BOLETIM nº 4 | PSD Porto Núcleo Centro Histórico
EDITORIAL Caros(as) companheiros(as). Apresentamos o úl�mo número de 2020 do nosso Bole�m do Centro Histórico. Esta inicia�va, como sabem, nasceu da necessidade de mantermos a comunicação polí�ca e par�dária em tempos de restrição de contactos presenciais. Nos meses e nos números que já passaram, esta nossa publicação evoluiu para um meio de par�lha de opiniões e de promoção da reflexão interna que vem superando as expecta�vas iniciais: não só, de uma forma recorrente, vamos ficando informados de aspetos do trabalho que os nossos autarcas desenvolvem nas assembleias de freguesia e municipal, como vamos contando com a colaboração de militantes (alguns mesmo de fora do nosso núcleo) que aceitam par�lhar connosco o resultado das suas reflexões. Ao terminar este ano de 2020 e ao aproximar-se o tempo em que poderemos começar a sonhar com um paula�no regresso a alguma normalidade, a ação polí�ca terá de se readaptar – nesta capacidade de, rapidamente, conseguirmos adequar as formas da nossa intervenção àquilo que as circunstâncias nos impõem estará, porventura, a nossa maior força. Por conseguinte, e porque esta inicia�va se vem revelando como meritória, a Comissão Polí�ca espera mantê-la em 2021, ainda que possa ficar reves�da de uma natureza mais comba�va, mais militante, própria do calendário eleitoral que se avizinha. E, falando no calendário eleitoral, deixamos um apelo a todos quanto queiram colaborar: cedo se iniciarão os procedimentos de elaboração de programa, de escolha de candidatos, de elaboração de listas. Todos os que puderem, quiserem e se sen�rem capacitados são bem-vindos a ajudar-nos na luta polí�ca para recuperar o espaço polí�co que tradicionalmente o nosso par�do ocupa na cidade. Posto isto, a Comissão Polí�ca deseja a todos um feliz Natal, na expecta�va de um reencontro próximo, no qual as angús�as, problemas e dificuldades dos tempos presentes, nos possam parecer mais distantes. Saudações sociais-democratas,
Nelson Nascimento Presidente da comissão Polí�ca do núcleo do PSD Centro Histórico do Porto
PSD Porto Núcleo Centro Histórico BOLETIM nº 4
3 PATRIMÓNIO 5 O PSD DO CENTRO HISTÓRICO DO PORTO FOCADO NA VITÓRIA ELEITORAL 2021 MANUEL MONTEIRO 8 ASSEMBLEIA MUNICIPAL ANTÓNIO M. CUNHA 10 ASSEMBLEIA DE FREGUESIA ERNESTO GALEGO 11 A CRISE E O FUTURO. ANDRÉ VIEIRA
13 A ARTE DE COMO NÃO SE FAZER POLÍTICA. JSD DO NÚCLEO CENTRO HISTÓRICO DO PORTO
PATRIMÓNIO
Este ponto icónico da nossa cidade, está localizada na Praça da Batalha, freguesia de Santo Ildefonso, no centro da cidade do Porto.
A Igreja de Santo Ildefonso.
Existem referências que remontam ao século XII da existência de uma pequena ermida no, então, arrabalde de Santo Ildefonso que teria sido objeto de alterações ao longo dos séculos seguintes. Chegados ao século XVIII iniciam-se as obras de ampliação do templo que vieram a estar concluídas em 1737, isto de apesar na inscrição existente sobre a porta principal se poder ler a data de 1730. Desde então outros melhoramentos foram feitos na Igreja: em 1857 foi ampliada a capela-mor e renovado o interior da Igreja: nas paredes foram pintadas várias figurações de santos bem como instalados nichos emoldurados com estuques, a meio das paredes da capela-mor. Em 1932 foi a frontaria reves�da com os onze mil azulejos que atualmente a carateriza, da autoria de Jorge Colaço; em 1967 foram instalados seis grandes vitrais da autoria do pintor Isolino Vaz.
Mas quem foi Santo Ildefonso? Sendo jovem ingressou no mosteiro de Agli, próximo de Toledo, onde chegou a Abade. Nessa qualidade par�cipou nos VIII e IX Concílios de Toledo, tendo sido próximo do Rei Recesvindo. Ascendeu a Arcebispo de Toledo em 657, dignidade que manteve até à sua morte. Segundo as notas biográficas existentes, terá sido discípulo de Santo Isidoro de Sevilha. Foi um dos principais autores do seu tempo, sendo responsável por vários tratados de natureza teológica, sobretudo sobre questões ligadas ao culto mariano e ao ba�smo, mas foi também autor de hinos, sermões, poemas e epitáfios. Morreu a 23 de Janeiro do ano de 667.
Nas obras de renovação levadas a cabo em Novembro de 1996, pode constatar-se que o corpo da Igreja está assente num cemitério térreo, tendo sido descobertas dezanove sepulturas. Será ainda interessante referir que, segundo D. Domingos de Pinho Brandão, a autoria do retábulo, das sanefas, das varandas, dos lavatórios da capela-mor e os púlpitos serão da autoria do famoso arquiteto Nicolau Nasoni.
Fontes: Carvalho, Luís de in Porto Património Mundial, 1999, pp. 60 a 62. Catholic Encyclopedia (1913)/ St. Ildephonsus
BOLETIM 4 | PSD Porto Núcleo Centro Histórico
pág.
4
COMISSÃO POLÍTICA Manuel Monteiro Tesoureiro da comissão polí�ca do núcleo PSD Porto Centro Histórico
O PSD do Centro Histórico do Porto focado na vitória eleitoral 2021 Quando a 4 de maio de 1984 tomei posse como membro da Assembleia de Freguesia de Cedofeita, funções que desempenhei ao logo de cerca de vinte anos, nunca pensei que trinta e seis anos depois estaria integrado numa equipa a trabalhar autárquicas. Militante do PSD há mais de quarenta e cinco anos, �ve que aceitar o desafio. Interrogar-se-ão os companheiros, com toda a legi�midade, sobre as minhas mo�vações para este projeto. De fato, para quem há mais de trinta e cinco anos par�cipa na polí�ca autárquica do Porto, em representação do PSD, tendo também sido deputado municipal vinte e cinco anos consecu�vamente, quatro anos como adjunto do execu�vo municipal, e sete anos numa Empresa Municipal, que mais valia trará? Inteiramente de acordo. Porém, a experiência, o conhecimento, a lealdade e o trabalho postos ao serviço da causa social-democrata, nestas três décadas, serão valores que importará transmi�r a uma equipa jovem, empenhada e disponível. É essa a minha mo�vação. Perdi a conta de quantas Comissões Polí�cas Concelhias fiz parte, de quantas Comissões Polí�cas do Núcleo de Cedofeita integrei. Porquê esta referência? É verdade Companheiros. Porquê? Um projeto polí�co local obriga um grupo de militantes a trabalho e a esforços desmedidos, para além dos sacri�cios profissionais e familiares, nem sempre compreendidos. O envolvimento familiar e a sua
compreensão cons�tuem a condição mais importante para uma entrega total. No âmbito da equipa já referida, tenho par�cipado em reuniões de trabalho caraterizadas pela lucidez e pela clareza que os seus componentes evidenciam, já um conhecimento do futuro. O PSD tem na sua essência polí�ca uma dinâmica de es�mulo ao aparecimento con�nuo de novos quadros polí�cos, que contribuem para apoiar e fortalecer o nosso Par�do. Para ganharmos lá fora temos que ser mais fortes cá dentro. O projeto autárquico que se aproxima e no qual estamos empenhados precisa de um Núcleo dinâmico e a�vo que envolva e dinamize todos os militantes do Núcleo. A definição e implementação de uma estratégia, devem alicerçar-se na estrutura do Núcleo, composta por jovens polí�cos, onde a competência e a qualificação, são a garan�a da qualidade e per�nência do projeto eleitoral para a nossa União de Freguesias. É minha convicção, porque conheço muito bem todos os Companheiros que integram a estrutura do Centro Histórico, que para ganharmos o mais di�cil está feito. Para um projeto como o nosso é importante haver unidade, e de fato, o presidente Nelson é uma referência de humildade, inteligência e capacidade de liderança, que faz do Núcleo do Centro Histórico do PSD e dos seus militantes a força da vitória nas eleições autárquicas de 2021.
BOLETIM 4 | PSD Porto Núcleo Centro Histórico
pág.
6
ASSEMBLEIA MUNICIPAL DO PORTO António M. Cunha Deputado Municipal do Porto Grupo Municipal PSD Presidente da Delegação Norte da Ordem dos Economistas
Um orçamento municipal em tempos de crise.
No passado dia 9 de dezembro, a Assembleia Municipal do Porto aprovou o orçamento municipal para 2021. O PSD absteve-se, por entender que, não obstante o orçamente ser melhor do que os de anos anteriores, não seria este o nosso orçamento. Tive a oportunidade de intervir na sessão de votação do orçamento, mencionando que entre as várias taxas e impostos que foram reduzidos, não consta a devolução de até 5% do IRS cobrado aos portuenses. Outros municípios pra�cam essa diminuição do IRS para os seus munícipes, como por exemplo Lisboa, onde a devolução é de 2,5% sobre o IRS cobrado. Esta proposta de redução do IRS para os portuenses fez parte do nosso programa eleitoral nas eleições municipais de 2017, e entendemos que numa sociedade justa, onde já existem apoios para quem não tem receitas, os contribuintes que habitualmente pagam sempre também merecem ser ajudados.
Por outro lado, a carga fiscal não aumenta. Há uma redução do IMI a suportar no caso de habitação própria e permanente do proprietário, e nesta época de quebra de rendimentos de muitos portuenses é essencial proporcionar um alívio das despesas fixas, onde o IMI se inclui. O PSD sempre defendeu que a carga fiscal sobre os portuenses é excessiva, e por esse mo�vo apresentou um conjunto de propostas de redução dos encargos dos portuenses que incluía a redução do IMI para a taxa mínima. A redução do IMI considerada no orçamento é inferior à proposta do PSD, mas também no que respeita à carga fiscal o orçamento vai no sen�do certo. Por fim, é com agrado que constatamos que este orçamento incorpora algumas das medidas propostas pelo PSD. Nem todas as propostas apresentadas pelo PSD foram consideradas, mas uma parte significa�va das propostas consta do orçamento, o que demonstra que a proposta inicial foi alterada no sen�do certo.
Pela posi�va, verificamos que pela primeira vez a despesa corrente não aumenta, quando nos três orçamentos anteriores aumentou mais de 10% ao ano. Embora a despesa corrente se mantenha excessivamente elevada, fruto dos aumentos dos anos anteriores, em 2021 a despesa corrente irá evoluir no sen�do correto, que é o de não agravar os encargos dos portuenses com a estrutura da CMP. A despesa total aumenta, mas apenas porque há um reforço do inves�mento, o que é a resposta adequada a uma crise económica, sobretudo quando o aumento incide sobre o inves�mento em arruamentos, parques e jardins, o que irá, se devidamente executado, contribuir para melhorar a qualidade de vida dos portuenses. BOLETIM 4 | PSD Porto Núcleo Centro Histórico
pág.
8
um elemento que agrava ainda mais o clima de crispação polí�ca existente. Quanto à proposta de orçamento para 2021 apresentado pela UF, rela�vamente ao exercício do estatuto de direito da oposição, ao abrigo do estatuído no número 3, do ar�go 5.º da Lei número 24/98, de 26 de Maio, o Par�do Social Democrata refere o seguinte:
ASSEMBLEIA DE FREGUESIA Ernesto Galego Líder da bancada PSD na Assembleia de freguesia da União das Freguesias de Cedofeita/St. Ildefonso/Sé/Miragaia/S. Nicolau/Vitória
“3ª é de vez”?
Diz o ditado que, “à 3ª é de vez”… o execu�vo desta UF vai mais longe e acha que não! “Não há 3”, sem as (AF) que forem necessárias para aprovar os mesmos documentos. E para 2021? Exercício de direito da oposição do PSD para o Orçamento apresentado pela UF. Convém ressalvar que a 4ª assembleia de freguesia, do dia 11 de dezembro, não se chegou a concre�zar. Nesta assembleia, a mesa, com os membros do PS, BE, CDU e um elemento da bancada do próprio Movimento Rui Moreira, deliberou com os seus votos favoráveis, rejeitar a aceitação para discussão e votação dos dois pontos da OT. Ou seja, as mesmas propostas (sem qualquer alteração ou virgula) do execu�vo, da 1. A ra�ficação da 1.ª Alteração Orçamental Modifica�va (1.ª Revisão ao Orçamento de 2020 – inscrição do saldo de gerência de 2019) e da 2 Apreciação e votação do Contrato Interadministra�vo (2020), não foram discu�das nem votadas. Assim como, não foram discu�dos na assembleia de 22 de dezembro (a 5ª de vez). O PSD, manifestou a sua discordância pela re�rada dos pontos, não exercendo o seu voto, invocando o ar�go 26 do Regimento da Assembleia desta UF. Em resumo, o Par�do Social Democrata entende que esta prá�ca reiterada é o reflexo da má ar�culação ins�tucional que se vive entre o Movimento Rui Moreira que suporta o governo desta Freguesia e entre, o Execu�vo e a Mesa da Assembleia. O envio repe�do de documentos anteriormente chumbados por esta Assembleia, sem que se demonstre ter havido uma alteração superveniente de circunstâncias, cons�tui
No quadro das receitas de capital, mais concretamente na “venda de bens de inves�mento” prevê-se um encaixe financeiro, para o ano de 2021, de 731.100€, sendo que, numa análise ao mapa detalhado, fica indiciado que tal origem está na alienação de património imobiliário. Convém referir que, por princípio de gestão da coisa pública, o Par�do Social Democrata é avesso à liquidação de património público onerando o futuro para custear despesas presentes. Tendo viabilizado a alienação de um imóvel, no decurso do presente mandato, dadas as pressões de tesouraria sobejamente conhecidas, no quadro do trabalho em conjunto de saneamento do passivo desta União e para o qual temos colaborado. Igualmente grave, parece-nos a circunstância de se propor que essa receita extraordinária de capital seja aplicada, essencialmente, para cobrir despesas correntes, no que não podemos deixar de ler que cons�tui “per si” uma polí�ca de empobrecimento da nossa autarquia. Estes dois pontos são, para o Par�do Social Democrata de par�cular relevância e vemos de uma forma par�cularmente nega�va tais pretensões, a tal ponto, de cons�tuir para nós, um obstáculo a qualquer discussão mais detalhada. Pois, tais linhas orientadoras colidem diretamente com a nossa forma de entender os princípios basilares da gestão pública. Por outro lado, da leitura do documento em receitas correntes, ressalta uma revisão em baixa das previsões es�madas. Em especial, no que toca às taxas, multas e outras penalidades (de 44.000€ previstas para 2020 para 31.465€ em 2021) e com a venda de bens e serviços correntes (de 207.000€ previstos para 2020 para 163.000€ em 2021). Contudo, tais valores, mesmo revistos, entende o Par�do Social Democrata que correspondem a previsões excessivamente sobrevalorizadas, porquanto, tomando por referência a informação trimestral cedida pela UF, constatamos que, as taxas de execução cifram-se, para a primeira das rubricas em apenas 35,6% e, para a segunda, ainda menos: 30,3%. Estas considerações permitem-nos concluir pela possibilidade de estarmos perante uma proposta de orçamento que se pode revelar bastante deficitária, contendo, em abstrato, as condições para colocar em causa o trabalho de saneamento financeiro que tem vindo a ser realizado, conjuntamente, com o nosso apoio, ao longo do presente mandato. Quanto às despesas, importa referir o forte aumento da rubrica, “06 - outras despesas correntes”, que dos 247.600€ previstos para 2020, sobe para uns alarmantes 450.100€ propostos para 2021, representando uma subida de quase 82%, ou seja, mais
202.500€. Preocupação mais relevante, se levarmos em linha de conta as reservas expostas quanto às rubricas das receitas correntes e de capital, sem nos ser comunicado um esboço de plano para a sua concre�zação. Independentemente da fase de negociação e posterior debate em sede de Assembleia de Freguesia que se vai seguir, estes obstáculos, mereceram algumas reservas para o Par�do Social Democrata e um par�cular desconforto de análise e valoração do documento. Por fim, nos termos dos números 1 e 2 do ar�go 4.º aplicável “ex vi” do número 4, do ar�go 5.º da Lei número 24/98, de 26 de Maio (citada anteriormente), o Par�do Social Democrata solicitou à União de Freguesias a verificação da situação financeira para complementar a sua análise, a seguinte informação: I. Informar do estado de pagamento das dívidas à AT/CGA/ADSE, nomeadamente: a) Execução do plano de pagamentos prestacional - montante amor�zado e em falta, bem como prazos de pagamento; b) Montante da redução da quan�a exequenda determinada pelo Tribunal Central Administra�vo do Norte. II. Quanto às dívidas reportadas de 19.000€ da ADSE e de 49.000€ da CGA: a) Qual a origem destas dívidas? b) Se estão abrangidas por algum acordo de pagamento e, se sim, qual a sua execução, montante amor�zado e prazos de pagamento? A Bancada do Par�do Social Democrata aproveita a ocasião para desejar a todos os nossos Fregueses umas Boas Festas e um Ano 2021 com SAÚDE e PAZ, com o firme desejo de no novo ano, podermos estar juntos outra vez. Com esperança, confiantes e força redobrada, em poder colaborar na melhoria das condições sociais e económicas dos nossos cidadãos e da nossa Freguesia. Fiquem bem e em segurança!
BOLETIM 4 | PSD Porto Núcleo Centro Histórico
pág.
10
respec�vo combate. Podemos obter das vicissitudes incontornáveis conhecimentos e saberes ines�máveis, mais exatos, no sen�do de permi�r à humanidade as abordar e resolver, crises do mesmo �po com causas iden�ficadamente interrelacionadas, posteriormente.
OPINIÃO André Vieira Militante do PSD Porto núcleo Centro Histórico do Porto
A crise e o futuro. “Never let a good crisis go to waste.” Winston Churchill Por definição, crise é momento de doença catástrofe ou guerra, eventualmente implicando vida-ou-morte de muitos de poucos ou de alguns. Quando em crise, a decisão e a acção humana podem resultar na perda ou salvação. Se neste �po de pontos, dependeremos pesadamente das capacidades humanas tentando destas extrair quaisquer soluções que salvem. E�mologicamente também julgo importante acrescentar que o termo crise provém do nome próprio de Crises, filho de Ardis irmão de Briseu e pai de Criseida, personagem da mitologia grega que terá dedicado a vida a ser sacerdote de Apolo. Juntamente com a filha foi origem de um certo grave problema entre Apolo e os homens, daí o ajustamento do nome ao que se entende que crise defina. Haverá muitos �pos de crises. Algumas, felizmente a maioria, abrangem o menor, são pequenas, oferecemse com consequências não defini�vas. Mas as há maiores e as há também Grandes, algumas com tal dimensão que dão azo não só a consequências pesadas e com elevada abrangência, mas chegando até ao ponto de originarem a modificação do pensamento, das a�tudes e das mentalidades humanas, contribuindo no sen�do da alteração do curso da história. Em qualquer crise, grande ou pequena, comum ou extraordinária, estas não têm, todavia, de ter consequências apenas más. Uma crise, qualquer crise, pode ser mote para a criação de algo de muito valor, nomeadamente decorrente da análise sobre antecedências e da experiência adquirida no seu
Quando isto acontece, e é desejável que isso aconteça o mais possível, então todas as crises poderão não ocorrer em vão, não se perdendo, pelo menos totalmente, todos os danos e sacri�cios que originem. Neste sen�do, penso central reflec�rmos sobre o que possa ser a natureza subjacente à nossa presente situação de pandemia: É acidental, irrepe�vel e desligada de qualquer envolvente. Ou deriva em alterna�va da natureza e de estruturas, repe�vel, portanto, logo que (ou, sempre que) os antecedentes se vejam recriados. Se a presente crise �ver sido acidental, coisa em que não acredito, o remédio de vacinas que amanhã mesmo se inicia inoculação na Grã-Bretanha será, com grande probabilidade, a solução. E não teremos mais para resolver, apenas recuperar dos danos. Se pelo contrário, como penso que é realidade, o que vivemos não for acidental, mas estrutural, então coisas semelhantes repe�r-se-ão em consequência das estruturas subjacentes a este �po de situação, no futuro, logo que recriados os respec�vos antecedentes. Se estrutural, como confesso que bem me parece que seja o nosso problema, necessitaremos de saber – e querer – iden�ficar as circunstâncias da nossa vida economia ou sociedade, que contribuam para a eclosão destas crises. E também saber de que modos poderemos controlar ajustar ou modificar a nossa realidade, face à impera�va necessidade de nos afastarmos do �po de consequências que estamos a sofrer. O presente que vivemos compreendemos ser, em termos de longo prazo, insustentável. Se pudermos e sobretudo se quisermos compreender a real e profunda natureza da actual crise, poderemos calibrar medidas e soluções transversais verdadeiramente antecedentes e eficazes na prevenção do que hoje compreendemos ser incomportável. Se não compreendermos, o provável que penso que nos acontecerá será repe�remos no futuro este �po de crises pandémicas, em miserável e crescente inferno.
BOLETIM 4 | PSD Porto Núcleo Centro Histórico
pág.
12
JUVENTUDE SOCIAL DEMOCRATA Frederico Freitas Presidente da comissão Polí�ca JSD do núcleo Centro Histórico do Porto
A Arte de como não se fazer polí�ca. Comecemos com o dia 1 de outubro de 2017: o PSD sofre uma pesada derrota nas eleições autárquicas do Porto. Mo�vada por muitos fatores, esta ficou também marcada pela forma como o tribunal cível do Porto deixou passar em claro aquilo que foi uma tenta�va de ludibriar o eleitor, com o uso da nomenclatura “Rui Moreira: Porto o nosso par�do” nas candidaturas às freguesias. O PSD ficou então reduzido a apenas 3 membros dos 19 possíveis, na assembleia de freguesia. Caro leitor, a par�r daqui vou traçar-lhe o panorama, em modo muito resumido, do que têm sido estes 3 anos na União de Freguesias do Centro Histórico. Ora, comecemos pelo execu�vo que desde cedo demonstrou as suas fragilidades, com um es�lo de liderança presidencialista, a fazer lembrar aquela série do saudoso Camilo de Oliveira (Camilo - o Presidente). Daí, atentemos na falta de coordenação entre os seus membros e os do Movimento na assembleia - pasmese só: alguns dos seus elementos chegaram a impedir que as propostas do seu execu�vo fossem aprovadas por pura e simplesmente, as desconhecerem ou por embirração -; passando pelas trocas dos seus cons�tuintes, por desavenças ou por nunca lá terem aparecido; e finalizando no caricato processo da dissolução da mesa da assembleia, a qual passou das mãos do Movimento para as do PS e BE. Se, por um lado, temos um execu�vo ineficaz na sua operacionalidade, por outro, temos assembleias de freguesia capazes de tornar uma reunião de condomínio num ex-libris de assembleias. Chega a ser penoso assis�r a tal assassinato do poder local, representantes par�dários fracos, com conteúdo polí�co próximo de zero: excetuando uma ou outra proposta do PSD e o trabalho exaus�vo do grupo pluripar�dário (rela�vamente às creches e ATL´S),
pouco ou nada se fez. Com constantes trocas de acusações (graves em alguns casos e até entre membros do Movimento), e com “períodos antes da ordem do dia” que se chegam a estender por mais de 1h30, numa tenta�va declarada de atrasar a discussão da ordem de trabalhos, as dificuldades da mesa de assembleia de freguesia, liderada pelo PS, na gestão dos trabalhos é por demais evidente. A razão? Pura incompetência ou simples desconhecimento do regimento. Se assim não fosse, não seriam recorrentes as assembleias prolongadas para depois da hora, e adiadas, com o qual até concordaria se delas se extraíssem alguns frutos; mas não, muito pelo contrário, estas encerram em si a falta de ideias e de discussão daquilo que realmente importa, nomeadamente em relação à gestão da união de freguesias e às preocupações dos fregueses. Ora, se já tudo funcionava mal, com a Covid-19 vieram ainda mais entraves ao funcionamento da democracia e da assembleia. Enquanto a esquerda se recusava a fazer as assembleias em modo virtual (e ressalvo a posição constru�va do BE), o execu�vo apoiado pelo movimento independente só aceitava fazê-las deste modo. O PSD, por sua vez, logo de início, defendeu que era urgente a sua ocorrência, fosse num regime presencial, misto ou à distância. Meses se passaram até que houvesse assembleia, sem que tenha sido disponibilizada uma via virtual alterna�va onde os fregueses �vessem acesso à sua transmissão: desde fregueses re�dos à porta e outros confinados à sua casa, por impossibilidade de se inscreverem, pessoas expulsas da sala, tudo aconteceu. O caráter público das assembleias não pode, de forma alguma, ser assegurado com a entrada de apenas 3 fregueses. Mais recentemente, voltámos ao confinamento democrá�co, às normais trocas de acusações entre o
PSD Porto Núcleo Centro Histórico BOLETIM nº 4
/PSDPortocentrohistorico
/PSDPortonucleocentrohistorico
/psd_porto_nucleocentrohistorico
presidente do execu�vo e o presidente da assembleia, e a uma CDU que se recusa a estar na assembleia, caso não lhe sejam disponibilizados, pela união de freguesias, meios tecnológicos e humanos para o efeito. Tudo isto confluiu no dia da assembleia virtual, a qual não teve condições para se realizar, dada a falta de preparação e de meios – talvez numa tarde com o meu avô conseguisse fazê-lo perceber como criar uma sala privada no Zoom! Um execu�vo que é reflexo de uma sá�ra, uma mesa da assembleia que desconhece a lei, assembleias com ausência de discussão polí�ca e agora, obsoletas e avessas à tecnologia. Apraz-me dizer, depois de tudo isto, que se todos os eleitores de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória assis�ssem, na primeira pessoa, ao que acabei de relatar, certamente não teriam dúvidas de que, em 2021, o PSD só poderia ser a única escolha face às restantes forças polí�cas. Quanto a nós, PSD, o que podemos prometer é con�nuar a fazer o nosso trabalho, com responsabilidade, dedicação e, sobretudo, respeito por todos os nossos fregueses. NOTA: Entretanto o mesmo orçamento prepara-se para ser levado a votação pela quarta vez nos úl�mos 2 meses, sem que se perspe�ve uma mudança quer no conteúdo, quer no chumbo mais que expectável...
psdportonucleocentrohistorico@gmail.com
BOLETIM nº4 PSD Porto núcleo Centro Histórico Dezembro / 2020 Coordenação Nelson Nascimento Ernesto Galego Sérgio Oliveira Autores dos ar�gos Nelson Nascimento Manuel Monteiro António M. Cunha Ernesto Galego Frederico Freitas Arte Sérgio Oliveira
Imagens: Pexels.com unsplash.com wikipedia.org BOLETIM 4 | PSD Porto Núcleo Centro Histórico
pág.
14