Comunicações - Quem fala mais hoje, a “pastoral da manutenção” ou a “Igreja em saída”? Frei Germano - Os Documentos da Igreja falam muito em ser “igreja em saída”, mas na prática ainda estamos na pastoral da manutenção... No entanto, temos essa consciência, da necessidade de sair, ir ao encontro... Não podemos ficar parados diante de um muro de lamentações e esperar que o povo venha até nós... Vivemos este momento como um grande desafio e também como oportunidade. A passagem que a pastoral é chamada a fazer, diz o Papa Francisco, é esta: de uma pastoral de conservação a uma pastoral da proposta. “Sonho com uma opção missionária capaz de transformar tudo, para que os costumes, os estilos, os horários, a linguagem e toda a estrutura eclesial se tornem um canal proporcionado mais à evangelização do mundo atual que à autopreservação. A reforma das estruturas, que a conversão pastoral exige, só se pode entender neste sentido: fazer com que todas elas se tornem mais
missionárias, que a pastoral ordinária em todas as suas instâncias seja mais comunicativa e aberta, que coloque os agentes pastorais em atitude constante de ‘saída’ e, assim, favoreça a resposta positiva de todos aqueles a quem Jesus oferece a sua amizade”. Comunicações - Como você define o ministério sacerdotal? Frei Germano - Charles de Foucauld disse que “o sacerdote é um ostensório, seu dever é mostrar Jesus. Ele tem de desaparecer para deixar que só se veja Jesus... É uma grande responsabilidade alimentar o outro com a Palavra de Cristo e com seus sacramentos... A diversidade cultural tem sido um imenso desafio à evangelização, de modo especial hoje o universo urbano, com todas as suas belezas e feiúras, com suas riquezas e pobrezas, com suas grandezas e mazelas. Se, por um lado, a cidade nos atrai e nos possibilita um trabalho marcado pela interação dos valores e contradições dos vários segmentos sociais, religiosos e culturais, por outro lado, exige uma imensa abertura do coração para o diferente e uma profunda firmeza e determinação no caminho a ser seguido em conformidade com as orientações do Evangelho e os ensinamentos do magistério. Levar a Boa Nova do Evangelho, dar nosso testemunho neste tempo que estamos vivendo, sem dúvida, é um grande desafio... Na cidade ou no campo, somos promotores do diálogo. É preciso saber ouvir e também se posicionar de acordo com os apelos do Evangelho, dentro de nossas possibilidades e limitações em cada um dos campos de atuação onde estamos presentes. Quando nossas palavras e discursos falham, nada melhor que nossa vida para testemunhar nossa fé e esperança. Moacir Beggo Comunicações Setembro de 2018
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Fraternidades nossos frades nossas
obras
DEPOIMENTO DE FREI FLORIANO Bragança Paulista, 30 de julho de 2018 Prezado Frei Walter, Paz e Bem. Como você está passando? Aqui tudo a mil maravilhas! Graças a Deus! Frei Vitório, há alguns tempos, voltando do Rio me trouxe este artigo que segue abaixo.
Talvez lhe possa interessar. Quisera lhe informar que Maria Arieta faleceu em janeiro, no Edifício Santa Isabel, 4º andar. Um memento para ela. Saudações com Paz e Bem! (a escrita é da enfermeira Eliana. Grato a ela!)
E... FOI ASSIM QUE TUDO COMEÇOU...
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e como passeando pelos subterrâneos do subconsciente surgiu em mim o interesse pelas Bolsas de Estudo “Pró-Vocações”. Fui por cinco anos coroinha no Convento de São Francisco (SP). Manifestando a vontade de ser frade e seguir Frei Carmelo, meu irmão, para o Seminário de Rio Negro (PR) e como meus pais não podiam pagar os estudos para os dois, Frei Celso Dreiling, superior do Convento, e Frei Damaso Wenker, cobriram as despesas. Já no Seminário, no tempo da II Guerra Mundial, notava a dificuldade e o zelo do diretor, Frei Virgílio Berri, em conseguir alimentação para os 190 alunos. A abóbora com abóbora ficou célebre como “menu” naquele tempo! Só gozação, mas ninguém passou fome, não! Já padre, na primeira transferência como professor no Seminário de Rio Negro, tive um pouco de contato com a parte administrativa, o vaivém do nosso Frei Sil-
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vano em adquirir alimentos para os alunos. Em Duque de Caxias (RJ), trabalhei com a OFS. Em Sorocaba (SP) é que se esboçou em mim esta neces-
sidade de ajudar os nossos seminários e seus alunos. Aí iniciei e plantei um movimento que não criou raizes, pois fui transferido para o Convento de Santo Antônio (RJ).
E ASSIM...
Em setembro de 1975, estando já no Convento de Santo Antônio, fui procurado para pregar o retiro da Fraternidade Nossa Senhora da Paz, em Ipanema. Pouco depois, fui procurado por Maria Arieta, terceira franciscana daquela Fraternidade (falecida em janeiro deste ano), para ajudar a organizar um folheto-propaganda da OFS. Ajudei a montar o folheto, fazendo um desenho para o mesmo, o qual foi bem aceito. Fui procurado novamente para fazer um outro desenho para um cartão de Natal que seria enviado para cursistas do Cefepal, franciscanos e amigos. Gostei do conteúdo e da condensação da mensagem e fiz o desenho. Mostrou-me ela, então, uma mensagem sobre o sacerdote. Gostei muito e achei que valia a pena publicá-la. Ela prontamente aceitou a ideia e, de comum acordo, colocamos o produto à venda para formar Bolsas de Estudo para Seminaristas Pobres.
Fraternidades Foi assim que, em fevereiro de 1976, teve início a Campanha de Bolsas de Estudo para Seminaristas Pobres no Convento de Santo Antônio, justamente com um cartão-mensagem sobre o sacerdote, tendo por lema: “Formar um Padre é possibilitar que Deus se una ao homem no tempo e que o homem se una a Deus na eternidade”. A partir daí começamos a fazer cartões para o Dia das Mães, dos Pais, Natal, Páscoa, enfim, para as datas comemorativas mais importantes do ano. Calculamos que no total foram publicados uns 479 mil cartões. A primeira bolsa - claro! -, levou bastante tempo para ser completada. Quase um ano! Foi em 20 de novembro de 1976 que os primeiros vinte mil cruzeiros foram entregues ao Provincialado. Também, pudera, a poucos centavos cada cartão! Mas, depois das primeiras bolsas, conseguidas com bastante empenho após um trabalho lento de conscientização dos fiéis, os frutos apareceram. Além da venda dos cartões, começamos a receber donativos, sinal concreto de uma adesão interior a essa causa tão sublime. Essa conscientização foi feita da seguinte maneira: nas datas comemorativas, após as bênçãos das terças-feiras, oferecia os cartões que, além de ajudar os seminaristas pobres, continham uma mensagem do Evangelho. Falava sobre os nossos Seminários e suas dificuldades financeiras. Acentuava a ideia de que era muito melhor ajudar um me-
nino pobre que estava no Seminário do que dar uma esmola na rua, pois o mais importante, segundo o axioma popular, “não é dar o peixe, mas ensinar a pescar”. Já que os nossos seminaristas recebem uma formação integral do homem, se chegam ao sacerdócio, ótimo!, e se saem por não terem sido chamados para essa vocação, estariam preparados para outro caminho como bons cristãos, sendo úteis à sociedade e à pátria. Portanto, era uma esmola bem empregada. Os fiéis foram tomando consciência e correspondendo cada vez mais. E, assim, cada vez mais conscientizados, com grande alegria, participavam num crescendo, tanto no sentido de oração pelas vocações, como pela ajuda material. Devido, também, ao medo de serem roubados pelo “homem-aranha’ (ladrão que furtava prédios), até joias foram doadas para a Campanha. Em 1983 fizemos uma seleção
À esq. Maria Arieta, Frei Carmelo, Lea e Alice Ramos
de mensagens e desenhos num livro: “No Festival da Vida”, publicado pelas Vozes, aumentando ainda mais a renda “Pró-Vocações”. O movimento cresceu tanto que se tornou uma verdadeira pastoral devido ao atendimento espiritual dado aos colaboradores numa reciprocidade de relacionamento pessoal e cartas. Mais de 7.000 cartas foram escritas no decurso da Campanha. Senti, então, a necessidade de, numa ação de graças eucarística, unir a oração do sacerdote e dos benfeitores em torno desse movimento pró-vocações. Foi assim que surgiu a Missa das primeiras terças-feiras na intenção dos benfeitores da Campanha, Missa que foi tendo cada vez mais afluência e participação. Já há muito os donativos superavam a venda dos cartões e, então, a partir desses donativos foi sendo organizado um fichário. Ao encerrar a Campanha, esse fichário continha mil e duzentas fichas (fichário vivo - de colaboradores mensais) e três mil fichas (fichário morto, ou seja, pessoas que colaboravam uma ou outra vez). Deste fichário foram selecionadas umas setecentas fichas para dar o impulso inicial à obra Pró-Vocações, que se espalha, hoje, por toda a Província, por iniciativa de Frei Alberto Esteves. E... foi assim que a sementinha de ontem está produzindo frutos, hoje, pela Província afora... Em louvor de Cristo. Amém. Frei Floriano Surian Comunicações Setembro de 2018
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Fraternidades
Retiro reúne jovens franciscanos de Blumenau
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os dias 4 e 5 de agosto, em Blumenau, aconteceu o primeiro retiro de integração da Juventude Franciscana do Santuário Nossa Senhora Aparecida. O encontro teve apoio dos freis, que incentivam e ajudam na formação e coordenação do grupo. Também participaram do retiro muitos pais dos jovens e a comunidade. Cerca de 70 jovens participaram do evento. No primeiro dia tivemos atividades de aprofundamento e conhecimento da espiritualidade franciscana e da Jufra. Como palestrantes participaram no primeiro momento William Souza Mozerle, da OFS de Joinville e, na sequência, Felipe Viveiros da Rocha, de Florianópolis,
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que faz parte da coordenação estadual da Jufra. À noite o encerramento do dia foi com a celebração Taizé. Destacamos que os jovens querem que a sua formação seja alicerçada na espiritualidade franciscana. Jovens que cada vez mais se identificam com o carisma franciscano, na busca de saber quem foram São Francisco e Santa Clara. No domingo, dia 5, foi um dia marcado por palestras, testemunhos, dinâmicas que revigoraram os
jovens no ideal da alegria franciscana de transformar a vida e renovar o mundo. O momento mais significativo aconteceu no Santuário, na Missa das 19 horas, celebrada pelo Frei Nelson José Hillesheim, já que todo primeiro domingo é reservado à juventude. O destaque da celebração foi a participação, a alegria dos jovens, bem como a participação das famílias dos jovens e da comunidade. “Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível e de repente você estará fazendo o impossível”, lembranos São Francisco de Assis. Grupo de Jovens Franciscanos Filhos de Maria – Blumenau
Evangelização
CANARINHOS E ARAUTOS DO GRANDE REI NO XV CONGRESSO DE MENINOS CANTORES
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s Corais Canarinhos de Petrópolis (RJ) e Arautos do Grande Rei de Xaxim (SC) participaram do XV Congresso Regional Sudeste da Federação de Meninos Cantores do Brasil, realizado de 18 a 22 na cidade mineira de Juiz de Fora. A cerimônia de abertura foi realizada no Cine-Theatro Central, em concerto de gala do Coral Mater Verbi, dos Meninos Cantores da Academia, o anfitrião nesta edição do evento. A programação continuou nos dias 19 e 20, com apresentações no CineTheatro Central e no sábado (21), com a presença dos coros em paróquias da cidade. Todos os corais se reuniram no encerramento do Congresso, no domingo (22) às 10 horas, no grande concerto para 500 vozes durante a Santa Missa na Catedral, presidida pelo arcebispo metropolitano, Dom Gil Antônio Moreira.
Participaram do evento 13 coros federados e seis coros convidados. Ao todo, mais de 600 pessoas, entre maestros, diretores, instrumentistas e cantores fizeram da cidade mineira a capital da música. Segundo a Federação Nacional de Meninos Cantores do Brasil, a ideia é promover um intercâmbio entre os coros, estimulando e desenvolvendo a prática do canto coral. A Federação, sediada em Petrópolis, foi criada em 1967 e possui 15 coros federados. O Coral Canarinhos de Petrópolis, o tradicional grupo de Petrópolis, reforça sua trajetória na música sacra brasileira. Começou sua apresentação com a Ave Maria, de Villa Lobos. Criado em 1942, o coro, que é o mais antigo do Brasil, já formou cerca de três mil cantores e já gravou 18 álbuns. Os Canarinhos de Petrópolis cantaram três vezes para o Papa
João Paulo II, uma delas em 2000, sob regência do atual maestro, Marco Aurélio Lischt. O Coral Arautos do Grande Rei, de Xaxim, Santa Catarina, é o único a ser regido por uma mulher. Giseli Linhares rege o coro, que tem mais de 45 anos de história e há 25 produz um programa de rádio semanal. O grupo, fundado por Frei Afonso Vogel, falecido no ano passado, é o mais antigo da região sul do Brasil e foi o primeiro a permitir meninas em sua formação. Atualmente, o coral tem aproximadamente 30 cantores, de idades de 7 a 30 anos.
CAMPO LARGO TEM CANARINHOS O Coral Canarinhos de Campo Largo, do Paraná, será regido pelo Maestro Théo de Petrus, idealizador do projeto, em 1989, numa parceria entre a Prefeitura Municipal e a Escola Juventude de Campo Largo. Cinco anos depois, houve o desligamento, tornando-se a Associação dos Amigos dos Meninos Cantores de Campo Largo, instituição agregada à Federação Nacional dos Meninos Cantores do Brasil, cujos congressos o grupo frequenta todos os anos. O Coro participa de formaturas, casamentos, e eventos dos mais diversos tipos. Em sua sede, meninas e meninos da rede municipal de ensino, selecionados a cada ano, realizam três ensaios por semana. Além disso, recebem, gratuitamente, aulas de teoria, técnica Comunicações vocal, flauta doce e violino por duas Setembro de 2018 621 vezes na semana.
Evangelização
Frei Medella e o jeito franciscano de comunicar
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ma tarde franciscana. Foi assim o 7º encontro do Programa de Formação Permanente da Frente de Evangelização da Comunicação na quarta-feira, 8 de agosto. Através do tema “A Comunicação de Francisco”, Frei Gustavo Medella, coordenador da Frente da Comunicação, conduziu a reflexão por videoconferência com os colaboradores do Colégio Bom Jesus e FAE, de Curitiba (PR); Fundação Frei Rogério, de Curitibanos (SC); Fundação Celinauta, de Pato Branco (PR); Universidade São Francisco, de Bragança Paulista (SP); Serviço Franciscano de Solidariedade – Sefras (SP) e da Sede Provincial (SP). Para Frei Gustavo, este momento formativo teve como proposta identificar elementos da vida, dos ensinamentos de São Francisco que possam nortear a “nossa comunicação” enquanto comunidades ligadas ao modo franciscano. Primeiro, observa o frade, é preciso entendermos a comunicação como possibilidade de encontro, como relação e como “construção de pontes”, expressão que o Papa Francisco gosta
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muito de usar. “Nós podemos nos inspirar em diversos encontros durante a vida de Francisco, mas aqui vamos nos ater especialmente a dois: o chamado encontro de Francisco com Cristo, através do Crucifixo de São Damião, e o abraço ao leproso”, adiantou. “No primeiro, Francisco em oração diante do Crucifixo foi capaz de ouvir os apelos que Cristo lhe fez. Também podemos ouvir os apelos de nossa realidade. De que maneira temos elementos, maneiras para ouvir os apelos que nossa realidade nos faz?”, questionou o frade. “Nós sabemos que o bom comunicador é necessariamente também um bom ouvinte. Ouvinte no sentido de alguém que busca compreender, receber, elaborar e dar significado aos sinais da realidade e, a partir desses sinais, orientar sua prática, orientar inclusive o conteúdo da sua comunicação. Nossos ouvidos estão treinados para identificar os apelos que nos chegam?”, reforçou.
Profissionais da Fundação Frei Rogério de Curitibanos (SC)
No segundo exemplo, Frei Medella explicou antes o que significava
ser leproso no contexto da Idade Média. “Primeiro era uma doença que não tinha cura. Hoje temos tratamentos e profilaxias para a chamada hanseníase. Mas naquele tempo, a lepra de fato degenerava a pessoa, que apodrecia em vida. Uma vez acometida por essa enfermidade, ela era totalmente isolada do convívio social. As pessoas portadoras dessa doença viviam fora do contexto da cidade, viviam nas florestas, à margem da sociedade e abandonadas. Suas feridas cheiravam mal e elas não tinham meios de subsistência, de higiene. Então, eram figuras que causavam repulsa. Inclusive em Francisco. No entanto, no seu processo de conversão, ele foi capaz de vencer esse nojo, esse asco em relação à figura do leproso e, motivado por um ideal maior, depois de perceber que aquele leproso podia ser a figura do Cristo que sofreu na cruz e que continua sofrendo na figura das pessoas mais desamparadas, foi capaz de abraçar e beijar aquele leproso e se colocou no meio dos leprosos. E, a partir desse momento, ele descreve no seu Testamento assim: ‘Depois daquele gesto, o que era amargo para mim se tornou doce’. O leproso não deixou de cheirar mal, não deixou de ser aquela figura, mas Francisco conseguiu dar esse passo. Conseguiu ir ao encontro e perceber, naquele ser humano, um filho amado de Deus, digno de sua atenção, de seu carinho e da sua solidariedade”, situou, fazendo novos questionamentos: Como expressamos em nossa comunicação o compromisso com os últimos de nosso tempo? Quem são os leprosos de hoje? E de que maneira eles são atendidos, são contemplados em nossa comunicação, seja pelos meios tradicionais de
Evangelização
rádio e televisão, seja em nossas ações comunicativas em nossas diferentes presenças, em outras entidades, e na vida da educação? Frei Gustavo, num segundo momento, questionou o que se pretende transmitir nos telejornais e programas, na internet ou redes sociais. Francisco vivia em comunicação íntima com Deus e, já em vida, tornou-se capaz de comunicar, àqueles que com ele estavam, a presença viva do Senhor pois, conforme descreve um de seus biógrafos, “trazia Jesus no coração, na boca, nos ouvidos, nos olhos, nas mãos, nos sentimentos e em todos os demais membros (cf. I Cel 9,115)”. Depois, falando do texto de São Francisco no qual ele faz uma saudação às diferentes virtudes, entre elas a sabedoria, a simplicidade, a pobreza, a humildade, a caridade e a obediência, lembrou que elas não são apenas ideias abstratas, mas tomam corpo à medida em que se encarnam em histórias reais de pessoais reais. “Temos
procurado privilegiar a história e o exemplo de pessoas virtuosas que se destacam pela ousadia, pelo entusiasmo, pela generosidade e pelo desprendimento? Onde e como podemos encontrar tais pessoas?”, emendou.
Marília, Marina e Juliano, profissionais do Colégio Bom Jesus e FAE (PR)
Juliano Zemuner, da equipe de comunicação do Bom Jesus, lembrou um exemplo no Colégio Bom Jesus de Vacaria (RS), onde um professor, ao falar sobre São Francisco de Assis aos alunos, promoveu uma ação comunitária, que cresceu e se expandiu além do campo educacional. Já Ari Ignácio de Lima, coordenador de Jornalismo da TV Sudoeste, contou que recentemente fez uma reportagem num assentamento de “sem terras”, em Mangueirinha (PR), onde há 26 anos tinha registrado o começo do trabalho para a formação da nova comunidade. “Hoje ela é organizada, com famílias
estruturadas, filhos na universidade ou já formados, até médicos já saíram de lá. Uma reportagem que me realizou como profissional e que vem ao encontro da nossa missão de promover boas práticas. Como eu gostaria de ter uma dessas por dia...”, desejou o comunicador. Dentro dessa sintonia com o fundador da Ordem Franciscana, Frei Medella também abordou o compromisso com a ecologia, o cuidado do meio ambiente, a cultura da paz e também da promoção do diálogo. “Francisco possuía uma incrível habilidade de dialogar e promover o diálogo”, lembrou o frade. “Como nossa comunicação tem contribuído para a construção da paz no trânsito, nas famílias, nos ambientes de trabalho, etc?”, perguntou Frei Medella. Ana Paula Moreira, jornalista da Universidade São Francisco, lembrou as atividades da USF com a comunidade, destacando a VII Semana Jurídica sobre os 70 Anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, com o tema “O Direito de todas as faces. As faces do Direito”, que seria realizada no Campus Itatiba, de 22 a 23 de agosto, das 09h30 às 11h, e no período noturno de 21 a 24 de agosto, das 19h30 às 22h. Frei Medella frisou a importância de discutir a questão dos direitos humanos, exatamente quando a sociedade brasileira dissemina discursos de ódio, preconceito e violência. “A nossa evangelização não pode passar ao largo. Nosso exercício profissional de comunidades franciscanas não pode desconsiderar o tema. No caso, se nós nos fechamos ou não damos atenção a esse tipo de temática, não estamos fazendo como Francisco que soube ouvir o Crucifixo de São Damião e, de certa maneira, estamos nos tornando até indiferentes aos apelos que a vida nos apresenta”, completou o frade. Moacir Beggo Comunicações Setembro de 2018
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Evangelização
Minuto da Família estreia na TV Sudoeste e no rádio
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m sintonia com o Ano Nacional do Laicato, o Mês Vocacional e a Semana da Família, a Fundação Celinauta lançou, neste mês de agosto, o Programa “Minuto da Família”. De acordo com o Diretor Presidente da Fundação Cultural Celinauta, Frei Neuri Francisco Reinisch, a iniciativa surgiu dentro da perspectiva de agregar conteúdo evangelizador para as emissoras das Fundações Celinauta (Pato Branco) e Frei Rogério (Curitibanos). O programa vai ao ar diariamente em diferentes horários e também pode ser acompanhado pelas redes sociais, no endereço
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facebook.com/tvsudoesteparana. A produção e a apresentação estão por conta de Sebastião Moraes Rodrigues, da equipe da Fundação Celinauta. Com textos curtos, o programa aborda questões diversas em torno da temática da família, como a importância do diálogo, a necessidade da prática do perdão, a responsabilidade de cada membro da família, entre outros muitos assuntos. Moraes explica ainda que, para redigir os textos, buscou inspiração em livros bíblicos, especialmente Provérbios, Eclesiástico e Sabedoria, em textos avulsos de educadores e em “lições retiradas da escola da
vida, dos bons exemplos de membros da comunidade”, recorda. O objetivo da série é oferecer elementos para a reflexão dos telespectadores e ouvintes e ajudá-los a viver com mais qualidade e empenho as relações familiares. Para Moraes, que também é pai de família, um dos maiores desafios para os pais hoje é se fazerem ouvir pelos filhos. “Os apelos do mundo estão se tornando mais fortes do que as palavras sábias dos pais”, adverte. Além de ir ao ar pelas emissoras ligadas à Província, o programa também está à disposição de outros veículos de comunicação.
Evangelização SEFRAS
CASA DE CLARA CELEBRA 22 ANOS
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Casa de Clara (Sefras Idoso) completou 22 anos de serviço no dia 11/08. E para comemorar toda essa trajetória de trabalho, foi realizada uma confraternização com os participantes e trabalhadores. Nesses longos anos de atividade, o serviço sempre buscou contribuir com o processo de envelhecimento ativo e saudável através de múltiplas atividades, contribuindo assim para o fortalecimento de vínculos sociais, comunitários e familiares entre os participantes. As atividades tiveram início com uma mística e espiritualidade falando sobre Santa Clara, de quem o serviço recebeu o nome. “Exatamente neste dia em que celebramos os 22 anos do serviço, a Igreja Católica faz memória dessa mulher que tem muito a ensinar
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também para o mundo de hoje. Clara de nome, mais clara por sua vida e claríssima de virtudes”, comentou a psicóloga do serviço, Ir. Fátima Oliveira. Para encerrar as atividades, o diretor presidente do Sefras, Frei José Francisco fez a bênção dos ícones dos Crucifixos de São Damião, Santa Cla-
ra e Francisco de Assis. “Esses quadros foram colocados no espaço como sinal e presença da espiritualidade franciscana. Este é um momento muito importante, celebrar o aniversário da Casa de Clara e celebrar os 22 anos do trabalho do Sefras com a demanda idosa”, destacou.
Cefran inaugura novo espaço
Cefran (Centro Franciscano de Luta contra a Aids – Sefras Prevenção) está de casa nova. O serviço atende agora na Rua Japurá, 212, no bairro da Bela Vista, Centro – São Paulo. No dia 20 de julho, uma celebração marcou esse momento. Marcia Elizabeth, coordenadora do serviço, lembrou a música “O tempo não para”, do cantor Cazuza, que reflete exatamente o atual momento do serviço. “Assim como na música, esse tempo pode ser de amor, ódio, luz, escuridão, temeroso, democrático e também de doença, cura e possibilidade de controle da epidemia. E podemos sentir esse tempo linear, com passado, presente e futuro, e com isso construímos a nossa história no de-
correr desse tempo”, pontua. O Cefran foi criado no dia 03 de setembro de 1994, momento em que a sociedade vivia o medo da epidemia da Aids, principalmente por não saberem exatamente o que era a doença. “Com isso surgiu a necessidade do Sefras pensar um serviço voltado para cuidar dessa população que naquele momento era a mais vulnerável”. Frei José Francisco, falou sobre o desfio que o Cefran enfrentou ao longo desses anos até a conquista de seu novo espaço. “Essa mudança de paradig-
ma, acompanhar a epidemia dentro do Sefras e do Cefran não foi fácil, foi uma luta grande, porque tem uma dimensão apaixonada pelo trabalho para que possa acontecer de forma eficiente, mas também temos essa exigência de vir reconfigurando com o tempo”, disse. Comunicações Setembro de 2018
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Evangelização
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15ª ASSEMBLEIA DO SEFRAS
rades e trabalhadores do Sefras se reuniram de 30 de julho a 2 de agosto, no espaço do serviço em Tanguá (RJ), para avaliar o triênio 2016-2018 e apontar as prioridades de ação os próximos três anos. O plano para para o sexênio foi atualizado com as indicações dos desafios para os próximos três anos; ação fundamental levandose em conta as mudanças conjunturais dos últimos tempos. Para subsidiar estas reflexões, a Assembleia contou com a presença de Tobias, da Pastoral de Fé e Política do Rio de Janeiro, que analisou a conjuntura apontando os desafios do tempo presente. Também a importância de não perdermos a esperança diante de tantos desafios, “pois quem está nesta área deve ser movido pela esperança que nos impulsiona a agir”. Também os participantes da Assembleia refletiram sobre o trabalho socioeducativo e a organização de seis
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eixos orientadores para o trabalho. Segundo a coordenadora do setor técnico, Rosangela Pezoti, durante as reuniões da coordenação ampliada, que envolve a coordenação do Sefras e as coordenações dos serviços, se amadureceu a necessidade de uma maior organização do trabalho socioeducativo nos serviços a partir de seis eixos norteadores: Casa Comum; mística e espiritualidade; arte e cultura; esporte e lazer; alimentação e política. “São eixos que entendemos fundamentais para compor o trabalho socioeducativo e que estão em sintonia com a missão do Sefras”, destacou. Ainda de acordo com a coordenadora, esse material prévio, elaborado neste encontro, será aprofundado e sistematizado para servir de guia do trabalho socioeducativo. “Então, saímos da assembleia com propostas amarradas já para esse ano e para o próximo triênio”, conclui Rosangela. Para o diretor presidente do Se-
fras, Frei José Francisco, muito se avançou nas propostas do Sefras mas ainda faltam alguns pontos como a questão da organização institucional. “Percebemos que, dentro do contexto da crise econômica que estamos vivendo, alguns desafios ainda prevalecem, como a sustentabilidade institucional e o acompanhamento da nova configuração social promovida pelas redes sociais”, avalia Frei José. Na avaliação dos últimos três anos, o frade destaca a abertura dos serviços aos imigrantes. “Conseguimos durante esse período abrir uma frente de diálogo e trabalho com a população imigrante, que desafia não só nossa realidade em São Paulo e no Rio de Janeiro, onde estamos presentes, mas atinge toda uma situação global”, acrescenta. O coordenador do Sefras destacou também a melhoria das estruturas do Sefras. “Vários serviços passaram por reformas, adequações
Evangelização
e qualificações dos espaços. Conseguimos nesses anos qualificar o ambiente de trabalho onde acolhemos a população de rua, com HIV/Aids, imigrantes, idosos e o projeto com crianças em Tanguá. Todos tiveram melhorias e investimentos. Também tivemos a mudança para a nova sede do Sefras, um novo espaço para administrar toda a demanda de trabalhos na Associação Franciscana”, informou. Segundo ele, durante esses três dias foram colocadas em pauta questões importantes e desafiadoras para o
serviço, como é caso dos eixos socioeducativos. “Penso que esses dias em Tanguá trouxeram para o Sefras outra discussão muito importante, que é a dimensão socioeducativa, tratada pela primeira vez em assembleia”. “Colocamos em pauta como desenvolver uma atividade de intervenção social, sobretudo nessas realidades de conflito, que é nosso campo de atuação. São pautas relevantes e penso que caminhamos bastante dentro dessa perspectiva. Tivemos uma participação muito satisfatória, com presença de todos os serviços, com
uma boa interação e debates. Penso que estamos voltando para casa com uma grande tarefa: planejar para colocar em prática todas as coisas que foram debatidas na assembleia e que servirão para o desenvolvimento do Sefras nos próximos três anos”, frisa. Os trabalhos foram concluídos com a revisão do regimento interno e o questionário a ser encaminhado para a Comissão Preparatória do Capítulo Provincial. Assessoria de Comunicação do Sefras
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Evangelização PROJETO FAE SOCIAL
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Educando para o humanismo solidário
educação é, antes de tudo, um modo de acolher, sentir, amar e promover a formação integral do ser humano. A educação no âmbito do ensino superior é uma das etapas em que mais se procura
tender a mão aos mais necessitados. O Projeto FAE Social, implantado durante o Encontro Docente do mês de julho último, já conta com várias ações sendo desenvolvidas por professores e alunos de diferentes cursos em sala de aula.
sociais de uma instituição de ensino superior precisam estar essencialmente alicerçadas em pelo menos quatro pilares: 1.º) o interior consigo mesmo; 2.º) o solidário com os outros; 3.º) o cuidado do meio ambiente; 4.º) e o espiritual com Deus.
oportunizar e consolidar o pleno desenvolvimento do ser humano por meio de uma formação acadêmica, relacional, profissional, socioeducativa e religiosa. A FAE Centro Universitário tem se distinguido consideravelmente já há mais de seis décadas em relação a esse ideário universitário e formativo. Tem a FAE envidado esforços para oferecer aos seus alunos uma ampla formação acadêmica, franciscana e profissional, a ponto de mobilizá-los a fazer novas leituras da realidade e, principalmente, a es-
Os pilares do Projeto FAE Social – A missão assumida pela FAE de educar para a promoção de uma sociedade justa, sustentável e feliz encontra-se, por assim dizer, alinhada ao ideário de São Francisco de Assis cujo coração, há mais de 800 anos, “estava todo voltado para ver, ouvir e servir os pobres.” (LTC, Cap. 3, n. 9). É em São Francisco de Assis que o Projeto FAE Social se inspira e ousadamente alinha cada uma das ações que almeja desenvolver em prol de um humanismo cada vez mais solidário. As ações
É com base nestes quatro pilares que o Projeto FAE Social foi elaborado no intuito de oportunizar, aos menos favorecidos da sociedade, ações capazes de contribuir para a minimização das desigualdades, das fraturas sociais e dos problemas ambientais; ações voltadas à defesa e promoção dos direitos humanos, à igualdade étnico-racial, à valorização da diversidade, ao cuidado do meio ambiente, da memória cultural, da produção artística e do patrimônio cultural; ações, enfim, de inclusão e empreendedorismo
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Evangelização para a melhoria das condições de vida da população. Os objetivos do Projeto FAE Social – O objetivo geral deste Projeto é contribuir para a conscientização da comunidade acadêmica universitária da FAE em prol do desenvolvimento de atividades de cunho socioeducativo no âmbito do ensino, da pesquisa e da extensão, contemplando os distintos níveis do equilíbrio social: ação socioeducativa em benefício da comunidade; o solidário com os outros; o cuidado do meio ambiente; o interior consigo mesmo; e o espiritual com Deus. Em termos de objetivos específicos, atenta-se para: 1.º) traduzir a missão, os objetivos, as metas da FAE em ações institucionais por meio dos projetos socioeducativos em benefício da comunidade e do meio ambiente; 2.º) traduzir o ideário educacional da FAE em ações voltadas à defesa e promoção dos direitos humanos, à igualdade étnico-racial, à valorização da diversidade, do meio ambiente, da memória cultural, da produção artística e do patrimônio cultural; 3.º) promover ações de inclusão e empreendedorismo para a melhoria das condições de vida da população que contribuam para a minimização das desigualdades, das fraturas sociais e dos problemas ambientais. Os referidos objetivos foram assim constituídos a modo de contraponto às inquietações que eclodem do atual contexto que vivemos, marcado pela cultura do descarte, pela contaminação das fontes de água (poluição), pela deterioração
da qualidade da vida humana e da biodiversidade, pela degradação social alimentada pela corrupção e a falta de ética, pela insensibilidade para com os mais pobres e marginalizados, pelas polarizações políticas e oscilações econômicas e pela globalização de determinados problemas, tais como o desemprego, a exclusão social, o empobrecimento de uma significativa parcela da população, a relativização de referenciais humanos e religiosos, entre outros. Educar para a promoção de uma sociedade justa, sustentável e feliz significa, nesse sentido, formar pessoas comprometidas com o fim das mazelas do meio social em que estão inseridas, a ponto de equalizar qualidade acadêmica, diálogo entre o ensino, a pesquisa e a extensão, articulação entre a teoria e a prática.
Acesse e confira algumas das ações do FAE Social em:
http://fae.edu/sobre-a-fae/fae-social.vm http://fae.edu/noticias-e-eventos/ evento/111962157/trote-solidario2-semestre.htm http://fae.edu/noticias-e-eventos/ noticia/120472068/compartilhando-conhecimento.htm http://fae.edu/noticias-e-eventos/ noticia/119364923/amansamos-o -leao.htm Esperanças em relação ao Projeto FAE Social – O cotidiano de uma Instituição de Ensino se apresenta como chance de aprendizado e de troca de saberes. O Projeto FAE Social espera estabelecer uma ponte entre a teoria e a prática, entre a academia e os menos favorecidos, por meio do desenvolvimento de ações, no mínimo, capazes de ajudá-los a resgatar sua dignidade humana. É com base na sua identidade
franciscana que a FAE busca oportunizar à comunidade acadêmica, ao longo do ano letivo, o desenvolvimento de um conjunto de ações em benefício dos menos favorecidos da sociedade. Dessa maneira, a FAE muito se empenha na formação de profissionais comprometidos com a promoção do bem-estar social, privilegiando iniciativas capazes de resgatar a dignidade humana dos mais desvalidos. O resultado do Projeto FAE Social pode ser mensurado por meio das milhares de pessoas de baixa ou de nenhuma renda já atendidas por meio de projetos gratuitos ou de baixo custo, como os suportes jurídicos oferecidos pelo Núcleo de Prática Jurídica, a consultoria sobre Imposto de Renda do Amansando o Leão, os atendimentos psicológicos do Serviço-escola PsicoFAE, as ações voluntárias e de ajuda humanitária da Pastoral Universitária, dentre outras dezenas de iniciativas. A ampliação de uma cultura universitária voltada para o desenvolvimento do humanismo solidário é uma das melhores definições do Projeto FAE Social. “Se temos de esperar, que seja para colher a semente boa que lançamos hoje no solo da vida; se for para semear, então que seja para produzir milhões de sorrisos e de solidariedade”, dizia Cora Coralina. A parcela mais pobre da população sente bem mais do que as classes abastadas os impactos da luta pela sobrevivência. Espera-se, por isso, que a FAE, cuja missão está pautada no legado de Francisco de Assis, contribua para a transformação da realidade, nela intervindo de diferentes maneiras. Fraternalmente, Frei Claudino Gilz Comunicações Setembro de 2018
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Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil NOTÍCIAS DA REUNIÃO DO DEFINITÓRIO PROVINCIAL São Paulo, 14 e 15 de agosto de 2018
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eunidos às 9h00 do dia 14 de agosto, na Sede Provincial, em São Paulo, os Definidores deram início à sua penúltima reunião do triênio. Frei Fidêncio acolheu a todos, inclusive o Visitador Geral presente, e convidou-os a rezarem a primeira oração pelo Capítulo Provincial, composta por Frei Alberto Eckel, uma paráfrase da Oração pela Paz. E invocaram a luz do Espírito Santo em vista do bom êxito dos trabalhos. Dessa vez, Frei Fidêncio mesmo foi o moderador das sessões do Definitório. Grande parte dos assuntos nelas tratados segue abaixo.
também o interesse de favorecer o “diálogo” entre os três documentos: Instrumento de Trabalho, Relatório do Visitador Geral e Relatório do Ministro Provincial. Na questão do Redimensionamento, será preciso levar em consideração, entre outras coisas, o que a Igreja e a Ordem pedem de nós. Haverá uma reunião extra da Comissão no dia 25 de setembro. Na página 635 destas Comunicações há matéria do secretário da Comissão.
2) Capítulo Provincial – confrades inscritos Os Definidores apreciaram a lista dos professos solenes que se inscreveram para Capítulo de novembro próximo, tanto os que participam por dever de ofício como os que o fazem por livre escolha. O Visitador também convidou para participarem do Capítulo dois frades professos temporários do Tempo da Filosofia e dois do Tempo da Teologia, assim como dois frades que fazem o Ano Missionário.
3) Encontro dos Frades Estudantes - notícias
1) Capítulo Provincial – Comissão Preparatória Frei Gustavo, presidente da comissão preparatória do Capítulo Provincial 2018, relatou como havia sido a reunião do dia 13, também na Sede Provincial. Destacou que o trabalho principal tinha sido em torno do instrumento de consulta às fraternidades, base para o Instrumento de Trabalho do Capítulo. Há preocupação quanto à redação e à dinâmica de abordagem no Capítulo. Serão levadas em consideração as contribuições feitas por parte de leigos e de jovens, colhidas em encontros das Frentes de Evangelização e Encontros das Juventudes. A pergunta que se coloca é como eles nos veem e como podem estar mais presentes em nossa missão evangelizadora. Há
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Publicada já no site da Província, há matéria sobre o Encontro dos Frades Estudantes, realizado de 1º a 5 de agosto em Agudos, nestas Comunicações de setembro. Frei João Francisco fez um relato aos Definidores sobre o Encontro, ressaltando ter sido um tempo oportuno de entrosamento, estudo, oração e partilha entre os frades das etapas da Filosofia e Teologia que demonstraram interesse, preocupação e se propõem a um maior comprometimento com a Formação e as Frentes de Evangelização da Província.
4) Ano Missionário - impressões O Encontro dos Frades Estudantes promoveu reflexão acerca do Ano Missionário, experiência que atualmente acontece entre as etapas da Filosofia e da Teologia. Os frades que já passaram pela experiência puderam externar suas impressões, pontuando os pontos positivos e também as situações que carecem de maior atenção. Como positivo, apareceu a confiança que lhes é creditada nas fraternida-
Definitório Provincial des e também a riqueza de poderem atuar nas Frentes de Evangelização, o que favorece uma visão mais madura das realidades provinciais. Já quanto a questões que merecem atenção, foram citadas: falta de formação nas fraternidades, segundo o que preveem as diretrizes da Formação e Estudos da Província; falta de clareza e comunicação sobre os objetivos do Ano Missionário, tanto entre os próprios formandos como em algumas fraternidades que os acolhem.
5) Experiência “Reviver o dom da vocação” participantes Ao número de participantes do “Reviver o dom da vocação”, em Assis e na Terra Santa, anunciados no Definitório passado, acrescente-se o nome de Frei Alexandre Magno Cordeiro da Silva. Frei Diego Atalino de Melo será o coordenador da experiência que acontecerá em maio e junho do ano que vem.
6) Frei Tiago Gomes Elias - transferência Por problemas com o visto de permanência em Angola, Frei Tiago teve que interromper seu Ano Missionário na FIMDA. Ele continuará tal experiência junto à Fraternidade N. Senhora da Boa Viagem, na Rocinha, no Rio de Janeiro, para onde ele foi transferido.
7) Frei Leonardo Pinto dos Santos - transferência Frei Leonardo, após o período de um ano na missão da Ordem no Sudão do Sul, foi transferido, a partir de 31 de agosto, para a Fraternidade São José, Postulantado Frei Galvão, de Guaratinguetá, até o Congresso Capitular, para serviços fraternos.
8) OFS – nova fraternidade e nomeação 1. No dia 11 de agosto, Frei Fidêncio esteve em Venda das Pedras, em Itaboraí, RJ, para a ereção canônica da Fraternidade OFS Santa Clara, na paróquia São Pedro Apóstolo. 2. Irmã Vera Maria de Campos foi nomeada assistente espiritual da Fraternidade OFS Nossa Senhora das Graças, de Guaratinguetá.
9) Eremitério Frei Egídio – carta de Frei Emílio Rocha Grande Frei Emílio escreveu carta, em 6 de junho, agradecendo as informações recebidas sobre o Eremitério de Rodeio, como resposta à solicitação do Frei Júlio Bunader, Vigário Geral. Frei Emílio é membro da comissão da Ordem para a Oração e Devoção, encarregada de atender à Decisão 7
do último Capítulo Geral: “O Definitório Geral encoraje, com a publicação de Linhas indicativas e de caminhos concretos, cada Entidade, ou ao menos cada Conferência, a constituir uma fraternidade de eremitério ou casa de oração (cf. EEGG 15,1), particularmente dedicada à vida de oração e devoção. Seja permitido aos frades dedicar tempo e formação a um estilo de oração franciscana que possa ser útil também para as outras fraternidades”. Frei Júlio se mostrou contente ao saber do desejo de alguns irmãos de que a partir do Capítulo Provincial de 2018 se constitua no eremitério uma fraternidade que dê vida a um projeto marcadamente centrado na oração.
10) Frades licenciados e exclaustrados - decretos 1. Frei Antenor Camilo Militão: recebeu licença do Definitório Provincial para morar fora da Fraternidade provincial por um ano. Em carta de 30 de julho, Dom Pedro Cunha Cruz, bispo de Campanha, MG, acolhera a Frei Antenor para experiência de um ano. Frei Antenor será vigário paroquial na Paróquia de Cruzília, MG. 2. Frei Tadeu Luiz Fernandes: em decreto de 19 de julho de 2018, o Ministro Geral Frei Michael Perry concedeu a Frei Tadeu o indulto de exclaustração por três anos. Em 18 de maio de 2018, Frei Tadeu fora acolhido por Dom Pedro Cunha Cruz, bispo de Campanha, MG, para experiência em vista de incardinação.
11) Agenda 2018 – acréscimos e alterações (Confira na última página destas Comunicações)
12) Autorizações de viagem Por motivos diversos, receberam autorização para viajar ao Exterior: Frei José Francisco de Cássia dos Santos, Frei Claudino Gilz e Frei Ivo Müller.
Encerramento Às 11h45 do dia 15, Frei Fidêncio agradeceu a colaboração de todos os Definidores, e, especialmente, a de Frei Miguel, Visitador Geral, que realizará nos próximos dias a última etapa da Visita Canônica. Frei Fidêncio lembrou os grandes desafios e também as belas missões que a Província leva adiante no dia a dia das fraternidades. Convidou a todos a darem glórias à Santíssima Trindade, e, por fim, invocou a bênção de Deus, nas palavras de São Francisco. Frei Walter de Carvalho Júnior secretário Comunicações Setembro de 2018
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4ª REUNIÃO DA COMISSÃO PREPARATÓRIA DO CAPÍTULO PROVINCIAL
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o dia 13 de agosto, os membros da Comissão Preparatória do Capítulo Provincial se reuniu mais uma vez, na Sede Provincial, para dar andamento à confecção do Instrumento de Trabalho que norteará as discussões da assembleia capitular, e outras decisões cabíveis aos preparativos do mesmo. O material devolvido pelos Regionais da Província revelou um grande interesse das fraternidades em contribuir com a reflexão sobre o modo como vivemos e testemunhamos a Minoridade em nossas áreas de atuação e presenças fraternas, assim como demonstrar com lucidez em que aspectos ainda podemos avançar para que esta característica de nossa fraternidade seja melhor evidenciada e com coerência. Os trabalhos que envolveram a organização do material enviado têm se focado em distinguir os diversos posicionamentos sobre nossos pontos fortes e fragilidades, de modo que evidenciem as linhas comuns de leitura
que perpassam grande parte da Província. Deste modo, tem sido possível delinear o que entendemos por Minoridade (após tantas reflexões promovidas), o modo como abraçamos as prioridades assumidas no Capítulo Provincial anterior e como estas constatações nos levam a encarar e repropor nossas presenças e modos de continuar nossa permanente formação e novo modo de evangelizar. Somadas a este material dos Regionais, o Instrumento de Trabalho já recebeu as contribuições do Encontro dos Frades Estudantes, de lideranças da Juventude com quem o SAV vem trabalhando nos últimos anos e das reuniões das Frentes de Evangelização. Essa contribuição contemplará outras perspectivas sobre o nosso modo de presença, testemunho de vida e capacidade de trabalhar em conjunto com os leigos. Nas diversas propostas que vieram das contribuições, estão presentes sugestões e questionamentos sobre: o redimensionamento pessoal de cada
confrade; o modelo de Formação Permanente; o Serviço de Animação Vocacional; o processo da Formação Inicial; a Evangelização; a organização provincial (distribuição dos serviços nas fraternidades e atenção aos idosos/enfermos, bem como sobre o modelo dos Regionais). No decorrer deste triênio, propostas de novas presenças têm sido amadurecidas, assim como os critérios que norteiam as entregas de fraternidades. Além do Instrumento Trabalho, alguns dos membros assumiram a tarefa de organizar os grupos de discussão e equipes de trabalho necessárias para a execução das diversas atividades do Capítulo Provincial. A Comissão Preparatória se reunirá novamente nos dias 25 de setembro e 15-16 de outubro. Continuemos unidos em orações pela boa preparação e celebração de nosso Capítulo Provincial. Que o Senhor nos dê a paz! Frei Rodrigo da Silva Santos Comunicações Setembro de 2018
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Festa das Irmãs Clarissas da Gávea é mais longa
ara as Irmãs Clarissas da Gávea, a festa de Santa Clara de Assis terminou só no domingo, 12 de agosto, com o encerramento do Ano Jubilar dos 90 anos de fundação do Mosteiro. Este momento de ação de graças foi celebrado solenemente durante a Eucaristia presidida pelo Ministro Provincial da Imaculada Conceição, Frei Fidêncio Vanboemmel, e concelebrado pelo guardião do Convento Santo Antônio, Frei José Pereira. Além das Irmãs da Fraternidade local, estavam presentes religiosos e religiosas, franciscanos seculares e fiéis que todos os domingos participam da Missa das 11 horas. No dia 25 de setembro de 1928, por iniciativa da Província Franciscana da Imaculada Conceição, após uma longa e feliz viagem de navio,
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aportaram no Rio de Janeiro as oito irmãs – vindas de Düsseldorf, Alemanha – escolhidas para restaurar a Ordem de Santa Clara no Brasil com a fundação do Mosteiro Nossa
Senhora dos Anjos da Porciúncula. “É com muita alegria, e em nome de toda a Província Franciscana da Imaculada Conceição, que estamos aqui participando da Celebração de encerramento do ano jubilar desta presença contemplativa aqui na cidade do Rio de Janeiro, particularmente na Gávea. Nos alegramos com as irmãs, nos alegramos com toda a Igreja, nos alegramos porque temos a graça de celebrar Santa Clara de Assis, que tem muito a dizer a todos nós e à Igreja nesse tempo do Papa Francisco. Ela que, mais do que ninguém, foi a continuadora dos ideais de São Francisco depois de sua morte”, disse Frei Fidêncio. O Ministro Provincial, sempre muito à vontade para falar da espiritualidade franciscana, encantou as Clarissas com sua reflexão. A partir
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da leitura do profeta Oseias, quando Deus atrai para o deserto o povo de Israel para lhe falar ao coração e celebrar com ele os esponsais místicos, o celebrante destacou a similaridade com a espiritualidade de Santa Clara. “Sabemos bem que Clara abandona a segurança da casa paterna, a segurança da vida nobre que ela vivia, para viver num pequeno mosteiro, numa casa fora dos muros da proteção de uma cidade, numa casa à beira da estrada. Clara abandona os esponsais terrenos, o matrimônio prometido, para iniciar, a partir da conversão, um ritual novo de esponsais, um ritual novo de matrimônio. E o lugar de deserto para ela é o pequeno mosteiro de São Damião. É lá neste deserto, com as irmãs, que Clara faz a experiência do ouvir Deus falar ao coração”, disse. Mas, segundo o Ministro Provincial, nem tudo foi simples. “Para poder clarear essa fala de Deus foi
necessário, em primeiro lugar, a renúncia de tudo, o abandono de toda segurança humana, para se colocar por inteira nas mãos da Divina Providência e aos cuidados do Senhor”, explicou. Só assim, no dia a dia da consagração, elas realizaram o ritual místico do enamoramento com o Cristo pobre, humilde e crucificado.
“Então, para serem merecedoras desse esposo, para ouvirem Deus falar ao coração, cada uma deveria se colocar, a cada dia, diante do mistério de Cristo e deixar-se encantar,
deixar-se enamorar, deixar-se apaixonar por aquelas virtudes que Clara acha fundamentais para ser esposa de fato”, ensinou o celebrante.
PERMANECER NO AMOR DE CRISTO
Com o evangelista São João, que nos convida a permanecermos no amor de Cristo, continuou a sua reflexão dizendo que Clara fazia isso no cotidiano do mosteiro de São Damião. “Permanecer em Cristo é deixar-se perpassar por este amor de Jesus Cristo. Permanecer em Cristo é fazer com que a fraternidade, a comunidade, esteja unida continuamente nesse tronco da videira. Porque desse tronco brota a seiva, brota a mística, brota o amor, brota a pobreza, brota a caridade, brota a humildade que, vividos fraternalmente, geram frutos”, ressaltou, citando a Carta do Ministro Geral, Frei Michael Perry, escrita para o Comunicações Setembro de 2018
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Dia de Santa Clara de Assis, quando ele fala que permanecer em Cristo é criar esse discernimento para chegar a um caminho de purificação. E ele fala de três purificações: a purificação do olhar, do coração e da vontade. “Vivemos em um mundo de muita artificialidade, de muitas imagens e, muitas vezes, de falsas imagens. Clara diz para as irmãs: ‘Olhe bem dentro desse Espelho, que é Jesus Cristo’”, disse Frei Fidêncio, acrescentando que Clara e as irmãs seguiam a vontade que estava na Palavra de Deus. Referindo-se à leitura que São Paulo aos Coríntios (Deus fez brilhar a luz em nossos corações, para que se conheça em todo o seu esplendor a glória de Deus, que se reflete no rosto de Cristo), lembrou que a fragilidade nossa não impede a ação da graça de Deus. “Clara tem consciência disso a tal ponto que ela
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chega a escrever para Santa Inês de Praga, dizendo: “Nossa carne não é carne de bronze; a nossa força não é de uma pedra, ao contrário, somos frágeis, propensos a toda fraqueza do corpo. Mas assim mesmo Deus acredita, Deus confia”, situou. Frei Fidêncio terminou sua ho-
milia tendo como base a Exortação Apostólica “Gaudete et Exsultate,” sobre o chamado à santidade no mundo atual, destacando a citação do Papa: a santidade é feita da aber-
tura habitual à transcendência. “Na vida contemplativa, mesmo na nossa vida apostólica, nossa vida diária, se quisermos ser santos, precisamos aprender com São Francisco e Santa Clara o que significa essa abertura do coração à transcendência de Deus. E mais ainda: a santidade deve ser buscada, procurada todos os dias, naquilo que nós fazemos com simplicidade”, frisou. “Então, hoje mais do que nunca, precisamos ser santos. Por isso estamos aqui nesta manhã celebrando Santa Clara, não apenas para recordar os seus gestos heroicos de um passado, mas queremos celebrar Santa Clara e trazer para a nossa história, para o nosso presente e, sobretudo, ver em Santa Clara a nossa própria possibilidade de santificação”, incentivou o Ministro Provincial. “Santidade, diz o Papa, é dar
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sentido, é dar importância aos pe- apaixonadamente, diz ela”, comple- Anjos da Gávea, em 90 anos, viu seus ramos crescerem e dar frutos. quenos gestos do cotidiano da vida tou o celebrante. Neste espaço sagrado da Rua Jedo mosteiro, aos pequenos gestos do cotidiano da vida familiar. Hoje OS FRUTOS DA GÁVEA quitibá moram 26 irmãs, entre elas nós lembramos o Dia dos Pais – Foi a partir deste mosteiro que a nova Abadessa Ir. Maria Helena da parabéns aos pais aqui presentes brotaram cinco novas fundações Santa Cruz, cujo nome civil é Martina Kobata. Nasceu no -, e como é bonito a município de Arapongente ver a santidade de um pai de família gas, Paraná, de pais jaquando ele vive a sua poneses e católicos pravocação nos pequenos ticantes. Segunda de 11 gestos da grandeza de irmãos, cresceu em um sua missão! O Papa ambiente alegre e crisdá muita importância tão até ingressar, no dia a isso. Quando lemos 19 de março de 1963, a história de Santa aos 18 anos, na PorciClara, percebemos o úncula de Nossa Sequanto ela valoriza nhora dos Anjos, tenos pequenos gestos, do como mestra Madre os pequenos sinais”, Maria Pacífica de Jesus. observou, lamentanNo dia 8 de maio de 1968, fez a profissão do que no mundo de solene. Foi Vigária hoje perdemos o foco do essencial: “Estamos Irmã Maria Helena da Santa Cruz (à direita), eleita Abadessa este ano. Conventual e Mestra de Noviças e Juniorisconectados com um mundo de coisas e vivemos distra- monásticas que, com suas filiais e tas por vários triênios até ser eleita ídos. Mas Clara lembra: não perca ramificações, somam hoje 20 claus- Abadessa neste ano, no dia 5 de maio. de vista aquilo que é o fundamental, tros das Damas Pobres de São Daaquilo que é o essencial. Contemple mião no Brasil. A Porciúncula dos Moacir Beggo Comunicações Setembro de 2018
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NOVA FRATERNIDADE DA OFS
SOB AS BÊNÇÃOS DE SANTA CLARA
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ob a inspiração de Santa Clara de Assis, no dia 11 de agosto, nasceu uma nova Fraternidade da Ordem Franciscana Secular. Esta Fraternidade, certamente, seria muito especial para São Francisco de Assis e Santa Clara porque foi criada no interior da antiga colônia para hansenianos Tavares de Macedo, que hoje tornou-se um bairro onde vivem 9 mil pessoas em 950 mil metros quadrados, sendo 160 ex-internos, em casas de vilas, pavilhões e alguns na enfermaria – caso dos que sofreram amputações por tratamentos equivocados do passado. E não poderia deixar de ser especial para as Fraternidades do Regional Sudeste II (RJ/ES) da Ordem Franciscana Secular, para religiosos (as) e fiéis que marcaram presença na emocionante
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Celebração Eucarística presidida pelo Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel. Mais emocionante ainda foi o momento de entrega dos primeiros professos solenes desta Fraternidade: Cristiane Rodrigues dos Santos, Elizate Geralda do Nascimento Bazílio, Jane Daisy Silva, Maria do Socorro Chagas da Silva, Marismar Alves Amorim Silva, Martinho José da Silva Neto e Renato Ribeiro de Almeida disseram sim, alguns muito emocionados, diante do Ministro Regional, Marco Antônio Rodriguez, da Fraternidade São Francisco de Assis de Rio Comprido. Como símbolos deste momento, receberam o Tau e o Crucifixo de São Damião. A Celebração, que teve início às 10h15 na Igreja Nossa Senhora Apa-
recida, situada na Avenida 22 de maio, s/n, só terminou depois do meio-dia. Na criação da nova Fraternidade, o Ministro Provincial decretou: “Usando as atribuições a mim conferidas pela Santa Sé, pelas Constituições Gerais da nossa Ordem, erijo canonicamente a Fraternidade da Ordem Franciscana Secular, nesta cidade de Itaboraí, RJ, no bairro Venda das Pedras, na Paróquia São Pedro Apóstolo, na Igreja Nossa Senhora Aparecida, sob a invocação e patrocínio de Santa Clara de Assis”. O celebrante destacou a beleza desta Celebração no dia de Santa Clara de Assis, que dá nome à nova Fraternidade. “Santa Clara é para todos nós espelho e exemplo, como diz a sua Bula de Canonização. Exemplo e espelho a partir dos quais nós tam-
CFFB peculiaridade, cada um na sua missão. Nós fazemos parte dessa planta maravilhosa que Deus plantou na cidade de Assis e que teve seus ramos estendidos até aqui em Venda das Pedras, onde nasce uma Fraternidade Franciscana que quer se inspirar, sobretudo, na mística de São Francisco e na mística de Clara de Assis”, enfatizou o Ministro Provincial. Clara também é um candelabro. “Um candelabro de santidade. Uma lâmpada maior e, a partir dela, todos nós queremos nos deixar iluminar. Foi tão bonito hoje, na procissão de entrada, quando os professandos entraram com uma vela na mão, tendo na mesma a estampa de Santa Clara. É tão bonito porque vocês também querem acender não apenas esta vela, mas a lâmpada interior, a lâmpada do coração”, indicou. Clara deixou tudo para seguir a Cristo. Mas, segundo o Ministro Provincial, para Clara esse Cristo deve ser buscado todos os dias, em todos os momentos da vida. “Por isso, lá no final, quase perto da morte, Clara escreve no seu Testamento: ‘O Filho de Deus se fez para nós caminho. O nosso bem-aventurado Pai Francisco nos ensinou e nos mostrou por palavras e exemplos’”.
VIDA DE SANTIDADE
bém queremos confrontar a nossa vida, sobretudo a nossa vida franciscana, a nossa mística franciscana, a nossa espiritualidade”, animou. Na mesma Bula, lembrou Frei Fidêncio, o Papa diz que Clara também é uma luz que se irradia. “Mesmo se ela viveu a vida inteira recolhida no mosteiro de São Damião, a claridade de sua luz não apenas brilhou para dentro do mosteiro, mas brilhou para o mundo da Igreja da época e brilha
para nós. Ilumina nossa vida cristã, a nossa vocação cristã no mundo”, acrescentou. Ainda nesta Bula, o Papa continua suas analogias e Clara é também uma planta, a Plantinha de São Francisco. “Clara é como uma planta que cresceu e estendeu a sua ramagem pelo mundo inteiro. E nós, hoje, de certa forma, somos, por meio da espiritualidade, um raminho, um broto dessa planta maravilhosa. Cada um na sua
“E Clara de Assis toma consciência de que a vocação dela, de clarissa e de contemplativa, é a vocação comum nossa no seguimento do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. Cada franciscana, cada franciscano, seja da Primeira, da Segunda ou da Terceira Ordem Secular ou Regular, todos nós professamos a mesma vida. O nosso projeto evangélico, a nossa vocação cristã consiste exatamente no seguimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ser cristão, ser cristã, ser franciscano, ser franciscana é se colocar amorosamente, generosamente neste caminho Comunicações Setembro de 2018
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de Nosso Senhor Jesus Cristo”, enfatizou o celebrante. Para o presidente da celebração, Clara de Assis, ao se colocar neste caminho, nos diz que devemos ser santos. “Clara de Assis quer nos ajudar, sobretudo esta Fraternidade aqui da Terceira Ordem Franciscana Secular, a buscarmos na vocação franciscana uma vida de santidade”, disse, citando a Carta Apostólica do Papa Francisco escrita recentemente. “Olha o que o Papa diz: ‘O Senhor não quer que nos resignemos com uma vida
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medíocre, superficial, indecisa’. Olha que palavras fortes! A mediocridade não faz parte da nossa vida cristã. Isso nós podemos ver em São Francisco, isso podemos ver em Santa Clara, o quanto eles batalharam, lutaram para se aperfeiçoarem na vida e no seguimento de Nosso Senhor Jesus Cristo”, observou, lembrando que a santidade não está só sobre naqueles e naquelas que estão sobre os altares, mas para o Papa, a santidade está ali na soleira da porta. “É a santidade de você pai, de você mãe, de você jovem, é a santida-
de de nossos religiosos, é a santidade de nossas religiosas, é a santidade de todos vocês. Este é o rosto bonito da Igreja”, enfatizou o Ministro Provincial. Questionando o que queriam fazer na Ordem Franciscana Secular, Frei Fidêncio lembrou que ela não era uma ONG e muito menos um clube. “A Ordem Franciscana Secular é uma Fraternidade que busca do seu jeito, inspirada na espiritualidade de São Francisco e Santa Clara, mostrar ao mundo de hoje este rosto de santida-
CFFB de. Então, Clara é para nós, sim, este modelo, este espelho de santidade”. “Busque neste Espelho as virtudes do Crucificado: a virtude da pobreza, a virtude da humildade, a virtude da caridade”, ensinou, desejando que Santa Clara nos ajude a todos a sermos mais santos. “Não santos medíocres, mas santos que brilham, santos que sejam árvores, santos que sejam luzes, que sejam fontes, que tenham o brilho de Deus no mundo e na realidade tão sofrida de hoje”, completou.
O ESTÍMULO DE FREI COLOSSI
Cristiane Rodrigues dos Santos falou pelos neoprofessos e revelou que a nova Fraternidade nasceu do estímulo recebido de Frei Luiz Colossi, hoje residindo na Fraternidade de São João do Meriti, e dos irmãos franciscanos seculares que passaram a visitar a colônia no Dia da Escuta, sempre no último domingo do mês de agosto. “O Frei Colossi, com seu jeitinho, nos ensinou como sermos franciscanos. Fazendo tudo no seu ‘caladinho’, mas mostrando o exemplo de como ser franciscano”, contou Cristiane, não economizando nos agradecimentos a todos que tornaram realidade este momento, especialmente os formadores da Fraternidade de São Gonçalo. “Estreitamos os laços cada vez mais entre nós graças a esses formadores. Dizemos que esta Fraternidade é nossa Fraternidade-Mãe. Fazemos até o nosso retiro juntos”, elogiou Cristiane, eleita no primeiro capítulo da Fraternidade, realizado logo depois a Missa, a primeira ministra. Renato foi eleito vice-ministro e Elizate cuidará da formação. Já Marismar ficará como secretária e Martinho como tesoureiro. Esta é a 36ª Fraternidade Regional Sudeste II da Ordem Franciscana Secular, sendo 32 do Rio de Janeiro e 4 do Espírito Santo. Segundo o Ministro Regional, Marco Antonio Rodriguez, um total de 1.100 irmãos fazem
parte deste Regional. “Para mim, a criação desta Fraternidade tem um significado muito grande. E um baluarte da nossa espiritualidade é ser irmão, é viver em fraternidade. Ver isso é algo muito rico para a minha caminhada franciscana. Francisco viu a grandiosidade que era ser irmão e ser fraterno, não só das pessoas, mas de todas as criaturas, do cosmos, da natureza. Ele via a graça de Deus em todos”, festejou. Admara Titonelli, da Fraternidade Nossa Senhora das Graças, de São Gonçalo, emocionou-se bastante durante a celebração. Depois de receber alta hospitalar, conseguiu participar da Celebração, com muito simbolismo para ela, que acompanhou os professandos durante os seis anos de formação, como o falecido Osvaldo. “Ele podia não ter dedos, mas doação era o sobrenome daquele homem. Cego, eu nunca vi um irmão tão amoroso e carinhoso. Ele só tinha palavras boas”, homenageou. Admara explicou que o desenho que retrata a Fraternidade tem as mãos simbolizando cada um dos seus membros. “A mão sem dedos é do falecido Osvaldo”, disse. A imagem de Santa Clara que vai
acompanhar a Fraternidade e foi trazida por Ir. Juliana foi doada pelas Irmãs Clarissas da Gávea e pelo Regional da OFS.
PARA LEMBRAR
No Brasil, até a década de 1980, a Lei Federal nº 610, de 13 de janeiro de 1949, recomendava o isolamento compulsório dos pacientes com hanseníase em colônias, chamadas na época de leprosários. A violação de direitos e a segregação era de tal ordem que a mesma lei ordenava a entrega dos bebês de pais com hanseníase à adoção, o que levou à separação de milhares de famílias. A situação perdurou até 1986, quando os antigos hospitais-colônias foram transformados em hospitais gerais. A hanseníase é considerada uma doença silenciosa, que, muitas vezes, se manifesta com sintomas pouco valorizados pelos pacientes e que pode causar incapacidades e deformidades se não for tratada precocemente. O Brasil é o único país da América Latina onde a doença não foi eliminada e o segundo país no mundo com maior predominância de novos casos. Moacir Beggo Comunicações Setembro de 2018
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Notícias e Informações
Falece em Agudos D. Lydia Nonato Teixeira “Eu estou pronta para a irmã morte corporal. Eu serei plenamente feliz quando contemplar a face de Jesus.”
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dia 21 de julho de 2018 faleceu, em Agudos, Lydia Nonato Teixeira; a amada D. Lydia partiu para a felicidade plena, como ela mesma dizia, na casa de Nosso Senhor Jesus Cristo. No dia 18 de julho, ela não passou bem. Ainda pela manhã foi encaminhada para Bauru, sendo logo internada com diagnóstico de pneumonia. Seu quadro se manteve estável, inclusive com melhoras constantes. Veio, porém, a falecer às 21h40 do dia 21 de julho. Partiu para junto de Deus, ela que tanto amou este Filho do Deus Vivo chamado Jesus, a quem serviu com alegria e dedicação incansável. LYDIA NONATO TEIXEIRA nasceu em Lins, SP, em 27 de março de 1936. Ainda em Lins iniciou sua formação musical em piano no Conservatório Musical da cidade. No Conservatório Dramático e Musical de São Paulo fez sua formação musical em violão. Em março de 1969, se mudou para Agudos, onde dedicou sua vida à música, sendo professora de música e de alguns instrumentos musicais, como piano, violão, teclado, violino, acordeon, flauta doce e outros. Trouxe para o interior do estado de São Paulo o Curso Oficial de Violão Erudito, sendo assistente do Maestro Isaías Sávio, que introduziu a Escola de Violão Erudito no Brasil. Fundou o Conservatório Musical
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Carlos Gomes de Agudos, pertencente às Irmãs Franciscanas de Siessen, junto com a Ir. Zélia Terezinha Cardozo e Frei José Luiz Prim, em 1970. Realizou inúmeros recitais, eventos culturais, artísticos e trouxe muitos profissionais da música erudita para se apresentarem em Agudos. Ganhou muitos prêmios em concursos de piano e violão eruditos pelo Brasil, levando sempre seus alunos. Lecionou em casa gratuitamente de 1969 a 2004. Para os seminaristas do Seminário Santo Antônio e religiosos (as), ela lecionava, gratuitamente, em casa, nos finais de semana, desde 1969. Muitos frades da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil tiveram sua iniciação musical com Dona Lydia. Seu primeiro aluno seminarista foi Frei Vitório Mazzuco Filho. Também Frei Nilton Decker, Dom Leonardo Steiner, Frei Ademir José Peixer, e Frei Leonardo Mees com ela estudaram.
Ela aceitou o seu talento e soube colocá-lo a serviço de Deus evangelizando, ensinando, educando cada criança, jovem e adulto que passou pelas suas mãos. Teve alunos de várias cidades, numa faixa de Presidente Prudente a Botucatu. Dona Lydia pertenceu à Ordem Franciscana Secular. Foi da Oficina de Oração e Vida, do Grupo de Espiritualidade Franciscana, Ministra de Eucaristia, Catequista, e uma musicista incomparável. Há quatro anos foi diagnosticada com Mal de Alzheimer e, mesmo assim, continuava a amar a música, a oração e estava sempre disposta a servir. Ela dizia: “Eu estou pronta para a irmã morte corporal. Eu serei plenamente feliz quando contemplar a face de Jesus.” “A música erudita e a alma se confundem porque ambas são as obras primas de Deus Criador.” É mãe da Profª Ida de Cássia Teixeira, a Idinha, que lecionou música no Seminário e é lembrada com carinho e reconhecimento por vários frades e ex seminaristas, e, ainda hoje, no Seminário, encanta nossas missas do 2º domingo de cada mês com seu grupo musical, o “Cantares Grupo Musical”. À Dona Lydia nossa homenagem, reconhecimento e agradecimento. À Idinha e família, nossa solidariedade e oração, nesse momento de dor pela partida e separação. Unidos pela fé no Deus Pai Misericordioso, temos a certeza de que o céu está mais alegre com a presença desta grande mulher. Frei James Ferreira Gomes
Notícias e Informações
Falece a Mãe de Frei Tiago Elias “Com a graça de Deus pude ainda receber sua última bênção”. “Minha mamãe chamavase Suzana Gomes Elias, professora, ministra extraordinária da comunhão, mãe, amiga, conselheira dos vizinhos. Natural do bairro do Fonseca, em Niterói (RJ). Tenho um irmão mais novo 3 anos que eu e um pai também muito dedicado. Quando estava em Angola, há três meses soube que minha mãe estava ficando doente (algo no ovário ao que parecia). Meu pai e meu irmão a levaram em muitos médicos e especialistas, contudo estava muito confuso o diagnóstico e aquele pequeno cisto no ovário em dois meses tomou uma proporção agressiva e irreversí-
vel chegando aos 6 quilos seu volume. No fim descobriram, que era, na verdade um câncer no útero. Assim, na primeira semana de agosto, recebi mensagem de meu pai dizendo que minha mãe já estava em fase terminal. Com a graça de Deus, pude ainda receber sua última
bênção. Creio firmemente que o abraço da irmã morte é terno e delicado para aqueles que amam a Deus. Minha mamãe foi uma grande amante de Deus e da Igreja. Também foi com ela que aprendi a amar os livros, tendo em casa uma biblioteca com cerca de mil. Também com minha mãe balbuciei os primeiros sambas, pois ela muito desfilou com minha vovó na amada escola da Viradouro. Ainda foi com minha mãe que desde pequeno aprendi a ter apreço pela amada Pátria Brasil. Enfim, só ficam lindas e alegres memórias. Sabemos que a morte não é o fim, mas uma grande abertura ao Sumo Bem, nosso grande amor: Deus! A foto acima foi tirada na última semana de abril deste ano, antes de eu ir para Angola.
Família é tema de programa na TvFranciscanos Estreou no dia 31 de julho, na TvFranciscanos, no canal Youtube, a série: “Família, como vai?”, que tem como apresentador e autor Frei Almir Ribeiro Guimarães. A edição e produção é de Frei Augusto Luiz Gabriel, que vai apresentar os vídeos quinzenalmente. Segundo Frei Almir, a família precisa ser uma comunidade de pessoas que se estimam, uma comunhão de vida, de troca de gentilezas, um espaço onde as máscaras possam cair. “Quantas vezes encontramos um conhecido na rua e a primeira pergunta é esta: E a tua família, como vai?”, recorda o frade. Frei Almir, aos 79 anos, é vigário paroquial na Paróquia do Sagra-
do Coração de Jesus, em Petrópolis (RJ). Durante anos foi assistente nacional da Ordem Franciscana Secular e hoje é assistente das Claris-
sas do Mosteiro da Gávea. Também atua como redator da Revista “Grande Sinal” e colabora neste site www.franciscanos.org.br. Comunicações Setembro de 2018
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Notícias e Informações
COLETA FRANCISCANA PARA AS MISSÕES em missão
francisc anos
Falecimentos
Contribua com a
presença franciscana na amazônia
Caros confrades, Paz e Bem!
J
á há alguns anos se faz a coleta para a Amazônia nas várias entidades da Conferência dos Frades Menores do Brasil – CFMB. Nossa Província neste ano começa a participar, não apenas com o intuito de uma coleta, mas numa campanha para que as missões franciscanas se tornem
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Comunicações Setembro de 2018
COLETA FRANCISCANA PARA A MISSÃO 2018 Realização:
Conferência dos Frades Menores do Brasil (CFMB) também conhecidas, amadas e apoiadas por todas as nossas fraternidades e por todos aqueles que compartilham nossas iniciativas evangelizadoras. Foram confeccionados cartaz, vídeo e folder com a apresentação de cinco frentes de missão mais próximas de nós: a Terra Santa, também chamada de “pérola das missões”, por ter sido confiada à Ordem dos Frades Menores; Angola, por ser a mis-
são prioritária da nossa Província; e as três presenças na Amazônia, lugar onde a Criação é tão rica em diversidade e que, ao mesmo tempo, grita pela nossa solidariedade. As Províncias e Custódias franciscanas do Brasil realizam esta campanha de conscientização e de ajuda em torno do dia da Amazônia, que é celebrado anualmente em 5 de setembro. A data foi escolhida em referência ao fato histórico em que Dom Pedro II decretou a criação da Província do Amazonas no dia 5 de setembro de 1850. O intuito do estabelecimento da data é lembrar-nos da importância, para o planeta, desta maior floresta tropical e maior bacia hidrográfica do mundo, além de sua biodiversidade. Mesmo sendo tão relevante, a Amazônia vive uma grave ameaça que pode não apenas acabar com suas riquezas, mas causar desequilíbrios ambientais e sociais em todo o globo. A Amazônia, presente em 8 estados brasileiros e em 9 países da América do Sul, é ainda desconhecida por nós e esquecida pelas políticas socioambientais. A campanha em nossa Província quer chegar às cinco Frentes de Evangelização e não precisa ficar restrita à data de 5 de setembro ou ao mês de outubro. Porém, tais ocasiões poderiam ser tempos fortes para a conscientização e a arrecadação financeira de ajuda aos projetos existentes. Quem sabe tal esforço faça crescer o espírito missionário entre nós e a solidariedade fraterna com os campos de missão! Abraço fraterno, Frei César Külkamp Secretário para a Evangelização
QUERO UM ABRAÇO!
Atendam o pedido de Frei Gabriel!!!
COMEMORAÇÃO À BRASILEIRA!! A alegria de Frei Geraldo pelos 88 anos
PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES... Frei Evandro em pausa do Definitório
estudantes felizes
COISAS DA VIDA!
Uns têm tanto; a outros falta!!
GAROTO-PROPAGANDA
A USF tem um nome de peso para suas peças publicitárias!!!
NADA INCOMODA FREI MAX! Chazinho e gorro para espantar o frio...
MISSÃO PARA SHERLOCK HOLMES: O que assustou Frei Alan?
Para noooossa alegria...
OLHA QUE LINDO!
Regina parece convencer Frei Santana!!!
FRATRumGRAM é um neologismo que nasce da palavra Frades mais a rede social Instagram. A ideia é publicar fotos curiosas, informais e descontraídas dos frades e das Fraternidades! Se você fez uma foto legal, envie-nos para o email: comunicacao@franciscanos.org.br!
Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil (*) As alterações e acréscimos estão destacados
SETEMBRO
novembro
02
01 a 04
Estágio Vocacional (Guaratinguetá);
12 a 21
Capítulo Provincial (Agudos);
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Encontro do Regional do Vale do Paraíba (São Sebastião); Celebração dos Jubileus (São Francisco – São Paulo);
03 03 e 04 06 07 a 10 10 10 11 15 17 17 17 e 18 17 e 18 17 a 20 24 24 24 24 a 28 25 28 e 29
Dez anos de presença franciscana em Colatina; Encontro do Regional de São Paulo (Amparo); Encontro do Regional do Leste Catarinense (Florianópolis); Reunião do Conselho de Formação e Estudos (Guaratinguetá); Encontro dos Irmãos leigos da Província (Rondinha); Encontro do Regional do Vale do Itajaí (Gaspar); Encontro Regional de Pato Branco (Mangueirinha); Frente das Missões (frades e leigos) (São Paulo - Sede); Profissão Solene (Petrópolis); Encontro do Regional do Espírito Santo (Penha); Encontro do Regional de Curitiba (Bom Jesus); Terceiro Regional do Planalto Catarinense e Alto Vale do Itajaí (Lages); Encontro Regional do Contestado (Piratuba); Retiro do Regional S. Paulo (aberto a outros confrades) (Convento São Francisco); Conselho de Evangelização (São Paulo – Sede); Encontro do Regional do Vale do Paraíba (Guaratinguetá) Encontro do Regional do Vale do Paraíba (local a definir); Assembleia da CFMB (Santarém); Reunião extra da Comissão Preparatória do Capítulo (Sede Provincial); Encontro do Regional Baixada e Serra Fluminense (ITF);
OUTUBRO 03 a 28 11 15 e 16 16 a 18 22 a 27 26 a 28 28 a 02
Sínodo 2018 - Os jovens, a fé e o discernimento vocacional Encontro Provincial da Frente da Comunicação (videoconferência); Reunião da Comissão Preparatória do Capítulo 2018; Reunião do Definitório Provincial (São Paulo); III Congresso Franciscano para a AL (Guatemala); Estágio Vocacional (Ituporanga); Reunião da UCLAF;
30 e 01
DEZEMBRO 01 03 03 03 03 03 e 04 03 e 04 17 e 18
Encontro do Regional Baixada e Serra Fluminense (local a ser definido); Encontro do Regional de São Paulo (Bragança Paulista); Encontro do Regional do Rio de Janeiro e Baixada Fluminense – recreativo (Niterói); Encontro do Regional de Curitiba (Caiobá); Encontro do Regional do Vale do Itajaí (Blumenau); Encontro Regional de Pato Branco e Contestado (local a definir); Encontro recreativo do Regional Alto Vale do Itajaí e Planalto Catarinense (Vila Itoupava); Encontro do Regional do Leste Catarinense e, no dia 17, celebração de entrega da Paróquia à Diocese (Forquilhinha)
2019 jANEIRO 11 a 13
Caminhada Franciscana da Juventude (Curitibanos).