Revista Varied

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Varied Revista Varied  •  Ano 1  •  Edição Especial 1  •  nº 012

Especial

LESTE ASIÁTICO A RIVALIDADE SINO-JAPONESA O CINEMA ASIÁTICO A MODA DE NIPÔNICA    A CHINA SOB VÁRIOS ASPECTOS      FUTEBOL   QUATRO RODAS   ARTES MARCIAIS



Varied Diagramação Jéssica Borges Redação Bianca Areas Fernando Coutinho Igor Carvalho Ingrid Chiarelli Leandro Rodrigues Rafael Siilveira Editor Rafael Silveira

Editorial

____________________________________________________ Bem-vindo à primeira edição especial da revista Varied – confeccionada por e para pessoas com interesses diversos. Esta edição tem como seu mote principal uma visão globalizada do extremo leste do continente asiático sob diversos aspectos, desde os seus conflitos internos até o modo como ele influencia o restante do mundo econômica e culturalmente, com um destaque maior para a China. Ela se abstém de utilizar conceitos estereotipados sobre os orientais e busca expor características que costumam passar despercebidas pelos olhos do ocidente. Em suas páginas, esta edição traz a você diversas editorias que lhe mostrarão como é a Ásia nos dias de hoje. Neste aspecto destaca-se a síntese da rivalidade sino-japonesa que desde o século XX vem transformando o mundo globalizado. Com brigas sangrentas e dominação de território, você enxergará com a ótica dos orientais a maneira de expandir e difundir seus conceitos e interesses.. Aproveite a viagem!

Sumário ____________________________________________________   4 | DA CHINA PARA O MUNDO  6 | CHINA E A BUSCA POR ESPAÇO NO FUTEBOL MUNDIAL

Rua Vergueiro, 2009 Vila Mariana São Paulo - SP

9 | TAI CHI CHUAN 10 | UMA RIXA ANTIGA: JAPÃO X CHINA 16 | O EXTREMO ORIENTE VÊ CINEMA... E TAMBÉM PRODUZ 19 | A INFLUÊNCIA DA ESTÉTICA ORIENTAL NO MUNDO DA MODA

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• QUATRO RODAS ___________________________________________________________________________________________

Da China para o mundo

Antes consideradas precárias e atrasadas, hoje as montadoras chinesas conquistam cada vez mais espaço no mundo automotivo Por Ingrid Chiarelli

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pós alguns séculos de regimes políticos fechados, chegou a vez da China despontar na indústria automotiva, um dos setores que parece sempre sobreviver às crises. A diferença do mercado chinês é de mais de um século para com seus concorrentes e ,apesar do inicio tardio, os chineses não se desesperam para alcançar as outras marcas. Aos poucos pretendem conquistar seu espaço, mesmo que disfarçado em outras marcas. Mesmo com pouca confiabilidade, algo que até mesmo os carros japoneses sofreram aqui, você já deve ter visto por aí a Lifan, Jac Motors e a Chery. Todas chinesas e com fábricas no Brasil. Sendo essa última a mais vendida por aqui e, por incrível que pareça, das

citadas, é a mais nova no mercado. A Chery teve seu início em 1997, como uma pequena fábrica de brinquedos que encontrou dificuldades de venda devido aos inúmeros licenciamentos que o país exigia. Em 2001 foi comprada pela Shangai Automotive Industry Corporation, entrando no mercado automotivo como Chery Automobile. Superando todas as expectativas, em apenas um ano de mercado, a marca já havia batido o recorde de vendas. Hoje, dezesseis anos depois, são os carros 100% chineses mais vendidos no próprio o país. O mesmo acontece no Brasil, dentre os chineses que temos aqui. O modelo QQ da marca, fabricado aqui desde 2009, é o carro mais barato do mercado e líder

de vendas dos carros chineses em nosso país. Mas se engana quem pensa que esse seja o foco dos chineses: carros baratos e pouco confiáveis. Falando de outro segmento mais do que promissor, mas necessário: os carros elétricos. A BYD, conhecida por seus produtos elétricos, criou também dois modelos de veículos 100% movidos a energia. Um sedã e uma minivan que ultrapassam os R$ 200 mil cada. A marca já tem fábrica em Campinas (SP) desde 2015, com a produção de chassis para futuros ônibus elétricos, e esteve presente com seus dois modelos no Salão Internacional do Veículo Elétrico 2017, com enormes filas para o test drive. Ainda nos planos da BYD no Brasil, querem inaugurar mais uma

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© DIVULGAÇÃO


__________________________________________________________________________________________ fábrica em Manaus (AM), com o foco em baterias totalmente elétricas, sendo essas para qualquer tipo de veículo. Algo que nem mesmo as montadoras mais tradicionais pensaram. Uma marca que, infelizmente, não conquistou o Brasil, foi a Geely. Muito provável que nunca se tenha ouvido falar dela, mas em 2009, a Geely recebeu destaque ao ganhar 5 estrelas no C-NCAP em dois, dos apenas cinco carros da linha. Nesse mesmo ano, a Ford (EUA) abre mão da Volvo (Suécia) por US$ 1,8 bilhão, para a Geely. Uma marca chinesa comprando dos americanos uma marca europeia, revelando ao mundo o grande potencial financeiro da China. Apesar do

histórico de seu novo país, a marca sueca nunca fora tão independente em suas tecnologias, e hoje, a Volvo custa 25% a mais do que a própria Ford. Que bom investimento os chineses fizeram.

A BYD, conhecida por seus produtos elétricos, criou também dois modelos de veículos 100% movidos a energia.

Após 4 anos, é a vez dos táxis londrinos serem acolhidos pela

Geely. A montadora, que já era dona de 20% da Manganese Bronze (fabricante de mais de 22 mil táxis em Londres) assumiu o controle majoritário da empresa e garantiu que investiria mais de £ 150 milhões para salvar os famosos London Black Cab. Oficializado a compra, a Geely ainda tentou resgatar a maioria dos funcionários que haviam sido demitidos no ano anterior, devido à crise na Manganese, e abriu mais de 100 novas vagas de emprego. A verdade é que os chineses demoraram para chegar a esse mercado, mas chegaram, fortes e com inovações. E apesar de ainda haver quem os diga não, a indústria automotiva parece apenas dizer sim!

__________________________________________________________________________________________ © RICHARD M.B. KENYON

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• ESPORTE __________________________________________________________________________________________

China e a busca por espaço no futebol mundial Buscando se tornar um dos principais centros do esporte no mundo, China investe pesado em craques renomados e infraestrutura para a base Por Fernando Coutinho

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China sempre foi muito conhecida pelos seus investimentos tecnológicos e na indústria, mas agora o país vive uma nova investida que se trata do futebol, e que, definitivamente, coloca o país no radar mundial da modalidade. Fato esse que vem sendo motivo de preocupações de países como o Brasil que, com o alto investimento chinês, acaba vendo seus melhores jogadores indo rumo ao Oriente. Além das investidas no próprio país, investidores chineses

vêm injetando dinheiro em clubes europeus. Segundo uma pesquisa da BBC Brasil, foram investidos cerca R$ 6,44 bilhões para comprar partes ou a totalidade de alguns clubes do velho continente como Milan e Inter de Milão, ambos da Itália, e Manchester City da Inglaterra. O futebol tem total apoio do governo para se popularizar no país. O presidente Xi Jinping assume ser muito fã do esporte e possui como meta que o país comece a frequentar e consiga uma nomeação para sediar uma

Copa do Mundo. Jinping também liberou os clubes para investirem dinheiro na contratação de atletas garantindo a eles isenção fiscal. A ideia do governante é de que a China está muito abaixo da competitividade do futebol de países aonde o esporte já é mais consolidado e, para que possa promover o esporte, deve fazer mudanças culturais na sociedade e na profissionalização desportiva do país, garantindo uma melhoria na infraestrutura para a formação de jovens e

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__________________________________________________________________________________________ talentosos jogadores. Visando esse sucesso, a CFA (Associação de Futebol da China) impôs novas regras para que possa evoluir gradativamente o esporte. Algumas delas são: •A partir de 2018 os clubes terão que usar nas partidas uma quantidade de jogadores sub-23 igual a de estrangeiros; •Os clubes deverão dedicar partes de seu investimento na formação de novos atletas e na promoção do futebol no país; •Os clubes serão taxados em 100%, pagando assim o dobro do valor, se quiser contratar um jogador estrangeiro. (Esta regra vai de encontro vai de encontro a liberação do presidente chinês, que havia liberado o investimento dos clubes). A taxa que é imposta para os clubes vai direto para conta do governo e é utilizado para a melhoria do futebol, principalmente no desenvolvimento das categorias de base e em apoio a programas de apoio ao futebol nas escolas do país. Na janela de transferências de verão de 2016/2017 os clubes

gastaram cerca de € 139 milhões (R$ 510 milhões). Já na de inverno, os clubes praticamente dobraram as cifras e foram gastos em torno de € 402 milhões (R$ 1.473 bilhão). O BRASILEIRISMO CHINÊS O Brasil sempre foi um grande exportador de atletas no futebol mundial e durante os últimos cinco anos passou a ser foco não apenas do velho continente, mas também dos asiáticos. Anos atrás o continente asiático, sendo mais específico, o Japão, foi casa de alguns jogadores do nosso país. Um grande exemplo é o atual meio campista do Corinthians, Danilo, que logo após um período de sucesso no São Paulo foi vendido ao clube japonês para jogar no Kashiwa Antlers, ganhando 3 campeonatos japoneses e 1 supercopa do Japão. Atualmente atletas brasileiros de sucesso no país, ou com certo destaque na Europa, foram seduzidos pelos altos valores que a China apresentou. Hoje, jogadores com passagem pela seleção

e também que disputaram a copa do mundo de 2014 como Hulk e Oscar, estão na China, além de outros consagrados como Ramires, ex-Chelsea e Cruzeiro, Renato Augusto e Ralf, ex-atletas do Corinthians, entre outros. Um dos destaques brasileiro no campeonato chinês é o ex-atacante do Botafogo e do Vitória, Elkeson, que foi campeão de 3 Super Liga Chinesas (2012, 2014 e 2015) e duas vezes campeão da Liga dos Campeões da Ásia (2013 e 2015) pelo Guangzhou Evergrande, mas o jogador ficou mais conhecido pelos seus prêmios individuais: Futebolista do ano na China (2014), jogador mais valioso (MVP) da Super Liga Chinesa (2014) e duas vezes chuteira de ouro da Super Liga Chinesa 2013 (24 gols) e 2014 (28 gols). Segundo o globoesporte.com, os chineses chegaram a desembolsar cerca US$ 447 milhões (R$ 1,6 bilhão) com jogadores brasileiros em cinco anos. Veja abaixo esses valores ano a ano até o fechamento da janela de transferências de 2017.

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• ESPORTE __________________________________________________________________________________________

Os jogadores com os maiores salários na China

1 | Carlos Tevez Shanghai Shenhua € 38,5 milhões Carlos “Carlitos” Tevez acertou sua ida ao futebol chinês no final de dezembro de 2016. É o maior salário do futebol mundial atualmente, a frente de craques consagrados como Neymar, Cristiano Ronaldo e Messi.

2 | Ezequiel Lavezzi Hebei China Forture € 26 milhões

3 | Oscar Shanghai SIPG € 24,9 milhões Contratado em dezembro de 2016, o brasileiro Oscar é o terceiro maior salário de China e o quarto maior do mundo. Ex-jogador do Chelsea, ele deixou a Inglaterra rumo a China apóes 4 temporadas e 3 títulos.

5 | Gervinho Hebei China Forture € 17,9 milhões O marfinense Gervinho chegou a China vindo do time da Roma em janeiro de 2016. Gervinho jogava na Itália desde 2013 e disputou a Copa do Mundo do Brasil em 2014 onde acabou sendo eliminado ainda na fase de grupos.

4 | Hulk Shanghai SIPG € 18,2 milhões Companheiro de Oscar no Shanghai SIPG, o brasileiro Hulk é o quarto maior salário da China e oitavo do mundo. Ele chegou ao clube na metade de 2016 apóes algumas temporadas pelo Zenit da Rússia.

Compatrióta de Carlos Tevez, Lavezzi possui o segundo maior salário da China e o terceiro maior do mundo, perdendo apenas para Neymar e Carlitos. Lavezzi atua na China desde fevereiro de 2016.

6 | Axel Witsel Tianjin Quanjian € 17,9 milhões O belga Axel Witsel tem, ao lado de Gervinho o nono maior salário do futebol mundial. Ele chegou na China no início de 2017 depois de algumas temporadas no Zenit da Rússia onde jogou ao lado de Hulk.

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© 1- EFE; 2- FOX SPORT; 3- DIVULGAÇÃO; 4 e 6 - GETTY IMAGES; 5- FOOTBALL WHISPERS


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Tai Chi Chuan

Arte marcial chinesa se espalhou pelo mundo e ajuda um sem número de pessoas pelo mundo com seus benefícios Por Bianca Areas

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xercício físico de manhã antes de ir para o trabalho são uma tradição na China, e eles cumprem com muito prazer e dedicação. Cada um leva a sua música e eles sempre lotam as praças da cidade. Na China, Tai Chi Chuan é muito praticado e eles não buscam um corpo perfeito, mas sim saúde e equilíbrio interior. Esta arte marcial é um hábito quase exclusivo das pessoas mais velhas. Shanghai é a cidade da China que tem um maior número de pessoas idosas e eles praticam Tai Chi Chuan pois acreditam que assim terão vida longa. Em uma entrevista para a GaúchaZH o médico do esporte Fábio S. Cardoso afirmou

que “um treinamento de 12 meses em pessoas idosas provou que, tanto para homens quanto para mulheres, houve inúmeros benefícios físicos e psicológicos, como o aumento da flexibilidade da coluna lombar e torácica, da força muscular das pernas, até redução da depressão, da ansiedade e dos distúrbios de humor”. O criador dessa arte marcial foi Chang San Feng, que um dia assistiu uma briga entre uma serpente e um pardal, e durante a luta os animais demonstravam flexibilidade, energia, leveza e rapidez para permanecer em luta durante longos períodos. A luta entre os animais durou muito tempo e isso inspirou Chang San Feng

a desenvolver as técnicas do Tai Chi Chuan. O TAI CHI NO BRASIL Na década de 1960 chegou um grande número de imigrantes chineses no Brasil, entre eles estavam diversos mestres do Tai Chi Chuan que trouxeram a prática no início da década de 70 apenas para as grandes capitais: São Paulo e Rio de Janeiro. Depois se espalhou por todo o país. Nos anos 90 o Tai Chi Chuan já conquistava popularidade com ensino gratuito em praças. A população gostou muito e resolveram adotar o Tai Chi Chuan como uma terapia corporal que proporciona vários benefícios para o corpo.

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• GEOPOLÍTICA __________________________________________________________________________________________

Uma rixa antiga: Japão x China

Disputa por ilhas ao leste do mar chinês marcam um conflito territorial de 119 anos entre Japão e China Por Leandro Rodrigues atéria do jornal O Globo, publicado em 2013, relata que, “o impasse entre China e Japão teve um crescente”, devido a um aglomerado de terra conhecido como “Diaoyu“ pelos chineses e “Senkaku” pelos japoneses. Essas ilhas não habitadas localizadas no mar da China Oriental, são consideradas ricas em recursos energéticos, e, convenhamos, quem possui esse tipo de matéria prima torna-se mais independente e o custo de investimento em tecnologia é reduzido. Segundo um artigo publicado em 2014 pelo professor de Direito Ambiental e doutor em ciências políticas internacionais Marcos Aurélio Santos

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Borges, “a temática envolvendo a segurança energética é um dos principais pontos da agenda dos Estados. Dessa forma, apesar da busca por fontes energéticas alternativas, a matriz fóssil ainda continua determinando as relações internacionais”. CONTEXTO HISTÓRICO Japão e China tem um histórico conturbado, as disputas territoriais marcam uma rixa de “soberania e sangue” há 119 anos. Em 1894 os dois países começaram uma guerra solitária conhecida como Primeira Guerra Sino-Japonesa, basicamente pelo controle da Coreia que passava por um governo

isolacionista, mas era grande fonte de carvão e minério de ferro. Esse conflito no final do século XIX ficou marcado na história pela vitória e Ascensão do império japonês forçando os chineses a assinarem o tratado de Shimonoseki que daria a autoridade ao Japão sobre Taiwan, Ilhas Pescadores, Liaodong e, claro, o imperialismo sobre a Coreia. Entretanto os russos, que também tinham seus interesses geopolíticos, usaram de sua influencia sobre a França e o Reino Unido para que amigavelmente os japoneses reconsiderassem suas conquistas. O país, que se viu pressionado, pois uma briga com a Rússia traria sérias consequências, permitiu então que os chineses ficassem sob domínio desses lugares em troca de influência sobre a Coreia. Vale ressaltar que nesta época o imperialismo chinês sobre a Coréia dividia opiniões entre os coreanos, fortalecendo o ganho influente do Japão. Dessa forma, eles tornaram-se uma

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© REUTERS


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potência na Ásia pelo seu poder estratégico militar, organização, prospecção e resistência, elevando o seu prestígio e a queda significante da influência da dinastia chinesa Qing no mundo, gerando assim um sentimento xenofóbico que é refletido nos dois países até os dias de hoje. Ao fim da guerra e com a vitória japonesa, os orientais identificaram as ilhas inabitadas Senkaku e clamaram por soberania sobre o aglomerado de terra. Em 1937, iniciou-se outro conflito entre japoneses e chineses. De um lado estava uma China com enorme população e vasto território, mas quebrada e dividida após a queda da dinastia Qing. De outro estava o Japão reconhecido como grande potencia asiática. Os japoneses, vendo uma potencial fragilidade chinesa, invadiram a Manchúria, território localizado ao Nordeste da China, e tomaram posse de outros lugares vizinhos, a fim de criar

territórios que defendessem os interesses japoneses na Ásia continental, período marcado por grande hostilidade Japonesa e conhecido como Segunda Guerra Sino-Japonesa, uma disputa que ficou conhecida como as preliminares da Segunda Guerra Mundial. Através de tratados e negociações chinesas com os americanos e britânicos, eles obtiveram a sanção de fornecimento de aço e carvão, motivando com esse ato reprimir a invasão em larga escala dos territórios chineses pelos japoneses. Essa guerra se estendeu até o final da Segunda Guerra Mundial, e com a derrota do Eixo e a explosão de Hiroshima e Nagasaki, os japoneses se renderam aos aliados. Segundo publicação da BBC BRASIL reeditada pelo site Terra em 2012 “após a Segunda Guerra Mundial, o Japão abdicou de seu pedido por diversos territórios e ilhas, inclusive Taiwan. Mas, de acordo com

um tratado de 1951, as ilhas Senkaku ficaram sob o controle japonês. Tóquio alega que só nos anos 1970, quando se começou a debater a existência de reservas de petróleo nas ilhas, as autoridades chinesas e japonesas começaram a reclamar soberania sobre o local”. A VISÃO DE UM HISTORIADOR Em conversa com o professor e historiador Janilson Dias Moreira, bacharel em História na Universidade de São Paulo (USP), o pertencimento dessas ilhas é uma questão complicada, os dois países afirmam serem donos. Em tratados internacionais, dos quais a China não participou, o Japão é o dono de fato, o que não quer dizer que é o dono por direito afirmou o historiador. É importante citar os Estados Unidos nesse impasse, porque a China é um dos seus maiores parceiros comerciais e o Japão entra como parceiro estratégico contra a própria

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• GEOPOLÍTICA __________________________________________________________________________________________ China, Coreia do Norte e Rússia, por essa razão os americanos mantêm uma neutralidade nesse conflito, todavia, em 2016 um diplomata declarou apoio às pretensões territoriais dos japoneses, gerando um sentimento de maior fobia ao Japão, citando casos de ataques chineses a embaixadas japonesas, invasão de comércios, ataques a carros e até propagandas midiáticas insuflando a população à aversão aos seus vizinhos. O professor também afirmou que esses embates são muito mais que mero patriotismo. As guerras travadas nos séculos XIX e XX são o estopim de um sentimento xenofóbico, principalmente por parte dos chineses que, apesar de sofrerem derrotas amargas, veem por parte dos japoneses uma nova invasão de território, apesar da soberania sobre os montes rochosos. Também está presente o fator ideológico, pois os países adotam regimes de governo diferentes, a saber, China socialista e Japão capitalista. A expansão da influência chinesa pós anos 90 sobre o sudeste asiático e extremo oriente gerou outra motivação de conflito, porque o Japão tem interesses comerciais nos tempos atuais juntamente com os Estados Unidos que corre por fora estrategicamente. É fácil entender assim que as duas últimas

potências citadas não têm satisfação no expansionismo chinês. Além de patriotismos e ideologias, o aglomerado rochoso que “é menor que o arquipélago de Noronha”, salientou Janilson, seria um excelente lugar para estabelecer uma base militar, uma vez que está localizado no extremo mar oriental, facilitando opressões e defesas de uem dominar o local, e isso para qualquer potência seria um grande feito, que dirá os chineses e japoneses

que estão cercados de países opositores a seus sistemas. O professor lembrou ainda o crescimento econômico rigoroso da China que por três décadas está estagnado e por esta razão acredita que esses políticos necessitam dar respostas para sua nação. Mas como fazer isso? Segundo Janilson “criando um inimigo externo para conseguir uma coesão nacional usando muitas das vezes o sentimento patriótico como forma de camuflagem para seus fracassos”, como exemplo, citou o “crescimento

econômico que atualmente é inferior aos 10% ao ano dos que tinham anteriormente”. No caso do Japão ele vive um período de crescimento militar e, não somente pelo terror que a Coreia do Norte ocasiona com seus artefatos nucleares, mas também para tentar impedir a expansão ideológica chinesa pelo Oriente, levando-o a mudar sua própria constituição junto com outros países, de pacifista para belicista, ou seja, a militarização de defesas e até - sê necessário ataques. O que significa também “um perigo”, assegurou o professor, lembrando-se do que os japoneses fizeram no período da Segunda Guerra Mundial, fator principal do sentimento de mágoa dos países que foram invadidos, sendo a China um deles. O historiador também comentou sobre o benefício dos minérios que há na porção de terra. Afirma que além de petróleo, fósseis e outros minérios, o principal são os gases naturais. Pensando economicamente nos dois países, esses gases são fundamentais, porque com o crescimento industrial de ambos, eles necessitam de recursos naturais energéticos. Nos tempos atuais eles importam esses ecursos de regiões muito distantes gerando um gasto em suas contas públicas que poderiam ser supridos com a aclamação do

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__________________________________________________________________________________________ arquipélago. “Imagina você no ‘quintal de casa’ a 200 milhas de sua costa tendo recursos naturais para explorar, não seria ótimo!?”, expressou. Em contrapartida disse que há uma incoerência nesse conflito se raciocinarmos no tipo de economia que se espera no século XXI porque, embora esses recursos sejam muito utilizados, eles têm ficado em segundo plano com o pensamento atual de cuidar do meio ambiente. China e Japão têm investido no desenvolvimento de recursos alternativos como a energia solar, eólica - buscando meios para cooperar com a preservação do planeta - e hidrocarbonetos (componente existente nas ilhas) são extremamente prejudiciais ao meio ambiente. Portanto em sua opinião os benefícios oferecidos por essas ilhas não deveriam explicar por si sós o conflito entre as duas nações. Em questões decorrentes a benefícios do estreitamento de relações entre comércio internacionais o historiador acredita que tem sua eficiência para ambos os lados, contudo considerando o que está em jogo entre os países, e vale ressaltar que, desde 2012, há sim uma iminência de guerra. A disputa pelas ilhas Diaoyu/Senkaku envolve muito mais do que somente os recursos já mencionados. Janilson citou o exemplo da Arábia Saudita, que hoje é o maior campo de extração internacional de gases naturais,

representando, por ano, 50 bilhões de dólares. Em decorrência o balanço comercial de China e Japão representam mais de 350 bilhões por ano, ou seja, pensando em questões econômicas não faz sentido haver conflito apenas por recursos que são inferiores aos levantados pela Arábia Saudita, que é riquíssima em petróleo. Desde 1978, há um tratado de paz entre Japão e China, o que permite em seus termos a exploração mútua de recursos naturais, entretanto o desejo de ambos em reclamar as ilhas aflorou novamente a rivalidade entre os dois. Esses países são veteranos em guerras e é evidente que suas diferenças são de reflexos históricos. Nos tempos do nazismo de Hitler ocorreram uma série de fatores para que

as duas nações se tornassem mais uma vez - inimigas e um desses fatores com certeza era o sentimento de antipatia com seus vizinhos orientais. Referente a todos esses acontecimentos históricos, é de se pensar no caso do comunismo norte-coreano que vem assustando não só o Oriente, mas o mundo, a ponto de fazer o capitalista Donald Trump que diz que “não medirá esforços em combater com ‘fogo e fúria’ as ameaças de Kim Jong-un”. Dados os fatos, é de se perguntar se estamos vivendo a mesma situação que vivemos no período da Segunda Guerra Mundial. Ficamos na torcida para que esta xenofobia através das ilhas, entre japoneses e chineses, seja resolvida de forma diplomática, por que o mundo já não aguenta mais mortes.

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• CULTURA E DIVERSÃO

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O Extremo Oriente vê cinema... e também produz

Mercado cinematográfico asiático se consolida como segundo maior do mundo Por Rafael Silveira

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ma coisa permanece imutável desde o advento da indústria do cinema ao fechar das portas do século XIX: os EUA são o maior mercado consumidor da sétima arte. Porém, se o topo permanece inalterado, o restante da lista vem se modificando nos últimos anos. Em 2016, 4 dos 10 países que mais arrecadaram com bilheteria no cinema são asiáticos. Enquanto o mercado conjunto entre EUA e Canadá arrecadou US$ 11,4 bilhões, a China somou US$ 6,6 bilhões na segunda posição, o Japão com US$ 2 bilhões vem na terceira, a Índia com US$ 1,9 bilhão na quarta e a Coreia do Sul, com USS 1,6 bilhão, figura na sétima posição, consolidando a Ásia como o segundo maior

mercado de produtos audiovisuais do mundo. Consolidação que vem modificando não apenas a relação de consumo, como também a de produção de conteúdo na região. Durante um bom tempo, a visão ocidental estigmatizou o cinema asiático. Ele se encaixava em 2 categorias distintas: ou o filme era denso e carregado com a força cultural oriental, como o clássico japonês Seven Samurai (1954), ou era um filme de ação com artes marciais, tal qual o contemporâneo chinês Crouching Tiger, Hidden Dragon (2000), que possui uma estética puramente oriental com coreografias que muito se assemelham a danças. Essa maior receptividade a filmes hollywoodianos vem

modificando a maneira asiática de produzir filmes. Não é uma ocidentalização, mas absorve-se muito dela hoje em dia. Alguns filmes em maior quantidade do que outros. Criou-se um espaço capaz de abranger diferentes temáticas e subtemas e ainda torná-las mundialmente palatáveis. A AÇÂO CHINESA Da China, temos filmes como Kung Fu Killer (2014), um thriller de ação que se assemelha muito a filmes como Lethal Weapon (1987), mas trocando a paixão americana por armas pelas artes marciais, e The Assassin (2015), um drama de ritmo lento e esparsamente preenchido por cenas de luta para dar a trama um toque mais

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__________________________________________________________________________________________ mais emocionante. Ambos extremamente diferentes. A franquia Ip Man (2008) leva para o mundo a história chinesa do início e de meados do século XX com altas doses de ação e muita interação multicultural. O antagonismo ou anti-heroísmo é atribuído a outras nacionalidades: Japão, Reino Unido e EUA, mas todos em tons cinzas, sem atribuir uma dicotomia que pudesse afastar o público desses países.

Ainda de território chinês vem um outro grande exemplo dessa mudança de paradigma na produção de filmes asiática e que contrasta com o exemplo anterior: Wolf Warrior 2 (2017). Único filme não hollywoodiano a figurar na lista das 100 maiores bilheterias mundiais - ocupa neste instante a 54ª posição com arrecadação de US$870 milhões, mas ainda se encontra em cartaz – ele bebe diretamente da fonte nacionalista americana que é tão amplamente comercializada. Aqui um soldado chinês, que também é um exército de um homem só, assim como o famoso Rambo, e que fará de

tudo para salvar seus compatriotas. E não bastasse isso, o filme ainda coloca um americano, o ator Frank Grillo, como o antagonista da película e o retrata como um covarde que foge diante da valentia e bravura do povo chinês. A FORÇA SUL-COREANA Saindo da China e descendo a península coreana em direção ao sul, encontra-se outro mercado em evidente transformação. Se antes, ao se comentar sobre cinema sul-coreano o grande público talvez só se lembrasse do clássico Old Boy (2003), agora ele tem na ponta da língua filmes como Okja (2017) que, distribuído pela gigante do streaming Netflix, invoca um discurso ambientalista-anarquista muito atual. Okja, por sua vez, é apenas mais um dos filmes do diretor Joon-Ho Bong que há muito tempo vem se destacando. Entre seus trabalhos estão o terror The Host (2006) e a elogiada distopia Snowpiercer (2013). Esta segunda é um claro exemplo de como a cultura cinematográfica asiática consegue ser mundial. Baseada em uma graphic novel francesa chamada Le Transperceneige, a obra é recheada de atores hollywoodianos conhecidos como Chris Evans, Ed Harris e Tilda Swinton e ainda carrega particularidades do cinema asiático ditadas pela mão do diretor. Uma obra realmente globalizada.

A Coreia do Sul ainda consegue produzir blockbusters de sucesso. Train to Busan (2016) foi uma dessas produções que, além sucesso de público, também trouxe originalidade a um gênero complicado, o de zumbis. Simples, ágil, tenso e com doses de imprevisibilidade, a “invasão zumbi” (nome que recebeu no Brasil) asiática foi um dos filmes mais divertidos em seu ano de lançamento. A PLURALIDADE JAPONESA Indo mais a leste da Coréia, temos aquele que talvez seja o mercado áudio visual oriental mais conhecido no Ocidente. Temos os clássicos de Akira Kurosawa como Rashomon (1950) e o já citado Seven Samurai (1954), as animações do Studio Ghibli tais quais A Viagem de Chihiro (2001), Túmulo dos Vagalumes (1988) e Meu Amigo Totoro (1988), e filmes de terror muito elogiados que Hollywood popularizou com seus remakes como são os casos de Ringu (1998) e Dark Water (2002) e suas versões americanas nas formas de The Ring (2002) e Dark Water (2005). O cinema contemporâneo japonês conta com muita diversificação de gênero. Romances como Tomorrow I Will Date With Yesterdays You (2016)

__________________________________________________________________________________________ © MANDARIN FILMS;

GEORGE PIMENTEL

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• CULTURA E DIVERSÃO

__________________________________________________________________________________________ emocionam mesmo aqueles desabituados ao estilo de ser japonês. O drama Over the Fence (2016) explora nuances do pós-divórcio de maneira que qualquer um que tenha passado por isso e sentido o baque que ele causa na vida possa se identificar. Creepy (2016) é um terror psicológico intrigante de qualidade. O cinema japonês mostra que o país tem muito a oferecer e é mais do que o país dos animes. Apesar dessa constatação, também é necessário falar sobre as animações japonesas. A qualidade técnica e a falta de limitações físicas permitem que seja ali que a criatividade nipônica seja realmente demonstrada. Mesmo deixando de lado o Studio Ghibli, um dos mais conceituados do mundo no ramo ao lado da americana Pixar, para sair do senso comum, os estúdios nipônicos se mostram uma força da natureza neste ramo. Além de servirem de inspiração para animações de outras nacionalidades, como a franco-japonesa La Tortue Rouge (2016), concorrente ao Oscar de melhor animação de 2017, elas estão em constante renovação. Koe no Katachi (2016), baseada em um mangá de mesmo nome, traz para as telas uma história universal sobre bullying, deficiência física e redenção, enquanto Your Name (2016), também baseada em um mangá, é uma das animações mais elogiadas dos últimos anos e mostra bem como o processo de globalização afeta

o Japão – ganhará, inclusive, uma versão live action pela americana Paramount. Em uma história clássica sobre troca de corpo, como tantas vezes vimos no cinema americano, a criatividade e a cultura nipônica dão mais do

que um toque de frescor a fórmula, elas são corpo e alma de uma história cativante e única e mostram que na cinematografia asiática, todos os gostos são bem representados. Hollywood que se cuide.

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© FUNIMATION INC.


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A influência da estética oriental no mercado de moda

O estilo asiático que fascinou estilistas, e abriu portas para que o Oriente se tornasse uma forte presença no mercado de moda global Por Igor Carvalho

A

estética Oriental, desde tempos longínquos, desperta o interesse do Ocidente com seus mistérios e encheu de inspiração criativa as mentes de grandes estilistas no final do século XX, como John Galliano, Alexander Mc Queen e Yves Saint Laurent. Com economias desaceleradas, as capitais do circuito anual de desfiles nas temporadas de moda – Paris, Milão, Londres e Nova York – já não são predominantes nessa indústria que move bilhões todos os anos. De acordo com matéria publicada pelo site do Estadão, desde 2008, as vendas na ÁsiaPacífica subiram de US$ 383 bilhões para US$ 606 bilhões em

2014. Nesse ritmo crescente, a estimativa é de que a região represente 35% do mercado global de moda em 2018, os dados são da consultoria Euromonitor. De olho nos crescentes números, grifes do mercado de luxo americano e europeu desbravam o Oriente buscando identificação com o consumidor local, que está interessado por estilo, design e qualidade. A Maison francesa Chanel possui endereços espalhados por diversos pontos da região. Em Hong Kong, Valentino abriu as portas em fevereiro de 2015, com uma megastore de quatro andares. Michael Kors possui lojas em Seul, Tóquio, Shangai

e Hong Kong para a Prada, a Ásia já representa 35% do mercado consumidor. Fato é que desde o primeiro período de contato da China com os Europeus no século 16, muito da cultura Oriental ultrapassou os limites geográficos. A chinesa Guo Pei fez barulho no cenário internacional de moda ao vestir a cantora Rihanna para o famoso baile MET Gala, na ocasião o evento marcava o início da exposição China: Through The Looking Glass. O modelo, que foi ridicularizado pelos internautas nas redes socias, , é um exemplo - belo e caríssimo - desse intercâmbio cultural.

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• CULTURA E DIVERSÃO

__________________________________________________________________________________________ CHINA ATRAVÉS DO ESPELHO A mostra realizada em 2015, no Metropolitan Museum of Art’s Costume Institute em Nova York, teve como objetivo retratar o olhar do estilista Ocidental para o Oriente, através do vestuário e artesanato; contando também a história da moda na China, com 130 – verdadeiras obras de arte, de alta costura de estilistas chineses, incluindo a própria Guo Pei – uma das homenageadas. Além da exposição, o museu criou um catálogo de 256 páginas com ilustrações, imagens e frames de filmes chineses.

a estimativa é de que a região represente 35% do mercado global de moda em 2018

Com peças de Christian Dior, Ralph Lauren, Jean Paul Gaultier e Tom Ford a exposição tornou-se a mais visitada do museu, ultrapassando a marca de 735 mil espectadores e quebrando o recorde da mostra Alexander McQueen: Savage Beauty, que foi vista por 661 mil visitantes. Em entrevista ao jornal O Globo o curador, Andrew Bolton revelou: “Esperávamos 500 mil visitantes”. Tanto sucesso, reflete como até hoje, uma fantasia coletiva acerca dos mistérios vindos do outro lado do mundo, permeia o imaginário popular. PARALELAMENTE Se o mercado local esfriou e a

movimentação em Paris, Milão Londres e Nova York já não é mais a mesma, fazendo com que os mercados europeu e americano busquem agradar aos consumidores asiáticos, é crescente também o número de estilistas coreanos, chineses japoneses com altos investimentos nas semanas de moda do Ocidente. O sucesso da Comme des Garçons, da Japonesa Rei Kawakubo, ilustra bem esse cenário. A marca tornou-se a queridinha entre jovens fashionistas abastados que se identificam com a visão conceitual e transgressora da grife de Rei. Extremamente reservada e quase inacessível, ela raramente concede entrevistas, mas revelou ao The Wall Street Journal: “Quanto mais as pessoas se assustam com as minhas novas coleções, mais feliz eu fico”. A estilista insiste que a única maneira de a conhecer é através de suas criações, e Rei pode estar certa, afinal de contas, poucos sabem quem é a mente criativa por trás de estrondoso sucesso, mas consomem o estilo único de Kawakubo, presente em suas peças, que revelam muito sobre a personalidade da japonesa. Com 230 lojas fora do Japão, a Comme des Garçons futura anualmente cerca de 250 milhões de dólares, com fãs famosos como as cantoras Madonna e Katy Perry, a modelo e socialite Kendall Jenner, e os estilistas Karl Lagerfeld (Chanel), Nicolas Ghesquière (Louis Vuitton) e Phoebe Philo (Céline).

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MIKE COPPOLA

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