Quattuor

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4 Visite a Estufa fria 12 Produtos de Beleza – Opinião pessoal 15 Entrevista - café no chiado 24 decoracões da Primavera Cristina 28 Decorações da Miranda Ming 31 Fashion blogger da Turquia 42 Hanukkah – História e Receitas a Páscoa Judia

49 Jo Flowers - Florista de Inglaterra 50 Floret Flowers – Quinta de flores


51 bows and arrows flowers - Florista 55 Rivermoon – Flores no Havai Angela DeCoite

56 Anna Potter Swallows and Damsons

59 Em nome da rosa – Entrevista a Maurício Fernandes

69 Rita Ventura – Entrevista a artista plástica

75

Mariana Cerdeira – Segredos de uma vida saudável

81 Breakfast in Bed História de Sanda Pagaimo



O nome “Estufa Fria” resulta do facto de esta não utilizar qualquer sistema de aquecimento. As diferentes características das outras estufas [para plantas mais exóticas], com cobertura de vidro, por isso com temperatura mais elevada, distinguem-nas como estufas quentes.

O ripado de madeira que cobre a Estufa Fria, substituindo os velhos estores de madeira usados em tempos, serve para proteger as plantas do rigor do Inverno e do calor excessivo no Verão. Essas ripas inamovíveis condicionam a intensidade da luz, proporcionando uma temperatura adequada ao desenvolvimento de espécies originárias de diversos países ou regiões: China, Austrália, México, Perú, Brasil, Antilhas, Península da Coreia entre outras. São de referência obrigatória o feto arbóreo-da-tasmânia [Dicksonia antarctica], a azálea [Rhododendron spp.] ou os diferentes cultivares de cameleira [Camellia japonica].





No local onde actualmente se encontra o complexo da Estufa Fria de Lisboa existia, na viragem do séc. XIX, uma pedreira de onde se extraía basalto. Devido à existência de uma nascente de água que comprometia a extracção da pedra, a pedreira deixou de laborar.

É assim que em 1912 é inaugurada uma zona de abrigo para plantas delicadas resultante da iniciativa de um jardineiro para albergar espécies vegetais oriundas do mundo inteiro, que iriam servir no plano de arborização da Avenida da Liberdade. A 1.ª Guerra Mundial atrasa este plano e as plantas vão criando raízes no pequeno local abrigado.

Em 1926, o arquitecto e pintor Raul Carapinha, tendo ali encontrado um agradável espaço verde, idealiza um projecto para o transformar numa Estufa, a qual é concluída em 1930 e inaugurada oficialmente três anos depois. Nos anos 40, todo o Parque Eduardo VII sofreu alterações, adoptando a forma que actualmente lhe conhecemos. A Estufa Fria de Lisboa não foi excepção e, para além do reenquadramento e remodelação da entrada, foram criados o lago fronteiro e uma enorme sala, por baixo da Alameda do Parque: a "Nave", usada durante anos como teatro municipal. Actualmente, é palco pontual de eventos culturais e lúdicos. Em 1975, foram abertas ao público a Estufa Quente e a Estufa Doce, ideias do Eng.º Pulido Garcia, destinadas à exposição permanente de plantas tropicais e equatoriais.


Horários: •Horário de Verão - 10H00 às 19H00 •Última entrada na EFL - 30 minutos antes do fecho •Aberto todos os dias excepto: 01 de Janeiro, 01 de Maio e 25 Bilheteira

•Entrada simples - 3,10 Euros •Crianças e jovens (6 aos 18 anos) - 2,33 Euros •Cartão Jovem - 2,33 Euros •Estudante - 1,55 Euros •Pensionistas, reformados e aposentados - 1,55 Euros •Menores de 6 anos (exclusive) - Gratuito •Lisboa Card - Gratuito •Domingos e Feriados até às 14h00 - Gratuitode Dezembro





DERCOS NEOGENIC CHAMPÔ REDENSIFICADOR Cuidado diário Indicado para homens e mulheres com queda de cabelo sazonal ou queda de cabelo instalada. A sua fórmula com STEMOXTDINE + Tecnologia Pro-Densificadora torna a couro cabeludo mais preenchido. Volume imediato e duradouro. Em complemento do cuidado de "renascimento" capilar Opiniao pessoal: Sinto o meu cabelo mais forte O meu cabelo sempre foi muito fino e fraco, com queda constante!! Após as primeiras utilizações a queda diminuiu e o meu cabelo está muito mais forte! 5 from 5.

Champô Anti Caspa Gengibre

Elseve Óleo Extraordinário – L’Oréal

Este champô refrescante con extracto de gengibre é perfeito para o couro cabeludo seco: Limpa e refresca, não irrita o couro cabeludo. Proporciona um agradável aroma a gengibre.. 5 from 5

A partir de uma perfeita mistura de ingredientes ativos, a fórmula do Óleo Extraordinário fornece aos cabelos nutrição, maciez e brilho fascinantes com um simples gesto. Com o resultado da alquimia de 6 preciosos extratos florais,os laboratórios de L’Oréal Paris desenvolveram o Óleo Extraordinário como um verdadeiro elixir para a beleza dos cabelos. Com uma mistura inteligente de ingredientes ativos, as fórmulas de óleos para fazer o cabelo brilhar, extraordinária nutrição, maciez e brilho, enquanto leveza. Nascido da alquimia de seis extratos florais de petróleo valiosos (Lotus, Camomila, flor de Tiare, Matricaria, Rosa e Linho), eles foram concebidos por L'Oreal Paris laboratórios como um ingrediente indispensável ao cabelo bonito. Tratamento, cuidados de nutrição e de cor intensa no centro de uma experiência sensorial e vibrante fragrância amadeirada oriental. Pode ser utilizado antes da secagem, antes de um banho de mar ou piscina, para protecção solar ou térmica, além de aumentar a potência de cremes de tratamento para uma hidratação mais profunda. É leve e adapta-se a todos os tipos de cabelos. Proporciona, brilho e vitalidade sem tornálos pesados. 5 from 5

Máscara Vitalia Gold. Th Pharma Máscara Nutritiva de ação profunda com nutrientes essenciais, ouro líquido e óleos florais com fixadores de cor. Devolve a elasticidade do cabelo, brilho e maciez, protegendo a cor. Deixe por dois minutos e enxaguar abundantemente Opiniao pessoal: No meu cabelo seco não senti nenhuma diferença, nao houve aumento de brilho ou elasticidade, de pois de usado durante 3 meses. 1 from 5

Coconut Oil Hair Shine: Óleo de coco sólido para dar brilho ao cabelo Opiniao pessoal: A estrutura do óleo é bastante pegajosa, dificel de aplicar nos cabelos. 2 from 5

TONI&GUY Cleanse champô seco . A fragrância deste champô seco é demasiado forte. Também acrecenta volume ao cabelo e permite que fique brilhante sem ficar gorduroso. Bom paramulheres ocupadas e com pouco tempo. 3from 5

Estee Lauder - perfectly clean Cuidados de limpeza e desmaquilhantes para peles normais a mistas. Esfoliante em espuma cremosa. Equilibra a pele e remove as impurezas que se alojam nos poros, obstruindo-os. Formulado com pequenos grânulos, refina a pele, pela remoção das células mortas, deixando-a perfeitamente suave. Conselhos de Utilização Massajar suavemente sobre a pele molhada. Enxaguar com água. Aplicar 1 a 2 vezes por semana conforme necessário. Opinião pessoal: Usado hà 3 meses. O produto funciona bem em peles oleosas, e para a limpeza da maquilhagem. Utilizo 5 dias por semana, dá uma sensação de frescura, a pele fica brilhante e saudável. 5 from 5

Garnier Ultra Suave com Óleo de Abacate e Manteiga de Karité para cabelos muito secos ou frisados. Verdadeira receita de nutrição intensa para cabelos muito secos ou frisados. Garnier Ultra Suave associou as propriedades amaciadoras do Óleo de Abacate às propriedades altamente nutritivas da Manteiga de Karité, num creme untuoso e leve que se funde instantaneamente nos seus cabelos. Opinião Pessoal: Aconselho totalmente esta máscara! Deixa o cabelo super suave e não se estraga nem fica seco. Notar que o cabelo ficou um pouco oleoso . Usa-a cada vez que lavares o cabelo, e pôe-na depois do champô ou do condicionador. 4 from 5


Trevor Sorbie Volume Conditioner Descrição do Produto Volume Conditioner tem uma formula leve e estruturante que dá volume durante todo odia, e um cabelo lindo e flutuante. Foi especialmente formulado com Keratix™, que condiciona e reforça o cabelo sem ficar pesado , e dá um brilho incrível. Este Conditioner é perfeito para pessoas com cabelo fino e fraco que necessitam de maior volume. 2 from 5

Estee Lauder Advanced Blemish Serum Anti-Borbulhas Clear Difference BENEFICÍOS Combate e reduz drasticamente a aparência das borbulhas existentes. Ajuda a prevenir a frequência e intensidade do aparecimento de erupções futuras. Sem óleo. Opiniao pessoal: Muito bom para pele jovem e oleosa. A vermelhidão desaparece em cerca de uma hora.Experimentado durante 3 meses. 4 from 5

Estee Lauder Advanced Time Zone Age Reversing Line/Wrinkle Creme SPF 15 Anti-Rugas BENEFICÍOS Tenha uma aparência mais jovem em apenas 5 dias: mais bonita, com menos linhas. Testado e comprovado: A pele revela uma aparência drasticamente mais suave, mais fresca, com menos linhas. 5 from 5

Blueberry Body Butter THE BODY SHOP Para todos os tipos de pele, a Body Butter tem alto poder de hidratação podendo durar até 24 horas. Derrete na pele e a deixa suave e macia através da manteiga de Karité. Opiniao pessoal Uma manteiga cremosa,a textura da manteiga corporal é igual a todas as outras da gama , de aroma espectacular, o cheiro é bastante doce e que dura imenso tempo na pele, além de poder ser usada facilmente em qualquer época do ano. 4 from5

Esta máscara acalma e hidrata intensamente. A pele recupera o conforto, a flexibilidade e a suavidade. 2 vezes por semana, no rosto e contorno dos olhos, por 15 minutos. Retirar excesso com um algodão ou com água. Personal opinion: Para algumas peles mais sensiveis, como no meu caso, pode provocar alguma vermelhidão.

Guerlain Abeille Royale creme de olhos com efeito lifting Resultados: Dá um efeito lifting; Firma, corrige e ilumina o olhar; Elimina fadiga, inchaço e olheiras com extratos de geleia real; Deixa a pele protegida, brilhante e mais jovem.

Nivea Body Milk para duche Body Milk para duche é o novo Condicionador Corporal NIVEA para a pele seca. Pele mais hidratada e suave com Óleo de Amêndoa. A pele molhada absorve rápida e facilmente esta fórmula de cuidado hidratante. Resultado: Uma pele suave e sedosa após o duche, sem necessidade de aplicar um hidratante corporal. •Compatibilidade com a pele comprovada dermatologicamente. •Sem corantes artificiais nem silicone. •Facilmente biodegradável. 4 from 5

CAUDALIE MASQUECRÈME HYDRATANT

Vitalia Perfect Serum Ouro Regenerador concentrado regenerador, nutre, repara e reafirma a pele. Progessivamente redensifica a pele, preenche as rugas e proporciona elasticidade. 1 from 5

Descrição: Abeille Royale - Soin Yeux é um creme de olhos da Guerlain para dar uma ação de firmeza, lifting, correção, e luminosidade à pele. Esta fórmula rica geleia-real ajuda a reparar os sinais de envelhecimento e fadiga na delicada área dos olhos. Suaviza rugas e linhas finas e dá firmeza à pele do contorno dos olhos. Combate inchaço e olheiras, iluminando a área. Dia após dia, o olhar transforma-se, aparece visivelmente mais jovem e bonito 5 from 5



quattuor season magazine – Nós temos algumas

Sandra – Sim, sim, é o Nuno!

perguntas, mas a primeira é saber como tudo começou?

quattuor season magazine– O que nos pode dizer

Sandra– A minha mãe quando era nova tinha um restaurante com uma amiga, de facto, nós somos cinco filhos dos quais quatro temos restaurante deve ter ficado um “bichinho” nestas coisas de hotelaria... e penso que foi isso que fez tudo começar. Depois de me formar, comecei a trabalhar num ateliê de design, mas minha mãe, que tinha uma casa muito grande na Rua Buenos Aires, perguntou-me na altura se eu queria com uma amiga abrir um restaurante nesse espaço. Eu disse que sim, achei a ideia gira e abri com uma amiga um restaurante que se chamava Coentrada que era um pronto-a-comer que só funcionava à hora do almoço. Por várias razões, mais tarde a minha amiga teve de sair e para me ajudar entrou a minha irmã Sofia. O local era bom mas tinha muito pouca gente nova, pois embora funcionasse bem à hora do almoço, queriamos mais, queriamos melhorar e fazer outras coisas. A Sofia lembrou-se com o Nuno, o marido, deste espaço e entrou num concurso para tentarmos ficar com a concessão. Este restaurante é propriedade do Centro Nacional de Cultura, que abriu um concurso para ver quem estava disposto a explorá-lo. Nós os três concorremos ao concurso e ganhámos o espaço. Achamos que vir para o Chiado era outra coisa, achamos o sítio fantástico, o restaurante já existia, já tinha nome, mas demos uma volta muito grande porque queriamos melhorar. E foi assim: fomos melhorando aos poucos, o Nuno dedicou-se cem por cento à decoração, e eu e a Sofia ficámos com a responsabilidade da gestão hoteleira. Mas, hoje em dia, o Nuno vai para a cozinha constantemente, porque quem gosta, quer sempre mais e mais e mais! Começou assim, hoje estamos aqui os três felicíssimos e acho que resulta bem. quattuor season magazine – Então agora o maior crítico dos pratos é o Nuno?

sobre a vossa ementa?

Sandra – Nós já vinhamos com algumas ideias de pratos porque começámos aqui a trabalhar com a cozinheira que foi a primeira do restaurante da minha mãe. Eram pratos tipicamente portugueses, como por exemplo, o Arroz de Pato ou o Bacalhau à Brás, e aos poucos fomos adicionando novos pratos. A nossa ementa é típica portuguesa, a pessoa que vem cá jantar sente-se em casa. Por exemplo, vem comer os Bifinhos à Italiana, que já tinhamos desde o restaurante da minha mãe, que são bifinhos do lombo, que é como se estivesse a comer em casa. Não é muito sofisticado, mas aqui pode comer o bom tradicional. Hoje em dia, como o Nuno está sempre a lançar novas ideias e a melhorar, temos pratos feitos a baixa temperatura, como o bacalhau ou o salmão. É um restaurante com comida portuguesa.


quattuor season magazine – Então, este restaurante é mais para os turistas estrangeiros ou para portugueses?

Sandra – Acho que o português continua a vir porque gosta de comer o tradicional, mas é também para o turísta estrangeiro que quer experimentar o Bacalhau à Brás ou o Arroz de Pato, ou ainda um dos pratos especiais que são os Fígados à Francesa que são flamejados, têm imenso sucesso! Temos ainda um prato na nossa lista que se chama Bife Raspado, é um hamburguer, e por que é que tem este nome? Antigamente, não sei se sabe, não havia aquelas trituradoras para triturar a carne, então este processo era feito com um garfo. A carne era raspada com um garfo para fazer aqueles fios do hamburguer e ficou assim chamado por bife raspaContinuamos por isso a chamar por este nome, é um hamburguer o mais tradicional possível, mas com um bom molho. A nossa ementa é muito típica portuguesa..


A nossa ementa ĂŠ muito tĂ­pica portuguesa.


Sem o apoio familiar seria imposs铆vel conciliar e gerir este neg贸cio.


quattuor season magazine – E o que nos pode falar sobre o espaço?

Sandra – Este espaço faz parte do Centro Nacional de Cultura, por isso temos estes livros todos, qualquer pessoa que nos visita pode consultar e ler; tentamos sempre ter revistas semanais e jornais diários. Temos alguns clientes fixos que não precisam de comprar o jornal. Vêm cá de manhã, lêem o jornal, bebem o seu café, muitas vezes acontece que até se zangam connosco por o jornal ainda não ter chegado! Por isso nós acreditamos muito neste conceito, porque o cliente chega, senta-se descontraído na esplanada, agarra num jornal diário para ver as letras gordas ou tira um livro para folhear. Temos imensos estrangeiros que acham imensa graça, chegam a ficar uma tarde inteira a ver livros com poemas, sobre Fernando Pessoa. É também o nosso lado cultural!

quattuor season magazine – E outra questão interessante é saber como é que põe tudo isto a funcionar, como encontrou a equipa?

Sandra – Essa parte é muito difícil! Ter uma equipa que nós achamos que é a equipa certa, até chegar lá, leva anos! Do primeiro restaurante trouxemos no início a nossa cozinheira. Tudo se foi construindo com o tempo. A senhora que explorava o espaço antes, nós conheciamos, ela tinha mais ou menos o mesmo conceito de restaurante. Bom, o facto é que alguns empregados nós conseguimos trazê-los a partir dela. A equipa a funcionar bem demora muitos anos, é muito complicado, mas vamos conhecendonos com o tempo. Hoje em dia felizmente já conseguimos entregar o restaurante à equipa em quem confiamos, e muitas vezes não necessitamos de estar presentes.

Porém, é sempre importante estar alguém da gerência presente, só assim as coisas correm realmente bem. Temos o caso de um cliente, que já é cliente há muitos anos e customa vir sozinho, que se senta connosco à mesa, quando se sente mais triste, desce a rua, vem beber um copo e põe-se a falar com o Nuno. É claro que não é de um dia para o outro que isto acontece, demora muito tempo. Tem o seu lado bom, pois além de ser nosso cliente, passou a ser nosso amigo, que é algo importantíssimo.

quattuor season magazine– Tem família, filhos e marido, como é possível conciliar com a azáfama do restaurante?

Sandra – Quanto comecei o negócio neste espaço tinha um filho com um ano de idade. Uma das minhas preocupações era saber se conseguiria acompanhar os meus filhos? Muitas vezes eu e a Sofia revezamo-nos para estar com as crianças, ir buscá-las à escola, ajudá-las a fazer os trabalhos, ir deixá-las na ginástica, etc. Conseguimos conciliar as nossas vidas assim, com entreajuda, uma vez a Sofia não pode estar cá e eu fico ou vice-versa. O apoio familiar é importantíssimo. Tenho uma mãe que se por algum motivo eu não puder estar com os meus filhos, fica com eles em casa. A nossa mãe é o nosso braço direito! Apesar de já ter gerido vários restaurantes, é ela que toma conta de todas as papeladas, ou seja, a parte burocrática, facturas, contratos de pessoal, tudo isso, é a pessoa que está por detrás disto tudo. Sem essa parte as coisas não funcionariam bem, pois não é só o restaurante que está à vista, a realidade do restaurante é muito para além do que se vê, são os fornecedores, as facturas, etc etc. Sem o apoio familiar seria impossível conciliar e gerir este negócio.


quattuor season magazine – Uma última questão. O que aconselha a uma pessoa que queira entrar neste tipo de negócio?

Sandra – Em primeiro tem de gostar. Se gostar, já é meio caminho andado para o sucesso. Para manter um negócio destes tem-se que dedicar bastante do seu tempo. Uma pessoa acordar e não sentir que tem uma obrigação de ir trabalhar, é claro que existem responsabilidades de gestão, mas é bom ter essas obrigações quando se gosta. Claro que nos custa, houve noites sem dormir por estarmos preocupados em coordenar uma equipa de vinte seis empregados, que não é fácil. Faltam empregados porque estão doentes ou de férias. Há que gerir tudo isso. Mas se gostar é difícil mas consegue, luta pelo que gosta. Por isso acho que essa é a primeira característica que é importante ter. Depois também é muito importante ter apoio familiar. Muitas noites eu estou aqui e o meu marido está sozinho em casa, é preciso ter a compreensão do outro lado. Depois a sorte, ter a sorte de arranjar uma equipa ideal, não é fácil, demora anos, mas ter uma equipa em que nós temos confiança também é fundamental.



Christina

26 anos de idade , vive na Ucrânia. http://instagram.com/kristinka_skl https://www.etsy.com/shop/sincereworkshop O nome do meu atelier - Workshop Jóias da Sinceridade - diz muito sobre os meus principais valores na vida - sinceridade e honestidade. Todas as jóias que eu crio, faço com uma atitude de grande abertura e para transmitir a fragilidade da beleza da natureza. Eu trabalho com materiais naturais e estou sempre recolher material para o meu Herbário, em qualquer lugar e qualquer hora. Quando trabalho o meu principal objetivo é criar uma peça única, não repetível - fechando em pequenos objetos; memórias , sentimentos, emoções - e que acenderá uma centelha de alegria nos olhos de muitas meninas e mulheres diferentes.


Eu trabalho com materiais naturais e estou sempre recolher material para o meu Herbรกrio, em qualquer lugar e qualquer hora.


Quando trabalho o meu principal objetivo é criar uma peça única




Miranda Ming .Austrália, Melbourne. www.flowerandfinch.etsy.com Adoro criar jóias com motivos florais e que são para durar uma eternidade. Alguma da minha inspiração vem da bela variedade de flores que temos nos nossos arredores. Não importa que estação é , há sempre flores incríveis, mesmo no inverno ! Todos elas são muito vibrantes e muito diferentes. Algumas das minhas favoritas incluem o Wattle australiano , assim como os amores-perfeitos e as fuschia . Eu comecei agora a criar alguns brincos , o que é emocionante! Este é o meu hobby que faço no meu tempo livre .


Fashion blogger da Turquia . Viktorija vive vive em Istambul , com raizes do leste e do oriente, com muito bom gosto . Traz o tempo de primavera estampados nas suas roupas , com colares grandes e cores brilhantes. http://www.tiebow-tie.com/


LOOKBOOK STORE cardigan THE GOLDEN HEART tank top PULL&BEAR jeans CONVERSE trainers ZEQUINS shopper bag


SHEINSIDE mustard coat SHEINSIDE green sweater SHEINSIDE printed pants MASSIMO DUTTI bag MASSIMO DUTTI brogues




ROMWE mint coat SHEINSIDE sweatshirt BREAKICETRENDS jeans ZEQUINS tote bag CONVERSE trainers


AX PARIS dress ZARA sandals INCI bag


CHICWISH midi skirt M&S jumper ASOS fedora hat FRONT ROW SHOP clutch TBDRESS pumps


BB DAKOTA jacket SHEINSIDE skirt DRESSLINK blouse MANGO heels RIVER ISLAND bag


THE WILD FLOWERS SHOP coat MR GUGU & MISS GO sweatshirt MANGO jeans ZARA beanie BEADS.US brooch RIVER ISLAND bag MANGO trainers


CHI CHI floral skirt MANGO leather jacket STRADIVARIUS denim shirt ZARA bag ASOS heels



Hanukkah Há mais de 3300 anos atrás , os judeus saíram do Egito , onde estiveram sob escravidão durante dois séculos . Este acontecimento ocorreu no dia 15 do mês lunar de Nisan , razão pela qual a data da Páscoa é móvel . Em Israel , a Pásco a é celebrada por sete dias fora da Terra Prometida - 8 . Na primeira e segunda noite do festival os judeus reúnem-se para uma refeição especial - Seder. Em cima da mesa devem estar ervas amargas - em memória da amargura da escravidão , vinho kosher, pão ázimo , matzá , rábano ralado e charosset - um prato que é preparado a partir de uma mistura ralada de maçãs , tâmaras e nozes. Simboliza o barro a partir do qual, durante o cativeiro egípcio , os judeus fizeram tijolos. Ervas mergulhadas em água salgada , que simbolizam as lágrimas . Sobre a mesa há um ovo cozido e um osso frito - um simbolo de que nos dias do Templo era para comer o cordeiro. É sabido que o pão de levedura tem um longo tempo de preparação, e durante o súbito êxodo do Egito, os judeus não tiveram a oportunidade de cozê-lo . Por isso, durante as férias da Páscoa não devem comer pão fermentado . Também são proibidas as bebidas fermentadas - kvass e cerveja. O Chametz - chamado a qualquer coisa que contenha fermento - durante o período Páscoa, não pode sequer existir em casa, por isso têm de se livrar dele nas vésperas das celebrações . Os utensílios devem ser novos ou especialmente preparados. Muitas famílias judias usam para celebrar umutensílio especial e que não é usado em outros dias. Mas o matzah – pão ázimo — não só é possível, mas necessário. À mesa do banquete deve ser comida pelo menos uma peça de matzo do tamanho de uma azeitona (25 g) Este pão é cozido muito rapidamente - o farinha é misturada com água , muito finamente esticada e cozida rapidamente – desde o início da mistura até ao final da cozedura não demora mais do que 18 minutos.

À mesa lê-se a Haggadah - a história do êxodo do Egito, e a audiência , tanto homens como mulheres , supostamente apoiados no seu braço esquerdo , devem beber quatro copos de vinho ( ou sumo de uva ) . No sétimo dia, os judeus juntam-se perto da água para ler o " Shirat Hayam " ( hino de agradecimento a partir do livro de Êxodo ) , recordando como Moisés trouxe este povo atravessando o Mar Vermelho. O mar apartou-se para deixar passar os Judeus, mas fechou-se à frente do exército Egípcio.








Jo Flowers Jo vive em Norfolk com a família, patos e galinhas. Passou grande parte da infância nos bonitos jardins da casa de campo dos avós em Suffolk, onde começou o seu amor pela natureza e pelas flores. Jo faz arranjos e estiliza flores para casamentos e eventos, trabalha e aconselha os clientes com base na disponibilidade e sazonalidade das flores, criando arranjos florais inspiradores, sempre de acordo com os elevados requisitos dos clientes. Influenciada pelo seu amor pelo ar livre, os seus designs são cheios de texturas e movimentos naturais. https://instagram.com/joflowers/ http://www.joflowers.co.uk/blog/ Inglaterra - Jo Flower

Inglaterra



Tal como cada flor é única e diferente , nós acreditamos que cada noiva é única. Fundada em 2009 , Bows and Arrows dedica-se a criação e comunicação da beleza através da arte do design floral e de eventos. Nós abordamos cada design com o desejo de preservar a integridade e a presença natural de cada flor e ambiente circundante. Inpirados pela arte, natureza e cultura, nós construímos a nossa estética e design de forma a fazer ressonância com cada noiva e para criar um evento feito à medida, fresco e adorável!

https://instagram.com/bowsandarrowsflowers/

Dallas, Texas, Estados Unidos da América www.bowsandarrowsflowers.com



FloretFlowers Somos uma quinta familiar e a família é o coração do nosso negócio. Temos a sorte de ter a oportunidade de passar os nossos dias a trabalhar juntos, rodeados por uma equipa de pessoas empenhadas que partilham o nosso sonho de trazer mais beleza para o mundo. Nós temos uma grande preocupação com a protecção do ambiente e temos o compromisso de conduzir o nosso negócio em harmonia com a natureza. Como agricultores, nós escolhemos a práctica da agricultura sustentável na nossa quinta e fazemos um esforço para deixar uma duradoura marca positiva no planeta. Acreditamos na partilha. Não faz sentido guardar toda esta beleza e informação, por isso partilhamos aquilo que aprendemos no nosso percurso, através de fotografias , histórias, artigos e dos social media. Temos o compromisso da qualidade e estamos dedicados de alma e coração ao cultivo de alguma das melhores flores no mundo. http://www.floretflowers.com

Estados Unidos da América Neste link pode ver as respostas às perguntas mais frequentes sobre a nossa quinta http://www.floretflowers.com/about-us/faq/(english)


Caprice Nicole Photography Model: Alana Powell


Rivermoon Angela DeCoite Eu crio arte botânica não convencional, apreciando a beleza nos ramos, vendo a perfeição na imperfeição, e vivo “fora da caixa”. Sou Mãe de um conjunto de criaturas orfãs, além de um par delas que foram feitas por mim. Ando descalça, apanho coisas selvagens, e rejubilo na companhia dos meus colegas activistas na abolição pacífica da utilização da Gypsophila. Provavelmente todos faremos magia se saborearmos plantas suculentas, se encontrarmos sabedoria nas folhas, se usarmos papel reciclado, e se nunca recusarmos um prato que nos foi servido só porque estará 3 graus abaixo da temperatura ideal. Faremos magia se celebrarmos a vida, unindo o amor, ou simplesmente energizando um local especial, abrindo a mente para a beleza selvagem da maravilhosa terra campestre e desabrochando para fora da caixa... http://rivermoonbotanicals.com/

Makawao, Hawai


Anna Potter Swallows and Damsons Swallows and Damsons foi fundada por Anna Potter, que deu continuidade ao seu diploma em Arte na Sheffield Hallam University trabalhando como Designer Floral Sénior em duas das principais floristas de Sheffield. Anna tem uma paixão tanto por um glamour vintage como por estilos rústicos e está empenhada em trazer algo distintivo a Sheffield. “ Fico desinspirada pelos arranjos de flores todos idênticos e que todos já vimos. Nós recusamos os arranjos insonsos e produzidos em massa. Preferimos falar com os clientes e conseguir algo que seja mesmo apropriado para eles. Temos essa tradição antiquada. Cada bouquet é considerado único e pensado até ao ultimo detalhe.” http://www.swallowsanddamsons.com



ARRANJOS SINCEROS ONDE A RAINHA É FLOR Em Nome da Rosa – Entrevista a Maurício Fernandes


Encontrámos o Maurício num restaurante para conversar, meses depois do primeiro contacto para agendarmos a entrevista. Recebeu-nos com uma ternura encantadora e tivemos uma memorável e estusiasmante conversa. Quattuor – O projecto Em Nome da Rosa é fantástico. Este seu projecto é de negócio ou da alma? Maurício Fernandes – Quando comecei, pensei nalguma coisa como negócio, mas tudo o que é feito na realidade, tudo o que gosto, tudo o que me vai no sentimento, é para transmitir aos clientes de uma forma simples, não gosto daquela coisa muito comercial, quando se fazem as coisas só a pensar em dinheiro, não consigo trabalhar dessa maneira. Tem de haver sempre algum dinheiro, temos as nossas despesas e investimentos, mas na verdade quando faço as coisas a minha primeira ideia nunca é a pensar

no dinheiro ou no negócio. Quattuor – Por que é que escolheu para negócio as flores? Porquê flores? Maurício Fernandes – Sempre gostei muito de flores, era sempre eu que fazia os arranjos de flores e componha as jarras de minha casa. Todas as sextas-feiras ia ao Mercado da Ribeira onde tinha pessoas a vender flores e comprava para decorar a minha casa, para receber amigos durante o fim-de-semana. Em aniversários de amigas minhas oferecia sempre flores, ia às lojas, às floristas, mas detestava tudo o que elas tinham, por isso já tinha nessa altura em casa o material todo para fazer arranjos, desmanchava tudo o que elas faziam e fazia de novo. Depois, a ideia surgiu em conversa de amigos num jantar quando me disseram “Gostas tanto de flores e tens muito jeito para flores, por que é que não abres uma loja de flores?”. Surgiu assim, primeiro em 1999 numa loja pequenina em Costa de Caparica, depois foi crescendo e estou neste momento no Príncipe Real, em Lisboa. Dei aulas durante muitos anos, tenho uma licenciatura, mas desisti das aulas para dedicar-me às flores.

Quattuor – Poderá contar-nos um pouco a história da sua loja de flores? Maurício Fernandes – Foi muito simples, uma semana depois da ideia surgir naquela conversa de amigos, já tinha arrendado uma loja na Costa de Caparica e estava a trabalhar com flores. Esta loja era de facto pequenina e o que eu fazia não era muito bem entendido pelas pessoas de lá, pelo que mais tarde quando comecei a ter clientes de Lisboa, procurei e descobri uma lojinha na capital junto ao Convento dos Inglesinhos e mudei-me para lá. Nessa altura, no ano 2000, o negócio foi um boom, muitas revistas gostavam imenso dos meus trabalhos, comecei a ter alguns clientes da restauração com estabelecimentos no Bairro Alto. Fui crescendo assim naturalmente, as coisas foram acontecendo, sem eu pensar que pudesse ou não algum ter sucesso, alguma receptividade do público, mas foi ao contrário, pois o negócio foi bastante bem sucedido, abria a loja e as pessoas não paravam de entrar, porque era um projecto diferente, era uma coisa mais “cool”, era como se fosse uma casa, pois não exponho as flores todas arrumadinhas numa estante, gosto de transformar, gosto de imaginar como é que aquilo ficará numa casa, como é que aquilo ficará num restaurante, numa recepção de um hotel, gosto de mostrar todos aqueles móveis antigos, imaginar uma pessoa


O meu tempo é todo dedicado para o projecto Em Nome da Rosa, pois mesmo que eu esteja livre há sempre um trabalho que está a ser feito, não é um trabalho só de loja, é de exterior.


sentada numa secretária com uma jarra de flores à frente, ou mesmo numa casa grande, num palácio, gosto de fazer esse tipo de “décor” ao mesmo tempo, não é só flores, gosto de objectos, gosto de misturar coisas, e as pessoas quando viram uma loja assim, muitas vezes era difícil de entrarem porque pensavam que aquilo era uma exposição e não era uma loja de flores, percebe? Daí que na capital este conceito foi bastante bem recebido. De facto, as pessoas começaram a ficar mais educadas para as flores e flores que não conheciam, pois as pessoas nas floristas tradicionais raramente têm acesso a peónias, entre outras.

Quattuor – Maurício, já percebemos que trabalhar com flores não fez parte da sua formação base. Para aprender fez algum curso?

Maurício Fernandes – Nisto sempre fui autodidacta, aprendi sozinho, mas sempre que tenho oportunidade gosto de ver outras coisas, tenho acesso a algumas revistas estrangeiras da especialidade, holandesas e belgas, que me dão algumas ideias. Sempre que viajo vou à procura de lojas de flores, servem muito de

inspiração, e é engraçado constatar que as floristas do norte da europa são completamente diferentes das do sul. Tinha família em Haia, na Holanda, e numa das viagens que fiz a Bruxelas estive numa loja onde a minha família comprava flores, aí passei alguns dias, para ver o movimento, trabalhar algumas técnicas de bouquet, de corte, de construção, de conservação de flores, sim, aí sim tive acesso e alguma prática, sempre informal, não tenho nenhum diploma ou certificado, foram coisas soltas que nunca fiz por obrigação.

Quattuor – Fantástico! E agora gostaríamos de saber como são os seus dias. São completamente planeados à volta do projecto Em Nome da Rosa? Ainda sobra algum tempo livre para si?

Maurício Fernandes – Essa questão é engraçada, porque este ano a partir de Janeiro decidi que iria ter um pouco de tempo mais para mim, pelo menos as manhãs, mas de facto o meu tempo é todo dedicado para o projecto Em Nome da Rosa, pois mesmo que eu esteja livre há sempre um trabalho que está a ser feito, não é um trabalho só de loja, é de exterior. Estou a fazer coisas minhas, mas de repente estou num sítio e descubro que Em Nome da Rosa está lá, entro e pergunto, falo e assim também acontece muitas vezes. Há muito trabalho para fazer sem ser o da loja.



TambĂŠm gosto de trabalhar Ă noite, fico muitas noites na loja, gosto de projectar a loja com outra luz, estou mais calmo, estou sozinho, gosto de desarrumar a loja toda e rearrumar para o dia seguinte




Não posso só contar com os clientes que passam na loja, há volume de trabalho que todas as semanas nós temos que vem tudo de clientes de contactos exteriores. Lojas, hotéis, etc, é assim. Também gosto de trabalhar à noite, fico muitas noites na loja, gosto de projectar a loja com outra luz, estou mais calmo, estou sozinho, gosto de desarrumar a loja toda e rearrumar para o dia seguinte. Por isso, posso dizer que me dedico cem por cento ao projecto Em Nome da Rosa.

Quattuor – Pode-nos contar como é o seu relacionamento com os clientes?

Maurício Fernandes – Tenho uma relação com os clientes muito próxima e julgo que todo o meu trabalho,

todos os clientes que eu tenho foram surgindo e hoje são meus amigos, é uma relação muito na base da amizade, já nos entendemos, eles não precisam sequer de falar muito porque eu já sei o que é que gostam e confiam em mim. O meu cliente é muito próximo de mim. Não tenho aquela distância fria com os clientes, mesmo quem entra pela primeira vez há sempre uma receptividade positiva, deixo sempre as pessoas à vontade para descobrir a loja e depois dou as minhas ideias e conselhos, não vendo só por vender. Se o cliente quer aquela coisa eu posso-lhe dizer que não, que não se adequa àquela situação e é aí que começa aquela relação mais pessoal, porque talvez nunca ninguém lhes disse que aquilo não era possível, ou que não era bonito para oferecer, quando eu acho que é uma coisa ridícula, prefiro não vender. “A que propósito leva uma rosa vermelha a uma amiga que está no hospital? Acho que uma rosa vermelha é muito dejávu, para uma amiga uma rosa vermelha? Poderá levar uma rosa doutra cor, uma coisa mais pastel (...)” eu dou sempre essas ideias. Os clientes gostam muito disso porque sou muito sincero. Acontece a mesma coisa com as noivas, quando chegam à loja trazem ideias feitas e muitas vezes digo-lhes sinceramente que aquele ou outro ramo não fica bem com a cor do vestido ou com a postura da noiva e ponho-me a trabalhar algo mais personalizado, as pessoas gostam disso. Eu aconselho sempre algo que cole com o penteado, com a maquiagem, com o vestido, é todo um conjunto, não pode ser algo disparatado, dou sempre esses conselhos e por isso quando as noivas não aceitam eu prefiro não fazer o trabalho do que estar a fazer uma coisa que eu não gosto e que não lhes fica bem.


É por isso que os clientes que tenho confiam muito em mim, porque estou muito ligado à moda, à arte e isso faz também parte do meu mundo e das flores, porque as flores estão sempre integradas na moda, na decoração, na arte, percebe? Estou constantemente a investigar, ver tendências em revistas internacionais, etc. As noivas minhas clientes acabam por recomendar-me às suas amigas porque elas gostam do meu estilo e dos meus conselhos. Mando-as sempre fazer um trabalho de casa que é procurar três coisas com que se identifiquem, em termos de cor, volume, etc... para usar isso para trabalharmos em conjunto e dou as minhas ideias até chegarmos a um resultado final.

Quattuor – É difícil encontrar um bom funcionário ajudante? Maurício Fernandes – Sim, é difícil encontrar um bom funcionário. É difícil porque não existem muitas escolas e as que há são muito teóricas, encontrar um funcionário que já trabalhou noutra loja traz muitos vícios, já vem muito técnico do outro trabalho. O que normalmente faço é dar formação em relação ao meu estilo de trabalho e ao meu projecto, estou também sempre a dar instruções práticas

Digo-lhes muitas vezes que este é o projecto Em Nome da Rosa e nunca devemos anular a flor, a flor é a rainha, não fazer para que moldem a sua técnica à minha.

muitas macacadas e meter muito lixo. De facto, admito que não é fácil encontrar uma pessoa que trabalhe bem flores.

Quattuor – Já fez algum workshop aberto ao público? Maurício Fernandes – Não, não fiz. Há muitas pessoas que me pedem, há muitas empresas que também me pedem para fazer workshops. Estou a pensar programar, porque isso tem de ser muito bem programado, tem de ser no máximo um workshop com dez pessoas, mais é muito. Uma parte de manhã com teoria, formação de técnicas de corte, volumes e combinação de flores, e uma parte de tarde para realizar prática, por exemplo, durante dois dias. Tive até hoje muitos pedidos para este tipo de actividade. Se fizer será no próximo ano e ao ar livre. Gosto que as pessoas sintam que tenha a ver com flores e com plantas, nada de ficar fechado dentro de uma sala porque é muito impessoal.

Quattuor – Utiliza flores produzidas em Portugal? Maurício Fernandes – Utilizo, sim. Nós infelizmente temos de recorrer sempre ao estrangeiro, à Holanda, ao Equador, ao Quénia, mas o que eu faço é aproveitar tudo o que há nacional por épocas ou estações, tudo o que há aproveito. Há épocas que é um pouco impossível porque não há tanta produção nacional e tenho de seleccionar muito bem. Mas confesso que sou um grande utilizador de tudo o que há de bom, de diferente e bonito em Portugal. Nesta estação, por exemplo, Portugal tem muito boa

tulipa e frésia, isso faz com que não tenha de comprar fora. Tenho uma grande parte de material de fornecimento nacional. Por exemplo, no inverno é muito difícil. No verão para casamentos e eventos, temos de ter sempre garantias de quantidades, nestes casos é complicado contar com produtores nacionais porque é pouco provável conseguir obter mil peónias, não há sequer, por isso quando tenho eventos muito grandes, tenho mesmo de encomendar fora, fazer prospecção de mercado e comprar com alguma antecedência.

Quattuor – Última pergunta: qual a sua flor preferida? Maurício Fernandes – É uma pergunta muito complicada para uma pessoa que trabalha todos os dias com imensas flores bonitas, mas ainda assim admito que gosto muito de peónias. Acho que é uma flor com tanta flor nela, tem rosa, tem volume, tem postura, gosto mesmo muito de peónias. ISSUU quattuor N2




Rita Ventura nunca escolhi outra coisa sem ser trabalhar em arte https://www.facebook.com/rita.ventura.545

Nunca escolhi outra coisa sem ser trabalhar em arte


Quattuor – Como começou a trabalhar nesta arte? Rita – É uma questão de atitude de vida, nunca pensei noutra coisa, nunca escolhi outra coisa sem ser trabalhar em arte, agora.. tinha dificuldade em escolher o quê, pois há pessoas que têm uma arte mais dirigida e no meu caso eu gosto de fazer um pouco de tudo. Por isso a minha experiência profissional passa pela animação, estive na televisão, estudei design gráfico e fui criativa numa agência de comunicação, fiz também cenografia, ou seja, mexi em todas as áreas da arte e nunca deixei de pintar porque foi sempre uma coisa muito importante para mim. Mas como cá em Portugal ser pintora não era uma coisa muito rápida para atingir a independência, e para mim era uma coisa muito importante ser independente, sair de casa dos meus pais, não fui logo para pintura e comecei a mexer em várias áreas, e continuo hoje a fazê-lo, não posso dizer que sou só pintora ou sou só designer ou sou só decoradora, pois gosto de fazer um pouco de tudo.

Quattuor – Faz também ilustrações e colagens? Rita – Sim, fiz ilustrações para revistas. Depois descobri que os estrangeiros gostam também muito das minhas coisas e criei uma marca de merchandising sobre Lisboa, comecei a trabalhar para o turismo, no fundo, continuo a fazer estes projectos todos ligados à parte criativa mas todos diferentes, é isso que me faz feliz, penso eu, não é dedicar-me só a uma coisa, gosto de fazer um pouco de tudo. Gosto de diversificar a minha área, gosto de mudar muito, por exemplo, no próximo mês vou decorar casas para turistas sempre com o mote Lisboa, depois vou fazer um painel para um português que chegou agora de Macau e quer que eu faça um painel para casa dele. Portanto isto são projectos muito diferentes mas no fundo estão todos ligados à parte criativa. Tento sempre fazer aquilo que me dá prazer porque não acredito na arte que não dá prazer, não acredito na arte sem dinheiro, tem de acima de tudo de algo que nos dê prazer, senão não é bom. Se nós não gostamos daquilo que estamos a fazer, dificilmente os outros vão gostar, é isso que me move.

Quattuor – Como encontrou este espaço fantástico? Rita – Este espaço penso que já foi uma data de lojas, loja de roupa e isto e aquilo e aqueloutro, e foi uma amiga que gostava de dar aulas a crianças, ela é designer, que me convidou para entrar neste projecto para darmos aulas, embora ela estivesse mais virada para crianças e eu mais para adultos, ela entretanto desistiu do projecto e eu fiquei, já lá vão quatro anos, fiquei eu com o espaço.


Quattuor – Tem muitas pessoas que vêm cá para ter workshops consigo. Pode falar-nos um pouco destas actividades?

Rita – O mote dos workshops e das aulas é fazer com que as pessoas se desinibam ao ponto de perceber que podem pintar. A maioria das pessoas têm muitas inibições, “(...) Ai eu não tenho jeito nenhum!(...)” porque nunca experimentaram, nunca desbloquearam. O que eu principalmente faço é desbloquear, fazê-las perceber que podem também criar e tirar prazer disso, é óbvio, eu apenas oriento-as. A maior parte das pessoas que vêm às minhas aulas são de diversas profissões que não têm nada a ver com arte.

Quattuor – Quais as idades das pessoas que frequentam as suas aulas?

Rita – As idades vão dos trinta até aos setenta anos. Tenho também crianças, mas poucas. Essas pessoas são de medicina, de engenharia, ciências, letras, e sempre tiveram um bichinho pela pintura, e pintar é isso, é técnica e isso aprende-se.

Quattuor – As pessoas podem experimentar técnicas diferentes? Rita – Exactamente, podem experimentar técnicas diferentes, eu pessoamente gosto muito de ensinar técnica mista. Experimentam todos os materiais desde aguarela, acrílico, óleo, pastel de óleo, etc., até se fixarem naquilo que cada um mais se identifica. Há pessoas que gostam de ver os

trabalhos feitos mais rápido e não podem pintar a óleo, eu induzo-as a escolher materiais mais rápidos, há outras pessoas que demoram muito tempo e eu deixo-as demorar porque a pintura é como uma respiração, as pessoas têm de ter o seu tempo e tem de haver esse respeito, neste caso podem fazer trabalhos com óleos, acrílicos, aguarelas, portanto cada pessoa escolhe a sua forma de expressão. Depois gosto também de influenciá-las a escolher coisas alternativas, fazer experiências, usar materiais reciclados, e tudo o que lhes apeteça, como escultura, por exemplo. Quattuor – Vejo também que há pessoas a trabalhar com madeiras, fazem casinhas de madeira. Aprendeu esta técnica?

Rita – Bom, este caso é de uma senhora que é muito metódica, pois trabalha numa empresa numa função muito organizada, e eu lembrei-me de propor que fizesse umas cadeirinhas para uma casinha com biblioteca e com livros, ela gosta de coisas muito minuciosas.

Quattuor – E o Fernando que está cá todos os dias? Rita – O Fernando é mais um caso de uma pessoa que nunca tinha pintado, é um engenheiro, ele mesmo customa dizer que é um engenheiro pouco assumido, e começou a descobrir a pintura, reformou-se e neste momento dedica-se por completo à pintura, e vai em breve fazer uma exposição. Há três anos que está a pintar, já desenvolveu o seu trabalho, já tem uma linha de trabalho e está entusiasmado, vai pintar para uma exposição, a sua primeira exposição.


. A maior parte das pessoas que vêm às minhas aulas são de diversas profissões que não têm nada a ver com arte.


Pinto o Santo António porque é o único santo que acho simpático e que não tinha uma vida de mártire, era um homem até bastante divertido, gostava de festa, é um santo de Lisboa, da minha cidade, a sua história fascina-me.

Quattuor – Rita, você faz muitos workshops com crianças e com adultos que não estão absolutamente nada ligados à arte. Poderá falar-nos mais sobre estes projectos?

Rita – Por exemplo, no mês passado fui fazer um workshop com farmacêuticos e médicos numa empresa farmacêutica suíça que me contratou. Eu tinha dezasseis pessoas em três horas para fazer um projecto. Conseguimos, foi bem sucedido! O mote para eles foi as sardinhas, cada um tinha uma sardinha, baseado nas figuras iconográficas de Lisboa e de Portugal. Cada um pintou uma sardinha, é claro que lhes facilitei os meios para isso e em três horas de trabalho resultou.

Quattuor – A Rita tem muitos quadros pintados, uns com motivos religiosos outros mais pessoais. Como é que escolhe os motivos e temas dos seus quadros?

Rita – Bom aqui a religião não é muito chamada, digamos que eu pinto santos, pinto o Santo António porque é o único santo que acho simpático e que não tinha uma vida de mártire, era um homem até bastante divertido, gostava de festa, é um santo de Lisboa, da minha cidade, a sua história fascina-me. Ele foi um nobre e teve uma grande paixão por uma mulher... não tem nada a ver com aquelas santas desgraçadinhas que morrem flageladas ou queimadas ou isto ou aquilo, é o único santo que era erudito e acho piada. O resto dos santinhos porque tem muito a ver com Portugal, a religiosidade tem a ver com Portugal, eu sobretudo gosto de pintar sobre a minha cidade, mas não sou nada crente nem muito católica-apostólica, pelo contrário, apenas atrai-me, gosto, mais nada, não é por convicção. Em relação às outras temáticas dos quadros, eu não intelectualizo muito aquilo que eu vou fazer, aquilo que eu sinto no momento é aquilo que me está a motivar mais, às vezes podem ser pessoas, visto eu ser figurativa, obviamente, interessa-me pelo historial dela e pela vida dela e posso assim ser influenciada na expressão dos meus quadros .


Uso os bichos também, os bichos são para expressar sentimentos ou características que as pessoas têm. De resto não tenho nem sigo uma linha, hoje pinto assim, amanhã posso pintar outra coisa diferente porque vou estar a viver outras coisas diferentes, portanto, não sou aquele tipo de pintora que tem uma fórmula e está anos e anos a pintar a mesma coisa, não, eu mudo muito, estou sempre a mudar porque a minha vida está sempre a mudar, é normal que tenha coisas novas para dizer amanhã e depois da amanhã.

Quattuor – Tem também no seu currículo uma experiência com crianças invisuais. Conte-nos como foi?

Rita – Foi uma experiência com psicólogos e médicos que me convidaram para fazer umas aulas. No fundo era uma projecto para levar a arte a crianças invisuais, que isso era possível, que tocava em várias formas de arte deste música, teatro, até a pintura. A pintura seria a mais difícil, uma vez que eram pessoas sem a faculdade visual, e esta experiência que aconteceu no Centro Helen Keller em que há crianças invisuais e outras que conseguem ver normalmente, foi uma experiência em que tive de criar tintas diferentes com cheiros, tive de atribuir a cada cor um cheiro e uma textura, para quando a tinta depois secasse eles passassem as mãos e sentissem onde estava o verde que tinha ervinhas com cheiro a pinheiro, ou o amarelo com areia que cheirava a limão, foi uma experiência muito engraçada porque nem todos os invisuais eram de nascença, havia crianças que ficaram invisuais mais tarde, e que ainda tinham uma noção espacial como quase todas as crianças têm, pegam numa folha A4 branca e fazem um risco como céu porque o céu está lá em cima e a terra está cá em baixo, mas quando eles são invisuais de nascença o céu muitas vezes estava no meio da folha, portanto a organização espacial deles é completamente diferente, por exemplo, nestes casos, o Sol não tem de estar no cantinho do lado direito da folha, pode estar no meio porque é mais importante, porque sentem o calor. Foi um projecto único com desenhos e pinturas muito surpreendentes.

Quattuor– E este seu bichinho, é sua companhia? Rita – A Miranda é uma diva, inspira-me. Quattuor– Como encontrou a Miranda?

Rita – Encontrei-a na internet, fui buscá-la porque estava para ser adoptada, tinha sido resgatada de um incêndio, e sempre quis ter um cão com um olho preto e outro olho branco.

Muitas vezes desenhava os cães, quando fazia ilustração, muito parecidos com a Miranda, por isso disse “Ah.. este cão é meu, tem de ser meu!”. Quando fui buscá-la era muito pequenina e a partir daí anda sempre comigo, está sempre presente, até nas telas, muitas vezes aparece nas telas, sem eu dar conta lá está a Miranda porque tem o seu eu muito presente, tem a sua personalidade muito própria, e é um ser que recebe bem os alunos da Galeria, mas não recebe nada bem as pessoas de fora, acaba por ser guarda mas nunca lhe incumbi essa tarefa. Sim, toda a gente gosta da Miranda e ela gosta muito de receber as pessoas, só quando não conhece as pessoas é mazinha, é torta. É a Miranda, a Miranda é assim, é um

doce e é uma fera.


https://www.facebook.com/mariana.cerdeira.33

Mariana Cerdeira FISIOLOGISTA DO BEMBEM-ESTAR DÁ FELICIDADE


Quattuor – Nós temos algumas perguntas, mas a primeira é saber como tudo começou? Mariana – Eu desde pequenina sempre soube o que queria ser. Passei a escola secundária e entrei na Faculdade. Quando iniciei os estudos superiores, queria ser professora de educação física para ensinar crianças mas depois percebi que não era bem isso que realmente gostava. Durante o curso comecei a descobrir que o que gostava mesmo era ajudar as pessoas com exercícios físicos como se fossem medicamentos para prevenção e cura de determinadas lesões e patologias, porque também gostava muito da temática da saúde. Por isso quis aprender para fazer o bem às pessoas através do desporto ajudando-as na melhoria do bem estar físico e psíquico. E fui por aí... Portanto comecei logo a trabalhar na área, já na Faculdade dava aulas de grupo. Ainda não tinha terminado o curso já trabalhava em três sítios e depois de acabá-lo entrei para o Holmes Place. Comecei a trabalhar aos dezanove anos e trabalhei em diferentes locais, mas é aqui no Holmes Place que encontro uma maior proximidade com aquilo que quero fazer. Sou personnal trainer e tenho pessoas que vêm pedir ajuda com problemas nos joelhos, na coluna e é claro que faço o meu melhor para ajudar!

Quattuor – Mariana, poderá falar-nos um pouco sobre o seu projecto de treino de crianças e pais?

Mariana – A minha experiência com crianças é trabalhar mais quadrantes motores, hoje em dias as crianças são muito sedentárias e na escola trabalham educação física muito à base de jogos, não brincam na rua como eu brinquei, não brincam com os pais, por isso acho importante toda esta estimulação. Nesse clube de ginástica onde dou aulas a crianças, convido os pais para fazerem com os filhos e assim vem um compromisso entre pais e filhos do tipo “Então filho vamos à ginástica? É que eu também quero fazer!”, crescendo

e acabam por ser famílias mais activas e o combate ao sedentarismo funciona muito bem desta forma. Com crianças, gosto de trabalhar a partir dos três anos de idade, nesta idade os padrões motores ainda não estão muito desenvolvidos e se conseguirmos trabalhar no tempo certo, este desenvolvimento motor reflete-se na vida adulta, a pessoa vai ficar mais segura, pois não só influencia a nível físico como psíquico na auto-estima e auto-confiança, e se os pais participarem neste processo, na actividade física da criança, melhor ainda para todos.

Por exemplo, andar de bicicleta, andar de patins, andar de skate, hoje em dia temos infrasestruturas que permitem isso. É engraçado lembrar que tive um

professor na Faculdade que dizia assim: “As crianças têm de subir às árvores, as crianças têm de sujar-se, as crianças têm de esfolar joelhos, faz parte!”. Não é bom as crianças ficarem sozinhas em casa, as crianças têm de viver, têm de ter experiências para serem seres humanos capazes de lidar com as adversidades da vida, assim mais tarde tornar-se-ão adultos muito mais versáteis, mais adaptados a todo o tipo de circunstâncias. E como é que é possível que a componente física como o brincar, o subir às árvores ou o andar de bicicleta tenha uma influência tão grande na vida adulta? Uma criança que não tenha estas vivências físicas e motoras é uma criança atrofiada e mais tarde fica um adulto que não se adapta tão bem a determinadas alterações, nós sabemos que a vida nem sempre é como desejamos ou projectamos, tem alterações, e isso é o que considero mais mágico naquilo que eu faço, como o exercício pode ter uma intervenção tão grande na vida de uma pessoa.

Quattuor – O que é que poderá recomendar para todas aquelas crianças que são um pouco gordinhas, cujos pais não têm tempo para fazer refeições equilibradas? O que é possível fazer para estas crianças não engordarem? Mariana – Deparamo-nos com uma realidade em que há muita oferta de refeições e produtos alimentares, mas a qualidade nem sempre é a melhor. Eu passo às vezes em centros comerciais e vejo crianças pequenas a comer hamburguers e batatas fritas. Penso que não há necessidade disto. Estamos numa sociedade em que a criança é muito mais sedentária por causa dos video-jogos porque já não consegue entreter-se de outra maneira. Neste momento há videojogos, há televisão, mas há que promover outro tipo de actividades, ou seja, não há um desporto ideal que a criança possa frequentar, pois também não se deve fazer uma especialização precoce, fazer com a criança tenha uma alta performance numa qualquer actividade, não devemos ir por aí,

a criança se mostrar interesse numa actividade, faz, não quer, quer fazer outra, faz, quanto mais actividades fizer enquanto criança, mas apetências motoras, mais capaz vai ficar.

pois

Se a criança não mostrar nenhum interesse, devem ser os pais a sugerir diferentes actividades até que a criança mostre mínimo interesse nalguma destas actividades, pois esse pouco interesse vai fazer com que ela aumente esse estímulo e envolvimento nessa actividade ficando mais aberta para experimentar mais tarde

A responsabilidade dos pais é não deixar a criança desistir,

outras.

entregá-la ao sedentarismo e ao marasmo de só jogar video-jogos. O que vale é experimentar diferentes actividades, hoje em dia há tanta coisa, não só outdoor como indoor, há ginástica, há natação, há judo, há desportos de raquetes, existem éne actividades que os pais podem levar as crianças experimentar. Nem que seja pelo motivo de que os amigos na escola também vão! Aqui também é importante a interacção entre os pais e os colegas “(...) - Onde é que está o seu filho...? - Então vou levar o meu! (...)” Com isto sim, combatemos o sedentarismo e a obesidade. Quattuor – O que é que pode sugerir a uma pessoa que engordou, que não tem tempo para ir ao ginásio e que já não faz exercícios há muito tempo? O que é que esta pessoa pode fazer para emagracer?

Mariana – Tem sempre de começar

por algum lado, qualquer tipo de actividade que vá fazer é boa. Tem que ter cuidado no caso de ser diabética e de escolher actividades de baixo impacto físico. Corrida está fora de questão, mas uma boa caminhada é um óptimo começo, mas só isso não chega, tem de fazer um pouco mais.

Quattuor – Mas que tipo de estímulo pode ajudar a pessoa a começar? Quais são os exercícios que pode fazer por exemplo no escritório?

Mariana – Há exercícios que só com o peso do corpo podem ajudar. No escritório, o sentar e o levantar da cadeira várias vezes fazendo repetições, simulam um agachamento, o empurrar a mesa, abraçar a cadeira, etc., desde que a pessoa saia daquela posição estática de estar em frente ao computador, ou seja, exercícios que nós podemos fazer durante o dia de trabalho existem muitos, sequências e séries, podemos fazer no intervalo do trabalho, de manhã depois de acordar, uma marcha, um alongamento lateral, tudo isto podemos fazer.


Gostaria de trabalhar numa empresa que criasse uma simbiose perfeita entre mĂŠdicos e fisioterapeutas


Quattuor – É mais fácil começar com exercícios na piscina ou em sala?

Mariana – Depende. Ir à piscina obriga a pessoa estar exposta com fato de banho e isso pode mexer a nível psicológico, pois isso normalmente não estão muito disponíveis para ir logo para a piscina, apesar de ter menos impacto, o que é a verdade. Tive pessoa que foi logo para a piscina, mas o normal é começar com caminhada ao livre ou na passadeira do ginásio. Se fizer as duas, caminhar um bocadinho e depois ir à piscina, melhor ainda! Isso vai depender da pessoa, há pessoas que simplesmente não gostam de água, há outras que só gostam de água, por isso podem começar na piscina e mais tarde podem entrar no ginásio. O ponto chave é ir de encontro àquilo que a pessoa se sente mais motivada fazer porque tudo passa pela motivação para haver uma mudança do comportamento. Quattuor – Fale-me da electromiografia aplicada à actividade física. Gostaríamos de conhecer melhor o que é isto?

Mariana – É um choque para estimular localmente os músculos, ou seja, todas as ordens para o movimento do corpo começam no cérebro, é este órgão que dá instruções às pernas para elas andarem, os músculos das pernas têm se ser activados para realizar o movimento do andar, o que acontece é que nem sempre todos os músculos estão activos para esse efeito, muito encontram-se adormecidos, neste casos o circuito entre cérebro e músculo não é feito, então dá-se pequenos choques para que haja essa actividade

O que isto dos choques? São contracções musculares, ao dar este impulso o músculo fica mais tonificado. Nestes exercícios potenciamos muscular.

a actividade dos músculos, pois não só a mensagem do cérebro é dada ao músculo como também o músculo é estimulado através de choques locais, assim criamos uma maior tonificação em menos tempo, é tão simples como isto! É potenciar o treino em muito menos esforço. Quattuor- É de facto interessante pois vinte minutos desta aula podem representar duas horas numa aula normal.

Mariana – É exactamente isso! Em menos tempo conseguem-se mais resultados porque a pessoa está a enviar a mensagem do cérebro aos músculos mas também estes estão a receber os choques, ou seja, a perna está a trabalhar o doblo do que fosse só exercitando como mensagem do cérebro para os músculos da perna, logo o resultado é mais eficaz do ponto de vista da tonificação.

É verdade que a pessoa fica mais fatigada

pois trabalhou vinte minutos mas é como se tivesse trabalho duas horas no ginásio!

depois do treino,

Além disso através da electromiografia conseguimos maior força, conseguimos capacitar maior força nas fibras musculares em comparação à execução de estímulo normal pela mensagem do cérebro às pernas. Isto reduz o tempo investido para obter um melhor corpo e uma melhor condição física. Quattuor – Conhece algum local em Portugal que disponibilize esta técnica?

Mariana – Neste momento confesso que desconheço que haja em Portugal. Quattuor – E quando vai chegar a Portugal?

Mariana – Espero que em breve, mas eu acredito que quando chegar vá ser usada na área clinica mais do que na desportiva, pois tem um grande potencial a nível da fisioterapia, conseguimos “ressuscitar” a parte muscular através da electromiografia e do movimento, assim penso que na fisioterapia para recuperação de lesões é onde prevejo ser a maior aposta. Quattuor – Esperemos que chegue o mais rápido possível. Mariana, quais são as suas perspectivas, quais os seus sonhos e o seu objectivo final?

Mariana – Só espero que não haja final para poder estar sempre a evoluir! Quattuor – Claro, mas o que é gostaria de fazer? Construir um espaço ao seu estilo? Mariana – Uma coisa que eu reparei é que o que nós queremos vai-se alterando “Agora quero isto, amanhã quero isto e mais isto..., ou isto mas desta forma (...)” como é caso de eu querer ser professora de educação física e agora ser Personal

Eu quero muito muito trabalhar mais ligada ao ramo da saúde e levar as pessoas a fazer mais exercício físico e a verem os seus benefícios.

Trainer e adorar o que faço!

Seja com crianças seja com pais, quero ajudar uma criança a tirar fobias como já ajudei, quero ajudar uma criança a desenvolver-se melhor, quero levar uma pessoa a não ter dor de costas e não se queixar mais e ter qualidade de vida, é

Gostaria de trabalhar numa empresa que criasse uma simbiose perfeita entre médicos e fisioterapeutas, é

isso

que

eu

quero.

assim que já trabalho “Dê-me o contacto do seu médico para podermos trabalhar em conjunto.”, peço a muitas pessoas com quem trabalho.

É assim que eu gosto de trabalhar e era assim que eu gostaria de trabalhar no futuro, utilizar os meus conhecimentos de fisiologista do exercício e trabalhar em parceira porque desta forma a pessoa vai sair sempre a ganhar. O médico perceber mais de uma coisa, o fisioterapeuta percebe mais de outra e um profissional como eu percebe mais de outra, por isso se nos juntarmos os três é perfeito. O caminho está traçado e a pessoa só sai a ganhar.

Procuro a felicidade para mim e para os outros! Quattuor– Última pergunta: o que

pode recomendar às pessoas fazerem antes da Primavera começar? Mariana – Vou já gerir

expectativas: dois meses antes da Primavera ou antes do Verão, não! O exercício tem de se fazer o quanto antes. É agora é agora, é no inverno é no inverno. Não é um mês antes do Verão que vai ficar bem. Tem de ser antes, é um trabalho continuo, tem de ser para toda a vida. O nosso dia-àdia é tão sedentário que não nos podemos dar ao luxo de fazer exercício de vez em quando, tem de ser todos os dias.


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Breakfast in Bed

Story Photos: Sanda Pagaimo Styling: Egle Bazaraite & Sanda Pagaimo Bed Linen: Evencki Model: Egle Bazaraite http://www.littleupsidedowncake.com/blog/


Há algo especial em estar acordado com a fragrância do café acabado de fazer e desfrutar de uma tarte de maçã e canela enquanto ainda sentimos os lençóis quentes em redor. Há algo especial em ter tempo e desfrutar de uma manhã tranquila, com um lento pequeno-almoço a ler a sua revista favorita…

Recentemente recebi esta capa de edredão muito bonita da Evencki, feita de algodão egípcio, e o seu conforto exige manhãs preguiçosas. Eu continuo a sonhar com um pequeno-almoço na cama, com um café numa mão e uma revista na outra… Não há nada de errado em sonhar, não é?!?!

Tarte de Maçã Bósnia (para um) 2 maçãs médias raladas 1 colher de sopa de açúcar 1/2 colher de chá de canela em pó 1/4 colher de chá de cardamomo em pó 4 folhas de massa filo um punhado de nozes óleo de girassol para pincelar


Pincele uma pequena forma com óleo de girassol. Pegue numa folha de massa filo, pincele com óleo de girassol e coloque outra por cima. Misture a maçã ralada com açúcar e especiarias. Coloque algumas colheres de sopa do recheio de maçã (tentar tirar todo o sumo) na parte superior da folha de filo (no lado mais longo) e polvilhe com algumas nozes, deixando dois centímetros vazio nas margens. Enrole a massa e coloque-a num prato (se usar um prato redondo comece de fora para o centro). Continue até terminar todo recheio e massa. Pincele a torta com óleo. Entretanto, aqueça o forno a 180ºC. Coloque a tarte no forno e cozinhe durante cerca de 40min (ou até que fique uma cor agradável). Se vir que está a começar a queimar, coloque uma folha de alumínio por cima dela.


Este meu ultimo mês foi muito activo e emocionante. Talvez seja a Primavera, talvez seja eu a caminho de qualquer coisa nova na minha vida, e que me traz um sentido de “faz o que gostas”. Este número tem mais cor, é mais interessante e intenso. Espero que gostem. E se gostarem ficariamos muito contentes se “nos derem o vosso coração “ link. Irene Roma

Diretora Editorial

https://instagram.com/romalgira/

Poeta e escritor com actividade literária desde 2002. Licenciado em Engenharia Civil pela Universidade Nova de Lisboa, representa Portugal na UniVerse - a United Nations of Poetry, integra o Movimento Poetas do Mundo, é membro da W.P.S. - World Poets Society, da APE - Associação Portuguesa de Escritores e da OE Ordem dos Engenheiros. Assina a rubrica «Das Origens Catacósmicas» no jornal cultural Selene - Culturas de Sintra. Foi autor e dinamizador do Projecto Cívico Sintra em Ruínas e moderador nos encontros literários Poetas Aqui Connosco e dos recitais Poetry&Coffee.

Filipe de Fiúza Redactor Editorial http://filipedefiuza.blogspot.pt/ filipedefiuza@gmail.com



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