Os três ratos de Chantilly

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Perambulavam pelo mundo três ratos cegos, sem que ninguém os guiasse. Adornados, mas pobremente vestidos, caminhavam sem rumo certo, cada qual com seu bornal. Imprecisos e trôpegos, seguiam sem pressa um atrás do outro.

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Habitava, naquela região, uma velha ave de plumagem gasta e de costumes solitários, grandes olhos amarelos e pio calado. Empoleirada em um velho tronco retorcido, aguçou suas orelhas emplumadas a fim de escutar melhor quem de lá se aproximava. Eram os três ratos. A Coruja bateu asas e chegou mais perto dos três andarilhos, fixou seus enormes olhos sobre os ratos e percebeu que, apesar de cegos, não se desviavam do caminho. Primeiro pensou em devorá-los, depois ficou mais curiosa que faminta. Como aqueles ratinhos andavam sozinhos e sem nenhuma ajuda? “Não é possível que esses ratos sejam cegos de verdade.” E, determinada a descobrir a verdade sobre a suposta cegueira, foi ter com os roedores.

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