Jornal Publique-Sé - 3.ª Edição

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Agrupamento de Escolas da Sé - Lamego Ano Lectivo 2009/2010

3 ª Edição


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Editorial

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Os valores da República hoje

Os pilares de uma sociedade moderna assentam nos valores da liberdade, da igualdade e da fraternidade. Os regimes políticos republicanos e democráticos identificam-se pelo respeito destes valores, que são ideais de uma sociedade justa. A República Portuguesa está a celebrar cem anos de existência. É um século da história, tempo proporcionalmente pequeno em relação à totalidade da existência de Portugal. Mas sempre são cem anos, uma bonita idade! Período histórico marcado por vicissitudes, do conhecimento de todos, que puseram em tempos idos e põem no presente em causa a consecução de uma comunidade organizada por aqueles princípios. É bom que se aprenda com os erros. Os ideais são bons quando mobilizam as energias dos cidadãos para a construção de um futuro melhor. Queremos viver numa sociedade aberta ao futuro mas sem hipotecar o que de mais nobre tem na sua matriz de nação. A modernidade não é, por si só, construtora de bem-estar se não se considerar os valores fundamentais da estruturação dos seres humanos como pessoas e como cidadãos. A liberdade, a igualdade e a fraternidade são valores inestimáveis, mas não serão suficientes se se esquecer sistematicamente os protagonistas dos mesmos que é sempre o ser humano. Precisamos de um país onde os cidadãos se sintam livres, iguais e fraternos. Continuamos a acreditar nestes valores, desde que promotores de felicidade e bem-estar, que passa pelo respeito dos valores que teceram a matriz desta nação, de uma educação que olhe pela formação integral do ser humano, de uma equitativa distribuição da riqueza, de sistemas de saúde e de justiça que sirvam a totalidade dos cidadãos. Se não se esquecer este caminho, então enfrentaremos o futuro com esperança, cientes de que deixamos às gerações vindouras um país com um quadro valorativo de que terão orgulho. José Francisco Carvalho da Silva

Nesta edição há sugestões de passatempos para as férias 2


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Sumário

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Editorial - 2 Destaques - 4 Pré Escolar - 7 1º Ciclo - 9 Discurso Directo - 11 Entrevista - 12 Comemorações - 13 Pensamentos, Palavras, Actos e Emoções - 17 Galeria Presidencial - 18 Curiosidades Republicanas e não só - 20 Escola Inovadora - 23 Boas práticas - 24 Leituras e escritas - 26 Leituras, escritas e pinturas - 28 Palavras do Director - 29 Espaço Cívico - 30 Lição estudada / lição sabida - 31 Acontece(u) - 32 Republicite-se - 34

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Destaques

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Encontrávamo-nos em pleno início do século XX, quando, surpreendentemente, a Monarquia convidou a República para tomarem um chá, ao fim da tarde. Após um breve cumprimento, a Monarquia sentou-se, calmamente, no seu velho cadeirão e convidou a República a acompanhá-la.

Monarquia - Vai um chazinho, D.República? E um biscoito “La Reine”? República - Um chá, qualquer coisa a que não chamem «Real», por favor. O biscoito… Dispenso, obrigada! Receio que o seu prazo de validade (assim como o de outras modas), tenha sido ultrapassado. Mas… D. Monarquia, qual o motivo porque me chamou aqui? M - Minha cara, serei breve, directa e concisa. Correm boatos de que me querem substituir por si… R - Assim sendo, serei breve e objectiva, de igual modo. De facto, é minha intenção e meu objectivo ocupar o seu lugar! M- E porquê, posso atrever-me a perguntar-lhe? Julga-se mais competente do que eu? R - Pois claro que sim. Julgo que tal é tão inevitável como unânime, uma vez que o país tem enormes dívidas, não é considerado, de modo algum, livre, todo o povo se encontra descontente com a situação em que vive, não querendo, já, referir o atraso do desenvolvimento cultural, agrícola e industrial… M - Mas que tencionaria Sua Excelência fazer, caso, de facto, eu lhe cedesse o meu lugar? R - Sei, com toda a certeza, que jamais o fará. No entanto, tenciono lutar por ele, com toda a garra que me caracteriza. E quando, finalmente, for implementada, farei dos portugueses homens e mulheres livres, com direito ao voto, opção de escolha e oportunidade de manifesto. Qualquer um poderá candidatar-se a a derigir-me. M - Isso não passa de utopias, sonhos (ir)reais que jamais se concretizarão! Os portugueses estão completamente satisfeitos com o meu desempenho e de todos os meus familiares, ao longo de sete séculos, minha cara, sete séculos! E o mundo civilizado conhece-me há 27 séculos! R - Minha querida, renda-se, por completo… Provavelmente crê que nasci ontem. Esquece-se que em termos de idade, não temos muitas diferenças. E esquece-se também que, quando nasci, em Roma, há 25 séculos, foi, precisamente para a destronar. Portanto, se a D. Monarquia é velha, eu sou antiga. Se é nova, eu estou renovada. Passei séculos em operações de rejuvenescimento, nos mais acreditados locais: peelings em cidades italianas, liftings em França, períodos de relaxamento aqui e ali. A senhora desleixou-se, considerou-se invulnerável à passagem do tempo, qual imortal divindade…

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Destaques

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M - Respeite-me, por favor, o sistema predominante no nosso país é ainda o meu! R - Mas repare, esta sua submissão ao domínio inglês desapontou, inevitavelmente, todo o Portugal. Devia ter mostrado a força nacional e lutado pelas nossas colónias, em África! M - Preferiria aguentar uma guerra, à partida, perdida, a ceder uns pedaços de terras, perdidas noutro continente? R - Prefiro o orgulho e a honra de ser portuguesa! M - Não sejamos hipócritas… Seja realista, nem seria portuguesa, caso não tivesse existido o nosso D. Afonso Henriques! R - Temos de mudar de acordo com os tempos. É obvio que um Presidente governará e satisfará em pleno todo o país, podendo ser substituído, de tempos em tempos, de acordo com a vontade da maioria. M - Até me provoca o riso! Mas que sabe este inculto povo acerca de formas de governação e de gestão de um nobre país como Portugal? R - Ora essa, se a população portuguesa ainda é, em algum caso, inculta e analfabeta tal dever-se-á às suas medidas ilógicas e (sur)reais! Há que deixar as crianças estudar, as mulheres participar, activamente, na sociedade, todos serem igualmente respeitados. M -Não se esqueça, porém, de que foi sempre a Monarquia a conquistar todo este império e a conseguir tudo o que temos, hoje em dia. Quer agora, após todo este meu trabalho e dos meus respeitados antepassados, expulsar-me do cargo e fazer esquecer todas as minhas glórias? R - Não, querida amiga, não pretendo que ninguém negue o vosso trabalho e as vossas glórias. No entanto, sei que governarei melhor e farei com que toda a nossa sociedade evolua, económica, cultural e intelectualmente. M - Protesto e jamais entenderei ou aceitarei os vossos valores e ideais! E agora, peço-lhe que se retire do meu palácio, pois sistemas como os seus não terão, nunca, lugar neste jardim à beira-mar plantado. R - Pois claro. Saio de livre vontade, porque me sinto aqui constrangida com tanta ignorância, má-formação e ideias retrógradas que predominam no seu reino. M - Então vá que jamais deveria ter aceitado o meu inútil convite. A menina precisa, ainda, de tomar muito chá para fazer prevalecer todas essas suas criações imaginárias a que chama de ideais pretendidos. R – Pois com a sua licença… E, deste modo, a República retirou-se daquele espaço, certa de que, um dia mais tarde («não muito tarde», pensava ela) seria ela a anfitriã. Vânia Roque, 11º A

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Days of Foreign Languages / días de las lenguas /jours des langues

Dias das Línguas

Destaques

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Speaking foreign languages is one of the most important tools nowadays and knowing about cultures and traditions of other countries is something that makes students' education more complete . The idea of the “Language Days” is to make it possible for the school community to have a closer look into the different aspects that have to be taken into account when you learn a language. Talking more precisely about the English language and culture, teachers and students built up an exhibition with references to the most relevant aspects of the British culture – scenes of everyday life, typical houses, important people, real objects … The younger ones were the most enthusiastic and many even baked delicious scones, muffins and other specialties that were appreciated by everybody. The older ones came together and organized a Karaoke session with the help of their teachers. It was a success and everybody had fun. Although it takes hard work to organize such an event and not all the students are willing to participate, it's always worth calling everybody's attention and celebrate a different day at school. Maria José Alvelos

Se conmemoró en nuestra escuela, el Día del Español. Ha sido un acontecimiento notable porque es la primera vez que está lengua es enseñada en este instituto. Esta conmoración se insiere en la Semana de las Lenguas. Todos los años, este evento es presentado con lo objetivo no sólo de se saber lo que se hace en cada una de las lenguas enseñadas, pero también dar a conocer los países e las gastronomías típicas, así como algunas de sus tradiciones. Pero este año se ha dado más enfoque al Español, porque era la primera vez que existe Español en la escuela. Una vez, que era el Día del Español, también cuatro cursos tuvieran la oportunidad de oír un poema español “A ti hermoso, libro” de Jesús Pascual”, leído por el profesor de Español y un alumno del 7ºB ha leído los diez derechos alienables del lector de Daniel Pennac con el intuito de sensibilizar los alumnos para la lectura y también para decir que una lengua puede muy bien ser conocida a través de algunos libros. Hube aún un almuerzo con la comida española que ha sido muy conseguido y del agrado no sólo de los alumnos, pero también de toda la comunidad escolar. Bruno Ferreira

On a fêté à l' École les Jours des Langues. Les élèves ont fait des travaux qui ont été exposés dans les lieux destinés au Français. On a encore affiché quelques cartes et des images produites au cours de la Semaine de La Francophonie ( 21-26 mars). L' entreprise « Genèves Crêpes», de Viseu, s' est déplacée chez nous et nous a soulagé avec des crêpes vraiment délicieuses qui ont fait la joie des élèves. Les objectifs qui présidaient à cette activité constante du Plan Annuel d’ Activités ont été accomplis. En effet, la Communauté Educative l' a appréciée. On a profité de l'occasion pour célébrer la joie et la vitalité du Français. On remercie toutes les personnes qui ont contribué au succès de cette activité. Maria João Almeida


Pré-Escolar

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25 DE ABRIL VIVA A LIBERDADE FIZEMOS CRAVOS COM TINTAS E AS NOSSAS MÃOS A LIBERDADE É PARA RESPIRAR! A LIBERDADE É SER FELIZ! A LIBERDADE É PAZ! A LIBERDADE É UM TESOURO… QUE TEMOS DE GUARDAR NO FUNDO DO NOSSO CORAÇÃO! NÃO PODEMOS PERDER A LIBERDADE! Jardim de Infância, Lamego nº 2, Sala 1 Jardim de Infância de Lalim

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Pré-Escolar Descobrir, Olhar e Sentir a República

Jardim de Infância de Cepões

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1º Ciclo

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Portugal Liberdade É também Vontade Vontade de votar Livremente Para que o POVO fique contente.

Vontade de ler e escrever Para que o POVO saiba Viver.

Vontade de não ir à Guerra Para que o POVO tenha Paz na Terra.

Vontade de Viver sempre Abril Com Responsabilidades mais que mil.

Vontade de bem respirar Para que o POVO possa Acreditar.

Vontade de sempre Festejar Para que o POVO, com alegria, possa Amar.

Vontade de todas as músicas ouvir Para que o POVO possa Sorrir.

Vontade de ter sempre CRAVOS no ar Para o POVO a LIBERDADE Respeitar. Várzea de Abrunhais, 4º Ano

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1º Ciclo

Dia da Liberdade Ser livre é fazer o que quiseres, mas sem ofender as outras pessoas e ser bem-educado. A partir do dia 25 de Abril de 1974, a Ditadura acabou graças ao MFA e ao povo. É por causa desse dia que todos os meninos, pobres e ricos, podem ir à escola . Já podemos votar e dizer o que pensamos do nosso país, do governo e decidir sobre o que queremos fazer. Viva a Liberdade! Viva a Democracia! Armando José, 2º ano, Cepões

Liberdade… A liberdade é Ser respeitado, Respeitar os outros, Poder ver televisão, Ir à escola, Poder brincar e falar, Poder escrever O que me apetecer! Beatriz Duarte, 2º ano, Cepões

Ana Beatriz - 1º ano- Cepões

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Discurso Directo Definições

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O QUE É UMA REPÚBLICA?

O Programa do Partido Republicano definia República como:

uma nacionalidade exercendo por si mesmo a soberania intervindo no exercício normal das suas funções e magistratura.

Uma vez que a definição dada pelo Partido Republicano nos parece inespecífica, pedimos aos alunos que nos dessem a sua.

Deve constituir um estado igualitário, justo e moderno, que possa corresponder às necessidades dos cidadãos e, consequentemente, acompanhar os tempos em que vivemos. Paulo Lamelas, 10ºD

É sinónimo de democracia, de liberdade do poder de escolha, dependendo das nossas preferências. Júlia Mota, 10ºD

Deveria ser um regime político que permitisse liberdade de expressão e uma qualidade de vida melhor. Sara Costa, 10ºD

É um regime político que possibilita que o povo tenha algum voto na matéria no que respeita à governação do país. Amadeu, 11º E

É um regime político que se traduz no poder do povo e na defesa da nação. João Carlos, 11º E

. É um regime político muito diferente do regime monárquico. Marlene Rua, 11º E

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Entrevista

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O PUBLIQUE-SE encontrou, bem perto de nós, uma senhora que nasceu antes de a República surgir no nosso país. Acreditas? Mais ainda… Teve a oportunidade de a conhecer pessoalmente, uma vez que a senhora lhe abriu a porta da casa e conversou, cheia de vontade e boa disposição.

Isaura Lima tem 101 anos, nasceu a 23 de Dezembro de 1908, mora em Britiande, é viúva há quase cinquenta anos e já passeou por França, Moçambique e África do Sul. Queres saber mais? Conhece, então, esta lição de vida. Publique-se: Qual é o segredo para uma vida assim tão longa, D. Isaura? D. Isaura: A graça do Senhor e todo o meu trabalho. P: Trabalhou muito durante toda a sua vida? D.I.: Sim, toda a vida. Criei dez filhos sozinha, todos ao meu peito, granjeei uma quinta grande, fazia tudo com os meus filhos. Trabalhei muito. P: Morou e trabalhou sempre aqui, em Britiande? D.I.: Sim, estive sempre aqui. A minha quinta era no cimo da vila e tinha uma casa, que ainda é nossa, aqui perto desta. P.: Ainda tem recordações de quando era jovem? D.I.: Comecei a trabalhar ainda não tinha dez anos, numa quinta. Foi lá que conheci o meu falecido marido. P.: Já é viúva, então, D. Isaura. D.I.: Já. Há mais de cinquenta anos! O meu filho mais novo tinha seis anos quando o pai morreu. Mas ele era muito bom marido, nunca me bateu, como eu ouvia alguns dizer que faziam. Era pedreiro. Também trabalhava muito, mas ganhava bem. P.: Eram tempos muito difíceis, não eram? D.I.: (reticente) Eram… Havia muito trabalhinho. Quem trabalhava comia. Quem não trabalhava andava a pedir esmola. Eu nunca passei fome, graças a Deus. O que granjeava dava-me comida fartinha. Cavávamos, fazíamos o serviço todo com as nossas mãos… P.: Confessaram-nos que a senhora ainda caminha bastante, ainda vai à capela rezar… D.I.: Ainda ando, fazem-me andar! Todos os dias

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vou à Senhora da Ajuda rezar o terço. Rezo por toda a gente. Trago sempre o terço no bolso. P.: Ainda se lembra de ouvir falar em reis? D.I.: O tempo dos reis… Não. Ouvia falar em reis, mas não me lembro. P. : E e m Salazar? Lembra-se de ouvir falar em Salazar e na Ditadura? D.I.: De Salazar lembro-me. “Viva o Salazar!” Eu ouvia dizer… Sei que era ele que mandava! P. : Te m saudade de ir para os campos e de trabalhar? D.I: Está tudo a monte. Mas ainda o ano passado cavei as batatas. Primeiro semeava. Semeava os feijões, punha as batatas, as cebolas, sachava tudo, fazia tudo com as minhas mãos, até podava. P.: A senhora é uma grande lutadora… D.I.: Mas agora já não faço nada. São muitos aninhos, quase cento e dois! P.: O que costuma fazer, durante o dia? D.I.: Olhe… Às vezes vou até ao fundo da rua, vou à Senhora da Ajuda, mas já não faço mais nada… P.: D. Isaura, muito obrigada por ter falado comigo. Foi um prazer conhecê-la. D.I.: Que Deus o abençoe e obrigada pela conversa. E foi, de facto, um prazer enorme conhecer esta enérgica, alegre e simpaticíssima senhora que, aparentemente, conta apenas com algumas dezenas de anos, embora, na realidade, vá a caminho dos cento e dois. O Publique-Se ficou rendido à vitalidade da D. Isaura provando, sem dúvida, que velhos são os trapos. Adriana Martins e Vânia Roque, 11º A

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Comemorações

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Dia da terra – 21 de Abril

O Dia Mundial da Terra surgiu como um movimento universitário, tendo-se convertido num importante acontecimento educativo e informativo. Este dia promove uma reflexão mais aprofundada sobre os problemas do meio ambiente: a contaminação do ar, água e solos; a destruição de ecossistemas; o desaparecimento de centenas de milhares de espécies de plantas e animais; o esgotamento de recursos não renováveis. Serve também para insistir em soluções que permitam eliminar os efeitos negativos das actividades humanas no ambiente.

Um dos ideais cívicos intimamente ligado aos republicanos foi o CULTO DA ÁRVORE A importância atribuída à árvore surge numa fase final da Monarquia por iniciativa de organizações republicanas. Nessa altura, realizaram-se as primeiras Festas da Árvore, a fim de sensibilizar a população para a protecção das florestas nacionais. Quando se implantou a República, em 1910, organizaram-se campanhas cívicas de esclarecimento sobre os benefícios da árvore. Marieta Almeida

Carta ao Rio Douro Querido Rio Douro, Estava um pouco indecisa sobre o modo como te deveria falar, mas acabei por decidir tratar-te sem formalismos, visto que, como o rio passa, as oportunidades da minha vida também. Porque há sorrisos que parecem mergulhar nas tuas profundezas e não voltam mais. Estou a escrever-te como sincera amiga que sente necessidade de te dizer algo. És muito generoso, pois sustentas e levas o pão a diversas casas e, além disso, és de uma beleza extrema. Mas também acho que por vezes tens reacções caprichosas e egoístas que podem trazer prejuízos a muita gente, como as cheias, por exemplo. Bom, em parte eu compreendo esse teu escudo protector perante quem constrói no teu colo as gigantescas barragens e pontes, quando caminham sobre ti e quando em ti depositam resíduos. O dia 4 de Março de 2001 ficou registado na memória de todos quando cobraste o teu tributo, marcando encontro de cinquenta e nove seres humanos com as Parcas. Foi vingança? Castigo? Ou apenas mais um desastre provocado pelo e para o Homem? Acorrentaste pessoas inocentes ao teu fundo por passarem na hora errada no sítio errado. É injusto! Não foram eles que te fizeram mal. As tuas vinhas atraem muitos turistas, que ficam tão encantados contigo que te querem conhecer mais de perto, portanto é perfeitamente natural sentires-te invadido. Transportas memórias antigas de gente que já nem sequer existe, mas cujo trabalho permanece visível até hoje. És como um álbum de memórias perdidas ao longo do túnel da vida que termina de súbito. Com o teu instinto de vingança tens vindo a ficar cada vez mais seco. A vida é curta, por isso não te deixes consumir inadvertidamente por quem não sabe o que é a sustentabilidade, por quem não sabe aproveitar um pouco de ti todos os dias ao longo de uma vida em vez de enriquecer contigo de uma vez só. Nunca lhes devem ter contado a história da galinha dos ovos de ouro. Antes de me despedir gostaria de te pedir que cuidasses dos meus netos, que eles possam desfrutar de ti plenamente. Um sopro de brisa da tua amiga. . Ana Costa, 12.º B

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Comemorações

25 de Abril de 1974 A Revolução de 25 de Abril de 1974, mais conhecida pela revolução dos cravos, foi uma das mais importantes revoluções ocorridas no nosso país. Foi um golpe de estado militar que derrubou, sem grande resistência e derrame de sangue, o regime político que vigorava em Portugal. No dia 24 de Abril, pelas 22h e 55m, foi transmitida a música “E depois do Adeus”, de Paulo de Carvalho, que desencadeou a tomada de posições da primeira fase do golpe de estado. Já no dia 25, pelas 00h 20m, foi transmitida a música “Grândola, Vila Morena”, de Zeca Afonso que confirmava o golpe e marcava o início das operações. Sabes qual a razão para que seja conhecida como a Revolução dos Cravos? Eu explico-te. Durante a revolução, uma florista ofereceu um cravo a um soldado que o colocou no cano da sua arma. Deste modo, este simples e bonito gesto foi imitado por todos os restantes soldados. Daí o nome: a Revolução dos Cravos. Adriana Martins, 11ºA

Jardim de Infância de Lalim

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Comemorações

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Dia do Trabalhador - 1º de Maio

Os valores da democracia conquistados em 1910 e recuperados em 1974 impõem a todos os portugueses a participação na construção de uma sociedade mais livre, mais justa, mais solidária e mais fraterna. O Movimento Sindical, como sistema de organização laboral, institui-se como estrutura de solidariedade e de luta por melhores condições de vida e de trabalho.

Em Portugal, a evolução do sindicalismo correspondeu, de um modo geral, àquilo que se passou no resto do mundo, tendo em conta uma industrialização mais tardia. Em 1822, com a constituição liberal e as reformas legislativas de Mouzinho da Silveira, foram extintas as corporações de ofícios e o Código Penal de 1852 sancionou penalmente as coligações e as greves. Em 1853, foi criada a Associação dos Tipógrafos de Lisboa, possuidora de um cunho já sindicalista. Com a difusão das ideias socialistas intensificou-se o movimento associativo e, em 1870, assistiu-se à proliferação e intervenção progressiva das associações operárias nas relações de trabalho. Em 1890, o 1º de Maio tornou-se uma jornada de luta internacional. Em 1891 foi publicado um decreto que veio consagrar e regulamentar a liberdade sindical, seguindo-se a criação das primeiras federações e uniões de sindicatos e celebração dos primeiros contratos colectivos de trabalho. Com a proclamação da República e a aprovação da Constituição de 1911, foram consagrados alguns direitos sociais tais como: o direito de associação, o direito à greve e o estabelecimento do horário de trabalho semanal de 48 horas com descanso obrigatório ao domingo. A nível sindical foi criada a Confederação Geral do Trabalho de cariz revolucionário que aderiu à corrente anarco-sindicalista, em 1925, no IV Congresso Nacional Operário, reunido em Santarém.

Com a revolta militar de 28 de Maio de 1926 e a instauração da ditadura, os sindicatos existentes foram dissolvidos e estabelecido o sindicalismo corporativo com a Constituição de 1933. Tal facto desencadeou uma forte contestação, com os trabalhadores a manifestar o seu poder com uma greve nacional, mas que também levou ao aumento da repressão por parte do regime. Com o 25 de Abril de 1974, foram restabelecidos os direitos, liberdades e garantias dos trabalhadores e dos sindicatos. O 1º de Maio de 1974 surge como a festa da democracia e da liberdade, tendo reunido 1 milhão de portugueses na maior manifestação de sempre em Portugal. A luta pela liberdade sindical marca o ano de 1975 e torna-se bandeira dos partidos democráticos. A Constituição de 1976 veio consagrar nos seus artigos 56º e 57º a liberdade sindical e no artigo 58.º o direito à greve e a proibição do lock-out. O movimento sindical em Portugal passou a contar com duas grandes organizações: a Confederação Geral dos Trabalhadores/Intersindical (CGTP/IN) e a União Geral dos Trabalhadores (UGT) que passaram a enquadrar a acção sindical, até hoje. Esmeralda Costa

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Comemorações

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Comemorou-se no 1º domingo do mês de Maio, o dia da Mãe. A todas as mães do nosso Agrupamento dedicamos esta pequena homenagem.

Mãe A minha mãe é bonita. A cara é linda e fofinha, quando lhe faço festinhas, ela ri. Os olhos são como os meus, Mas mais bonitos ficam, quando as pestanas pinta; O cabelo é bonito, curto, comprido, solto ou até apanhado num carrapito. Gosta de malas, brincos, pulseiras, telemóvel. Veste calças e também blusa, Mas fica com as pernas mais bonitas quando as saias usa. As minhas bochechas lambuza, Quando aos domingos, me dá beijinhos, Porque vai à missa com os lábios pintadinhos.

Também me dá beijos, Quando vou para a escola, Quando chega a casa do trabalho, Quando vou dormir, À noite, quando vou para A cama e me veste o pijama. A mãe faz festinhas Na cara, na barriga, nas mãos, no pescoço, no cabelo, nas bochechas. Quando banho vou tomar Até os pés e o meu rabinho quer beijar. Quando caio e choro, com um beijinho, o dói-dói faz sarar. Quando estou doente, de mim sabe tratar. Jardim de Infância de Mós – Ferreirim

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Pensamentos Palavras Actos e Emoções

Conselho Geral do Agrupamento de Escolas da Sé O Conselho Geral do Agrupamento de Escolas da Sé iniciou funções em Abril de 2010. Numa síntese das intervenções ocorridas durante a sessão formal convocada para o efeito, podemos considerar que todos os seus membros propugnam as preocupações que hoje formatam quer o discurso público, quer o discurso privado acerca das questões que a educação suscita. Competirá então a este órgão enfatizar a importância do cumprimento dos objectivos da instituição,

fazer com que a sua visão ou conceito de futuro seja partilhada por todos, construindo deste modo uma autêntica comunidade de trabalho, uma comunidade educativa. Neste sentido, considera-se indispensável que todos estejam disponíveis e empenhados para cooperar na construção de um clima de comunidade. Em primeiro lugar, contribuir para que a escola cumpra a sua missão em tempos de perturbação. Embora respeitando as múltiplas ideias e concepções de escola e de educação que pululam por aí e que invadiram a sociedade, não devemos desviar-nos daquilo que consideramos essencial: a escola deve retomar a sua função de ensinar, educar e avaliar os alunos.

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Em segundo lugar, a escola deve construir o clima social intrínseco que reafirme aos professores a sua autoridade democrática, não permitindo que o laxismo, a condescendência e a facilidade tenham preponderância face à disciplina e à autoridade. Em terceiro lugar, ajudar os alunos a criar hábitos de estudo e trabalho. Sem exigência, sem trabalho, sem responsabilidade, a escola falhará na sua missão de formar cidadãos socialmente comprometidos. Cidadãos comprometidos com o bem-estar das pessoas, com o bom funcionamento das instituições e com o futuro do seu país. Na actualidade, a velocidade das mudanças sociais não permite uma adaptabilidade serena, estruturada e eficaz, às mudanças sociais contínuas e, por vezes, incompreensíveis. Ora, a escola como organização social deve acompanhar estas transformações e não pode permanecer quase estática e imutável. A escola não é mais um lugar onde se faz apenas a instrução dos alunos, mas uma organização social à qual se exige a criação de um projecto portador de futuro, que responda aos desafios e interpelações de uma sociedade em movimento, numa perspectiva de Lifelong Learning. Em quarto lugar, favorecer a participação consciente dos pais na vida escolar dos seus filhos. Consciente da perda da competência socializadora que afecta a família, manifestando dificuldades na transmissão de uma cultura de valores adequados aos tempos hodiernos, a escola deve encontrar modelos pró-activos de participação dos pais. Finalmente, apoiar o director da escola, ajudando-o a resolver problemas concretos, a definir e operacionalizar estratégias que impulsionem o projecto do Agrupamento, para que todos os seus stakeholders partilhem a mesma visão. Uma liderança deve ser capaz de combinar uma visão apelativa do futuro próximo, reconhecer os constrangimentos do presente, comunicar regras claras, definir padrões de excelência e favorecer o bem colectivo, em vez do bem individual. Em conclusão, são estes os propósitos que irão nortear a acção do Conselho Geral. Dalila Carvalho, Presidente

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Galeria

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Presidencial


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Curiosidades republicanas e não só...

Cartão de Identidade do último Rei de Portugal Nome: Manuel Maria Filipe Carlos Amélio Luís Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis Eugénio de Bragança Orleães Sabóia e Saxe-Coburgo-Gotha Cognome: O Patriota, sendo também conhecido como O Desventurado e O Bibliófilo Nascimento: 15 de Novembro de 1889 Subida ao trono: 6 de Maio de 1908, aos 18 anos Duração do reinado: 29 meses Características psicológicas: Tímido, inexperiente e sem gosto nem vocação para a política Estado civil: Foi casado com uma prima, princesa D. Augusta Vitória, pertencente à família real alemã, da qual não teve descendência. Curiosidades: Mesmo após a implantação da República, revelou-se um autêntico patriota e apoiou Portugal Passatempos: Após o exílio dedicou-se à investigação bibliográfica Morte: 2 de Julho de 1932, em Inglaterra, devido a um edema da glote.

Cartão de Identidade do primeiro Presidente da República Nome: Manuel José de Arriaga Brum da Silveira e Peyrelongue Nascimento: 8 de Julho de 1840 Mandato: 24 de Agosto de 1911 a 26 de Maio de 1915 (foi obrigado a demitir-se) Características psicológicas: Extrovertido, estratega e com vocação para a política. Estado civil: Casou com D. Lucrécia de Brito Berredo Furtado de Melo, neta do comandante da polícia do Porto e partidário das forças liberais à data da revolução de 1820, de quem teve seis filhos, dois rapazes e quatro raparigas. Passatempos: Escrevia poesia e contos de tendência romântica Curiosidades: O facto de ter aderido às ideias republicanas levou a que o pai cortasse relações com ele, proibindo-o de regressar a casa Morte: Faleceu em 5 de Março de 1917, com 77 anos de idade. Daniela Pinto, 11ºA

Mais antigo do que a República Portuguesa Manuel de Oliveira é o mais antigo realizador de cinema português e a sua vida dava um filme, quer em qualidade, quer em extensão. É aos 101 anos um dos mais activos, célebres e surpreendentes homens portugueses. Centenário, dotado de uma resistência e saúde física e mental inigualáveis, é o mais velho realizador do mundo em actividade e, ainda, tem inúmeros planos futuros. Já pensaram que, quando a 5 de Outubro de 1910, quarta-feira, foi implantada a República, Manuel de Oliveira tinha um ano, dez meses e 23 dias. Será que ainda se lembra dos tempos da Monarquia?

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Curiosidades republicanas e não só...

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A utilização de siglas, seja na expressão oral ou na expressão escrita, é uma constante, no nosso dia-a-dia. A sigla GNR, por exemplo, toma duas acepções diferentes: Guarda Nacional Republicana e Grupo Novo Rock. A Guarda Nacional Republicana é a descendente directa da Guarda Real da Polícia (GRP), criada em 1801, pelo Príncipe Regente D. João. No final de Maio de 1834, como resultado da Guerra Civil, o Rei D. Pedro IV extinguiu a GRP e criou a Guarda Municipal de Lisboa e a Guarda Municipal do Porto. Em 1868, ambas as Guardas foram colocadas sob um Comando-Geral unificado, instalado no Quartel do Carmo, no Largo do Carmo, em Lisboa, que ainda hoje é o QuartelGeneral da GNR. Depois do golpe de estado de 5 de Outubro de 1910, que substituiu a Monarquia Constitucional pelo regime republicano, o nome da Guarda Municipal de Lisboa e Porto foi alterado para Guarda Republicana de Lisboa e Porto. De notar que a Guarda Municipal foi a última força monárquica a render-se aos republicanos, sendo, por isso, curioso o facto de se ter transformado talvez na única instituição pública portuguesa com o título de "Republicana". Finalmente, por decreto de 3 de Maio de 1911, foi criada a Guarda Nacional Republicana. O Grupo Novo Rock surgiu no início da década de 80 e foi um dos grupos que melhor corporizou o chamado rock português. A banda conheceu várias formações, ao longo dos tempos e constitui um dos grandes símbolos da cidade do Porto e de Portugal. Sabem que mais?!... A homonímia da sigla foi celebrada , no dia 18 de Abril de 2008, no Pavilhão Atlântico. A banda sinfónica da GNR tocou em conjunto com os GNR. Fernando Francisco, 11º B

A cor verde significa a esperança. A cor vermelha significa a pelos portugueses em

coragem e o sangue derramado defesa da Pátria.

Ao centro tem a esfera armilar. O escudo contém, ao centro, as cinco quinas que representam os cinco reis mouros, vencidos por D. Afonso Henriques na batalha de Ourique. Em cada quina, há cinco pontos brancos que representam as cinco chagas de Cristo. À volta do escudo há sete castelos que simbolizam os castelos (cidades fortificadas) conquistados aos mouros. A esfera armilar lembra os descobrimentos dos portugueses. Escola de Lamego nº2, 4º ano A

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Curiosidades republicanas e não só...

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Ecos da República na imprensa “O Século vinha resvalando claramente para o campo republicano, embora muito longe do tom panfletário de A Luta ou A Vanguarda, com os seus insultos diários à família e à instituição real. Mas O Século acompanhava crescentemente o ar do tempo, e o ar do tempo estava com os republicanos…”. Miguel Sousa Tavares, Equador

“Na noite de 3 para 4 de Outubro, o estado-maior da revolta republicana reúne-se nos Banhos de S. Paulo. Para aí convergem, designadamente, José Relvas, Eusébio Leão, Inocêncio Camacho, Afonso Costa, José Barbosa, António José de Almeida, João Chagas, Ricardo Durão, Celestino Stefanina, Malva do Vale, Marinha de Campos, Soares Guedes e Alfredo Leal.”. O Século (terça-feira, 3 de Outubro de 1910)

"Hoje, 5 de Outubro de 1910, às 11 horas da manhã, foi proclamada a República em Portugal na Sala Nobre do Município de Lisboa, depois de ter terminado o movimento da revolução nacional. Constituiu-se imediatamente o Governo Provisório sob a Presidência do Dr. Teófilo Braga”. Diário do Governo (quinta-feira, 5 de Outubro de 1910)

«Lisboa amanheceu hoje ao som do troar da artilharia. Proclamada por importantes forças do exército, por toda a armada e auxiliada pelo concurso popular, a República tem hoje o seu primeiro dia de História. A marcha dos acontecimentos, até à hora em que escrevemos, permite alimentar toda a esperança de um definido triunfo [...] não se faz ideia do entusiasmo que corre na cidade. O povo está verdadeiramente louco de satisfação. Pode dizer-se que toda a população de Lisboa está na rua vitoriando a república." O Mundo (sexta-feira, 6 de Outubro de 1910) Adriana Martins, 11ºA

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Escola Inovadora

As novas tecnologias têm-se imposto e transformado a maneira de ver e apreender o mundo, pelo que os conhecimentos científicos, técnicos e sociais, hoje válidos, rapidamente se tornam obsoletos. O paradigma da mudança nunca se afirmou tão peremptoriamente como hoje, condicionando modos de pensar e de agir, e a Escola do século XXI tem de ser capaz de responder às exigências da sociedade moderna, não ficando alheia a todas estas transformações e preparando para o futuro. Ora, o nosso Agrupamento tem respondido aos desafios e mudanças com que se tem confrontado, percorrendo o seu caminho na formação de alunos responsáveis, participantes, autónomos e pró-activos. Tudo começou quando a Escola EB1 de Várzea de Abrunhais, do Agrupamento Vertical de Escolas da Sé – Lamego passou a integrar a rede mundial do programa Escolas Inovadoras, da Microsoft. Após a participação no Fórum de Inovação Escolar (Innovative Education Forum),

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no Brasil, em Salvador da Bahia, Carlos Dinis, Director do Agrupamento e Maria do Carmo Leitão, professora inovadora da Escola EB1 de Várzea de Abrunhais, regressaram com a responsabilidade acrescida de liderarem, na qualidade de escola pioneira, junto de outras escolas, no país, todo o processo de transformação das práticas de construção do saber na comunidade escolar com base no uso das novas tecnologias de informação e comunicação. O projecto que, inicialmente, envolvia apenas os alunos do 1.º ciclo da EB1 de Várzea de Abrunhais e a professora Carmo Leitão, tornou-se, este ano lectivo, mais abrangente. Tendo como tema geral a Ecologia e com uma equipa mais alargada, constituída pelos professores Ana Cristina Zagalo (educação pré-escolar), Helena Gama (1.º ciclo), Graciete Valente (2.º ciclo), Cristina Parente (3.º ciclo), Amélia Bernardo (Professora Bibliotecária) e Francisco Soeiro (Coordenador pedagógico do PTE), o trabalho consiste em construir uma cidade em moldes tridimensionais, passá-la para um filme didáctico que integre várias áreas do conhecimento, para posteriormente, ser divulgado em Malta, na Holanda, na Austrália e na Irlanda, países parceiros neste projecto. Cristina Parente

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Boas Práticas

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Nesta edição, divulgamos outra boa prática levada a cabo na escola: o portefólio. Pelas suas possibilidades no que diz respeito à consolidação de conteúdos, à concretização de objectivos processuais, à auto-reflexão, logo, ao autoconhecimento, cremos que se trata de uma prática que valerá a pena experimentar. Na verdade, a vantagem do portefólio construído com seriedade é a aprendizagem com sentido. E, já agora, sugerimos que o próprio PUBLIQUE-SE seja olhado como uma fonte de material para o portefólio. Recordamos, ainda, o facto de o portefólio, com as necessárias adaptações, poder ser feito fora do contexto escolar - nas férias, numa profissão, em família – e em suporte electrónico, beneficiando de todas as virtualidades deste formato.

O portefólio: Arriscar, trabalhar, aprender - Porte…quê, S'tôra? É sempre a primeira reacção dos alunos quando lhes é lançado o desafio. E um ar entre o espantado e o desconfiado acompanha a pergunta. Portefólio. Uma palavra nova, que pode escrever-se de dois modos diferentes (portefólio ou portfólio), com ar estranho, assim a soar a estrangeiro e a tarefa difícil de realizar. Tem origem anglo-saxónica, esta palavra, e designa, no mundo escolar, um conjunto de documentos, ligados a um tema de fundo, a uma disciplina. É organizado pelo aluno, que reflecte sobre o que aprende, pesquisa e completa o que lhe foi ensinado em aula, corrige os seus trabalhos individuais, dá conta das leituras que fez e de assuntos que o inquietam. O portefólio é, assim, um instrumento importante de aprendizagem. Aprende-se a organizar conhecimentos, a relacionar assuntos aprendidos com acontecimentos, factos, leituras e visões do mundo contemporâneas. Aprende-se a corrigir erros, a pesquisar, a realizar trabalhos partindo de fontes de informação diversificadas. Percebem-se melhor os fios condutores da literatura: por exemplo, ouvem-se os ecos de grandes poemas em canções do nosso tempo, percebe-se a influência que alguns autores têm na escrita de outros, começam a compreender-se jogos de palavras em títulos de filmes, de livros ou mesmo de notícias. Cresce-se em autonomia, revela-se a criatividade e aprende-se a reflectir. Quem avalia o trabalho também aprende muito. A conhecer melhor os alunos, a compreender dificuldades de aprendizagem e, por vezes, insuficiências no modo de ensinar, a reconhecer aspectos de personalidade que, frequentemente, escapam na relação confinada à sala de aula.

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É por tudo isto que, apesar do trabalho acrescido que comporta, o portefólio é importante. Porque permite ver como se pode melhorar, sempre. E isso reflecte-se, de forma muito positiva, na avaliação final da disciplina. Cristina Teixeira

Os testemunhos dos autores de portefólios O que há a dizer sobre um Portefólio?!...1 Um portefólio é mais do que páginas soltas e perdidas no meio do chão, mais do que um manual escolar, mais do que um caderno diário, mais do que um bloco de apontamentos. É algo pessoal e original. É qualquer coisa que, trabalhada, organizada e feita com gosto, gera um belo contador da nossa história ao longo de um ano lectivo numa determinada disciplina. É evidente que esta colectânea de documentos representa tudo o que aprendi nas aulas. Contudo, não é, nem deve ser, uma simples compilação de documentos onde coloco tudo o que aparece acerca de determinado assunto. Devo incluir os meus testes, fichas de leitura, textos escritos por mim e pesquisas /artigos que ache interessantes lá colocar e que, de algum modo, me tocaram. Pela minha experiência pessoal, um portefólio é muito importante e útil, na medida em que me ajuda a ser organizada e a estudar /investigar coisas transcendentes à disciplina, despertando em mim o interesse por outros assuntos. Além disso, para além de facilitar a minha participação activa e consciente no próprio processo de avaliação, também me ajuda a ganhar responsabilidade no trabalho. Angélica Galvão, 12º A


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Boas Práticas

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Portfólio …. Portfólio…. Que é isto? O que é? Como se faz? Que ideia! Atónito, confuso, intranquilo …. Olhei para o lado e vi estampadas nas faces de alguns dos meus colegas as mesmas expressões de perturbação. Reconheço que, por milésimos de segundos, me senti acompanhado no meu desassossego. Outros percorriam a sua mente procurando as respostas para as mesmas questões. Elaborar um Portfólio. Que ideia! Ouvi a Professora explicar …. explicar …. Perceber, percebi. Admito até, que reconheci as vantagens para a minha aprendizagem e organização no dominar da técnica de elaboração de um Portfólio e a importância da sua utilização no meu trajecto futuro. Mas …. seria capaz de o fazer? É claro que se precipitava de imediato a resposta: Não sei! Sentado em frente ao computador percorria palavra por palavra o que ouvira na aula. Inúmeras vezes iniciei e apaguei. A incerteza dominava o meu bater no teclado …. Por fim, projectei-me no ecrã e chamei-me Portfólio. Ali ficou quem sou e aquilo de que gosto. Transcrevi as minhas notas soltas e que traduzem o meu sentir. Esquematizei o que fiz nas aulas e como avalio o meu trabalho. Juntei os testes e as anotações mais relevantes. Quis que soubessem o que leio e porque o leio. Registei as vezes e os sítios em que navego na internet procurando matérias específicas e o que me deslumbra na surpresa de que cada palavra é transversal a um mundo de outros temas que me enriquecem e formam. E, qual história pessoal, personalizei ainda mais, enquadrando cada folha em papel de pergaminho. No final …. Ali estava eu! Responsável. Tudo organizado e esquematizado. O meu Portfólio sou eu, o que faço e aquilo de que gosto. Sereno, conhecedor, seguro, imperturbável. Que ideia brilhante e tão importante! Tiago Moutela,12ºA

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Leituras e Escritas

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No dia 21 de Maio, os alunos dos Clubes de Leitura e de Astronomia apresentaram à comunidade escolar os textos que produziram para participarem no Concurso de Astronomia, divulgado na 1.ª edição do PUBLIQUE-SE. Ainda sem sabermos os resultados do concurso, que teve de adiar a publicitação dos prémios devido à imensa adesão que teve, publicamos os textos, porque alguns dos seus autores são do 12.º ano e para o ano já não estarão na escola. E publicamo-los sem identificar nominalmente os autores, por necessidade de manter o anonimato até à divulgação do resultado do concurso. Quem gostar de escrever poderá adaptar estas estruturas textuais a um outro tema e assim exercitar o seu gosto, certamente com um resultado diferente do que se obtém quando não se tem nenhuma ideia de como escrever. É um bom exercício para aqueles dias de férias em que não sabemos bem o que havemos de fazer.

Receita para fazer a Via Láctea Ingredientes: 200 biliões de estrelas 1 Sol 1 núcleo 1 bulbo central 1 disco 1 halo Braços espirais q.b. Ventos cósmicos q.b Para decorar: chantilly Clouds Preparação: Eleve a 15.000.000° C, cerca de 200 biliões de estrelas e um sistema solar. Atente na sua constituição, verifique se contém corpos celestes, Sol e planetas, para que a massa fique mais consistente e o resultado final provoque o efeito desejado. Adicione o núcleo, bulbo central, disco, os braços espirais, o componente esférico e o halo. Se preferir, acrescente uma pitada de ventos cósmicos. Para que a sua via

À Lua Se está farto de cortes de energia, não perca esta edição limitada da Lua. Mensalidade grátis nos dois primeiros meses de adesão. Esta preciosidade é de fácil arrumação, porque o seu tamanho adapta-se, a maior parte das vezes,

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láctea obtenha boa apresentação, deverá cozer em rotação galáctica num forno do grupo local. Para decorar, utilize chantilly da marca Clouds e chuvas de estrelas. Fica pronto a encantar os animais terrestres durante uns milhões de anos e o firmamento durante uma quantidade literalmente astronómica de tempo.

Ao Sistema Solar Compre hoje o seu pedaço do sistema solar, um pedaço de vazio, matéria, gases com inúmeras utilizações. Pense no conforto e nas possibilidades de todos estes corpos celestes, numa gama de cores à sua escolha: azuis, vermelhos, laranja. Qualquer coisa para o seu bemestar: planetas gasosos, rochosos, luas de diferentes tamanhos e feitios. E tudo à distância de um clique, num comercial astrónomo perto de si. Compre hoje e receba de

às suas necessidades: Quarto Crescente, Quarto Minguante ou, para casos extremos, Lua Nova. Espante o tédio explorando o seu solo decorado com crateras e até pegadas humanas. Esqueça de vez a sua velha lanterna a petróleo e adquira já uma lua. Os três primeiros a ligar

bónus um cometa, sem quaisquer custos adicionais, entregue mesmo à porta de sua casa. Atenção: Tenha cuidado ao sair de casa, pode cair numa enorme cratera recém-adquirida por algum vizinho. Ao Sol Tome simplesmente a estrela mais importante do nosso sistema. Aprecie o seu volume 1 300 000 vezes maiores que a terra. Deslumbre-se com o seu insubstituível poder de ser a fonte de vida e o único responsável pelo clima. Maravilhe-se com a sua coroa própria e ainda por cima em expansão. Fascine-se com a sua provecta rodagem de 4,8 biliões de anos e deixe-se seduzir pela garantia de mais três. Considere esta oportunidade pela manhã, e apenas precisará de esperar um pouco mais de 8 minutos para o ver entrar pela janela do seu quarto.

recebem como oferta uma estrela cadente.

O Sol outra vez, mas agora por carta… Algures no planeta Terra, 4,6 mil milhões de anos depois da sua formação


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Leituras e Escritas

Excelentíssimo Senhor Astrorei, Bem sei que gostais de ser o centro das atenções, o que não estranha, uma vez que estais h a b i t u a d o a q u e p l a n e ta s , asteróides, cometas e até poeira andem constantemente à vossa volta. Devido ao supremíssimo estatuto que possuís, sei que devo dirigir-me com o máximo de respeito. E também admiração, pois que sois a fonte da vida. Mesmo assim, apetece-me dizervos algumas coisas: três reparos e uma pergunta. Achais-vos muito imponente devido à vossa majestosa coroa. No entanto, nem sempre fostes assim. Por isso, é bom que não esqueçais

Crise na Astronomia Na noite a seguir a uma manhã repleta de discussões por apenas Lua Cheia querer ter mais filhos... - Cheguei! - anuncia o pai. -Boa noite, Quarto Minguante, - diz a mãe com um ar um pouco aborrecido, - pensaste na proposta que te fiz de manhã? - Não foi uma proposta, foi uma exigência! Mas sim, pensei... Falarei contigo depois do jantar. Servem o jantar e mandam primeiro, Lua Nova e depois, Quarto Crescente para a cama. Ficam sozinhos: - Eles já foram dormir! anuncia Lua Cheia. - Então vou directo ao assunto... Não demorei muito a pensar na tua proposta. Eu decido que não, porque hoje aconteceu uma coisa que vai mudar tudo nas nossas vidas. - O quê, homem? pergunta a esposa curiosa. - Fui despedido!

as vossas origens, o vosso berço, a confusa nuvem molecular. Lembraivos que a idade não perdoa e um dia, quando menos esperardes, todo o hidrogénio do vosso núcleo se terá esgotado. Ah, mas também sois dado a luxos! Costumais frequentar o casino e gostais de apostar com a lua em como conseguis dar a volta à Terra em menos tempo que ela. A sorte está sempre do vosso lado. Porém, quando menos esperais, ela vinga-se, eclipsando-vos. Há quem diga que sois namorados, mas poucas vezes vos encontrais! Vós visitais a terra de dia, ela de noite. Tende cuidado, já lhe perguntastes onde é que passa a semana de Lua Nova? Quando ninguém a vê… Outra coisa ainda: diz-se que

- O quê? Perdeste o teu emprego na Via Láctea? - Perdi. - responde o marido, de cabeça baixa. - É por isso que não podemos ter mais filhos! - conclui a mãe o raciocínio do pai. - Iremos pagar as dívidas com o dinheiro do leilão de alguns dos nossos bens, - diz o Quarto Minguante esperançoso - mas primeiro temos que contar aos nossos filhos! - Sim, tens razão! Mas agora vamos dormir que já é tarde! responde Lua Cheia. Na manhã seguinte, estando a família á mesa: - Há uma novidade para vos contar! - diz a mãe. - Então diz, mãe! - responde Quarto Crescente. - O que foi? - pergunta Lua Nova. -Bem, a vossa mãe começou, mas sou eu que tenho que vos contar... O pai perdeu o emprego na

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o sol quando nasce é para todos, mas vós, todos os dias contrariais o sentido desta frase, pois só iluminais uma parte da Terra de cada vez. Agora dizei-me: por que tendes tanta pressa, no Inverno, em vos esconderdes mais cedo? Pareceis a Cinderela que vai embora antes de o baile acabar. Mas vós nem um sapatinho deixais, tal é a urgência. Deste modo, termino a minha missiva com a esperança que arranjeis um espaço na vossa preenchidíssima agenda, ou que disponibilizeis um dos vossos planetas, para me responder. Com as mais elevadas saudações (soldações, deveria dizer…) fábrica da Via Láctea e, por isso, vão ter de deixar o colégio PULSAR! - Compreendemos, pai! dizem os filhos em coro. Passado algum tempo houve o leilão e veio todo tipo de gente: - Representante do Rei Sol, Sr. Mercúrio, - Sra. Vénus, - Representante da Sra. Terra, - O Jovem Galã Marte, - Sr. Júpiter, - Sr. Úrano, - Representantes de cada uma das massas de Plutão. Levaram a leilão uma Estrela Binária, três Proto-Estrelas e uma Constelação. Não sei quanto arrecadaram no leilão o que vos p o s s o d i ze r a p e n a s é q u e arrecadaram o suficiente para pagar as dívidas e manter os filhos no colégio PULSAR.

Alunos dos clubes de Leitura e de Astronomia

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Leituras Escritas e Pinturas

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O cadavre exquis, na adaptação p á l i d a p a ra p o r t u g u ê s « ca d áve r esquisito», é um jogo colectivo de escrita ou de desenho, criado pelos surrealistas. Os participantes seguem uma instrução prévia que pode ser estrutural ou temática: escrever uma pergunta, continuar uma frase a partir de uma palavra (ou expressão) dada; desenhar a partir de pequenos traços ou ilustrar um tema. Mas cada um não sabe o que os outros escreveram ou desenharam. O resultado é interessante pelos efeitos de surpresa: por um lado, rimo-nos dos fragmentos absurdos; por outro lado, admiramo-nos das sequências com sentido, pois sabemos que foram construídas sem conhecimento do que o jogador anterior tinha feito. O nome do jogo é o início da frase produzida da primeira vez em que foi experimentado. Apenas com a indicação de escrever cada um uma parte da frase, segundo a ordem Sujeito+Verbo+Complemento Directo, Marcel Duchamp, Yves Tanguy e Jacques Prévert escreveram «Le cadavre exquis boira le vin nouveau». As possibilidades lúdicas desta técnica de composição colectiva têm inspirado artistas e museus. Cruzeiro Seixas pintou cadáveres esquisitos, Mário Cesariny publicou uma antologia com esse título, o Panteão Nacional exibiu uma exposição com este nome. Talvez pelas possibilidades de divertimento em grupo, o cadavre exquis continua vivo. É um bom exercício para praticar nas férias com amigos e/ou familiares e assim matar o tédio das longas tardes de Verão. Os desenhos que aqui publicamos, subordinados ao tema da figura humana, foram realizados na disciplina de Educação Visual pelas turmas B e D do 9.º ano e orientados pela professora Patrícia Pinto.

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Palavras do Director

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que, por serem cada vez menos, vão sendo chamados a Constituição da República consagra a pagar cada vez mais. Neste ponto, já não serão gratuitidade da educação como um direito suficientes algumas medidas de cosmética que visem tão fundamental, em nome da igualdade e somente mascarar a falta de qualidade da educação com também da igualdade de oportunidades para todos os índices de crescente quantidade de sucesso. jovens. Ao Estado incumbe, por isso, o dever de suportar conceito de educação ao longo da vida com o dinheiro das contribuições e dos impostos de desenvolvido por Jacques Delors, é, todos os cidadãos, os custos do funcionamento do dentro do seu visionarismo e da sua sistema educativo tal como o define a sua Lei de Base. infinita bondade, antes de mais, um luxo de democracias Apesar do esforço financeiro inerente ao funcionamento avançadas e economicamente poderosas, como o são a do sistema, os sucessivos governos do pós-25 de Abril, de França, a Alemanha e os países bases ideológicas distintas, escandinavos, e não pode ser nunca ousaram pôr em confundido com a afectação causa a prioridade da A gratuitidade da educação – um permanente de meios públicos educação como opção para o Estado assegurar bem a preservar por todos, mas, política e programática da direitos já anteriormente sua acção, por nela sobretudo, pelos alunos e pelas assegurados aos mesmos que reconhecerem uma não cumpriram com os seus famílias importância fulcral para o deveres. desenvolvimento social e tempo, pois, de os económico do país. E, apesar nossos alunos e de da cíclica escassez de meios as suas famílias financeiros que o país vive, a gratuitidade do sistema tomarem consciência de que o bem sem preço que é a educativo tem conseguido subsistir ao longo destas educação gratuita para todos, só pode ser preservado se quase quatro décadas de democracia, tendo sido mesmo fizerem a sua parte, ou seja, se se empenharem capaz de se dotar cada vez mais de recursos materiais e fortemente na prossecução dos objectivos que lhes são financeiros promotores da inclusão de todos e de inerentes e derem cumprimento ao percurso da mecanismos (alguns, no mínimo, muito criativos ou de escolaridade obrigatória, agora alargado para 12 anos valia discutível, apesar de bem intencionados) de com sucesso feito, sobretudo, de qualidade. Ou a incentivo para o sucesso dos alunos, dos mais jovens aos educação passa a ser vista não como um investimento adultos. Exemplos bem próximos de nós, como é o caso mas como um despesa com todas as consequências que de Espanha, mostram que o desenvolvimento lhe são associadas. O país exige que os seus alunos e as socioeconómico foi precedido de um investimento na famílias se mobilizem para uma mudança consistente de educação, que revolucionou mentalidades e atitude, agora ou… já! comportamentos de uma sociedade subdesenvolvida. om a crise financeira que se instalou no país, que é, antes de tudo, o resultado do Carlos Dinis M. Almeida agravamento das condições económicas do sector produtivo, e que vai demorar muitos anos até ser resolvida, pode haver a tentação de tornar a gratuitidade da educação num bem a prazo. Sobretudo se muitos dos seus primeiros beneficiários continuarem a dar razão ao crescente número de vozes críticas da medida, que são os contribuintes líquidos do sistema e

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Espaço Cívico

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«ISTO NÃO É UMA REPÚBLICA!!!» No Jardim de Infância temos regras, direitos, deveres e tarefas a cumprir.

Falar um de cada vez

OBRIGATÓRIO

Pintar desenhos e pintar bem

Deitar os papeis no lixo

Regar as Plantas

Pedir desculpa e dar beijinhos Portar bem e com juízo para não termos bolinha

PROIBIDO

Deitar a língua de fora

Meter o dedo no nariz

Jardim de Infância de Mós

Rasgar os trabalhos

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Lição Estudada/ Lição Sabida

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As perguntas que se seguem referem-se ao conteúdo da anterior edição do PUBLIQUE-SE. Verifica se a lição estudada ficou bem sabida. Faz-nos chegar as tuas respostas para aves.jornal@gmail.com e, se estiverem correctas, terás uma surpresa!

? Qual foi o primeiro nome do Diário da República? Qual foi a lista vencedora do Parlamento dos Jovens? Quantos hipotéticos Presidentes da República deram a sua opinião? Quantas dinastias teve Portugal? Uma palavra do hino que signifique ilustres. Onde pode estar colocada a bandeira nacional? Que provérbios foram, na realidade, republicados?

Qual o primeiro verso d´ “A Portuguesa”? Quais eram as cores da bandeira portuguesa antes da implantação da República? A que ideais aparece associada a República? Como se chamava a mulher que serviu de busto à República Portuguesa? Como se chama o jornal da República Portuguesa? Quando foi implantada a República? O povo antes da implantação da República podia votar? Quem foi o primeiro Presidente da República? Qual a forma de Governo oposta à República? Qual foi o Presidente da República que também foi escritor?

Quantos castelos aparecem desenhados no jornal? Em que páginas está o busto da República? Na Galeria Presidencial identifica os presidentes da República. Procura a frase “…traz-me os cheiros das flores, as águas frescas das fontes,…” Que regra acrescentarias ao artigo “A Doutora Regra e o Senhor Educação” Onde nasceu a Ilda Pulga? Com que idade morreu? Procura a onomatopeia tic-tic-tic. Completa a frase :” um dos maiores problemas actuais do nosso planeta é __ _______________ “.

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Acontece(u) O Carnaval

Comunhão Pascal Um dia parecido … mas diferente…

com Sérgio Godinho, tête-à-tête. Paulo Lamelas, 10ºD

O Dia da Terra

Na nossa escola, decorreu um desfile de Carnaval intitulado “OS NOSSOS CARETOS” em que participaram as turmas B, C, D e E do 7º ano, no âmbito da disciplina de Atelier de Artes Plásticas, bem como outros alunos anos que se disponibilizaram para tocarem bombos e caixas. Os alunos, devidamente m a s c a ra d o s p a ra o e fe i t o, desfilaram no átrio da Escola, perante toda a Comunidade Escolar, que se divertiu bastante. Esta iniciativa teve como preocupação a utilização das componentes da política dos 3 R's (reduzir, reciclar e reutilizar), mais especificamente a reutilização de materiais. Para tal, centrou a actividade na elaboração de Caretos, tradição carnavalesca da Vila de Lazarim, uma das freguesias do Concelho de Lamego.

No dia 26 de Março de 2010, nós e os nossos colegas da turma 6ºA, fomos à Comunhão Pascal na Igreja da Sé, no âmbito da disciplina de Educação Moral Religiosa Católica, com a participação de várias escolas do Agrupamento que, assim, preparavam a chegada da Páscoa. Ouvimos os três senhores padres a celebrar a missa e todos nós cantámos. O grupo coral portou-se à altura da cerimónia religiosa e o nosso professor de EMRC, com a sua viola animou os cânticos com a ajuda do professor de Matemática e de alguns alunos mais velhos. Foi desta maneira simples, mas com um grande significado religioso, que começámos a preparar a grande festa religiosa que é a PÁSCOA !! José Lemos e Rui Mesquita, 6ºA

Patrícia Pinto

Semana da Francofonia D u ra nte a s e m a n a d a Francofonia, os professores empenharam-se em comemorar a Língua Francesa. Para o efeito, a escola foi decorada a preceito, projectaram-se filmes e divulgou-se música francesa. Maria João Madanelo

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Encontro do CENARTE com Sérgio Godinho

No âmbito do Dia Mundial da Terra e em colaboração com a área curricular não disciplinar de Formação Cívica do 9ºA realizou-se uma sessão de esclarecimento subordinada ao tema “Desflorestação-Reflorestação” para todas as turmas do nono ano, no auditório da escola. Esta sessão contou com a colaboração da Câmara Municipal de Lamego. Foi para promover uma reflexão sobre a importância da reutilização de materiais na preservação do meio ambiente, que se promoveu na disciplina de Geografia a realização de trabalhos para a exposição deste dia que esteve patente no átrio principal da nossa escola. Isabel Pinto, Cláudia Almeida e Fernando Graça

Visita de Estudo Nos dias 15 e 16 de Abril, os alunos das turmas A B e C do 11º ano tiveram a oportunidade de realizar uma visita de estudo aos distritos de Lisboa e de Santarém, inserida no programa das disciplinas de Português, Física e Química e Biologia e Geologia. Visitaram a Lisboa queirosiana, a indústria química da Solvay e a gruta do Algar do Pena. Vânia Roque, 11º A

Depois do grupo CENARTE ter representado, no Teatro Ribeiro Conceição, a peça de teatro de Sérgio Godinho “Eu, Tu, Ele, Nós, Vós, Eles”, no dia 10 de Abril , teve a oportunidade de conhecer e falar

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Acontece(u) Simulacro O Agrupamento nos Nacionais de Gira Volei Realizou-se no passado dia 9 de Maio, no Pavilhão Municipal de Anreade a fase regional de Gira Volei, numa organização da Federação Portuguesa de Voleibol em parceria com a Câmara Municipal de Resende. Participaram cerca de 250 alunos oriundos de várias escolas do distrito de Viseu. O Agrupamento de Escolas da Sé esteve presente com 14 duplas, tendo ficado apuradas algumas para os nacionais a realizar nos dias 19 e 20 de Junho, em Castelo de Vide.

O Clube de Protecção Civil e a Direcção desta escola em colaboração com os Bombeiros Voluntários de Lamego e com a PSP – Equipa de Inactivação de Explosivos e Segurança em Subsolo, do Comando Distrital de Viseu, realizou um simulacro (treino), no dia 14 de Abril, pelas 10h 15m, para preparar toda a comunidade a agir em segurança, em caso de ameaça. De uma forma objectiva e após a reacção da comunidade educativa, podemos concluir que a nossa escola está preparada para enfrentar qualquer calamidade natural ou humana. Margarida Duarte e Ricardo Costa

Aida Silva e Sofia Bernardo

Exposição “O Mundo na Ponta dos Dedos”

Visita de Estudo a Santa Maria da Feira As turmas D e E do 7º Ano, participaram numa visita de estudo, no dia 5 de Maio. Da parte da manhã, visitaram o visionarium e à tarde, foram até ao Castelo. Cristina Freitas e Jessica Santos, 7ºD

A convite de um grupo de alunos do 12º ano da Escola Secundária Latino Coelho, eu e a minha professora Celina estivemos na exposição “O Mundo na Ponta dos Dedos”, no dia 12 de Maio, para exemplificar como é o meu dia-a-dia na Escola. Este grupo fez um trabalho na disciplina de Área de Projecto com o tema “Os cinco sentidos” e, no dia 12 de Maio, realizaram uma exposição na biblioteca. Havia vários cartazes e até tinham um com o alfabeto Braille. Eu emprestei o material que utilizo: máquina Braille, cubarítmo, calculadora com voz, livros em Braille e vários relevos de Matemática, de Ciências e de História. Os alunos estavam muito atentos e interessados em saber

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como leio, escrevo e realizo os testes. No fim, escrevi o nome de todos os alunos em Braille To d o s f o r a m m u i t o simpáticos comigo e até me deram um ramo de flores. Filipa Santos, 7ºC

Vida Académica for dummies No passado dia 14 de Maio realizou-se no auditório da Escola uma sessão de apresentação e esclarecimento de alguns conceitos relativos ao ambiente universitário, na qual participaram três turmas dos 11º e 12ºanos. Esta iniciativa intitulada “Vida Académica for dummies”, foi idealizada por nós, Eduardo e Margarida, antigos alunos da escola e realizada em parceria com a Direcção e a Equipa da Biblioteca, com o intuito de aproximar os actuais alunos da realidade do Ensino Superior. Debateram-se conceitos, contaram-se histórias e pedaços da nossa experiência pessoal e houve ainda espaço para responder a dúvidas e inquietações deste público que se mostrou tão atento. Sobretudo falou-se sem tabus: desde Bolonha, Erasmus, Acção Social Escolar, ao ambiente académico, aos jantares de curso e às actividades promovidas pelas associações. Eduardo Marques Ana Margarida Amorim (ex-alunos)

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Publique

Republicite-se

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A Publicidade está em toda a parte. O slogan é uma frase feita propositadamente para prender a atenção. Às vezes é tão eficaz que não nos sai do ouvido. Foi o que aconteceu a duas participantes na oficina de escrita que assinalou o Dia da Língua Materna na Escola (já referido na edição anterior) e a algumas alunas. Recordaram anúncios publicitários e reescreveram-nos relacionando-os, estrutural, fonética e semanticamente com a comemoração dos cem anos da República. Desse exercício lúdico resultaram estes novos anúncios que aqui publicamos.

ANÚNCIOS REPUBLICITADOS Modelo por perto, tudo certo!

Republica por certo, democracia por perto!

“A diarreia pode aparecer em qualquer altura”.

Se a bancarrota aparecer, fujamos todos para qualquer lonjura.

Pingo Doce. Venham cá.

Monarquia, fujam de lá.

Meo, o comando é meu.

Portugal, o comando do país é meu.

TAG. Sem carregamentos, sem mensalidades, sem limites. (Optimus)

Portugal. Com emprego, com educação e com mais perspectivas de futuro… estarei a sonhar fora dos limites? Portugal sem problemas depende de quase todos. República. Como é bom mudar a casa!

Portugal sem fogos depende de todos. Air Wick. Como é bom estar em casa. Rádio Popular. Nem os forretas resistem. Cofidis Energia para viver.

Presidente popular. Nem os Monarcas resistem. Monarquia, passado para esquecer.

Lidl aqui a qualidade é muito barata.

República. Aqui a liberdade é muito grata.

Bissolvon. O que é bom para a tosse.

Dissolvam, dissolvam, o que é preciso é tomar posse. Democracia, porque não tem preço.

L’Óreal, porque eu mereço.

Ana Cardoso e Cláudia Cardoso, Oficina de Escrita para Professores

Varilux. Uma lente de alta resolução.

República. Uma política de alta complicação.

BMW. Pelo prazer da condução. Portugal. Ninguém nos vai parar.

Política. Pelo prazer da competição. República, vamos continuar.

Zon. Se eu podia viver sem zon? Poder podia, mas não era a mesma coisa!

Democracia. Podia viver sem ela? Poder podia, mas não era a mesma coisa! Cristiana, Dora e Carla, 8ºB

É mais uma sugestão que deixamos para o tempo de férias. Quando estiveres sentado/a à frente do televisor, em vez de te deixares levar pela inutilidade de um zapping, recolhe slogans e, só ou em grupo, diverte-te a reescrevê-los. Depois, experimenta lê-los, imitando um locutor publicitário e vais ver o momento de autêntico recreio que ofereces a ti e aos outros.

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Divulgação

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Corrida de Carros de Rolamentos 8 de Junho Vamos revisitar o passado através de uma iniciativa promovida pelos grupos disciplinares de Educação Visual e Tecnológica e de Educação Física. As estrelas serão os carros de rolamentos. Desde muito cedo, o interesse demonstrado pelos alunos em participar foi notório. Está patente no átrio da escola uma pequena amostra das famosas “máquinas” que participarão na corrida. O evento decorrerá no próximo dia 8, pelas 15 horas, na rua Visconde de Arneirós. Toda a Comunidade Educativa está convidada a participar.

Com ou sem carro de rolamento, vai ser um divertimento! Marcelo Santos

Ficha Técnica Título: Publique-SE Tiragem: 600 exemplares Publicação: Junho de 2010 Propriedade: Agrupamento Vertical de Escolas da Sé Av. D. Egas Moniz - Quinta da Cerca 5100 - 104 Lamego Telefone: 254 600 280 Fax: 254 615 079 E-mail: aves.jornal@gmail.com Coordenação: Helena Maria Sebastiana Maria Filomena Teixeira Design Gráfico: Paulo Guerra Ilustrações: Marcelo dos Santos Colaboradores Permanentes: Ana Paula Cardoso, Cristina Zagalo, Helena Gama, Marieta Almeida e Alunos do Clube de Jornalismo e Leitura Colaboradores: Agrupamento

Professores e Alunos do

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Psst. Psst., olhem para aqui! Sim, sou eu, o Publique-Se… Olá a todos os republicanos e a todos os monárquicos, republicano-monárquicos e monárquico-republicanos,…, enfim, olá a todos os cidadãos do meu tempo! Foi com imensa satisfação e outra tanta dedicação que, ao longo deste ano lectivo, me envolvi na difícil, mas gratificante, tarefa de levar até toda a comunidade escolar o que de mais interessante houve para contar. Mas retrocedamos um pouco e vejamos o que aconteceu… Tudo começou nos primórdios do primeiro período quando uma equipa se juntou e percebeu que o jornal da escola poderia mudar. Mudar não só o rosto e o nome, mas também e sobretudo a sua estrutura de forma a diversificar as tipologias textuais. É que agora somos um Agrupamento! Não podemos apenas contar com os que cá estão, mas também com os que para cá virão um dia! Os do pré-escolar e os do 1º ciclo! (E olhem que eles fazem/ escrevem coisas giras!...) Por isso mesmo, o nosso jornal passou a ser mais abrangente, mais participativa, quiçá mais republicano! Mas não foi para isto que vos interpelei. Venho dizer-vos que vou de férias! Sim, “Porque eu mereço!”. Então não acham que depois de cerca de 100 página, não merecia pôr-me ao fresco numa praia ensolarada por esse mundo fora? E já que estamos a comemorar este ano os 100 anos da República, por que não passar uns dias na República Dominicana? Que acham? Sol, praia de areias finas, mar azul de águas quentes, à sombra de uma palmeira, a beber uma água de coco servida por uma bela leitora do Publique-Se… Boa vida, sim senhor… Vou de férias, mas não transformem isto numa República das Bananas! Quando eu voltar, de baterias recarregadas, voltarei ao meu posto e volto a contar com a vossa colaboração de leitores e de escritores… Recomendações: descanso sim, mas sem sorna; banhos de sol sim, mas com protector solar e a horas menos quentes; ir à água sim, mas cuidado, não vá o mar tecê-las!; despreocupação sim, mas sem deixar as leituras/ escritas de lado! Fecho, pois, esta terceira edição com a certeza de que voltarei a encontrar-vos nos primeiríssimos dias do fim do Verão, ainda com aroma a férias, mas já com saudades da grande odisseia que se avizinha… Boas leituras e boas escritas, Sempre vosso, Publique-Se. P.S. – Se a vossa inspiração ultrapassar os limites da paciência, porque o próximo ano lectivo ainda vem longe, podem enviar os vossos textos sempre que quiserem para o endereço electrónico do Publique-Se – aves.jornal@gmail.com.Obrigado.


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