Anastasia Gooz Photography
Restaurante Vegetariano PSI Entrevista
As Varnas
Homemade Popsicles várias sugestões e ideias
Sente-se sobreaquecido neste verão?
Mú - Gelato Italiano Entrevista Life is Beautiful. entrevista com Andrea Cozinhar a cru 4 sobremesas geladas de Verão Laboratorio de histórias Entrevista
Entrevista com Carla Galvão
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Anastasia Gooz. Iniciei a fotografar em 2008. Primeiro comecei na minha terra natal, inspirada nas ruas e vielas traseiras das casas e nos livros de Odessa. As pessoas, as crianças os gatos e as avós começaram a entrar pela minha camera, foi então que decidi dedicarme ao retrato. Desde esse momento que as caras das pessoas se tornaram o meu tema de maior interesse. Mas com o tempo tudo muda, e eu também.
Quis mostrar nas minhas fotografias essa inspiração mágica e parada no tempo, que conseguia capturar e depois podia ter o prazer de observar, uma e outra vez. A minha primeira viagem à Índia foi especificamente para ir fotografar, mas o meu coração foi apanhado para sempre nesse vento do oriente.
https://www.facebook.com/nastya.gooz https://instagram.com/nastyagooz/
O meu trabalho de base s達o fotografias de Casamentos e fotografias personalizadas, retratos. Tenho tempo para tudo; para trabalho, para arte, para viajar, para a familia e amigos, e para mim, e consigo tudo isto porque nunca me proponho a fazer mais do que sou capaz.
Um dos mais antigos e melhores restaurantes vegetarianos em Lisboa http://www.restaurante-psi.com/ https://www.facebook.com/RestaurantePsi
Quattuor–
Gostaríamos de conhecer a história
deste restaurante. É da sua família?
PSI – Sim, é da minha família.
Quattuor – Já existe há quantos anos? PSI – Mais ou menos há quinze anos.
Quattuor – Sempre pertenceu à família? PSI – A minha mãe é que lançou o espaço. Esta jardim antes era um café abandonado que estava ocupado por gente moribunda como alcoólicos e toxicodepentes. A minha mãe quanto comprou o espaço, decidiu fazer obras, renovar o jardim e fazer a cascata. Agora é frequentado por muito boa clientela, desde famílias com crianças até outros mais incomuns.
Quattuor
–
Toda
a
família
trabalha
no
estabelecimento?
PSI – Não, a minha mãe é que quando começou estava aqui mais tempo pois estava à frente do negócio, o meu pai e o meu irmão têm outro negócio, eu próprio já trabalhei na empresa do meu pai, mas há dois anos fui ao Perú tirar um curso de cozinha numa escola que se chama Le Cordon Bleu, depois disso fiquei a estagiar um ano nos melhores restaurantes da cidade de Lima. Quando regressei tentei renovar este espaço, em especial a ementa. Em setembro do ano passado comecei a reestruturar, em Janeiro e Fevereiro estivemos fechados para renovar a cozinha e reabrimos em março com nova ementa com novos pratos.
Quattuor –E quem elabora os pratos? PSI – Quando a minha mãe abriu o restaurante, ela juntamente com os cozinheiros elaborava os pratos e ficaram receitas que tornaram o PSI famoso. Por exemplo, nós temos um prato emblemático que é o Rolo Libanês que hoje ainda se buscar no google aparece o nosso restaurante. Nós temos vários pratos emblemáticos que ao longo dos anos fomos fazendo. Temos feito também experiências com sugestões de diferentes cozinheiros que por cá passaram. Temos sempre pratos do dia, pelo menos dois pratos do dia. Fazemos muita pesquisa na internet, podemos fazer um prato típico indiano mas vamos adicionar-lhe isto e aquilo, depois os cozinheiros executam e se fica bom acabamos por repetir com frequência. Tenho uma base de dados de livros de cozinha, receitas originais, enfim, vamos aqui buscar inspiração e ajustando se uma experiência de prato não ficar mesmo bem. Em relação à ementa, temos pratos desde que o restaurante abriu, que são emblemáticos do restaurante, como por exemplo, o Roti Recheado ou o Seitan à Casa, são pratos que nunca vamos mudar porque os clientes pedem mesmo esses pratos e vêm de propósito para comer.
Quattuor – Mas porquê um restaurante vegetariano? PSI – Curiosamente ninguém da nossa família é vegetariano. A minha mãe quando abriu o restaurante era uma pessoa muito próxima de vários monges budistas que estavam cá em Portugal. Julgo que pode ter sido esta a maior influência para termos hoje um restaurante vegetariano. Mesmo não sendo budista, estava muito ligada ao budismo, talvez para celebrar a filosofia budista e essa etapa da sua vida, a minha mãe decidiu que seria um restaurante vegetariano. É engraçado saber que na altura um monge budista muito próximo da minha mãe felicitou-a por haver um local em Lisboa para comer onde nenhum animal tinha de sofrer.
Quattuor – A vossa família é indiana? PSI – A nossa família tem origens indianas, os meus avós nasceram na Índia e emigraram para Moçambique. Os meus pais, eu e o meu irmão, todos nascemos em Moçambique e mais tarde em 1977 viemos para Portugal.
Quattuor
– Todas as pessoas que vêm ao PSI sentem que o vosso jardim tem muito de
budismo. Há alguma espiritualidade associada ao jardim?
PSI – A minha mãe quando concebeu o restaurante, estava tão obsecada com todos os pormenores, por exemplo, as mesas hoje em dia são redondas porque ela não queria nenhum canto influenciada pelo Feng Shui, essa cúpula que vêmos ali foi construída numa prisão por prisioneiros reabilitados com pedras vindas de sítios específicos, tudo o que foi feito, foi feito com tanta intenção que ainda hoje beneficiamos dessa intenção inicial.
Quattuor
-
Vocês também têm tartarugas,
peixes...
PSI – Sim temos aqui o lago. A tartaruga foi uma vizinha que trouxe, as carpas a minha mãe comprou. Entretanto as tartarugas ficaram três, estiveram agora hibernadas.... . Tivemos uns patos durante a primavera, mas já voaram para outro lago. Em relação ao jardim, a minha mãe sabia da vinda do Dalai Lama a Portugal e decidiu escrever uma carta para ele vir inaugurar o jardim. Na altura as pessoas pensaram que ela estava doida, ninguém escrevia cartas ao Dalai Lama para inaugurar jardins... mas a verdade é que ele respondeu e veio cá inaugurar o jardim, tal como vê naquela placa que está ali. Foi algo muito importante para o restaurante e ainda hoje sentimos a sorte de tal ter acontecido.
Quattuor
– Tiveram mais clientes com tanta
importância como o Dalai Lama?
PSI – Não sei de vieram cá outras pessoas importantes, ministros, políticos, todos os clientes são importantes para nós.
Quattuor – É possível sentir a diferença entre o vosso tipo de clientes e o tipo de clientes dos restaurante tradicionais?
PSI – Especialmente no início, sentimos que há algumas pessoas, por exemplo, as namoradas vegetarianas que traziam os namorados não vegetarianos para experimentar a comida, pois havia aquele ideia de “Vou comer vegetariano e vou ficar com fome.
Mas pouco a pouco, as pessoas começaram a aderir e hoje em dia muitos dos nossos clientes não são vegetarianos mas gostam dos nossos pratos. Eu acho tão estranho, porque imagine, vai a Itália, vai à melhor pizzaria de Nápoles, que é uma instituição, come uma pizza margarita que é leva toma, manjericão e queijo, você come e adora, e aquilo é vegetariano. As pessoas sabem que o vegetarianismo é saudável, faz bem à saúde das pessoas e à saúde do planeta.
, Ninguém escrevia cartas ao Dalai Lama para inaugurar jardins... mas a verdade é que ele respondeu e veio cá inaugurar o jardim
Muitos dos nossos clientes n達o s達o vegetarianos mas gostam dos nossos pratos
As VARNAS explicam como as pessoas são destinadas pela natureza para nascerem e viverem em diferentes grupos e assim serem entendidos pela sociedade. Existem quatro VARNAS que espelham diferentes estados intelectuais da mente. A primeira era a casta dos BRAHMAS, aqueles que tinham excelente educação, padres e mágicos, ou seja, aqueles que sacrificavam o seu conforto. A segunda casta era a dos CHATRI, daqueles que lutavam ou lideravam, tais como os guerreiros ou reis. A terceira casta era da dos VAIXIA, de todos aqueles que trabalhavam na terra, terra, como agricultores, ou ainda aqueles que faziam objectos manualmente, os artesãos, e também os negociantes. A quarta casta era a casta dos empregados que estavam ao serviço, eram aqueles que faziam o trabalho escravo ou simplesmente serviam as restantes castas.
As pessoas que são SHUDRAS são as do serviço, o seu objectivo principal é sobreviver e procriar. Quase sempre os SHUDRAS nascem depois de terem encarnado animais durante várias vidas, é por isso que a sua vida é feita por instinto. As suas habilidades básicas são a sobrevivência e a criação dos seus descendentes. Têm de trabalhar para ficarem disciplinados e aprender disciplina. A vida deles é trabalhar. Não são comunicadores por natureza e têm dificuldade de mostrar as suas emoções e os seus sonhos. Sentem-se muito bem nas áreas que dominam, mas são bastante conservadores e deste modo não é fácil mudarem o seu próprio VARNA. Todavia, os SHUDRAS adaptam-se muito bem às novas condições da vida. É mais fácil trabalharem com um machado do que consertarem um relógio. Os SHUDRAS podem ficar muito orgulhosos por trabalharem 35 anos numa fábrica, por exemplo, no sector textil, pois podem afirmar que são pessoas trabalhadoras e estarem orgulhosas disso. Não necessitam de receber qualquer indicação ou conhecimento, mas sentirem-se orgulhosos de si próprios. Os SHUDRAS têm dificuldades de liderar e não conseguem muito bem lidar com outras pessoas, deste modo têm de sempre ser liderados. Existem também os SHUDRAS que trabalham numa pedreira ou num escritório, eles têm diferentes níveis mas ambos são considerados SHUDRAS. Os SHUDRAS quase sempre vivem para si próprios, os seus pensamentos concentram-se nas suas famílias. São excelentes profissionais mas não muitos criativos e artísticos. Os SHUDRAS são de aparência física boa e têm instintos paternais ou maternais, e conservam um excelente senso de lealdade aos chefes. Conseguem compreender instintivamente a natureza e adoram-na.
O segundo grupo são os VAIXIAS, são negociantes que já sabem como trabalhar com as mãos, obter comida e construir uma casa, por isso procuram o conforto, ambicionam sentir conforto. Os VAIXIAS têm um sentido estético e obtêm prazer do dinheiro, tudo o que fazem tem que ver com índole privada. As pessoas deste VARNA estão vocacionadas para a construção de infrastruturas sociais tais como bancos, grandes lojas de comércio, supermercados criando emprego para as outras pessoas fornecendo assim produtos alimentares, roupas, etc. São aqueles que normalmente desenvolvem actividade de importação e exportação.
OS VAIXIAS são capazes de tomar decisões e mostram um bom nível de diplomacia na sua área de trabalho. Uma vez que a motivação dos VAIXIAS é ganhar dinheiro e ter prazer, estas pessoas estão dispostas a obter prazer de qualquer actividade, por isso quando os VAIXAS deixam de ter prazer significa que estão a morrer. OS SHUDRAS vivem dos instintos como frio ou fome e é para satisfazerem tais necessidades básica que trabalham, enquanto que os VAIXIAS não precisam apenas de simples alimentos, mas antes de alimentos e refeições saborosas, um cobertor bonito para se cobrirem e uma casa confortável. Um dos pensamentos básicos dos VAIXIAS é “O dinheiro pode fazer tudo, o dinheiro é o poder.”.
Os CHATRI são as pessoas do terceiro VARNA, que conseguem obter todo o prazer mas também têm a capacidade de aprender a ter poder e se protegerem. De facto, há aqui uma nova filosofia de vida. Os CHATRI são reis, chefes , protectores, guerreiros, polícias, militares, por isso têm de ter características como honra, justiça, liderança, riqueza, verdade. Os CHATRI são a maior parte do tempo guerreiros protectores e não gostam da mentira. São indivíduos que compreendem quando os SHUDRAS ou VAIXIAS mentem, mas consideram falta de educação e inteligência. Em muitas histórias e romances aparecem cavaleiros com honra e justiça, esses são os verdadeiros CHATRI. Os CHATRI estão sempre prontos para uma situação inesperada ou de emergência, sabem ser realistas e lideram os seus subordinados. Normalmente podemos ver que nos maiores países com grandes exércitos, são os CHATRI que lideram, porque estas pessoas não pensam ao nível da família ou dos seus negócios, mas antes têm interesses ao nível de grandes grupos ou sociedades, tal como protecção e riqueza para os seus países. Os CHATRI têm muito bom físico e uma mente forte e de fácil controlo. Sabem muito bem o que querem para a vida, conseguem fazer decisões e atingir o que desejam. Têm um elevado sentido estético e moral nas suas vidas, as suas motivações são de carácter intelectual, detém excelente capacidade para pensar e para produzir pensamentos teóricos e abstratos. Alguns CHATRI são guerreiros e lutam com os próprios problemas, outros lutam contram outras pessoas da sociedade, mas nunca vão contra o sistema, sempre procuram levar o sistema no melhor sentido. As crianças CHATRI são aquelas que apelam à paz entre as outras crianças, ao contrário dos SHUDRAS. A violência está mais relacionada com os SHUDRAS, os CHATRI têm um grande controlo da mente e disciplina, são normalmente também estas pessoas que fazem parte dos governos. Os CHATRI nunca têm medo da morte. OS CHATRI lutam sempre para a evolução e tentam sentir-se em harmonia e com conhecimento.
Os BRAHMA são sempre honestos, começando consigo próprios e depois com o mundo, com dada ser e personalidade que encontram no seu caminho. A moralidade existe mesmo no sangue do BRAHMA, assim enquanto as outras castas aprendem dos BRAHMA, estes sabem o que é ou não moral e nunca cometem erros. OS BRAHMA são pessoas muito educadas, nem sempre têm conhecimento técnico, mas sabem esperar e conhecem muito bem a dimensão do tempo. O trabalho deles pode ser quase invisível e incompreendido no seu tempo. OS BRAHMA quase nunca sentem tristeza, mesmo quando fechados num local por muito tempo, sabem o que fazer. Temos de compreender que as castas e os varnas são indicações da evolução dos vários grupos de indivíduos na sociedade, ao nível espiritual e mental, bem como as suas capacidades de entendimento do mundo, da vida e da sua felicidade dentro da família e da sociedade. Na nossa era, em comparação com outras épocas, existem uma grande degradação dos humanos na medida em que a nossa mente tem um poder muito fraco para perceber as verdadeiras leis do mundo, assim como uma compreensão reduzida das castas e das varnas, que agora temos na sociedade uma mistura dos níveis mentais, das pessoas de várias castas, havendo um problema comum entre as pessoas de não saberem o que querem fazer ou mesmo o que estão a fazer nas suas vidas, pois no antiga sociedade indiana as pessoas sabiam o que tinham de fazer e o como alcançar um nível de evolução superior em termos morais, intuitivo e mental. Com a degradação dos tempos é muito mais difícil. É importante sublinhar que compreender a pertença a uma casta, seria mais fácil entender as leis do carma.
os SHUDRA nunca estão felizes com o mundo, os VAIXIA nunca estão felizes com os outros, os CHATRI nunca estão felizes consigo próprios e os BRAHMA nunca estão felizes com o seu conhecimento Os SHUDRA querem destruir o mundo até ao fim e construir um mundo novo, os VAIXIA querem mudar as pessoas e ter aquelas que são confortáveis para si próprio, os CHATRI querem mudar-se a si próprio para fazerem as coisas mais eficazmente, os BRAHMA querem receber novos conhecimentos sobre o mundo. Em todos estes desejos há sempre forma de se destruir a si próprio.
Uma das melhores melhores formas de se refrescar no Verão Neste Verão está na moda fazer em casa os seus “popsicles”, damos várias sugestões e ideias
“Popsicle VITAMINADO” Faça com que os seus filhos tenham mais vitaminas e adorem fazê-lo Receita - Sumo de Maracujá (pacote) - Vitaminas em pó (esmagadas na colher) - 10 framboesas - Flores comestíveis para decoração Primeiro misture as vitaminas esmagadas no sumo de maracujá, coloque as flores e as frutas nas formas dos gelados, adicione o sumo vitaminado. Congele durante 2-3 horas e estão prontos
“Popsicle de CEREJA-LARANJA” No inicio do Verão há muitas cerejas, cheias de ferro, que também é importante reforçar
Receita - Sumo de Laranja natural - 10 cerejas limpas e descaroçadas Faça o sumo natural de laranja, aproveite a polpa da laranja, juntar o sumo e as cerejas directamente nas formas até encher. Congele durante 2-3 horas e estão prontos
“Popsicle de VINHO VERDE” (para os adultos)
Receita -1 limão sem casca - 2 kiwis sem casca -2 ou 3 molhos de hortelã-pimenta - 2 colheres de sopa de açucar mascavado - 200 ml de vinho verde Misture tudo numa misturadora e no fim acrescente mais 3 colheres de sopa de vinho verde, misture outra vez. Deite esta mistura nas formas e acrescente vinho até encher. Congele durante 2-3 horas e estão prontos
“Popsicle de FRUTOS CONGELADOS” Receita - 10 morangos limpos - 2 figos descascados - 2 nectarinas com casca - 2 colheres de sopa de açucar mascavado Coloque num recipiente as frutas cortadas em pedaços e junte o açucar e misture tudo. Coloque o recipiente no congelador durante 30-40 minutos. Retire do congelador e misture na misturadora Deite a mistura nas formas. Congele durante 2-3 horas e estão prontos
SenteSente-se sobre sobreaquecido obreaquecido neste verão? A
Ayurveda pode ajudar a manter-se fresco. A ciência da
vida com 5000 anos de idade é baseada em princípios práticos que ajudam a manter o equilíbrio em conformidade com o ritmo de cada estação do ano. Agora, que calor bate todos os registos - pense nisso como se fosse um ar-condicionado da natureza. Os meses de verão tendem a afectar Pitta (fogo), um dos três principais doshas, ou constituições, que fazem a estrutura do nosso corpo (as outras duas são Kapha (água) e Vata (ar)). O excesso de Pitta pode incendiar-se no verão: a irritabilidade, inflamações de pele ou a indigestão ácida são todos os sinais que o seu Pitta pode estar desiquilibrado. Uma das dicas mais importantes para seguir durante o verão: manter-se hidratado. Claro que aquele cappuccino gelado pode parecer tentador quando as temperaturas atingem níveis altos, mas de acordo com a perspetiva ayurvédica, não é refrescante para o sistema. A cafeína é muito estimulante e desidratante. Em vez disso é melhor escolher chás de ervas e água de coco. Se quiser refrescar a sua bebida com gelo, Ayurveda recomenda que espere até que o gelo derrete antes de desfrutar de sua bebida e água à temperatura ambiente é melhor. Os alimentos que come também ajudam a controlar o calor. Ao contrário da sabedoria popular, os alimentos picantes e quentes não são recomendados, pois podem estimular demais o sistema digestivo. Em vez disso, frutas, vegetais frescos e saladas, por exemplo, de melão e pepino,e ervas como hortelã e coentros irão mantê-lo fresco nos meses mais quentes. Também é recomendado ingerir menos quantidade de comida. E, apesar dos grelhados serem uma actividade popular no verão, é melhor evitar ou minimizar o consumo de carne vermelha, que também coloca o Pitta em desiquilíbrio. Experimente grelhar legumes. Assim como a água de coco é aconselhada para manter-se calmo, o uso de óleo de coco na pele também. O óleo de coco é leve, fino, dá sensação de arrefecimento na pele e mantém a pele radiante. A outra técnica de autocuidado para manter a calma é lavar os pés antes de deitar. É calmante e ajuda a evitar o calor que muitas vezes pode contribuir para irritabilidade e insónia à noite. Óleos essenciais como lavanda, sândalo e rosa também são de arrefecimento e podem ser usados para esfregar nos pés, ou para adicionar ao banho. Qualquer tipo de exercício deve ser feito no início da manhã (de preferência) ou no final da tarde, antes e após os raios solares serem mais fortes. Se é um praticante de yoga, certas posições e a pranayama (a técnica de respiração) são especialmente eficazes nesta época do ano.
É recomendada um pranayama refrescante como a sheetali - uma inalação através do nariz e uma expiração pela boca com a língua enrolada, que ajuda a acalmar o sistema nervoso. Sheetali é especialmente eficaz porque ela seca a língua, que armazena calor. Ao praticar yoga ou qualquer outro tipo de actividade física, certifique-se de usar roupas largas e arejadas de tecidos de secagem rápida. Para o uso diário é sempre boa opção usar roupa de tecido de algodão ou seda em cores claras, como branco, azul, verde, ou a lavanda – as cores mais leves reflectem o calor do sol em vez de absorver. Naturalmente evitando o calor não deve impedir de receber os dons do sol do verão. Passear ao ar livre na natureza é uma óptima maneira de ficar equilibrado. Estar rodeado por plantas verdes também é curativo, andar na relva descalço pode ser muito benéfico, especialmente se tendem a ficar muito dispersos. Estar perto de água também é recomendado - a natação é uma óptima maneira de resfriar o corpo (como também banhos e duches regulares). Por fim, o mais importante de se lembrar sobre o verão é divertir-se e ficar atento. Os dias são mais longos e geralmente reservados para mais atividades. Aproveite tudo o que a estação tem para oferecer, mas também observe os seus hábitos. Observe como o seu corpo reage ao calor, à energia criada e gerada pela estação. Celebre o verão mas certifique-se de também descansa o suficiente e ter tempo para o auto-sustento. Desejamos um Verão feliz e saudável!
Quattuor- das quais é por que é que escolheram Portugal sendo a vossa nacionalidade italiana? Geladaria – Portugal.... eu visitei Portugal no passado muitas vezes como turista e viajante, viajei muitas vezes para Portugal desde Itália de carro. Adoramos o clima, os produtos, ficamos apaixonados por Portugal e decidimos ficar por cá já fez dois anos. Quattuor – Esta loja tem dois anos? Geladaria – Não, esta loja nos inaugurámos em junho do ano passado. Quattuor – Vocês são ambos italianos? Geladaria – Sim, somos de cidades vizinhas. Quattuor – Querem continuar em Portugal ou estão cá apenas por um período de tempo? Geladaria – Não, nós estamos cá para ficar, temos uma pequena criança, estamos a construir a vida aqui. Quattuor – Foi fácil para vocês abrir esta loja de gelados? Geladaria – Bom, mais ou menos, foi um pouco difícil porque como somos estrangeiros tivemos de perceber como é que as coisas funcionam neste país. Quattuor – Existem muitas leis alimentares? Geladaria – As leis e a burocracia não são um obstáculo, pelo menos quando comparada à da Itália. Tivemos apenas alguns problemas relacionados com as obras de adaptação do espaço, que por várias razões demoraram um pouco a ser concluídas, mas no final conseguimos. Quattuor – Como é que vocês encontraram este local? Por que é decidiram ficar aqui? Geladaria – Por causa da praça e do parque que são realmente muito bonitos, tem muita luz. Quattuor – Mas não passam aqui muitos turistas. Geladaria – De facto não muitos, mas nós não queriamos ficar na Baixa, temos clientes locais e boa vizinhança. Escolhemos este local devido à beleza da zona envolvente. Quattuor – Então a vossa escolha teve que ver com a beleza apenas? Geladaria – Sim, claro, quando nós procurámos, pensamos abrir em Campo de Ourique, que é onde vivemos, mas as coisas não foram na direcção certa e gostámos deste local onde acabámos por ficar. Arrendamos este espaço quatro dias depois de vermos a placa “Arrenda-se”. Os vizinhos perguntaram-nos se tinhamos a certeza de querer lançar o negócio aqui, pois talvez não fosse o melhor local, no entanto estamos no centro de Lisboa.
Quattuor – Vocês têm sempre excelente combinações de sabores de gelados. Como é que vocês escolhem os sabores? Têm ameixa, abacate e muitos outros. Geladaria – Bom, o mercado ajuda-nos imenso porque trabalhamos com a fruta da época. Tudo o que estiver lá, nós conseguimos fazer gelado. Quattuor – Trouxeram as receitas de Itália das vossas experiências ou são receitas novas? Geladaria – É uma mistura. Temos várias receitas das escolas onde estudámos e dos locais onde trabalhámos, o resto sai do trabalho diário de experimentação. Abacate havia no mercado no outro dia, uma grande caixa de abacate, estava muito maduro e eu sempre quis experimentar gelado de abacate por isso decidimos tentar esta nova receita. As pessoas têm gostado! Quattuor – Então não há receita secreta de origem italiana. Geladaria - Talvez nos outros gelados, pois os gelados de fruta não temos receita secreta. Costumamos dizer que o segredo para fazer um bom gelado é o tempo de trabalho. Nós usamos o método de produção de gelado tradicional deixando a mistura repousar por um dia para que todos os ingredientes fiquem devidamente misturados, é chamado o processo de maturação, que leva o seu tempo, mas o produto final é de mais elevada qualidade. Outro segredo é usarmos máquinas de grande qualidade. No final o resultado obtem-se conjugando a qualidade dos ingredientes seguindo um método rigoroso e tradicional utilizando no processo máquinas italianas que proporcionam excelente desempenho. A receita é a chave do sucesso e não podemos revelar!
Quattuor – Claro que sim, a vossa arte sem sempre um segredo especial. Geladaria – De facto, talvez noventa e cinco por cento das geladarias, por exemplo, para fazer tiramisu usam pacote em pó ao qual adicionam leite ou água e põem numa máquina, do tipo de produtos industriais. No nosso caso, por exemplo, fazemos a pasta tiramisu com mascarpone. Tal como se fazem bolos, nós fazemos gelados usando ovos, mascarpone, café expresso de máquina, cacau em pó e bolachas. Quattuor – É muito mais saudável! Geladaria – Sim, é muito saudável e eu sempre afirmo isso. Posso dar mais um exemplo: os nossos gelados com fruta têm entre cinquenta a sessenta por cento de fruta. É por isso que têm um sabor mais intenso a fruta. É mais saudável porque é menos gordo e tem menos açúcar. Quattuor – Tem bastante sucesso, as pessoas adoram. Outra questão é sobre os ajudantes. É difícil encontram empregados para a vossa loja em Lisboa? Geladaria – Bem, nós tentámos recrutar alguns jovens, mas tem sido difícil. Precisamos para a época toda e os jovens ou são estudantes ou têm sempre projectos e acabam por não ficar o tempo que gostaríamos. É extremamente complicado, mas agora Quattuor – Quando vocês chegaram a Portugal gostaram de tudo ou houve algo de que não gostaram? Geladaria – Sobre Portugal eu normalmente penso e lembro as coisas de que gosto em vez das coisas que não gosto. Se nós escolhemos Portugal para viver e construir a nossa vida, acreditamos que é realmente um excelente país. Nós estamos cá faz dois anos, mas eu visitei Portugal pela primeira vez há dez anos atrás e pensei que fosse um jardim zen, porque muito poucas pessoas visitavam nessa altura. Toda a gente visitava mais a Croácia, o Brasil, a Sardenha. Há várias razões para gostar de Portugal: o clima, as roupas, as praias, não há trânsito à excepção da hora de ponta. Até à Ericeira levamos meia-hora, é fantástico! Talvez o que temos a apontar é algumas estradas que não estão nas melhores condições. Quattuor – A última questão é sobre o vosso projecto “mú”. Este projecto é para para a alma ou é mais um negócio? Geladaria – Nós gostamos de equilibrar as coisas, pois não somos cem por centro pessoas de trabalho nem cem por cento almas, porque temos de comer Tentamos colocar o máximo de nós neste projecto e adoramos o trabalho e o local, onde passamos quase doze horas por dia, por isso temos que nos sentir confortáveis, fizemos tudo por nós próprios à excepção dos trabalhos das obras de remodelação, tudo o resto fizemos sozinhos, desde as prateleiras às cadeiras. Quattuor – Está excelente, vocês gostam, as pessoas gostam. Geladaria – Sim, é um grande prazer para nós.
http://ohdeardreablog.com/ https://instagram.com/ohdeardrea/
É uma blogger de sucesso, uma óptima mãe e uma cozinheira vegetariana fantástica
Pode contarnos um pouco sobre si e como decidiu ser vegan? Há cerca de dez anos estava sentada no sofá, a olhar para a comida no meu prato, e comecei a pensar - porque que é que eu me permitia comer queijo e ovos, mas não não comer carne. Seja pelo consumo da carne ou dos laticínios, as vacas estavam a ser maltratadas, por isso não me pareceu que adiantasse muito só cortar na carne. Então tentei dar mais uns passos para que se maltratassem menos os animais. Foram várias tentativas, e durante um ou dois anos, mas finalmente fiz a
mudança e nunca mais voltei atrás.
Você já era vegetariana desde criança? Quando é que começou a fazer estas escolhas? E se só começou mais tarde, foi por causa de alguma razão especial ou por motivos de saúde que começou a preocupar-se com as escolhas da dieta?
Não me tornei vegan por causa da minha saúde, mas seguramente permaneci vegan pela minha saúde. Assim que me tornei vegan, apercebi-me de uma ENORME melhoria no meu bem-estar geral. A minha sinusite crónica e as infenções de ouvidos pararam, o meu acne melhorou, o meu peso baixou e sentia-me saudável sem grande esforço, e a minha depressão melhorou bastante.
Os laticínios faziam-me doente e nunca me tinha apercebido até tornar-me vegan. Agora nem consigo imaginar voltar a comer laticínios - gosto de manter a minha saúde! Como é que é a organização das refeições em família, o seu marido também é vegetariano, ou fazem dietas diferentes e separadas? O meu marido come de tudo. A minha filha come da mesma forma que eu. Funciona bem para nós, porque ainda que ele coma carne, nunca está a contar que faça parte da refeição. Mantemos uma um equilibrio saudável de cereais, legumes e vegetais. Ele consome o seu proprio leite e queijo conforme lhe apetece e come carne quando em trabalho e nos restaurantes. E como é que conseguiu manter as escolhas correctas para as refeições durante a gravidez? Houve algumas alterações na dieta? Para além de acrescentar algumas calorias, proteina, sumos e smoothies, tudo ficou exactamente na mesma.Tive uma gravidez
mesmo MUITO saudável, sem quaisquer queixas excepto uma dor nas costas durante o meu ultimo mês. Foi óptimo, e comeria da
mesma forma se decidisse ter outro bébé.
Como mãe, e no que diz respeito aos hábitos de alimentação das crianças, como é que faz para equilibrar o menu para a sua filha? A Marlowe é um bom garfo. Às vezes sinto que tive muita sorte porque ela come mesmo bem. Mas assegurei-me que existia muita variedade, especiarias e sabores para ela quando era bébé e criança, e ela simplesmente continuou enquanto cresceu. Ela adora feijões,vegetais, cereais e fruta. Raramente come açucar ou "junk food", com a excepção talvez de batatas fritas, talvez duas vezes por mês. Ela come o que nós comemos, mas com menos especiarias picantes.
Pode dar alguns conselhos para todas as mães que queiram ter a mesma abordagem? Comecem desde novos. As criança não querem o que não conhecem. Sejam um bom exemplo. E ensinem-nas constantemente.
Que conselhos tem para quem quer adoptar uma dieta vegetariana, alguma recomendação especial ? Levem um dia de cada vez. Não tem que ser tudo ou nada. Tudo ou nada é muito limitador, mesmo um pequeno passo é um bom passo. E também que tenham paciência. A primeira semana de transicção é a mais dificil, o corpo necessita de se adaptar, mas após duas semanas vão sentir-se fantásticos.
Você é uma blogger de sucesso e também uma mãe dedicada, como é que consegue combinar a vida familiar com o trabalho no blog? Eu adoro o meu blog, para mim o meu blog é uma mistura de de trabalho e prazer, por isso não me importo de usar o tempo livre entre/após tarefas para trabalhar no blog. Trabalho um pouco durante o dia e a maior parte do meu trabalho é feito entre as 20h e as 2h da manhã, enquanto a miúda dorme e o meu marido está a trabalhar.
Onde é que vai buscar inspiração para todas as histórias do seu blog? O meu blog é um seguimento da minha vida. Por isso vivemos
primeiro, e então depois escrevo. Tenho dez milhões de pensamentos na cabeça a cada instante, por isso não é muito difícil encontrar as palavras para os meus milhões de fotografias. :)
Tem algum tipo de filosofia por detrás do trabalho que faz no blog que compare com uma abordagem mais filosófica à sua vida do dia-a-dia? Tudo o que quero é que o meu blog seja colorido, generoso e honesto. E que a minha vida seja assim também!
TORRÕES DE CHOCOLATE Com frutos secos Receita Pode utilizar qualquer tipo de bolachas (salgadas ou doces), qualquer tipo de frutos secos. Parta as bolachas e os frutos secos para dentro de um recipiente. Acrescente 100 gr de manteiga sem sal derretida e 300 gr de chocolate derretido (qualquer chocolate). Misture tudo, coloque numa camada de 3 cm num tabuleiro. Coloque no frigorífico para solidificar (30 minutos). Corte em pedaços com uma faca. Para um pequeno-almoço rico ou un snack de jantar
GELADO SANDUICHE DE NUTELLA Receita Misture na misturadora 2 bananas, 1 iogurte light e 2 morangos. Coloque em formas de éclair, pelo menos 2 formas, e congele. Após 2 horas retire e desenforme e faça uma sanduíche com 1 colher de sopa de Nutella. Volte a congelar. Retire do congelador 20 minutos antes de servir.
TARTE CRUA DE LIMA E ABACATE Receita BASE - 150 gr de castanha-cajú - 100 gr de amêndias sem pele Misture tudo numa misturado, coloque num recepiente e leve ao frigorifico por 1 hora. CREME Misture numa misturadora 1 lima descascada com 2 bananas e 1 abacate maduro Coloque o preparado da base numa forma de tarte, não esquecer colocar o papel vegetal. Acrescente o creme e coloque tudo durante 1 hora no congelador. Para decoração, corte rodelas finas de lima e caramelize com açucar mascavado. Retire e decore a tarte e volte a colocar no congelador . Retirar 10 minutos antes de servir.
É com este espírito que, em Junho de 2013, surge o Laboratório d’Estórias: um espaço experimental de design que pretende inspirar-se nas estórias da cultura popular portuguesa para reinventar objectos tradicionais, utilizando-os para contar novas estórias — e, porque não, para recriar a própria história do país. http://www.laboratoriodestorias.com/
Quattuor – Como nasceu a vossa ideia do Laboratório de Histórias? Rute e Sérgio – Este projecto surgiu de uma situação muito específica, pois já queríamos ter um projecto próprio há algum tempo, na altura não sabíamos se seria com cerâmica ou não, mas a cerâmica seria importante estar incluída. Mais tarde, devido à experiência da Rute com a cerâmica e cutelaria, a com o nascimento da nossa filha, decidimos avançar com o Laboratório de Histórias. O Laboratório de Histórias é uma mistura de criação literária, ilustração e de estudos e ensaios laboratoriais para a criação das peças cerâmicas. O lançamento do projecto teve a ver com o conhecimento que já tinhamos. Nesta cidade, Caldas da Rainha, temos o espírito da cerâmica, então pegámos na cerâmica e juntámos outros materiais da manufactura para valorizar o produto cerâmico. Não temos só peças de cerâmica, temos cerâmica ligada com outros materiais, são exemplos prático a peça do Corvo, da Alfacinha dos Caracóis ou ainda do Manjerico. Nesta última peça, o vaso é de barro mas a flor é de papel, é feita por uma senhora que foi florista a vida inteira e que agora está reformada e constrói flores de papel. Quattuor – Que outros materiais têm as vossas peças? Rute e Sérgio – Por exemplo, na peça Os Canário da Atlândida exploramos muito mais a questão da fundição do latão, que teve uma evolução significativa nas últimas décadas devido às certificações ambientais, o que levou ao fecho de várias fundições locais. É muito interessante pois fomos refundar a fundição manual de latão para adicionar às nossas peças partes deste metal. Outro exemplo prático é o da peça O Monte das Oliveiras, para a qual fomos buscar a madeira de oliveira, aqui temos a colaboração de um casal que reside na costa vicentina. Quattuor – Os vossos produtos são fabricados manualmente ou com máquinas? Rute e Sérgio – Cada peça tem sempre um pormenor de fabrico manual, não podemos dizer que é um produto industrial, há uma relação de produto de pequena escala com pouco de produto industrial, está mais próximo da manufactura do que da linha de produção. Quattuor – Quantas peças produzem por ano? Rute e Sérgio – Aproximadamente cinco mil peças, mas não temos um número certo mensal. Em média vendemos entre duzentas e cinquenta e quatrocentas peças, mas temos muitas quebras e peças com defeitos, por isso o número real de peças produzidas podem atingir as cinco mil unidades. Produzimos em chacota, antes de ter o vidro e a cor final. Exemplo: produzimos quinhentas unidades em chacota, antes de ir para o forno há uma selecção e depois de sair do forno há outra selecção porque existem sempre peças com defeitos.
Quattuor – A vossa página na internet está excelente! É importante uma presença na internet com qualidade para a promoção do vosso negócio? Rute e Sérgio – A página representa o que nós próprios somos, é importante pois vinca a nossa imagem de marca, vendemos peças de cerâmica mas trabalhamos em várias áreas, desde a ilustração à criação literária das histórias. Quattuor – Quem é que faz o desenho das peças, por exemplo, os pássaros? Rute e Sérgio – As peças são desenvolvidas pela nossa equipa de criativos. A escolha da temática somos nós que fazemos. Procuramos motivos em histórias e lendas que estejam associadas ao tema ou região que queremos desenvolver um produto e começamos a fazer vários estudos gráficos e de produção e modelação para apurarmos no fim a viabilidade económica. Por exemplo, agora estamos à procura de uma peça que represente a temática do Natal, queremos uma peça com bastante impacto para podermos oferecer ao mercado um peça única nesta época festiva. Quattuor – Como é que escolhem as cores para as vossas peças? Por exemplo o corvo é preto. Não seria interessante também criar um corvo de outras cores? Rute e Sérgio – Procuramos não ter uma grande diversidade da cores pois no processo produtivo é muito complicado e dispendioso. Para o corvo escolhemos a cor mais comum, o preto-azulado.
Quattuor – E os canários? Rute e Sérgio – Os canários têm quatro cores: branco, amarelo, laranja e verde. O manjerico tem a cor verde muito usada em cerâmica das Caldas da Rainha. As varinas têm as cores dos edifícios de Lisboa, com rosa, azul, amarelo e verde água. Quattuor – Já fizeram alguma exposição com peças personalizadas? Rute e Sérgio – Todas as nossas peças têm fabricação em série, não temos peças únicas de autor, embora por exemplo, a produção das varinas seja uma produção especial de duzentas e cinquenta peças. No futuro podemos vir a ter edições especiais mais restritas. Quattuor – Quem é o vosso maior crítico? Rute e Sérgio – Nós próprios! Achamos que nada está bem, há sempre qualquer coisa a melhorar. Eu e o Sérgio somos muito críticos. Quattuor – Qual é o vosso sonho neste projecto? Até onde querem ir? Rute e Sérgio – Gostaríamos de viver num espaço onde pudessemos receber convidados que partilhassem connosco momentos de criação de novas ilustrações, textos literários e que dessa partilha fossem estudadas e produzidas novas peças para venda não só nacional como também internacionalmente.
Quattour – Conseguimos uma entrevista consigo às dez horas da manhã. Como é que consegue ter este tempo? Carla Galvão – Organizei-me para este aqui convosco, este projecto que me apresentarem é super interessante, e portanto podia estar às dez, às nove ou até mais cedo se fosse preciso. Quattour – Nos últimos tempos tem estado bastante ocupada... Carla Galvão – Sim, de facto, ontem tive um dia de folga ao fim de várias semanas sempre a trabalhar. Fiquei com o meu filho e aproveitei para tratar de uns assuntos pessoais. Quattour – Às dez da manhã não é cedo para si? Carla Galvão – Não, porque eu começo o dia normalmente às sete da manhã, às vezes só para tomar o pequeno almoço com tranquilidade, olhar para o que tenho de fazer durante o dia ou toda a projecção do trabalho para a semana. Mas todos os dias acordo às sete e acabo o dia à meia-noite ou uma da manhã, principalmente nestes dias de sol é fácil. Quattour – Como são os dias da Carla Galvão...? Carla Galvão – Acordo, tomo o pequeno almoço e muitas vezes levo o meu filho à escola, daí começar tão cedo os dias. Como trabalho para crianças, faço espectáculos para a infância durante a semana iniciam pelas dez horas da manhã, é importante acordar o corpo e a voz tão cedo quanto possível para poder comunicar com as crianças. Os meus dias são muito variáveis, não tenho uma rotina fixa, de manhã muitas vezes tenho ensaios, depois almoço e à tarde mais ensaios, à noite tenho espectáculo, tudo isto é um puzzle que vai mudando, porque às vezes de manhã tenho espectáculo, ensaio depois do almoço e à noite novo espectáculo, portanto, são rotinas muito plásticas. Estes são os eus dias, ensaios, espectáculos, entre os quais no meio disto tudo é importante, ler, escrever, tratar da parte burocrática, porque ainda que eu tenha apoio na produção dos espectáculos por parte da empresa Stageone que é composta pela Maria Manuela e Maria João Santos e agora pela Violeta Mandilho, elas as três ajudam-me a mim, ao Fernando Mota, ao Rui Rebelo e a todas as pessoas com quem eu tenho os meus projectos para a infância, com a centralização do trabalho, mas tenho sempre de trocar emails e negociar planos de trabalho, orçamentos, ou seja, nós artistas temos de fazer um certa parte de trabalho de expediente para além do artístico. Os meus dias são feitos disto: família, muito trabalho artístico e burocrático. Quattour – Como é que consegue uma corpo tão belo e cheio de energia? Carla Galvão – A questão do estar em forma tem a ver com o trabalho que faço. Gostava de tratar o meu corpo melhor no sentido do exercício físico. Tento fazer todos os dias algum exercício, faço yoga, vou ao ginásio não tanto quanto gostaria, mas sempre que posso faço pilates, natação, mas a quantidade de trabalho não me permite manter uma musculatura mais trabalhada e fica numa tão boa forma. De resto estou muito contente com a minha forma do interior, porque o meu trabalho ajuda-me a estar ligada a uma fisicalidade, e também tenho de estar sempre alertar com o meu interior, o trabalho que tenho feito é ele que me dá esta energia, o trabalho e a família.
Quattour – Tem também uma alimentação saudável? Carla Galvão –No início deste ano eu parti um pé. Foi no fim de janeiro, algo dramático na minha vida, mas foi algo que me fez repensar o meu corpo, pois se queria continuar a trabalhar mesmo tendo partido o pé, a alimentação era a chave. A minha alimentação mudou para melhor. Não queria tomar químicos, tinha muitas dores, tinha de fazer uma recuperação com cuidado pois não queria ficar com o meu pé lesionado para sempre, e portanto fiz uma série de pesquisas, procurei junto do médico e li alguma literatura sobre alimentação, para perceber onde ir buscar alguns componentes importantes para o meu pé ficar bem, para o lado ósseo e muscular estar sustentado. Comecei a beber imensos sumos de fruta, tinha uma máquina dos anos setenta parada e pensei “É agora o momento para te dar trabalho.”. Quase todos os dias faço sumos com frutas, com vegetais, com spirulina, com algas, com sementes, as goji, as chia, para ir buscar a esses alimentos, super alimentos, as vitaminas que me dão energia.
Quattour – Que receita com algas recomenda? Carla Galvão – Por exemplo, posso dizer, ontem fiz um sumo de laranja a que juntei limão e spirulina, que é uma micro-alga. Todavia, costumo comer iogurte natural com spirulina, ou ainda sopa miso que leva algas. Quattour – A Carla está casada. Carla Galvão – Sim, este ano é o oitavo ano de casamento. Quattour – Tem também uma criança. Como é que consegue compatibilizar a vida familiar e profissional? Carla Galvão – Bom, tenho os meus pais que são duas pessoas muito importantes, o meu companheiro que também é actor e músico e a vida dele é muito parecida com a minha, por isso temos de fazer um puzzle, a nossa vida é cheia de puzzles. Para que a nossa criança tenha o amor necessário dos pais, os avós são no nosso caso o equilíbrio. Quem nos ajuda neste momento são os nossos pais, em especial os meus pais pois que vivem muito próximo da escola do nosso filho e sempre que necessário dão o apoio. Não é fácil, pois requer antecipação, temos que olhar para as nossas agendas e gerir esforços, mas fazemos os possíveis para todos se sintam felizes e confortáveis.
Quattour – Acredita nas coincidências do amor? Carla Galvão – É tema complexo. Acho que não consigo responder de uma forma linear, mas vou tentar responder com aquilo que sinto sobre as coincidências. A minha relação com o meu companheiro fez-me sentir o instinto de ser mãe. Nos somos animais complexos, quando olhei para o Pedro senti que era o meu há aqui uma macho, compatibilidade e uma sensação muito forte, é algo que vai para além do racional, em que senti que biologicamente ia ser mãe de um filho dele. Em relação ao Pedro iss aconteceu, a coincidência é de repente haver um encontro de duas pessoas e um entendimento de ao ponto ter um projecto familiar juntos, e a ideia muito clara de ter um filho juntos. Isso da coincidência é fazer sentido num tempo encontrarmo-nos e amarmo-nos, sem arrependimentos, porque tudo se organiza para tal, a nossa vida a partir daí muda. Não foi por acaso que encontrei o Pedro, tinha de ser. Quattour – Como foi o tempo de escola? Tinha ídolos? Carla Galvão – Depende do momento na escola. A minha infância escolar não foi feliz, pelo menos até aos nove anos de idade. É uma das épocas da nossa vida mais importante, pois é onde a emoção se encontra com o social. Quando era muito pequena, só me lembro de gostar do Topo Gigio, por ser um peluche pequenino e cantar em italiano.
Mais tarde ficava encantada com o Michael Jackson e a música Thriller. Quattour – Algum actor como ídolo? Carla Galvão – Sim, Keanu Reeves:)) Quattour – Quando é que descobriu que queria ser actriz? Carla Galvão – Eu descobri muito tarde. A escola nunca me fez cruzar muito com arte, pelo menos no meu caso até ao fim da escola primária. Eu acredito que a escola no nosso país tem de ser repensada. Nos anos oitenta eu fui parar a uma escola em que haviam várias coisas mal feitas, apercebia-me desses erros, mas não tinha poder para mudar. Mais tarde quando fui para o liceu olhava para trás e percebi que o que é que esses erros provocaram em mim, na minha estrutura de pensamento. Lamento que esses anos não me tenham dado o gosto pela arte, pela arte plástica, a literatura, a música, e de repente conseguirmos passar essa expressão do pensamento e do sentimento para o papel ou para a tela, acho que é muito importante para ti e para o outro. Lembro-me que na escola isso não era potenciado. Quattour – O seu trabalho fá-la feliz? Carla Galvão – Sim, faz muito feliz. O trabalho que eu escolhi, como hei-de explicar... e tudo o que eu faço, percebi que há aqui uma coisa que se chama amor, e o amor é muito importante para a nossa família, para vivermos em família, mas apercebi-me e vou-me apercebendo que trabalho com essa matéria, com o amor, que é algo que não tem limites e às vezes não dá muito bem para por em palavras, ou quantificar, mas eu todos os dias trabalho com amor. Amor é dedicação, é entrega, é aprendizagem, aprender com os outros para depois comunicar com os outros. É um trabalho, é muito duro, e acho que no nosso país trabalhamos com muita dureza, tantas horas de trabalho têm a ver com gosto mas também com necessidade. Quattour – É muito crítica consigo própria? Carla Galvão – Sim, sou muito crítica, sou exigente, mas já percebi que para a minha sanidade mental tenho de deixar os outros criticar, ou seja, tenho de fazer tudo o que está ao meu alcance para dar o melhor sendo que sou um ser imperfeito, mas acho que este processo à medida que vamos crescendo nesta arte tem de ser um processo de aceitar a nossa imperfeição porque a arte para mim é concentrar-me no amor. Há um lado formal e de bom gosto em que aquilo que tu fazes é bonito e sustentado nalgo coerente e inteligente, mas cada vez mais aprendo a aceitar as minhas falhas. Tento não me concentrar nas críticas boas ou más, mas antes em construir um trabalho e comunicá-lo com amor. Quattour – Carla, uma última pergunta: como é que consegue cultivar e manter a sua atitude positiva e presença feliz no seu dia-á-dia? Carla Galvão – Bom, penso que o bom humor tem a ver com uma felicidade que é genuína. Tenho uma felicidade muito grande naquilo que faço e tenho a sorte de ser muito acarinhada por quem está ao meu lado. Este meu riso que eu sinto e que emano, trabalho com esse optimismo e essa alegria, é uma coisa também de educação, porque o meu pai e a minha mãe são pessoas muito solares, muito bem dispostas, que olham sempre para o lado luminoso da vida, sabendo que a vida tem sempre o lado solar e o lado lunar. Muitas vezes também fico triste, mas no trabalho, na minha relação com as pessoas, como eu sou feliz nestas relações, eu rio-me todos os dias com gosto, para mim é algo muito natural, não penso nisto. Quattour – Não é muito natural, porque muitas pessoas trazem no coração tristeza e a Carla traz no seu alegria. E não é muito fácil de sentir. Carla Galvão – Sim, trago em mim um coração feliz. É claro que tenho muitas coisas que me entristecem, como a vida política do meu país. Mas a depressão não faz parte da minha vida, embora seja humana. Há sempre o lado positivo e o lado negativo, há sempre o riso e o choro, mas sim, não tempo para chorar. Ontem estava a ler os contos do Tchekhov, por exemplo, e há coisas de tão bonitas fazem-me chorar, isso não é tristeza, é choro de felicidade. O meu humor ou o meu riso diário tem a ver com a minha relação feliz com aquilo que eu faço e com as pessoas que eu tenho o prazer de ter à minha volta. É isso que me faz sorrir.
Quero apresentar-vos o terceiro número da nossa revista. Esta edição é bastante diferente com um tom oriental e com muitas pessoas fantásticas que ficámos a conhecer. Estou muito agradecida pela oportunidade que tive mais uma vez de fazer esta revista sobre o que mais gosto. Desejo-vos um seguro e relaxante Verão, bem passado com as pessoas queridas e que façam o que mais gostam.
Irene Roma www.instagram.com/romalgira/
Poeta e escritor com actividade literária desde 2002. Licenciado em Engenharia Civil pela Universidade Nova de Lisboa, representa Portugal na UniVerse - a United Nations of Poetry, integra o Movimento Poetas do Mundo, é membro da W.P.S. - World Poets Society, da APE - Associação Portuguesa de Escritores e da OE Ordem dos Engenheiros. Assina a rubrica «Das Origens Catacósmicas» no jornal cultural Selene - Culturas de Sintra. Foi autor e dinamizador do Projecto Cívico Sintra em Ruínas e moderador nos encontros literários Poetas Aqui Connosco e dos recitais Poetry&Coffee.
Filipe de Fiúza http://filipedefiuza.blogspot.pt/ filipedefiuza@gmail.com