Gaspar 2016

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| edição histórica | julho - 2016 |

166ª Festa de

São Pedro Apóstolo

166ª Festa de São Pedro Apóstolo

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Sumário

Secretário: Frei Walter de Carvalho Júnior Pároco: Frei Paulijacson P. de Moura Fraternidade: Frei Carlos Ignácia, Frei Paulijacson P. de Moura e Frei Lindolfo Jasper Edição, textos e fotos: Moacir Beggo 166ª Festa de São Pedro Apóstolo Revista comemorativa da 166ª Festa de São Pedro Apóstolo Ministro Provincial: Frei Fidêncio Vanboemmel Vigário Provincial: Frei César Külkamp

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Diagramação: Jovenal Pereira Impressão: 3 de Maio Paróquia São Pedro Apóstolo Rua Aristiliano Ramos, s/n Centro – Gaspar – SC Tel: (47) 3332-0053 secretaria@paroquiagaspar.com.br

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05. O solene dia do Padroeiro 10. Novena lota a Matriz: preparando a Festa 12. A mensagem de Frei Carlos aos enfermos e idosos 13. Frei João abre o Tríduo 17. 2º Dia do Tríduo - Com o coração cheio de Deus 20. A Festa das crianças para São Pedro 24. 3º dia do Tríduo: Comunidade de Comunidades 26. Celebração de Ação de Graças pela Festa 28. O trabalho de bastidores da Festa 34. Personagem: Darós quer mais doação fora da Festa 36. Todos pelo leilão do gado 37. 149 anos na margem direita do Itajaí 38. Personagem: A história em um casal 40. Clube Musical São Pedro: 70 anos pela música e cultura


Mensagem do Pároco

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legres, celebramos o nosso Padroeiro São Pedro Apóstolo, entre os dias 29 de junho a 3 de julho. Foram cinco dias de muita dedicação, esforço e satisfação, numa brilhante festa que superou todas as nossas expectativas. O povo gasparense nos emocionou, tamanho foi seu envolvimento com a 166ª Festa de São Pedro Apóstolo. Celebrando o Ano da Misericórdia, escolhemos o tema da festa: “São Pedro e a Misericórdia” e o lema: “Sede Misericordiosos como o Pai” (Lc 6,36), os quais foram desenvolvidos com maestria e profundidade pelo pregador do Tríduo, Frei João Reinert. Lembro as palavras de São Pedro: “Não tenho ouro nem prata, mas trago o que de mais precioso me foi dado: Jesus Cristo” (At 3,6). A nossa Festa não teria razão de existir se ela não proporcionasse às pessoas, a nós que participamos dela, o encontro pessoal com Jesus e com o encontro com o próximo. Não somos promotores de festas, não somos especializados em eventos; nós fazemos a festa por uma razão maior: Jesus Cristo, tendo em vista a evangelização. Não podemos esquecer isso nunca em nossa caminhada de fé. Se essa festa possibilitou um encontro com Deus, se as pessoas e se nós sentimos o amor de Deus nos tocando e, nós tocando em Deus, através do serviço fraterno, então ela correspondeu às expectativas e atingiu o seu objetivo maior que era propiciar um encontro com Jesus, com Deus, com o próximo. Com este pensamento, agradeço de coração alegre e feliz aos coordenadores dos Movimentos e Pastorais da Matriz, das Comunidades, aos festeiros que deram um show de envolvimento e dedicação, aos doadores de prendas

pela generosidade, a cada coordenador de cada setor que faz parte da infraestrutura da festa, aos voluntários, às equipes litúrgicas pelas belíssimas celebrações. Destaco a participação do Coro Santa Cecília e da Banda São Pedro. Agradeço aos meios de comunicação pela cobertura e a todo povo de Deus. Foi a participação e o envolvimento de todos que fizeram da Festa de São Pedro um sucesso total. Tudo isso é expressão de que a nossa Paróquia é viva e entusiasmada, porque tem como seu maior tesouro e patrimônio: Jesus Cristo. Entre tantos momentos maravilhosos da Festa, destaco a presença de Dom Rafael, do bispo nomeado Frei Evaristo, Frei João Fernandes Reinert, do nosso querido Frei José Bertoldi, Frei Carlos Ignacia e Frei Lindolfo Jasper. Sem eles, a realização de tudo isso não seria possível. A presença dos nossos irmãos surdos na celebração solene, interpretada para eles, foi emocionante. Cabe ressaltar ainda a chegada da imagem de São Pedro pelas águas do rio Itajaí Açu, carregada por bombeiros e marinheiros que abrilhantaram ainda mais a procissão. Sem esquecer o sobrevoo do helicóptero jogando majestosamente pétalas de rosas sobre a nossa linda Igreja Matriz, o Complexo Cristo Rei e todos os presentes. Enfim, essa Festa foi marcante. Não foi apenas uma festa, mas um festão. Por tudo isso, dou graças a Deus com sentimentos de gratidão e alegria. Muito obrigado a todos e fraterno abraço, Frei Paulijacson Pessoa de Moura, OFM

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3 de julho

O SOLENE DIA DA FESTA DO PADROEIRO

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grande dia da Festa de São Pedro Apóstolo de Gaspar (SC) foi celebrado no domingo (3 de julho) com a Missa solene às 9h30, presidida pelo bispo da Diocese de Blumenau, Dom Rafael Biernaski. Mas, liturgicamente, a imagem do Padroeiro já estava nas águas do Rio Itajaí às 7 horas, quando teve início a procissão fluvial. Este ano, a imagem de São Pedro deixou a Comunidade São Sebastião e foi carregada pelo Rio Itajaí até um ponto do rio próximo da Matriz. O futuro bispo Frei Evaristo Spengler, que é natural de Gaspar, e Frei João Reinert, que preparou o povo para esta Festa durante o Tríduo, acompanharam o Padroeiro no percurso pelo rio. O pároco Frei Paulijacson de Moura recebeu a imagem na chegada, que foi carregada pelo caminhão do Corpo de Bombeiros até as escadarias da Matriz. Quatro marinheiros levaram o andor em procissão até o presbitério da Matriz, dando início assim à solene Eucaristia. Frei Paulo acolheu a Dom Rafael, apresentou o

futuro bispo Frei Evaristo, ovacionado pelo povo, os seus confrades na Fraternidade, o guardião Frei Carlos Ignácia, Frei Lindolfo Jasper, Frei João Reinert e Frei José Bertoldi, muito querido pelo povo gasparense. O futuro bispo Frei Evaristo ganhou de Dom Rafael um solidéu para usar durante a celebração. Segundo Dom Rafael, ele poderia usá-lo antes de ser ordenado bispo no dia 6 de agosto. O Coral Santa Cecília e a Banda de Música São Pedro contribuíram para aumentar o tom solene da celebração. Os festeiros deste ano abriram a procissão de entrada com velas acesas. Foram aplaudidos pelo povo, que reconheceu a dedicação e a doação para que este evento pudesse se realizar novamente. Depois, casais representando as 16 comunidades da Paróquia trouxeram a imagem de São Pedro em um barquinho. Dom Rafael agradeceu a Frei Paulijacson pelo convite para presidir a celebração e saudou a todos. “Estamos hoje solenemente festejando o martírio de Pedro e de Paulo e também o Padroeiro desta

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Paróquia. Dois mil anos depois, estamos nós aqui, na história, no nosso caminhar, no nosso dia a dia, e Deus nos toca com o seu amor, a sua presença, e aquela revelação que Pedro experimenta é trazida para nós de geração em geração pela fé”, disse. Dom Rafael se referia à Primeira Leitura narrando a libertação de Pedro da prisão: “Quem vai nos libertando, quem vai nos devolvendo a vida, o serviço, é o próprio Deus. É a oração, dizia o Atos dos Apóstolos, que ia transformando Pedro e o libertando”. O bispo continua: “Jesus entrega as chaves a Pedro e diz: ‘Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a Minha Igreja’. Te dou as chaves para que você possa abrir os nossos corações para a relação com Deus, abrir os nossos corações para a conversão”, disse, recordando o Ano da Misericórdia. “Aqui estamos hoje constituídos na história de modo festivo nesta manhã, tocados por Deus. Somos obras de Deus. Deus que nos libertou dos nossos fechamentos, dos nossos egoísmos, e aqui estamos constituídos em assembleia para dizer: ‘Deus, somos a tua obra. Somos a tua salvação”, acrescentou o bispo.

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Dom Rafael lembrou que Pedro estava enganado quando, no início de seu seguimento, disse: “Jesus, eu te seguirei onde quiseres e como quiseres’. “Ele apenas deu os primeiros passos na vida, no seguimento de Jesus, e, frágil, falhou. Todos nós somos assim. Deus nos concebeu assim. Deus nos fez ovelhinhas que se perdem, e Deus não quer nos mudar. Deus quer nos salvar assim como ovelhinhas, como Pedro. E, por isso, Deus toca Pedro, liberta-o e o transforma. É obra de Deus. E assim somos nós. Este é o mistério e o projeto de Deus”, explicou. Segundo o bispo, todos nós participamos do martírio de Pedro e Paulo. “Martírio significa testemunho. O testemunho de fé de que fomos tocados por Deus. Estamos aqui na história da nossa existência, hoje, sendo conduzidos por Deus, para dizer que nós queremos dar a vida”. “Hoje brilha para toda essa região, para toda a Diocese, o nosso testemunho”, acrescentou. Ao citar o Evangelho, o bispo lembrou que Jesus está em Cesareia e aí pergunta aos discípulos: “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?”. “Jesus quer saber o que pensam dele os de fora,


os que não pertencem ao grupo dos discípulos. A pergunta de Jesus para os discípulos vai ser feita hoje para nós também: Quem é Jesus para mim?”, perguntou. “Vamos pedir a Deus essa fé que o levou Pedro e Paulo ao martírio. Vamos pedir a Deus que nos toque e aumente a nossa fé. E quando Jesus perguntar a nós, como perguntou a Pedro, tu me

amas? Senhor, tu sabes que te amo e quero que tu me toques”, indicou o bispo. No final da celebração, Frei Paulijacson não poupou agradecimentos a todos que trabalharam nesta 166ª edição da Festa, a Frei João pela pregação do Tríduo e a Dom Rafael pela presença neste dia. O coordenador do CPC, Nivaldo Schmitz e sua esposa Renata, apresentaram os

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casais que serão os festeiros do próximo ano. Terminada a Missa, o povo desceu as escadarias da Matriz para dar continuidade às festividades do Padroeiro, com muita comida, leilão de gado, confraternização e alegria.

FREI EVARISTO O gasparense Frei Evaristo Spengler convidou o povo para que rezasse por seu ministério episcopal na Prelazia do Marajó. “O ano passado estive aqui pregando o Tríduo e tenho a graça de retornar aqui um ano depois. Uma vez, o Carlos Mesters, um grande biblista, dizia que é muito difícil conhecer a vontade de Deus.

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E que se tem de estar sempre em busca desta vontade. Até o ano passado, eu pensei que essa vontade de Deus fosse que eu retornasse para a Missão de Angola. E a Província, da qual eu sou frade, me elegeu Vigário Provincial para trabalhar na evangelização por três anos. Fiquei três meses e Deus me deu uma nova missão, através do Papa Francisco, como o bispo da Prelazia do Marajó”, confessou. Ele falou um pouco de sua visita à Prelazia recentemente e contou: “A vida e a fé daquele povo me entusiasmaram”. Frei Evaristo é o quinto bispo da cidade, junto com Dom Daniel Hostin, Dom Quirino Schmitz, Dom Carlos Schmitt e Dom Jaime Spengler.


Ampliar o protagonismo dos surdos na Paróquia. Foi assim que nasceu em maio deste ano a Pastoral dos Surdos, implantada pelo pároco Frei Paulijacsson. Cerca de 20 deficientes auditivos participaram da celebração solene do Padroeiro, que foi traduzida pela irmã Luzia Barbosa (à esquerda) na Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), a língua dos surdos.

A LIÇÃO DE PEDRO PARA NÓS: FÉ A Festa do Padroeiro São Pedro Apóstolo de Gaspar terminou com a última Missa à noite, celebrada por Frei Lindolfo Jasper, que lembrou ser a festa de São Pedro e São Paulo uma das mais antigas da Igreja. “Ela já é celebrada desde os primeiros séculos do cristianismo”, explicou o celebrante. A festa de São Pedro e São Paulo confirma a autenticidade da Igreja fundada por Jesus. “Todos se orgulham quando falamos de uma Igreja santa, mas os pensamentos mudam quando se pensa na Igreja instituição que representa o lado humano da Igreja, sempre duramente criticada não só por quem não comunga a doutrina da Igreja mas, infelizmente, até por pessoas que fazem parte de nossa Igreja”, disse Frei Lindolfo.

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29 de junho

NOVENA LOTA MATRIZ

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uem nunca precisou desatar um nó na sua vida? Foi com muita devoção, emoção e alegria que os fiéis devotos da Paróquia de São Pedro Apóstolo, em Gaspar, lotaram a Matriz para mais um dia da novena Nossa Senhora Desatadora dos Nós. Desta vez, contudo, como enfatizou o celebrante Frei Paulijacson de Moura, em sintonia com a Festa do Padroeiro. A novena é o momento mais esperado pelos paroquianos às quartas-feiras.

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Durante os encontros, as pessoas seguram uma vela com uma fitinha vermelha, na qual é dado um nó com um pedido em cada celebração. Os nós dados durante os quatro meses são incinerados. A celebração começou às 18h30 com a oração do Terço. Frei Paulijacson ainda teve tempo de repassar alguns cantos com o povo antes de iniciar a Santa Missa. Com a imagem do Padroeiro na procissão de entrada, Frei Paulijacson tomou conta da celebração e o rito intenso e repleto de


símbolos emocionou muitas pessoas. Diante da imagem de Nossa Senhora, rezou: “Tu bem conheces o meu desespero, a minha dor e o quanto estou amarrado por causa destes nós. Maria, Mãe que Deus encarregou de desatar os nós da vida dos seus filhos, confio hoje a fita da minha vida em tuas mãos”. Mas um dos momentos mais bonitos é a incineração dos cordões. A cada entrega, Frei Paulijacson retribuía com uma rosa. A celebração foi intensa até o final, com a bênção do Santíssimo. São cada vez mais numerosos os testemunhos de pessoas que, tendo pedido ajuda a Nossa Senhora Desatadora dos Nós, receberam benefícios e graças espirituais. O título e a devoção a Nossa Senhora remontam a 1700. Baseiam-se numa pintura de Johann Schmittdner, artista alemão, inspirada na visão que o apóstolo João teve da Virgem Maria.

PROCISSÃO ABRE FESTA NO DIA 25 Antes de começar o Tríduo preparatório para a Festa de São Pedro Apóstolo, a Paróquia celebrou a Missa em Ação de Graças aos Festeiros e Trabalhadores da Festa no dia 25 de junho. O pároco Frei Paulijacson de Moura presidiu a celebração, que

terminou com uma Procissão Luminosa pelas ruas de Gaspar, chamando a atenção dos gasparenses para o início da Festa. A procissão desceu o morro da Igreja Matriz, seguiu pela ruas São Pedro, São José, Vereador Augusto Beduschi, Cel. Aristilia-

no Ramos e Praça da Prefeitura, de onde retornou à rua São Pedro para subir o morro em direção à Matriz. A procissão contou com o apoio da Prefeitura, através do Ditran, para que os paroquianos pudessem fazer a devoção pelas ruas em segurança.

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30 de junho

A MENSAGEM DE FREI CARLOS AOS ENFERMOS E IDOSOS

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ma mensagem de conciliação e perdão. Foi assim que Frei Carlos Ignacia, guardião da Fraternidade Franciscana de Gaspar, conduziu a Celebração Eucarística para idosos e enfermos das 16 horas (30/6) na Matriz de São Pedro Apóstolo. Frei Carlos fez uma celebração onde procurou mostrar a todos a Unção dos Enfermos como sinal de presença de Deus, como conforto e esperança. Depois da homilia, o celebrante ministrou a sagrada unção, quando ungiu as pessoas na fronte e nas mãos. A cada um ministrou a unção e a bênção. “Por esta santa unção e pela sua infinita misericórdia, o Senhor venha em teu auxílio com a graça do Espírito Santo, para que, liberto dos teus pecados, Ele te salve e, na sua bondade, alivie os teus sofrimentos”, proferiu o celebrante. Frei Carlos lembrou que a doença aparece ligada ao pecado. No Evangelho, é apresentado a Jesus um doente incurável e Ele vai direto na raiz do problema: o pecado. Jesus percebe a fé e a disposição do enfermo e lhe concede o perdão. “Jesus cura muitas pessoas de suas enfermidades e doenças, porém a missão maior de Jesus como Messias é perdoar os pecados”, explicou o frade, lembrando que estudos mostram que muitas doenças surgem devido à falta de perdão. Frei Carlos explicou que o Sacramento da Unção dos Enfermos tem por finalidade conferir uma

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graça especial ao cristão que está passando por dificuldades inerentes ao estado de enfermidade. “A Unção dos Enfermos tem como efeito: a união do doente com a paixão de Cristo; o reconforto, a paz e a coragem para suportar os sofrimentos; o perdão dos pecados (pecado grave e pessoas não enfermas); o restabelecimento da saúde, se isso convier à salvação espiritual”, disse. Este sacramento, explicou o frade, confere ao enfermo a graça do Espírito Santo. A Celebração Eucarística terminou com a bênção da saúde.


1º Dia do Tríduo – 30 de junho

FREI João abre o tríduo Família, Paróquia doméstica: Berço do amor, da misericórdia e do perdão

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omo não poderia ser diferente, o mestre e doutor Frei João Reinert não fez uma pregação no primeiro dia do Tríduo da Festa de São Pedro Apóstolo de Gaspar (SC), mas deu uma aula sobre a família. Com clareza e leveza, o celebrante insistiu no tema que conhece tão bem e mostrou que as famílias podem recuperar valores perdidos, bastando para isso transformar os lares em paróquias domésticas. Frei João Fernandes Reinert, natural de Gaspar e atualmente residindo na Fraternidade Franciscana Nossa Senhora Mãe Terra, em Duque de Caxias (RJ), veio fazer a pregação da Festa pela primeira vez. Graduado em Filosofia, mestre e doutor em Teologia pela PUC-Rio e professor do Instituto Teológico Franciscano,

FREI JOÃO FERNANDES REINERT Frei João Fernandes Reinert é natural de Gaspar e atualmente reside na Fraternidade Franciscana Nossa Senhora Mãe Terra, em Duque de Caxias (RJ). É graduado em Filosofia, mestre e doutor em Teologia pela PUC-Rio e professor do Instituto Teológico Franciscano, de Petrópolis. Pároco da Paróquia Santa Clara, Duque de Caxias, RJ, é autor do livro “Paróquia e Iniciação Cristã”, que tem por objetivo olhar de perto o atual cenário de iniciação cristã, sobretudo no mundo dos jovens e adultos, onde o desafio é ainda maior. Frei João atua na formação em paróquias e dioceses do Brasil. 166ª Festa de São Pedro Apóstolo

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de Petrópolis, Frei João é autor do livro “Paróquia e Iniciação Cristã”. Ele foi apresentado pelo pároco Frei Paulijacson de Moura, que brincou com ele: “No ano passado, o pregador (referindo-se a Frei Evaristo Spengler) da Festa se tornou bispo. Fique atento!” Segundo o celebrante, antes de sairmos de casa para rezar no templo, nós temos outra paróquia, que são as nossas famílias. “Então, é como se Gaspar tivesse em cada rua muitas outras paróquias, muitas outras igrejas, que são vocês, que são nossas famílias, que são cada casa que vive a fé lá onde está localizada”, disse, lamentando que as nossas famílias estão deixando de ser igrejas domésticas. “O Papa Francisco pede que resgatemos as nossas famílias como pequenas igrejas, onde os filhos possam aprender com os pais a lição do perdão, da fé, do amor, da generosidade”, acrescentou. “Por que nós podemos falar que nossas famílias são lugar de igrejas domésticas? Primeiramente, porque é lá que se cultiva a fé. Como foi que nós ouvimos pela primeira vez falar de Deus? Não

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foi em nossas casas? Com certeza. Antes de ouvir falar de Deus na nossa Paróquia, ouvimos falar de Deus em nossa casa. Por isso, nossa casa é uma paróquia doméstica. Antes de nós vermos uma vela acesa na igreja, talvez nós vimos nossos pais acenderem uma vela lá em casa. Não é verdade? Antes de ver alguém se ajoelhar numa igreja, nós vimos nossos pais se ajoelharem em casa diante de uma imagem”, enfatizou Frei João. O frade mostrou, em muitos exemplos, a relação da família e da igreja. “Nossas famílias precisam resgatar sempre mais essas virtudes que existem na igreja: o gosto de estarmos juntos, o gosto de rever os irmãos, os pais. Isso é ser Igreja”, disse, mas lembrou o contrário também: “Fazer da igreja Paróquia e de nossas comunidades também uma família, lugar de acolhida”, elogiando o povo acolhedor desta Paróquia. Para ele, infelizmente existem igrejas que não são acolhedoras. Para o frade, se nossas casas devem ser igrejas, nossas igrejas devem ser sempre mais famílias, acolhedoras, onde todos possam ser acolhidos.


Íntegra da homilia A liturgia de hoje, na festa de São Pedro, nos convida a fazer uma reflexão sobre a família. E nós afirmamos que a família é uma igreja doméstica, uma paróquia doméstica. É como se nós falássemos que, antes de haver esta igreja, este templo, existem muitas outras igrejas que são as nossas casas, as nossas famílias. Antes de nós sairmos de casa para rezar no templo, nós temos outra paróquia, que são as nossas famílias. Então, é como se Gaspar tivesse em cada rua muitas outras paróquias, muitas outras igrejas, que são vocês, que são nossas famílias, que são cada casa que vive a fé lá onde está localizada. Então, veja que beleza o tema de hoje. Nossas famílias são igrejas domésticas, são paróquias domésticas. Como é bom sabermos que nós, famílias, nos sentimos bem em casa, na presença de Deus. Sentimos o calor, sentimos a fé, porque Deus está nesta casa chamada família. Antes de Deus estar nesse templo, nesse lugar, Deus está numa igreja chamada família. E nós sabemos que o Papa Francisco tem uma grande preocupação pelas nossas famílias hoje. Aliás, a Igreja de um modo geral tem uma grande preocupação pelas famílias, porque podemos dizer que nossas famílias não estão mais sendo uma igreja doméstica. As nossas famílias estão deixando de ser igrejas domésticas. O Papa Francisco pede que resgatemos as nossas famílias como pequenas igrejas, onde os filhos possam aprender com os pais a lição do perdão, da fé, do amor, da generosidade. E o Papa Francisco muito bem sabe que a sociedade está em crise, os valores estão se perdendo. Quanta violência, quantas coisas ruins na sociedade. Então, quando o Papa quer resgatar o valor da família, é porque ele sabe que essa crise que a sociedade está atravessando – crise de valores, crise social – é porque as famílias estão passando também por processos de crise. Então, atravessamos muito mais uma crise de valores. Onde nós aprendemos os valores senão é dentro de nosssas casas? Então, veja bem: se as famílias estão em crise, a sociedade também vai estar em crise por falta de valores.

Então, fazer com que nossas famílias voltem a ser lugares de oração, de perdão, de amor, fazer todo esforço possível para que nossas famílias voltem a ser pequenas igrejas, pequenas paróquias. Esse é o grande desejo do Papa Francisco porque ele sabe que a Igreja começa lá nas nossas casas. Com certeza vocês sabem que, logo após a morte de Jesus e durante o tempo de Jesus, não existia igreja cristã. Existiam casas que abriam as portas para que Jesus pudesse se hospedar. Somente no século 2º, ou seja, duzentos anos após a morte de Jesus é que se começou a fazer igreja-templo, igreja-prédio, igreja-parede. Até então se rezava, se batizava nas casas. Então, hoje é preciso que nós voltemos ao nosso cristianismo das origens. Assim como nasceu. Lá no começo do seu nascimento. Lá onde as casas são por excelência lugar do cultivo da fé. Por que nós podemos falar que nossas famílias são lugar de igrejas domésticas? Primeiramente, porque é lá que se cultiva a fé. Como foi que nós ouvimos pela primeira vez falar de Deus? Não foi em nossas casas? Com certeza. Antes de ouvir falar de Deus na nossa Paróquia, ouvimos falar de Deus em nossa casa. Por isso, nossa casa é uma Paróquia doméstica. Antes de nós vermos uma vela acesa na igreja, talvez nós vimos nossos pais acenderem uma vela lá em casa. Não é verdade? Antes de ver alguém se ajoelhar numa igreja, nós vimos nossos pais se ajoelharem em casa diante de uma imagem. A família, de fato, é uma igreja doméstica. Jesus também aprendeu a rezar com seu pai, José, e com sua mãe Maria. Foi lá que foi cultivado o amor, a misericórdia no coração de Jesus. Se ele conseguiu amar a todos sem distinção é porque ele aprendeu amar lá em casa. Aprendeu a amar sua mãe, seu pai, seus primos. Aprendeu a amar o bom ladrão, a prostituta, certamente porque viu José perdoando Maria e Maria perdoando José. Então, a família é a escola do perdão, o berço do cultivo da fé. Podemos falar que hoje, se nós temos o confessionário na igreja onde fazemos a confissão, a nossa família é um confessionário onde os pais se perdoam, onde o esposo perdoa a esposa, onde os filhos se perdoam. O confessionário começa lá

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em casa. Por isso que nossa família é uma igreja doméstica, é uma paróquia doméstica. Veja quanta relação existe entre igreja e nossas casas. Qual o lugar central da igreja, o mais importante da igreja? Certamente é o altar. O altar é o lugar onde consagramos o pão, partimos o pão, bebemos vinho. Qual deveria ser o lugar mais importante de nossa família? A mesa da refeição. O lugar onde partilhamos alimento, partilhamos a vida, conversamos, dialogamos, nos perdoamos, nos abraçamos. Então, se na igreja o altar é o centro, em nossas casas a mesa deveria ser o centro. E nós sabemos que o ritmo acelerado desse mundo faz perder a centralidade da mesa. Muitas pessoas não conseguem mais comer juntas. Não conseguem estar juntas. Então, vamos fazer de nossas casas pequenas igrejas. O confessionário, como já mencionei, acontece a cada dia com o perdão. Aliás, os esposos não deveriam ir dormir antes de pedir perdão. Quantos deixam para pedir perdão depois de dois ou três dias. Não conseguem se falar. E Jesus pede que nenhum casal, nenhum filho deveria dormir sem antes fazer a confissão, ou seja, pedir perdão mutuamente. Então, isso é igreja doméstica. Quantas lições bonitas podemos aprender da Igreja. Jesus só foi o que foi porque na sua casa, Maria, José e Ele, lá de fato aconteceu a sua paróquia, a sua igreja. Então, a sua casa é uma paróquia doméstica porque lá nos sentimos bem. Sentimo-nos em casa. Já devem ter feito esta experiência. Você vai

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viajar, passa dois ou três dias ou uma semana fora, quando volta diz: “Viajar é bom, mas voltar para casa parece que é melhor ainda”. Não é por causa do quarto, da cama, mas porque lá tem o calor, a amizade, tem o perdão, tem a fé, tem o relacionamento, tem o aconchego, tem o abraço. Nossas famílias precisam resgatar sempre mais essas virtudes que existem na igreja: o gosto de estar juntos, o gosto de rever os irmãos, os pais. Isso é ser igreja. Assim como temos o prazer de estarmos aqui, não é? Nós falamos que na igreja o principal lugar é o sacrário, onde está o Cristo vivo. Quem é o sacrário na família? São os membros. O pai, a minha mãe, a esposa, o esposo. Eu trato minha mãe como se ela fosse o sacrário, eu trato meu pai como se fosse o sacrário, eu trato meus filhos como sacrários, como sagrados. Então, isso é fazer das famílias um lugar de igreja doméstica. Fazer da igreja Paróquia de São Pedro Apóstolo e de nossas comunidades também uma família, lugar de acolhida. Quantas igrejas que não são acolhedoras. Muitas pessoas não têm o prazer de estar na igreja porque falta a acolhida. Graças a Deus não é o caso da Paróquia São Pedro Apóstolo, porque vocês são muito acolhedores. A quantas igrejas faltam o calor, a acolhida, o perdão? Se nossas casas devem ser igrejas, nossas igrejas devem ser sempre mais famílias acolhedoras, onde todos possam ser acolhidos, e bem. Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo! Amém!


2º Dia do Tríduo – 1º de julho

COM O CORAÇÃO CHEIO DE DEUS

Paróquia Missionária: Pescadores da misericórdia

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Tríduo em preparação para a Festa de São Pedro Apóstolo chegou ao segundo dia. Mais uma vez, o pregador Frei João Reinert fez uma homilia didática e que tocou o coração de todos os fiéis que participaram da Celebração Eucarística às 19 horas. Nesta sexta-feira, dedicada ao Sagrado Coração

de Jesus, Frei João deixou uma mensagem simples e provocativa a todos: para ser missionário, para ser misericordioso é preciso estar com o coração cheio de Deus. Todo dia, as comunidades, pastorais e movimentos ficam responsáveis pela liturgia. No final da celebração, Frei João chamou todos os representantes da Paróquia para se apresentarem (Santo Antônio, Virgem de Nazaré, Nossa Senhora de Fátima, Santa Paulina, São Cristóvão, São João Batista e RCC, Novena Nossa Senhora das Graças, Servas com Maria (N. Sra. Desatadora dos Nós), Apostolado da Misericórdia, Apostolado da Oração, Movimento Lareira, Movimento de Irmãos e Grupos de Reflexão) e pediu a eles que saiam em missão com o coração misericordioso.

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Íntegra da homilia Irmãos e irmãs Nos reunimos mais uma vez neste 2º dia do Tríduo Preparatório para a Festa de São Pedro. E nós sabemos que o tema de hoje proposto é: “Paróquia Missionária: Pescadores da Misericórdia”. Então, vocês podem perceber que nós temos dois temas na verdade: Paróquia em Missão e Misericórdia. São duas palavras-chaves e elas traduzem qual é a identidade da Igreja. Se uma dessas palavras faltar, então a Igreja de Jesus não vai estar completa. São as duas palavras que mais traduzem o que é ser Igreja. Nós somos Igreja para a Missão. Não somos Igreja para nós mesmos. A nossa razão de ser é sermos missionários. Ao mesmo tempo fazer missão a partir da misericórdia, que envolve a todos. Talvez igual à rede de São Pedro. Quando o pescador lança a rede, nela vêm todos os tipos de peixes, de todos os tamanhos. Então, a misericórdia de Deus é estendida a todos. Fazer missão a partir da misericórdia, sobretudo àqueles que necessitam mais da misericórdia conforme o Evangelho que nós acabamos de ouvir. Misericórdia e missão são palavras centrais de nossa Igreja, da Igreja de Jesus Cristo. Talvez se faltar uma palavra, podemos dizer que não é mais a Igreja de Jesus Cristo. Nós sabemos que no momento atual, talvez a Igreja nunca teve tanta consciência de que hoje todos precisamos ser missionários. A Igreja amadureceu de tal forma que ela tem total clareza que, no momento em que vivemos, todos temos a necessidade de sermos missionários. Não é só função dos religiosos, religiosas e padres. Talvez tempo atrás a missão não fosse tão urgente, pois já nascíamos num ambiente onde as pessoas eram católicas, cristãs. Meu pai católico, automaticamente, eu seria católico, cristão. Hoje funciona assim? Não. Então, a tradição religiosa, onde a fé é passada de geração em geração, já não pode mais contar com os alicerces culturais, talvez os alicerces da família. Ou seja, não é mais natural sermos cristãos. Aí é que entra a necessidade da missão. E talvez podemos perguntar: “Frei, e o que é missão? Qual é

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o objetivo da missão?” Eu diria que a missão tem como vocação e objetivo principal levar as pessoas a fazerem a experiência de Deus. Se nós estamos aqui é porque um dia fizemos a experiência de Deus. Sentimos o quanto é bom sermos amados, perdoados por Deus. E quando você faz essa experiência, você deseja que outras pessoas a façam. É como se você estivesse completo, cheio, a sua vida estivesse transbordando esse sentimento de ser amado por Deus. Você quer que mais pessoas façam esta experiência. Então, a missão não tem objetivo de encher a igreja, batizar para ter mais católicos, a missão da paróquia missionária quer que mais pessoas possam fazer essa experiência pessoal de Deus. E quando você faz a experiência, você se torna um missionário, torna-se um pescador de homens, conforme São Pedro. Veja a experiência que Pedro pescador fez. Certo dia Deus se aproximou de sua vida, e ele sentiu o amor de Jesus Cristo em sua vida. E o que ele faz? Deixa suas redes, deixa a sua vida e começa a fazer o quê? Comunicar aos outros como é bom sentir a aproximação de Deus na sua vida. São Pedro fez a experiência de ser amado por Deus e, a partir disso, ele também quer levar essa experiência a outras pessoas. Podemos dizer que quem nunca sentiu-se chamado por Deus não vai ser missionário. Condição fundamental para ser missionário é fazer a experiência da misericórdia de Deus. Ter o coração cheio. Ninguém pode levar aquilo que não tem. Então se o meu coração não está repleto do amor de Deus, se eu não sentir o amor de Deus, logo eu não serei um missionário. A partir do instante que Pedro, o pescador, sente que Deus é muito próximo de sua vida, ele deixa para trás suas preocupações, sua rede, e começa a lançar suas redes para que outras pessoas também sintam e façam esta experiência. Pescadores da misericórdia. Pescadores do amor de Deus. Isso que é fazer missão. Talvez mais uma mensagem do tema de hoje Pescadores da misericórdia. Para nós sermos missionários, também é preci-


so que deixemos a rede para trás. São Pedro largou sua rede e começou a fazer missão. Quais são as redes que temos de deixar para trás para sermos de fato missionários? Talvez o nosso tempo. É preciso que nós esqueçamos o nosso tempo e dediquemos mais tempo aos outros. Se eu não deixar para trás os meus interesses para me dedicar aos outros, eu não posso ser missionário. Para ser missionário é preciso deixar para trás as redes que impeçam de levar aos outros a experiência de Deus. Então, simbolicamente, Pedro largou as redes. O que eu preciso largar? O que eu preciso largar para anunciar aos outros que vale a pena fazer a experiência de Deus?

Paróquia missionária. Pescadores da misericórdia. Vamos refletir um pouquinho sobre a segunda palavra do tema de hoje: Misericórdia. Qual é a etimologia da palavra misericórdia? De onde vem essa palavra? Ela é formada por duas outras palavras: cordis, cor, coração; e misero, a pessoa que está na miséria. Sermos misericordiosos é aproximarmos o coração de quem esta miserável. Seja em uma situação econômica, social ou existencial. Quantas pessoas hoje sofrem de depressão, pânico, medo. A partir do momento que eu aproximo das pessoas e coloco meu coração perto do sofrimento do outro, estou sendo misericordioso, estou sendo missioná-

rio. Quando eu aproximo meu coração da miséria da doença, eu me torno pescador da misericórdia. Nós tivemos na nossa Paróquia o caso do Fábio que está hospitalizado. Quantas pessoas rezando pela saúde do Fábio!. Eu penso que essa doença acabou mobilizando toda a nossa cidade, a nossa Paróquia. O que nós fizemos? Colocamos nosso coração junto à miséria da saúde do Fábio. Nós somos misericordiosos, somos missionários. Lançamos a rede da misericórdia. Emprestamos o nosso coração para que o Fábio não sofresse sozinho. Então, nós somos misericordiosos. Foi o que São Pedro fez, foi o que Jesus Cristo fez. Jesus não fez missão a não ser no seu coração. O principal instrumento de Jesus para fazer missão não foi livro, documento. Qual foi? Aproximar o seu coração. Por isso, Jesus é o missionário por excelência. É o Pai da Misericórdia. Então, vejam como podemos a cada dia, a cada instante, sermos missionários, pescadores da misericórdia. Aproximar o coração de quem está em uma situação de miséria. Peçamos a Deus, peçamos a Pedro, que nós tenhamos coragem de lançar a rede para que mais pessoas façam a experiência de se sentirem amados por Deus e ao mesmo tempo façam a experiência de saber que não estão sofrendo sozinhas, que nós podemos emprestar o nosso coração para aliviar o coração de quem está passando por dificuldades. Amém!

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MISSA DA CATEQUESE

A festa das crianças para São Pedro A Missa da Catequese, celebrada na véspera da Festa de São Pedro, já é uma tradição em Gaspar. Crianças, jovens, pais e catequistas lotaram a bela Matriz dos gasparenses e fizeram uma bonita Celebração Eucarística, às 15 horas do sábado (02/7), presidida pelo pregador do Tríduo, Frei João Reinert. Em sua catequese, Frei João explicou para as crianças o papel de Pedro na história do cristianis-

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mo e no reino de Deus. O significado dele para a Igreja e do Papa Francisco hoje. Na Oração dos Fiéis, Frei João chamou cinco crianças para o altar e pediu a elas que dissessem o nome e fizessem uma prece. Depois de uma hora de celebração, todas as crianças, jovens e adultos saíram em procissão no entorno da Matriz, com o andor do Padroeiro carregado pelas crianças. Depois de dias de neblina e frio, a bela tarde de sol serviu de cenário para a festa das crianças. A procissão saiu pela frente da igreja e terminou na lateral, quando Frei João deu a bênção final e convidou as crianças a rezarem com ele pelos pais, os primeiros catequistas deles, e por todos/as catequistas da Paróquia. Balões vermelhos e brancos foram soltos e coloriram o céu de Gaspar.

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oBRIGADO 166ª Festa de São Pedro Apóstolo


166ª Festa de

São Pedro

Apóstolo

O A TODOS!

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3º Dia do Tríduo – 2 de julho

COMUNIDADE DE COMUNIDADES Comunidade de Comunidades: Lugar do exercício da misericórdia, na unidade e na diversidade

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o encerramento do Tríduo para a Festa de São Pedro Apóstolo em Gaspar, o pregador Frei João Reinert deu uma aula sobre comunidade e paróquia ao refletir sobre o tema proposto para este dia, perfeito para a festa. Frei João usou exemplos próximos das pessoas para explicar em detalhes o que é comunidade, paróquia e comunidade de comunidades. Ressaltou que a diversidade na comunidade não é uma via de mão dupla, mas é possível e enriquece a comunidade. A diversidade

está na Santíssima Trindade e mesmo assim não interfere na unidade. Pedro e Paulo são as bases da Igreja, mas não são nenhum pouco parecidos. Depois da comunhão, Frei João chamou os representantes das pastorais, movimentos e comunidades que ajudaram na liturgia do dia. Para ele, um exemplo vivo de comunidade.

ÍNTEGRA dA HOMILIA Somos convidados a fazer uma reflexão sobre o que é ser uma comunidade. O cristianismo nasceu sendo uma unidade. Uma das primeiras coisas que Jesus fez ao começar sua missão foi convidar amigos, discípulos para formar um grupo, formar uma comunidade. O nosso Deus desde sempre é comunidade. O nosso Deus não é um Deus isolado. Temos um só Deus que é três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. Talvez um dos nomes que melhor define como é Deus, quem é Deus, é a palavra comunidade. O nosso Deus é Pai, tem um Filho na força do Espírito Santo. O Filho que se chama Jesus Cristo. Ao mesmo tempo, a comunidade santa nos ajuda a entender que a comunidade é por excelência um lugar da diversidade. Nós não somos todos iguais. Cada

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um tem um jeito, uma personalidade, um pensamento. Também Deus é assim. O Pai é diferente do Filho. O Espírito Santo é diferente do Pai. Ao mesmo tempo formam a perfeita comunidade. É uma comunidade tão unida e ao mesmo tempo tão diversa, tão diferente. Ser paróquia, ser unidade na diversidade. Quando ouvimos a palavra paróquia, o que vem em nossa mente? Talvez a igreja matriz, a secretaria paroquial, a igreja maior que podemos ter. Só que a reflexão pastoral atualmente vai dar uma definição muito mais profunda de paróquia. Ela vai dizer que paróquia é comunidade de comunidades. É a união de todas as nossas comunidades que, juntas, formam uma só Igreja. É a união de todas as pastorais que, juntas, formam um só serviço. Comunidade de comunidades. Então, temos


só uma Igreja. Apesar de todas as comunidades, comunidade de comunidades, o que nos une é Jesus Cristo. Talvez a imagem da rede de São Pedro nos ajude a entender como que a paróquia é essa rede de comunidades. Vejam a importância de cada fio, de cada gomo como se fosse uma comunidade, como se fosse uma pastoral, uma espiritualidade e, juntas, formam uma única rede na Igreja. Quando um fio arrebenta, quando um fio se isola, compromete o todo. A própria paróquia se compromete quando uma comunidade fica isolada, quando uma pastoral fica isolada. Apesar de sermos diferentes, somos uma só rede, uma só Igreja. Comunidade de Comunidades. E a palavra comunidade lembra pessoa, relacionamentos, amizade, afeto, calor humano. Então a Igreja, ao se definir como comunidade, está dizendo que o maior patrimônio que nós temos na Igreja é a pessoa, a relação. Todos os prédios, construções, tudo aquilo que temos de físico, de material em nossa paróquia só tem sentido a partir do momento que nos ajuda a sermos mais comunidades. Todos os centros pastorais, todos galpões para a festa, a parte física está a serviço do ser comunidade, do relacionamento, da amizade, do afeto. O maior patrimônio que existe na Igreja é a pessoa. E ao mesmo tempo Jesus Cristo. Veja, Jesus fundou a Igreja sobre uma pedra, mas essa pedra é pessoa: Pedro. Então, Jesus funda a sua Igreja sobre pessoas, sobre comunidade, sobre relacionamento, sobre amizade. É como se ele falasse para nós hoje: a Igreja de São Pedro Apóstolo de Gaspar está fundada sobre Antônio, José, Carlos..., ou seja, ela está fundada sobre pedras, que somos nós. Somos pessoas, somos comunidades. O maior patrimônio é a pessoa, é o relacionamento, a nossa amizade. Por isso, Comunidade de Comunidades, esse tema bem importante de hoje.

Comunidade na adversidade Imaginemos que numa paróquia houvesse apenas a pastoral do batismo, apenas uma pastoral, apenas uma comunidade. A diversidade não existiria. Ser diferente não é um empecilho para sermos unidos, pelo contrário. Está na diversidade a possibilidade de sermos unidos. Vejamos São Pedro e São Paulo, com personalidades diferentes. São Pedro é o homem da organização, da instituição. São Paulo é o homem da missão. A diversidade está presente nos dois apóstolos. Então, Deus funda sua Igreja na diversidade. A diversidade de sermos diferentes mas

unidos é a condição para que haja de fato uma comunidade. A diversidade é sólida, não compromete a unidade. São Paulo e São Pedro, dois apóstolos diversos, no entanto Deus funda sobre eles a Igreja. E veja como nós enriquecemos nossa comunidade, nossa Paróquia. Cada um do seu jeito, cada um com sua cultura, qualidade, cada um reza do seu jeito. Essa diversidade enriquece a comunidade. Talvez o mesmo podemos falar dos freis que por aqui passam. Cada frei deixa sua marca e tem um jeito de ser. E veja como a diversidade enriquece a cada um de nós. Sermos unidos, sermos uma só paróquia, juntos na diversidade. O ser humano é o maior patrimônio que pode haver na comunidade. Talvez um exemplo máximo estamos presenciando nesses dias na Festa de São Pedro. Quantas pessoas envolvidas na festa, na liturgia! Cada dia um grupo de comunidade está preparando a liturgia. Quantas pessoas envolvidas nos serviços, nas barracas! Isso é ser comunidade. Então, a Festa de São Pedro, mais do que uma festa externa, é a expressão de que a Paróquia de São Pedro é comunidade, é Comunidade de Comunidades. Juntas, cada uma do seu jeito, forma essa grande rede que se chama Paróquia. E qual é a nossa principal missão na Comunidade? Talvez nós não temos muitas coisas na comunidade. Existe comunidade com mais bens, outras com menos, mas qual é o bem maior que nós temos para oferecer a todos? Quem responde é São Pedro hoje: “Ouro e prata eu não tenho, mas em nome de Jesus, levanta e anda!”. Então, qual o tesouro que nossas comunidades podem ofertar para as pessoas? Jesus Cristo. Jesus é o centro da paróquia e ao mesmo tempo é o patrimônio que podemos oferecer. Quem se aproxima de nós, quem se aproxima da comunidade, ao entrar numa comunidade precisa sentir duas coisas: o relacionamento, a nossa amizade e, ao mesmo tempo, sentir a presença de Jesus. São os dois bens maiores que nós ofertamos a quem se aproxima. A nossa amizade, a nossa acolhida, a nossa convivência, para que a pessoa tenha prazer de estar na Igreja, tenha prazer de se sentir comunidade e ao mesmo tempo sentir que Jesus está presente entre nós. Nós não estamos na comunidade para oferecer o nosso próprio nome. O nosso presente que podemos dar a alguém é o que São Pedro fala hoje: Ouro e Prata não tenho, mas o que tenho é Jesus Cristo. Isso basta! 166ª Festa de São Pedro Apóstolo

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ação de graças - 4 de julho

“NÃO FOI UMA FESTA. FOI UM FESTÃO!”

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ssa Festa superou todas as nossas expectativas. Não foi apenas uma Festa, mas um Festão”. Foi com esse sentimento de alegria e gratidão que o pároco Frei Paulijacson de Moura presidiu a Celebração Eucarística em Ação de Graças pela 166ª edição da Festa de São Pedro Apóstolo, na segunda-feira, 4 de julho, às 19 horas. Frei Paulijacson teve como concelebrantes Frei Evaristo Spengler e Frei Carlos Ignacia e especialmente as pessoas que

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trabalharam e se dedicaram por esta Festa, a quem o pároco não se cansou de agradecer durante a celebração e no Salão Cristo Rei, onde todos se reuniram para um jantar de confraternização. Na sua homilia, ao fazer o agradecimento, Frei Paulijacson lembrou São Pedro nos Atos dos Apóstolos (3,6): ‘Não tenho nem ouro nem prata, mas trago o que de mais precioso me foi dado: Jesus Cristo’. “A nossa Festa não teria razão de existir se ela não proporcionasse às pessoas, a nós que participamos dela, o en-

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contro pessoal com Jesus. Não somos promotores de festas, não especializados em eventos; nós fazemos a festa por uma razão maior: Jesus Cristo. Não podemos esquecer isso nunca em nossa caminhada de fé”, ressalvou o pároco. “Se essa festa proporcionou um encontro com Deus, se as pessoas e se nós sentimos o amor de Deus nos tocando e, nós tocando em Deus, então ela correspondeu às expectativas e atingiu o seu objetivo que era fazer um encontro com Jesus, com Deus”, continuou enfatizando. “Com estas palavras de São Pedro, que é um servo dos servos, agradeço de coração alegre e feliz, em nome do Conselho Pastoral da Matriz, aos coordenadores das comunidades, a cada coordenador de cada setor - não vou citar nomes para não esquecer alguns”, frisou dirigindo-se a todos os que trabalharam e que participaram deste evento religioso. “Agradecemos a Deus, a São Pedro, pois não choveu durante

a semana, aos doadores da festa e a todos as pessoas envolvidas na organização e no planejamento e a todos que participaram da festa. Entre tantos momentos maravilhosos, destaco a presença de Dom Rafael, do bispo nomeado Frei Evaristo, de Frei João Fernandes Reinert, nosso pregador do Tríduo, o nosso querido Frei José Bertoldi e Frei Lindolfo Jasper. Sem eles, isso não seria possível. Gostaria de destacar os nossos irmãos surdos na celebração solene. A Missa solene foi interpretada para eles. Enfim, essa Festa superou todas as nossas expectativas, em todos os setores. Não foi apenas uma festa, mas um festão”, enfati-

zou, mais uma vez ressaltando: “Foi um sucesso total, graças a Deus e ao esforço e dedicação de cada um de vocês. Tudo isso é fruto de nossos queridos paroquianos gasparenses, e expressão de uma Paróquia, com suas comunidades, muito viva e entusiasmada. Isso porque têm o seu maior tesouro e patrimônio: Jesus Cristo”, completou. No final da celebração ainda voltou a fazer novos agradecimentos e chamou todos os coordenadores à frente do altar. Por último, ainda chamou as pessoas que trabalharam na festa para uma foto oficial. A Festa terminou como começou: numa grande confraternização e partilha.

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todos por um

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em só de boa vontade se faz uma festa como a de São Pedro Apóstolo de Gaspar. Convenhamos, esta cidade tem pessoas generosas de sobra, mas para fazer um evento sem percalços, são necessárias muitas reuniões e um planejamento com antecedência. Por trás da Festa de São Pedro está a coordenação do Conselho de Pastoral da Comunidade (CPC), que é presidido pelo pároco Frei Paulijacson de Moura e coordenado por Nivaldo Schmitz, que assume esta missão pela primeira vez, já que em outras três ocasiões esteve em outras funções, como por exemplo em 1987, como primeiro tesoureiro no antigo CAEP. Com eles, estão na barca de Pedro Apóstolo: Gertrudes Spengler, a Tuti, como vice-coordenadora; Maria Zelina Zimmermann, tesoureira; José Antônio da Costa, vice-tesoureiro; Leonor Darós, primeira secretária; e Rita Barbieri,

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segunda secretária. Esse grupo de pessoas tem a missão de conduzir a pastoral da comunidade. Nivaldo conta que, quando foi indicado pelos coordenadores para a função, chegou a relutar um pouco. “Cada pessoa tem suas obrigações e ocu-


pações. Sempre trabalhei em banco e, depois que me aposentei resolvi abrir uma confecção. Com o tempo, percebi que a empresa estava afetando a minha saúde e era hora de parar (Nivaldo é casado com Renata e tem duas filhas). Mas também já tinha um envolvimento com a Paróquia e acabei aceitando”, explicou, referindo-se ao fato de ser Ministro da Eucaristia e fazer parte de uma equipe da Pastoral da Saúde que visita os doentes uma vez por semana. Correndo de um lado para outro, buscando prendas, atendendo as pessoas, Nivaldo participa de sua primeira festa como coordenador. “A secretária da Paróquia me ajuda buscando alvarás na Prefeitura para a festa ser realizada. Sozinho não dou conta. Mas tudo está fluindo dentro de uma normalidade”, diz com calma, elogiando as equipes de voluntários que trabalham na festa. Para ele, essa partilha é muito importante. “Esse compromisso está na raiz da vida paroquial e da sociedade gasparense. Já é uma tradição. Todos, de alguma forma se envolvem com a festa. Veja a quantidade de doações que re-

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cebemos. Este ano ganhamos 28 cabeças de gado para o leilão (no ano passado foram 26). Para o povo, festa de São Pedro sem leilão de gado, não é festa”, explica o coordenador, revelando que antes de iniciar a festa temia pelo resultado devido à crise econômica no país. Felizmente, a crise não chegou como mostrou o sucesso da macarronada, do rodízio de sopas, do sonho, dos pastéis, do churrasco, do cachorro-quente especial, do leilão de gado etc. Mas para Nivaldo, depois da Missa de confraternização dos trabalhadores da festa, na segunda-feira (4 de junho), essa comunhão precisará ser estendida para além dos limites do Salão Cristo Rei. “Vejo muitas pessoas que estão desligadas, afastadas

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da Igreja. Muitas estão envolvidas com movimentos sociais, mas não vêm à Igreja. Precisamos ir ao encontro dessas pessoas. O Papa Francisco está constantemente fazendo este chamamento”, observa. Segundo o coordenador, hoje a evangelização é feita pelos programas religiosos na TV. “Como aumentaram esses programas. Mas não basta só


isso. Precisamos levar alegria e estar mais próximos”. Para ele, no CPC a evangelização e a atenção às pastorais e movimentos devem estar em primeiro lugar. “É claro que nos últimos dez anos muito se fez em termos pastorais, mas precisamos animar outros movimentos e pastorais para não acabarem”, pondera. Nivaldo, contudo, reconhece que a Matriz terá de enfrentar dois desafios pela frente e com certa urgência: novo espaço para a churrasqueira (exigência do Poder público) e a reforma do telhado da Matriz. Uma das medidas para enfrentar esses desafios é reimplantar a Pastoral do Dízimo. O coordenador agradece a Deus o fato de a Paróquia ser assistida pelos Franciscanos. “Só temos que agradecer pelo trabalho deles. Todos são muito dedicados e fraternos. Desde o pároco, o jovem Frei Paulijacson, o guardião Frei Carlos e Frei Lindolfo. Mas não podemos esquecer Frei José Bertoldi e Frei Germano Guesser que estiveram conosco até o início deste ano”, acrescenta. Na verdade, Nivaldo conhece muitos frades, pois foi seminarista franciscano (estudou até o último ano no Seminário de Agudos). Além da Matriz, cada comunidade da Paróquia tem o seu CPC. Por sua vez, cada coordenador do CPC deve participar obrigatoriamente do Conselho Pastoral Paroquial (CPP), auxiliando o pároco no seu ministério sacerdotal. O novo CPP da Paróquia São Pedro Apóstolo será escolhido ainda pelo novo pároco.

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MANGIA CHE TI FÀ BENE!

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esta de São Pedro é sinônimo de comida boa. Como capricham na macarronada, no pastel, churrasco, na cuca, no cachorro quente esses descendentes de italianos e alemães! Mamma Mia! A macarronada com a marca e a qualidade italiana do Circolo Trentino Di Gasparin, da comunidade de Santo Antônio de Gasparinho é para comer e se sentir na Itália. O grupo de voluntários de Gasparinho fica responsável pelo molho e finalização do prato. A massa é feita antes

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pela equipe coordenada por Dª Lídia Mônica Nagel. O povo pode escolher os molhos com linguiça, a Bolonhesa, al pesto e a Carbonara. Lovídio Bertoldi, filho de Dona Matildes Santina Bertoldi, coordena o grupo. O Dia da Macarronada abriu a festa gastronômica na quarta-feira, dia 29 de junho. Os pastéis têm que sair “crocantes” e com produtos “de primeira”. Exigência e cuidado da coordenadora Gertrudes Crescencia Spengler, irmã de Frei Evaristo Spengler, o futuro bispo. Sob sua respon-


sabilidade está a produção de 15 mil pastéis para saciar a fome do povo.

DIA DO RODÍZIO DE SOPA Na quinta-feira, 30 de junho, a Festa ofereceu um rodízio de sopas de vários sabores para aquecer do frio intenso. Foi uma noite tipicamente junina esta quinta-feira. Foi também a noite do Bolo de São Pedro, abençoado pelos freis da Paróquia.

Além do grande Salão de Festas, onde foi servido o rodízio de sopas, o pátio asfaltado concentrou a maioria das barracas, mas um segundo pátio ficou reservado para a fogueira e a churrasqueira. O pároco Frei Paulijacson de Moura e o guardião Frei Carlos Ignácia abençoaram o bolo de São Pedro. O casal mais antigo da Festa, Dona Dica e Evaristo Spengler, foi o escolhido para acender a fogueira.

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voluntária

DARÓS QUER MAIS DOAÇÃO FORA DA FESTA

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ntre as pessoas voluntárias que se doam com afinco para o sucesso da Festa de São Pedro Apóstolo de Gaspar, Leonor Darós repete os passos de sua mãe, que trabalhou ‘até envelhecer’ na barraca de pastéis da festa. A alegria e vivacidade de Leonor não se limitam aos trabalhos da festa, mas estão presentes o ano inteiro nas atividades como primeira secretária do Conselho Pastoral Comunitário da Matriz (CPC), no trabalho da Pastoral do Dízimo, na coordenação da

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Liturgia, e no trabalho de Serva de Maria vendendo velas para a novena de Nossa Senhora Desatadora dos Nós. Ela não é a única. Os exemplos de paroquianos que fazem de sua vida uma doação são muitos. Ou melhor, só um ‘exército de voluntários’ dá conta de realizar uma Festa gigante, mantendo o selo de qualidade em tudo. Para se ter uma ideia, a Vigilândia Sanitária pediu que os trabalhadores da festa fizessem um curso de manipulação de alimentos. Cerca de 200 pessoas se apresentaram.

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Pelo menos outras 200 pessoas, que não manipulam alimentos, trabalham em outros setores, como nas bebidas. Só no domingo, dia 3, três equipes de 20 pessoas vão se revezar para atender todos os pedidos. Mãe de três filhos, Leonor cresceu na Igreja e se casou com um ex-seminarista, Gilberto, que durante anos participou da Banda São Pedro e agora é voluntário também na festa. Para ela, a doação de uma parte do tempo à Festa já é uma tradição de pai para filho. “Lembro de meu pai


que vinha espremer limão para o churrasco. Ele fez isso até morrer em 97. Minha mãe envelheceu na barraca de pastéis”, conta, admitindo que a nova geração não se envolve tanto com os trabalhos da Igreja, mas ela se tranquiliza porque justamente essa tradição vai garantir a continuidade. “Para nós que temos esse envolvimento com a Igreja, é uma satisfação e alegria. A gente defende a Igreja Católica com unhas e dentes”, enfatiza Leonor, que na Pastoral do Dízimo faz um trabalho de conscientização de que todo o patrimônio da Paróquia é da comunidade. “Há pessoas que dizem: ‘não vou dar mais dinheiro para a Igreja’, ou ‘esse padre só sabe pedir dinheiro’. Eu lembro a elas que se não ajudarem, esse patrimônio todo que construímos vai virar ruína. Eu gosto de citar o exemplo de Frei Germano (o pároco anterior), que foi embora apenas com seus pertences pessoais”, enfatiza. Para Leonor, a preocupação com o patrimônio é necessária, mas alerta que os cristãos católicos não podem ficar numa zona de conforto achando que isso basta. “Como católica, conhecendo um pouco de outras confissões religiosas, penso que precisamos ir mais além. Conseguimos reunir um exército para a Festa de São Pedro mas não reunimos 20 pessoas para reconstruir a casa de um católico que pegou fogo. Acho que no social fazemos pouco. Porque não basta só dar uma roupa como faz bem a Associação Vicentina ou dar um prato de comida, como faz todos os dias a Igreja. Unidos, juntos, a gente pode mais.

No princípio do cristinismo, como nos mostra o Atos dos Apóstolos, tudo era colocado em comum e não faltava nada para ninguém. A gente precisa se reunir não só para a festa de São Pedro, mas para outras frentes de evangelização”, observa. “Tenho certeza que esse é o sentido que o Papa Francisco está pedindo quando diz ‘Igreja em saída’. Precisamos, sim, manter esse patrimônio, que é a soma dos esforços e união da comunidade paroquial. Mas não dá para ficar só nesse patrimônio de pedra. É preciso não esquecer do patrimônio do Evangelho de Cristo. Eu vejo que precisa dar de comer a quem tem fome, de vestir a quem está nu, mas a gente precisa ir além disso. Nós

nunca vamos acabar com a pobreza, isso é verdade, mas nós precisamos dessa partilha para tornar o sofrimento do outro um pouco menor”, acredita. Isso é Paróquia em saída. Essa alegria e confraternização da festa, segundo Leonor, precisa contagiar outros espaços da sociedade. “Isso não tem dinheiro que pague. Na festa, nós encontramos pessoas que não víamos há muitos anos. Pessoas que já não moram aqui e pessoas que não têm o hábito de ir à Missa, mas gostam dessa confraternização”, completa. Leonor saiu mais cedo dos pastéis na quarta-feira, porque, religiosamente nesse dia, ela vende velas para a novena Nossa Senhora Desatadora dos Nós.

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TODOS PELO LEILÃO DO GADO

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Festa de São Pedro Apóstolo conseguiu 28 cabeças de gado para o Leilão, uma tradição na festa. Para conseguir isso, uma equipe de voluntários, junto com Frei Lindolfo Jasper, visitou os pecuaristas do município para buscar doações. A equipe formada por Beto Tonioli, Renato Beduski, Cláudio da Silva e Edemilson Simon ainda teve tempo para fazer uma grande confraternização com os doadores, oferecendo uma feijoada na chácara de Erlindo da Silva. As doações não se limitaram ao gado somente. A festa arrecadou leiloando também ovelhas, peru e galinhas. No pátio onde acontece o leilão fica a barraca do churrasco, uma das mais procuradas na Festa. Para tanta comida, Valdemar Francisco da Silva e Paulo Darox coordenam mais de 120 voluntários nas barracas de bebidas. A Festa também é junina e não faltam o quentão e pinhão. O gasparense Paulo Regis trabalha há 20 anos preparando o pinhão e Caio Carmelino dos Santos já computa 24 anos de dedicação.

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RESGATE HISTÓRICO

149 ANOS NA MARGEM DIREITA DO ITAJAÍ

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rei Elzeário Schmitt, no seu livro comemorativo dos 158 anos da Paróquia, descreve a festa como o maior evento da cidade. “Constitui hoje, e de longe, a festa mais popular e aglutinante de toda esta região do Vale do Itajaí”. Antigamente o evento mobilizava a cidade. Passados mais de 160 anos, a festa se perpetua ao sabor de cada época, desde a primeira festinha na selvagem margem esquerda do rio Itajaí, quando no dia 29 de junho de 1850, o Patrono de Gaspar re-

cebia sua pequena e fiel comunidade, assim como a partir da primeira festa na margem direita, no dia 29 de junho de 1867 (149 anos), onde se encontra hoje a Matriz. Os franciscanos se fixaram definitivamente em Gaspar na festa das Chagas de São Francisco, em 17 de setembro de 1900. Mas desde a chegada dos filhos de São Francisco de Assis a Blumenau, em 1892, cidades como Gaspar, Ilhota, Baú e Luís Alves eram atendidas pelos frades.

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A HISTÓRIA EM UM CASAL

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festa de São Pedro Apóstolo, que está na 166ª edição, é o retrato fiel de um casal que está em todas as partes do circuito festivo, igreja e o complexo de festas. Dilza, ou Dona Dica como é mais conhecida, e Evaristo Spengler - que são parentes de dois bispos, Frei Evaristo e Dom Jaime -, formam o casal mais antigo da festa. Nesta quinta-feira, eles foram escolhidos pelo pároco Frei Paulijacson de Moura para acender a fogueira. Mas os dois não aparecem somente nas homenagens, não! Estão em toda parte. Dona Dica, aos 82 anos, trabalha incansavelmente. Coloca seu uniforme e mãos à obra na cozinha. Ela é do tempo que as voluntárias da cozinha iam até o rio Itajaí (logo abaixo do Salão Cristo Rei) matar e limpar as galinhas. Calma! Dona Dica trata logo de explicar que a água do rio naquele tempo era límpida, bem diferente do que acontece com os nossos rios no Brasil. “Elas acendiam o fogo ali mesmo para ferver

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a água num tacho e depenar as galinhas. Na época, a cidade não passava de uma vila, e 300 galinhas assadas eram suficientes. Havia também o churrasco”, recorda. Nesse tempo, Dona Dica era uma adolescente


de 16 anos apenas. E foi com essa idade que ela da Rede Feminina. Há 17 anos faz parte do Conseingressou nas Filhas de Maria e passou a trabalhar lho do hospital e pede doações de roupas para o sempre na festa, seguindo o exemplo dos pais. “Na Brechó do Hospital. “Uma coisa que sempre gostei é de ajudar. Meu cozinha, contudo, estou há 30 anos”, observa, informando que até 1983 o fogão era de lenha. “Aqui irmão, que já faleceu, dizia que quando eu era penão tinha essa estrutura que temos hoje. Havia um quena, minha mãe me procurava e não me achava, rancho coberto de chão batido e a escola paroquial”, pois estava na casa de vizinhos que tinham crianacrescenta. Atualmente, o Salão Cristo Rei ocupa o ças pequenas ou bebês nascidos recentemente, maior espaço físico e o maior centro social da cidade. ajudando”, conta, lembrando que a mãe ficou viúva Por sua vez, o marido, Evaristo, aparece na muito nova (“meu pai morreu com 39 anos”). “Quanfoto da primeira formação da Banda São Pedro, do eu posso, eu ajudo”, decreta. Dona Dica já está de passagem comprada para encontrada em 2 de outubro de 1949. Neste ano, em 2016, a Banda celebra 70 anos de fundação. um Congresso da Rede Feminina em Pernambuco. “Já fui a Brasília e vou agora “Nós sempre fomos muito para Recife. Só estou triste porde Igreja”, conta Dona Dica, que não poderei ir à ordenação que fala com orgulho de suas de Frei Evaristo Spengler em quatro filhas (Maristela, MariMarajó”, lamenta. “Eu e mais sa, Marialva e Maria Clarice), uma pessoa somos responsáque lhe deram 13 bisnetos e veis pela crisma, perseverança 11 netos. “Não é porque são e o intermediário na Matriz. Sou minhas filhas não, mas são do Lions Clube, fazemos um bonitas. Quando crianças, trabalho de recuperação de caas pessoas paravam a gente mas hospitalares, andadores, na rua para admirar os olhos cadeiras de roda. Temos mais delas”, revela a mãe-coruja. ou menos 150 equipamentos. Ela também tem elogios para No 3º domingo, sou responsáos netinhos e bisnetos: “Ouvir vel pela liturgia das 19 horas”, chamarem de ‘bisa’ é muito acrescenta. Quer mais? Ela já bonito. É uma graça”. foi uma catequista atuante por “Eu ajudo em tudo o que longos anos. Quando pode ver posso, mas em primeiro lua televisão, só os canais com gar está a família”, diz, mas Família, orgulho de D . Dica programação religiosa entram depois se contradiz. “Minhas na sua casa. “Só assisto programas religiosos. Cofilhas ficam doidas comigo. Dizem ‘a mãe não para’, ‘por que a mãe não para?’, revela. Segundo ela, dei- migo é só com esses canais! Nos outros a gente só xou de ir a um chá de bebê de um bisneto que vai vê crime, roubalheira, sexo”, critica. Para toda essa dedicação, ela garante que está nascer. “Naquele dia tinha feijoada da Rede Feminibem de saúde. “Tenho um neto ortopedista que na e meu marido estava com uma gripe com muita febre. Eu não pude ir. Ficaram muito bravas comigo. cuida da minha saúde. Ele me disse uma vez: ‘Vó, Respondi: ‘Mas como eu poderia levar o pai?’”, ten- a senhora só tem um probleminha numa vértebra’. tou amenizar. Dona Dica conta que tem uma neta Os joelhos chegam a doer um pouco, mas nada de 41 anos. Parece que as filhas têm razão de se que me impeça de andar. Dirijo sempre”, tranquiliza preocupar. Dona Dica estava na cozinha, logo mais a todos. O celular, um smartphone que maneja com à noite estava na Missa como Ministra da Eucaristia, facilidade, não para de se comunicar com ela... E para os mais jovens, desanimados, Dona faz parte da Rede Feminina de Combate ao Câncer, onde foi a primeira presidente, e está sempre en- Dica tem uma receita: “Minha vida é assim: pasvolvida na organização de promoções para angariar seio, faço viagens, trabalho, rezo, e tenho muito fundos, seja em benefício do Hospital de Gaspar ou coisa para fazer”.

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club musical são pedro

70 ANOS DE MÚSICA E CULTURA

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esta religiosa sem banda, não é festa. Em Gaspar, a Banda Sinfônica do Clube Musical São Pedro está em atividade há 70 anos. Esse momento histórico foi celebrado no dia 7 de julho com um concerto no Salão Cristo Rei, local onde foi assinada a primeira ata de criação da então Sociedade Musical São Pedro no dia 16 de junho de 1946. Esta Festa de São Pedro foi um momento de Ação de Graças, dos músicos e da cidade, pela intuição que Frei Godofredo Sieber teve em 1946 de se criar uma banda para abrilhantar a Festa de São Pedro. Dessa data que se comemora, o músico e regente João Batista Bohn tem 90%, pois ingressou na banda em 1956, há 60 anos. Em 1986, foi eleito maestro da banda. “Nossos reais objetivos são a difusão da cultura musical em nosso município”, escreveu no livro comemorativo do Jubileu de Ouro do Clube Musical. Nesse livro o autor fala dos sacrifícios dispensados por um grupo de voluntários para que a banda sobrevivesse ao longo desses anos, especialmente nas últimas décadas, quando a cultura musical sofreu grandes transformações. Segundo o presidente Wagner Antunes, o Clube, que conta com 35 integrantes de 12 a 86 anos, recebe uma ajuda financeira da Prefeitura de Gaspar, mas

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para realizar este concerto, ganharam um patrocínio e promoveram um pedágio para arrecadar fundos. “Oferecemos aulas de música gratuitamente à comunidade desde que os alunos toquem na banda”, adianta o presidente. Aos 86 anos, Evaristo Spengler é também a história viva da banda. “A banda é, para mim, uma grande paixão”, diz o músico. Essa paixão começou quando tinha 16 anos e ainda não dominava as notas musicais. “Quem nos ensinou os primeiros passos foi Eurides Luiz Polli, maestro da banda naquela época”, conta o ex-prefeito de Gaspar, que não se separa do seu clarinete. João Batista e Evaristo foram homenageados, assim como o primeiro maestro da banda, Eurides Luiz Polli (in memorian), e Egon Bohn (in memorian). Receberam a placa ainda os ex-maestros da banda Jackson Marquezine e Sérgio Freitas, além da atual regente, Jaqueline Rangel. O concerto contou com a participação do Coro Misto Santa Cecília, de Gaspar, e do Coral João Batista Bohn

Santa Terezinha, de Blumenau. Também estiveram presentes instrumentistas convidados, a cantora Tati Rachadel e bailarinas da Associação Amigos da Dança, além do bailarino Deniel Mazzi, de Blumenau. A Congregação Mariana, presidida por Bertoldo dos Santos, deu o impulso para criação da Sociedade Musical São Pedro no dia 16 de junho de 1946 a pedido de Frei Godofredo Sieber. Na ata da criação, a reunião foi feita no Salão Cristo Rei, quando 25 voluntários se apresentaram para esta iniciativa musical em Gaspar. O primeiro regente do Clube foi Eurides Luiz Polli e a primeira apresentação oficial aconteceu dois anos após a fundação do clube, em junho de 1948, na festa de Santo Antônio, no bairro Alto Gasparinho. Em 1975, o Clube Musical São Pedro foi declarado de utilidade pública. Hoje a banda participa de eventos religiosos da Paróquia, de comemorações cívicas, de inaugurações e recepção a autoridades, de retretas na praça, de concertos de Evaristo Spengler Natal e Ano Novo.

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A FRATERNIDADE NA 166ª EDIÇÃO DA FESTA Frei Carlos Ignacia

Guardião e Vigário Paroquial

Natural de Crisciúma (SC), Frei Carlos nasceu no dia 9 de maio de 1975 e vestiu o hábito franciscano no dia 15 de janeiro de 1994. Professou na Ordem dos Frades Menores em 2 de agosto de 2000 e foi ordenado presbítero no dia 24 de maio de 2003. Reside em Gaspar há três anos.

Frei Paulijacson Moura Pároco

Natural de São Miguel (RN), Frei Paulijacson nasceu no dia 16 de dezembro de 1981 e vestiu o hábito franciscano em 8 de janeiro de 2006. Professou na Ordem dos Frades Menores no dia 6 de agosto de 2011 e foi ordenado presbítero no dia 29 de novembro de 2014. Reside há dois anos em Gaspar.

Frei Lindolfo Jasper Vigário Paroquial

Natural de Ituporanga (SC), Frei Lindolfo nasceu no dia 20 de março de 1960 e vestiu o hábito franciscano no dia 20 de janeiro de 1980. Professou na Ordem dos Frades Menores em 2 de agosto de 1984 e foi ordenado presbítero no dia 21 de fevereiro de 1987. Passou a residir em Gaspar no início deste ano.

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Festeiros da edição de 2016 Ademir Milton Stanke e Verena dos Santos Stanke Adir Luiz Stiz e Marili Testoni Stiz Agemiro Pinheiro e Ivonete Pinheiro Antônio da Costa e Jocemara Piekler da Costa Charles Oecksler e Juliana Schmitt Ciro Eduardo Pereira e Sirlei de Souza Pereira Claudio da Silva e Nair Isensee da Silva Cuniberto Francisco Kuhnen e Maria Madalena R. Kuhnen Ernesto Marques e Maria de Lurdes Marques Etelvino Cordeiro e Petronila Maria Pamplona Cordeiro Evaristo Francisco Spengler e Dilsa Gertrudes Spengler Firmo Vitorino de Campos e Maria Zélia Muller Francisco Theiss e Cynthia Theiss

Gilberto Gonçalves Filho e Aparecida M. da Silva Gonçalves Gilmar de Souza e Maria Idalina Reinert de Souza Ivo Crug e Lídia Zancanela João Alberto Viana e Gergiane Rosélia Becker Jorge Adriano D’avila e Scheila Bianca de Oliveira D’avila Jorge Luis Dallarosa e Arminda Zermiani José Alberto Schmitt e Wanya Nico José Silvio Pereira e Nahir Maria Pereira Juliano Marcos Spengler e Maria Laura Spengler Julio Carlos Testoni e Ana Lucia Santos Testoni Laercio Jacob Moritz e Denise Moritz Laurício José Weigenannt e Andréa Baptistoti Lovídio Carlos Bertoldi e Daniela A. Zuchi Bertoldi Luis Carlos Spengler Filho e Ana Cristina Barbieri Spengler

Luiz Henrique Russi e Daniela Coradini da Silva Manoel Cardoso e Erotides Maria Mitterstein Cardoso Manoel Salésio da Silva e Angela Maria de Souza e Silva Marcelo Brick e Marilete Libório Marcelo Duran e Karin Theiss Duran Marco Aurelio Reinert e Gilcemara C. Pereira Reinert Marcos dos Santos e Tereza dos Santos Mário Jorge de Souza e Lurdete Maria de Souza Max Eloi da Silva e Erica da Silva Moisés Venera e Rosana Venera Murilo Machado e Vânia Machado Nilton Cesar Serafim e Maria Aparecida Galdino Nivaldo Schmitz e Maria Renata Schmitz

Odirlei Frare e Daniela Gonçalves Olavio Pereira e Marlene Luiz Pereira Osmar Silvio Spengler e Teresinha Helena dos Santos Osvaldo Schneider e Marlise da Cunha de Souza Paulo Neves Daroxi e Maria Helena Debortoli Daroxi Ramon Luiz Pereira e Juliane Schmitt Pereira Renato Oscar da Silva e Debora Eliz Melato da Silva Rogério Alves de Andrade e Mara Andrea T. Alves de Andrade Rogerio Alves Figueiredo e Terezinha Maria Figueiredo Rui Mauricio dos Santos e Vera Lúcia dos Santos Silvio José Morestoni e Morgana Karina Marchi Valdir Kistner e Adriana Gerner Kistner Vicente Tomio e Janete Stiegemaier

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PATROCÍNIOS


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