#245 10 junho de 2020

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APENAS ONLINE: As próximas edições do jornal disponíveis GRATUITAMENTE NOVAS INSTALAÇÕES RUA NOSSA SENHORA DA AJUDA (EN105), 101, MOREIRA DE CÓNEGOS 4815-368 GUIMARÃES TLF: 253 521 315 | INFO@CASADASBATERIAS.COM

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Em abril registaram-se mais 680 desempregados MAIS DE 60% DOS NOVOS INSCRITOS NO CENTRO DE EMPREGO SÃO MULHERES P.07

MARCHA ANTI-RACISMO PERCORREU CENTRO DA CIDADE P.04 e 05

DESPORTO

Vitória procura diante o Belenenses SAD retomar o caminho dos triunfos P.18 CONCELHO

FÁTIMA ALÇADA

Cidade berço vai ter MARTA um parque canino P.13

ENTREVISTA

SILVA

EM GUIMARÃES

Todos podemos Poluição nos rios motiva do Bloco de Esquerda denunciar questão ao Governo P.08 a violência doméstica ECONOMIA P.10 Exportações têxteis continuam a sofrer com a pandemia P.09

Já somos 49.564 junte-se a nós em facebook.com/maisguimaraes

UM NOVO ROSTO À FRENTE D'A OFICINA P.22

Moreirense não perde há sete jogos e está cada vez mais perto da manutenção P.19

XICO ANDEBOL AVANÇA COM EQUIPA DE SENIORES FEMININAS NA PRÓXIMA ÉPOCA P.20

N245 QUARTA-FEIRA 10 JUNHO 2020

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MAIS GUIMARÃES - O JORNAL · SEMANÁRIO · DIRETOR: ELISEU SAMPAIO


N245 QUARTA-FEIRA 10 JUNHO 2020

Artigo de opinião

Que fazer com os velhos?

Em Serviço Público Quando, em março, no período mais assustador deste surto da Covid-19, e com a precioso empenho de Emanuela Lopes, psicóloga clínica e da saúde vimaranense, decidimos criar o programa “Consultório Aberto”, emitido aos sábados na página do facebook e no canal do Youtube do Mais Guimarães, sabíamos que estávamos o certo, a disponibilizarmo-nos para fazer, literalmente, serviço público, no seu sentido mais simples. Desde então realizamos oito edições do programa, respondendo às dúvidas e preocupações que os leitores nos têm colocado durante as semanas e abordando assuntos tão relevantes neste período como as perdas e o luto, a estigmatização dos infetados, a gestão do tempo e dos conflitos em família, as preocupações a ter com os nossos idosos ou a medicação em autogestão. No último programa destacamos a violência doméstica durante a pandemia. Os números refletem uma diminuição de queixas durante o confinamento, embora Marta Silva, Chefe do núcleo de violência doméstica e violência de género da Comissão para a igualdade de géneros, convidada dessa edição, nos tenha explicado que, nos próximos dias, outra realidade se deverá revelar, e que a diminuição das queixas terá a ver

com o facto de as vítimas estarem confinadas com os agressores, e com medo acrescido, portanto. Recebemos esta semana uma mensagem que consideramos dever partilhar, porque espelha uma realidade que tantas vezes, preferimos ignorar. É, simultaneamente, um sinal de esperança: “No sábado passado, o tema, como os outros, foi interessante e importante. Eu tenho uma amiga próxima que está a passar por uma situação destas com o marido. Liguei-lhe e disse-lhe para ouvir o programa. É com muita satisfação que vos digo que a minha amiga denunciou o marido e saiu de casa. Há muito que falávamos sobre isto. E agora finalmente teve coragem e deu o passo em frente, pelo menos o primeiro. Vamos agora esperar que ela se mantenha firme e finalmente seja feliz. Parabéns e obrigado por trazerem estes temas, que muitas vezes estão dentro de 4 paredes.” Há muito a fazer nesta e noutras áreas. Há imensos problemas camuflados e dispersos na sociedade que vivemos. Que este retorno que tivemos vos incentive a fazer um pouco mais, como nos incentivou claramente a nós a continuar, a arregaçar as mangas neste momento tão delicado da nossa história.

Estatuto editorial de “Mais Guimarães - O Jornal” “Mais Guimarães – O Jornal” é um jornal regional generalista, independente e pluralista, que priviligia as questões ligadas à área em que está inserido, o concelho de Guimarães. “Mais Guimarães – O Jornal” é um órgão de comunicação semanal e ter uma tiragem de 4.000 exemplares, impressos a cores, por edição. “Mais Guimarães – O Jornal” pode ser adquirido pelos leitores nos diversos quiosques do concelho de Guimarães. “Mais Guimarães – O Jornal” pretende ser um jornal atraente, moderno e de fácil leitura, atualizado com os problemas e acontecimentos regionais, divulgando as atividades das instituições, coletividades e associações locais, bem como o património e tecido empresarial da região. “Mais Guimarães – O Jornal” é uma publicação independente, demarcada de qualquer partido ou ideologia política, distanciando-se de qualquer forma de censura ou pressão, tendo como objetivo único o de prestar serviço público, servido a democracia e os leitores. Eliseu Sampaio / Agosto de 2015 Mais Guimarães - O Jornal - Semanário Proprietário Eliseu Sampaio - Publicidade, Lda. NIPC 509 699 138 Sede Rua de S. Pedro, No. 127 - Serzedelo 4765-525 Guimarães Telefone 917 953 912 Sede da Redação Av. São Gonçalo 319, 1.º piso, salas C e D, 4810-525 – Guimarães Email geral@maisguimaraes.pt Diretor e Editor Eliseu de Jesus Neto Sampaio Registado na Entidade Reguladora Para a Comunicação Social, sob o no. 126 735 Depóstio Legal No 399321/15 Design Gráfico e Paginação João Bastos / Luís Freitas Redação Mafalda Oliveira Departamento Comercial Eliseu Sampaio Colunistas Permanentes Ana Amélia Guimarães | Ângela Oliveira | António Rocha e Costa Carlos Guimarães | César Machado | Esser Jorge Silva | José João Torrinha | José Rocha e Costa | Manuela Sofia Ferreira | Marcela Maia | Maria do Céu Martins | Paulo Novais | Rui Armindo Freitas | Tiago Laranjeiro | Torcato Ribeiro | Wladimir Brito Fotografia Joaquim Lopes | Marco Jacobeu | João Bastos Os espaços de opinião são da exclusiva responsabilidade dos seus autores, incluindo no que concerne à utilização ou não do acordo ortográfico.

Sim. Não tenhamos medo das palavras, os velhos. Prefiro conhecer os adversários de cara descoberta, do que ocultos em pleonasmos. A clareza de Ralph Waldo Emerson, que nos deve escandalizar, dá-me mais conforto do que a hipocrisia dos tempos hodiernos. Este senhor no século XIX disse-o sem rodeios: “A velhice traz com os seus aspetos nefastos, o conforto de saber que em breve nos livraremos deles”. Palavras cruéis? Sem dúvida. Mas, ao contrário dos de hoje, sabemos ao que vem. Aqueles que apelidamos de terceira/quarta/quinta/… idade, embrulhados em falas mansas, foram expulsos das nossas casas. Os filhos e netos já não conhecem as suas histórias, o odor da sua presença desabitou o lar tornado refúgio da sociedade agressiva em que sobrevivemos. Deixamos de viver, porque deixamos de conviver (como nos ensinou Guerra Junqueiro: “Viver é conviver”) com os que nos precederam no tempo, avós e pais, e reduzimos a nossa família ao núcleo enclausurado no seu bem-estar. Mas quando vem a contrariedade, desvelada em pandemia, então descobrimos as podridões em que habitamos. Arendhati Roy, escritora e ativista indiana, afirmou em entrevista à Revista E do Expresso (30 de Maio de 2020): “Os mais vulneráveis à Covid são os que têm outras doenças. O mesmo se passa nas sociedades. O vírus expõe fragilidades, amplifica injustiças”. A velhice, em contraste com a adorada juventude, é hoje uma doença da qual não queremos proximidade. E até arranjamos um sítio para os colocar esperando que o conforto desejado do senhor Ralph Waldo Emerson nos livre desta praga. E os pleonasmos continuam para consolo dos bens pensantes – apelidamos de Lar as casas que o armazenam e nós, enquanto ninguém nos escorraçar do nosso lar, somos jovens de espírito. Mas, como muito bem escreveu o cardeal Mendonça, “se os velhos são reduzidos a números, e a números com escassa relevância humana e social, podemos até superar airosamente a crise sanitária, mas

sairemos diminuídos como comunidade”. A velhice é por excelência na história da humanidade o tempo da sabedoria, os anciãos, a meta que todo o que nasce anseia por alcançar. No mundo romano a esses chamaram senadores, donde do mesmo étimo vêm igualmente as palavras sénior e senil. Mas nos tempos que correm, no ocidente em que o nosso quotidiano acontece, prevalece a palavra senil para os nossos velhos. E como isso estorva a fruição e a distracção dos mais novos familiares, então temos que os colocar onde pouco ou nada nos incomodem. Mas, continuando com o nosso cardeal, “não se envelhece para morrer. Envelhecemos para nos saciarmos de vida e desse modo sentir que, mesmo escassa ou vacilante, a vida é o milagre mais espantoso, mais indescritível e pródigo que nos tocou em sorte”. No Livro do Levítico (19, 32) o hagiógrafo afirma – “Ficarás de pé diante do que têm cabelos brancos; honrarás o rosto de quem é ancião”. O encantamento da sociedade do progresso e da produção, da eficiência e do consumo, prometendo uma felicidade sem fim, marginalizou muitos como inúteis e mesmo estorvo. Os velhos são as vítimas principais desta sociedade que descarta quem não entra no paradigma definido dos bonitos e saudáveis, incapazes de fruir e divertirem-se. Isto é tanto assim que Max Weber compreendeu que os homens e as mulheres “já não morrem saciados de vida, mas simplesmente cansados” (isto traz-me à memória o cansaço do turismo atual, onde não nos reconfortamos para mais um ano de trabalho mas vimos cansados, e sem dinheiro, como colecionadores loucos de não-lugares). O Papa Francisco, no texto Cristo Vive, fala-nos dos “sonhos construídos com recordações” de vida vivida onde se vislumbra o futuro que escancara horizontes. Os anciãos se não sonharem “os jovens já não podem olhar claramente o horizonte”, e conclui daí como “é bom deixar que os anciãos façam longas narrações, (…),

cheias de uma rica experiência, de símbolos eloquentes, de mensagens ocultas”. É no tempo convivido das gerações, feito de escuta e paciência, que “não cabem numa mensagem das redes sociais” que se constrói a humanidade. Apesar das nossas fragilidades, que nos fazem tomar consciência da verdadeira natureza humana. Os velhos, anciãos e senadores, são as bibliotecas vivas que ultimamente descartamos em caixotes de armazém que apelidamos de Lar, Hotel, etc, e outros pleonasmos. Os velhos valem muito mais para as famílias e as sociedades que o seu vale de reforma. •

Pe Doutor Francisco de Oliveira


EM GUIMARÃES

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Caldas da Taipas quer ter praia Fluvial A Junta de Freguesia está a trabalhar os preparativos da candidatura a praia fluvial com a Câmara Municipal de Guimarães, a Vimágua e o Laboratório da Paisagem. A par desta iniciativa, a Junta de Freguesia e a Brigada Verde, vão lançar a campanha de sensibilização com pintura, em pontos estratégicos da vila das Taipas, no lancil dos passeios e junto aos sumidouros a frase “O Rio Ave começa aqui.” Quer-se passar a mensagem de que “Tudo o que cai no chão, vai parar ao rio Ave”.

“Tudo o que cai no chão, vai parar ao rio Ave”, mensagem que a Junta de Freguesia quer passar A Junta de Freguesia apela a todos os cidadãos para serem mais vigilantes e terem mais cuidado

na maneira como protegem o Rio Ave. “Se for detetada alguma anormalidade a primeira ação a fazer é comunicar rapidamente às autoridades para que se possa agir, recolher provas e culpar o infrator”, apela a Junta de Freguesia, em comunicado enviado à imprensa. A GNR dispõe de uma linha telefónica SOS Ambiente Território para todos os cidadãos terem a possibilidade de exercer o direito de denunciar situações que possam violar a Legislação Ambiental e Animal, através do número azul 808 200 520 e do sistema de denúncia “SOS Ambiente online”, disponíveis 24 horas cujas solicitações são reencaminhadas para as equipas locais da GNR-SEPNA. As denúncias de situações irregulares podem ainda ser feitas através da Vimágua, usando o número gratuito 800 910 410, ou através de correio eletrónico.

© Direitos Reservados

A Junta de Freguesia da Vila de Caldas das Taipas tem em curso um plano de monitorização da qualidade da água que permitirá criar um histórico de parâmetros biológicos e químicos, condição para, no próximo ano de 2021, candidatar o parque de lazer da Praia Seca a praia fluvial.

A praia com Bandeira Azul mais próxima de Guimarães é Adaúfe em Braga

Guimarães é atravessado pelo rio Ave numa extensão de cerca de 30 km (1/3 do total da sua extensão), passando por 13 Freguesias, sendo UF Briteiros St. Estevão e Donim, UF Souto, St.ª Maria, Souto S. Salvador e Gondomar, Barco, Prazins St.ª Eufémia, Caldelas, Ponte, UF

de Sande Vila Nova e Sande S. Clemente, Brito, Silvares, Selho S. Jorge, Ronfe, Gondar e Serzedelo, porém, o concelho não tem nenhuma praia com Bandeira Azul. A praia com Bandeira Azul mais próxima do concelho de Guimarães é em Adaúfe, concelho de Braga. •


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DESTAQUE

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MANIFESTAÇÃO

Guimarães saiu à rua contra o racismo para lembrar que “as vidas negras importam” “Queremos igualdade”, “A alma não tem cor” ou “Vidas negras importam” foram algumas frases ouvidas ao longo da tarde do passado domingo na manifestação contra o racismo. Entre os partidos com assento na Assembleia Municipal, as opiniões são distintas. Se há quem defenda a importância de “tomar posições”, há também quem considere que “em Guimarães não há racismo”. • MO Depois de, no passado sábado, milhares de pessoas terem saído às ruas no Porto, Braga, Coimbra e Lisboa, no dia seguinte foi a vez de Guimarães se fazer ouvir contra o racismo. “Queremos igualdade, mudem o sistema”, “A alma não tem cor” ou “Vidas negras importam” foram algumas das palavras de ordem que entoaram em algumas das principais ruas do centro da cidade de Guimarães. O ponto de encontro foi o Largo do Toural onde, inicialmente, os organizadores pediram aos presentes para cumprirem as normas da Direção Geral de Saúde. “Mantenham o distanciamento social, usem máscara e estejam só com os vossos amigos”, apelava Joana, uma das responsáveis pela organização do protesto. Enquanto a marcha passava por várias artérias da cidade, “I Can’t Breath” (em português “não con-

sigo respirar”) ou “Quantas vidas negras têm de ser tiradas até que algo seja feito?” eram algumas das frases que se liam nos cartazes dos manifestantes que se associaram, assim, à “luta pela dignidade humana” na sequência da morte, em maio, do afro-americano George Floyd, sob custódia da polícia dos Estados Unidos. O cortejo percorreu a Alameda de S. Dâmaso, para logo de seguida subir a Avenida Alberto Sampaio e chegar ao largo da Câmara Municipal. Foi lá que todos se espalharam e sentaram no chão, cumprindo distanciamento social e colocando-se na posição de detidos. “Hoje estamos aqui por George e por todos os que sofrem diariamente”, gritava uma das organizadoras. No chão, fizeram-se ainda nove minutos de silêncio por George Floyd. – Foi este o tempo que © Cristovão Costa

George Floyd foi sufocado por um polícia até que acabou por perder a vida. “Vejo muitas pessoas de pele branca a manifestarem-se. É muito bom que estejam a usar o seu privilégio para gritarem e nos ajudarem nesta causa, mesmo que não sofram diretamente com isso”, afirmou Mauro Marna, de 17 anos. O jovem vimaranense é negro e já viveu “várias situações de racismo”. “É sempre bom saber que há pessoas que nos apoiam e, apesar de não passarem pelo que nós passamos, têm consciência que é péssimo e ajudam-nos”, acrescentou. Para Joana, da organização, “Guimarães e, no fundo, Portugal inteiro têm que ter voz em relação a estes assuntos, como todos os países. Não podemos ficar indiferentes. Isto foi uma chamada de atenção que veio provar o que acontece diariamente. Algo tem

que mudar e nós estamos aqui para isso”, defendeu. A jovem de 15 anos lembrou que “Portugal também tem racismo, por muito que digam que não. Está à frente dos olhos de toda a gente, basta porem-se na pele dos outros”, atirou. Para Joana, este é um assunto “que tem de se falar agora, não podíamos esperar mais” e, daí, o apelo ao distanciamento social e ao cumprimento das regras. Outro dos manifestantes, José Rodrigues, confessou ser “infelizmente” dos únicos “mais velhos” a marcar presença na manifestação. “Toda a minha vida lutei contra o racismo. Sei que foram mais os jovens a participar, mas eu tentei incentivar os mais velhos, porque isto também nos diz respeito. Diz respeito a todos”, afirmou. José lamentou ainda que “muita gente” tenha criticado a manifestação, quan-

do esta percorreu a Praça de São Tiago. “Estava tudo ao monte na esplanada, sem máscaras. Não tenho nada contra, mas convinha ter consciência e dar mais valor ao que é importante. Fiquei triste por ver tanta gente sentada nas esplanadas a criticar”, admitiu. Para o vimaranense, o racismo “acontece em todo o lado, nas nossas aldeias, casas, famílias e empresas. Se toda a gente comer e calar, nada muda. Ainda bem que há jovens com estas ideias”, elogiou. A manifestação percorreu ainda a Praça de São Tiago e a Rua de Gil Vicente para depois, pela Rua Paio Galvão, voltar ao local onde se iniciou. No varandim do Toural ficaram expostos os cartazes do protesto e Mauro deixou uma mensagem de agradecimento: “obrigada por nos ajudarem a mudar nem que seja 1% do que passamos”. © Cristovão Costa


DESTAQUE

O JORNAL N245 QUARTA-FEIRA 10 JUNHO 2020 © Cristovão Costa

Como olham os partidos para a manifestação? Para o líder do partido com maior representação na Assembleia Municipal, o Partido Socialista (PS), Luís Soares, “as manifestações realizadas em todo o mundo, em Portugal e em Guimarães, contribuem para a necessária reflexão que está agora a ser feita nos EUA sobre discriminação racial e que também devemos necessariamente fazer em Portugal”. Luís Soares considera que o racismo “não é um fenómeno de um único país”. “E é por isso mesmo que em todo mundo muitos de nós não conseguiram ficar de fora da vida e da morte de George Floyd”, argumenta. Relativamente à manifestação ocorrida em Guimarães, Luís Soares recorda que “foi uma manifestação pacífica contra um cri-

me racista bárbaro que correu o mundo”. O socialista frisa, porém, que Guimarães é um território “tolerante, inclusivo, que integra as minorias e combate as discriminações de todo o tipo, incluindo as discriminações raciais”. Do lado do PSD, o presidente da concelhia do partido, Bruno Fernandes, considera que “todas as manifestações, desde que ordeiras e com respeito, são legítimas”. O social democrata sublinha que a preocupação dos jovens com os temas “é sinal de participação e sentido cívico”, porém, defende que não se deve “alimentar algo que não tem, felizmente, expressão em Portugal e em particular no nosso concelho”. “Há comportamentos pontuais completamente condenáveis em vários sentidos e que merecem da justiça uma ação exemplar. Mas acho um erro generalizar, porque de facto a nossa sociedade

é suficiente madura para não aceitar e alimentar posições racistas”, acrescenta. Para Bruno Fernandes, os alertas servem “para trazer os temas a terreiro” e para “reforçar a importância da tolerância e da inclusão a todos os níveis”. Já do lado do CDS, o presidente da concelhia, Rui Correia, defende que a manifestação “serviu para constatar o enorme desrespeito pelas regras de saúde e o discurso de ódio e de morte aos Policias em alguns cartazes”. Aliás, o centrista diz mesmo que “o racismo não é assunto em Guimarães”, porque se convive “bem com todos”. “O crime hediondo cometido nos Estados Unidos é uma ofensa aos direitos humanos, é um ato racista, mas com isto não podemos generalizar e fazer de Portugal ou tentar conotar Portugal como um país racista”, acrescenta. Rui Correia frisa que “não é assim” que se © Cristovão Costa

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© Cristovão Costa

deve combater o racismo. “Desta maneira só incentivamos o ódio, e isso não é saudável para uma sociedade que se quer em harmonia”, acrescenta. Por sua vez, a Comissão Concelhia de Guimarães do PCP condena “os atos criminosos como o assassinato de George Floyd”, e expressa “solidariedade para com todos os que resistem e lutam contra o racismo”. “É importante que os vimaranenses e todos os cidadãos tomem posição e façam ouvir a sua indignação pelas desigualdades e injustiças, lutem pelos direitos humanos”, sublinha. O PCP defende ainda que “são muitos entraves que os jovens enfrentam para se organizarem” e, nesse sentido, “fruto da determinação”, “os relatos de resistência e de passos em frente têm sido dados”, elogia. Do lado do Bloco de Esquerda (BE), a Comissão Coordenadora Concelhia de Guimarães, recorda

que o movimento #BlackLivesMatter surgiu no mundo digital, mas rapidamente se estendeu para as ruas, “porque as pessoas sentem a necessidade de dizer basta a constantes violações de direitos humanos, não só nos Estados Unidos da América, mas em todo o mundo”. Relativamente à manifestação em Guimarães, o BE sublinha “a vitalidade e a responsabilidade da juventude no envolvimento em questões concretas das vidas das pessoas”. “Muitas vezes acusados de estarem alheados dos problemas do país e da sociedade, estes jovens revelaram um enorme sentido democrático, além de um sentimento de compaixão pelo outro”, elogia. O bloco desafia ainda autarquia vimaranense a estar na “vanguarda de políticas públicas de combate à discriminação, em particular das comunidades negras, ciganas e migrantes”. • © Cristovão Costa


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EM GUIMARÃES

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ICNF classifica como interesse público cedros de Creixomil e arvoredo em Ponte © Mais Guimarães

Os despachos de classificação, após pedidos feitos pelos serviços do Município de Guimarães, foram publicados em Diário da República. Um dos espaços classificados já foi motivo de críticas por parte de moradores da zona.

O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) classificou como arvoredo de interesse público dois exemplares de cedros, situados no cemitério da Atouguia, em Creixomil, bem como o conjunto arbóreo que constitui a mata de recreio da Casa da Ribeira, no lugar da Ribeira, em Ponte. Os despachos de classificação, após pedidos feitos pelos serviços do Município de Guimarães, foram publicados em Diário da República. Segundo o despacho, os dois exemplares identificados em Creixomil apresentam “bom estado vegetativo e sanitário” e não aparentam “sinais de risco sério para a segurança de pessoas e

de bens”. Além disso, apresentam “particular significado paisagístico”, pois são “árvores majestosas que marcam o sítio em que se encontram, impondo-se como elemento fundamental e indissociável do Cemitério Municipal da Atouguia e contribuindo para a qualidade visual daquele espaço, observável de vários pontos” da cidade. Para o ICNF, a “particular importância e atributos” dos cedros são “reveladores da necessidade de cuidadosa conservação e justificam o relevante interesse público da sua classificação”. O ICNF classificou de interesse público também o conjunto arbóreo que constitui a mata de recreio

“Guimarães mais verde”: nova edição assinala o Dia Mundial do Ambiente

da Casa da Ribeira, sito no lugar de Ribeira, freguesia de Ponte, do concelho de Guimarães. De acordo com o despacho, a Casa da Ribeira é “uma casa senhorial de uma quinta rústica, cuja memória se perde no tempo”. O arvoredo inclui mais de 30 espécies diferentes, predominantemente exóticas, “onde as espécies arbóreas, com uma altura aproximada de 30 metros, formam um copado contínuo”, pode ler-se no mesmo despacho. “Esta zona é contígua à Casa Principal e identifica-se como uma pequena mata de recreio ao estilo e cultura de finais do século XIX princípios do século XX, em que havia o gosto pelo colecionismo de plantas oriundas do oriente e do continente americano”, acrescenta-se. O arvoredo também apresenta “bom estado vegetativo e sanitário”, encontrando-se em “bom estado de conservação, não aparentando risco sério para a segurança de pessoas e de bens e não se encontra sujeito ao cumprimento de medidas fitossanitárias que recomendem a sua eliminação ou destruição obrigatórias”. O despacho indica igualmente que o espaço é de “particular significado paisagístico”, devido à presença de “um conjunto numeroso e diversificado de espécies arbóreas e arbustiva”. “A particular importância e atributos do arvoredo que constitui a mata

de recreio da Casa da Ribeira são reveladores da necessidade de cuidadosa conservação e justificam o relevante interesse público da sua classificação, relativamente à qual não se verificam quaisquer causas legais impeditivas”, descreve o despacho.

Quinta da Ribeira motiva críticas dos moradores vizinhos Recorde-se que é precisamente a propriedade da Quinta da Ribeira que tem vindo a motivar várias críticas por parte de moradores vizinhos do espaço. Na Rua Monte da Ínsua, atrás do muro de vedação da Quinta, encontram-se árvores da espécie cedros, cuja altura varia entre os 15 e os 20 metros e, segundo os moradores, causam “um grande transtorno” e perigo. O caso remonta a 2012, altura em que os vimaranenses fizeram chegar as suas reivindicações junto da Câmara Municipal, da Junta de Freguesia de Ponte e, posteriormente, da Proteção Civil. “A altura das árvores causa-nos um grande transtorno. Quando está chuva e vento, todas sementes que as árvores largam vêm parar aos nossos telhados. Esse lixo entope as caleiras de escoamento de águas, assim como janelas, portas e espaços privados”, lamentava, em outubro do ano passado, José Marques. Os moradores já entregaram um

abaixo-assinado na autarquia, alertam igualmente para o perigo de queda de ramos de árvores, o que já terá sucedido por duas vezes. A viver na mesma rua há quase 40 anos, José Marques destacou, em entrevista ao Mais Guimarães em outubro de 2019, que a artéria “é o principal acesso à escola e que, para além disso, passa muita gente a pé. É um perigo público”, lamenta. Na altura, a resposta por parte do presidente da Junta de Freguesia de Ponte foi de que “há determinadas competências que são da Junta e outras são do município. Informamos sempre a Câmara Municipal e sei que esta tem sido diligente, tem notificado o proprietário”, contou. O próprio autarca admitia ainda ter receio de uma possível queda de árvores. “Caiu uma árvore no ano passado que, felizmente, não caiu em cima de ninguém, porém, pode cair em cima de uma pessoa, em cima de um carro, provocar danos… Eu já não sei o que hei de fazer mais. O que disse aos moradores é que têm a possibilidade de se insurgirem com uma ação”, avisa. Por sua vez, a autarquia vimaranense esclareceu, ao Mais Guimarães, que a última notificação dos serviços, a propósito dos moradores na Rua do Monte da Ínsua, ocorreu em 2018, solicitando o corte de árvores no terreno da Quinta da Ribeira. A Câmara assegura ainda ter notificado o proprietário. •

COVID 19: Guimarães no top 12

© Direitos Reservados © João Bastos

A 13ª edição da revista “Guimarães Mais Verde” assinala o Dia Mundial do Ambiente. O Dia Mundial do Ambiente assinalou-se na passada sexta-feira, 05 de junho. Esta data celebra-se à escala mundial com o objetivo de assinalar ações positivas de proteção e preservação do ambiente e alertar as populações e os governos para a necessidade de salvar o ambiente. A revista está disponível para consulta online na página de in-

ternet da Câmara Municipal de Guimarães. Os projetos “O Ave para Todos”, o “Lagoas e Charcas do rio Ave” ou as novas rotas da Biodiversidade de Guimarães, são alguns dos temas abordados nesta edição da “Guimarães Mais Verde”. A “Guimarães Mais Verde” é propriedade da Câmara Municipal de Guimarães, tem uma tiragem de 2 500 exemplares, é de distribuição gratuita e é composta pela Laboratório da Paisagem. •

Segundo dados da DGS, de dia 08 de junho, Guimarães é o 12º concelho com mais casos de COVID-19, com 725 casos. O concelho de Guimarães, com uma população próxima dos 158 mil

habitantes, é seguido de perto por Odivelas, um concelho da periferia de Lisboa, com cerca de 145 mil habitantes, onde se contam 724 casos. Lisboa – 2 700; Sintra – 1 701; VL.

Nova de Gaia – 1 592; Porto – 1 414; Matosinhos – 1 292; Loures – 1 288; Braga – 1 256; Amadora – 1 092; Gondomar – 1 093; Maia – 950; Valongo – 762; Guimarães – 725. •


EM GUIMARÃES

O JORNAL N245 QUARTA-FEIRA 10 JUNHO 2020

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Desemprego a subir no concelho de Guimarães O IEFP publicou os números do desemprego referentes ao mês de abril e o retrato da situação em Guimarães não é animador. No mês de abril há mais 680 desempregados que em março, um aumento de quase 10%. © DR

go do ano de 2019, o crescimento do desemprego na região foi de 24%, ao passo que em Portugal ficou pelos 22,1%.

A Câmara Municipal de Guimarães não tem uma estratégia de desenvolvimento”, Bruno Fernandes

O aumento do desemprego foi particularmente severo para as mulheres, há mais 431 as desempregadas, em Abril que no mês anterior. Tomando como referência o mês de abril de 2019, são mais 1 182 os desempregados no mês homólogo em 2020, um aumento de 17,2%. No aumento a um ano, a divisão do desemprego

entre sexos continua a ser desfavorável às mulheres, elas são mais 743 e os homens 439. Na região Norte, entre março e abril de 2020, o desemprego subiu quase 15%, de 321 164 desempregados para 368 925. No mesmo período, em Portugal, o desemprego cresceu 14,1%. Na comparação com o mês homólo-

O PSD, pela voz de Bruno Fernandes, afirma que esta é uma realidade que tem duas dimensões. Uma que está relacionada com o impacto nos setores tradicionais, têxtil e calçado e também no turismo e relativamente à qual há pouco que possa ser feito. Outra dimensão do problema está relacionada com o facto de a Câmara Municipal de Guimarães não ter uma estratégia de desenvolvimento. Bruno Fernandes lembra que o PSD tem vindo a alertar para que o concelho, já

antes da pandemia, estava a ter uma subida do desemprego, em contraciclo com o país. Sónia Ribeiro, do BE, afirma que estes números são prova da “fragilidade do tecido empresarial, que à primeira dificuldade despede e encerra”. Sónia Ribeiro está pessimista e afirma que no sector do turismo, “há muitas empresas que não vão reabrir”. A responsável do BE afirma que uma das razões de serem as mulheres as mais afetadas por esta subida do desemprego esta relacionada com serem elas maioritariamente quem fica em casa com os filhos. “Já temos denúncias de pressão por parte de entidades patronais e de vagas de emprego que abrem só para homens”, afirma a bloquista. Bloco e PCP convergem na necessidade de proibir os despedimentos nesta fase. O PCP lembra ainda, as pessoas que estão em lay off com menos 30% de rendimento e propõe o

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pagamento integral do salário a estes trabalhadores, inclusivamente do subsídio de refeição. O PCP defende que a forma de sair desta crise passa por medidas excecionais de apoio aos pequenos empresários e agricultores e a programas de contratação pública que permitam colmatar as faltas, nomeadamente no Serviço Nacional de Saúde. Recorde-se que as medidas de confinamento, determinadas pelo estado de emergência, que obrigaram ao encerramento de escolas e universidades, bem como de grande parte do comércio e de muitas empresas, foram decretadas a 18 março. Os números do desemprego agora divulgados, referentes ao mês de abril, ainda não reflectem o impacto total que estas medidas terão sobre o emprego. Contactado o vereador Ricardo Costa sobre este tema, remeteu as resposta para uma entrevista que brevemente dará ao Mais Guimarães. •

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BE questiona Governo sobre descargas poluentes em Guimarães De acordo com o partido, a denúncia surge depois de, a 28 de Maio o Rio de Agrela apresentar, junto ao moinho das Fontainhas, na freguesia de Caldelas, espuma esbranquiçadan e a 31 de Maio, junto à levada de Campelos, na freguesia de Ponte, o Rio Ave apresentar manchas de óleo à superfície. incapacidade das autoridades competentes em identificar os focos de poluição, eliminá-los e proceder à limpeza dos rios”. Os deputados bloquistas recordam que, em 2016, o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) identificou a existência bactérias multirresistentes no Rio Ave, e lamentam que ainda não se conheçam os resultados do estudo à origem dessas bactérias, que deveria ter sido divulgado em 2018. Por isso, o Bloco de Esquerda pretende aferir quantos casos de poluição foram assinalados no último ano e quais as consequências para os poluidores; quais os resultados do estudo que está a ser desenvolvido pela Águas do Norte; e quais as medidas que o Ministério do Ambiente vai tomar para garantir a despoluição das linhas de água e assegurar massas de água com boa qualidade. “As pretensões das populações que exigem a proteção destes recursos são justas e a necessidade de despoluição de toda a Bacia Hidrográfica do Ave deve

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O Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda (BE) questionou o Governo sobre descargas na bacia do rio Ave, em Guimarães. A iniciativa surge na sequência de mais dois episódios de poluição. Segundo o BE, a 28 de Maio, o Rio de Agrela apresentava, junto ao moinho das Fontainhas, na freguesia de Caldelas, espuma esbranquiçada; a 31 de Maio, junto à levada de Campelos, na freguesia de Ponte, o Rio Ave apresentava manchas de óleo à superfície. No documento entregue na Assembleia da República, os deputados do Bloco de Esquerda eleitos por Braga, José Maria Cardoso e Alexandra Vieira, afirmam que “o longo das últimas décadas, a Bacia Hidrográfica do Ave tem sido alvo de várias descargas poluentes” e o que “os sucessivos ataques ambientais degradam o estado das massas de água para níveis preocupantes”. Para os deputados, “o facto de ser um problema recorrente, agrava as condições das águas e das suas margens e atesta a

ser encarada como urgente pelas entidades competentes. Os ecossistemas devem ser protegidos

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CESMINHO defende melhoria de condições de trabalho nas IPSS’s

O CESMINHO, Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços do Minho, defende, em comunicado que “é urgente” olhar para os trabalhadores das IPSS’s e “reconhecer o valor de trabalho que fazem em prol da comunidade, dos mais frágeis e dos idosos”. Nesse sentido, o CESMINHO reclama das IPSS e do governo a melhoria das condições de tra-

balho e atualização das carreiras profissionais destes trabalhadores. Em nota informativa, o sindicato refere que “pouco ou nada se fala dos trabalhadores que prestam serviço nas IPSS, muito especialmente os que trabalham com os nossos idosos ou doentes ou com os nossos familiares com necessidades especiais de apoio continuado”. O CESMINHO recorda que estes

trabalhadores “estão sujeitos a longas jornadas de trabalho, com turnos diurnos e noturnos de 10 e 12 horas”. Além disso, devido às necessidades provocadas pela pandemia, “houve mesmo Lares de Idosos que obrigaram os seus trabalhadores a permanecer ao serviço, dentro das instalações, por períodos mínimos de 15 dias”. O Sindicato defende, por isso, a reestruturação e atualização das carreiras profissionais; a redução da jornada de trabalho com 35 horas para todas as categorias profissionais, que se deve propiciar a todos os trabalhadores consultas de medicina de trabalho, anuais e obrigatórias e, ainda, considerar o desgaste rápido, com a consequente redução de idade para acesso à reforma, dos Auxiliares de Ação Direta. “Criar melhores condições de trabalho para os trabalhadores das nossos das IPSS é melhorar a qualidade de vida idosos é contribuir para uma sociedade mais justa e mais humana”, finaliza o comunicado do CESMINHO. •

porque as populações têm o direito a cursos de água sem poluição e a usufruírem do património

natural sem riscos para a saúde pública”, afirmam os deputados no documento. •

Feriados de 10 e 11 de junho com recolha de lixo normal A Câmara Municipal de Guimarães, através do Departamento de Serviços Urbanos e Ambiente, informa, em comunicado, que nos feriados de 10 e 11 de junho (quarta e quinta-feira) haverá recolha de lixo normal em todos os locais. Em nota informativa, o município vimaranense apelou “à sensibilidade e à consciência ambiental da comunidade, de forma a reduzir o volume das embalagens e a acondicionar o lixo doméstico”. A autarquia solicita ainda aos

cidadãos para não depositarem o seu lixo doméstico fora dos contentores/moloks. “Se estiverem cheios, os munícipes devem procurar o contentor mais próximo ou utilize-o quando estiver disponível”, escreve a Câmara Municipal. Nestes dois dias, 10 e 11 de junho, o Mercado Municipal estará encerrado e reabrirá na sexta-feira. Por sua vez, os cemitérios municipais estão abertos nos horários habituais, até às 17h00. •


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O JORNAL N245 QUARTA-FEIRA 10 JUNHO 2020

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Projetos digitais em destaque no Conselho Consultivo © CMG

Na última reunião do Conselho Consultivo para a Economia foram apresentados dois projetos digitais que prometem ajudar a economia do concelho a recuperar da crise.

Domingos Bragança, Presidente da Câmara Municipal, reuniu o Conselho Consultivo para a Economia com o objetivo de apresentar o Plano de Ação do Gabinete de Crise e da Transição Económica e auscultar as opiniões dos empresários sobre o conjunto de ações que, no curto e no médio prazo, serão implementadas. A sessão decorreu na manhã da passada sexta-feira, 05 de junho, com um modelo misto de participação abriu a possibilidade de

participação presencial e através de videoconferência. O Presidente da Câmara contou com a presença protocolar do Professor António Cunha, Presidente Executivo do Gabinete de Crise e da Transição Económica, de Rui Vieira de Castro, Reitor da Universidade do Minho, e de Maria José Fernandes, Presidente do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave. Em comunicado da autarquia, pode ler-se que, após a abertura efetuada por Domingos Bragan-

ça, onde foram lembrados e reforçados os objetivos preconizados para a transição económica que se vê como imperativa, o professor António Cunha apresentou, em traços gerais, o Plano de Ação do Gabinete de Crise e da Transição Económica, um plano que tem como objetivos transformar a crise em oportunidade e ganhar o futuro, projetar e consumar a mudança e promover a transformação digital e os novos modelos de negócio. Esses objetivos serão concretizados através de projetos estratégicos que incidirão na evolução do comércio eletrónico, na oferta de serviços e na ascensão nas cadeias de valor, no auxílio à transformação digital de empresas, produtos e serviços, no reforço da aposta na formação e competências de trabalhadores e empresários e na atração de investimento produtivo de qualidade. A apresentação do projeto da Academia getDigital, a cargo de Alexandre Mendes, por ser uma medida em vias de implementação, mereceu destaque na reunião, segundo a Câmara. O objetivo da criação desta academia de ensino e formação é “reforçar a aposta no capital humano como motor de desenvolvimento

empresarial através de uma formação inovadora, para trabalhadores e empresários, que explore a utilização de suportes digitais, o ensino a distância e as parcerias com instituições de prestígio internacional nos domínios do ensino e da aprendizagem informal”. A academia visa “dar resposta à necessidade de desenvolvimento de competências técnicas para a indústria e serviços, não deixando de prestar formação de âmbito mais alargado a diferentes setores da sociedade, como é o caso da literacia digital dos cidadãos, em especial nas camadas da população com maior défice, sem esquecer o público infantil”. Uma das medidas que Domingos Bragança entende como “decisiva para a transformação económica do tecido empresarial”, e que está prestes a ser iniciada, é a criação de Projetos Colaborativos que envolverão grupos de empresas por áreas, tendo como princípio norteador a transversalidade. Pretende-se com estes grupos colaborativos promover sinergias, cooperação e inovação, lançando caminhos de irreversibilidade que se entendem como fundamentais no processo de transformação em curso.

Exportações têxteis caem 15% até abril com “forte impacto” da pandemia As exportações portuguesas de têxteis e vestuário caíram 43% em abril face ao mesmo mês de 2019, acumulando uma quebra homóloga de 15% desde ó início do ano devido ao “forte impacto” da pandemia, divulgou, na passada terça-feira, a a associação setorial. Segundo os dados publicados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e tratados pela Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), nos primeiros quatro meses deste ano o valor exportado pelo setor ficou em 1.527 milhões de euros, menos 15% face ao mesmo período de 2019. “A única categoria de produtos que não esteve em queda nas exportações foi a de pastas, feltros e artigos de cordoaria, tendo registado um crescimento de 7,7%”, nota. Em termos de destinos, os não comunitários tiveram “um melhor desempenho” no quadrimestre (+26%), liderados pelos Estados Unidos, destino que registou o maior crescimento absoluto: acréscimo de 2,8 milhões de euros (+2,5%).

Já as exportações para destinos comunitários caíram 23%, com destaque para Espanha (menos 140 milhões de euros, equivalente a uma queda de 26%), e França (menos 27 milhões de euros, ou seja, menos 11%). Inversamente, para a Dinamarca, Portugal exportou mais 1,7 milhões de euros de têxteis e vestuário, correspondendo a um aumento de 6,7%. Em queda estiveram também as importações, que recuaram 34% em abril e 15,5% no quadrimestre em termos homólogos. Segundo a ATP, a balança comercial dos têxteis e vestuário apresenta um saldo de 289 milhões de euros e uma taxa de cobertura de 123%. Recorde-se que a pandemia de covid-19 já provocou mais de 406 mil mortos e infetou mais de 7,1 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo o balanço feito pela agência francesa AFP. Em Portugal, morreram 1.492 pessoas das 35.306 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

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A esse propósito, o Presidente da Câmara referiu que “as empresas têm de cooperar localmente para terem escala e competirem mundialmente, pelo que a competição interna não deve ser a sua principal preocupação”. Afirma-se, através destes projetos colaborativos, a dimensão internacional que se pretende imprimir à transição económica no território, com particular foco na disseminação de um ambiente propício à inovação, à desmaterialização, aos modos sustentáveis, tudo isso sem perder de vista a centralidade da componente humana. “Queremos ter uma economia que tenha como preocupação central o bem-estar das pessoas e a sua qualidade de vida. A evolução tecnológica deverá ser instrumental para uma futura sociedade mais centrada na resolução dos problemas do ser humano. Para tal, a par da ciência e da tecnologia, não podemos prescindir da arte e da cultura, das ciências sociais, e outras disciplinas no domínio da Humanidades”, reforçou o Presidente da Câmara. No final, Domingos Bragança agradeceu a presença de todos e voltou a lembrar que “ninguém será deixado de fora neste processo”. •

GNR apreende arma © Direitos Reservados

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China. Depois de a Europa ter sucedido

à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano passou a ser o que tem mais casos confirmados, embora com menos mortes.•

Elementos do Posto Territorial de Guimarães da GNR, apreenderam na passada segunda-feira, uma arma de fogo, no âmbito de um processo de ofensas à integridade física, na localidade de Vermil. No seguimento das diligências de investigação no âmbito de um processo por crime de ofensas à integridade física, que teve início no mês de janeiro, foi possível apurar que dois irmãos, de 52 e 68, se desentenderam devido a heranças, sendo que um deles tinha na sua posse uma arma de fogo. Assim, foi dado cumprimento a um mandado de busca domiciliária, onde foi apreendida uma arma de fogo de calibre 8 mm e um cartucho. Os factos foram remetidos para o Tribunal Judicial de Guimarães.


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N245 QUARTA-FEIRA 10 JUNHO 2020

Marta Silva: “Com a pandemia, a violência doméstica ficou ainda mais enclausurada” © Direitos Reservados

Marta Silva, chefe do Núcleo Violência Doméstica e Violência de Género da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género e Emanuela Lopes, psicóloga clínica e da saúde do Hospital de Guimarães participaram no Consultório Aberto do passado sábado. A entrevista está disponível na íntegra no Facebook e no canal do YouTube do Mais Guimarães.

Mais Guimarães (MG): É um problema a considerar este da violência doméstica durante a pandemia? Emanuela Lopes (EL) Este problema não é de agora. É um problema muito atual e que, se calhar, durante esta pandemia, uma “pandemia escondida”, como saiu em vários títulos dos media, e realmente é verdade. Acho que isto do que passamos em quarentena, em confinamento, veio trazer ao de cima muitos mais problemas relacionados com violência doméstica. É importante falarmos sobre isso. MG: Este é um problema que se agravou neste período da pandemia? Marta Silva (MS): É um problema que achamos que se intensificou em número, em intensidade e em complexidade, embora os números de denúncias tenham decrescido muito acentuadamente. Relativamente ao período homólogo de 2019, as forças de segurança tiveram menos 39% de queixas. Estamos em crer que não foi porque não houve ocorrências, mas porque as pessoas estiveram limitadas e a tomada de decisão de fazer queixa foi altamente reduzida pelo facto de as pessoas estarem em confinamento e por muitas outras variá-

veis como as perdas de emprego e de rendimentos. Além disso, temos que ter em consideração as consequências que o fazer uma queixa ou fazer um pedido de apoio despoletam e as pessoas. muito cientes da rotura que isso implica muitas vezes na relação, terão optado por não denunciar o crime. Quando olhamos para um decréscimo de 39% num período que sabemos que é absolutamente atípico pra todos nós, e que aumentou os níveis de stress em qualquer família, seja ela funcional ou disfuncional, estamos em crer que estes 39% de redução não correspondem a uma redução real, mas a uma menor visibilidade de um crime que ocorreu ainda mais entre quatro paredes. As pessoas não saíram para trabalhar, nem sequer puderam pedir a ajuda a título informal, que muitas vezes acontece nestes casos com vizinhos, colegas de trabalho e amigos. Um crime que ocorre absolutamente no foro privado ficou ainda mais enclausurado. Agora, com o desconfinamento, vamos começar a ter os problemas a emergir e não se adivinham tempos fáceis. MG: Mas houve alguma alteração, desde o início do desconfinamento, nesses números? MS: Não. Nas forças policiais ainda não temos números, mas te-

mos os números dos atendimentos presenciais que a estrutura de apoio à vítima de todo o território nacional tem tido. Passamos por um período, no início da quarentena, em que houve um decréscimo muito acentuado na procura de ajuda, até porque as pessoas procuram ajuda iminentemente presencialmente. Esse presencialmente cessou quase por completo no início da pandemia. As próprias estruturas passaram todo o seu atendimento para plataformas digitais e contactos telefónicos. Com a abertura progressiva destes canais de apoio, o que temos verificado nestes primeiros tempos de desconfinamento é um aumento de procura de apoio nas estruturas de atendimento e estamos agora a avaliar também o número de pedidos de acolhimento na rede nacional, nomeadamente de casas de abrigo. Estamos em crer que vamos ter um aumento grande de pedidos, comparativamente com as quinzenas que fomos avaliando ao longo da pandemia. Até ao final do ano, diria que vamos assistir a um aumento de procura de ajuda e de comunicações às polícias. Quem trabalha nestas áreas percebe que esta diminuição não é real. Se todos tivermos em situações de grande pressão social, familiar… estas famílias que já por si viviam em tensão, só podem, salvo mecanismos que me estão a escapar, ter agudizado estas situações de tensão. De repente, as pessoas viram-se 24 horas por dia sem escapatória do agressor. Acho que há variáveis que vamos ter que levar em conta. Não estou certa que toda a gente vá denunciar. Isso é uma realidade. Estima-se que apenas 1/5 ou 1/3 das pessoas que são vitimizadas denunciam as autoridades. Acho que vamos que ter que ter em conta várias realidades e o impacto da crise económica que se advinha, a perda de trabalho, rendimentos a absoluta incerteza que as pessoas tem quanto ao futuro laboral, económico e habitacional vai condicionar a decisão de se fazer queixa e a rotura com uma relação abusiva. Não chega ter havido o crime para que a pessoa reporte de imediato as autoridades. Se estas variáveis já eram determinantes, vão ser absolutamente determinantes. A precarização do trabalho, a diminuição de rendimentos, a incerteza sobre nomeadamente se em setembro as crianças voltam ou não a esco-

la ou se voltamos com uma quarentena, como é anunciado, ... Há tantas variáveis e incertezas que vão seguramente pesar na decisão de a pessoa avançar para um processo de rotura numa relação abusiva. Se já pesavam ate fevereiro, a partir daqui vão ser determinantes. Vamos ter que pensar a vários níveis. Vamos ter que pensar nas necessidades destas pessoas no imediato e nas necessidades a médio/longo prazo. Vão ser meses muito desafiantes para quem está nesta área. MG: Emanuela, podemos imaginar aqui alguns episódios de pânico das vítimas a viverem 24 horas por dia com o agressor, confinados numa habitação. Poderá ser um episódio muito difícil e de certa forma estar a valorizar o que já foi referido, que é as pessoas não terem a capacidade de poderem denunciar esses momentos? EL: Precisamente. Houve até alguns relatos de algumas pessoas que logo desde o início quando começou a quarentena, que já falavam que tinham de ter alguns cuidados da forma como iriam abordar o parceiro, o marido, porque iriam estar todos juntos, iam tentar não valorizar o que estava dito, não tentar pegar com ele… Logo no início já ouvíamos alguns relatos das pessoas já a prever que isto não iria correr muito bem a esses níveis. Algumas pessoas estavam a preparar-se. Diziam-me: “Doutora, se ele beber mais que a conta, que estou à espera, vamos para o quarto da minha filha e fechamos a porta enquanto que ele estiver mais agressivo”. As pessoas já desde o início estavam a prever algumas destas circunstâncias que se poderiam agravar. Estamos à espera que, agora nas consultas, nos vão referir muito destas situações abusivas dentro de portas. Algumas já foram nos dizendo, não é só a questão física, há muito a questão psicológica. Muitas questões que as vezes pessoas não identificam como comportamento abusivo, por exemplo, o não deixar falar com a família de origem, não deixar ter amigos… sim. Acho que também temos que nos preparar. MG: Às vítimas, é-lhes garantida segurança após a denúncia dos casos? A forma como está organizado o sistema permite-lhes denunciarem e depois sentirem-

-se seguras? MS: Essa é a pergunta para queijinho. Eu acho que as pessoas devem sempre denunciar o crime, mas devem ser cautelosas e apoiadas nessa denúncia. Sempre que possível a denúncia deverá ser feita acautelando o risco que esta vai despoletar. Não é fazer a denúncia por fazer e sem preparar um plano B. Tenho que saber que quando faço uma denúncia vou despoletar um conjunto de respostas do sistema que vai ter consequências no comportamento do agressor. Tenho que estar preparada, idealmente com apoio externo, ou seja, não estar sozinha nessa escolha e vou ter que saber que isto tem consequências. A lei prevê um conjunto de medidas aplicadas nas 72 horas apos a denúncia e eu diria que, nos termos da lei, sim essa segurança esta acautelada. MG: Para a vítima ter confiança no sistema? MS: Exatamente. Está previsto que seja decretadas um conjunto de medidas de coação aplicadas ao agressor que garantam a segurança da vítima. Isso está previso acontecer e acontece numa grande maioria dos casos. Noutros casos não acontece e nisso temos que ser absolutamente honestos, até porque validam a decisão de a pessoa ou as pessoas que conhecem a situação fazer a denúncia do crime. Não é só a pessoa agredida que pode fazer denúncia, pois sendo o crime público, qualquer pessoa que tenha conhecimento de que aquele crime foi cometido, deverá denunciá-lo às autoridades policiais ou jurídicas. Sabemos que nem sempre em todos os casos são aplicadas, nestas 72 horas, medidas de coação de caráter urgente. É por isso que, em último rácio, se propõe à pessoa o acolhimento em sítio confidencial. Existem, em todo o território nacional, cerca de 670 vagas, cuja taxa de ocupação nesta fase andou muito próxima dos 100% porque quem estava acolhido não saiu. São os processos de autonomização destas estruturas. Nas casas de abrigo, as pessoas podem ficar, no máximo, 12 meses. No caso de acolhimento de emergência podem ficar até um mês. Neste período de confinamento ninguém saiu. Ou se saiu, foi em número muito reduzido. •


EM GUIMARÃES

O JORNAL N244 QUARTA-FEIRA 03 JUNHO 2020

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O momento da União Europeia © Direitos Reservados

A ASMAV reuniu dois ex-eurodeputados e convictos europeístas, Francisco Assis, do PS e Rui Tavares, do Livre, para responder à questão: a União Europeia ainda tem futuro? Francisco Teixeira, o moderador, procurou fazer o papel de eurocético, mas faltou contraditório neste debate.

Rui Tavares, reforça aquilo que já tinha escrito no inicio da crise, a Europa não se vai desintegrar com a crise desencadeada pela pandemia. Para o historiador a solução que agora se afigura, com uma instituição europeia a emitir divida, é melhor do que a ideia de divida mutualizada. “A diferença entre esta divida federal

e a que se propunha aqui há dez anos, é que, nessa altura, isto era considerado uma mutualização e agora, de repente, sem haver o problema da responsabilidade moral da crise do euro, permite-se que surja uma solução como a que propunha Paul Krugman,” afirma Rui Tavares. O fundador do Livre salienta a mudança de

posição da Alemanha com fulcral neste processo. Francisco Teixeira, contra o euro-otimismo de Rui Tavares, lembra a decisão do Tribunal Constitucional Alemão e que não há nenhuma razão para crer que os parlamentos do norte da Europa irão aprovar o aumento do teto de recursos da UE, “como em outro momento não foi aprovada a constituição europeia”. Para Francisco Assis a reação europeia ficou a dever-se a uma perceção pelos governos que, “face aquilo que se estava a passar em Espanha e Itália havia uma falta de solidariedade dos países e da própria União Europeia.” Francisco Assis sublinha também a mudança da posição alemã, o único país que mudou de posição. Para o militante socialista, a mudança de posição da Alemanha já tinha sido determinante na resolução do problema do euro. Francisco Assis lembra que durante a crise dos refugiados – “que agora estão um pouco esquecidos” – a Alemanha, sob a liderança de

Angela Merkel, teve uma posição diferente de outros Estados do Norte. “A Alemanha é hoje um dos países mais europeístas da União,” afirma Francisco Assis. Os nacionalismos, e o crescimento de partidos xenófobos é uma questão relacionada com a crise dos refugiados e não com a União Europeia, defende Francisco Assis.

“A Alemanha é hoje um dos países mais europeístas da União,” Francisco Assis Para Rui Tavares é falso que o povo não queira saber sobre questões europeias, são as elites politicas e jornalísticas que não querem falar sobre UE. O povo está pela Europa e pelo mundo, “na minha aldeia do Ribatejo, as pessoas estão no Reino Unido, em França e fora da Europa valem-se de um passaporte muito forte que é o da UE.” Apesar de reconhecer que com

esta solução que agora se propõe há um novo momento na União, Francisco Assis lembra que há velhos problemas que surgirão. “A Europa não pode continuar a duas velocidades,” sublinha. Lembra que é preciso pensar no modelo de desenvolvimento português, integrado na Europa, uma vez que, depois de um primeiro momento de convergência, nos temos afastado dos países europeus em matéria de desenvolvimento económico. “Temos que perceber porque é que a nossa economia está estagnada”, afirma. Para Francisco Assis a Alemanha “tem a noção dos seus limites, que é muito pequena relativamente a outras potências mundiais”, apesar de tudo tem influência e tem feito muito bem a ponte entre os países que são mais renitentes relativamente à solidariedade europeia. Lembra o militante socialista que em alguns desses países céticos há governos de esquerda e que este é um bom momento para negociar. •

Em Creixomil e Ronfe Rua da Índia nº 462, 4835-061 Guimarães (No edifício verde junto à Rodovia de Covas) | Alameda Professor Abel Salazar nº 29, 4805-375 Ronfe De segunda a sábado, das 08h00 às 20h00


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SOCIEDADE

N245 QUARTA-FEIRA 10 JUNHO 2020

Reabertura do Centro Ciência Viva

Retrato de Perfil Vasco Silva de Faria por Mafalda Oliveira

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Depois da pausa motivada pela pandemia, o Centro Ciência Viva de Guimarães reabre as portas e oferece, além das visitas, atividades “fora de portas”.

Começou desde “tenra idade” a dedicar-se à música, dentro do seio familiar e, já com quase trinta anos de carreira, acumula os títulos de Professor, Trompetista, Diretor Artístico e Maestro. “O meu pai, Sidónio de Faria, tinha formação musical e era também um melómano. Quando, no seu entendimento, chegou o momento de aprendermos música pediu a um vizinho nosso, o senhor Manuel Silva (antigo músico da Banda de Pevidém) que nos desse as primeiras lições de Teoria Musical, vulgarmente conhecido como solfejo”, assim recorda Vasco Silva de Faria o início da sua ligação ao mundo da música. “Em boa verdade, tive o privilégio de contar desde o início dos meus estudos musicais com um nível de exigência muito alto, com bastante rigor, mas simultaneamente com uma enorme dose de criatividade e de bom gosto musical. Memórias muito felizes”, confessa. Mais tarde, Vasco ingressou na Banda Musical de Pevidém, onde teve como primeiro maestro e mestre o professor Francisco Ribeiro. “Desde que ingressei na Banda de Pevidém que imaginei que seria este o meu caminho, seguir a minha paixão e profissão na área musical, como trompetista e depois como professor”, refere. Vasco é atualmente Diretor Artístico da Sociedade Musical de Pevidém, maestro da Banda Musical de Pevidém e da Orquestra Juvenil de Pevidém - da qual foi também fundador - e ainda diretor artístico/maestro do Orfeão Coelima. Estar ligado a instituições locais é encarado “com enorme dever cívico e sentido de responsabilidade social e cultural”. “É um desafio com enorme relevância e exigência ser o responsável artístico destes projetos que abarcam muita da nossa população, de forma transversal, entre os 3 anos e os 80 anos de idade”, garante. A vertente pedagógica também preenche os dias de Vasco: é Professor Convidado Equipara-

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Nome Vasco Silva de Faria Data de Nascimento 18 de outubro de 1978 Natural de Guimarães Profissão Professor

do a Auxiliar do Departamento de Música do ILCH da Universidade do Minho, Professor Convidado Equiparado a Auxiliar do DECA na Universidade de Aveiro e docente no Conservatório de Guimarães (antiga Academia de Música Valentim Moreira de Sá), e também Diretor Pedagógico da Academia de Música Comendador Albano Abreu Coelho Lima. “Quem me conhece sabe que encaro as minhas funções com espírito de missão e com sentido de integridade, solidariedade e humanismo. É um prazer e um privilégio partilhar os meus conhecimentos com alunos de várias idades, fazer o que gosto e o que sempre me imaginei a fazer”, assegura. Olhando para a sua carreira, Vasco recorda “todos os concertos” como momentos “especiais, únicos e irrepetíveis”. “Sou neste sentido um privilegiado por ter a oportunidade de fazer grandes concertos”, admite, enumerando momentos como a inauguração da Casa da Música em 2005 ou o concerto inaugural do Teatro Viriato em Viseu em 1999, ou a estreia mundial do concerto para trompete e orquestra de cordas do compositor Sérgio Azevedo, bem como o concerto principal do Festival de Paredes de Coura em 2013. Com a Banda Musical de Pevidém, com a Orquestra Juvenil de Pevidém e com o Orfeão Coelima lembra “vários momentos”. “O Concerto de abertura da Guimarãe s2012-CEC (no nosso Toural para milhares pessoas), ou Concerto de Abertura da 25ª Edição do Guimarães Jazz, o Concerto do Dia de Portugal (várias edições), o Concerto Sons da Liberdade (várias edições) ou o Concerto de Encerramento do Ano Legislativo na Assembleia da República”, enumera. Depois de um período de confinamento “muito complicado por tudo o que significou e implicou”, Vasco guarda para “breve” novidades. “Como diz o Jorge Palma: Enquanto houver estrada para andar, a gente vai continuar!” •

Encerrado ao público desde 17 de março devido à pandemia, o Curtir Ciência – Centro Ciência Viva de Guimarães volta a abrir as suas portas ao público na próxima segunda-feira, dia 15 de junho. A reabertura traz consigo algumas limitações no que toca ao número de visitantes e as regras necessárias para que as visitas e as atividades decorram em segurança. Durante o período de encerramento ao público a equipa do Curtir Ciência não esteve parada.

Além de ter dinamizado centenas de atividades online, esteve empenhada na preparação das atividades que vão marcar este regresso. Um regresso em condições diferentes por força das diretrizes da Direção-Geral de Saúde e que visam o propósito de garantir que visitantes e profissionais estarão em segurança. Para este regresso o Curtir Ciência assegurou as medidas exigidas no tocante a limpeza e higiene. O uso de máscara é obrigatório para profissionais e visitantes, assim como o

distanciamento social – tudo isto devidamente expresso na sinalética espalhada pelo Centro. Como forma de assinalar a reabertura e contornar algumas das limitações impostas pela pandemia, o Curtir Ciência vai dinamizar, em junho e julho, atividades “Fora de Portas” abertas a famílias. A oferta inclui observação de morcegos no Castelo de Guimarães, um “peddy-paper científico”, uma História com Ciência e um percurso pedestre em torno da Geologia na Cidade. •

IEFP apresenta programa de apoio a empregadores Apresentado, pelo IEFP, programa de apoio a empregadores privados e entidades do setor social de Guimarães. Na apresentação o presidente da Câmara Municipal de Guimarães, Domingos Bragança, destacou a “aceleração da transformação digital” e a necessidade de “formação contínua” no sentido de continuar a robustecer a economia, face à retoma da nova normalidade depois do surto da Covid-19. “A sociedade não pode viver sem economia e temos de nos adaptar a esta realidade, sem esquecer que es-

tamos ainda em estado de calamidade”, apontou Domingos Bragança na abertura da sessão para apresentação do Plano Extraordinário de Formação, numa medida do IEFP. “Esta mudança apenas veio acelerar todo esse processo da transformação digital”, considerou Domingos Bragança. A sessão contou ainda com as presenças de Ricardo Costa, Vereador da DDE na Câmara Municipal, Helena Chaves, Diretora do Centro de Emprego do Médio Ave e Luís Ribeiro, gestor da formação dos serviços de coorde-

nação regional do norte do IEFP. Este programa do IEFP visa apoiar os empregadores de natureza privada e entidades empregadoras do setor social, em situação de crise empresarial, através do desenvolvimento de um plano extraordinário de formação proposto pela entidade empregadora para os seus trabalhadores. Esta Sessão de esclarecimento contou com a presença de empresários vimaranenses do setor do comércio, restauração e hotelaria, e ainda pequenas e médias empresas. •


CONCELHO

O JORNAL N245 QUARTA-FEIRA 10 JUNHO 2020 Selho São Jorge

Requalificação do Largo do Pelourinho, uma obra "há muito anos desejada"

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São Torcato

Junta celebra 25 anos de Vila com conferências © Mais Guimarães

O presidente da Câmara Municipal de Guimarães, Domingos Bragança, visitou a obra e referiu que “o desenvolvimento do território faz-se com pequenas, e grandes obras”. Está em curso a requalificação do Largo do Pelourinho, na Vila de Pevidém, sendo uma obra “há muitos anos desejada”, conforme assinalou o Presidente da Junta da Freguesia, Angelino Salazar. Em comunicado, a autarquia revela que o presidente da autarquia, Domingos Bragança, visitou a obra da requalificação do Largo do Pelourinho assinalando que “o desenvolvimento do território faz-se com pequenas, e grandes obras”, ao encontro das principais necessidades relevadas pelos autarcas locais. “A Câmara Municipal mantém e reforça o forte investimento em todo o território vimaranense, consolidando esta marca identitária de que Guimarães são todas as suas Vilas e Freguesias e todas têm o seu encanto, o seu património edificado e/ou natural e os seus espaços públicos de enorme intensidade simbólica ”, referiu Domingos Bragança, segundo a

mesma nota informativa. A obra da requalificação do Largo do Pelourinho, na Vila de Pevidém, resulta de um investimento de cooperação entre a Câmara e a Junta de Freguesia de Selho São Jorge – Vila de Pevidém – para ser o espaço, fortemente simbólico, de memória coletiva do Fundador da “COELIMA”- o Comendador Albano Martins Coelho Lima. Na Vila de Pevidém, no âmbito do Protocolo Interadministrativo, CMG/Junta de Freguesia, terá ainda início, em breve, a intervenção na Rua da Circunvalação, com a criação da Zona 30, junto à EB1 do Barreiro, no sentido de melhorar a segurança dos alunos que frequentam aquela escola. Acompanhado pelo presidente da Junta de Freguesia de Selho São Jorge, bem como por membros do Executivo local, Domingos Bragança visitou ainda o espaço da Feira Retalhista, que reabriu ao público este sábado,

© Direitos Reservados

de acordo com as normas do Governo e cumprindo as indicações da Direção Geral da Saúde, confe-

rindo a confiança da população e a satisfação dos comerciantes na retoma da nova normalidade. •

A Junta de Freguesia de São Torcato vai organizar um ciclo de conferências digitais, com inicio na próxima sexta-feira, dia 12 de junho. Segundo a Junta, o ciclo de conferências insere-se nas comemorações dos 25 anos de elevação de São Torcato ao estatuto de Vila e visam debater a Vila, o seu tecido associativo e o seu futuro. Assim, a primeira conferência será sobre a “Saúde Mental em tempo de Pandemia” com a presença de três Psicólogas: Emanuela Lopes, Catarina Castro e Bárbara Lima. Na próxima semana o tema será “São Torcato 25 Anos de Vila”. Por fim, ultimo o tema será o “O Impacto Sócio-Económico Da Pandemia – Que Futuro?”. As conferências serão todas transmitidas no Facebook da Junta de Freguesia.

Caldelas

Urgezes

“Urgezes Solidário” apoia mais de 80 famílias e celebrou Da Brigada Verde vai nascer um parque canino um ano de loja física Decorreu na passada sexta-feira, em Urgezes, uma cerimónia simbólica, para assinalar o primeiro aniversário da loja física do projeto “Urgezes Solidário”. Em comunicado, a autarquia explica que o projeto contempla diferentes respostas sociais através de diferentes valências adaptadas, com um banco de bens disponível na Loja Social, onde é possível encontrar vestuário, calçado, brinquedos, camas articuladas, cadeiras de rodas ou andarilhos. Presente na celebração, Domingos Bragança, presidente da Câmara Municipal, sublinhou “a prioridade no apoio social às pessoas, às famílias carenciadas, aos idosos em isolamento e sobretudo às crianças necessitadas”. Além disso, realçou que “o papel das instituições, dos voluntários, e de todos os que dão o contributo solidário nestas causas deve ser louvado num período delicado em que se notam as fragilidades. Temos uma Rede Social que funciona em pleno, em estreita articulação, o que é essencial para prestar apoio na oferta de bens, alimentos e medicamentos para a melhor qualidade de vida das pessoas. A Câmara Municipal está atenta e não poupa esforços para

© CMG

O primeiro parque canino no concelho de Guimarães localiza-se na Rua Custódio da Costa Ferreira Pinto, em Caldelas. O investimento no desginado Parque Canino das Caldas das Taipas, por parte da Junta de Freguesia de Caldelas, está concluído, aguardando-se apenas o levantamento das medidas sanitárias que permitam a sua inauguração e utilização. O parque surge no âmbito das medidas pensadas para os animais e nos projetos em parceria

com a Brigada Verde da freguesia. “Lançamos o projeto ‘Os animais são nossos amigos’ e instalamos os primeiros dispensadores de sacos para dejetos de animais na Vila. Nos próximos dias iremos promover uma ampla campanha de sensibilização para que as regras e as normas sejam cumpridas, contribuindo também para que o espaço público e os jardins estejam limpos e cuidados” afirmou o presidente da Junta de Freguesia Luís Soares. • © Direitos Reservados

responder às necessidades básicas dos nossos cidadãos”, salientou o presidente da autarquia. O projeto visa potenciar a criação de respostas mais adequadas aos problemas sociais, a fim de atenuar as necessidades imediatas das famílias carenciadas, acompanhado por duas gestoras sociais (Ana e Andreia). O presidente da Junta de Freguesia, Miguel Oliveira, assinalou igualmente que “a vertente social

é uma prioridade” na autarquia, realçando os vários parceiros que estão interligados no projeto “Urgezes Solidário”. “Este é um trabalho de toda uma comunidade para servir a comunidade, onde todos contam para ajudar as pessoas que mais precisam”, referiu. Até ao momento são mais de 80 famílias que estão a ser acompanhadas e estão sinalizados 126 idosos nas diversas valências do projeto “Urgezes Solidário”. •


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ZONA NORTE

N245 QUARTA-FEIRA 10 JUNHO 2020

Famalicão

Braga

© Direitos Reservados

Continental negoceia redução dos salários de 700 funcionários da empresa

A Continental Mabor em Famalicão está a negociar uma nova organização de turnos com a

Comissão de Trabalhadores, que acusa a empresa de querer reduzir em 38,5% os salários de 675

dos seus 2.300 funcionários. Na passada segunda-feira, 08 de junho, mais de 150 trabalhadores concentraram-se à porta da fábrica da produtora de pneus alemã, em Lousado, Famalicão, em protesto contra a intenção de reduzir os salários aos trabalhadores dos turnos do fim de semana. O Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Norte (SITE-N) afirma, em comunicado, que a empresa em questão deu conhecimento da “intenção de implementar algumas alterações nos horários de diversos turnos”. O SITE-N refere que a “administração afirma querer ser competitiva e os resultados dos últimos anos provam isso, obtendo lucros acima dos 200 milhões por ano”, pelo que não entende que agora pretenda “sacrificar os rendimentos dos trabalhadores ou retirando-lhes direitos consagrados, como acontece com o transporte coletivo”. Já aContinental Mabor afirma, ao Jornal de Negócios, que a empresa não está a trabalhar ao sábado nem ao domingo, porque “não há encomendas que cheguem para este turno trabalhar como estava”. •

Barcelos

Carrinha carregada de hortícolas arde na A11

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Uma carrinha carregada de hortícolas ardeu quase por completo, na segunda-feira, 08 de junho, ao início da tarde, no concelho de Barcelos. A situação ocorreu na A11, em Areias de Vilar. Os Bombeiros Voluntários de Barcelinhos, com uma viatura de combate a incêndios, rapidamente chegaram ao local, no sentido Barcelos / Braga, mas já não evitaram os danos consideráveis na carrinha. O incêndio invadiu ainda uma pequena encosta de monte, mas os bombeiros conseguiram contentar as chamas. A A11 esteve cortada ao trânsito para socorro. •

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Homem de 45 anos foi detido por ameaçar a mulher com arma © Direitos Reservados

Portugal e o mundo Quarta-feira Morte do americano George Floyd Mais três polícias acusados. Autor da morte vê a acusação agravada. •

Quinta-feira

Confinamento “afunda” comboios franceses A SNCF acumulou até agora mais de quatro mil milhões de euros de perda de receita. •

Sexta-feira Vacina da Universidade de Oxford Com o declínio do número de casos no Reino Unido, vacina será testada no Brasil. •

Sábado

Divórcios caem a pique na pandemia Tribunais “praticamente parados” ajudam a explicar a quebra. •

Domingo

Bolsonaro comparado a Lula Um homem de 45 anos de idade foi detido, esta segunda-feira à noite, dia 08 de junho, na cidade de Braga, por ameaçar a mulher com uma arma de pressão. Em comunicado, a Polícia de Segurança Pública (PSP) explica que teve conhecimento da situação de violência doméstica através de denúncia por a chamada telefónica, tendo de imediato se deslocado para o local onde constatou que a mulher foi ameaçada pelo marido com uma arma, na sequência de uma discussão. Esta mesma força policial procedeu à apreensão da arma, bem como à detenção do suspeito, que foi hoje presente ao Tribunal Judicial da Comarca da cidade de Braga. •

O ex-ministro da Justiça Sergio Moro mostrou-se disponível para novos movimentos. •

Segunda-feira

Calor de maio bateu records Foi o mais quente dos últimos 89 anos, a par com 2011, segundo o IPMA. •

Terça-feira

Torre Eiffel reabre ao público Monumento na capital de França, Paris, esteve encerrado três meses. •


OPINIÃO

O JORNAL N245 QUARTA-FEIRA 10 JUNHO 2020

Opinião de José Rocha e Costa

#IHOR’S LIFE ALSO MATTERS Como todos os leitores já devem saber, foi morto há dias um indivíduo preto - eu chamo preto e não negro porque é assim que os próprios pretos se referem a eles próprios, sendo assim, não vejo necessidade de recorrer a qualquer tipo de eufemismo – às mãos de um polícia. Isto ocorreu na cidade de Minneapolis, nos Estados Unidos e o indivíduo em questão chamava-se George Floyd. O caso tomou proporções

globais, não só por esta cena macabra ter sido filmada pelas pessoas que estavam a assistir, mas também porque veio uma vez mais pôr a nu a brutalidade das forças policiais americanas, especialmente no que à relação com a comunidade afro-americana diz respeito. Seguiram-se manifestações, primeiro nos Estados Unidos e depois um pouco por todo mundo, umas mais e outras menos

Opinião de César Teixeira

O DILEMA O mundo é um lugar cada vez mais perigoso. E a causa não é o surto de Covid 19. Que, para além e evidenciar as nossas fragilidades, tornou visíveis ao nível internacional sintomas que há muito estavam latentes. Quem diria! Em 1989, com a queda do Muro de Berlim, tudo nos levava a pensar que iríamos trilhar um caminho de paz, harmonia e de desenvolvimento. A coberto de uma ordem internacional fundada no respeito dos Direitos Humanos e nos princípios do Estado de Direito Democrático. O mundo está mais intolerante e, não por acaso, com os olhos cada vez mais em bico. Os discursos políticos inflamam e assumem caráter absoluto. Ditam-se sentenças. Foge-se dos argumentos. Os discursos tendem para

a inflexibilidade. Dificultam a construção de pontes. Seja porque a imagem de intransigência que se cultiva não é compatível com tal eventualidade. Seja pelo facto de, entretanto, terem sido cavadas trincheiras demasiado profundas. No exercício de poderes públicos é necessário construirmos pontes e não fortalezas. As fortalezas até nos podem dar a sensação momentânea de poder. Mas, na verdade, é uma sensação enganadora. No passado, foram as pontes que permitiram construir laços, unir margens e ilhas desavindas e reforçar quem detinha o poder. O respeito institucional que era apanágio de quem exercia a causa pública começa a fraquejar. Ainda recentemente pudemos assistir a fenómenos desta

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pacíficas. É fácil compreender as pessoas que decidiram manifestar-se, principalmente as que vivem naquele país. Isto porque não se trata apenas de racismo. Trata-se de um sistema policial que permite, e até incita por vezes, à violência. Essa violência atinge desproporcionalmente a população preta porque tudo nos Estados Unidos atinge desproporcionalmente essa franja da população. Nos Estados Unidos, como em todos os países, existem pessoas racistas e pessoas que não são racistas. O problema está no poder que é dado aos diferentes intervenientes para que estes possam passar das palavras aos actos. Começa na polícia que tem demasiados poderes e, até agora pelo menos, relativa impunidade, passa pelos políticos que desenham mapas eleitorais da forma que mais lhes convém, muitas vezes dificultando intencionalmente o votos às minorias para que estas continuem “no seu lugar” e não “interfiram” no processo político e acaba na mentalidade do comum cidadão porque mesmo pessoas que não se consideram racistas, utilizam por vezes os mecanismos existentes quando estes lhes são convenientes. Por

exemplo, coincidência ou não, poucos dias antes deste assassinato ocorrido em Minneapolis, circulou um vídeo na internet de uma mulher a discutir com um indivíduo preto no Central Park em Nova Iorque. No vídeo ouve-se um homem a pedir à senhora em questão, que estava a passear com o seu cão, para ela pôr uma trela no bicho, por uma questão de segurança. A mulher, indignada por o homem estar a gravar a conversa, decide ligar à polícia e diz que está um homem afro-americano à sua frente que a está a filmar e que está a ameaçar a sua vida. Ora, a pessoa em questão faz isto porque sabe o poder que estas palavras têm numa sociedade como a americana. O facto de a senhora pôr ênfase na palavra “afro-americano” não acontece por mero acaso. E os protestos que têm ocorrido em relação à morte de Floyd têm a ver também com isto: o problema não é haver pessoas racistas, o problema é haver um sistema que foi contruído intencionalmente para que esse racismo se perpetue. Aqui em Portugal também houve pessoas que se juntaram ao movimento “Black lives matter”,

umas porque se sensibilizaram com a causa e outras porque o “hashtag” #blacklivesmatter fica bem nas redes sociais. O que me parece estranho é que em Março passado tenha ocorrido um homicídio parecido, no nosso tranquilo país, em que nada se passa, mas em que três inspectores do SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras) decidiram torturar e espancar até à morte um indivíduo ucraniano, que havia chegado ao aeroporto de Lisboa, e a maioria das pessoas não pareceu importar-se muito. Bem sei que nesse caso não houve uma filmagem em tempo real e que a notícia só veio a público semanas depois da morte do indivíduo ucraniano chamado Ihor Homenyuk, isto porque os inspectores em causa e os outros intervenientes tentaram ocultar provas e encobrir a situação, mas a brutalidade policial não é exclusiva dos Estados Unidos e no nosso país de brandos costumes também existem pessoas racistas e xenófobas que se lhes for dada a oportunidade usam a violência como manifestação do seu ódio racial. Por isso mesmo deixo aqui o hashtag, não tão apelativo como o outro, mas aqui fica: #Ihor’s life also matters. •

natureza em Guimarães. A propósito de um vídeo promocional lançado por uma associação de comércio local e de uma intervenção política levada a cabo pelo maior partido da oposição local. Na sequência de uma intervenção partidária, assistimos a uma reação incompreensível à luz dos princípios da sã convivência institucional. Reação que apenas se explica como sendo um sintoma desta nada admirável nova ordem. Podemos discordar. Melhor, deveremos discordar! Mas deveremos fazê-lo sempre com respeito e cuidado. De forma a que estejam abertas as portas do comércio, como também as portas do relacionamento institucional. Atacar o mensageiro ao nível pessoal, e não a mensagem, não é aconselhável e não abona em favor de quem procede dessa. A força dos argumentos capitula perante fenómenos de violência cada vez mais frequentes. Num retrocesso civilizacional que, apesar de momentaneamente não o parecer, acaba invariavelmente por prejudicar os mais fracos. A nossa Civilização cresceu fugindo da lei do mais forte. A nossa civilização baseou-se, e depois desenvolveu-se, em princípios cada vez menos naturais e essencialmente sociais. Hoje assistimos a fenómenos de violência persistente e instalada. Do desporto à política. Em que, por exemplo, fenómenos de manifesta violência policial e

abuso de autoridade (nos EUA), deram lugar a outros fenómenos de violência de sentido oposto. Violência gratuita, sem sentido. Que, no nosso País, culminaram com a exibição de panfletos com expressões pouco recomendáveis, em manifestações estranhamente autorizadas em pleno estado de calamidade pública. Hoje a liberdade de expressão cede perante verdadeiros tsunamis que se geram nas redes sociais. A propósito de um qualquer tema, esmaga-se quem ousa pensar diferente. Ganha quem berra mais alto. Quem consegue criar uma onda e a consegue transformar num tsunami. Os tsunamis geram ondas de devastação. Destroem tudo por onde passa. Mas nada constroem. Finda a histeria momentânea, tal como a água recolhe ao mar findo o tsunami, as vozes que berravam nas redes sociais e na comunicação social desaparecem. Esquecem que, tal como os tsunamis, desse efeito destrutivo pouco ficou. E de onda em onda, vamos destruindo o que nos custou 2 mil anos a construir. Sem que nada se perceba que esteja a ser erigido. Tal como no fundo do oceano, também na política abundam políticos de plástico. Que cultivam o continente, mas não o conteúdo. Que espremidos são um vazio total. Que não exibem qualquer estratégia. Sem linhas de pensamento estruturadas e sistematizadas. Que pessoalizam

os debates em torno de si e não do seu pensamento. Retirando proveitos momentâneos dessa exibição, mas esquecendo que, mais cedo que tarde, essa exibição acabará por virar-se contra si. E nessa altura já será tarde para mudar. O mal já está feito. Onde houver culto da personalidade que se leve o culto das ideias. Onde houver o ataque pessoal se leve o ataque ideológico. Mas não resulte a ideia de que, com este texto, se faz a apologia do politicamente correto. Longe disso. Defende-se um combate em torno de ideias. Que acabe o plástico na política. Que as redes sociais sejam centros de debate e não de combate. Que o respeito pela opinião faça escola. Mas para isso aconteça é imperioso que os partidos e associações consigam ser a mola que absorva a força, impulsione o sentir da população e o institucionalize. Mas, para isso, os partidos têm de tomar partido. Assumir posições claras e diversas ao nível do pensamento e não do método e dos protagonistas. Tenho sido muito critico do atual panorama político nacional. Com a falta de alternativas de um centrão. Vazio de ideias e de conteúdo. Corroído por fenómenos mais ou menos latentes de corrupção. Suportado no rotativismo de cargos, pessoas e lugares. Mas com uma cada vez menor ligação à realidade, que vai seguindo cada vez menos institucionalizada. Um verdadeiro dilema. •


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N245 QUARTA-FEIRA 10 JUNHO 2020

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Jornal Mais Guimarães n.245 junho 2020

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Jornal Mais Guimarães n.244 junho 2020

VITÓRIA SPORT CLUBE COMUNICADO MESA DA ASSEMBLEIA GERAL

Perante os constrangimentos advenientes da situação epidemiológica da COVID-19, a Mesa da Assembleia Geral do Vitória Sport Clube informa os associados e demais interessados que, conforme previsto no artigo 18.º, n.º 2, do decreto-lei n.º 10-A/2020, de 13 de março, a reunião ordinária da Assembleia Geral para discussão e votação da proposta de Orçamento, excecionalmente, não será realizada no presente mês de junho. A medida visa permitir a adoção de mecanismos de prevenção e controlo da transmissão do vírus – que serão prontamente comunicados a todos os associados –, bem como minimizar os efeitos da circunstância de o ano associativo em curso, em rigor, não corresponder ao ano desportivo – vd. artigo 60.º dos Estatutos do Vitória Sport Clube. Mais se informa que a realização da aludida reunião ordinária será agendada, nos termos do referido normativo legal, para data a comunicar oportunamente.

O que acontece na sua rua, no seu bairro, na sua freguesia...

José António Fernandes Antunes Presidente da Mesa da Assembleia Geral

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N245 QUARTA-FEIRA 10 JUNHO 2020

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Jogo com o Belenenses SAD com o foco na vitória para encurtar distâncias

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AMI 15114

Necessitado de encurtar distâncias para o quinto lugar, a última vaga de acesso à Liga Europa, é com confiança que o Vitória encara o encontro de amanhã (19h00), com o Belenenses SAD, em jogo que terá como palco o estádio Cidade do Futebol, em Lisboa. “Vamos para jogo com o objetivo único, que é tentar conquistar os três pontos. Vamos para a luta”, disse o treinador Ivo Vieira, na antevisão à partida. Apesar do otimismo, Ivo Vieira reconhece que o Belenenses SAD “atravessa um bom momento”, considerando ainda que o adversário é uma equipa “forte, intensa, bem organizada e orientada”. Questionado sobre a implementação de cinco substituições, o treinador aplaude a decisão. “Vai beneficiar as equipas e a questão física dos jogadores. É bom para todos”. O ucraniano Bondarenko foi uma das surpresas no onze que iniciou a partida com o Sporting.

O treinador justificou a decisão. “O trabalho individual, a juntar ao coletivo, é que influencia as decisões. Esteve a um nível razoável, mas pode melhorar e fazer mais, como todos os outros perante o que fizemos com o Sporting”. Pedro Henrique, com uma lesão muscular, permanecerá fora das escolhas da equipa técnica. André André está em dúvida. O internacional maliano Sacko, após cumprir um jogo de suspensão, tem via aberta para ocupar o lado direito do setor defensivo.

Poha ou Evangelista A expulsão de Joseph abriu vaga no meio-campo, mas Ivo Vieira ainda não decidiu o elemento que possa substituir o ganês no onze a apresentar na visita ao Belenenses SAD. O francês Poha, cedido pelo Rennes, é um forte candidato a regressar às

© VSC

Vitória ocupa a sexta posição do campeonato. Partida diante do Belenenses SAD está agendada para quinta-feira, às 19h00, na Cidade do Futebol da FPF (Lisboa). escolhas iniciais do treinador. O jovem médio, que consta da lista de desejos da SAD para a próxima temporada, foi suplente não utilizado no empate caseiro com o Sporting (2-2). O brasileiro Lucas Evangelista, que diante os leões entrou no decorrer da segunda parte, também espreita o retorno às primeiras escolhas. Na linha ofensiva, face ao rendimento menos positivo de Léo Bonatini, o treinador poderá optar pelo regresso do compatriota Bruno Duarte, um dos melhores marcadores da equipa. João Carlos Teixeira lidera o ranking.

Mohamed Sankoh a caminho A SAD vitoriana está atenta ao mercado inglês e, nas próximas horas, deverá oficializar a contratação do jovem holandês Mohamed Sankoh, de 16 anos, jogador que terminou o contrato

de formação com o Stoke City. A jovem promessa holandesa, campeão europeu de sub 17, chegou a ser apontado ao Chelsea e Atlético de Madrid, mas os responsáveis minhotos adiantaram-se na corrida pela contratação do avançado. Nas

Obras arrancaram com Tamanho espetáculo merecia intervenções em dois campos público nas bancadas As obras na academia do Vitória, que no futuro será dotada com um miniestádio, já arrancaram com intervenções nos campos um e seis. Os relvados existentes vão ser substituídos por sintéticos de última geração, capazes de aguentar a sobrecarga de treinos e jogos. No campo número seis, face ao alargamento a que vai ser submetido, o espaço permitirá realizar um maior número de jogos oficiais, concretamente os desafios que envolvam as equipas que disputam as provas nacionais. Na temporada que findou abruptamente, devido à pandemia do Covid-19, juniores, juvenis e iniciados tiveram de efetuar vários encontros em casa emprestada, nomeadamente na vila de São Torcato, no campo do Arnado, e em Santiago de Mascotelos. Relativamente ao campo número cinco, que brevemente será transformado num miniestádio, vão ser criadas condições capa-

zes de receber jogos da segunda liga. As duas bancadas existentes serão cobertas e o espaço também será dotado com novos balneários e com várias infraestruturas de apoio técnico e administrativo, entre outras intervenções. Alterações que permitirão à equipa secundária voltar a casa e deixar de usar os relvados da Pista Gémeos Castro ou do D.Maria Teresa, em Sande S.Martinho. A formação liderada por Bino Maçães voltará a disputar o Campeonato de Portugal, mas em caso de subida à segunda liga, já não irá sobrecarregar o estádio D. Afonso Henriques, espaço que era dividido com a equipa principal, quando ambas disputavam as competições organizadas pela Liga de Clubes. O espaço também poderá ser utilizado pela equipa de sub 23 e pelos outros escalões da formação, embora com menor assiduidade. O valor do investimento será ligeiramente superior a um milhão de euros. •

Jogo 150 entre Vitória e Sporting a contar para o principal escalão do futebol português. Um número redondo a assinalar um momento histórico. Sem público nas bancadas, cartolinas a representar adeptos e fogo de artifício no exterior do estádio. Assim é o futebol em pleno estado de calamidade, devido à pandemia de Covid-19. Conquistadores e leões empataram a dois num jogo partido e repartido. As duas equipas dividiram as oportunidades de golo e os três pontos podiam ter caído para qualquer um dos lados. A quebra física fez com que os lances de perigo fossem uma constante. O Vitória entrou melhor no jogo, mas acabaram por ser os lisboetas a marcar, com Sporar, aos 18 minutos, a aproveitar uma falha grave do guarda-redes Douglas, e a empurarrar para uma baliza deserta. Cá se faz, lá se paga. Aos 33’ foi a vez de Max, guardião leonino, entregar a bola

últimas semanas e de acordo com a imprensa britânica, o internacional sub 17 inglês, Jadan Raymond, de 16 anos, também estará a caminho de Guimarães. O jogador, no final do presente mês, termina contato com o Crystal Palace. •

VITÓRIA SC

SPORTING

2 2

© VSC

Estádio D. Afonso Henriques Carlos Xistra quinta 04 junho

Douglas Venâncio V. Garcia

Bondarenko Florent Pêpê

Jospeh M. Edwards

a Joseph. O médio vitoriano serviu JC Teixeira que não perdoou. Na segunda parte o Sporting voltou a adiantar-se, novamente por Sporar, aos 51’, mas os Conquistadores não baixaram os braços e, aos 68’, por intermédio de Marcus Edwards, acabaram por fazer o 2-2 final. Nota ainda para a expulsão do ganês Joseph, que deixou o Vitória a jogar com menos um nos 15 minutos finais. • Luís Freitas

JC Teixeira Davidson

Bonatini Sporar

Jovane

Vietto

Acuña

Battaglia

Mathieu

Matheus

Coates

Camacho

Quaresma

Max

Golos 0-1 1-1 1-2 2-2

Sporar JC Teixeira Sporar M. Edwards

18’ 33’ 51’ 68’


FUTEBOL

O JORNAL N245 QUARTA-FEIRA 10 JUNHO 2020

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MOREIRENSE F. C.

Jogador talismã falha a receção ao Rio Ave e abre portas do onze a Luther Singh Gabrielzinho não pode defrontar os vilacondenses. Desde que chegou a Moreira de Cónegos, a equipa vimaranense não sabe o que é perder. Em sete jogos, deu o contributo na conquista de 15 pontos. © MFC

O extremo brasileiro Gabrielzinho, que no mercado de janeiro reforçou o plantel de Ricardo Soares, por empréstimo do Rio Ave, é baixa importante para o encontro da próxima sexta-feira (19 horas), diante os vilacondenses, no parque de jogos Comendador Joaquim de Almeida Freitas. Desde que o avançado chegou ao clube vimaranense, o Moreirense nunca mais perdeu. Na estreia como titular, na visita ao Gil Vicente, marcou na goleada ao conjunto de Barcelos (5-1). Nos seis jogos seguintes, apesar de não ter feito o gosto ao pé, o jogador paulista deu um contributo importante nos empates com o Setúbal, Portimonense e Benfica e nos triunfos diante o Santa Clara, Marítimo e Boavista. Em 21 pontos possíveis, Gabrielzinho ajudou a equipa vimaranense na conquista de 15 pontos. Como está em Moreira de Cónegos na condição de emprestado, os regulamentos da Liga não permitem que possa ser utilizado diante o Rio Ave, clube com quem tem vínculo contratual. Com uma vaga na linha ofensiva, Luther Singh poderá fazer a sua reaparição nos relvados, após vários meses em recuperação.

BOAVISTA

MOREIRENSE

0 1

Estádio do Bessa Vítor Ferreira sábado 06 junho

H. Leite Neris

R. Costa

Ackah

Sauer

Fabiano

Carraça

Bueno Paulinho

Heri

Cassiano F. Abreu

Gabrielzinho F. Soares

Bilel A. Soares

F. Pacheco

D’Alberto

J. Aurélio Rosic

Iago

Pasinato

Golos 0-1

F. Soares

48’

Moreirense

Portugal. Cumpridas 25 jornadas no campeonato, o jovem médio foi titular em todos os encontros, sendo o segundo elemento mais utilizado. Apenas o guarda-redes Pasinato possui mais minutos de jogo. Com desempenhos positivos e golos importantes na conquista de pontos, o médio já despertou o interesse de vários clubes europeu. A SAD é detentora da totalidade do seu passe, o que deixa antever, no final da época, mais um encaixe financeiro assinalável. •

Filipe Soares encanta no ano de estreia Chegou, viu e venceu. Filipe Soares, um dos reforços do Moreirense para a presente temporada, proveniente do Estoril, já é um dos destaques da Liga 2019/2020. Apesar de estar a cumprir o primeiro ano no escalão máximo do futebol português, a sua juventude e inexperiência não foram um entrave para se afirmar no clube vimaranense e nos sub 21 de

Berço

Sucesso no Bessa com golo feliz de Filipe Soares O Moreirense deu mais um passo importante rumo à desejada manutenção, após vencer no reduto do Boavista, por 1-0, aumentando para sete o número de jogos consecutivos a pontuar. Um triunfo que permite ao conjunto liderado por Ricardo Soares permanecer num tranquilo oitavo lugar e com 14 pontos de vantagem para a primeira equipa em zona de descida. A jogar em casa, mesmo sem público, as melhores ocasiões do primeiro tempo pertenceram ao Boavista. O Moreirense até entrou melhor, mas foi Pasinato quem esteve em destaque. O descanso não trouxe novidades. A equipa de Moreira de Cónegos voltou a entrar forte e, por intermédio de Filipe Soares, inaugurou o marcador logo no terceiro minuto. Um golo feliz, num lance que contou com a ajuda involuntária de Ri-

O extremo sul-africano, que se lesionou dias antes da chegada de Ricardo Soares ao comando técnico, foi um dos destaques do coletivo até à 14ª jornada. Em 14 jogos, o jovem avançado, cedido pelo Sp.Braga, apontou três golos. Pedro Nuno é a outra alternativa do treinador para formar o trio atacante com o angolano Fábio Abreu e o franco-argelino Bilel. Perante a falta de ritmo de Abdu Conté e Djavan, a aposta no lado esquerdo da defesa voltará a ser preenchida com a adaptação de D´Alberto. Uma ideia sustentada com o bom desempenho do brasileiro na última jornada, no reduto do Boavista.

Exibições de Joyce Ríos em destaque no seu país

© MFC

cardo Costa. O Boavista foi célere na resposta, mas diante um oponente organizado e que soube sofrer, o caudal ofensivo apresentado não foi suficiente para evitar o desaire. Aliás, nem de grande penalidade, já no período de compensação, o Boavista conseguiu evitar a derrota. Carraça assumiu a responsabilidade, mas a bola foi ao encontro do poste. Na recarga, a mesma pontaria •

O defesa colombiano Joyce, um dos destaques do Campeonato de Portugal e com exibições que têm suscitado o interesse de clubes de maior dimensão, esteve em destaque na imprensa do seu país. Descoberto no Deportivo Ferroválvulas, o defesa sul-americano, de 22 anos, é um dos elementos que já renovou contrato com o clube presidido por Joaquim Martins. O ponta André Martins está de regresso ao Berço. Depois de na época passada ter marcado 23 golos ao serviço do Taipas, do Pró-Nacional, permitindo-lhe dar o salto para o Real, da série D do Campeonato de Portugal, o avançado optou pelo regresso à Cidade-Berço. Pedro Freitas (ex Fafe), Dani Coelho (ex Loures) e Mário Dias (ex 1º de Dezembro) já tinham chegado a acordo. •

© Berço SC


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MODALIDADES

N245 QUARTA-FEIRA 10 JUNHO 2020

Andebol

Pedro Correia agradado com o plantel

Xico avança com equipa sénior feminina

Pedro Correia acertou a continuidade no Xico Andebol e a ambição está bem presente no discurso do treinador. “O nosso objetivo passa por chegar à fase final. Acreditamos no plantel que fizemos e acreditamos que é possível”, adiantou o responsável técnico, explicando as razões da continuidade. “É o clube do meu

coração e é sempre difícil dizer que não. O Xico teve anos complicados no passado, mas agora entrou no ciclo certo e estamos a desenvolver muito. Acredito piamente que o Xico irá dar cartas muito fortes num futuro próximo”, justificou Pedro Correia. Pedro Carvalho, Raul Nunes, Fábio Macedo, Alexandre Roque,

Francisco Ribeiro, José Santos, Paulo Abreu, Diogo Teixeira, João Leite, Ricardo Magalhães, José Pinto, José Silva, António Salgado, Raul Roque, Nuno Pinheiro e Tomás Pereira renovaram contrato. Cláudio Mota (ex A.C. Fafe) e Diogo Quintas (ex Ginásio de Santo Tirso) são as caras novas para a temporada 2020/2021.

Futsal

A equipa sénior de futsal da Juni tem metas bem definidas para a nova temporada desportiva. “Queremos andar nos lugares ci-

meiros. Há equipas que vão apostar forte na subida aos nacionais, mas queremos tentar fazer um brilharete e incomodar”, adiantou

Daniel Castro, diretor-desportivo. Na Taça da Associação de Futebol de Braga, as metas são mais ambiciosas. “O objetivo será chegar final-four”, confidenciou o dirigente. No que diz respeito à construção do plantel, João Ferreira e Diogo Torres (ex Cabeçudense), Pedro Pinto (ex Piratas de Creixomil), Bruno Ribeiro (ex Desportivo Jorge Antunes) e Cláudio Nogueira ( ex Associação Desportiva de Fafe), são reforços para a época 2020/2021. Lucas, Martins, Renato Quintas, Paulo Martins, João Costa, Jorge Ferreira, João Freitas, Carlos Mendes e Ricardo Ribeiro renovaram contrato. Os sub 20 Peter e Ivo Oliveira foram promovidos à equipa principal. O grupo de trabalho será liderado por Bruno Silva. Segundo apurou o Mais Guimarães, o plantel ainda poderá ser reforçado com mais um elemento. As próximas horas serão decisivas. Na próxima semana, a direção do clube irá começar a definir estratégias para a formação O plano passa por dar manter a base da época passada, nomeadamente no que diz respeito às equipas técnicas para os escalões de traquinas, benjamins, infantis, iniciados, juvenis e juniores. •

A grande novidade para a próxima temporada será a criação da equipa sénior feminina. Um momento histórico e um passo “crucial” para o futuro, conforme explicou Sara Fernandes, de 44 anos, que regressa à coletividade para assumir a pasta do feminino. Em declarações ao Mais Guimarães, a dirigente justificou o retorno e falou dos objetivos a curto-prazo. “Regressei porque acho que era importante investir no feminino e houve um interesse da parte da direção em

Hóquei em patins

Ricardo Mota: “Queremos subir de divisão” A equipa de hóquei patins do CART, que voltará a disputar a terceira divisão nacional, terá como meta a subida de divisão. O objetivo é assumido pelo presidente Ricardo Mota. “Queremos subir de divisão e voltamos a apostar na continuidade do Orlando Amâncio. É prata da casa e confiamos muito nele. E, com este plantel, certamente estaremos a lutar pelos melhores lugares”, perspetivou o dirigente. Alberto Martinho, Daniel Pontes, Alexandre Pontes, Carlos Rodrigues, Diogo Machado, João Martinho, Nelson Silva, Pedro Nuno, Pedro Ruben e Tomás Barbosa renovaram contrato. O dirigente regozija com o feito alcançado. “Mantivemos uma excelente base da temporada passada e temos sete jogadores formados no clube. É um sinal claro que estamos no bom caminho. Por isso, o plantel está fechado e só entrará alguém que traga bastante qualidade”, adiantou. Afonso Ferreira, ex sub 23 do Hóquei Clube de Braga e João Sousa, ex Famalicense, são os reforços assegurados pelos responsáveis taipenses. Ricardo Mota deixou ainda um repto à comunidade e à massa associativa.

© Direitos Reservados

© Direitos Reservados

Juni já garantiu cinco reforços para 2020/2021

investir no andebol feminino, que neste momento é uma modalidade que está a ter grande crescimento em Portugal. Estão a surgir muitas equipas e como o Xico é um clube formador, consideramos que também devia dar este passo”. A aposta começará desde a base, mas com um objetivo bem definido. “A maior aposta será na parte do recrutamento e há muito trabalho a fazer. Queremos criar equipas desde a base até às seniores. A equipa sénior era fundamental, porque é sempre vista dentro de um clube como um modelo para os mais novos”. • © Xico Andebol

© Xico Andebol

Agradado com os elementos que tem à disposição, dificilmente entrará mais gente no grupo de trabalho. “No plano teórico o plantel está fechado. Agora, se aparecesse a oportunidade de um jogador que viesse fazer muita diferença, poderíamos analisar essa situação. Mas nem sequer penso muito nisso. Acreditamos muito nos jogadores que transitaram e pensamos que com os dois reforços, vamos ter ainda mais condições para lutar pelo nosso objetivo”, explicou.

“Até à paragem das competições, a afluência de público aos nossos jogos era bastante considerável e motivadora. Faço votos para que este apoio dos sócios e da vila se mantenha na próxima temporada”, apelou. A planificação da próxima época da formação, apesar de todas as condicionantes e incertezas, também já teve alguns avanços. •


+ DESPORTO

O JORNAL N245 QUARTA-FEIRA 10 JUNHO 2020 Pro-Nacional

© Mais Guimarães

Tiago Rodrigues e Jorge Cravo apresentam-se a sufrágio no próximo sábado

Os sócios do Clube Caçadores das Taipas elegem, no próximo sábado, o rosto de quem irá liderar os destinos do clube para os próximos dois anos. Tiago Rodrigues e Jorge Cravo demonstraram interesse, mas aguardam pela validação das candidaturas por parte do presidente da Mesa da Assembleia Geral. A decisão final será anunciada esta quarta-feira. O ainda presidente Tiago Rodrigues, de 28 anos, sócio 219, explicou as razões da sua recandidatura. “Fui desafiado por alguns sócios a continuar, mas também porque algumas coisas não correram como queríamos.

Queremos retificar esses erros para não sermos acusados mais tarde de termos deixado o clube pior do que encontramos”, explicou. Relativamente ao projeto, Tiago Rodrigues é categórico. “Assenta em cinco áreas. Futebol sénior e formação, área financeira, associados, património e infraestruturas e marketing e comunicação. Queremos direcionar o foco para a formação, porque foi uma das lacunas que tivemos”. Caso seja eleito, Rui Castro será o treinador. Jorge Cravo, de 43 anos, sócio 556, apresentou as razões que o levaram a candidatar-se. “A minha candidatura prende-se

com o estado atual do clube, quer a nível financeiro, quer a nível da formação. Com a união dos sócios e com a lista que temos, queremos levar o clube aos patamares que são devidos”. No que diz respeito ao projeto, Jorge Cravo é claro. “O projeto passa, acima de tudo, por conciliar bem parte financeira. Segundo informações, os valores são bastante negativos. E queremos recuperar os atletas que abandonaram o nosso clube. A formação está no estado que está. Queremos que a equipa sénior tenha no futuro vários atletas da formação”. Caso seja eleito, António Carvalho será o treinador. •

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Futebol Feminino

Brito garante a continuidade de seis jogadoras Vera Carneiro, Beatriz Ribeiro, Rafaela Vieira, Margarida Silva, Ana Miguel Machado e Mila Oliveira vão continuar ao serviço da equipa sénior feminina do Brito Sport Clube. O clube vimaranense, que já prepara a sua participação na segunda divisão nacional, iniciou a planificação do novo ano desportivo com as renovações e, nos próximos dias, deverá anunciar a continuidade de mais algumas jogadoras. Noutro âmbito, o Britinho Cup, que anualmente recebe 1100 atletas de várias zonas do país, voltará em força em 2021. O objetivo será aumentar o número de equipas e participantes,

mas a grande novidade será a organização de uma competição só para o feminino. “É um dos torneios maiores do concelho de Guimarães e este ano já estava programado para ser ainda maior. No entanto, com esta infelicidade que a todos nos afetou, não foi possível. Este ano já poderia ter sido uma realidade a organização de um Britinho Cup do género feminino. No próximo ano teremos este modelo a ser conseguido nos mesmos moldes que temos feito na vertente masculina”, anunciou Francisco Ribeiro, coordenador da formação do Brito Sport Clube. •

1.ª Divisão

Quatro reforços para lutar pela subida à Honra © Direitos Reservados

Várias divisões

Ponte, Urgeses, Ases e Campelos muito ativos O avançado Moreno é a mais recente contratação do Ponte para a próxima temporada. O experiente jogador, que na época passada destacou-se com golos ao serviço do Brito, chegou a acordo com a direção liderada por Filipe Oliveira. Um reforço de peso para o treinador José Faria, numa temporada na qual o clube disputará o Pró-Nacional da Associação de Futebol de Braga. Apesar de terem aparecido outras propostas, Moreno já oficializou a sua ligação ao Ponte. Na Divisão de Honra, a direção dos Amigos de Urgeses já assegurou a continuidade de vários jogadores. Luís, Gonçalo Moreira, Rui Pedro, Márcio Morais, Atilano, Paulo, Vasco, Chico, Rui, João Leite, Fábio, Abreu, Pupa, Diogo Teixeira e Duarte voltam a estar à disposição do treinador Armando Jorge. Na 1ª divisão, o defesa central Tiago renovou contrato com o Ases de Santa Eufémia. Nas últimas semanas, o clube

© CD Ponte

presidido por Carlos Neves já tinha assegurado as continuidades de Leandro, Nelson, Paulinho, Dani, Fredo, Faneca, Coelho, Rafa e Luisinho. Hugo Silva continua no comando técnico. No Campelos, o lateral esquerdo Paulo Silva, ex Airão, acertou o regresso ao clube. O experiente jogador é o sexto reforço para a temporada 2020/2021, juntando-

se a Vilas (ex Serzedelo), Marco (ex Aldão), Dani Macedo (ex Taipas), Jota (ex Pevidém B) e Nuno (ex Prazins Corvite) no grupo de caras novas que estará à disposição do treinador Rui Nogueira. Rocha, Tiago Ribeiro, Bruno, André, Lima, Gabi, Marco, Vitugo, Carlos, Bruno, Cristiano, Tiago Machado, Cris, Diogo e Nandinho renovaram contrato. •

Domingos e Kevin (ex Tabuadelo), Vilaça (ex Emilianos) e Catana, que regressa após um ano de paragem, são as caras novas do Santiago de Mascotelos para a temporada 2020/2021. Paulo, Almeida, Pisco, Neves, Bruno, Rui Magalhães, Rodrigo, Coelho, Leal, Gabi, Hugo, Borges, Casoto, Paiva, Isaac e Canudo acertaram a continuidade por mais uma temporada, num grupo de trabalho que continuará a ser liderado por Edgar Lobo. O clube presidido por João Faria voltará a disputar a 1.ª divisão da Associação de Futebol de Braga em 2020/21 e com uma

ambição clara: a subida à Divisão de Honra. “Quando estamos numa divisão que não podemos descer, o objetivo principal é a subida. Se pudermos juntar à subida um título de campeão, será isso que vamos procurar”, assumiu. O dirigente justificou a aposta no treinador Edgar Lobo. “É uma continuidade clara. Foi um ano difícil e de aprendizagem para todos nós, com um nível de exigência e de treino mais alto. Demos um voto de confiança no trabalho. Acreditamos no processo de aprendizagem e adaptação aos novos métodos”, afirmou ao Mais Guimarães. •


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ARTES E ESPETÁCULOS

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Uma “Lufada” de cultura © Direitos Reservados

A “Lufada” que a vereadora Adelina Paula Pinto espera que se torne em vendaval vai começar no dia 19 de junho e prolonga-se até 10 de julho. É a reabertura possível da cidade à cultura e aos artistas.

A Oficina concebeu um programa excecional para tempos excecio-

nais. Entre junho e julho, a fruição das artes ocupará pátios, jar-

dins e salas de museu com uma programação de artes performativas, visuais e ações formativas. Foram trabalhadas as escalas, a diferente natureza das propostas e sobretudo o contexto de segurança da sua apresentação e vivência, para que a experiência da relação com os públicos seja integral. O programa incide sobre as sextas-feiras. Dia 19 de junho, inicia-se esta retomada cultural da cidade, às 19h00, nos Jardins do CCVF, com o The BJazz Choir. Nascido em finais de 2012, no ano em que Guimarães foi Capital Europeia da Cultura, associado à escola de jazz do Convívio, é atualmente uma entidade independente e constitui-se como The BJazz Choir Associação Cultural. A formação inclui elementos de várias profissões, oriundos não só de Guimarães mas também do Porto, Braga, Famalicão e Celorico de Basto. O repertório inclui arranjos originais criados propositadamente para o coro sobre temas de jazz, blues, soul, gospel, bossa nova e fado-jazz, sem esquecer a vertente pedagógica. Na mesma data, após o sol se pôr, a ‘Lufada’ traz-nos o Turno da Noite, uma desafiante visita

Fátima Alçada é a nova diretora artística d’A Oficina

noturna ao Centro Internacional das Artes José de Guimarães, à hora em que está encerrado ao público, aos locais em que não é permitida a entrada a pessoas estranhas ao serviço, para ouvirmos histórias sobre peças que não estão expostas. Às 22h00, às 22h30 e às 23h00 (com lotação máxima de 7 pessoas em cada horário), serão realizados percursos de descoberta às reservas do CIAJG e assim conhecer os museus que existem dentro do Museu. Dependendo dos casos a lotação ficará limitada entre 40 e 70 pessoas No dia 26 de junho, pelas 18h00, no Terreiro do CCVF, acontece Madame – conversas privadas em espaço público propõe um encontro para o qual o convidado é desafiado a colocar uma questão que obedeçam aos critérios tradicionais dos temas abordados pelos videntes-oráculos-profetas (trabalho e negócios; amor e família; sorte e azar). Este será o mote para o desenvolvimento de uma conversa na fronteira entre a confidência, o conselho e o desabafo, onde Madame relembra histórias e parábolas, partilha experiências e expetativas e questiona o real, jogando-se tudo num limbo de

definições. Este encontro é criado e interpretado por António Alvarenga e Leonor Barata, com o acompanhamento dramatúrgico de João Fiadeiro. Esta sexta-feira prossegue na companhia da voz, do piano e da guitarra (acústica) de Benjamim, que se apresenta a solo no Pátio do CCVF, a partir das 19h00.No dia 3 de julho, a “Lufada” fica a cargo de Minta & The Brook Trout, às 19h00 nos jardins do Palácio Vila Flor. O último dia da “Lufada”, 10 de julho, tem programação de peso. Primeiro, o pianista Pedro Emanuel Pereira, às 19h00, no pátio do CCVF e pela noite, às 21h45 é apresentado o último filme de Rodrigo Areias, Surdina, com música ao vivo de Tó Trips (Dead Combo), no jardim do CCVF. O grande senão de todos estes espetáculos será a lotação limitada em função das imposições sanitárias. Dependendo dos casos a lotação ficará limitada entre 40 e 70 pessoas. Para garantir que os espetáculos continuam a chegar às pessoas será feita a transmissão, embora Rui Torrinha reconheça que á situações, como o filme Surdina ou a performance de Leonor Barata e António Alvarenga em que isso não é possível. •

Contextil avança em 2020 © DR

© DR

Adelina Paula Pinto, vereadora da cultura, anunciou, no dia 09 de junho, durante a apresentação do programa “Lufada”, Fátima Alçada como a nova diretora artística da régie cooperativa A Oficina. Fátima Alçada, natural de Ovar, e já era responsável pela programação de Educação e Mediação Cultural d’A Oficina. A nova directora vai render João Pedro Vaz que continuará à frente do Teatro Oficina. Fátima Alçada estudou Línguas e Literaturas Modernas, em Coimbra e Gestão e Programação Cultural, no ISCTE. Deu aulas durante algum tempo após a conclusão da licenciatura e trabalhou na Capital Europeia da Cultura Porto 2001. Mais tarde foi assistente da directora de programação, da vereadora Manuela Melo, na Câmara do Porto. A sua passagem por Guimarães deu-se entre 2004 e 2010, quando “ainda não existia CCVF”. Confessou que apesar de não ser vimaranense considera esta a sua segunda casa. “Mesmo depois de ter deixado de tra-

balhar cá, continuei a frequentar Guimarães”, afirmou em entrevista ao Mais Guimarães por altura do seu regresso à cidade. Antes

do regresso ainda passou pela direcção do Teatro de Estarreja e por um projeto artístico na sua própria cidade, Ovar. •

De 5 de setembro a 25 de outubro de 2020, Guimarães volta a acolher a Bienal de Arte Têxtil Contemporânea. Mesmo tendo em conta a presente conjuntura, a bienal Contextile adaptou-se às circunstâncias e mantém de pé

esta 5ª edição da benal. Ações serão realizadas nas datas inicialmente previstas, mas agora levando em conta outros aspetos, de acordo com as medidas de segurança face à pandemia da Covid-19. •


PASSATEMPOS E INFORMAÇÕES ÚTEIS

O JORNAL N245 QUARTA-FEIRA 10 JUNHO 2020

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© Direitos Reservados

Farmácias de serviço Quarta-feira 10 de junho

Farmácia Vitória (Creixomil) Guimarães Shopping- Tlf: 253 517 180

*Farmácia Faria

R. do Calvário, 201, Serzedelo - Tlf: 253 532 346 Quinta-feira 11 de junho

Farmácia Hórus

Largo do Toural - Tlf: 253 517 144 Sexta-feira 12 de junho

Farmácia do Parque

R. Dr. Carlos Saraiva 46 - Tlf: 253 516 046 Sábado 13 de junho

Portugal à mesa com

Farmácia Pereira

Alameda S. Dâmaso - Tlf: 253 412 950

Mário Moreira

Domingo 14 de junho

Farmácia da Praça

Rua Paio Galvão - Tlf: 253 523 167 Segunda-feira 15 de junho

Os zombies com máscaras sempre existiram!

Porto, 7 de Junho. Estou em mais um restaurante por solidariedade e curiosidade. Saber e sentir no local o que se está a passar. Há uma excelente e apetecível esplanada. Espero na esperança de comer ao ar livre, diminuindo, deste modo, o risco de contágio. A procura de mesa é demorada. Tomar uma refeição a olhar a paisagem entre pontes do rio Douro é deslumbrante. A espera valeu pela excelente entrada que comi. Reconheço a irresponsabilidade doentia de cidadãos, saiem e entram, que se cruzam, na mais completa indiferença, com e sem máscara. Os cuidados do serviço de mesa, são insuficientes, comuns a outros locais que visitei, aqui referênciados, por mim. O mais tenebroso desta inesquecível refeição reside num episódio que ficará retido na minha memória pelos piores motivos. Estou na fila. Num ralâmpago, surge a trás de mim um ser humano “vindo de outra galáxia”. Uma “boneca” exótica toda ela exuberante, a tocar a arrogância e a estupidez, cola-se a mim. Um calor estranho como se o sol batesse numa parede, fizesse ricochete, como se

Farmácia Nobel

Rua de Santo António - Tlf: 253 516 599 Terça-feira 16 de junho

Farmácia Barbosa

Largo do Toural - Tlf: 253 516 184

uma língua de vaca me estivesse a lamber os rins. Sinto os bicos dos mamilos roçar nas minhas costas, a provocar-me. Percebo, que estes “afagos” bacocos fazem parte de uma estratégia. Ludibriar a presa. As mamas desta criatura estão bem à medida da boca de uma sanita, como a sanita está bem á medida da sua boca. Por momentos perco a vontade de comer...Olho-a nos olhos, faço menção de desagrado. Tenho a carteira guardada. A brutamontes, solta-se ofegante, cai-lhe a “máscara”. Tem parceria por perto. Começa a falar alto, cada palavra é um disparate. O objetivo em roubar, foi-se. No momento em que sou chamado para ocupar a mesa para tomar a minha refeição, esta mancamulas, deixa cair um relógio ao chão, grita com grande lata que eu a estou a roubar. De imediato é rodeada por presentes. Sumiu-se do mesmo modo que apareceu. O “relógio” foi apanhado por um empregado de mesa que o devolveu ao lixo. Não reagi. Não disse uma palavra. Não por medo, mas pela razão. Cuidem-se.

*Farmácia Faria

R. do Calvário, 201, Serzedelo - Tlf: 253 532 34 *Em regime de disponibilidade

Dê sangue! COLHEITA PERMANENTE

Todas as Terças-feiras das 14h30 às 19h00 Primeiro e terceiro Sábado de cada mês das 09h00 às 12h30 Local Casa do dador (Azurém)

O que acontece na sua rua, no seu bairro, na sua freguesia...

“Amêijoas à Bulhão Pato” Mergulhar as amêijoas em água, durante uns quinze minutos. Lavar em água corrente, escorrer no passador. Levar ao lume uma frigideira com azeite e alhos esmagados, deixar alourar. Adicionar os talos dos coentros picados, as amêijoas e envolver. Regar com vinho branco, tapar e deixar cozinhar até que as conchas se abram, agitando algumas vezes. Destapar, temperar com sal e pimenta a gos-

© Direitos Reservados

É NOTÍCIA! CONTAMOS CONSIGO PARA to. Adicionar as folhinhas de coentros picados e sumo de limão.

Bom apetite! Um abraço gastronómico. Envie as suas sujestões para: leitor@maisguimaraes.pt

INFORMAR

Telefones Úteis Polícia Municipal 253 421 222 P.S.P. 253 540 660 G.N.R. 253 422 575 Hospital 253 540 330

BV Guimarães 253 515 444 BV Taipas 253 576 114 SOS 112 CM Guimarães 253 421 200

LIGUE 253 537 250 GERAL@MAISGUIMARAES.PT

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Pontos de Vista Sugestão

Esta não é uma das obras mais conhecidas de Mia Couto, porém, é um livro importante para perceber o atrito entre diferentes formas de ver o mundo que se chocam na sociedade moçambicana. Um jovem estudante universitário, distante dos costumes da sua ilha natal, volta a casa para um funeral. Enquanto aguarda pela realização do enterro recebe estranhas visitações e cartas escritas pela mão do morto. De uma forma poética Mia descreve-nos a profunda clivagem entre as elites urbanas e mundo rural de Moçambique. • Última

PSD faz ponto de situação com o ACES

O PSD reuniu, na terça-feira, dia 09 de junho, com o ACES Alto Ave. Da reflexão conjunta com

o Novais de Carvalho, o diretor executivo do ACES, destacou-se o esforço extraordinário dos profissionais de saúde neste período crítico de combate à pandemia. À margem da reunião Bruno Fernandes foi caustico com o que classificou como “zig zag do governo”, relativamente às medidas sanitárias. “Não podemos limitar os movimentos individuais dos cidadãos e pedir o cumprimento rigoroso das regras da DGS e

depois permitir manifestações e comícios partidários que juntam milhares de pessoas. O cidadão não compreende estes sinais contraditórios, acima de tudo, porque todos temos consciência que a inexistência de uma vacina ou tratamento médico para este vírus, levará a uma enorme incerteza quanto ao futuro e à evolução desta pandemia”, afirma o líder dos sociais-democratas vimaranenses. •

Praia Fluvial A Junta de Freguesia da Vila de Caldas das Taipas tem em curso um plano de monitorização da qualidade da água que permitirá criar um histórico de parâmetros biológicos e químicos. A ideia é, em 2021, candidatar o parque de lazer da Praia Seca a praia fluvial.

Covid-19 Até ao fecho desta edição eram 35.306 o número de casos confirmados com Covid-19 em Portugal. Havia ainda 21.339 pessoas recuperadas. O novo coronavírus já provocou 1.492 mortes em território nacional.

© Direitos Reservados

Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra


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