#238 22 abril de 2020

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Município garante testes a 3.500 idosos

VEREAÇÃO APROVA PROTOCOLO. OPOSIÇÃO PEDE URGÊNCIA NA REALIZAÇÃO DOS TESTES P.08

COVID-19

CELEBRAR A REVOLUÇÃO, EM CASA

P.04 e 05

O país assinala o Dia da Liberdade de forma diferente. No concelho vimaranense, eventos foram cancelados, mas há alternativas online. CORONAVIRUS

Hospital lança apelo aos cidadãos: “Não é altura para descuidos” P.12 www.guimaclinic.pt

EM GUIMARÃES

Setor das diversões pode estar parado 18 meses P.06 COVID-19

Onde a sua Saúde sorri. A NOVA CLÍNICA EM GUIMARÃES FISIATRIA FISIOTERAPIA GINECOLOGIA MEDICINA DENTÁRIA

MEDICINA GERAL E FAMILIAR MEDICINA ESTÉTICA NUTRIÇÃO OTORRINOLARINGOLOGIA

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Cruz Vermelha de Guimarães garante 100 testes diários em lares do distrito P.12 EDUCAÇÃO

Universidades e politécnicos podem reabrir em maio P.07

Já somos 48.729 junte-se a nós em facebook.com/maisguimaraes

CÂMARA VAI DISTRIBUIR 200 MIL MÁSCARAS REUTILIZÁVEIS

P.09

ENTREVISTA:

JORGE GOMES DA SILVA “Vamos ter muitos meses de condicionamentos” P.10

VITÓRIA: DEPOIS DE PARAGEM DE OITO MESES, JOSEPH ESTÁ APTO PARA O REGRESSO P.18

N238 QUARTA-FEIRA 22 ABRIL 2020

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MAIS GUIMARÃES - O JORNAL · SEMANÁRIO · DIRETOR: ELISEU SAMPAIO


N238 QUARTA-FEIRA 22 ABRIL 2020

Artigo de opinião

Luís Sepúlveda, Un De Los Nuestros Já há máscaras Vivemos atualmente num enorme dilema civilizacional. Completo na véspera da saída desta edição do jornal, quando escrevo este texto, 40 dias de isolamento social. Decidi, ainda antes do anúncio do primeiro momento de “Estado de Emergência” que, tanto os meus filhos não frequentariam mais a escola como os colaboradores do Mais Guimarães entrariam em teletrabalho, desenvolvendo-o resguardados a partir das suas casas. O momento assim o exigia. Cumpri a quarentena, literalmente, só saindo de casa para suprimir necessidades básicas e para ações de auxílio urgentes. Sinto que dei, por isso, como milhões de portugueses, o meu contributo para que a realidade do surto do coronavírus fosse diferente cá da dos países em que o COVID-19 se revelou um problema monstruoso. E agora? Como escrevi há umas semanas, sinto que a falta de máscaras de proteção em Portugal, conjugado com o medo que resultou dos relatos de caos em países próximos, nos possa ter levado a um confinamento excessivo. Há setores da nossa economia que deviam, com precauções redobradas, já te-

rem retomado a atividade. Ao escrever isto não valorizo a economia em detrimento da saúde, da vida dos nossos cidadãos, sobretudo os mais velhos por quem tenho um enorme carinho e que são, claramente, os mais afetados por esta pandemia. Digo-vos isto porque avizinho meses, eventualmente anos, muito difíceis. E os problemas deste bloqueio da nossa economia vão manifestar-se imediatamente num muito maior número de desempregados, em famílias dependentes de solidariedade, num menor investimento público em várias áreas, incluindo na saúde. Esta paragem abrupta terá reflexos muito significativos em todos os aspetos da nossa vida coletiva. É agora, digo eu, urgente concentrarmos todos os esforços na proteção dos nossos mais velhos e definir estratégias para que, gradualmente, possamos colocar Guimarães de novo de pé, regressando às nossas atividades, e alcançando o mais cedo possível as condições para podermos vir a ajudar aqueles que vão precisar, e serão muitos, novos e seniores. Cada dia que passar será mais um dia a agigantar o problema que aí vem.

Estatuto editorial de “Mais Guimarães - O Jornal” “Mais Guimarães – O Jornal” é um jornal regional generalista, independente e pluralista, que priviligia as questões ligadas à área em que está inserido, o concelho de Guimarães. “Mais Guimarães – O Jornal” é um órgão de comunicação semanal e ter uma tiragem de 4.000 exemplares, impressos a cores, por edição. “Mais Guimarães – O Jornal” pode ser adquirido pelos leitores nos diversos quiosques do concelho de Guimarães. “Mais Guimarães – O Jornal” pretende ser um jornal atraente, moderno e de fácil leitura, atualizado com os problemas e acontecimentos regionais, divulgando as atividades das instituições, coletividades e associações locais, bem como o património e tecido empresarial da região. “Mais Guimarães – O Jornal” é uma publicação independente, demarcada de qualquer partido ou ideologia política, distanciando-se de qualquer forma de censura ou pressão, tendo como objetivo único o de prestar serviço público, servido a democracia e os leitores. Eliseu Sampaio / Agosto de 2015 Mais Guimarães - O Jornal - Semanário · Tiragem 4.000 Exemplares Proprietário Eliseu Sampaio - Publicidade, Lda. NIPC 509 699 138 Sede Rua de S. Pedro, No. 127 - Serzedelo 4765-525 Guimarães Telefone 917 953 912 Sede da Redação Av. São Gonçalo 319, 1.º piso, salas C e D, 4810-525 – Guimarães Email geral@maisguimaraes.pt Diretor e Editor Eliseu de Jesus Neto Sampaio Registado na Entidade Reguladora Para a Comunicação Social, sob o no. 126 735 Depóstio Legal No 399321/15 Design Gráfico e Paginação João Bastos / Luís Freitas Impressão e Acabamento Naveprinter - Indústria Gráfica do Norte S.A. / EN 14 (km 7.05) Lugar da Pinta - Apartado 1221 - 4471-909 Maia T 229 411 085 Redação Pedro Castro Esteves | Mafalda Oliveira | Nuno Rafael Gomes Departamento Comercial Eliseu Sampaio Colunistas Permanentes Ana Amélia Guimarães | Ângela Oliveira | António Rocha e Costa Carlos Guimarães | César Machado | Esser Jorge Silva | José João Torrinha | José Rocha e Costa | Manuela Sofia Ferreira | Marcela Maia | Maria do Céu Martins | Paulo Novais | Rui Armindo Freitas | Tiago Laranjeiro | Torcato Ribeiro | Wladimir Brito Fotografia Joaquim Lopes | Marco Jacobeu | João Bastos Os espaços de opinião são da exclusiva responsabilidade dos seus autores, incluindo no que concerne à utilização ou não do acordo ortográfico.

Gosto muito de Portugal. Não deve ser nada original, todos os que vos visitam devem dizer isto. Mas no meu caso é verdade, gosto mesmo. Este país faz-me lembrar muito a América Latina, de onde venho; toda a gente pratica o desporto nacional preferido que é dizer mal do governo, sempre dizendo mal do governo, aqui também é assim, com inteira naturalidade, gosto disso. As pessoas saúdam, não te sentes a mais. E são como nós, latino americanos, com falhas, coisas de humanos. Se combinas um encontro com um alemão às sete da manhã, ele está lá, quer possa, quer não possa. Em Portugal não. -Desculpa, o trânsito, sabes?, -a minha mulher atrasou-se…, coisas do costume, sem problema. A vida corre normalmente por aqui, sem pressa demasiada, sinto-me em casa. Gosto disto. Nesta vossa terra vemos obras, pessoas trabalhando. Um mecânico a reparar um automóvel avariado no meio da via, um pedreiro a dar um arranjo num passeio ou a calcetar uma rua. Na Suíça, por exemplo, nunca se viu um operário de capacete na cabeça a abrir uma auto estrada; a Suíça já nasceu com as auto estradas todas feitas. Prefiro as ruas, as vias, as estradas, coisas com imperfeições, como a vida, que não é perfeita. Há um certo tipo de perfeição que não me atrai, não é “humana”. Se entras pela primeira vez num charmoso restaurante de Lisboa, sucederá provavelmente que, ao colocares o braço sobre a mesa ela vai mancar para um dos lados, vai descair; e, atencioso, virá ter contigo um respeitável empregado, um simpático ancião, vestindo a farda da casa de há várias gerações, que te recebe com a simpatia que oferece ao clientes habituais. Do bolso do seu velho casaco, fará sair um pequeno pedaço de cartão que dobrará em dois, ou em quatro, e baixar-se-á para o colocar debaixo daquela perna curta, experimenta, corrige, no difícil exercício de ganhar o equilíbrio de que precisa uma boa refeição. E consegue, claro. Na Alemanha, onde já ia esta mesa. Já tinha sido jogada fora há anos, não terias aquele acolhedor senhor funcionário que te recebe com o sorriso dos avós, e muito menos o fardamento poido pelo longo tempo que por ele passou tão devagar. Tudo é muito mais rápido e reciclável lá para o norte da

Europa. Não me agrada que se reciclem assim as pessoas, as coisas, aquilo de que é feita a vida. Não me faltam razões para amar muito este país e para me sentir bem em Portugal, onde vejo tanto do que gosto de ver. Por isso vos digo que, no meu caso, é mesmo verdade eu gosto muito de Portugal. Estávamos a 6 de Maio de 1997, Biblioteca Raúl Brandão, e Luís Sepúlveda vinha a Guimarães apresentar a magnífica História de Uma Gaivota e do Gato Que a Ensinou a Voar. Não garanto que fossem exactamente aquelas palavras que o enorme escritor chileno usou para abrir a sua magistral comunicação. Cito de memória, Mas atrevo-me a dizer que não andarão muito longe. A serenidade com que Sepúlveda, a partir da sua experiência, falou das coisas mais importantes das nossas vidas, deixou toda a sala comovida. E soube a pouco. A conversa continuou cá fora, com um grupo ainda maravilhado pela desarmante simplicidade daquele homem, que dizia coisas tão profundas com palavras tão simples, que tinha o poder de contar uma história olhando-nos nos olhos, genuíno, sem a preocupação de estar a vender algo, apenas com aquela liberdade que permite os mais altos voos e se resume na fórmula – isto é o que eu penso. Ninguém me manda dizer isto. Quando quero uma sociedade mais justa, mais livre, mais solidária, mais verdadeira, mais amiga, mais humana, é assim que a quero. As quimeras dos modelos puros já eram. E Sepúlveda tinha já idade e humildade para saber que não sabia tudo. Já sabíamos que os teorizadores não sabiam tudo, apesar de, muitos deles, não terem atingido nunca a idade e a humildade para o saber. O sábio Sepúlveda ouvia interessado. E porque se mantinha boa a conversa, um grupo de uma boa dúzia foi dali para o Restaurante Val Donas, do Alfredo Coutinho, à época, onde, aliás, o escritor deixaria um texto fabuloso no Livro de Honra da casa, a imortalizar o singular momento. Gente interessada, do chamado “povo de esquerda”, o editor, Sepúlveda e a sua companheira. Conversa amena, amiga, irrepetível. A certa altura, Luís Sepúlveda vai com o braço sobre o ombro do amigo Tino Flores até ao fundo do restaurante, em passo lento e conversa a dois,

e regressam, ouvindo o chileno o que Tino estaria dizendo. Chegados junto do grupo mais numeroso, Sepúlveda dirigiu-se à companheira e disse-lhe “Te quiero presentar Tino. Es un de los nuestros”. A noite continuou até onde permitiu a fadiga do viajante, e na minha cabeça ficaram aquelas palavras “Es un de los nuestros”. Imaginei que Tino Flores tivesse partilhado um resumo da sua história, os sonhos, as lutas políticas, o exílio, parecia fazer sentido. E por ali ficou. Uns três ou quatro anos mais tarde, Luís Sepúlveda dá uma excelente entrevista à Visão. Perguntam-lhe- é sabido que é um homem do mundo, viajou por todo o lado, variadíssimos países. No entanto, vive há vários anos nas Astúrias. Alguma razão especial?Luís Sepúlveda tem esta resposta:- Não, nada de especial. Um dia, caminhava só, por uma montanha, e entrei numa taberna para me abrigar do frio. A uma mesa estava um pequeno grupo de homens. Conversa animada, bebendo um vinho, comendo umas coisas ligeiras. “Senta-te aqui”, ordenaram. E eu sentei-me. Quando dei por mim, estava conversando com eles, partilhando o seu o vinho, o seu pão, os seus enchidos. Parei para perguntar – Desculpem, eu acabei de chegar, vocês não me conhecem, sentam-me à vossa mesa, dão-me do vosso vinho, do vosso pão, estamos conversndo como se nos conhecêssemos desde sempre, é assim que as coisas são com quem chega? Responderam-lhe:- Aqui solo tienes duas hipótesis –“o es un hijo de puta, o es un de los nuestros”. “Ainda hoje lá vivo”, rematou Luís Sepúlveda. •

César Machado Advogado



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25 DE ABRIL

Em cada casa um amigo: este ano, lembramos a Liberdade de forma diferente O país prepara-se para uma celebração atípica do Dia da Liberdade, mas a efeméride “não vai passar em claro” em Guimarães. Afinal, os valores de Abril – “solidariedade, tolerância, democracia e cidadania responsável” – transcendem qualquer pandemia. • MO, NRG e PCE altura, fazer aquele “cordão” foi “uma surpresa” para o vimaranense. “Muita gente que morava ali à beira nem sabia que era ali a PIDE”, recorda. Os dias seguintes foram de festa, garante. “As pessoas começaram a ir para as ruas e a colocar cravos vermelhos nas espingardas. Íamos tomar café e era pago. Íamos comer alguma coisa e era pago. Até dia 1 de maio foi uma festa, as ruas cheias de povo. Depois voltou tudo à normalidade”, conta. Posteriormente, José Fernando Silva, na altura com 23 anos, foi destacado para fazer serviço na Assembleia da República. “Antigamente, no tempo do fascismo, quem fazia era Guarda Nacional Republicana e depois andamos a fazer nós, dia sim, dia não. Fiquei contente”, admite. Agora a residir na freguesia de Brito, José Fernando Silva olha para trás e admite que atualmente “há mais liberdade. Foi uma coisa boa. Que não haja dúvidas que melhorou muito. Quem passou por aquilo não quer que passar novamente. Vivemos uma ditadura muitos anos e naquele tempo as pessoas eram oprimidas. Não podíamos dizer nada”, lembra. Atualmente em isolamento, o vimaranense assume que é importante “obedecer às recomendações” do Governo e da Direção Geral de Saúde, mas, acima de tudo, é importante celebrar abril. “Não podemos celebrar em conjunto, porque não pode haver multidões, mas temos de comemora a nossa maneira”, aponta.

Celebrar o 25 de Abril sem sair à rua Este ano, o dia da liberdade celebra-se sem que se possa sair

à rua, ao contrário do que aconteceu em todos os outros anos de democracia. Nesse sentido, a data não passará em branco em Guimarães. Sem poder comemorar o 25 de Abril com atividades presenciais, a Associação de Socorros Mútuos Artística Vimaranense (ASMAV) desenvolveu iniciativas digitais para celebrar a Revolução dos Cravos. A primeira é coorganizada com o Mais Guimarães. No dia 24 de abril, pelas 18h00, há debate em direto na página do Facebook da ASMAV e do Mais Guimarães e o tema não poderia ser mais atual: “Está a pandemia a ameaçar a democracia?” é a questão a discutir por André Freire, José Adelino Maltez e Francisco Teixeira, numa conversa moderada por Rui Dias. Depois, às 22h00, estreia um filme de 07 minutos “alusivo ao trabalho social e cívico da ASMAV, comemorativo e homenageando o 25 de abril de 1974”, lê-se em comunicado da associação. “Estando embora o país em estado de emergência, por razões sanitárias, não só a democracia não está suspensa como se exige, ainda mais, o exercício crítico e atento dos direitos fundamentais”, frisa ainda o comunicado assinado pela presidente da direção da ASMAV, Eva Machado. Por sua vez, a Câmara Municipal de Guimarães elaborou “um programa cultural que será totalmente transmitido online”, a partir da página do Facebook do município, sendo aberto à participação da população. É o #LiberdadeEmCasa. A autarquia quer que a população assinale o 25 de Abril “publicando uma mensagem onde diga o que é a Liberdade”. “Pode ser uma frase, um poema, uma música, um desenho, em vídeo, imagem ou texto”, mas tem

de ser feito “de forma pública e utilizando o hashtag #LiberdadeEmCasa”, explica comunicado. É ainda “fundamental ter a mensagem com um cravo na mão, um cravo do jardim, um cravo desenhado ou construído”. A mensagem pode ainda ser enviada para o e-mail cultura@cm-guimaraes. pt. Às 00h20 do dia 25, será transmitida, via Facebook, a música “Grândola Vila Morena” de José Afonso, pela Banda Musical de Pevidém e Coros de Guimarães, sob direção artística de Vasco

Faria. Às 17h00 do mesmo dia realiza-se o concerto em livestreaming “Outros Palcos, Mais Liberdade”, integrado na comemoração da Revolução dos Cravos. O espetáculo será gravado em local aberto, “com todas as medidas de higiene e segurança recomendadas” pela Direção-Geral da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde. O concerto já tinha sido programado “há vários meses” em parceria com a associação cultural vimaranense Astronauta e foi adaptado às circunstâncias atuais. • ©Direitos Reservados

Há 46 anos, José Fernando Silva teve uma vista privilegiada sobre a Revolução de Abril. Era fuzileiro e estava prestes a terminar o curso de telefuso, na Base Naval de Alfeite. Apenas o Tejo o afastava da revolução que pôs fim ao regime ditatorial do Estado Novo, vigente desde 1933. Ainda assim, o momento em que o vimaranense percebeu que algo de diferente se passava foi semelhante ao de muitos outros: através da rádio. “Na Base Naval do Alfeite, de madrugada, um colega meu que tinha a rádio sempre debaixo da travesseira disse que havia problemas em Lisboa. Só se ouvia música estranha”, brinca. Sem saber exatamente o que se passava, logo ao pequeno-almoço souberam que tinham de ficar de “prevenção”. “Cada um foi buscar uma arma ao armeiro e víamos passar os aviões. Naquele dia não saímos dali”, recorda. A 26 de abril, a turma de José foi recrutada para ir para a Rua António Maria Cardoso, onde se localizava a sede da Polícia Internacional e de Defesa do Estado (PIDE). Ainda antes, a 25 de abril, houve duas tentativas de ocupação da sede da PIDE, na Rua António Maria Cardoso, feitas pelas tropas do Movimento das Forças Armadas, mas só às 09h46 do dia seguinte se verificou a rendição, sendo o edifício então ocupado por forças do Exército e da Marinha. “Durante o dia 26 vinham entregar-se os cozinheiros, despenseiros… Era malta que não tinha nada a ver com os que andavam pelas casas e a prender pessoas. Fechámos um cordão. Estávamos 15. De vez em quando, aparecia lá uma pessoa e vinha entregar-se porque trabalhavam lá”, explica. Na


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“Enquanto há esperança, há sempre vontade de festejar Abril” tolerância, democracia, e de cidadania responsável”. O muro começou a ser pintado em 2019 e é exemplo da articulação com as escolas e com a comunidade. O que começou por ser um projeto adstrito a um agrupamento específico (Agrupamento de Escolas de Briteiros), cresceu e transforma-se, a partir de 2011, num grupo independente. “[O Núcleo] deixou de estar alocado a uma escola e passou a ser um grupo cívico composto por 16 pessoas. Nos tempos livres desenvolvemos atividades nas escolas e também nas comunidades. O que fazemos não é diferente do que fazíamos desde o início – promover o espírito livre. Sempre com uma ligação fortíssima às escolas”, relata Amadeu Faria.

“Não vamos deixar o dia passar em claro” E é a partir das escolas que o

espetáculo. O que é que isto provoca? Uma blackbox – do Centro Cultural Vila Flor – cheia de pais, familiares e professores”. É a partir destas iniciativas que o NE 25 de abril leva a “chama” de Abril a outros públicos, numa espécie de efeito de bola de neve. No entanto, este ano, uma pandemia impediu que a agenda do NE 25 de abril se concretizasse. O país prepara-se para uma celebração atípica e Guimarães não é exceção. A organização anunciou, em março, que os eventos agendados estavam cancelados. Entre eles, o espetáculo “Vozes de Abril”, que iria prestar homenagem a José Mário Branco; um debate que traria, entre outros nomes, a antiga Secretária de Estado da Educação, Ana Benavente, à Escola Secundária de Caldas das Taipas (ESCT) e a expansão do “Muro da Liberdade” – pintado inicialmente por alunos do Agrupamento de Escolas das Taipas, Agrupamento de Escolas de Briteiros e ESCT –que, este

“espírito de Abril” é fomentado e, muitas vezes, catapultado para a restante comunidade. Mas como cativar os mais novos, os que não são “jovens de 1974”, e debelar o impacto de um possível desfasamento entre a juventude e a data assinalada? “Não é muito difícil”, afirma o coordenador. Basta, assegura, mostrar-lhes “o que Abril trouxe” e, com isso, a tarefa “não se torna nada difícil”. “Desde que seja explicado o que é feito e o porquê de ser feito, nunca tive um grupo de alunos a quem lhes fosse lançado um desafio e eles não o fizessem”. Um dos desafios referidos por Amadeu Faria é o “Livre com um livro”, um espetáculo que engloba um conjunto de leituras encenadas sobre a Liberdade, que conta com a participação de alunos de vários agrupamentos do concelho vimaranense. “Cada biblioteca escolar dos agrupamentos convidados envia dois miúdos. Eles têm ensaios e na data aprazada faz-se o ©Direitos Reservados

Quem percorre com alguma regularidade a N101 já deve ter dado por ele. Um mural às portas da vila de Caldas das Taipas captura facilmente a atenção de condutores e transeuntes: as cores vermelhas dos cravos, mergulhados nos canos das espingardas dos soldados, destoam das fachadas esbranquiçadas e das cores acinzentadas, próprias da proximidade a zonas urbanas. Quem pintou este mural, também o assinou. Uma das siglas na parede diz que um dos autores é o “NE 25 de Abril”. Chama-se “Mural da Liberdade” e é apenas um exemplo do trabalho que o Núcleo de Estudos (NE) 25 de Abril tem vindo a desenvolver ao longo de cerca de dez anos. O objetivo de iniciativas como esta – que tem, obviamente, mais visibilidade – é explicado de forma expedita pelo coordenador, Amadeu Faria: “Promover, junto dos alunos, e depois nas comunidades, o espírito de Abril, pautado pela solidariedade,

ano, estaria ali à disposição da comunidade para pintar Abril. A pandemia de covid-19 pode ter condicionado a celebração, mas Amadeu Faria é contundente: “Não vamos deixar passar o dia em claro”. Entre os planos, está a publicação de textos de “amigos” – Sampaio da Nóvoa, Vasco Lourenço, Ana Benavente e do presidente da Junta de Freguesia de Caldelas, Luís Soares, entre outros – na página de Facebook do Núcleo. O NE 25 de Abril vai também divulgar um site feito pelo grupo de estágio de História da ESCT e por duas turmas acerca do tema “Abril no femino”, “o grande mote para este ano”. No site, vão estar disponíveis 46 biografias de “46 lutadoras pela liberdade em Portugal, de várias épocas”. É pouco, comparativamente aos anos anteriores”, pergunta o coordenador, para resposta pronta: “É, mas enquanto há esperança, há sempre vontade de festejar Abril”. •


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No setor das diversões, o cancelamento de festas e romarias pode “cancelar vidas” A situação é já “dramática” para alguns dos empresários do setor itinerante. Adivinham-se 18 meses sem rendimentos e haverá mais de mil agregados familiares afetados. É “a única forma de sustento” para muitos. alerta, “cancelar festas” pode traduzir-se, em alguns casos, “em cancelar vidas”.

© João Bastos/ Mais GUimarães

Com o anúncio de que, este ano, as Gualterianas não teriam espaço destinado aos divertimentos (para além de também não haver marcha), os empresários deste setor riscaram mais uma festa popular do seu calendário. As festas vimaranenses não foram canceladas, mas juntam-se a uma série de eventos em que não haverá trabalho, devido à pandemia, para estes trabalhadores. E, para muitos, é mesmo “a única forma de sustento”. É o caso da vimaranense Cláudia Lima, que se vê agora “sem rendimentos” após seis meses do chamado período de carência. Entre outubro e março, os empresários deste setor itinerante não têm rendimentos: não há romarias, não há trabalho. “Íamos arrancar em março, o que não aconteceu. Se tudo for cancelado, são mais seis meses de paragem. E depois vem o período de carência, sem festas, que são mais seis meses”, explica a empresária. Ou seja: ao todo, estes trabalhadores terão de parar durante 18 meses. Como se aguenta um ano e meio em suspenso? “Há já famílias com dificuldades. É o sustento dos nossos filhos. É assim que metemos a comida na mesa.” Haverá mais de mil agregados familiares afetados pelo cancelamento destas festas. Porque este é “um setor familiar”. Os avós ensinam aos pais e estes ensinam aos netos. O nome da família fixa-se, não raras vezes, num letreiro iluminado. Seja nos carrinhos de choque, na banca das pipocas, nas farturas. “Já descrevemos a situação como dramática”, diz Francisco Bernardo, presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Diversão (ADEP), também ele herdeiro de um negócio que começou com o avô. O presidente da ADEP fala em revolta: “O pessoal sente-se revoltado com cancelamentos com tanta antecedência. Para quê cancelar com três meses de antecedência?”, questiona. Cláudia Lima é da mesma opinião. Para a vimaranense, o mais certo seria “esperar pelo desenvolvimento da pandemia e não tomar nenhuma atitude precipitada”. Diz compreender as decisões dos organizadores e ressalva que, em Guimarães, a decisão não é assim tão definitiva: “Deram abertura. E que, se houver condições, não iriam esquecer-se de nós.” Porque,

Pagar para trabalhar Francisco Bernardo frisa que este setor “paga para trabalhar”. “Estas organizações, se não fosse o dinheiro que os empresários deste setor pagam para participar nas festas, não teriam capacidade para contratar artistas e espetáculos pirotécnicos. Se não fosse o nosso dinheiro, se calhar não existiam”, aponta. O presidente da ADEP pede “mais respeito” pelos trabalhadores do setor das diversões, que são “muitas vezes esquecidos” e “abandonados”. Nem que seja para ter “uma réstia de esperança”: “Nós queremos é trabalhar”, garante. É que para além de não lucrarem com as festas e terem, quase garantidamente, 18 meses sem rendimentos, os trabalhadores continuarão a pagar um bom número de contas para além da luz ou da água. “Os apoios são insuficientes e o lay-off não resulta”, diz Cláudia Lima. Porque, levantado o estado de emergência, o setor continua parado. E as despesas continuam a existir. “Fiz a inspeção ao meu equipamento em fevereiro para arrancar, mas não arranquei. A 30 de dezembro está caducada, não nos foram suspensas. Temos os selos dos camiões, seguros dos divertimentos, de circulação, de multirriscos e de responsabilidade civil”, indica a vimaranense. E, no caso dos seguros, Francisco Bernardo aponta outro problema: “Se formos a ver, os nossos seguros são liquidados por um ano. Nos períodos de carência, já nem usufruímos da cobertura das apólices porque estamos parados, mas liquidamos. Vamos parar um ano e meio e em agosto ninguém vai ter a capacidade para pagar. Serão canceladas apólices e, depois, não vamos ter dinheiro para voltar a pôr a máquina a funcionar.”

Vida de sacrifício Junte-se ainda o IVA, que continua a ser, para o setor, de 23% — porque não é reconhecido como atividade cultural, mas sim turística. “Toda a vida contribuímos para a dinamização das festas e romarias do país que fazem

parte da cultura do país. Somos parte disso, também. Porque é que não somos considerados atividade cultural? A nível de poder central e local, não somos reconhecidos da maneira que deveríamos ser”, aponta o presidente da ADEP. Francisco lembra ainda que, segundo o Orçamento do Estado para 2020, as entradas nos jardins zoológicos, jardins botânicos e aquários públicos passam a pagar a taxa reduzida (6%), bem como espetáculos de canto, dança, música, teatro, cinema e circo. “Essas foram reduzidas. E nós continuamos na mesma”, lamenta. A ADEP também propôs, ao Governo, a equiparação dos empresários aos trabalhadores independentes, bem como a suspensão das obrigações contributivas à Segurança Social e Finanças e dos empréstimos

bancários”. Os empresários do setor pediram uma reunião de urgência, mas ainda não obtiveram uma resposta conclusiva. Sem garantias e fechada em casa, Cláudia Lima já não vê o seu equipamento há mais de um mês. “O reboque parado num quintal, material abandonado”, diz, acrescentado: “Não sei se está tudo bem, isto é uma preocupação. Tem sido muito complicado.” E a isso soma-se ainda o aluguer de um espaço para albergar os grandes equipamentos. Felizmente, para Cláudia Lima, essa não é mais uma despesa. “Mas diria que 99% pagam aluguer”, conta. A vimaranense apela a que se repensem as decisões tomadas e garante que o setor seria responsável no regresso das festas e romarias: “Nós também pode-

mos trabalhar com medidas de segurança, limitar lotação, desinfetar quando for necessário, seguir as medidas. Se os outros comércios conseguem, nós também conseguimos.” “Isto é mesmo por gosto. É um trabalho de sacrifício. Chegamos a terras onde não temos luz ou água, estamos até tarde a ver se arranjamos as melhores condições para a nossa família. Transportamos equipamentos, família e casa. Onde vai um, vão todos”, conta Francisco Bernardo, que não vê “a tal luz ao fundo do túnel”: “Algumas empresas já terão desaparecido, outras vão desaparecer. Há muitas medidas, muitas conversas, mas não para nós. Não olharam para nós nos últimos anos, em que reivindicamos tanto. Não vai ser agora, com tantos setores em crise, que vão olhar”, lamenta. • NRG


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Alunos de universidades e politécnicos podem voltar às aulas presenciais em maio Informação no MCTES indica que as instituições do Ensino Superior têm até 30 de abril para procederem à aprovação de planos para se levantarem medidas de contenção. UMinho continuará a priorizar ensino à distância, assegura Reitor. © Mais Guimarães

preparando, contudo, o regresso à atividade de investigação nessa data. De acordo com a Rádio Universitária do Minho (RUM), o reitor Rui Vieira de Castro “admite a possibilidade de algumas exceções nas unidades curriculares que exijam trabalho presencial”. Contudo, essas decisões também dependem “da evolução da pandemia e do prolongamento ou não do estado de emergência” para depois de 02 de maio. De acordo com as declarações prestadas pelo Reitor à RUM, ainda não se sabe quais serão as unidades curriculares em que a exceção ao ensino à distância se aplicará. A avaliação final também deverá acontecer à distância, mas Rui Vieira de Castro preferiu remeter a decisão para o início do próximo mês, quando houver “dados mais precisos que permitam perceber em que que circunstâncias, em que condições e para que unidades curriculares é que a UMinho recorrerá à figura seja do ensino, seja da avaliação presencial”, cita

As instituições de Ensino Superior têm até 30 de abril para procederem à aprovação de planos para se levantarem, progressivamente, as medidas de contenção. O regresso às universidades e aos politécnicos pode acontecer a 04 de maio, ficando o mesmo “sujeito à alteração do atual estado de

emergência”, lê-se na recomendação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) publicada esta sexta-feira no site da Direção-Geral do Ensino Superior (DGES). Nesse sentido, a Universidade do Minho (UMinho), continuará a priorizar o ensino à distância,

a rádio universitária. Tal vai ao encontro dos conselhos do MCTES, que apela à articulação do ensino presencial com o ensino à distância. No documento partilhado na Internet, lê-se que as instituições de Ensino Superior terão de disponibilizar equipamentos de proteção individual, como máscaras, providenciando ainda desinfetantes e garantindo a higienização dos espaços, para além de terem de ser cumpridas as regras de distanciamento social. Quanto a isso, o Reitor indicou que “a comissão do programa de contingência interno está a trabalhar na definição das condições em que as pessoas podem regressar ao seu trabalho dentro dos campi”. Relativamente à proteção individual, o Reitor disse à RUM que “é precoce referir como será” o modelo a aplicar. O ministério considera ser prioritária a abertura “das estruturas do sistema nacional de ciência e tecnologia, designadamente unidades de I&D, laboratórios,

infraestruturas físicas, tecnológicas, culturais e de artes performativas, médicas, veterinárias e biológicas, entre outras consideradas prioritárias pelas instituições e que se encontrem encerradas ou parcialmente inativas”. As atividades letivas, como aquelas que decorrem em contexto laboratorial ou de estágio, e ainda as “avaliação presencial de aprendizagens, sempre que o recurso a plataformas tecnológicas não seja considerado adequado”. “Recomenda-se ainda que os planos para levantamento progressivo das medidas de contenção atualmente existentes incluam medidas específicas destinadas aos milhares de estudantes estrangeiros que escolheram as nossas instituições para obterem os seus graus ou programas de mobilidade, mas que entretanto decidiram regressar aos seus países de origem e para os quais já não será possível viajar para Portugal no curto prazo”, lê-se ainda. • NRG

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N238 QUARTA-FEIRA 22 ABRIL 2020

“Nenhuma criança em Guimarães ficará sem acesso à aprendizagem”

A vereadora da Educação, Adelina Paula Pinto, garantiu na passada segunda-feira, em reunião municipal, que nenhuma criança em Guimarães ficará sem acesso à aprendizagem. No período antes da ordem do dia, a vereadora fez um ponto da

situação do estado da educação no concelho e foi questionada pelo vereador do PSD, Bruno Fernandes, relativamente à falta de equipamentos dos estudantes do 2ºe 3º ciclo e Ensino Secundário, que estão sob alçada do Ministério da Educação.

Apesar de a autarquia apenas ter responsabilidade sobre o 1º ciclo e o pré-escolar, Adelina Paula Pinto garante que já foi realizado um levantamento acerca das necessidades dos alunos e das escolas dos restantes ciclos de ensino. “Temos imensas escolas que foram resolvendo os problemas. Amanhã de manhã tenho uma reunião com os diretores das escolas do 2ºe 3º ciclo e Ensino Secundário”, garantiu. A Câmara está atualmente a proceder à entrega de cerca de 500 tablets a estudantes do 1º ciclo e também em processo de aquisição de mais 500. “Independentemente de não termos responsabilidade, estamos a tentar conjuntamente com as escolas encontrar soluções. Algumas [escolas] estão com problemas pequenos, como a ligação a internet, noutras a situação é mais crítica”, admitiu. Bruno Fernandes recordou que a autarquia garantiu já há um mês que estava em marcha a aquisição de equipamento que as escolas identificassem. “Na nossa opinião o processo devia estar

PSD propõe criação de fundo de apoio ao comércio tradicional O PSD propôs à autarquia a criação de um fundo de apoio ao comércio tradicional, de modo a auxiliar aquele que o partido considera ser um dos setores mais afetados pela pandemia mundial. A proposta foi apresentada pelo vereador do PSD, Ricardo Araújo. Admitindo que os detalhes técnicos possam vir a ser alterados pela autarquia, o social-democrata sugeriu que o fundo tivesse um montante aproximado de um milhão de euros, fosse dirigido a microempresas com volume de negócios de cerca de 300 mil euros, com até 10 trabalhadores. Este seria um fundo “para apoio à tesouraria e às dificuldades que estas empresas estão a sentir”, explicou. “Os apoios surgiriam em forma de empréstimos com prazos de reembolsos, de cinco a dez anos, onde o município pudesse suportar o risco as taxas de juro, com montantes até 20 mil euros que fossem financiamentos em condições que permitissem um acesso fácil, rápido e simples”, esclareceu.

Ricardo Araújo admitiu que o Governo tem vindo a criar diversas medidas de apoio a pequenas e médias empresas e esta não seria uma medida concorrencial às do Governo, mas sim “complementar”.

Câmara prepara fundo de apoio à tesouraria Na resposta, o vereador responsável pelo pelouro do Desenvolvimento Económico, Ricardo Costa, revelou que a Câmara estava a negociar a criação de um programa mais abrangente dedicado ao tecido económico empresarial, vocacionado para a inovação e investimento, com a Portugal Ventures. “Estávamos a trabalhar desde janeiro deste ano, não neste sentido, mas num fundo que fosse mais longe a ajudar as empresas na inovação”, admitiu, acrescentando que “o município, per si, não pode financiar de forma direta as empresas, é proibido por lei”, justificou.

Agora, esse fundo será atualizado de forma dar resposta às novas necessidades. “Este fundo pode e deve ser alargado ao Quadrilátero Urbano ou à CIM do Ave. Se percebermos que é importante criar outro fundo, implementaremos”, admitiu. A Câmara está igualmente a preparar o lançamento plataforma e-commerce, no sentido de acelerar o processo de transformação digital. “É uma plataforma que está a ser preparada desde janeiro e está pronta a entrar no mercado. Falta articular com o presidente da Câmara e o presidente do Gabinete de Crise”, adiantou. Ainda assim, pode haver diversas condicionantes, segundo Ricardo Costa. “Queremos abrir e retomar a economia, mas se a Europa não tiver uma estratégia de abertura simultânea, podemos não conseguir”, confessou. Cerca de 400 comerciantes têm os seus negócios no Centro Histórico; no concelho, serão mais de 1400 os pequenos comércios, não incluindo a restauração, estima o PSD. • MO

mais avançado. O problema do 1º ciclo estará encaminhado, pelas palavras da vereadora, mas não estará totalmente resolvido”, lamentou. Bruno Fernandes frisou que, deste modo, “a maioria dos alunos de Guimarães continua a não ter uma resposta na semana em que se iniciaram as aulas”. “Parece-nos que se o município não dotar os estudantes de imediato destes meios, estamos a aumentar a desigualdade dentro do concelho”, criticou. “Num estado de emergência, as respostas não podem selecionar vimaranenses. A resposta não ficar apenas pelo primeiro ciclo”, advertiu. A vereadora frisou que, mais do que a aprendizagem curricular, é necessário estar atento às circunstâncias dentro das famílias. “Há pessoas que não podem dar apoio, ou por estarem em teletrabalho, ou em lay-offs, desemprego, ou não tem competências”, lamentou. Nesse sentido, a câmara irá ainda a criar um programa de apoio tutorial para que os professores de alunos

do 1º ciclo possam acompanhar crianças com menos apoio familiar. “Não temos todos as mesmas famílias. Há pais que estão preocupados com por comida em cima da mesa. É preciso haver bom senso”, apelou. Desde a passada segunda-feira, a autarquia passou a contar com 11 novos gestores para dar apoio à infância, acompanhar crianças das creches e pré-escolar sem retaguarda. A Câmara está ainda a realizar uma candidatura no âmbito do programa ProChild para realizar um rastreamento das crianças a nível de saúde mental. “O mais importante é manter as crianças ocupadas e motivadas. Achamos importante que estejamos ligados, que os acompanhemos, consigam falar com os tutores”, frisou. Está ainda a ser preparado um projeto de recuperação de computadores, com apoio de voluntários da área das tecnologias. “Todos nós temos portáteis antigos que possamos ceder e, a partir de vários, pode conseguir-se fazer um”, frisou Adelina Paula Pinto. • MO

© Mais Guimarães

© Mais Guimarães

A garantia foi deixada pela vereadora da educação, Adelina Paula Pinto, depois de Bruno Fernandes, vereador do PSD, questionar a autarquia relativamente à falta de materiais tecnológico dos alunos do 2º e 3º ciclo e Ensino Secundário. Adelina Paula Pinto deu ainda conta de alguns projetos que estão a ser levados a cabo no âmbito educativo.


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O JORNAL N238 QUARTA-FEIRA 22 ABRIL 2020

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Testagem de idosos avança com oposição a pedir urgência na execução O Covid-19 voltou a dominar a discussão da reunião de Câmara, com o executivo a aprovar um protocolo que permitirá a testagem da população sénior residente em lares e instituições. A autarquia fez ainda um ponto da situação de infeções em lares do concelho.

Foi aprovada por unanimidade, esta segunda-feira, em reunião municipal, a celebração de um protocolo de colaboração entre o município, a Associação Centro de Medicina P5 e o Hospital da Senhora da Oliveira (HSOG) “para a testagem da população sénior residente em lares e instituições” do concelho. Para já, ainda não há data para a execução dos referidos testes, que abrangerão um total de cerca de 3.500 pessoas. Apesar de ter votado favoravelmente a proposta, a coligação Juntos por Guimarães

apresentou diversas dúvidas relativamente à celeridade da realização dos testes no âmbito do protocolo. André Coelho Lima, vereador do PSD, considerou que a “montagem deste sistema da qual resulta este protocolo poderia ter sido realizada antes”. “Aquilo que queremos é que agora seja colocado em prática o mais rapidamente possível. Grande parte dos concelhos estão a proceder por meios próprios a testagem dos seus lares, não há nenhuma razão para que Guimarães o tivesse

A Câmara Municipal vai adquirir, numa primeira fase, um total de 200 mil máscaras sociais certificadas e reutilizáveis que serão distribuídas pelo território concelhio em maio, altura que se prevê o início de um regresso gradual e com restrições à normalidade. A oferta do material de proteção será feita em articulação com as Juntas de Freguesia, por todos os estabelecimentos de comércio do concelho vimaranense. As máscaras serão distribuídas em três locais: transportes públicos, estabelecimentos comerciais e escolas. No caso dos estabelecimentos de ensino, a preocupação está relacionada com os alunos do 11º e 12º anos, que em maio poderão regressar à escola. O anúncio foi feito pelo presidente do município, Domingos Bragança, em reunião de câmara, na passda segunda-feira. “Já dei instruções para se fazerem encomendas de centenas de milhares

de máscaras para se distribuírem em primeira mão e preparar o regresso em maio”, informou. O objetivo será também elaborar uma brochura sobre “o bom uso da máscara”. “Disponibilizaremos também um folheto, contendo as instruções para a lavagem das máscaras e sua posterior reutilização”, anunciou. Será ainda disponibilizado desinfetante na entrada dos autocarros e dos espaços comerciais. Para o autarca, é importante que os vimaranenses saibam que “a saída à rua tem um preço, que vai passar pela utilização da mascara”. No final da reunião, a vice-presidente da autarquia, Adelina Paula Pinto explicou que o que se pretende é “disponibilizar máscaras certificadas e reutilizáveis, até por questões ambientais e da economia circular”. Recorde-se que o Município de Guimarães tem já distribuído diverso material profilático, designadamente, luvas, máscaras,

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Autarquia vai distribuir máscaras em transportes públicos, espaços comerciais e escolas

batas, óculos, toucas, aventais e material de desinfeção a várias instituições do concelho, como é exemplo o Hospital Senhora da Oliveira, Unidades de Saúde, Bombeiros Voluntários, Cruz Vermelha, Lares de Idosos, Juntas de Freguesia, entre outras IPSS, em resposta ao quadro de pandemia da COVID-19, e em consonância com o Plano de Contingência Municipal de Guimarães. • MO

Unidade de Rastreio montada no Multiusos. “Os testes estão a ser feitos. Esta proposta é de adição. Não tivemos os problemas que outros [municípios] tiveram nos lares. Tivemos sempre uma coordenação muito grande com as IPSS”, assegurou. O autarca garantiu igualmente que atualmente a disponibilidade de testes é “muito maior” do que há 15 dias. “No primeiro momento era muito difícil ter testes. As prioridades eram definidas pela autoridade de saúde”, explicou. A justificação chegou também por parte da vice-presidente do município, Adelina Paula Pinto, depois da reunião, em declarações aos jornalistas. “Até à semana passada não havia testes. Desde a semana passada semana devem ter triplicado os testes. Com este protocolo vamos acrescentar mais testes”, explicou. “Temos agora todas as condições para desenhar um plano com Administração Regional de Saúde, ACES Alto Ave, Segurança Social e Hospital”, garantiu.

A situação nos lares Na totalidade, em Guimarães, registaram-se dois mortos por covid-19, tendo um ocorrido no

Lar de S. Francisco, e outro em Abação, confirmou Adelina Paula Pinto. Já Domingos Bragança garantiu que todos os trabalhadores e utentes do Lar de S. Francisco foram testados. No total, foram realizados 250 testes e foram detetados “meia dúzia de infetados” no Lar de S. Francisco, revelou a vereadora. “Nos lares os planos de contingência foram funcionais e eficientes e permitiram que não houvesse uma propagação tão rápida”, assegurou. Entre esta segunda e terça-feira serão também realizados testes no CliHotel – Lar e Residência Sénior, onde foram detetados dois casos. “Os infetados estão isolados. Agora é testar e depois separar”, explicou a vereadora. De acordo com Adelina Paula Pinto, a maior preocupação surge com os funcionários de lares e de serviços de apoio domiciliário, nos quais já houve casos positivos. “Testamos, por exemplo, uma equipa espelho, porque o pai de uma funcionária estava com covid-19. Num serviço de apoio domiciliário uma funcionária testou positivo e testamos todos os utentes domiciliários. Deram todos negativos. Agora as equipas vão ter de ser testadas com muita assiduidade”, apontou. • MO

Hospital de Retaguarda regional poderá instalar-se em Braga O presidente da Câmara Municipal de Guimarães, Domingos Bragança, anunciou a existência de uma proposta do Ministério da Saúde, para que, em articulação com o Corpo Clínico do Hospital Senhora da Oliveira, o Hospital de Braga, a Escola de Medicina da Universidade do Minho e o Exército Português, seja criado um Hospital de Retaguarda de âmbito regional. O Hospital poderá instalar-se no Regimento de Cavalaria Nº 6, em Braga, de forma a dar resposta às necessidades dos hospitais de Guimarães e de Braga. Segundo o autarca, existe a possibilidade de, no caso de uma alteração do cenário epidemiológico, se avance para a instalação de um Hospital de Retaguarda em Guimarães. “Neste momento, e segundo os responsáveis do Corpo Clínico do Hospital Senhora da Oliveira, o quadro da pandemia no concelho de Guimarães permite que se avance para uma

solução regional. E isso é positivo, pois significa que o número de infetados no concelho não é tão grave como inicialmente se previa, não pondo em causa uma eficaz capacidade de resposta do nosso Hospital. Contudo, a todo o momento podemos estar a falar de uma realidade diferente que nos leve a voltar à primeira forma”, disse Domingos Bragança. • © João Bastos/ Mais Guimarães

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feito no mais breve prazo”, frisou. O vereador social-democrata apontou que o protocolo em cenário “normal” estaria “bem montado”, por se servir de “competências de entidade externas”. Porém, para Coelho Lima, nesta altura, “não há tempo para isto”. “O tempo que vai demorar até termos resultados não se compadecem com a urgência que temos de ter nesta resposta”, disse, explicando que, ao contratar um laboratório, o município poderia exigir a elaboração de todos os testes em duas semanas. “Estamos contra a metodologia mais lenta, pois precisamos urgentemente de saber a situação dentro dos lares”, avisou. Também o vereador do CDS, António Monteiro de Castro, defendeu que o município deveria ter tido uma atitude “preventiva” e “não reativa”, testando todos os lares previamente, tal e qual fizeram as autarquias de Vizela ou Vila Nova de Gaia, por exemplo. “Podemos ter gente assintomática e, de um momento para o outro, uma pessoa que não evidencia sintomas do vírus causar uma propagação gigante”, explicou. Na resposta, Domingos Bragança garantiu que a Câmara está a realizar “milhares de testes” na


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N238 QUARTA-FEIRA 22 ABRIL 2020

Jorge Gomes da Silva: “Somos um dos países com menos investimento na saúde e nos cuidados intensivos” A entrevista a Jorge Gomes da Silva, médico de cuidados intensivos, responsável do projeto de criação e produção de ventiladores de suporte de vida sem fins lucrativos e dinamizador da AMICI (Associação de Apoio à Medicina em cuidados intensivos). © Direitos Reservados

resposta que está nos limites. E não temos certificadores propriamente ditos em Portugal. É por isso que precisamos de ter vias rápidas de validação dos dispositivos. Corremos o risco de morrer na praia, é isso. MG: Estamos a falar de quantos ventiladores disponíveis? JGS: Seguramente, conseguiremos fazer dez, sem dificuldade nenhuma, por semana. Estamos a falar numa fase pré-industrialização do processo. Porque a industrialização faz com possamos fazer dez num dia. MG: Depois desse projeto, criaram a AMICI. Surgiu após a questão dos ventiladores?

Mais Guimarães (MG): De que forma observa a pandemia e a sua gestão? Jorge Gomes da Silva (JGS): Há aqui duas perguntas diferentes. Os números parecem mais simpáticos do que o que serão efetivamente. Importa perceber que se nós fizermos uma projeção de números por milhão de habitantes, os números não são tão simpáticos. Temos uma população pequena e comparamos com países com 50 ou 60 milhões. Mas os nossos números não são tão maus como outros. Mesmo em projeções por milhão de habitantes, serão seguramente melhores que os de Itália ou Espanha, mas piores que a Alemanha. Devemos ficar contentes, mas também não somos o melhor do mundo, seguramente. Está a correr razoavelmente bem. No dia 16 de março, contavamos que as coisas, nesta fase, estivessem piores. Felizmente há vários fatores que nos ajudam a que não seja tão mau quanto poderia ser. MG: Mas por que motivo os nossos números não serão tão bons como os da Alemanha, por exemplo? JGS: Os números são simpáticos se compararmos com países com culturas próximas da nossa. Os da mortalidade têm que ver com a nossa capacidade de resposta em cuidados intensivos, da dita organização do sistema de saúde. Somos uns dos países com menor investimento

em saúde e em cuidados intensivos. Temos menos de metade das camas de cuidados intensivos por 100 mil habitantes que tem a Lombardia, por exemplo. Temos seis camas por cada 100 mil habitantes, a Alemanha tem 33. Isto significa que conforme a carga de doentes graves sobre o SNS, vamos conseguir responder até uma fasquia relativamente menor. Imagine que o número de doentes graves de repente duplica: não temos capacidade de os tratar, porque ultrapassamos em muito a nossa capacidade. Há outro fator que tem sido favorável. As pessoas, talvez por menos, têm acorrido menos aos hospitais. As unidades de cuidados intensivos cardíacos estão menos ocupadas, as linhas verdes dos AVC também. Isto, numa primeira fase, pode ser bom, mas depois pode não ser comportável. Podemos adiar as cirurgias oncológicas durante algum tempo, mas se as adiarmos muitas semanas, estamos a trazer problemas graves aos doentes. MG: Quanto é que o sistema poderá aguentar? JGS: Não sendo possível continuar com o resto da atividade parada, o sistema estará próximo de ultrapassar a capacidade de resposta. Quando nós falamos de ventiladores, não é de ventiladores propriamente ditos, mas sim de unidades de cuidados intensivos equipadas para tratar de pessoas.

MG: Como surgiu a ideia de criar novos ventiladores e com o custo muito controlado relativamente ao mercado e sem fins lucrativos? JGS: Em cuidados intensivos, os ventiladores são um dos pontos críticos e sem os quais não é possível ter a unidade a funcionar. E nós tínhamos, a 16 de março, uma quantidade de ventiladores por 100 mil habitantes muito aquém do que era razoável. Com a duplicação de ventiladores, isso melhora, mas à custa de outras unidades. Com a pandemia, e não sendo nós o país mais rico do mundo, o acesso aos ventiladores tornou-se quase proibitivo. Qualquer país sensato vai tentar construir máquinas que, a curto e a médio prazo, conseguem responder à procura. Com isto e a ajuda das pessoas, vamos conseguir com que o problema se prolongue no tempo, o que é mau para a economia, mas as unidades e dispositivos existentes conseguem aguentar esta carga. Ao conseguirmos, e não sendo uma tecnologia extraordinariamente complexa, estamos a abrir janelas aos que não teriam acesso a esses dispositivos. MG: Já há ventiladores, já há certificação? JGS: O nosso projeto foi um dos pioneiros. Há três projetos credíveis. Todos vão esbarrar no problema que temos: o da certificação. Os nossos organismos públicos têm uma capacidade de

JGS: As duas não foram consequência uma da outra. A AMICI aparece por razões várias. Tenho acesso a vários fornecedores de material de proteção, ventiladores e materiais de cuidados intensivos. Consegui estabelecer canais de comercialização e pu-los em contacto direto com os compradores públicos sem nenhum interesse. Consegui ligar três grandes cadeias de distribuição na China ao Infarmed, aos serviços partilhados do ministério da Saúde e às administrações regionais de saúde. Pediram valores, orçamento. Eu sei que foram fornecidos e nem todos os recursos foram aproveitados. Não vou questionar o porquê, mas uma coisa eu sei de certeza: é a capacidade de resposta em tempo útil quando estamos a falar numa espécie de bolsa de valores de aquisição de equipamentos. Portanto, se nos não temos estrutura pública com agilidade que permita conseguir arrecadar uma série de ventiladores, mas só tenho esta oferta que só fica segura em 24 horas, se não conseguir pagar, perco os dispositivos para outro concorrente que também tem outras pessoas a sofrer. A maneira que tive de contornar isso foi fazer uma associação sem fins lucrativos. MG: Que trabalho vão realizar junto das unidades de saúde? JGS: O individuo A oferece dez ventiladores ao hospital X. O indivíduo B oferece mais dez ventiladores ao hospital X. O hospital X, no dia após a crise, vai ter 30 ventiladores quando só precisa de dez. E o que vai acontecer aos

outros 20? Podem ficar encostados, sem utilização. Esta associação tem a intenção de ser a proprietária destes dispositivos e poder disponibilizá-los a qualquer unidade que precise. MG: Concorda com o levantamento de algumas medidas de contenção? JGS: Não podemos viver fechados muito tempo, mas temos de ser cuidadosos. Teremos de nos adaptar às realidades diferentes. Mas a vida como era antes, seguramente, não o vai ser nos próximos meses. Vamos ter muitos meses de condicionamentos. Se concordo ou não? É muito complicado. Um médico intensivista vai ter muito mais relutância do que um economista ou um industrial. Devemos contabilizar os mortos por covid-19 e os mortos por causa do covid-19. E vai haver. E vamos ter pessoas a passar fome por causa das medidas. MG: Teremos uma grande transformação da nossa vida? JGS: O presidente da Sociedade Europeia de Medicina Intensiva, a 04 de março, fez uma carta para os intensivistas em que ele dizia que, seguramente, nunca mais nós íamos ser como éramos dantes. Devemos ver as coisas positivas e as menos positivas. Há coisas boas em consequência disto. Há uma onda humanitária e de cuidado para com o próximo que nós devemos perceber. Temos gestos de humanidade que não víamos há algum tempo, e isso é positivo. As pessoas passaram a conhecer o seu vizinho da frente. MG: Alguma vez pensou viver algo assim? JGM: Sou internista há 18 anos, passado três era intensivista. Em 2003 e já era médico, em 2009 era intensivista e nestes anos todos houve ameaças. E preparamo-nos em 2009. E lembramo-nos da ameaça que pairava com a gripe H1N1 e definimos algoritmos de abordagens de doentes em cuidados intensivos. Isto não é uma coisa nova. Bateu-nos foi com mais força, mas em 2009 pensamos que podia ter acontecido isto. E desta vez, pelo menos em Portugal, não foi tão grave como poderia ter sido. E espero que não venha a ser. Devemo-nos preparar para o pior para depois vivermos o melhor. •


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Um desafio aos vimaranenses: fotografar as espécies que veem a partir de casa O Laboratório da Paisagem lança um desafio aos vimaranenses: fotografar todo o tipo de biodiversidade, sejam aves, artrópodes, répteis, anfíbios ou até mamíferos, que encontrarem desde sua casa. Promover a biodiversidade junto da população é um dos objetivos. E tudo pode ser feito com um telemóvel. Depois só terá de descarregar a aplicação móvel Biodiversity GO! – desenvolvida pelo Laboratório da Paisagem – e submeter tudo aquilo que encontrou. Mas o que é e como funciona esta aplicação? “Imaginem que estamos a dar um passeio e vemos uma ave tão bonita que só apetece pegar na câmara, tirar uma fotografia e mostrar a toda a gente”, o exemplo é avançado pela investigadora em ecologia do Laboratório da Paisagem, Ana Pinheira. Se nos depararmos com tal situação, podemos fazer o registo do ser vivo na aplicação. Com o registo, os vimaranenses contribuem também para o aumento da base de dados da biodiversidade de Guimarães, “que já conta com mais de 300 espécies registadas e partilhadas” pelos vimaranenses. Se não souber exatamente de que espécie se trata, os investigadores daquela instituição tratarão de

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Ao longo deste mês, os vimaranenses estão a ser desafiados a encontrar e a fotografar biodiversidade (sem que seja preciso sair de casa), naquele foi designado do “Mês da Biodiversidade” pelo Laboratório da Paisagem de Guimarães. O desafio surgiu no âmbito de duas iniciativas de entidades distintas, da qual Guimarães faz parte (Eurocities e City Nature Challenge). Este último, tinha como objetivo levar os vimaranenses a calcorrear a cidade-berço em busca da fauna e flora presente na região. Guimarães é a única cidade portuguesa a participar no desafio. No entanto, com a propagação da pandemia de covid-19, e com milhares de vimaranenses confinados em casa, a participação é feita de forma diferente. Só tem de fotografar todo o tipo de biodiversidade, sejam aves, artrópodes, répteis, anfíbios ou até mamíferos, que encontre desde a janela ou no jardim de sua casa.

lhe dizer. Mas o “Mês da Biodiversidade” comporta mais ações e atividades. O Laboratório da Paisagem lançou um Mini-Guia de Campo, “uma forma de o ajudar a olhar com mais atenção à sua volta,

percebendo que é possível avistar espécies onde menos esperamos” - entre os exemplos elencados estão o pardal (na imagem), a rola-turca, o melro-preto ou a joaninha-dos-sete-pontos.

Nas redes sociais do Laboratório da Paisagem estão ainda a ser lançados várias experiências que podem ser replicados em casa com a família, bem como desafios como sopa de letras ou palavras cruzadas. •

Em Creixomil e Ronfe Rua da Índia nº 462, 4835-061 Guimarães (No edifício verde junto à Rodovia de Covas) | Alameda Professor Abel Salazar nº 29, 4805-375 Ronfe De segunda a sábado, das 08h00 às 20h00


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SOCIEDADE

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HSOG apela: “O combate continua e não podemos de forma alguma facilitar” © João Bastos/ Mais Guimarães

Profissionais de saúde do HSOG apelam à população para que as medidas de higiene e de distanciamento social se mantenham. "Não é altura de descuido", frisam. O hospital também informou que todos os doentes oncológicos estão a ser testados para a covid-19.

Manter o distanciamento social, ficar em casa, lavar as mãos frequentemente, usar máscara em locais públicos. A Comissão de Acompanhamento da covid-19 do Hospital Senhora da Oliveira, Guimarães (HSOG) apela a toda a população que o hospital serve para que não se descuidem as “medidas de prevenção que vêm sido repetidas”. Assim, em comunicado, a comissão frisa: “Ainda não ultrapassamos este surto.” “O combate continua e não po-

demos de forma alguma facilitar nas nossas atitudes, sob pena de gerarmos uma situação muito mais complicada de ultrapassar. Não é possível abrir brechas no trabalho de proteção que temos efetuado. Não é altura de descuido ou facilitismos”, lê-se ainda. O comunicado reforça ainda que, nos últimos dois meses, o hospital tem “estruturado e implementado, com a colaboração de todos, um conjunto de medidas que visam não só melhorar as

condições de tratamento daqueles que estão infetados pelo SARS-COV-2, mas também garantir segurança no tratamento de pacientes com outras patologias e risco reduzido de infeção para os nossos profissionais”. Ainda assim, a Comissão de Acompanhamento da covid-19 do HSOG diz existir “um conforto particular” no “meio da adversidade”: “Estamos agora melhor preparados e equipados para o futuro.” Ainda assim, é preciso ser “per-

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A Delegação de Guimarães da Cruz Vermelha Portuguesa garantiu um protocolo regional para a realização de 100 testes diários à covid-19 no distrito de Braga, anunciou Armando Guimarães. O presidente da delegação vimaranense da Cruz Vermelha explicou, ao Mais Guimarães, que este protocolo surge em parceria com a com a Câmara Municipal de Guimarães, com a

Cruz Vermelha de Braga e com a Segurança Social. “Estamos a fazer testes aos colaboradores dos lares de idosos do concelho e o nosso objetivo é sermos capazes de cobrir todo o concelho”, disse. A despistagem iniciou-se na terça-feira, dia 21, no Lar de Santo António, onde 88 colaboradores ativos foram testados. Independentemente de os lares terem ou não equipas rotativas, os testes são fei-

Saúde na Área da Oncologia'”. Os pacientes estão, assim, dotados de “um ambiente mais seguro e tranquilo”. Na mesma nota informativa, o HSOG assinala que “dois dias após a norma da DGS ter saído, foi possível iniciar-se o rastreio a todos os doentes que fazem quimioterapia”. A mesma fonte deixa uma mensagem de apreço à equipa de Oncologia e aos restantes serviços do Hospital que,” em união e partilha, se esforçam diariamente para que todos os doentes que necessitem de tratamento, e independentemente da sua patologia, possam ser cuidados devidamente no HSOG” Após o aparecimento da covid-19 em Portugal, várias medidas têm sido implementadas para conter a propagação da doença e o HSOG “reorganizou-se por forma a dar resposta a toda a população que serve, infetados ou não pelo vírus, criando circuitos e espaços hospitalares específicos, com especial atenção às necessidades de grupos mais vulneráveis”, como é o caso dos doentes oncológicos. •

Município distribui tablets por doentes internados © Direitos Reservados

Cruz Vermelha de Guimarães garante protocolo regional para testar trabalhadores de lares do distrito

sistente” — e, assim, “poderemos recuperar mais depressa uma grande parte da nossa vida e a nossa atividade profissional, adaptadas às novas regras de comportamento social a que este vírus obriga”. Até lá, insiste a comissão, é preciso “manter o respeito, até aqui civicamente demonstrado por todos, no que toca às medidas” do estado de emergência. E de continuar a ter “cuidado, rigor e disciplina”. O HSOG informou ainda, através de comunicado, que está a rastrear todos os doentes que fazem quimioterapia, testando-os para a covid-19. “Estes doentes são, muitas vezes, sujeitos a tratamentos que alteram a sua capacidade imunológica, em especial a quimioterapia,estando, assim, mais frágeis e com maior risco de complicações no contexto” atual da pandemia, indica o HSOG. Desta forma, o Serviço de Oncologia do hospital adaptou-se à realidade e, “apesar das alterações de dinâmica internas, seguiu a norma publicada pela Direção-Geral da Saúde (DGS): ‘Reconfiguração dos Cuidados de

tos a todos os todos os trabalhadores das instituições. E o protocolo dá prioridade “às urgências”, tendo as entidades envolvidas a responsabilidade de perceber “quais as realidades mais críticas”; ainda assim, o objetivo de testar trabalhadores de todas as instituições mantém-se. Numa altura de “incerteza”, Armando Guimarães adiantou que, “qualquer altura”, as indicações poderão mudar. •

O município de Guimarães entregou tablets ao Hospital Senhora da Oliveira no sentido de permitir a ligação à distância dos doentes internados com os familiares, dado que as visitas aos serviços estão suspensas por causa da pandemia de Covid-19. A informação foi revelada em comunicado pela autarquia. No mesmo documento pode ler-se que o Presidente da Câmara de Guimarães, Domingos

Bragança, considera que a “situação criada pela pandemia Covid-19 obrigou a profundas alterações na realidade hospitalar e, perante a ausência de visitas aos doentes internados nos vários serviços, entendemos que tínhamos de fazer algo para atenuar a situação de isolamento em que se encontram os doentes e também para alguma tranquilidade das próprias famílias”. •


CONCELHO

O JORNAL N238 QUARTA-FEIRA 22 ABRIL 2020 Várias Freguesias

Juntas unem-se a escolas para angariar material informático para alunos © Direitos Reservados

A Junta de Freguesia de Caldelas, o Agrupamento de Escolas das Taipas e a Escola Secundária de Caldas das Taipas uniram-se para recolher material informático para alunos que não tenham acesso aos mesmos. Numa altura em que, com o arranque do 3.º período, muitos alunos continuam em casa a aprender à distância, nem todos “dispõem de todas as condições para uma efetiva igualdade de oportunidades”. As-

sim, as três entidades apelam à doação de “equipamentos informáticos novos, usados ou avariados”, como portáteis, desktops, tablets e impressoras, para que os alunos possam todos terminar o ano letivo com o mesmo acesso às novas tecnologias. A Junta de Freguesia de Caldelas apela à entrega dos equipamentos nas suas instalações. A junta também poderá recolher os materiais doados em local e hora a combinar.

Briteiros Santo Estêvão e Donim

© Direitos Reservados

O Guarda Rios já está aí

Depois, os materiais serão entregues às escolas que, por sua vez, “farão chegar aos alunos que deles necessitem”. Para tal, basta ligar para o 253 576 884 ou enviar e-mail para o endereço geral@ caldasdastaipas.com. O mesmo acontece em Ponte. Em articulação com o Agrupamento de Escolas Arqueólogo Mário Cardoso, a junta de freguesia está a promover uma campanha de recolha de computadores, tablets, e impressoras, equipamentos destinados preferencialmente aos alunos daquele estabelecimento de ensino, ou de outro, com maiores dificuldades financeiras. De acordo com a Junta, a Escola Básica e Secundária da Vila de Ponte, a Junta de Freguesia de Ponte, através da sua Loja Social, tem recebido inúmeros pedidos de apoio por parte de famílias desfavorecidas para a aquisição de computadores e outro tipo de material informático, mediante doação. “A cedência definitiva destes computadores, destina-se aos alunos do agrupamento de escolas de Ponte que, por não possuírem estes equipa-

mentos informáticos, estão impossibilitados de frequentarem as aulas online”, escreve a autarquia local. A recolha do material é assegurada pela Junta de Freguesia de Ponte, devendo as pessoas interessadas em colaborar estabelecer um contacto com a Junta de Freguesia através do e-mail geral@jfponte.pt ou dos seguintes números: 253 473 080 ou 932 218 785. Por fim, a União das Freguesias de Oliveira, São Paio e São Sebastião está a realizar uma campanha de angariação de material informático para os alunos daquelas freguesias. Assim, e segundo o presidente daquela União de Freguesias, João Porfírio, o objetivo é oferecer computadores ou tablets aos alunos sem acesso a estes “meios informáticos, de modo a poderem acompanhas as aulas” à distância. Para ajudar, basta entregar o material na sede da junta, mas também é possível combinar um local e hora para que os voluntários daquelas freguesias recolham a doação. Para tal, basta contactar o 915 146 480 ou o 914 876 099. •

Ponte

Junta de freguesia já apoiou mais de 500 cidadãos © Direitos Reservados

O Guarda Rios, o novo boletim informativo da União de Freguesias de Briteiros Santo Estêvão e Donim, começou a ser distribuído no dia 11 de abril, estando ainda disponível para leitura digital na Internet. O projeto da junta quer chegar a toda a população daquele território, tendo como objetivo “aproximar ainda mais as pessoas”, dando voz às “coletividades, organizações comunitárias e instituições” de Santo Estêvão e de Donim. Segundo Vítor Pais, presidente da União de Freguesias, o Guar-

da Rios será trimestral e todos “têm lugar” nas edições futuras. “O projeto já anda a ser discutido desde o início do mandato. Era para acontecer antes. Com esta situação da covid-19, libertou-se algum tempo e acabou por ser a altura certa”, explicou ao Mais Guimarães. Para além de notícias, o Guarda Rios conta com crónicas assinadas por habitantes das freguesias, bem como um espaço dedicado à Brigada Verde. O boletim fecha com passatempos e conselhos de higiene para evitar a propagação do vírus. • NRG

Durante as últimas três semanas, a Junta de Freguesia de Ponte, através da sua Loja Social, apoiou mais de 500 cidadãos da vila que se encontravam numa situação de maior vulnerabilidade económica e social, agravada em alguns casos pela pandemia mundial. Segundo a Junta, o apoio dispo-

nibilizado contou com “a prestimosa solidariedade de inúmeros empresários e concidadãos” de Ponte, a quem a Junta apresente um “profundo agradecimento, incidiu entre outros, na entrega de mais de uma centena de cabazes de géneros alimentícios, medicamentos, e material de proteção à Covid-19”. •

Airão S. João, Airão Sta. Maria e Vermil

Costureiras voluntárias produzem 4 mil máscaras para a população © Direitos Reservados

Nas vilas de Caldelas e Ponte, bem como na União de Freguesias de Oliveira do Castelo, São Paio e São Sebastião, as juntas unem-se aos agrupamentos escolares e outras entidades para distribuir material informático. O objetivo é alcançar "uma efetiva igualdade de oportunidades".

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Na União de Freguesias de Airão Sta. Maria, Airão S. João e Vermil, já a partir de sábado, começarão a ser distribuídas máscaras comunitárias pela população. A informação foi avançada nas redes sociais da união de freguesias. Ao todo, serão oferecidas 4 mil máscaras, “o número médio da população” daquele território, disse Marçal Salazar, presidente da União de Freguesias de Airão Sta. Maria, Airão S. João e Vermil. Seguindo as normas divulgadas pelo Infarmed, algumas costureiras voluntárias das freguesias começaram já a produzir as máscaras comunitárias. O desafio foi lançado por Marçal Salazar e, segundo o mesmo, as voluntárias aceitaram oferecer a mão de obra nesta altura. Recorde-se que estas máscaras podem ser reutilizáveis e filtrar pelo menos 70% das partículas, permitindo quatro horas consecutivas de utilização “sem degradação da capacidade de retenção de partículas nem da respirabilidade”. A DGS referiu ainda que as máscaras sociais devem ser encaradas “como medida de proteção adicional ao distanciamento social, à higiene das mãos e à etiqueta respiratória”, que não devem ser descurados. “É, acima de tudo, ‘um ato de altruísmo’, já que quem a utiliza não fica mais protegido, contribuindo apenas para a proteção das outras pessoas, quando utilizada como medida de proteção adicional”. • NRG


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ZONA NORTE | OPINIÃO

N238 QUARTA-FEIRA 22 ABRIL 2020

Opinião de Tiago Laranjeiro

Ponte de Lima

Executivo aprova recomendação para que faturação da AdAM seja suspensa, após diversas queixas A Câmara de Ponte de Lima aprovou, por unanimidade, uma recomendação à Águas do Alto Minho (AdAM). De acordo com aquela autarquia, a recomendação propõe que “seja suspensa de imediato toda a faturação” até que exista uma correção dos erros que, nos últimos dias, têm gerado controvérsia. A empresa, constituída para assegurar “a qualidade do serviço prestado à população”, entrou em funcionamento há quatro meses. Contudo, nesse período, “existe uma série de insatisfações” das quais aquela câmara municipal diz ter conhecimento, solicitando, por isso, “uma intervenção urgente”. O município refere ainda que “as anomalias detetadas ao nível da faturação têm sido demasiado frequentes, para aquilo que seria neste momento admissível, atingindo um número significativo de consumidores e gerando um conjunto de incoerências que causam, por si só, indignação e insatisfação por parte dos mesmos relativamente ao serviço prestado”. A posição da autarquia aponta ainda que a comunicação da AdAM deveria ser reforçada: “Neste momento há quase uma ausência de resposta às reclama-

ções, solicitações para a celebração de contratos, comunicação de avarias, entre outras, a uma fatia considerável da população do Alto Minho, que torna toda a situação anteriormente referida ainda mais grave e perturbadora.” A DECO também recebeu reclamações de “consumidores insatisfeitos com a prestação de serviços” da empresa. “A DECO

Minho considera que existe um incumprimento por parte desta empresa, sendo exigível às autarquias uma tomada de posição para que a situação seja regularizada sem custos para os consumidores, que não podem ser penalizados pelos erros e atrasos na organização administrativa desta empresa”, lê-se em comunicado enviado às redações. •

Vila Nova de Famalicão

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Câmara lança portal para ajudar a restauração local

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Através de um portal na Internet, a Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão está a divulgar a lista de todos os restaurantes do concelho a fun-

A LIBERDADE CONFINADA

© Direitos Reservados

cionar em serviço take away ou com entregas ao domicílio. A lista, em permanente atualização pelos serviços municipais, “tem como objetivo apoiar a restauração, um dos setores económicos mais afetados pela pandemia” causada pela covid-19, “e facilitar o contacto por parte dos consumidores”, lê-se em comunicado enviado às redações. No portal, os utilizadores podem encontrar o nome dos restaurantes abertos, numa lista distribuída por freguesias e na qual constam os contactos te-

lefónicos, e-mail, páginas da internet ou das redes sociais. “Em tempo de contingência devido ao coronavírus, os restaurantes de Famalicão souberam adaptar-se à nova realidade, abrindo serviços de take away, em alguns casos com entregas ao domicilio”, apontou o presidente da Câmara Municipal, Paulo Cunha, citado em comunicado de imprensa. O autarca garantiu ainda que o município está atento “às várias dificuldades enfrentadas pelos vários setores de atividade”. •

Que desafios enfrenta a nossa liberdade e democracia, celebradas em mais um aniversário da Revolução de Abril, no meio deste “Grande Confinamento”? O coronavírus apresenta-se como a maior ameaça que o nosso estilo de vida, a nossa liberdade e democracia já viveram. Vivemos há um mês em estado de emergência, inédito desde os tempos quentes da Revolução. Estamos todos confinados ao espaço das nossas casas, dos nossos circuitos quotidianos mais curtos e imprescindíveis. E confinados, também por isso, ao nosso espaço interior – e para o qual o confinamento físico representa, efetivamente, um grande desafio. Condicionados na nossa capacidade para trabalharmos, circularmos, participarmos na vida coletiva, até para convivermos com a nossa família. Temos aceite de uma forma globalmente positiva este confinamento. Ainda sem pararmos para pensar no impacto que está a ter, nem no que é preciso mudar, nas nossas instituições, nas empresas, no trabalho, na democracia. Porque vemos o mundo a falhar à nossa volta. Das lojas e empresas fechadas, o comércio internacional parado, transportes vazios, os mercados financeiros num rápido colapso, inédito na sua velocidade. Destruição de valor numa escala nunca vista. Assistimos impotentes ao terror que se vive em países com os quais partilhamos inúmeras afinidades, mesmo de regime, como é o caso de Espanha e Itália. E surpreendemo-nos com falta de reação em tempo útil das instituições da União Europeia, para as quais temos cedido parte da soberania, num processo nem sempre democrático e transparente. E como parte da nossa vida democrática foi “suspensa”, principalmente no poder local, com adiamento das assembleias municipais e de freguesia, e nos partidos e associa-

ções cívicas - sem que houvesse, até agora, um impacto significativo na vida dos cidadãos. Por cá, a Assembleia da República deu o exemplo durante umas semanas, mantendo-se a trabalhar com “serviços mínimos” para aprovar a legislação urgente para responder à crise, mas falhou-lhe o pé ao manter as comemorações da Revolução praticamente nos mesmos moldes habituais, como se o país e o mundo não estivessem fechados. E ao mesmo tempo que vemos toda esta fragilidade à nossa volta, vemos também que as respostas mais sólidas, rápidas e eficazes estão a vir de países muito pouco democráticos, como a China. Daí que seja importante pensarmos no que é preciso mudar, se queremos manter a nossa liberdade, a nossa democracia e o nosso estilo de vida. Precisamos de nos reinventar. No modo como vivemos, nas nossas famílias e em comunidade. Nas nossas instituições, algumas delas com séculos de existência, e atualizá-las a um novo normal. Com novos meios de participação e ação, capacidade para se adaptarem a uma realidade muito mais volátil e rápida. Correndo o risco de, se não o fizermos por vontade própria, vermos essa mudança imposta pelas ameaças que enfrentam, desde os populismos a outros extremismos. Ou simplesmente a ruírem de velhas, ou por se tornarem incapazes de dar resposta ao que motiva a sua existência. A liberdade e a democracia são exigentes, dão trabalho para manter, e esse trabalho não é um exclusivo nem uma particular responsabilidade dos políticos eleitos. Da mesma forma que os portugueses aderiram massivamente à Revolução de Abril, precisamos de aderir massivamente à discussão de como mantermos a democracia viva e capaz de responder aos desafios do presente. •


OPINIÃO

O JORNAL N238 QUARTA-FEIRA 22 ABRIL 2020

Opinião de Adelina Paula Pinto

UM TEMPO QUE NOS TRAZ TEMPO É muito difícil, no atual contexto falar sobre este novo tempo, sobre esta reviravolta que a nossa vida deu no último mês! Eu, que tenho formação na área da História, diria que ainda não temos a necessária distância! Mas será que não temos? Este novo tempo é de tal maneira exigente que parece que fez desaparecer o outro tempo. É demasiado voraz, suga-nos completamente, coloca-nos num túnel onde ansiamos por ver a luz ao fundo! Quem se lembra da

última vez que foi a um espetáculo, que foi jantar com amigos, que foi ao cabeleireiro? Parece que foi há TANTO tempo! Este é um tempo de grandes mudanças, de assumirmos os nossos medos e as nossas inseguranças, no conforto da universalidade destes sentimentos. Um tempo de questionamento do futuro, das nossas rotinas, das nossas certezas, dos nossos projetos, do caminho que estava tão bem delineado para tantos de nós!

Opinião de Torcato Ribeiro

25 DE ABRIL, SEMPRE! Esta pandemia pôs a nu fragilidades da nossa sociedade. Na saúde, área onde se concentram todas as atenções de momento, ficou bem patente o continuo desinvestimento no Serviço Nacional de Saúde quer em pessoal quer em equipamento,

que só não teve efeitos nefastos de grande dimensão, porque temos bons profissionais qualificados e dedicados e pelo bom comportamento da maioria da população portuguesa que acatou exemplarmente as regras de isolamento propostas pela

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Mas é também um tempo de aprendizagem (há um mês atrás eu não sabia o que era uma zaragatoa e hoje sei tanto sobre zaragatoas), um tempo de grande curiosidade, um tempo de pesquisa, um tempo que nos dá mais tempo para fazermos outras coisas. Um tempo de valorização da ciência, um tempo de grande desenvolvimento de muitas áreas científicas. Um tempo para a família (hoje excessivo), um tempo para os casais, um tempo para a saudade, a saudade dos nossos pais e avós, daqueles que nós vemos pela janela da rua, que lhe acenamos, com lágrimas nos olhos de parte a parte! Um tempo de verdadeiro amor, um amor altruísta, aquele que nos faz ficar em casa para não contaminarmos os outros, que nos faz sofrer silenciosamente a saudade do tempo da família e do tempo dos amigos! Um tempo de gestão dum turbilhão de emoções! Um tempo de bom senso, bom senso naquilo que exigimos dos outros, dos nossos filhos confinados em casa, das aprendizagens dos nossos alunos. Neste tempo tão diferente como podemos exigir das nossas crianças e jovens e das nossas famílias que transformem cada casa

numa escola? Este é um tempo de aprendizagem de tantas outras coisas, da solidariedade, da amizade, da cidadania, do luto, da tristeza! Um tempo para se fazerem homens e mulheres bem diferentes, preparados para este novo tempo! Mas é também um tempo de reconhecimento, reconhecimento do enorme papel dos profissionais de saúde, dos professores (as famílias confinadas em casa dão hoje um outro valor aos professores), de todos aqueles que fazem com que a nossa vida tenha alguma normalidade: as forças de segurança, os funcionários que trabalham em lares e outras instituições, todos os funcionários que fazem com que a concelho continue com as condições de salubridade! E tantos outros heróis silenciosos, audazes, que arriscam a vida por todos nós! Este é um tempo que vai fazer de nós melhores pessoas, mais cuidadosas, mais centradas nos outros. Vai ser um tempo que nos vai continuar a mostrar que o distanciamento social nos liga mais, nos torna mais próximos dos outros. E vai voltar a chegar o tempo em que nos vamos abraçar, em que vamos ao teatro ou ao cinema, vamos jantar com os amigos ou

beber uma cerveja na Oliveira ou noutra praça qualquer! E vai ser um tempo de felicidade e de valorização do tanto que temos. Hoje, amanhã e nas próximas semanas fiquemos em casa, para que este velho tempo chegue depressa! •

autoridade sanitária. Estes dois factores adiaram e, acredito anularam, o inicialmente previsível colapso hospitalar. Ficou também demonstrada a importância e as vantagens para a maioria da população do controlo dos serviços e bens essências pelo Estado. Realidade que até é confirmada pela oposição liberal que nesta altura reclama, mais do que seria espectável, de uma maior intervenção governamental na ajuda à economia! Até reclamam nacionalizações, claro que apenas enquanto houver prejuízos. Ironias … O SNS passou a ser a tábua credível de salvação para quem está contaminado, anulando a oferta privada, que nesta matéria como em muitas outras só se interessa pelas que envolvem menos custo e proporcionam maior rentabilidade. Muito liberalismo quando as coisas dão certo, não sendo assim ao menor sinal de alarme ala para o público que tem sempre a almofada de conforto à espera. Não esqueço aqueles que obrigados ao confinamento passam grandes dificuldades para cumprir esta obrigação. Sim temos de pensar que há vários tipos de confinamento e o grau de dificuldade é ampliado pelas insuficiências habitacionais que uma grande maioria do nosso povo tem. Vamos comemorar Abril de

forma a cumprir as normas que a autoridade da Direcção Geral de Saúde recomenda: sem ajuntamentos na rua e sem manifestações. Todo o programa que estava a ser delineado para a comemoração deste dia foram canceladas. No entanto há a necessidade de nos reinventarmos e não deixarmos passar em claro a data que nos permitiu a madrugada livre e pura que Abril nos legou e que os que tiveram a felicidade de o viver continuem a passar a palavra quanto ao seu significado e da sua importância na melhoria da qualidade de vida do povo português. Vozes discordantes se levantam quanto à cerimónia solene que se vai realizar no próximo sábado na Assembleia da Républica para assinalar o 25 de Abril. Algumas, salvo honrosas excepções, revelam apenas o que sempre sentiram sobre o significado desta data e o enorme desejo, até aqui reprimido, da sua não realização. À boleia da pandemia usam todas as armas para impedir o que foi maioritariamente acordado pelos Deputados na decisão da sua realização. Propositadamente omitem o facto da Assembleia da Republica nunca ter encerrado a sua actividade em momento algum e que segundo a Constituição é a Assembleia tem a obrigação de fiscalizar a execução do estado de emergência.

A extrema-direita, alimentada por alguma comunicação social, está a perder a vergonha de assumir publicamente o seu ódio à democracia. A Assembleia da Republica assinalará, e muito bem, no próximo sábado 25 de Abril, como sempre o fez, o Dia da Liberdade. Nós, que gostamos de Abril, impedidos de vir para a rua, vamos cantar a Grândola da janela da nossa casa, pelas 15.00 horas! 25 de Abril, Sempre! •

Um tempo de bom senso, bom senso naquilo que exigimos dos outros, dos nossos filhos confinados em casa, das aprendizagens dos nossos alunos. Neste tempo tão diferente como podemos exigir das nossas crianças e jovens e das nossas famílias que transformem cada casa numa escola?

Algumas, salvo honrosas excepções, revelam apenas o que sempre sentiram sobre o significado desta data e o enorme desejo, até aqui reprimido, da sua não realização.


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CLASSIFICADOS

N238 QUARTA-FEIRA 22 ABRIL 2020

ESPECIALIDADES

Medicina Dentária Geral Implantologia Oral Reabilitação Oral Fixa e Removível Cirurgia Oral Ortodontia Branqueamento com Leds *Vários acordos com seguradoras

"Como seria belo se cada um de vós pudesse, ao fim do dia, dizer: Hoje realizei um gesto de amor pelos outros"

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OPINIÃO

O JORNAL N238 QUARTA-FEIRA 22 ABRIL 2020

Opinião de Ana Luísa Bastos Enfermeira Diretora do Hospital da Senhora da Oliveira, Guimarães

OS ENFERMEIROS E A PANDEMIA COVID-19 A Organização Mundial da Saúde (OMS) designou 2020 o Ano Internacional do Enfermeiro, pretendendo com esta efeméride assinalar o trabalho desenvolvido pelos enfermeiros, destacar as condições desafiadoras que muitas vezes enfrentam, bem

como defender o valor inestimável para a saúde das pessoas. O ano 2020 coincide com o 200º aniversário do nascimento de Florence Nightingale, uma das fundadoras da enfermagem moderna, e com esta celebração pretende-se alertar para uma

nova visão do que é a Enfermagem e, tal como a sua fundadora, os enfermeiros podem iluminar o caminho para melhores cuidados de saúde para todos. Todos conhecem um enfermeiro, todos têm o enfermeiro da sua vida, que de alguma forma os marcou, os acompanhou. Mas, alguns desconhecem exatamente o que faz este profissional de saúde… Ser enfermeiro é estar sempre presente, do nascimento até ao fim de vida, avaliando as necessidades individuais e coletivas, em família, intervindo na promoção da saúde, no tratamento e na reabilitação da doença. Na verdade, SER ENFERMEIRO É TER COMPETÊNCIAS para acompanhar o ser humano em todos os momentos do ciclo vital. Mas ser enfermeiro é, também, sinónimo de TER COMPAIXÃO E ATITUDE, é ter a oportunidade de fazer a diferença na vida do outro como um elemento amigo e de proximidade. É em momentos como a pandemia pela SARS-CoV-2, situação de novo para todos os profissionais de saúde, que os enfermeiros se sobressaem, se reinventam e reorganizam a esta nova realidade, demonstrando a sua grande CAPACIDADE DE ADAPTAÇÃO E DE RESILIÊNCIA. Os enfermeiros souberam

responder de imediato às necessidades atuais, ouviram e seguiram a voz de comando, organizaram serviços, reinventaram formas de trabalhar, estimaram as necessidades em meios e demonstraram a sua competência e profissionalismo. A sua capacidade de adaptação a este novo desafio foi absolutamente determinante para que todo este processo esteja a ser levado a bom porto. Na verdade, as alterações no espaço físico são o mais visível, mas a maior transformação e o maior significado está nas pessoas, na capacidade que estas tiveram de se adaptar a uma nova realidade, a uma nova doença e às consequentes alterações exigidas no momento atual. No Hospital Senhora da Oliveira, Guimarães (HSOG), a criação de um grupo pluridisciplinar para o acompanhamento da COVID-19 foi apoiada pelo Grupo Coordenação Local de Prevenção Controlo de Infeção e antimicrobianos(GCL-PCIRA), pelo Grupo da Gestão do Risco Clinico e Serviço de Segurança e Saúde Ocupacional com uma intervenção determinante na reorganização de forma rápida e eficiente de acordo com a estratégia nacional, no sentido de preparar a instituição e os seus profissionais para esta nova realidade. Com a ajuda de todos,

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os enfermeiros prepararam-se para melhor responder a esta pandemia, de forma a protegerem-se e a proteger o outro. Mais uma vez, demonstraram a sua capacidade de organização colocando em prática briefings diários no grupo dos enfermeiros gestores, dando ênfase à comunicação, condição fundamental para manterem o foco no meio de tanta informação, propiciando condições para a tomada de decisão, planeamento, organização e controlo de toda a atividade hospitalar. Falamos de profissionais que exercem as suas funções com grande CAPACIDADE DE ENTREGA E DE ESPÍRITO DE MISSÃO, muitas vezes, em detrimento de estarem mais tempo com a própria família. Os tempos atuais vieram criar a NECESSIDADE DE FAZER MAIS, A VONTADE DE FAZER MELHOR e demonstrar que em equipa vamos fazer frente a este novo vírus. Vivemos momentos de prova de união, de coesão e de partilha, onde TODOS JUNTOS SOMOS MAIS FORTES. Esta Pandemia constitui uma oportunidade de evidenciar as competências que os enfermeiros possuem e o seu contributo absolutamente fundamental nos sistemas de saúde e na prestação de cuidados. •


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VITÓRIA SC

N238 QUARTA-FEIRA 22 ABRIL 2020

Esta é a tua oportunidade! Admitimos comerciais Av. D.João IV - Guimarães Telf: 253 421 390

Davidson, entre a perda de um familiar e a ânsia de voltar aos relvados

Av. D.João IV - Guimarães Telf: 253 421 390

© Vitória SC

os objetivos”, frisou. Para o atleta é “muito importante” o Vitória melhorar a cada época. “Ou fazemos igual ou, se possível, podemos até mesmo melhorar a nossa posição na tabela classificativa. Já o demonstramos em diversas competições que conseguimos e acho que temos plenas condições para o fazer”, adiantou. Os atletas vitorianos terão recebido a informação de que deverão estar em Guimarães até ao final do mês, adiantou Davidson, que anseia pelo regresso aos treinos. “A indicação do clube é que no final do mês estejamos aqui. A minha esperança é que as coisas voltem ao normal, para que voltemos a fazer o que amamos. Estamos nesta situação, à espera que os responsáveis nos dêem boas indicações nos próximos dias, para que possamos voltar as atividades normais”, admitiu.

Uma “situação complicada” Davidson tem saudades de jogar futebol e está com vontade de regressar aos relvados para se “superar”. Através de uma videoconferência com a imprensa, o avançado vitoriano revelou ainda a perda de um primo para o coronavírus e também os contrastes entre o Brasil e Portugal onde, admite, se sente mais “seguro”. Depois de ter marcado dez golos

na época passada ao serviço do Vitória e, na presente época, mais dez, Davidson já faz contas ao regresso. “A minha esperança, e a de todos que gostam de futebol, é que possamos voltar a sorrir a jogar e a ver futebol. Até para me superar. O meu objetivo é superar-me a cada época. Os jogadores estarão focados nisso, que o campeonato volte e que consigamos

Na mesma conferência, Davidson adiantou ter perdido um primo, de 33 anos, há duas semanas, para a doença. “É uma situação grave e é uma responsabilidade grande para toda a gente que ainda está a trabalhar. Essas pessoas merecem muito o meu respeito”, vincou.. Davidson admitiu igualmente sentir-se mais seguro em Guimarães do que no Brasil. “O Vitória autorizou-nos a voltar, mas eu e minha esposa achamos melhor ficar aqui

porque em alguns estados do Brasil estão mais complicados, como no Rio de Janeiro, de onde eu sou”, frisou. Relativamente à atuação do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, Davidson diz que “é difícil dar uma opinião”. “O Brasil é muito grande. Se ele tenta colocar todos de quarentena, o Brasil tem muita gente pobre com locais muito delicados, como as favelas. Eu vim de uma e sei como funciona. Se coloca todo a gente de quarentena, todos morrem de fome. Temos que pensar num todo, em toda a gente”, explicou. O atleta deu mesmo o caso da sua família. “O meu pai trabalha e a mãe minha fica em casa e é de risco. Se o meu pai ficar 15 dias sem trabalhar, as coisas em casa viram uma bola de neve. É preocupante”, assinalou. Em Guimarães, Davidson tem sentido a proximidade dos adeptos. O brasileiro vive em Mesão Frio, perto da Academia do Vitória, onde ouve a vizinha adepta que, todas as noites, canta à varanda. “A última música é o hino do Vitória. É espetacular”, classificou. Por casa, Davidson tem aproveitado para estar o máximo tempo possível em família. “Porém, às vezes bate um tédio e o que eu faço é gritar da janela, dou um berro”, brincou. “Tenho saudades da vida normal, saudades de fazer as coisas normais da vida”, confessou. Para se manter em forma, tem feito os treinos com os materiais que o Vitória mandou. “O Vitória tem-nos tratado da melhor forma possível”, garantiu. • MO

Jogadores regressam a pensar no período competitivo O plantel do Vitória ainda está de férias (e vai continuar até ao final do mês), mas os jogadores que tiveram autorização do clube para se ausentarem durante este período estão prestes a regrressar ao Castelo. A expetativa é que o plantel volte a treinar no início de maio, algo que está sujeito a alterações. Tudo vai depender da forma como se vai desenvolver a pandemia de covid-19, que colocou, desde março, o mundo do

futebol em suspenso. Segundo o jornal O Jogo, os jogadores que estiveram fora do país devem regressar a Guimarães ainda no decorrer desta semana. O regresso atempado será importante para o departamento médico examinar os Conquistadores que passaram vários dias fora do país. Na lista constam nomes como Ola John, Marcus Edwards, Bruno Duarte (que, inclusive, falou aos jornalistas a partir do Bra-

sil, numa das videoconferências provmovidas pelo clube), Poha e o defesa Suliman. Estes jogadores podem vir a cumprir isolamento social. Com Joseph apto para jogar (ver texto ao lado), a única dúvida continua a ser Wakaso, que está a cumprir um treino individualizado em casa. O médio-defensivo ganês enfrentou uma longa paragem e esta pausa forçada pode ter sido importante para recuperar da lesão. •

© Direitos Reservados

Joseph foi obrigado a parar, mas está apto para o regresso © Direitos Reservados

Atualmente em Portugal, onde se sente “mais seguro”, o atleta anseia pelo regresso à competição para se “superar” e ajudar o Vitória a ir mais longe na tabela classificativa.

AMI 15114

Recuperado da lesão que o tirou dos relvados em agosto, Joseph diz-se preparado para “voltar a jogar”. E garantiu: “Quando a época recomeçar, vou dar tudo, porque sinto-me bem.” Contudo, e sem poder treinar nos relvados, Joseph diz ter “muitas saudades”. “Quero voltar a jogar”, afirmou. Ainda assim, reconheceu que “é sempre difícil” entrar no setor recheado que é o meio-campo vitoriano. Em mais uma das videoconferências organizadas pelo Vitória, o ganês de 25 anos disse que iria tentar “ganhar espaço” na equipa novamente, mas ressalvou que esse objetivo “não é fácil” de alcançar. Durante o período de isolamento social, o médio, que já leva seis temporadas a jogar com o ‘rei ao peito’, disse treinar “todos os dias em casa, com o grupo”. Para lá dos treinos, Joseph vai falando com a família “que está no Gana”. “Estão preocupados. Não é fácil, porque o coronavírus está em todo o mundo”, contou. Ainda assim, o médio transmitiu uma mensagem de otimismo: “Digo-lhes que vai ficar tudo bem e penso que toda a gente tem de estar tranquila.” Relativamente a um eventual regresso das competições sem público nas bancadas, Joseph disse que “não é igual quando não há adeptos no estádio”. “Mas o mais importante é a segurança de toda a gente”, frisou o autor do primeiro golo oficial da temporada. Em jeito de retrospetiva do campeonato, o médio apontou alguns dos jogos que mais gostou do Vitória: “O jogo contra o Arsenal, aqui e em Inglaterra. Houve vários jogos bons e todos os jogos em casa foram bons. O jogo contra o FC Porto [na primeira volta do campeonato] também foi bom e criamos muitas oportunidades.” • NRG


FUTEBOL

O JORNAL N238 QUARTA-FEIRA 22 ABRIL 2020

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MOREIRENSE F. C.

Paragem travou o pé quente de Fábio Abreu: “Já estava com o pensamento no próximo golo” O avançado levava seis jogos consecutivos a marcar e não descarta a possibilidade de ser o melhor marcador do campeonato. A partir de casa, o homem golo dos Cónegos deixou palavras de apreço à equipa e a Nenê, “um profissional fantástico”. © Direitos Reservados

“Um avançado quer sempre marcar golos e ser o melhor marcador”, só que agora não há guarda-redes e defesas adversários para enganar. Qual será, então, o estado de espírito de um ponta de lança que marcava há seis jogos seguidos? A partir de casa, Fábio Abreu responde à questão: “Continuo com a mesma confiança e estou a trabalhar ao máximo para que, quando voltar aos relvados, não sinta esta paragem e possa dar continuidade ao trabalho que estava a fazer.” Quando foi anunciado que os campeonatos iriam parar por tempo indeterminado, o avançado angolano do Moreirense levava 12 golos no campeonato. A paragem foi, por isso, “difícil”. “ Já estava com o pensamento no próximo golo”, admite. A série auspiciosa coincidia com o melhor momento do Moreirense na liga – os Cónegos somavam uma senda invencível de seis jogos – e para isso contribuiu o “trabalho espetacular” dos colegas de equipa: “Não estou sozinho em

Moreirense

campo. Preciso de todos”. Com 27 anos, Fábio Abreu sente que o momento de forma é fruto de um trabalho contínuo: “Nos últimos três anos sinto que tenho vindo a progredir, agora com a minha vinda para o Moreirense a minha carreira está a dar o salto que queria”. O homem golo não tem dúvidas: está no melhor momento da carreira. E alimenta a possibilidade de ser o melhor marcador do campeonato? “Sim, é possível. Nada é impossível, temos é de confiar em nós próprios”, diz Fábio Abreu, que conta com uma ajuda importante dentro do balneário, que sabe o que é faturar. Há 11 anos, o melhor marcador do campeonato foi um avançado brasileiro que atuava no Nacional da Madeia. Na altura com 25 anos, Nenê está agora segunda época ao serviço do Moreirense. “O Nenê ajuda-me muito pela experiência e maturidade. Quando foi o melhor marcador do campeonato ninguém estava a espera. Ele conseguiu e eu sinto

que posso atingir isso, vou lutar por esse objetivo”, confessa. “Ele dá-me muitos conselhos. Há pessoas que pensam que um avançado não se dá bem com o outro colega que é avançado, mas isso está errado. O Nenê é um profissional fantástico, que dá o máximo, mesmo com a idade trabalha muito, ajuda muito os mais novos, está sempre disposta a ajudar. No trabalho de finalizar ele fala muito comigo: ‘Tenta bater desta maneira, vais melhorar muito’. Dá-me conselhos. Tenho muito a agradecer-lhe, porque é uma excelente pessoa.” O tempo do avançado é passado em casa – “é para o bem de todos”, considera. Sem os conselhos de Nenê e a companhia do grupo, as baterias estão apontadas ao regresso. “É claro que quero o retomar do campeonato, mas a saúde das pessoas está em primeiro lugar. Quero voltar a jogar, porque sei que vou fazer mais golos, tenho mais golos na bagagem”, atira. •

Moreirense

“Há imensos jogadores da Liga que 1ª LIGA Luther Singh: “O meu futuro depende dos planos do SC Braga” ganham dois salários mínimos” Cedo se afirmou como um dos nomes a reter desta edição do campeonato, mas uma lesão em janeiro impediu Luther Singh de dar continuidade ao bom momento. Emprestado pelo SC Braga ao Moreirense até ao final da temporada, o avançado sulafricano ainda não sabe o que o futuro lhe reserva “O meu futuro depende sempre dos planos que o Sp. Braga tem para mim. Não sei se continuo no Moreirense, se regresso, ou se sou novamente emprestado. Tenho mais três anos de contrato, por isso podem acontecer várias coisas diferentes”, disse, na passada segunda-feira, numa conversa nas redes sociais com Muneer Mather, pós-doutorado em psicologia desportiva na Universidade de Joanesburgo, na África do Sul. Nessa conversa, o jogador de 22 anos abordou ainda a adaptação ao futebol europeu. “Pode ser difícil para um jogador africano adaptar-se à Europa, mas eu só posso falar bem de Portugal.

© Direitos Reservados

Sempre me senti bem recebido em todos os clubes. Neste país sinto-me em casa, ainda para mais a fazer o que mais gosto, que é jogar futebol. O racismo é um tema pertinente, mas em Portugal nunca experienciei qualquer situação dessas”, afirmou. •

Depois de se ter pronunciado contra cortes nos ordenados dos jogadores, Pedro Trigueira viu a sua posição ser criticada. Assim, pouco tempo depois, clarificou o que quis dizer: “O que quis reforçar é que há imensos jogadores na Liga NOS que ganham dois salários mínimos nacionais. Ao dizer que eu posso, ao abdicar de 50 por cento do ordenado, ganhar o ordenado mínimo, estou a colocar-me no lugar de um desses jogadores.” No entender do guardião, “os jogadores ao terem que abdicar de alguma parte do ordenado tem que ser consoante o ordenado de cada um”. Numa entrevista à Sport TV, Trigueira tinha dito que “em Portugal as diferenças são muito grandes.” “Se os jogadores dos clubes grandes abdicarem de 50 por cento do que recebem, continuam a ter o triplo ou o quádruplo do que eu ganho. Se eu abdicar de 50 por cento, se calhar ganho o ordenado mínimo”, afirmou. •

© Direitos Reservados

FAMALICÃO FC PORTO BENFICA VITÓRIA SC SPORTING BOAVISTA SANTA CLARA RIO AVE TONDELA MARÍTIMO BRAGA MOREIRENSE VITÓRIA SETÚBAL GIL VICENTE PORTIMONENSE BELENENSES SAD PAÇOS DE FERREIRA DESP. AVES

7´ 6 7 6 7 6 7 3 7 3 7 2 7 3 7 3 7 2 7 2 7 2 7 2 7 1 7 1 7 1 7 1 7 1 7 1

1 0 0 3 2 5 2 1 3 2 2 1 4 3 2 2 1 0

0 1 1 1 2 0 2 3 2 3 3 4 2 3 4 4 5 6

19 18 18 12 11 11 11 10 9 8 8 7 7 6 5 5 4 3

Sub-23

LIGA REVELAÇÃO SPORTING BENFICA ESTORIL PRAIA BRAGA DESP. AVES BELENENSES SAD COVA DA PIEDADE MARÍTIMO RIO AVE PORTIMONENSE LEIXÕES V. SETÚBAL VITÓRIA SC FEIRENSE FAMALICÃO ACADÉMICA

9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9

9 6 4 4 4 4 3 4 3 3 3 2 1 1 0 0

0 2 3 3 3 2 4 1 3 3 3 3 3 2 4 3

0 27 1 20 2 15 2 15 2 15 3 14 2 13 4 13 3 12 3 12 3 12 4 9 5 6 6 5 5 4 6 3


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MODALIDADES

N238 QUARTA-FEIRA 22 ABRIL 2020

Ciclismo

José Mendes e o adiamento dos campeonatos nacionais: “Foi a decisão acertada” © Direitos Reservados

“Foi a decisão acertada, para não retomarmos o calendário com o Nacional. Seria uma prova ainda mais imprevisível. Assim, no final de agosto, sobretudo se se mantiverem as datas da Volta a Portugal [de 29 de julho a 11 de agosto], estarão todos num bom momento de forma e a camisola de campeão será bem disputada”. O vimaranense José Mendes, atual campeão nacional de estrada, examina desta forma a decisão tomada pela União Ciclista Internacional (UCI) de adiar os campeonatos nacionais de ciclismo para 22 e 23 de agosto. Os campeonatos nacionais estavam inicialmente marcados para 19 de junho, estendendo-se até dia 21. Em declarações à agência Lusa, o vimaranense deixou uma palavra de apreço à Federação Portuguesa de Ciclismo. Mesmo com a suspensão do calendário velocipédico — prolongada até 01 de julho para todas as provas — o campeão nacional em 2016 e 2019 a preocupação do organismo federativo em “manter o maior número de provas possível”. José Mendes ressalva, no

Ténis

João Sousa doa cinco mil euros para ajudar tenistas

Pedalar sim, mas em casa No entender do ciclista vimaranense, “tudo depende de como tudo se resolver, e do tempo que os organizadores tiverem para conseguirem encaixar as provas canceladas. O atleta com 34 anos adiantou, na mesma entrevista, que tem feito grande parte da preparação em casa. O campeão nacional de estrada não descartou, no entanto, “uma ou duas saídas para a estada”, algo que é permitido aos atletas com estatuto de alto rendimento. Mesmo não sendo “a situação ideal, é a mais sensata neste momento”, enquadrou o ciclista ao serviço da equipa W52-FC Porto. “Por iniciativa e recomendações da equipa” os ciclistas estiveram “resguardados”, afirma. Algo que

dificulta a preparação, naquele que é um desporto que depende de “treinos com várias horas na bicicleta”. Portanto, o regresso ao treino no asfalto vai ser importante para aumentar o nível, “mas para picos de forma será preciso paciência”. “Na Volta, por exemplo, toda a gente estará em forma, isto desde que as coisas comecem a voltar à normalidade e se possa passar a treinar em pequenos grupos, fazer pequenos estágios de equipa”, considera. A Volta a Portugal, a prova rainha do calendário nacional, continua agendada para 29 de julho, com partida em Castelo Branco e irá terminar no dia9 de agosto. Se o calendário não sofrer mais alterações nas próximas semanas, a Volta a Portugal vai acontecer ao mesmo tempo que a Volta a Burgos (28 a 1 de agosto) e da Volta à Polónia (5 a 9 de agosto), esta última incluída no calendário World Tour. A Federação já fez saber que, para já, “não há razão nenhuma” para adiar “o evento âncora” do ciclismo português. •

Futsal

Candoso comemora o 45.º aniversário

© Direitos Reservados © Direitos Reservados

João Sousa aderiu ao desafio lançado pelo tenista Novak Djokovic e vai contribuir com cerca de cinco mil euros para um fundo de jogadores. Há mais de um mês em Guimarães, em quarentena, o tenista conversou com a RTP e desvendou o procedimento e como se manifestou a ideia: “Surgiu através Djokovic (líder do Conselho de Jogadores), em conjunto com o Roger Federer e o Rafael Nadal. Temos um grupo no Watsapp onde estão os jogadores do top-100 do ranking mundial. A ideia foi falada, foi ouvida, e a maioria dos jogadores estão de acordo em ajudar”. Desta forma, o n.º1 do ténis português aceitou contribuir com cerca de cinco mil euros para um fundo que visa auxiliar jogadores que vão sentir, de forma mais acentuada, os impactos da pandemia - o dinheiro angariado vai ser distribuído pelos atletas que se encontram abaixo do número 250.º no ranking. “Devido ao êxito que tenho tido, tenho algum conforto económico para estar parado algum tempo”, acrescentou À mesma fonte, o vimaranense também teve oportunidade de indicar que esta “paragem forçada” até se revelou benéfica para

entanto, que a calendarização estará sujeita a alterações, visto que, tal como tem acontecido ao nível do pelotão internacional, tudo vai depender da evolução da propagação da pandemia de covid-19.

ultrapassar a lesão no pé sofrida no ano passado. O tenista tem continuado a fazer preparação, ainda que de forma mais limitada. “Juntos vamos vencer e é importante manter a forma, para que quando voltar esteja bem fisicamente e mentalmente”, considera. Segundo o tenista, estar presen-

te nos Jogos Olímpicos é “um orgulho”. “Já estive presente no Rio de Janeiro e foi uma experiência única”, sublinhou. O vimaranense vai, à imagem da restante comitiva portuguesa, ter de esperar mais um ano - “tudo o que se está a passar é bem mais importante que isso” [Jogos Olímpicos], disse, em março. •

O CR Candoso celebrou, nesta terça-feira, o 45.º aniversário. “Um passado de triunfos, um presente estável e um futuro prometedor”, escreveu o clube na rede social Facebook. “Um aniversário diferente, dado o atual momento em que vivemos, mas uma data a ter em conta e merecida de ser festejada por cada um dentro do possível”, indicou o clube, na mesma nota informativa. A formação vimaranense aproveita ainda para deixar uma

mensagem de apreço ao “staff, aos treinadores, aos atletas, sócios, patrocinadores, simpatizantes e autarquias pelo apoio prestado”. No decorrer desta semana, o clube de São Martinho de Candoso anunciou a continuidade do internacional português Sandro Barradas para a temporada 2020/21, “que será de continuidade na Liga Placard”. Sandro “dispensa apresentações, sendo um dos melhores guarda-redes da liga”, diz o clube. •


+ DESPORTO

O JORNAL N238 QUARTA-FEIRA 22 ABRIL 2020 Campeonatos

Série A

A bola vai rolar, mas os jogos vão ser disputados à porta fechada

AF BRAGA

CAMP. PORTUGAL

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VIZELA BRAGA B FAFE VITÓRIA B MARIA DA FONTE MERELINENSE BERÇO SC MONTALEGRE MARÍTIMO B S. MARTINHO U. MADEIRA MIRANDELA PEDRAS SALGADAS CHAVES SATÉLITE BRAGANÇA OLIVEIRENSE 17º CERVEIRA 18º CÂMARA DE LOBOS

PRO-NACIONAL 16 12 2 2 16 11 2 3 16 10 2 4 16 9 3 4 16 7 7 2 16 8 4 4 16 7 4 5 16 6 4 6 16 5 7 4 16 7 4 5 16 6 1 9 16 5 3 8 16 4 4 8 16 3 6 7 16 2 6 8 16 2 6 8 16 2 5 9 16 2 2 12

38 35 32 30 28 28 25 22 22 22 19 18 16 15 12 12 11 8

2-2 1-2 1-1 4-1 2-1 2-3 0-1 2-2 0-2

Corriere della Sera, o dirigente explicou que o importante “é trazer alegria às pessoas nestes tempos difíceis e algum semblante de regresso ao normal, mesmo que os jogos só possam ser vistos na televisão” e as medidas de segurança tenham de ser respeitadas nos treinos e nos jogos. No caso português, segundo noticiou a Rádio Renascença, o futebol profissional pode regressar a 14 ou 21 de junho e após esse período haverá seis semanas para concluir o que resta jogar (dez jogos, no caso da I Liga). Segundo

a mesma publicação, a maioria dos emblemas que militam a Liga Portugal estão de acordo com a decisão. Para o campeonato ficar concluído no final de julho ou no início de agosto, seria, portanto, necessário que as equipas jogassem dois jogos no espaço de uma semana em, pelo menos, duas ocasiões. E se já era sabido que, no caso de a competição regressar, os jogos seriam disputados à porta fechada, a mesma fonte adianta que o cenário pode prolongar-se mais do que o inicialmente previsto. •

A.F Braga

Organismo “aguarda com serenidade” decisões da FPF Após a interrupção dos campeonatos devido à propagação do novo coronavírus, uma das questões mais prementes, que tem afligido vários clubes, prende-se com as subidas e descidas de divisão. Com esta indefinição a servir de pano de fundo, a Associação de Futebol de Braga informou, através de comunicado, que enviou uma missiva aos clubes filiados onde indica que tem mantido contacto permanente, “quer com o Presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), quer com outros dirigentes”. Na carta pode ler-se que o organismo “aguarda com serenidade as decisões da FPF”. Ao mesmo tempo que lembra que o organismo federativo “tem Estatutos e Regulamentos, nomeadamente o Regulamento Oficial de Provas, que tem de cumprir e fazer cumprir”, a AF Braga é contundente: “Não pode, nunca pode, uma pandemia ou outra “pandemia” qualquer ser motivo de atropelo ou de fazer “tábua rasa” sobre aqui-

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DIV. HONRA

1ª DIVISÃO 15 15 14 15 14 15 15 14 15 14 15 15 15 15 15 15

11 1 3 34 9 3 3 30 8 3 3 27 8 3 4 27 6 4 4 22 5 7 3 22 6 4 5 22 7 0 7 21 6 2 7 20 4 7 3 19 4 6 5 18 4 6 5 18 3 4 8 13 3 4 8 13 3 2 10 11 3 2 11 8

1-0 3-1 2-2 1-2 2-3 4-1 1-0 1-2

Série C

12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12

9 9 8 6 6 5 5 5 5 4 4 4 2 3 2 0

2 1 2 2 1 3 3 3 2 4 3 3 5 2 2 2

1 2 2 4 5 4 4 4 5 4 5 6 5 7 8 10

29 28 26 20 19 18 18 18 17 16 15 12 11 11 8 2

OP. CAMPELOS TAGILDE ASES STA. EUFÉMIA DESP. S. COSME UD CALENDÁRIO CD LOUSADO GONDIFELOS SÃO CLÁUDIO

1-1 0-3 3-1 2-3 0-1 2-0 0-2 VS

GD SELHO SANTO ADRIÃO U. ALDÃO E CANO LONGOS OP. FAMALICÃO EMILIANOS FC DELÃES PRAZINS E CORVITE

AF BRAGA

1ª DIVISÃO

CALVOS INFIAS MONTESINHOS ABAÇÃO CASTELÕES MAIS POLVOREIRA PINHEIRO SÃO CRISTÓVÃO SOUTO GONDOMAR INFANTAS SÃO FAUSTINO GÉMEOS NESPEREIRA

11 10 9 9 10 9 10 10 10 10 10 10 10

8 7 6 5 5 5 4 3 4 3 3 1 1

2 2 1 1 1 1 2 4 1 2 1 0 0

1 1 2 3 4 3 4 3 5 5 6 9 9

26 23 19 16 16 16 14 13 13 11 10 3 3

Jornada 11

ciou que, para além de aguardar as decisões da FPF, “está estudar apoios” para minimizar o impacto financeiro da situação nos clubes.•

S. PAIO D’ARCOS PEVIDÉM VILAVERDENSE PRADO CABREIROS BRITO RIBEIRÃO FORJÃES DUMIENSE/CJP II

Jornada 12

VIATODOS AMIGOS URGESES BAIRRO FC RONFE PICA RUIVANENSE LOURO PONTE

SUPER LIGA

SOUTO GONDOMAR GÉMEOS CASTELÕES SÃO FAUSTINO CALVOS PINHEIRO

1-3 0-2 0-0 1-3 0-0 1-2 0-0 1-1 1-1

CD LOUSADO OP. CAMPELOS UD CALENDÁRIO GONDIFELOS GD SELHO DESP. S. COSME EMILIANOS FC PRAZINS E CORVITE SANTO ADRIÃO ASES STA. EUFÉMIA TAGILDE DELÃES U. ALDÃO CANO OP. FAMILICÃO LONGOS SÃO CLÁUDIO

Jornada 15 SANDINENSES SÃO PAIO POLVOREIRA ANTIME NINENSE CELORICENSE FRADELOS AIRÃO

POPULAR

lo que são os estatutos e regulamentos”. Com serenidade e responsabilidade, “sem alarmismos e sem alaridos” a AF Braga anun-

ARÕES SANTA MARIA SERZEDELO PORTO D’AVE TORCATENSE JOANE CAÇ. TAIPAS VIEIRA SANTA EULÁLIA

AF BRAGA

Série B

PONTE NINENSE OS SANDINENSES PICA RONFE BAIRRO FC ANTINE AIRÃO AMIGOS URGESES VIATODOS POLVOREIRA CD CELORICENSE FRADELOS SÃO PAIO RUIVANENSE LOURO

42 40 35 33 31 27 26 26 24 23 22 21 20 20 19 17 15 8

2 3 5 4 5 5 6 6 8 8 10 7 8 8 8 11 11 14

Jornada 19

VIZELA BERÇO SC VITÓRIA B CHAVES SATÉLITE FAFE BRAGA B U. MADEIRA BRAGANÇA OLIVEIRENSE

AF BRAGA

As ligas europeias de futebol estão prontas para voltar à competição à porta fechada e, dessa forma, limitar o impacto negativo da suspensão causada pela pandemia de covid-19, disse hoje o presidente da UEFA. Segundo Aleksander Ceferin, “há opções que permitem reatar taças e campeonatos e levá-las até ao fim”, para limitar o “impacto terrível” que causaria a suspensão definitiva da época 2019/20, a nível económico, para clubes e ligas. Em entrevista ao jornal italiano

19 13 3 18 13 1 19 11 2 18 10 3 19 9 4 19 7 6 19 7 5 18 7 5 19 7 3 19 7 2 19 7 1 19 5 6 19 5 5 19 5 5 18 5 4 19 5 2 19 4 3 19 2 2

BRITO PEVIDÉM CAÇ. TAIPAS VILAVERDENSE FORJÃES RIBEIRÃO JOANE PRADO ARÕES TORCATENSE S. PAIO D’ARCOS SANTA EULÁLIA VIEIRA DUMIENSE/CJP II SANTA MARIA PORTO D’AVE CABREIROS SERZEDELO

Jornada 16 MERELINENSE PEDRAS SALGADAS MIRANDELA S. MARTINHO MARÍTIMO B MARIA DA FONTE MONTALEGRE CERVEIRA CÂMARA DE LOBOS

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1-2 0-5 0-0 2-1 1-0 1-2

MAIS POLVOREIRA INFIAS ABAÇÃO INFANTAS MONTESINHOS SÃO CRISTÓVÃO

Série D

12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 11 12 12 11 12 12

ACR GUILHOFREI AC GONÇA GCD REGADAS TABUADELO PEVIDÉM B S. MASCOTELOS FC GANDARELA GDCR FAREJA GRC ROSSAS FERMILENSE ARCO BAÚLHE GD SILVARES GD CAVEZ PINHEIRO GDC MOSTEIRO MOTA FC

9 9 9 8 8 8 7 5 5 4 4 4 2 2 1 0

2 1 29 2 1 29 1 2 28 1 3 25 1 3 25 1 3 25 1 4 22 2 5 17 1 6 16 2 6 14 2 5 14 0 8 12 2 8 8 1 8 7 1 10 4 0 12 0

Jornada 12 PINHEIRO S. MASCOTELOS GDCR FAREJA GRC ROSSAS FC GANDARELA PEVIDÉM B AC GONÇA ACR GUILHOFREI

6-0 1-0 2-1 4-1 2-3 1-0 ADI 1-1

GD SILVARES GCD REGADAS GDC MOSTEIRO FERMILENSE MOTA FC GD CAVEZ TABUADELO ARCO BAÚLHE


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ARTES E ESPETÁCULOS

N238 QUARTA-FEIRA 22 ABRIL 2020

Baixas na agenda cultural do verão: festival Vaudeville Rendez-Vous e programação dos Banhos Velhos adiados Adiamentos foram anunciados no decorrer da semana passada. Contudo, do lado do festival de circo contemporâneo, há datas de regresso. E pode haver um evento no final do verão nos Banhos Velhos. © Direitos Reservados

Em ano de celebração do 10.º aniversário dos Banhos Velhos, a pandemia causada pela covid-19 trocou os planos à Taipas Termal e à Equipa de Produção dos Banhos Velhos. Assim, “como medida de precaução e segurança pública”, a programação cultural de 2020 dos Banhos Velhos foi adiada para o próximo ano. “Esta decisão surge depois dum período de ponderação, depois de já ter sido anunciado o adiamento da apresentação da temporada cultural de 2020”, lê-se no comunicado enviado às redações pela Taipas Termal. Ainda assim, aquela entidade ressalva que, apesar do adiamento da temporada cultural para 2021, “não ficará de lado a hipótese de que possa acontecer algum evento no final do verão”, mas tal depende da evolução da pandemia. “Tal como tem

Vários agentes da cultura vimaranense estiveram reunidos com o presidente da Câmara Municipal de Guimarães, Domingos Bragança, e a vice-presidente e vereadora da Cultura, Adelina Paula Pinto. O presidente desa-

fiou-os a “participarem de forma ativa nos grandes eventos da cidade”, como as comemorações do 24 de Junho ou as Festas Gualterianas. “Queremos colocar a inteligência e criatividade de todos na procura de novas solu-

ções”, disse Domingos Bragança, citado em comunicado de imprensa da câmara. A reunião realizou-se na última sexta-feira por videoconferência, “com a participação de mais de duas dezenas de representantes do setor Criativo, Artístico e Cultural”. O presidente do município referiu serem necessárias “grandes produções performativas, multidisciplinares, nos momentos comemorativos da cidade” e não só este ano. Frisou ainda ser importante que estas sejam “pensadas, criadas, produzidas por gente de Guimarães”. Já Adelina Paula Pinto sublinhou que é importante “manter a atividade cultural em Guimarães, diferenciadora e essencial em tempos de pandemia e criar um mecanismo de apoio a todos aqueles que vivem da Cultura e que se deparam com os seus rendimentos e os trabalhos reduzidos a zero”. A vereadora da Cultura indicou que existe a possibilidade da criação de um “canal de difusão da marca cultural de Guimarães”. Os contributos apresentados ao longo da reunião servirão de base para um plano de operacionalização, a ser apresentado na próxima semana. •

do regresso: entre 21 e 24 de julho do próximo ano, o Vaudeville Rendez-Vous volta a levar o circo contemporâneo a Guimarães, Braga, Barcelos e Vila Nova de Famalicão, mostrando o melhor que se faz na área ao Quadrilátero Urbano. O festival, promovido pelo Teatro da Didascália, vai na sua sétima edição. A organização garante que a trabalhar no reagendamento dos trabalhos previstos das companhias e artistas programados para este ano. O certame é considerado o maior festival de circo contemporâneo da região Norte e procura “promover novos olhares sobre o circo contemporâneo para espaço público, fomentando, simultaneamente, o apoio a artistas emergentes, a formação de novos públicos, e intensificando anualmente o número de coproduções”. •

Contextile 2020 com mais participação de artistas e obras. "Um novo recorde", diz a organização © Direitos Reservados

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Agentes culturais e Câmara procuram soluções para os "grandes eventos" da cidade

sido já preconizado nos anos anteriores, a próxima programação cultural dos Banhos Velhos, agora adiada para 2021, contará com várias propostas, desde espetáculos de música, passando por peças de teatro, tertúlias, cinema e oficinas, numa aproximação às associações e ao tecido artístico local”, conclui o comunicado”. Mas esta não foi a única baixa anunciada na semana passada no que diz respeito ao cenário cultural vimaranense. O Festival Internacional Vaudeville Rendez-Vous, que tinha data marcada para os dias 22 e 25 de julho, sõ regressa no próximo ano. E, claro, a covid-19 é o motivo: "Devido à incerteza gerada pela pandemia da covid-19”, a edição deste ano foi adiada, anunciou a organização do certame. Já se conhecem, no entanto, os dias

A Contextile 2020 – Bienal de Arte Têxtil Contemporânea, na sua 5ª edição que se realiza de 5 de setembro a 25 de outubro, em Guimarães, teve uma participação de 870 artistas de 65 países que propuseram cerca de 1150 obras de arte, respondendo à OpenCall que encerrou a 1 de março para a Exposição Internacional. Segundo a organização, trata-se de um aumento de 40% relativamente a 2018, na participação de artistas e obras -“um novo recorde”, lê-se na nota informativa. A Contextile 2020 conta com a

parceria institucional do Município de Guimarães e o apoio da DGArtes | Ministério da Cultura, aos quais se juntam, entre outras, as parcerias com a ATP – Associação Têxtil e do Vestuário de Portugal, ASM – Associação Selectiva Moda, entre outras empresas têxteis da região. Esta Contextile não só pretende entrelaçar a tradição e inovação no têxtil com a cultura e a criatividade, sublinhando a importante marca identitária que tem deixado desde 2012, aquando da Capital Europeia da Cultura, e projetando Guimarães como Território de Cultura Têxtil. •


PASSATEMPOS E INFORMAÇÕES ÚTEIS

O JORNAL N238 QUARTA-FEIRA 22 ABRIL 2020

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Farmácias de serviço Quarta-feira 22 de abril

Farmácia Hórus

Largo do Toural - Tlf: 253 517 144

*Farmácia Faria

R. do Calvário, 201, Serzedelo - Tlf: 253 532 346 Quinta-feira 23 de abril

Farmácia do Parque

R. Dr. Carlos Saraiva 46 - Tlf: 253 516 046 Sexta-feira 24 de abril

Farmácia Pereira

Alameda S. Dâmaso - Tlf: 253 412 950 Sábado 25 de abril

Farmácia da Praça

Rua Paio Galvão - Tlf: 253 523 167 Domingo 26 de abril

Portugal à mesa com

Farmácia Nobel

Rua de Santo António - Tlf: 253 516 599

Mário Moreira

Segunda-feira 27 de abril

Farmácia Barbosa

Largo do Toural - Tlf: 253 516 184

*Farmácia Faria

“À Mesa de quarentena”

R. do Calvário, 201, Serzedelo - Tlf: 253 532 34 Terça-feira 28 de abril

Farmácia Avenida

Avenida D. João IV - Tlf: 253 521 122

“A minha carteira é igual a uma cebola, sempre que a abro, choro” A sua versatilidade é sinónimo de saúde, sabor e beleza. O seu poder curativo já conhecido desde a Antiguidade. As suas propriedades são excelentes: fortalece o sistema imunitário, previne muitas infeções, reduz a tensão arterial, auxilia a circulaçãdo no sangue e tem uma função anti-inflamatória... As cebolas devem ser descacadas e cortadas pouco antes de serem usadas, perdem sabor a substâncias ao ficarem muito tempo ao ar. Para não chorar enquanto se descascam podemos fazê-lo debaixo de água corrente, lavar as maõs, a faca, encher a boca de água ou segurar um pedaço de pão entre dentes, enquanto se respira nesta operação. Há uma técnica de corte; cortando-a ao meio, atravessando a raiz, que a sustenta. Com a base cortada virada para baixo, fazem-se golpes na horizontal e depois na vertical, no sentido da rama para a raíz, de modo a que os cubinhos fiquem uniformes. Uma vez cortada é refogada em

*Em regime de disponibilidade

gordura para que fique transparente ou de cor dourada sem queimar para incorporar no prato que vai ganhando forma. Devem ser escolhidas secas, sem folhas verdes que possam indiciar o crescimento na ponta. As chalotas, mais pequenas, em forma de lágrima, são um tipo de cebolas de sabor delicado e usadas na cozinha de excelência. As cebolas vermelhas têm um sabor muito suave e são muito usadas em decorações, saladas e molhos. Com estas cebolas, faço um molho para carnes; vinho tinto, alecrim, vinagre balsâmico, mel...de comer à colher. As cebolas grandes são uma especialidade espanhola, picantes e adocicadas, são adequadas para saladas, guisados e rechear. As cebolas brancas são muito comuns e apreciadas em Portugal pelo seu sabor adocicado e pela baixa acidez. Quem não gosta de comer uma cebola crua com sal grosso em azeite e vinho tinto ou vinagre?

Dê sangue! COLHEITA PERMANENTE

Todas as Terças-feiras das 14h30 às 19h00 Primeiro e terceiro Sábado de cada mês das 09h00 às 12h30 Local Casa do dador (Azurém)

O que acontece na sua rua, no seu bairro, na sua freguesia...

“Cebola crua ovalada com Mel” Escolhem-se cebolas pequenas de forma oval e cortam-se em gomos largos, uniformes e individuais. Pegam-se em cada um deles e preenchem-se com mel. A acidez da cebola é atenuada pelo mel e o mel disfarça a acidez da cebola, numa combinação perfeita. Lembro esta delícia numa farra com amigos, há longos anos, no sopé da serra da Freita, vale do Rio Vou-

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ga, distrito de Aveiro. Pode ser servido com palitos de broa frita, ou, simplemente, broa a sair do forno! Um verdadeiro Pitéu.

Bom apetite, Votos de saúde! Envie as suas sujestões para: leitor@maisguimaraes.pt

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Câmara está a colocar 40 contentores semienterrados por todo o concelho

Estão a ser colocados 40 novos contentores semienterrados em vários “locais de alta densidade populacional ou em locais de

edifícios de habitação coletiva” em vários pontos do concelho vimaranense. Através da empresa Vitrus Ambiente, a Câmara Mu-

nicipal de Guimarães entrou em articulação com as Juntas de Freguesia para “alterar o sistema de deposição e recolha”. De acordo com nota do município, a colocação destes novos contentores “permitirá um melhor e maior acondicionamento dos resíduos, sendo que ocupação do espaço à superfície e o impacto visual são reduzidos”, já que apenas um terço do contentor está visível. Para além disso, “estes contentores permitem uma redução de odores dado que as temperaturas mais baixas no subsolo retardam o crescimento de bactérias”. •

A Liberdade que ainda vive

Mortes causadas por covid-19

Em altura de pandemia, há um outro perigo que se esconde por entre a sensação de segurança e a desinformação: a opressão da liberdade. A nossa foi conquistada em Abril de 1974. Hoje, fechados em casa num mundo que nos parece distópico, é bom saber que ainda há quem faça para assinalar esta data.

Até ao fecho desta edição eram 21.379 o número de casos confirmados com Covid-19. O novo coronavírus já provocou 762 mortes em território nacional, e este é sempre um número que, maior ou menor, é sempre de lamentar. Por outro lado, e no meio das más notícias, há que relembrar que já 917 pessoas em Portugal recuperaram.


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