APENAS ONLINE: As próximas edições do jornal disponíveis GRATUITAMENTE NOVAS INSTALAÇÕES RUA NOSSA SENHORA DA AJUDA (EN105), 101, MOREIRA DE CÓNEGOS 4815-368 GUIMARÃES TLF: 253 521 315 | INFO@CASADASBATERIAS.COM
WWW.CASADASBATERIAS.COM
Alunos concluem ano letivo em casa
ESTUDANTES DO ENSINO BÁSICO JÁ NÃO VOLTAM À ESCOLA. TELESCOLA DE REGRESSO P.04 e 05
COVID-19
PORTAS FECHADAS
Com a economia parada, município aprova plano de recuperação para apoiar empresas e famílias. PSD considera-o “muito incompleto”. P.08
www.guimaclinic.pt
EM GUIMARÃES
Covid-19: Nova vida, novos hábitos domésticos? P.06
IVO VIEIRA E A RENOVAÇÃO DE CONTRATO: “NÃO RECEBI QUALQUER PROPOSTA” P.18
COVID-19
Onde a sua Saúde sorri. A NOVA CLÍNICA EM GUIMARÃES FISIATRIA FISIOTERAPIA GINECOLOGIA MEDICINA DENTÁRIA
MEDICINA GERAL E FAMILIAR MEDICINA ESTÉTICA NUTRIÇÃO OTORRINOLARINGOLOGIA
253 035 510 | 935 625 131
ORTOPEDIA PEDIATRIA PODOLOGIA PSICOLOGIA
PSIQUIATRIA TERAPIA DA FALA UROLOGIA
RUA TEIXEIRA PASCOAIS, Nº211 JUNTO AOS CTT
Domingos Bragança apela a que autarquias continuem a ter acesso a dados dos infetados P.24
MARCHA GUALTERIANA CANCELADA
P.08
CULTURA
Pedro Emanuel Pereira tem novo álbum P.22
Já somos 48.362 junte-se a nós em facebook.com/maisguimaraes
N237 QUARTA-FEIRA 15 ABRIL 2020
ENTREVISTA:
RUI ARMINDO FREITAS “A taxa de desemprego vai disparar”
P.10
1,00€
MAIS GUIMARÃES - O JORNAL · SEMANÁRIO · DIRETOR: ELISEU SAMPAIO
N237 QUARTA-FEIRA 15 ABRIL 2020
Artigo de opinião Estamos todos a precisar de abraços Já contamos mais de um mês de quarentena, de isolamento nas nossas habitações, com o objetivo de, juntos, evitarmos um aumento exponencial de casos de infetados pela Covid-19. Há coisas de que sentimos já muita falta. Para quem é um ser marcadamente social este retiro é um tormento! Faltam-nos os abraços, os olhares, os cafés, as conversas prolongadas. Falta-nos o que transformava os nossos dias em espaços de tempo únicos, pelos encontros tantas vezes improváveis e irrepetíveis. Faltam-nos as pessoas, a nossa comunidade, os nossos. Talvez esta pandemia nos venha ensinar isso: o quanto vale a vida em comunidade. Já descobrimos os vizinhos da frente e do lado, até já sabemos o nome dos filhos e que a neta está grávida, e que o bebé há-de nascer lá para meados de agosto. Coisas que não esqueceremos mais. É verdade que muitos viviam de costas voltadas para isto, e que manterão essa posição. Mas muitos mais, quero eu acreditar, fruto deste quase
desaparecimento do contacto social, encontrarão na falta o ímpeto para quererem estar mais presentes, para se darem mais, para disponibilizarem mais aos outros e à sociedade vimaranense, oferecendo todas as suas qualidades e vocações. Guimarães vai precisar disso, que todos nos unamos para equilibrar as assimetrias que se vão aclarar, para limitarmos o sofrimento dos mais vulneráveis e desprotegidos. As coisas não estão fáceis, e tenhamos consciência que não ficarão melhores em breve. O regresso a uma “normalidade possível” vai demorar a acontecer e será gradual, muito lenta. O desemprego vai aumentar com o encerramento de um grande número de empresas na nossa região. Estamos num processo de transformação acelerado. Este é o cenário atual, a que devemos juntar ainda a dor daqueles que vêm e verão partir algum dos seus entes queridos. Só a solidariedade e a entreajuda poderão minimizar os efeitos desta pandemia e da crise que se lhe segue. Meus caros, que estejamos à altura do desafio.
Estatuto editorial de “Mais Guimarães - O Jornal” “Mais Guimarães – O Jornal” é um jornal regional generalista, independente e pluralista, que priviligia as questões ligadas à área em que está inserido, o concelho de Guimarães. “Mais Guimarães – O Jornal” é um órgão de comunicação semanal e ter uma tiragem de 4.000 exemplares, impressos a cores, por edição. “Mais Guimarães – O Jornal” pode ser adquirido pelos leitores nos diversos quiosques do concelho de Guimarães. “Mais Guimarães – O Jornal” pretende ser um jornal atraente, moderno e de fácil leitura, atualizado com os problemas e acontecimentos regionais, divulgando as atividades das instituições, coletividades e associações locais, bem como o património e tecido empresarial da região. “Mais Guimarães – O Jornal” é uma publicação independente, demarcada de qualquer partido ou ideologia política, distanciando-se de qualquer forma de censura ou pressão, tendo como objetivo único o de prestar serviço público, servido a democracia e os leitores. Eliseu Sampaio / Agosto de 2015 Mais Guimarães - O Jornal - Semanário · Tiragem 4.000 Exemplares Proprietário Eliseu Sampaio - Publicidade, Lda. NIPC 509 699 138 Sede Rua de S. Pedro, No. 127 - Serzedelo 4765-525 Guimarães Telefone 917 953 912 Sede da Redação Av. São Gonçalo 319, 1.º piso, salas C e D, 4810-525 – Guimarães Email geral@maisguimaraes.pt Diretor e Editor Eliseu de Jesus Neto Sampaio Registado na Entidade Reguladora Para a Comunicação Social, sob o no. 126 735 Depóstio Legal No 399321/15 Design Gráfico e Paginação João Bastos / Luís Freitas Impressão e Acabamento Naveprinter - Indústria Gráfica do Norte S.A. / EN 14 (km 7.05) Lugar da Pinta - Apartado 1221 - 4471-909 Maia T 229 411 085 Redação Pedro Castro Esteves | Mafalda Oliveira | Nuno Rafael Gomes Departamento Comercial Eliseu Sampaio Colunistas Permanentes Ana Amélia Guimarães | Ângela Oliveira | António Rocha e Costa Carlos Guimarães | César Machado | Esser Jorge Silva | José João Torrinha | José Rocha e Costa | Manuela Sofia Ferreira | Marcela Maia | Maria do Céu Martins | Paulo Novais | Rui Armindo Freitas | Tiago Laranjeiro | Torcato Ribeiro | Wladimir Brito Fotografia Joaquim Lopes | Marco Jacobeu | João Bastos Os espaços de opinião são da exclusiva responsabilidade dos seus autores, incluindo no que concerne à utilização ou não do acordo ortográfico.
Os doentes com apneia do sono em tempos de COVID-19
A síndroma de apneia obstrutiva do sono (SAOS) é uma doença crónica muito comum na nossa população, associando-se frequentemente a sono de má qualidade e a sonolência excessiva durante o dia. Estes doentes sofrem também frequentemente de obesidade, de hipertensão arterial e diabetes, e a síndroma de apneia do sono condiciona risco acrescido de patologias cardiovasculares e cerebrovasculares. Por ser uma doença crónica, pode ser motivo de preocupação acrescida para estes doentes, face à atual pandemia de COVID-19. O fato de a maioria dos doentes serem tratados com pressão positiva na via aérea, CPAP ou auto-CPAP, pode condicionar insegurança para os conviventes, pelo facto de durante a expiração se produzirem aerossóis de pequeníssimas partículas respiráveis, mas em maior número e projetando-se a maior distância. Como é fácil de se perceber, na ausência de infeção, nomeadamente pelo SARS-CoV-2 (o novo coronavírus), este tipo de tratamento não constitui qualquer risco para a companheira/o ou conviventes. Também não há qualquer prova de risco acrescido de COVID-19 nos doentes com SAOS, apesar da diabetes, das doenças respiratórias crónicas graves e das doenças cardiovasculares se associarem a risco de quadros clínicos mais complicados desta nova doença viral. Deve ser salientado que os doentes medicados para a sua hipertensão arterial não devem descontinuar o tratamento, seja qual for o grupo terapêutico a que estes medicamentos pertencem. A atividade física regular é muito
relevante para uma boa qualidade de vida de todos nós, mas particularmente dos doentes com SAOS, por serem frequentemente obesos. Por isso devem ser tomadas estratégias individuais com vista a manter uma significativa atividade física, sempre e onde possível. Os fumadores, convivendo com doentes com apneia do sono, e também eles confinados à habitação, devem lembrar-se que a inalação de fumo de tabaco agrava habitualmente a obstrução nasal, dificultando a eficácia dos tratamentos prescritos. Como tantas e importantes normas de higiene e de proteção individual que tem sido vinculadas pela comunicação social, convém sempre lembrar a necessidade de rigorosa higiene do ventilador, da tubuladura e dos filtros, mas sobretudo da máscara (nasal ou facial), e do humidificador acoplado, se for o caso. Pode ser agora a altura de ler as recomendações de limpeza associadas à terapia, conforme o manual de instruções entregue. As empresas que prestam cuidados respiratórios ao domicílio podem remotamente continuar a prestar a informação necessária, ou complementar a informação que acompanha os dispositivos médicos, e que também pode ser consultada na internet. A grande maioria dos doentes com SAOS dispõe de acesso à internet no seu domicílio. O seu acompanhamento já tem vindo a ser feito desde há bastante tempo por via remota, através do telefone mais telemonitorização. A necessidade da presença de um técnico do domicílio resume-se geralmente à revisão ou substituição de algum
equipamento, podendo a consulta médica e a renovação da prescrição serem feitas sem a presença do doente em qualquer unidade de saúde. Sabemos que após terminar a atual pandemia, muitos hábitos e procedimentos se vão alterar, nomeadamente na área da saúde. Futuramente, este grupo de doentes são exatamente um dos que podem e devem ser orientados, na maior parte das situações, sem necessidade de recorrer pessoalmente a qualquer instituição de saúde, com enormes vantagens no que se refere a desconforto ou despesas relacionadas com deslocações ou perda de horas laborais. •
Dr. Duarte de Araújo Médico Pneumologista do Hospital da Senhora da Oliveira Guimarães
P.04
DESTAQUE
N237 QUARTA-FEIRA 15 ABRIL 2020
ENSINO
O plano do Governo para o 3.º período: ensino à distância, exames adiados e pré-escolar sem data de regresso Costa diz que é “importante retomar” aulas presenciais no ensino secundário e possibilidade de regressarem em maio (para os alunos do 11.º e 12.º) ficou em aberto. Os exames nacionais estão adiados e as provas até ao 9.º ano foram canceladas. Os alunos do ensino básico vão ter o apoio da telescola. • seus alunos”, afirmou o primeiro-ministro, no final da reunião com o Conselho de Ministros. Ou seja, estes alunos vão passar o 3.º período longe das escolas. De resto, o Executivo só deixou a porta do regresso aberta para os alunos que frequentam o 11.º e 12.º, sendo que, quando retomadas, as aulas presenciais só serão lecionadas para as 22 disciplinas com exame específico de acesso ao Ensino Superior. A decisão anunciada já era esperada pela comunidade escolar e foi aplaudida por professores – a Federação Nacional de Professores (Fenprof) e a Federação Nacional da Educação (FNE) congratularam o Governo – e associações de pais. No entender do ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, as escolas “têm vindo a adaptar-se de forma notável” a este novo contexto. “Ir à escola tem uma importância muito grande. Mais cedo ou mais tarde vamos ter que começar a afrouxar medidas. Não sabemos é quando”, referiu, numa entrevista à TVI. Esta segunda-feira, o ministro marcou presença no Fórum TSF, onde sublinhou a importância “de dar previsibilidade às famílias” em tempos marcados pela instabilidade. O ensino à distância trouxe para cima da mesa a questão das desigualdades no acesso à internet. À mesma fonte, o ministro da Educação admitiu que é difícil dotar todos os alunos de meios para o ensino à distância, e reconheceu que “existem muitos constrangimentos em relação ao número de máquinas no mercado e na literacia relativo à utilização dos meios informativos”. Para ajudar a mitigar esta problemática, a
Câmara Municipal de Guimarães anunciou que vai disponibilizar 500 tablets aos alunos do 1.º Ciclo (ver página 9). As medidas anunciadas pelo Governo são muitas e tocam afetam todos alunos. Convém, por isso, explanar o que ficou definido para o arranque do 3.º período, desde o funcionamento de creches e pré-escolares ao ensino secundário, até porque, segundo António Costa, “o ano lectivo não acabou”.
Pré-escolar sem data de regresso As atividades nos jardins-de-infância só vão poder reabrir quando foram revistas as atuais regras de distanciamento social para prevenir a propagação da covid-19. António Costa referiu-se particularmente à situação da educação pré-escolar. Embora não integrando o ensino obriga-
tório, “é fundamental no processo de desenvolvimento de todas as crianças e não pode ser assegurada à distância”, disse o primeiro-ministro. “O que neste momento posso dizer aos pais e educadores é que só poderemos retomar as atividades nos jardins-de-infância quando forem revistas as atuais regras de distanciamento. No entender de António Costa, estas regras “são impossíveis de cumprir em sala por crianças desta faixa etária”. O chefe do Governo considerou que ainda é “prematuro definir um prazo seguro, ainda que indicativo,” para uma eventual reabertura do ensino pré-escolar. Na falta de uma diretiva comum, e questionado acerca da cobrança de mensalidades, o primeiro-ministro referiu que “essa é uma matéria que tem que ver com os pais e com os proprietários”. No concelho de Guimarães, há várias decisões sobre o pagamento.
Entre reduções para todos ou só para famílias que perderam rendimento, há pais que se mostram desagradados com os ajustamentos propostos. Certo é que associações como a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade Social (CNIS) ou a Associação de Estabelecimentos do Ensino Particular e Cooperativo (AEEP) apenas emitiram diretrizes no sentido de haver bom senso entre as as partes.
Ensino Básico e o regresso da telescola “Há uma decisão tomada e definitiva. O ensino básico não terá aulas presenciais até ao final do ano letivo”. António Costa foi perentório e fez saber que estes alunos já não voltam às salas de aula neste ano letivo. O primeiro-ministro disse que “a avaliação no ensino básico será feita em cada escola pelos professo©Direitos Reservados
No dia 13 de março chegou o anúncio. À imagem de outros chefes de Governo europeus, António Costa transmitia ao país que as atividades letivas presenciais estavam suspensas por tempo indeterminado. O fecho de todos os estabelecimentos de ensino, das creches às universidades, era uma das medidas mais robustas ditadas pelo esforço coletivo de contenção da pandemia de covid-19. Para a decisão contribuiu o crescimento do número de relatos que davam conta dos primeiros infetados na comunidade escolar e um parecer favorável do Centro Europeu para a Prevenção e Combate às Doenças, que recomendava “inequivocamente” o encerramento das escolas aos estados-membros da União Europeia. A decisão do Governo colocou cerca de dois milhões de estudantes em casa e trouxe novas dinâmicas familiares (milhares de famílias estão em isolamento social). Seria assim até, pelo menos, dia 9 de abril, altura em que as medidas seriam reavaliadas pelo Governo. E foi em casa, provavelmente com os pais por perto, que os alunos ficaram a saber, na última quinta-feira, que o cenário vai-se prolongar – pelo menos para 1,2 milhões de estudantes do pré escolar ao 9.º ano. “Este terceiro período iniciar-se-á, como previsto, no próximo dia 14, sem atividades letivas presenciais. No ensino básico, do 1º ao 9º ano, todo o terceiro período prosseguirá com o ensino à distância, que será reforçado com o apoio de emissão televisiva de conteúdos pedagógicos que complementarão, sem substituir, o trabalho que os professores vêm mantendo com os
DESTAQUE
O JORNAL N237 QUARTA-FEIRA 15 ABRIL 2020
P.05
©DR ©Direitos Reservados
professores com os seus alunos”. A RTP 2 vai transmitir conteúdos a pensar nas crianças da Educação Pré-escolar (dos 3 aos 6 anos)
Ensino Secundário “Havendo menos possibilidade de recuperação futura, e sendo anos decisivos para a conclusão de um já longo processo educativo, é particularmente importante que ainda possamos retomar as atividades letivas presenciais”. Os alunos que frequentam o 11.º e 12.º ano são os únicos que veem a porta do regresso às aulas entreaberta. Estes alunos, se voltarem à escola para aulas presenciais, só vão marcar presença nas disciplinas sujeitas a exame específico para o acesso ao ensino superior (são 22) e vão ter de utilizar máscara. ”Até decisão expressa em contrário das autoridades de saúde, alunos, professores e trabalhadores não docentes utilizarão máscara de proteção no interior da escola, que será disponibilizada pelo Ministério da Educação”, salientou António Costa. O Governo aposta em duas frentes, sem descurar que a prioridade será fazer o possível para que as escolas abram (ainda que parcialmente) as portas: “Iremos assim trabalhar em dois planos. Aquele que preferimos, de poder retomar parcialmente as aulas presencias do 11º e do 12º durante o mês de maio, sem excluir, como plano B, termos de prosseguir exclusivamente o ano letivo com ensino à distância. Em qualquer caso, para assegurar o maior distanciamento social, o menor tempo de permanência na
Universidades e acesso ao ensino superior Os alunos universitários não são alheios à mudança de paradigma. A Universidade do Minho foi, inclusive, a primeira instituição de ensino a decidir que as aulas presenciais não vão ser retomadas este ano lectivo, devido à pandemia de covid-19.
O concurso nacional de acesso ao Ensino Superior foi, esta quinta-feira, adiado por duas semanas. A decisão surgiu na sequência do alargamento do calendário escolar. Segundo o comunicado enviado às redações pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, a primeira fase de candidaturas arranca a 7 de agosto, decorrendo até dia 23 do mês. As colocações serão conhecidas a 28 de setembro - antes estavam previstas para 7 de setembro. O início do ano letivo no ensino superior será diferente de instituição para instituição, uma vez que, recorda o ministério liderado por Manuel Heitor, o Governo não tem competências para o definir.
Recomendações para aulas seguras A pandemia de covid-19 colocou tudo em suspenso. Por isso, é difícil dizer com elevado grau de certeza quando (e se) regressaremos à normalidade. Até que esse regresso seja possível, o ecrã do computador vai ser a janela de milhões de estudadantes para o conhecimento. Nesse sentido, o Ministério
da Educação (ME) endereça a alunos e professores algumas recomendações de segurança. “Pense antes de publicar informação sensível”, “Seja cuidadoso com a ‘webcam’ e o microfone”, “use palavras-chave fortes” são algumas das diretrizes anunciadas pelo ministério, através da Direção-Geral da Educação em parceria com o Centro Nacional de Cibersegurança e a Comissão Nacional de Proteção de Dados. As recomendações feitas podem se encontradas em www. apoioescolas.dge.mec.pt, onde o ME deixa sugestões genéricas sobre uso de Internet no ensino à distância e outras mais especificas para professores e estudantes que recorram às plataformas digitais Zoom, Moodle, Microsoft Teams e Google Classroom.Cuidados a ter em tempos atípicos, na esperança que a normalidade retome quanto antes. Segundo o Governo, no próximo ano letivo “haverá um esforço de recuperação das aprendizagens em todos os anos de escolaridade” e “será desenvolvido um programa de digitalização das escolas, disponibilizando equipamentos e acesso à internet em banda larga para ensino à distância por meios digitais”. • ©Direitos Reservados
res que melhor conhecem o conjunto do percurso educativo de cada aluno, sem provas de aferição (2.º e 5.º ano), nem exames do 9.º ano, acrescentando que “neste quadro, será mantido até ao final do ano letivo o regime de apoio especial às famílias com filhos menores de 12 anos”. Para apoiar o trabalho desenvolvido pelos professores, o primeiro-ministro também garantiu que a emissão televisiva com conteúdos pedagógicos vai começar no dia 20 deste mês, na RTP Memória: “Do primeiro ao nono ano, inclusive, todo o terceiro período prosseguirá pelo ensino à distância que será agora com o apoio da emissão televisiva de conteúdos pedagógicos que complementarão, mas não substituirão o trabalho que os professores vêm desenvolvendo com os seus alunos” A transmissão de conteúdos através da televisão marca o retorno da telescola que, entre 1965 e 1987, permitiu a milhares de alunos completarem o ensino do quinto e sexto anos de escolaridade. Agora, por força das circunstâncias, o espaço #EstudoEmCasa “vai ocupar a grelha das 09h às 17h50, com conteúdos organizados para diferentes anos letivos, uma ferramenta importante para complementar o trabalho dos professores com os seus alunos”, informa a RTP. “Estes conteúdos pedagógicos temáticos contemplam matérias que fazem parte das aprendizagens essenciais do 1.º ao 9.º ano, agrupados por: 1.º e 2.º anos, 3.º e 4.º anos, 5º e 6.º anos, 7.º e 8.º anos e 9.º ano, abrangendo matérias de uma ou mais disciplinas do currículo, as quais servirão de complemento ao trabalho dos
escola e a melhor higiene, as atividades letivas presenciais serão sempre muito limitadas”. Convém realçar que, no que diz respeito ao 10.º ano, vai vigorar o regime de ensino à distância. O Executivo também decidiu adiar o calendário de exames , já que a atividade letiva pode estender-se até ao dia 26 de junho. A 1.ª fase de exames a decorrer de 6 a 23 de julho e a 2.ª fase de 1 a 7 de setembro. Numa entrevista concedida à TVI, o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, reiterou que a prioridade que a prioridade é garantir a realização dos exames. Está, por isso, em cima da mesa, a hipótese de serem realizados “em pavilhões gimnodesportivos ou espaços abertos”.
P.06
EM GUIMARÃES
N237 QUARTA-FEIRA 15 ABRIL 2020
"Passamos a vida a desinfetar a casa e as mãos": os novos hábitos de uma nova vida A pandemia trouxe novos hábitos para dentro das nossas casas e, agora, faz-se o possível para evitar ao máximo o contágio. E isso inclui não dar "beijinhos e abraços" e desinfetar várias divisões da casa, bem como utensílios.
© João Bastos/ Mais Guimarães
também no hospital. No que diz respeito às marmitas, os recipientes são, agora, “todos descartáveis”. “O que entra no hospital, destas coisas, não sai. Vai diretamente para o lixo”, explica. Para manter a família em segurança (o pai também tem de sair de casa para trabalhar), as maçanetas e outras superfícies são desinfetadas diversas vezes. E também não há “beijinhos nem abraços” nesta altura. O mesmo acontece em casa de Sara Marques: a mãe, enfermeira no HSOG a trabalhar “na consulta externa de Otorrinolaringologia”. Chegando a casa, e “mesmo não trabalhando com a roupa com que chega a casa”, a mãe de Sara “vai logo tomar banho e mudar de roupa”. As toalhas de mão são diferentes para cada um e, agora, os pais de Sara dormem em camas separadas. Tanto Sara como
o pai estão em regime de teletrabalho: “Eu e o meu pai não temos contacto com ninguém.” Mesmo assim, quando é necessário sair, fazem para não frequentar espaços fechados. As compras, por exemplo, são encomendadas e levantadas no espaço destinado do supermercado escolhido. Junte-se a toda esta logística a pressão de “não errar” no hospital. “Estou mais familiarizada, agora, com toda aquela artilharia do equipamento de proteção individual”, conta a enfermeira Soraia, que confessa: “Não é confortável, faz calor e ficamos com aquelas marcas todas na cara.” Mais do que isso, preocupa-lhe “o medo de comprometer a segurança” do doente e dos próprios colegas,
bem como dos familiares. Por isso, a enfermeira vimaranense apela: “Se todos ajudarmos, as coisas vão passar mais rápido. As coisas vão correr melhor se tivermos cuidado.” Soraia é da opinião que “os vimaranenses estão a cumprir o confinamento” e prefere ser otimista: “Parece sempre muito tempo, mas cada dia é menos um dia que falta.” Contudo, é realista: “Vai marcar negativamente as pessoas. Porque há gente a morrer mesmo sem ser de covid-19 e que não pode estar com os familiares no último momento. É muito triste.” Assim, reforça que é necessário adotar “todas as precauções para que, em breve, consigamos ultrapassar isto”. • NRG e MO © Ana Catarina Moreira
ex-marido continua a trabalhar e “a ter as suas rotinas normais, a conviver com pessoas”, já que o trabalho “assim o exige”. Por isso, de cada vez que o filho volta a sua casa, “a primeira coisa que faz é retirar a roupa à porta”. “Desinfeta as mãos e vai diretamente para o banho”, acrescenta. Ainda assim, os carinhos continuam: “É inevitável. Temos consciência de que não devemos, mas, estando uma semana separados, é difícil. O facto de gerir a separação não é fácil e ainda ter de lhe dizer que não há abraços e carinhos…” Contudo, A. também vive também com os pais, que fazem parte de um dos grupos de risco devido à idade. Para além disso, o pai “é doente crónico”. “O meu maior receio é que o meu filho seja um meio de transmissão para eles. Tenho de gerir esta triste realidade como mãe, mais o sentimento como filha”, lamenta. Assim, “as refeições são feitas à parte”: come com o filho na sala de estar, ao passo que os pais fazem as refeições na cozinha. “Todos os talheres, copos e outros utensílios que o meu filho utiliza são desinfetados”, garante. Os afetos entre avós e neto estão proibidos: “Mantemos o distanciamento, falam a dois metros de distância. E passamos a vida a desinfetar a casa, as mãos…” Em casa, também há uma casa de banho que só o filho de A. utiliza. A situação é igual na casa da enfermeira Soraia: “Tenho uma casa de banho só para mim. Jantamos todos na mesma mesa, mas sempre com distância. O mesmo acontece em espaços comuns, como a sala de estar, onde tenho um sofá só para mim.” Quando sai de casa para o trabalho, o telemóvel é desinfetado e segue em película aderente, sendo desinfetado
© Direitos Reservados
A rotina de Soraia Moreira é, hoje, muito diferente. A enfermeira de 33 anos, que vive com os pais e a irmã, ponderou “sair de casa” durante este período, “como alguns colegas fizeram”. “Depois, eu e a minha família determinamos que ficaria aqui, em casa, e decidimos adotar medidas de prevenção e proteção”, conta. Soraia trabalha no Hospital da Senhora da Oliveira de Guimarães (HSOG) e, por isso, os cuidados são redobrados: “Antes de sair, do bloco, troco de farda e visto a limpa. Depois, tomo banho e visto a roupa do dia-a-dia. Antes de entrar em casa, tiro os sapatos e dispo a roupa, vou tomar banho novamente e visto outra roupa para andar em casa.” A vimaranense está, neste momento, a lidar com suspeitas de covid-19, pelo que todos os cuidados são poucos. O caso de Soraia Moreira (na foto do canto inferior direito) é apenas um entre vários (já vamos aos outros), mas reflete a mudança forçada que o coronavírus trouxe à organização, às limpezas e à logística dos dias de hoje. É que se viver em pandemia mudou a forma como fazemos as nossas compras — e como as colocamos nos armários, frigoríficos e congeladores —, também terá mudado a nossa abordagem às limpezas domésticas. A vida na casa de A., que preferiu não revelar o seu nome, também mudou (e muito) com as novas rotinas. Divorciada e vivendo a guarda partilhada do filho de 11 anos, a vimaranense diz que este “é um momento muito difícil”: “É muito complicado gerir a segurança e o bem-estar do nosso filho. Por vezes não existe muita comunicação entre os pais e então temos de continuar na mesma: uma semana com a mãe e uma semana com o pai.” O
EM GUIMARÃES
O JORNAL N237 QUARTA-FEIRA 15 ABRIL 2020
P.07
Uso de máscaras sociais recomendado em locais fechados, mas só após confinamento Informação foi avançada, primeiro, pela ministra da Saúde, na conferência de imprensa desta segunda-feira. A DGS também publicou um comunicado que explica quem deve continuar a usar as máscaras cirúrgicas. HSOG segue indicações da DGS. © Direitos Reservados
De acordo com um comunicado publicado no site da Direção-Geral da Saúde (DGS), “o uso de máscaras faciais pelas pessoas em geral passa a ser considerado quando houver um número elevado de pessoas num espaço interior fechado”. A informação foi avançada na segunda-feira. No mesmo dia, durante conferência de imprensa, a ministra da Saúde, Marta Temido, frisou que as máscaras “sociais” (que podem ser feitas de algodão, por exemplo) não devem ser usadas “por profissionais de saúde ou pessoas doentes”. A estes, juntam-se “as pessoas mais vulneráveis, como os idosos e os doentes com o sistema imunitário comprometido, bem como elementos de alguns grupos profissionais [bombeiros, agentes funerários, entre outros], que podem, igualmente, utilizar máscara cirúrgica, durante o exercício de determinadas funções, quando não é possível manter uma distância de segurança entre
pessoas”, lê-se no comunicado da DGS. A ministra da Saúde explicou que, “como não há contra indicações”, as máscaras sociais poderão ser usadas, seguindo as recomendações do Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC) — que, para além de não encontrar “efeitos adversos na sua utilização”, passou a recomendar o seu uso nas situações em que se encontre um número elevado de pessoas em locais fechados, como transportes públicos ou supermercados. Contudo, é bom lembrar que Marta Temido sublinhou que a utilização destas máscaras é programada para um contexto que não o de hoje, “de restrição de atividades essenciais”, mas sim num em que seja permitida a concentração de várias pessoas em espaços fechados. Assim, e uma vez que o país se encontra em situação de confinamento, a recomendação não é já aplicável. A produção das mesmas,
asseguradas pela indústria têxtil, seguirá normas preparadas por algumas entidades como a ASAE e o Infarmed. E o comunicado da DGS refere que as máscaras sociais devem ser encaradas “como medida de proteção adicional ao distanciamento social, à higiene das mãos e à etiqueta respiratória”, que não devem ser descurados. “É, acima de tudo, ‘um ato de altruísmo’, já que quem a utiliza não fica mais protegido, contribuindo apenas para a proteção das outras pessoas, quando utilizada como medida de proteção adicional”, aponta ainda o mesmo documento. O “uso da máscara pela população não pode diminuir a sustentabilidade de acesso a máscaras pelos doentes e profissionais de saúde”. Por cá, o Hospital da Senhora da Oliveira (HSOG), “segue todas as recomendações da DGS e a população deve, também, cumprir com as orientações desta Autoridade de Saúde Nacional”, aponta o Gabinete de Comunicação. • NRG
SEJA RESPONSÁVEL NAS SUAS COMPRAS. DE TERÇA A SEGUNDA-FEIRA
DE 14 A 20 DE ABRIL
GRANDES PROMOÇÕES À SUA ESPERA TODAS AS SEMANAS POUPE METADE
DO VALOR
EM TODO O ATUM POSTA 120g
O MÊS
INTEIRO
MAIS DE
30
%
MAIS DE
30
%
0,99€
3
99€ , kg
PEITO DE FRANGO A granel 5,99€/kg
Compre o que é português
O MÊS
INTEIRO
% 25 30% OU MAIS MAIS DE
Adicione frescura e sabor a preços baixos.
EM TODO O REQUEIJÃO E QUEIJO FRESCO
8,99€ kg
PREGADO Encontre receitas fáceis em pingodoce.pt INTEIRO ou no nosso Facebook e Instagram Aquacultura Fresco 12,99€/kg
Emb.
ER SUSCPONTO M AI
S DE
% 25 OU MAIS
EM TODOS OS VINHOS BAG-IN-BOX
%
60
2
59€ , Unid.
AZEITE VIRGEM EXTRA ESPECIAL OLIVEIRA DA SERRA 75cl —6,98€/Unid.
Seja responsável. Beba com moderação.
DE
MORANGO Emb. 500g —1,49€/Emb.
POUPE
EM TODO O QUEIJO
DO VALOR
Não inclui queijo fresco, requeijão e mistura
METADE REGIONAL DE OVELHA
Promoção válida de 14 a 20 de Abril de 2020 em todas as lojas Pingo Doce de Portugal Continental excepto PD&Go nos postos de abastecimento BP e NOVA SBE. Salvo ruptura de stock ou erro tipográfico. Não acumulável com outras promoções em vigor. Alguns destes artigos poderão não estar disponíveis em todas as lojas Pingo Doce. A venda de alguns artigos poderá estar limitada a quantidades específicas, ao abrigo do Decreto Lei N.º28/84. As acções Poupa Mais são exclusivas para clientes com cartão Poupa Mais registado até 24 horas antes da compra.
AF_PES_w15_IMPRENSA_GUIMARAES_26x16.indd 1
09/04/2020 17:19
P.08
EM GUIMARÃES
N237 QUARTA-FEIRA 15 ABRIL 2020
Plano para recuperação económica aprovado, mas considerado “muito incompleto” pela oposição Conjunto de medidas prevê suspensão de pagamentos e apoios a famílias e empresas, mas Bruno Fernandes (PSD) considerou que as medidas deveriam ter “impacto no imediato”. cional tem de ter uma resposta imediata” e “os setores produtivos não esperam por medidas de médio prazo”; ou seja, querem-se “respostas para amanhã”. “Não tem uma linha sobre propostas concretas como os impostos municipais ou linhas de apoio municipais que financiem as microempresas no curto prazo.” Domingos Bragança, na resposta, lembrou que a monitorização permanente das medidas está prevista, como de acordo se lê no ponto referente ao tema na agenda, onde se lê que as mesas serão revistas e adaptadas consoante a evolução da crise pandémica, se necessário. Aos jornalistas, o Edil frisou que “o que faz com que a estrutura económica se mantenha são as medidas governamentais, não as da autarquia”. “Aqueles que entram em situação de encerramento e lojas e as famílias em situações de carência terão todos os apoios sociais”, disse, garantindo que o executivo estará “atento” ao desenrolar da pandemia. O presidente do município adiantou ainda que o apoio na habitação não é exclusivo aos residentes das habitações sociais, ainda que essa seja garantida mediante uma avaliação da CASFIG. O conjunto de medidas aprovado também inclui a criação de uma
Plataforma Digital para o Comércio Tradicional e Restauração de Guimarães. Sem adiantar valores, o presidente do município referiu que este investimento representa uma “despesa avultada”, mas que pode ajudar as empresas a manter atividade. E isto através do comércio on-line, sem custos para os comerciantes que se quiserem inscrever (tanto no acesso como na utilização).
© Mais Guimarães
Uma série de “medidas excecionais e temporárias” — os dois adjetivos colam-se à nova realidade que colocou boa parte do mundo em casa — foi aprovada na reunião da vereação municipal da passada quinta-feira. São vários os pontos integrantes do plano da câmara para que famílias e empresas possam dar resposta às consequências da pandemia e para que o emprego possa ser assegurado ao máximo. A suspensão de pagamentos de certas taxas e da liquidação de algumas receitas municipais estão asseguradas, como a referente à gestão dos resíduos urbanos ou à tarifa social da Vimágua para famílias que tenham visto os seus rendimentos cortados. Para o PSD, o caminho que se configura com este plano de ação é de “médio prazo e não de curto prazo”. Algo que, para o vereador Bruno Fernandes, não terá “impacto no imediato”. “É um plano muito incompleto”, disse o social-democrata. “Estamos num momento de salvar vidas, sem dúvida, mas também de salvar empresas. Temos uma crise económica que não vem daqui a uns meses, já está a acontecer, seria mais lógico um plano de intervenção rápida, um plano de emergência” reforçou. Para Bruno Fernandes, o “comércio tradi-
“Gabinete de Crise deveria ter outra configuração” A composição do Gabinete de Crise e da Transição económica, presidido por António Cunha, ex-reitor da Universidade do Minho, também suscitou críticas por parte de Bruno Fernandes: “Estamos a viver um tempo excecional. Por isso, este Gabinete de Crise deveria ter outra configuração, que tivesse uma estratégia e cadeia de comando, que tivesse capacidade de decisão, que conheça os serviços do município e os meios que estão ao dispor”, apontou. “Respeitando quem escolheu para liderar este gabinete, mas perante a exigência, devia ser liderado pelo presidente da Câmara, aquele que tem a maior capacidade de
decisão. Ou então pelo vereador que tem este setor, dando um sinal claro às empresas que este gabinete tem que ter eficácia e produzir resultados”, acrescentou o vereador da oposição. Domingos Bragança disse discordar “muito” das declarações do social-democrata e explicou o porquê: “Quando temos grandes desafios pela frente, que sejam transversais a toda a sociedade vimaranense, escolhemos personalidades que tenham facilidade
de aceitação e alguém que esteja totalmente liberto. Foi assim na Capital Europeia da Cultura, por exemplo, em que o escolhido não foi o vereador da cultura. O presidente executivo tem de ser alguém que possa fazer toda a coordenação e esteja liberto.” “Este gabinete de crise e transição económica foi criado de forma estruturada, com ligação permanente ao poder político, ao presidente da Câmara”, acrescentou. • Nuno Rafael Gomes
© João Bastos/Mais Guimarães
Este ano, vamos celebrar as Gualterianas de “maneira diferente” A edição deste ano das Festas Gualterianas não ocorrerá “no modelo normal”. A informação foi avançada pelo presidente da Câmara Municipal de Guimarães, Domingos Bragança, na videoconferência que sucedeu a reunião do executivo municipal da passada quinta-feira. A veração também votou o cancelamento da Feira Afonsina e das celebrações do 25 de abril e do 24 de junho. A evolução da pandemia influenciará a tomada de decisão definitiva, mas é dado como garantido que, na altura das festas da cidade, ainda se mantenham algumas regras de distanciamento: “Mesmo que corra tudo bem, não poderá haver a aproximação social de muita gente e é completamente desaconselhável”, acrescentou o autarca.
Por isso, é quase certo que “não haverá” Marcha Gualteriana nem espaço para as diversões habituais, “mas poderá haver outras coisas” e estão assegurados “alguns espetáculos”. As iluminações mantêm-se: “Asseamos a cidade, mantemo-la bonita.”
“Vamos celebrar de maneira diferente”, concluiu o presidente do Município de Guimarães. Contudo, o modelo final das Festas Gualterianas, que arrancam sempre no primeiro fim de semana de agosto, está ainda “em análise”. • NRG
EM GUIMARÃES
O JORNAL N237 QUARTA-FEIRA 15 ABRIL 2020
Testes em lares de idosos são “prioritários”, garante Bragança © Direitos Reservados
funcionários” e que essa continua a ser a preferência. Não há “limitação financeira para a realização” das análises e o problema é mesmo “a falta de material” e a “capacidade de resposta dos laboratórios”, que nos últimos dias não têm conseguido fazer todos os testes requisitados. O presidente da Câmara Municipal de Guimarães lembrou que o seu papel passa por “disponibilizar todos os meios e fazer ouvir a sua voz perante o Governo”, algo que “tem sido feito”. Recorde-se que Domingos Bragança reforçou a posição da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Ave relativamente aos distritos integrantes da “lista prioritária” do plano preventivo de combate à covid-19 do Governo. Por isso, e em alinhamento com a CIM do Ave, Domingos Bragança garantiu ao Mais Guimarães: “Vamos trabalhar para reverter esta posição do Governo bem como trabalharmos na procura de soluções.”
Um dos temas mais discutidos na reunião da vereação vimaranense foi a falta de testes à Covid-19 no concelho. E o vereador Bruno Fernandes (PSD) disse considerar “inadmissível e inaceitável” que “nem o governo nem esta autarquia” tenham entrado logo no caminho da testagem intensiva em lares de idosos, “que são barris de pólvora”. “Não testar utentes de lares de idosos e os seus profissionais é estar a adiar um problema a que, infelizmente, vamos assistir”, perspetivou o social-democrata. Contudo, a vice-presidente do município, Adelina Paula Pinto, fez saber
que já se procedeu à testagem de todos os 200 “utentes e funcionários” de um lar vimaranense. “Há uma funcionária de um lar a fazer um teste agora [no momento da reunião] porque só conseguimos vaga ontem à noite”, contou a vereadora. Ainda que não seja possível dar uma “resposta universal” ao problema, tanto Adelina Paula Pinto como o presidente da Câmara Municipal frisam que este é um problema transversal ao país. Domingos Bragança esclareceu depois, em videoconferência com os jornalistas, que “os testes prioritários são os testes nos lares de idosos, aos utentes e aos
Hospital de Retaguarda à espera do Ministério da Saúde A capacidade da unidade de rastreio em Guimarães, situada nas imediações do Multiusos,
é de 140 testes diários, assegurados pela Unilabs. E será o próprio edifício vimaranense que acolherá o Hospital de Retaguarda, cujo funcionamento depende da disponibilização de profissionais de saúde por parte do Ministério da Saúde. O hospital servirá para internamento “daqueles que precisam de cuidados médicos que não podem ser feitos em casa”, mas que também não precisem de “internamento intensivo”, libertando assim espaço no Hospital da Senhora da Oliveira de Guimarães. A instituição hospitalar estará, de acordo com o que disse o presidente do município, “no limite” da sua capacidade. Ainda em fase de análise, o Hospital de Retaguarda tem previstas 100 camas, mas o número pode aumentar de acordo com as necessidades. O município ainda considerou a hipótese de o instalar num hotel, mas, revelou Domingos Bragança, “poupa-se metade dos recursos” com a escolha do Multiusos. O presidente assegurou já o apoio do Exército e da Proteção Civil para que a resposta hospitalar, em tempos de pandemia, seja uma realidade — falta, claro, o Ministério da Saúde garantir os profissionais de saúde. • NRG
Hugo Ribeiro, vereador eleito pela Coligação Juntos por Guimarães, dirigiu-se a Domingos Bragança acerca da Taipas Termal e alertou “para se prestar a maior atenção ao que se passa” na cooperativa. “Chamo à atenção que, uma vez mais, esta cooperativa foi notícia pelas piores razões num órgão de comunicação social. Não me quero alongar e especificar as razões, mas quero alertar para que se preste um pouco mais de atenção ao que se passa nesta cooperativa em concreto”, frisou. Na reunião de câmara desta quinta-feira, o vereador referiu que o saldo positivo da Taipas Termal pode induzir em erro, já que houve um aumento “de 140 mil euros ao contrato-programa que [a cooperativa] já tinha com a Câmara Municipal”. “Se não tivéssemos este aumento, teríamos um resultado negativo pelo terceiro ano consecutivo”, afirmou Hugo Ribeiro, à
margem de um dos pontos das Informações da ordem de trabalhos, referente ao Relatório e Contas do Exercício de 2019. Domingos Bragança referiu que o investimento da câmara reflete a aposta na “requalificação e apresentação de outras valências para outros serviços complementares de saúde” na cooperativa. “Hoje, tem um conjunto de serviços de qualidade e de saúde complementares”, acrescentou o presidente do município, apontando ainda que aquela é uma instância termal de “referência”. Ainda assim, o contrato-programa da cooperativa será revisto devido aos efeitos da pandemia causada pela Covid-19, já que a Taipas Termal recorreu ao sistema de lay-off simplificado. Algo que também se estende à Tempo Livre, anunciou Domingos Bragança. “Do ponto de vista financeiro, a que tem mais necessidade é
© Direitos Reservados
Verador Hugo Ribeiro alerta para o “que se passa” na Taipas Termal
a Tempo Livre, pois teve uma queda abrupta”, explicou, informando ainda que a “subvenção que a Câmara passa para a Tempo Livre é muito inferior” a uma outra cooperativa, A Oficina, já que a primeira tem uma receita “superior a 50%” — daí que, agora, o apoio tenha de ser
maior. “A Oficina deixa de ter atividades culturais e não terá os mesmos problemas financeiros. Não depende tanto de receita própria”, disse. A Câmara propõe aos trabalhadores das cooperativas o voluntariado social, de forma a colmatar o rendimento cortado. • NRG
Câmara tem 500 tablets para alunos do 1.º ciclo (e outros tantos a caminho) © Direitos Reservados
PSD considera “inadmissível e inaceitável” que Governo e autarquia não tenham estabelecido os lares de idosos como prioridade. Edil garante que só não se fazem mais testes porque “não há resposta”.
P.09
A vereadora da Educação, Adelina Paula Pinto, tinha já adiantado na reunião municipal de 23 de março que a autarquia tinha 500 tablets disponíveis para dar resposta aos alunos do 1.º ciclo sem equipamento tecnológico. Na reunião municipal da passada quinta-feira, ficou-se a saber que outros 500 estariam a ser adquiridos — e estes terão acesso à internet. Durante a intervenção relativa a este tema, a vereadora e vice-presidente do município divulgou alguns dados acerca do acesso às novas tecnologias nos diferentes níveis de ensino escolar. O levantamento feito pela divisão da Educação concluiu que “20% dos alunos do 1.º ciclo não têm equipamento tecnológico”, ao passo que “10% não têm acesso à internet” — em números, isto traduz-se para 850 alunos na primeira situação e “mais de 400” na segunda. Os números vão decrescendo à medida que avançamos nos níveis escolares. No secundário, por exemplo, 10% dos alunos não têm equipamento tecnológicos; 5% não têm acesso à internet. Não estando sob a alçada municipal, o problema, no 2.º e 3.º ciclos e Ensino Secundário resolver-se-á através de “contactos para ajudar na resolução dos problemas que afetam os alunos deste nível de ensino a fim de terem acesso aos meios necessários para corresponder ao ensino à distância”. Recore-se que, do 1.º ao 10.º ano, todos os níveis de ensino vão finalizar o ano letivo com ensino à distância. Os alunos do 11.º e 12.º ano, quando possível e sem data definida, retomarão aulas presenciais nas disciplinas submetidas a exame nacional. •
P.10
EM GUIMARÃES
N237 QUARTA-FEIRA 15 ABRIL 2020
Rui Armindo Freitas: “O impacto económico vai ser dramático” © Direitos Reservados
Rui Armindo Freitas, economista e gestor de empresas, em entrevista ao “Em casa, à conversa com...”. A entrevista está disponível na íntegra no Facebook e no canal do YouTube do Mais Guimarães. •
Mais Guimarães (MG): Nas empresas às quais estas ligado, há uma grande transformação neste período? Como estão a ser geridas as coisas? Rui Armindo Freitas (RAF): Há uma grande transformação. Desde logo, porque, se calhar, estamos a falar do evento mais dramático em termos económicos, desde que temos memória. Já tivemos várias crises, algumas recentes, mas nunca tivemos uma crise desta proporção. Nem a tivemos com um mundo tão globalizado, nem desta magnitude. Para além de tudo isso, ligado a uma coisa que nos é muito cara: uma crise sanitária, que tem que ver com a segurança e saúde de todos nós, que é aquilo que nos faz muitas vezes tomar decisões mais ou menos irracionais, porque mexe naquilo que nos é mais instintivo: a nossa própria vida. É uma mudança em tudo que tem a ver com as empresas. Tudo aquilo que faço está maioritariamente ligado à indústria têxtil, como a maioria das pessoas da região, e, naturalmente, estão a acontecer muitas transformações. As transformações dão-se, desde logo, porque nos mercados tradicionais onde nos movemos estamos a ter um abrandamento profundo, porque não existe procura. Sendo que as pessoas estão em casa, naturalmente há um choque na procura muito violento. Não há relação social e, por isso, seja no têxtil, na restauração, seja… é transversal a toda a economia.
Para consumirmos temos que ser agentes sociais. Mais do que agentes económicos, agentes sociais. Se estamos privados de uma dimensão tao importante, como a dimensão social, naturalmente que a economia, com o decorrente da interação social entre as pessoas, surge altamente prejudicada. Nesta fase aquilo que temos de fazer é olhar para o presente com o medo e o dramatismo que é decorrente de tudo isto, mas olhar para o futuro e olhar para as oportunidades que começam a surgir todos os dias. Mais do que qualquer outra coisa todos os agentes económicos são capazes da transformação e da adaptação. Isto vem-nos dar grandes lições e vem-nos mostrar que se calhar também podemos seguir outros caminhos. Veio mexer com tudo que tínhamos de adquirido e com todas as seguranças que tínhamos e planos. Contudo, mostra-nos um admirável mundo novo, desde a forma como se faz comércio nos dias de hoje, a forma como se estão a reorganizar as empresas… tudo isso. Com alguns desafios e preocupações, não podemos olhar só para aquilo que é negativo nesta fase, mas olhar também para as oportunidades. MG: Houve, desde logo, uma transformação na produção de algumas empresas têxteis que, de imediato, passaram a produzir equipamento de proteção hospitalar. RAF: O nosso tecido industrial
regional esteve e está há muito tempo ligado um fenómeno de pronto moda, ou seja, não há empresas mais rápidas a produzir do que as empresas da nossa região. Assim, quando surgiu logo uma série de desafios relacionados, como o Rotary, que fez um apelo aos seus quadros para verem se conheciam alguém que pudesse produzir... Foi fácil falar com fornecedores e com clientes, porque as pessoas aqui estão prontas para ajudar, em primeira análise, e depois para se convertem muito mais rápido noutro sítio qualquer. Tendo em conta o valor acrescentado da moda que as nossas empresas são capazes de produzir todas as semanas, de repente pedir para fazerem uma farda hospitalar é uma coisa básica. Em três dias conseguem começar a entregar um produto pronto, porque são rápidos, versáteis e porque, mais do que outra coisa, nesta região as pessoas têm uma fibra de muitos anos nesta indústria, que conseguiram pôr imediatamente ao serviço de toda a comunidade. Guimarães acaba por ser um exemplo de, quando uma sociedade e uma comunidade se mobilizam, todas as dificuldades passam a ser muito menores para todos. MG: Acreditas que essas empresas vão manter-se a produzir esse material hospitalar durante algum período? RAF: Acredito que, no meio desta tristeza que todos os dias
nos assola, com os números de casos a aumentar, o número de mortos a aumentar, a perda de entes queridos, à medida que pomos nomes às pessoas, começamos a conhece-las também, surgem oportunidades. E muita desta nossa indústria da moda pode também encontrar novos nichos de mercado. No futuro pode estar a produzir moda, mas também equipamento hospitalar…. Numa quantidade maior em relação ao seu portefólio de produtos que não tinha no início disto. E a capacidade de se adaptar. Tenho a certeza que isso vai acontecer, mas também tenho outra convicção, que tem a ver comas alterações na forma como todo o mundo está organizado. Se olharmos do ponto de vista global para grandes companhias, como a Apple, que, de repente, quando surge uma doença nova na China, parou e percebeu que tendo a sua produção toda focada ali iria ter um problema grave porque não ia ter produto para poder vender no seu mercado… Assim, se olharmos também para as grandes companhias, algumas delas até estavam a reduzir a sua exposição em Portugal. Isto veio mostrar que da mesma forma que, como os nossos avós nos ensinavam, não devemos por os ovos todos no mesmo sítio. Na parte operativa e operacional nunca as empresas tiveram esse cuidado, o de dispersar geograficamente a sua produção. Iam a essencialmente atrás de margem. Isto vem mostrar que talvez o futuro passe por dispersar as produções mesmo que signifique ter a margem mais baixa, ou seja, um custo medo mais alto. MG: Relativamente ao desemprego, tem uma estimativa de uma taxa a que podemos chegar? RAF: É impossível dar um número, mas a verdade é que é inevitável que dispare. Nunca teremos um cenário igual ao americano porque é um cenário diferente, sem qualquer tipo de proteção laboral. Aqui, na Europa, é tudo mais lento. Contudo, é natural que a taxa de desemprego vá disparar, porque não vamos sair desta crise como entramos. Com o abrandamento total da economia em dois, três, quatro meses, é uma coisa nunca vista. O impacto económico vai ser
dramático porque a desaceleração é dramática. No período da troika tivemos abrandamentos na casa dos 20 a 30% ao longo de três, quatro anos. Agora pensem no que é isto condensado em meses…. Todo aquele sofrimento condensado em meses não só num país, mas em todos os outros com quem temos relações. Em termos de emprego vai-se sentir, logicamente, e depois vai sempre depender da forma como vamos reagir a isto. Há economistas que dizem que vai ser em “V” uma aceleração, outros dizem que é em “U”, eu também acredito que seja em “U”. Obviamente que as curvas nunca são lineares, mas acho muito sinceramente que nós vamos perder poder de compra e, ao perdermos poder de compra, no regresso que vai acontecer, mesmo que queiramos todos consumir o mesmo, não vamos consumir, porque, desde logo, não temos o mesmo poder de compra que tínhamos antes de isto começar. MG: Que conselhos deixa para os empresários lidarem com este período mais conturbado e difícil? RAF: Não dá para construir um modelo em cima disto, por ser tão novo. As consequências são tão novas que a minha opinião não é melhor do que a tua, ou, por exemplo, a tua não é melhor do que a minha. Temos que ter esta abertura de espírito e solidariedade, porque só com troca de ideias é que vamos conseguir ultrapassar isto. Depois, temos de estar sempre com olhos postos no futuro, por mais que o presente nos pareça negro. Olharmos e vermos que as oportunidades vão estar a surgir. Vão ser oportunidades de consolidação de empresas. Empresas vão ficar maiores porque vão adquirir outras que vão estar em dificuldade. Temos que estar com olhos postos no futuro e ver que oportunidades de negócio vão surgir. A forma como podemos dar as melhores condições àqueles que fazem parte das nossas equipas. Para mim, hoje é mais importante ligar às pessoas para ver se estão bem, do que propriamente o que estão a fazer. Todos juntos vamos sair disto. A nossa preocupação, a criação de relação pessoal, vai fazer com que todos juntos sejamos capazes de ser mais fortes no dia de amanhã. •
EM GUIMARÃES
O JORNAL N237 QUARTA-FEIRA 15 ABRIL 2020
Ciência em casa para miúdos e graúdos
P.11
Câmara distribui equipamentos por bombeiros da região
© Direitos Reservados
Com as portas do Centro de Ciência Viva fechadas há cerca de um mês, uma iniciativa por parte da instituição quer mostrar que também dentro de quatro paredes é possível aprender e explorar a natureza e a biodiversidade — basta, por exemplo, espreitarmos para a nossa varanda ou fazer experiências na cozinha. A partir de segunda-feira, o Centro Ciência Viva de Guimarães começou a promover atividades à distância. Em tempos de confinamento, jogos, experiências
científicas, desafios e concursos são algumas das sugestões do programa elaborado pela organização. “É uma forma de colocarmos os nossos recursos, técnicos e humanos, ao serviço da comunidade neste momento extremamente complexo que estamos a viver”, explica o diretor do Centro Ciência Viva de Guimarães, Sérgio Silva. Numa primeira fase após o encerramento ao público, esclarece o responsável, “a equipa
do Curtir Ciência esteve envolvida na preparação de novas atividades para desenvolver no pós-pandemia”. “Agora, numa segunda fase, e em articulação com o Município de Guimarães, optou-se por delinear um programa de atividades a pensar nas pessoas que se encontram em recolhimento preventivo, em casa”, explica Sérgio Silva. Os desafios diários vão ser lançados através das plataformas digitais e, segundo um comunicado, “tocam diferentes áreas científicas”: desde a exploração de elementos geológicos à gastronomia, passando pela documentação da biodiversidade que temos à nossa porta. Além deste programa de atividades à distância, o Curtir Ciência – Centro Ciência Viva de Guimarães adianta que “está envolvido na produção de viseiras de proteção, com uso das suas impressoras 3D”. O material de proteção será oferecido a instituições de Guimarães. • PCE
© Mais Guimarães
Iniciativa do Centro de Ciência Viva conta com desafios diários, lançados através das plataformas digitais, que “tocam diferentes áreas científicas”.
O Serviço Municipal da Proteção Civil do município vimaranense entregou equipamentos de desinfeção para ambulâncias e áreas fechadas aos Bombeiros de Guimarães, aos Bombeiros das Taipas e a forças de segurança vimaranenses. Mas a Câmara Municipal também vai entregar equipamentos a outras corporações que atuam no concelho de Guimarães — os Bombeiros de Vizela, de Vila das Aves e de Riba d’Ave. “Considerando as vantagens deste tipo de desinfeção aliada à rapidez deste processo, em minutos, o Canhão de Ozono
será para intervencionar áreas de espaços fechados nomeadamente, salas de isolamento, locais de maior circulação de pessoas (salas de espera) e ambulâncias que merecem uma limpeza regular com a máxima desinfeção e rapidez possível e a situação atual relacionada com o novo coronavírus”, informa o comunicado enviado pela Câmara Municipal. Assim, é possível proceder à desinfeção de espaços como a Central de Camionagem, o Mercado Municipal e outras instalações, bem como os veículos das forças de segurança. •
Em Creixomil e Ronfe Rua da Índia nº 462, 4835-061 Guimarães (No edifício verde junto à Rodovia de Covas) | Alameda Professor Abel Salazar nº 29, 4805-375 Ronfe De segunda a sábado, das 08h00 às 20h00
SOCIEDADE
N237 QUARTA-FEIRA 15 ABRIL 2020
© Direitos Reservados
Através de uma vídeoconferência, a Câmara irá organizar um workshop que representa uma "oportunidade" para as empresas “que queiram dar início a uma reconversão industrial.
Na próxima quinta-feira, 16 de abril, entre as 15h00 e as 17h00, terá lugar, por videoconferência, o workshop “Dispositivos médicos e de proteção individual: Oportunidades para a indústria”. O evento é destinado aos setores da indústria com potencial de reconversão para o fabrico de equipamento médico. A ação faz parte do plano de iniciativas que o Gabinete de Crise e da Transição Económica do Município de Guimarães levará à prática, e cujo objetivo é a mitigação do impacto económico negativo provocado pela Covid-19. Segundo a autarquia, trata-se de uma oportunidade para as empresas “que queiram iniciar uma reconversão industrial, de forma a adaptarem as suas unidades
de produção para o fabrico de dispositivos médicos e de equipamento de proteção individual”. No workshop participarão, como parceiros, o Health Cluster Portugal, um agente na investigação, conceção, desenvolvimento, fabrico e comercialização de produtos e serviços associados à saúde, a Escola de Engenharia da Universidade do Minho e a Fibrenamics, plataforma internacional da Universidade do Minho para o desenvolvimento de produtos com base em fibras e compósitos. O workshop contará, na abertura, com as intervenções de Domingos Bragança, Presidente da Câmara Municipal de Guimarães, e de António M. Cunha, Presidente Executivo do Gabinete de Crise e da Transição Económica.
© Direitos Reservados
O “Prémio Cinco Estrelas Regiões”, que “pretende valorizar e dar a conhecer a enorme riqueza que caracteriza o nosso país”, distinguiu o Castelo de Guimarães. Numa nota publicada no Facebook, a Direção Regional de Cultura do Norte congratulou a distinção. Esta foi a 3.ª edição do Prémio. O Castelo venceu na categoria Monumentos Nacionais, um prémio atribuído através de votação nacional por mais de 300 mil pessoas. Este Prémio Cinco Estrelas Regiões visa galardoar o que de melhor existe em cada uma das vinte regiões do país, dezoito distritos e duas regiões autónomas, em áreas distintas
como recursos naturais, gastronomia, arte e cultura, património e outros ícones regionais de referência nacional; bem como premeia empresas portuguesas que se diferenciam a nível regional. A votação deste ano contou com a participação de 313 450 consumidores portugueses. Monumento Nacional, o Castelo de Guimarães está na origem da Nação Portuguesa, tendo sido edificado no século X. A partir do século XIX passou a ser reconhecido como estrutura emblemática da Idade Média portuguesa e é um dos mais emblemáticos e reconhecidos castelos medievais portugueses. Foi a primeira estrutura militar construída em Guimarães. •
Seguem-se as seguintes comunicações: “Tendências e perspetivas de mercado do dispositivo médico”, por Joaquim Cunha da Health Cluster Portugal, “I&D em dispositivos médicos e de proteção individual”, por Pedro Souto e Maria José Abreu, do Departamento de Engenharia Têxtil da Escola de Engenharia da UMinho e a conferência “Têxteis técnicos em dispositivos médicos e de proteção individual”, por Raul Fangueiro, da Fibrenamics. Do programa consta ainda um debate final, cujo objetivo é “permitir a interação entres os responsáveis das empresas participantes e os oradores, uma oportunidade para esclarecimento de dúvidas e promoção de futuras colaborações”. •
Associação Guimarães Fado promove recolha e entrega de bens essenciais A Associação Guimarães Fado está a promover a recolha de bens essenciais, que posteriormente entrega aos seus sócios seniores e seus familiares diretos, maiores de 65 anos. Em comunicado, a Associação informa que a acção foi também estendida aos sócios da Associação de Reformados e Pensionistas de Guimarães. “Esta nossa acção poderá ser alargada a qualquer outra entidade, desde que a mesma exerça uma acção relevante junto da nossa comunidade sénior”, escreve a associação. Os interessados poderão contactar a Associação Guimarães Fado via 937 497 090, ou a coor-
Castelo de Guimarães distinguido com o “Prémio Cinco Estrelas Regiões”
© Direitos Reservados
Um workshop para ajudar na reconversão industrial
denadora do projecto, Vera Lima via 917 183 196. A associação garante uma atuação em sintonia “com as mais restritas regras de higiene e etiqueta respiratória, recomendadas pela Organização Mundial de Saúde e pela Direção Geral de Saúde”. “Não haverá contacto directo entre quem transporta os víveres / medicamentos e quem os recebe – respeitando o isolamento social deste grupo de risco – e os “transportadores” serão dotados dos EPI (equipamento de protecção individual) recomendados para riscos biológicos”, escreve a Associação no mesmo comunicado. •
Registo de nascimento pode ser feito online Desde a passada segunda-feira que o registo de nascimento passou a ser possível via internet. O Ministério da Justiça anunciou que esta medida visa evitar que os pais tenham de se deslocar a uma conservatória para registar o bebé. Este serviço era atualmente assegurado apenas em casos urgentes, “mediante agendamento prévio, de acordo com as medidas de combate ao surto de covid-19, definidas pelo Governo para a área governativa da Justiça”, fosse numa conservatória ou num Balcão Nascer Cidadão — como tem, por exemplo, o Hospital da Senhora de Oliveira. Em comunicado, a tutela explica
© Direitos Reservados
P.12
que o pedido do registo de nascimento se faz agora no ‘site’ Nascimento Online, através de autenticação com Chave Móvel Digital ou com Cartão de Cidadão, neste caso, recorrendo a um leitor de cartões e dos códigos PIN da morada e de autenticação. •
CONCELHO
O JORNAL N237 QUARTA-FEIRA 15 ABRIL 2020
P.13
Várias Freguesias
Juntas oferecem máscaras aos fregueses, com especial atenção aos grupos de risco mente doentes crónicos e idosos com mais de 70 anos”, adianta aquela Junta de Freguesia, presidida por Alberto Martins. As máscaras estão disponíveis na sede da Junta de Freguesia ou serão entregues em local a combinar, devendo os interessados ligar para o 253 551857 ou para o email. Numa nota informativa enviada às redações, o edil reitera que, apesar desta iniciativa, “todos devem ficar em casa” — “a máscara não substitui todos os cuidados de proteção individual”. A Junta de Freguesia fez saber que cedeu máscaras faciais ao Centro Social da Irmandade de São Torcato. De acordo com um comunicado publicado no site da Direção-Geral da Saúde (DGS), “o uso de máscaras faciais pelas pessoas em geral passa a ser considerado quando houver um número elevado de pessoas num espaço interior fechado”. A informação foi avançada na passada segunda-feira. No mesmo dia, durante conferência de imprensa, a ministra da Saúde, Marta Temido, frisou que as máscaras “sociais”
(que podem ser feitas de algodão, por exemplo) não devem ser usadas “por profissionais de saúde ou pessoas doentes”. A estes, juntam-se “as pessoas mais vulneráveis, como os idosos e os doentes com o sistema imunitário comprometido, bem como elementos de alguns grupos profissionais [bombeiros, agentes funerários, entre outros], que po-
Ponte
© Direitos Reservados
daquele estabelecimento de ensino, ou de outro, com maiores dificuldades financeiras. De acordo com a Junta, a Escola Básica e Secundária da Vila de Ponte, a Junta de Freguesia de Ponte, através da sua Loja Social, tem recebido inúmeros pedidos
recomendações do Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC) — que, para além de não encontrar “efeitos adversos na sua utilização”, passou a recomendar o seu uso nas situações em que se encontre um número elevado de pessoas em locais fechados, como transportes públicos ou supermercados, por exemplo. •
Pevidém
Junta lança campanha de recolha de material tecnológico
Em articulação com o Agrupamento de Escolas Arqueólogo Mário Cardoso, a Junta de Freguesia de Ponte está a promover uma campanha de recolha de computadores, tablets, e impressoras, equipamentos destinados preferencialmente aos alunos
dem, igualmente, utilizar máscara cirúrgica, durante o exercício de determinadas funções, quando não é possível manter uma distância de segurança entre pessoas”, lê-se no comunicado da DGS. A ministra da Saúde explicou ainda que, “como não há contra indicações”, as máscaras sociais poderão ser usadas, seguindo as
Bombeiros combatem mais um incêndio num ecoponto de apoio por parte de famílias desfavorecidas para a aquisição de computadores e outro tipo de material informático, mediante doação. “A cedência definitiva destes computadores, destina-se aos alunos do agrupamento de escolas de Ponte que, por não possuírem estes equipamentos informáticos, estão impossibilitados de frequentarem as aulas online”, escreve a autarquia local. A recolha do material é assegurada pela Junta de Freguesia de Ponte, devendo as pessoas interessadas em colaborar estabelecer um contacto com a Junta de Freguesia através do e-mail: geral@jfponte.pt, ou dos seguintes números: 253 473 080 ou 932 218 785. Todos os equipamentos doados e rececionados na Junta de Freguesia de Ponte serão remetidos ao Agrupamento de Escolas Arqueólogo Mário Cardoso, entidade que procederá à seleção e entrega do material informático aos alunos que assim o careçam. •
© Mais Guimarães
São várias as autarquias locais que estão a disponibilizar equipamentos de proteção aos seus moradores. Por Guimarães, a Junta de Freguesia de Moreira de Cónegos distribuiu, durante a manhã do passado sábado, através de voluntários e escuteiros da vila, máscaras de proteção oferecidas àquela autarquia. Em cada habitação, na caixa de correio, foi deixado um saco com duas máscaras. “Esta será a primeira fase da distribuição”, informava a freguesia, sendo que está planeada nova oferenda na próxima semana. As máscaras são reutilizáveis – “podem ser lavadas e usadas até dez vezes – e laváveis. Já na passada quinta-feira, 09 de abril, a Junta de Freguesia de São Torcato informou que iria disponibilizar máscaras à população. Desta forma, esperava “mitigar a disseminação” do novo coronavírus. “Este material estará, nesta primeira fase, disponível exclusivamente para os grupos de risco, que tenham obrigatoriamente de sair de casa, por questões profissionais ou de saúde, nomeada-
© Direitos Reservados
Ainda antes de a Direção Geral de Saúde (DGS) comunicar que "o uso de máscaras faciais pelas pessoas em geral passa a ser considerado quando houver um número elevado de pessoas num espaço interior fechado", já algumas juntas de Guimarães, como a de Moreira de Cónegos e a de São Torcato, distribuíam o equipamento pelos seus habitantes.
Os Bombeiros Voluntários de Guimarães combateram um incêndio que deflagrou num ecoponto em Pevidém, na passada quinta-feira. O alerta foi dado às 07h24 e os bombeiros enviaram para o local uma viatura e dois elementos. A GNR também esteve no local para tomar conta da ocorrência. Recorde-se que este é um acontecimento já recorrente em Guimarães, em especial na fregue-
sia de Urgezes. No passado dia 04 de abril, depois de um fogo num ecoponto precisamente em Urgezes, foi possível apurar, junto da população local, que já se saberá quem terá sido o autor desse fogo. A Junta de Freguesia de Urgezes já chegou a reunir com a PSP para apurar responsabilidades. Recentemente já arderam ecopontos em Creixomil, Vermil, Azurém ou Vila Nova de Sande. •
P.14
ZONA NORTE | OPINIÃO
N237 QUARTA-FEIRA 15 ABRIL 2020
Opinião de Mariana Silva
Vila Verde
Lar promoveu "beijar da cruz" entre idosos, apesar da suspensão decretada pela Igreja
TEMPOS DA COVID
© Direitos Reservados
Pelo menos dois lares de idosos no norte de Portugal organizaram, contra as recomendações da Direção-Geral da Saúde (DGS) e da Igreja Católica, celebrações do “beijar da cruz”, tradicional do domingo de Páscoa, entre os utentes. Um dos casos ocorreu num lar de idosos em Freiriz, concelho de Vila Verde, que promoveu a celebração do compasso pascal, dando o mesmo crucifixo a beijar a um grande número dos idosos que ali residem. Isto apesar de a própria Igreja Católica ter recomendado a suspensão desta tradição do tempo da Páscoa do beijar da cruz devido às medidas de prevenção do contágio do coronavírus — e de os idosos constituírem o principal grupo de risco para esta doença. A celebração foi transmitida em direto através da página de Facebook do Centro Social de Freiriz e o vídeo foi posteriormente divulgado pelo Semanário V, meio de comunicação local do concelho de Vila Verde. No vídeo, é possível ver vários utentes do centro social beijarem um mesmo crucifixo. Inicialmente, um padre entra no lar acompanhado por algumas funcionárias, todos munidos de máscara cirúrgica, e diz as orações tradicionais da Visita Pas-
cal. Depois, refere: “Com a cruz devidamente desinfetada, vamos então beijar Cristo ressuscitado enquanto cantamos.” Uma funcionária passa depois com o crucifixo por grande parte dos idosos, que a beijam. Entre cada beijo, a funcionária limpa a cruz com um pano, embora não seja percetível se é utilizado algum produto de desinfeção. Durante a breve cerimónia, é possível ver alguns dos idosos recusarem-se a beijar o crucifixo. Teresa Barbosa, em declarações
ao Jornal de Notícias, garante que "foram cumpridas todas as normas de segurança genéricas e as específicas desta fase, com toda a segurança sanitária", sendo que desde esta última quarta-feira, já se sabia "que resultaram negativos todos os exames realizados aos utentes e funcionárias, onde nunca nenhum apresentou sequer qualquer sintoma por Covid-19". "Por isso foi de forma consciente e esclarecida que quem quis beijou a cruz", assegura. •
Braga
© Direitos Reservados
Theatro Circo celebra 105 anos com atuações online
PUB
O aniversário do Theatro Circo, a 21 de abril, vai-se celebrar através de diretos nas páginas de Instagram dos artistas en-
volvidos, devido à impossibilidade de a comemoração se fazer no palco, em consequência das medidas de prevenção da doença covid-19, revelou a sala de espetáculos bracarense. Em declarações à Lusa, o diretor artístico do Theatro, Paulo Brandão, afirmou que, uma vez que o programa "normal", já definido com múltiplas atividades, não foi possível, quiseram "adaptar e marcar o aniversário virtualmente com vários convidados". A partir das 13h00, o Theatro Circo dá início à festa do 105.º
aniversário, com a 'performance' de dança de Duarte Valadares, seguindo-se Mara Andrade e o concerto da cantora Tainá. Pela tarde e noite dentro, no Instagram, vai poder assistir-se a atuações de Mr. Gallini, Jorge Coelho, Carne Doce, Valter Hugo Mãe, Joana Gama, Adolfo Luxúria Canibal, Luís Figueiredo, António Durães, La Baq, Cachupa Psicadélica, André Henriques, Angélica Salvi, Márcia, Cristina Branco, Ana Moura, Rita Redshoes, Selma Uamusse, Pedro Abrunhosa, Conan Osiris e Doll Maron. •
O tempo corre em Guimarães, tal como em todo o território português, lentamente, sem que se veja a luzinha ao fundo do túnel de que falaram o senhor Presidente da República e o Primeiro Ministro. Porque ver a luzinha no fim do túnel será, voltar ao nosso dia-a-dia, com mudanças comportamentais até que se perceba mais deste vírus e que possamos acompanhar os nossos sem que a consciência nos diga que podemos estar a errar. No entanto, quando a luzinha aparecer clara e luminosa será ainda tempo de reforçar a luta, de usar as forças nestas medidas de isolamento e prevenção. Sabendo que o que se adivinha é a falta de futuro para milhares de trabalhadores que viram os seus direitos ser atropelados sem que, em grande parte das vezes, fosse necessário. Os grandes grupos correram para o lay-off guardando os vistosos lucros que vão sendo anunciados aos 4 ventos, sobrecarregando a Segurança Social e limitando os apoios para pequenas e microempresas que necessitam tanto dele, porque quase sempre funcionam com os dinheiros do dia-a-dia. Pede-se a solidariedade de todos, apela-se aos números que se cantam nos programas de televisão vezes sem conta, para que todos participem, para que todos apoiem, para que todos ofereçam aquele euro que ninguém sabe se faz falta no fecho das contas mensais. E quem apelou às grandes empresas para pagarem os salários aos seus funcionários com os lucros distribuídos pelos acionistas? E quem obriga os hospitais privados a prestar cuidados de saúde ao mesmo valor que é gasto no Serviço Nacional de Saúde? Vários são os desafios com que nos confrontamos no presente e
nos confrontaremos no futuro. E este fim-de-semana de Páscoa foi o exemplo disso, entre as cerimónias tão marcantes deste festejo religioso, ouvíamos o anúncio das soluções para se dar continuidade ao 3º período do ano lectivo 2019/2020. Acompanhados da certeza de que foi pelo fecho das escolas que se fizeram as grandes alterações de rotinas, é também através dessa certeza que sabemos que, quando as escolas abrirem, todo um conjunto de outras actividades terão de abrir também as suas portas. Neste cenário o Governo decidiu que o 3º período será de estudo em casa para os alunos até ao 10º ano deixando em aberto a possibilidade das escolas em Maio poderem abrir para os alunos do 11º e do 12º ano para que possam preparar os exames. Ora, a posição dos Verdes é muito clara, neste estudo em casa que será feito através da televisão, internet e o esforço inigualável dos professores e encarregados de educação, não podem ser leccionados conteúdos novos para não aprofundar as desigualdades já bem vincadas. É também certo para os Verdes que, em caso de aulas presenciais para os alunos do 11º e 12º anos, é essencial que seja garantida a segurança e higiene aos alunos, professores e auxiliares de educação. Impõem-se inúmeras regras de higienização frequente de todas as superfícies, mesas, cadeiras, corrimões, puxadores, entre outras, como o afastamento social que com a dinâmica juvenil nos parece ser mais difícil de cumprir. Por isso, torna-se essencial pensar em todas as alterações que terão que ser feitas para reabrir as escolas só por causa dos exames. A saúde pública poderá ser posta em causa apenas por causa dos exames? É esse o objectivo principal da Escola? •
OPINIÃO
O JORNAL N237 QUARTA-FEIRA 15 ABRIL 2020
Opinião de António Rocha e Costa
AMOR E POESIA EM TEMPO DE PANDEMIA Os meus amigos e conhecidos estão desaparecidos em combate, no combate contra o Corona vírus. Entrincheirados nos seus domicílios fiscais, assomam de quando em vez às janelas ou sacadas e gritam canções para acordar a
cidade muda e quieta ou quiçá, para espantar o inimigo viral que paira no ar. O mesmo faz o grilo, que sai da toca, mal surgem os primeiros dias de calor. Impedidos de contactar com o exterior e com a realidade, esta é-nos “servida” pelas rádios,
Opinião de José João Torrinha
A VIDA NO PLANETA COVID Esmaga-nos. Oprime-nos. Esgota-nos. Por todo o lado, a toda a hora. A cada minuto. A cada segundo. Pamndemia. Covid. Testes. Máscaras. Ventiladores. Curvas. Picos. Gráficos. Lares. Mortos. Tosse. Temperatura. Economia. Desemprego. Falências.
Lombardia. Wuhan. Nova Iorque. Vivemos no planeta Covid, mas não podemos deixar que ele nos derrote. A perspetiva tem que começar por ser esta: cumprir com todas as prescrições emanadas das nossas autoridades, nas quais devemos confiar. Não
P.15
televisões, e redes sociais como quem serve comida ao domicílio, ou não se tratasse do alimento do espírito. Tal como na alegoria da caverna de Platão, em que os personagens recebem a realidade exterior através das imagens projetadas no fundo da caverna e dos sons que ecoam nas suas paredes, também nós, seres cavernícolas em confinamento, somos obrigados a tomar as imagens pela realidade, com a diferença de que os habitantes da caverna de Platão jamais haviam conhecido a realidade exterior, pelo que, para eles, a realidade confundia-se com as imagens. Neste contexto, a minha atenção tem-se voltado por estes dias para as notícias ou factos relacionados com a nossa cidade e, de olhos e ouvidos alerta, lá consegui captar duas situações, que, por curiosidade, passo a partilhar com os leitores do “Mais Guimarães”. Ambas as situações têm a ver, directa ou indirectamente com a cultura, marca distinta da urbe afonsina, que teve o seu ponto culminante em 2012, ano em que Guimarães foi Capital Europeia da Cultura. Que saudades tenho desses tempos, mas também dos eventos culturais que o Vila
Flor ou a Plataforma das Artes, nos “serviam” semana a semana e que agora estão suspensos, não podendo ser entregues ao domicílio, via “Ubereats” ou outra plataforma similar. Bem sei que têm sido passadas reposições de espectáculos via on-line mas não é exactamente a mesma coisa. Vamos então aos factos: No último sábado, no programa “5 minutos de Jazz”, na Antena 2, Zé Duarte, uma das figuras maiores da divulgação deste género musical em Portugal, confessava a existência de um romance antigo com a cantora de Jazz americana Betty Carter, que tendo começado há uns anos em Nova Iorque, terá tido o seu ponto mais alto num hotel em Guimarães, durante o Guimarães-Jazz, referência maior do panorama cultural vimaranense. Há dias, no “Governo Sombra”, que vai para o ar nas noites de sexta-feira, numa conhecida estação televisiva, o coordenador do programa, Carlos Vaz Marques citava, a propósito dos tempos que vivemos, um excerto de um poema de Carlos Poças Falcão, poeta vimaranense, cuja obra está longe de ter a divulgação que merece. Com a devida vénia, como manda a etiqueta social, concluo transcrevendo o poema citado:
“O quarto agora é o mundo todo nem maior nem menor que o mundo inteiro
ceder a pânicos injustificados, confiar somente na informação que nos chega de fonte segura, não propagar boatos, supostas notícias que não o são. Não ceder ao medo e a quem nos quer cada vez mais medrosos. Depois, fazer, cada um de nós, uma adaptação aos novos tempos que nos permita ultrapassar este período da melhor forma. A grande luta para aqueles que continuam a trabalhar é continuar produtivo. Manter o foco. Não cair na apatia. São tempos bons para os amantes da rotina. Os dias tendem a ser uma longa e repetitiva sequência de atos mecanizados, entrecortados por sucessivos lavares de mãos. Há até que resistir a algum conforto que possa haver nisto. São também dias de aprendizagem. Sim, eles têm-nos ensinado que podemos usar os meios de comunicação à distância em muito mais situações do que na era AC (antes de covid). A enormidade de horas que perdíamos e de recursos que esbanjávamos não deixam de impressionar. Conferências, reuniões, encontros de todo o tipo que podiam ter acontecido sem as evitáveis e incómodas deslocações. Todos já sabíamos disto, claro, mas agora sentimos a coisa na pele. Em poucos dias, passamos a usar as mais diversas plataformas onde cada um habita a sua pequena janela em conversas tipo banda
desenhada, mas em que os balões do diálogo são sonoros. Sim, mas estes dias mostram também o seu contrário. A presença é importante. Há coisas que não se resolvem se não for cara a cara, olhos nos olhos, ali, na pessoa física um do outro. A linguagem corporal conta muito e só pode ser bem interpretada se a pudermos agarrar com todos os nossos sentidos em alerta. E isso ainda nenhum zoom desta vida nos consegue dar. E ainda bem, digo eu. Em casa, há também muito a fazer para combater a rotina e nos mantermos ativos. Estes tempos de reclusão são bons para arrumações. Arrumar os armários, deitar fora o que não precisamos, descobrir coisas que andavam perdidas por casa, organizar gavetas, pôr coisas a uso que antes não o estavam. Fazer pequenas reparações. São tempos que exigem grande disciplina. Levantar às horas habituais. Fazer exercício, não deixando que o nosso corpo amoleça à sombra da inatividade. Ver bons filmes e séries. Ler. Manter o contacto com os nossos amigos, ainda que à distância. Há quem diga que a vida não mais será igual a partir desta pandemia. Não sei se assim será. Sei que uma das lições desta crise é que a ilusão de que vivemos preparados para tudo, é isso mesmo: uma ilusão. Há muitas
coisas que não conhecemos, que não dominamos. Por isso, devemos ser cautelosos com as previsões para os próximos meses, que fará para os próximos anos. Temos de ser humildes ao admitir o nosso desconhecimento e ao mesmo tempo estar atentos e fazermos todos, cada um de nós, a nossa parte. No final, vai correr tudo bem. •
dantes ia eu aos múltiplos lugares venham agora esses lugares a mim.” P.S : Em tempo de pandemia aconselha-se a substituição do aforismo “tempestade no mar, gaivotas em terra” por este outro mais condizente: “COVIDE no ar, aviões em terra”. •
Impedidos de contactar com o exterior e com a realidade, esta é-nos “servida” pelas rádios, televisões, e redes sociais como quem serve comida ao domicílio, ou não se tratasse do alimento do espírito.
Há quem diga que a vida não mais será igual a partir desta pandemia. Não sei se assim será. Sei que uma das lições desta crise é que a ilusão de que vivemos preparados para tudo, é isso mesmo: uma ilusão.
P.16
CLASSIFICADOS
N237 QUARTA-FEIRA 15 ABRIL 2020
ESPECIALIDADES
Medicina Dentária Geral Implantologia Oral Reabilitação Oral Fixa e Removível Cirurgia Oral Ortodontia Branqueamento com Leds *Vários acordos com seguradoras
"Como seria belo se cada um de vós pudesse, ao fim do dia, dizer: Hoje realizei um gesto de amor pelos outros"
Dra Catarina Roriz Mendes
CENTRO MÉDICO E DENTÁRIO CSI Rua Arquitecto Marques da Silva 246 R/C 4800-882 São Torcato - Guimarães
Papa Francisco
PROCURA-SE FUNCIONÁRIO DE MESA EM REGIME PART-TIME PARA OS FINAIS DE TARDE FLUENTE EM INGLÊS Com experiência (PREFERENCIALMENTE)
Alameda de S. Dâmaso - Guimarães
Largo da República do Brasil 44, Loja 7, R/C 4810-446 Guimarães
963 715 476 • 253 438 034
Cursos de Inglês Jovens e adultos
LAVAR
Inscrições abertas Av. Dom João IV, 1424 Guimarães (Junto à estação da CP)
WWW.ATHENEACADEMY.PT
É BOM COMPRAR NO CENTRO DA CIDADE
OPORTUNIDADE! O Centro Comercial Villa dispõe de Excelentes espaços para a instalação de empresas de serviços e comércio.
19KG E 11KG
ENGOMAR LOW COST
CENTRO COMERCIAL VILA GUIMARÃES
17KG
Closet
LAVANDARIA ABERTO
SECAR
FRESH
24
HORAS
self-service
PACOTES LOW COST LAVAR + SECAR + ENGOMAR
TLM. 933 203 616 - FACEBOOK-FRESH CLOSET AV. D. JOÃO IV, LOJA Nº62
961 438 435 rosilex.rpf@hotmail.com
- Limpezas em condomínios - Limpezas em escritórios - Limpezas gerais a particulares RUA D. AFONSO HENRIQUES 491, 4800-866 S. TORCATO - GUIMARÃES
SERVIÇO DE CHAPEIRO • PINTURA ELETRICISTA • MECÂNICA GERAL CARREGAMENTO DE AR CONDICIONADO DIAGNÓSTICOS DE AVARIAS MULTIMARCAS
VITÓRIA SC
N237 QUARTA-FEIRA 15 ABRIL 2020
Em casa, à espera da boa nova: “Só tenho saudades do futebol”
Esta é a tua oportunidade! Admitimos comerciais Av. D.João IV - Guimarães Telf: 253 421 390 Av. D.João IV - Guimarães Telf: 253 421 390
A partir de casa, Agu e Florent descrevem como tem sido estar longe dos relvados. Para ambos os atletas, o foco é só um: regressar aos relvados. De férias, o plantel espera que a “normalidade” regresse o mais cedo possível. © Vitória SC
sando que assegurar um lugar nas competições europeias é a maior das lutas. “Mas temos de esperar para que tudo esteja bem para podermos voltar”, ressalvou. Pessoalmente, o objetivo maior de Mikel Agu é recuperar a titularidade. Mas perdê-la não fez com que “deixasse de trabalhar”. “Ninguém fica satisfeito sem jogar. Continuo a fazer o meu trabalho e estou a fazer de tudo para tentar conquistar [de volta a titularidade]. Sou um jogador que quer sempre trabalhar e esta fase não pode atrapalhar. Estou a fazer o melhor para voltar a entrar no onze da equipa”, garantiu. Ainda assim, admite que o facto de treinar “fora do campo” é “sempre difícil”, já que os jogadores “ganham mais condição física com os jogos”.
“Todos os dias penso no futebol”
O plantel do Vitória está de férias até ao final deste mês, para evitar o desgaste mental e a saturação provocada pelos dias de confinamento social (ver texto ao lado). Mas, para Mikel Agu, férias não representam “um período para parar”. “Em tempos de férias, vamos continuar em casa. Continuo a fazer o trabalho [físico] com o grupo. Não são férias, não posso sair de
casa”, disse, esta segunda-feira, em mais uma das videoconferências agilizadas pelo Vitória. O médio defensivo admite que este “não é um período fácil”, mas que o mais importante é “a saúde e a família”. Pelo meio, vai-se treinando e mantendo-se a esperança do regresso do campeonato. “Todos queremos jogar e temos objetivos para cumprir”, disse, fri-
Para o nigeriano, as mudanças trazidas pela pandemia não provocaram grandes alterações ao seu dia-a-dia: “Quase não saio de casa. Para mim, não afetou muito.” Com um quotidiano semelhante ao de quando “as coisas estavam a correr bem” — à exceção de idas a superfícies comerciais, por exemplo — Mikel revela, ainda assim: “A única coisa que eu tenho saudades é do futebol.” Quem também só espera pelo sinal que indique o regresso da competição é Florent. O lateral francês está “fome de bola” é Florent. “Todos os dias penso no
futebol”, confessa. A bitola mudou, mas os objetivos mantêm-se intactos. Florent é perentório no que toca à retoma da competição e nem coloca em cima da mesa não disputar os últimos dez jogos da I Liga: “Quando começamos uma coisa, temos de a acabar. Temos um objetivo e ainda não está cumprido”. O francês conquistou a faixa esquerda da defesa vitoriana – já leva mais de 2700 minutos esta época – e acredita que esta pausa, depois de uma temporada em que a equipa já leva mais de 40 jogos disputados, até pode ser benéfica. “Vai-nos fazer bem recarregar baterias”, indicou. Depois das “baterias recarregadas”, Florent aponta para a necessidade de uma pré-época “de três ou quatro semanas”. Até lá, o tempo vai sendo passado em casa. “O mais importante é ultrapassar e voltar à vida normal”, considera o ex-Belenenses. E que vida normal será essa? Com gente nos estádios? Mikel Agu sabe que os adeptos vitorianos também sentirão saudades de ir ao D. Afonso Henriques assistir aos jogos da sua equipa. “Os adeptos estão com saudades de ver a equipa a jogar. Eu sei que toda a gente agora está a trabalhar para isso, a fazer o melhor que pode”, diz. Contudo, Mikel não acredita que a normalidade voltará rapidamente. E, por isso mesmo, atira: “Futebol sem adeptos é como um treino. Não vai ser muito interessante.” •
Ivo Vieira revelou que não tem proposta para renovar contrato O contrato de Ivo Vieira com o Vitória termina esta época e ainda não há proposta para que o treinador madeirense continue no clube — o próprio confirmou-o numa entrevista à Sport TV. “Quem manda no Vitória pode não ver em mim a pessoa que interessa para os destinos do clube”, disse, acrescentando que “houve uma conversa em dezembro em relação a uma possível renovação ou não, e depois nunca surgiu uma proposta”.
Da parte da assessoria da SAD vitoriana surgiu um comentário de resposta: “O Vitória nada tem a informar sobre esse tema. Neste momento, toda a indústria do futebol, e nós em particular, temos diariamente de lidar com problemas mais prementes do que esse”, cita o desportivo diário O JOGO. Ainda assim, a mesma fonte revelou que “o tema da equipa técnica está a ser tratado e logo que haja algo definitivo será comunicado”. “O ‘timing’ será defini-
do pelos responsáveis do Vitória que lideram este dossier, o presidente e o diretor-geral”. A mesma fonte avanou com com a possibilidade de Rui Faria assumir o comando da equipa a partir da próxima época. No entanto, o Vitória emitiu um comunicado onde “desmente categoricamente o teor da notícia. “O procedimento decisório sobre este ou qualquer assunto é definido internamente, pelos respetivos responsáveis”, lê-se.•
AMI 15114
Plantel inicia férias para evitar saturação © Direitos Reservados
P.18
O plantel do Vitória começou, esta segunda-feira, um período de repouso que se vai prolongar até ao dia final deste mês. A informação é avançada na edição do último sábado pelo jornal desportivo O Jogo. Segundo o diário, a medida da SAD visa evitar o desgaste mental e a saturação provocada pelos dias de confinamento social — a forma como os jogadores se estão a adaptar a este período atípico tem sido uma das questões prementes das videoconferências organizadas pelo clube Como é sabido, os jogadores estão a treinar a partir de casa, via videoconferência, e com esta decisão a SAD quer aplacar o ritmo rotineiro e a fadiga mental que pode estar a acumular-se. Esta medida tem sido replicado em vários clubes da Primeira Liga, com objetivos semelhantes aos cogitados pela SAD. A expetativa é que, depois do período de férias terminar, o plantel esteja apto para começar um período de preparação para o que resta da temporada, visto que há ainda 10 jogos para disputar para o campeonato. •
Vitória é o 4.º maior “exportador” © Marco Jacobeu/MaisGuimarães
O Vitória serviu de trampolim para cinco jogadores darem o salto para uma das cinco principais ligas do futebol europeu. Segundo o relatório mensal do Observatório de Futebol do Centro Internacional de Estudos Desportivos (CIES), os vimaranenses ocupam a 4.ª posição no ranking de clubes portugueses que mais “exportaram” talento para as “Big Five” — Espanha, Inglaterra, Alemanha, Itália e França. Portugal é o único país com três clubes no top-10. •
FUTEBOL
O JORNAL N237 QUARTA-FEIRA 15 ABRIL 2020
P.19
MOREIRENSE F. C.
“Neste momento, o mais importante de tudo não é a nossa profissão nem a nossa carreira” O treinador do Moreirense, Ricardo Soares, deixa uma mensagem de apreço a todos os que batalham a pandemia na linha da frente: “Estão numa causa comum, com o objetivo mais nobre da existência humana: tentar salvar vidas.“ © Direitos Reservados
“Procuro estar em contacto permanente, individual e coletivamente, com todo o grupo, sendo que tenho privilegiado o envio de vídeos para alguns jogadores, como forma de sugestão e trocas de ideias, de maneira a que os jogadores possam crescer e evoluir em algumas componentes do jogo”. Para o treinador do Moreirense, Ricardo Soares, estes têm sido tempos atípicos, mas, numa entrevista concedida à Liga Portugal, diz estar a fazer o possível para combater o marasmo dos dias: “A vida está constantemente a pôr-nos a prova, pelo que temos de nos saber ajustar e readaptar às circunstâncias que nos são colocadas. Nesse sentido, tenho passado algum do meu tempo a fazer algo de que gosto muito: ler”. O mês de janeiro marcou o regresso de Ricardo Soares à Liga NOS, depois de uma primeira metade de época ao serviço do SC Covilhã, da LigaPro. Um regresso pela porta do Moreirense FC, numa altura em que todo o
Moreirense
Família, exercício e leitura Na entrevista, Ricardo Soares deixou uma mensagem de apreço a todos os que batalham a pandemia na linha da frente – “estão numa causa comum, com o objetivo mais nobre da existência humana: tentar salvar vidas, sem estarem preocupados consigo próprios” – e aproveitou para destacar o comportamento dos atletas do clube vimaranense: “É certo que esta não é uma situação fácil para eles, nem para qualquer português ou cidadão do mundo. Mas tenho notado, por parte dos meus jogadores, um grande sentido de responsabilidade, uma vez que todos eles têm conseguido perceber que, neste momento, o mais importante de tudo não é a nossa profissão nem a nossa
carreira”. Longe das quatro linhas e do banco, o felgueirense, que treina um clube da Primeira Liga pela terceira vez na carreira, tem aproveitado os dias para se manter a par da atualidade, “até porque estamos perante uma realidade efetivamente preocupante, que exige que todos tenhamos uma grande dose de consciência individual e coletiva”. Para além do tempo passado com a família e os cuidados que tem tido para manter a condição física, as semanas têm possibilitado pôr a leitura em dia. “Neste momento estou a ler um livro chamado “Resiliência”, e penso que se ajusta claramente ao momento que estamos a viver. No fundo, dá-nos uma visão de comportamentos empreendidos em períodos de adversidades extremas, em que foi possível, através de muita resiliência, dar grandes respostas e alterar o rumo das coisas”, explicou o ‘timoneiro’ dos Cónegos. •
Moreirense
Cónegos vão reformular ataque
Plantel inicia período de férias O plantel do Moreirense iniciou um período de férias, que se vai prolongar até dia 30 de abril. Os Cónegos seguem, assim, uma medida que já foi adotada por alguns clubes da Primeira Liga. A expetativa da SAD é que, no final deste período, os jogadores estejam aptos para retomarem a competição. Ao que tudo indica, o plantel comandado por Ricardo Soares vai iniciar os treinos no início do mês vindouro. Os atletas do Moreirense estão a treinar a partir de casa, a cumprir um plano especifico elaborado pela equipa técnica do clube de Moreira de Cónegos, em conjunto com o Departamento de Performance. Aquando do anúncio da suspensão das competições, os jogadores receberam indicação para o confinamento no domicílio e para saírem de casa unicamente em duas situações: adquirir bens essenciais e no caso de algum problema de saúde grave. O departamento médico do Moreirense fez saber que os jogadores têm de responder a
Futebol Profissional atravessa um período de interregno, derivado à propagação da pandemia de covid-19 à escala mundial.
© Moreirense F.C
um inquérito diariamente com questões de saúde relacionadas com o novo coronavírus. Faltam disputar dez jornadas do campeonato. Ainda não há, no entanto, uma data para o regresso das competições e em que moldes se daria esse regresso. •
Não está assegurada a continuidade dos três homens que o Moreirense dispõe para liderar o setor mais adiantado do terreno. O clube de Moreira de Cónegos avançou para esta temporada com Fábio Abreu, Nenê e David Texeira para a posição de ponta de lança, mas é possível que outros nomes cheguem ao clube na próxima temporada. É que, por razões distintas, a continuidade do ‘trio’ não está assegurada. Fábio Abreu tem rubricado exibições bastante positivas e é um dos ativos que mais tem valorizados do plantel. O ‘pé quente’ do angolano - leva 12 golos na Primeira Liga - tem granjeado o interesse de vários clubes. O que pode condicionar a continuidade de Nenê e David Texeira é a questão contratual. Os dois avançados estão em situação de final de contrato e ainda não receberam proposta de renovação. O veterano avançado brasileiro e o uruguaio estão na segunda temporada ao serviço dos Cónegos •
© Direitos Reservados
1ª LIGA FAMALICÃO FC PORTO BENFICA VITÓRIA SC SPORTING BOAVISTA SANTA CLARA RIO AVE TONDELA MARÍTIMO BRAGA MOREIRENSE VITÓRIA SETÚBAL GIL VICENTE PORTIMONENSE BELENENSES SAD PAÇOS DE FERREIRA DESP. AVES
7´ 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7
6 6 6 3 3 2 3 3 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1
9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9
9 6 4 4 4 4 3 4 3 3 3 2 1 1 0 0
1 0 0 3 2 5 2 1 3 2 2 1 4 3 2 2 1 0
0 1 1 1 2 0 2 3 2 3 3 4 2 3 4 4 5 6
19 18 18 12 11 11 11 10 9 8 8 7 7 6 5 5 4 3
0 1 2 2 2 3 2 4 3 3 3 4 5 6 5 6
27 20 15 15 15 14 13 13 12 12 12 9 6 5 4 3
Sub-23
LIGA REVELAÇÃO SPORTING BENFICA ESTORIL PRAIA BRAGA DESP. AVES BELENENSES SAD COVA DA PIEDADE MARÍTIMO RIO AVE PORTIMONENSE LEIXÕES V. SETÚBAL VITÓRIA SC FEIRENSE FAMALICÃO ACADÉMICA
0 2 3 3 3 2 4 1 3 3 3 3 3 2 4 3
P.20
MODALIDADES
N237 QUARTA-FEIRA 15 ABRIL 2020
Ciclismo
O ciclismo quer voltar a “levar um abraço às localidades mais longínquas”, diz a ACM © ACM
A Associação de Ciclismo do Minho (ACM) promete um regresso às atividades “mais forte e determinado”. O ciclismo vai ser, segundo o organismo, “um fator positivo e de esperança na tarefa de renascer Portugal”. Sediada em Guimarães, a ACM afirma, através de comunicado, que “tem insistido na sensibilização para o cumprimento das orientações da Direção-Geral da Saúde”. “O ciclismo é a modalidade que leva o abraço às localidades mais longínquas e que vai ter com o povo. Abraçando-o. Vamos voltar a fazê-lo pois, juntos, seremos capazes de transformar o ciclismo num fator positivo e de esperança na tarefa de renascer Portugal”, promete a associação presidida por José Luís Ribeiro. Aquela que é a maior associação regional de ciclismo do país reconhece que “a época desportiva está inevitavelmente comprometida”, contudo, perante a incerteza, garante que vai continuar “em contactos permanentes no sentido de avaliar a situação para que, cumprindo as
Vários
Projeto Petizes Felizes: município atribui subsídios
A bicicleta para ‘furar’ a epidemia Na mesma nota informativa, a associação minhota recorda que “a bicicleta é uma alternativa de transporte para aqueles que precisam de se deslocar para o trabalho”, e acrescenta que “as apólices de seguros de acidentes pessoais e de responsabilidade civil, associadas à licença desportiva da Federação Portuguesa de Ciclismo, mantêm-se ativas, desde que a prática seja efetuada dentro do enquadramento legal em vigor”. A Federação Portuguesa de Ciclismo criou um gabinete de apoio e que disponibiliza regularmente informações e recomendações. O organismo federativo reitera que “os cidadãos comuns podem fazer pequenas saídas para exercício físico”. “Também aqui a bicicleta pode ser usada de forma responsável, por curtos períodos e sempre de forma individual”.
Calendário em stand-by Recorde-se que, no início do ano, a ACM anunciava que Guimarães continuaria a ser um dos principais palcos do ciclismo minhoto. Provas como o Passeio de Bicicleta Dia Um de Portugal – “a grande festa do ciclismo de lazer do Minho” – e a “forte possibilidade” da cidade-berço acolher ainda o Campeonato Nacional de BTT DHI, em julho, permitiam fazer essa asserção. No entanto, a pandemia de covid-19 colocou todos os calendários em suspenso. A nível nacional, a Federação Portuguesa de Ciclismo acredita que é possível realizar a Volta a Portugal. “O cenário otimista era começar a ter corridas já em junho. E o pessimista era ter de alterar a data da Volta a Portugal. Mas acreditamos que a Volta, à partida, poderá manter-se nas datas previstas. Assim esperamos”, projetou o presidente da FPC, Delmino Pereira, à Rádio Renascença. •
Futsal
“Não iremos enjeitar a oportunidade”
© Direitos Reservados © Direitos Reservados
No início do corrente ano letivo, em concertação com a Divisão de Educação, o município abraçou o projeto Petizes Felizes. Esta iniciativa viu um conjunto de associações desportivas do concelho vimaranense assegurar respostas na área desportiva e abrangeram um total de 2.100 alunos. No entanto, “a situação de emergência financeira em que se encontram algumas daquelas associações desportivas”, devido à cessação integral das suas atividades ditada pela resposta nacional ao surto pandémico de Covid-19, “é agravada pelas contratações efetuadas para assegurar esta resposta aos alunos do 1º ciclo, entretanto suspensa na sequência do encerramento das escolas”. Posto isto, a vereação aprovou na última reunião de câmara “a atribuição de subsídios como forma de compensar as respetivas entidades pelas despesas entretanto efetuadas no âmbito do projeto Petizes Felizes” Os subsídios foram atribuídos ao Clube Desportivo Xico Andebol; ao Guimagym – Clube de Ginástica de Guimarães; à ARCAP – Associação Recreativa e Cultural dos Amigos de Ponte; ao Vitória
determinações das autoridades nacionais, seja possível ir equacionando o regresso à atividade”.
Sport Clube; à AJKP – Associação Juvenil Karaté Portugal; ao Clube Rope Skipping das Taipas; aoGuimarães Rugby Union Football Club; e ao CART – Centro de Atividades Recreativas Taipense Na agenda da reunião de câmara é lembrado que: “A Câmara Municipal abraçou a proposta, em estreita articulação com os agrupamentos de escolas, dada o interesse em propor-
cionar aos alunos atividades que concorram para o seu desenvolvimento físico. Ademais, esta proposta pressupunha, para aqueles 2.100 alunos, a iniciação à prática de um conjunto de modalidades desportivas menos divulgadas, designadamente judo, karaté, jiu-jitsu, atletismo, ginástica, andebol, rope skipping, rugby e patinagem.” •
A decisão anunciada pela FPF na semana passada permite ao Candoso a manutenção entre os principais emblemas do futsal nacional. “Com a decisão que foi tomada, não iremos enjeitar a oportunidade de continuar na Liga Placard. Mas teremos ainda de nos reunir para ponderar”, disse o presidente da equipa de São Martinho de Candoso, Sérgio Abreu, ao jornal Record. “O obje-
tivo era a permanência, mas não era assim que queríamos que acontecesse. Vamos reunir-nos, analisar o que se está a passar, não fugindo à questão sobre o que o futuro nos pode trazer em termos de patrocínios e sustentabilidade do clube”, afirmou o responsável à mesma fonte. O Candoso estava em último lugar da liga antes da interrupção da competição. •
+ DESPORTO
O JORNAL N237 QUARTA-FEIRA 15 ABRIL 2020 Campeonato de Portugal
© FPF
“Seria um prémio merecido”. Capitães pedem um play-off a 16 equipas
Série A
AF BRAGA
CAMP. PORTUGAL VIZELA BRAGA B FAFE VITÓRIA B MARIA DA FONTE MERELINENSE BERÇO SC MONTALEGRE MARÍTIMO B S. MARTINHO U. MADEIRA MIRANDELA PEDRAS SALGADAS CHAVES SATÉLITE BRAGANÇA OLIVEIRENSE 17º CERVEIRA 18º CÂMARA DE LOBOS
PRO-NACIONAL 16 12 2 2 16 11 2 3 16 10 2 4 16 9 3 4 16 7 7 2 16 8 4 4 16 7 4 5 16 6 4 6 16 5 7 4 16 7 4 5 16 6 1 9 16 5 3 8 16 4 4 8 16 3 6 7 16 2 6 8 16 2 6 8 16 2 5 9 16 2 2 12
38 35 32 30 28 28 25 22 22 22 19 18 16 15 12 12 11 8
2-2 1-2 1-1 4-1 2-1 2-3 0-1 2-2 0-2
a possibilidade de se realizar na mesma um play-off para apurar os promovidos à II Liga. O documento sugere um play-off com 16 equipas (as quatro primeiras de cada série até à data da interrupção do campeonato). Os jogadores ressalvam que esta nunca será a “solução ideal” nem a mais justa,mas aquela que reduz “ao máximo o número de jogadores e clubes prejudicados”. “Assumimos e reconhecemos que quem vai na frente merece ser recompensado, logo, um play-off em que os primeiros
classificados entrassem numa fase mais avançada seria um prémio merecido para as equipas que se encontravam no topo da tabela”, pode ler-se na carta enviada. A mensagem termina com um repto: “O nosso desejo é simples: se vão haver subidas de divisão, deixem ser os jogadores a disputá-las dentro do campo!”. Para além do capitão do Vitória, assinaram esta carta os líderes do Anadia, Alverca, Leça, Louletano, Sertanense e Sporting de Espinho. •
A.F Braga
“Havia sempre uma alternativa”, diz o Brito “Esta é uma decisão que nos parece precipitada.” É desta forma que o Brito Sport Clube, através de uma publicação partilhada nas redes sociais, encara as decisões da FPF relativamente ao cancelamento dos campeonatos seniores não-profissionais de futebol, devido à pandemia de covid-19. “Na nossa ótica, esta é uma decisão que nos parece precipitada, pois haveria sempre uma alternativa para terminar a época. Não faz sentido pensar noutra época sem terminar esta”, lê-se na publicação, onde o Brito refere ainda que “terminar as competições seria o mais justo para todos, nomeadamente o campeonato e a taça da Associação de Futebol de Braga”. O clube diz que a decisão beneficia “quem muito pouco fez”: premeia “equipas da dita despromoção”. O Brito encontra-se no 2.º lugar da Pró-Nacional, sendo que o líder é o Pevidém Sport Clube. Quatro pontos separam os clubes. O clube destaca a “excelen-
© Direitos Reservados
DIV. HONRA
1ª DIVISÃO 15 15 14 15 14 15 15 14 15 14 15 15 15 15 15 15
11 1 3 34 9 3 3 30 8 3 3 27 8 3 4 27 6 4 4 22 5 7 3 22 6 4 5 22 7 0 7 21 6 2 7 20 4 7 3 19 4 6 5 18 4 6 5 18 3 4 8 13 3 4 8 13 3 2 10 11 3 2 11 8
1-0 3-1 2-2 1-2 2-3 4-1 1-0 1-2
Série C
12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12
9 9 8 6 6 5 5 5 5 4 4 4 2 3 2 0
2 1 2 2 1 3 3 3 2 4 3 3 5 2 2 2
1 2 2 4 5 4 4 4 5 4 5 6 5 7 8 10
29 28 26 20 19 18 18 18 17 16 15 12 11 11 8 2
OP. CAMPELOS TAGILDE ASES STA. EUFÉMIA DESP. S. COSME UD CALENDÁRIO CD LOUSADO GONDIFELOS SÃO CLÁUDIO
1-1 0-3 3-1 2-3 0-1 2-0 0-2 VS
GD SELHO SANTO ADRIÃO U. ALDÃO E CANO LONGOS OP. FAMALICÃO EMILIANOS FC DELÃES PRAZINS E CORVITE
AF BRAGA
1ª DIVISÃO
CALVOS INFIAS MONTESINHOS ABAÇÃO CASTELÕES MAIS POLVOREIRA PINHEIRO SÃO CRISTÓVÃO SOUTO GONDOMAR INFANTAS SÃO FAUSTINO GÉMEOS NESPEREIRA
11 10 9 9 10 9 10 10 10 10 10 10 10
8 7 6 5 5 5 4 3 4 3 3 1 1
2 2 1 1 1 1 2 4 1 2 1 0 0
1 1 2 3 4 3 4 3 5 5 6 9 9
26 23 19 16 16 16 14 13 13 11 10 3 3
Jornada 11
nadas alternando o primeiro e o segundo lugar com o Pevidém, no qual se encontra em primeiro lugar com mérito”, acrescenta. •
S. PAIO D’ARCOS PEVIDÉM VILAVERDENSE PRADO CABREIROS BRITO RIBEIRÃO FORJÃES DUMIENSE/CJP II
Jornada 12
VIATODOS AMIGOS URGESES BAIRRO FC RONFE PICA RUIVANENSE LOURO PONTE
SUPER LIGA
SOUTO GONDOMAR GÉMEOS CASTELÕES SÃO FAUSTINO CALVOS PINHEIRO
1-3 0-2 0-0 1-3 0-0 1-2 0-0 1-1 1-1
CD LOUSADO OP. CAMPELOS UD CALENDÁRIO GONDIFELOS GD SELHO DESP. S. COSME EMILIANOS FC PRAZINS E CORVITE SANTO ADRIÃO ASES STA. EUFÉMIA TAGILDE DELÃES U. ALDÃO CANO OP. FAMILICÃO LONGOS SÃO CLÁUDIO
Jornada 15 SANDINENSES SÃO PAIO POLVOREIRA ANTIME NINENSE CELORICENSE FRADELOS AIRÃO
POPULAR
te prestação da equipa”. “Neste momento, a única certeza que temos é que desde o início do campeonato estivemos 20 jor-
ARÕES SANTA MARIA SERZEDELO PORTO D’AVE TORCATENSE JOANE CAÇ. TAIPAS VIEIRA SANTA EULÁLIA
AF BRAGA
Série B
PONTE NINENSE OS SANDINENSES PICA RONFE BAIRRO FC ANTINE AIRÃO AMIGOS URGESES VIATODOS POLVOREIRA CD CELORICENSE FRADELOS SÃO PAIO RUIVANENSE LOURO
42 40 35 33 31 27 26 26 24 23 22 21 20 20 19 17 15 8
2 3 5 4 5 5 6 6 8 8 10 7 8 8 8 11 11 14
Jornada 19
VIZELA BERÇO SC VITÓRIA B CHAVES SATÉLITE FAFE BRAGA B U. MADEIRA BRAGANÇA OLIVEIRENSE
AF BRAGA
Os capitães de sete equipas que militam o Campeonato de Portugal enviaram uma carta à Federação Portuguesa de Futebol (FPF) onde pedem que seja disputado um play-off com 16 equipas para determinar quem sobe à II Liga. Entre os signatários da carta está o capitão da equipa B do Vitória, Jorge Sampaio. Esta missiva surge no seguimento da decisão da FPF de dar por terminadas todas as competições não-profissionais em Portugal, devido à pandemia de covid-19. Está em cima da mesa
19 13 3 18 13 1 19 11 2 18 10 3 19 9 4 19 7 6 19 7 5 18 7 5 19 7 3 19 7 2 19 7 1 19 5 6 19 5 5 19 5 5 18 5 4 19 5 2 19 4 3 19 2 2
BRITO PEVIDÉM CAÇ. TAIPAS VILAVERDENSE FORJÃES RIBEIRÃO JOANE PRADO ARÕES TORCATENSE S. PAIO D’ARCOS SANTA EULÁLIA VIEIRA DUMIENSE/CJP II SANTA MARIA PORTO D’AVE CABREIROS SERZEDELO
Jornada 16 MERELINENSE PEDRAS SALGADAS MIRANDELA S. MARTINHO MARÍTIMO B MARIA DA FONTE MONTALEGRE CERVEIRA CÂMARA DE LOBOS
P.21
1-2 0-5 0-0 2-1 1-0 1-2
MAIS POLVOREIRA INFIAS ABAÇÃO INFANTAS MONTESINHOS SÃO CRISTÓVÃO
Série D
12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 11 12 12 11 12 12
ACR GUILHOFREI AC GONÇA GCD REGADAS TABUADELO PEVIDÉM B S. MASCOTELOS FC GANDARELA GDCR FAREJA GRC ROSSAS FERMILENSE ARCO BAÚLHE GD SILVARES GD CAVEZ PINHEIRO GDC MOSTEIRO MOTA FC
9 9 9 8 8 8 7 5 5 4 4 4 2 2 1 0
2 1 29 2 1 29 1 2 28 1 3 25 1 3 25 1 3 25 1 4 22 2 5 17 1 6 16 2 6 14 2 5 14 0 8 12 2 8 8 1 8 7 1 10 4 0 12 0
Jornada 12 PINHEIRO S. MASCOTELOS GDCR FAREJA GRC ROSSAS FC GANDARELA PEVIDÉM B AC GONÇA ACR GUILHOFREI
6-0 1-0 2-1 4-1 2-3 1-0 ADI 1-1
GD SILVARES GCD REGADAS GDC MOSTEIRO FERMILENSE MOTA FC GD CAVEZ TABUADELO ARCO BAÚLHE
P.22
ARTES E ESPETÁCULOS
N237 QUARTA-FEIRA 15 ABRIL 2020
33.ª edição dos Festivais Gil Vicente cancelada © Direitos Reservados
"O artista é um reflexo da vivência num determinado período" O novo álbum de Pedro Emanuel Pereira chama-se "Sons da Minha Terra" e é uma "novidade" na carreira do pianista vimaranense, que apostou nas suas próprias criações. © Direitos Reservados
algo de que sinto nostalgia. Caminhando na cidade, escutamos sempre os sinos da igreja. O que acontece na Basílica de São Pedro é que temos uma melodia pagã, que não é cristã, e soa nos sinos de uma igreja. Não se vê em muitos lugares e, nesse aspeto, torna-o especial. MG: Este álbum chega em plena pandemia. Como se gere o lançamento de um disco nesta altura?
Mais Guimarães (MG): O seu novo álbum chama-se “Sons da Minha Terra”. O título já deixa adivinhar sobre o que se trata, mas o que podemos esperar deste disco? Pedro Emanuel Pereira (PEP): Este álbum é uma novidade no meu percurso, na medida em que apresento obras que são cem por cento da minha autoria. Apresento-me não só na condição de intérprete, mas também de compositor e criador. E estas obras são, de certa forma, inspiradas nas minhas raízes. Para além de incluírem melodias de autores portugueses, no caso do José Afonso ou com o Hino a Guimarães, também o ciclo do álbum, que é inspirado na música tradicional portuguesa, torna este disco muito peculiar. Porque fui beber muito das nossas raízes, da minha infância, do lugar onde nasci. MG: Qual a reação que tem recebido a estes sons da sua e nossa terra? PEP: Tive um concerto no ano passado, em Marselha, em que, na primeira parte, interpretei obras de compositores russos, alusivos ao meu primeiro disco, e na segunda parte interpretei temas da minha autoria. No bis, fiz um pequeno improviso so-
bre temas do Zeca Afonso, algo ali à volta dos cinco, seis minutos. O que aconteceu é que, no final do concerto, a maioria das pessoas estava-me a pedir discos alusivos à segunda parte do concerto. E isto fez com que eu pensasse: por que não fazer um projeto apenas de obras da minha autoria? E isto deixou-me, de certa forma, com alguma inquietação. Dediquei muita energia ao primeiro disco, que acho que foi muito bem conseguido, com obras extremamente desafiantes, mas este projeto, de certa forma, ganhou um outro calo, uma outra força, a partir do momento em que entendi qual era a reação do lado de lá. E sempre foi muito calorosa. Há sempre muita curiosidade com autores portugueses. E, neste aspeto, entendo que este projeto tem uma margem muito boa de ser aceite não só pelos portugueses, mas também lá fora, em diversos pontos do globo, sem dúvida. MG: Que memórias sonoras tem da cidade de Guimarães? PEP: Posso dizer que, a nível de som, o que mais me dá saudade da minha terra é precisamente o toque dos sinos. Recordo-me de estar a estudar na Francisco de Holanda, e até mesmo no Conservatório, e de hora em hora poder escutar os sinos. E isso é
PEP: Esta é uma situação completamente nova. Como muitos colegas de profissão, a única solução que tive foi reinventar-me. Porque todos os meus concertos até ao final de julho, por razões lógicas, estão cancelados, e esta pandemia surgiu na altura em que tinha mais concertos. Estou a conseguir reprogramar alguns para 2021, mas, no caso de outros, não estou a conseguir reagendar porque as salas de concerto já têm a sua agenda programada para 2021. E a solução óbvia foi focar-me no universo digital. É, sem dúvida, algo extremamente desafiante para mim. Entendo que o contacto com as pessoas no mundo digital seja imprescindível para um artista nos dias de hoje, mas é algo com o qual nunca lidei com todo o meu espírito e entrega. E, neste momento, estou a fazê-lo de uma forma mais devota, mais dedicada, porque é a única forma que tenho de poder comunicar com as pessoas. MG: Estamos perante uma fase difícil para todos, e o mundo artístico acaba por sofrer com estas restrições. Há trabalhadores que, do nada, ficaram sem qualquer fonte de rendimento… PEP: Vai ser muito difícil. A realidade é que os músicos, os técnicos de som, de luz, os editores, os managers, enfrentam o mesmo: tudo está parado. E estamos a falar de um setor em que muita gente trabalha a recibos verdes ou com contratos precários. Nesta situação estão muitos músicos de diversas áreas, mas também bailarinos, atores, pintores, escultores e também quem está por detrás do palco. Quanto a perspetivas, por um lado, tenho uma sensação que me diz que quando tudo isto passar, as pessoas vão ter uma sensação enorme de poder consumir arte, cultura, entretenimento, de estar
juntas, de jantar fora, de ir aos cinemas, aos cafés, aos estádios. E isso vai ser muito positivo porque vamos ter muita procura. Por outro lado, sinto que vai haver uma certa dificuldade em encontrar um encaixe para toda esta situação. As salas de concertos têm a sua programação já adiantada com muita antecedência e fica muito difícil quando paramos quatro, cinco ou seis meses e queremos colocar essa atividade nos anos seguintes. Vamos ter de ser flexíveis e tolerantes e compreender que vamos passar por algo de novo que nunca vivemos nas nossas vidas. O importante é estarmos recetivos ao que está por vir e pensar que será algo melhor. MG: Mas acha que, no pós-pandemia, assistiremos a mudanças profundas neste setor? PEP: Sinceramente, sinto que isto vai afetar todos os setores. E a maneira como nós vivemos o mundo, de certa forma, vai ter repercussões filosóficas, éticas e na forma como encaramos a vida. Nesse sentido, a arte e a cultura vão ter mudança de paradigma, como tudo. A primeira grande mudança é na maneira como olhamos para nós próprios, o propósito de estarmos aqui, e a maneira como encaramos o outro e toda esta nossa caminhada. E isso levou um abanão neste período, que é de certa forma triste, mas que nos permite pensar e meditar sobre o nosso propósito. MG: E isso influencia a criação artística… PEP: Sem dúvida. Os artistas nada mais são que o reflexo de uma sociedade e de um período da história. Se quero perceber como é que as pessoas viviam no século XVII, posso escutar a música de Bach e visualizar obras de arte desse período, assim como ler obras literárias. O artista é um reflexo da vivência num determinado período. Reconheço que, não só esta situação, mas como outras, vão ter repercussões na minha arte, mas também nos pintores, nos poetas, nos dramaturgos. Obviamente que vai ter impacto naquilo que é a criação artística. E daqui a 100 ou 200 anos, quiçá um ou dois artistas que ficarão na história serão recordados por aquilo que estamos a atravessar. • NRG
A edição deste ano dos Festivais Gil Vicente, que se iria realizar entre 4 e 14 de junho, será cancelada. O anúncio foi feito pel’A Oficina e decorre da situação de pandemia declarada pela Organização Mundial de Saúde e no seguimento das medidas adotadas pelo Governo de Portugal, no sentido de combater os efeitos do Covid-19. Organizados pel’A Oficina, em colaboração com a Câmara Municipal de Guimarães e o Círculo de Arte e Recreio, os Festivais Gil Vicente cumpririam, em 2020, a sua 33ª edição. A edição da Mostra de Amadores de Teatro, que este ano iria ocorrer integrada nos Festivais Gil Vicente, será, neste contexto, também cancelada. Em comunicado, A Oficina escreve que, perante a situação “de exceção” e a “incerteza da evolução epidemiológica”, entendeu que a segurança do público seria “a principal prioridade”. “Além das questões de segurança, as recentes medidas de combate ao Covid-19 levantaram igualmente outros constrangimentos, como o encerramento de equipamentos onde os artistas e as companhias estariam em ensaios e em processo de criação de novas peças a estrear no evento”, justifica. Adicionalmente, A Oficina garante que, oportunamente, em articulação com artistas e companhias, os espetáculos que estavam previstos serão reagendados para datas futuras. Os Festivais Gil Vicente e a Mostra de Amadores de Teatro regressarão em 2021 “para mais uma celebração do teatro em Guimarães, com espetáculos, formações e encontros, numa verdadeira festa para todos, sejam profissionais, amadores ou estudantes”, finaliza. •
PASSATEMPOS E INFORMAÇÕES ÚTEIS
O JORNAL N237 QUARTA-FEIRA 15 ABRIL 2020
P.23
© Direitos Reservados
Farmácias de serviço Quarta-feira 15 de abril
Farmácia da Praça
Rua Paio Galvão - Tlf: 253 523 167 Quinta-feira 16 de abril
Farmácia Nobel
Rua de Santo António - Tlf: 253 516 599 Sexta-feira 17 de abril
Farmácia Barbosa
Largo do Toural - Tlf: 253 516 184
*Farmácia Faria
R. do Calvário, 201, Serzedelo - Tlf: 253 532 34 Sábado 18 de abril
Farmácia Avenida
Avenida D. João IV - Tlf: 253 521 122 Domingo 19 de abril
Farmácia Paula Martins Rua Teixeira Pascoais - Tlf: 253 415 833 Segunda-feira 20 de abril
Farmácia Lobo
Avenida Londres - Tlf: 253 412 124
Portugal à mesa com
Terça-feira 21 de abril
Farmácia Vitória (Creixomil)
Mário Moreira
Guimarães Shopping- Tlf: 253 517 180 *Em regime de disponibilidade
“À Mesa de quarentena” “Ai Minho verde, ai minha água, ai alto Minho, Minho da minha mágoa no caminho Ai Minho sede, que és meu pão e és meu vinho, Ai flor de Portugal com pés de linho. Minho bordado com linha pura O ponto aberto de ansiedade. Minho lavado pela amargura que já deixou de ter saudade Ai minho festa do rosmaninho e da giesta Aí onde Portugal teve o seu ninho. Vira a tristeza em riso aberto Vira a saudade em poesia E vira o nome dessa linda romaria Quando o regresso estiver certo Minha senhora da Agonia hás-de virar Nossa Senhora da Alegria. Minho dobrado, como um salgueiro.
Minho magoado, ai minha voz de Bernardim Primeiro, ai Minho Lima, que és vindima, dum povo inteira, ai Minho dos meus olhos, meu ribeiro. Minho emigrado, Minho distante, mas sempre pai de cada filho arroz molhado nunca bastante, caldinho verde broa e milho Minho grilhão, Minho arrecada bendito pão de quem pode voltar à terra amada. Vira a tristeza em riso aberto, vira a saudade em poesia e vira o nome dessa linda romaria quando o regresso estiver certo minha Senhora da Agonia hás-de virar Nossas Senhora da Agonia”
COLHEITA PERMANENTE
Todas as Terças-feiras das 14h30 às 19h00 Primeiro e terceiro Sábado de cada mês das 09h00 às 12h30 Local Casa do dador (Azurém)
José Carlos Ary dos Santos – “As palavras das Cantigas”
“Caldo Verde” Numa panela ao lume com 1,5 de água a ferver, adicionar, descascados e bem lavados; 2 cebolas, 3 dentes de alho, 5 batatas médias. Aproveitar a fervura para juntar uma chouciça de carne de boa qualidade. Depois de bem cozido, retirar o enchido e passar a puré. Temperar de sal e verificar a consistência ao gosto. Tenha uma mão cheia de couve portuguesa, lavada e cortada finamente a preceito, junte ao puré. Deixar ferver, uns 5 minutos. Retificar temperos,
Dê sangue!
O que acontece na sua rua, no seu bairro, na sua freguesia...
© Direitos Reservados
É NOTÍCIA!
adicionar um fio de azeite. Servir o caldo verda numa tigela, adicione 2 rodelas do enchido e com nacos generosos de broa.
Bom apetite, Votos de saúde! Envie as suas sujestões para: leitor@maisguimaraes.pt
CONTAMOS CONSIGO PARA
INFORMAR
Telefones Úteis Polícia Municipal 253 421 222 P.S.P. 253 540 660 G.N.R. 253 422 575 Hospital 253 540 330
BV Guimarães 253 515 444 BV Taipas 253 576 114 SOS 112 CM Guimarães 253 421 200
LIGUE 253 537 250 GERAL@MAISGUIMARAES.PT
FACEBOOK.COM/MAISGUIMARAES
ASSINATURAS 253 537 250
Assine o jornal e receba-o todas as semanas Na primeira edição de cada mês recebe também a revista Mais Guimarães
MAIS SAL SALGADO ALMEIDA
maisguimaraes.pt
Última
Domingos Bragança quer reversão da medida que impede partilha de dados por parte das autarquias “É um disparate que ninguém entende”. É desta forma que Domingos Bragança vê a orientação das autoridades de saúde que impede os delegados de Saúde de disponibilizarem informação diária sobre a evolução da pandemia covid-19 em cada um dos concelhos aos respetivos autarcas. O presidente da Câmara Municipal de Guimarães reiterou que espera uma reversão da medida “o mais rápido possível”. “O presidente da Câmara Municipal é o representante dos cidadãos e munícipes. Tem de ser a pessoa mais informada para
decidir bem”, afirmou Domingos Bragança na última sessão do primeiro dia do Fórum Internacional das Comunidades Inteligentes e Sustentáveis, uma plataforma de partilha dos principais avanços para o desenvolvimento inteligente, sustentável e inclusivo dos municípios. Por videoconferência, numa sessão que juntou três dos quatro autarcas do Quadrilátero – apenas o presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, não marcou presença -, Domingos Bragança frisou que a orientação dada pelo Ministério da Saúde
“foi um autêntico disparate, que é preciso reverter”. “Os presidentes querem e devem saber o que e necessário. Temos que dar respostas às pessoas e assim não o estamos a fazer”, realçou. A polémica começou no último fim-de-semana, altura em que alguns autarcas acusaram o Governo de estar a tentar impor uma “lei da rolha” no que toca à divulgação do número de infetados por concelho. A ministra da Saúde negou, posteriormente, que as autoridades locais estivessem proibidas de divulgar a estatística local compilada. •
Teleférico Tablets para alunos do 1.º ciclo
Mortes causadas por covid-19
Para muitas famílias, um dos principais problemas neste paradigma de ensino à distância é o acesso à internet. Na reunião municipal da passada quinta-feira, ficou-se a saber que o município adquiriu mais 500 tablets. Juntam-se aos 500 que já estavam disponíveis.
Até ao fecho desta edição eram 17.448 o número de casos confirmados com Covid-19. Havia ainda 2474 pessoas a aguardar resultados laboratoriais. O novo coronavírus já provocou 567 mortes em território nacional.