Arte, Educação e Cultura: o Circo como Instrumento para Trabalhar com Crianças eAdolescentes

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Anais do 2º Congresso Brasileiro de Extensão Universitária Belo Horizonte – 12 a 15 de setembro de 2004

Arte, Educação e Cultura: o Circo como Instrumento para Trabalhar com Crianças e Adolescentes Área Temática de Direitos Humanos Resumo Da necessidade de buscar respostas para a realidade de crianças e adolescentes, moradores da Região Leste do município de Goiânia, surgiu a idéia de trabalhar com arte, cultura e educação, tendo como eixo a arte circense, visando o afastamento de crianças e adolescentes das ruas e das drogas. Assim, o Instituto Dom Fernando, vinculado à extensão da Universidade Católica de Goiás, institui o Caec – escola de circo, cujos objetivos: a) proporcionar às crianças e adolescentes, o contato com expressões artísticas, e a vivência da cultura regional e brasileira; b) consolidar-se como espaço facilitador e mediador das relações interpessoais, potencializando a educação; c) valorizar a família e a cultura popular num trabalho de conscientização dos direitos e deveres. Busca-se trabalhar com as expressões culturais regionais e globais, levando as crianças a refletirem sobre o mundo em que vivem. Atualmente o Caec atende a 227 crianças e adolescentes, os dados de 2003 consolidam 17.765 atendimentos. A escola de Circo configura-se como espaço lúdico e informal, completamente envolvido pela educação, arte e cultura, onde a criança vai exercitar a busca de sua identidade e de sua autonomia, aumentando sua auto-estima e sua capacidade de escolha. Autores Ana Flávia Moraes e Silva, pedagoga Cristiano Galberto dos Santos, educador cultural Leile Sílvia Cândido Teixeira, assistente social - especialista em Serviço Social Meire Lia Lima Antunes, educadora cultural Valterci Vieira, psicólogo Instituição Universidade Católica de Goiás - UCG Palavras-chave: cultura; arte; educação Introdução e objetivo O trabalho apresentado neste artigo refere-se a experiência do Centro de Arte, Educação e Cultura (Caec) – Escola de circo, uma das unidades de trabalho do Instituto Dom Fernando (IDF), vinculado a Pró-Reitoria de Extensão e Apoio Estudantil – Proex, da Universidade Católica de Goiás (UCG). A Escola de Circo foi criada em 1996, no setor Jardim Dom Fernando, localizado na Região Leste da cidade de Goiânia (GO), área de abrangência do trabalho do IDF. Os bairros de atuação do IDF Jardim Dom Fernando I e II, Jardim Aroeiras I e II e Jardim Conquista, perfazem uma população de 8.585 habitantes, dos quais 4.200 são homens (48,9%) e 4.386 são mulheres (51%). Desta população 14,5% são analfabetos (considerando crianças com mais de 5 anos de idade). (Dados do censo de 2000, trabalhados pela Secretaria Municipal de Planejamento de Goiânia). Originária de posse urbana a região é constituída por uma população pobre, que em sua maioria ganha um salário mínimo ou vive de complemento advindo da política de assistência, como bolsa escola, cesta básica, dentre outros. Dentre os problemas sociais que se expressam nos bairros, é grave a situação de trafico de drogas, inclusive envolvendo crianças.


O Jardim Aroeira encerra a quadra 17 (comumente chamada de Buracão), que é um dos maiores problemas de risco, no que se refere à habitação. É notória na região as manifestações da exclusão social, que têm presença assegurada no vocabulário brasileiro, principalmente nas últimas duas décadas tornando-se parte de uma sociedade que se constrói com a marca da desigualdade, da exploração e da dominação econômica, social e política. Na realidade brasileira a exclusão social situa-se no cotidiano da fome, do analfabetismo, do desemprego, das moradias inadequadas, das doenças, da perda da dignidade, dos direitos se diluindo no espaço de favores. Ao iniciar os projetos na região, o IDF propõe como metodologia a "construção de pontes", que efetivamente fortaleçam a cidadania, assim, o Instituto constrói a metade da ponte que deve ser completada com a participação e ação da população. Inspiração que se ancora no Rio Meia Ponte, cujas águas tem seu curso às margens dos bairros citados. Ao desenvolver seu trabalho, o IDF observou junto à comunidade local a existência, em uma das praças do jardim Dom Fernando, de um ponto de utilização de drogas (Mocó) onde se reuniam, cerca de quarenta crianças e adolescentes residentes na região. Da necessidade de buscar respostas para a realidade dessas crianças e adolescentes, surgiu a idéia de trabalhar com arte, cultura e educação, tendo como coluna vertebral no projeto a arte circense, para de forma lúdica e criativa envolver crianças e adolescentes propiciando o afastamento das ruas e das drogas, diminuindo sua vulnerabilidade social. Com este intuito foi fundando o Centro de Arte, Educação e Cultura – Escola de circo, unidade física, construída exatamente na praça onde as crianças consumiam drogas, as quais foram os primeiros alunos (as) atendidos. Deste primeiro grupo de alunos (as) vários já não freqüentam o projeto, o que com o passar do tempo alterou o perfil das crianças e adolescentes atendidos, situando a ação do Caec na área da atenção preventiva. O CAEC – Escola de Circo desenvolve um Projeto Político Pedagógico, que orienta-se a partir da realidade na qual se insere as crianças e adolescentes que atende, buscando a construção conjunta da cidadania, tem como fonte de inspiração a educação para a cidadania, elaborada por Paulo Freire, onde os educadores provocam situações onde o aprendizado surja da comunhão entre educadores e educandos, preparando as crianças para tomar decisões à medida que aprende a ler o mundo em que vive, reconhecendo na cultura local o suporte para todo o trabalho. O Projeto Político Pedagógico como norte do trabalho apóia-se no projeto psicossocial cujas ações das áreas da psicologia, do serviço social e da pedagogia são discutidas e contextualizadas nos estudos de caso, que possui como princípios norteadores e desafios: integrar teoria e prática; compreender a realidade e nela interferir buscando alternativas transformadoras; estar comprometido social e politicamente com a comunidade; estar comprometido com uma proposta educacional libertadora; ser construída num trabalho solidário, coletivo e participativo com outros profissionais. Articula-se desta feita uma equipe multidisciplinar e colegiada entendendo que a “coletividade precisa cientificar-se e aprender a lidar com os mecanismos sociais que dão origem aos limites, normas, convenções, leis e regras, que dizem respeito ao seu próprio comportamento no cotidiano” (Carraro, 1996, p.17), ao mesmo tempo em que desenvolve sua criatividade e liberdade. Dessa forma, a arte é utilizada como elemento mediador para inserção do aluno na ação sócio-educativa, colocando o projeto diante de enorme desafio, que é compreender e apreender a realidade, para assim, transformá-la modificando o que temerariamente esta posto como permanente e imutável. Arte manifesta na sua multiplicidade de formas, sentidos, cores e tons, demonstrando a capacidade criativa intrínseca à pessoa humana, pois a manifestação do belo, da linguagem, do lúdico, do estético e da forma, traduz o que está incrustado no mais íntimo da pessoa e da relação que ela estabelece com a natureza.


Deste modo, todas as atividades são organizadas para que crianças e adolescentes, possam se descobrir como sujeitos criadores e reinventores de sua realidade, redesenhando novo cenário para sua vida familiar, social e comunitária. A participação é apreendida como o único caminho para a construção e efetivação da democracia social, política, econômica e cultural. Considera-se a educação para a cidadania como um compromisso com um projeto de sociedade que necessariamente leve a população a tornar-se cidadã, composta de sujeitos transformadores da realidade. Considera-se, ainda, a defesa e ampliação dos direitos sociais como atitude necessária à garantia e construção de uma sociedade justa, igualitária, fraterna, solidária, liberta da exclusão e da miséria. Por isso o Caec – Escola de Circo se propõe: a) proporcionar às crianças (7anos acima) e adolescentes, o contato com expressões artísticas, especialmente a arte circense e a vivência da cultura regional e brasileira; b) consolidar-se como espaço facilitador e mediador das relações interpessoais, potencializando a educação; c) valorizar a família e a cultura popular num trabalho de conscientização de direitos e deveres. Metodologia A metodologia de trabalho no Instituto Dom Fernando orienta-se por princípios e diretrizes a partir dos quais se busca contribuir com a superação da pobreza, das desigualdades, as ações a serem planejadas, executadas e permanentemente avaliadas são norteadas pelos princípios da autonomia, da participação, da educação para a cidadania e da defesa e ampliação dos direitos sociais. Compreende-se por autonomia a “capacidade do indivíduo de eleger objetivos e crenças, de valorá-los com discernimento e de pô-los em prática sem opressões”. A participação é apreendida como o único caminho para a construção e efetivação da democracia social, política, econômica e cultural. Considera-se a educação para a cidadania como um compromisso com um projeto de sociedade que necessariamente leve as pessoas a tornarem-se cidadãos, sujeitos transformadores da realidade. Considera-se, ainda, a defesa e ampliação dos direitos sociais como atitude necessária à garantia e construção de uma sociedade justa, igualitária, fraterna, solidária, liberta da exclusão e da miséria. Desta forma o Instituto Dom Fernando compromete-se em sua ação com a maioria da população que vive em permanente situação de opressão, sem autonomia. Ao partir do reconhecimento da realidade social-econômica-familiar da população demandatária da Política de Assistência Social, especialmente da população residente na Região Leste do município de Goiânia, busca-se contribuir com a superação da pobreza e construir possibilidades de acesso ao atendimento de necessidades básicas humanas. Destaca-se no processo metodológico a representação da construção de uma ponte (alusão ao Rio Meia Ponte) onde o IDF contribui para a construção de metade da ponte e a população constrói a outra metade da ponte. Neste processo o conjunto de ações voltados ao bem-estar da população e a nclusão social é perpassado pela necessidade de preservação do meio ambiente. As atividades fundamenta-se em aulas, com turmas divididas por faixa-etária, operacionalizadas em jogos pedagógicos, brincadeiras e oficinas artísticas; prática de atividades recreativas, lúdicas e formativas; aulas de dança, capoeira, teatro, canto/coral, arte circense, ginástica acrobática e educação física (consciência corporal), das aulas organizam-se espetáculos periódicos. Além dessas atividades existe um conjunto de outras ações que buscam dar respostas aos problemas que as crianças e adolescentes enfrentam em sua realidade, contribuindo para sua percepção enquanto cidadão possuidor de direitos e deveres, com rodas de conversa, visitas domiciliares, grupos de aprendizagem, oficinas pedagógicas, colônias de férias. As atividades com as crianças são pensadas a partir do processo criativo de cada uma e da realidade na qual ela está inserida.


Nesse sentido, propõe-se o entendimento do processo criativo: experiência na qual a realidade vivenciada por cada indivíduo é pensada, criticada e expressada, proporcionando encontro pessoal e grupal, na qual a arte produzida ressoará em outros indivíduos favorecendo nova comunicação, possivelmente um novo encontro. Segundo May (1975), no ato criativo analisa-se três fatores: a natureza do encontro, o que pode implicar esforço voluntário ou não. “O brinquedo de uma criança, por exemplo, tem também características essenciais do encontro, e sabemos que é um dos importantes protótipos da criatividade do adulto”.(May, 1975, p. 40); a intensidade do encontro, absorção, arrebatamento, envolvimento completo, “criatividade genuína caracterizada por uma intensidade de percepção, por um alto nível de consciência”.(May, 1975, p.43); o encontro como inter-relacionamento com o mundo, encontro dialético do subjetivo, pessoa consciente no ato criativo propriamente dito, e o objetivo, o mundo. “O mundo é um conjunto organizado de relações significativas, no qual a pessoa existe, e de cujo projeto participa”.(May, 1975, p.49). Neste processo criativo desenvolve-se a capacidade criadora de cada indivíduo. Tendo a arte como atividade dinâmica e unificadora, uma comunicação do pensamento, neste sentido o indivíduo a expressa. Diante do exposto, a escola de Circo configura-se como espaço lúdico e informal, completamente envolvido pela educação, arte e cultura, onde a criança vai exercitar a busca de sua identidade e de sua autonomia, na descoberta do que posso, penso e sou capaz, aumentando sua auto-estima e sua capacidade de escolha. O Caec também desenvolve apoio e acompanhamento pedagógico; acompanhamento especial à crianças e adolescentes com dificuldades de aprendizagem; atividades plásticas como o desenho, recorte e colagem, massa de modelagem e barro; atendimento Psicológico, individual e grupal; palestras e oficinas temáticas; acompanhamento sócio-familiar; estudo da realidade sócio-econômico-familiar; encaminhamentos à rede de atendimento da Política de Assistência Social do município de Goiânia às famílias das crianças e adolescentes em situação de risco pessoal e social; reuniões com pais ou responsáveis pelas crianças. As ações com centralidade na família contemplam a abordagem individual, grupal e comunitária, buscando construir e fortalecer os sujeitos coletivos capazes de transformar a realidade e superar as relações de opressão presentes na sociedade. A preocupação ambiental integra as prioridades de ação do CAEC, trazendo a educação ambiental em todas as ações sócio-educativas como tema transversal. A criança e o adolescente são sensibilizados e despertados a desenvolver a consciência ambiental em todas as atividades realizadas no âmbito da escola de circo, e também por meio de oficinas temáticas (coleta seletiva, meio ambiente, cultivo de plantas, higiene individual e do ambiente, saúde comunitária). Visando a garantir uma educação de qualidade, que complemente a educação do ensino regular, o Caec desenvolve atividades cujos objetivos fundamentam-se no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), conforme nos apresenta o artigo 58, “no processo educacional respeitar-se-ão os valores culturais, artísticos e históricos, próprios do contexto social da criança e do adolescente, garantindo-se a estes a liberdade de criação e o acesso às fontes de cultura”. Busca-se trabalhar com as expressões culturais regionais e globais, levando as crianças a refletirem sobre o contexto no mundo em que vivem, diminuindo assim a distância que os separam da realidade, garantindo-lhes, deste modo, informação com conteúdo e formação pessoal. O CAEC, em comunhão com o ECA, reconhece a criança como um ser em desenvolvimento, participante ativo do contexto social. Resultados e discussão Ao longo destes oito anos de existência os resultados obtidos são abrangentes e significativos. Do primeiro grupo atendido, a grande maioria deixou as ruas e as drogas,


alguns atuam hoje como profissionais do circo, tirando desta atividade seu sustento. Bom número de alunos continua freqüentando o projeto a mais de cinco anos, garantindo efetividade e amadurecimento do aluno diante da proposta do Caec. Atualmente o Caec Escola de Circo atende a 227 alunos (as), estando maioria absoluta matriculado na rede de ensino. Os dados sistematizados em 2003 consolidam 17.765 atendimentos. As aulas permitem que os alunos desenvolvam sua capacidade artística e física, mais ensinam também como viver em grupo, aceitar os erros e limites dos outros, a construir o belo a partir da realidade e do que está disponível nela. Das aulas organizam-se espetáculos bimensais para a comunidade, nos espetáculos os alunos têm a oportunidade de apresentar para seus amigos e parentes uma amostra do que aprendem na escola, com diversão e técnica. Neste ano, buscou-se organizar os espetáculos fundamentando-os em temas, preparando as crianças para o significado de cada um deles. O primeiro foi o espetáculo de circo, realizado no dia 15 de março, dia mundial do circo, contou a presença de aproximadamente 800 pessoas, que viram os risos dos palhaços, a habilidade dos malabares, o encanto do coral infantil, a destreza das pernas-de-pau, a ginga dos bambolês e som efusivo dos alunos que driblam seus problemas familiares com arte e cultura. O segundo espetáculo do ano teve como tema o cerrado, suas canções, suas expressões. O cerrado é o bioma natural de Goiás, rico em fauna e flora, condensa uma diversidade de ritmos e cantigas, que as crianças puderam aprender e encenar. O espetáculo contou com a contribuição dos pesquisadores do Instituto do Trópico subúmido, que desenvolvem um trabalho de resgate das cantigas populares. O espetáculo emocionou ao mesmo tempo em que relembrava à comunidade canções que vão se perdendo no tempo e no frenesi da vida urbana. Atualmente prepare-se o espetáculo das festas juninas que comemorará também o mês do meio ambiente. Esta forma de se expressar da escola de circo possui a função de provocar a comunidade a olhar, sentir, perceber, as riquezas locais, a cultura popular, o resultado tem sido espetáculos sempre mais concorridos. As atividades de acompanhamento da equipe de psicologia orientam-se pela atividade grupal aliada ao processo criativo que emerge das expressões lúdicas e artísticas tem demonstrado uma importante ferramenta de intervenção. E visa ao desenvolvimento intelectual, cognitivo e motor propriamente dito, indicando novos caminhos para uma melhor integração psíquica e social da comunidade (Grubits, 1996). A experiência decorrente da vivência, da construção permanente do Projeto político pedagógico do CAEC nos direciona para uma concepção de infância segundo Grubits (2000): “concepção que reconhece o que é específico da infância – seu poder de imaginação, fantasia, criação – mas entende as crianças enquanto cidadãs, pessoas que produzem cultura e são nelas produzidas, que possuem um olhar crítico que vira pelo avesso a ordem das coisas subvertendo essa ordem.” Esse modo de ver as crianças nos ensina não só a compreendê-las, mas também a ver o mundo a partir do ponto de vista da infância e desse modo a aprender com elas. E nesse processo de aprendizagem coletivizada, proporcionado pelas ações sócioeducativas propriamente ditas, pelas reuniões e estudos de caso, que suscita o papel da extensão universitária, percebendo esta como mediadora, como o mecanismo do envolvimento da Universidade com as políticas públicas. A ampliação simbólica, não espacial, de que o espaço universitário está inserido na própria comunidade, nas políticas públicas, nas questões sociais (Sousa, 2004). Conclusões O trabalho com crianças e adolescentes constitui-se em um permanente desafio para as políticas sociais. A vulnerabilidade social na qual se encontram as crianças da Região Leste,


impõe a busca de respostas aos seus problemas. Organizada sob este imperativo a Escola de Circo, busca insistentemente contribuir para que as crianças que atende se percebam enquanto seres possuidores de direitos. Para isso as temáticas educacionais em torno da idéia do circo, da arte e da cultura, construindo conhecimento de forma lúdica e criativa. O acompanhamento familiar para além das aulas, busca trazer para a equipe o universo de vida das crianças, esta atividade em muito tem contribuído para a avaliação e reelaboração da proposta políticopedagógica da escola, que se vincula cada vez mais com as expressões culturais locais e regionais, sem, contudo, perder o contato com a sociedade global, com o ritmo da contemporaneidade. Inserido nesse processo de construção de cidadania por meio de inclusão social, o Centro de Arte, Educação e Cultura – Escola de Circo tem sido uma ferramenta importante, tanto para os alunos e familiares atendidos, quanto para a formação técnica e pessoal dos profissionais envolvidos. O Caec se tornou meio de integração social que aproxima as partes em patamar de igualdade social, e se espera que essa margem seja estendida para um número maior dos envolvidos direta ou indiretamente (Estudantes, professores e profissionais das várias áreas do conhecimento). A comunidade, em especial os pais de alunos (as), tem respaldado o trabalho, percebido por seu comparecimento às reuniões ou aos eventos promovidos pelo Caec – Escola de Circo, o que comprova o papel social que vem buscar, cada vez mais, a integração com as famílias. Como tecnologia de trabalho social o Caec se configura como um espaço ímpar para o estágio acadêmico. Atualmente é campo de estágio curricular para o serviço social e para a psicologia, os projetos para estágio da pedagogia e educação física já estão encaminhados para estudo. No entanto a articulação com a sala de aula, no cotidiano do ensino ainda não ocorre, outro campo a ser explorado é o da pesquisa, especialmente sobre a arte e cultura no trabalho com crianças e adolescentes em situação de risco. Pode-se dizer, contudo, que o trabalho executado no Caec, contribui de forma substantiva para a percepção universitária da realidade goianiense, propondo e vivenciado políticas sociais que podem se tornar instrumento eficaz na solução para os problemas que comunidades similares encontram com crianças e adolescentes. Referências bibliográficas CARRARO, Kester. Psicologia e a construção da cidadania. In: Psicologia – Ciência Profissão, 1996. p. 12-17. GRUBITS, Sônia. A construção da identidade infantil. São Paulo: Casa do Psicólogo. 1996. MAY, Rollo. A coragem de criar. Rio de Janeiro: Civilização Brazileira. KRAMER, Sônia. Infância, Cultura Contemporânea E Educação Contra A Barbárie. Seminário Internacional da OMEP Infância. Portugal. 2000. SOUSA, José Geraldo. Educação e políticas públicas. Seminário da PROEX/ UCG, 2004.


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