3 minute read
Pense Nisso
Advertisement
Pensenisso
Por Professor Luiz Marins
LUIZ MARINS Antropólogo e escritor. Tem 26 livros publicados e seus programas de televisão estão entre os líderes de audiência em sua categoria. Veja mais em www.marins.com.br
Tempos bicudos
Segundo os dicionários, tempos bicudos são “tempos difíceis, espinhosos, complicados”
Tenho conversado com empresários, profi ssionais liberais, colaboradores de empresas de todos os níveis e pessoas simples que me têm expressado granempresas de todos os níveis e pessoas simples que me têm expressado grande desesperança, descrença e profunda tristeza em relação ao mundo atual de desesperança, descrença e profunda tristeza em relação ao mundo atual e ao nosso país. Sem dúvida, estamos vivendo tempos bicudos. Para onde e ao nosso país. Sem dúvida, estamos vivendo tempos bicudos. Para onde quer que olhemos - na política, na economia, nas relações sociais e até nas quer que olhemos - na política, na economia, nas relações sociais e até nas religiões - encontraremos problemas, incertezas e situações complicadas de religiões - encontraremos problemas, incertezas e situações complicadas de entender. Essa visão da realidade nos leva à desesperança, ao desânimo, a um ceticismo entender. Essa visão da realidade nos leva à desesperança, ao desânimo, a um ceticismo em relação à atualidade.
Teremos saída? Será que o ser humano chegou ao fundo do poço? Será que ainda podemos acreditar em alguém ou em alguma instituição pública ou privada? Será que ainda resta alguma centelha de virtude, de honra, de valores, de honestidade, de verdade neste mundo?
Essa visão extremamente negativa da realidade é amplifi cada pelo noticiário da imprensa profi ssional - jornais, emissoras de rádio e televisão, revistas, e mesmo pelas postagens nas redes sociais. Diferentemente do passado, hoje somos bombardeados por uma imensa quantidade de informação, muitas vezes contraditórias. Ficamos sem saber em quem acreditar e mesmo o que pensar.
Esse é o maior desafi o do mundo atual: como selecionar e sintetizar a massa de informação que recebemos. Porém, basta um olhar um pouco mais sereno, isento e crítico para vermos que nem tudo é tão negativo como querem nos fazer acreditar. Há fatos negativos, mas há fatos positivos. Há muita desgraça, mas há muita graça. Há muitas pessoas desonestas e falsas, mas há pessoas verdadeiras e honestas também. Há muita coisa por fazer, mas há muita coisa boa sendo feita. O problema é que o negativo, a desgraça, a desonestidade, o fracasso, sempre terão um apelo emocional maior e por isso o negativo será sempre mais divulgado e insistentemente posto como se fosse a única realidade. E as pessoas que buscarem ver algum aspecto positivo na realidade serão sempre rotuladas e chamadas de bobas, ingênuas, negacionistas. Tempos bicudos!
O que quero chamar a atenção neste texto é que num mundo repleto de informação como o que vivemos, é preciso não se deixar contaminar apenas pelo negativismo exagerado. É preciso buscar o equilíbrio. É preciso que cada pessoa desenvolva uma consciência crítica, saiba selecionar de forma racional as informações e notícias e possa fazer uma leitura equilibrada da realidade. Haverá sempre dois ou mais lados a serem vistos e analisados. Haverá sempre uma narrativa que alguém desejará nos impor, seja por motivos ideológicos, interesses pessoais ou econômicos.
Assim, não podemos sair acreditando em tudo sem analisar as fontes, os interesses escondidos e as verdadeiras intenções de quem publicou aquela informação. Esse, repito, é o maior desafi o do mundo contemporâneo: como selecionar, como buscar o equilíbrio; como decidir o que realmente pensamos num mundo com tanta informação.
Tempos bicudos!
Pense nisso. Sucesso!