METROPOLITANO
DESDE 2018 ANO 1* Nº1
O JORNAL DA SUA REGIÃO DOMINGO, 11 DE NOVEMBRO DE 2018
As alianças partidarias no Brasil PÁGINA 2 Os investimentos do metrô em segurança
REGIONAL R$ 0,25
Diadema: programa esportivo da cidade é desconhecidoPÁGINA 6 e 7 Foto: Rafael Silveira
PÁGINA 5
Perspectivas para a educação com Vicente Darde PÁGINA 10
Foto: Fernando Coutinho
CRISE EM MAUÁ
Após prefeitura da cidade metropolitana declarar estado de calamidade, situação da saúde se agrava PÁGINA 3 EXPEDIENTE
Direção de redação: Rafael Silveira / Reportagem: Bianca Machado, Fernando Coutinho, Leandro Rodrigues, Lilian Rozati, Luana Zanella, Marcela Moraes e Rafael Silveira Diagramação: Rafael Silveira
2.....São Paulo, domingo, 11 de novembro de 2018 ___________________________________________--_______________ Poder
ELEIÇÕES 2018: AS ESTRANHAS ALIANÇAS PARTIDÁRIAS NO BRASIL Na hora do voto, pensar nas coligações do seu partido é tão importante quanto o candidato POR BIANCA MACHADO
Temer (MDB) em reunião com Witsel (PSL) Foto:Palácio do Planalto
O ano de 2016 foi emblemático no país. Após o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), seu vice, Michel Temer (PMDB) assumiu o seu posto, suscitando uma discussão fundamental sobre como os partidos se unem e os problemas que o país enfrenta por causa dessas uniões. Os acordos entre os partidos fazem parte de uma cultura política desenvolvida no Brasil logo após o período de redemocratização. Para a cientista política, Fabíola Sanches, se instaurou no Brasil uma cultura elitista: “Essa cultura dá espaço para o mesmo grupo permanecer no poder e cria um bloco único conhecido como “centrão”, e esse bloco é o que permanece bloqueando as forças de transformação da sociedade. Ele é prejudicial para a política do país a medida em que impede as transformações sociais”, afirma Fabíola. O Brasil tem um sistema conhecido como presidencialismo
de coalisão. Hoje existem 35 partidos sendo 30 com representação política no congresso, então, a melhor maneira de um governante conseguir ter governabilidade é fazendo acordos com vários partidos, deputados e senadores.
“Tem algumas coligações que são estranhas. A gente vê no Maranhão o PSDB apoiando o PCdoB O PT sendo apoiado pelo MDB em Alagoas. A gente não sabe qual é de fato a bandeira que prega cada um dos partidos” Quando questionada sobre o impeachment, Fabíola acredita que Dilma não conseguiu ter uma boa relação com o congresso nacional. “A presidente
não conseguiu viabilizar esses acordos, não conseguiu ter uma base governista que sustentasse ela no poder, entregando assim a presidência ao Temer”, diz. Para o geógrafo e doutor pela FFLCH, Rodolfo Chagas, os partidos estão perdendo a identidade. “Tem algumas coligações que são estranhas. A gente vê no Maranhão o PSDB apoiando o PCdoB. O PT sendo apoiado pelo MDB em Alagoas. A gente não sabe qual é de fato a bandeira que prega cada um dos partidos, porque eles se vendem. São muito oportunistas”, comenta. Com a reforma política acontecerá uma diminuição de partidos já a partir dessas últimas eleições. Os partidos que não atingiram a cláusula de barreira, uma lei que restringe ou impede a atuação parlamentar de um partido que não alcança um percentual de votos, vão perder fundo partidário, fundo eleitoral, tempo de TV e outros benefícios. “Um partido não vai sobreviver sem esses benefícios que o estado dá, então, em certa medida, acredito que teremos um cenário melhor para 2022. Esse ano tivemos 1,5% dos votos válidos, a tendência é chegar até 3% ou 4% para um partido continuar com os benefícios. A proposta é pra ser progressista”, afirma Rodolfo.
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Saúde_-__3_
CRISE FINANCEIRA AFETA SAÚDE EM MAUÁ O município chegou a decretar estado de calamidade financeira e situação escancarou problemas na cidade POR FERNANDO COUTINHO
UPA São João Foto: Fernando Coutinho
A cidade de Mauá, localizada no ABC Paulista, desde maio de 2018 vive uma situação financeira grave, com uma dúvida de aproximadamente R$ 1 bilhão, que afeta os principais serviços do município. O prefeito Atila Jacomussi (PSB-SP), que é investigado na Operação Prato Feito, que apura irregularidades na compra de merenda escolar, chegou a decretar estado de calamidade financeira na cidade. Em entrevista coletiva o prefeito falou sobre uma série de medidas para o reduzir os gastos, como a renegociação de contratos e o corte de remunerações. A prefeitura também anunciou o corte das horas extras da maioria das secretárias do município, êxito da educação, segurança e saúde. “Existem funções públicas que não precisam
de horas extras”, ressaltou o prefeito Atila. Com a crise a situação na cidade se agravou e isso refletiu na saúde com falta de médicos, equipamentos, e até Unidade de Pronto Atendimento (UPA) sendo fechadas pela cidade. A UPA do São João – localizada ma Avenida Barão de Mauá, foi fechada em novembro do ano passado e segundo a Secretaria da saúde, a previsão de reabertura é para dezembro deste ano, porém o prazo inicial era de apenas seis meses no início da obra. O orçamento previsto é de R$ 496 mil para a reforma da unidade de pronto atendimento. A reforma e modernização, também ira contar com uma base 24h do SAMU Para a moradora do bairro Jardim Ipê, Katia Ribeiro, 43, diz que o tempo sem a Unidade de
Pronto atendimento é muito prejudicial para o bairro. “É preciso se deslocar até a UPA do centro. Nem sem sempre temos essa condição de ir até lá, e sempre está muito lotada.” Já o principal hospital da cidade, o Nardini, está com obras paradas. O projeto teve início em 2015 e foi abandonado pela B&B Engenharia. Uma nova licitação deve ser finalizada até o final deste ano para que as obras sejam retomadas em 2019. Com obras paradas, a população reclama que a situação atrapalha o funcionamento do hospital. “Os atendimentos são sempre muito demorados, falta equipamentos; é uma desorganização muito grande”, reclama a dona de casa, Maria Lucia, 53. A previsão é de que seja entregue em até 12 meses após o início dos trabalhos, segundo a Prefeitura de Mauá. A estimativa é de que a etapa de finalização das obras tenha um custo de R$ 2,2 milhões ao invés dos R$ 5,6 milhões previstos inicialmente.
4.....São Paulo, domingo, 11 de novembro de 2018 ____________________________________________--___________Crônica
UM VÍRUS NO DIVÃ POR LUANA ZANELLA
— Eu acho um absurdo. Eu não estou fazendo nada errado, estou apenas realizando meu trabalho. As taxas de desemprego crescem a cada dia e quem tem a possibilidade de trabalhar recebe uma desfeita dessa. — Mas veja bem Sarampo, seu trabalho não é o dos mais corretos. — O terapeuta que me atende diz e eu o ignoro. — Não é porque meu trabalho consiste em infectar crianças e deixa-las doentes que ele não é digno! Eu vou de corpo em corpo, contaminando tudo o que eu posso. As vezes a equipe de anticorpos está presente e acaba me afetando um pouquinho, mas logo me recupero e volto ao batente. “Mas Sarampo, porque você faz isso?”, vocês devem me perguntar. Oras eu gosto de deixar as pessoas doentes. A fragilidade, o mal-estar, aquelas manchas vermelhas pelo corpo, não existe nada mais lindo do que o vermelhinho marcado na pele da criancinha. — Não é culpa minha que os pais simplesmente decidiram não cuidar mais dos seus filhos e os deixaram a minha mercê. Ou deixavam, porque alguém inventou de pedir a carteirinha de vacinação para a matricula das crianças nas escolas e eu começando a ser boicotado no meu lugar favorito. — Sarampo, você tem que entender que apesar de ser o seu trabalho, ele deixa muitas famílias preocupadas e
crianças debilitadas que podem até morrer – meu terapeura persiste. — E por isso as escolas tem que exigir a vacinação? Eu trabalho há anos nas escolas, não podem se livrar de mim porque estou causando problemas demais. Infectar as pessoas não é só um trabalho, é um prazer pessoal! – respondi a ele meio bravo – O governo não fez nada para ajudar as pessoas por vários anos, agora vem com essa história de prejudicar quem realmente trabalha de verdade. — O problema não é você, é o que você causa. Quando está bravo com algo, você ataca crianças que não tem nada a ver com seus problemas. Você sabe todos os efeitos, imagine se você tivesse que senti-los. As escolas querem que os pais tomem consciência do que você pode causar. Não os culpo, faria a mesma coisa. — Então deveriam ter cuidado melhor dos filhos antes – respondi e logo senti como se voasse. Eu estava na boca, um dos meus lugares favoritos. Gotículas de saliva se espalham fácil e a contaminação é quase recorrente. Naquele momento, a criança que havia me recebido já havia sido imunizada, assim como as três anteriores me fazendo descobrir a artimanha do governo contra mim. A criança espirrou e eu viajei pelo ar, voando em direção a uma outra e esperando que
ela pudesse estar vulnerável para que eu me instalasse e recuperasse a força que a imunização havia me tirado. Não sei quantas viagens eu aguentaria novamente. Logo que entrei pela boca novamente, me senti acorrentado e fraco, a vacina estava com bastante presença nessa nova criança. Estava tão bem imunizada que eu não conseguia me mexer e se eu não saisse dali seria morto em questão de minutos. Escutei a minha voz interior dizendo que havia acabado para mim. Agora as crianças ficariam protegidas e eu morto em questão de minutos, sem chance de realizar meus prazeres pessoais novamente. Não deveria acabar assim, mas me sinto fraco. Eu só queria fazer meu trabalho, não ter que morrer por conta dele. — É assim que as coisas acontecem Sarampo, uma hora as pessoas iam se ligar – meu psicologo disse e logo, fui tomado por uma escuridão.
Cirugião quer cargo em Ministério
Eu um dos causos mais curiosos do pós eleição, Dr. Rey, cirugião plástico dos famosos, foi até a casa do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) e falou para os jornalistas ali presentes que gostaria de ser o Ministro da Saúde do novo governo. Cerca de 30 minutos após entrar no local, Dr. Rey foi embora sem falar com com a imprensa. Contudo, a portaria informou que ele foi autorizado a entrar, mas não foi recebido
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METRÔ INVESTE ALTO, MAS RETORNO EM SEGURANÇA É BAIXO A quantidade de agentes de segurança em cada uma das estações é insuficiente para o contingente de passageiros POR LEANDRO RODRIGUES
Entre 2017 e 2018 cresceu o número de crimes cometidos nas estações e trens do metrô de São Paulo. Segundo uma matéria publicada pelo jornal Folha de S. Paulo em 21 de setembro, os números de furtos aumentaram exponencialmente. Os casos de assédio também tiveram um crescente. Mediante informações relatadas no site AGORA SÃO PAULO, de janeiro a junho deste ano houve 1.839 casos de roubos e furtos, número 5,6% maior do que o mesmo período em 2017, quando houve 1.741 casos. No final do mês de agosto as redes sociais foram tomadas por mulheres que alegavam crimes de assédio sexual. “Todas as denúncias são encaminhadas para o CCS (Centro de Controle de Segurança”, informa o agente operacional Janílson Barbosa. Para manter a ordem e garantir a segurança no transporte, o metrô conta com o esquema de duplas de agente metroviários. Cada dupla é escalada para cobrir de três a quatro estações contando com as áreas: Mezanino, acessos pertencentes ao metrô delimitado pela faixa branca, e até áreas externas que pertencem a estatal. Um segurança que não
Estação Ana Rosa. Foto: Leandro Rodrigues
se identificar diz que “é insuficiente! Uma dupla em uma estação é insuficiente. Em estações que nós chamamos de estações grandes, como Sé e São Bento, uma dupla é como um grão de areia no deserto”. O funcionário ainda informa que para haver mais eficácia no atendimento às ocorrências seriam necessários, pelo menos, 12 agentes atuando nas maiores estações. Mediante informações do site metrocptm, até 2016, o Governo do Estado de São Paulo investiu mais de R$ 3 bilhões para modernização das linhas metroviárias, contudo o montante específico para a segurança não é detalhado. Hoje o paulistano tem acesso a mais de 80 estações espalhadas pela capital.
Conforme informações disponibilizadas pelo portal de notícias G1, em março deste ano, o metrô transporta em média três milhões de pessoas por dia útil, contando entradas e transferências de linhas. Embora tenhamos mais acesso à vários lugares na cidade e considerando o número elevado de pessoas que utilizam o transporte o questionamento que fica é referente a insegurança. “Sinceramente eu não acho que mulher se sinta segura em lugar nenhum, principalmente em um transporte público onde tem milhares de pessoas que você não conhece”, disse a estudante Cássia Pereira quando questionada referente sua segurança ao utilizar o metrô de São Paulo.
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LONGEVO PROGRAMA ESPORTIVO DE DIAD
Criado há 44 anos, Programa Mulheres em Movimento é conhecido POR RAFAEL SILVEIRA
A cidade de Diadema foi por muito tempo referência de violência no estado de São Paulo. Na década de 1990 o caso da favela Naval, em que policiais militares foram flagrados extorquindo e agredindo moradores da comunidade, ganhou repercussão nacional e estigmatizou o município. O que poucos sabem é que Diadema tem muito mais a oferecer do que índices de violência – hoje são 22,8 mortes violentas por 100 mil habitantes na cidade contra 140 em 1997, época em que recebeu o rótulo de cidade mais violenta do pais. O município conta com alguns projetos ligados ao esporte que vigoram há décadas e mesmo assim são desconhecidos da população em geral. Um desses programas é o Mulheres em Movimento. Iniciado em 1974, ele visa melhorar a qualidade de vida através de aulas de ginásticas, ocupação do tempo e socialização das mulheres da cidade. Segundo o site da prefeitura, 28.000 atendimentos são realizados mensalmente, mas o número é uma estimativa generosa. A maior das 23 unidades do projeto localizada no ginásio Ayrton Senna, no centro da cidade, conta com uma média de 60 mulheres por aula e a maioria participa mais de uma vez por aula. As contas do municipio batem, mas o
alcance acaba sendo menosprezado. A autônoma Vanusa Oliveira, 45, já participou de algumas aulas do projeto, porém hoje em dia não mais devido a falta de tempo. “Fiquei sabendo por meio de algumas amigas minhas que também participavam do programa”, diz. Moradora do bairro Vila Conceição, a autônoma desconhecia a existência de 2 unidades do projeto próximas a sua residência. A única a qual tinha conhecimento era a do ginásio no centro da cidade. Já a aposentada Alexandrina Perez, 65, é uma aluna assídua do programa. Frequentadora há 26 anos, ela tomou conhecimento da atividade
através da filha Ariana, que fez parte da equipe de vôlei na cidade quando adolescente. Segundo Alexandrina, a situação do projeto era melhor 4 ou 5 anos atrás. “Havia mais equipamentos, mais professores. Se um professor faltasse tinha um substituto, agora não tem mais”, diz. “Antes também eles colocavam algumas faixas falando sobre as aulas nas ruas, agora é só a gente chamando as amigas mesmo”, completa. A copeira baiana Creuza Ângela, 56, chegou na cidade em 1984, dez anos após a implementação do projeto, mas só ficou sabendo do programa em 2012. “Eu tenho uma amiga que é ministra da igreja e
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DEMA SOFRE COM DIVULGAÇÃO PRECÁRIA
Ginásio Ayrton Senna em Diadema. Foto: Rafael Silveira
o na cidade, mas poucos sabem como funciona e onde se localiza
a cada 15 dias ela vai na minha casa levar hóstias para os meus pais, que já são de idade. Ela me contou que faz ginástica e zumba duas vezes por semana em um projeto da prefeitura”, conta. Moradora do bairro Inamar, no sul da cidade, a auxiliar de tesouraria Dalva Rita, 49, também só ouviu falar do projeto através de terceiros. “Eu sei que era um projeto com atividades físicas, dança de salão e mais bastante coisa. Uma menina que trabalhava comigo fazia parte desse programa. Antes ficava ao lado do antigo Hospital Diadema, mas já faz um tempo. Agora eu não sei se continua projeto.” Patrícia Bittencourt, 52, que
é professora de educação física há 30 e trabalha no Mulheres em Movimento há 16 anos corrobora. “Tem surgido uma ou outra faixa pela cidade, mas é meio que no boca-a-boca sim”, diz. “Munícipe realmente não conhece. Eu tenho aluna que mora aqui na frente desse prédio, e por acaso descobriu. Tem uma outra moça que eu bati o carro na hora de sair e mora aqui na rua, ela nem sabia que tinha ginastica aqui”, completa, reconhecendo o problema de divulgação municipal. Conforme apurado, a prefeitura de Diadema divulga suas ações e projetos nas redes sociais, no site e por meio de carro de som.
O Programa Mulheres em movimento conta com 23 unidades espalhadas pela cidade. Entre as atividades ministradas estão ginástica, caminhadas, palestras e orientação nutricional. No ginário Ayrton Senna, a maior unidade do projeto localizada na Rua Oriente Monti, 115, no centro da cidade, as atividades acontecem de segunda à sexta em dois períodos: •Manhã - 7:00 às 12:00 •Tarde – 13:30 às 16:30
A página do Facebook da prefeitura tem pouco mais de 17 mil seguidores (são mais de 420 mil habitantes na cidade), no entanto as postagens raramente passam de 15 interações. Já o Instagram, criado a pouco mais de um ano, até o fechamento da matéria possuía apenas 2013 seguidores. O engajamento na plataforma é maior do que aquele alcançado pela página do Facebook, contudo ainda é um número bem baixo. Procurada para falar sobre os problemas referentes à sua estretégia de divulgação, a Secretaria de Esporte e Lazer de Diadema não atendeu a reportagem.
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O PRESTIGIADO E DESCONHECIDO CONSERVATÓRIO MUNICIPAL DE SÃO PAULO
A falta de divulgação do governo sobre uma das instituições de música mais prestigiadas do país POR LILIAN ROZATI
Os conservatórios musicais têm como foco o ensino base e técnico da música, onde o aluno aprende a lidar com diversos instrumentos diferentes além do escolhido. Diferentemente das universidades, os conservatórios abrem mais espaço para a prática dos instrumentos, fazendo com que o aluno passe mais tempo em contato com o fazer música. A cidade de São Paulo ganhou o seu primeiro conservatório em 15 de outubro de 1904, mas as atividades iniciaram somente em 25 de abril de 1906. O prédio foi tombado, restaurado e entregue em 2012. Atualmente é sede da Escola Municipal de Música de São Paulo. Até os dias de hoje, os conservatórios no Brasil e no mundo tem grande prestígio, mas muitos ainda têm dúvidas quanto ao método de ensino aplicado nessas instituições e outros mal sabem de sua existência. O estudante de engenharia Gabriel Rodrigues, nunca havia ouvido falar dessas instituições musicais ou de outras iniciativas públicas para o ensino de artes em geral. “Na escola onde estudei o ensino fundamental tinha aula de música, mas não sabia que existiam esses locais públicos para estudar música além da faculdade. Não faço a menor ideia
Foto: Divulgação/Assembléia Legislativa -SP
de como funciona”, explica. Não é necessário que o aluno tenha algum ensino prévio, prático ou teórico, sobre música, apenas ter interesse disposição para as aulas. É comum encontrar na área da música divergências sobre o método de aprendizado do aluno. Muitos estudantes começaram seus primeiros passos na música por conta própria; seja aprendendo sozinho em casa ou com ajuda de professores particulares. Como é o caso do cantor e compositor Rodrigo Dias, vocalista da banda independente R. Diaz, que começou seus estudos na música por volta dos dez anos de idade em uma escola privada no bairro onde mora na Zona Oeste da da cidade de São Paulo. “Sempre me disseram que o processo para entrar em um
conservatório musical era muito difícil e seletivo. E como eu não sabia muito sobre o método de ensino deles, acabei não me inscrevendo para estudar.” A declaração do cantor mostra a importância que a falta de uma boa divulgação de projetos públicos faz na sociedade, uma vez que não é necessário prestar vestibular ou ter conhecimento musical para participar das aulas. “Eu nunca me aprofundei em conhecimentos técnicos e em instrumentos musicais. Talvez se eu tivesse me encorajado e resolvesse expandir esse conhecimento técnico anteriormente, aí sim eu teria me aprofundado mais nessas áreas para trabalhar mais como músico do que como compositor, melhorando muito minha carreira no futuro”, completa o compositor.
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FUSÃO DE MINISTERIAL PREOCUPA E PODE EMPOBRECER AGENDAS DAS PASTAS POR MARCELA MORAES
Foto: Facebook
Com novo governo que passa a vigorar em 2019, a educação, principalmente o ensino superior, pode sofrer várias mudanças O coordenador do curso de jornalismo do centro de educação FIAMFAAM, gerente acadêmico da escola de comunicação, educação, artes, design e moda e professor do mestrado profissional em jornalismo, Vicente William Darde, 41, em entrevista concedida em seu local de trabalho, nos contou um pouco sobre M.M: De que forma uma possua perspectiva sobre o futuro governo e como isso pode afetar ou melho- sível aprovação do Escola Sem Partido impactaria os cursos de rar a nossa educação. comunicação? Marcela Moraes: Qual sua opiV.D: Temos que se preocupar nião sobre a futura fusão do Ministério da Educação e Cultura com o com a questão de bom senso. O professor é autoridade em sala de aula. do Esporte? Ele está ali para ensinar os conteúdos Vicente Darde: Nessa questão pertinentes a disciplina dele, mas na da organização dos ministérios para comunicação e na área das ciências o novo governo, o que preocupa humanas, as questões sobre política, quanto há fusão dos ministérios, nor- sociedade e os problemas sociais esmalmente a agenda de alguns minis- tão sempre em pauta, então a gente térios são empobrecidas, deixadas tem que tratar de uma forma bem de lado, ficando em segundo plano. clara, com pluralidade, diversidade, Então no momento que a gente une respeitando as opiniões que estão três ministérios que são estratégicos dentro de uma mesma sala de aula, como educação, cultura e esporte, o importante é que seja respeitado os provavelmente a agenda da cultura e princípios da democracia, da livre exdo esporte fiquem mais prejudicados. pressão, liberdade de pensamento. A Não sejam considerados tão relevan- universidade é um espaço democrátes quanto a agenda da educação. O tico. É um lugar de conhecimento e que acontece realmente é uma orga- de debate então não se pode proibir nização do trabalho, e essa organiza- isso. ção quando junta com os ministérios, ela acaba favorecendo sempre uma M.M: Aproveitando que você falou pauta em detrimento de outras. Essa sobre pluralismo, hoje ele é uma é a preocupação, não significa que das diretrizes do MEC para o curisso vai acontecer, mas a preocupa- so de Jornalismo. Hoje, a crítica na mídia vem sendo taxada como ção.
fake news por aqueles que se sentem incomodados. Como o estudante de jornalismo de hoje deve enxergar esse cenário? V.D: Fake news é uma coisa, a questão da posição política ou até ideológica dos meios de comunicação é outra. Dentro de uma democracia a gente tem que ter pluralidade com relação aos próprios meios de comunicação. A mídia, o jornalismo, eles têm todos os seus pilares de lutar pelo cumprimento da constituição federal, lutar pela democracia, lutar pelos direitos humanos, isso está no cerne do trabalho do jornalista e dos veículos de comunicação. Têm veículos que tendem posicionamento maior a uma ideologia ou partido político. A questão de defender um partido ou uma ideologia ou uma forma de governo não é errada, contanto que o veículo seja transparente com seu leitor, telespectador e o seu ouvinte. Quando se fala em fake news se produz muito conteúdo falso das pessoas, dos políticos e celebridade, a gente tem que sempre buscar uma forma de averiguar se essas informações são verdadeiras, porque isso está também no cerne do trabalho jornalístico. Os jornalistas mesmo antes das redes sociais e da internet, já lidavam com essas questões de produzir uma informação envesada ou sensacionalista, então a informação precisa ser muito bem checada pelo jornalista.
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[HORÓSCOPO]
Charge: Marcela Moraes
CRIPTO Resolva o diagrama para ler, na coluna destacada, como a região do ABCD, em São Paulo, é conhecida.
áries
touro
gêmeos
Se concentre nas aulas e na chegada das provas finais. Boa parte do seu futuro depende desse momento.
Deixe a teimosia e o orgulho de lado taurino ou pode prejudicar sua vida social e profissional.
Use a boa comunicação e a inteligência para espalhar o bem. o espirito fica mais leve e a vida mais feliz.
câncer
leão
virgem
Apesar das provas finais e os trabalhos serem puxados, não se preocupe, no final o seu trabalho será recompensado.
Leonino está na hora de você começar a aceitar algumas críticas para seguir sem conflitos em sua vida.
Não pire se as coisas não acontecerem do jeito que você planejou, não temos o controle das nossas vidas.
libra
escorpião
sagitário
É normal passar por momentos de incerteza, ainda mais em épocas tão difíceis como a que estamos vivendo.
Não se deixe levar pela intensidade dos seus sentimentos. Pondere os lados, mas sem perder sua essência.
Use sua originalidade para desenvolver coisas novas, que dê para aumentar sua renda e ter um extra no final do ano.
capricórnio
aquário
peixes
Aproveite esse final de ano para tentar se abrir com os mais próximos querem o seu bem.
As coisas estarão boas para você nessa reta final de ano, novas inspirações para você conquistar sucesso.
Não deixem que as pessoas abusem de você. Comece a reparar as pessoas que te cercam e o que falam de você.
SAIA DA INTERNET LEIA UM LIVRO