Manual digital do professor -Letras de carvão

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DO PROFESSOR

(MATERIAL DIGITAL DE APOIO À PRÁTICA DO PROFESSOR)

TEXTO IRENE VASCO

ILUSTRAÇÕES

JUAN PALOMINO TRADUÇÃO MÁRCIA LEITE

ELABORAÇÃO DE CONTEÚDO LAÍS DE ALMEIDA CARDOSO

Título: Letras de carvão

Texto: Irene Vasco

Ilustrações: Juan Palomino

Tradução: Márcia Leite

Segmento: Ensino Fundamental 1

Gênero literário: Conto, crônica, novela

Categoria: 1 (1º ao 3º ano do Ensino Fundamental)

Temas:

• Descoberta de si

• Família, amigos e escola

• O mundo natural e social

Elaboração do conteúdo deste Material digital de apoio à prática do professor: Laís de Almeida Cardoso

Edição de arte do Material digital: Marina Smit

Ilustrações deste Material digital: Juan Palomino

Revisão: Ana Luiza Couto

ISBN: 978-65-87704-10-4

São Paulo, 2021

Todos os direitos reservados à Editora Pulo do Gato.

Rua General Jardim, 482, conj. 22 • CEP 01223-010

São Paulo, SP, Brasil • Tel.: [55 11] 3214 0228

www.editorapulodogato.com.br

CARTA AO PROFESSOR

“Ninguém nasce sabendo ler: aprende-se a ler à medida que se vive. Se ler livros geralmente se aprende nos bancos da escola, outras leituras se aprendem por aí, na chamada escola da vida (...).”

Queridas Educadoras, queridos Educadores, Neste Material digital de apoio à prática do professor, apresentamos a vocês a obra Letras de carvão, escrita pela colombiana IRENE VASCO, autora e especialista em literatura para crianças e jovens com larga experiência na formação de educadores e promotores de leitura, e ilustrada por JUAN PALOMINO, premiado artista mexicano formado pela Universidade do México, onde hoje é docente. O livro foi traduzido por Márcia Leite, escritora, educadora e editora paulista.

O livro é uma narrativa ilustrada que apresenta como tema principal a busca pelo aprendizado da leitura e da escrita, motivada pela amizade entre duas irmãs e pelo inconformismo da mais nova frente àquela realidade. Narrado em primeira pessoa, o livro traz a voz de uma mulher que conta a seu filho quando e como aprendeu a ler. É uma história dentro da história, que faz com que viajemos no tempo e no espaço à pequena cidade de Palenque, onde vivia uma comunidade quilombola em que quase ninguém sabia ler.

A própria autora nos relata que o livro foi inspirado nas histórias contadas por mães e bibliotecárias de comunidades quilombolas da Colômbia, que se alfabetizaram com letras escritas em sacos de farinha e outros produtos do cotidiano, ampliando seu mundo essencialmente oral, de contos ouvidos, contados e cantados, abrindo caminhos para o universo das letras.

Neste Material de apoio ao professor, vocês encontrarão diferentes estratégias para trabalhar o livro em salas de aula de 1º ao 3º ano do Ensino Fundamental, de acordo com a faixa etária e com o nível de literacia de seus alunos. Apresentamos também sugestões de atividades para serem feitas antes, durante e depois da leitura e a relação das competências e habilidades propostas pela BNCC que podem ser desenvolvidas em uma abordagem interdisciplinar. Entre as atividades sugeridas, destacamos a prática de leitura de imagens, as estratégias de interação verbal e a prática de leitura dialogada, além de atividades complementares que podem ser feitas após a leitura.

Como educadores e amantes da boa literatura, esperamos que este material possa ajudar vocês a descobrirem diversos caminhos para trilhar com os estudantes por meio do prazer e do contentamento que um bom livro é capaz de proporcionar a seus leitores!

Bom trabalho! Os autores e editores

APRESENTAÇÃO

SOBRE OS AUTORES

Irene Vasco (autora do texto) nasceu na Colômbia, em 1952. Filha de mãe brasileira, viveu por anos na Venezuela, onde criou seus filhos Rafael e Santiago, e onde nasceu sua filha mais nova, María del Sol. Licenciada em Literatura, publicou uma série de livros para crianças e jovens, alguns deles agraciados com importantes prêmios.

Dedicou grande parte de sua vida viajando e realizando oficinas de literatura infantil e juvenil, despertando a vontade de ler por onde passou e convidando a cada um de seus leitores a escrever seus próprios textos. Irene nos conta que gosta mesmo é de chegar a lugares bem remotos, de ônibus, barco, motocicleta, caravana, até a cavalo, para encontrar professores, mães comunitárias, bibliotecários, pais, lideranças e, claro, crianças e jovens de todas as idades.

Irene Vasco é formadora de leitores e escritores. Os livros fazem parte de sua vida desde criança. Além de escritora, já foi livreira e bibliotecária. Atualmente mora em uma praia caribenha, no norte da Colômbia, onde, há mais de 20 anos, acompanha a biblioteca comunitária La Alegría, seu mais querido projeto.

Juan Palomino (autor das ilustrações) nasceu na Cidade do México, em 1984. Formado em Filosofia e Literatura na Universidade do México, ilustrou diversos livros para editoras de vários países.

Já recebeu importantes prêmios nacionais e internacionais, como o Prêmio Internacional de Ilustração de Bolonha (Bologna Children’s Book Fair), em 2016. Também foi vencedor da quarta edição do Catálogo Ibero-Americano de Ilustração e recebeu o Selo Seleção pela Cátedra 10 de Leitura da Unesco, pelas ilustrações do livro Letras de carvão. Recentemente começou seu próprio programa de ensino de ilustração na Faculdade de Letras e Design da UNAM (Universidad Nacional Autónoma de México).

Márcia Leite (tradutora) nasceu em 1960, em São Paulo, cidade onde desenvolveu sua vida pessoal e profissional. É escritora de livros de literatura para crianças e jovens e de coleções de livros didáticos na área de Língua Portuguesa. Publicou cerca de 50 títulos por diversas editoras, alguns deles premiados, traduzidos e integrantes de programas, como PNBE e PNLD. Traduziu diversos livros ilustrados para a editora Pulo do Gato, em que atua também como diretora editorial. Formada em Língua e Literatura Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), é educadora com mais de 35 anos de prática escolar. Foi professora e assessora de Língua e Literatura em todos os ciclos do Ensino

Fundamental e Ensino Médio. Atua como especialista e formadora de professores nas áreas de leitura e literatura para crianças e jovens ministrando palestras, seminários, cursos e oficinas.

SOBRE A OBRA

Letras de carvão é uma narrativa ilustrada muito sensível e inspiradora. A história se passa na pequena cidade de Palenque, onde quase ninguém sabia ler. De acordo com a autora, o nome da cidade (que em português é o mesmo que Quilombo) foi escolhido “em homenagem aos primeiros povoados formados por escravos que conseguiram fugir do cativeiro”.

SINOPSE

Com o propósito de ajudar a irmã a decifrar o conteúdo das cartas que recebia, e contando com a ajuda do dono da mercearia, uma menina começa a descobrir o que as letras e as palavras significam, e não demora muito para que um mundo novo de possibilidades se abra para ela e para todos os habitantes de seu povoado. Essa é a história que uma mãe conta ao filho ao se lembrar da própria infância e de como aprendeu a ler e a escrever.

Ao contar uma história dentro de outra história, esta narrativa nos relata também como os habitantes de pequenos povoados e de comunidades quilombolas puderam ter acesso à língua escrita sem que para isso tivessem que perder o vínculo com suas tradições mais genuínas. Dentro desse contexto, a narrativa ultrapassa os limites da vida pessoal da narradora para abarcar questões sociais importantes à toda comunidade, como o direito à leitura e escrita para erradicar a exclusão social gerada pelo analfabetismo.

Os desenhos de Juan Palomino reforçam a importância de valorizar a cultura local, em que crianças e adultos brincam, trabalham e se divertem em meio a uma natureza exuberante, festejando e compartilhando a vida e os saberes. O livro baseou-se nos relatos de mães comunitárias durante oficinas de leitura ministrada pela autora.

CATEGORIA, GÊNERO LITERÁRIO E TEMAS

Categoria

O livro é indicado para estudantes do 1º ao 3º ano do Ensino Fundamental (Categoria 1), porém pode ser lido e estudado por crianças de todas as idades, do pré-leitor ao leitor fluente.

Por meio das ilustrações, que revelam detalhes específicos e minuciosos da comunidade retratada na narrativa, complementando de forma harmoniosa o texto verbal, a criança que está se alfabetizando fará uma consistente leitura de

imagem e certamente se encantará com a arte de Juan Palomino e com a história das duas irmãs.

Gênero literário

Letras de carvão é um conto, apresentado num livro ilustrado em que palavras e imagens se complementam. Conto é uma “narrativa breve”, que descreve o que algumas personagens fazem em determinado tempo e num lugar definido. O conto pode ser narrado oralmente ou transformado em literatura, como neste livro ilustrado, em que Irene Vasco e Juan Palomino trabalharam juntos.

Temas

• Descoberta de si

• Família, amigos e escola

• O mundo natural e social

IMPORTÂNCIA DA OBRA PARA A FORMAÇÃO

DO LEITOR LITERÁRIO E PARA A ALFABETIZAÇÃO

Neste livro, o leitor é apresentado a uma realidade possivelmente distinta daquela em que ele está inserido. A história se passa em Palenque, povoado onde quase ninguém sabia ler.

Motivada pelas cartas que chegam à irmã e que guardam um conteúdo indecifrável para quem não é alfabetizado, a narradora decide aprender os segredos do mundo das letras. E vai além: assim que aprende a ler, ela vai também compartilhar o que aprendeu, disseminando a leitura em seu povoado.

Como prêmio por seu empenho, a menina ganha no Natal seu primeiro livro de contos, presente do dono da mercearia que lhe ensinara as primeiras letras. A expressão da menina abraçando o livro na ilustração de Juan Palomino e a declaração da narradora no desfecho da história revelam o afeto que ela adquiriu pelas letras e pelo mundo das histórias:

“Nesse Natal, eu me senti a menina mais feliz do mundo. Assim que a festa terminou, li o livro em voz alta para todas as pessoas do meu povoado. Desde então, (...) eu nunca mais deixei de ler para mim mesma... e também para todo mundo” (VASCO, 2016).

De acordo com o Professor Dr. Nicolau Gregorin Filho:

no mundo contemporâneo, permeado de tecnologias e relações virtuais com a sociedade, é importante que a criança possa conhecer as relações de afeto com o objeto livro e, além dessas, com os textos que ele veicula (GREGORIN FILHO, 2009).

Essas relações de afeto serão essenciais para desenvolver na criança o gosto pela leitura e a vontade de querer ler mais.

Letras de carvão traz uma narrativa envolvente, em que o leitor caminha com a protagonista nesse percurso da alfabetização, processo pelo qual ele mesmo passou recentemente ou está passando, criando-se uma cumplicidade entre a criança que lê e a voz da narradora que conta a história.

Literacia emergente e alfabetização

Aprender a ler e a escrever é um longo processo, que tem início quando a criança é ainda bem pequena e começa a reconhecer e nomear as letras, a identificar seu próprio nome, a diferenciar letras de outros símbolos, a manusear livros e a entender a diferença entre escrita e ilustração… Chamamos essas práticas de “literacia emergente”, isto é, conhecimentos prévios que a criança vai adquirindo aos poucos, quase sempre de maneira lúdica, muitas vezes em casa, e que formam um conjunto de pré-requisitos de que ela vai precisar para se alfabetizar.

De acordo com a Política Nacional de Alfabetização (PNA), ainda na pré-escola: a criança é introduzida em diferentes práticas de linguagem oral e escrita, ouve histórias lidas e contadas, canta quadrinhas, recita poemas e parlendas, familiariza-se com materiais impressos (livros, revistas e jornais), reconhece algumas das letras, seus nomes e sons, tenta representá-las por escrito, identifica sinais gráficos ao seu redor, entre outras atividades de maior ou menor complexidade (BRASIL, 2019).

Entre as atividades citadas, destacamos a importância de a criança ter o contato com o “objeto livro” e se apropriar da história narrada, seja ela lida ou contada. Com o “objeto” em mãos, o leitor vai poder explorar o livro em todos os seus aspectos, especialmente por meio da leitura de imagens.

Por esse motivo é importante que o livro seja manuseado pelos estudantes.

PROPOSTAS DE ATIVIDADES

As propostas a seguir estão divididas em:

• ANTES DA LEITURA;

• DURANTE A LEITURA; e

• ATIVIDADES PARA DEPOIS DA LEITURA.

Dentro das propostas para depois da leitura, incluímos algumas atividades interdisciplinares, outras visando estimular ou reforçar o processo de alfabetização, além de sugestões envolvendo a literacia familiar.

ANTES DA LEITURA

As atividades que antecedem a leitura são muito importantes para motivar os estudantes a ler ou ouvir uma história. Um aluno curioso e estimulado será muito mais participativo e, assim, uma das principais estratégias antes de se contar uma história é preparar a turma para a narrativa que está por vir.

Letras de carvão é um livro que traz o aprendizado da leitura como tema central, e o principal motivo que leva a protagonista a querer aprender a ler são as cartas que a irmã recebe e cujo conteúdo não conseguem decifrar.

Desse modo, propomos duas atividades iniciais para serem feitas antes da leitura:

a) Atividade 1 – O carteiro chegou

No mundo atual e globalizado, com a rapidez e a eficiência das mídias digitais, é cada vez mais raro o hábito de trocar cartas como forma de comunicação. Assim, uma excelente atividade para realizar com os alunos antes da leitura da história é contextualizar a situação desencadeadora dos acontecimentos na narrativa (a chegada de uma carta). Para isso, segue a sugestão de passos abaixo:

• Sem que as crianças saibam, escreva uma carta – manuscrita ou digitada – para seus alunos, como se fosse uma outra pessoa (por exemplo, um carteiro, como o modelo que oferecemos a seguir) que deseja se comunicar com o grupo.

• Coloque a carta em um envelope e peça que alguém – um funcionário da escola ou um colega professor – entregue a carta na sala de aula em um horário combinado (como se fosse um carteiro trazendo a correspondência).

• Demonstre surpresa ao receber a carta, que deve estar endereçada a você e aos estudantes. Conte que você e os estudantes receberam uma carta.

• Pergunte se eles sabem o que é uma carta, e para que serve.

• Abra o envelope com suspense, aguçando a curiosidade das crianças.

• Caso sua classe tenha crianças já alfabetizadas, pergunte se alguma delas gostaria de ler o envelope da carta.

A partir desse momento:

• peça que as crianças façam inferências sobre o que está escrito na carta; sobre quem a escreveu.

• leia a carta em voz alta ou peça que uma criança leia (no caso de haver estudantes leitores na sua turma).

• Se puder, traga de sua casa algumas correspondências que tenha recebido e apenas mostre seus envelopes e a folha interna, com o conteúdo. Trata-se de uma maneira de exemplificar a função das cartas como meio de comunicação e demonstrar que existem regras para preencher os envelopes a fim de que cheguem a seus destinatários.

Em seguida, converse com os estudantes:

• Para que serve uma carta?

• Você já viu alguém da sua casa escrevendo ou recebendo uma carta?

• Para quem você gostaria de escrever uma carta? O que gostaria de contar?

Explique que, antes de a internet e outros recursos de comunicação serem inventados, as pessoas usavam cartas e telegramas para se comunicar por meio da língua escrita.

Segue um modelo de carta que pode ser usada para essa atividade:

Local e data

Querido(a) Professor(a) e queridos(as) alunos(as) do 1º ano da Escola (...)

Ouvi dizer que nesta turma há muitas crianças que estão aprendendo a ler. Isso é muito bom, porque daqui a pouco todos poderão ler e escrever uma carta, como esta!

Vocês sabiam que as cartas foram usadas durante muito tempo como principal meio de comunicação entre as pessoas que moravam distantes umas das outras? Antigamente, as cartas eram enviadas por mensageiros, que saíam a pé, de barco ou a cavalo para entregá-las em mãos, em outras localidades. Isso demorava muito tempo, muitos dias ou até mesmo muitos meses, dependendo do lugar para onde eram enviadas.

Com o passar do tempo, os correios foram ficando mais modernos, os aviões passaram a ser usados como meio de transporte e as cartas começaram a chegar mais rapidamente a seus destinos. Por isso, esse se tornou um meio de comunicação muito eficaz durante vários séculos!

Mas com a invenção do telefone, do fax e, mais recentemente, da internet e do e-mail, muitas pessoas deixaram de escrever cartas, que geralmente só são usadas hoje em dia em situações especiais ou em lugares onde a tecnologia ainda não chegou.

Espero que vocês tenham gostado de receber esta carta e que tenham experimentado essa sensação de surpresa e curiosidade, parecida com o que sentiam as pessoas um tempo atrás, quando o carteiro chegava e trazia uma carta para elas.

Um abraço de seu amigo, O carteiro

b) Atividade 2 – Mensagem secreta

Outra atividade muito boa para contextualizar a obra é escrever uma mensagem secreta na lousa – ou em um cartaz –, usando um código que as crianças desconheçam. Para isso o professor pode criar ou usar caracteres, símbolos ou desenhos diferentes para cada letra do alfabeto, sem revelar o código às crianças, como no exemplo abaixo, em que, como você verá mais adiante, outros símbolos substituem as letras do título do livro.

Após mostrar a mensagem cifrada aos estudantes, pergunte:

• Alguém consegue ler o que está escrito?

• Do que precisamos para decifrar o que está escrito?

• Como vocês se sentiriam recebendo uma mensagem que não conseguem ler?

• Como vocês procurariam resolver o problema se recebessem uma carta e não soubessem ler?

Explique aos alunos que, depois que eles ouvirem a história, vão conseguir decifrar o enigma acima. Em seguida, inicie a leitura do livro, começando pela capa.

Habilidades propostas pela BNCC que podem ser desenvolvidas nestas atividades:

(EF01LP04) Distinguir as letras do alfabeto de outros sinais gráficos.

(EF01LP08) Relacionar elementos sonoros (sílabas, fonemas, partes de palavras) com sua representação escrita.

(EF15LP02) Estabelecer expectativas em relação ao texto que vai ler (pressuposições antecipadoras dos sentidos, da forma e da função social do texto), apoiando-se em seus conhecimentos prévios sobre as condições de produção e recepção desse texto, o gênero, o suporte e o universo temático, bem como sobre saliências textuais, recursos gráficos, imagens, dados da própria obra (índice, prefácio etc.), confirmando antecipações e inferências realizadas antes e durante a leitura de textos, checando a adequação das hipóteses realizadas.

(EF15LP09) Expressar-se em situações de intercâmbio oral com clareza, preocupando-se em ser compreendido pelo interlocutor e usando a palavra com tom de voz audível, boa articulação e ritmo adequado.

(EF15LP10) Escutar, com atenção, falas de professores e colegas, formulando perguntas pertinentes ao tema e solicitando esclarecimentos sempre que necessário.

DURANTE A LEITURA

De acordo com a BNCC, nas especificações do componente curricular Língua Portuguesa, o eixo leitura “compreende as práticas de linguagem que decorrem da interação ativa do leitor/ouvinte/espectador com os textos escritos, orais e multissemióticos e de sua interpretação, sendo exemplos as leituras para fruição estética de textos e obras literárias”, entre outras (BRASIL, 2018).

Desse modo, no contexto da BNCC, “a leitura é tomada em um sentido mais amplo”, e “o tratamento das práticas leitoras compreende dimensões inter-relacionadas às práticas de uso e reflexão”. Espera-se, com isso, que o aluno se mostre interessado e envolvido pela leitura de livros de literatura, e cabe ao professor motivar as crianças para a leitura e ajudar a despertar esse interesse.

Apresentamos abaixo algumas atividades que podem ser feitas durante a leitura do livro, algumas delas imediatamente antes ou depois da primeira leitura; outras podem ser feitas durante as várias leituras que o livro propõe.

a) Estratégias de interação verbal e a leitura da capa do livro

Ao apresentar o livro às crianças, faça perguntas, como:

• Alguém conhece ou já leu este livro?

• Qual será o assunto deste livro?

• Será um livro de história ou de poemas?

Apresentando a capa do livro às crianças, o professor também pode incentivar a interação verbal, fazendo perguntas, como:

• O que vocês veem na capa do livro?

• O que a menina está fazendo? Onde ela está escrevendo?

• Que outros elementos aparecem na capa? Isso sugere que a história se passa em um lugar. Que lugar seria esse?

Em seguida, pode ser feita a exploração do texto verbal:

• Alguém consegue ler o nome do livro? Quem gostaria de ler o nome do livro?

• Alguém localiza o nome dos autores do livro? Quem gostaria de ler o nome dos autores?

Perceba que, neste livro, o título faz parte da ilustração, uma vez que a personagem “está escrevendo” o nome do livro no chão.

Caso não haja estudantes leitores na turma, o próprio professor pode ler o título e conversar sobre ele. Por exemplo:

• No título está escrito “Letras de carvão”. Alguém sabe o que é um carvão? Vocês sabiam que é possível desenhar ou escrever usando carvão? Alguém já desenhou ou escreveu alguma coisa com carvão?

• Por que será que a menina está escrevendo com carvão?

• E por que será que ela está escrevendo no chão?

Após explorar a capa, o professor deve virar o livro, mostrando como a ilustração continua na 4ª capa, formando uma única imagem. O professor pode aproveitar esse momento para ler o texto da 4ª capa, que faz uma breve sinopse da narrativa, e assim convidar os alunos para ouvirem a história. Ou, caso não queira dar um spoiler, pode deixar o texto para ler e explorar depois.

b) Entrando no livro

Após explorar a capa, o professor pode mostrar as páginas que antecedem a história propriamente dita, como a página de rosto, a dedicatória da autora, o nome da tradutora (nesse caso, explicar o que é uma tradução), o logo da editora, a imagem da página que mostra uma mão segurando a letra “A” (Que letra é essa? De quem será essa mão?) e outros detalhes que chamem a atenção das crianças.

A exploração dessa parte do livro também pode ficar para uma segunda leitura, ou para o momento em que as crianças estarão com o livro em mãos.

c) Práticas de leitura dialogada

A leitura dialogada é uma prática importante para manter as crianças atentas e curiosas, especialmente quando se trata de narrativas mais longas.

Assim, durante a leitura do livro, faça pequenas pausas, retome o que foi lido por meio de questões que garantam a compreensão até aquele momento. Também peça que as crianças recuperem oralmente ou que façam previsões sobre o que acham que vai acontecer em seguida.

Sempre que possível, nos trechos com diálogos, mude a entonação, imitando uma voz diferente para cada personagem. Isso ajuda algumas crianças a compreenderem a diferença entre a fala do narrador e a fala dos personagens.

Durante a leitura, converse com as crianças sobre o vocabulário, explicando o significado de palavras desconhecidas, mas essenciais para a boa compreensão do texto. Pergunte aos alunos, relendo a frase em que a palavra ou expressão aparece, se alguém sabe o significado ou se imagina o que ela deve significar considerando o contexto em que está inserida.

Chame a atenção dos estudantes para as ilustrações, que complementam e expandem o texto verbal. Muitas situações apresentadas nas imagens não estão descritas por meio de palavras.

A prática da leitura dialogada ajuda a criança a compreender melhor a história, e a extrair dela elementos para diferentes interpretações.

Habilidades propostas pela BNCC que podem ser desenvolvidas nestas atividades:

(EF15LP15) Reconhecer que os textos literários fazem parte do mundo do imaginário e apresentam uma dimensão lúdica, de encantamento, valorizando-os, em sua diversidade cultural, como patrimônio artístico da humanidade.

(EF15LP16) Ler e compreender, em colaboração com os colegas e com a ajuda do professor e, mais tarde, de maneira autônoma, textos narrativos de maior porte como contos (populares, de fadas, acumulativos, de assombração etc.) e crônicas.

(EF01LP26) Identificar elementos de uma narrativa lida ou escutada, incluindo personagens, enredo, tempo e espaço.

(EF02LP28) Reconhecer o conflito gerador de uma narrativa ficcional e sua resolução, além de palavras, expressões e frases que caracterizam personagens e ambientes.

(EF15LP18) Relacionar texto com ilustrações e outros recursos gráficos.

(EF35LP01) Ler e compreender, silenciosamente e, em seguida, em voz alta, com autonomia e fluência, textos curtos com nível de textualidade adequado.

(EF35LP03) Identificar a ideia central do texto, demonstrando compreensão global.

(EF35LP22) Perceber diálogos em textos narrativos, observando o efeito de sentido de verbos de enunciação e, se for o caso, o uso de variedades linguísticas no discurso direto.

(EF35LP26) Ler e compreender, com certa autonomia, narrativas ficcionais que apresentem cenários e personagens, observando os elementos da estrutura narrativa: enredo, tempo, espaço, personagens, narrador e a construção do discurso indireto e discurso direto.

ATIVIDADES PARA DEPOIS DA LEITURA

Apresentamos abaixo algumas atividades que podem ser feitas após a leitura do livro. Em seguida, proporemos atividades complementares e interdisciplinares

(que podem ser adaptadas conforme a idade das crianças) para serem feitas ao longo de vários dias – ou até semanas – e algumas propostas de atividades envolvendo a literacia familiar.

a) Conversa sobre o livro

Logo após a primeira leitura, converse com os alunos sobre o texto lido, tire as dúvidas, comente as ilustrações. É sempre importante realizar uma segunda leitura do livro após os estudantes já estarem familiarizados com a narrativa. Para tanto, convide-os a prestar atenção às ilustrações, às descrições das cenas, às atitudes dos personagens e à sequência temporal dos acontecimentos.

Converse com a turma sobre:

• Quem são os personagens mais importantes para que a história se desenvolva?

Como eles são apresentados? (Quem?);

• Em que lugares/locais ocorrem os principais acontecimentos da narrativa? (Onde?);

• Quais são as passagens de tempo anunciadas durante a narrativa que mostram que o tempo passou na vida da narradora? (Quando?);

• Qual foi o fato que desencadeou os acontecimentos da história? Como a narradora busca solucionar o conflito pelo qual ela e sua irmã passam? (O quê?).

Chame também a atenção dos estudantes para a narradora da história: Quem conta a história? Para quem ela conta a história? O que leva a narradora a contar fatos de seu passado?

b) Leitura de imagens

Repasse a história com os alunos, tendo como foco maior agora as ilustrações. As imagens do livro requerem uma leitura mais detalhada, pois há muitos elementos a serem explorados, com cenas ilustradas sob diferentes pontos de vista (interiores, exteriores, de cima para baixo, com menos ou mais “zoom” etc.).

Chame a atenção dos estudantes para identificarem elementos com letras que fazem parte integrante das ilustrações, como papel embrulho de peixe, embalagens da mercearia, nomes marcados na parede, papel de parede da casa, palavras escritas no chão, no quadro com o nome da cidade etc. Mostre também como, durante o processo de alfabetização da narradora, as letras começam a ganhar sentido como código de linguagem e passam a ter função social.

Volte ao início do texto e “leia” a primeira ilustração da história: a mãe está ao lado do filho com um livro nas mãos; na mesa, o menino escreve no computador e há quadros na parede atrás dele (um calendário, um diploma, um retrato da narradora com um edifício ao fundo).

Pergunte: Que informações a respeito da vida dos personagens essa cena apresenta para o leitor?

Na sequência, mostre a ilustração em que a narradora está sentada no chão com outras pessoas escrevendo nomes com carvão. Explore as informações narradas pela imagem.

Leve os estudantes a perceberem a diferença entre os recursos do filho durante o estudo – usando uma mesa e um computador para escrever – e a situação da mãe, quando criança, tendo o carvão como instrumento e o chão como suporte.

Pergunte aos seus alunos: Qual ou quais o(s) suporte(s) que eles usam para escrever na sala de aula? E em casa? Qual o suporte que o professor usa na sala de aula?

E qual o suporte que o Sr. Veloso usava para escrever os nomes dos seus vizinhos e o valor que cada um deles lhe devia?

Explore todos os portadores de texto que existem no livro: as embalagens dos produtos, a placa “Bem-vindos a Palenque”, as paredes da mercearia...

Escolha algumas ilustrações do livro e peça que os estudantes comentem sobre as informações a respeito do modo de vida dos habitantes representado nas cenas. Por exemplo, na página a seguir as pessoas aparecem fazendo diferentes atividades, sejam de trabalho ou de lazer. Não há carros, mas bicicleta, cavalo e barco. As casas são térreas e próximas ao mar.

Essa página pode ser lida com os estudantes de uma forma detalhada, por meio de observações orientadas ou perguntas, como as que seguem:

• Observe as pessoas. O que elas estão fazendo?

Enquanto as crianças falam ou descrevem as atividades, faça uma listagem na lousa, e depois pergunte aos estudantes:

• Entre essas atividades, qual ou quais vocês já praticaram?

• Quais são as atividades que tanto adultos como crianças podem fazer?

• E que atividades são somente para adultos? Por quê?

Chame a atenção também para as construções, a presença da natureza, os meios de transportes.

Esse exercício de leitura de imagens pode ser feito com outras páginas do livro.

c) Decifrando a mensagem secreta

Releia com os estudantes o título do livro. Depois apresente a “Mensagem secreta” que você escreveu antes de ler a história.

Mostre que cada símbolo que você usou corresponde a uma letra do alfabeto. Ofereça o código para as crianças tentarem “ler” a mensagem:

A C D E L O T R

Explique aos estudantes que, da mesma forma que eles não conseguiram ler a mensagem sem compreender o código, isso acontece com uma pessoa que não sabe ler. Mas, à medida que o código se torna conhecido, ela vai aprendendo a decifrar o que está escrito.

Converse sobre a importância da oralidade nos tempos em que não havia escrita ou nas sociedades que não a desenvolveram. Conte às crianças que muitas das histórias que conhecemos hoje, como os contos de fadas, vieram da tradição oral e foram contadas e recontadas por muitas gerações até que, enfim, foram escritas. E é por isso que existem várias versões para um mesmo texto. O mesmo acontece com as lendas do nosso folclore.

Habilidades propostas pela BNCC que podem ser desenvolvidas nas atividades pós-leitura:

(EF15LP01) Identificar a função social de textos que circulam em campos da vida social dos quais participa cotidianamente (a casa, a rua, a comunidade, a escola) e nas mídias impressa, de massa e digital, reconhecendo para que foram produzidos, onde circulam, quem os produziu e a quem se destinam.

(EF15LP03) Localizar informações explícitas em textos.

(EF15LP04) Identificar o efeito de sentido produzido pelo uso de recursos expressivos gráfico-visuais em textos multissemióticos.

(EF15LP13) Identificar finalidades da interação oral em diferentes contextos comunicativos (solicitar informações, apresentar opiniões, informar, relatar experiências etc.).

(EF15LP15) Reconhecer que os textos literários fazem parte do mundo do imaginário e apresentam uma dimensão lúdica, de encantamento, valorizando-os, em sua diversidade cultural, como patrimônio artístico da humanidade.

(EF15LP18) Relacionar texto com ilustrações e outros recursos gráficos.

d) Atividades complementares

Propomos nesta seção algumas atividades complementares que podem ser desenvolvidas com os estudantes após a leitura e a exploração do livro. Dividiremos essas atividades em:

• Atividades interdisciplinares

• Atividades para reforçar a alfabetização

• Atividades envolvendo a literacia familiar

ATIVIDADES INTERDISCIPLINARES

As atividades a seguir foram divididas por componente curricular, porém podem ser realizadas de forma integrada, durante as aulas.

Para cada componente curricular, apresentamos uma atividade detalhada e listamos outras atividades possíveis.

Língua Portuguesa

Uma das dez competências específicas de Língua Portuguesa que se espera para o Ensino Fundamental é que o estudante se envolva:

em práticas de leitura literária que possibilitem o desenvolvimento do senso estético para fruição, valorizando a literatura e outras manifestações artístico-culturais como formas de acesso às dimensões lúdicas, de imaginário e encantamento, reconhecendo o potencial transformador e humanizador da experiência com a literatura (BRASIL, 2018).

Com o livro Letras de carvão, espera-se que a criança se envolva tanto com a linguagem literária e com as ilustrações primorosas como com os temas apresentados, incluindo o Direito à educação e à alfabetização para todos.

Por meio das discussões e conversas após a leitura, esse assunto pode ser levantado pelo professor. Nas atividades detalhadas na área de Ciências Humanas, sugerimos pesquisas que podem ser propostas aos alunos envolvendo os Direitos da Criança.

Atividade detalhada – Escrita de cartas

No livro Letras de carvão, a protagonista resolve aprender a ler quando percebe que a irmã não conseguia decifrar as cartas que recebia.

Assim, uma atividade interessante de realizar com os alunos é a escrita de uma carta. Para isso, deve ser feito um sorteio, como um “amigo secreto”. Cada criança sorteará um amigo para quem fará uma cartinha. No caso de crianças ainda não alfabetizadas, elas podem fazer um desenho e escrever uma frase para o colega, com a ajuda do professor. O importante é que todos participem desse momento especial de produção escrita e de afetividade. Todas as cartas podem ser depositadas em uma caixa, como se fosse a do correio. No dia seguinte, as cartas serão entregues e as crianças poderão receber sua correspondência. Seria interessante que todos pudessem responder as cartas para quem lhe escreveu, com um agradecimento. Uma atividade complementar é a escrita coletiva de uma carta para o diretor da escola, por exemplo, ou mesmo para a autora ou para a editora do livro. A carta que aparece na página 25 do livro pode servir como exemplo para as crianças. A carta coletiva deve conter: local e data, saudação, assunto, despedida, assinatura. No caso da carta para o diretor da escola, os alunos podem fazer algum pedido especial, contar alguma coisa que aprenderam ou dar uma sugestão para a escola que beneficie estudantes e professores. Já para a autora ou para a editora do livro, as crianças podem contar do que gostaram na história, ou sugerir temas para novos livros. O importante é que as crianças se engajem na atividade e entendam o objetivo desse tipo de texto. Depois de pronta, a carta deve ser colocada em um envelope, com o nome e o endereço do destinatário.

Outras atividades possíveis

• Reescrita da história de forma coletiva, tendo o professor como escriba.

• Estudo do vocabulário – escrita de um glossário com palavras do texto.

• Dramatização de uma cena da história, com personagens feitos em papel ou com as próprias crianças como personagens.

• Votação para eleger um nome para a protagonista da história.

Habilidades propostas pela BNCC que podem ser desenvolvidas nestas atividades:

(EF01LP02) Escrever, espontaneamente ou por ditado, palavras e frases de forma alfabética –usando letras/grafemas que representem fonemas.

(EF15LP03) Localizar informações explícitas em textos.

(EF15LP19) Recontar oralmente, com e sem apoio de imagem, textos literários lidos pelo professor.

(EF12LP05) Planejar e produzir, em colaboração com os colegas e com a ajuda do professor, (re) contagens de histórias, poemas e outros textos versificados (letras de canção, quadrinhas, cordel), poemas visuais, tiras e histórias em quadrinhos, dentre outros gêneros do campo artístico-literário, considerando a situação comunicativa e a finalidade do texto.

(EF01LP25) Produzir, tendo o professor como escriba, recontagens de histórias lidas pelo professor, histórias imaginadas ou baseadas em livros de imagens, observando a forma de composição de textos narrativos (personagens, enredo, tempo e espaço).

(EF02LP27) Reescrever textos narrativos literários lidos pelo professor.

Arte

Algumas competências específicas de Arte para o Ensino Fundamental tam bém podem ser desenvolvidas a partir da leitura do livro, especialmente por meio da leitura de imagens. São elas:

• Compreender as relações entre as linguagens da Arte e suas práticas integradas, inclusive aquelas possibilitadas pelo uso das novas tecnologias de informação e comunicação, pelo cinema e pelo audiovisual, nas condições particulares de produção, na prática de cada linguagem e nas suas articulações.

• Experienciar a ludicidade, a percepção, a expressividade e a imaginação, ressignificando espaços da escola e de fora dela no âmbito da Arte.

• Problematizar questões tecnológicas e culturais, por meio de exercícios, produções, intervenções e apresentações artísticas.

Atividade detalhada – Maquete de Palenque

Para essa atividade, os estudantes serão convidados a fazer uma maquete da cidadezinha de Palenque, tendo como inspiração as informações presentes nas ilustrações do livro.

A base da maquete pode ser feita com papelão pintado com tinta guache e as pessoas podem ser feitas com massinha ou mesmo com desenhos feitos em papel e colados em cartolina. O rio pode ser pintado ou feito com papel celofane. A mercearia onde a protagonista aprende as primeiras letras pode ser feita com uma caixinha de papelão. Os alunos podem fazer ainda a placa “Bem-vindos a Palenque” e outros atrativos da cidade, como praças, árvores, casas etc.

Outras atividades possíveis

• Leitura e apreciação das imagens do livro considerando pontos de observação. Exemplos: figuras humanas, elementos da natureza próximos a Palenque, características das habitações, presença da língua escrita, cenas do cotidiano etc.

• Observação sobre formas, sobreposições de imagens; cores; luz e sombra; identificação de elementos e formas geométricas presentes nas ilustrações que sirvam como modelo para desenhos dos próprios estudantes.

• Atividades com técnicas variadas inspiradas nas ilustrações do livro.

• Dobradura: barquinho de papel e outros.

• Desenho com carvão sobre papel tipo kraft ou cartolina.

Habilidades propostas pela BNCC que podem ser desenvolvidas nestas atividades:

(EF15AR01) Identificar e apreciar formas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, cultivando a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório imagético.

(EF15AR04) Experimentar diferentes formas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia etc.), fazendo uso sustentável de materiais, instrumentos, recursos e técnicas convencionais e não convencionais.

(EF15AR05) Experimentar a criação em artes visuais de modo individual, coletivo e colaborativo, explorando diferentes espaços da escola e da comunidade.

(EF15AR06) Dialogar sobre a sua criação e as dos colegas, para alcançar sentidos plurais.

Ciências Humanas – Geografia e História

De acordo com a BNCC, as Ciências Humanas devem: estimular uma formação ética, elemento fundamental para a formação das novas gerações, auxiliando os alunos a construir um sentido de responsabilidade para valorizar: os direitos humanos; o respeito ao ambiente e à própria coletividade; o fortalecimento de valores sociais, tais como a solidariedade, a participação e o protagonismo voltados para o bem comum; e, sobretudo, a preocupação com as desigualdades sociais (BRASIL, 2018).

Com o livro Letras de carvão, os estudantes do Ensino Fundamental poderão entrar em contato com um modo de vida em um povoado quilombola, exercitando a empatia, por meio das informações oferecidas pelo texto verbal e visual a respeito da comunidade de Palenque.

São competências específicas da área de Ciências Humanas que podem ser desenvolvidas com a leitura do livro:

• Compreender a si e ao outro como identidades diferentes, de forma a exercitar o respeito à diferença em uma sociedade plural e promover os direitos humanos.

• Identificar, comparar e explicar a intervenção do ser humano na natureza e na sociedade, exercitando a curiosidade e propondo ideias e ações que contribuam para a transformação espacial, social e cultural, de modo a participar efetivamente das dinâmicas da vida social.

• Interpretar e expressar sentimentos, crenças e dúvidas com relação a si mesmo, aos outros e às diferentes culturas, com base nos instrumentos de investigação

das Ciências Humanas, promovendo o acolhimento e a valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.

Geografia

Com o livro Letras de carvão, o professor poderá estimular o raciocínio geográfico e o pensamento espacial dos estudantes por meio das ilustrações que mostram diferentes pontos de vista sobre o povoado Palenque. Cenários interiores e exteriores são exibidos nas ilustrações que compõem o livro, podendo servir como tema gerador de discussão em sala de aula.

De acordo com a BNCC, o estudo da Geografia no Ensino Fundamental “permite atribuir sentidos às dinâmicas das relações entre pessoas e grupos sociais, e desses com a natureza, nas atividades de trabalho e lazer” (BRASIL, 2018). Por isso é interessante trabalhar o livro em seus aspectos geográficos, especialmente no que se refere ao ambiente, por meio das questões: “Onde a história se desenvolve?” e “Quais as características desse lugar?”. Os estudantes podem fazer comparações incluindo semelhanças e diferenças em relação ao ambiente onde vivem. Esse tipo de trabalho ajuda os estudantes a desenvolverem sua percepção espacial.

Ainda conforme a BNCC, “a ênfase nos lugares de vivência (...) oportuniza o desenvolvimento de noções de pertencimento, localização, orientação e organização das experiências e vivências em diferentes locais” (BRASIL, 2018). Assim, é importante que essas experiências e vivências sejam expandidas, e isso pode ser feito por meio da literatura. Para a BNCC:

é imprescindível que os alunos identifiquem a presença e a sociodiversidade de culturas indígenas, afro-brasileiras, quilombolas, ciganas e dos demais povos e comunidades tradicionais para compreender suas características socioculturais e suas territorialidades. Do mesmo modo, é necessário que eles diferenciem os lugares de vivência e compreendam a produção das paisagens e a inter-relação entre elas, como o campo/cidade e o urbano/rural, no que tange aos aspectos políticos, sociais, culturais, étnico-raciais e econômicos (BRASIL, 2018).

História

De acordo com a BNCC, o exercício da comparação “faz ver melhor o Outro” e a contextualização “é uma tarefa imprescindível para o conhecimento histórico”. De acordo com o texto da Base, distinguir contextos e localizar processos é uma habilidade necessária e enriquecedora, que “estimula a percepção de que povos e sociedades, em tempos e espaços diferentes, não são tributários dos mesmos valores e princípios da atualidade” (BRASIL, 2018).

Sobre os variados suportes capazes de suscitar no estudante a compreensão da História, a Base revela que:

o exercício da interpretação – de um texto, de um objeto, de uma obra literária, artística ou de um mito – é fundamental na formação do pensamento crítico. Exige observação e conhecimento da estrutura do objeto e das suas relações com modelos e formas (semelhantes ou diferentes) inseridas no tempo e no espaço (BRASIL, 2018).

Desse modo, a leitura de Letras de carvão e o trabalho interdisciplinar promovido pelo professor certamente alargarão os conhecimentos e conceitos das crianças quanto a essa proposta, potencializando o autoconhecimento e o reconhecimento do outro, proporcionando condições para que os estudantes se apropriem da valorização da diversidade cultural. Abaixo apresentamos atividades que podem ser desenvolvidas nesse sentido.

Atividade detalhada – Pesquisa compartilhada

No livro Letras de carvão, a narradora e sua irmã Gina não sabiam ler, assim como a maioria das pessoas do povoado de Palenque. O acesso à educação é um dos direitos estabelecidos pela Declaração Universal dos Direitos da Criança e do Adolescente.

Desse modo, uma atividade complementar à leitura do livro na área de Ciências Humanas é a pesquisa sobre os Direitos da Criança e do Adolescente.

Cada aluno, ou dupla, ou grupo de alunos pode ser sorteado com um dos Direitos da Criança, para ler, conversar e fazer uma ilustração ou colagem que represente o conteúdo correspondente ao direito que lhe couber.

As produções realizadas pelos estudantes podem ser socializadas em forma de álbum, livro coletivo, murais digitais ou cartazes.

Outras atividades possíveis

• Leitura de textos informativos sobre comunidades quilombolas a partir de fontes ou material fornecidos pelo professor (o nome Palenque foi escolhido pela autora para o povoado da história por significar “Quilombo”).

• Comparação entre a cidade de Palenque e a cidade em que o aluno vive.

• Identificar jogos e brincadeiras conhecidas pelos estudantes presentes nas ilustrações do livro.

• Leitura de outros livros que trazem realidades diferentes daquela em que o estudante está inserido.

• Leitura de livros que abordam os Direitos da Criança e do Adolescente (sugestões em Referências).

• Outros temas para pesquisa relacionados com o livro Letras de Carvão:

• A história da escrita

• Sociedades que não usam a escrita como forma de comunicação

• A carta e outros meios de comunicação

Habilidades propostas pela BNCC que podem ser desenvolvidas nestas atividades:

(EF01GE01) Descrever características observadas de seus lugares de vivência (moradia, escola etc.) e identificar semelhanças e diferenças entre esses lugares.

(EF01GE02) Identificar semelhanças e diferenças entre jogos e brincadeiras de diferentes épocas e lugares.

(EF01GE03) Identificar e relatar semelhanças e diferenças de usos do espaço público (praças, parques) para o lazer e diferentes manifestações.

(EF01GE07) Descrever atividades de trabalho relacionadas com o dia a dia da sua comunidade.

(EF02GE02) Comparar costumes e tradições de diferentes populações inseridas no bairro ou comunidade em que vive, reconhecendo a importância do respeito às diferenças.

(EF02GE03) Comparar diferentes meios de transporte e de comunicação, indicando o seu papel na conexão entre lugares, e discutir os riscos para a vida e para o ambiente e seu uso responsável.

(EF02GE04) Reconhecer semelhanças e diferenças nos hábitos, nas relações com a natureza e no modo de viver de pessoas em diferentes lugares.

(EF03GE03) Reconhecer os diferentes modos de vida de povos e comunidades tradicionais em distintos lugares.

(EF01HI02) Identificar a relação entre as suas histórias e as histórias de sua família e de sua comunidade.

(EF01HI03) Descrever e distinguir os seus papéis e responsabilidades relacionados à família, à escola e à comunidade.

(EF02HI02) Identificar e descrever práticas e papéis sociais que as pessoas exercem em diferentes comunidades.

(EF02HI03) Selecionar situações cotidianas que remetam à percepção de mudança, pertencimento e memória.

(EF03HI12) Comparar as relações de trabalho e lazer do presente com as de outros tempos e espaços, analisando mudanças e permanências.

ATIVIDADES PARA REFORÇAR O PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO

A alfabetização é um processo longo, que tem início, como sabemos, antes de a criança entrar no Ensino Fundamental, e certamente continuará depois.

Alguns jogos e brincadeiras tendo como partida a leitura do livro Letras de carvão podem ajudar a criança na apropriação da língua escrita. Entre eles, citamos dois:

JOGO DO DETETIVE

Preparação do jogo: Para este jogo, os estudantes deverão ter em mãos o livro Letras de carvão.

Antes de começar o jogo, o professor deve pedir que os alunos encontrem o que ele pedir. Seguem alguns exemplos:

PÁGINA

6 – uma vendedora de frutas – um animal – uma pessoa nadando – um brinquedo

ENCONTRAR

7 – um nome de pessoa que tenha 6 letras – um nome de pessoa que tenha 7 letras – um nome de pessoa que tenha 5 letras – um nome de pessoa que tenha 3 letras

20 – qual a letra que aparece em todos os nomes? – Os nomes Josefina e Alessandra possuem o mesmo número de sílabas, mas número de letras diferentes. Por quê?

Terminado o jogo, o professor pode explorar o “espírito de investigação”, pedindo que os alunos encontrem determinadas palavras ou expressões (por exemplo: “arroz, feijão e milho”) ou que encontrem um nome de alimento, um nome de pessoa, um nome de lugar, e assim por diante. O jogo fica mais interessante se feito em grupos.

NOMES EMBARALHADOS

Preparação do jogo: Para confeccionar este jogo, o professor deve selecionar pelo menos 10 nomes de pessoas que aparecem nas ilustrações do livro (das páginas 7, 20 e 23).

Exemplos: ALBERTO, JOSEFINA, TERESA, PATRICIA, CARMEN, YOLANDA, ENRIQUE, CRISTINA, FELIPE, JIMENA, MIGUEL, ANGELA, ANA, JULIA, ELENA, ALESSANDRA, MARIA, LETÍCIA, GINA, etc.

Etapas da preparação:

• Selecionar os nomes das pessoas que aparecem no livro e que participarão do jogo.

• Escrever os nomes das pessoas em tiras de papel, com uma letra separada da outra. Recortar as letras e embaralhá-las. Exemplo:

J O S E F I N A

• Distribuir um nome embaralhado para cada dupla de crianças.

• Pedir que a criança monte o nome, colocando as letras em ordem.

• Quando a palavra estiver montada, as crianças devem verificar no livro se o nome está escrito de forma correta.

Observações:

• O jogo pode ser feito em duplas. Um estudante ajuda o outro, e os dois conversam sobre suas hipóteses.

• Após montar o primeiro nome e conferir se acertou, a dupla pode receber outro nome para montar.

• Cada dupla pode ter o seu próprio ritmo de trabalho. Assim, enquanto uma dupla monta de quatro a cinco nomes, outra pode montar no mesmo tempo apenas dois ou três. O jogo não é competitivo e o objetivo de todos é o mesmo: montar os nomes das pessoas, não importando o tempo que isso leve.

• Também é possível usar esse jogo para diferenciar vogais e consoantes. Nesse caso, as vogais podem ser grafadas com uma cor diferente das consoantes.

• Podem fazer parte do jogo ainda os nomes dos personagens da história (Gina, Veloso, João, Miguel).

Habilidades propostas pela BNCC que podem ser desenvolvidas nestas atividades:

(EF01LP02) Escrever, espontaneamente ou por ditado, palavras e frases de forma alfabética –usando letras/grafemas que representem fonemas.

(EF01LP03) Observar escritas convencionais, comparando-as às suas produções escritas, percebendo semelhanças e diferenças.

(EF01LP05) Reconhecer o sistema de escrita alfabética como representação dos sons da fala.

(EF01LP08) Relacionar elementos sonoros (sílabas, fonemas, partes de palavras) com sua representação escrita.

(EF01LP09) Comparar palavras, identificando semelhanças e diferenças entre sons de sílabas iniciais.

ATIVIDADES ENVOLVENDO A LITERACIA FAMILIAR

Chamamos de “literacia familiar”1 atividades realizadas em parceria com os familiares ou responsáveis pelas crianças, que visam oferecer práticas de leitura e escrita cotidianas, e que proporcionem o desenvolvimento de habilidades e conhecimentos que favoreçam a alfabetização.

De acordo com a Política Nacional de Alfabetização (PNA):

uma das práticas que têm maior impacto no futuro escolar da criança é a leitura partilhada de histórias, ou leitura em voz alta feita pelo adulto para a criança; essa prática amplia o vocabulário, desenvolve a compreensão da linguagem oral, introduz padrões morfossintáticos, desperta a imaginação, incute o gosto pela leitura e estreita o vínculo familiar (CARPENTIERI et al., 2011) (BRASIL, 2019).

1 Para saber mais sobre literacia familiar: https://novaescola.org.br/conteudo/18903/literacia-familiar-naosignifica-ensinar-criancas-a-ler-em-casa Acesso em 13/05/2021.

Para o MEC2, as práticas de literacia familiar “estimulam desde cedo a leitura de forma lúdica e participativa, o que faz as crianças chegarem mais preparadas aos anos iniciais do ensino fundamental, além de fortalecer o vínculo familiar”. Além disso, o encorajamento dos pais ou cuidadores e o exemplo que eles dão ao ler para as crianças são fatores que favorecerão o desenvolvimento delas.

Uma forma interessante de praticar a literacia familiar e envolver os pais ou responsáveis no trabalho realizado com o livro Letras de carvão é propor atividades para serem feitas em família. Seguem algumas propostas, que podem ser acrescidas de outras, dependendo do interesse e do estágio de desenvolvimento das crianças:

• Enviar o livro Letras de carvão para casa, para ser lido em família.

• Fazer com a família uma ilustração (por meio de colagem ou desenho) que represente o seu bairro ou a sua cidade. Trazer a ilustração para a sala de aula, para compartilhar com os colegas.

• Realizar, com o auxílio da família, uma das pesquisas sugeridas neste Material do Professor.

• Escrever uma lista de nomes das pessoas que moram com a criança.

• Fazer uma lista de compras com a criança.

• Escrever uma carta para algum parente ou conhecido que mora longe; enviar a carta e aguardar a resposta.

SOBRE A AUTORA DESTE MATERIAL

LAÍS DE ALMEIDA CARDOSO é escritora, educadora, bióloga e poetisa. Graduada em Letras e Biologia, fez Mestrado e Doutorado sobre Literatura Infantil na área de Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa da Universidade de São Paulo. Foi professora alfabetizadora durante 25 anos e há 13 anos orienta professores, trabalhando em sua formação continuada. Nesse meio tempo, escreveu livros didáticos e fez carreira acadêmica.

2 http://portal.mec.gov.br/component/tags/tag/literacia-familiar. Acesso em 15/05/2021.

REFERÊNCIAS

Documentos oficiais

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018. http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/#infantil. Acesso em 10/05/2021.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Alfabetização. PNA – Política Nacional de Alfabetização / Secretaria de Alfabetização. Brasília: MEC, Sealf, 2019.

PORTAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO (MEC) http://portal.mec.gov.br/component/ tags/tag/literacia-familiar. Acesso em 15/05/2021.

Para aprofundar

DINIZ, Maria Vitória Costa. A leitura de imagem no processo de ensino-aprendizagem da educação infantil, https://www.construirnoticias.com.br/a-leitura-de-imagem-no-processo-de-ensino-aprendizagem-da-educacao-infantil. Acesso em 12/10/2021.

É na educação formal que o aluno terá oportunidade de aprender a apreciar e compreender as imagens nas suas mais diversas formas, sendo o professor o mediador desse conhecimento.

GREGORIN FILHO, José Nicolau. Literatura infantil: múltiplas linguagens na formação de leitores. São Paulo: Melhoramentos, 2009.

Este livro pretende dialogar com o professor sobre como e por que trabalhar literatura infantil na sala de aula. Fornece subsídios teórico-práticos com o objetivo de ampliar a formação do profissional da educação, preparando-o tanto para a escolha das obras como para o convívio com a criança leitora.

MARTINS, Miguel. Literacia familiar não significa ensinar crianças a ler em casa. In: Revista Nova Escola. https://novaescola.org.br/conteudo/18903/literacia-familiar-nao-significa-ensinar-criancas-a-ler-em-casa. Acesso em 13/05/2021.

A professora estadunidense Catherine Snow, referência para as políticas de alfabetização do MEC, revela como práticas simples, de conversas a brincadeiras, podem ser poderosas para ajudar a construir conhecimentos na creche e pré-escola.

Livros que abordam temas sobre Direitos das Crianças e sobre comunidades quilombolas

FRONTY, Aurélia & SERRES, Alain. Eu tenho o direito de ser criança. Rio de Janeiro: Pequena Zahar, 2015.

Este livro transmite aos pequenos, de maneira leve mas enfática, a Convenção dos Direitos da Criança, assinada em 1989 por 193 países, inclusive o Brasil. O refrão “Eu tenho o direito...” pauta a musicalidade da leitura e evoca, a cada dupla de páginas, cada um dos direitos definidos no documento.

Música:

KAWAHARA, Hiro & LOURENÇO, Marcelo. O livro dos grandes

direitos das crianças. São Paulo: Panda Books, 2011. Toda criança tem o direito de brincar como uma criança, de ter curiosidade sobre tudo, de fazer de conta, de ter um anjo da guarda, de sonhar o que quiser ser quando crescer, de acampar no meio do quarto e de ser levada a sério por qualquer adulto. Com leveza e humor, os quarenta “artigos” propostos nesta obra evocam os direitos que toda criança tem de ser feliz.

ROCHA, Ruth. Os direitos das crianças segundo Ruth Rocha.

São Paulo: Salamandra, 2014.

“Os direitos das crianças não devem ficar restritos aos direitos jurídicos expressos pela Declaração dos Direitos das Crianças”, afirma a autora na apresentação deste livro. “Este é o objetivo deste trabalho: chamar a atenção para o fato de que a infância é um tempo muito curto, mas que é o período em que se constrói o direito à felicidade.” Para explicar o que entende por infância feliz, Ruth Rocha escreveu um longo poema — todo rimado e escrito em redondilhas maiores (versos de sete sílabas métricas) —, que é um verdadeiro inventário de tudo o que é bom quando se é criança.

XAVIER, MARCELO. Se criança governasse o mundo...

7. ed. São Paulo: Formato, 2019. Publicado pela primeira vez em 2003 e ainda atual, o autor utiliza a arte da modelagem em massinha para criar ilustrações tridimensionais, marca registrada e premiada do seu trabalho. A temática do livro oferece às crianças estímulos à reflexão sobre questões voltadas à formação do indivíduo e da cidadania. Afinal, como seria o mundo se fosse governado exclusivamente por crianças?

CAZUMBÁ, Meire & BORDAS, Marie Ange. Histórias da Cazumbinha. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2010. Neste livro, conhecemos as histórias da infância de Cazumbinha - as comidas e as roupas, as plantas e os bichos, as pessoas e os lugares, as canções e as festas, as brincadeiras e os medos -, tão diferentes e, ao mesmo tempo, tão semelhantes às histórias de qualquer criança. Ilustrações infantis e fotografias oferecem ao leitor possibilidades de conhecer outros lugares e se colocar no lugar de outras crianças.

TOQUINHO & CONVIDADOS, Canção dos direitos da criança (1997). http://www.toquinho.com.br/album/cancao-dos-direitos-da-crianca/.

Acesso em 10/11/2021.

Neste álbum, o consagrado compositor e cantor Toquinho reúne importantes artistas para interpretar canções cujas letras evocam alguns dos direitos da criança presentes no conhecido documento da ONU.

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