#236 08 abril de 2020

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APENAS ONLINE: As próximas edições do jornal disponíveis GRATUITAMENTE NOVAS INSTALAÇÕES RUA NOSSA SENHORA DA AJUDA (EN105), 101, MOREIRA DE CÓNEGOS 4815-368 GUIMARÃES TLF: 253 521 315 | INFO@CASADASBATERIAS.COM

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Executivo avança com isenção de taxas ISENÇÕES, SUSPENSÕES, APOIOS E SUBSÍDIOS PARA ATENUAR IMPACTO ECONÓMICO P.08

COVID-19

FALTA DE TESTES EM LARES PREOCUPA CIMs minhotas consideram ação do Governo “imprudente”. Domingos Bragança destaca solidariedade dos vimaranenses. P.06 e 09

DESPORTO

Cancelados todos os eventos desportivos até ao verão www.guimaclinic.pt

SAÚDE

Covid-19: Grávidas devem reforçar cuidados P.12

VITÓRIA: SAD PAGOU 3,6 MILHÕES DE EUROS EM COMISSÕES A INTERMEDIÁRIOS P.18

CULTURA

Onde a sua Saúde sorri. A NOVA CLÍNICA EM GUIMARÃES FISIATRIA FISIOTERAPIA GINECOLOGIA MEDICINA DENTÁRIA

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RUA TEIXEIRA PASCOAIS, Nº211 JUNTO AOS CTT

Plataforma RELI conta com três livrarias vimaranenses independentes P.22 EDUCAÇÃO

UMinho quer ensino à distância inclusivo P.09

Já somos 48.025 junte-se a nós em facebook.com/maisguimaraes

FUNERAIS: VIVER O LUTO EM TEMPOS DE ISOLAMENTO P.04 e 05

N236 QUARTA-FEIRA 08 ABRIL 2020

1,00€

VICE-PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO VIMARANENSE DE HOTELARIA

“Vai haver um período muito baixo e muito difícil” P.10

MAIS GUIMARÃES - O JORNAL · SEMANÁRIO · DIRETOR: ELISEU SAMPAIO


N236 QUARTA-FEIRA 08 ABRIL 2020

Artigo de opinião

Ética em tempos de cólera

O ato de informar em tempos difíceis “Hoje gostaria que rezássemos por todos aqueles que trabalham nos media, que trabalham para comunicar, neste momento, para que as pessoas não se sintam tão isoladas; pela educação das crianças, pela informação, para ajudar a suportar este tempo de confinamento” (Papa Francisco, Missa na Capela de Santa Marta, no Vaticano, 1 de abril de 2020). Esta sempre foi a nossa missão, de informar, de veicular informação com rigor, independência e pluralidade, características que nos marcam deste o primeiro dia. Por estes dias, temos que ser mais exigentes ainda, connosco e com os outros. Dias extraordinários exigem atos extraordinários, de profissionais extraordinários, e mesmo estando confinados às nossas habitações há precisamente 27 dias, os nossos jornalistas e toda a equipa do

Mais Guimarães têm conseguido estar mais perto que nunca dos vimaranenses. Creio mesmo que estamos todos mais ligados ainda neste período em que, fisicamente, nos vemos longe. Iniciei este editorial com as palavras que o Papa Francisco nos dedicou, aos que trabalham em empresas de comunicação, no passado dia 01 de abril. O mesmo Papa que, numa praça de S.Pedro despida de gente nos fez ter consciência, numa imagem só, da gravidade do momento que vivemos. As suas palavras nesse dia ficarão para a história e devem ecoar nos nossos pensamentos “Estamos todos no mesmo barco, e ninguém se salva sozinho.” Mantenhamos a crença de que, todos juntos, ultrapassaremos este obstáculo, o “inimigo invisível”. Fiquem em casa, mais um pouco, e isto vai melhorar.

Estatuto editorial de “Mais Guimarães - O Jornal” “Mais Guimarães – O Jornal” é um jornal regional generalista, independente e pluralista, que priviligia as questões ligadas à área em que está inserido, o concelho de Guimarães. “Mais Guimarães – O Jornal” é um órgão de comunicação semanal e ter uma tiragem de 4.000 exemplares, impressos a cores, por edição. “Mais Guimarães – O Jornal” pode ser adquirido pelos leitores nos diversos quiosques do concelho de Guimarães. “Mais Guimarães – O Jornal” pretende ser um jornal atraente, moderno e de fácil leitura, atualizado com os problemas e acontecimentos regionais, divulgando as atividades das instituições, coletividades e associações locais, bem como o património e tecido empresarial da região. “Mais Guimarães – O Jornal” é uma publicação independente, demarcada de qualquer partido ou ideologia política, distanciando-se de qualquer forma de censura ou pressão, tendo como objetivo único o de prestar serviço público, servido a democracia e os leitores. Eliseu Sampaio / Agosto de 2015 Mais Guimarães - O Jornal - Semanário · Tiragem 4.000 Exemplares Proprietário Eliseu Sampaio - Publicidade, Lda. NIPC 509 699 138 Sede Rua de S. Pedro, No. 127 - Serzedelo 4765-525 Guimarães Telefone 917 953 912 Sede da Redação Av. São Gonçalo 319, 1.º piso, salas C e D, 4810-525 – Guimarães Email geral@maisguimaraes.pt Diretor e Editor Eliseu de Jesus Neto Sampaio Registado na Entidade Reguladora Para a Comunicação Social, sob o no. 126 735 Depóstio Legal No 399321/15 Design Gráfico e Paginação João Bastos / Luís Freitas Impressão e Acabamento Naveprinter - Indústria Gráfica do Norte S.A. / EN 14 (km 7.05) Lugar da Pinta - Apartado 1221 - 4471-909 Maia T 229 411 085 Redação Pedro Castro Esteves | Mafalda Oliveira | Nuno Rafael Gomes Departamento Comercial Eliseu Sampaio Colunistas Permanentes Ana Amélia Guimarães | Ângela Oliveira | António Rocha e Costa Carlos Guimarães | César Machado | Esser Jorge Silva | José João Torrinha | José Rocha e Costa | Manuela Sofia Ferreira | Marcela Maia | Maria do Céu Martins | Paulo Novais | Rui Armindo Freitas | Tiago Laranjeiro | Torcato Ribeiro | Wladimir Brito Fotografia Joaquim Lopes | Marco Jacobeu | João Bastos Os espaços de opinião são da exclusiva responsabilidade dos seus autores, incluindo no que concerne à utilização ou não do acordo ortográfico.

A doença, na forma em que se apresenta este novo coronavírus, é mais do que um fenómeno da biologia ou da medicina. Uma doença com tais repercussões pandémicas torna-se num evento politico e social, com impacto na economia. É também um momento em que se levantam questões éticas, em que aquilo em que acreditamos (ou dizemos acreditar) é posto à prova. Muitas doenças são vividas com uma experiência pessoal, quando muito alargada ao círculo mais íntimo da família e dos amigos próximos. Uma das grandes moléstias do nosso tempo – o cancro – é assim. Quando a doença é contagiosa, porém, deixa de ser uma vivência individual para passar a ser um acontecimento social. O corpo infetado (ou potencialmente infetado) e contagioso tem que ser controlado, é-lhe imposta uma disciplina. Se, em alguns casos, estas medidas disciplinares trazem beneficio ao infetado (ou potencialmente infetado) em muitos outros elas são implementadas com o fim único de salvaguardar a sociedade como um todo. A “peste”, como designação para referir uma série de doenças para as quais à época não havia outro nome, tem acompanhado a história da humanidade (sarampo, cólera, varíola, sífilis, gripe espanhola, peste bubónica, lepra, tuberculose…). Criar uma barreira para conter os corpos infetados em determinadas áreas foi, desde cedo, uma solução que se provou eficaz, não para auxiliar os doentes, mas para evitar a propagação aos sadios. Isolar cidades foi uma das medidas largamente aplicada, nomeadamente entre os seculos XIV e XVIII, em Lisboa, durante os diversos surtos de peste que devastaram a capital. Claro que, antes de mais nada, a família real e quem podia punha-se a salvo para fora de muros. O esforço para afastar a doença do convívio social levou à construção das casas da peste, um local para onde se ia e de onde raramente se voltava, e os hospícios, onde também aqueles que não se enquadravam na norma eram mantidos ao longe, os loucos. De memória recente em Portugal, temos as leprosarias e os sanatórios para os tuberculosos. Na década de trinta do século passado, numa cruzada higienista, o Estado Novo estava empenhado em acabar com a lepra. Bissaya Barreto pretendia acabar com “o mal sujo e imundo dos antigos”, simultaneamente com firmeza e compaixão. A leprosaria que Bissaya Barreto imaginava já não era comparável às da Idade Média, seria composta por “casas modestas, simples, mas com mui-

to encanto, hortas, jardins, muitas árvores, muitas flores, muita água, casa para divertimentos, estabelecimentos comerciais, oficinas, enfim um conjunto de circunstâncias, que façam esquecer aos doentes a sua desgraça e a sua miséria”. Da maneira como Bissaya Barreto apresentava a leprosaria, omitia o que realmente era, um local de reclusão para onde as pessoas eram encaminhadas sob mandato de captura. As fugas eram punidas. Na verdade, o diagnóstico da doença resultava na morte política do indivíduo, pela perda dos direitos de cidadania. O internamento significava a morte civil, com a exclusão total da vida social. A última visita do bacilo da peste bubónica ao nosso país, em 1899, resultou num cordão sanitário à cidade do Porto. O bacilo da peste bubónica tinha sido identificado quatro anos antes. Ricardo Jorge, lente da Escola Médico-Cirúrgica, já tinha capacidade para identificar o agente e é ele quem dá o alerta. Em 1840, tinha havido um surto de tuberculose na província de Yunan, na China. Naquela altura a bactéria levou quarenta anos a viajar da China até Portugal. Quando o governo determina o confinamento da cidade, torna-se necessário chamar os militares: Infantaria 3 de Viana do Castelo, Infantaria 20 de Guimarães, Cavalaria 6 de Chaves, Cavalaria 10 de Aveiro. O cerco envolveu 2500 homens, partia de Leça da Palmeira, seguia o rio Leça, por São Mamede Infesta, Ermesinde, Valbom, passava o Rio Douro, em Avintes e seguia até ao mar, em Gaia, na zona da Madalena. No mar o cruzador Adamastor assegurava o cerco. A forte mobilização militar justificava-se porque a população do Porto não aceitou de bom feição a medida que lhe foi imposta. Em época de forte agitação política, a medida não foi bem recebida por alguns que ainda se lembravam do cerco à cidade, durante a guerra-civil de 1832-34 e por outros que a consideravam uma vingança pelo levantamento republicano de 31 de Janeiro, ocorrido oito anos antes. Ricardo Jorge considerava o cordão sanitário “um disparate máximo”. Ainda assim refugiou-se em Lisboa, tal como outros 20 mil que terão conseguido sair antes da chegada das tropas. O saldo oficial, depois de quatro meses de cerco, foram 320 casos, com 132 mortos e um ressentimento da segunda cidade do país face ao poder central lisboeta que nunca mais se desvaneceu. Atualmente temos toda a população de um concelho limitada por um cordão sanitário, Ovar. O ambiente é pacifico, nenhum sinal

das insurreições de 1899 no Porto, nem tampouco foi necessário chamar os militares para impor a circunscrição. A covid-19 é muito contagiosa mas evolui de forma relativamente benigna da maioria das pessoas, outras nem chegam a apresentar sintomas e há a esperança que, com as medidas que estão a ser tomadas, em pouco tempo a vida regressará ao normal. É esta esperança de que tudo se vai resolver pelo melhor rapidamente que faz com que não haja contestação. Não importa seque que em Ovar estejam confinadas pessoas que, não estando contaminadas, estarão mais expostas ao vírus, por não poderem fugir do concelho. Imaginemos que a doença era de outra natureza. Que se tratava de um agente com um poder infecioso mais alto, com uma letalidade mais elevada, ou se não quisermos dilatar tanto a imaginação, coloquemos a possibilidade de haver uma escalada de casos no concelho de Ovar. Será que as pessoas, mesmo as que não apresentam sintomas, vão continuar a aceitar pacificamente estar enclausuradas num território onde grassa a “peste”? A questão encerra um dilema moral. Lançando mão de uma moral utilitarista (produzir o maior bem para o maior número de pessoas) o governo está disposto a sacrificar a população de um território para salvar o país. Mas os indivíduos estarão dispostos, no limite, a adotar uma moral utilitarista, mesmo quando isso significar o sacrifício da sua vida ou a dos seus filhos? Pense no seu caso pessoal e antes de responder afirmativamente, considere a seguinte situação: conceba-se um carro autónomo dotado de uma moral utilitarista. Nesse carro viaja o leitor. Perante uma situação em que o computador do carro tem que decidir entre atirar o carro por uma ravina, matando o leitor, ou atropelar cinco pessoas, a máquina não hesita: o leitor morre. Compraria este carro? •

Rui Dias



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DESTAQUE

N236 QUARTA-FEIRA 08 ABRIL 2020

CORONAVÍRUS

Funerais com restrições. Das cerimónias sem despedidas a um luto que se pode tornar “trágico” A Direção Geral de Saúde suprimiu os habituais cortejos fúnebres e os funerais, sempre de caixão fechado, são limitados a familiares diretos. Medidas que podem ter um impacto “dramático” no processo de luto e tornam as cerimónias fúnebres “mais frias” e “impessoais”. • Mafalda Oliveira A 12 de março de 2020, Portugal registava 112 casos de pessoas infetadas com o novo coronavírus. Foi nesse dia que ficou decidida a suspensão da celebração de todas as missas, catequeses e atos de culto. Em comunicado, a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) determinava que os sacerdotes suspendessem “a celebração comunitária da Santa Missa até ser superada a atual situação de emergência”. Manteve-se a realização de funerais, com limitação à participação dos familiares mais próximos, durante a pandemia do Covid-19. Também a Direção-Geral da Saúde (DGS) sugeriu posteriormente que não houvesse velórios, que os funerais fossem restritos a familiares próximos e que os corpos das vítimas mortais da Covid-19, ou de pessoas suspeitas de estarem infetadas com o novo coronavírus, fossem cremados ou “embalados em sacos impermeáveis”, ficando

“em caixão fechado, estando as famílias também proibidas de os abrir”. Para Emanuela Lopes, psicóloga Clínica e da Saúde do Hospital de Guimarães, a questão do luto poderá ser mais difícil de gerir em temos mentais e poderá levar a um “trauma psicológico”. “A perda de uma pessoa, por este vírus e por aquilo que está a acontecer, considero já, por si só, catastrófica. Está a ser muito difícil em termos mentais a questão deste luto que, se não for muito bem gerido, vai tornar-se num luto complicado e que pode levar a um trauma psicológico”, avisa. Numa sociedade “com muito rituais relacionados coma morte, funeral, despedidas” e numa altura em que estes “rituais” estão mais restringidos, “é muito difícil as pessoas fazerem esta gestão”, admite. Cada bispo é responsável pela decisão, no seu território diocesano, sendo a orientação mais comum, no caso dos funerais, ©Direitos Reservados

de reservar um espaço para o velório, apenas no dia do sepultamento, seguindo as normas de proteção individual, sem abertura do caixão. O rito – exclusivamente com a presença dos familiares diretos – inclui apenas a Última Encomendação e Despedida (sem Missa) conforme o Ritual das Exéquias, seguindo o féretro para o cemitério, sem o habitual cortejo fúnebre. Para o padre Carlos Lopes Sousa, reitor do Santuário da Penha pároco na Igreja da Costa (Santa Marinha), a Eucaristia “faz falta em todo o processo do luto”. “Não há ninguém que não diga isso como algo de novo, que nunca aconteceu, é algo que estamos a aprender. Sentimos a falta do luto. A questão do velório, a chamada eucaristia do Corpo Presente, tinha todo um sentido de luto e de esperança em Cristo. Isto está a faltar”, confessa. Para o pároco ainda “fica muito de interrogação”. “Até pessoas

próximas que, em alguns casos, são vítimas de Covid, a própria família está infetada não pode fazer a despedida. Torna-se dramático”, classifica. O padre Carlos Lopes Sousa admite que, por esta altura ainda se vive numa “fase de adaptação”. “Temos agora algumas dificuldades, às vezes, da parte de algumas famílias, há alguma incompreensão. Foi um problema que sentimos que estava longe, não era connosco, mas quando demos por ela, já estava aqui. Foi muito rápido”, aponta. Tanto Emanuela Lopes com o pároco Carlos Lopes Sousa concordam que, no futuro, será preciso estar atento às famílias que passaram por processos de luto. “É um desafio muito grande a nível técnico e clínico para nós psicólogos. No momento tentamos ajudar quem precisa, mas depois esta será uma das áreas onde vamos intervir. Esperemos que não passemos pelo que se

está a passar noutros países da Europa”, frisa. Do lado da Igreja, o pároco explica que, no futuro, quando a situação passar, será necessário “ajudar as famílias, com uma celebração que seja, para que se ajude as pessoas a fazer o luto”. O pároco da Igreja da Costa confessa que ainda não realizou nenhum funeral com uma vítima de Covid-19, porém, ao saber dos cuidados e precauções dos próprios agentes funerários, funcionários de cemitérios sente que vivemos “um filme, porque eles já vivem esta situação”. Ao pároco têm chegado relatos de fiéis que sentem falta das celebrações da Eucaristia. “Sentem aquela ausência do lugar onde iam e fortaleciam os seus compromissos, mas estamos a descobrir outras formas. Através da televisão ou da internet se calhar até há mais pessoas a ouvir mais a palavra de Deus. É uma redescoberta”, admite. ©CMG


DESTAQUE

O JORNAL N236 QUARTA-FEIRA 08 ABRIL 2020

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Cerimónias mais “frias” e “impessoais” À partida, todos os doentes que morrem nos hospitais são suspeitos de covid-19. Por isso, nesses casos, mesmo que a causa não seja covid-19, o tratamento é o mesmo: o corpo é colocado em duplo saco e sem roupa pelos enfermeiros, condicionado, numa urna fechada. A Direcção-Geral de Saúde (DGS) recomenda ainda o mínimo manuseamento e a cremação dos corpos e determina que, em caso de enterro, as urnas não sejam

abertas. A urna é fechada na casa mortuária e transportada para o cemitério ou crematório, onde apenas familiares diretos podem assistir a uma breve cerimónia fúnebre. Tudo isto torna a cerimónia “mais fria” e “impessoal”, descreve Angelino Salazar, de uma funerária vimaranense. “Lidar com isto é muito complicado. Mesmo para nós, porque acabamos por ser uma espécie de conselheiros da família e temos de estar ao lado deles. É muito custoso, somos humanos e conseguimos pôr-nos no papel das pessoas que têm a perda”, confessa. Para Angelino,

©Direitos Reservados

©CMG

falta “aquele conforto, o abraço, a palavra dos amigos, a família e a comunidade”. Contudo, “há um bem comum que tem se sobrepor”, recorda. A perceção de José Abílio, gerente de outra funerária do concelho, é semelhante. “Fica um vazio muito grande”. “Tivemos um caso de uma família que não via o falecido desde o carnaval. Estava internado num lar. Veio para o hospital e não o puderam visitar. Como havia suspeitas de doenças contagiosas, não conseguiram vê-lo nem se despedir”, relata. É por isso que, sempre que possível, José Abílio tenta que a ceri-

mónia passe pela Igreja, dependendo da causa da morte. “Se for contagiosa, vai-se diretamente ao cemitério. Se for doença natural, tentamos passar pela igreja para se fazerem celebrações, para não haver corte completo”, aponta.

Os equipamentos de proteção e os (novos) cuidados Angelino Salazar admite que os cuidados “não mudaram muito”, porque os procedimentos recomendados pela DGS tinham já sido adotados aquando da altura da Gripe A. “São procedimentos

que para nós já são rotineiros e que para outras pessoas são novas. Com a Gripe A e doenças das Vacas Loucas tivemos o primeiro impacto e um banho realidade. Usamos sempre máscara, bata descartável, viseiras e gel”, frisa. O acesso ao corpo é se tornou diferente. Por sua vez, José Abílio admite que tem sentido dificuldades em obter equipamento de proteção individual. “Temos muita dificuldade. Há três semanas que estamos à procura de máscaras. Arranjei umas a preços absurdos e as máscaras descartáveis não se arranjam”, lamenta. •

A evolução do novo coronavírus no quadrilátero urbano O distrito de Braga contabilizou, até ao fecho desta edição, 968 casos confirmados de covid-19. São mais 94 em relação a segunda-feira de acordo com o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS). Em trajetória de crescimento semelhante desde a última semana, o concelho de Braga é o sétimo mais afectado pelo vírus SARS-COV-2. A cidade dos arcebispos conta com 407 casos, mais 49 doentes do que no dia anterior. Segue-se Vila Nova de Famalicão com 150 (mais cinco), Guimarães com 147 (mais 16) e Barcelos com 103 (mais 10). A região norte continua a ser a mais atingida pelo novo coronavírus com 7052 casos e 186 óbitos. A informação apresentada refere ao total de notificações clínicas no sistema SINAVE, correspondente a 79% dos casos confirmados. O Mais Guimarães tem vindo a noticiar os dados do ACES Alto Ave. Porém, para efeitos comparativos, apresentamos os dados da DGS. •

Número de infetados por concelho 450

407

400 350

305

280

300

358

349

333

245

250 200 150 100 50 0

89 99 55

31/mar

99 107 65

105 110 70

01/abr

02/abr Barcelos

Braga

120 121 83

03/abr Guimarães

127

143

131 93

90

04/abr Vila Nova de Famalicão

05/abr

147 150

145 103

06/abr


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EM GUIMARÃES

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Hospital de campanha irá nascer no Multiusos Ainda em fase de análise, o Hospital de Retaguarda tem previstas 100 camas. Estrutura visa “desenvolver tratamento de assintomáticos e acolher doentes com sintomas ligeiros e que necessitam de monitorização médica permanente. © Direitos Reservados

explica o comunicado. A Câmara Municipal, através da Proteção Civil Municipal e da Divisão de Ação Social, em parceria com a Cercigui, também providenciou um espaço de alojamento para as pessoas em situação de sem abrigo do concelho, “com todas as condições de higiene, segurança e conforto,

e que permitirá o distanciamento social adequado, bem como o acesso a refeições”. Em comunicado, o município vinca que “o sucesso da medida dependerá da sinalização dos casos que necessitem deste apoio e que não sejam do conhecimento dos serviços municipais”, pelo que é solicitado à população em

geral que entre em contacto com os serviços da Câmara Municipal, através dos telefones 253421255 / 969264803 / 969264761 ou do e-mail geral@cm-guimaraes.pt, informando casos de pessoas sem-abrigo. O encaminhamento dos sem-abrigo será efetuado exclusivamente pela Proteção Civil Municipal. •

"A solidariedade dos vimaranenses tem sido imensa", diz Domingos Bragança O presidente da Câmara Municipal de Guimarães, Domingos Bragança, reforçou a posição da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Ave relativamente aos distritos integrantes da “lista prioritária” do plano preventivo de combate à covid-19 do Governo. Por isso, e em alinhamento com a CIM do Ave, Domingos Bragança garantiu ao Mais Guimarães: “Vamos trabalhar para reverter esta posição do Governo bem como trabalharmos na procura de soluções.” Ainda assim, e no que diz respeito ao comportamento dos munícipes perante a pandemia, o Edil deixou um elogio: “A solidariedade dos vimaranenses tem sido imensa.” Recorde-se que as CIMS do Alto Minho, Cávado e Ave, através de comunicado assinado pelos seus presidentes, sugerem diferentes

O Hospital da Senhora da Oliveira de Guimarães (HSOG) vai receber uma Central de Monitorização para a Unidade de Cuidados Intensivos (UCI), direcionada para os doentes infetados com a doença Covid-19. O hospital vai ainda receber equipamento de proteção individual para os profissionais de saúde. A informação é avançada por fonte do HSOG, que adianta ainda tratar-se de uma “contribuição quadripartida” por parte do Vitória, Nuno Espírito Santo, antigo jogador do clube e atual treinador do Wolverhampton, Cristiano Ronaldo e Jorge Mendes. De acordo com a mesma fonte, a doação “será uma enorme mais-valia face aos meios atualmente existentes, permitindo otimizar os cuidados médicos prestados”. • © Direitos Reservados

O Multiusos de Guimarães é o espaço definido para servir de Hospital de Retaguarda, “resultado de um processo em análise pela Câmara Municipal de Guimarães, Hospital Senhora da Oliveira e ACES do Alto Ave”, anuncia comunicado do município. Esta estrutura de apoio visa “desenvolver tratamento de assintomáticos e acolher doentes com sintomas ligeiros e que necessitam de monitorização médica permanente, face ao surto pandémico da COVID-19”. Ainda em fase de análise, o Hospital de Retaguarda tem previstas 100 camas, mas o número pode aumentar de acordo com as necessidades. Recorde-se que a Câmara Municipal criou já duas unidades de alojamento “com as condições exigidas para o isolamento social”. Uma situa-se no Centro de Criação de Candoso (antiga EB1 de Candoso São Martinho); outra, no Verbo Divino. “Estes espaços, um com capacidade para 10 quartos e outro com capacidade para 23 quartos de diversas tipologias, podem ser utilizados pelos cidadãos que não têm possibilidade de o fazer em condições apropriadas nas suas habitações ou por aqueles que, por motivos económicos, vivam em condições de carência”,

HSOG recebe Central de Monitorização para a UCI

medidas, tendo em conta o “elevado número de infetados pelo Covid-19 no Minho, com especial incidência em lares de idosos”, e o facto de se estarem a verificar “múltiplas dificuldades de resposta do setor da saúde na disponibilização de testes e na celeridade das respostas, bem como da segurança social no encaminhamento das situações críticas entretanto ocorridas”. O presidente do município garante que “todos os lares estão a ser acompanhados e serão apoiados pela Câmara Municipal”, para além de contarem com apoio dos “Serviços de Proteção Civil e dos Serviços Sociais e Rede Social, dentro dos Planos de Contingência dos Lares de Idosos e IPSS, em articulação com as Autoridades de Saúde a da Segurança Social e outras que se venha a precisar de intervenção”. •

© Direitos Reservados

DGS lança dicas para combater o sedentarismo Evitar ficar sentado, reclinado ou deitado durante mais de 30 minutos; colocar o comando da televisão a uma distância que o obrigue a levantar-se sempre que o quiser utilizar; ou aproveitar chamadas telefónicas e anúncios publicitários para se levantar e andar pela casa. Estes são apenas alguns conselhos presentes no diretório de atividades que a Direção-Geral de Saúde (DGS) lançou na passada segunda-feira. A divulgação deste diretório, que visa combater “uma altura de risco para o sendetarismo”, coincide com o Dia Mundial da Atividade Física, assinalado no passado dia 6 de abril. Em declarações à agência Lusa, a responsável do programa, Marlene Silva, defende que “a atividade física tem um papel muito importante na gestão do stress, na promoção de um sono mais tranquilo, na libertação de endorfinas e promoção de emoções positivas”. •


EM GUIMARÃES

O JORNAL N236 QUARTA-FEIRA 08 ABRIL 2020

BE questiona “suspensão” de ligações entre concelhos Bloquistas afirmam que “grande parte do serviço de transportes públicos no distrito de Braga foi suspenso por tempo indeterminado por parte das operadoras privadas”. © Mais Guimarães

mentar do Bloco de Esquerda dão exemplos de serviços suspensos e de concelhos que ficaram sem qualquer oferta neste período: “A Arriva suspendeu todas as ligações de Guimarães a Braga, de Guimarães à Póvoa de Lanhoso, de Vieira do Minho a Braga e da Póvoa de Lanhoso a Braga. A empresa Transdev suprimiu as ligações de Esposende a Braga, Terras de Bouro a Braga, Celorico de Basto a Braga e Cabeceiras de Basto a Guimarães”. “Esta situação levou a que vários concelhos do distrito de Braga ficassem sem qualquer tipo de serviço de transporte neste período, apesar do Decreto do Governo, que regulamenta a aplicação do estado de emergência decretado pelo Presidente da República, determinar a prática de atos que “sejam adequados e indispensáveis para garantir os serviços de mobilidade, bem como a manutenção e funcionamento das infraestruturas viárias””, afirmam os deputados. •

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A Polícia Municipal vai passar a fiscalizar as medidas previstas no estado de emergência prolongado na passada quinta-feira para fazer face à pandemia de covid-19. O novo decreto do estado de emergência para combater a covid-19 determina que compete às forças e serviços de segurança e (também) à Polícia Municipal a “sensibilização da comunidade quanto ao dever geral de recolhimento” e encerrar os estabelecimentos e a cessação das atividades previstas. As forças e serviços de segurança e a Polícia Municipal têm também o poder para ordenar o recolhimento no respetivo domicílio, bem como fiscalizar as pessoas que ficam em “confinamento obrigatório”. •

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DE TERÇA A SEGUNDA-FEIRA

Polícia Municipal fiscaliza cumprimento de medidas © CMG

O Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda (BE) questionou o Governo sobre “que medidas vai o Ministério tomar para garantir a ligação rodoviária de todos os concelhos do distrito de Braga através de transportes público”. No documento entregue na Assembleia da República, os deputados eleitos pelo círculo eleitoral de Braga José Maria Cardoso e Alexandra Vieira, bem como Isabel Pires (deputada eleita por Lisboa), referem que “grande parte do serviço de transportes públicos no distrito de Braga foi suspenso por tempo indeterminado por parte das operadoras privadas que detêm as concessões de prestação de serviço público de transportes rodoviários, por questões de saúde pública”. Está assim em causa, segundo o texto dos bloquistas, “a redução da oferta e, em vários concelhos, a eliminação de todos os serviços”. No documento, os deputados que integram a bancada parla-

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Construção civil: sindicato denuncia “desproteção total”

USF de Pevidém já reabriu

A direção do Sindicato dos Trabalhadores da Construção, Madeiras, Mármores, Pedreiras, Cerâmica e Afins da Região a Norte do Rio Douro, com sede em Guimarães, diz estar “preocupada com a situação de desproteção total” em que estão a laborar os trabalhadores dos sectores do âmbito do Sindicato. Nesse sentido, enviou uma Exposição/Requerimento de intervenção ao Ministério da Saúde, à Direção Geral de Saúde e a todas as Delegações da ACT – Autoridade para as Condições de Trabalho sediadas nos Distritos de Braga, Porto, Vila Real, Bragança e Viana do Castelo. No requerimento, apela a que sejam tomadas medidas de proteção destes trabalhadores em relação ao Covid-19, “uma vez que nada está a ser feito para a sua defesa”, escreve em comunicado o sindicato. Segundo o sindicato, atualmente, a produção é “maioritariamente entregue a empresas subcontratadas, as quais na sua esmagadora maioria não ocupam tempo com

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as questões de Higiene e Saúde” e, por consequência, também não o fazem com as regras e orientações determinadas para proteger os trabalhadores do contágio pelo coronavírus. “As subcontratadas e também muitas das grandes empresas transportam os trabalhadores em carrinhas com lotação esgotada, 6 ou 9 lugares, tomando os trabalhadores próximo das suas

residências e levando-os para as obras, repetindo o mesmo ciclo no final do dia de trabalho”, exemplifica. O Sindicato questiona ainda “a inexistência de desinfetante nas carrinhas, nas obras, nos camiões de transporte pesado, nas zonas de vestiário, refeição, sanitários, etc”. “Há obras em Hospitais, como por exemplo no de Guimarães e

PS de Guimarães desafia artistas vimaranenses O Partido Socialista (PS) de Guimarães desafiou os artistas vimaranenses para se unirem na organização de uma iniciativa, através das redes sociais, que “ajude a ficar em casa”. Em comunicado, pode ler-se que, na sequência da renovação do Estado de emergência por mais 15 dias, o PS apelou aos vimaranenses para continuarem a cumprir o Estado de emergência, ficando em casa no período da Páscoa e lançou o desafio aos artistas vimaranenses. “Uma Páscoa de contenção garantir-nos-á a todos um futuro melhor. E se o tempo for passado a divulgar a cultura de Guimarães, o esforço que fazemos hoje será menor”, escreve o presidente da concelhia do PS, Luís Soares, também presidente da Junta de Freguesia de Caldelas. Os socialistas referem ainda que, através da Câmara Municipal e das Junta de Freguesia, bem como várias outras autoridades e instituições vimaranenses, “o concelho tem-

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O Sindicato dos Trabalhadores da Construção, Madeiras, Mármores, Pedreiras, Cerâmica e Afins da Região a Norte do Rio Douro, com sede em Guimarães, critica a falta de medidas que protejam os trabalhadores do coronavírus.

© João Bastos/ Mais Guimarães

no Hospital de S. João no Porto, como há em Lares e outras instituições de abrigo e tratamento social e de saúde, onde os trabalhadores se cruzam com a passagem de doentes e pessoal médico e de enfermagem, sem que se tenha para com os trabalhadores o cuidado de tomarem medidas adequadas de distanciamento, proteção ou outras”, denuncia o Sindicato. •

Reunião de câmara adiada A reunião do executivo Municipal de Guimarães, aprazada para a última segunda-feira, dia 06 de abril, foi adiada para esta quinta-feira, dia 09, pelas 10h00. Tal como aconteceu na última reunião da vereação municipal, a sessão vai acontecer através de videoconferência, restrita ao executivo. Adiamento deve-se à atenção redobrada na atuação face à pandemia. •

-se multiplicado em ações e iniciativas diversas de combate proactivo à pandemia, quer de prontidão quer preventivas, bem como no apoio solidário aos mais carentes e de sentido altruísta e também aos que se encontram em situação de isolamento.” Além disso, o PS elogia a

resposta vimaranense. Para a concelhia, Guimarães tem tido, segundo o PS, por parte dos seus profissionais de saúde, proteção civil e trabalhadores e empresários diversos, “que asseguram o funcionamento do quotidiano, um contributo abnegado e louvável a quem os Socialistas agradecem”. •

A Unidade de Saúde Familiar (USF) de Pevidém reabriu na passada quinta-feira, após uma reavaliação efetuada esta quarta-feira. Recorde-se que, a 22 de março, o Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Alto Ave deu conta do encerramento da unidade de saúde, explicando que todos os profissionais do centro de saúde estavam “em isolamento profilático”. “Neste momento [o centro de saúde] ainda não abriu na plenitude da sua capacidade, porque alguns profissionais ainda não terminaram o período de isolamento. Tudo indica que no início da próxima semana estará na plenitude”, adiantou ao Mais Guimarães o presidente da Junta de Selho S. Jorge. Segundo Angelino Salazar, já estavam asseguradas todas as condições para que se pudesse trabalhar com segurança. Além disso, serão criadas condições no atendimento, que “vai levar um vidro para separar o pessoal administrativo dos utentes”. “Fomos estando em contacto para saber que carências havia e quais as que podia ajudar a suprir e, por isso, oferecemos fatos, batas e fardas”, revelou o presidente daquela vila. Ao que o Mais Guimarães apurou, os infetados serão dois médicos e uma enfermeira. • MO


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Lares: CIMs minhotas pedem “urgência” no reforço das medidas preventivas CIMS do Alto Minho, do Cávado e do Ave (onde se insere o município de Guimarães) exigem ao Governo a disponibilização de testes de despistagem e a implementação “de medidas de prevenção e contenção mais rígidas nos lares“. © João Bastos/ Mais Guimarães

Minho”. O comunicado divulgado pelo conjunto de entidades intermunicipais frisa que se verificam “múltiplas dificuldades de resposta do setor da saúde na disponibilização de testes e na celeridade das respostas, bem como da segurança social no encaminhamento das situações críticas entretanto ocorridas”. Pedem ainda ao Governo a disponibilização de testes de despistagem “para as situações críticas que sejam referenciadas pelas autoridades de saúde nos lares de idosos do Minho” e ainda a implementação “de medidas de prevenção e contenção mais rígidas nos lares, nomeadamente nas admissões, nos controlos de temperatura à entrada e no aumento dos turnos dos colaboradores/funcionários dos lares”. Também os deputados eleitos pelo círculo eleitoral de Braga do PSD mostraram o seu desagrado com as decisões tomadas e fizeram uma intervenção conjunta junto da ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social acerca da operação de testes de diagnóstico ao novo coronavírus no distrito em lares da 3.ª idade. O documento seguiu assinado pelo vimaranense Emídio Guerreiro, mas também por Firmino Marques, Clara Marques Mendes, Carlos Eduardo

A 30 de março, o Governo pôs em marcha um plano preventivo, da responsabilidade do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e do Ministério da Ciência e Ensino Superior, e começaram a ser testadas as pessoas dos lares de Évora, Guarda, Algarve, Aveiro e Lisboa. E a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Ave, de se insere o município de Guimarães, considerou que “a decisão de não começar a testar lares de idosos nos distritos que registam mais casos de COVID-19 é imprudente, incompreensível e pode ser, em última instância, irreversível”. A CIM do Ave, na

qual se incluem, para além de Guimarães, os municípios Cabeceiras de Basto, Fafe, Mondim de Basto, Póvoa de Lanhoso, Vieira do Minho, Vila Nova de Famalicão e Vizela, demonstrou “o seu desagrado com esta decisão do Governo, afirmando a sua total solidariedade para com as Instituições da Zona Norte”. As CIMs do Alto Minho e do Cávado seguiram o exemplo e, juntamente com a CIM do Ave, pediram “urgência” ao poder central para o “reforço imediato das medidas de prevenção e resolução das situações de alto risco já detetadas nos lares do

Reis, Jorge Paulo Oliveira, Maria Gabriela Fonseca e Rui Silva. Na pergunta dirigida à governante, os deputados afirmam que “os testes não estão a ser feitos nem de forma generalizada, nem de forma sistemática, muito menos com a urgência que se impõe”. Uma vez que “os testes começaram em lares dos concelhos de Lisboa, Aveiro, Évora e Guarda, a que se seguirão, segundo declarações de responsáveis governamentais, os lares de Portimão e Loulé”, os deputados dizem que “não se percebe, desde logo, por que razão os lares existentes no distrito de Braga, um dos territórios onde se registam mais casos” de infeção por Covid-19, “foram preteridos na definição das prioridades do Governo”. “Trata-se de uma decisão que, salvo melhor explicação, se revela imprudente”, acrescenta o documento. Assim, os deputados questionam a ministra acerca do porquê de os lares do distrito bracarense não constituírem uma prioridade para o Governo, perguntando ainda acerca dos critérios que contribuíram para a hierarquização das prioridades, bem como sobre quando é que os lares do resto do país “e muito especificamente” os do distrito de Braga serão objeto

Para garantir apoio à população ao longo da pandemia provocada pelo novo coronavírus, a Câmara Municipal de Guimarães decidiu reforçar a equipa de psicólogos no âmbito da Rede de Apoio Social de Emergência. A equipa é composta por 18 psicólogos que atuam à distância, mas que asseguram o suporte emocional, “com reforço das orientações da DGS [Direção-Geral da Saúde] para a autoproteção e prevenção da propagação da pandemia, competindo-lhes igualmente realizar uma avaliação com base na sintomatologia evidenciada, por forma a proceder ao encaminhamento para outras respostas”, lê-se em comunicado. O papel do psicólogo é “promover e contribuir para a adoção das recomendações da DGS, fazendo uma avaliação cuidadosa do risco, que tenha como princípio

orientador a sua proteção, dos seus utentes e da comunidade em geral”. E a equipa, no fundo, serve como mobilizadora social para que se adotem “comportamentos protetores da saúde psicológica (e física)” face à situação que o mundo enfrenta. Foram ainda designados 11 coordenadores técnicos, cada um por Comissão Social InterFreguesia (CSIF), “a quem compete rececionar todas as sinalizações e pedidos de apoio referentes à área geográfica sobre a qual estão responsáveis, diligenciando para a sua resolução”. E como é que tudo isto funciona? Os coordenadores das CSIF estabelecem a ponte entre o cidadão e o psicólogo, tendo a responsabilidade de perceber se tal ligação será benéfica. A equipa de 18 psicólogos encaminha ainda “os casos identificados como mais gra-

European Vespa Days adiado

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Guimarães tem 18 psicólogos disponíveis para dar apoio emocional em tempos de pandemia

ves para estruturas de apoio preparadas para responder a estas situações, como sendo, a ativação da linha 112 que procede ao encaminhamento para os Centros de Apoio Psicológico e Intervenção em Crise (CAPIC) e para os Serviços de Psiquiatria para a Intervenção em Crise dos

dos testes de despiste. Os deputados questionam ainda se os testes serão generalizados, contando com os profissionais de saúde, independentemente da existência de sintomas. Em igual sentido, a candidatura de Ricardo Costa à presidência da Federação de Braga do Partido Socialista alertou, via comunicado, para que a fase inicial de testes à Covid-19 abranja, também, o distrito de Braga, para além de Lisboa, Aveiro, Guarda e Faro. “Consideramos esta medida urgente e imperiosa, tendo em conta o impacto do surto epidemiológico na região Norte e, em concreto, no distrito de Braga, sendo públicos e conhecidos, nomeadamente, os casos do concelho de Vila Nova de Famalicão, na Residência Sénior Pratinha em Cavalões e o caso de uma utente no Centro Social de Bairro, uma residência para idosos, e no Asilo de S. José, em Braga, com vítimas mortais e com mais de 20 utentes infetados”, aponta o mesmo comunicado. Ainda assim, a candidatura reconhece o Ministério do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social “pela iniciativa responsável e pela resposta atenta e direcionada para o grupo de risco constituído pela população idosa, instalada nos lares do país”. •

Hospitais”. Se for necessária uma intervenção “mais estruturada”, o Município conta também com o apoio da Associação de Psicologia da Universidade do Minho, que disponibiliza a todos os que residem em Guimarães e em Braga, a Linha de Apoio Psicológico COVID-19 (253 144 420). •

O evento European Vespa Days foi adiado para 2021, especificamente para os dias 1 a 4 de julho. O adiamento do evento, organizado pelo Vespa Clube de Portugal, foi decidido após a uma reunião entre a Direção do Vespa World Club e o European Vespa Days. “Vimos por este meio comunicar-vos com bastante consternação que, considerando a pandemia do Coronavírus e a atual previsão de se prolongar em Portugal até final de maio, não estão reunidas as condições para mantermos a realização do evento na data marcada – 2 a 5 de julho do corrente ano”, escreve a organização nas redes sociais. O evento foi assim adiado por um ano e que a sua realização será reagendada para 2021, de 1 a 4 de julho. “A segurança de todos nós requere medidas extraordinárias”, lê-se no comunicado da organização do evento •


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Pedro Fernandes: “Se não começarmos a trabalhar em junho, estamos num beco sem saída” Pedro Fernandes, vice-presidente da Associação Vimaranense de Hotelaria e empresário na área da restauração, em entrevista ao “Em casa, à conversa com...”. A entrevista está disponível na íntegra no Facebook e no canal do YouTube do Mais Guimarães. • ©Direitos Reservados

eventualmente junho... Como é que as vamos pagar à frente se à frente vamos entrar no período baixo? Vamos pagar isso quando o negócio cair? E os empréstimos bancários? Estou a contrariar empréstimos para pagar despesas de um negócio que não funciona. Eu percebo que não há soluções fáceis. O que me parece é que todas estas medidas que saíram cá para fora para apoio ao nosso setor, e não só ao nosso setor, vão ter de ser alteradas. Imaginemos que, em junho, é levantado Estado de Emergência e podemos abrir sob certas condições. O pessoal não se vai meter todos no avião para aqui passar férias. Vai haver um período muito baixo e muito difícil de readaptação e reinício do negócio. MG: Acreditas que tens colegas empresários que muito em breve vão fechar as portas? Mais Guimarães (MG): Como estão a viver os empresários de restauração esta pandemia? Pedro Fernandes (PF): Cada caso é um caso. No dia 14 de março, a associação recomendou aos seus sócios que fechassem, por razões de saúde publica, na altura, entendemos que era essa a melhor solução, e antecipando-nos aquilo que o Governo veio a decidir quatro ou cinco dias depois, através do estado de emergência. Nessa altura tivemos a noção clara que era a melhor solução. Uma grande parte dos associados e outros empresários acompanharam-nos. Acabou por ser um movimento nacional. Também o fizemos porque o negócio, na primeira quinzena de março, sofreu um revés impressionante. Estamos a falar de descidas de 40 a 60% de faturação, de uma forma global. A nível individual, os casos são diferentes. Acho que o grau de intensidade dos efeitos colaterais da pandemia é diferente de negócio para negócio. Há gente que já trabalhava como take away, que acabou por beneficiar um pouco…mas nem digo beneficiar, porque mesmo a nível de negócio acho que não houve assim um grande aumento. As pessoas têm medo de sair de casa, têm receio de gastar muito dinheiro porque não sabem o que lhes espera do futuro. Os negócios são diferentes de caso para caso, mediante a situação, a dimensão do negócio, o tipo de negócio, a forma como foi gerido no passado,

as economias que tenham ou não do passado… É uma situação coletiva, mas com angústias e medos muito comuns. MG: Quão preocupados estão os empresários da restauração, principalmente em Guimarães? PF: A restauração, o turismo e todos os negócios associados foram os primeiros impactados seriamente pelo fenómeno. O turismo foi a grande alavanca da economia portuguesa nos últimos anos e ia continuar a ser. Muitos dos resultados do país devem-se à indústria do turismo. Olhemos para o caso de Guimarães. Guimarães tem uma grande sazonalidade. Costumo dizer que o centro ou parte histórica de Guimarães a nível de turismo é quase como a Póvoa de Varzim. Muita gente no verão, seis ou sete meses muitos bons, e depois cinco meses em que aquilo é um autêntico... não é um desastre, mas é um deserto. A pandemia veio afetar-nos justamente depois de um período baixo, que foram os meses de outubro, novembro, dezembro, janeiro e fevereiro. Principalmente até ao fim do ano, que foi muito pior que o ano anterior. Tivemos um inverno mais chuvoso e agora, que estávamos à espera (como todos os anos) de recuperar o fôlego, acontece-nos isto. Escusado será dizer que, hipoteticamente, se a pandemia tivesse começado em outubro, as consequências eram muito menos gravosas para o nosso setor.

MG: Quanto aos apoios anunciados, nomeadamente no setor do turismo, acreditas que sejam suficientes para, de certa forma, tornar um pouco mais leve todo o prejuízo que advier desta situação? PF: Sinceramente, não gostava de estar na pele dos nossos governantes. Desde que começaram as linhas de apoio, os adiamentos de pagamentos de obrigações fiscais, cada semana que passa há uma medida nova. Há uma tentativa por parte do Governo de suavizar as condições. Inicialmente, podíamos recorrer ao lay-off se nos últimos três meses tivéssemos uma redução de 40%. Passados quinze dias já é só os últimos 30 dias. Passou a ser permitido se o negócio tivesse sido obrigado a fechar. O próprio Governo e próprias instituições estão a adaptar-se a nova realidade. Porque isto tem um efeito multiplicador. Começou no turismo, restauração e agora esta a caminhar para os outros setores. As fábricas estão a parar, porque a Zara e a Primark fecharam lojas. Porque não sabem o que se vai passar, nem sabem qual vai ser a dimensão do buraco, estão a suavizar e a apresentar novas medidas sobre medidas que tinham decidido há uma semana. Não me parece que sejam suficientes. Por exemplo, estão a dizer que vão suspender as rendas. Se forem suspensas, vão ser pagas à frente. No nosso caso, se suspendermos as rendas de abril, maio,

PF: Penso que sim. Muita gente cumpriu as obrigações fiscais em março e, através de créditos ou de fundos próprios, vai conseguir cumprir abril, mas estamos a sair de um período baixo. A única coisa boa neste ano foi o mês de fevereiro, que foi melhor que o ano passado, pelo que vi a nível nacional. Mas ente outubro e janeiro o negócio caiu. Imagina que há colegas, que, nos tais meses de asfixia financeira, não conseguiram cumprir as obrigações fiscais. Agora, quando se forem candidatar aos apoios, não vão poder. Estão inibidos de o fazer. MG: Nesta altura, o que podem fazer os empresários da restauração para esta queda abrupta de clientes e do negócio? Algumas optam pelo take-away e serviço de entrega ao domicílio… PF: Quando tens uma estrutura pequena em que tens a família a trabalhar e dois funcionários, que acontece nos restaurantes mais tradicionais, que têm clientes de muitos anos, conseguem montar uma estrutura de take-away e conseguem realizar algum dinheiro com isso. Mas posso dar o meu caso. Tenho 11 pessoas a cargo. Não tenho qualquer experiência take-away. Estou num sítio de difícil acesso automóvel, não há sítio para estacionar e até há limitação de carros a partir de uma certa hora. Se fizer take-away nunca por nunca vou conseguir pagar 10/15% dos meus custos. Não tenho solução. Primeiro não

é esse o meu negócio, não estou preparado para isso. A única coisa que posso fazer é, dos onze, deixar dois. Mandar outros nove para o lay-off deixar dois a trabalhar para clientes que queiram, de vez em quando, encomendar. É o que estou a fazer, mas isso não me resolve o problema da minha massa laboral e estrutura que tenho. Para algumas pessoas o lay-off vai-lhe funcionar porque têm estruturas pequenas, as não é uma solução geral. O take-away obriga a uma dinâmica de entregas sob condições recomendadas pela Direção Geral de Saúde. Há regras básicas de transporte e a grande parte dos restaurantes, tirando grandes grupos, tem essas condições e outros que já eram take-away, os que não são têm que se readaptar. MG: No futuro, haverá alterações no turismo. Como imaginas uma possível recuperação dessa área no nosso país e, concretamente, em Guimarães? EL: Certamente acontecerá de forma mais lenta… Esse e que é o problema. A região centro lançou um vídeo espetacular a promover a região para depois da pandemia. O próprio Turismo de Portugal tem um vídeo a promover Portugal. Vamos ter de voltar à nossa vida. Vai ser de uma forma muito lenta. As pessoas vão começar a viajar com medo. Aqueles que implementarem sistemas de controlo à entrada eficientes são os que, para mim, melhor vão recomeçar. Portugal até já é notícia em alguns meios comunicação europeus, apontado como um bom exemplo de controlo da pandemia. Depois do controlo da pandemia, quando tudo recomeçar, as pessoas vêm com medo. Os que melhor se adaptarem e oferecerem mais garantias que têm regras definidas e um plano de ação para não haver um surto outra vez vão ser os que vão ser visitados mais rapidamente. Portugal, pelo que está a fazer agora e se se preparar bem para o reinício, pode beneficiar disso, mas vai ser muito lento. Se não começarmos a trabalhar em junho, estamos num beco sem saída. Abril está perdido. O governo já disse que o pico passou para maio e eu quero acreditar. Se conseguirmos trabalhar junho, julho e agosto, com afluência uma afluência muito menor, julgo que ainda haverá gente a salvar-se, mas muita gente ficará pelo caminho. •


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Ensino à distância: UMinho com iniciativas para que nenhum aluno seja excluído Reitor da academia minhota explicou o que está a ser feito para garantir o acesso às novas tecnologias a toda a comunidade estudantil. Regulamento do Fundo Social de Emergência será alterado para canalizar verbas para este efeito. Fundo Social de Emergência para que as verbas sejam “canalizadas para a compra ou o apoio à compra de equipamentos” para a comunidade estudantil com menos possibilidades. Outra das iniciativas levadas a cabo pela UMinho é uma campanha, ainda a iniciar, junto dos antigos alunos da academia (os alumni): o objetivo é “gerar acréscimo de responsabilidade social”, de forma a permitir o fornecimento de equipamentos “para que os estudantes” sem acesso às novas tecnologias “não sejam excluídos”. Recorde-se que, do universo estudantil de mais de 19 mil alunos, 6 mil beneficiam de apoio de ação social. Já no que diz respeito a questões financeiras da própria universidade, o reitor da UMinho salientou que “o tempo não é para discussões dessa natureza”, priorizando a manutenção da atividade essencial da academia. Ainda assim, reconhece que a pandemia trará impactos “muito

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A Universidade do Minho (UMinho) está a “acautelar a existência de condições” para garantir que todos os alunos possam ter acesso às aulas virtuais e aos materiais disponibilizados pelos professores. Assim, a academia tem vindo a desenvolver “várias iniciativas” para que nenhum aluno fique de fora no acompanhamento à distância das atividades letivas. A garantia foi dada na passada quarta-feira por Rui Vieira de Castro, reitor da UMinho, através de videoconferência. Um diagnóstico das “situações críticas” está em curso, e isto quer dizer que a Associação Académica da Universidade do Minho e as “entidades orgânicas” da instituição de ensino estão a fazer um “levantamento exaustivo” dos estudantes que possam ter dificuldade no acesso à internet e/ ou a um computador. O reitor daquela academia deixou ainda a indicação para a alteração do regulamento do

violentos”. E numa universidade em que “parte importante do orçamento” vem “da atividade de investigação”, que agora “está diminuída”, houve uma “redução grande” por parte da instituição.

Ainda assim, Rui Vieira de Castro ressalvou que a relação com as entidades competentes nesse âmbito “tem sido francamente positiva”, havendo “adiamento de prazos para concursos” e “reembolsos mais expeditos”

garantidos — algo que ajuda as universidades. O reitor frisou ainda que é necessário “ter uma estratégia” para menorizar os impactos que a crise expectável trará no futuro. • NRG

Em Creixomil e Ronfe Rua da Índia nº 462, 4835-061 Guimarães (No edifício verde junto à Rodovia de Covas) | Alameda Professor Abel Salazar nº 29, 4805-375 Ronfe De segunda a sábado, das 08h00 às 20h00


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SOCIEDADE

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AAUM cancela Enterro da Gata e todas as atividades presenciais até ao final de junho For Ideas, Serões Associativos, START POINT Academy, Start Up Your Point, Terça Académica, UMFuturo, Impacto. Já relativamente ao Cortejo Académico, à Campanha de Comercialização de Insígnias, à Imposição de Insígnias e Missa de Finalistas, às Serenatas e Velório o cancelamento das atividades será reavaliado, caso estejam reunidas as condições sanitárias de sade pública e dentro do enquadramento temporal no presente mandato da AAUMinho. Em comunicado, a AAUM apela “ao sentido de responsabilidade no cumprimento das recomendações da Direção Geral de Saúde”. A Associação Académica da Universidade do Minho “permanecerá ativa no acompanhamento de todos os estudantes da academia minhota. Juntos, vamos encontrar soluções para vencer esta batalha, na certeza de que, rapidamente, voltaremos a abraçar-nos na Melhor Academia do País”. •

Dois professores da Escola Secundária Francisco de Holanda estão a trabalhar no fabrico de clampes para tubos orotraqueais, acessórios essenciais para os hospitais no combate à pandemia da Covid-19. Os clampes são pinças cirúrgicas utilizadas para compressões temporárias. Alexandre Costa e Avelino de Sá, do departamento de Eletrotecnia, Mecanotecnia e Informá-

tica daquela escola, recorrem à impressão 3D para oferecer os clampes ao Hospital da Senhora da Oliveira (HSOG). De acordo com comunicado enviado às redações pela escola, “as pinças já foram testadas no hospital e ficaram funcionais”. Os professores seguem alterações sugeridas pelos técnicos dos cuidados intensivos do HSOG para continuar a produção. •

São tempos de “constante reorganização” e de adaptação no Hospital da Senhora da Oliveira de Guimarães (HSOG) — e isso aplica-se, também, na Área da Mulher e da Criança da instituição, que agrega os serviços de Ginecologia e Obstetrícia e de Pediatria e Neonatologia. A pandemia preocupa, também, as grávidas, cujas preocupações não se estendem, também, aos seus bebés. Para já, não há evidência científica que prove que “haja transmissão de uma mãe infetada para um bebé dentro do útero” — a chamada infeção vertical. Quem o diz é Vanessa Silva, ginecologista e obstreta no HSOG (na fotografia à direita). Há poucos casos no mundo e, em Portugal, até ao momento, nenhum recém-nascido filho de uma mulher infetada testou positivo para a Covid-19. E o que se sabe, também, é que as grávidas estão numa posição “mais vulnerável”, mas não integram um grupo de risco: “O que nós sabemos até à data, e apesar de os dados serem escassos, é que o curso de infeção numa mulher não-grávida é igual ao de uma mulher grávida com a mesma idade e com os mesmos problemas de saúde. Consideramos as grávidas um grupo mais vulnerável por cautela.” E isto porque “as alterações fisiológicas [numa grávida] condicionam um pouco a função pulmonar e as funções de defesa e torna-a mais suscetível a infeções pulmonares, não especificamente por Covid-19, mas no geral”, explica Vanessa Silva. E a obstetra e ginecologista frisa que

os casos mais graves de infeção acontecem numa percentagem “bastante pequena” da população; logo, no caso das grávidas, essa percentagem também será reduzida. Contudo, a médica ressalva que os cuidados, ao longo da gravidez, devem ser mantidos e reforçados: “Ingerir bastantes líquidos, ter uma alimentação variadas e fazer algum exercício físico em casa”, elenca. No HSOG, a aposta recai sobre as teleconsultas. “Temos uma linha aberta de apoio à grávida, através de telefone e e-mail. Para esclarecer dúvidas que ocorram e orientar as situações que devem ser avaliadas nas urgências e aquelas que podem, entre aspas, esperar ou serem geridas nos cuidados de saúde primários ou em casa”, conta. Assim, reduzem-se as idas ao hospital e, claro, o risco de contágio. Ainda não se registou nenhum caso de uma grávida infetada em Guimarães, mas o HSOG está preparado para essa eventualidade: “Estão desenhadas estratégias para promover o bem-estar materno e fetal de uma mãe infetada”, garante. E há “circuitos estabelecidos para minimizar ao máximo a possibilidade de contágio”, mesmo que a redução a 100% seja impossível. Esses circuitos estão instalados em várias partes do hospital e servem toda a população. No geral, Vanessa Silva diz que o que se tem visto no hospital é que “a população acaba por recorrer ao Serviço de Urgências em último recurso”. “Quando vêm às urgências, já é em situações limite. O que é mais aconselhado é a população

procurar ajuda através das linhas de apoio e dos centros de saúde. Para criar um balanço entre as idas necessárias e as desnecessárias”, completa. Para as grávidas, a ginecologista e obstetra deixa uma mensagem de “calma”. “Tudo está a ser feito para prestar os melhores cuidados de saúde à grávida e ao recém-nascido.” E reforça que é necessário e prioritário utilizar as linhas disponíveis para que todas as dúvidas sejam esclarecidas e, assim, se evitem deslocações necessárias ao hospital. • ES e NRG © Direitos Reservados

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Professores da Francisco de Holanda produzem clampes para o HSOG

Vanessa Silva, obstetra e ginecologista no HSOG, explica as medidas que o hospital vimaranense está a tomar para proteger as grávidas e os bebés em tempo de pandemia. Gravidez não é sinónimo de maior risco de infeção, mas a médica aconselha a um reforço nos cuidados. © Direitos Reservados

A direção da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM) deliberou o cancelamento das atividades presenciais previstas até ao fim do próximo mês de junho. Entre as atividades canceladas estão as Monumentais Festas do Enterro da Gata, que decorreriam de 8 a 15 de maio, em Braga. A decisão vem no seguimento das recomendações da Direção Geral de Saúde e do Governo de Portugal, com o intuito de reduzir a propagação de COVID-19. A AAUM irá ainda cancelar os seguintes eventos: A UM vem ao S. João, Academia à Conversa, Assembleia de Núcleos, Secções e Delegações, Assembleias de Delegados, Competição FADU e EUSA, Dádivas de Sangue, Dia do Associativismo Jovem, Formações dos Núcleos, Secções e Delegações, MeetUps, Missão AAUMinho, o Dia da Beneficência, Doar UM mundo melhor, Gata na Saúde, UMPlugged, Programa de Auscultação do 2º e 3º Ciclo, Run

Para além de todos os cuidados, grávidas devem ter "calma"


CONCELHO

O JORNAL N236 QUARTA-FEIRA 08 ABRIL 2020 Caldelas

Várias Freguesias

As três competências atribuídas às freguesias

Festas da Vila e São Pedro canceladas

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A edição de 2020 das Festas da Vila e de São Pedro, em Caldas das Taipas, foi cancelada devido à evolução da pandemia do novo coronavírus, anunciou a comissão de festas responsável pela organização destas celebrações. De acordo com a publicação partilhada nas redes sociais, a decisão surgiu "após um período de reflexão com as entidades institucionais e religiosas, com os artistas e outros parceiros". "Todas as iniciativas serão canceladas", informa a comissão de festas, "nomeadamente a Majestosa Procissão de São Pedro". "O tempo agora deverá ser de solidariedade e união de todos no combate a este vírus, para que possamos celebrar e agradecer em 2021", conclui a comissão de festas. • © Mais Guimarães

O decreto do Governo que regulamenta a prorrogação, por mais 15 dias, do estado de emergência decretado pelo Presidente da República traz novidades no que toca à circulação ou trabalho, mas também na forma como as regras vão ser fiscalizadas. É que se os municípios vão "entrar em jogo", na medida em que a polícia municipal também tem de fiscalizar o cumprimento das normas de emergência, o decreto

também menciona as Juntas de Freguesia. Estes órgãos não eram mencionados no primeiro decreto, mas ganham agora poderes acrescidos. O documento atribui às Juntas de Freguesia três competências: o aconselhamento da não concentração de pessoas na via pública; a recomendação a todos os cidadãos do cumprimento do dever geral do recolhimento domiciliário e a sinalização junto das

Serzedelo

Covid-19: Junta de Freguesia aberta para pagamento de vales de reforma

forças e serviços de segurança e polícia municipal dos estabelecimentos a encerrar, para garantir a cessação das atividades. Desta forma, as 48 Juntas de Freguesia do concelho de Guimarães passam a deter um papel relevante nos próximos 15 dias. O decreto que regulamenta o estado de emergência também acarreta o agravamento em um terço das penas contra quem desobedeça às autoridades. •

Fermentões

Duas pessoas detidas por posse de droga

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A Junta de Freguesia de Serzedelo anunciou que vai estar aberta para pagamentos de vales de reforma. A medida, que pretende mitigar o impacto da covid-19 na comunidade, foi implantada na passada quinta-feira e estará em vigor até dia 17 de abril. "A Junta de Freguesia estará

aberta para pagamento de vales de reforma e outros serviços de urgência", anuncia a autarquia local. No entanto, o espaço só estará aberto durante a tarde, entre as 14h00 e as 17h00, e os interessados devem contactar a junta no sentido de "evitar muitas pessoas juntas" no mesmo espaço. •

No passado dia 03 de abril, a PSP deteve, na Rua Jorge Amado, em Fermentões, um cidadão e de uma cidadã com 34 e 58 anos de idade, pelo crime de estupefacientes. No decorrer da ação policial, foi encontrado na posse dos suspeitos cocaína suficiente para 21 doses; heroína suficiente para 16 doses, haxixe suficiente para 7 doses; dinheiro no valor de 298,59€; 20 munições de salva de calibre 7,63 mm e uma munição real do mesmo calibre; 1 telemóvel. Os detidos foram notificados para comparecerem no Tribunal Judicial de Vila Nova de Famalicão. •

São Torcato

Grupo Folclórico da Corredoura cancela duas atividades

O Grupo Folclórico da Corredoura não irá realizar, em 2020, duas atividades: "A Feira Rural" e o "Linhal da Corredoura". "É momento de nos cuidarmos, para assim que possível regressarmos ainda mais unidos, com a força e vivacidade que nos caracteriza", escreve o Grupo nas redes sociais. • © Direitos Reservados

Urgezes

Ecoponto volta a arder e autor do fogo já terá sido identificado © Direitos Reservados

Órgãos de poder local ganham relevância nos próximos dias de estado de emergência. A sinalização junto das forças e serviços de segurança e polícia municipal dos estabelecimentos a encerrar é uma das novas competências.

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Voltou a arder, na noite do passado sábado, um ecoponto na freguesia de Urgezes, especificamente na Rua Pinheiro Manso. Alguns moradores conseguiram retirar o ecoponto em causa para que os restantes não ardessem. Os Bombeiros Voluntários de Guimarães estiveram no local com uma viatura e dois operacionais. O alerta foi dado às 19h53 e a operação terminou às 20h50. Junto da população local foi possível apurar que já se saberá quem terá sido o autor do fogo. A PSP esteve no local a tomar conta da ocorrência. Recorde-se que este é um acontecimento já recorrente na freguesia de Urgezes, que até já levou a Junta de Freguesia a reunir com a PSP. Contudo, não é um incidente exclusivo desta freguesia, visto recentemente já terem ardido ecopontos em várias freguesias, como Creixomil, Vermil, Azurém ou Vila Nova de Sande. •

Ponte

GNR das Taipas deteve duas pessoas em flagrante a assaltar obra em Ponte A GNR das Taipas deteve em flagrante delito, no passado domingo, dois indivíduos, em Ponte, que se encontravam a assaltar uma obra junto ao Rio Ave. O alerta foi feito por uma denúncia telefónica pelas 11h00 e os militares da GNR deslocaram-se a Ponte, à Urbanização do Rio para deter os dois indivíduos, de 17 e 40 anos de idade, que foram apanhados a furtar fios em cobre e latas. A GNR apreendeu também a viatura dos indivíduos, na qual já tinham objetos roubados pertencentes à referida obra. Os detidos terão agora de se apresentar esta segunda-feira a tribunal no Tribunal de Guimarães. •


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ZONA NORTE | OPINIÃO

N236 QUARTA-FEIRA 08 ABRIL 2020

Opinião de José Araújo

Póvoa de Varzim

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Homem estava infetado e não cumpriu isolamento. Foi detido, mas fugiu

Um homem de 43 anos foi detido por violação grave do dever de confinamento e, por isso, foi conduzido a casa; contudo, horas depois, voltou a fugir. A informação é avançada pelo Jornal de Notícias (JN). Segundo o diário generalista, o homem estaria emigrado em França, de onde regressou em meados do mês passado, para Fafe. Foi-lhe feito o teste à Covid-19 e o resultado foi positivo. De acordo com o JN, o homem ficou incontactável e abandonou o concelho fafense. “Alugou casa

em Aver-o-Mar e mudou-se com a mãe, uma idosa de 70 anos”, adianta o jornal, que acrescenta que os vizinhos o viam “na padaria e no café” e a andar “na rua como se nada fosse”. “Depois de várias tentativas de o contactar”, no passado domingo, “a PSP montou um cerco junto à casa do homem, próximo da praia da Fragosa”. O homem acabou por ser detido e disse já não ter quaisquer sintomas, mas admitiu ter andado na rua e não ter cumprido o iso-

lamento. Foi detido e conduzido a casa, tendo sido informado acerca do isolamento obrigatório até que volte a ser submetido a um novo teste de despistagem. “Segundo contam os vizinhos, depois de a PSP abandonar o local, o homem fez as malas e fez-se à estrada com a mãe. Até agora não regressou a Aver-o-Mar. A PSP já alertou as autoridades em Fafe, uma vez que o indivíduo será natural daquele concelho, onde tem casa e para onde pode, agora, ter fugido”, conclui o JN. •

Caminha

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Câmara e pastelarias levam a Páscoa à casa das pessoas

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A Câmara Municipal de Caminha vai levar o pão de ló e a doçaria tradicional a quem estiver recolhido em casa devido

à pandemia. “Se as pessoas não podem sair para festejar a Páscoa por causa do estado de emergência, então um pedacinho de Páscoa vai até à casa das pessoas, levando o pão de ló e doçaria tradicional da Páscoa às freguesias do concelho”, afirmou à Lusa o presidente da Câmara de Caminha, Miguel Alves. O serviço é gratuito para quem não puder pagar. O projeto “une” o município e nove pastelarias do concelho. Assim, cada munícipe contacta uma destas pastelarias ou até mes-

mo a câmara para encomendar o pão de ló ou outros doces. “Sinto que as saudades da família apertam cada vez mais e vejo as pessoas tristes por terem uma Páscoa diferente do habitual. Acho que estamos num momento decisivo do nosso isolamento enquanto comunidade, as pessoas estão cansadas e sentem muito a falta de uma tradição tão importante como a do compasso pascal e da visita da família. Este é um gesto de carinho e homenagem”, referiu o presidente do Município de Caminha. •

O TEMPO PARA VENCER É AGORA MAIS DIFÍCIL Nunca as palavras hoje e agora fizeram tanto sentido. Neste momento, quem de nós não gostaria ter super-poderes para adiantar o tempo? Passamos grande parte da vida a reclamar da rapidez com que o tempo passa, mas hoje creio que a maior parte de nós queria ter um botão mágico que nos transportasse para o futuro, para aquele dia em que as certezas e respostas que hoje não temos sejam uma realidade. Por outro lado, sabemos que o futuro próximo não será fácil, até quando queríamos adiar as nossas vidas? Ou seria melhor voltarmos ao passado e corrigirmos os erros para evitar este presente? A situação atual já é de bastante incerteza, não criemos mais dúvidas. O melhor é focar-nos no agora, polir as nossas virtudes e praticar os sentimentos de solidariedade e união que tanto nos caracterizam. Só assim conseguiremos minimizar os efeitos nefastos desta pandemia. Sou, por natureza, uma pessoa otimista e acredito que vamos vencer da melhor forma esta guerra, já vencemos várias batalhas. Acredito que nós portugueses, e vimaranenses, em particular, vamos aproveitar este momento para criar oportunidades e sermos mais solidários. Cabe a cada um de nós cumprir com o seu dever. Eu vou tentar cumprir com o meu, enquanto cidadão e Presidente de Junta de Abação e Gémeos. O Covid-19 “apanhou-nos” da pior forma possível. Em 2017, Abação e Gémeos voltou a escolher-me para Presidente e, como tal, sinto dever acrescido de fazer mais e melhor. A primeira vítima mortal de Guimarães foi uma pessoa da nossa freguesia. Esta situação obrigou- nos a agir de imediato, a fazer tudo o que estava ao nosso alcance para proteger a população e a apoiar a família da vítima naquilo que fosse necessário. Em

colaboração com a Câmara Municipal, a Junta de Freguesia prestou apoio na alimentação e apoio psicológico aos familiares. Passado o período de isolamento, a família sabe que pode continuar a contar connosco neste momento difícil. Aliás, toda a população da freguesia pode contar com o nosso apoio. O executivo calcula que esta situação trará consequências gravíssimas para as famílias e, por isso, estamos atentos e prontos a acudir aqueles que vão precisar da nossa ajuda, mesmo que isso implique repensar investimentos. Realço, aqui, a solidariedade de várias pessoas que já mostraram disponibilidade para ajudar famílias mais carenciadas ou de risco. Em 1991 enquanto soldado paraquedista, fiz um juramento à Pátria. Hoje sou voluntário da família militar e poderei ser chamado a cumprir com aquilo que considero ser a minha obrigação: prestar apoio na unidade militar de Braga, caso venha a acolher doentes com COVID-19. Como católico, estou a viver esta Quaresma de forma ainda mais séria. Acredito que é um momento, mesmo para os não crentes, de reflexão, penitência, oração e ajuda ao vizinho que sente solidão, à família com a mesa quase vazia, ao enfermo que anseia por uma palavra de esperança, ajuda ao outro que espera por nós. E tem sido bom perceber que a sociedade está disponível para dar esta ajuda. Tenho consciência de que se podia fazer mais, mas também acredito que se cada um der um pouco de si fará toda a diferença. Vamos fazer História. Vamos fazer de tudo para que a História termine e ensine aos nossos filhos e netos a resiliência humana e que lhes transmita orgulho e esperança no futuro. Que no final desta guerra “Covid 19” sejamos todos capazes de renascer mais fortes. •


OPINIÃO

O JORNAL N236 QUARTA-FEIRA 08 ABRIL 2020

Já antes do dia 13 estávamos assutados a achar que, mesmo assim, somos diferentes dos italianos e dos espanhóis e que cá seria menos letal. Após o dia 13 o silêncio funesto que se abateu na cidade, muito para além do silêncio da segunda quinzena de agosto em que sabemos que estão todos bem e de férias. No início pensava-se que iríamos ter tempo para nós, que púnhamos em dia as leituras e os filmes adiados, que passaríamos a ler mais jornais, que limparíamos o computador e anteciparíamos as limpezas de Páscoa, finalmente a garagem seria arrumada. Mas veio o teletrabalho, que é mais duro e sem horários, a higienização (da família e da casa) decretada pela DGS, que nos absorve. E com o teletrabalho fica-se a perceber que há muitos estudantes e professores sem computador pessoal e sem ou com ligações sofríveis à internet. As desigualdades ganharam visibilidade emergiram do seu silêncio, da sua confidencialidade. Não, neste “combate” ao vírus e no acesso a uma disfarçada normalidade não somos todos iguais. Entretanto os media estão to-

mados por duas crises: a causada pela pandemia e a crise económica que esta acelera. Tem sido notada a aparente cambalhota de muitos neoliberais: de repente o «mercado» não resolve tudo; o «Estado» (o dito «social», porque com outras funções do Estado nunca se sentiram mal) tem de se chegar à frente; as “nacionalizações” podem fazer sentido (transitoriamente, para socializar prejuízos). Aquilo a que se assistiu após a eclosão do surto na Europa deixará marcas: a apregoada «livre circulação de mercadorias» rapidamente deu lugar a restrições e bloqueios à exportação intracomunitária de material médico; à retenção arbitrária, em fronteiras reerguidas, de equipamentos destinados a outros países; aos encontrões entre vizinhos na aquisição de material médico no mercado internacional. O problema económico real é o da suspensão massiva do trabalho humano, criador de toda a riqueza. Como escreveu Filipe Diniz no Avante!, «A pandemia deu um novo destaque à centralidade do trabalho na sociedade humana. O trabalho de todos os que combatem a doença e mantêm o nível de sobrevivência da atividade social. O trabalho de todos os que produzem, sem o

qual não haverá saída. De preferência, sem a especulação nem o capital.» Cuidem-se e saúde. •

humana, que um abrandamento global desta magnitude poderá ter sobre a vida de todos. A vida contemporânea que temos (ou tínhamos), onde foi possível que tantos vivessem tão bem, toda ela foi alicerçada no conceito de desenvolvimento económico. O desenvolvimento económico, que comporta crescimento económico e desenvolvimento social, foram decorrências de um mundo que, no pós Guerra, assentou maioritariamente no modelo capitalista como forma de organização da sociedade, ora mais democrático e social ora mais selvagem e agressivo. Contudo foi invariavelmente aí que até aos dias de hoje se viveu melhor, não foi nos países comunistas e de direccção central, onde o foco é o Estado e não o indivíduo, não foi nos países totalitários onde a ausência de liberdade e atropelo os direitos individuais tornaram a vida um inferno. Por isso, o sistema que conhecemos de liberdades e garantias, de direitos e deveres, de organização da sociedade contemporânea e do mundo ocidental em particular, estão a ser colocados perante um desafio vital para o futuro de todos. Por estes dias, é fácil aparecerem discursos que facilmente captam a nossa atenção e que advogam a retirada de direitos fundamentais em nome de um bem maior. Que advogam a limitação da

economia e, pasme-se, mesmo moderados, ou quasi, pelo menos assim se definiam, a advogarem a quase criminalização dos rendimentos de capitais. Esquecem-se que o lucro, sempre representou a forma de medir o valor acrescentado que homens e mulheres, cada um no seu posto de trabalho dão à sociedade. Os lucros não são dos patrões, como tantos gostam de apregoar, os lucros são da economia, são de todos quantos beneficiam do valor acrescentado que é gerado. Por isso tudo isto deve ser contraposto com economia solidária! Não, não vivemos tempos normais, sim, são necessárias medidas emergentes que temporariamente garantam o bem geral, mas julgo que a grande maioria de nós quer as nossas vidas de volta! Assim, é o tempo de patrões ajudarem e serem ajudados, colaboradores ajudarem e serem ajudados, senhorios ajudarem e serem ajudados, de fornecedores e clientes partilharem dificuldades e se ajudarem mutuamente. É tempo de bancos ajudarem e serem ajudados, é tempo de termos as escolas e as universidades a excederem-se, das forças de segurança, mas acima de quaisquer outros, todo o corpo que compõe o sistema de saúde, público e privado, com a nossa ajuda, mostrar o melhor de nós! Por isso, e esperando que tudo isto seja transitório, mora-

tórias não são perdões, vendas não são doações, e prestação de serviços não é caridade. Temos sim, de ter um clima de unidade económica, não criar clivagens entre agentes económicos, mas perceber, que nesta fase todos somos cruciais para termos a nossa vida de volta, com as mesmas liberdades e garantias, com a possibilidade de sonhar intacta após o término deste pesadelo. Desejo, como nunca, o melhor para todos nós. •

haverá saída.

Opinião de Ana Guimarães

APONTAMENTOS EM TEMPO DE PANDEMIA A pandemia deu um novo destaque à centralidade do trabalho na sociedade humana. O trabalho de todos os que combatem

a doença e mantêm o nível de sobrevivência da atividade social. O trabalho de todos os que produzem, sem o qual não

Opinião de Rui Armindo Freitas

O TEMPO DA ECONOMIA SOLIDÁRIA Há um mês, quando escrevia para este mesmo jornal, a realidade já deixava antecipar que a situação presente nos iria colocar à prova. De facto as implicações desta pandemia estão longe de estar todas identificadas, todos os dias alguma dimensão que sempre demos por garantida é posta em causa. Nos dias de hoje os nossos governantes estão a ser dramaticamente colocados num dilema, se por um lado são instados a instaurar medidas drásticas de confinamento so-

cial, por outro sabem bem que as consequências económicas e sociais que daí advêm são extraordinariamente sérias, levando mesmo alguns a afirmar que poderão ser piores do que a própria cura. Quanto a mim, com formação em Economia mas com educação, como todos no mundo Ocidental, com uma profunda influência cristã, o valor da vida humana jamais será sobreposto pelo valor da economia. Contudo, convém não esquecer o impacto também na vida

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A pandemia deu um novo destaque à centralidade do trabalho na sociedade humana. O trabalho de todos os que combatem a doença e mantêm o nível de sobrevivência da atividade social. O trabalho de todos os que produzem, sem o qual não haverá saída

Temos sim, de ter um clima de unidade económica, não criar clivagens entre agentes económicos, mas perceber, que nesta fase todos somos cruciais para termos a nossa vida de volta


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CLASSIFICADOS

N236 QUARTA-FEIRA 08 ABRIL 2020

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VITÓRIA SC

N236 QUARTA-FEIRA 08 ABRIL 2020

Esta é a tua oportunidade! Admitimos comerciais Av. D.João IV - Guimarães Telf: 253 421 390

Em casa, no Brasil ou em Portugal, o desejo é o mesmo: “Atingir os objetivos”

Av. D.João IV - Guimarães Telf: 253 421 390

© Vitória SC

petivas para voltar a Portugal no imediato, Bruno Duarte acredita que, “pelo andar da carruagem”, a situação “ainda se vai estender durante muito tempo para que se possam retomar os campeonatos europeus”. Uma das perguntas mais prementes nestas conferências prende-se precisamente com a questão da conclusão dos campeonato. Na ótica do avançado brasileiro, “o melhor a fazer é esperar” enquanto houver “casos crescentes”. “Acredito que tem de ser decidido com calma”, acrescentou. Contudo, o objetivo principal da equipa, garantiu, manter-se-á caso o campeonato regresse: o 4.º lugar e o acesso à Liga Europa. No decorrer desta semana, também Rochinha teve oportunidade de relatar a experiência de isolamento. A mesma pergunta foi colocada e a resposta foi semelhante: “Temos de esperar pela evolução da pandemia. Claro que nós, jogadores e o Vitória, queríamos que o campeonato voltasse, porque temos objetivos a atingir”.

Bruno Duarte voltou a São Paulo no há uma semana. Com a pandemia da covid-19 a trocar as voltas ao mundo, decidiu, inicialmente, ficar por Guimarães durante duas semanas. “Mas tive um momento em que percebi que era importante ficar com a minha família e isso pesou mais”, explicou, esta quinta-feira, em mais uma das videoconferências organizadas pelo Vitória,

nas quais os jogadores falam aos jornalistas sobre a sua experiência de isolamento social. O brasileiro garante ter feito “todos os cuidados” para chegar a São Paulo, onde vai acompanhando os treinos dos restantes colegas de equipa, ainda que num fuso horário completamente diferente. Agora, perto da família, garante estar “mais tranquilo”. Sem pers-

Muitos minutos nas pernas O Vitória tinha mais jornadas para conseguir alcançar esses objetivos. Mesmo antes da paragem, a época já ia longa para a formação orientada por Ivo Vieira. A equipa começou a competir em meados de julho e já levava cerca de seis meses de competição. Muitos jogos (e minutos) nas pernas, algo que até

poderia transformar esta paragem forçada em algo benéfico. . “Não será por aí”, sintetiza Rochinha. “Não vamos tirar grande proveito disso, vai partir tudo do mesmo. Se o campeonato voltar, vamos ter de dar o máximo para voltar à forma”. E quanto tempo é que a recuperação pode levar? O avançado entende que não será preciso muito tempo de preparação. “Duas semanas”, antevê. Até que a normalidade e a rotina regressem, o trabalho vai sendo feito em casa, com treinos por videoconferência. Ficam as saudades “das brincadeiras do balneário”. “Temos um grupo muito bom, tenho saudades de estar com eles. Espero que isto acabe rapidamente para voltarmos a estar juntos”, atira o português.

“Sinto-me realizado” Do outro lado do Atlântico, Bruno Duarte também prossegue com os treinos. Pessoalmente, o avançado diz ter-se adaptado ao futebol português e espera, futuramente, “poder fazer muitos golos e ajudar a equipa” a colecionar vitórias. “Em parte eu sinto-me realizado. Porém, o trabalho deve continuar e essa ambição ainda está em mim”. Acerca do impacto da covid-19 no futebol, o avançado diz que ainda nada foi decidido acerca de reduções salariais. “O melhor é pensarmos e estarmos juntos nessa situação e ver o que é melhor para cada um de nós”, concluiu. •

Vitória pode fechar a temporada com mais de 50 jogos disputados O surto de covid-19 obrigou o campeonato a parar numa altura em que faltavam disputar dez jogos. Sem pandemia, talvez se lesse nesta página a antevisão ao Dérbi do Minho, inicialmente marcado para o fim de semana que se aproxima. O novo coronavírus deixou os vitorianos em casa, mas a temporada 19/20 até foi “produtiva” no que toca ao número de jogos disputados. Faz esta quarta-feira exatamente um mês desde a última parti-

da realizada. O triunfo na Mata Real, frente ao Paços de Ferreira, em jogo a contar para a 24.º jornada da Liga Nos, marcou o 42.º jogo de caráter competitivo realizado pela turma de Ivo Vieira. Assim, caso o campeonato regresse, e o Vitória disputar todas as jornadas, os Conquistadores vão terminar a temporada com 52 jogos disputados. Mesmo que o calendário competitivo terminasse agora, os adeptos do Vitória já teriam vis-

to a sua equipa em mais três ocasiões em relação à temporada passada. Com Luís Castro ao leme da equipa, os Conquistadores entraram 40 vezes em campo para disputar jogos oficiais. Para o aumento do número de encontros contribuiu a participação dos vimaranenses na Liga Europa. Os jogos europeus disputados esta temporada “alimentam” esta contagem com 12 jogos. •

© Vitória SC

Vitória é 4.º no “campeonato” das comissões © Mais Guimarães

O ciclo de videoconferências do Vitória continua. A partir de casa, Rochina e Bruno Duarte (em São Paulo) mostram-se confiantes no regresso do campeonato. “Tudo tem de ser decidido com calma”, no entanto.

AMI 15114

Entre 1 de abril de 2019 e 31 de março do ano corrente, a SAD do Vitória pagou 3,6 milhões de euros em comissões a empresários. A informação consta na tabela de intermediários e transações publicada pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF). Tal como aconteceu no relatório de 2019, apenas SC Braga e Vitória SC têm sociedades a entrarem na casa dos nove dígitos - juntam-se aos clubes minhotos, como é tradição, o SL Benfica, FC Porto e o Sporting CP. O número global denota um aumento de mais de 32 milhões de euros em relação ao período homólogo do ano passado. O Vitória também contribui para este crescimento, visto que gastou mais 300 mil euros em relação aos últimos dados disponíveis. Neste campeonato, Vitória e SC Braga apresentam valores bastante próximos: a SAD vitoriana desembolsou, aproximadamente, mais 300 mil euros do que a SAD vizinha. Nota também para o Moreirense, que na lista apresentada pela FPF aparece como um dos clubes que menos gastaram em intermediários: os Cónegos desembolsaram 30 mil euros para este efeito. Os clubes portugueses das I e II Ligas profissionais de futebol (bem como alguns emblemas de futebol feminino) pagaram cerca de 83 milhões de euros em comissões a empresários. O Benfica foi o emblema que mais gastou em comissões (€34,25 milhões), seguido de FC Porto (€23,71 milhões) e Sporting (€15, 95 milhões). Ao excluir todos os outros clubes é percetível que a esmagadora maioria do “bolo das comissões” é pago por estes clubes: os três grandes do futebol português pagaram um total de 73, 91 milhões de euros a empresários. •


FUTEBOL

O JORNAL N236 QUARTA-FEIRA 08 ABRIL 2020

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MOREIRENSE F. C.

Através de um inquérito, o Moreirense monitoriza diariamente a saúde dos jogadores “Aquando da entrada do estado de alerta, nós percebemos imediatamente que numa questão de dias iríamos entrar num estado de emergência e, portanto, rapidamente apetrechamos as casas de todos os jogadores com material próprio”, diz o médico dos Cónegos. © Direitos Reservados

Os atletas do Moreirense estão a treinar a partir de casa, a cumprir um plano especifico elaborado pela equipa técnica do clube de Moreira de Cónegos, em conjunto com o Departamento de Performance. Quem o diz é Marco Oliveira, um dos responsáveis pelo departamento médico da formação cónega. Numa entrevista concedida à Liga, o médico relatou que o “clube adotou medidas que vão ao encontro das indicações dadas pela Comissão Permanente da Liga Portugal”. Os jogadores receberam indicação para o confinamento no domicílio e para saírem de casa unicamente em duas situações: adquirir bens essenciais e no caso de algum problema de saúde grave. “ Nós alertamos atletas todos os dias para os sinais e sintomas que o covid-19 pode dar. Criamos, inclusive, um questionário que os atletas têm de responder diariamente com as perguntas obrigatórias do coronavírus: se tem tosse, febre, mialgias”, refere o Moreirense

responsável. No entender de Marco Oliveira, os Cónegos foram expeditos a reagir às circunstâncias: “Aquando da entrada do estado de alerta, nós percebemos imediatamente que numa questão de dias iríamos entrar num estado de emergência e, portanto, rapidamente apetrechamos as casas de todos os jogadores com material próprio para poderem ter uma atividade desportiva e um plano condizente, como atletas de alta competição que são”. O médico revelou também que os atletas da equipa liderada por Ricardo Soares “têm um programa semanal, um microciclo, semelhante e com a mesma rotina diária que teriam caso estivessem a treinar”.

Estímulos para matar o tempo Na mesma entrevista, o responsável elencou as responsabilidades do do departamento de Saúde e Performance. Consti-

Moreirense

Fábio Pacheco: “A adversidade Para Steven Vitória, “não há torna o ser humano mais forte” desculpa” para não trabalhar “A adversidade torna o ser humano mais forte”. É esta a mensagem de Fábio Pacheco para os adeptos do clube Cónego. Em declarações ao clube, o médio refere que “o mais importante é sabermos cuidar de nós e dos outros e, para isso, já todos sabemos que só ficando em casa estaremos mais perto de ultrapassar este obstáculo, para regressarmos aos relvados e às nossas vidas normais”. “No final de tudo isto vamos retirar uma grande lição, pois é a adversidade que torna o ser humano mais forte”, remata. Um dos principias desafios dos atletas será a adaptação às novas rotinas de treino. Fábio Pacheco admite que “não é fácil”, mas que tem beneficiado “de um grande acompanhamento” por parte da equipa técnica do Moreirense, Fábio Pacheco considera ainda que ocupar o tempo com coisas diferentes “tem sido uma vantagem para conseguir ultrapassar de uma forma mais confortável esta

tuído por dois médicos, dois fisioterapeutas, dois fisiologistas, massagista, nutricionista e psicólogo, este departamento procura “manter os atletas ocupados e estimulados, quer a nível físico, quer a nível mental”. “Não podemos, obviamente, esquecer a parte da nutrição e do peso, e nisso tenho de dar uma palavra ao nosso nutricionista, que é sempre muito ativo e educativo a falar com os atletas”, disse, acrescentando que tem estado “muito próximo deles” a incentivar e educar para que os atletas façam “uma alimentação saudável e não caírem em asneiras” Fora do contexto desportivo, Marco Oliveira abordou e reiterou as medidas preventivas mais eficazes no combate à pandemia de covid-19: “As pessoas que podem devem manter-se em casa, sair só em caso de urgência, de saúde, urgência hospitalar ou para adquirir bens essenciais. Evitar contacto social, manter a distância social de cerca de dois metros e lavar frequentemente as mãos. •

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situação difícil”. “Tenho cumprido os planos que recebemos para mantermos a condição física. Como tenho dois filhos fica fácil preencher o tempo livre com brincadeiras e trabalhos com eles, sobrando ainda algum tempo para fazer coisas cá em casa e cuidar do jardim”, conta o médio. •

O experiente central dos Cónegos, Steven Vitória, entende que a situação atual não impede os jogadores de se escaparem ao trabalho “Dentro dessa nova realidade, temos todas as condições e não há desculpas para não trabalharmos”, explicou, numa entrevista ao Canal 11, o defesa internacional pelo Canadá. Na mesma entrevista, o jogador que regressou esta época ao futebol português depois de uma passagem pela Polónia, deixou uma mensagem de apreço à estrutura do clube de Moreira de Cónegos: “Estamos todos a adaptar-nos a uma nova realidade, a novos hábitos, mas dentro do possível tudo está a correr bem, porque o clube está a ter esse cuidado de proximidade para com os jogadores”. Steven Vitória entende que, até a competição voltar, só há uma coisa a fazer: “Cabe-nos cumprir o nosso papel, que não é muito complicado, visto que só estão a pedir para que fiquemos em casa”. •

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1ª LIGA FAMALICÃO FC PORTO BENFICA VITÓRIA SC SPORTING BOAVISTA SANTA CLARA RIO AVE TONDELA MARÍTIMO BRAGA MOREIRENSE VITÓRIA SETÚBAL GIL VICENTE PORTIMONENSE BELENENSES SAD PAÇOS DE FERREIRA DESP. AVES

7´ 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7

6 6 6 3 3 2 3 3 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1

9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9

9 6 4 4 4 4 3 4 3 3 3 2 1 1 0 0

1 0 0 3 2 5 2 1 3 2 2 1 4 3 2 2 1 0

0 1 1 1 2 0 2 3 2 3 3 4 2 3 4 4 5 6

19 18 18 12 11 11 11 10 9 8 8 7 7 6 5 5 4 3

0 1 2 2 2 3 2 4 3 3 3 4 5 6 5 6

27 20 15 15 15 14 13 13 12 12 12 9 6 5 4 3

Sub-23

LIGA REVELAÇÃO SPORTING BENFICA ESTORIL PRAIA BRAGA DESP. AVES BELENENSES SAD COVA DA PIEDADE MARÍTIMO RIO AVE PORTIMONENSE LEIXÕES V. SETÚBAL VITÓRIA SC FEIRENSE FAMALICÃO ACADÉMICA

0 2 3 3 3 2 4 1 3 3 3 3 3 2 4 3


P.20

MODALIDADES

N236 QUARTA-FEIRA 08 ABRIL 2020

Ciclismo

Treinar ao ar livre? Só para “atletas com estatuto de alto rendimento”, diz Federação © Direitos Reservados

É uma espécie de melhor dos dois mundos: “As bicicletas permitem que as pessoas mantenham o isolamento, mas proporcionam uma importante pausa para não ficarem dentro de casa”. A frase é de Peter Walker, jornalista e autor do livro Bike Nation: How Cycling Can Save the World. A bicicleta foi, desde cedo, declarada como uma opção válida para quem precisa de fazer deslocações diárias para o trabalho (o Governo até retificou a lista de estabelecimentos com autorização para se manterem em funcionamento e incluiu as oficinas destes velocípedes). Valorizada como alternativa ao transporte público, a bicicleta permite o contacto com o ar puro, mas possibilita deslocações com as devidas distâncias - mesmo em hora de ponta, rara nestes tempos, é possível manter, nas paragens obrigatórias, uma distância razoável de, pelo menos, dois metros. A particularidade do velocípede no que toca a deslocações para o local de trabalho, permite também questionar como treinam

Vários

Os conselhos da Federação O ciclista vimaranense José Mendes, campeão nacional de estrada e atleta da W52-F.C Porto é um dos atletas vimaranenses afetados pela situação. Por isso, deve seguir, tal como os restantes elementos que compõem o pelotão nacional, as recomendações da federação. “É mandatário que o atleta efetue o treino desportivo sozinho”, pode lêr-se no comunicado emitido pela

“Tem sido uma experiência diferente” © Direitos Reservados

informativa enviada às redações durante a tarde da passada segunda-feira, que “tem acompanhado atentamente a e tomado as medidas necessárias para informar a população e apoiar as várias instituições para fazer face às necessidades acrescidas vividas neste momento, efetuando também uma reavaliação diária das medidas de prevenção adotadas e a adotar de modo a prevenir e conter a respetiva propagação”. Desta forma, eventos que esta-

FPC, que dá conta das medidas às quais os atletas se devem sujeitar nesta fase de mitigação da pandemia de covid-19. “De momento, o dever geral é de recolhimento e de isolamento social”, explica o organismo liderado por Delmino Pereira. “Há, no entanto, a possibilidade de os ciclistas com contrato profissional e/ou estatuto de alto rendimento treinarem na via pública. Se optarem por este tipo de treino devem fazê-lo sozinhos e nunca em grupos”. Ficam excluídos deste grupo os restantes atletas (equipas de clube, atletas decompetição juniores e cadetes, CPT, escolas, veteranos), que estão “vedados ao treino ao ar livre, podendo apenas efetuar atividade física ao ar livre de curta duração e distância limitada”, diz a FPC. A mesma fonte lembra que “todos os atletas que circulem ao ar livre podem ser alvo de fiscalização pelas Autoridades de Segurança Pública ou de Saúde Pública”. A Federação também fez saber que planeia mantar as datas da Volta a Portugal. •

Ténis

Município cancela Corrida dos Conquistadores A Câmara Municipal de Guimarães informou, através de comunicado, o cancelamento das atividades desportivas em curso e eventos do mesmo âmbito que estavam já agendados, como a Gala do Desporto, a Liga Mini, os Jogos da Comunidade e a Meia Maratona Cidade de Guimarães – Corrida dos Conquistadores. Esta decisão decorre na linha das medidas de prevenção determinadas pelo Presidente da Câmara Municipal de Guimarães (CMG), Domingos Bragança, anunciadas a 10 de março. Entre o leque de medidas avançadas pelo autarca para mitigar o impacto da pandemia de covid-19 no concelho vimaranense estava o o encerramento dos pavilhões Multiusos e INATEL e Academia de Ginástica; a restrição dos pavilhões escolares a uso externo; a suspensão de todos os eventos, atividades e projetos municipais de grande escala; a suspensão de todas as feiras no território concelhio; o cancelamento das visitas de lazer, turismo ou âmbito cultural ao edifício da Câmara Municipal; e ainda o encerramento de todos os equipamentos culturais. No âmbito da evolução do surto epidémico da covid-19 , o município informa,na mesma nota

profissionais. Podem fazê-lo na rua? É seguro treinar cá fora? A Federação Portuguesa de Ciclismo, “fortemente empenhada no esforço global para conter a proliferação de covid-19”, prolongou até 31 de maio a suspensão do calendário velocipédico. “É uma decisão que decorre das diretrizes das autoridades Estado português e é coerente com a decisão da União Ciclista Internacional (UCI) no que respeita a todo o calendário internacional da modalidade”, anunciou a FPC via comunicado.

vam a decorrer, como era o caso da Liga Mini (tinha duas jornadas disputadas) e outros que iam encher de gente os arruamentos da cidade-berço, como seria o caso da Corrida dos Conquistadores, estão cancelados. Esta última estava marcada para dia 21 de junho, tinha como local de partida o Campo de São Mamede e passaria por locais emblemáticos da cidade. Segundo a organização, iria decorrer “em plena Feira Afonsina”, evento que também foi cancelada pela CMG. •

© Direitos Reservados

O tenista João Sousa está a atravessar este período de isolamento social em Guimarães. “Tem sido uma experiência diferente. Eu e a minha família estamos conscientes do perigo”, afirmou, citado pela TSF. À mesa fonte, o número um do ténis português abordou a situação espanhola, já que tem conhecidos no país. “As notícias que nos chegam de Espanha são devastadoras. Lá tem sido muito pior que aqui... E tenho amigos com situações familiares muito

complicadas”. Do ponto de vista competitivo, o tenista lamenta o cancelamento de Winbeldon, “o tor.neio mais prestigiado do mundo”: “O mais importante é a segurança. O cancelamento acaba por ser uma medida necessária.” Na mesma entrevista concedida à TSF, o vimaranenese lembrou ainda a lesão que lhe “complicou a vida”. João Sousa diz que o problema já está ultrapassado. Agora, há que recuperar a forma física desejada e “recuperar o equilíbrio”. •


+ DESPORTO

O JORNAL N236 QUARTA-FEIRA 08 ABRIL 2020 Campeonato de Portugal

© PDireitos Reservados

Kiko e a paragem: “Temos de nos focar naquilo que podemos controlar”

Série A

AF BRAGA

CAMP. PORTUGAL VIZELA BRAGA B FAFE VITÓRIA B MARIA DA FONTE MERELINENSE BERÇO SC MONTALEGRE MARÍTIMO B S. MARTINHO U. MADEIRA MIRANDELA PEDRAS SALGADAS CHAVES SATÉLITE BRAGANÇA OLIVEIRENSE 17º CERVEIRA 18º CÂMARA DE LOBOS

PRO-NACIONAL 16 12 2 2 16 11 2 3 16 10 2 4 16 9 3 4 16 7 7 2 16 8 4 4 16 7 4 5 16 6 4 6 16 5 7 4 16 7 4 5 16 6 1 9 16 5 3 8 16 4 4 8 16 3 6 7 16 2 6 8 16 2 6 8 16 2 5 9 16 2 2 12

38 35 32 30 28 28 25 22 22 22 19 18 16 15 12 12 11 8

2-2 1-2 1-1 4-1 2-1 2-3 0-1 2-2 0-2

empréstimo ao Estoril, regessou ao Castelo, tendo dado contributo em quatro jogos que antecederam a lesão. Em declarações ao Vitória Live, o médio disse que, durante este período de isolamento social, tem feito treino por vídeochamada (com o resto da equipa) durante a manhã e complementado os exercícios à tarde, com corrida ou bicicleta. Acerca da situação da equipa no campeonato, o vitoriano considera que, com a chegada de Bino Maçães, “a equipa cresceu”. Pro-

va disso é o registo apresentado nas últimas jornadas do Campeonato de Portugal: desde a troca de treinador, a equipa vitoriana soma apenas uma derrota (contra o líder Vizela). “Espero que o campeonato retorne ainda”, adiantou, acrescentando que isso só pode acontecer “se a saúde publica estiver resguardada”. “O importante é assegurar a saúde publica e evitar a propagação do vírus. Fiquem em casa e sigam as recomendações da Direção-Geral da Saúde”, atirou. •

A.F Braga

Cursos de treinador vão ser lecionados à distância A pandemia de covid-19 espoletou uma mudança na formação de treinadores. Depois de, no dia 10 de março, a Associação de Futebol de Braga ter decidido suspender toda a atividade desportiva, a mesma associação anunciou que a oferta formativa de treinadores vai prosseguir “em breve”. A diferença prende-se com o contexto em que estas as aulas vão decorrer: vão ser dadas à distância. “O objetivo passa por avançar, desde já, com a parte teórica de cada curso, ficando os testes e as avaliações práticas, que devem ser realizados presencialmente, para quando as atuais restrições que vigoram no país forem levantadas”, informa a AF Braga, através de comunicado. Nessa mesma nota informativa, a instituição realça que está “a estudar a melhor forma de o fazer recorrendo a uma plataforma online para poder reiniciar os cursos, a qual ainda será testa-

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DIV. HONRA

1ª DIVISÃO 15 15 14 15 14 15 15 14 15 14 15 15 15 15 15 15

11 1 3 34 9 3 3 30 8 3 3 27 8 3 4 27 6 4 4 22 5 7 3 22 6 4 5 22 7 0 7 21 6 2 7 20 4 7 3 19 4 6 5 18 4 6 5 18 3 4 8 13 3 4 8 13 3 2 10 11 3 2 11 8

1-0 3-1 2-2 1-2 2-3 4-1 1-0 1-2

Série C

12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12

9 9 8 6 6 5 5 5 5 4 4 4 2 3 2 0

2 1 2 2 1 3 3 3 2 4 3 3 5 2 2 2

1 2 2 4 5 4 4 4 5 4 5 6 5 7 8 10

29 28 26 20 19 18 18 18 17 16 15 12 11 11 8 2

OP. CAMPELOS TAGILDE ASES STA. EUFÉMIA DESP. S. COSME UD CALENDÁRIO CD LOUSADO GONDIFELOS SÃO CLÁUDIO

1-1 0-3 3-1 2-3 0-1 2-0 0-2 VS

GD SELHO SANTO ADRIÃO U. ALDÃO E CANO LONGOS OP. FAMALICÃO EMILIANOS FC DELÃES PRAZINS E CORVITE

AF BRAGA

1ª DIVISÃO

CALVOS INFIAS MONTESINHOS ABAÇÃO CASTELÕES MAIS POLVOREIRA PINHEIRO SÃO CRISTÓVÃO SOUTO GONDOMAR INFANTAS SÃO FAUSTINO GÉMEOS NESPEREIRA

11 10 9 9 10 9 10 10 10 10 10 10 10

8 7 6 5 5 5 4 3 4 3 3 1 1

2 2 1 1 1 1 2 4 1 2 1 0 0

1 1 2 3 4 3 4 3 5 5 6 9 9

26 23 19 16 16 16 14 13 13 11 10 3 3

Jornada 11

cretada pela A.F Braga, estavam a decorrer os cursos de treinador de futebol e futsal UEFA C/Grau I e UEFA B/ Grau II. •

S. PAIO D’ARCOS PEVIDÉM VILAVERDENSE PRADO CABREIROS BRITO RIBEIRÃO FORJÃES DUMIENSE/CJP II

Jornada 12

VIATODOS AMIGOS URGESES BAIRRO FC RONFE PICA RUIVANENSE LOURO PONTE

SUPER LIGA

SOUTO GONDOMAR GÉMEOS CASTELÕES SÃO FAUSTINO CALVOS PINHEIRO

1-3 0-2 0-0 1-3 0-0 1-2 0-0 1-1 1-1

CD LOUSADO OP. CAMPELOS UD CALENDÁRIO GONDIFELOS GD SELHO DESP. S. COSME EMILIANOS FC PRAZINS E CORVITE SANTO ADRIÃO ASES STA. EUFÉMIA TAGILDE DELÃES U. ALDÃO CANO OP. FAMILICÃO LONGOS SÃO CLÁUDIO

Jornada 15 SANDINENSES SÃO PAIO POLVOREIRA ANTIME NINENSE CELORICENSE FRADELOS AIRÃO

POPULAR

da”. Cada formando deverá ter ao dispor um computador ou um telemóvel com câmara. Aquando da suspensão da atividade de-

ARÕES SANTA MARIA SERZEDELO PORTO D’AVE TORCATENSE JOANE CAÇ. TAIPAS VIEIRA SANTA EULÁLIA

AF BRAGA

Série B

PONTE NINENSE OS SANDINENSES PICA RONFE BAIRRO FC ANTINE AIRÃO AMIGOS URGESES VIATODOS POLVOREIRA CD CELORICENSE FRADELOS SÃO PAIO RUIVANENSE LOURO

42 40 35 33 31 27 26 26 24 23 22 21 20 20 19 17 15 8

2 3 5 4 5 5 6 6 8 8 10 7 8 8 8 11 11 14

Jornada 19

VIZELA BERÇO SC VITÓRIA B CHAVES SATÉLITE FAFE BRAGA B U. MADEIRA BRAGANÇA OLIVEIRENSE

AF BRAGA

Para Kiko, médio da formação B do Vitória, a equipa “deve estar preparada para voltar ao ativo”, mas, enquanto esse retorno não é possível, é necessário apontar baterias para outras coisas. “Temos de nos focar naquilo que podemos controlar, que é treinar e manter o nosso corpo o melhor possível”, afirmou o Conquistador Kiko está longe dos relvados há seis meses, depois de ter sofrido, em outubro do ano passado, uma lesão ligamentar no joelho direito. Depois de um período de

19 13 3 18 13 1 19 11 2 18 10 3 19 9 4 19 7 6 19 7 5 18 7 5 19 7 3 19 7 2 19 7 1 19 5 6 19 5 5 19 5 5 18 5 4 19 5 2 19 4 3 19 2 2

BRITO PEVIDÉM CAÇ. TAIPAS VILAVERDENSE FORJÃES RIBEIRÃO JOANE PRADO ARÕES TORCATENSE S. PAIO D’ARCOS SANTA EULÁLIA VIEIRA DUMIENSE/CJP II SANTA MARIA PORTO D’AVE CABREIROS SERZEDELO

Jornada 16 MERELINENSE PEDRAS SALGADAS MIRANDELA S. MARTINHO MARÍTIMO B MARIA DA FONTE MONTALEGRE CERVEIRA CÂMARA DE LOBOS

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1-2 0-5 0-0 2-1 1-0 1-2

MAIS POLVOREIRA INFIAS ABAÇÃO INFANTAS MONTESINHOS SÃO CRISTÓVÃO

Série D

12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 11 12 12 11 12 12

ACR GUILHOFREI AC GONÇA GCD REGADAS TABUADELO PEVIDÉM B S. MASCOTELOS FC GANDARELA GDCR FAREJA GRC ROSSAS FERMILENSE ARCO BAÚLHE GD SILVARES GD CAVEZ PINHEIRO GDC MOSTEIRO MOTA FC

9 9 9 8 8 8 7 5 5 4 4 4 2 2 1 0

2 1 29 2 1 29 1 2 28 1 3 25 1 3 25 1 3 25 1 4 22 2 5 17 1 6 16 2 6 14 2 5 14 0 8 12 2 8 8 1 8 7 1 10 4 0 12 0

Jornada 12 PINHEIRO S. MASCOTELOS GDCR FAREJA GRC ROSSAS FC GANDARELA PEVIDÉM B AC GONÇA ACR GUILHOFREI

6-0 1-0 2-1 4-1 2-3 1-0 ADI 1-1

GD SILVARES GCD REGADAS GDC MOSTEIRO FERMILENSE MOTA FC GD CAVEZ TABUADELO ARCO BAÚLHE


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ARTES E ESPETÁCULOS

N236 QUARTA-FEIRA 08 ABRIL 2020

Três livrarias vimaranenses integram a RELI

Agenda Cultural

Rede de Livrarias Independentes quer, através de uma coordenação de esforços entre vários aderentes, levar livros às casas dos portugueses. A crise no mercado livreiro não é de agora, mas, em período de pandemia, é certo que o cenário agrave. Para muitas livrarias independentes do país, uma “coordenação de esforços” pode ser a forma mais eficiente de se contornar e contornar as dificuldades. Nisto, surgiu a Rede de Livrarias Independentes (RELI), uma associação livre “de apoio mútuo composta por livrarias de todo o território português sem ligação a redes e cadeias dos grandes grupos editoriais e livreiros”. Assim, as pequenas livrarias unem-se para intervir “junto da sociedade e dos poderes públicos”. No site da RELI é possível, então, encontrar informações sobre diferentes aliados e também os seus canais de comunicação, ficando-se a conhecer “campanhas de promoções, feiras do livro” e outras iniciativas por parte dos mesmos. Três livrarias vimaranenses integram a rede: Livraria Pinto dos Santos, Rimas e Tabuadas e Cólofon. A primeira, situada na rua de Santo António, abriu portas há quase 30 anos, substituindo a Livraria Lemos, mas mantendo a tradição familiar. Nesta livraria, há jardim e quintal, mas também sofás, música a rodar num gira-discos e um piano. Mais recente é a Livraria Cólofon, fundada em maio de 2013. Para além de livraria (e ali moram muitos livros raros), a Cólofon também “desenvolve um

pequeno projeto editorial dedicado ao livro antigo”. Sita no Largo Condessa do Juncal e presta “também serviços na área das avaliações, pesquisa de livros e investigação no âmbito da história do livro”. No mesmo largo encontra-se a Rimas e Tabuadas, uma livraria que é, ao mesmo tempo, café, e a mais nova das três aqui referidas. Foi fundada em 2017, “num tempo em que se diz que os livros têm os dias contados”. A Rimas e Tabuadas co-editou “Sombra Silêncio”, de Carlos Poças Falcão, que venceu o 1.º prémio de Melhor Livro de Poesia da Sociedade Portuguesa de Autores em 2019. A RELI tem em curso duas campanhas e, para já, das livrarias vimaranenses, só a Rimas e Tabuadas é que integra ambas. Com a “Livraria às Cegas”, Os interessados só têm de escolher um livreiro e pedir-lhe livros. Depois, mediante pagamento igual ou superior a 15 euros, recebe-se um “pacote surpresa” em casa. Já com a campanha “Fique em casa, mas não fique sem livros”, os portes de envio da encomenda de livros são oferecidos. Mas os livreiros que se uniram na RELI também têm reivindicações urgentes e “estruturais”. A RELI considera que é necessário garantir a “extensão das medidas governamentais de apoio à tesouraria que forem aprovadas para o comércio em geral” às li-

© Mais Guimarães

vrarias independentes, para que a banca não exclua “o pequeno comércio das candidaturas às linhas de financiamento”. A rede apela ainda para que as compras institucionais de livros e revistas para bibliotecas públicas escolares ou municipais sejam feitas “através de consultas preferenciais às livrarias independentes”. Por isso, os livreiros referem que o preço “deveria ser o do Preço de Venda ao Público (PVP) dos livros ou fixado num desconto mínimo (máximo de 10%)”, já que, salienta a

rede, “não é possível exigir dos livreiros” os descontos praticados por grandes editoras. A RELI pede ainda apoios financeiros “a fundo perdido” para evitar o despejo. “Os livreiros recordam que a especulação imobiliária foi a primeira responsável pelo encerramento de muitas livrarias independentes e do comércio de proximidade em geral”, refere a Lusa. A RELI também sugere, entre outros, a atribuição de seguro de salários “ou equivalente” aos livreiros, para “garantir um rendimento mínimo a todos”. •

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"A Gripe Espanhola de 1918": a história pode ter respostas para os dias de hoje “A Gripe Espanhola de 1918” é o título da mais recente publicação da Casa de Sarmento e já se encontra disponível online para consulta gratuita. O livro resulta de um encontro científico internacional, promovido pela Casa de Sarmento, que se realizou em Guimarães, na Sociedade Martins Sarmento, entre 25 e 26 de outubro de 2018, em colaboração com a Associação de Demografia Histórica (ADEH), a Associação Portuguesa de Demografia (APD) e o Grupo de Populações e Saúde do CITCEM, com o apoio do Município de Guimarães. Das jornadas, em que participaram trinta e cinco investigadores, congregando diversas perspetivas, desde a Demografia à História da Saúde, resultou esta publicação, que reúne dezasseis trabalhos que se repartem, fun-

damentalmente, por três áreas: perspetivas globais sobre a gripe e outras pandemias, estudos de caráter regional e impactos socioculturais da pandemia. Este conjunto de estudos é um importante contributo para conhecer melhor uma realidade que só há muito pouco tempo tem acolhido o interesse da comunidade científica e que tem óbvio paralelo com a grave situação epidemiológica que vivemos nos dias de hoje. Segundo o resumo da publicação, estão compilados no livro um “conjunto de estudos é um importante contributo para conhecer melhor uma realidade que só há muito pouco tempo tem acolhido o interesse da comunidade científica e que tem óbvio paralelo com a grave situação epidemiológica que vivemos nos dias de hoje” •

Música Bing & Ruth CIAJG 9 de maio 21h30

Teatro Vintena MMXX Salão Paroquial de Pevidém Até novembro de 2020

Festivais Westway Lab CCVF/ CIAJG Outubro

Exposição Território e Comunidade Casa da Memória Permanente Caos e Ritmo #1 CIAJG Até 04 de outubro


PASSATEMPOS E INFORMAÇÕES ÚTEIS

O JORNAL N236 QUARTA-FEIRA 08 ABRIL 2020

P.23

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Farmácias de serviço Quarta-feira 08 de abril

Farmácia Avenida

Avenida D. João IV - Tlf: 253 521 122 Quinta-feira 09 de abril

Farmácia Paula Martins Rua Teixeira Pascoais - Tlf: 253 415 833 Sexta-feira 10 de abril

Farmácia Lobo

Avenida Londres - Tlf: 253 412 124 Sábado 11 de abril

Farmácia Vitória (Creixomil) Guimarães Shopping- Tlf: 253 517 180 Domingo 12 de abril

Farmácia Hórus

Portugal à mesa com

Largo do Toural - Tlf: 253 517 144

*Farmácia Faria

Mário Moreira

R. do Calvário, 201, Serzedelo - Tlf: 253 532 346 Segunda-feira 13 de abril

Farmácia do Parque

R. Dr. Carlos Saraiva 46 - Tlf: 253 516 046 Terça-feira 14 de abril

Farmácia Pereira

OFICINA DE COZINHA UNAGUI Neste momento calamitoso, temos de nos superar. Com pequenos gestos, fazemos a diferença, distantes, mas sempre unidos. Muitos de nós, deixamos de poder fazer o que mais gostamos. No meu caso, cozinhar e partilhar com os outros; na Unagui, na Associação de Pensionistas e Idosos de Guimarães, na Brasileira, no jornal Mais Guimarães, a partir de uma plataforma digital, teremos uma excelente forma, de nos aproximar. Em momentos da minha vida, por diversas razões, as pessoas deixaram de ter condições para o fazer. Há poucas semanas, dediquei um artigo, “Em casa do Presidente”, que é bem exemplo disso Vamos manter a turma de gastronomia da Unagui em sintonia, mantendo laços comuns, partilhando os sabores e saberes da cozinha tradicional portuguesa. Cozinhar é um ato de amor, de entrega aos outros. É um ato de irreverência e rebeldia. De criatividade. É um ato de terapia bem

*Em regime de disponibilidade

prazerosa. Faço daqui, da minha cozinha, a cozinha de vossa casa, podendo, altererar formatos. Apelo às vossas sugestões, aliás, como sempre foi. De caras com o fogão, com a maior convicção, vamos conseguir em conjunto fazer delícias. A companhia correta na hora certa faz toda a diferençaA receita ou receitas que envio para a Unagui, turma de gastronomia, que me acompanha, vai para 2 anos, todas as quintas-feiras, são a prova do carinho mútuo que temos uns pelos outros. Se não conseguirem fazer à primeira vamos à à segunda, Não podemos desistir, tentem de novo, esse é o grande desafio que todos fazemos, todos os dias da nossa vida com ou sem vírus. Podemos falar por telefone ou por skype, às quintas-feiras, das 15h às 15h 30, para tirar dúvidas e matar saudades. Aprendemos todos, todos os dias. Em conjunto somo mais fortes.

“Pão Integral” Amassar 550gr de farinha de trigo integral, 150gr de farinha trigo tipo 65, 400ml de água, pitada de sal, 20gr de fermento, 10gr de sal, farinha qb para polvilhar. Colocar todos os ingredientes na batedeira, em velocidade baixa, durante 2 minutos e 8 minutos em velocidade média. Retirar para um recipiente e deixar repousar durante 10 minutos. Dividir em porções de 55gr, em formato de bola, Ligar o forno a 180º. Dispor as porções num tabuleiro polvilhado com fa-

Alameda S. Dâmaso - Tlf: 253 412 950

Dê sangue! COLHEITA PERMANENTE

Todas as Terças-feiras das 14h30 às 19h00 Primeiro e terceiro Sábado de cada mês das 09h00 às 12h30 Local Casa do dador (Azurém)

O que acontece na sua rua, no seu bairro, na sua freguesia...

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É NOTÍCIA! CONTAMOS CONSIGO PARA rinha e deixar levedar por 1 hora. Levar o pão ao forno durante 20 minutos a 200º.

Bom apetite! Um abraço gastronómico. Envie as suas sujestões para: leitor@maisguimaraes.pt

INFORMAR

Telefones Úteis Polícia Municipal 253 421 222 P.S.P. 253 540 660 G.N.R. 253 422 575 Hospital 253 540 330

BV Guimarães 253 515 444 BV Taipas 253 576 114 SOS 112 CM Guimarães 253 421 200

LIGUE 253 537 250 GERAL@MAISGUIMARAES.PT

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Última

Junta de Caldelas adere à campanha “Alimente quem o alimenta” A Junta de Freguesia de Caldelas, aderiu à iniciativa do Ministério da Agricultura “Alimente quem o alimenta”, divulgando um conjunto de contactos de produtores e vendedores de produtos locais. Em comunicado, a Junta escreve que “a agricultura é um dos setores fundamentais na produção de bens de primeira necessidade e a Freguesia de Caldelas, apela, assim, à compra de produtos locais”. “Se o fizermos, estamos, ao mesmo tempo, a apoiar a nossa agricultura e a agradecer a todos aqueles, que tudo fazem para que nada falte nas nossas mesas”, acrescenta. •

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UMinho recolhe computadores para alunos carenciados

Mortes causadas por covid-19

A Universidade do Minho (UMinho) lançou uma campanha de recolha de material informático destinado a estudantes carenciados. A doação “permitirá o acompanhamento de aulas não presenciais e a realização de avaliações à distância por parte dos alunos mais necessitados”, refere a UMinho.

Até ao fecho desta edição eram 12442 o número de casos confirmados com Covid-19. Havia ainda 4610 pessoas a aguardar resultados laboratoriais. O novo coronavírus já provocou 345 mortes em território nacional.


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