Quattuor Magazine

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4-JesseMorrow é um designer e fotógrafo sediado em Seattle, Washington 14 - Ana Morais –CASULO

22- AlexandreBobone Bigorna Louca 34-Annabelle Hickson the-dailys 44-CENTROINTERNACIONAL DE SURF

52- Amêijoas Masala


54 -Inês Ginja, Ananás e Hortelã 62- Patrícia Maia Gavetão - decoração de interiores 86- Adriana Sinke

90-Autumn Hair Care 92- Carla Isabel Carvalho Henriques 96- Salva a Lã Portuguesa



http://www.mrrw.co https://www.facebook.com/morrowj https://instagram.com/jessemorrow/




Em Setembro tive a oportunidade de fazer a minha segunda caminhada pelos trilhos da natureza selvagem do estado de Washington. Nesse ano, com a orientação dos meus amigos Jerry e Ben, fomos em direcção da área de Core Enchantments. Tivémos a sorte de conseguirmos um passe com autorização para poder acampar em várias zonas. Esta viagem de quatro dias ficará na nossa memória!





Jesse Morrow é um designer e fotógrafo sediado em Seattle, Washington Quando não estou sentado em frente ao computador podem encontar-me a fazer música, a passear, a desenhar joalharia, ou a andar de mota.



CASULO Wall Art & Goods http://c-a-s-u-l-o.com/ http://www.tapasnalingua.com/


INTERVIEWHANDYPEOPLE

Ana ,Podes dizernos quando começou a fazer macramé? Comecei quando estava na licença de maternidade pois tinha necessidade de ocupar o tempo das sestas da bebé com alguma actividade produtiva, criativa e nova. Então comecei a aprender de uma forma autodidata. Sozinha comecei a aprender técnicas e nós, a experimentar, a fazer e a desfazer.

Há quanto tempo trabalha

O nome do projecto é Casulo

nesta arte?

Porquê a escolha deste

Faz dois anos. Comecei a fazer peças para usar e decorar a minha casa. Depois compreendi que aquele estilo mais descontraído e boémio não era muito visto. Então decidi partilhar com mais pessoas e criei o projecto Casulo. Correu muito bem, ao segundo dia de ter lançado a loja, os produtos esgotaram todos e o feedback foi super positivo.

nome e qual o significado?

Quantas peças produz por

Antes de mais porque eu adoro estar em casa e fazer coisas em casa. Trabalho em casa, portanto estou no meu casulo, é lá que tudo nasce. Depois escolhi o nome casulo porque existe sempre a peça em bruto que é o casulo que vai originar a peça final que será a borbuleta.

mês?

Onde

Depende da peça, há peças que se fazem num dia, há outras que demoram a fazer uma semana, como uma que fiz recentemente para um casamento. É um pouco difícil dizer quantas peças faço num mês, mas se estivermos a falar de peças normais consegue-se produzir vinte peças.

inspiração para criar?

encontra

a

sua

Inspiro-me em quase tudo: na música, na Natureza, na minha filha, nos detalhes do dia-à-dia. Acho que a inspiração podemos encontrar em quase tudo desde que estejamos predispostos e atentos para recebê-la.




Muitas das suas peças seguem o estilo Boho. É o seu estilo preferido? Sim, é o meu estilo preferido. Compro muitos livros de decoração boémia, acompanho as tendências das colecções de estilistas boho e uso esta influência nas peças que crio.

Quem são os teus clientes? Tenho um revendedor no Porto que tem uma loja onde vende as minhas peças. Ele uma vez disse-me o tipo de pessoas que vão à loja ver as minhas peças: são jovens mulheres bonitas e “com pinta”.

Eu achei isso muito engraçado. É essa a impressão que tenho. Quase todos os meus clientes são mulheres, não as conheço por que quase sempre compram pela internet, mas por comprarem este tipo de peças devem ter ligação àquele espírito mais libertino e boho, mas também há mulheres mais maduras. Quando são homens, normalmente é para oferecer às namoradas ou esposas.


Este

tipo

conhecido

de

artesanato

em

não

Portugal,

é

muito poucos

portugueses a fazer. Tem pessoas que querem aprender consigo? Sim, tenho pessoas interessadas que me contactam e pedem.

Está

a

pensar

dar

algum

workshop

no

futuro? Estou a começar a construir essa ideia, mas o meu principal problema é que sou muito tímida, não sei se conseguirei lidar com muita gente, fico envergonhada. Estou habituada a trabalhar sozinha em casa e é muito diferente ter vinte pessoas à frente e tentar ensinar. Tenho muita vontade de ensinar e há muita gente que pergunta quando é que dou um workshop. .



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Há muitos portugueses a começar a gostar do estilo boho? Sim, talvez porque não se vê muito em Portugal, vê-se mais no estrangeiro, nos países nórdicos ou na Austrália.

O que é aconselha àquelas pessoas

que

estão

a

começar a fazer macramé? Há imensos tutoriais em vídeo no Youtube® que ensinam mesmo a fazer. Se pesquisarmos, encontramos muitos vídeos que ensinam a fazer pulseiras, anéis, peças maiores. O meu principal conselho é para não desistirem à primeira, porque às vezes a técnica dos nós pode criar muita confusão e desmotivação inicial.

Às vezes acontece que já vou a meio de uma peça e vejo que algo não está bem e tenho de desfazer a peça toda. Isto acontece, é normal. Mas vale a pena, só assim que é que conseguimos evoluir. É a experimentar e a errar que evoluímos.

Essa ajuda

evolução a

também

melhorar

a

paciência, não é verdade? Sim, exatamente. Quase sempre nesta arte faltam duas coisas: tempo e paciência.

Diga-nos cinco coisas sobre si que mais ninguém sabe - Sou tímida. -Preciso de oito horas para dormir, o que não tem acontecido. -Quando me lançam um novo desafio ou peça com design novo, fico muito ansiosa até entregar o trabalho. - Como muito chocolate. -Sou viciada em séries de televisão, vejo imensas no inverno.


Alexandre Bobone https://www.facebook.com/BigornaLouca-114781005219177/timelie/ https://www.facebook.com/alexandre.bobone.1?fref=ts



Por que é que escolheu trabalhar o ferro? Alexandre Bobone: Sempre quis trabalhar com as mãos e o caminho indicou o metal, o ferro, no início não fazia a mínima ideia se seria madeira, plástico ou ferro.

Como foi a primeira vez que experimentou trabalhar o ferro? Alexandre Bobone: Acabei de estudar no liceu e disse aos meus pais que não ia para a Universidade, pois não estava dentro da minha forma de estar. Entretanto uma amiga da minha tia disse que havia uns cursos de formação profissional. Naquele momento tinham vários cursos mas o que estava vago era serralharia mecânica, que estava direccionado para o metal, e como não havia mais nenhum, escolhi aquele. Comecei a fazer o curso e foi a primeira vez que trabalhei o metal. A meio do curso, essa mesma tia trabalhava para um sócio de uma empresa de metalomecânica; esse sócio perguntou-me se eu não estaria interessado em experimentar. Na altura disse que sim, acabei o curso e fui para essa empresa de metalomecânica que se chamava Metalinox. Lá conheci o Mário Correia que é o meu mestre, que me ensinou o que eu sei fazer. Estive nessa empresa durante cinco anos, depois sai e abri a Bigorna

Há quantos anos trabalha com o ferro? Alexandre Bobone: Vinte anos.

Existem muitas pessoas a trabalhar o ferro em Portugal? Alexandre Bobone: Sim, há muitas, mas não desta forma que eu trabalho.

Por que a sua forma de trabalhar é mais artística? Alexandre Bobone: Sim, é mais artística, mais cuidada e mais autodidata. Trabalho mais com artistas, com arquitectos e com decoradores. Especializei-me em trabalhar metal de forma mais cuidada.

Tem clientes com elevado rigor estético. Como trabalha com eles? Alexandre Bobone: Geralmente eu cativo os meus clientes, ou seja, vêm ter comigo para pedir determinada peça, eu consigo fazer essa determinada peça, gostam, veem a maneira como eu trabalho, gostam da maneira como eu os trato e como eu trato o ferro, vão ficando e vão passando a palavra.


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Especializei-me muito em antiquários, faço peças para antiquários, suportes e pedestrais, trabalho com arquitectos com peças específicas sendo um trabalho mais difícil, trabalho também com artistas para lhes fazer as peças que não é igualmente fácil e raramente trabalho com decoradores.

Tem muitos clientes internacionais? Alexandre Bobone: Esses clientes aparecem mas por via indirecta, pois geralmente são pessoas de fora que compram e levam para os seus países, lá passam o contacto. Cá em Portugal os meus candeeiros são muito pouco compreendidos, tão pouco levados a sério. Cá ninguém se interessa por um monte de sucata que está organizada, os escandinavos acham muito mais piada a isto porque não estão habituados. Eles têm tudo muito direitinho e organizado, e depois aparece um monte de coisas juntas e que por acaso dá luz... Esses sim são os meus clientes estrangeiros, é uma relação indirecta, isto é, eu faço o candeeiro, ponho na loja à venda, alguém aparece e leva. Quero começar a trabalhar para o estrangeiro, trabalhar directamente com lojas e colocá-los nesses países.

Como é que nascem as suas peças? Alexandre Bobone : Pego numa base, vou pondo peças, umas funcionam outras não, vai subindo, vai crescendo para a esquerda e para a direita, no fim eu próprio fico surpreendido. Não existe qualquer tipo de estudo prévio, é completamente empírico. Não penso, não estudo, as peças vão aparecendo, o candeeiro vai ficando funcional, é basicamente um momento de criatividade e inspiração. A imagem geralmente é agressiva, é crua, tenho alguns mais harmoniosos por coincidência. Ou se gosta ou se odeia.

Onde é que encontra estes objectos e partes metálicas? Alexandre Bobone: Dão-me. Todos os meus amigos e pessoas à minha volta sabem que quando têm qualquer coisa para mandar para o lixo, não deitam, dão-me. Depois desmonto, encontro peças, o que não quero deito fora, o que quero fico. Vou amontoando as peças que gosto. Para fazer o candeeiro, venho aqui ao monte, pego numa peça, pego noutra, faço, depois há uma que quero numa dimensão ou noutra e desmonto, procuro, encontro, encaixo. Aquele candeeiro nasceu exatamente assim.

O que deseja para o futuro do seu ofício? Alexandre Bobone: Até fechar os olhos, até não poder trabalhar mais, quero fazer as minhas peças e vendê-las, seja que peça for, pode ser um candeeiro, pode ser uma cadeira, pode ser uma mesa. Só o fazer as peças para mim dá-me todo o prazer, se eu poder viver disso fico encantado. Não quero mais nada.


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Pego numa base, vou pondo peças, umas funcionam outras não, vai subindo, vai crescendo para a esquerda e para a direita, no fim eu próprio fico surpreendido. Não existe qualquer tipo de estudo prévio, é completamente empírico. Não penso, não estudo, as peças vão aparecendo, o candeeiro vai ficando funcional, é basicamente um momento de criatividade e inspiração. A imagem geralmente é agressiva, é crua, tenho alguns mais harmoniosos por coincidência


http://www.the-dailys.com/

Annabelle Hickson Finding beauty in daily life


Vivo com o meu marido Ed e com três filhos, numa quinta de nozes pecan, no Dumaresq Valley na fronteira de New South Wales com Queensland. Eu tenho este péssimo hábito de me focar naquilo que poderia ser em vez de ver a beleza daquilo que tenho, por isso The Dailys é uma espécie de ferramenta para me ajudar a ver o que está mesmo à minha frente. Comida, flores, fotografia, olaria, familia... quaisquer que sejam os posts, a unica regra é que de alguma forma têm de elevar o quotidiano diario, o meu quotidiano diário, e que sejam constituidos por conteúdos originais.


Pizza di Lusso É um grande prazer cozinhar à minha maneira através do livro italiano da Barbara Small “Stirring with senses/Mexendo com os Sentidos”. Todas as receitas são fantásticas. E esta pizza, que á mais um bolo salgado do que a base fina que eu costumo preparar, é tão fácil de fazer. É como tirar tomates de uma lata, para explicar como é fácil. E não há qualquer ingrediente para levedar pelo que na realidade podemos fazer rápido.



8 porções 2 ovos grandes de cerca de 65g cada O mesmo peso de manteiga (temperatura ambiente) O mesmo peso de farinha simples METADE do peso de queijo Parmesão ralado de fresco 2 colheres de chá de fermento em pó Sal, e pimenta-preta moída de fresco 275g de raspas grossas de queijos bianco, bocconcini ou mozzarella 2 x 400g de tomates em lata, bem escorridos, ou 600g de tomates frescos, pelados e sem sementes 5 anchovas com sal, bem lavadas, limpas de cabeças e espinhas, cada uma dividida em 2 filetes OU 10-12 filetes de anchova de conserva em óleo (azeite) 1 boa colher de sopa de oregãos secos Unte com manteiga uma forma (de pudim flan) de 28/30 cm de diametro e PRÉ-AQUEÇA O FORNO A 190º Coloque a manteiga na misturadora para misturar com o Parmesão ralado. Adicione os ovos , um de cada vez, permitindo que o primeiro seja absorvido antes de juntar o segundo ovo. Misture a farinha com o fermento em pó e depois junte à mistura de ovos. Tempere com sal e pimenta. Usando uma espátula espalhe a massa na forma preparada, pressionand na direcção das arestas de forma a fazer uma borda que sobressai ao alto. Cubra a base com as raspas de mozzarella. Abra os tomates e coloque por cima do queijo. Coloque as anchovas de forma decorativa no topo. Polvilhe o orégão e tempere com pimenta.








Hoje em dia não faz sentido aprender surf sem estar integrado numa escola, mas há vinte ou trinta anos atrás, como não haviam escolas especializadas, os apaixonados e praticantes para começar vestiam um fato e entravam com a prancha no mar http://www.caparicasurf.com/


As coisas iniciaram com o associativismo, como um clube de surf, há muitos anos atrás. Mais tarde, há cerca de quinze anos, eu e o meu sócio, que juntos sempre tivemos a ideia de ter um bar na praia, tivemos a possibilidade de ficar com um bar pequeno aqui na praia e assim foi. Desde o início que optámos pelo conceito misto, ou seja, ter um estabelecimento que é ao mesmo tempo escola de surf e bar. O que é engraçado é que quando começámos este negócio, não havia escolas de surf em Portugal. Na Costa de Caparica, fomos a primeira escola de surf. Hoje em dia não faz sentido aprender surf sem estar integrado numa escola, mas há vinte ou trinta anos atrás, como não haviam escolas especializadas, os apaixonados e praticantes para começar vestiam um fato e entravam com a prancha no mar. No meu caso, comecei a fazer surf com os amigos há vinte e seis anos atrás. Mais tarde, há cerca de quinze anos, conheci o Luís Semedo, que hoje em dia é meu sócio, começámos a fazer campeonatos de surf e desde então estou ligado à Federação Portuguesa de Surf. Fui juíz nacional e internacional, numa carreira normal como juiz de surf. Fiz as provas da SP e da ISA, fui director técnico da federação, hoje em dia sou presidente do concelho de arbitragem, estive e estou muito ligado ao surf e ao desenvolvimento do surf em Portugal.


De 1998 a 2011 fui presidente do concelho de arbitragem, entretanto saí devido a incompatibilidades laborais com outro projecto que organizei – o Campeonato Nacional de Surf Pro Junior. Há dois anos, com a entrada de nova direcção, voltei a ocupar o cargo de presidente do concelho de arbitragem. No passado o surf era visto de outro modo, agora é mais visto como negócio, há assim responsabilidades perante toda a gente, há perante o Estado, há perante os empregados que aqui estão, há perante os clientes que procuram a escola de surf, nomeadamente, as crianças que querem aprender, por isso tudo começou com uma actividade que dava prazer fazer e mais tarde tornou-se num negócio dadas as circunstâncias do desenvolvimento da modalidade e das leis do país. Na nossa escola de surf, Centro Internacional de Surf, temos vários treinadores. É bom dizer que é difícil encontrar bons profissionais em qualquer área, no surf é igual. Ás vezes não é por se ser o melhor surfista do mundo que se vai ser o melhor treinador. Temos tanto trabalho na escola que com o tempo acabamos por seleccionar os melhores, aqueles que cumprem as regras, aqueles que têm capacidade para estar com os alunos. Temos treinadores de falam várias línguas e outros que só falam português. Conseguimos ter aulas em inglês, francês e italiano.



Relativamente às diferenças entre a prática do surf no verão e no inverno, tem apenas que ver com a motivação do surfista. No verão é mais agradável ir até à praia cheia de gente, bikinis, calor, sol, já no inverno não há pessoas, pode estar a chover e muito frio. Despir e vestir o fato molhado no inverno e no verão também faz uma grande diferença em termos de conforto da prática desportiva. No final, tudo tem a ver com a paixão, o querer e a motivação do atleta. Na nossa escola temos aulas no verão e no inverno, mas é claro que alguns pais podem pensar que é mais inconveniente para os seus filhos fazer surf no inverno do que no verão. O caso do Liceu Francês é um exemplo, nós temos alunos com actividade extracurricular na nossa escola de surf que começam as aulas em Setembro e terminam em Julho, portanto, atravessando as quadro estações do ano. A nossa escola oferece várias actividades, para além do A.T.L., temos aulas divididas por vários níveis de aprendizagem, onde preparamos os atletas até ao nível de competição. Quando é atingido o nível de competição, os atletas passam a ter treinos específicos, no entanto a vertente formativa virada para a competição já não somos nós a fazer, passamos os atletas para treinadores ou outras escolas mais focadas nesse nível. Nós somos uma escola de surf, não somos um centro de treinos. No futuro queremos continuar a crescer. Trabalhamos muito com estudantes do ULL (Erasmus Life Lisboa) e começamos a trabalhar com alguns colégios, pois queremos quebrar a sazonalidade. Temos mais aulas durante o verão e menos durante o inverno mas a nossa vontade é trabalhar 365 dias por ano.




Amêijoas Masala 1 kg de amêijoas (usei congeladas) 2 colheres (sopa) de azeite 3 dentes de alho picados 1 cebola roxa pequena picada 1/2 colher (chá) de garam masala 1/2 colher (chá) de curcuma 1/2 chávena de vinho branco 1/2 chávena de água sal q.b. 1 molho de coentros frescos limão para servir


Preparação Colocar as amêijoas de molho em água fria com bastante sal por meia hora, se estas forem frescas (para limpar de areias). Escorrer e lavar em várias águas e colocar noutra taça. Se forem congeladas podem deixar descongelar no frio ou usar directamente.

Numa sertã alta ou num tacho colocar o azeite a aquecer. Juntar os alhos e cebola e deixar refogar até ficar amolecido. Adicionar depois o garam masala, a curcuma, mexer bem e em seguida juntar o vinho e a água. Deixar ferver um pouco e juntar as amêijoas. Tapar e reduzir o lume para brando. Deixar cozinhar por alguns minutos, agitando o tacho de vez em quando, até as amêijoas abrirem. Destapar, descartar as amêijoas fechadas e colocar parte dos coentros bem picados e uma pitada de sal, voltar a tapar e agitar o tacho para o sabor dos coentros se espalhar. Regar com um pouco de sumo de limão e servir com mais coentros frescos picados grosseiramente.


http://ananasehortela.blogspot.pt/ https://instagram.com/inesananasehortela/


Quattuor Magazine :Nunca pensou fazer só culinária na sua vida? Ginja (Inês): Sim, já pensei muitas vezes. Na profissão

Quattuor Magazine: A Inês é médica veterinária. Como descobriu esta actividade de blogger de receitas de culinária? Ginja (Inês): A vida não pode ser só uma coisa, eu não consigo só fazer uma coisa para o resto da minha vida. Todos os dias penso que gostava de fazer isto ou aquilo... No início comecei com receitas de culinária. Quattuor Magazine: Eram receitas suas ou de outras pessoas? Ginja (Inês): As que comecei a fazer mais eram as que vinham nos caderninhos de receitas de família, as receitas da minha avó, o bolo de laranja, o pão de ló, o arroz doce, os coquinhos da minha mãe, entre outras. Quattuor Magazine: Eram receitas típicas portuguesas? Ginja (Inês): Sim, de início foram receitas caseiras e portuguesas. Depois comecei a descobrir receitas novas, em livros e mais tarde também na Internet. Era muito engraçado experimentar receitas novas e procurar ingredientes novos. Há tantas receitas por descobrir que podemos viajar sem sair de casa. Fazer um caril e o pão Nam dá para estar numa mesa só com comida indiana. A culinária já faz parte da minha vida senão não tinha criado o blog Ananás & Hortelã, que serve muito para registo e que nasceu mais por brincadeira. Quando percebi que as pessoas usavam as minhas receitas e postavam as suas experiências em comentários no blog, fiquei muito contente e comecei a olhar para outros blogues que me inspiravam e nessa altura comecei a fazer fotografias dos pratos também mais bonitas e cuidadas. As fotografias das primeiras receitas não têm nada a ver com as que publico actualmente no blog, às vezes até me assusto, mas é muito interessante sentir a evolução do blog, é assim mesmo, é o seu crescimento natural, ia publicando as receitas que mais gostava de fazer. Hoje em dia, ainda antes de fazer a receita já estou a pensar como a vou fotografar, quais são os objectos, os pratos, os panos, tudo o que faz sentido utilizar na apresentação. Antes tinha o gosto apenas pela boa preparação da comida, agora também tenho muito

de médica veterinária é preciso trabalhar com paixão, só com paixão é que conseguimos. Há dias que são muito difíceis, pois deparamo-nos com situações de vida e morte. Aparecem animais que estão muito mal. Muitas vezes no final do dia penso que sim é isto que quero fazer sempre e que é isto que me realiza, mas há outros que por vários motivos penso que quero fazer outras coisas na vida. Quattuor Magazine :Já pensou em abrir um restaurante? Ginja (Inês): Talvez um restaurante não, mas um espaço do tipo bruncheria ou pastelaria, um espaço acolhedor ao mesmo tempo rústico mas moderno. Quattuor Magazine :Um food-truck? Ginja (Inês): Isso não, pensei mais num espaço físico mas não num restaurante. Eu gosto mais mesmo é de fazer bolinhos, bolachas, tudo o que seja pastelaria, gostava imenso de fazer um curso de pastelaria. Um dia que pensar em deixar a profissão de veterinária, a primeira coisa que quero fazer é um curso de pastelaria. Adorava mesmo. Ir tirar um curso no Cordon Bleu ou outro curso de pastelaria totalmente diferente, tinha de encontrar algum sítio inspirador e alternativo. Quattuor Magazine: Nesta sua arte de cozinhar prefere mais confecionar pratos principais ou de pastelaria? Ginja (Inês): Prefiro mais a pastelaria, os doces e a doçaria. Gosto também de fazer pão, amassar a massa com as mãos. Sabe tão bem amassar o pão. São essas pequenas coisas que me fazem feliz. Há muita gente que prefere fazer pão na máquina, aprendi a gostar de amassar a massa, é tão bom. Quattuor Magazine: Hoje em dia onde encontra a inspiração para continuar esta sua paixão? Ginja (Inês): Busco inspiração em receitas que encontro noutros blogues, em receitas de Chefs, em livros de culinária, adoro livros de culinária, devo ter cerca de cento e cinquenta livros de culinária! Às vezes acontece que estou a dormir e acordo a meio da noite com uma receita, por exemplo, de um bolo de mirtilos com cramble, com isto e com aquilo... às vezes acordo e vou escrever, escrevo logo a ideia para não me esquecer e mais tarde tento fazer. Por vezes não sai bem à primeira como tudo na vida, mas tem vezes que as receitas novas saiem bem. Não sou cozinheira, não tenho curso, mas gosto muito de cozinhar, na maioria das vezes sigo receitas que já existem, porém gosto também de experimentar, por exemplo, pegar numa


Quattuor Magazine: Em 2013 o seu blog fez parte do Top Food Blogues de Portugal. Como reagiu a esta distinção? Ginja (Inês): Foi um sentimento estranho, porque eu não tenho o blog para competir com outros blogues, acho que há espaço para todos os blogues de culinária, em todos os blogues há sempre qualquer coisa especial: Pessoalmente não consigo eleger só dez ou só quinze, mas é claro que fiquei muito contente. Tal distinção quer dizer que as pessoas gostam e que o blog Ananás & Hortelã não é apenas texto com receitas, há sentimento, tem de haver qualquer coisa de especial para os leitores e seguidores gostarem.


4 cháv de abóbora descascada e em cubos azeite q.b. sal q.b. tomilho fresco q.b. 120 gr de mascarpone 1 cháv de caldo de legumes ou água morna 100 gr de bacon fatiado e cortado em tiras 200 gr de cogumelos frescos fatiados 250 gr de tagliatelle parmesão ralado q.b. sementes de abóbora tostadas q.b.

Preparação Acender o forno a 200ºC. Colocar a abóbora em cubos num tabuleiro, e regar com um fio de azeite, salpicar com sal e tomilho. Levar ao forno durante uns 30 minutos ou até ficar tenra. Desacartar o tomilho e colocar a abóbora num liquidificador, juntamente com o mascarpone e o caldo ou a água morna. Provar e ajustar o tempero se necessário. Manter reservado no quente. Numa panela ao lume, colocar o bacon em pedacinhos e deixar dourar, até ficar bem crocante e estaladiço. Retirar o bacon da panela e reservar. Enquanto isso colocar o tagliatelle a cozer em água a ferver e temperada de sal, até ficar al dente. No fim de cozido, escorrer (reservando parte da água da cozedura). Na mesma panela do bacon, e sem lavar, colocar os cogumelos a saltear durante uns 5 minutos. Adicionar o molho de abóbora aos cogumelos. Juntar a massa e o bacon e mexer, envolvendo. Se o molho estiver muito grosso, adicionar 1/2 a 3/4 de chávena da água da cozedura da massa e envolver bem. Servir com parmesão ralado na hora e sementes de abóbora tostadas


1/2 chávena de farinha de espelta integral 2 chávenas de farinha de trigo 1 colher (chá) de fermento 1/2 colher (chá) de bicarbonato 1/2 a 1 colher (chá) de canela em pó 1 pitada de sal 2 ovos biológicos 3/4 chávena de açúcar mascavado 1/4 chávena de azeite suave 3/4 chávena de sidra 3/4 chávena de puré de maçã


Preparação Numa taça colocar as farinhas, o fermento, bicarbonato, canela a gosto e uma pitada de sal, misturando bem com a colher de pau. Noutra taça bater muito bem os ovos com o açúcar e o azeite, até ficar uma mistura mais volumosa, adicionando depois a sidra e o puré de maçã e mexendo muito bem. Adicionar os sólidos aos líquidos e bater bem até ficar uma massa homogénea. Colocar a massa numa forma previamente untada com manteiga e polvilhada com farinha e levar a forno préaquecido a 180ºC até cozer (teste do palito). Deixar arrefecer uns 5-10 minutos antes de desenformar. Servir salpicado de açúcar em pó e canela. Nota: para o puré de maçã costumo usar a polpa de maçãs assadas e esmagar com um garfo até obter um puré. Bom Apetite!


2 chávenas de flocos de aveia 2 colheres (sopa) de açúcar de coco 1 colher (chá) bem cheia de canela em pó 1 colher (chá) de fermento 1/2 colher (chá) de gengibre em pó 1/2 colher (chá) de sal 2 chávenas de leite (amêndoa, aveia ou à escolha) 1/4 chávena de maple syrup 1/2 chávena de puré de maçã 2 maçãs descascadas e em cubos pequenos nozes picadas q.b.


Preparação Pré-aquecer o forno a 180ºC. Untar ligeiramente um tabuleiro de forno de tamanho médio. Numa taça juntar a aveia com o açúcar de coco, a canela, o fermento, gengibre e sal, mexendo bem. Noutra taça misturar o leite com o maple e o puré de maçã. Juntar esta mistura do leite aos secos da aveia e misturar muito bem. Adicionar a maçã em pedacinhos e envolver na mistura. Colocar no tabuleiro e alisar a superfície. Salpicar com nozes picadas a gosto.

Levar ao forno por uns 25 minutos ou até a mistura estar consistente e a maçã tenra. Servir morno ou frio, com iogurte ou creme de coco e um pouco de maple e canela. Nota: para o puré de maçã usei maçã assada, da qual retirei a polpa e esmaguei até obter 1/2 chávena. Bom Apetite!



Patrícia Maia Visitámos a bonita loja da Patrícia, que nos contou os seus segredos sobre a Decoração, e ainda nos abriu as portas da sua casa. http://www.gavetao.com.pt/



Quattuor:Por que é que escolheu trabalhar na decoração? Patrícia Maia: Eu tirei um curso na Fundação Ricardo Espírito Santo. Sempre gostei de decoração. A minha mãe diz-me que desde pequenina eu adorava decorar tudo à minha volta. Na faculdade fiz uma especialização em arquitectura de interiores, passei três meses em Itália num estágio. Quattuor: Depois de acabar o curso trabalhou como decoradora? Patrícia Maia: Não, depois de terminar o curso abri esta loja. Bom, de facto tive uma experiência péssima de apenas uma semana a trabalhar numa loja. Essa experiência foi tão má que, com a ajuda da família, preferi abrir a minha própria loja e estou aqui há dezasseis anos. Quattuor: Mas queria mesmo ter o seu negócio? Patrícia Maia: Com o meu curso é muito difícil trabalhar por conta própria. É possível abrir um ateliê mas do zero é muito muito complicado, ir trabalhar para um ateliê de outrem é uma experiência em que és explorada do ponto de vista financeiro e criativo, e por isso decidi abrir uma loja porque gostava de comprar e fazer as coisas por mim própria. Para mim, ter uma loja é sempre um excelente complemento para a decoração. Quattuor: Quem são os seus clientes? O que é que procuram na sua loja? Patrícia Maia:Inicialmente, a minha loja era em Sesimbra, estive dez anos em Sesimbra. Os meus clientes eram pessoas que tinham casas de verão em Sesimbra e que me compravam objectos e decorações para os seus projectos de remodelação. Outros clientes eram os locais que entravam e compravam isto ou aquilo. Muitos dos meus clientes tinham casa em Lisboa, por isso quando me mudei para cá não tive problemas em ter clientes. Eu faço projectos de remodelações, faço projectos de raíz, faço um pouco de tudo na arquitectura e decoração de interiores. Já fiz hotéis, apartamentos, até casamentos.

Quattuor: Na decoração é preciso sentir o gosto do cliente. Como funciona o processo de empatia e resposta ao gosto do cliente que se representa na decoração dos espaços? Patrícia Maia: É muito complicado. Tem que se ceder nas duas partes, tanto pelo cliente como pelo decorador. Eu sou muito afirmativa nas minha sugestões, mas é claro que cedo aos gostos dos clientes porque não sou eu que vou viver nos espaços que decoro. Procuro sempre ir de encontro aos gostos e necessidades dos meus clientes, é essa a razão de ser desta profissão: criar espaços onde as pessoas se sintam bem. Quattuor: Como é que seleciona aquilo que vende na loja? Patrícia Maia:Normalmente vou à feira de Paris, por vezes também visito a de Frankfurt, mas a da Paris é que mais gosto, é a que tem mais variedade. Quattuor: Como é que encontra as peças para decorar os espaços dos clientes? Patrícia Maia:Tudo vem da minha loja e dos meus fornecedores. Na maioria dos projectos eu tenho uma conversa com o cliente onde aponto o que ele já tem e o que quer vir a ter no espaço. Quase sempre o cliente já tem objectos aos quais é preciso adaptar uma nova decoração. Mesmo nos projectos de raíz, há sempre qualquer objecto que o cliente tem para usar como tema ou contexto na decoração.


Procuro sempre ir de encontro aos gostos e necessidades dos meus clientes, é essa a razão de ser desta profissão: criar espaços onde as pessoas se sintam bem.



Quattuor: É difícil ter uma loja de decoração em Lisboa? Patrícia Maia: É difícil se se vender apenas produtos da loja. No meu caso, presto serviços de arquitectura e decoração de interiores, desde aquele cliente que quer uma nova cortina, almofada ou abajur até ao projecto mais complexo num hotel. Quattuor: O que espera do futuro para o seu negócio? Patrícia Maia: Desejo começar a vender pela Internet, através de uma loja online. Tenho estado a pensar nisso recentemente. Agrada-me bastante vender em Portugal e para o mundo. Há pouco tempo tive uma encomenda da Finlândia. Esperemos que se torne realidade em breve.



















Eu sou Adriana

Sinke, esposa, uma exploradora, e uma sonhadora.

Adoro aproveitar ao máximo todos os momentos livres! Casei-me com o meu melhor amigo Adam há três anos. Este foi um feito de que me orgulho e a minha maior aventura desde sempre. Adoro ler, passear, passar horasnos cafés, e ouvir música. Trabalho actualmente com assistente contabilista para uma pequena associação sem fins lucrativos. Tenho o meu Bacharelato em Ambiente, Recursos e Desenvolvimento (basicamente Geografia). Eu adoro em absoluto aquilo para o qual fui para a Universidade, e gostaria muito de um dia trabalhar nesse campo. Estou a considerar continuar estudar para a Licenciatura! Encontro inspiração no que está ao meu redor (pessoas, locais, coisas). Vivo numa incrivelmente bonita parte do país e pouco mais tenho de fazer do que olhar pela minha janela para me sentir inspirada. Diria que sou principalemte inspirada pela natureza; as montanhas, o oceano, plantas, vida selvagem, etc

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Cabeleireiro https://www.facebook.com/carla.i.henriques


Como é que começou nesta linha de beleza? Penso que já nasci com esta arte, depois vamos buscar coisas à nossa infância, onde eu já cortava os cabelos às minha bonecas. Fiz um curso profissional na escola do CEPAB (actual IEDCB). Depois, sou muito vaidosa, por conseguinte, gosto também que as minhas clientes se sintam assim como eu: vaidosas. Eu sou empresária há treze anos, anteriormente trabalhei como técnica formadora, sempre conjuguei a linha da técnica com mais profundidade, ou seja, o saber pôr a cor certa no cabelo da cliente, muitas vezes a cliente não fala mas eu sei o que ela precisa, com estes anos todos vamos ganhando essa capacidade. Não vinculo aquela cliente que vem ao meu salão que é fiel ao departamento técnico, que é fiel ao corte, mas depois no seu dia-à-dia gosta de ser ela a tratar de si mesmo, e eu faço e ajudo precisamente nessa parte. Todos os meus cortes são muito técnicos e facilito as clientes para que possam em casa tratar e sentirem-se bem. A minha linha é a sensualidade, gosto que a mulher se sinta sensual. É difícil encontrar ajudantes de cabeleireiro para colaborar? Não é fácil encontrar uma boa ajudante. Ao longo destes anos tive muitas colaboradoras que não sabiam trabalhar e eu dediquei muito tempo a ensinar-lhes a trabalhar nesta arte. Muitas delas hoje em dia são empresárias, ou seja, donas de cabeleireiros, e isso é, ao fim e ao cabo, fruto daquilo que lhes estimulei, porque acho que é extremamente importante os jovens saberem o que desejam fazer, na realidade é terem uma oportunidade para também eles crescerem. Neste momento não trabalho com ajudantes, trabalho apenas com profissionais, dou-lhes à exploração uma cadeira, é muito bom, é uma forma de trabalharem independentes, dentro de um espaço em que sintam bem e que gostem de fazer a sua arte. Quais as características que um bom cabeleireiro deve ter? Em primeiro lugar, um bom cabeleireiro deve ir sempre ao encontro daquilo que o cliente precisa, é saber atender bem, é fazer sentir bem o cliente desde que entra até que sai, porque a verdadeira publicidade é o boca-a-boca.

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Se uma pessoa gosta, transmite automaticamente que é ali que é bem tratada, que é ali que se sente bem, e deste modo aparecem novas clientes, tornase um bocado como um novelo de lã que vai soltando um fio e depois acaba por progredir. A Carla é empresária e mãe de três filhos. Como consegue conciliar? Como são os seus dias? Todos eles já estão na escola, mas não é fácil ser empresária e ter três filhos. Temos que lutar diariamente para o nosso melhor e as coisas vão acontecendo, as oportunidades vão surgindo, e acaba depois por correr tudo bem. O meu dia começa às seis e meia da manhã, é tratar dos meus filhos, levá-los à escola, e vir para o trabalho. Aqui tenho de organizar os salões, coordenar os colaboradores que estão nesses mesmos salões, fazer as marcações, tudo vai correndo e correndo bem. O que poderia recomendar a alguém que quisesse abrir um salão de cabeleireiro? O que eu recomendo a quem realmente gosta muito desta arte, que é ser cabeleireiro, é iniciar a escola, esse é o primeiro ponto. Iniciar a escola com bons professores, com bons formadores, sair do curso de cabeleireiro com boas bases teóricas e práticas. É importante também ser-se bom colega, ter humildade e saber aprender. Quando estas condições estão reunidas e tem-se já alguma prática, então pode-se abrir um negócio próprio.


Quais penteados estão na moda para este Outono? Neste Outono mantém-se as franjas, cabelos médios, ondulação muito média, os tons são tons quentes, mantém-se os bronzes, os castanhos, os dourados bastantes acentados, as nuances muito suaves.

Quem são as vossas clientes? As minhas clientes vêm de fora. São pessoas que trabalham, são pessoas que também são empresárias, que buscam um atendimento mais personalizado, que é necessário ter hoje em dia, porque acabamos por ser um confessionário da cliente. A cliente muitas vezes tem problemas e vem ter connosco para poder desabafar um bocadinho. Tenho clientes de classe média e alta. O que é que os clientes encontram neste estabelecimento? Encontram alguém que sabe cuidar da beleza delas e em que podem depositar total confiança. Na realidade um cabeleireiro é um amigo. É verdade que quando um cabeleireiro diz «Ups!» devemos temer o pior? É e é porque alguma coisa correu mal (risos). Bom, não vou dizer que sou perfeita, mas na minha profissão sou extremamente exigente e muito profissional até comigo própria. Pode haver situações variadíssimas, porque estamos a lidar com seres humanos, não é? Todo o estado psíquico e físico do cliente é muito importante para fazermos um trabalho de sucesso. Muitas vezes o que acontece é que as pessoas estão debilitadas, tomam alguma medicação, nestes casos podem ocorrer alguns contratempos.


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Damos a oportunidade às pessoas de aprenderem o processo manual de fiação da lã trabalhando com lã natural. https://instagram.com/salvalaportuguesa/ https://www.facebook.com/salvalaportuguesa?pnref=story



Falem-nos sobre o vosso projecto de trabalho manual com lã. Como é que começaram? Mafalda: A minha aproximação aos trabalhos com lã partiu de mim própria, pois a minha família não tem contacto com esta realidade. Desde o início que fiquei fascinada com o processo da manufatura da lã, desde o fio até à peça de roupa acabada, procurei muita informação, aprendi intuitivamente com tutoriais no Youtube®. Quando encontrei a Egle, começámos a partilhar esta paixão que temos pela lã, falávamos enquanto tricotavamos sobre o processo de transformação da lã pura em fio bem como o processo industrial. Egle: Em primeiro, é importante dizer que a lã sempre fez parte da minha vida desde que nasci, os meus avós tinham ovelhas, lembro-me de em criança conviver com ovelhas, a minha avó ensinou-me a fiar e a minha mãe a fiartricotar. Por isso tudo é muito natural para mim neste mundo do trabalho manual com lã. Lembro-me muito bem, na minha adolescência,quando ficava doente passava os dias em casa a tricotar e depois levava as peças novas para a escola. Mais tarde, em 2009 comecei um projecto de tricô, com uma loja online de peças tricotadas. Mais tarde conheci a Mafalda, uma entusiasta da lã. Agora juntas com o nosso entusiasmo, começámos este projecto “Salva a Lã Portuguesa”.


Egle: Assisti muitas vezes a minha avó a fiar a lã com a roda de fiar e quis usar esse conhecimento. Por isso nós juntas começámos a fiar a lã. O grande salto para o nosso projecto foi uma competição da Fundação Calouste Gulbenkian: submetemos um projecto para reutilizar os desperdícios de lã para fazer fio, pois a lã é uma matéria prima fantástica. Conseguimos um apoio financeiro para lançarmos mais seriamente este projecto, obter um espaço, comprar algumas ferramentas, fusos, rodas de fiar e lã directamente aos produtores.

Onde é que conseguiram encontrar as rodas de fiar? Egle: Uma delas pertence à irmã da minha avó, pois a minha avó tem quatro rodas de fiar. As outras conseguimos comprar a alguns carpinteiros que ainda sabem fazer e vendem a um preço acessível Além destas temos duas rodas de fiar holandesas que são muito mais funcionais, têm alguns melhoramentos no design . Mafalda: Temos também vários fusos, inclusive um fuso com a roca que comprámos em Trás-os-Montes.

Onde é que obtêm a lã? Mafalda: Sobre isso, posso dizer que estamos neste momento no projecto piloto e a conquistar parcerias importantes, nomeadamente, com pastores das zonas rurais de Lisboa com os quais podemos acompanhar ciclo de criação da ovelha e o processo de tosquia. Estas visitas aos pastores permitem criar uma ponte entre mundo rural e urbano, e eles também têm ficado muito entusiasmados com esta partilha de saberes.


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Existem diferenças entre as lãs de diferentes rebanhos? Mafalda: Trabalhamos com lã de ovelhas das raças autóctones. Em Portugal existem quinze raças autóctones de ovelhas. Por exemplo, há Churra , maioritariamente no norte do país, Bordaleiras, e Merinos. De facto, muitos pastores têm rebanhos pequenos e a quantidade da lã produzida não tem escoamento, por isso este projecto tem como objectivo aproveitar o desperdício que existe nestes casos.

Por que é que preferem rebanhos de pastores locais? Mafalda: Após algum estudo sobre a indústria da lã, verificámos que há uma falta entre a indústria e os pequenos produtores ou pastores com rebanhos de pequena dimensão, é que a indústria compra lã à tonelada e quase sempre é impossível um pequeno rebanho atingir esse peso. Procuramos uma solução para trabalhar pequenas quantidades de lã.


O que é que exactamente oferecem aos clientes? Egle: A nossa missão é chamar a atenção para o uso da matéria prima lã, promover o amor à lã e ao trabalho de fiação da lã, aproximar as pessoas ao processo tradicional da fiação e confecção manual de roupa de lã. Por isso produzimos fio de raças locais. Queremos ter a maior quantidade de fios possível de diferentes lãs locais, pois acreditamos que deste modo podemos despertar a consciência das pessoas para o consumo de matérias primas locais. .

Mafalda: Oferecemos também um produto com características naturais e que promove um equilíbrio harmonioso entre o ambiente e a pele. Sabemos que a cultura do uso da lã está cheia de sociologia e antropologia, por isso queremos promover essa cultura dando o nosso próprio exemplo.


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O vosso projecto promove que tipos de processos de uso da lã? Egle: Nós focamos em dois processos: um é a produção semi-industrial e outro a produção manual. Damos a oportunidade às pessoas de aprenderem o processo manual de fiação da lã trabalhando com a lã natural.

O que é que exactamente oferecem aos clientes? Egle: A nossa missão é chamar a atenção para o uso da matéria prima lã, promover o amor à lã e ao trabalho de fiação da lã, aproximar as pessoas ao processo tradicional da fiação e confecção manual de roupa de lã. Por isso produzimos fio de raças locais. Queremos ter a maior quantidade de fios possível.de diferentes lãs locais, pois acreditamos que deste modo podemos despertar a consciência das pessoas para o consumo de matérias primas locais. Mafalda: Oferecemos também um produto com características naturais e que promove um equilíbrio harmonioso entre o ambiente e a pele.

abemos que a cultura do uso da lã está cheia de sociologia e antropologia, por isso queremos promover essa cultura dando o nosso próprio exemplo.

O vosso projecto promove que tipos de processos de uso da lã? Egle: Nós focamos em dois processos: um é a produção semi-industrial e outro a produção manual. Damos a oportunidade às pessoas de aprenderem o processo manual de fiação da lã trabalhando com a lã natural.


Onde é possível comprar os vossos novelos de lã? Mafalda: Estamos a preparar o lançamento do nosso fio em Outubro, vai ser possível comprar também pela internet, estamos a desenvolver uma loja online. As pessoas vão poder comprar não só novelos mas também ferramentas.

Como é que as pessoas vão saber usar as ferramentas e a lã? Egle: Já estamos a fazer workshops mensais para quem quiser aprender mais sobre a arte de fiar a lã. Além disso também ensinamos como tratar a lã depois de ser lavada, usar o fuso e a roda de fiar e por fim ter o fio pronto para ser usado.


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Têm peças de roupa feitas com a vossa lã ? Mafalda: Sim, temos . É interessante fazer peças de roupa com lã natural e mostrar às pessoas o resultado final de todo o processo. Egle: O mais fantástico nisso tudo é dar o poder a qualquer pessoa de fabricar o seu próprio fio, ora mais fino ou mais grosso e produzir a sua própria roupa. O ciclo da lã é sazonal, pois em Abril ou Maio fazem-se as tosquias das ovelhas e no outono/inverno os fios já têm que estar disponíveis.



Queridos leitores da Quattuor, Tenho a a maior alegria que leiam esta revista. Estamos um pouco atrasados para esta Estação de Outono, mas melhor tarde e continuar a trabalhar que parar com aquilo com que sonhamos. Nesta edição nós sonhámos aprender mais sobre os trabalhos artesanais e manuais , artefactos e artesanatos e sobretudo conhecer os respectivos criadores – artesãos e artistas – neste caso entendido como o mesmo. Não é um grupo muito grande de pessoas, mas são todos fantásticos e cheios de talento. Pessoalmente, desejo que você – nosso querido leitor – faça o que que gosta de fazer. Sei que é o que toda a gente diz agora - é muito actual - mas se não consegue mudar nada na sua vida neste momento, então comece algo de novo, conheça pessoas diferentes, consiga inspiração na vida, e seja feliz em todas as estações da sua vida. Irene Roma www.instagram.com/romalgire/ quattuormagazine@gmail.com

FILIPE DE FIÚZA Poeta e escritor com actividade literária desde 2002. Licenciado em Engenharia Civil pela Universidade Nova de Lisboa, representa Portugal na UniVerse - a United Nations of Poetry, integra o Movimento Poetas do Mundo, é membro da W.P.S. - World Poets Society, da APE - Associação Portuguesa de Escritores e da OE Ordem dos Engenheiros. Assina a rubrica «Das Origens Catacósmicas» no jornal cultural Selene - Culturas de Sintra. Foi autor e dinamizador do Projecto Cívico Sintra em Ruínas e moderador nos encontros literários Poetas Aqui Connosco e dos recitais Poetry&Coffee. http://www.filipedefiuza.pt/ filipedefiuza@gmail.com


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