AGUALVA BA4

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AGUALVA BA4


AGUALVA BA4 DINÂMICA DO MUNDO RURAL Page | 2

ÍNDICE ENQUADRAMENTO

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DA HISTÓRIA

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DA EMPREGABILIDADE

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DO IMPACTO

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DAS IDEIAS

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CONTRIBUTO DO PS/AGUALVA AO PREIT

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Apoios aos Trabalhadores e Famílias Afectadas

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Reconversão e Limpeza Ambiental

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Turismo

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Carta Regional de Obras Públicas

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Desenvolvimento Local

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Dinamização do Sector Agrícola

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

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ENQUADRAMENTO No passado dia 08 de Janeiro, a Administração dos Estados Unidos, confirmou que irá implementar o plano de redução da sua presença militar e civil na Base das Lajes, nos mesmos termos que havia anunciado em Novembro de 2012. Esta é uma decisão com sérias implicações para a Agualva e a Secção veio demonstrar isso mesmo. Foi em 08 de Abril de 2013, logo após a tomada de posse dos actuais órgãos da Secção da Agualva do Partido Socialista dos Açores, que foi aprovado e por unanimidade na reunião da Assembleia Geral, o documento “Caracterização Demográfica dos Agualvenses Trabalhadores na Base Aérea das Lajes – 2013”. Com este documento demos a conhecer às partes interessadas os agualvenses trabalhadores da Base das Lajes, em número e por faixa etária, o grau de escolaridade e a ocupação principal, colaborando assim a nível concelhio, ilha, regional ou nacional para uma possível necessidade estratégica de inserir, formar e (re)qualificar. De empregos directos da Base e respectivas famílias, são mais de 10% da população da Agualva possivelmente afectada e nunca menos do dobro que, indirectamente, ficará fragilizada. Falamos de agualvenses proprietários de imóveis arrendados a militares, comércio local, gerentes e trabalhadores de empresas que fornecem serviços à Base e baby-sitter que ciclicamente apoiou o crescimento dos filhos de militares. Isto tudo na freguesia da Agualva, que hoje apenas representa perto de 3% do total da população da ilha Terceira. Com esta decisão e não sendo tomadas medidas assertivas e contíguas, a vida da freguesia ficará mais debilitada: instituições locais e os negócios de cariz familiar já são o reflexo disso mesmo. Caso os agualvenses trabalhadores da Base das Lajes sejam despedidos, em parte ou colectivamente, adicionando a destruição de empregos indirectos associados a este processo, a taxa de desemprego na freguesia pode atingir números alarmantes e instalar-se uma tragédia social associada a uma possível vaga de emigração.

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Mas não só. Durante décadas a Base das Lajes ao teve na Agualva o polo da U.S. Naval Security Group Activity, desativado em 1994. Nele encontravam-se os instrumentos da tecnologia mais avançada do mundo de Onda Longa, Média, Curta, e Decamétrica. Já no Cabrito Page | 4 funcionava o “Agualva Munitions Annex Lajes Field Return”, da “Air Force”. E existia (e existe?) um custo elevado, pago pelos americanos, pela utilização destes terrenos e infra-estruturas, sem proveitos evidentes que se conheçam para a freguesia, município, ilha ou região. Também a nascente do Rego da Silveira, tem a “mão” da BA4 e o Campo de Golfe da Ilha Terceira foi construído e inaugurado pelos norte-americanos. Finalmente, o impacto social que a decisão dos EUA implicará na comunidade da Agualva. Desde a chegada dos EUA à ilha Terceira, deu-se início a uma história honesta entre agualvenses e norte-americanos, quando estes últimos habitavam na Agualva e frequentavam os mesmos espaços, os mesmos lugares, as mesmas instituições e as mesmas festas profanas e religiosas. Neste contexto, o PS/Agualva assume um conjunto de 12 ideias que poderão servir de suporte aos vários eixos e medidas constantes no Plano de Revitalização Económica da Ilha Terceira, colaborando com o Governo dos Açores e entidades representativas da ilha Terceira, e que, com outras propostas da sociedade civil e órgãos representativos da freguesia, poderão ser importantes para a “intervenção imediata, diligente e mitigadora dos impactos negativos já por todos reconhecidos”.


DA HISTÓRIA, A Agualva faz parte das freguesias puramente rurais, genuínas do Açores Rural, com uma economia tradicionalmente à base da agricultura, moagem e madeira. Embora hoje a população da Agualva não chegue aos 3% do total da ilha e ser uma freguesia predominantemente à base da lavoura, muito foi o relacionamento ao longo de décadas com o contingente americano estacionado nos Açores. A começar pela proximidade com a Base, um número elevado de militares americanos arrendaram imóveis na freguesia e com suas famílias muito estimularam a economia local e os negócios de cariz familiar. O Campo de Golfe da ilha Terceira, mandado construir e inaugurado em 1954, foi outro meio que privilegiou o contacto entre americanos e agualvenses. Se ainda antes do 25 de Abril os primeiros eram golfistas, já os segundos eram caddies. Em troca, os agualvenses frequentavam uma escola bilingue, a convite do(s) americano(s). A freguesia também foi um núcleo importante da Base das Lajes. Para além do “Agualva Munitions Annex Lajes Field Return”, também na Ribeira das Pedras, militares americanos exerceram durante décadas directrizes num polo da Base activado nos anos 50/60 - Naval Security Group Activity (NSGA), da Agualva, tendo encerrado em 1994. Aqui foi construído o “Agualva Recreation Center” com ginásio, campo de treinos e squash. Outra das mais-valias é a água alva que os militares, portugueses e americanos, desfrutam a título gratuito para a freguesia e município, que provêem das muitas nascentes da Agualva e que abastece a Base com milhões de m3, correspondendo a “15% da água consumida na ilha Terceira”. Com o turismo visitam-nos guias turísticos da Base das Lajes, promovendo as nossas belezas naturais junto de militares, famílias e amigos. Pico Alto, Alagoa da Fajãzinha e Frechas são disso exemplo.

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DA EMPREGABILIDADE Desde Outubro de 1943, que muitos agualvenses e outros, em maioria das freguesias vizinhas Vila Nova e Lajes, foram contratados para obras de alargamento da pista, construção de postos de serviço e obras do Porto militar da Praia da Vitória. Um dos Page | 6 primeiros funcionários da base era agualvense e já na altura ganhava quase o dobro do que antes do seu ingresso. Mas não foi só na edificação “de uma pequena cidade para os americanos” que os agualvenses participaram. Com a construção e inauguração pelos norte-americanos do campo de golfe, muitos foram os agualvenses empregados de bar, cozinheiros e tratadores de relva que lá exerceram funções. Também na NSGA, na Agualva, vários agualvenses foram contratados, e outros, serviram de “guardas” aos equipamentos e munições que existiam nos paióis no Cabrito numa área estimada de 27 hectares - “Agualva Munitions Annex Lajes Field Return”. Podemos dizer que o maior empregador da freguesia foi e ainda é a Base das Lajes. Infortunadamente ao longo dos últimos 25/30 anos o número de funcionários da Base foi caindo até ao “maior” e mais que previsto “despedimento colectivo da Região”. Se em 1991, muitos foram os trabalhadores da Base despedidos, boa parte agualvenses, também a desactivação em 1994 da Naval Security Group Activity na Agualva originou outros tantos despedimentos, que fez a freguesia ressentir e muito. Hoje, somando aos que no decorrer dos últimos anos e por mútuo acordo tiveram reforma antecipada, resta-nos defender intransigentemente os actuais, mas ainda muitos, agualvenses trabalhadores que permanecem fiéis à sua missão na Base das Lajes. Prevendo isso mesmo e ainda em 2013, o PS/Agualva elaborou o documento “Caracterização Demográfica dos Agualvenses Trabalhadores na Base Aérea das Lajes 2013”, tendo sido aprovado por unanimidade na Assembleia Geral de 08 de Abril de 2013. Considerando que 47 é o número actual de agualvenses trabalhadores na base, destes mais de 75% possuem o ensino básico, idades entre os 41-50 anos (19) e os 31-40 (12)


e ocupação que varia de empregados de balcão, operadores de combustíveis, máquinas e de água, electricistas, bombeiros, condutores, pedreiros, canalizadores, cozinheiros, funcionários de carro do lixo, armazenistas, pintores e recepcionistas. Que somando os respectivos cônjuges e os 71 filhos, são 162 pessoas a depender directamente do Page | 7 emprego na base, atinge-se 11,3% da população da freguesia. Deste universo, existem famílias agualvenses com pai, 3 filhos e nora a trabalhar na Base, outro casal com filho menor, e, baby-sitter de apoio às famílias dos militares norteamericanos. Por fim, agualvenses sócio-gerentes de empresas que fornecem mobiliário de escritório à Base, e outros, que boa parte dos seus produtos de antiguidade são vendidos aos militares americanos. A cessação da relação laboral dos agualvenses trabalhadores e presença militar na ilha Terceira, trará sérios prejuízos para os agualvenses e para a vida da própria freguesia e, o impacto directo e indirecto irá incidir em pelo menos 30% da população da Agualva. Mas não é apenas um efeito económico e financeiro, mas também emocional. São os nossos emigrantes os primeiros a manifestarem-se, sendo Francisco Cota Fagundes (PHD University of Massachusetts Amherst) um desses exemplos. Agualvense, emigrado nos Estados Unidos, ao revisitar a Agualva em Março de 2013, partilha que se entristeceu ao “constatar o nível de desesperança que se verifica entre muitas pessoas face à crise económica, à iminente redução da presença Americana na Base das Lajes”.


DO IMPACTO O Governo dos Açores, através do Plano de Revitalização Económica da Ilha Terceira, indica que a região terá “um aumento de cerca de 55 por cento da taxa de desemprego, uma queda superior a seis por cento do PIB da ilha, e a perda de cerca de dois mil postos Page | 8 de trabalho diretos e indiretos”. Dr. Roberto Monteiro, presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória, referiu em 2013 que “os números para a ilha não são nada promissores, pois o desemprego pode ir dos 8% aos 28% e com uma redução de 30% na produção da nossa comunidade”. O estudo do Dr. Mário Fortuna e outros, 2006, aponta para uma quebra no Produto Interno Bruto da ilha na ordem dos 8 a 10%, considerando apenas o emprego formal, já com o emprego indirecto as estimativas passam para o dobro. Um outro estudo, coordenado pelo Dr. Tomaz Ponce Dentinho e que também o PS/Agualva teve acesso, aponta para "uma emigração de 5.500 pessoas, dentro das expectativas melhores, ou de dez mil pessoas, se de facto houver muito emprego informal actualmente”. Por fim, o Prof. Carlos Enes, com assento na Assembleia da República, em muitas das suas comunicações e requerimentos entregues ao Governo da República, salienta que o sucesso do funcionamento da Base das Lajes, “concorde-se ou não com os fins militaristas da mesma”, ficou a dever-se ao “profissionalismo dos seus trabalhadores”. A Agualva é certamente das 30 freguesias da ilha Terceira, uma das que mais sairá fragilizada com a decisão dos EUA. O estudo do Dr. Tomaz Ponce Dentinho e Dr. João Borba, nas várias anotações e conclusões, referem que na Agualva existirá uma grande perda

económica

em

arrendamento

de

casas,

juntamente

com

outras,

maioritariamente próximas da Base das Lajes. Na verdade, a Agualva sempre foi uma freguesia reconhecida na ilha por mais imóveis ter arrendados aos militares e suas famílias. Primeiro, talvez porque na própria freguesia existia um polo da Base das Lajes, a quem chamavam “campo dos americanos”. Segundo, já depois desta desactivação em 1994, o afecto e carinho apontado pelos


norte-americanos aos agualvenses, pode ter sido uma de várias razões para que outros tantos militares “escolhessem” a nossa freguesia para viver. A residência de militares americanos e suas famílias na freguesia serviram de alavanca ao tecido económico local, não só pelas rendas pagas como também a aquisição de bens Page | 9 e serviços. Pelo contrário, existem freguesias que embora também tenham um elevado número de arrendamento de imóveis, poderão não ter um impacto económico tão forte como a Agualva, porque possuem economias não dependentes da Base. Falamos do Cabo da Praia, por exemplo, que possui uma Zona Industrial e Porto de Pescas. A restrição de obras de construção e reparação na Base, a redução de militares norteamericanos e desemprego dos agualvenses, a ausência de arrendamento de imóveis aos militares, acrescido da mais que evidente redução do poder de compra, originará uma perda colossal no consumo na freguesia que trará efeitos colaterais difícil de estimar na vida da Agualva. Nos últimos cinquenta anos a freguesia da Agualva já perdeu mais de metade da sua população: 2904 habitantes (Censos 1960) para 1432 habitantes (Censos 2011). A 20 de Novembro de 2012, 64 agualvenses estavam desempregados. Considerando que esta realidade não é muito diferente da actual e somando-lhe os 47 trabalhadores da Base com probabilidades de perderem os seus postos de trabalho, o número subiria para 111 desempregados. E os empregos indirectos ainda não estão contabilizados. O risco social do desemprego pode atingir a Agualva e com ele o aumento da ansiedade e depressão dos desempregados e familiares, dando lugar a uma sensação de vazio, frustração e “desesperança”. Não podemos desprezar que a Agualva teve durante muitos anos uma economia dependente da Base das Lajes, quer pelo emprego directo que lá existia (e existe), como também pelo emprego indirecto e negócios de cariz familiar que muito contribuía as famílias dos militares norte-americanos.


DAS IDEIAS APOIO AOS TRABALHADORES E FAMÍLIAS AFETADAS 1. Identificar e estabelecer contacto com entidades sedeadas na freguesia da Agualva e freguesias limítrofes RECONVERSÃO E LIMPEZA AMBIENTAL 2. Assegurar a demolição, limpeza e reconversão global das infraestruturas e passivo ambiental resultante das infraestruturas militares na Agualva TURISMO 3. Recuperar moinhos de água abandonados ou em ruínas 4. Criar valências ligadas ao turismo e ambiente 5. Elaborar a Carta de Desporto de Natureza da Agualva 6. Colocar Sinais de Trânsito e Sinais Turísticos CARTA REGIONAL DE OBRAS PÚBLICAS 7. Beneficiar a Via – entre Ladeira de Nossa Senhora (Rua do Saco) até bifurcação Fonte das Ovelhas - Algar do Carvão 8. Construir “Miradouro Pico Alto” DESENVOLVIMENTO LOCAL 9. Criar o Museu “Agualva BA4” 10. Construir um armazém de apoio à freguesia 11. Agualva Recreation Center DINAMIZAÇÃO DO SECTOR AGRÍCOLA 12.Criar um viveiro de Hortênsias

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APOIO AOS TRABALHADORES E FAMÍLIAS AFETADAS

1. Identificar e estabelecer contacto com entidades sedeadas na freguesia da Agualva e freguesias limítrofes Page | 11

Enquadramento: Em 2013, o PS/Agualva facultou ao Governo dos Açores o documento “Caracterização Demográfica dos Agualvenses Trabalhadores da Base Aérea das Lajes” permitindo desta forma às partes interessadas conhecer os agualvenses trabalhadores da Base, em número e por faixa etária, o grau de escolaridade e a ocupação principal, que permite reconhecer e validar as competências adquiridas ao longo da vida através do Reconhecimento Validação e Certificação de Competências. O PS/Agualva também irá identificar e estabelecer contacto com várias instituições locais, que permitam a reintegração no mercado de trabalho de agualvenses desempregados no âmbito dos vários programas, quer seja através de projectos CTTS, Estagiar, RECUPERAR ou outros promovidos pela DREPQ. A existência na freguesia de um serviço de apoio psicossocial aos agualvenses desempregados e famílias, podendo o município da Praia da Vitória ser parceiro através das suas equipas de psicólogos, será uma medida a ter em consideração.

RECONVERSÃO E LIMPEZA AMBIENTAL

2. Assegurar a demolição, limpeza e reconversão global das infraestruturas e passivo ambiental resultante das infraestruturas militares na Agualva Enquadramento: A freguesia da Agualva serviu de polo da Base das Lajes durante várias décadas. Na Ribeira das Pedras estava a U.S. Naval Security Group Activity, que foi “sede da Estação Receptora mais sensível do meio do Atlântico” e que “poucos tinham o privilégio de entrar no edifício central vigiado pelos quatro lados. Nele encontravam-se os


instrumentos da tecnologia mais avançada do mundo de Onda Longa, Média, Curta, e Decamétrica.” Mas também no Cabrito, hoje entre uma e outra freguesia, estava sedeado o “Agualva Munitions Annex Lajes Field Return”, da “Air Force”, que servia de armazenamento de Page | 12 munições. Aqui, conta-se, até serviu para guardar armamento nuclear nos vários paióis subterrâneos ainda hoje existentes. Também no Rego da Silveira, a BA4 tem intervenção numa nascente. Presentemente temos na Agualva o pavilhão degradado na Ribeira das Pedras e as infraestruturas subterrâneas e “Pico Careca” sem vegetação no Cabrito. Assim, ganha preponderância que estes espaços estejam integrados nas obras de desmantelamento e remoção, no programa de limpeza ambiental e programa de monitorização e certificação do estado ambiental

TURISMO

3. Recuperar moinhos de água abandonados ou em ruínas Enquadramento: Majorar os apoios públicos regionais a projectos de investimento privado de recuperação dos moinhos de água abandonados ou em ruínas na freguesia. Para além das características ligadas à sua funcionalidade produtiva, muitos moinhos de água também tinham cariz residencial, incentivando na base da sua arquitectura a existência de um, dois e até três pisos. Eram famílias inteiras que numa base de forte ligação e sentimento de pertença ao mundo rural, trabalhavam diariamente na produção de farinha para distribuir um pouco por toda a ilha. A profissão de moleiro, na Agualva, enquanto actividade ancestral, é porventura uma das mais antigas profissões da freguesia, tendo sido essencial para o forte desenvolvimento agrícola que nesses tempos a Agualva detinha.


Tendo a desaparecer parte deste património, em meio rural, a Agualva perderá parte da sua identidade. E a Agualva é herdeira de uma vida própria ligada à força da sua água alva e à destreza dos moleiros na arte de trabalhar os moinhos, que importa que as mais novas gerações percebam e compreendam estas estruturas enquanto valor económico, Page | 13 de memória e de estreita ligação emocional, social e humanizadora. A valorização da importância económica que os moinhos de água tiveram para a freguesia da Agualva, assim como a relevância cultural, histórica e social que actualmente os moinhos de água representam, possibilitará a vinda à freguesia de muitos alunos da ilha Terceira através das visitas organizadas das suas escolas, de famílias açorianas com interesse no tema, de turistas de natureza e outros que relevam em muito a história e cultura locais e dos emigrantes que ano após ano marcam presença na ilha Terceira.

4. Criar valências ligadas ao turismo e ambiente Enquadramento A Agualva é reconhecida pela sua vasta área natural onde se inclui os mais diversos pontos turísticos recônditos de passagem obrigatória pelos turistas e visitantes, sendo agora necessário potenciar as áreas protegidas e geossitios da Agualva e inseridos, respectivamente, no Parque Natural Ilha e Geoparque Açores. A promoção de Turismo de Natureza através da promoção das actividades de canyoning na Ribeira da Agualva, percursos pedestres nos trilhos da freguesia, actividades de arvorismo, percursos de BTT, entre tantas outras, será uma mais-valia para a freguesia pelo crescimento que este tipo de actividades e serviços trazem para a economia local. O ambiente deverá estar intimamente ligado ao turismo, onde a carga a ser utilizada nas actividades é regulada pela Carta de Desporto de Natureza a elaborar, que controla o impacte ambiental que este tipo de actividades incide na natureza. O Parque Natural de Ilha e o Geoparque Açores são desde já as mais-valias a aproveitar na promoção deste género de actividades na freguesia, sendo mais fácil chegar e interpretar pelo nicho de mercado que procura o turismo de natureza.


5. Elaborar a Carta de Desporto de Natureza da Agualva Enquadramento A elaboração da Carta de Desporto de Natureza na Agualva, conforme intenção do PS/Agualva já manifestada no Plano de Actividades 2013-2015 de 08 de Abril de 2013, irá permitir salvaguardar as várias áreas protegidas e regular o impacto ambiental causado pela prática de actividades de desporto de natureza, nomeadamente, à restrição de actividades motorizadas em determinados locais, o excedente de número de participantes, e regras de conduta a serem respeitadas por quem participa.

6. Colocar Sinais de Trânsito e Sinais Turísticos Enquadramento Muitos dos que passam pela Agualva, estacionam a viatura no Largo da Igreja e questionam qual a direcção das cidades de Angra do Heroísmo e Praia da Vitória, e os pontos turísticos do Algar do Carvão, Lagoa da Fajãzinha ou Parque das Frechas. A colocação de sinalização de trânsito nas vias de comunicação terrestre municipais e regionais, nomeadamente sinalização de direcção e indicação de localidades, seria uma boa solução. Mas também sinalização informativa em matéria turística que possa direccionar os interessados para os pontos turísticos da freguesia. Indicações como Pico Alto e Parque das Frechas são boas soluções.

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CARTA REGIONAL DE OBRAS PÚBLICAS

7. Beneficiar a Via – entre Ladeira de Nossa Senhora (Rua do Saco) até bifurcação Fonte das Ovelhas - Algar do Carvão Page | 15

Enquadramento A beneficiação de Via na freguesia da Agualva – entre Ladeira de Nossa Senhora (Rua do Saco) até bifurcação Fonte das Ovelhas - Algar do Carvão irá apoiar a circulação diária de muitos lavradores e turistas. Boa parte da Rede rural/florestal e Rede agrícola do concelho da Praia da Vitória estão integradas na freguesia da Agualva, destinadas a estabelecer o acesso a partir da freguesia da Agualva e de vias integradas na mesma ou de outras redes, ao espaço rural, a explorações agrícolas e pecuárias, assim como aos perímetros e núcleos florestais submetidos ao regime florestal. Esta via, poderá porventura ser entendida como uma resposta às necessidades básicas da população da Agualva através dos muitos lavradores existentes na freguesia, uma vez que serve de entrada dos factores de produção e de escoamento dos seus produtos. Mas esta via também é importante noutros sectores considerados preponderantes para a região. Por exemplo, na área do turismo, são muitos os turistas que depois de chegarem à freguesia utilizam esta via, por exemplo, para acesso a trilhos pedestres homologados pela região e aos Monumentos Naturais Algar do Carvão e Furnas do Enxofre.

8. Construir o “Miradouro Pico Alto” Enquadramento Um miradouro é sempre um local que permite a visita de mais pessoas a determinada localidade. Temos o exemplo da pequena freguesia das Quatro Ribeiras, com pouco mais de 400 habitantes, em que a existência de dois miradouros promovidos pelas entidades ligadas ao turismo na região gera muitas visitas à freguesia.


A existência do “Miradouro Pico Alto”, será apelativo para mais pessoas nos visitarem permitindo uma vista privilegiada sobre a vasta planície, freguesias e gado do Ramo Grande. A existência de sinalética “Miradouro Pico Alto” na Via Vitorino Nemésio, a exemplo das Page | 16 placas que identificam o miradouro da Serra do Cume, serão um atractivo para todos os que por essa via passam. Biscoitos, Praia da Vitória e caminho rural do Algar do Carvão e Furnas de Enxofre são outros possíveis locais onde colocar sinalética.

DESENVOLVIMENTO LOCAL

9. Criar o Museu “Agualva BA4” Enquadramento O Museu Agualva BA4 será o local que irá valorizar o envolvimento dos agualvenses nos vários polos construídos pelos norte-americanos tanto na Base das Lajes como na freguesia, retractando em imagens, equipamentos e outros meios audiovisuais, a história profissional e vida social entre norte-americanos e agualvenses. A antiga Naval Security Group Agency (NSGA) sediada na Ribeira das Pedras e que era alvo de visita e intercâmbio das crianças da escola e jovens da Agualva, o Campo de Golfe da Ilha Terceira com os inúmeros caddies e trabalhadores, o “Agualva Munitions Annex Lajes Field Return” do Cabrito, a vida social dos militares e suas famílias que habitaram na freguesia são exemplos que melhor ilustram a edificação do Museu Agualva BA4. Não só promoverá o desenvolvimento local, como será parte importante no programa de captação de turistas americanos para a Terceira, conforme intenção do Governo dos Açores numa das medidas da responsabilidade do Governo da República.


10.Construir um armazém de apoio à freguesia Enquadramento Exortar o município a negociar com o Ministério da Defesa português, conforme intenção já manifestada em 2006, para adquirir ou permutar os terrenos na Ribeira das Pedras ocupados até 1994 pelos norte-americanos, podendo uma das várias opções, passar pela construção de um armazém de apoio à Junta de Freguesia, comissões e forças vivas que trabalham em prol da freguesia

11.Agualva Recreation Center Enquadramento Na Ribeira das Pedras também existia um complexo desportivo de apoio aos militares americanos e famílias. Ginásio, campo de futebol, squash e campo de ténis, foram aqui construídos. Criar um espaço desportivo, à dimensão da freguesia, serviria de apoio aos agualvenses e a todos os que habitam nas freguesias vizinhas. Parque Aventura, Ginásio, Circuito ciclopedonal que permite retirar a circulação de pessoas nas bermas das estradas da freguesia e um percurso temático/sensorial (adaptado a invisuais), o primeiro da ilha Terceira.

DINAMIZAÇÃO DO SECTOR AGRÍCOLA

12.Criar um viveiro de Hortênsias Enquadramento Apoiar e dinamizar os actuais projectos de horticultura e floricultura existentes na freguesia, privilegiando a criação de um viveiro de Hortênsias que sirva para a ornamentação dos caminhos nas procissões das festas religiosas, protegendo simultaneamente a retirada sazonal de hortênsias que percorrem os caminhos rurais e estradas do perímetro da freguesia.

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Considerações Finais Defender os agualvenses trabalhadores da Base das Lajes é defender a Agualva no seu todo. As freguesias limítrofes da Agualva possuem um conjunto de infraestruturas e serviços que são um suporte a quem vive no mundo rural. Porto Judeu com valências Creche e Atl, Miradouros, Restaurantes típicos e Porto de pescas, Vila Nova com Centro Multiserviços com valências de Apoio à infância, Centro de dia e Cozinha comunitária, São Brás com Lar de Idosos, Centro de Dia e Urbanização com 14 lotes que estimula as famílias jovens a fixarem-se na freguesia e por fim, Quatro Ribeiras com Miradouros, Parque Infantil e Moinho de Água totalmente recuperado. Para a Secção e tendo em conta a decisão dos EUA que muito nos afecta, é determinante a intervenção social e comunitária na freguesia, mas também projectos que incentivem a visita e permanência de turistas e visitantes. Não podemos esquecer, que pela sua história, a Agualva sempre teve uma economia praticamente dependente da Base das Lajes, quer pelo emprego directo que lá existia (e existe), como também pelo emprego indirecto e negócios de cariz familiar. Para a freguesia a forte ligação com os norte-americanos foi igualmente uma ligação entre tradições e cultura de dois povos, que ao longo de décadas partilharam o espirito de fraternidade e respeito mútuo, sendo o expoente máximo a participação vigorante dos norte-americanos nas festas profanas e religiosas da freguesia. E se nas alegrias estivemos juntos, também muitos agualvenses, viveram com as famílias dos militares norte-americanos, a dor e angústia quando estes últimos partiam para “os vários teatros de guerra”. Com a decisão dos EUA, muito prejudicial será para a Agualva se não forem tomadas medidas imediatas. Importa referir que a Agualva, em 2012, já era a 4ª freguesia com taxa mais elevada de desemprego do concelho da Praia da Vitória. Em síntese, no entender da nossa Secção, interessa que a Agualva concentre esforços na criação de uma economia que potencie o emprego local, em muitos casos através do

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empreendedorismo jovem, mas também que estimule os actuais negócios de cariz familiar. Também consideramos que, sendo a Agualva umas das freguesias com mais área natural, a aposta no Turismo de Natureza em estreita ligação com o Ambiente, será porventura a que mais retorno pode trazer para toda a comunidade da Agualva, Page | 19 atraindo turistas e visitantes. E tal como refere o Vice-Presidente do Governo dos Açores, Dr. Sérgio Ávila, é tempo de união e trabalho conjunto entre todas as forças políticas, partidárias e sociedade civil. Assim, tendo em conta as várias perspectivas atrás mencionadas, esta é a oportunidade de agualvenses, instituições locais e órgãos representativos da freguesia, relevarem esta importância e actuem de forma eficaz no âmbito da sua actividade.

O PS/Agualva manifesta assim: 1. Solidarizar-se com os agualvenses trabalhadores da Base das Lajes e respectivas famílias, na sua reivindicação pelos seus direitos e protecção social, bem como prestar todo o apoio social, psicológico, jurídico ou outro que possam vir a necessitar; 2. Solicitar soluções que amenizem o possível efeito traumático aos agualvenses trabalhadores e não constitua um sério prejuízo à economia da população da freguesia da Agualva; 3. Propor à Junta apelar de forma activa e eficaz ao consumo na freguesia, potenciando o comércio local e negócios de cariz familiar, através de iniciativas continuas em estreita colaboração com entidades parceiras; 4. Alertar a CRT e USAH para que no seu papel da defesa intransigente dos trabalhadores da Base das Lajes, tenha em reflexão o extremo impacto que um possível despedimento de agualvenses, em parte ou colectivo, implica na vida social, familiar e económica da freguesia.


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