Choro 100 - Pandeiro

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Celsinho Silva é percussionista,

Celsinho Silva is a percussionist, songwriter, and producer, whose main instrument is the tambourine. Born in Rio de Janeiro, he belongs to the third generation of a family of musicians. He began his career with the choro group Os Carioquinhas (The Little Cariocas). In 1978 he founded the quintet Nó em Pingo d’Água, and the following year became a member of the first line-up of the group Camerata Carioca. In almost three decades of a career he has accompanied some of the biggest stars of Brazilian popular music, like Marisa Monte, Chico Buarque, and Gilberto Gil, among countless others. He has played in many countries of South and North America, in Europe, and in Japan. As a record producer and shows promoter he has worked with groups like Nó em Pingo d’Água and Época de Ouro. He is also a teacher and a member of Paulinho da Viola’s band, besides playing in shows and recordings with other artists.

CHORO 100 • PLAY ALONG CHORO

The Author

Play Along Choro is your chance to take part in a top-class “round of choro,” both as a listener and as a musician. Each of the six volumes in this series consists of a book and a CD. In the book you will find: learning tips regarding technique and style, music scores, the history of the instrument, and biographies of the foremost choro players and composers, as well as a basic discography for each of the instruments discussed. The CDs include compositions by Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth, Jacob do Bandolim, Pixinguinha, Waldir Azevedo, Paulinho da Viola, and other choro masters, performed by some of the leading contemporary instrumentalists of this musical genre. The recordings have been made using the latest state-of-the-art technology, while remaining faithful to the choro traditions in both the arrangements and instrumentation. The CDs have been recorded and mixed so as to allow for maximum interaction on the part of the listener/performer. On your stereo system, you can hear the instrument in reference separately on one channel, for you to study every detail of the musical phrasing, solos, and ornaments, while on the other channel you will hear the rest of the choro round, without this instrument. In the center position of your stereo’s balance control you will be able to listen to the whole group. This package is priceless to all musicians, amateur or professional, beginner or advanced, who wish to deepen and strengthen their knowledge of choro, both in terms of technique and style.

Pandeiro • Tambourine

compositor e produtor, tendo no pandeiro seu instrumento de maior expressão. Nascido no Rio de Janeiro, pertence à terceira geração de uma família de músicos. Iniciou sua carreira no conjunto de choro Os Carioquinhas. Em 1978 fundou o quinteto Nó em Pingo d’Água, e no ano seguinte integrou a primeira formação do conjunto Camerata Carioca. Em quase três décadas de carreira já acompanhou alguns dos maiores artistas da MPB, como Marisa Monte, Chico Buarque e Gilberto Gil, dentre inúmeros outros. Já se apresentou em vários países das américas do Sul e do Norte, na Europa e no Japão. Como produtor de discos e shows já trabalhou com grupos como Nó em Pingo d’Água e Época de Ouro. É também professor e integrante da banda de Paulinho da Viola, além de participar de shows e gravações com outros artistas.

Choro 100 é a oportunidade de participar de uma roda de choro do mais alto nível, como ouvinte ou como músico. Cada um dos seis volumes da série consiste de um livro e um CD. No livro, encontram-se observações didáticas sobre técnica e estilo, partituras das músicas, história do instrumento, biografias dos maiores chorões e uma discografia básica para cada um dos instrumentos abordados. Os CDs trazem composições de Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth, Jacob do Bandolim, Pixinguinha, Waldir Azevedo, Paulinho da Viola e outros clássicos, tocadas por alguns dos principais instrumentistas do gênero em atividade. As gravações foram feitas utilizando-se o que há de mais moderno em termos de tecnologia, porém com arranjos e instrumentação fiéis à tradição do choro. Os CDs são mixados de modo a permitir a interatividade do ouvinte/executante. Em um equipamento estéreo, pode-se ouvir de um lado o instrumento abordado isoladamente, para se estudar detalhes do fraseado, solos e ornamentações, e no outro canal o resto da roda de choro, sem esse instrumento. Na posição central do controle de balanço do seu aparelho de som, ouve-se todo o conjunto. Este pacote tem um valor inestimável para qualquer músico, amador ou profissional, iniciante ou veterano, que queira aprofundar e sedimentar seus conhecimentos sobre choro, tanto tecnicamente como estilisticamente.

Celsinho Silva

O autor

Desde que inventaram a música, a melhor coisa do mundo sempre foi juntar um bando de amigos, cada um com o seu instrumento, para tocar aquela melodia que entrou no ouvido da gente e não quer sair. Mas nem sempre existem amigos músicos disponíveis para a chamada prática de conjunto. Aí, o jeito é fazer uma espécie de karaokê instrumental, sabendo que é tocando e estudando que se aprende. Você agora pode levar a sua orquestrinha portátil para casa, ou levá-la também para quintais vizinhos. Este projeto valoriza não só a divulgação da grande música instrumental brasileira como também estimula a prática de conjunto, tão necessária aos estudantes de música. A gente da música vai se fartar com o cardápio musical colocado à mesa, com requintes nunca dantes imaginados. Since music is music, the best thing in the world has been to gather a group of friends, each one with his own instrument, and play that melody which has hooked our ear and does not want to let go of it. However, it is not always possible or easy to find musician friends available for what is known as group practice. Then, trying out some kind of instrumental karaoke is the way to go, knowing that the best way to learn is by practicing and studying. Now you can take your portable little orchestra home, or take it to neighbouring backyards. This project not only promotes the great Brazilian instrumental music, it also encourages the group practice which is so important to music students. The music people will surely gorge themselves with this exquisite musical menu.

Hermínio Bello de Carvalho Conheça também os demais volumes da série Choro 100: Also get to know the other volumes in the Play Along Choro series: Baixo • Bass | Bandolim • Mandolin | Cavaquinho • Cavaquinho | Sopros • Winds | Violão • Guitar Uma realização: Biscoito Fino BF-410

BF-410

m2004 e p2008 Sarapuí Produções Artísticas Ltda. Fabricado no Pólo Industrial de Manaus por Sonopress Rimo da Amazônia Indústria e Comércio Fonográfica Ltda. - Ind. Brasileira, C.N.P.J.: 84.494.129/0001-49 sob licença da Sarapuí Produções Artísticas Ltda. C.N.P.J: 03.938.996/0001-79 e distribuído pela Sarapuí Produções Artísticas Ltda. C.N.P.J.: 03.938.996/0003-30. Todos direitos do produtor fonográfico e do proprietário da obra são reservados. É proibida a reprodução, locação, execução pública e radiofusão desta obra.



Choro 100

Play Along Choro Pandeiro Tambourine


Choro 100 / Play Along Choro Pandeiro / Tambourine

Uma realização: Biscoito Fino Direção geral: Kati Almeida Braga Direção artística: Olivia Hime

Tel.: (21) 2266-9300 www.biscoitofino.com.br Rua Sarapuí, 8 Humaitá 22.260-170 Rio de Janeiro RJ

Copyright © 2008 by Sarapuí Produções Artísticas Ltda. Nenhuma parte desta publicação poderá ser armazenada ou reproduzida, por qualquer meio, sem a autorização por escrito dos editores.

ficha técnica produção musical e coordenação de projeto

produção executiva

Rodrigo de Castro Lopes

Joana Hime

produção fonográfica

assistentes de produção

Sarapuí Produções Artísticas

Pedro Bastos, Daniel White, Paula Cotta, Paula Novo, Luciene Caruso, Fernando Temporão, Isabel Zagury, Diego Lara e Raquel Deleuse

cd

Gravado, mixado e masterizado por Rodrigo de Castro Lopes no Estúdio Sarapuí, Rio de Janeiro, em maio de 2004. Assistente de estúdio: Lucas Ariel.

músicos

Nó em Pingo d’água Celsinho Silva – pandeiro Mário Sève – sax e flauta Papito – baixo

Rodrigo Lessa – bandolim Rogério Souza – violão com a participação de Jayme Vignoli – cavaquinho

Seleção de repertório e arranjos: Nó em Pingo d’Água e Jayme Vignoli

livro coordenação editorial

projeto gráfico, capa e editoração eletrônica

Marcelo Carvalho Oliveira

Formatos Design Gráfico

versão para o inglês

ilustrações

Paul Alan Hallstein e Marcelo C. Oliveira

Fernando Lopes

preparação de originais

elaboração de partituras

Rejane Meneses e Yana Maria Palankof

Transcrição, organização e adaptação: Mário Sève Editoração: Flávio Mendes Ajustes finais: Diogo Ahmed


Celsinho Silva

Choro 100 Pandeiro PrefĂĄcio de

HermĂ­nio Bello de Carvalho


Créditos das composições As seguintes composições foram utilizadas nesta obra mediante acordo firmado com os respectivos titulares. Todos os direitos reservados aos compositores, seus herdeiros e/ou editores musicais.

Ainda me recordo De: Pixinguinha e Benedito Lacerda Copyright © 1948 by Irmãos Vitale S.A. Indústria e Comércio Todos os direitos autorais reservados para todos os países. ISRC: BRPUI0400362

Noites cariocas De: Jacob Bittencourt Copyright © 1970 by Irmãos Vitale S.A. Indústria e Comércio Todos os direitos autorais reservados para todos os países. ISRC: BRPUI0400369

Assanhado De: Jacob Bittencourt Copyright © 1977 by ADDAF ISRC: BRPUI0400357

Numa seresta De: Luiz Americano Copyright © 1978 by Universal Music Publishing MGB Brasil Ltda. Todos os direitos autorais reservados. ISRC: BRPUI0400361

Chorando baixinho De: Abel Ferreira Copyright © 1957 by Todamérica Música Ltda. (ADDAF) ISRC: BRPUI0400360 Choro negro De: Paulinho da Viola e Fernando Costa Copyright © 1973 by Warner-Chappell ISRC: BRPUI0400365 Corta jaca (Gaúcho) De: Chiquinha Gonzaga P 1897. Domínio público ISRC: BRPUI0400368 Dança de urso De: Candinho Direto. Todos os direitos reservados ao autor. ISRC: BRPUI0400367 Delicado De: Waldir Azevedo Copyright © 1950 by Todamérica Música Ltda. (ADDAF) ISRC: BRPUI0400366

Sons de carrilhões De: João Pernambuco Copyright © 1978 by Universal Music Publishing MGB Brasil Ltda. Todos os direitos autorais reservados. ISRC: BRPUI0400364 Tenebroso De: Ernesto Nazareth P 1908. Domínio público ISRC: BRPUI0400363 Um a zero De: Pixinguinha e Benedito Lacerda Copyright © 1945 by Irmãos Vitale S.A. Indústria e Comércio Todos os direitos autorais reservados para todos os países. ISRC: BRPUI0400359 Vibrações De: Jacob Bittencourt Copyright © 1977 by ADDAF ISRC: BRPUI0400356

Ficha catalográfica. Catalogação na fonte Silva, Celsinho Choro 100: pandeiro= play along choro: tambourine / Celsinho Silva; Prefácio de Hermínio Bello de Carvalho; ilustrações, Fernando Lopes.- Rio de Janeiro: Biscoito Fino, c2008. 76p. : música; 28cm. Versão para o inglês: Paul Alan Hallstein e Marcelo C. Oliveira. Acompanha CD com as músicas. Possui discografia, bibliografia, partituras. ISBN 85-88921-05-7 1. Choro. 2. Choro – Brasil. 3. Instrumento de percussão (Pandeiro). I. Carvalho, Hermínio Bello de. II. Título.

CDD 784.19 CDU 78.087


sumário O pandeiro por jorginho do pandeiro, 6 Apresentação, 7 Choro 100 (uma orquestrinha de bolso), 8 O pandeiro – história e sua inserção no choro, 11 Grandes pandeiristas, 13 A técnica do pandeiro, 16 Comentários sobre as músicas do disco, 17 Discografia, 19 Bibliografia e fontes de pesquisa utilizadas nesta obra, 21 O autor, 22 Agradecimentos, 23 Partituras, 47


o pandeiro por jorginho do pandeiro O pandeiro está na minha vida desde a infância. Minha casa era freqüentada por grandes músicos, entre eles Benedito Lacerda, Dante Santoro e outros, que eram convidados pelo Dino Sete Cordas, meu irmão, para rodas de choro. Eu aguardava ansioso por aquele dia, para poder sentar ao lado do pandeirista e observá-lo atentamente. Naquela época, essa era a única oportunidade que havia para aprender. Hoje existem oficinas de choro, livros e aulas ministradas por bons instrumentistas. Este trabalho precioso mostra todo o caminho de como devem ser executados livremente os ritmos brasileiros. Para os leitores que se interessam pela parte rítmica da música, neste caso o pandeiro, ele explica de forma prática e eficiente a história, a estrutura do instrumento e a sua introdução no mundo do choro. Grandes pandeiristas são justa e honrosamente citados – como Russo do Pandeiro, pioneiro em levar o nosso ritmo para o exterior. No CD, observa-se que o pandeiro pode ser ouvido separadamente, permitindo distinguir-se com clareza os sons graves e os agudos, contratempos, nuances e obrigações rítmicas. Por outro lado, tem-se a oportunidade de ouvir o conjunto sem o som do pandeiro, podendo-se também praticar tocando juntamente com o grupo – nas gravações, normalmente os instrumentos são ouvidos todos ao mesmo tempo. Tenho a certeza de que o leitor louvará e receberá com agrado esta publicação, devido à sua importância para os apreciadores do pandeiro.

Jorginho do Pandeiro


apresentação A idéia deste projeto surgiu quando percebi a quase inexistência de material didático para músicos interessados em aprofundar-se no estudo do choro. Digo quase porque quando existe algo é difícil de ser encontrado. Esse material deveria possibilitar ao estudante a participação em qualquer roda de choro, fornecendo-lhe informações históricas e estilísticas, as partituras de grandes clássicos e uma gravação que permitisse ao praticante – além de observar detalhes da execução de grandes instrumentistas – tocar acompanhado pelos melhores músicos do gênero. Assim nasceu o Choro 100, projeto prontamente abraçado pela Biscoito Fino. Nada mais natural, para a sua execução, que fossem convidados os integrantes do Nó em Pingo d’Água – Mário, Rodrigo, Rogério, Papito e Celsinho –, músicos de reconhecida excelência no assunto. Essa formação – sopros, bandolim, violão, baixo e pandeiro – requeria ainda a complementação de um cavaquinista, e tal carência foi suprida com sobra pela participação de Jayme Vignoli, um dos instrumentistas mais ativos e de maior competência na atual cena carioca de choro. Os arranjos foram gravados na forma e no tom em que costumam ser tocados nas rodas de choro – que não é necessariamente a tonalidade original escolhida pelo compositor da música. Optamos por manter, na execução, pequenas modificações e a surpresa de alguns improvisos, para dar ao resultado final a credibilidade do que se ouve em uma autêntica roda de choro. Essas variações forçam o estudante a praticar a percepção, tirando alguns detalhes “de ouvido”. Dessa forma, mantemos um pouco da didática intuitiva utilizada no universo do choro, pela qual todos os grandes chorões de outrora tocavam e estudavam. Temos a certeza de estar fazendo chegar às mãos dos leitores e estudantes um material de valor inestimável. Esperamos que ele contribua para a difusão deste gênero tão especial e de espírito tão brasileiro, o choro.

Rodrigo de Castro Lopes Produtor


choro 100

(uma orquestrinha de bolso)

O bom deste projeto é que ele não está querendo inventar a roda, embora o CD tenha o formato de uma rodinha, só que prateada – provando que o mundo está sempre em evolução, girando, girando. Desde que inventaram a música, sempre existiu um professor atrás da estante rabiscando uma partitura. O mundo evoluiu que nem a roda, e os novos suportes de ensino acabaram ganhando a mesma forma arredondada. Do velho disco acetato ao moderno CD, há sempre o cheiro de giz de um professor rabiscando na lousa de ardósia um pentagrama. E desde que música é música, a melhor coisa do mundo foi (e é!) juntar um bando de amigos, cada um com seu instrumento, para tocar aquela melodia que entrou no ouvido da gente e não quer sair. Mas nem sempre existem amigos músicos disponíveis para a chamada prática de conjunto. Aí, o jeito é fazer uma espécie de karaokê instrumental, sabendo que não é preciso estudar lá fora pra compor como Tom Jobim ou Baden Powell, nem orquestrar igual a Radamés e Pixinguinha. É tocando e estudando que se aprende. Você agora pode levar sua orquestrinha para casa ou levá-la também para quintais vizinhos, e tocar a melhor música popular do mundo graças à iniciativa deste projeto lançado pela Biscoito Fino, que valoriza não só a divulgação da grande música instrumental brasileira como também estimula a prática de conjunto, tão necessária aos estudantes de música. Um trabalho de peso, que se credita a Celsinho Silva, Papito, Rogério Souza, Mário Sève e Rodrigo Lessa, músicos do grupo Nó em Pingo d’Água, e ao cavaquinista Jayme Vignoli. Sem a pretensão de ter inventado a roda, como já expliquei, neste conjunto de sonoras e reluzentes rodinhas a gente da música vai se fartar com o cardápio musical colocado à mesa, com requintes nunca dantes imaginados.

Histórico A gente nunca vai saber quem foi o primeiro professor de música e nem a identidade daquele menino que, curioso, atravessou a sala de aula com seu instrumento debaixo do braço. E nem quando isso se deu. Por exemplo: meu professor de violão, o açougueiro açoriano Antonio Rebello, foi discípulo de Quincas Laranjeiras que, segundo se conta, foi precursor do ensino por música do nosso mais popular instrumento. Depois, Mestre Rebello e Luiz Bonfá foram estudar com Isaias Sávio, e dessa escola-matriz foram surgindo Turíbio Santos (hoje instrumentista de fama internacional e diretor do Museu Villa-Lobos), os irmãos Abreu e o grande Jodacil


choro 100 (uma orquestrinha de bolso)

Damaceno, que repassou seus conhecimentos pra Joyce e Guinga – entre muitos outros. E lá atrás, o velho Quincas nem sabia que estava fazendo história. Ah, sim: o poeta-trovador Catulo da Paixão Cearense foi quem ensinou à primeiradama da época os primeiros acordes do violão que ela, serelepe, levou aos saraus palacianos, escandalizando a corte ao executar o Corta-jaca, da grande Chiquinha Gonzaga. Dona Nair de Teffé, filha do Barão de Teffé e esposa do Presidente Hermes da Fonseca, era também conhecida pelo seu traço preciso e irreverente de cartunista. Assinava seus desenhos com o nome de Rian. Eu a conheci e entrevistei na Rádio MEC na década de 50, para onde fui levado por obra e graça de dois amigos de Mário de Andrade: Lucio Rangel e Mozart de Araújo. Uma menina muito precoce organizava a coleção das raras partituras de Mozart: Luciana Rabello, irmã de Raphael. E os dois, precoces, teriam como professores o velho Meira e o grande Canhoto. Meninos ainda, não sabiam que o destino lhes reservava cruzar com Radamés Gnattali, ela e Maurício Carrilho escrevendo uma nova história do choro através da Acari Records, e promovendo a maior pesquisa de repertório do gênero através dos cadernos do Princípios do choro (com a colaboração de Anna Paes), um monumento cultural esculpido de parceria com o Instituto Sarapuí e a gravadora Biscoito Fino. Um fabuloso trabalho de arqueologia musical que fez desencavar verdadeiras pérolas em baús que estavam apodrecendo nos porões da indiferença. Era a velha roda girando ao compasso de um corta-jaca travesso. Sem querer reinventar a roda, e inspirado num inesquecível seminário organizado em 1987 por Toninho Horta em Ouro Preto, propus (sem inventar a roda...) o projeto Radamés Gnattali, na Funarte. Isso em 1988. O suporte era uma roda de vinil então chamada de LP, onde os melhores músicos brasileiros foram precursores de uma espécie de karaokê didático-instrumental. Roberto Gnattali e Luiz Otávio Braga formataram o projeto, que ganhou o subtítulo de Dê uma canja. Sabe-se lá o que é tocar com alguns dos melhores músicos brasileiros? Pois é: Raphael Rabello, Chiquinho do Acordeon, Joel do Nascimento, Vitor Santos, Mauro Senise, Zimbo Trio, Helvius Vilela – um mundão de gente. Porque estava na cara que faltava um suporte dinâmico que estimulasse a tal prática de conjunto e, sobretudo, atenuasse a solidão daquele anônimo estudante de música do interior, que raramente encontrava um parceiro para dividir com ele um choro de Jacob do Bandolim ou de Pixinguinha, ou um samba de Noel. E aí, há uns quatro anos, meu querido Maurício Carrilho inventou uma fantástica Oficina de Choro com seus ex-companheiros da Camerata Carioca, conjunto que, aliás, nasceu com as bênçãos de Radamés Gnattali e com eles gravou um disco em homenagem a quem? Ao Jacob do Bandolim, que acabou virando nome de instituto, e do instituto nasceu a Escola Portátil de Música. Lá foram criados suportes didáticos como as Apostilas sonoras e as Apostilas audiovisuais. E obediente à máxima de Chacrinha que “nada se inventa e tudo se copia”, a gente é espectador dessa maravilhosa proliferação de métodos os mais diversos, que atende a uma clientela específica que já começou a soletrar musicalmente as obras de Pixinguinha, Ana


choro 100 • pandeiro cleto, Ernesto Nazareth, Tom Jobim e tantos outros mestres que nos ensinaram o idioma musical brasileiro. Está aí o Choro 100 (Play Along Choro) como prova, e que irá ganhar o destino de dezenas de oficinas de choros e escolinhas informais que, a exemplo da Escola Portátil de Música, hoje grassam pelo Brasil afora, carentes de mais esse suporte didático. Daí que, nesse girar da roda, o velho mestre Quincas Laranjeiras dá o braço a Maurício Carrilho, enquanto Chiquinha Gonzaga e Dona Nair de Teffé volteiam pelo salão mostrando as artes do cavaquinho de Luciana Rabello, enquanto Kati Almeida Braga e Olivia Hime abrem as portas do Instituto Sarapuí para essa garotada que vem chegando, e entregam a Rodrigo de Castro Lopes e a estes músicos da alta linhagem do choro a tarefa de criar mais um suporte de ensino, que vem somar-se às iniciativas mais conseqüentes para provar que a juventude não é alienada – e que tais suportes são fatores de inclusão social através do ensino da música, divina música. E já repararam uma coisa? A logomarca da Biscoito Fino tem a forma de um biscoito redondo. Ou seja: é a velha roda, inspirando tudo, se reinventando a cada novo dia.

Hermínio Bello de Carvalho Rio de Janeiro, 2005.


o pandeiro – história e sua inserção no choro O pandeiro é um instrumento largamente usado na música brasileira, de tal relevância que determinados estilos não teriam a mesma expressividade rítmica sem ele. No choro, encontramos o pandeiro como principal instrumento rítmico de base. Esse instrumento de ritmo é composto de fuste, pele, soalhas (mais conhecidas por platinelas), aro, um arco e garras, podendo variar em seu tamanho, armação, pele e tipo de soalhas. Fuste – Corpo do instrumento, de madeira ou acrílico, onde se assenta a pele. Pele – Pode ser animal ou sintética. É colocada sobre um lado do fuste. A vibração produzida pelo toque dos dedos na pele pode ser livre – “som solto” – ou fechada – “som preso”. No choro, o pandeiro é usado com pele animal. Soalhas – Discos de metal colocados espaçadamente – aos pares – no contorno do fuste que batem uns nos outros com o movimento da mão, produzindo um timbre agudo. Aro – Feito de aço ou alumínio, encaixa-se ao fuste para prender e tensionar a pele. Arco – Arame redondo que, juntamente com o aro, prende a pele ao fuste. Garras – Ganchos que prendem o aro ao fuste e servem para fixar e dar tensão à pele (apertar ou afrouxar). O pandeiro é tocado na música popular de várias partes do mundo, como China, Turquia, Irã, Israel, Haiti, Índia, Egito, Espanha, Portugal, Itália e Indonésia. Em alguns lugares, o pandeiro não possui soalhas.

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choro 100 • pandeiro

História

O pandeiro vem da família do adufe, tambores com fuste estreito conhecidos desde as antigas civilizações árabes e persas, e muito populares em todo o mundo mediterrâneo. Existem textos e figuras de rituais religiosos na Mesopotâmia, no Egito, na Grécia e em Roma em que principalmente as mulheres tocam os antigos pandeiros. As mulheres portuguesas católicas trouxeram para o Brasil os pandeirões do bumbameu-boi, em São Luís. Todos os anos faz-se a festa do boi sagrado, que morre e é ressuscitado por meio de danças e dos toques de pandeirões. Restos dos rituais do deus-boi ressuscitado no vinho sobrevivem até hoje nas tradições rurais da Itália, da Espanha e de Portugal. No Brasil, o pandeiro é usado em diversos estilos musicais, como no choro, no samba, no baião, no frevo, no maxixe e em tantos outros.

O pandeiro no choro Quando o choro surgiu, em meados do século XIX, músicos encontravam-se em casas de amigos, festas, bares e em salões da cidade, ainda que naquela época a maioria dos músicos de choro não tivesse uma relação profissional com a música. Nascido no Rio de Janeiro, ainda com uma influência da música européia, o choro não utilizava instrumentos rítmicos, que viriam a ser incorporados anos mais tarde. Os grupos de músicos que se reuniam para tocar eram formados apenas por flauta, violão e cavaquinho. O conjunto de choro formado por Joaquim da Silva Callado, flautista e compositor, talvez tenha sido o primeiro dos grupos da história do choro. O pandeiro só viria a participar da formação de um grupo regional de choro por intermédio do músico Jacó Palmieri, pandeirista do conjunto Os Oito Batutas, formado em 1919 com Pixinguinha (flauta), Donga (violão), José Alves (bandolim e ganzá), China (violão e piano), Nelson Alves (cavaquinho), Luís de Oliveira (bandola e reco-reco) e Raul Palmieri (violão). Esse foi o primeiro grupo de que se tem notícia a utilizar o pandeiro, e o primeiro grupo de música popular brasileira a se apresentar no exterior.

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grandes pandeiristas João da Baiana (João Machado Guedes) Trabalhava no conjunto de Pixinguinha na Rádio Mayrink Veiga. Quando se desligou da Mayrink, foi contratado pela Rádio Nacional para fazer parte de sua orquestra. Em gravações e shows, João da Baiana, Pixinguinha e Donga formavam um trio quase inseparável, que podemos comparar ao trio de cordas Dino (violão de sete cordas), Meira (violão de seis cordas) e Canhoto (cavaquinho).

Russo do Pandeiro Por muitos anos trabalhou no Regional de Benedito Lacerda. Foi com Carmen Miranda e o conjunto Bando da Lua para os EUA. Tocou em alguns filmes no Brasil. Além de grande músico, era um ótimo malabarista do pandeiro.

Popeye Substituiu Russo do Pandeiro no Regional de Benedito Lacerda. Participou também do conjunto de Claudionor Cruz (violão tenor).

Joca do Pandeiro Trabalhou no conjunto de Dante Santoro na Rádio Nacional. Por ser muito pesada, Joca dizia que sua mão era um atestado de óbito.

Risadinha (Moacir Gomes) Fez parte do conjunto de Benedito Lacerda e durante muito tempo também do grupo de Waldir Azevedo (cavaquinho). Nos grandes sucessos de Waldir – por exemplo, Brasileirinho e Delicado –, o pandeiro é de Risadinha. Participou de inúmeras gravações de grandes intérpretes da MPB.

Gilson de Freitas Trabalhou no Regional de Benedito Lacerda, Regional do Canhoto e Regional de Rogério Guimarães. Foi muito solicitado também para gravações de grandes intérpretes da MPB.

Gilberto d’Ávila Na Rádio Tupi, fez parte do Regional de Rogério Guimarães, e também da Orquestra Tabajara, do maestro Severino Araújo. Foi o primeiro pandeirista do conjunto formado por Jacob do Bandolim, o Época de Ouro. Durante sua carreira, atuou em diversas gravações.

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choro 100 • pandeiro

Pernambuco do Pandeiro Instrumentista e compositor. Na Rádio Ipanema, integrou o Regional do violonista César Faria (violão de seis cordas, pai de Paulinho da Viola). Trabalhou com Pixinguinha e Benedito Lacerda na Rádio Tupi. Na década de 1950, formou seu próprio conjunto.

Luna (Roberto Bastos Pinheiro) Músico que atuava muito em formações variadas, como orquestras, grupos de choros, boates, gafieiras, dancings, etc. Músico muito solicitado para gravações da MPB. Na Rádio Nacional, trabalhou no Regional de Dante Santoro. Formava com Marçal e Elizeu um dos melhores e mais conhecidos trios de tamborins em gravações de samba do Brasil, como outro grande trio do passado, Raul, Buci e Arnaud.

Jackson do Pandeiro (José Gomes Filho) Cantor e compositor de gêneros nordestinos. Ganhou o apelido de “Jack” ainda na infância, por gostar de filmes de faroeste, especialmente os do ator Jack Perry. Ao formar dupla com José Lacerda, passou a usar o nome artístico Jack do Pandeiro. Mais tarde mudou de Jack para Jackson – aconselhado pelo diretor do programa em que atuava na Rádio Jornal do Comércio, na capital pernambucana –, por ser mais sonoro. Formou dupla de sucesso com Almira Castilho, com quem se casou em 1956. Influenciou vários cantores e compositores.

Marcos Suzano Percussionista com um estilo diferenciado de tocar pandeiro, influenciado pela música afro-brasileira. Em 1993, lançou com Lenine seu primeiro CD, Olho de peixe. Em 1996, o Sambatown, e em 2000, o CD Flash. Foi integrante dos grupos Nó em Pingo d’Água e Aquarela Carioca.

Jorginho do Pandeiro (Jorge José da Silva) De uma família de músicos, aos sete anos de idade já tocava pandeiro no regional de seu pai, Caetano José da Silva, um dos violonistas. Iniciou sua carreira aos 14 anos na Rádio Tamoio, no Conjunto de Ademar Nunes, levado por seu irmão Lino Silva, cavaquinista do grupo. Em 1946, trabalhou com César Moreno na Rádio Vera Cruz. Em 1947, apresentado por Altamiro Carrilho, passou para a Rádio Tupi, onde trabalhava seu primo Tico-Tico (Jorge Simas), cavaquinista. Foi contratado pela Rádio Nacional em 1948, convidado por Dante Santoro – flautista que o tratava como um filho, pois Jorginho tinha apenas 18 anos – para fazer parte do conjunto dirigido por ele, e lá ficou por 29 anos.

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grandes pandeiristas

Simultaneamente, trabalhava no conjunto vocal Quatro Ases e Um Coringa, na Rádio Nacional e no Regional do Canhoto (cavaquinista) – na Rádio Mayrink Veiga, ao lado de seu irmão Dino Sete Cordas. Jorginho fez parte da Banda do Canecão de 1967, ano de fundação dessa casa de shows, até 1971. Em 1972, foi convidado por César Faria para fazer definitivamente parte do Conjunto Época de Ouro, pois já atuava com Jacob do Bandolim e o conjunto em gravações. Em 1977, produziu o disco Época de Ouro interpreta Pixinguinha e Benedito Lacerda, ganhando o prêmio de melhor grupo instrumental pela revista Playboy. Se eu tivesse de enumerar as participações de Jorginho em trabalhos de grandes artistas da MPB ao longo de sua carreira, entre shows ao vivo, apresentações em programas de TV e gravações, não haveria espaço neste livro, por isso vou citar alguns nomes: Sílvio Caldas, Nélson Gonçalves, Elizete Cardoso, Carlos Galhardo, Jacob do Bandolim, Luiz Gonzaga, Clara Nunes, Paulinho da Viola, Gonzaguinha, MPB 4, Chico Buarque, Altamiro Carrilho, Jair Rodrigues, Elba Ramalho, Beth Carvalho, Paulo Moura, Ivan Lins, Ney Matogrosso, Arthur Moreira Lima, Paul Mauriat, Alcione, João Bosco, Marisa Monte, Francis Hime e tantos outros. Jorginho também tem seu lado compositor, e tem como parceiros em algumas músicas o maestro Cristóvão Bastos, além de outro mestre, Paulo César Pinheiro. “Ouvido apurado, difícil de satisfazer, é o crítico do conjunto.” Escrito por Jacob do Bandolim na contracapa do LP Vibrações – Jacob do Bandolim e seu conjunto Época de Ouro. Eu não poderia deixar de contar essa breve história de Jorginho do Pandeiro, afinal é o meu grande mestre em todos os sentidos, e também é uma referência de muitos pandeiristas neste país, realmente é a nossa escola. É emocionante poder escrever um pouco sobre meu ídolo e, ao mesmo tempo, meu pai.

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a técnica do pandeiro O movimento básico consiste na movimentação de balanço do pandeiro com uma das mãos, para fazer com que as soalhas se choquem e soem, coordenadamente com o bater da outra mão na pele, para produzir os sons agudos e graves. Como o choro é tocado em 2/4, o pandeiro toca na divisão rítmica de semicolcheia, mantendo sempre a marcação de tempo forte e tempo fraco dentro do compasso. Podemos exemplificar escrevendo a batida básica do pandeiro usando duas linhas: a linha das platinelas (som de metal), a mais superior delas; a linha da batida na pele abafada (som mais agudo), a mais inferior; e no primeiro espaço inferior, a batida na pele solta (som mais grave).

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choro/samba

baião 

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polca

maxixe

O pandeiro, além do papel rítmico, também se integra ao solo, baixarias, convenções e levadas, utilizando para isso contratempos rítmicos em conjunto com desenhos de som grave, agudo ou de metal, obtidos respectivamente da batida na pele solta, presa ou platinelas. 

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comentários sobre as músicas do disco 1. Ainda me recordo Choro com várias obrigações, como, por exemplo, as convenções de breques e de dinâmicas.

2. Assanhado É choro-samba. O pandeiro faz uma levada um pouco sambada, tranqüila e sem muitas obrigações.

3. Chorando baixinho Neste choro, o pandeiro tem uma atuação de base, com toque leve, algumas dinâmicas e sem obrigações.

4. Choro negro Choro-canção. Normalmente, nas rodas de choro o pandeiro (ou um ganzá) entra sempre na segunda parte da música, bem leve e suave, como está gravado nesta faixa.

5. Dança de urso Polca brasileira bem balançada. O pandeiro, sem obrigações, fica bem livre para fazer variações.

6. Delicado O pandeiro faz uma levada tradicional de baião. No começo da segunda parte, faz uma marcação junto com a melodia.

7. Gaúcho (Corta jaca) A condução do pandeiro é de maxixe, e a música tem apenas duas partes. Nas partes improvisadas, o pandeiro fica completamente livre, executando variações de maracatu, tapas no centro da pele, alguns contratempos e, junto com o cavaquinho, uma levada de samba.

8. Noites cariocas Um samba-choro com condução bem característica de samba e com muitas obrigações para o pandeiro, inclusive com um solo livre, executado duas vezes.

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choro 100 • pandeiro

9. Numa seresta Choro com uma condução um pouco levada para o samba, com algumas obrigações e contratempos.

10. Sons de carrilhões O pandeiro executa uma levada de polca, com acentuação muito parecida com a do maxixe, sem obrigações.

11. Tenebroso Choro com muitas obrigações de breques. Em boa parte da música, o pandeiro executa variações junto com a melodia.

12. Um a zero Realmente tem o jeito de uma partida de futebol, com tantas jogadas rítmicas e melódicas. O pandeiro faz uma levada de choro, colaborando em grande parte com a linha melódica, uma função que requer grande habilidade.

13. Vibrações Particularmente o considero de imensa beleza, o melhor choro de todos os tempos. Exige uma grande sensibilidade do pandeiro, com dinâmicas sutis e belas.

Nota do editor: A música Rosa, que consta dos outros volumes desta série, não foi incluída neste volume. Comentário do autor: “Uma linda valsa do mestre Pixinguinha. Nas valsas não utilizamos o pandeiro”.

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discografia Obra

Intérprete

Gravadora

Ano de Lançamento

Assanhado

Jacob do Bandolim e Época de Ouro

RCA Camden

1966

Café Brasil I e II

Época de Ouro

WEA Music

2002

Cinco companheiros

Pixinguinha

Sinter

1956

Cinqüenta anos de Dino 7 Cordas

Época de Ouro

Copacabana

1987

Domingo na geral

Nó em Pingo d’Água e Cristóvão Bastos

Lumiar

2002

Encontro histórico

Arthur Moreira Lima, Abel Ferreira e Época de Ouro

Época de Ouro e Armandinho

Época de Ouro e Armandinho

Tom Brasil

1993

Época de Ouro interpreta Pixinguinha e Benedito Lacerda

Época de Ouro

Continental

1977

Memórias chorando

Paulinho da Viola

EMI Odeon

1976

Mistura e manda

Paulo Moura

Kuarup

1983

Nó em Pingo d’Água interpreta Paulinho da Viola

Nó em Pingo d’Água

Noites brasileiras

Regional do Canhoto

Nó na garganta

Nó em Pingo d’Água

Independente

1998

Os Carioquinhas no choro

Os Carioquinhas

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choro 100 • pandeiro

Obra

Intérprete

Gravadora

Ano de Lançamento

Rabo de Lagartixa

Rabo de Lagartixa

Independente

1998

Receita de samba

Nó em Pingo d’Água

Visom

1990

Sambatown

Marcos Suzano

MP,B

1996

Tributo a Jacob

Radamés Gnattali, Joel Nascimento e Camerata Carioca

Vibrações

Jacob do Bandolim e Conjunto Época de Ouro

RCA Camdem

1967

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bibliografia e fontes de pesquisa utilizadas nesta obra Bibliografia geral ANDRADE, Mário de. Dicionário musical brasileiro. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo; Belo Horizonte: Editora Itatiaia Limitada, 1989. CRAVO ALBIN, Ricardo. Site Dicionário Cravo Albin. dicionário cravo albin da música popular brasileira – http://www.dicionariompb.com.br/ dicionário de música zahar. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1985. enciclopédia da música brasileira – http://www2.uol.com.br/encmusical/ enciclopédia de música brasileira: erudita, folclórica e popular, organização de Marcos Antônio Marcondes. São Paulo: Art Editora, 1998. PINTO, Alexandre Gonçalves. O choro: reminiscências dos chorões antigos. Rio de Janeiro: Typ. Glória, 1936. SÈVE, Mário. Saxofone brasileiro – o método. Rio de Janeiro: Rio Arte, 2003. SÈVE, Mário. Vocabulário do choro – estudos e composições. Rio de Janeiro: Lumiar, 1999. TINHORÃO, José Ramos. Pequena história da música popular: da modinha ao tropicalismo. São Paulo: Art. Editora, 1986. VASCONCELOS, Ary. Brasil musical. Rio de Janeiro: Ed. Art Bureau, 1988.

Referências para pesquisa ANUNCIAÇÃO, Luís Almeida da. A percussão dos ritmos brasileiros – Volume 1. Caderno 2. Europa Gráfica e Editora.

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o autor Celsinho Silva é percussionista, tendo o pandeiro como instrumento de maior expressão. Nascido no Rio de Janeiro, pertence à terceira geração de uma família de músicos. Conviveu desde a infância com a música, acompanhando seu pai nas rodas de choro, shows, gravações e muitos programas da Rádio Nacional. Iniciou sua carreira no conjunto de choro Os Carioquinhas, e tinha como companheiros Raphael Rabello, Luciana Rabello e Maurício Carrilho. Em 1978, foi fundador do quinteto Nó em Pingo d’Água. Em 1979, foi integrante da primeira formação do conjunto Camerata Carioca, ao lado de Radamés Gnattali e Joel do Nascimento, que gravou o histórico disco Retratos (tributo a Jacob do Bandolim). Como assistente de produção, trabalhou nos discos Noel Rosa (Fenab, 1982), Velhos sambas velhos bambas (Fenab, 1987), Há sempre um nome de mulher (Fenab, 1989) e no CD Café Brasil 2, do Conjunto Época de Ouro, em 2002. Foi produtor do projeto Pixinguinha no Centro, em 1996 (107 shows), do CD Nó na garganta, em 1998 (Nó em Pingo d’Água), de duas temporadas do Conjunto Época de Ouro no Japão (2002 e 2003) e do CD Nó em Pingo d’Água interpreta Paulinho da Viola, em 2003. Possui duas composições gravadas, Iluminada (CD Nó na garganta) e Pra dois amores (CD Domingo na geral), em parceria com Dininho. Nesses 30 anos de carreira acompanhou, entre gravações e shows, diversos artistas da MPB, como Nara Leão, Dominguinhos, Turíbio Santos, Elizete Cardoso, Elba Ramalho, Ademilde Fonseca, Francis Hime, Olivia Hime, Cristina Buarque, Moraes Moreira, Elton Medeiros, Nelson Cavaquinho, Roberto Ribeiro, Marisa Monte, Zezé Gonzaga, Dona Ivone Lara, Conjunto Época de Ouro, Rildo Hora, Guinga, Chico Buarque, Nelson Sargento, Martinho da Vila, Geraldo Azevedo, Leila Pinheiro, Beth Carvalho, Gilberto Gil, Ivan Lins, Paulo César Pinheiro, Ney Matogrosso e Paulinho da Viola. Já se apresentou em diversos países, como Portugal, Espanha, Itália, França, Suíça, Uruguai, Chile, Dinamarca, Estados Unidos e Japão. Atualmente divide seu trabalho entre produções de shows, workshops, Oficina de Choro da Escola Portátil de Música, a banda de Paulinho da Viola (desde 1980), o quinteto Nó em Pingo d’Água, o cantor Ney Matogrosso (no show Ney Matogrosso Interpreta Cartola) e trabalhos com outros artistas. celsinhosilva@globo.com

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agradecimentos Aos parceiros Jorginho do Pandeiro, Adamo Prince, Eduardo Silva, Marluce M. S. Silva e Maurício Carrilho pelo incentivo, pelos ensinamentos e pelas sugestões de muita importância que em muito contribuíram para a confecção deste trabalho.

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Choro 100 / Play Along Choro Pandeiro / Tambourine

A Biscoito Fino release General Director: Kati Almeida Braga Artistic Director: Olivia Hime

Tel.: (21) 2266-9300 www.biscoitofino.com.br Rua Sarapuí, 8 Humaitá 22.260-170 Rio de Janeiro RJ Brasil

Copyright © 2008 by Sarapuí Produções Artísticas Ltda. No part of this work may be stored or reproduced, by any means, without prior consent, in writing, from its publishers. production team music production and project coordination

executive producer

Rodrigo de Castro Lopes

Joana Hime

phonographic production

production assistants

Sarapuí Produções Artísticas

Pedro Bastos, Daniel White, Paula Cotta, Paula Novo, Luciene Caruso, Fernando Temporão, Isabel Zagury, Diego Lara and Raquel Deleuse

cd

Recorded, mixed, and mastered by Rodrigo de Castro Lopes at Estúdio Sarapuí, Rio de Janeiro, in May 2004. Studio assistant: Lucas Ariel musicians

Nó em Pingo d’água Celsinho Silva — tambourine Mário Sève — sax and flute Papito — bass

Rodrigo Lessa — mandolin Rogério Souza — six- and seven-string guitar with Jayme Vignoli — cavaquinho

Repertoire selection and arrangements: Nó em Pingo d’Água and Jayme Vignoli

book editorial coordination

graphic design, cover art, and desktop publishing

Marcelo Carvalho Oliveira

Formatos Design Gráfico

translation into english

illustrations

Paul Alan Hallstein and Marcelo C. Oliveira

Fernando Lopes

copydesk (portuguese)

music scores

Rejane Meneses e Yana Maria Palankof

Transcription, organization, and adaptation: Mário Sève Editing: Flávio Mendes Final adjustments: Diogo Ahmed


Celsinho Silva

Play Along Choro Tambourine Preface by

HermĂ­nio Bello de Carvalho


Créditos das composições As seguintes composições foram utilizadas nesta obra mediante acordo firmado com os respectivos titulares. Todos os direitos reservados aos compositores, seus herdeiros e/ou editores musicais.

“Ainda me recordo” (“I Still Remember”) By: Pixinguinha and Benedito Lacerda Copyright © 1948 by Irmãos Vitale S.A. Indústria e Comércio All rights reserved. International copyright secured. ISRC: BRPUI0400362

“Noites cariocas” (“Carioca Nights”) By: Jacob Bittencourt Copyright © 1970 by Irmãos Vitale S.A. Indústria e Comércio All rights reserved. International copyright secured. ISRC: BRPUI0400369

“Assanhado” (“Sassy”) By: Jacob Bittencourt Copyright © 1977 by ADDAF ISRC: BRPUI0400357

“Numa seresta” (“At a Serenade”) By: Luiz Americano Copyright © 1978 by Universal Music Publishing MGB Brasil Ltda. All rights reserved. ISRC: BRPUI0400361

“Chorando baixinho” (“Crying Low”) By: Abel Ferreira Copyright © 1957 by Todamérica Música Ltda. (ADDAF) ISRC: BRPUI0400360 “Choro negro” (“Black Choro”) By: Paulinho da Viola and Fernando Costa Copyright © 1973 by Warner-Chappell ISRC: BRPUI0400365 “Corta jaca (Gaúcho)” (“Jackfruit Cutting — Gaucho”) By: Chiquinha Gonzaga P 1897. Public domain ISRC: BRPUI0400368 “Dança de urso” (“Bear Dance”) By: Candinho All rights reserved to the estate of the author. ISRC: BRPUI0400367 “Delicado” (“Delicate”) By: Waldir Azevedo Copyright © 1950 by Todamérica Música Ltda. (ADDAF) ISRC: BRPUI0400366

“Sons de carrilhões” (“Sounds of Chimes”) By: João Pernambuco Copyright © 1978 by Universal Music Publishing MGB Brasil Ltda. All rights reserved. ISRC: BRPUI0400364 “Tenebroso” (“Gloomy”) By: Ernesto Nazareth P 1908. Public domain ISRC: BRPUI0400363 “Um a zero” (“One to Zero”) By: Pixinguinha and Benedito Lacerda Copyright © 1945 by Irmãos Vitale S.A. Indústria e Comércio All rights reserved. International copyright secured.ISRC: BRPUI0400359 “Vibrações” (“Vibrations”) By: Jacob Bittencourt Copyright © 1977 by ADDAF ISRC: BRPUI0400356

Cataloguing-in-publication data Silva, Celsinho Choro 100: pandeiro= play along choro: tambourine / Celsinho Silva; Preface by Hermínio Bello de Carvalho; illustrations, Fernando Lopes.- Rio de Janeiro: Biscoito Fino, c2008. 76p. : music; 28cm. Translation into English: Paul Alan Hallstein and Marcelo C. Oliveira. Music CD inserted. Includes discography, bibliography, sheet music. ISBN 85-88921-05-7 1. Choro. 2. Choro – Brazil. 3. Percussion instrument (Tambourine). I. Carvalho, Hermínio Bello de. II. Title.

CDD 784.19 CDU 78.087


contents The Tambourine by Jorginho do Pandeiro, 28 Introduction, 29 Play Along Choro (A Little Pocket-orchestra), 30 The Tambourine — History and its Inclusion in Choro, 33 Great Tambourine Players, 35 Tambourine Technique, 38 Comments about the Songs on the CD, 39 Discography, 41 Bibliography and Research Sources Used in this Book, 43 The Author, 45 Thanks to, 46 Music Scores, 47


the tambourine by jorginho do pandeiro The tambourine has been in my life ever since my childhood. My parents’ house was always visited by great musicians, among them Benedito Lacerda, Dante Santoro, and others who were invited to choro rounds by my brother Dino Sete Cordas. I waited anxiously for that day, to sit down beside the tambourine player and watch him eagerly. Way back then, that was the only chance I had to learn something new. Today there are choro workshops, books, and classes taught by good instrumentalists. This precious work shows all the way as to how the Brazilian rhythms should be freely played. For the readers who are interested in the rhythmic side of music, in this specific case the tambourine, it explains in a practical and efficient way the history, structure of the instrument, and its introduction into the world of choro music. Great tambourine players are proudly mentioned — such as Russo do Pandeiro, a pioneer in taking our rhythms abroad. On the CD, we notice that the tambourine can be heard separately, giving us the opportunity to clearly distinguish its bass and treble sounds, syncopations, nuances, and rhythmic “obligations.” On the other hand, we can also hear the group without the sound of the tambourine, which allows us to practice by playing along with the ensemble — in recordings, normally the instruments are all heard simultaneously. I am sure that the reader will praise and welcome this publication, due to its importance for the pandeiro fans all over.

Jorginho do Pandeiro

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introduction The idea for this project came up when I realized the virtual inexistence of didactic material for musicians who wished to deepen their knowledge of choro music. I say virtual because when there is something of that kind it is hard to find. Such study material should qualify the student to take part in any roda de choro (a “choro round”), supplying information about style and the history of the genre, the music scores of great classics, and a recording by means of which the practitioner could not only listen to details of the playing style of great instrumentalists, but also play along with some of the best musicians around. Thus Choro 100 (Play Along Choro) was born, a project promptly embraced by Biscoito Fino, the record label and publishing company. For this accomplishment, inviting the members of the group Nó em Pingo d’Água, musicians of recognized excellence in this genre, was a natural choice. And so Mário, Rodrigo, Rogério, Papito, and Celsinho were called upon. Still, this line-up — winds, mandolin, guitar, bass, and tambourine — required the complement of a cavaquinho player. That space was filled, with a surplus, by the participation of Jayme Vignoli, one of the most competent and active instrumentalists on the present choro music scene of Rio de Janeiro. The arrangements were recorded in the form and key in which they are usually played at the choro rounds — that is to say, not necessarily the original key which was chosen by the writer of the song. We also opted for keeping, in the playing, some little changes and the surprise of a few improvisations, to add to the final result a touch of what one hears in an authentic roda de choro. These little variations can be seen as a good ear training practice for the student, who is “forced” to learn some details “by ear.” In this way, we keep alive a bit of the intuitive study method used in the world of choro, according to which all the great chorões (choro men) of the past played and learned. With this series of books and CDs, we are sure of making available to the choro music fans and students a package of incredible value. We hope that it greatly contributes to the diffusion of this music genre which is so special and so much Brazilian at heart.

Rodrigo de Castro Lopes Producer

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play along choro (A L P ) ittle

ocket orchestra

The good thing about this project is that it is not aimed at reinventing the wheel — even though the CD is in the shape of a little silver-colored disk, proving that the world is always in evolution, spinning round and round. Since the dawn of music, there has always been a teacher behind his desk, jotting down a music score. The world has evolved, along with the wheel, and the new teaching tools ended up having the same round shape. From the old acetate disk to the modern CD, there’s always the smell of chalk in the air and a teacher scribbling out a music staff on a slate board. And for as long as music has existed, the best thing in the world has been (and is!) to gather a group of friends, each one with his or her instrument, to play that catchy tune that we can’t get out of our heads. The problem is that one cannot always find friends around for group practice. Then, the way to go is to set up some kind of an instrumental karaoke, knowing that it’s not necessary to study abroad to learn how to compose like Antonio Carlos Jobim or Baden Powell, nor to orchestrate like Radamés Gnattali or Pixinguinha. It is by playing and studying that one learns. Now you can take your little orchestra home, or to your neighbor’s backyard, to play the best popular music in the world, thanks to this iniciative. This project, released by Biscoito Fino, not only promotes the great Brazilian instrumental music, but also encourages group practice, which is so much necessary to music students. A really meaningful effort that should be credited to Celsinho Silva, Papito, Rogério Souza, Mário Sève and Rodrigo Lessa, members of the group Nó em Pingo d’Água, and to cavaquinho player Jayme Vignoli. As mentioned before, with no claim to having invented the wheel, we herein present this group of sonic, shining little wheels, so that musicians everywhere can feast on this rich musical menu, with special features never before seen.

History We will never know who the first music teacher was, nor the identity of that curious little boy who first stepped into the classroom with his instrument under the arm. And, of course, we have no idea when that happened. For example, my guitar1 teacher, the Azorean butcher Antonio Rebello, was a disciple of Quincas Laranjeiras, who is said to have been the pioneer in the teaching of our most When we use the term guitar here, we are referring to the Brazilian acoustic guitar, known in Brazil as violão, and in English speaking countries as the Spanish guitar. In Brazil, the term guitarra is the one normally used to refer to the electric guitar. (T.N.) 1

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play along choro (a little pocket-orchestra)

popular instrument by means of a formal musical method. Later, master Rebello and Luiz Bonfá went on to study with Isaias Sávio; then, from this mother-school, a series of talented guitarists were to appear, including Turíbio Santos (now a world-renowned instrumentalist and director of the Villa-Lobos Museum), the Abreu brothers, and the great Jodacil Damaceno, who passed on his musical knowledge to Joyce and Guinga, among many others. Way back then, old Quincas could never have imagined that he was making history. And let’s not forget: the poet-troubadour Catulo da Paixão Cearense was the one who taught the then first-lady of Brazil the first chords on the guitar, which she friskily took to the presidential palace soirées, creating a scandal by playing Chiquinha Gonzaga’s song “Corta-jaca.” Madam Nair de Teffé, the daughter of the Baron of Teffé and the wife of President Hermes da Fonseca, was also known for her precise line drawings and her irreverence as a cartoonist. She used to sign her drawings using the pen name “Rian.” I met her in the 1950s, when I interviewed her for Rádio MEC, where I was working on an invitation by two friends of Mário de Andrade’s, Lúcio Rangel and Mozart de Araújo. There, a very precocious girl organized the collection of Mozart’s rare scores — Luciana Rabello, Raphael Rabello’s sister. Both were very precocious, and would have as teachers the old Meira and the great Canhoto. Very young at the time, they didn’t imagine that they would cross paths with Radamés Gnattali. Luciana and Maurício Carrilho went on to write a new choro history with Acari Records, and to promote the most exhaustive research of the repertoire of the genre through the booklets known as Princípios do choro (Beginnings of Choro) — with the collaboration of Anna Paes — a cultural monument sculpted together with Instituto Sarapuí and the record label Biscoito Fino. That was a fabulous work of musical archeology that has unearthed real pearls from trunks that were rotting in the basements of oblivion. Again it was the old wheel spinning to the measures of a mischievous corta-jaca. Without trying to reinvent the wheel, and inspired by an unforgettable seminar organized by Toninho Horta in Ouro Preto in 1987, I proposed (without inventing the wheel...) the Radamés Gnattali Project to Funarte (Brazil’s National Foundation for the Arts). That was 1988. The medium was still the vinyl disk known as LP, on which the best Brazilian musicians were the precursors of a kind of didactic-instrumental karaoke. Roberto Gnattali and Luiz Otávio Braga gave shape to the project, which received the subtitle Dê uma canja.2 Does anyone know what it’s like to play with some of the best Brazilian musicians? I’m talking about people like Raphael Rabello, Chiquinho do Acordeon, Joel do Nascimento, Vitor Santos, Mauro Senise, Zimbo Trio, Helvius Vilela — a world of people. Because it was obvious that there was a lack of dynamic support to encourage group practice, and, above all, to lessen the feeling of solitude of that anonymous student in the interior of the country, who always had trouble finding a partner to play together with on a choro by Jacob do Bandolim or Pixinguinha, or on a samba by Noel Rosa. In the Brazilian musicians’ jargon, to give a canja (chicken soup) means to play on one or a few songs at a live performance, often informally, as a guest appearance at somebody else’s show. (T.N.) 2

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choro 100 • tambourine

So it was that, about four years ago, my dear friend Maurício Carrilho devised a fantastic Oficina do Choro (Choro Workshop) with his former music partners from Camerata Carioca. This group was born with the blessings of Radamés Gnattali, with whom they made a record paying homage to Jacob do Bandolim, who ended up becoming the name of an institute, which later gave birth to the Escola Portátil de Música (Portable School of Music), where didactic support tools such as the Apostilas sonoras (Sonic Booklets) and the Apostilas audiovisuais (Audiovisual Booklets) were created. And faithful to the maxim of Chacrinha (the celebrated Brazilian radio and TV host, famous for his acute sense of humour), “Nothing is invented; everything is copied,” we are the witnesses of this wonderful proliferation of the greatest diversity of methods, which cater to a specific clientele who have already begun to spell, musically speaking, the works of Pixinguinha, Anacleto, Ernesto Nazareth, Tom Jobim, and many other masters who have taught us the Brazilian musical idiom. So here is Choro 100 (Play Along Choro) as a living proof of that, and we hope it will reach dozens of choro workshops and informal little schools which today, in the tradition of the Portable School of Music, spread all over Brazil, lacking in such a didactic support tool. And so it also happens that, in this spinning of the wheel, old master Quincas Laranjeiras links up with Maurício Carrilho, while Chiquinha Gonzaga and Dona Nair de Teffé spin around in the concert hall, showing off the art of Luciana Rabello’s cavaquinho. Meanwhile, Kati Almeida Braga and Olivia Hime open the doors of Instituto Sarapuí to the new generation of musicians who are arriving. Then, it is all put in the hands of Rodrigo de Castro Lopes and these top-notch musicians to create a new teaching tool, which, by its turn, adds up to the most consequential initiatives to prove that the youth are not alienated — and to show that such tools are factors of social inclusion, by means of the teaching of music, divine music. And have you noticed something? Biscoito Fino’s logo is in the shape of a round cookie. Once again it’s the old wheel, inspiring everything, reinventing itself from day to day.

Hermínio Bello de Carvalho Rio de Janeiro, 2005.


the tambourine — history and its inclusion in choro The tambourine is an instrument which is widely used in Brazilian music, and is so essential that certain styles would be lacking in rhythmic expression without it. In choro, the tambourine is the main rhythm instrument in the accompaniment. It is composed of: shell (or frame), head (or skin), jingles, rim, hoop, braces, and it can vary according to size, frame, skin, and the type of jingles. Shell (or frame) — Body of the instrument, made of wood or acrylic material, which is covered by the skin. Head (or skin) — The head can be made of animal skin or synthetic material, and covers one side of the shell. The vibration produced by the tapping of the fingers on the skin may be either “open” (free sound), or “closed” (staggered sound). In choro music, the head of the tambourine is made of animal skin. Jingles — Metal disks, placed in spaced pairs around the shell, which strike against each other with the movement of the hand, yielding a high pitched sound. Rim — A ring made of steel or aluminum, which is attached to the shell to hold the skin. Hoop — Rounded wire which is tightened to the rim in order to fix the skin to the shell. Braces — Hooks that secure the rim to the shell, and are used to hold and apply the proper tension to the skin (tightening or loosening it). The tambourine is played in popular music all over the world, including China, Turkey, Iran, Israel, Haiti, India, Egypt, Spain, Portugal, Italy, and Indonesia. In some countries, the tambourine does not have jingles.

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choro 100 • tambourine

History The tambourine comes from the family of the timbrel, drums with a narrow frame, which have existed since the ancient Arabic and Persian civilizations, and are still very popular nowadays in the Mediterranean. There are texts and images of religious rituals in Mesopotamia, Egypt, Greece, and Rome in which the women, in particular, play ancient tambourines. Remnants of rituals paying homage to the ox-god resurrected in wine can still be found in rural traditions of Italy, Spain, and Portugal. Originally, Catholic Portuguese women brought the big tambourines of bumba-meu1 boi to Brazil, specifically to the city of São Luís, in the state of Maranhão. Every year, there is a big party in honor of the holy ox, which dies and is resuscitated by means of dances and the playing of the big tambourines. In Brazil, the tambourine is used in a wide variety of musical styles, including choro, samba, baião, frevo, and maxixe, among others.

The Pandeiro in Choro Towards the end of the nineteenth century, when choro first appeared, musicians got together in the homes of friends, at parties, bars, and in the music halls of the city, even though most choro musicians did not have a professional status then. Born in Rio de Janeiro, and still influenced by European music, choro did not originally employ rhythm instruments, which were to be included only many years later. The instruments that made up the first choro groups were flute, guitar, and cavaquinho. Perhaps the the first group to appear in the history of choro was the one put together by Joaquim da Silva Callado, flautist and composer. The tambourine was first used in a regional choro group by musician Jacó Palmieri, tambourine player with the group Os Oito Batutas (The Eight Batons/Clever Ones2),formed in 1919 by Pixinguinha (flute), Donga (guitar), José Alves (mandolin and ganzá3), China (guitar and piano), Nelson Alves (cavaquinho), Luís de Oliveira (bandola4 and reco-reco5), and Raul Palmieri (guitar). This is the first known band to include the tambourine in its line-up, and the first Brazilian music group to play abroad. Bumba-meu-boi—Folkloric dance and popular celebration typical of Northern and Northeastern Brazil. Literally, the term batuta refers to the stick with which the conductor leads the orchestra. Informally, it can mean an “ace” player of samba or anyone who is in general dexterous, reliable, fearless, good. (T.N.) 3 A rattlebox, usually made of sheet-metal, with little peebles or seeds in it, whose sound is produced by the shaking of the instrument back and forth, up and down. (T.N.) 4 A tenor or baritone instrument of the mandolin family. 5 The reco-reco is a Brazilian percussion instrument that consists of a length of bamboo with transverse notches cut into it over which a wand is rubbed to produce a sound similar to a frog’s croaking. (T.N.) 1 2

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great tambourine players João da Baiana (João Machado Guedes) He played in Pixinguinha’s group at Rádio Mayrink Veiga. After leaving Mayrink, he was hired by Rádio Nacional to play with their orchestra. In recordings and shows, João da Baiana, Pixinguinha, and Donga formed an almost inseparable trio, which can be compared to the string trio made up of Dino (seven-string guitar), Meira (six-string guitar), and Canhoto (cavaquinho).

Russo do Pandeiro For many years, he played with Benedito Lacerda’s Regional. He toured the USA, together with Carmen Miranda and the group Bando da Lua (Moon’s Gang). He also played in several movies in Brazil. Besides being an accomplished musician, he was also an excellent tambourine juggler.

Popeye He substituted Russo do Pandeiro in Benedito Lacerda’s Regional. He also played with tenor guitarist Claudionor Cruz’s group. Joca do Pandeiro: He was a member of Dante Santoro’s group at Rádio Nacional. Joca frequently joked that his big, heavy hands were a death certificate.

Risadinha (“Giggle”)6 (Moacir Gomes) He was a member of Benedito Lacerda’s group and, for some time, also of Waldir Azevedo’s. Risadinha played the tambourine on many of Azevedo’s hit tunes, including “Brasileirinho” and “Delicado.” He played on many recordings by some of the great artists of Brazilian popular music.

Gilson de Freitas He played with Benedito Lacerda’s group, in addition to the regional groups of Canhoto and Rogério Guimarães. He was frequently called to record with many of the great names of Brazilian popular music.

The translations of names of groups and nicknames of artists, as well as titles of songs and albums we provide here are only meant to help the international reader in understanding their meanings, which are sometimes irreverent, funny, or curious, and amusing in general, for this is a characteristic of the world of choro. These translations may not correspond to the “official” titles of those works which have also been released outside of Brazil. (T.N.) 6

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choro 100 • tambourine

Giberto d’Ávila At Rádio Tupi, he played with the Rogério Guimarães’s regional group, as well as with the Orquestra Tabajara, headed by maestro Severino Araújo. He was the first tambourine player in Jacob do Bandolim’s group Época de Ouro (Golden Epoch). Throughout his long career, he was always in demand for recordings.

Pernambuco do Pandeiro Instrumentalist and composer, he played at Rádio Ipanema as a member of César Faria’s group. (César played the six-string guitar and is the father of Paulinho da Viola.) Pernambuco also worked with Pixinguinha and Benedito Lacerda at Rádio Tupi. In the 1950s, he formed his own group.

Luna (Roberto Bastos Pinheiro) Luna played with a variety of groups, including orchestras and choro ensembles, and in a number of settings such as nightclubs, gafieiras,7 dance halls, etc. He was frequently hired for recordings. At Rádio Nacional, he was a member of Dante Santoro’s regional group. Together with Marçal and Elizeu, he formed one of the best and most well-known tamborim8 trios for samba recordings in Brazil, just like another great trio of the past, made up of Raul, Buci, and Arnaud.

Jackson do Pandeiro (José Gomes Filho) A singer and composer of northeastern Brazilian music, he was given the nickname “Jack” as a child, due to the fact that he was a fan of western movies, especially those with actor Jack Perry. After he started playing in a duo with José Lacerda, he took on the artistic name of Jack do Pandeiro. Later, while he worked for Rádio Jornal do Comércio, he changed Jack to “Jackson,” at the advice of the program director, who thought it sounded better. He also played in a successful duo with Almira Castilho, whom he married in 1956. Jackson has had considerable influence on many vocalists and song writers.

Marcos Suzano A percussionist with a unique style of playing the tambourine, greatly influenced by Afro-Brazilian music. In 1993, together with Lenine, he released his first CD, Olho de peixe (Fish Eye). In 1996, he released Sambatown, and in 2000, Flash. He is a former member of the groups Nó em Pingo d’Água and Aquarela Carioca.

Gafieira is a low-priced dance hall in which people dance to various popular music styles, usually played by live bands and orchestras. (T. N.). 8 The tamborim is a samba percussion instrument, similar to a pandeiro (tambourine) in shape, but smaller, without jingles, and played by hitting the skin with a little stick, in quick staccato divisions (usually groups of sixteenth notes). (T. N.) 7

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great tambourine players

Jorginho do Pandeiro (Jorge José da Silva) Born into a family of musicians, at seven years of age he began playing the tambourine in the regional group of his father, Caetano José da Silva, who was a guitarist. He began his professional career when he was fourteen, playing with Ademir Nunes’s group at Rádio Tamoio, having been introduced by his brother Lino Silva, the cavaquinho player in the group. In 1946, he worked with César Moreno at Rádio Vera Cruz, and, in 1947, invited by Altamiro Carrilho, he switched to Rádio Tupi, the station his cousin Tico Tico (Jorge Simas, a cavaquinho player) worked for. He was hired by Rádio Nacional in 1948, at the invitation of Dante Santoro — a flautist who treated him like a son, since Jorginho was only eighteen years old — to be a member of the group directed by the former. Jorginho was to stay there for the next 29 years. At the same time, he worked with the vocal group Quatro Ases e Um Coringa (Four Aces and a Joker), playing at Rádio Nacional, and with the regional group of Canhoto (a cavaquinho player) at Rádio Mayrink Veiga, beside his brother Dino Sete Cordas. Jorge was also a member of the Banda do Canecão9 from 1967 (the year it was founded) until 1971. In 1972, he was invited by César Faria to be a permanent member of the group Época de Ouro, once he was already playing with Jacob do Bandolim and the group in recordings. In 1977, he produced the record Época de Ouro interpreta Pixinguinha e Benedito Lacerda (Época de Ouro Plays Pixinguinha and Benedito Lacerda), which won the prize for best instrumental group awarded by Playboy magazine. Space would be insufficient in this volume to list all of Jorginho’s participations alongside the great artists of Brazilian popular music throughout his long career, including shows, TV programs, and recordings. However, the following names stand out: Sílvio Caldas, Nelson Gonçalves, Elizete Cardoso, Carlos Galhardo, Jacob do Bandolim, Luiz Gonzaga, Clara Nunes, Paulinho da Viola, Gonzaguinha, MPB 4, Chico Buarque, Altamiro Carrilho, Jair Rodrigues, Elba Ramalho, Beth Carvalho, Paulo Moura, Ivan Lins, Ney Matogrosso, Arthur Moreira Lima, Paul Mauriat, Alcione, João Bosco, Marisa Monte, Francis Hime, and many, many others. Jorginho is also a composer, and he has written music together with two maestros, Cristovão Bastos and Paulo César Pinheiro. “With a keen ear and a demanding musical instinct, he is the critic of the group.” That was what Jacob do Bandolim wrote about him on the back cover of the album Vibrações — Jacob do Bandolim e seu conjunto Época de Ouro (Vibrations — Jacob do Bandolim and his Group Época de Ouro). As the writer of this brief synopsis, I must point out that Jorginho do Pandeiro was my guru in all senses, and is a point of reference for many tambourine players in Brazil, really a school in tambourine playing. It is thrilling to be able to write a few lines about my idol, and my father. 9

Canecão is one of the most traditional show halls/nightclubs in Rio de Janeiro. Officially it is categorized as a “beer house.”

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tambourine technique The basic technique to provide the “swing” in playing the tambourine consists of shaking the instrument with one hand so that the jingles strike against each other rhythmically, while tapping on the skin with the other hand to produce the needed accents, bass and treble sounds. Since choro music is in 2/4 time, the tambourine is played on the rhythmic division of the sixteenth note, maintaining the stress points of the strong and weak beats within the measure. We can illustrate this by writing out the basic tambourine beat in two lines: on top, the line of the jingles (metallic sound); below it, the line of the muffled skin beat (the higher-pitched sound); and, in the lower space, the line of the open skin beat (the lowpitched sound).

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The tambourine, besides having its main role as a rhythm instrument, can also be added to solos, bass lines, conventions, and grooves; to do so, the player uses rhythmic counterpoints together with low, high, or metallic sound patterns. The proper effect is achieved by tapping the leather skin, either loose, muffled, or by the shaking of the jingles. 

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comments about the songs on the cd 1. “Ainda me recordo” (“I Still Remember”) This is a choro that includes many typical elements of the genre, such as the conventions of breaks and dynamics.

2. “Assanhado” (“Sassy”) This is a choro-samba. The tambourine plays a soft samba rhythm, smooth and not too busy.

3. “Chorando baixinho” (“Crying Low”) On this choro, the tambourine plays the accompaniment, with a light touch, employing some dynamics.

4. “Choro negro” (“Black Choro”) This is a choro-canção. Normally, in choro rounds, the tambourine (or a ganzá) starts playing in the second part of the song, very softly and lightly, as shown on this track.

5. “Dança de urso” (“Bear Dance”) This is a Brazilian polka with a lot of swing. The tambourine is quite free to play variations.

6. “Delicado” (“Delicate”) The tambourine plays a traditional baião groove. At the beginning of the second part, the rhythm is played together with the melody.

7. “Gaúcho — Corta jaca” (“Gaucho — Jackfruit Cutting”) This is a two-part song in which the tambourine plays a maxixe rhythm. In the improvised parts, the tambourine is completely free, playing variations of maracatu, using “slaps” in the center of the skin, some on the offbeat, and, together with the cavaquinho, a samba groove.

8. “Noites cariocas” (“Carioca Nights”) This is a samba-choro with a typical samba beat that makes full use of the tambourine, including a free-style solo, played twice.

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choro 100 • tambourine

9. “Numa seresta” (At a Serenade”) This is a choro with a samba-flavoured rhythm, and some syncopation.

10. “Sons de carrilhões” (“Sounds of Chimes”) The tambourine plays a polka rhythm, with accents that resemble those of maxixe.

11. “Tenebroso” (“Gloomy”) This is a choro with extensive use of breaks. In much of the song, the tambourine plays variations together with the melody.

12. “Um a zero” (“One to Zero) This song truly reminds the listener of a soccer match, full of rhythmic and melodic “games.” The tambourine plays a samba groove, adding to the melody line, a technique which requires great skill on the part of the musician.

13. “Vibrações” (“Vibrations”) I consider this, for its immense beauty, the best choro of all times. It requires that the tambourine be played with great sensitivity, using subtle and beautiful dynamics.

Editor’s note: The song “Rose,” featured in the other volumes of this series was not included in this one. Author’s comment: “A lovely waltz by choro master Pixinguinha. In waltzes, the tambourine remains silent.”

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discography album

artist

record company

year of release

Assanhado (Sassy)

Jacob do Bandolim e Época de Ouro

RCA Camden

1966

Café Brasil I e II (Brazil Café I and II)

Época de Ouro

WEA Music

2002

Cinco companheiros (Five Fellows)

Pixinguinha

Sinter

1956

Cinqüenta anos de Dino 7 Cordas (Fifty Years of Dino Seven Strings)

Época de Ouro

Copacabana

1987

Domingo na geral (Sunday at the Bleachers)

Nó em Pingo d’Água e Cristóvão Bastos

Lumiar

2002

Encontro histórico (Historic Meeting)

Arthur Moreira Lima, Abel Ferreira e Época de Ouro

Época de Ouro e Armandinho (Golden Epoch and Armandinho)

Época de Ouro e Armandinho

Tom Brasil

1993

Época de Ouro interpreta Pixinguinha e Benedito Lacerda (Golden Epoch Plays Pixinguinha and Benedito Lacerda)

Época de Ouro

Continental

1977

Memórias chorando (Memories Crying)

Paulinho da Viola

EMI Odeon

1976

Mistura e manda (Mix and Send)

Paulo Moura

Kuarup

1983

Nó em Pingo d’Água10 interpreta Paulinho da Viola (Nó em Pingo d’Água Plays Paulinho da Viola)

Nó em Pingo d’Água

Noites brasileiras (Brazilian Nights)

Regional do Canhoto

The name of the group, Nó em Pingo d’Água, comes from a popular saying in Brazilian Portuguese which refers to people who are in such a difficult situation that they have to do what’s possible and what’s impossible—like “tying a knot to a drop of water” (“dar nó em pingo d’água”)—just to get on with life. (T. N.) 10

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choro 100 • tambourine

album

artist

record company

year of

Independente

1998

release

Nó na garganta (Lump in Throat)

Nó em Pingo d’Água

Os Carioquinhas no choro (The Little Cariocas in Choro)

Os Carioquinhas

Rabo de Lagartixa (Lizard’s Tail)

Rabo de Lagartixa

Independente

1998

Receita de samba (Recipe for Samba)

Nó em Pingo d’Água

Visom

1990

Sambatown

Marcos Suzano

MP,B

1996

Tributo a Jacob (A Tribute to Jacob do Bandolim)

Radamés Gnattali, Joel Nascimento e Camerata Carioca

Vibrações (Vibrations)

Jacob do Bandolim e Conjunto Época de Ouro

RCA Camdem

1967

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bibliography and research sources used in this book General Bibliography ANDRADE, Mário de. Dicionário musical brasileiro (Brazilian Music Dictionary). São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo; Belo Horizonte: Editora Itatiaia Limitada, 1989. CRAVO ALBIN, Ricardo. Site Dicionário Cravo Albin (Cravo Albin Dictionary Website). dicionário cravo albin da música popular brasileira (cravo albin dictionary of brazilian popular music website) — http://www.dicionariompb.com.br/ dicionário de música zahar (zahar dictionary of music). Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1985. enciclopédia da música brasileira (brazilian music encyclopedia) — http://www2.uol.com.br/encmusical/ enciclopédia de música brasileira: erudita, folclórica e popular, organização de Marcos Antônio Marcondes (encyclopedia of brazilian music: classical, folk, and popular, edited by Marcos Antônio Marcondes). São Paulo: Art Editora, 1998. PINTO, Alexandre Gonçalves. O choro: reminiscências dos chorões antigos (Choro Music: Reminiscences of the Old-timers). Rio de Janeiro: Typ. Glória, 1936. SÈVE, Mário. Saxofone brasileiro — o método (Brazilian Saxophone — The Method). Rio de Janeiro: Rio Arte, 2003. SÈVE, Mário. Vocabulário do choro — estudos e composições (Vocabulary of Choro — Studies and Compositions). Rio de Janeiro: Lumiar, 1999. TINHORÃO, José Ramos. Pequena história da música popular : da modinha ao tropicalismo (Overview of Brazilian Popular Music: from Modinha to Tropicalism). São Paulo: Art. Editora, 1986. VASCONCELOS, Ary. Brasil musical (Musical Brazil). Rio de Janeiro: Ed. Art Bureau, 1988.

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choro 100 • tambourine

References for Research ANUNCIAÇÃO, Luís Almeida da. A percussão dos ritmos brasileiros — Volume 1. Caderno 2 (The Percussion of Brazilian Rhythms — Volume 1. Book 2). Europa Gráfica e Editora BELLI, Maurizzio. Oficina de pandeiros (Workshop of Tambourines)

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the author Celsinho Silva is a percussionist, whose instrument of specialization is the tambourine. Born in Rio de Janeiro, he belongs to the third generation of a family of musicians. Music has been a part of his life since childhood, accompanying his father to choro rounds, shows, recordings, and many radio programs at Rádio Nacional. He began his career playing in the choro group Os Carioquinhas (The Little Cariocas), together with Raphael Rabello, Luciana Rabello, and Maurício Carrilho. In 1978, he became a founding member of the quintet Nó em Pingo d’Água. One year later, he played in the first line-up of Camerata Carioca — along with Radamés Gnattali and Joel do Nascimento — which recorded the ground-breaking album Retratos (Portraits), a tribute to Jacob do Bandolim. As a production assistant, he worked on the albums Noel Rosa (Fenab, 1982); Velhos sambas, velhos bambas (Old Sambas, Good Ol’ Samba Men) (Fenab, 1978); Há sempre um nome de mulher (There is Always the Name of a Woman) (Fenab, 1989); and the CD Café Brasil 2, with the group Época de Ouro (2002). He was the producer of the project Pixinguinha no Centro (Pixinguinha Downtown), in 1996 (107 shows); also of the CD Nó na garganta (Lump in Throat), in 1998 (by the group Nó em Pingo d’Água); of two seasons of the group Época de Ouro in Japan (2002 and 2003); and of the CD Nó em Pingo d’Água interpreta Paulinho da Viola (Nó em Pingo d’Água Plays Paulinho da Viola), in 2003. Two of his songs have been recorded: “Iluminada” (“Lightened Up,” on the CD Nó na garganta) and “Pra dois amores” (“For Two Loves,” CD Domingo na Geral), written in partnership with Dininho. In the 30 years of his career, he has accompanied, both in recordings and in shows, many of the great names of Brazilian popular music, including Nara Leão, Dominguinhos, Turíbio Santos, Elizete Cardoso, Elba Ramalho, Ademilde Fonseca, Francis Hime, Olivia Hime, Cristina Buarque, Moraes Moreira, Elton Medeiros, Nelson Cavaquinho, Roberto Ribeiro, Marisa Monte, Zezé Gonzaga, Dona Ivone Lara, Conjunto Época de Ouro, Rildo Hora, Guinga, Chico Buarque, Nelson Sargento, Martinho da Vila, Geraldo Azevedo, Leila Pinheiro, Beth Carvalho, Gilberto Gil, Ivan Lins, Paulo César Pinheiro, Ney Matogrosso, and Paulinho da Viola. He has played gigs in many different countries, like Portugal, Spain, Italy, France, Switzerland, Uruguay, Chile, Denmark, the United States, and Japan. Nowadays, he spends his time in show productions, workshops, choro master classes, The Portable School of Music, Paulinho da Viola’s band (since 1980), the quintet Nó em Pingo d’Água, accompanying the singer Ney Matogrosso (in the show Ney Matogrosso Sings Cartola), besides projects with other artists. celsinhosilva@globo.com 45


thanks to To my music partners Jorginho do Pandeiro, Adamo Prince, Eduardo Silva, Marluce M. S. Silva, and MaurĂ­cio Carrilho for the encouragement, teaching, and suggestions which were so important in the preparation of this work.

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Este livro foi composto com a fonte Minion 12/16. ImpressoporSonopressRimodaAmazôniaIndústriaeComércioFonográfica Ltda. - Ind. Brasileira, C.N.P.J.: 84.494.129/0001-49 sob licença da Sarapuí Produções Artísticas Ltda. C.N.P.J: 03.938.996/0001-79 e distribuído pela SarapuíProduçõesArtísticasLtda.C.N.P.J.:03.938.996/0003-30.Todosdireitos do produtor fonográfico e do proprietário da obra são reservados. Printed in Brazil



Celsinho Silva é percussionista,

Celsinho Silva is a percussionist, songwriter, and producer, whose main instrument is the tambourine. Born in Rio de Janeiro, he belongs to the third generation of a family of musicians. He began his career with the choro group Os Carioquinhas (The Little Cariocas). In 1978 he founded the quintet Nó em Pingo d’Água, and the following year became a member of the first line-up of the group Camerata Carioca. In almost three decades of a career he has accompanied some of the biggest stars of Brazilian popular music, like Marisa Monte, Chico Buarque, and Gilberto Gil, among countless others. He has played in many countries of South and North America, in Europe, and in Japan. As a record producer and shows promoter he has worked with groups like Nó em Pingo d’Água and Época de Ouro. He is also a teacher and a member of Paulinho da Viola’s band, besides playing in shows and recordings with other artists.

CHORO 100 • PLAY ALONG CHORO

The Author

Play Along Choro is your chance to take part in a top-class “round of choro,” both as a listener and as a musician. Each of the six volumes in this series consists of a book and a CD. In the book you will find: learning tips regarding technique and style, music scores, the history of the instrument, and biographies of the foremost choro players and composers, as well as a basic discography for each of the instruments discussed. The CDs include compositions by Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth, Jacob do Bandolim, Pixinguinha, Waldir Azevedo, Paulinho da Viola, and other choro masters, performed by some of the leading contemporary instrumentalists of this musical genre. The recordings have been made using the latest state-of-the-art technology, while remaining faithful to the choro traditions in both the arrangements and instrumentation. The CDs have been recorded and mixed so as to allow for maximum interaction on the part of the listener/performer. On your stereo system, you can hear the instrument in reference separately on one channel, for you to study every detail of the musical phrasing, solos, and ornaments, while on the other channel you will hear the rest of the choro round, without this instrument. In the center position of your stereo’s balance control you will be able to listen to the whole group. This package is priceless to all musicians, amateur or professional, beginner or advanced, who wish to deepen and strengthen their knowledge of choro, both in terms of technique and style.

Pandeiro • Tambourine

compositor e produtor, tendo no pandeiro seu instrumento de maior expressão. Nascido no Rio de Janeiro, pertence à terceira geração de uma família de músicos. Iniciou sua carreira no conjunto de choro Os Carioquinhas. Em 1978 fundou o quinteto Nó em Pingo d’Água, e no ano seguinte integrou a primeira formação do conjunto Camerata Carioca. Em quase três décadas de carreira já acompanhou alguns dos maiores artistas da MPB, como Marisa Monte, Chico Buarque e Gilberto Gil, dentre inúmeros outros. Já se apresentou em vários países das américas do Sul e do Norte, na Europa e no Japão. Como produtor de discos e shows já trabalhou com grupos como Nó em Pingo d’Água e Época de Ouro. É também professor e integrante da banda de Paulinho da Viola, além de participar de shows e gravações com outros artistas.

Choro 100 é a oportunidade de participar de uma roda de choro do mais alto nível, como ouvinte ou como músico. Cada um dos seis volumes da série consiste de um livro e um CD. No livro, encontram-se observações didáticas sobre técnica e estilo, partituras das músicas, história do instrumento, biografias dos maiores chorões e uma discografia básica para cada um dos instrumentos abordados. Os CDs trazem composições de Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth, Jacob do Bandolim, Pixinguinha, Waldir Azevedo, Paulinho da Viola e outros clássicos, tocadas por alguns dos principais instrumentistas do gênero em atividade. As gravações foram feitas utilizando-se o que há de mais moderno em termos de tecnologia, porém com arranjos e instrumentação fiéis à tradição do choro. Os CDs são mixados de modo a permitir a interatividade do ouvinte/executante. Em um equipamento estéreo, pode-se ouvir de um lado o instrumento abordado isoladamente, para se estudar detalhes do fraseado, solos e ornamentações, e no outro canal o resto da roda de choro, sem esse instrumento. Na posição central do controle de balanço do seu aparelho de som, ouve-se todo o conjunto. Este pacote tem um valor inestimável para qualquer músico, amador ou profissional, iniciante ou veterano, que queira aprofundar e sedimentar seus conhecimentos sobre choro, tanto tecnicamente como estilisticamente.

Celsinho Silva

O autor

Desde que inventaram a música, a melhor coisa do mundo sempre foi juntar um bando de amigos, cada um com o seu instrumento, para tocar aquela melodia que entrou no ouvido da gente e não quer sair. Mas nem sempre existem amigos músicos disponíveis para a chamada prática de conjunto. Aí, o jeito é fazer uma espécie de karaokê instrumental, sabendo que é tocando e estudando que se aprende. Você agora pode levar a sua orquestrinha portátil para casa, ou levá-la também para quintais vizinhos. Este projeto valoriza não só a divulgação da grande música instrumental brasileira como também estimula a prática de conjunto, tão necessária aos estudantes de música. A gente da música vai se fartar com o cardápio musical colocado à mesa, com requintes nunca dantes imaginados. Since music is music, the best thing in the world has been to gather a group of friends, each one with his own instrument, and play that melody which has hooked our ear and does not want to let go of it. However, it is not always possible or easy to find musician friends available for what is known as group practice. Then, trying out some kind of instrumental karaoke is the way to go, knowing that the best way to learn is by practicing and studying. Now you can take your portable little orchestra home, or take it to neighbouring backyards. This project not only promotes the great Brazilian instrumental music, it also encourages the group practice which is so important to music students. The music people will surely gorge themselves with this exquisite musical menu.

Hermínio Bello de Carvalho Conheça também os demais volumes da série Choro 100: Also get to know the other volumes in the Play Along Choro series: Baixo • Bass | Bandolim • Mandolin | Cavaquinho • Cavaquinho | Sopros • Winds | Violão • Guitar Uma realização: Biscoito Fino BF-410

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m2004 e p2008 Sarapuí Produções Artísticas Ltda. Fabricado no Pólo Industrial de Manaus por Sonopress Rimo da Amazônia Indústria e Comércio Fonográfica Ltda. - Ind. Brasileira, C.N.P.J.: 84.494.129/0001-49 sob licença da Sarapuí Produções Artísticas Ltda. C.N.P.J: 03.938.996/0001-79 e distribuído pela Sarapuí Produções Artísticas Ltda. C.N.P.J.: 03.938.996/0003-30. Todos direitos do produtor fonográfico e do proprietário da obra são reservados. É proibida a reprodução, locação, execução pública e radiofusão desta obra.


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