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Covid-19: Noventa doentes recuperaram no Hospital CONTINUAM INTERNADAS 50 PESSOAS INFETADAS PELO NOVO CORONAVÍRUS P.08 ENTREVISTA
BRUNO FERNANDES
“Guimarães poderia estar a ser muito mais bem governado” P.10
CULTURA
A Oficina tem uma nova loja online com património local P.12 EM GUIMARÃES
Falta de transporte para alunos motiva críticas do PSD P.08 EM GUIMARÃES
A agricultura biológica está a ganhar terreno P.11 EM GUIMARÃES
Covid-19: ação do município esteve em debate na Assembleia Municipal P.07
RESTAURAÇÃO
À ESPERA DE CLIENTES
Restaurantes reabrem com novas regras e recomendações, que os proprietários garantem seguir. A quebra na faturação pode ameaçar alguns espaços, mas empresários preferem fazer balanços mais tarde. P.04 e 05
EM AGOSTO, O CINEMA SERÁ EM DRIVE-IN P.22 COVID-19
D. AFONSO HENRIQUES VAI SER PARTILHADO POR VITÓRIA E MOREIRENSE
P.19
Feiras, cultura, desporto: município anuncia novas medidas de desconfinamento P.08
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N242 QUARTA-FEIRA 20 MAIO 2020
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MAIS GUIMARÃES - O JORNAL · SEMANÁRIO · DIRETOR: ELISEU SAMPAIO
N242 QUARTA-FEIRA 20 MAIO 2020
Artigo de opinião - Miguel Abreu
Liberdade
O desconfinamento continua Entramos em processo de recuperação das nossas vidas. Vidas que tínhamos no inicio de março, que perdemos por mais de 2 meses, e das quais temos ainda imensas saudades. Esta semana reabriram alguns restaurantes em Guimarães. As crianças, as mais pequeninas, regressaram às creches e, nas secundárias do concelho, os alunos do 11º e 12º anos marcaram também presença nas escolas. Pouco e pouco, muito vagarosamente, deparamo-nos com esta nova realidade que se nos apresenta, e nos obriga a uma adaptação bárbara. Andamos pelas ruas, ainda meias desertas, e sentimos medos nos olhares. Este confinamento atrofiou a alegria em espaço público. Oxalá, ela regresse também, com o tempo e à medida que nos formos de novo habituando a estar junto aos outros. O desconfinamento continua. Agora, nos Parques de Lazer que reabriram na passada semana, é permitido, além de caminhada e corrida, a prática da atividade desportiva em contexto não competitivo,
cumprindo o distanciamento mínimo de 2 metros entre cidadãos para atividades que se realizem lado-a-lado, ou de 4 metros para atividades em fila e ainda o impedimento de partilha de materiais e equipamentos. A partir de 21 de maio, procede-se, em Guimarães, à reabertura da venda não diária no Mercado Municipal, com medidas de contingência e limitação de acessos. A Pista de Atletismo Gémeos Castro será reaberta a atletas federados dos clubes de atletismo de Guimarães, a partir do próximo dia 25 de maio e, dos equipamentos culturais, a Casa da Memória, o Centro Internacional das Artes José de Guimarães e a Sala de Exposições do Palácio Vila Flor reabrem a 26 de maio. Há sinais de recuperação e os dados de infetados não indiciam, para já, o temido aumento com a saída da população das suas casas para as atividades profissionais e outras. mEsperemos que assim continue, para voltarmos a ser, o mais breve possível, tudo aquilo que já fomos.
Estatuto editorial de “Mais Guimarães - O Jornal” “Mais Guimarães – O Jornal” é um jornal regional generalista, independente e pluralista, que priviligia as questões ligadas à área em que está inserido, o concelho de Guimarães. “Mais Guimarães – O Jornal” é um órgão de comunicação semanal e ter uma tiragem de 4.000 exemplares, impressos a cores, por edição. “Mais Guimarães – O Jornal” pode ser adquirido pelos leitores nos diversos quiosques do concelho de Guimarães. “Mais Guimarães – O Jornal” pretende ser um jornal atraente, moderno e de fácil leitura, atualizado com os problemas e acontecimentos regionais, divulgando as atividades das instituições, coletividades e associações locais, bem como o património e tecido empresarial da região. “Mais Guimarães – O Jornal” é uma publicação independente, demarcada de qualquer partido ou ideologia política, distanciando-se de qualquer forma de censura ou pressão, tendo como objetivo único o de prestar serviço público, servido a democracia e os leitores. Eliseu Sampaio / Agosto de 2015 Mais Guimarães - O Jornal - Semanário Proprietário Eliseu Sampaio - Publicidade, Lda. NIPC 509 699 138 Sede Rua de S. Pedro, No. 127 - Serzedelo 4765-525 Guimarães Telefone 917 953 912 Sede da Redação Av. São Gonçalo 319, 1.º piso, salas C e D, 4810-525 – Guimarães Email geral@maisguimaraes.pt Diretor e Editor Eliseu de Jesus Neto Sampaio Registado na Entidade Reguladora Para a Comunicação Social, sob o no. 126 735 Depóstio Legal No 399321/15 Design Gráfico e Paginação João Bastos / Luís Freitas Redação Pedro Castro Esteves | Mafalda Oliveira | Nuno Rafael Gomes Departamento Comercial Eliseu Sampaio Colunistas Permanentes Ana Amélia Guimarães | Ângela Oliveira | António Rocha e Costa Carlos Guimarães | César Machado | Esser Jorge Silva | José João Torrinha | José Rocha e Costa | Manuela Sofia Ferreira | Marcela Maia | Maria do Céu Martins | Paulo Novais | Rui Armindo Freitas | Tiago Laranjeiro | Torcato Ribeiro | Wladimir Brito Fotografia Joaquim Lopes | Marco Jacobeu | João Bastos Os espaços de opinião são da exclusiva responsabilidade dos seus autores, incluindo no que concerne à utilização ou não do acordo ortográfico.
Se isto não é liberdade, então o que é a liberdade? Isto, o quê? Onde começa e, acaba a minha liberdade? E a do outro? Uma série de questões que uma grande maioria não coloca a si mesmo, por dar o resultado como algo certo e ser já vivenciado. Será?! Democracia, um sistema político livre. Uns poderão encontrar mil e uma razões para dizer que é o sistema mais próximo do ideal. Outros, com certeza encontrarão as suas razões e fundamentos para demonstrar as fraquezas e imperfeições. Não é disto que se trata. Comparados com sistemas políticos claramente repressivos e ditatoriais seremos levados prontamente a afirmar que este é sem dúvida um sistema político livre e, que permite a liberdade a cada pessoa que nele participa. Refletindo um pouco mais acerca desta questão, poderemos encontrar logo no princípio que os regula algo que perturba a suposta harmonia sobre o qual todo o sistema está assente. Quando o número de votos em branco é superior ao número de votos da pessoa ou partido mais votado numas eleições e, isso não dá direito a que as eleições sejam repetidas com a apresentação de outros candidatos, será este um sistema que se possa aclamar como um sistema livre e, que respeita a vontade daqueles que são participantes? O dinheiro que tudo permite. Vivemos num mundo regido por regras economicistas esquecendo o humano. Parece que foi esquecido que a pessoa é a origem da novidade e desenvolvimento e, é o fim que deveria ser a razão principal pela qual tudo vai sendo criado. Como vamos assistindo, parece que nada mudou. Tudo, ou melhor todos permanecem agarrados a este mundo mercantilista, dependente de compras que nunca conseguirão satisfazer plenamente a sempre insatisfação humana. Será que esta é a liberdade que a humanidade procura? Ou pelo contrário, já se vive uma vida tão dependente que se perdeu toda a liberdade, na qual cada um é livre de não comprar? Da mesma forma que falamos do impulso de comprar como que se fosse um vício que por um instante engana a insatisfação daquele que o faz temos também, todos os outros vícios que tiram toda a liberdade a quem padece deste tipo de mal. Sobretudo, no que se refere à vida e á liberdade de a viver com a dignidade que merece ser vivida. A liberdade de (não) viver.
A questão do consumo desmesurado e, sem razão a não ser a satisfação e prazer pessoal, leva-nos a uma questão mais séria que está relacionada com a pessoa e a vida. Trata-se do suicídio, uma das principais causas de morte a nível mundial. Maior causa de morte quando comparado com o número de pessoas mortas em guerra ou por cancro da mama. No que se refere às idades, esta é a segunda causa de morte de jovens com idades compreendidas entres os 15 e 29 anos. E é a terceira causa de morte entre os 15 e 19 anos de idade. A cada quarenta segundos há uma pessoa que morre por suicídio. São 800 mil pessoas por ano que na sua liberdade tomam a decisão de não mais viver. Será este um verdadeiro ato de liberdade? E os outros, os familiares, os amigos, o resto da humanidade, não pode também exercer a sua liberdade e impedir que tudo isto aconteça? A liberdade da mudança. Ao longo deste tempo de confinamento muito se tem escrito acerca da mudança ao nível da pessoa e, seus hábitos e comportamentos. Havia entre uma grande maioria, até entre alguns mais céticos, uma esperança de um renascer de uma nova humanidade. Entretanto as portas começaram a abrir-se e, o que na generalidade se vai constatando é que a vontade de fazer renascer uma nova humanidade foi algo passageiro, a vontade maior é que fique tudo igual. Que voltemos à normalidade dos nossos dias, como comummente se diz e, se vai escutando por entre diálogos cruzados. É verdade, temos que regressar ao mundo. Viver o dia-a-dia. Mas, agora que já não se está na casa que nos aprisionava fazendo com que cada um, no seu próprio jeito de ser, se quisesse libertar para partilhar e mostrar da sua humanidade ao mundo, porque não emanamos dos mesmos sentimentos? Será que estarmos no nosso espaço de conforto nos fazia mais livres? Ou o sonho de uma humanidade mais real não passava de um exercício de imaginação despoletado por uma qualquer episódio de uma série televisiva ou, por um qualquer filme? Ser encarcerado por vontade própria. Mais do que perguntar se queremos mudar, talvez a pergunta a ser colocada a cada um é, porque não mudamos? Se afirmamos ser livres, o que nos prende a este modelo de vida que todos sabemos que não nos trará a tão desejada felicidade? Confesso que tenho
alguma dificuldade em entender que tipo de exercício de liberdade nos faz aderir a algo que nos é prejudicial e, que temos o nítido conhecimento que em cada um de nós passará a ser uma dependência prejudicial. Não será esta decisão uma escolha de encarceramento voluntária? Não procuro eu, a liberdade? A liberdade, como ato de criação. Poder-se-á dizer, numa abordagem superficial, que o sonho é expressão da liberdade porque aparentemente ninguém poderá condicionar e, controlar. Não é de todo verdade. Os sonhos podem e são afetados por eventos e, ou sugestões com que nos vamos deparando ao longo da vida, mesmo que não demos conta do que está a acontecer.Falo no sonho enquanto conceção de algo que se deseja, seja sobre algo material que pretendemos obter ou, de um acontecimento que se venha a realizar. Este aspeto poderá ser por ventura a questão mais humana e pessoal que mais é controlada e condicionada pelo mundo, do que que pela própria pessoa. Neste sentido, a liberdade é uma aparente perceção do nosso ideal. Então onde se encontra a liberdade? É uma resposta que pode ser cheia de contrariedades e, de interpretações muito pessoais. A liberdade está patente no ato de criação gerado pela pessoa. Não se tratando apenas de gerar um novo ser, mas no gerar algo que seja bom para si e, para toda a humanidade. O maior ato de liberdade que cada pessoa poderá ter é conceber e realizar efetivamente algo de bom para o bem-comum. Ser livre, implica ser ético, sério e verdadeiro. Comigo e com todos os outros, mesmo com aqueles que não conheço. Liberdade é o nome dado a cada vida nova gerada a partir de cada uma das ações levadas a efeito por cada pessoa. É a possibilidade de cada um de nós se comover, sorrir, expressar todos os sentimentos que fervem no seu íntimo. É ser genuinamente pessoa. Temos na história da humanidade grandes exemplos do exercício da liberdade, sobretudo em tempos de adversidade, como foi por exemplo o Holocausto, maior genocídio do século XX. Quantas pessoas arriscando a sua liberdade, ficaram ainda mais livres ao salvarem pessoas desconhecidas da ida certa para os campos de concentração e, de um destino fatal. Só no campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, morreram mais de 1,2 milhões de pessoas, o número total de mortes durante o tempo do Holocausto, é muito superior a 10 milhões de pessoas. •
EM GUIMARÃES
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Confinamento e democracia em debate © Gustavo Fring
A ASMAV promoveu, no passado dia 14, um debate online sobre os efeitos do confinamento no apego à democracia e à liberdade. Para esta segunda edição, de um ciclo de sete conferências-debate que se estendem até junho, foram convidados o teólogo João Duque, professor catedrático na Universidade Católica Portuguesa, o sociólogo, Moisés Lemos Martins, professor catedrático do Departamento de Ciências da Comunicação da Universidade do Minho e Francisco Teixeira, professor de filosofia na Universidade Lusófona do Porto e na Escola Secundária Francisco de Holanda.
Para Moisés Lemos Martins o grande problema das democracias é que as instituições democráticas “não têm sido capazes de dar resposta à promessa”. As instituições da democracia não foram capazes de garantir a promessa ao nível da igualdade, emancipação e equidade, por isso os cidadãos desconfiam delas.
Hoje, toda a mobilização é feita para o mercado e “o mercado lança-nos numa competição permanente”, alerta o professor da UMinho. Estamos sempre a trabalhar para estatísticas, tudo é feito mercadoria. A crise, portanto, existia antes da pandemia que só a veio agravar, conclui Moisés Lemos Martins.
João Duque lembra que, apesar da globalização, as massas não são iguais em todos os lugares, o que exige cautela quando falamos sobre o assunto. Lembra o teólogo que as massas nunca foram “amigas da democracia”, antes pelo contrário, sempre foi mais fácil mobilizá-las para outros regimes. Mesmo assim, João Duque tem uma perspetiva otimista, uma vez que na sua opinião hoje, nas sociedades ocidentais, as massas estão muito mais despertas para a democracia e para a liberdade. O professor vê nessa cultura de liberdade das massas uma das razões para o questionamento da instituições. Francisco Teixeira pega na palavra “promessa”, lançada por Moisés Lemos Martins. Na sua opinião, em democracia, “promessa” tem um sentido religioso, “no sentido de uma expectativa de um reino dos fins”. O professor de filosofia recorre a textos recentes de Giorgio Agamben
para chamar à atenção da posição da Igreja Católica nesta crise sanitária. Aqueles que deviam ser os portadores da promessa escondem-se. “Em vez de um ascetismo do corpo, como antigamente, faz-se agora um ascetismo do espírito e o corpo é que conta”, ironiza Francisco Teixeira. “Não estaremos já capturados pela ideia que a nossa vida biológica é o fundamental da vida?” – questiona Francisco Teixeira. João Duque, dá seguimento ao argumento irónico e recomenda cautela na leitura de Agamben, já que Bolsonaro poderia usar algumas das coisas que escreve para justificar as suas ações. “O cidadão é feito na rua, é feito no trabalho”, afirma Moisés Lemos Martins sobre o ensino à distância. Dito isto, refletindo sobre as recentes comemorações do 25 de abril e do 1º de maio, lembra que, apesar de Homem necessitar de ordem para viver em sociedade, ele precisa de “buscar flores onde
as flores não nascem”. O sociólogo alerta para o fato de nunca termos sido confrontados com uma situação deste género, “tateamos sobre sinais” nas palavras de João Duque. “Temos que criar novas mítico-poéticas que nos façam sonhar”, apela Moisés Lemos Martins. Para João Duque, esta paragem pode ser uma oportunidade para refletirmos sobre os problemas, nomeadamente os da democracia e os colocados pela tecnologia. Francisco Teixeira terminou lembrando que a ideia de que a máscara é o símbolo da nossa relação, neste momento, é perigosa. “Já só nos podemos relacionar de forma híper-protegida, hipervigiada”, sinaliza. As conferências-debate da ASMAV prosseguem no dia 22 de maio, com Inês Machado e Manuel Sarmento, 27 de maio, 1 de junho e terminam a 5 de junho, com Ana Gomes e o jornalista angolano Rafael Marques. • Rui Dias
Em Creixomil e Ronfe Rua da Índia nº 462, 4835-061 Guimarães (No edifício verde junto à Rodovia de Covas) | Alameda Professor Abel Salazar nº 29, 4805-375 Ronfe De segunda a sábado, das 08h00 às 20h00
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DESCONFINAMENTO
O regresso dos restaurantes faz-se com esperança, receio, máscaras e desinfetantes Dois metros para lá, dois metros para cá. A lotação baixou, bem como a faturação. Os proprietários dos restaurantes vimaranenses começaram a reabrir os seus espaços na passada segunda-feira. E, para já, é cedo para balanços. Mas muitos reconhecem que será “complicado”. • Nuno Rafael Gomes Mesas despidas de gente, álcool gel à entrada, distâncias a cumprir, máscaras para usar. O regresso da restauração deu-se na passada segunda-feira, dia 18 de maio, a data da segunda fase do desconfinamento português. Ainda é cedo para balanços, mas os empresários vimaranenses que falaram com o Mais Guimarães partilham as expressões para resumir o estado de espírito: “Vai-se andando”; “Olhe, é um dia de cada vez”; “Vamos ver como corre”. Há gente mais otimista e feliz pelo regresso; outros, queixam-se da falta de apoios e perspetivam um cenário futuro menos risonho. Foram muitos os estabelecimentos de restauração que fecharam portas com a declaração do estado de emergência, a 16 de março — ou até antes. Se houve quem não tivesse qualquer fonte de rendimento ao longo de dois meses, outros optaram por continuar a trabalhar: o take-away e a entrega ao domicílio foram
as alternativas possíveis. Foi o caso da Tasca Ponto de Encontro, em Vila Nova de Sande. Por esse motivo, Catarina Vieira, filha dos proprietários, conta que a adaptação necessária para a reabertura “não foi complicada”: “Já tínhamos cuidados antes do take-away e durante. Também levamos as refeições a casa. Privilegiamos a esplanada, mas mesmo adotar as medidas para o interior não foi difícil.” No estabelecimento, mantém-se o serviço de almoços, lanches e jantares, mas com as devidas medidas implementadas. “E ninguém entra no restaurante sem máscara”, conta. Por isso, Catarina espera que, do lado consumidor, exista “compreensão”: “Sabemos que vai aparecer de tudo, mas também temos de nos impor. Acho que há pessoas que ainda não se aperceberam muito bem do que se está a passar.” Já na cidade, o Cantinho dos Sabores também optou pelo serviço take-away. Mas os resultados
foram desanimadores: “Não correu bem e não compensa”, diz Helena Magalhães, proprietária do espaço. Na segunda-feira, ao almoço, tudo estava ainda “muito parado”: “Tivemos pouca gente. Estávamos a contar com mais.” Com metade da lotação disponível, o Cantinho dos Sabores pode, agora, servir o máximo de 15 pessoas. “Se continuar assim, não sei se as pessoas vão aguentar. Aqui ao lado, está tudo na mesma situação”, acrescenta. Dois metros para lá, dois metros para cá e a lotação vai baixando. No Restaurante Várzea, em Selho São Cristóvão, havia espaço de sobra para 120 pessoas. Agora, serão 60. António Vieira, um dos proprietários, esteve sempre pelo restaurante. “Mantivemos o take-away. Compensou porque éramos só dois.” Agora, com o regresso de parte dos empregados, António Vieira olha com calma para o futuro: “Só o tempo dirá.” E espera que “as pessoas estejam com saudades de comer
fora”. Para já, o Várzea procurará “tirar proveito das esplanadas”.
Esplanadas que crescem Essa é a esperança de Ricardo Silva, proprietário da Cervejaria Guimarães e do Forno da Vila, ambos situados no Largo da Misericórdia. No primeiro, a lotação baixou de 40 para 18; no segundo, de 34 para 18. “Estou otimista porque tenho uma boa esplanada, que é ótimo para fazer o distanciamento necessário”, diz. O proprietário dos dois espaços de restauração está mais assustado com o inverno, uma vez que o turismo do verão “é um balão de oxigénio” para os meses seguintes. E com o “estalo financeiro” sentido com o encerramento total de portas por dois meses, divide-se entre a esperança e a incerteza do que aí vem. “Segurar isto foi brutal. O futuro é que vai dizer, mas tenho 14 funcionários
e não despedi ninguém. Não sei se vou ter capacidade financeira”, conta. Ainda assim, reforça, a esperança reside nas esplanadas. Tal como Ricardo Silva, os proprietários de estabelecimentos de restauração e cafés do Centro Histórico viram as suas esplanadas aumentar. A redução da lotação no interior justifica a medida, bem como a tentativa de minimizar o impacto adjacente à pandemia e crise. A Câmara Municipal de Guimarães aprovou uma proposta que autoriza “o aumento das áreas permitidas para instalação de esplanadas, até um máximo de 100% do espaço licenciado”. Para além disso, atribuíram-se, pontual e excecionalmente, “licenças para instalação de esplanadas a estabelecimentos de restauração e bebidas e/ou de empreendimentos turísticos” que não tinham estes equipamentos. Por outro lado, cada estabelecimento situado no Largo da Oliveira ou na Praça de Santiago recebeu uma
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Cultura, desporto, parques de lazer e feiras: as novas medidas de desconfinamento avançadas pelo município © João Bastos/ Mais Guimarães
planta com “área de extensão possível”, que teve “em conta uma distribuição equitativa dos espaços atribuídos”. A isenção do pagamento de taxas da ocupação de espaço público “com toldos e esplanadas” é outra das medidas aprovadas na reunião do executivo da passada segunda-feira, sendo esta medida prolongada até 31 de dezembro deste ano. Contudo, e mesmo com estas medidas, o cenário nos restaurantes do Centro Histórico “não é o melhor”. Pelo menos foi com essa impressão que Ricardo Pinto da Silva ficou após o contacto com os empresários do setor que têm espaços no local. O presidente da Associação Vimaranense de Hotelaria (AVH) refere que, uma vez que estes estabelecimentos “trabalham muito com a vertente turística”, há algum “receio”. Sem turistas, muitos restaurantes enfrentarão uma fase “muito complicada”. Para Amadeu Lima, gerente do restaurante Solar do Arco, as previsões “não são grande coisa”. Ao fim do almoço de segunda-feira, o balanço não foi positivo: “Não houve ninguém. Zerinho.” O restaurante mantém a mesma carta e, agora, tem apenas 10 mesas. A lotação é de 30 pessoas. “Enquanto não voltar o turismo, vai ser muito complicado. Isto fica
deserto”, afirma. E não se arrisca a fazer contas antes do tempo: “Não sabemos o que vai acontecer.”
“É seguro comer fora” O medo de voltar à rua também se estende ao consumidor. Por isso, o presidente da AVH apela: “Resta desejar que as pessoas que estiveram confinadas comecem a frequentar. Para perder o medo.” E os gerentes e proprietários dos restaurantes que falaram com o Mais Guimarães garantem segurança e higiene. Ricardo Silva assegura: “Os restaurantes são seguros para comer. Temos ementas descartáveis, o toalhete também é e os talheres seguem embalados. As mesas, como já fazíamos, são desinfetadas depois de um cliente sair. Há distanciamento. É uma questão de confiança.” O proprietário está “tranquilo” em relação às normas a cumprir. O mesmo é garantido por Helena Magalhães: “É um esforço extra. Muitas das medidas de higienização já eram cumpridas.” Pela Tasca Ponto de Encontro, há álcool gel “em vários pontos” e “só entra quem tiver máscara”. Mas, tal como os outros proprietários, Catarina Vieira refere que muitos
dos cuidados de higiene já eram seguidos. Amadeu Lima entende, contudo, que o espaço disponível “não dá margem de manobra”. De resto, assegura que o espaço “já funcionava com muita higiene”. Tal como António Vieira, do Restaurante Várzea. A palavra de confiança é, também, dada pelo presidente da AVH. “É preciso dizer às pessoas que podem estar descansadas. Todos os estabelecimentos tomaram medidas e toda a gente tem consciência do problema. Toda a gente sabe o que deve ou não fazer para que a abertura corra com a maior segurança e normalidade possíveis. É seguro comer fora”, reforça. Contudo, diz Ricardo Pinto da Silva, é preciso “alertar para a necessidade de ter uma política de comunicação para captar os locais” — um dos pontos que a associação tem vindo a insistir nas reuniões que vai fazendo com a Câmara Municipal. “Este ano tem de ser pelo turismo doméstico”, frisa. Em tempos incertos, houve quem tivesse pensado não voltar a abrir. “E temos conhecimento de que houve um restaurante que já fechou”, aponta. Contudo, Ricardo Pinto da Silva espera “que não se chegue a uma situação dramática”. Porque, como diz Catarina Vieira, “há uma esperançazita”. • © Mais Guimarães
A Câmara Municipal de Guimarães avança com novas medidas do plano de desconfinamento do concelho, através do despacho emitido pelo Presidente da Câmara Municipal, Domingos Bragança, depois de ouvida a Sub-comissão Municipal de Proteção Civil. Nos Parques de Lazer – que reabriram na passada semana – é permitido a partir de 19 de maio, além de caminhada e corrida, a prática da atividade desportiva em contexto não competitivo, cumprindo o distanciamento mínimo de 2 metros entre cidadãos para atividades que se realizem lado-a-lado, ou de 4 metros para atividades em fila e ainda o impedimento de partilha de materiais e equipamentos. A partir da próxima quinta-feira, 21 de maio, procede-se à reabertura da venda não diária do Terrado do Mercado Municipal, com medidas de contingência e limitação de acessos (venda alternada, reatribuição de lugares e alteração de dias de venda). Na área do desporto, a Pista de Atletismo Gémeos Castro será reaberta a atletas federados dos clubes de atletismo de Guimarães, a partir do próximo
dia 25 de maio, seguindo as orientações da Direção Geral de Saúde. No âmbito dos equipamentos culturais, a Casa da Memória, o Centro Internacional das Artes José de Guimarães e a Sala de Exposições do Palácio Vila Flor reabrem a 26 de maio. A reabertura das Feiras Retalhistas de Guimarães acontecerá partir do dia 29 de maio, com a elaboração de plano de contingência pela respetiva entidade gestora e sua disponibilização online. Com este conjunto de medidas, o Município de Guimarães pretende incrementar o regresso de atividades de índole cultural, desportiva e económica que se encontravam suspensas e cuja retoma se recomenda seja feita na estrita observância das recomendações sanitárias adequadas a cada caso, com o que garantirá que tais atividades não colocam em risco o esforço comum de contenção da pandemia e que, ao mesmo tempo, oferecem as condições de segurança que encorajem o seu usufruto por parte dos respetivos interessados com confiança e com responsabilidade. • © Direitos Reservados
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Assembleia Municipal de Guimarães aprova Relatório e Contas de 2019 © Direitos Reservados
O ponto teve voto favorável do PS, abstenção do PSD, CDS, CDU e deputado independente. O Bloco de Esquerda votou contra.
A Assembleia Municipal de Guimarães aprovou, na passada sexta-feira, o Relatório e Contas referentes ao exercício de 2019. O ponto teve voto favorável do Partido Socialista, abstenção do PSD, CDS, CDU e deputado independente. O Bloco de Esquerda votou contra. No entender do PSD, o relatório “espelha a concretização de um projeto político” com o qual não concorda. “A Câmara Municipal de Guimarães [CMG] está a sobrecarregar os vimaranense com impostos e taxas desnecessariamente. A receita prova que há um aumento de cerca de 2,5 milhões de euros. Existe margem para reduzir impostos aos cidadãos, conforme temos apresentado”, argumentou a deputada social democrata, Paula Damião. À direita, as críticas do CDS-PP foram no mesmo sentido. Pela voz do líder da bancada parlamentar, Paulo Peixoto, os centristas salientam que o resultado líquido do relatório, “na ordem de grandeza dos 4,98 milhões de euros”, mostra um exercício que
“privilegia as contas da autarquia em contrapartida ao esforço dos munícipes”. Em relação ao superavit de cerca de 5 milhões de euros, Paulo Peixoto entende que “4/5 é conseguido à conta do esforço dos vimaranenses.” Por outro lado, o presidente da CMG, Domingos Bragança, lembrou que há três componentes para o orçamento municipal: o Estado central, os fundos comunitários e o IMI – o autarca lembrou que o imposto é o mesmo no Quadrilátero e que o município, por não cobrar a taxa máxima, não arrecada cerca de 8 milhões de euros. Por isso, segundo o autarca, as “contas equilibradas” são da total responsabilidade dos contribuintes – em “5/5”, respondeu. “Temos de ter equilíbrio orçamental para o conjunto de investimento e contar com o Estado, que tem que suprir as necessidades emergentes dos que precisam e promover o desenvolvimento e bem-estar. O que estamos a fazer é cumprir o programa sufragado pelos vimaranenses”,
respondeu. “Uma questão que se coloca quando é se podíamos reduzir as taxas de IMI e outros impostos. E eu pergunto: ‘Foi por capricho que lançamos um empréstimo de 12 milhões de euros?’. Não, é porque precisamos de financiar no nosso orçamento essas obras, para não deixarmos de fazer o que estamos a fazer – investimento na cultura e na coesão territorial”, afirmou. O autarca traçou o caminho para os próximos anos: “Somos prudentes e vamos continuar a trabalhar em candidaturas comunitárias e mostrar sobriedade na gestão da despesa e do investimento. É assim que vamos continuar a fazer”.
“Há tanto onde cortar”, diz o PSD Da mesma bancada, Paulo Lopes Silva reiterou que “o relatório em análise diz que as boas contas do município servem para ser investidas em sustentabilidade
ambiental, coesão territorial e incremento constate da qualidade de vida das pessoas”. O PSD insistiu que “não quer menos investimento”. “O que queremos é uma melhor gestão da despesa com a maquina municipal. Há tanto onde cortar: avenças e estudos, muitas vezes inúteis. É possível baixar impostos e libertar receita para o investimento”, retorquiu Paula Damião. Domingos Bragança respondeu, afirmando que as questões relativas aos custos com o pessoal “são ajustadas nacionalmente”. “Houve um salto que se deve ao ajustamento de salários dos trabalhadores municipais que tem que ver com reajustamentos”, assinalou, acrescentado que “estudos são necessários” “Para as boas decisões temos que ter um conhecimento pormenorizado”, concretizou. Já segundo o CDS-PP, “as contas da autarquia permitem que os impostos baixem – designadamente o IMI. “Se a autarquia não quiser baixar, é uma questão política”, afirmou Paulo Peixoto.
Bloco avança para a CNPD Na primeira intervenção, o Bloco de Esquerda anunciou que votaria contra o Relatório e Contas. “Os documentos que se discutam e votam são demonstrativos da incapacidade deste executivo em cumprir as decisões desta assembleia”, começou por dizer a deputada
Sónia Ribeiro. A bloquista referiu que “o superavit de 5 milhões de euros foi obtido à custa da contenção nos gastos. “A taxa de execução da despesa revela que há bens e serviços que não estar a ser disponibilizados aos vimaranenses”, assinalou. No entender da líder do grupo parlamentar, “deveriam ter sido alargados os apoios sociais, nomeadamente através da construção e oferta de habitação a preços acessíveis”. Uma das críticas mais pungentes prendeu-se com a inacção do município no que toca a medidas que promovam a pedonalização. “As obras privilegiam os automóveis”, disse a líder parlamentar. Segundo Domingos Bragança, o BE “queria que a mudança cultural fosse a força”. A autarquia prefere, segundo o socialista, “fazer tudo com a envolvência dos cidadãos. Sónia Ribeiro lembrou, também, que, à imagem do último relatório e contas, os “beneficiários dos apoios continuam a constar no documento. A “lista dos pobres”, como apelidou a bloquista, “é inaceitável”. Por isso, o BE anunciou que, “atendendo à incapacidade do município em proteger os dados dos munícipes”, vai questionar a Comissão Nacional de Proteção de Dados e a Direção Geral de Autarquias Locais. Domingos Bragança garantiu que aferiu se era possível não colocar os nomes, mas que os “técnicos” diziam que as inscrições têm que estar nas contas. • PCE
CDU preocupada com redução da oferta nos transportes públicos quência, o partido defende que os operadores restituam os valores entretanto pagos pelos utentes. “Mais uma vez se prova a pertinência de manter o transporte de passageiros sob alçada do Estado”, referiu o deputado. O grupo Municipal da CDU propôs que se recomendasse o aumento no número de autocarros e sua frequência, tendo em conta o cumprimento da redução da lotação exigida pela legislação em vigor: a colocação de barreiras no interior dos veículos que permitam assegurar o cumprimento da redução da capacidade e o respetivo distanciamento social necessário entre os pas-
sageiros; a colocação de dispensadores de higienização com álcool gel nas entradas dos passageiros; e a criação de uma equipa de higienização dos veículos foram algumas das medidas preconizadas pelo partido. “Nos últimos meses houve uma redução de circulação e a supressão de rotas inteiras nos pontos mais periféricos dos concelhos. A CDU tem tido o conhecimento de situações que não estão a ter a resposta necessária, havendo autocarros sobre-lotados a circular nas últimas duas semanas. É preciso uma resposta imediata e efetiva para assegurar a segurança dos passageiros”,
© Mais Guimarães
A CDU mostrou preocupação com a situação dos transportes públicos de passageiros, “dado que em grande parte do concelho não existe a frequência necessária de transportes públicos para garantir a lotação de 2/3 nos autocarros, principalmente aquando da reabertura das escolas”. A questão foi levantada pela bancada da coligação por duas vezes. Numa das intervenções iniciais, ainda no período antes da ordem do dia, o deputado da coligação, Pedro Ribeiro, alertou para a redução da oferta do serviço de transportes públicos que, segundo a CDU, afetou várias freguesias vimaranenses. Como conse-
referiu Miguel Vieira, membro do mesmo grupo parlamentar. Na mesma assembleia foi feita uma recomendação à Câmara Municipal de Guimarães no
sentido de promover um debate “sobre o combate à precariedade” com as associações representativas dos trabalhadores e dos empresários. • PCE
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Covid-19: PSD diz que não se sentiu “proatividade” por parte do município © Mais Guimarães
Por seu turno, Domingos Bragança assegurou que “tudo foi antecipado” e que há municípios a seguir o exemplo de Guimarães.
“Num momento como este, excecional, a avaliação que fazemos do papel da Câmara Municipal de Guimarães podia ser mais positivo”. A declaração foi feita por Emídio Guerreiro, no decorrer da última Assembleia Municipal, realizada por videoconferência. Segundo o deputado do PSD,
verificou-se que não foi sentida “liderança e proatividade”. “Era importante que, neste cenário, cada um assumisse as responsabilidades. Não foi isso que vimos do presidente da Câmara Municipal de Guimarães (CMG)”, argumentou. A Assembleia Municipal analisava o relatório da atividade da CMG, ponto que foi bastante discutido e ficou marcado por críticas da oposição a algumas decisões tomadas pela autarquia na resposta ao surto de covid-19. Para o também deputado na Assembleia da República, “as expetativas deviam ser geridas pelo presidente da Câmara e não delegadas”, referindo-se, entre outros, ao Gabinete de Crise Económica, liderado por António Cunha. Emídio Guerreiro também criticou a ausência do vereador com o pelouro do desenvolvimento económico, Ricardo Costa. O social-democrata resumiu que, “com este modelo, a CMG passou a reagir e não a antecipar”, referindo ainda a ação do município na testagem nos lares: “Foi dos
últimos municípios a desencadear os testes aos lares”, disse Segundo Emídio Guerreiro, o PSD de Guimarães adotou “uma postura responsável e colaborante que nem sempre o presidente aproveitou”. O CDS também teceu críticas ao funcionamento do Gabinete de Crise Económica. No entender de Paulo Peixoto, o órgão não esteve próximo do tecido empresarial. Os centristas lembraram o leque de medidas que tomaram públicas durante esta semana, onde pedia uma “intervenção rápida e firme” com vista à retoma económica. Na resposta às críticas da atuação do município para mitigar o impacto da covid-19 no concelho, Domingos Bragança foi perentório: “Estive sempre em contacto com as entidades: o Hospital da Senhora da Oliveira, bombeiros e autoridades de saúde”. O autarca também defendeu a escolha de António Cunha para liderar o Gabinete de Crise. Numa intervenção posterior, Rui Armindo Freitas, do PSD, frisou que “ninguém está
contra o Gabinete de Crise”: “O que temos nesta fase é algo mais de fundo, que também é preciso, a mais longo prazo. É preciso separá-las e esperávamos ver alguém do terreno no Gabinete de Crise – o presidente da Câmara Municipal ou Ricardo Costa”. O presidente garantiu também que há municípios “a copiar o exemplo de Guimarães”. “Antecipamos tudo”, resumiu. O socialista enumerou algumas medidas adotadas, entra elas o Hospital de Retaguarda que, caso o HSOG esgote a capacidade de internamento de doentes com covid-19, será acionado; e os protocolos estabelecidos, que edificaram “uma estrutura para todos os dias fazer testes”.
CDU questiona situação dos sem-abrigo Pela voz de Mariana Silva, a CDU considera que “o vírus veio colocar a nu uma série de questões
desconhecidas, mas que não são surpreendentes” para o partido: dificuldades sentidas pelas famílias para que as crianças pudessem aceder ao #Estudoemcasa, a exposição das pessoas em situação de sem-abrigo perante uma situação atípica como uma pandemia ou a situação de várias empresas no concelho. “A tragédia já se abateu em muitas famílias. Que respostas está a CMG a dar aos munícipes que pediram ajuda?”, perguntou. Domingos Bragança endereçou a questão dos sem-abrigo: “A CERCIGUI vai retomar as funções com os seus alunos, pelo que os sem abrigo vão ficar no Verbo Divino”. No que toca à disponibilização de material informático a alunos, o presidente da Câmara disse que a autarquia estendeu o apoio “a todos os que precisam”, inclusive a alunos do 2.º ciclo, que não são da responsabilidade do município. “Nas E.B 1 está tudo resolvido. Há problemas nas famílias no acesso a Internet e estamos a resolver isso”, adiantou. • PCE
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PSD critica autarquia por não garantir transporte a alunos A crítica foi apontada pelo vereador Bruno Fernandes, do PSD. A vereadora da Educação, Adelina Paula Pinto, garantiu que todos os problemas ficarão resolvidos esta semana. O PSD criticou, na passada segunda-feira, em reunião municipal, a “falta de preparação” do transporte público para os alunos que esta segunda-feira regressaram às aulas presenciais. Aos jornalistas, após a reunião municipal, o social-democrata deu nota da informação dada aos encarregados de educação pela Direcção do Agrupamento de Escolas das Taipas, que continuaria à espera de informação da Câmara Municipal. “Mais uma vez, o município não tratou da resposta dentro do tempo exigido. Sabemos que haveria este regresso há duas semanas. Houve tempo para preparar”, criticou Bruno Fernandes. Desta forma, “as famílias ficarão sobrecarregadas”, afirmou. “Há problemas, claro, mas noutros municípios também existem problemas e está a correr bem. Os alunos do 11º e 12 anos tiveram que se desenrascar”, afirmou. Na resposta, a vereadora com o pelouro da Educação, Adelina Paula Pinto apontou que este foi um processo “complicado”, tendo em conta que os horários das turmas apenas foram
conhecidos na passada quinta-feira e que várias empresas de transporte se encontram em lay-off. “Em alguns sítios há poucos alunos e é complicado colocar um autocarro para poucos alunos. Foi um processo que não foi fácil de gerir”, confessou. Adelina Paula Pinto acrescentou que “na sua maioria” a questão estará resolvida e o que não foi resolvido ficará resolvido ainda esta semana. Relativamente ao caso da Direção do Agrupamento de Escolas das Taipas, a vereadora disse não ter conhecimento da situação em específico. “Estou a saber agora esse facto e vou averiguar o que se passa e tentar resolver”, afirmou. “Não custa nada dizer essas coisas. O que o governo diz é que os alunos devem estar o menor tempo possível na escola. Tivemos de fazer horários turma a turma, horários que nos chegaram quinta-feira. Não é fácil, temos meia dúzia de alunos que vão de Briteiros para a Escola Secundária das Taipas, meia dúzia de alunos de Briteiros que vão para a Francisco de Holanda
© Mais Guimarães
e não é fácil fazer isto caso a caso, a cruzar dados”, vincou, assegurando que no final da
reunião não tinha qualquer caso reportado nas Taipas de falta de transporte. • MO
© João Bastos/ Mais Guimarães
90 pessoas que estavam internadas no HSOG com Covid-19 já recuperaram
Cerca de 90 doentes que estavam internados com covid-19 no Hospital da Senhora da Oliveira de Guimarães (HSOG) já recuperaram e receberam alta.
A informação foi avançada pelo hospital ao Mais Guimarães que avança ainda que, até à passada segunda-feira, 50 doentes estavam internados pelo mesmo
motivo. São vários os sintomas que levam ao internamento de pessoas infetadas no hospital, da “apresentação de quadro respiratório grave” a doentes com patologias pré-existentes, como “doenças cardíacas, pulmonares, diabetes, pessoas com baixa imunidade” e “neoplasias em grupos de maior risco com possibilidade de potencial agravamento”. O hospital não especificou, porém, o número de doentes internados em cuidados intensivos. E uma vez que o hospital atende diversas áreas geográficas, não é possível indicar quais dos doentes recuperados ou internados é, de facto, de Guimarães. Acrescente-se ainda que o número de recuperados indicado refere-se apenas aos que tiveram alta hospitalar, não incluindo os doentes que recuperaram em casa. De resto, o Hospital garante que “tem dado resposta a todos os casos que justificam necessidade de internamento”, seja em cuidados intensivos ou não. Até ao fecho desta edição, os
dados do ACES Alto Ave relativos ao Covid-19 em Guimarães indicam que há 780 casos confirmados. Em comparação com os dados divulgados no último sábado, relativos a sexta-feira, este número significa que há 17 novos casos positivos. Recorde-se que este número diz respeito ao número total de casos e não ao número de casos ativos. Já relativamente aos casos em vigilância ativa, são agora 117 (menos 43 do que no último boletim). • NRG
Utentes estão dispensados de validar viagens realizadas O Município de Guimarães assumiu os encargos com a prestação de serviços mínimos da rede municipal, com as empresas Transurbanos de Guimarães, ARRIVA Portugal e Transdev Norte. Através de um comunicado, a autarquia fez saber que considera necessário “garantir a assunção e continuidade de um serviço público de transporte de passageiros essencial, num período de estado de emergência e atual situação de calamidade”. O princípio da rede de transporte público essencial, implementada em estado de emergência e mantida em situação de calamidade, tem uma evolução desde a passada segunda-feira no sentido de dar resposta à população numa nova fase para o retorno à nova normalidade, designadamente com o regresso dos alunos do 11º e 12º ano às escolas. Neste sentido, ao serviço das referidas empresas, cujos percursos e horários poderão ser consultados nos sítios online das mesmas, acresce agora o serviço da empresa Rodoviária D´Entre Douro e Minho S.A. Neste período, os utentes estão dispensados da obrigatoriedade de validar as viagens realizadas, sendo o elevado custo com o serviço público de transporte de passageiros assumido na íntegra pelo Município. No âmbito das competências enquanto Autoridade de Transportes, o Município encontra-se a estudar um plano complementar para o transporte público, visando a sua aplicação a partir do mês de junho, consignando a estabilização de uma oferta regular e o restabelecimento da venda e validação dos títulos de transporte, ciente que a atual procura é manifestamente insuficiente para a sustentabilidade do serviço público. •
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Gualterianas e 24 de Junho serão “uma mistura” entre o digital e o presencial A Câmara de Guimarães está a preparar as celebrações do 24 de junho e das Festas Gualterianas. Para já sabe-se que haverá espetáculos de rua, iluminação em vários pontos da cidade e uma exposição sobre a Marcha Gualteriana. afirmou Domingos Bragança. Outra novidade é que, este ano, as condecorações honoríficas prestarão homenagem a personalidades ou entidades que se tenham distinguido na “luta contra o Covid-19”, anunciou o autarca. “O mais certo será serem entidades que representaram um coletivo e que toda sociedade reconhece que estiveram na linha da frente, como a Cruz Vermelha ou o nosso voluntariado no sentido coletivo”, adiantou o autarca. Quanto à possível presença do presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que já tinha sido adiada do ano passado para este ano, “continua em aberto”, explicou o autarca. “Ainda estes dias o senhor Presidente esteve ao telefone comigo, mas não ficou nada decidido. Dentro de dias estarei de novo em contacto com ele”, garantiu. Em agosto, não haverá Marcha Gualteriana, mas a Associação Artística da Marcha Gualteriana está a preparar uma exposição sobre a evolução das marchas
ao longo do tempo e esta ficará instalada em diversos locais, entre o Largo do Toural e a Alameda de S. Dâmaso. Além disso, manter-se-ão as iluminações na Igreja de S. Gualter, na Igreja de S. Francisco, na Torre de Alfândega e, simbolicamente, no Castelo de Guimarães. Tudo isto será organizado “tendo em conta a evolução da pandemia em Portugal e no mundo”, recordou o edil vimaranense. A vereadora da cultura lembrou que continuamos a viver “na incerteza” e, para já, “não se pode dizer se vai ser exatamente de uma forma ou de outra”. “Teremos um verão que nos permitirá fazer algumas atividades, obviamente com distanciamento e com normas, mas gostávamos de fazer uma mistura”, apontou. Nesse sentido, algumas atividades serão realizadas na rua, em espaço público, para um número limitado de pessoas e, através do digital, “levaremos os eventos a quem não conseguir estar presente”, anunciou.
© João Batos/ Mais Guimarães
Uma mistura entre o digital e o presencial, com atuações de artistas vimaranenses, seguindo as restrições aconselhadas para a Direção Geral de Saúde (DGS). Assim serão celebradas em Guimarães, este ano, as Festas Gualterianas e o feriado municipal de 24 de junho. Na passada segunda-feira, em reunião municipal, o presidente da Câmara Municipal, Domingos Bragança e a vereadora da Cultura, Adelina Paula Pinto, revelaram como está a autarquia a preparar e a adaptar a celebração destas datas no concelho. A vereadora responsável pela pasta da Cultura anunciou ainda que os artistas vimaranenses serão chamados a envolver-ser precisamente na celebração dessas duas datas. Relativamente ao dia 24 de junho, dia da Batalha de S. Mamede, será realizada uma cerimónia solene, cumprindo as normas definidas pela DGS. “Teremos que ter uma cerimónia adequada aos tempos que vivemos, mas que seja bonita e simbólica”,
Do lado do PSD, Andr+e Coelho Lima recordou que o partido é a favor de que se mantenha a celebração do 24 de junho e não se deixe passar a data em bran-
co. “Quanto ao modo como isso será feito não nos pronunciamos, porque o que foi dito foram ideias soltas e não um programa em concreto”, explicou. • MO
© Mais Guimarães
De espetáculos de rua em “lugares improváveis” a um bairro de criação na Zona de Couros, autarquia prepara medidas para apoiar setor cultural
A autarquia está a preparar um conjunto de medidas de apoio ao setor cultural vimaranense, tendo já reunido com várias entidades culturais, associações, artistas e programadores. A garantia foi deixada pela vereadora da cultura, Adelina Paula Pinto, na passada reunião municipal. “O que nos pediram foi trabalho e não subsídios. Temos medidas concretas para dar trabalho a artistas que estão, alguns deles, há dois meses sem receber”, frisou a vereador. Assim, será
lançada uma open call ainda esta semana para que os artistas vimaranenses apresentem propostas para a celebração do 24 de junho e das gualterianas. A ideia é que haja um cruzamento de artistas de diferentes áreas que dinamizem pequenos espetáculos presenciais nas Gualterianas e no 24 de junho. No geral, o programa de apoio aos artistas tem, segundo a vereadora, dois principais objetivos: garantir que Guimarães mantém a sua matriz cultural e dar respos-
ta aos artistas vimaranenses e a todos os intervenientes do setor cultural, entre técnicos de som, luz e iluminação. “Não podemos deixar adormecer a cultura, até porque precisamos muito do trabalho deles nesta altura. É nestas alturas que a cultura tem ainda mais importância. Há um número substantivo de pessoas que vive da cultura em Guimarães”, recordou. “E esse número também é agora de pessoas que vem a sua vida parada”, acrescentou. Entre as medidas está ainda o mapeamento que será realizado pelos técnicos municipais para dar “um conhecimento real muito importante” acerca dos artistas e associações que fazem parte “deste mosaico da cultura vimaranense”, revelou a vereadora. Além disso, será lançada agenda digital, que era já um objetivo pré-Covid-19 e cujo design está concluído. A agenda servirá para agregar a programação cultural do concelho, quer do município, quer de múltiplas associações. A este projeto associa-se outro, que passará pela apresentação de artistas vimaranenses “em lugares improváveis”, explicou Adelina Paula Pinto. “O mundo
está ligado à internet e podemos ligar a cultura à promoção de cidade. Esta agenda vai agregar esse conteúdo, disponibiliza-lo e mostrar o que temos de melhor em Guimarães através de artistas de Guimarães”, anunciou. Será ainda lançado uma open call para 2021, para que os artistas possam apresentar propostas para eventos no próximo ano, “para que comecem a criar nesta altura, para termos eventos de dimensão diferente e para receberem alguma verba nesta fase complicada”, explicou. Já o programa Impacta será reforçado, com as candidaturas a encerrar a 29 de maio, com uma forte componente de acompanhamento técnico em momentos de submissão. Haverá ainda outro projeto pensado antes da pandemia mundial que será colocado em prática. “É o projeto do bairro da criação, que, ligando a Zona de Couros ao Centro Internacional das Artes José de Guimarães, passará pela criação de percursos com arte urbana e ligados à sustentabilidade”, apontou. O projeto terá “um grande impacto” nos “artistas visuais, que são dos
que estão a ultrapassar grandes dificuldade”, acrescentou. Todos os projetos de apoio ao setor cultural estão a ser coordenados em ligação com o Gabinete de Crise e da Transição Económica do Município de Guimarães para que este sirva para “o relançamento da economia e não fique só pelo período Covid”, garantiu a vereadora. Todas as atividades previamente previstas de programação própria e de colaboração para os meses em falta de 2020, serão avaliadas perante a manutenção dos eventos e/ou a sua adequação às circunstâncias atuais assim como a preparação do arranque do Ano Letivo 2020/2021 com programas educativos e de mediação que facilitem o regresso das crianças e jovens ao contexto escolar. Do lado do PSD, o vereador André Coelho Lima referiu que a oposição “acompanha” a preocupação da autarquia pelo setor cultural pelas “dificuldades” naquele que será “um verão escasso em iniciativas”. “Há um amplo consenso no apoio a estas pessoas que tanto nos representam como comunidade”, garantiu. • MO
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Bruno Fernandes: “Guimarães poderia estar a ser muito mais bem governado” ©Mais Guimarães
Bruno Fernandes, vereador na Câmara Municipal e presidente da concelhia do PSD, foi um dos convidados do programa “Em casa, à conversa com…”. A entrevista está disponível na íntegra no Facebook e no canal do YouTube do Mais Guimarães.
Mais Guimarães (MG): Que balanço é que faz do trabalho que tem sido feito pelo Governo, e também pela oposição, relativamente à gestão desta pandemia? Bruno Fernandes (BF): Este cenário com que foi confrontado o Governo, as autarquias, as empresas e todos nós é um cenário muito excecional. Não há na memória de um caso de estado de emergência renovado por várias vezes. A avaliação global que faço do Governo, e nomeadamente da gestão que foi feita diretamente pelo primeiro-ministro, é positiva. Acho que se sentiu liderança por parte de quem estava à frente do Governo, independente de, a seguir, termos visto coisas que acho que foram menos bem conseguidas e que foram erros cometidos. Também é verdade que é normal que se cometa erros, porque o cenário é imprevisível. Relativamente ao líder do Governo, acho que deu a cara, geriu bem o processo, até do ponto de vista daquilo que era a comunicação, algo que, por exemplo, acho que a nível o ministério da saúde não foi tão eficaz. Relativamente ao doutor Rui Rio, para quem o conhece e quem tem assistido a postura dele, é uma postura de estado, de sentido de responsabilidade. O país estava e está a viver um mo-
mento extraordinário e, no pico da pandemia, ele cumpriu o que é o dever de um estadista, de alguém que e líder do maior partido da oposição e que tem nesta fase contribuído positivamente, desejando sorte ao primeiro-ministro. A sorte do primeiro-ministro era a sorte de todos nós. MG: Relativamente a Guimarães, fazendo agora uma avaliação do trabalho que tem sido desenvolvido pela Câmara de Guimarães, há mais algum apoio que a Câmara pudesse estar a dar neste momento aos empresários locais? BF: Se me permite, fazia até um contraponto com aquilo que falámos sobre o Governo. Vivemos um momento muito excecional, imprevisível e novo para todos nós. O que se exigiu por parte de quem nos governa é liderança, proatividade, coordenação, presença e isso nós fomos sentido do ponto de vista do Governo, mas na minha opinião não fomos sentindo naquilo que à autarquia diz respeito. Se há questões positivas, há, mas acho que faltou a proatividade que sentimos no Governo e, acima de tudo, a liderança. Acho que, em Guimarães, o presidente da Câmara só entra neste processo numa fase muito
avançada. Não valorizou ou não quis valorizar do ponto de vista da importância da coordenação e gestão do processo. São vários os exemplos, como o entregar à vereadora da Proteção Civil a coordenação do processo quando em todos os concelhos vemos os presidentes de Câmara a liderar. Outro exemplo foi entregar o Gabinete de Crise Económica a uma figura, que é respeitada é certo, mas é uma personalidade externa ao município. Vivendo num estado de emergência o foco tem que estar dentro. Cada organismo tem que reagir por si com aqueles que estão no seu topo de uma forma muito rápida, eficaz e objetiva. Quando vamos entregando as lideranças a outros, não estamos, como se costuma dizer, a agarrar o touro pelos cornos. Era importante que em Guimarães isso tivesse acontecido e não aconteceu. Ao não acontecer foram cometidos alguns erros que seriam evitáveis. Dou o exemplo do Gabinete de Crise por uma razão simples; não vimos o vereador da economia a agarrar a crise económica que está pela frente. Vimos o vereador da economia a fazer campanha para a federação do Partido Socialista, em plena pandemia, quando devia estar focado naquilo que era a criação e respostas para um problema muito grave que está aí. Em cenário de emergência as decisões têm que ser tomadas com responsabilidade, é certo, mas também com eficácia e rapidez. Resumindo: a capacidade de resposta e de liderança que vimos no Governo, numa primeira fase, não a vimos em Guimarães. O presidente da câmara deveria ter de facto coordenado, devia ter sido mais proativo e ter tido uma capacidade de resposta daquilo que anunciou que não teve. MG: E teremos eleições autárquicas no próximo ano. Noutros atos eleitorais, foi reforçado pelo partido que agora lidera, que a Câmara Municipal exercia nos períodos eleitorais uma maior influência sobre o território, realizava mais obra nesse período. Acha que os vimaranenses estarão mais atentos se isto vier a acontecer? BF: Não é se vier acontecer. Já percebemos que vai acontecer. Basta perceber o arrastar de obras que vão todas iniciar-se me meados deste ano e terminar no
ano que vem. É muito simples. A obra do desnivelamento do nó de Silvares foi anunciada em março de 2017. Todos nos recordamos que foi colocado um outdoor, na rotunda, do PS, a dizer: “projeto em execução”. O projeto estava em execução em 2017 e começou a ser construído em 2020, três anos depois. Andamos a falar em transportes públicos há imensos anos e o concurso foi lançado agora e só estará pronto no final do ano. Se reparar, é o modus operandi da Câmara de Guimarães. Não e de agora. Já fez escola, vinha de trás. Durante três anos há um esmagar dos projetos e eles ficam todos praticamente para o último ano. Isso não é honesto. Revela outra coisa. Fica a sensação que o PS acha que a Câmara é sua. Não interessa cumprir os programas nos prazos que estão definidos. Dá sensação que, como já são poder há 30 anos e como é para continuar, se não fizermos agora, fazemos daqui a três ou quatro anos. Não há respeito pelo eleitorado em que, se apresenta um projeto para quatro anos, esse projeto tem que ser executado em quatro anos. MG: O Bruno foi eleito presidente da concelhia do PSD de Guimarães em março de 2018, portanto, foi adiado o ato eleitoral deste ano que provavelmente já teria acontecido caso não estivéssemos nesta situação. O Bruno é candidato a revalidar essa posição? BF: Eu tinha uma missão que assumi com o partido. Fizemos uma campanha extraordinária. Apresentámos um candidato extraordinário, não tenho dúvidas disso. A Câmara de Guimarães estava muito melhor entregue ao André Coelho Lima do que ao Domingos Bragança, com o devido respeito. Fizemos uma campanha fortíssima, apresentamos um projeto interessantíssimo, o projeto de futuro para Guimarães. A seguir às eleições eu disse que assumia durante dois anos dar continuidade ao trabalho de terreno que o partido vinha a intensificar, em apoiar os nossos autarcas de freguesia, em reforçar a nossa militância, em fazer um trabalho de oposição sério e construtivo na vereação e na Assembleia Municipal, em apresentar a visão do PSD para o desenvolvimento de Guimarães. Infelizmente a pandemia não nos permitiu fazer eleições em março e iniciar o processo de
preparação deste segundo mandato. Para que haja este segundo mandato ou a decisão de me recandidatar, naturalmente compreenderão, será primeiro preparada com a minha Comissão Política, serão primeiros auscultados os militantes do meu partido e desse trabalho de reflexão decidirei se me recandidato a comissão política. Nesta fase seria prematuro e fazê-lo. MG: Será que, depois deste momento de alguma reflexão que os vimaranenses possam estar a fazer nas suas casas, eles irão ver a forma de fazer política de uma maneira diferente a partir daqui? Serão mais exigentes para com os políticos que gerem a coisa pública? BF: De facto, os vimaranenses deveriam ser mais exigentes. Quando digo isto não estou a fazer uma crítica aos vimaranenses, mas um desafio. Se olharmos à nossa volta, percebemos que o paradigma da gestão municipal mudou muito. A satisfação as necessidades básicas é o essencial e acho que os vimaranenses se conformaram apenas com isso. E há muito mais para além disto. Hoje o que sentimos com a liderança, para além de se sentir já aquele arrastar de 30 anos de poder, o que sentimos com a liderança de domingos Bragança é que não temos nenhum desígnio. A Capital Verde não é um desígnio em si. É transversal. Ainda por cima já passaram não sei quantos anos e o que vamos sentido no último ano como consequência da capital verde? Continuamos com o Rio Ave poluído, não vemos nenhuma requalificação das margens. Não temos um desígnio. Os vimaranenses deveriam ser mais exigentes. Vamos sentindo outros territórios. E não tem mal nenhum comparáramo-nos. E até o devemos fazer. Se olharmos a nossa volta vamos perceber que há aqui uma geração de autarcas que tem uma visão mais à frente, com muita mais ambição, em querer fazer projetos que não são tradicionais no espetro municipal, mas que são determinantes da sua afirmação e para a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos. Temos que ser mais proativos. Estar na liderança e ter a capacidade de antecipar os problemas. Em Guimarães estamos a reagir aos problemas. Guimarães poderia estar a ser muito mais bem governado. •
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A agricultura biológica está em crescimento (mesmo durante a pandemia) Três vimaranenses, produtores de agricultura biológica, apostam na venda direta. Sem intermediários e a um preço justo. E os consumidores começam a priorizar o produto local, evitando superfícies comerciais muito concorridas. © Direitos Reservados
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Poucos minutos passam das 06h00. O sol vai dando cor ao campo e, num exercício rotineiro, há de aquecer tudo o que se estende na paisagem sem grande esforço. Carlos Ribeiro já se encontra pelo seu terreno, também ele no exercício rotineiro que lhe enche as horas “há mais de 30 anos”. O proprietário da Quinta da Bica e Quinta de Casalermo (em Urgeses e Infantas, respetivamente) levanta-se às 05h30. E só sai dos seus terrenos, que escalam a montanha da Penha, por volta das 19h30. “É preciso ter paixão por isto”, diz, quase como a justificar o tempo que dedica ao trabalho. Carlos Ribeiro é produtor de agricultura biológica. A especialidade são “os mirtilos, as framboesas e os morangos”, mas também as nozes. E não só: “Também aproveito os frutos para fazer compotas ou para secar. Depois, também tenho apicultores para a produção de mel. Há uma diversidade grande de produtos. Trabalho não falta” acrescenta. Para Nuno Oliveira, outro produtor de agricultura biológica, Carlos Ribeiro é “o pioneiro” do sistema agrícola sustentável por Guimarães. Com outros produtores agrícolas da região que partilham a mesma filosofia, fazem “exclusivamente venda direta”. Segundo um artigo do Expresso, a procura por produtos de agricultura local triplicou neste período. E, de acordo com os dados do INE (relativos a 2017), a agricultura familiar é responsável por ¾ da mão-de-obra agrícola; contudo, grande parte das vendas “estão nas mãos de
grandes distribuidores”, como se lê no artigo citado. Uma parcela das vendas diretas tem lugar na Quinta da Verdelha, onde Nuno Oliveira é responsável pela exploração agrícola. A eles junta-se, entre outros, Jorge Santos, do Berço dos Cogumelos. Com mais cinco produtores, constituem uma Associação para a Manutenção da Agricultura de Proximidade em Portugal (AMAP). A produção dos três vimaranenses entrevistados pelo Mais Guimarães procura responder ao crescimento do interesse na agricultura biológica: para além de ser “mais sustentável”, existe uma procura “por alimentos da época” e “há um cuidado extra com a saúde”. Essas são justificações que já vinham a ganhar força há algum tempo. Com a pandemia, os vimaranenses (e não só) começam a evitar “frequentar as grandes superfícies, muito frequentadas”, diz Nuno Oliveira. “Os clientes habituais visitam-nos mais vezes e trazem outras pessoas”, acrescenta. Na quinta, garante “a segurança e o atendimento individual”, sendo apenas necessário levantar-se a encomenda, composta por produtos que não passam por intermediários.
A natureza a respirar de alívio “É tempo de os cogumelos começarem a abrir. Com este calor, crescem muito”, diz Jorge Santos. Do Berço dos Cogumelos, em Mesão Frio, uma boa parte da produção saía para o mercado
externo. Neste momento, adianta o produtor vimaranense, “a exportação está a 0%”. Mas, por outro lado, a percentagem de “clientes finais”, os que compram diretamente ao produtor, subiu. A razão é a mesma apontada por Nuno Oliveira: “As pessoas fogem da afluência dos shoppings. Fazem o seu pack e levantam-no. Faz bastante diferença.” Para além disso, Jorge Santos nota que os vimaranenses começaram a perder “o receio de um produto relativamente novo”, que não segue em conservas. “Dantes, atribuía-se a substituição da carne aos cogumelos. Agora, noto que as pessoas compram mais por motivos de saúde. Não é só pela questão do vegetarianismo ou veganismo. O público é muito mais diversificado”, explica. Já no que diz respeito aos “clientes para revenda”, o proprietário do Berço dos Cogumelos diz que, “para já, é para esquecer os restaurantes”, por exemplo. Jorge Santos conta que a proximidade é um dos fatores que mais peso tem no crescimento da agricultura biológica. “Noto isso nas feiras. As pessoas procuram. Se algum produtor falhar, perguntam logo por ele. E quem vende tem amor ao que tem para vender”, diz. No mercadinho de produtos biológicos que tem lugar no Museu de Alberto Sampaio, os produtores vendem os seus produtos a um público que vai crescendo. Talvez por isso Carlos Ribeiro diga que esta fama não seja de agora: “Independentemente da pandemia ou não, estamos sempre a vender mais um pouco. É um trabalho
que só dá frutos uns anos depois e requer algum investimento.” E esse crescimento “tem sido feito de forma sustentável, para conseguir passar a mensagem e eliminar intermediários”. A Quinta da Verdelha de Nuno Oliveira é, para Carlos Ribeiro, um “ponto estratégico”: fica ao lado do antigo edifício do hospital de Guimarães e vê o Castelo de Guimarães a erguer-se por entre as árvores. Ali, “as quartas na quinta” são um lugar de reunião para os clientes que levantam encomendas. “A minha ideia é um bocado esta: em vez de andar a produzir e a perder tempo em distribuição, tentar crescer a nível local. É muito interessante”, aponta. Já Nuno Oliveira aponta que, quando há revendedores, “só 20% do total [do lucro] é que vai para o produtor”. E nega que isto seja uma moda elitista ou para carteiras mais recheadas: “Temos o compromisso do preço. Para além disso, este negócio não teria viabilidade se não fosse a venda direta. Ganham os dois e o cliente obtém um preço incomparavelmente fresco e a preço justo.” A maior parte do público costuma ser constituída por “mulheres com 40 anos ou mais e com curso superior”; agora, também isso mudou: “Vemos a demografia do público a estender-se para os mais jovens e também para pessoas mais velhas.” E o fenómeno não é localizado — tanto que Nuno Oliveira afirma que a situação é semelhante no estrangeiro, como os “colegas de outros
países” lhe contam. O responsável pela exploração agrícola da Quinta da Verdalha é da opinião que, em tempos de crise, deve ser assegurado “o abastecimento” de produtos alimentares nas localidades. Mas os circuitos de proximidade não são tão privilegiados em Portugal. No artigo anteriormente referido do Expresso, a investigadora Isabel Rodrigo referiu que, em países como França, estabeleceu-se “no máximo um intermediário entre o produtor e o consumidor, de modo a apoiar a agricultura familiar”. O Governo lançou, contudo, uma campanha chamada “Alimente quem o alimenta”. O objetivo, segundo a ministra da Agricultura, citada pelo Expresso, é “apostar cada vez mais na autossuficiência alimentar” e “incentivar que mais pessoas vão para o interior” para se dedicarem à agricultura. No entanto, as medidas são temporárias. Temporários também se querem os tempos de pandemia, mas espera-se que “algumas das reflexões” sobre a alimentação perdurem no tempo. Pelo menos é o que Carlos Ribeiro perspetiva, ainda que com incerteza: “Nota-se que há mais preocupação em consumir de forma sustentável e em ter uma produção mais controlada. Não sei se é isso que vai ficar.” “A pandemia apanhou-nos desprevenidos. O homem foi buscar coisas que não lhe pertencem, explorou recursos que pensava serem insustentáveis. Mas, pelo menos, a natureza está um pouco aliviada do sufoco”, conclui. • NRG
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SOCIEDADE
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A loja online d' A Oficina é mais uma forma de conhecer o património local
Retrato de Perfil Aurora Cunha por Mais Guimarães
E
"A promoção, a preservação e divulgação do artesanato vimaranense" foi um dos motes para a criação da plataforma, que está disponível desde a semana passada.
rante. Aurora conciliava o trabalho numa confeção em Guimarães com os treinos no Porto. “Não trabalhava à terça e quinta à tarde e tinha de apanhar a camioneta que ia para o Porto, onde gastava duas horas de camioneta. Foi assim até 1984/85, quando depois fiz uma paragem e me tornei profissional do atletismo”, afirma. Do FC Porto, Aurora recorda uma experiência “ótima”. “Quando saímos de uma aldeia de um pequeno clube e vamos para um dos maiores clubes, é espetacular”, aponta a vimaranense
Sair pela porta grande Olhando para trás, a prova que mais lhe deu gosto vencer foi o Campeonato do Mundo de Estrada de 1986, quando se tornou tricampeã. “Porque estávamos a viver um momento conturbado com a Federação, por pequenas guerras e desentendimentos. As atletas não ficaram unidas no mesmo hotel. Eu sabia que esse Campeonato do Mundo de Estrada era importante para mim e tinha que o vencer”, recorda. A assistir a prova, em Belém estavam mais de 30 mil pessoas, conta. “A imprensa na altura pouco falava de mim quando já tinha ganho os dois campeonatos anteriores e praticamente pouco falava da Autora Cunha e eu disse: tenho que vos provar que em Portugal não é só Rosa Mota, também existem outras atletas. Foi uma afirmação pessoal. Cortar a meta com aqueles milhares de pessoas foi uma alegria única”, lembra a campeã mundial. Aurora competiu até 1996 e garante ter cumprido os seus sonhos e ter saído “pela porta grande”. “Os meus sonhos eram ir aos Jogos Olímpicos e estive nos Jogos Olímpicos, estive em Campeonatos da Europa, em Campeonatos do mundo… temos que ser inteligentes e saber sair pela porta grande”. •
A Oficina inaugurou uma loja online “com multiplicidade de produtos que nos ligam ao passado e ao presente da história que se faz em Guimarães”. Nesta plataforma digital (www. loja.aoficina.pt), o artesanato ganha um papel de relevo, já que é “fortemente representado pela arte e história que encerra a Cantarinha dos Namorados e por uma variedade de produtos de Bordado de Guimarães” — como lenços, toalhas, guardanapos, bases de copos, sacos aromáticos, entre outras versões criativas de aplicação deste ofício tradicional vimaranense certificado — , informou a cooperativa vimaranense. Segundo o diretor-executivo d'A Oficina, Ricardo Freitas, esta plataforma "faz a junção de dois mundos", funcionado como um local de promoção do que é feito em Guimarães, sendo também um "veículo facilitador da venda de produtos dos artesãos vimaranenses" "Uma das grandes intenções da loja é ajudar a cumprir uma das nossas missões, que está na génese da criação da cooperativa: a promoção, a preservação e divulgação do artesanato vimaranense", indica. Esta loja vai, assim, "dar a conhecer ao mundo a multiplicidade de produtos e os seus diferentes usos". Um dos objetivos é aproximar estes produtos a pessoas que não são de Guimarães. Ou seja, o património local fica mais próximo de quem o quer conhecer. Uma série de publicações e edições encontra-se também disponível na nova loja online, com uma lista de exemplares que conta também por si muita da história artística e cultural promovida e vivida na cidade de
Guimarães, percorrendo vários temas como as artes visuais, a música ou as tradições populares. Aqui podem desde já encontrar-se livros de exposições que, ao longo dos últimos 15 anos, habitaram o solo vimaranense, publicações especiais dedicadas ao incontornável festival Guimarães Jazz, uma edição marcante das históricas festividades tradicionais que são as Nicolinas, ou os vários números da Veduta – uma revista anual que pretende dar conta de estudos e projetos que se têm desenvolvido dentro das várias vertentes do património móvel, imóvel e imaterial – entre outras edições alusivas às vivências deste território. O catálogo é dinâmico e será atualizado.
Loja física também abriu Esta nova forma de dar a conhecer o património local estava a ser cogitada desde 2019. "Tem sido um processo gradual com o qual a Oficina se comprometeu: mudar algumas das suas plataformas de comunicação", diz Ri-
cardo Freitas. A inauguração da loja online coincidiu com a reabertura do espaço física. É que para para além da inauguração desta plataforma, a cooperativa vimaranense anunciou, na passada quinta-feira, que voltou a abrir as portas da sua Loja localizada na Rua Rainha D. Maria II, em pleno Centro Histórico de Guimarães. As bo Assim, a partir desta sexta-feira, a Loja Oficina passa a poder ser visitada pelo público, de segunda a sábado, das 10h00 às 13h00 e das 15h00 às 19h00, para conhecer gratuitamente os seus espaços expositivos e adquirir os seus produtos artesanais. No arranque desta nova plataforma digital, A Oficina está a promover uma campanha especial: na compra de um valor superior a 25 euros em peças de bordado, é oferecido um exemplar do livro “Bordado de Guimarães. Renovar a tradição”; e com a compra de outros produtos de artesanato disponíveis, em igual valor, é oferecido um exemplar do livro “As Artes e as Mãos da História”. • © Direitos Reservados
Começou a correr por “brincadeira”, numa tarde de domingo, ainda em 1974. “Fizeram-se lá algumas provas pelos montes, e eu lembro-me que já usava calças de ganga. Fui eu, uma atleta, uma maria-rapaz, que ganhou a toda gente. O amor pelo atletismo começou aí”, recorda a atleta olímpica Aurora Cunha. Agora, incluem-se no currículo da vimaranense o título de campeã mundial de estrada em três anos consecutivos — 1984, 1985 e 1986 — e a vitória nas maratonas de Paris (1988), Tóquio (1988), Chicago (1990) e Roterdão (1992), assim como a São Silvestre de São Paulo em 1988. Começou por treinar duas vezes por semana, em Ronfe, de onde é natural, sob orientação do Toninho Serralheiro. “Claro que naquela altura os meus pais não viam muito bem uma jovem andar a correr. Porque parecia mal, era feio, andávamos a mostrar as pernas”, explica. A primeira viagem que fez foi em 1976, com o clube Juventude de Ronfe, a Lisboa. “Ir a Lisboa em 76 era qualquer coisa de espetacular. Os nossos pais não aceitavam muito bem isso. Mas fui sempre uma miúda de luta e de garra”, garante. Foi à capital para participar nos Campeonatos Nacionais de Pista ao Ar Livre. “Nessa altura, a Rosa Mota já era a recordista nacional e eu bati a Rosa Mota e bati o recorde nacional. Nem sequer tinha a noção do que tinha acabado de fazer. Foi aí o começo de uma pequena viragem na minha vida como atleta, na vida para o Juventude de Ronfe”, assume. Na verdade, no dia seguinte, Aurora era capa nos jornais desportivos da altura. A partir daí seguiram-se convites de “clubes grandes” e Aurora acabou por se decidir pelo FC Porto, em 1977. “Aqui começou uma nova etapa da minha vida. Eu trabalhava e, na verdade, a minha empresa foi muito importante nos primeiros anos da minha vida, porque sempre me ajudou, facilitando os horários para eu treinar”, ga-
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Nome Aurora Cunha Natural de Ronfe Profissão Atleta Data de nascimento 31-05-1959
CONCELHO
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Ronfe
Ronfe é vila há 21 anos — e a data festejou-se através das redes sociais Um espetáculo musical volante percorreu o território ronfense para que todos pudessem celebrar o 21.º aniversário da elevação de Ronfe a vila. Presidente da junta enaltece o espírito comunitário da população. cemitério, a vila também não se esqueceu de todos os ronfenses que fizeram parte da sua história e que agora não estão presentes para celebrar a data. Às 20h00, foram cantados os parabéns. E toda a vila cantou sem sair de casa: um grupo musical deu um “espetáculo musical volante”, “para animar e para se sentir que é um dia de festa”, concluiu a autarca. Adelaide Silva diz ser “suspeita” para gabar a sua terra. Mas naquela quarta-feira houve motivos suficientes para celebrar a “singularidade” de Ronfe: “Continua a ser uma vila de referência. Temos o nosso centro escolar novo, o parque de lazer e muitas infraestruturas e acessos para a comunidade. E tudo isto faz de Ronfe especial”, conta. Ronfe fez-se vila há 21 anos e, ao longo de duas décadas, são as ações dos ronfenses, “que continuam a participar na comunidade”, que a presidente daquela junta de freguesia prefere enaltecer. “O que mais me marca é o que as pessoas vão fazendo. Ronfe
Sáo Torcato
Mercado de produtos alimentares de São Torcato reabre este sábado Torcato, Alberto Martins, a feira retalhista volta a 13 de junho, ocupando, assim, o espaço destinado à feira semanal daquela freguesia. Estão também a ser preparados “apoios aos produtores locais”: segundo o comunicado enviado pela junta, medidas como “a isenção ou redução de taxas na ocupação dos lugares semanais na feira retalhista” serão aplicadas. A campanha de produção e de dinamização do comércio local, outra das medidas anunciadas pela autarquia local, também já se encontra em andamento. •
sempre participou muito nas festas, por exemplo. A vila une-se muito e festeja. Gosto desse tipo de coisas, como o que se vê nas Festas de São Tiago, que é uma romaria cada vez maior, ou na Feira Saberes e Sabo-
res, que chama cada vez mais gente”, diz. E numa vila situada nos limites do concelho e mais distanciada do centro, há outro desafio: diferenciar o território. “Não estamos tao próximos da cidade e isso torna-nos mais
Moreira de Cónegos
Várias freguesias
singulares. Se ficássemos muito próximos do centro, poderíamos ser um bocadinho anulados, porque existe muito oferta. Assim, na periferia, estamos obrigados a ser mais criativos”, aponta. • NRG
Requalificação Reperfilamento da Estrada da EB1 de Vermis Municipal 582 vai arrancar inicia em junho A obra de reperfilamento da Es- desde Fermentões, © Direitos Reservados
A obra de requalificação da EB1 de Vermis, em Moreira de Cónegos poderá arrancar já em junho, segundo o autarca Domingos Bragança. Em reunião municipal, o presidente da Câmara Municipal anunciou que a obra já recebeu o visto do Tribunal de Contas. O objetivo da requalificação da EB1 de Vermis é, segundo a autarquia, “transformar aquele equipamento num Centro Escolar que servirá a zona sul do concelho”. A requalificação daquela instituição escolar vai permitir que a EB1 de Vermis passe a ser dotada de valências como salas de aula tecnologicamente apetrechadas, gimnodesportivo, cantina, entre outras. • MO
trada Municipal 582, Rua Eng.º Duarte Amaral, que liga Fermentões, Pencelo e Selho S. Lourenço poderá arrancar já em junho, segundo o autarca Domingos Bragança. Em reunião municipal, o presidente da Câmara Municipal anunciou que a obra já recebeu o visto do Tribunal de Contas. A obra de reperfilamento tem como prazo de execução um ano e o valor de investimento ronda os três milhões de euros. O autarca recordou que a obra não passa apenas por “uma simples repavimentação”. Na verdade, será “um arruamento urbano,
Pencelo e Selho S. Lourenço”. Segundo a autarquia, a intervenção na Estrada Municipal 582 tem como base a mitigação das debilidades existentes, nomeadamente nas pavimentações e organização espacial permitindo a melhoria da mobilidade, com a introdução de percursos pedonais interligados (passeios) e organização do parqueamento automóvel, visando conceder à população outras condições e possibilidade de uso de meios de mobilidade alternativos bem como melhores acessibilidades. • MO © CMG
© JF São Torcato
O mercado de produtos alimentares volta a São Torcato no sábado, dia 23 de maio, no recinto da feira semanal. O mercado terá os horários de sempre, mas há algumas recomendações a cumprir. De acordo com a junta de freguesia, é obrigatório o uso de máscara, bem como o distanciamento social de dois metros, no mínimo. Por cada 100 metros quadrados, apenas poderão estar cinco pessoas; já os espaços de venda apenas poderão ter dois ocupantes. De acordo com o presidente da Junta de Freguesia de São
© CMG
Este ano, numa altura em que não se avista o fim da pandemia que fecha meio mundo em casa, os ronfenses não se juntaram para assinalar o 21.º aniversário da elevação de Ronfe a vila. Não houve a eucaristia habitual nem a entrega de prémios ou as homenagens. “Tivemos de reinventar as celebrações e fizemo-lo a partir das redes sociais. É um dia diferente”, explicou a presidente da junta, Adelaide Silva, na sexta-feira passada. As atividades iniciaram às 11h00, com a transmissão do conto “A lenda do Rio Ave e da Serra da Cabreira”. Às 14h00, foi hora do habitual showcooking, pela Academia da Razão. “Todas as semanas apresentamos receitas culinárias pela academia para as pessoas que a frequentam, mas acaba por chegar a mais gente. É algo que fazemos para continuar a comunicar. E, em dia de festa, não podíamos deixar de o fazer”, acrescentou Adelaide Silva. Às 17h00, através das redes sociais, foi altura de se assistir à exposição “Um olhar de gerações”. Através de uma homenagem no
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ZONA NORTE | OPINIÃO
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Opinião de José João Torrinha
Braga
RTP grava série nacional no Museu dos Biscainhos e no Mosteiro de Tibães
QUO VADIS PAÍS IRMÃO?
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A partir de 13 de Julho e ao longo de três meses, o Museu dos Biscainhos, em Braga, será o cenário principal de uma nova série televisiva, "Vento Norte". O anúncio foi feito pela Direcção Regional de Cultura do Norte, na passada terça-feira."No passado sábado, uma equipa da produtora Recados do Mundo Filmes efectuou uma visita técnica ao museu, a fim de agilizar os principais pormenores que antecedem as gravações, que irão também decorrer no Mosteiro de Tibães (Braga)", pode ler-se na nota. Sendo uma ideia original de João Lacerda Matos, Almeno Gonçalves e João Cayatte, "Vento Norte" é uma série de época (na sua primeira temporada conta com 10 episódios de 45 minutos), na linha de séries como Downtown Abbey ou Upstairs Downstairs, que conta a história de uma família aristocrata do Minho, em paralelo com a história dos seus criados, nos anos que se seguem à I Grande Guerra e que antecipam e originam o Golpe Militar de 28 de Maio de 1926, liderado por Gomes da Costa, que institui a Ditadura Militar, mais tarde Estado Novo. O elenco da série é constituído
por 66 actores (sendo que cerca de 20 actores são oriundos de Braga), dos quais se destacam os nomes de Almeno Gonçalves, Natália Luiza, Adriano Luz, António Melo, Joaquim Nicolau, Fernanda Lapa e Ruben Rios (Galiza). "Vento Norte" é um romance histórico, rico em intriga e em drama. Uma visão de um Portugal à beira da Ditadura, em plenos anos loucos, em que tudo parecia possível. A série inclui também pequenas presenças de personagens que ajudaram a moldar a cultura
portuguesa do século XX, como Amadeu Sousa Cardoso, Fernando Pessoa ou José Almada Negreiros. Outras figuras históricas como Salazar ou Maria Adelaide Cunha também partilham as suas histórias em Vento Norte. Os direitos de distribuição da referida série estão assegurados pela RTP, que irá transmitir "Vento Norte" em 2021, existindo já pré-acordos de exibição em França, Luxemburgo, Angola, Moçambique, Canadá e Estados Unidos da América. •
Vila Nova de Famalicão
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Autarquia cria linha telefónica para ajudar os jovens A Câmara de Famalicáo implementou mais um serviço ao dispor dos jovens. Chama-se “Linha J” , está acessível através do 252 314 582 e tem como objectivo dar resposta às questões e inquietações dos jovens famalicenses e facilitar a manutenção dos serviços e programas prestados pela Casa da Juventude para os jovens com idades entre os 12 e os 35 anos. A linha telefónica funciona durante o horário de funcionamento do expediente normal do município. Para além de orientação psicossocial, na área da psicologia e situações de stress e ansiedade, a Linha J presta informações no
âmbito dos projetos municipais (bolsa de apoio à renda, empreendedorismo, voluntariado, bolsas de estudo, aconselhamento nutricional, entre outras); projetos de âmbito nacional e projetos de âmbito internacional. Será igualmente possível através desta linha agendar atendimento presencial, quando incontornável, assim como reuniões virtuais através de plataformas digitais. Para o presidente da Câmara Municipal, Paulo Cunha, este novo serviço municipal pretende essencialmente “manter a Casa da Juventude juntos dos jovens e apoiá-los nas suas necessidades. •
Quando era miúdo, torcia pelo Brasil. Com Portugal quase sempre de fora, a minha equipa muitas vezes vestia de azul e amarelo. Mais do que as fintas de Zico, Sócrates, Éder ou Falcão, era o país irmão que ali estava em jogo, que connosco partilhava séculos de história e uma língua. Por isso puxava pela canarinha (e já agora, pelo Nélson Piquet). Na minha infância, a cultura brasileira estava um pouco por toda a parte, começando na música que em minha casa ecoava com frequência nas vozes de Simone, Chico Buarque, Maria Bethânia ou Tom Jobim, passando pelas obras de Jorge Amado que, assinadas pelo grande mestre na sua passagem por Guimarães, ornavam as nossas prateleiras e terminando na telenovela que, religiosamente e em família se via logo a seguir ao telejornal. Histórias habitadas por personagens que já eram lá de casa como Sinhozinho Malta, Dona Xepa, Odorico Paraguassu ou Tieta. Claro que houve sempre aquela sensação de que, no oceano que nos separava, as águas corriam sempre muito mais de lá para cá, do que no sentido inverso. A cultura portuguesa era, em boa medida, desconhecida do povo brasileiro, enquanto que por cá nos entrava pela porta dentro dia sim, dia sim. O certo é que, no geral, a minha geração tinha um carinho muito grande por aquele “país continente” que ajudamos a inventar. Politicamente, lembro-me do entusiasmo que também por aqui se sentiu com a democratização brasileira, aquando do movimento pelas eleições diretas. Nós que tínhamos há poucos anos derrubado uma ditadura, vibramos quando o povo brasileiro se libertou também ele dos seus algozes. As décadas seguintes foram ao mesmo tempo entusiasmantes
e uma desilusão, assistindo-se a um país que dava saltos enormes na luta contra a pobreza mas que não se conseguia libertar do espetro da corrupção que varria a sociedade brasileira de cima a baixo, da esquerda à direita. Mas nada, mesmo nada, nos preparou para o que hoje se vê naquele país. No dia em que se votou o impeachment da Presidente Dilma, assisti atónito às declarações de voto num congresso repleto de deputados que anunciavam votar pela destituição por todos os motivos menos aqueles que estavam em causa naquele impeachment. Um deles dedicou o seu voto à memória do Coronel Carlos Ustra, que tinha torturado Dilma aquando da ditadura. Na altura não fazia ideia quem tinha sido esse militar, mas nos dias seguintes, quando descobri, pensei em como era possível que alguém tivesse exaltado, naquela votação, semelhante personagem. Pois bem, cerca de dois anos após essa infâmia, essa pessoa foi eleita Presidente do Brasil. Nos dias que correm, de lá chegam imagens de valas comuns onde se enterram as vítimas da pandemia, entrecortadas por outras onde o Presidente fala que no Brasil a doença não pega, que é uma gripezinha, ou resfriadinho e ainda outras que mostram manifestações de apoio a Bolsonaro onde se integram milícias de apoio ao Presidente, entre muitas outras cenas e ditos que nos arrepiam. Imagens que a nós, que amamos o Brasil, nos deixam com um nó na garganta e nela perguntas encravadas novamente: como foi possível? Como é possível? Mas foi. Mas é. Que isso nos sirva de lição a todos quando temos a leviandade de pensar que a democracia é um processo definitivamente consolidado e irreversível. •
OPINIÃO
O JORNAL N242 QUARTA-FEIRA 20 MAIO 2020
Opinião de António Rocha e Costa
O REGRESSO À NOVA NORMALIDADE Em tempos de pandemia instituiu-se um novo dialecto – o covidês – que de certa forma veio ocupar o lugar do futebolês. Neste novo registo, torna-se difícil falar de qualquer tema que não tenha a ver directa ou indirectamente com o coronavírus. Não fugindo à regra, vou dissertar aqui de forma avulsa e informal sobre o assunto do momento: “o regresso à nova normalidade”. Reparem que o termo “novo” faz parte de um conjunto de palavras que, como está na moda dizer-se, vieram para ficar. O novo coronavírus, o regresso à nova normalidade, a injecção de milhões no Novo Banco, são disso exemplo.
O regresso à nova normalidade não vai ser – dizem os oráculos – tão fácil como parece, já que os humanos afectados em maior ou menor grau pela pandemia do medo, parecem ter ensandecido e agora tirá-los de casa vai ser um problema. Cito a propósito uma estória, veiculada recentemente num jornal diário e contada pelo filósofo esloveno Slavoj Žižek, que procurarei reproduzir o mais fielmente possível. “Era uma vez um cidadão aparentemente normal que se convenceu que era um grão de milho. Deu entrada num manicómio para tratamento, tendo ficado curado ao fim de algum tempo. Com o boletim de alta na mão, passado
Opinião de Mariana Silva
TEMPOS DE INCERTEZAS O mundo foi interrompido por um vírus e as televisões meterem-nos pelos olhos dentro o inimaginável - países a fechar fronteiras, grandes cidades vazias de pessoas, de carros, de vida. A realidade ultrapassa sempre a ficção e em Portugal este cenário não foi diferente do
resto do mundo. Com as pessoas confinadas às suas casas, a consumir o que as televisões lhes dão, as notícias escolhidas a dedo, os sermões de filosofia barata, o medo exacerbado a entrar na cabeça de cada um que se protegeu como lhe foi indicado para, assim, tra-
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pelo psiquiatra, dirigiu-se para a porta de saída, a fim de apanhar transporte para casa. Ao chegar à porta avistou uma galinha e fugiu rapidamente para o interior do edifício. O que é que se passa? – perguntou-lhe o psiquiatra que havia observado a cena. Está ali uma galinha que me quer comer? – respondeu o paciente. Então você não sabe que não é um grão de milho? Não chegamos já a essa conclusão? – retorquiu o psiquiatra. Eu saber sei, Senhor Doutor, mas tenho medo de que a galinha não saiba”. Mutatis mutandis, a estória pode aplicar-se ao coronavírus. Então vocês não sabem que está a ficar tudo bem e que, com as devidas cautelas, já podem ir saindo de casa? Nós saber sabemos, temos receio é de que o vírus não saiba – responderão os cidadãos. Hoje de manhã, pelas 8 horas, recebi no meu telemóvel uma mensagem da ARS Norte que diz assim:” No caso de precisar de Apoio Psicológico poderá falar com um psicólogo por este nº: 220411200 da ARS Norte – seg. a sexta, das 8.00 às 20h”. Será que estou a ficar afectado pelo confinamento e não tenho consciência disso? Será que preciso de apoio? Ou será que mais vale continuar clandestinamente na minha “toca”, evitando regressar ao “admirável mundo novo” de que nos fala Aldous Huxley? Pelo sim pelo não deixa-me abrir a “janela” e ver o que se passa lá fora.
“Estudos científicos mostram que o isolamento social – como aquele que estamos a viver – é muito perigoso para a saúde física e mental” – retirado de um trabalho de investigação da revista “Sábado”. Trump revela que está a tomar hidroxicloroquina – lê-se no rodapé da televisão. Bolsonaro participa em manifestação contra restrições impostas no Brasil – vejo nas notícias televisivas. Três milhões de máscaras compradas com certificado falso – leio no jornal “Público”. Um empresário da área têxtil diz: a indústria têxtil e do vestuário foi tomada pela pandemia das máscaras. Queremos confecções para trabalhar o produto normal e não as encontramos porque estão todas a fazer máscaras”. Por este andar ainda vamos andar todos nús, mas devidamente protegidos com máscara, digo eu. “O sal mata quase tudo e o vírus é sensível à maioria dos desinfectantes como o cloro” – defende o infecciologista Jaime Nina, procurando exorcizar o medo de frequentar praias e piscinas durante o Verão que se aproxima. Para reservar um quarto no empreendimento turístico Vale do Gaio, é preciso cumprir uma série de requisitos e aceitar algumas exigências diz o proprietário, que passa a explicitar melhor: Primeiro vou tirar a temperatura aos clientes, com um termómetro sem contacto, depois vou medir
os níveis de oxigénio no sangue com um oxímetro e se me trouxerem um teste Covid-19 feito há menos de 48 horas, aceito a reserva. Caso não tenha feito oteste, terei que convencê-los a fazer um teste rápido, pois já encomendei 500 desses testes, vindos da China”. Que formação técnico-científica possui o proprietário para executar os referidos procedimentos? – pergunto eu. Um autarca de S. Martinho do Porto mandou desinfectar a praia com lixívia. A utilização de produtos específicos para eliminar o vírus de grandes superfícies, como ruas, não é recomendada porque tem efeitos nocivos na saúde e no ambiente – vem dizer a OMS. Estão a ser treinados cães para detectar a presença de coronavírus nos humanos – refere uma notícia televisiva. Testes cãovid-19 em vez de covid-19 – digo eu. Atendendo ao que vejo e oiço, concluo que ainda é perigoso sair da “toca” e que a nova normalidade não é mais que a velha anormalidade. Como diz a canção: “Vemos, ouvimos e lemos. Não podemos ignorar”. Por isso, estamos conversados. •
var as redes de contágio. Em tempo de confinamento obrigatório previa-se que o mundo não seria mais igual. As pessoas sentiram falta dos seus familiares e dos amigos e de reunirem todos à volta de uma mesa em conversas longas e partilha de petiscos. Em tempos de incerteza tudo parece válido, em tempos de medo e de experimentação tudo é válido. O que se previa de tempos de amor, de solidariedade, de amizade, de paz esgotou-se em menos de um fósforo. Ódios que estavam guardado à espera de uma época em que se poderia soltar a língua, apareceu primeiro nas redes sociais em que, por cada hora a mais sentados no sofá, houve quem se achasse confortável na possibilidade de maldizer. A liberdade de expressão, o não passar pelos visados do ódio na rua e olhá-los nos olhos, transformou-se numa bola de neve que de dia para dia se foi adensando. Com o gradual desconfinamento, houve azedumes que largaram as redes sociais e passaram para as janelas e para as ruas. Qualquer coisa serve para se apontar o dedo: a máscara que não se usa em espaços abertos, ou em
momentos em que é opcional a sua utilização, a certeza de que os metros de distanciamento não estão a ser cumpridos, as vezes que a vizinha saiu de casa ou o primeiro jantar que ofereceu à filha que já não via há dois meses. Alguns resolveram libertar o agente de segurança pública que existe dentro de si e lá ficaram esquecidos os tempos que se previam de amor, de solidariedade, de amizade e de paz. Lamentavelmente, a indignação que se anuncia perante coisas banais parece faltar sobre o facto de não existirem transportes públicos ao dispor das populações em todo o território português, porque onde já era escasso e com as escolas fechadas os operadores alegam não ser viável operarem. E assim, ficam milhares de pessoas sem o direito à mobilidade. Onde está agora esse ódio dos que estão sentados no sofá? Onde estão as palavras de apoio aos que ficam infectados porque os seus locais de trabalho não cumpriam com as normas exigidas da DGS, aumentando o risco de contágio? Faltam palavras de protesto para o facto de um só empresário ter
colocado 500 trabalhadores em lay-off, mas a seguir comprar uma parte de uma grande empresa de comunicação. Onde estão os que se revoltam pelos milhares de desempregados e por aqueles que não aguardam pela crise, porque já a sentem na pele. Quem consegue compreender o ódio dos que vão acumulando teorias à volta das espumas do dia, tentando abafar os problemas concretos e que não surgiram com a pandemia? Porque não se revoltam, estes senhores da verdade do sofá, com a falta de subsídio de risco para os trabalhadores que recolhem o lixo e que nunca pararam? Tantas certezas escorrem das reflexões dos que esperavam a oportunidade da pandemia para acabarem com as celebrações do 25 de Abril, com as celebrações do 1º de Maio em que trabalhadores, dirigentes dos sindicatos e detentores de cargos políticos e todos os que se associaram estavam a cumprir as normas da DGS, de pé, de cara levantada com a certeza de que os tempos de amor, solidariedade, de amizade e de paz não são palavras vãs e por isso é necessário continuar a lutar. •
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O JORNAL N242 QUARTA-FEIRA 20 MAIO 2020 Jornal Mais Guimarães n.242 maio 2020
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Jornal Mais Guimarães n.242 maio 2020
CARTÓRIO NOTARIAL DE GUIMARÃES, ANA PATRÍCIA LENHO EXTRATO PARA PUBLICAÇÃO DE JUSTIFICAÇÃO NOTARIAL Nos termos do artigo 100.º do Código do Notariado CERTIFICO, PARA EFEITOS DE PUBLICAÇÃO, que por escritura lavrada em dezoito de maio de dois mil e vinte, exarada a folhas setenta e cinco a folhas setenta e sete, do livro de notas para escrituras diversas número UM - A, do cartório notarial a cargo da notária, oficial pública, Ana Patrícia Antunes Pereira Lenho, sito na Rua Alameda S. Dâmaso, 73, 1.º Sala 7, em Guimarães, na qual Domingos Arménio Almeida Gomes, NIF 162 916 655, natural da freguesia de Moreira de Cónegos, concelho de Guimarães, e mulher Rosa Benvinda Leite Cardoso, NIF 162 916 663, natural da freguesia de Vizela, na data concelho de Guimarães, residentes no Largo das Teixugueiras, n.º 175, freguesia de São Miguel, concelho de Vizela, declararam que são donos e legítimos possuidores, em comum e partes iguais, com exclusão de outrem, do seguinte bem imóvel: Prédio urbano composto por casa de habitação e de logradouro, sito no Lugar do Codeçal, freguesia de Lordelo, concelho de Guimarães, sendo a área total de oitocentos e dez metros quadrados, descrito na Conservatória de Registo Predial, Comercial e Automóvel de Guimarães sob o número dois mil trezentos e noventa da freguesia de Lordelo, e inscrito na respetiva matriz urbana em nome de Domingos Arménio de Almeida Gomes, ora justificante, com o artigo 397 da mesma freguesia, com o valor patrimonial de € 20.230,00 (vinte mil duzentos e trinta euros), ao qual atribuem o mesmo valor. O identificado prédio encontra-se registado na Conservatória de Registo Predial de Guimarães a favor de Carolina da Cunha Almeida, casada no regime de comunhão geral com José Moreira Gomes, (pais do justificante) e de Domingos de Almeida Ferreira Miranda casado no regime de comunhão geral com Maria de Freitas Leal. Em meados do ano de mil novecentos e oitenta e sete por partilha verbal, efetuada com sua irmã já falecida, por óbito dos seus pais, Carolina da Cunha Almeida e José Moreira Gomes, adquiriram os justificantes, Domingos Arménio Almeida Gomes e Rosa Benvinda Leite Cardoso, metade do prédio que pretendem justificar, nunca tendo elaborado escritura pública nem partilha judicial. Em meados de mil novecentos e noventa, os primeiros outorgantes compraram verbalmente a outra metade, registada em nome de Domingos de Almeida Ferreira Miranda e mulher, Maria de Freitas Leal, nunca tendo procedido à escritura. Desde então, os requerentes, adquiriram a totalidade do prédio, sendo iniciada a posse, sempre exercida sem violência e sem oposição de ninguém, em nome próprio e com o proveito de todas as utilidades potenciais do prédio, nele guardando os seus haveres, melhorando-o com benfeitorias diversas, procedendo a atos de limpeza e conservação (pinturas interna e externa do prédio, cortando relva e plantando flores), substituindo elementos danificados (persianas, telhas, portas, arranjo de fechaduras, canalização, parte elétrica), pagando os respetivos impostos, administrando-o por isso, com ânimo de quem exerce direito próprio, considerando-se e sendo considerados como seus únicos donos, sendo reconhecidos por todos os vizinhos, e pela população local, na convicção de que não lesam quaisquer direitos de outrem, tendo a sua atuação e posse sido contínua, de boa fé, porque sem violência, sem oposição de quem quer que fosse, à vista de toda a gente e de eventuais interessados, ostensivamente e com conhecimento da generalidade das pessoas que vivem na localidade onde se situa o prédio, e tudo há mais de vinte anos, sendo por isso esta posse de boa fé, pacífica, contínua e pública. Assim, dadas as caraterísticas da posse, os justificantes, adquiriram o prédio referido por usucapião que invocam e, uma vez que se encontram impossibilitados de comprovar pelos meios normais a aquisição do imóvel, recorrem à presente escritura para estabelecimento de novo trato sucessivo, para poder ser registado no Registo Predial em seu nome, nos termos legais. Foram previamente notificados os titulares inscritos nos termos do artigo 99.º do Código do notariado, pelo prazo aí estipulado de trinta dias, não tendo havido qualquer oposição. Os editais para auto requerimento de justificação encontram-se arquivados neste Cartório. ESTÁ CONFORME O ORIGINAL Guimarães, dezoito de maio de dois mil e vinte. A NOTÁRIA: Ana Patrícia Lenho
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Covid-19: “Sentimo-nos seguros, temos tomado todas as precauções”
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© Vitória SC
por colocar o nome de equipas minhotas - Vitória, Moreirense e Famalicão também registaram casos positivos - nas conferências diárias da Direção-Geral da Saúde. “É uma situação muito complexa, conciliar o retorno da atividade do futebol com regras sanitárias e de segurança. É difícil definir linhas vermelhas. Se os testes feitos às equipas derem um número elevado de pessoas positivas, terá de ser equacionada pelas autoridades de saúde de nível local, regional e nacional a avaliação do risco em concreto”, disse a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas.
Semana trouxe boas notícias
“Tem sido diferente, mas bom. Fizemos duas semanas de treinos individuais e agora estamos a começar a treinar com pequenos grupos. Sentimo-nos seguros, temos tomado todas as precauções para evitar ficarmos infectados”. Pedro Henrique enquadra desta forma os dias atípicos de uma temporada que parece não ter fim. Os desenvolvimentos são
lentos, mas, em Guimarães, têm sido notícia: a estrutura de futebol realizou testes de rastreio à covid-19 a toda a estrutura do futebol profissional do clube no início do mês; a equipa regressou aos trabalhos na Academia no dia 4 de maio; poucos dias depois, há notícia de que três jogadores testaram positivo. O fim de semana de 8 e 9 de maio acabou
No entanto, no decorrer desta semana, ficou-se a saber que já só há um caso positivo de covid-19 no plantel do Vitória. A 8 de maio, três jogadores testaram positivo, no entanto, dois desses atletas acusaram negativo nos testes posteriormente realizados. Segundo o diário desportivo Record, os dois jogadores estiveram sempre assintomáticos. Agora, os jogadores que testaram negativo necessitam de autorização do delegado de saúde para regressar. “De acordo com os resultados, está prevista a intervenção da autoridade de saúde. Qualquer decisão de avaliação do risco e de medidas em concre-
to envolve os três níveis: local, regional e nacional. As regras vão ser cumpridas, aguardemos os resultados e depois vamos avaliar os riscos”, disse Graça Freitas, aquando da notícia de três testes positivos no Vitória. O Vitória continua a treinar na Academia. Na próxima semana, começam os treinos com pequenos grupos.
“Ninguém vai jogar infetado” Afinal, o primeiro fim de semana de jogos está aí à porta (ver página 21). Os jogadores que falaram aos jornalistas durante esta semana asseguraram que têm total confiança no departamento médico do clube e transmit transmitiram segurança. “Temos tomado todas as precauções para evitar ficarmos infetados. E nos jogos também me sinto tranquilo, ninguém vai jogar estando infetado”, adiantou o defea-central, Pedro Henrique. “Os primeiros jogos vão ser mais complicados pelo facto de estes treinos serem individuais. Numa primeira fase acredito que será mais complicado, mas quando pegarmos o ritmo da competição vamos todos suportar bem a carga”, admitiu o brasileiro. No entender do central, o Vitória “perde sempre por não ter os adeptos na bancada”, mas as saudades de jogar são muitas. “Será totalmente diferente”, no entanto. •
A Academia vai ganhando vida: equipa B também já regressou aos trabalhos A Equipa B do Vitória também regressou aos trabalhos de campo esta semana. “Todos os elementos da equipa, bem como o staff, já realizaram os testes, cujos resultados foram negativos. Tal como acontece com a equipa A, também a formação de Bino Maçães terá de cumprir um apertado plano de contingência, que visa a saúde e a segurança de todos”, informou o clube. Os Conquistadores alertaram para o facto de que todos
os trabalhos da Equipa B do Vitória vão decorrer de forma completamente isolada dos treinos da Equipa A, “não havendo qualquer tipo de partilha de espaços físicos, materiais ou de recursos humanos.” Aquando do regresso da formação que milita o Campeonato de Portugal, o grupo de trabalho foi dividido por três subgrupos, que cumprem todas as indicações do técnico, mantendo as devidas normas de distanciamento e se-
gurança. A formação orientada por Bino Maçães irá cumprir as sessões de treino no Campo 5, sendo que a entrada na Academia do Vitória SC faz-se por um local diferente da equipa A para mitigar o perigo de contágio. Recorde-se que o último jogo disputado pelos “bês” no Campeonato de Portugal foi no dia 08 de março. Na altura, a turma de Bino Maçães derrotou o Berço por 4-1.•
“A vida tem de continuar”, diz Florent © Direitos Reservados
Há apenas um caso positivo de covid-19 no plantel do Vitória. Conquistadores prosseguem os treinos na Academia. Pedro Henrique mostra-se tranquilo e deixa uma certeza: “Ninguém vai jogar estando infetado”.
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© Vitória SC
Florent foi o jogador que participou em mais uma das videoconferências organizadas pelo Vitória. O lateral-esquerdo disse que, depois de conhecidos os três casos positivos entre os atletas do clube, houve um sentimento de surpresa, já que os jogadores “não tinham nenhum sintoma”. Os jogadores do Vitória (bem como a equipa técnica e o staff do clube) já fizeram o terceiro teste — e isso começa a ser parte da nova rotina no futebol. “Já estamos a ficar habituados. Ninguém está ansioso para ter os resultados porque toda a gente está a ter o máximo cuidado possível”, disse Florent, que acrescentou que o clube procura “ter todos os cuidados para dar as melhores condições aos jogadores”. Após duas semanas de treinos individualizados, o próximo passo no Vitória é passar aos treinos com grupos pequenos. Os jogadores aguardam o último teste “para ter certeza absoluta” de que “toda a gente está com saúde”, adiantou o francês. O jogador frisou que o resultado positivo dos testes à covid-19 dos colegas de equipa não diminuiu a confiança: “Se estamos a treinar é porque queremos e sabemos os riscos.” “Ninguém pode garantir que tenham sido infetados no treino. Pode ter sido nas compras. Em qualquer lugar estamos sujeitos a ser infetados. A vida tem de continuar”, adiu. E a vida continuará, no escalão principal do futebol português, a 04 de junho. Com pouco mais de meio mês para treinos em conjunto, Florent reconheceu que duas semanas “não é muito tempo para preparar”. “Mas não podemos esquecer que, antes da paragem, jogamos sete meses juntos. Em duas semanas conseguimos voltar a esse nível”, afirmou o lateral.•
FUTEBOL
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MOREIRENSE F. C.
Vizinhos vão partilhar casa: Cónegos mudam-se para o D. Afonso Henriques até ao final da época A Direção-Geral da Saúde recomenda a utilização do menor número de estádios para o que resta do camepeonato. Vitória e Moreirense acordaram partilhar o Estádio D. Afonso Henriques até ao final da temporada. © João Bastos/Mais Guimarães
A Liga Portugal e a Federação Portuguesa de Futebol (FPF), apoiadas por uma empresa especializada, iniciaram na semana passada uma visita aos estádios de nível 2 e 3 da Liga NOS. A vistoria tinha como objetivo aferir as condições de segurança e de higiene dos recintos. No entanto, o Moreirense antecipou-se à Liga e acordou mudar de recinto. A informação foi avançada pela Rádio Renascença, que indicava que os Cónegos iriam disputar os últimos jogos caseiros do campeonato no recinto do Vitória. Assim, o Estádio D. Afonso Henriques será a casa das duas equipas do concelho nesta reta final do campeonato. O Estádio Joaquim de Almeida Freitas é de nível II e, desta forma, muda-se para uma das oito casas de nível I - Vitória, FC Porto, Benfica, Braga, Sporting, Gil Vicente, Boavista e Marítimo são os detentores dos recintos. Com esta decisão, os Cónegos auxiliam as entidades num processo moroso, já que as indicações da Direção-Geral da Saúde (DGS) reVitória
Cláusula de 30 milhões para jovens Conquistadores O Vitória decidiu firmar contrato profissional com vários jovens jogadores. Os dois primeiros vínculos anunciados foram os do médio de 16 anos, Gonçalo Nogueira, e com o internacional pelas camadas jovens da seleção das Quinas, João Pereira, de 16 anos. No anúncio feito pelo clube é também esclarecido que ambos os jovens ficam, a partir de agora, blindados com uma cláusula de 30 milhões de euros. Mais recentemente, os vimaranenses anunciaram que Miguel Magalhães assinou o seu primeiro contrato profissional com o clube. “Além do período de ligação de três anos entre as duas partes, o contrato apresenta ainda uma cláusula de 30 milhões de euros”, informaram os Conquistadores. Recém-chegado aos Sub-19 do Vitória SC, o defesa português já realizou dois jogos pela equipa de Sub-23. Rodrigo Figueiredo, mais conhecido por Figa, assinou o seu primeiro contrato profissional, aos 16 anos. •
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comendam a utilização do menor número de estádios, para minimizar as probabilidades de contágio. Numa entrevista à Bola Branca, programa da Rádio Renascença, a diretora executiva da Liga, Sónia Carneiro confirmou que os estádios de Belenenses SAD e Santa Clara (vão jogar na Cidade do Futebol, em Oeiras), Famalicão (jogará no estádio do Gil Vicente, no concelho vizinho de Barcelos) e Moreirense) foram desde já excluídos.
Resultados das vistorias para breve Quanto ao resultado das vistorias efetuadas nos restantes estádios de nível II e III, os resultados serão conhecidos em breve. “Esses estádios (...) tiveram uma vistoria prévia por uma entidade certificada pela Direção-Geral da Saúde. Todos os demais 14 estádios da Liga estão a ser vistoriados e não há nenhum que, à partida, esteja excluído ou incluído. Acredito que os relatórios estejam prontos en-
tre amanhã [quarta-feira] e quinta-feira, para, a partir daí, podermos definir tudo”, indicou Sónia Carneiro. Nos últimos dias têm surgido manifestações de desagrado com a forma como a competição vai reiniciar. Os presidentes de Marítimo e Desportivo das Aves ameaçaram impugnar a competição, caso não disputem o que falta jogar nos respetivos estádios (entretanto, o presidente da SAD do Aves veio desmentir as declarações do presidente do clube de Santo Tirso). Esta terça-feira, a diretora executiva da Liga não deu margem para dúvidas. “Sinto um envolvimento muito grande de todos os clubes. O que nos chega diariamente á Liga é uma vontade imensa de todos os clubes de recomeçarem a competição, de colocar o talento dos seus atletas no relvado e esse não é um tema prioritário para nós”. Desta forma, esta edição da liga vai presentear os adeptos com algo inaudito: os dois clubes de Guimarães, vizinhos, vão partilhar casa. •
Moreirense
Bilel e Fábio Abreu agitam mercado
A forma recente do avançado Fábio Abreu tem feito com que vários clubes europeus olhem com atenção para a possibilidade de contratar o melhor marcador do Moreirense no campeonato. O desempenho do angolano já o tinha colocado na órbita de vários clubes, mas agora surgem mais candidatos. Segundo o jornal A Bola, o Ludogorets, líder do campeonato búlgaro e clube com tradição nas provas europeias, está de olho no goleador proveniente do Penafiel. Ao clube de Razgrad junta-se o interesse de clubes de Espanha e França. O 3.º melhor marcador do campeonato tem, no entanto, vínculo com o Moreirense até ao final da temporada 21/22 e uma cláusula de rescisão cifrada nos cinco milhões de euros. Mas se Fábio Abreu está protegido com contrato, o mesmo não se aplica a Bilel. O vínculo do franco-argelino termina esta época e surge a hipótese de regressar a França, país de onde
1ª LIGA © Direitos Reservados
FAMALICÃO FC PORTO BENFICA VITÓRIA SC SPORTING BOAVISTA SANTA CLARA RIO AVE TONDELA MARÍTIMO BRAGA MOREIRENSE VITÓRIA SETÚBAL GIL VICENTE PORTIMONENSE BELENENSES SAD PAÇOS DE FERREIRA DESP. AVES
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Sub-23
LIGA REVELAÇÃO
saiu há seis anos rumo ao Covilhã. Segundo o que a imprensa desportiva vinha a avançar, o Moreirense tem interesse em prolongar a ligação de Bilel. No entanto, o interesse de clubes além-fronteiras pode tornar díficil esse desígnio. •
SPORTING BENFICA ESTORIL PRAIA BRAGA DESP. AVES BELENENSES SAD COVA DA PIEDADE MARÍTIMO RIO AVE PORTIMONENSE LEIXÕES V. SETÚBAL VITÓRIA SC FEIRENSE FAMALICÃO ACADÉMICA
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MODALIDADES
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Futsal
Na segunda oportunidade entre os melhores, o Candoso aposta na experiência © CR Candoso
Têm sido semanas movimentadas em São Martinho de Candoso. Depois de, em 8 de abril, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) ter cancelado os campeonatos seniores não profissionais de futebol e de futsal, não atribuindo títulos de campeão, nem aplicado o regime de subidas e descidas, o clube vimaranense tem estado ativo no mercado. Entre o anúncio de renovações e novas chegadas, a formação orientada por Henrique Passos tem aproveitado este período para construir uma equipa que permita uma caminhada mais tranquila na época vindoura – o clube era último classificado do campeonato e estava destinado a descer de divisão caso a prova tivesse sido concluída. Nas novas caras que têm chegado a Guimarães, parece haver uma tónica comum: experiência e preferência por atletas com provas dadas nos campos de futsal lusitanos. Paulo Ferreira, a última chegada anunciada, é exemplo disso. “Atleta português naturalizado romeno, é internacional pela seleção da Roménia (...) e conta Ténis
A prata da casa e velhos conhecidos Ao todo, já há quatro caras novas para atacar a próxima época e cinco renovações (Sandro, Hélder Cristiano, Julinho, Pirica e o capitão Fábio Miranda transitam da versão 19/20 do clube de São Martinho de Candoso). .Duas das novas chegadas já representaram o emblema. Paulinho Roxo está de regresso a Guimarães,
local de onde partiu há pouco tempo. “Paulinho dispensa apresentações, regressando a Candoso, onde esteve de janeiro de 2019 a janeiro de 2020. Nesse período apontou 26 golos, tendo ajudado a conquistar o título nacional da II divisão de futsal. No palmarés, além desse título, conta com 2 da I divisão de futsal, 1 taça de Portugal de futsal e 2 supertaças”, referiu o clube vimaranense. Junta-se a Paulinho Roxo o guardião Cláudio Carvalho, de 25 anos, que regressa a Guimarães depois de ter representado o Rio Ave na última temporada. O jogador teve “um papel fundamental na conquista do título nacional da 2.ª divisão de futsal, na época 2018/2019” e vai ter nova oportunidade na cidade-berço. De Vila do Conde chegou também João Miguel, de 28 anos. O goleador apontou 21 golos na época passada e conta com um “interessante percurso no futsal, com destaque para a sua passagem pelo Rio Ave, SC Braga, Bovalino Calcio A5 (Itália) e AD Fafe”, referiu o Candoso na rede social Facebook. •
Hóquei
Suspensão dos circuitos alargada até 31 de julho
CART anuncia primeiro reforço © Direitos Reservados © Direitos Reservados
O ténis está completamente parado desde o início de março devido à pandemia da covid-19, e assim vai continuar. A suspensão dos circuitos masculino e feminino de ténis foi prolongada até 31 de julho, com uma nova atualização do calendário a ser remetida para meados de junho. Desta forma, só a partir de agosto vai ser possível ver tenistas vimaranenses como João Sousa e Francisca Jorge em ação. “Devido às incertezas relacionadas com a pandemia de covid-19, lamentamos anunciar a decisão de estender a suspensão do circuito. Tal como os adeptos do ténis, os jogadores e os organizadores de torneios em todo o mundo, partilhamos a deceção pelo facto de o circuito [ATP] continuar a ser afetado desta maneira”, declarou o presidente da Associação de Tenistas Profissionais (ATP). Citado em comunicado, Andrea Gaudenzi disse que a ATP continua a avaliar “todas as opções” para retomar a competição “assim que for seguro fazê-lo”, admitindo a possibilidade de “reagendar” torneios mais tarde na temporada. “Como sempre, a saúde e o bem-estar da comunidade do ténis e
com um fantástico percurso no futsal, tendo jogado em Espanha, França, República Checa” e no país pelo qual é internacional, indicou o Candoso aquando da confirmação da contratação. No decorrer desta semana, o portal zerozero dava conta do interesse do emblema vimaranense no fixo brasileiro Ciro, que já leva oito épocas de futsal português. Caso se confirme, a chegada vai ao encontro da bitola demonstrada. O Candoso seria a 7.ª “casa” do jogador de 29 anos, que já representou o Instituto, Fundão, Braga, Mogadouro, Pinheirense e Burinhosa
do público permanecem a nossa prioridade em cada decisão tomada”, sublinhou ainda. Para já, os torneios agendados a partir de 01 de agosto continuam a figurar no calendário. Uma reavaliação da situação provocada pela pandemia de covid-19 e a consequente atualização do calendário do circuito ATP serão conhecidas em “meados de junho”. Também a Associação de Ténis Feminino (WTA) e a Federação Internacional de Ténis (ITF) deram conta, em distintos
comunicados, do prolongamento da suspensão dos torneios até 31 de julho.“Lamentamos esta situação, mas continuaremos a guiar-nos pela opinião dos especialistas clínicos sobre quando o regresso do circuito WTA será seguro e possível. Continuamos a monitorizar a situação atentamente e esperamos regressar ao ‘court’ assim que possível”, lê-se no comunicado da WTA. A pandemia já levou ao adiamento de Roland Garros e ao cancelamento de Wimbledon.•
“Com todas as competições terminadas, é tempo de começar a preparar a próxima época”, e o CART anunciou a primeira cara nova para atacar a temporada vindoura. “Afonso Ferreira regressa ao CART, clube onde iniciou a modalidade, para reforçar a equipa sénior de hóquei em patins! Atleta taipense que iniciou a sua formação no CART, tendo posteriormente ingressado no HC de Braga onde jogou até ao escalão sub 19”, anunciou o clube taipen-
se nas redes sociais. O clube que milita a 3.ª Divisão da Zona Norte também anunciou a continuidade de dois atletas: Alberto Martinho e Carlos Rodrigues farão parte da versão 20/21 do emblema vimaranense. Antes da interrupção das provas, o CART era 6.º classificado e estava a alguma distância de um lugar que garantisse a disputa pela promoção. A Federação Portuguesa de Patinagem decidiu colocar um ponto final nas provas no final de abril. •
+ DESPORTO
O JORNAL N242 QUARTA-FEIRA 20 MAIO 2020 Campeonato de Portugal
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Rabiola não acompanha o Vizela no regresso à II Liga
Série A
AF BRAGA
CAMP. PORTUGAL VIZELA BRAGA B FAFE VITÓRIA B MARIA DA FONTE MERELINENSE BERÇO SC MONTALEGRE MARÍTIMO B S. MARTINHO U. MADEIRA MIRANDELA PEDRAS SALGADAS CHAVES SATÉLITE BRAGANÇA OLIVEIRENSE 17º CERVEIRA 18º CÂMARA DE LOBOS
PRO-NACIONAL 16 12 2 2 16 11 2 3 16 10 2 4 16 9 3 4 16 7 7 2 16 8 4 4 16 7 4 5 16 6 4 6 16 5 7 4 16 7 4 5 16 6 1 9 16 5 3 8 16 4 4 8 16 3 6 7 16 2 6 8 16 2 6 8 16 2 5 9 16 2 2 12
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Liga. No entanto, e apesar de ter contrato até junho, o dianteiro desvinculou-se do Vizela. Apontado como uma promessa do futebol português quando despontou no Vitória, as lesões acabaram por condicionar a afirmação. “As lesões prejudicaram-me um pouco e sei que podia ter decidido algumas coisas de outra maneira, mas sem arrependimentos. Naquele momento, tentei apanhar o comboio do FC Porto e não estava preparado”,afirmou, citado pela agência Lusa. Em 2018, depois de ter represen-
tado vários clubes - e de uma paragem longa devido a sucessivas lesões no joelho esquerdo, ingressou no Campeonato de Portugal. “Só com espírito de sacrifício e grande vontade ultrapassei esse período difícil, porque a lesão requer tempo, paciência, e em muitos momentos não notava evolução. Mas não desisti, os problemas estancaram e o Felgueiras deu-me a oportunidade de fazer golos e aquilo de que mais gosto. Estou de consciência tranquila com as boas épocas que fiz”, assinalou. •
Primeira Liga
No regresso, haverá “jogos de segunda a domingo” Ainda não é conhecida a calendarização dos 90 jogos que faltam disputar, mas já há uma certeza: haverá partidas nos sete dias da semana. “Teremos futebol de segunda a domingo, exceto em alguns dias de julho em que não será possível. Os adeptos irão ‘matar’ toda a ‘fome’ de bola que tiveram durante estes dois meses e meio de confinamento”, revelou a diretora executiva da Liga Portugal, em entrevista ao programa Bola Branca, da Rádio Renascença. À mesma fonte, adiantou que está a ser feito um esforço entre clubes, Liga e operadores, que têm colaborado. “Serão oito semanas garantidas de futebol. Oito semanas fantásticas. Estamos a trabalhar com os operadores para otimizar horários e preencher o calendário o mais possível com o número máximo de dias com jogos. Vai haver alturas em que teremos jogos todos os dias. Os clubes estão a fazer um grande esforço nesse sentido
© Marco Jacobeu/Mais Guimarães
DIV. HONRA
1ª DIVISÃO 15 15 14 15 14 15 15 14 15 14 15 15 15 15 15 15
11 1 3 34 9 3 3 30 8 3 3 27 8 3 4 27 6 4 4 22 5 7 3 22 6 4 5 22 7 0 7 21 6 2 7 20 4 7 3 19 4 6 5 18 4 6 5 18 3 4 8 13 3 4 8 13 3 2 10 11 3 2 11 8
1-0 3-1 2-2 1-2 2-3 4-1 1-0 1-2
Série C
12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12
9 9 8 6 6 5 5 5 5 4 4 4 2 3 2 0
2 1 2 2 1 3 3 3 2 4 3 3 5 2 2 2
1 2 2 4 5 4 4 4 5 4 5 6 5 7 8 10
29 28 26 20 19 18 18 18 17 16 15 12 11 11 8 2
OP. CAMPELOS TAGILDE ASES STA. EUFÉMIA DESP. S. COSME UD CALENDÁRIO CD LOUSADO GONDIFELOS SÃO CLÁUDIO
1-1 0-3 3-1 2-3 0-1 2-0 0-2 VS
GD SELHO SANTO ADRIÃO U. ALDÃO E CANO LONGOS OP. FAMALICÃO EMILIANOS FC DELÃES PRAZINS E CORVITE
AF BRAGA
1ª DIVISÃO
CALVOS INFIAS MONTESINHOS ABAÇÃO CASTELÕES MAIS POLVOREIRA PINHEIRO SÃO CRISTÓVÃO SOUTO GONDOMAR INFANTAS SÃO FAUSTINO GÉMEOS NESPEREIRA
11 10 9 9 10 9 10 10 10 10 10 10 10
8 7 6 5 5 5 4 3 4 3 3 1 1
2 2 1 1 1 1 2 4 1 2 1 0 0
1 1 2 3 4 3 4 3 5 5 6 9 9
26 23 19 16 16 16 14 13 13 11 10 3 3
Jornada 11
quatro dias”, afiançou. É certo que as duas primeiras jornadas terão “um espaçamento” de quatro ou cinco dias. •
S. PAIO D’ARCOS PEVIDÉM VILAVERDENSE PRADO CABREIROS BRITO RIBEIRÃO FORJÃES DUMIENSE/CJP II
Jornada 12
VIATODOS AMIGOS URGESES BAIRRO FC RONFE PICA RUIVANENSE LOURO PONTE
SUPER LIGA
SOUTO GONDOMAR GÉMEOS CASTELÕES SÃO FAUSTINO CALVOS PINHEIRO
1-3 0-2 0-0 1-3 0-0 1-2 0-0 1-1 1-1
CD LOUSADO OP. CAMPELOS UD CALENDÁRIO GONDIFELOS GD SELHO DESP. S. COSME EMILIANOS FC PRAZINS E CORVITE SANTO ADRIÃO ASES STA. EUFÉMIA TAGILDE DELÃES U. ALDÃO CANO OP. FAMILICÃO LONGOS SÃO CLÁUDIO
Jornada 15 SANDINENSES SÃO PAIO POLVOREIRA ANTIME NINENSE CELORICENSE FRADELOS AIRÃO
POPULAR
e esse trabalho está a ser feito com os departamentos de futebol, para as equipas terem um período de descanso mínimo de três a
ARÕES SANTA MARIA SERZEDELO PORTO D’AVE TORCATENSE JOANE CAÇ. TAIPAS VIEIRA SANTA EULÁLIA
AF BRAGA
Série B
PONTE NINENSE OS SANDINENSES PICA RONFE BAIRRO FC ANTINE AIRÃO AMIGOS URGESES VIATODOS POLVOREIRA CD CELORICENSE FRADELOS SÃO PAIO RUIVANENSE LOURO
42 40 35 33 31 27 26 26 24 23 22 21 20 20 19 17 15 8
2 3 5 4 5 5 6 6 8 8 10 7 8 8 8 11 11 14
Jornada 19
VIZELA BERÇO SC VITÓRIA B CHAVES SATÉLITE FAFE BRAGA B U. MADEIRA BRAGANÇA OLIVEIRENSE
AF BRAGA
Tiago Oliveira, mais conhecido pelo apelido Rabiola no mundo do futebol, teve nova época de sucesso no Campeonato de Portugal. 12 golos em 17 partidas ao serviço do Felgueiras colocou o vimaranense na rota do Vizela, que disputava os lugares de acesso ao play-off. Em janeiro, a mudança concretizou-se A subida foi conseguida. Em 02 de maio, a Federação Portuguesa de Futebol indicou Vizela e Arouca, os dois clubes mais pontuados das quatro séries do Campeonato de Portugal, para a ascensão à II
19 13 3 18 13 1 19 11 2 18 10 3 19 9 4 19 7 6 19 7 5 18 7 5 19 7 3 19 7 2 19 7 1 19 5 6 19 5 5 19 5 5 18 5 4 19 5 2 19 4 3 19 2 2
BRITO PEVIDÉM CAÇ. TAIPAS VILAVERDENSE FORJÃES RIBEIRÃO JOANE PRADO ARÕES TORCATENSE S. PAIO D’ARCOS SANTA EULÁLIA VIEIRA DUMIENSE/CJP II SANTA MARIA PORTO D’AVE CABREIROS SERZEDELO
Jornada 16 MERELINENSE PEDRAS SALGADAS MIRANDELA S. MARTINHO MARÍTIMO B MARIA DA FONTE MONTALEGRE CERVEIRA CÂMARA DE LOBOS
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1-2 0-5 0-0 2-1 1-0 1-2
MAIS POLVOREIRA INFIAS ABAÇÃO INFANTAS MONTESINHOS SÃO CRISTÓVÃO
Série D
12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 11 12 12 11 12 12
ACR GUILHOFREI AC GONÇA GCD REGADAS TABUADELO PEVIDÉM B S. MASCOTELOS FC GANDARELA GDCR FAREJA GRC ROSSAS FERMILENSE ARCO BAÚLHE GD SILVARES GD CAVEZ PINHEIRO GDC MOSTEIRO MOTA FC
9 9 9 8 8 8 7 5 5 4 4 4 2 2 1 0
2 1 29 2 1 29 1 2 28 1 3 25 1 3 25 1 3 25 1 4 22 2 5 17 1 6 16 2 6 14 2 5 14 0 8 12 2 8 8 1 8 7 1 10 4 0 12 0
Jornada 12 PINHEIRO S. MASCOTELOS GDCR FAREJA GRC ROSSAS FC GANDARELA PEVIDÉM B AC GONÇA ACR GUILHOFREI
6-0 1-0 2-1 4-1 2-3 1-0 ADI 1-1
GD SILVARES GCD REGADAS GDC MOSTEIRO FERMILENSE MOTA FC GD CAVEZ TABUADELO ARCO BAÚLHE
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ARTES E ESPETÁCULOS
N242 QUARTA-FEIRA 20 MAIO 2020
Estacionar o carro e ver um filme: no verão, o cinema drive-in chega a Guimarães Conceito faz a sua estreia em Guimarães em agosto, integrado no 32.º "Cinema em Noites de Verão", do Cineclube. A iniciativa também parte da Câmara Municipal. Campo de São Mamede é o local escolhido. se deslocar de carro”, explicou. Para o vimaranense, esta é uma opção “interessante e adequada aos tempos que correm”, providenciando “uma experiência diferente” aos que marcarem presença. Ainda não se conhecem os filmes que serão exibidos, mas sabe-se que a projeção será digital; ou seja, “é como ir ao cinema” a que estamos habituados. Numa “tentativa de resposta aos receios das pessoas”, Carlos Mesquita frisou que esta será uma “alternativa temporária”. A organização do Campo de São Mamede está ainda a ser estudada, pelo que não se conhece, ainda, a lotação do espaço. Com um “Cinema em Noites de Verão” diferente, o presidente do Cineclube lembrou que o intuito “é continuar com esta ideia muito antiga de ter cinema ao ar livre”. “Em Guimarães, começou-se a fazer [a projeção de filmes ao ar
livre] de forma muito esporádica após o 25 de abril. Depois, no final da década de 1980 é que passou a ser de forma sistemática e ganhou esta denominação”, recordou. O cinema drive-in poderia ter feito a sua estreia “em 2012”, aquando da Capital Europeia da Cultura, disse, mas questões orçamentais não levaram a intenção adiante. Agora, “com o apoio do município”, a ideia ganhará forma. Até aqui, o “Cinema em Noites de Verão” enchia as noites de agosto com um ciclo de filmes no Largo da Oliveira. A proposta foi sempre a mesma: retirar os vimaranenses (e não só) das suas casas e trazê-los para uma espécie de sala de estar ao ar livre. No ano passado, à 31.ª edição, o certame mostrou filmes de 2019 como “Dumbo” ou “Toy Story IV”, mas também outros títulos como o português “Diamantino” (2018) ou a versão
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Novos tempos, velhos hábitos (pelo menos nalguns pontos do globo). O distanciamento social é a norma em tempos excecionais e 2020 é o ano para o regresso de um clássico: o cinema drive-in, no qual a plateia está dentro do carro. Em Guimarães, o conceito nunca estacionou, mas fará a sua estreia no Campo de São Mamede à boleia do 32.º “Cinema em Noites de Verão”, organizado pelo Cineclube e pelo município. A informação foi avançada ao Mais Guimarães por Carlos Mesquita, presidente do Cineclube de Guimarães. E, por detrás da tela, ergue-se o castelo, que servirá como espécie de fundo numa “boca de cena” natural. De acordo com Carlos Mesquita, falta apenas ultimar alguns detalhes técnicos, nomeadamente no que diz respeito ao ecrã a ser instalado. “As pessoas usarão a frequência da rádio para ouvir o som do filme e será só para quem
mais recente do “Parque Mayer”. Este ano, de forma diferente, aguardam-se os títulos a proje-
tar. E com a esperança de que, no próximo ano, a 33.ª edição volte aos moldes normais. • NRG
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Sem espetáculos, os grupos folclóricos fazem das redes sociais palco
Previa-se um bom ano para o Fest’ In Folk, agendado para a semana de 02 a 09 de agosto. Esperava-se a chegada das danças tradicionais de diferentes latitudes: ainda que água e terra os separem, países como Canadá, Equador, Peru e Rússia encontrariam, em solo vimaranense, a partilha das suas culturas ao longo de uma semana. Mas o certame teve de ser cancelado devido à pandemia da covid-19. Uma decisão que, conta Henrique Macedo, presidente do Grupo Folclórico da Corredoura, “foi muito difícil e muito ponderada”. Antes do Conselho de Ministros do qual saiu a decisão de proibir todos os festivais de música até 30 de setembro, já a entidade organizadora do Fest’ In Folk sabia que a edição de 2020 do certame
não aconteceria. É que o Fest’ In Folk, chamando grupos de outros países, está condicionado “por fatores externos”, que se vincaram com a pandemia. E também pelo convívio entre pessoas de diferentes pontos do globo. “As pessoas são de fora e fazem a sua vida juntas. Há um contacto físico constante. Para além disso, tendo em conta que são grupos do estrangeiro, sabemos que têm de se organizar a nível de viagens e afins. Por isso, decidimos não arriscar”, começa por explicar. Ainda assim, já em em fevereiro, “o grupo de Taiwan que estava para vir cancelou logo”. “Nem pôs hipóteses”, acrescenta Henrique Macedo. Para os outros grupos estrangeiros, a decisão de cancelar o festival revelou-se um “alívio”. “Não
queriam deixar de vir, mas ninguém sabe como é que as coisas vão correr. Em princípio, são estes grupos que virão no próximo ano”, adianta. Sendo o futuro coisa incerta, o Grupo Folclórico da Corredoura está já a trabalhar “no desenho” do que poderá fazer para “não deixar passar em branco” a semana que, habitualmente, dedicam ao Fest’ In Folk. E a alternativa mais viável é fazê-lo através das redes sociais: “Vamos tentar mostrar, nas redes sociais, alguns momentos dos festivais dos anos passados, das galas e de momentos não tão conhecidos do público.” Para além disso, o grupo está a “estudar a possibilidade de levar a projeção destes momentos para uma das fachadas do Centro Histórico”. Outras hipóteses estão a ser consideradas, tentando adaptar-se o tanto que “já estava preparado e fechado”. O grupo também está num processo de avaliação pelo Conselho Internacional de Festivais Folclóricos e Artes Tradicionais (CIOFF), parceiro oficial da UNESCO, que foi interrompido. Este seria o segundo ano (de três) de avaliação. “No primeiro ano tivemos uma classificação excelente. Se tudo corresse bem, para o ano poderíamos ter a certificação. O processo, sendo interrompido,
acrescenta angústia ao grupo”, lamenta o presidente do Grupo Folclórico da Corredoura. Sem saber como será o futuro desse processo, resta ao grupo continuar reuniões com a normalidade possível. “Reunimos às quintas-feiras por videoconferência. Todas as atividades e atuações foram canceladas, por isso não sabemos como vai ser. E temos uma faixa etária no grupo mais elevada. Temos de ter um cuidado maior com essas pessoas”, explica Henrique Macedo. Quanto a ensaios, o cenário complica: é difícil dançar e respeitar, simultaneamente, a distância de segurança recomendada. Os ensaios do Grupo Folclórico do Centro Social de Vila Nova de Sande também estão suspensos. E o festival organizado pelo coletivo foi cancelado. À 39.ª edição do Festival Internacional de Folclore de Vila Nova de Sande, a organização do certame contava levar grupos de várias partes do país (e dois do estrangeiro) ao exterior do Centro Social da freguesia. Contudo, a pandemia da covid-19 obrigou ao cancelamento do festival, que estava agendado para o dia 25 de julho. Rui Mendes, presidente do grupo, garante que, perto da mesma data, serão anunciadas atividades para marcar a data. Por agora, o grupo tem estado a “tentar
ser mais ativo nas redes sociais”, uma vez que os espetáculos agendados foram, entretanto, cancelados. Para a 39.ª edição do festival estava confirmada a presença de grupos folclóricos de Abrantes, Águeda, Arouca e Viana do Castelo. “E também teríamos grupos estrangeiros: um do Chile e outro do Cazaquistão”, acrescenta Rui Mendes. Para 2021, é provável que se mantenham as atuações dos grupos portugueses. Para o presidente do grupo folclórico organizador do certame, a decisão de cancelar o festival acabou por ser inevitável: “Ao longo destas semanas todas, estava sempre na nossa mente esta possibilidade. Depois, com a decisão do Conselho de Ministros de cancelar os festivais de música até 30 de setembro, soubemos que tínhamos de cancelar o festival.” Em comunicado, o Grupo Folclórico do Centro Social de Vila Nova de Sande deixou uma mensagem de esperança “aos seus familiares e amigos aos grupos que iriam participar, às entidades parceiras e amigas, aos colaboradores amigos, aos importantes parceiros patrocinadores” e ao público. “O bem-estar de todos e de cada um deve ser agora a grande prioridade”, conclui o mesmo documento. • NRG
PASSATEMPOS E INFORMAÇÕES ÚTEIS
O JORNAL N242 QUARTA-FEIRA 20 MAIO 2020
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Farmácias de serviço Quarta-feira 20 de maio
Farmácia Lobo
Avenida Londres - Tlf: 253 412 124 Quinta-feira 21 de maio
Farmácia Vitória (Creixomil) Guimarães Shopping- Tlf: 253 517 180 Sexta-feira 22 de maio
Farmácia Hórus
Largo do Toural - Tlf: 253 517 144
*Farmácia Faria
R. do Calvário, 201, Serzedelo - Tlf: 253 532 346 Sábado 23 de maio
Farmácia do Parque
R. Dr. Carlos Saraiva 46 - Tlf: 253 516 046 Domingo 24 de maio
Portugal à mesa com
Farmácia Pereira
Alameda S. Dâmaso - Tlf: 253 412 950
Mário Moreira
Segunda-feira 25 de maio
Farmácia da Praça
Rua Paio Galvão - Tlf: 253 523 167 Terça-feira 26 de maio
Farmácia Nobel
Quarentena à Mesa Que sabor a cereja... e a minha boca à tua espera! Com a abertura gradual da clausura, a cereja gorda e sumarenta, tem um enorme encanto e beleza, tráz consigo a festa, a alegria, o consolo pela vida, o desafio mais romântico... Quanto mais se saboreiam, mais se gosta. O ser humano insiste ser o centro de tudo que acontece. Perde quase tudo num degradante e imenso espetáculo que se desenvolve de forma devastador à nossa volta. Nunca se falou tanto nas influências climáticas, no respeito pela natureza, no permanente e sério investimento no Serviço Nacional de Saúde. O desrespeito por estes importantes pilares são a mola cruel e desvastadora da geografia humana, sobretudo os mais pobres. No começo do calor a cereja mete-se nas nossas vidas e confunde-se na idade madura do estio para casar no pino do verão. Lonje vão os tempos que nas grandes cidades os pregões fa-
Rua de Santo António - Tlf: 253 516 599 *Em regime de disponibilidade
ziam parte da sonoridade do dia a dia, as cerejas, transportadas em cestos de vendedores âmbulantes, anunciavam a chegada, num indiscritível ritual, até se contavam os ecos...Vivemos tempos muito diferentes. Até a cereja tem medo em descer à cidade. A cereja presta-se a múltiplas combinações num receituário que lhes confere um nobre tributo. São incontáveis os eventos que se realizam pelo país numa homenagem merecida à sua promoção quer no acompanhamento de pratos ou em forma de sobremesas; mousse de cereja, gelado de cereja, puré de cereja, licor de cereja... A flor de cerejeira é símbolo de pureza, beleza e renovação, usada para amuletos ou enfeitar casamentos. Em estilo vanguardista e inovador, com os caroços das cerejas, fazem-se almofadas com poder terapêutico para aliviar o stress, ansiedade, cólicas, insónias ou dores musculares...
Dê sangue! COLHEITA PERMANENTE
Todas as Terças-feiras das 14h30 às 19h00 Primeiro e terceiro Sábado de cada mês das 09h00 às 12h30 Local Casa do dador (Azurém)
O que acontece na sua rua, no seu bairro, na sua freguesia...
“Enformado de Cerejas” Fazer furinhos com palito em 500gr de cerejas, adicionar 3 colheres de sopa de açúcar, descansar meia hora. Preparar a forma com manteiga e farinha qb. Penereirar 125gr de farinha de trigo, misturar 8 colheres de sopa de açúcar, pitada de sal. À parte bater os ovos, adicionar a farinha e mexer. Verter uma chávena de chá de leite, misturar todos os ingredientes num creme homogéneo. Colocar as cerejas na forma, verter o creme e levar ao forno mé-
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É NOTÍCIA!
dio 170º, 30 minutos. Retirar do forno, deixar arrefercer, desenformar, decorar com cerejas e polvilhar com açúcar em pó.
Bom apetite! Um abraço gastronómico. Envie as suas sujestões para: leitor@maisguimaraes.pt
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Pontos de Vista Sugestão
Cinema
O município anunciou novas medidas de desconfinamento. Há novidades na cultura, desporto e mercados.
Última
Parceria entre Câmara e Paço dos Duques é “exemplo à escala global”
O Presidente da Câmara Municipal de Guimarães, Domingos Bragança, destacou o “exemplo de parceria à escala global” no âmbito da abertura da nova loja do Paço dos Duques, que decorreu esta segunda-feira, a assinalar o Dia Internacional dos Museus e a reabertura do espaço ao público, A Câmara Municipal de Guimarães apoiou o Paço dos Duques na elaboração e execução do
projeto para a nova loja, apesar da gestão atual pertencer à Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN). A visita de Domingos Bragança ao Paço dos Duques foi acompanhada pela vice-presidente da autarquia, Adelina Pinto, e ainda pela equipa responsável pelo projeto, Miguel Melo e Rosa Maria, sendo orientada pela Diretora do Paço dos Duques de Bragança, Isabel Fernandes.•
“Noites Escaldantes” é um dos mais fascinantes e surpreendentes thrillers de suspense dos anos 80, que revelou Lawrence Kasdan como um inspirado argumentista e realizador, que ao longo da década iria confirmar plenamente o seu talento. Por outro lado, este foi também o filme que impôs Kathleen Turner como uma das mais sensuais atrizes da sua geração, e confirmava William Hurt como um espantoso e subtil interprete. “Noites Escaldantes” é um thriller de suspense sobre uma mulher perigosa, inteligente e manipuladora que se serve de um ingénuo advogado para conseguir impunemente matar o marido.
Acordo entre Vitória e Moreirense De forma a facilitar o processo de seleção dos estádios que vão acolher os últimos jogos da Liga, o Moreirense acordou com o Vitória a partilha do Estádio D. Afonso Henriques. Os dois clubes vimaranenses vão jogar dentro do concelho e evitam deslocações .
Covid-19 Até ao fecho desta edição eram 29432 o número de casos confirmados com Covid-19. Havia ainda 2349 pessoas a aguardar resultados laboratoriais. O novo coronavírus já provocou 1247 mortes em território nacional
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Noites Escaldantes, de Lawrence Kasdan