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Medicina e Saúde
Por: Dra Mariah Guieiro Alves dos Reis Ferraz de Almeida Prado Medicina e Residência Médica em Otorrinolaringologia pela Faculdade Estadual de Medicina de Marília-FAMEMA Especialização/Fellowship em Rinologia Avançada, Endoscopia Endonasal e de Base de Crânio pela
Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP Título de Especialista em Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial pela Sociedade Brasileira de
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Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial - ABORLCCF Membro da European Rhinologic Society-ERS e ABORL-CCF
Não sinto os cheiros, e agora?
Você deixou de sentir o cheiro do seu cafezinho? Já não sente mais o seu perfume preferido?
Se a sua resposta foi sim...Muita calma! Nos tempos de pandemia por COVID-19 estes questionamentos fi caram ainda mais frequentes e embora ainda haja muito o que ser estudado e elucidado a respeito da infecção pelo SARS - COVID 2, devemos fi car atentos para um dos sintomas que pode acompanhar a doença: a anosmia - ou perda do olfato.
Estudos recentes de alcance internacional chamam a atenção para o fato de que muitos dos pacientes com COVID-19 podem apresentar a perda do olfato, sendo esta geralmente intensa e súbita. Alterações do paladar também são descritas.
O olfato é um dos sentidos primários mais diretos e essencial na interação dos seres humanos com o meio externo. Desde o nascimento, o sentido olfatório está presente e as sensações olfativas acumuladas durante a vida, armazenadas na memória, podem auxiliar na expressão de nossos sentimentos diante da interpretação dos odores assimilados diariamente.
O SARS-COV 2 infecta a mucosa nasal se ligando a um receptor conhecido como ACE2, presente em diversas áreas do corpo, sobretudo na mucosa nasal e pulmonar. A ação direta ou indireta do vírus sobre o epitélio olfatório e/ou sobre o Sistema Nervoso Central
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estão entre as teorias emergentes no estudo da fi siopatologia, sendo necessários mais estudos para comprovação das mesmas. No entanto, sabe-se que na infecção por COVID-19 a disfunção olfatória ocorreria normalmente na ausência de sintomas nasais, os quais usualmente são evidenciados em diversas patologias otorrinolaringológicas.
Por exemplo, na Rinossinusite - uma doença multifatorial com sintomas de via aérea superior – notam-se como queixas frequentes associadas ao bloqueio/congestão nasal e/ou rinorréia (escorrimento nasal) as alterações olfatórias e de paladar. Ainda, síndromes genéticas, alterações estruturais do organismo, patologias congênitas ou adquiridas e até mesmo doenças neurológicas podem cursar com quadros de anosmia. Nesse sentido, o importante é termos em mente a importância de um diagnóstico correto e precoce para cada patologia, para então instituirmos o tratamento e acompanhamento adequados.
No caso da anosmia, chamamos a atenção para o fato de que os Otorrinolaringologistas são os profi ssionais mais indicados para o diagnóstico e tratamento precoce associados ao sintoma. Por isso, se a perda do olfato é um problema para você ou algum familiar, não deixe de nos consultar.