BELO E SUSTENTÁVEL
Telhado verde é opção para aumentar a vegetação em áreas urbanas
ESTADO DA ARTE
Projeto faz referência a diferentes artistas
DESCARTE DE RESÍDUOS
Setor de construção civil precisa adotar medidas para não poluir
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# 42
TODAS AS DIMENSÕES
Com foco em um mercado em forte crescimento, a Alcoa amplia a sua capacidade de produção de materiais próprios para a impressão 3D
& Cia. set/out/nov/dez de 2015
// CARTA AO LEITOR
O ponto de mudança
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os últimos anos, a tecnologia transformou quase tudo o que fazemos. Novas ligas deram aos materiais – sobretudo o alumínio – a possibilidade de ser aplicado em situações que eram impossíveis anteriormente – como a fabricação aditiva, ou impressão 3D, nosso assunto principal dessa edição. Com a possibilidade de imprimir peças de formatos complexos utilizando materiais como alumínio, surge um mundo de possibilidades para diversas indústrias, sobretudo a aeroespacial. Estamos, portanto, em uma mudança de paradigma numa indústria que precisa olhar para o futuro. Foi olhando para frente também que a Alcoa acabou de disponibilizar a Nova Linha Gold, com design e desempenho superiores. Pensar no futuro também significa cuidar do mundo em que vivemos, principalmente no que se refere a questões ambientais, tão em alta nos dias de hoje. Na construção civil, um dos maiores impactos nesse sentido é o descarte de resíduos sólidos, tema da entrevista dessa edição. Enfim, seguimos trabalhando para oferecer soluções mais eficientes e arrojadas para diferentes aplicações. Na seção de Projetos, você confere um exemplo esse esforço, com o edifício Via Ômega, um prédio com referências por todos lados, que lhe conferem um ar de obra de arte – uma ótima inspiração para planejar as conquistas do ano que está chegando. Boa leitura.
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ALUMÍNIO & CIA. é uma publicação da ALCOA ALUMÍNIO S.A. COORDENAÇÃO TÉCNICA: Jacqueline Rempel e Camila Boaventura | PRODUZIDA por GRUPO CDI cdicom.com.br JORNALISTA RESPONSÁVEL: Lena Miessva - Mtb 13.695/SP REDAÇÃO: Dado Carvalho e Rodrigo Bifani | DESIGNER: Hewerton Matos | REVISÃO: Monica Giacomini FALE CONOSCO: Encaminhe suas dúvidas, críticas ou sugestões para a Alumínio & Cia., por meio do endereço eletrônico soa_redes_de_valor@alcoa.com.br ou via Correios para a Rua Felipe Camarão, 454 - Bairro Utinga - Santo André (SP) - CEP 09220-580. Tel.: 11 3583-7000 | aluminioecia.com.br
& Cia.
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// nesta edição
20 TODAS AS FORMAS
Centro Técnico da Alcoa, nos EUA, amplia sua produção de materiais para impressão 3D, um mercado em franco crescimento.
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ECOEFICIENTE. Além de proporcionar um ambiente de lazer, coberturas ajardinadas geram benefícios ambientais.
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NOVOS PROJETOS. Sistema BIM muda a lógica dos projetos e traz novas possibilidades, tornando a obra mais eficiente.
ERUDITO. Edifício Via Ômega faz referência a diferentes tendências artísticas, a começar pela fachada inspirada no pintor holandês Mondrian.
6 Panorama. Secovi-SP lança ferramenta para melhorar a sustentabilidade em condomínios. 7 Funcionários. Alcoa é destaque no ranking das Melhores Empresas para Trabalhar. 8 Espaço Alcoa. Companhia lança mais uma edição do seu Relatório de Sustentabilidade. 10 LANÇAMENTO. Nova Linha Gold traz sofisticação e eficiência para esquadrias de médio e alto padrão. 12 INOVAÇÃO. Conheça as soluções em alumínio apresentadas na edição de 2015 da Fenatran. 14 ENTREVISTA. Saiba mais sobre o descarte correto de resíduos sólidos na construção civil. 32 Segurança. Prevenção de incêndios começa antes mesmo do edifício ser construído. 34 Dúvida técnica. Quais são as melhores formas de fazer solda com alumínio. set/out/nov/dez de 2015
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// Panorama
Secovi-SP lança Programa de Ecoeficiência em Condomínios
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administração de condomínios acaba de ganhar uma nova ferramenta. O Secovi-SP (Sindicato da Habitação), em parceria com o CBCS (Conselho Brasileiro de Construção Sustentável), acaba de lançar o Programa de Ecoeficiência em Condomínios. A ideia é fazer levantamentos sobre o estágio do consumo médio de água, luz e gás de áreas comuns em edifícios residenciais na capital paulista, criando o primeiro banco de dados do tipo. A partir da coleta dos dados, os condomínios poderão comparar o
seu consumo com outros e verificar se seus gastos estão na média. Isso faz com que seja possível analisar a existência de problemas como vazamentos ou desperdícios e, com isso, adotar medidas corretivas. As informações serão consolidadas e analisadas pelo CBCS, para comparações periódicas. Os resultados serão publicados no próprio site do programa. Essa iniciativa permitirá que cada vez mais pessoas acessem informações e referências atuais sobre o consumo de energia nas áreas comuns de suas
moradias e, com isso, poderá estimular a conscientização sobre a necessária mudança de comportamento para o uso racional e a possível adoção de novas tecnologias e fontes alternativas de energia em empreendimentos residenciais. Uma segunda etapa consistirá no fornecimento de dicas e orientações sobre medidas que podem ser adotadas, com vistas à redução das despesas condominiais. Para participar, os síndicos devem acessar o site ecoeficienciaemcondominios.com.br.
// ESPAÇO ALCOA
Instituto Alcoa lança livro sobre atividades das Missões ECOA
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urante o Programa ECOA – Educação Comunitária Ambiental de 2014, alunos de 30 escolas municipais localizadas em seis estados brasileiros foram convidados a participar das Missões ECOA. São atividades realizadas no contraturno escolar, na forma de um jogo colaborativo, com o objetivo de promover transformações positivas nos relacionamentos entre as crianças e nas relações delas com o meio ambiente. Cerca de 400 alunos, com idade entre nove e 12 anos, atenderam ao convite em todas as localidades da Alcoa no Brasil e participaram das atividades, que foram além da educação ambiental e incluíram assuntos como ética, cidadania e responsabilidade. Os resultados desta jornada foram publicados no livro Juntos pela transformação, lançado pelo Instituto Alcoa e
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pela editora Evoluir, em agosto. O livro foi escrito pelas próprias crianças que vivenciaram esta experiência e mostraram seu poder de transformação. Em Poços de Caldas (GO), o livro foi lançado nas escolas municipais Maria Ovídia Junqueira, CAIC Prof. Arino Ferreira Pinto, Centro Educacional João Monteiro, Dr. Pedro Affonso Junqueira e Vitalina Rossi. Para marcar o lançamento do livro, as escolas promoveram uma tarde de autógrafos com a presença de representantes da comunidade escolar, da Secretaria Municipal de Educação e dos pais dos alunos participantes das Missões ECOA. No CAIC, a presidente da Academia Poços-caldense de Letras, Regina Alves, também foi convidada. “Para nós foi uma alegria participar deste projeto, principalmente por ver como
as crianças adquiriram a consciência de que podem transformar o ambiente onde vivem”, destacou Lígia Podestá, diretora da escola. O Programa ECOA é uma iniciativa do Instituto Alcoa, em parceria com as secretarias de Educação, que tem como objetivo fomentar a participação comunitária na construção de sociedades sustentáveis, por meio de processos de educação socioambiental voltados para valores humanos, conhecimentos, habilidades e atitudes. O Programa acontece em duas etapas: a primeira de capacitação dos professores e a segunda de promoção de atividades no contraturno escolar com os alunos, com idade entre nove e 12 anos, com o objetivo de promover transformações positivas nos relacionamentos entre as crianças e nas relações delas com o meio ambiente.
// espaço alcoa
TIME. A pesquisa leva em conta pontos como relacionamento líder-liderado, o orgulho do funcionário e camaradagem entre os colegas, além de gestão de pessoas.
Alcoa APARECE entre AS Melhores Empresas para Trabalhar Companhia conquistou mais uma vez o prêmio e foi reconhecida como a 8ª melhor entre as grandes empresas
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ais uma vez, a Alcoa é um dos destaques no ranking “Melhores Empresas para Trabalhar – GPTW Brasil”. A pesquisa é conduzida pelo instituto Great Place to Work, em parceria com a revista Época. Esta é a 14ª vez que a Alcoa se destaca na lista – este ano, a empresa alcançou a 8ª posição entre as grandes empresas. O instituto Great Place to Work é uma empresa global de pesquisa, consultoria e treinamento que estimula as organizações a identificar, criar e manter excelentes ambientes de trabalho por meio do desenvolvimento de culturas de alta confiança. Com uma
metodologia própria, a pesquisa é realizada há mais de 20 anos. A cerimônia de premiação foi realizada em São Paulo. “Mais que uma premiação importante para a nossa organização, esse reconhecimento reflete a dedicação de cada funcionário que, há 50 anos, faz esta grande empresa trilhar sua história de sucesso sempre com segurança, em busca de soluções inovadoras, com muito respeito às pessoas, às comunidades e ao meio ambiente”, afirmou José A. Drummond, presidente da Alcoa para a América Latina e do grupo global Soluções de Transporte e Construção.
A pesquisa leva em conta a percepção do funcionário em relação à empresa, considerando as dimensões do relacionamento líder-liderado, o orgulho do funcionário e camaradagem entre os colegas, além de analisar as práticas de gestão de pessoas. “Manter um diálogo transparente e valorizar cada funcionário é de extrema importância para nós. Esse reconhecimento nos deixa muito orgulhosos e motivados para continuar buscando um excelente ambiente de trabalho”, afirma Ricardo Khauaja, diretor de Recursos Humanos e Assuntos Institucionais da Alcoa para a América Latina.
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// espaço alcoa
Alcoa apresenta a 12ª edição do Relatório de Sustentabilidade Investimentos em inovação, redução de emissões e projetos de responsabilidade social estão entre os destaques da companhia em 2014
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Alcoa divulgou o Relatório de Sustentabilidade 2014, que apresenta os principais resultados, aprendizados e desafios da companhia – o material é elaborado sempre depois da consolidação dos dados do período em questão, por isso é divulgado somente no ano seguinte. Com base nas diretrizes do GRI (Global Reporting Initiative), o documento oferece informações sobre as seis unidades produtivas, além dos três escritórios no Brasil, e das quatro usinas hidrelétricas com participação acionária na empresa. Este é o 12º ano em que o relatório é divulgado.
GRANDES CONQUISTAS
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Embasado em sete temas, o relatório inclui desenvolvimento local e regional, gestão e desenvolvimento de pessoas, estratégia das relações de trabalho, cadeia de valor, acesso e uso eficiente de energia, gestão ambiental de resíduos, efluentes e emissões, além de conservação dos recursos naturais e da biodiversidade. O material também traz dois temas transversais: diálogo com partes interessadas, e transparência e responsabilidade. “O ano de 2014 registra a evolução na estratégia de transformação dos negócios da Alcoa em todo o mundo. Foram efetivadas diversas medidas para alcançar a competitividade nos
negócios de commodities e a ampliação do portfólio de alto valor agregado. A sustentabilidade sempre acompanhou toda essa estratégia”, explica João Batista Menezes, diretor de Saúde, Segurança, Meio Ambiente & Sustentabilidade da Alcoa para a América Latina. “Em 2015, completamos 50 de atuação no Brasil e 25 anos do Instituto Alcoa, reforçando o nosso compromisso em operar de maneira diferenciada e inovadora, e respeitando o meio ambiente e as comunidades onde a Alcoa está inserida.” A íntegra do Relatório de Sustentabilidade 2014 está disponível no site alcoa.com.br. AL&CIA.
PRÊMIOS E RECONHECIMENTOS
RESPONSABILIDADE SOCIAL
A Alcoa conquistou pelo quarto ano consecutivo o selo Ouro pelo Programa Brasileiro GHG Protocol, que atesta o mais alto nível de transparência no relatório de emissões e certifica a qualidade dos dados publicados. Entre as publicações especializadas, a Alcoa foi reconhecida pela 8ª vez pelo Guia Exame de Sustentabilidade como uma das empresas com as melhores práticas do País em sustentabilidade e pelo índice Dow Jones de Sustentabilidade pela 13ª vez. Na área de Recursos Humanos, a Alcoa foi eleita Entre as Melhores Empresas para Começar a Carreira, pela revista Você S/A, e pela 13ª vez entre as Melhores Empresas para Trabalhar pelo instituto Great Place to Work.
Na área social, por meio do Instituto Alcoa, foram investidos, em 2014, cerca de 5,6 milhões de reais nas comunidades onde a Alcoa atua por meio dos Programas de Voluntariado, das Iniciativas Globais e dos Programas de Apoio a Projetos Locais. O trabalho dos mais de dois mil funcionários voluntários da Alcoa alcançou 23 mil horas de ações comunitárias em diversas comunidades. Destaque para o Programa ECOA, que estimula a mudança de comportamento em promover atitudes sustentáveis entre alunos, professores e comunidades. O projeto teve mais de 15.200 alunos, além de suas famílias e comunidades.
PERMANENTE. A sustentabilidade sempre acompanhou a estratégia de negócios da Alcoa, com ações nas comunidades onde a empresa está inserida.
VALorização dos colaboradores
A companhia investe em um modelo amplo para o desenvolvimento de seus profissionais, em diferentes estágios de carreira. Participaram de treinamentos 4.791 pessoas, totalizando quase 119 mil horas. De acordo com a Global Voices, rede internacional de pesquisa não governamental, o índice de engajamento dos colaboradores da Alcoa atingiu 88 por cento, seis por cento a mais que em 2013. O número zero de fatalidades é outro dado destacado no relatório. Já a taxa de incidentes com afastamento ou restrição de trabalho (DART) caiu para 0,19 contra 0,25 do ano retrasado. Os valores estão dentro da meta da Alcoa para 2030.
proteção dos recursos naturais
Para reduzir os impactos ambientais e aumentar a produtividade, a Alcoa atua com projetos de ecoeficiência relacionados a consumo de energia e água, emissões de gases de efeito estufa e geração de resíduos. Diversas iniciativas foram realizadas em 2014, como na unidade de São Luís (MA), onde foi possível reduzir a emissão de gases perfluorcarbonetos (PFC) em 75 por cento apenas com otimização de processos. No índice referente à redução de resíduos, a Alcoa vem avançando ano a ano nas iniciativas.
RECUPERAÇÃO DE ÁREAS MINERADAS EM JURUTI Com o objetivo de garantir a reabilitação do local utilizado para mineração de bauxita, o Programa de Recuperação de Áreas Mineradas da unidade da Alcoa, em Juruti (PA), consolidou o uso da técnica da nucleação em 2014. A companhia é a pioneira em criar microbacias com a utilização de solo superficial e de parte da floresta original coletada durante a supressão de vegetação, o que faz com que haja maior aproveitamento do banco de sementes e da matéria orgânica disponível na floresta original.
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// ESPAÇO ALCOA
Nova Linha Gold, um sistema inovador de esquadrias
Com design arrojado e um processo de fabricação e montagem mais prático, produto chegou ao mercado em outubro
ENCONTRO. Clientes, representantes das Redes Alumínio & Cia. e Esquadria & Cia., arquitetos, construtoras e fabricantes em geralconferiram de perto a novidade.
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Nova Linha Gold da Alcoa já está disponível – um sistema completo de esquadrias destinadas ao segmento residencial, de médio e alto padrão. O evento de lançamento ocorreu em outubro, em São Paulo, com a participação de clientes, representantes das Redes Alumínio & Cia. e Esquadria & Cia., arquitetos, construtoras e fabricantes em geral. A Nova Linha Gold conta com três versões diferentes, destinadas às principais tipologias do mercado. Uma das novidades é que diferentes tipologias podem agora ser fabricadas com os mesmos perfis em um mesmo estampo, com design único e desempenho superior, que garantem uma grande versatilidade na fabricação de portas e janelas. A linha foi recriada por completo, tanto os perfis como os componentes utilizados. O objetivo foi elaborar um
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produto pensando nas necessidades do mercado, sem deixar de lado pontos como design, conforto acústico e maior desempenho. “O desenvolvimento dessa linha ressalta a importância do segmento da construção civil na Alcoa. Também reforça nossos diferenciais, pois não vendemos apenas um produto, nós oferecemos um sistema completo que garante qualidade. Ele se diferencia em inovação, soluções otimizadas em engenharia, criatividade e design, além de chegar com excelência à rede de distribuição, dar suporte técnico ao cliente, treinamento e capacitação”, diz Philippe Sierro, responsável pelo Mercado e Produtos para Construção Civil.
DESIGN
Visualmente, a Nova Linha Gold conta com uma área envidraçada maior,
principalmente se comparada às mais tradicionais. Um dos recursos utilizados para permitir este novo ganho foi o da aplicação de baguetes ocultas, além de fechos instalados no marco. Todas as tipologias da linha têm um alto potencial acústico. A versão Contact, por exemplo, é classificada com desempenho A (superior), segundo o índice que constará na próxima versão da norma NBR 10.821 (esquadrias externas), e oferece totais condições para que o edifício seja classificado como Desempenho Superior de acordo com a norma NBR 15.575 (desempenho), mesmo em regiões com altos níveis de ruído.
DESEMPENHO
Com relação à estanqueidade (capacidade de vedar e estancar a entrada de ar ou de água), a performance foi
melhorada. Outra característica positiva da Nova Linha Gold está na otimização de perfis – uma redução de 73% em relação à linha anterior. Isso traz vantagens logísticas. O benefício mais estratégico é a possibilidade de fabricar diferentes tipologias utilizando os mesmos perfis. Por exemplo: para montar uma janela Maxim-Ar e uma Abre e Tomba, antes eram necessários oito perfis diferentes. Agora, com apenas quatro perfis, ambas podem ser montadas, o que promove um uso mais inteligente da linha. Outra vantagem está no processo produtivo: tanto as esquadrias comuns como as de desempenho acústico superior são produzidas com o mesmo estampo e com os mesmos perfis. Para Paulo Gentile, coordenador do Centro Tecnológico de Esquadrias Alcoa (CTEA), o desempenho e design são os grandes diferenciais da Nova Gold. Ele também ressalta a preocupação da empresa em relação ao treinamento dos fabricantes. “Preparamos um material bem detalhado, com as principais montagens e fabricações para orientar o
Uma das novidades é que diferentes tipologias podem agora ser fabricadas com os mesmos perfis em um mesmo estampo, com design único e desempenho superior, que garantem uma grande versatilidade na fabricação de portas e janelas. fabricante a montar as esquadrias dessa linha do jeito mais adequado”, afirma.
QUALIDADE ASSEGURADA
A Nova Linha Gold teve os componentes projetados com exclusividade em conjunto com empresas parceiras. Para atestar a qualidade, a marca da Alcoa agora está mais visível no conjunto da esquadria. A inovação também foi criada com o objetivo de inibir a pirataria. A Nova Linha Gold está disponível em três soluções: Nova Gold Tradicional, Nova Gold Contact e Nova Gold+. A linha Tradicional preza por componentes de alta qualidade, que aliam desempenho a praticidade da montagem. O travamento é feito com fecho-concha e a vedação usa escovas.
Já a linha Contact se destaca por oferecer um altíssimo desempenho acústico à esquadria, melhor opção para quem quer silêncio e conforto dentro da residência. A Gold + é cerca de sete por cento mais leve do que a Tradicional. Além disso, a sua configuração permite que haja menos alumínio aparente na esquadria. Os perfis para a fabricação das versões Tradicional, Contact e Gold+ são os mesmos, apenas os componentes variam. A Nova Gold permite uma grande variedade de montagens e tipologias sem mudar o design da esquadria, tornando o projeto esteticamente mais harmonioso, além de proporcionar sofisticação aos ambientes. Saiba mais em novagold.com.br
// Espaço Alcoa
Inovação, tecnologia e sustentabilidade Alcoa participa da Fenatran e apresenta caminhão repleto de soluções que geram significativa redução de peso para transporte mais eficiente e sustentável
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Alcoa esteve presente na 20ª edição do Salão Internacional do Transporte Rodoviário de Carga (Fenatran). A companhia aproveitou o evento para apresentar em seu estande um caminhão-conceito com soluções inovadoras que aumentam a competitividade dos clientes denominado “Arte da Edificência”. Com diversos componentes fabricados com alumínio, a solução apresentada pela Alcoa vai da cabine ao reboque. A redução de peso pode chegar a uma tonelada por caminhão. Esta é a primeira vez que o caminhão-conceito é apresentado no Brasil. O projeto do caminhão está totalmente alinhado com a tendência mundial da indústria de transportes, que visa produzir veículos cada vez mais eficientes e sustentáveis. “O alumínio é um metal infinitamente reciclável e, por ter a mesma resistência que o aço e ser um terço mais leve, é a opção mais eficaz para atender as necessidades do segmento dos transportes. A Alcoa investe no desenvolvimento de soluções que garantem maior eficiência no frete, economia de combustível, maior durabilidade de peças e menor emissão de poluentes”, explica Celso Soares, diretor de Laminados da Alcoa para a América Latina. De acordo com um estudo do International Aluminium Institute (IAI), com a colaboração da European Aluminium Association (EAA) e da Aluminum Association (AA), para cada 100 quilos de alumínio
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aplicado em substituição a um material pesado em um caminhão, é possível evitar a emissão de até 4,5 toneladas de dióxido de carbono durante toda a vida útil do veículo. O caminhão-conceito apresenta uma nova geração de chassi, cem por cento feito de alumínio, desenvolvido em parceria com a Metalsa e que reduz em 40 por cento o peso da estrutura. Além disso, o caminhão destaca diversos componentes, como portas, rodas, radiador, proteções laterais, engate de reboque (quinta roda), tanque de combustível, suporte da suspensão, eixo cardã e fixadores.
EXTRUDADOS
Soluções desse tipo estão presentes no para-choque traseiro, nos suportes e travessas do chassi e na estrutura do ar-condicionado. Também foi apresentada uma carroceria Carga-Seca Super Leve toda de alumínio extrudado. Voltada para veículos médios, com capacidade de carga de até quatro toneladas (dependendo do peso bruto total do caminhão), a estrutura não usa pontos de solda e pode ser totalmente rebitada com os fixadores da Alcoa. A carroceria pesa 258 quilos, cerca de 40 por cento menos que uma de madeira e 50 por cento menos que uma de aço. O resultado é um menor desgaste de peças, maior capacidade de carga e um consumo de combustível mais baixo, principalmente quando o veículo está vazio.
REINVENÇÃO DA RODA
Em um caminhão, as rodas de alumínio são fundamentais para manter o conceito de levar mais, gastando e emitindo menos. Em média, as rodas de alumínio Alcoa têm a metade do peso de uma roda comum de aço. Dependendo da quantidade de eixos do veículo e do implemento, é possível reduzir em até uma tonelada o peso bruto total (PBT). Outra vantagem das rodas forjadas de alumínio é a resistência, cinco vezes superior às de aço. O caminhão-conceito foi equipado com rodas com o novo acabamento LvL ONE®, indicado para todos os tipos de implementos rodoviários, ônibus e caminhões. O modelo com apenas 22,6 quilos é a solução ideal para aplicações que visam redução de peso aliada à estética do veículo. Outra solução apresentada no evento é a Dura-Flange®, uma tecnologia que inibe o desgaste prematuro da flange da roda, evitando assim a criação de vincos que podem prejudicar os pneus. Voltada aos veículos que trafegam em condições severas, a tecnologia garante percursos de até 386 mil quilômetros sem a necessidade de manutenção da flange. A Alcoa também apresentou a roda Single, que é 75 por cento mais leve que um rodado duplo de aço, proporcionando ainda mais redução de peso em diversas aplicações. AL&CIA.
MODERNO. O caminhão-conceito “Arte da eficiência”, com várias soluções em alumínio, foi exibido no estande da Alcoa durante a Fenatran.
LIGAS DE FUNDIÇÃO
LAMINADOS
FIXADORES
GUARDA DE ALUMÍNIO
CHAPA PRÉ-PINTADA
CHAPA XADREZ
Composto para carrocerias cargaseca, solução indicada para substituição de madeira, que oferece leveza e resistência para transportadoras e fabricantes.
Aumenta a vida útil e a resistência à corrosão das carrocerias.
Excelente produto para ser utilizado em pisos de ônibus e aplicações gerais nos implementos.
Sempre na vanguarda nos desenvolvimentos de novas soluções em ligas leves, a Alcoa lançou quatro famílias de ligas de fundição em alumínio. São elas: VersaCast™, EverCast™, EZCast™ e SupraCast™, todas com objetivo de reduzir peso em função das propriedades mecânicas, com ganho adicional de fundibilidade e resistência a altas temperaturas. Essa versatilidade tem resultados comprovados em diversas aplicações, nas quais se atingiu de 40 a 62 por cento de redução de peso em peças estruturais para aplicação no setor de transportes, tradicionalmente feitas de aço ou ferro fundido.
As soluções foram aplicadas nas portas e no tanque de combustível. Além disso, para atender a demanda do setor de transportes, a Alcoa adicionou ao seu portfólio a liga 5052, uma das mais utilizadas pelos fabricantes do setor.
Na Fenatran, a Alcoa exibiu toda a linha de fixadores, tanto de alumínio como de aço. Essa inovação é ideal para quem busca uma fixação definitiva, principalmente em condições extremas de vibração. No caminhão “Arte da Eficiência”, os fixadores estão presentes nos compartimentos de carga. Em relação à fixação com solda, eles se sobressaem por serem mais rentáveis e resistentes.
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// entrevista
Destino correto O descarte de resíduos sólidos é um processo bastante complexo – mas fundamental para preservar o meio ambiente. Se realizado corretamente, pode até reduzir custos e render bons negócios
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Quais são os principais equívocos cometidos na hora de descartar resíduos sólidos? Nem sempre os geradores de resíduos estão atentos para a correta contratação dos transportadores e da escolha das áreas de destinação. Tanto os transportadores como as áreas de destinação devem estar legalizados, e esse processo passa pelos órgãos municipais e ambientais. Outro equívoco é o envio de resíduos para locais que não estão autorizados a receber o respectivo tipo de material. Quais são os itens com o descarte mais complexo? A complexidade passa por algumas situações. Uma delas é a dificuldade do reaproveitamento ou da reciclagem de alguns tipos de resíduos, bem como a falta de soluções ou custos elevados para o tratamento. Outra são os resíduos considerados perigosos, pois eles necessitam de emissão de documentação específica do órgão ambiental e apresentam custos de destinação mais elevados.
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Guilherme Kardel
setor de construção civil é um grande gerador de resíduos sólidos: são cerca de 100 milhões de toneladas anualmente. A fim de minimizar o impacto ambiental, uma série de medidas são tomadas pelo governo, mas muitas empresas ainda têm dúvidas. A Alumínio & Cia. conversou com Lilian Sarrouf, coordenadora técnica do Comitê de Meio Ambiente (Comasp) do Sindicato da Construção (SindusCon-SP). Confira as orientações a seguir.
Quais são as consequências ambientais de um descarte inadequado? O descarte inadequado gera impactos como obstrução de ruas e estradas, contaminação do solo e lençol freático, alagamentos e inundações de rios e córregos em períodos de chuva, proliferação de doenças, ocupação irregular de áreas preservadas e supressão de vegetação, entre outros. Existe alguma regulamentação nesse sentido? Sim, temos a Política Nacional de Resíduos Sólidos, a Resolução CONAMA nº 307/2002 e suas alterações, e a Política Nacional de Saneamento Básico. Além disso, no Estado de São Paulo temos a
Política Estadual de Resíduos Sólidos e o Sistema Estadual de Gerenciamento Online de Resíduos Sólidos (Sigor), instituído pelo Decreto Estadual nº 60.520 de 2014. É importante ressaltar que a Resolução CONAMA 307 traz os principais conceitos e diretrizes para a correta gestão de resíduos de construção envolvendo geradores, transportadores, áreas de destinação e os governos municipais. O setor de construção sofre com a questão da informalidade nas relações trabalhistas. Como isso interfere na hora de descartar os resíduos corretamente? O setor sofre com a informalidade dos agentes envolvidos, tais como transporta-
dores e áreas de destinação. Na maioria das vezes, esses são os responsáveis pelo descarte irregular. Há a necessidade de um grande esforço desses agentes e dos órgãos municipais e ambientais para sua formalização. O descarte correto de resíduos aumenta o custo da obra? Isso costuma ser um impeditivo para a implantação de boas práticas? Aplicar os conceitos da não geração, da correta segregação e da destinação ambientalmente adequada dos resíduos da construção civil traz ganhos para as obras. Dentre eles, destacam-se a redução de desperdícios, que leva à diminuição de custos para a destinação. A preocupação com a gestão nos canteiros tem se refletido em obras mais organizadas, melhorias na limpeza e, consequentemente, queda no número de acidentes de trabalho. Além do descarte, o reaproveitamento de materiais é uma alternativa possível? Sim. No caso de reformas e demolições, a primeira orientação é distinguir materiais e bens reutilizáveis, assim como acompanhar a forma como eles são retirados. É necessário observar os cuidados específicos relacionados aos riscos ambientais e à saúde humana para que os materiais possam manter o potencial de reutilização. Louças, esquadrias e revestimentos são exemplos de materiais que podem ser reaproveitados nesta etapa. Nas obras em execução, os resíduos mais comumente reutilizados são os cimentícios e cerâmicos, madeira e materiais de fácil reciclagem, como plásticos, metais e embalagens. Há também potencial para reaproveitamento de resíduos de alvenaria, concreto e argamassas para produção de agregados reciclados, por meio de processos mecanizados de britagem. A falta de uma infraestrutura adequada para o descarte correto, como pontos de coleta, impede que a prática seja mais difundida? Sim, a falta de infraestrutura adequada é a principal dificuldade para a correta destinação destes resíduos. Lembrando
O descarte inadequado gera impactos como obstrução de ruas, contaminação do solo, alagamentos, doenças e supressão de vegetação.” que na maioria das cidades, 70 por cento da geração dos resíduos de construção são provenientes do pequeno gerador e de forma difusa como em reformas, pequenas obras e autoconstrução. É importante que a prefeitura municipal estabeleça um formato de gestão que inclua infraestrutura tanto para a coleta como para os locais de destinação que facilitem que o pequeno gerador faça o correto descarte. O descarte de resíduos é uma atividade com potencial para gerar uma cadeia de negócios? A cadeia produtiva da construção tem se engajado no estudo das possibilidades de reaproveitamento e reciclagem dos resíduos, além da criação de negócios relacionados à cadeia da reciclagem. Exemplo disso é o uso de agregado reciclado em obras de pavimentação. É necessário, todavia, maior empenho na busca de soluções para outros tipos de resíduos para atender à logística reversa, que começa a ser instalada no País. Comprovadamente, os negócios relacionados à reciclagem e produção de agregados reciclados são viáveis economicamente. Cada vez mais, percebemos a instalação de empresas de reciclagem em todo o País. Também resíduos como metais, madeira, plásticos e papel têm o ciclo econômico consolidado. Como a tecnologia pode ajudar no descarte de resíduos? A tecnologia pode ajudar na rastreabilidade dos resíduos. O SindusCon-SP, em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo (SMA) e com a Companhia Estadual de Meio Ambiente (CETESB), desenvolveu o Sigor – Sistema Estadual de Gerenciamento Online de Resíduos Sólidos – Módulo Construção Civil. O Sigor - Módulo Construção Civil consiste em uma plataforma eletrônica que permitirá a elaboração dos Planos de
Gerenciamento de Resíduos (PGRCC) por parte dos geradores de resíduos da construção civil e a emissão dos documentos que acompanham os resíduos transportados denominados Controle de Transporte de Resíduos (CTR). As Áreas de Destino que receberem os resíduos deverão dar baixa nos CTR. Sua correta utilização assegura que os resíduos gerados sejam transportados por empresas cadastradas/legalizadas e destinados a locais devidamente licenciados/legalizados, permitindo, assim, que os resíduos tenham destinos ambientalmente adequados. O que pode ser feito para incentivar boas práticas? É necessário orientar todos os envolvidos sobre os procedimentos corretos de gestão dos resíduos e facilitar a troca de informações. É importante também haver capacitação de empresas e profissionais, divulgação de experiências bem sucedidas realizadas nas obras e das pesquisas das universidades. Como a Política Nacional de Resíduos Sólidos contribui com essa atividade? A Política Nacional de Resíduos Sólidos contribui por meio das diretrizes nela estabelecidas. Além disso, esta Política disciplina a gestão dos resíduos de construção de maneira diferenciada das regras para a indústria em geral e à semelhança do que é determinado para resíduos sólidos urbanos. Um aspecto fundamental de seu decreto regulamentador é que a gestão de resíduos de construção deve ser tratada de acordo com as regulamentações específicas do Sistema Nacional de Meio Ambiente (Sisnama), que inclui as resoluções do Conama. Além disto a Política trata da logística reversa, que é fundamental para as soluções para o resíduo da construção com o engajamento dos fornecedores e incentivo à reciclagem dos resíduos. AL&CIA.
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// melhores práticas
NO TOPO. Edifícios com telhado verde contam com um espaço agradável para convivência e lazer.
PARA O ALTO E AVANTE Os telhados verdes são alternativas para criar espaços agradáveis nos edifícios, além de contribuir de várias formas com o meio ambiente. Em alguns lugares do mundo, eles já passaram a ser obrigatórios
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aumento da poluição e o aquecimento global chamam a atenção para um problema das grandes cidades: a falta de arborização. Em ambientes com cada vez mais prédios, ruas e avenidas, no entanto, onde há espaço para mais áreas verdes? A solução encontrada foi um tanto inusitada: o topo dos edifícios, e a instalação das coberturas ajardinadas (ou telhados verdes) já virou tendência em alguns locais do mundo. Na França, já virou lei: os prédios comerciais precisam ter telhados verdes ou placas solares (que produzem energia elétrica sem o impacto ambiental de hidrelétricas, por exemplo). No Brasil, já começaram a surgir iniciativas semelhantes: a prefeitura de Recife aprovou uma lei que determina que edifícios residenciais novos com mais de quatro pavimentos e área coberta acima de 400 metros quadrados tenham coberturas ajardinadas. Os telhados verdes trazem uma série de vantagens. Para quem está dentro do prédio, o mais evidente é a redução do calor (que é absorvido pelas plantas e pela terra), o que reduz a necessidade do ar-condicionado (e da energia elétrica). Isso gera um resultado mais amplo. Em centros urbanos,
JARDIM SECRETO
Antes de colocar a ideia em prática, alguns pontos devem ser levados em conta • A estrutura do prédio precisa suportar o sobrepeso que um jardim vai gerar. Para se certificar disso, recomenda-se que um engenheiro faça os cálculos. • As espécies de plantas devem ser escolhidas levando em conta a incidência de sol e de vento, que costumam ser mais fortes dependendo da altura do edifício. • Uma cobertura ajardinada requer manutenção frequente para que as plantas continuem bonitas e saudáveis. • As lajes que receberão as plantas precisam de uma manta impermeabilizante para evitar infiltrações.
O fenômeno da ilha de calor, que ocorre quando há grande concentração de edifícios, pode aumentar a temperatura em até seis graus. Esse efeito pode ser minimizado com a presença de áreas verdes – mesmo que estejam localizadas no topo dos edifícios. set/out/nov/dez de 2015
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PELAS PAREDES. Os jardins verticais requerem algumas adaptações, mas têm os mesmos benefícios.
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TEMPO DE PLANTAR
O prédio do Centro de Excelência em Tecnologia de Software do Recife (SOFTEXRECIFE) recebeu um telhado verde antes mesmo disso virar lei na cidade. A princípio, o edifício só contava com um terraço – que não permitia o acesso das pessoas. A implantação do jardim foi decidida a partir da necessidade de uma reforma para cuidar da impermeabilização. Com um projeto de paisagismo arrojado de Marcelo Kosminski, o telhado se transformou quase em uma pequena praça. Foram plantadas mais de dez espécies de plantas – escolhidas para suportar os fortes ventos e o calor, dada a proximidade com o mar. O investimento foi de cerca de cem mil reais. Já a manutenção é de cerca de 250 reais por mês.
RESERVA DE SEGURANÇA
A Lei Municipal 18.112/2015, de Recife (PE), também propõe a construção de reservatórios para captação de água da chuva em imóveis tanto residenciais como comerciais, com área de solo acima de 500 metros quadrados e com pelo menos 25 por cento do terreno impermeabilizado. Além de promover a reutilização da água (para regar plantas e lavar calçadas, por exemplo), o reservatório ajuda a drenagem, o que diminui o risco de alagamentos.
QUANTO MAIS VERDE, MELHOR
A prefeitura de Recife também sancionou a lei nº 18.111/2015. O texto propõe ampliar as áreas verdes ao redor de parques e praças. Com isso, os novos empreendimentos nesses locais precisarão manter um recuo de dois metros na parte da frente dos edifícios, voltados à arborização.
ocorre um fenômeno chamado “ilhas de calor”. Funciona assim: quando há uma grande concentração de edifícios, o excesso de concreto faz com que a temperatura seja até seis graus mais alta. Isso faz com que haja alterações na umidade do ar, no vento e até na incidência de chuvas – como é o caso das repentinas tempestades de verão. Com telhados verdes, esse fenômeno é consideravelmente reduzido. Além disso, a presença de vegetação ajuda a absorver a água da chuva (que não é bem escoada pelo asfalto e
pelo concreto) – ou seja: ajuda a prevenir alagamentos. Outra vantagem vem de uma vocação natural das plantas: durante o processo de fotossíntese, elas absorvem o gás carbônico e liberam oxigênio puro. Com isso, ajudam a diminuir a poluição ao redor. A vegetação também diminui o nível de barulho. Por fim, a presença de jardins (seja no telhado, seja no solo) contribui com a biodiversidade do entorno – outra questão fortemente ligada ao meio ambiente.
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// capa
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FABRICAÇÃO ADITIVA. Camadas de material são sobrepostas até formar um objeto completo. Técnica pode ampliar a capacidade da indústria.
Camada
POR
CAMADA
Com ampliação do Centro Técnico nos EUA, Alcoa aumenta sua capacidade de produzir material para a crescente indústria de impressão 3D set/out/nov/dez de 2015
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O
Centro Técnico da Alcoa, o maior centro de pesquisa de metais leves do mundo, localizado na cidade de Pittsburgh, nos EUA, está passando por uma ampliação. A ideia é acelerar o desenvolvimento de materiais e processos avançados para impressão 3D. O investimento é de 60 milhões de dólares.
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A Alcoa vai produzir materiais projetados especificamente para uma série de tecnologias de fabricação aditiva (impressão 3D), para atender à crescente demanda por peças complexas e de alto desempenho para a indústria aeroespacial e outros mercados em expansão, como o automotivo, o médico e o de construção civil.
“Combinando nossa experiência em ligas metálicas, fabricação, projeto e qualificação de produtos, vamos ultrapassar os limites da fabricação aditiva de hoje. Esse investimento fortalece nossa posição de liderança no atendimento à crescente demanda por componentes”, afirmou Klaus Kleinfeld, presidente do Conselho e executivo-chefe da Alcoa.
POTENCIAL
A ampliação do Centro Técnico da Alcoa se baseia na capacidade de fabricação aditiva das unidades da Alcoa localizadas na Califórnia, Geórgia, Michigan, Pensilvânia e no Texas. A companhia vem criando ferramentas, moldes e protótipos impressos em 3D pelos últimos 20 anos. Além disso, conta com um dos maiores complexos do mundo de prensagem isostática
a quente (HIP, na sigla em inglês) da indústria aeroespacial, uma tecnologia que fortalece a estrutura metálica das peças produzidas na fabricação tradicional e na aditiva, feitas a partir de superligas de titânio e níquel. Com a recente aquisição da RTI, a Alcoa ganhou capacidade de impressão 3D em titânio, além de produção de outros metais e plásticos especiais para os mercados: aeroespacial, gás,
O QUE É A FABRICAÇÃO ADITIVA? Fabricação aditiva é o processo de criação de produtos tridimensionais por deposição de várias camadas de material, como metais e plásticos, umas sobre as outras, a partir de um modelo digital. O processo pode ajudar no aumento da produtividade, auxiliar os clientes a introduzir produtos no mercado com maior rapidez e permitir a criação de designs complexos que não são possíveis de se obter com os materiais e processos tradicionais.
petróleo e médico. Essa expansão coloca a Alcoa em posição de industrializar sua avançada capacidade de impressão 3D nessas e em outras unidades de produção.
COMUNIDADE
O término da construção da nova unidade está previsto para o primeiro trimestre de 2016. O projeto criará até 2017 mais de cem empregos permanentes – incluindo especialistas em materiais, peritos em design e técnicos de processos e inspeção – e aproximadamente 45 empregos temporários durante a construção. O Departamento de Desenvolvimento Comunitário & Econômico, o condado de Westmorelan, o município de Upper Burrell e o distrito da Burrell School da Pensilvânia concordaram em apoiar o projeto por meio de uma combinação de apoio financeiro e benefícios fiscais, que resultam em uma diminuição nos custos de até 10 milhões de dólares.
FORMA E CONTEÚDO A estratégia da companhia para promover o avanço da fabricação aditiva inclui:
LIDERANÇA EM MATERIAIS
Os cientistas de materiais da Alcoa produzirão pós de ligas de alumínio, titânio e níquel exclusivos, projetados especificamente para impressão 3D. Esses pós serão feitos sob medida para vários processos de fabricação aditiva, para produzir peças impressas em 3D mais fortes e atender outros requisitos de qualidade e desempenho. A Alcoa tem uma longa experiência no desenvolvimento de ligas e pós metálicos, tendo inventado mais de 90% das ligas de alumínio utilizadas hoje na indústria aeroespacial, além de uma história de mais de cem anos no desenvolvimento de pó de alumínio para combustível de foguetes, tintas e outros produtos.
combinação de processo e design
A Alcoa incrementará seu desenvolvimento de projetos e técnicas de fabricação avançados para impressão 3D – como o processo Ampliforge™ – para melhorar a velocidade de produção, reduzir custos e alcançar geometrias que não são possíveis pelos métodos tradicionais. A produção direta de peças de metal impressas em 3D representa uma nova forma de fabricar componentes aeroespaciais e requer um novo conjunto de ferramentas de design inovador para atingir seu pleno potencial.
perícia na qualificação
Com a mais longa experiência na certificação de componentes e processos de qualificação da indústria aeroespacial, a Alcoa utilizará sua experiência em testes e controles de processos para superar os desafios da certificação de novas peças impressas em 3D, começando pelas aplicações aeroespaciais.
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Um projeto que já nasce
completo
O uso do sistema BIM muda a maneira de planejar as obras: em vez de pensar apenas no desenho, o método leva em conta todos os sistemas relacionados à construção, do momento da concepção até a manutenção durante o uso. Pode parecer complexo, mas os resultados são promissores – e ao que tudo indica, esse é o futuro da construção civil
O
s avanços tecnológicos trouxeram mais rapidez e precisão para o setor de construção civil. Um dos pontos mais importantes de uma obra, no entanto, demorou um pouco para sair do convencional. Estamos falando do projeto. Antes da era da informática, os projetos eram feitos em grandes pranchetas, em folhas muitas vezes de tamanho A0, que precisavam ser guardadas em canudos para evitar que amassassem. Então, vieram os computadores e os softwares de desenho assistido por computador (CAD - na sigla em inglês). Foi uma grande evolução: os programas permitiam a elaboração de projetos bem mais detalhados e precisos – em alguns casos, até com modelos em 3D. Porém, ainda estamos falando apenas na parte do desenho – que, mesmo feito pelo computador, continua sendo o desenho. É aqui que entra o Building Information Modeling (BIM), um sistema de modelagem de informações de construção pensado para auxiliar
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no planejamento e no gerenciamento das obras em tempo real. A princípio, pode parecer que o BIM é uma forma de projetar edifícios em 3D. Também é isso, mas vai muito além. O uso do BIM pressupõe uma completa mudança na mentalidade do projeto. Isso porque o desenho em si é apenas uma das partes. “A grande mudança conceitual é que, antes, ao pensar em um projeto, como edificação, obra de arte, infraestrutura etc., criava-se um modelo em 2D. Esse modelo era associado a memoriais descritivos, nos quais eram especificadas as características do produto. Ou seja: o projeto era um modelo plano com as informações da planta e outras informações arquivadas com memoriais descritivos para ajudar a especificação”, explica Francisco Vasconcellos, vice-presidente do SindusCon-SP (Sindicato da Construção). Ele afirma que o BIM estabeleceu um modelo totalmente diferente. “Você consegue, com a
estruturação de bancos de dados de TI, inserir as informações da obra de forma organizada. Com isso, os softwares traduzem os dados em um modelo 3D.” Dessa forma, o BIM é um grande banco de dados, cuja forma de apresentação das informações é um modelo 3D. Mas qual é a diferença entre isso e o desenho 3D que já existe há alguns anos? “Nem tudo o que é projeto 3D é BIM. O BIM é muito mais”, pondera Vasconcellos. A grande diferença é que o novo sistema leva em conta todos os parâmetros de uma construção, como arquitetura, topografia, fundações, estruturas de concreto e metal, instalações elétricas e hidráulicas, arcondicionado e ventilação. “Um modelo realmente BIM contém informações sobre o tipo de acabamento, qual material está sendo usado, com que outra parte do edifício ele se relaciona, quantificação, características técnicas desses materiais, orientações sobre segurança do
Bolsa de Valores de Xangai Xangai, China Um dos símbolos do acelerado crescimento chinês dos últimos anos, o prédio da Bolsa de Valores de Xangai chama atenção por sua imponência. Ele está longe de ser um dos maiores prédios do mundo: são 26 andares e cerca de 180 metros de altura. Mas é um projeto arrojado: com duas torres formando um vão livre, o edifício foi pensado para ser um “portal para o futuro”, já sinalizando os rumos que a China trilharia desde a época de sua inauguração, em 1997. Projetado pelo premiado escritório WZMH, o edifício é recoberto por um exoesqueleto de alumínio, que causa um efeito elegante sobre o vidro. O empreendimento tem soluções desenvolvidas pela Kawneer e contou com as inovações do sistema BIM em sua execução.
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Crédito da foto: MR. INTERIOR Shutterstock.com
Museu de Ciência de Miami (MiaSci) Miami, EUA O Museu de Ciência Patricia e Phillip Frost, ou MiaSci, está sendo construído na orla marítima de Miami, nos EUA. A obra deve ser concluída em 2016. A grande preocupação é ambiental, com soluções elaboradas a partir de simulações com sistema BIM. A direção do sol foi considerada na hora de desenhar o edifício, para que houvesse maior
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aproveitamento possível. Além disso, a fachada e o telhado são recobertos por painéis solares para geração de energia. O edifício conta com elementos de arquitetura passiva (que não dependem de tecnologia) tanto para aquecimento como para arrefecimento. A captação de água da chuva é tão eficiente, que faz com que o prédio seja comparado a uma esponja. O formato do edifício foi pensado para aproveitar a incidência do vento para melhorar a circulação de ar em seu interior, diminuindo a necessidade de ar-condicionado.
trabalho, sustentabilidade, enfim, uma infinidade de informações”, enumera Vasconcellos. Com todos esses dados, a tecnologia BIM permite simular os detalhes estruturais, interferências externas e internas, além de cálculos de eficiência energética e hidráulica. Por fazer parte de um mesmo banco de dados, cada um desses componentes criados no projeto passa a ser associado aos outros, de maneira automática, o que permite elaborar um orçamento mais claro e identificar rapidamente os eventuais conflitos – um duto de ar-condicionado que passa pelo meio de uma pilastra, por exemplo. Tais conflitos são responsáveis por até 25 por cento dos sobrepreços durante a execução de uma obra – e, em situações normais, só seriam percebidos durante a execução do projeto. Isso porque o surgimento de uma alteração de última hora causa atrasos e aumento de mão de obra,
cerca de 25% do sobrepreço de uma obra se deve por conflitos, que costumam ser identificados apenas durante a execução – a não ser que o projeto seja feito a partir do sistema bim. além de demandar mais materiais do que o previsto. São tantas vantagens, que a adoção do BIM é uma tendência mundial em escritórios de arquitetura e engenharia. Em alguns países, como Alemanha, Hong Kong, Noruega e Singapura, o sistema é utilizado para o total gerenciamento de suas edificações. No Reino Unido, o governo já trabalha com a ideia de adotar completamente a metodologia até 2016. Não é por menos. Uma pesquisa realizada pela empresa McGraw-Hill Construction, em 2012, com companhias que atuam com empreendimentos de infraestrutura, apontou alguns
dados bastante favoráveis à novidade. Segundo os entrevistados, os empreendimentos tiveram reduções de 22% no custo, 33% no tempo de projeto e execução, 33% nos erros em documentos, 38% de reclamações de clientes após a entrega da obra e 44% de retrabalhos. Com o sistema BIM, também é possível fazer simulações de desempenho, dependendo do software de apoio que é utilizado – isso porque o banco de dados estruturado para o projeto pode ser estendido para outras aplicações. Com isso, alguns fatores podem ser testados, como ação do vento, incidência do sol, necessidade de refrigeração e isolamento acústico.
COMPLETO. Da dimensão das paredes até a eficiência acústica, o sistema BIM permite um planejamento muito mais abrangente da obra.
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Estado da arte Com elementos que remetem a diferentes nomes e períodos da arte, o Via Ômega é um sofisticado empreendimento residencial erguido em Brasília com soluções da Alcoa
// PROJETOS
GEOMETRIA. A fachada do Via Ômega foi inspirada da obra do pintor holandês Piet Mondrian.
O
leque de referências do edifício Via Ômega, de Brasília, é bastante vasto. Nada foi projetado por acaso, e analisar os elementos da obra é quase uma aula de artes. Sofisticação é o fio que liga todas as correntes. O empreendimento fica em Brasília, na superquadra 404 da Asa Sul, com uma ótima localização: perto da Esplanada dos Ministérios e com diversas opções de comércio, restaurantes, bares, cafés e mercados. O residencial possui lofts lineares de 33 ou 46 metros quadrados, apartamentos duplex de 51 a 72 metros quadrados e duplex de cobertura de 98 a 113 metros quadrados. A fachada é feita de alumínio composto, com brises de alumínio e vidros verdes. O conceito arquitetônico é assinado pela Dávila Arquitetura.
REALIDADE PARALELA
À primeira vista, a fachada do Via Ômega parece estranhamente familiar. Suas formas geométricas remetem às obras mais famosas do pintor holandês Piet Mondrian (que também serviu de inspiração para a arte desta matéria). Sua fase neoplástica, caracterizada por linhas pretas ortogonais formando retângulos e quadrados com cores mínimas (além do branco, só
MÚLTIPLO. O edifício utiliza diferentes tipologias de esquadria, com destaque para os brises em forma de painel.
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MODULAR. Detalhe da janela visto por dentro do prĂŠdio.
GEOMETRIA. Painel nos pilotis remete ao trabalho do artista Athos BulcĂŁo.
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as primárias azul, amarelo e vermelho) entraram para a cultura pop e estamparam de vestidos a embalagens de produtos para o cabelo. São essas linhas que formam as janelas, com brises e vidros remetendo aos painéis do artista.
VISUAL CLÁSSICO
Apesar da referência a Mondrian, que data do começo do século 20, um elemento pra lá de clássico foi aproveitado: a proporção áurea. O conceito teria sido utilizado pela primeira vez pelo escultor grego Fídias, no templo Partenon. Baseada em fórmulas matemáticas, essa proporção ganhou status de ideal e já foi aplicada a uma infinidade de obras de arte, sobretudo no Renascimento. O que torna essa proporção (sintetizada no phi, o chamado “número de ouro”) intrigante é que ela é encontrada na natureza, em plantas, colmeias e até no corpo humano. No Via Ômega, ela está na disposição das esquadrias na fachada.
MENOS É MAIS
Apesar de datar do período clássico, a proporção áurea foi utilizada pelo arquiteto modernista suíço Le Corbusier, um dos mais importantes do século 20. Com suas formas minimalistas e focadas nas necessidades humanas (em detrimento da ornamentação), suas obras inspiraram justamente o projeto da cidade de Brasília, onde o Via Ômega foi construído a partir de alguns de seus conceitos. O formato
Nome: Via Ômega Projeto: Dávila Arquitetura Construtora: Via Engenharia Fabricante: Stal Esquadrias Distribuidor Alcoa: Albra Alumínio Consultoria: Santa Clara Linhas utilizadas: Inova, Gold e Universal Local: Brasília (DF) retangular é um deles (os detalhes ficam por conta da posição das esquadrias), bem como o pilotis, que forma um vão tão característico do período (vide o prédio do Masp, um dos mais famosos exemplos brasileiros).
UMA PEÇA, MUITAS FORMAS
Obras do artista plástico Athos Bulcão estão presentes em vários edifícios de Brasília. São painéis de azulejos com um uso elegante de cores e formas. Em sua homenagem, foi criada a Fundação Athos Bulcão, a fim de preservar e difundir sua obra. No pilotis do Via Ômega, há painéis inspirados no artista, criados por Alexandre Mancini, que faz parte da fundação, e batizados de Dois Quadrados e Dois Traços.
SOLUÇÕES
Para tornar realidade um projeto tão arrojado, foram necessárias algumas soluções em esquadrias, planejadas com a consultoria da empresa Santa Clara. Ao todo, foram aplicados 2,8 mil metros quadrados de esquadrias (cerca de 25 toneladas). “Participar
FICHA TÉCNICA
da obra foi importante inicialmente pelo desafio de viabilizar a produção de esquadrias. Depois, pela beleza da arquitetura do empreendimento”, comenta o arquiteto Paulo César de Oliveira, consultor da Santa Clara. A tipologia predominante é a janela de correr, que está inserida nas fachadas-cortina. O sistema é composto de colunas e travessas com a seção de 50 por 180 milímetros. As janelas de correr têm trilho quádruplo – sendo três folhas de vidro e uma quarta com fechamento em réguas/tubinhos de alumínio com acabamento estilizando madeira. Alguns módulos possuem revestimento com painel de alumínio composto (ACM). Complementando a paginação da fachada-cortina, existem alguns módulos de vidro fixos coloridos e outros módulos fixos com fechamento em venezianas. As janelas de correr e as portas de abrir são da Linha Inova. Já as portas de correr são da Linha Gold. Por fim, os guarda-corpos envidraçados foram feitos com a Linha Universal. Nas esquadrias dos duplex foi necessário fazer uma adaptação especial: o desenvolvimento de um fecho-alavanca.
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// FIQUE POR DENTRO
direto no foco
O risco de incêndios estruturais exige uma série de medidas de segurança em um edifício – e as ações de proteção vão bem além da presença de alarmes e extintores. Desenvolver corretamente o projeto da construção também é importante
U
ma construção está sujeita a diversos tipos de acidentes. Uma das preocupações mais comuns no que se refere à segurança são os incêndios estruturais – aqueles que ocorrem em locais construídos. De acordo com o Instituto Sprinkler Brasil – que realiza um levantamento anual de ocorrências em estabelecimentos comerciais e industriais – em 2014, foram contabilizadas 1275 ocorrências de incêndio, uma média de 106 incêndios por mês. Dentre as diferentes categorias de estruturas, a que registrou o maior número de ocorrências foi a de estabelecimentos comerciais (lojas, shoppings e supermercados), com 342 registros, seguida pela de depósitos, com 259 reportes. A principal causa de óbitos é a exposição à fumaça tóxica, que prejudica a visibilidade durante a fuga e possui gases como monóxido e dióxido de carbono, ácido cianídrico, ácido clorídrico e dióxido de enxofre – que podem causar intoxicação e asfixia. Durante uma obra, o que não faltam são pontos de risco. A condição propícia para que surja fogo é quando há materiais oxidáveis (combustível), materiais oxidantes (comburente) e uma fonte de ignição (energia). Um exemplo é o uso de uma serra (comburente) em um componente de aço, expelindo faíscas (energia), próximo a um combustível, que pode ser parafina ou componentes de madeira – o suficiente para criar uma reação em cadeia.
A SEGURANÇA NO PROJETO
Para evitar riscos e minimizar os impactos em um acidente, a segurança depende de uma boa concepção
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do projeto, para permitir a desocupação dos ambientes atingidos e ameaçados pelas chamas de forma rápida e eficiente. Como cautela, deve haver também um comprometimento no planejamento estrutural – que, durante um incêndio, pode por em risco a equipe de salvamento e a própria vizinhança. Alguns materiais estruturais como o aço, o concreto e a madeira têm sua capacidade estrutural reduzida quando submetidos
a altas temperaturas. Como etapa do planejamento, outros componentes devem ser considerados, como o projeto arquitetônico, o projeto hidráulico, elétrico e de ar-condicionado.
PLANO DE COMBATE AO INCENDIO
Um plano para combate ao incêndio deve conter um conjunto de medidas divididas em duas categorias: as ações
classe de incêndio a B
Incêndios em líquidos e gases inflamáveis ou em sólidos que se liquefazem para entrar em combustão, como gasolina, gás liquefeito de petróleo (GLP), parafina etc.
Incêndios em materiais sólidos fibrosos, como madeira, papel, tecido etc., que se caracterizam por deixar resíduos como carvão e cinza após a queima.
C
Incêndios que envolvem equipamentos elétricos energizados, como motores, geradores e cabos.
D
Incêndios em metais combustíveis, como magnésio, titânio, potássio, zinco e sódio.
RISCOS DURANTE UM INCÊNDIO fumaça
chamas
gases tóxicos
CALOR
É a maior causa de morte nos incêndios, pois prejudica a visibilidade, dificultando a fuga.
A inalação pode causar asfixia e outras reações ao organismo.
Se tiverem contato direto com a pele, podem provocar queimaduras.
Pode provocar queimaduras, desidratação, exaustão etc.
CINCO PASSOS PARA o COMBATE PREVENÇÃO
COMBATE
rotas de escape
São as medidas de segurança que visam evitar acidentes ou a combinação de combustível e comburente. Ou seja: são as medidas que trabalham o controle dos materiais combustíveis (no que se refere ao armazenamento e à quantidade), das fontes de calor (como solda, eletricidade ou cigarros) e do treinamento das pessoas para hábitos e atitudes preventivas (como as brigadas de incêndio nas empresas).
Compreende tudo o que é usado para se extinguir incêndios, como equipamentos manuais (hidrantes e extintores) complementados por equipes treinadas, sistemas de detecção e alarmes, sistemas automáticos de extinção, Planos de Auxilio Mútuo (PAM), corpo de bombeiros, condições de acesso à edificação pelo socorro público, reserva de água etc.
PROTEÇão
gerenciamento
São normalmente constituídas por medidas de proteção passiva, como escadas seguras, paredes e portas corta-fogo. Podem incluir proteção ativa, como sistemas de pressurização de escadas. Dependem ainda dos sistemas de detecção, alarme, iluminação de emergência e, em alguns casos, de uma intervenção complementar de equipes treinadas para viabilizar o abandono, especialmente nos locais de reunião de público.
São as medidas tomadas para dificultar a propagação do incêndio e manter a estabilidade da edificação. Normalmente, são divididas em proteções ativas e passivas, conforme trabalham reagindo ou não em caso de incêndio.
Abrange a manutenção dos sistemas e a administração da resposta às emergências, como o treinamento do pessoal e sua ação em locais onde circulam pessoas.
passivas, que consistem em medidas de proteção presentes na construção e que devem, portanto, ser previstas e projetadas pelo arquiteto; e como esses agentes reagirão ao incêndio independe de agentes externos. Um exemplo disso é a compartimentação horizontal e vertical, que consiste em dividir a construção em células que
devem suportar o calor da queima dos materiais em seu interior por certo período de tempo, e que devem conter o crescimento do fogo nesse ambiente para evitar sua propagação. A compartimentação horizontal diz respeito a impedir a propagação do incêndio entre ambientes do mesmo pavimento, enquanto a vertical se
destina a impedir a propagação do incêndio nos demais andares. As ações ativas, que devem ser complementares às passivas, incluem a instalação de um sistema de alarme, além da presença de extintores e orientações para abandono, com iluminação especial e sinalização das rotas de fuga.
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// Dúvida técnica
Ponto de fusão
A soldagem é um dos procedimentos mais utilizados na metalurgia. No caso do alumínio, algumas técnicas são mais indicadas por conta das características do material
N
a metalurgia, uma técnica bastante utilizada é a de soldagem. Ela consiste em um processo que fixa permanentemente dois elementos e é aplicada a uma infinidade de peças, de bicicletas a naves espaciais. O procedimento teve origem na Idade Média – na época, o estilo mais utilizado era por forjamento. Até o século 19, só era possível soldar qualquer coisa com o auxílio do ferreiro e
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de seu forno – ainda assim, de maneira bem rudimentar. As coisas evoluíram bastante desde então. Hoje, há métodos sofisticados, com melhor aparência e muito mais segurança – afinal, era comum o local soldado ter a resistência menor. Nem todos os materiais, porém, eram propícios à técnica. O alumínio, apesar de todos os seus bons atributos, tem um ponto de fusão mais baixo e a
condutividade mais alta do que o aço. Para diversas aplicações, essas são ótimas características, mas tornavam a solda pouco indicada por formar pequenas covas no local da intervenção – o que comprometia a resistência. Essa questão foi contornada com o desenvolvimento de novas técnicas. O alumínio é bem trabalhado com as técnicas TIG, MIG e MAG (confira o quadro).
TIPOS DE SOLDAGEM Os tipos de soldagem são classificados de acordo com a fonte de energia que é utilizada ou conforme a união dos materiais
Soldagem por fusão
O material é aquecido até uma temperatura alta para a dissolução de um ou mais elementos de liga, e, logo em seguida, é temperado para que estes elementos se mantenham em solução sólida. Essa fusão pode ser feita tanto por meio de uma chama (com maçarico) como com um arco elétrico. Nesse último caso, é utilizado um eletrodo revestido com material especial. Ao entrar em contato com a peça, esse eletrodo recebe uma carga elétrica que o faz derreter junto com a área a ser soldada.
Soldagem por pressão (ou deformação)
A energia aplicada provoca uma tensão no material de base, capaz de produzir a solubilização na fase sólida. A soldagem feita neste estado envolve energia mecânica para poder aproximar a estrutura dos materiais, gerando uma atração atômica.
TIG
TOCHA
MIG E MAG
O processo de soldagem TIG (tungsten inert gas) é definido como o processo de soldagem a arco elétrico, estabelecido entre um eletrodo não consumível (à base de tungstênio) e a peça a ser soldada. A poça de fusão é protegida por um fluxo de gás inerte. Os benefícios desse tipo de soldagem são inúmeros. As soldas são de ótima qualidade e o acabamento do cordão de solda é impecável, além de produzir um menor aquecimento da peça soldada e gerar menor risco de corrosão granular. Em contrapartida, é um processo de difícil uso com corrente de ar, sendo inadequado para a soldagem de chapas de mais de seis milímetros. Também possui baixa produtividade devido à alta taxa de deposição. O processo TIG é especialmente indicado para alumínio, magnésio e suas respectivas ligas, aço inoxidável e para metais especiais como titânio e molibdênio.
O alumínio também pode ser soldado utilizando um maçarico alimentado a gás, mas esse método é mais difícil do que as soldagens MIG e TIG, uma vez que é mais difícil controlar o calor da tocha, além do fato de o alumínio ter um ponto de fusão mais baixo do que outros metais. A tocha de solda de alumínio exige um soldador mais hábil.
No processo de soldagem MIG (metal inert gas) ou MAG (metal active gas), o arco elétrico é aberto entre um arame alimentado continuamente e o metal de base. A principal diferença entre eles é o gás utilizado. Esse tipo de soldagem é um processo em que o arco elétrico, obtido por meio de uma corrente contínua, é estabelecido entre a peça e um arame de alumínio ou liga de alumínio, que combina as funções de eletrodo e metal de adição, numa atmosfera de gás inerte ou ativo. Além disso, ao utilizar versões automática e semiautomática, é possível soldar o alumínio desde espessuras finas até espessuras sem limite. Tal como no processo TIG, o gás inerte protege a região do arco contra a contaminação atmosférica durante a soldagem. Neste processo, há uma boa facilidade de operação, bom acabamento no cordão de solda, alta produtividade, possibilidade de automatização, baixo custo e ausência da formação de escória (resíduos metálicos). Ele, contudo, exige uma regulação bastante complexa e também não deve ser feito na presença de corrente de ar. Há também produção de respingos e necessidade de manutenção mais trabalhosa. Sem falar que há uma alta probabilidade de se criar porosidade no cordão de solda.
LIMPEZA É muito importante que as peças estejam bem limpas antes de começar a solda. Isso porque o óxido de alumínio tem um ponto de fusão bem mais alto do que a base de alumínio. Por isso, qualquer óxido que permaneça na superfície da peça pode causar interferências, como redução da força e mudanças no aspecto da peça.
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// contatos
Rede ALumínio & Cia. Saiba onde estão localizadas as principais lojas Alumínio & Cia. instaladas no País. Quem estiver fora do Brasil deve acrescentar 55 antes dos números dos telefones indicados abaixo. Ceará
Mato Grosso do Sul
CAA - Comércio Amazonense de Alumínio Tel. (92) 2123-0123
Alconort - Passaré Tel. (85) 3469-5777
Distrito Federal
Centro do Alumínio Tel. (92) 3643-9000
Alconort - Fortaleza Tel. (85) 3464-2255
Fort Alumínio Tel. (92) 3656-6111
Maranhão
Região Norte Amazonas
Metal Alumínio Tel. (92) 3214-1400 Amapá
A. D. Junior Tel. (96) 3225-0500 Pará
Alupará - Belém Tel. (91) 3276-8899 Alupará - Marabá Tel. (94) 3321-4519 Santarém Alumínio Tel. (93) 3523-1272 Rondônia
Aluacro Tel. (69) 3222-6000 Roraima
Alumínio Boa Vista Tel. (95) 3627-4666
Região Nordeste Alagoas
Aluma - Arapiraca Tel. (82) 3530-9237 Aluma - Maceió Tel. (82) 3324-1186 Bahia
Bahia Alumínio - Salvador Tel. (71) 3616-0711 / 3616-0702 Aluma Paulo Afonso Tel. (75) 3282-7219 | 3281-1610
Alconort - Cariri Tel. (85) 3571-6464
Alumapi - São Luís Tel. (98) 3269-1010 Paraíba
Meganordeste - Campina Grande Tel. (83) 3341-5500 Meganordeste - João Pessoa Tel. (83) 3236-6868 Pernambuco
Meganordeste - Carpina Tel. (81) 3621-5886 Meganordeste - Garanhuns Tel. (87) 3762-3002 Meganordeste - Recife Tel. (81) 3878-4526 Piauí
Alumapi - Teresina Tel. (86) 3233-3363 Rio Grande do Norte
Alunor - Natal Tel. (84) 3213-2001
Metalnor - Mossoró Tel. (84) 3312-3700 Sergipe
Alumíniobr Tel. (67) 3253-7503 Albra Alumínio Tel. (61) 3462-8500 Goiás
Alcoeste Alumínio Tel. (62) 3282-2500
Região Sudeste Espírito Santo
Aludir Tel. (31) 3389-6800 Minas Gerais
Aludir - Belo Horizonte Tel. (31) 3389-6800 Aludir - Divinópolis Tel. (37) 3691-7002 São Paulo
Alumínio Campinas Tel. (19) 2511-1025 Comaço Alumínio Tel. (16) 3615-8551 Raw Alumínio Tel. (11) 2341-0546
Região Sul Paraná
Alumíniobr Tel. (41) 3344-1100
Alumibox - Aracaju Tel. (79) 3211-9270
Rio Grande do Sul
Região Centro-Oeste
Alcont - Porto Alegre Tel. (51) 3092-7800
Mato Grosso
Santa Catarina
Alumínio Pantanal - Cuiabá Tel. (65) 3627-1500
Alcont - Caxias do Sul Tel. (54) 3218-7777
Alumínio São José Tel. (48) 2106-6600
Para conhecer mais sobre a Rede Alumínio & Cia. e contatos das lojas, acesse: www.aluminioecia.com.br
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Rede Esquadria & Cia. Saiba onde estão localizados os principais fabricantes da Rede Esquadria & Cia. instalados no País. Quem estiver fora do Brasil deve acrescentar 55 antes dos números dos telefones indicados abaixo.
Região Centro-Oeste Distrito Federal
Aluminium Elit Esquadrias de Alumínio Tel. (61) 3387-6987 / 9809-3553 Novix Esquadrias de Alumínio Tel. (61) 3021-3747 Mato Grosso
Casa Nova Tel. (65) 3661-1712 Mato Grosso do sul
MMS Esquadrias de Aluminio Tel. (67) 3029-4550
Região Nordeste Ceará
Unit Metalurgia Tel. (85) 3469-2418 Metal Leste Tel. (85) 3485-1010 Maranhão
HB Alumínio Tel. (98) 3232-5793 Paraíba
Decor Esquadrias Tel. (83) 3243-8484 Piauí
Lopes Vidros Tel. (86) 3232-9940
Região Sudeste São Paulo
Atalumínio Indústria e Comércio de Esquadrias de Alumínio Tel. (18) 3625-5010
Foppa Esquadrias de Alumínio Tel. (49) 3622-1344 Stylo Alumínio Tel. (48) 3242-3732 Paraná
D&A Comércio de Vidros
Tel. (19) 3405-9506
Domínio Esquadrias de Alumínio Tel. (41) 3095-2858
Usa Perfis Tel. (16) 3382-4369
Squadrilar Tel. (41) 3049-3211
Minas Gerais
Comércio de Alumínios Vera Tel. (45) 3226-5780
Alumont Esquadrias Tel. (31) 3493-3500 Rio de Janeiro
SV Esquadrias Tel. (21) 2482-0769 Alumitemper Tel. (24) 3337-5610
Região Sul Santa Catarina
Agimax Esquadrias Metálicas Tel. (49) 3442-2257 Durante Esquadrias de Alumínio Tel. (48) 3621-7500 Esquadrias de Alumínio Delagnello Tel. (47) 3365-1439 Esquadrimed Esquadrias Medeiros Tel. (48) 3631-1200
Esqualumi Indústria e Comércio de Alumínio Tel. (43) 3276-5764 Esquadrilon Comércio de Esquadrias Tel. (43) 3321-1117 Las Vegas Indústria e Comércio de Esquadrias de Metais Tel. (44) 3026-7711 OK Alumínio Tel. (44) 3622-1571 Pizani Ribeiro & Cia. Tel. (44) 9981-1081 Alutol Alumínios Toledo Tel. (45) 3252-3430 Rio-Sul Tel. (45) 3573-3370
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set/out/nov/dez de 2015
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