Como Reativar O Que Não Deveria Ser Esquecido

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Como reativar o que nĂŁo deveria ser esquecido.


Como reativar Aquilo Que nĂŁo Deveria Ter sido Esquecido


A razão de tudo isso utopia & realização

Como todos sabemos, a existência é um vazio imensurável e a liberdade, o único instrumento que nos foi concedido para preenchê-lo minimamente. Não sabemos de onde viemos, por que estamos aqui e para onde iremos quando tudo isto acabar. Não há garantia de nada e uma única certeza apenas: a morte nos alcançará, mais dia menos dia. A questão fundamental, então, é saber o que faremos das nossas vidas enquanto elas perdurarem. Nós, da Ernesto, perturbados com as nossas inércias injustificáveis, escolhemos, há pouco mais de três anos, abandonar a resignação que nos empobrecia a alma e desafiar a viciosa e improdutiva sistemática de padronização que nos conduzia, inexoravelmente, à vala comum da paralisia existencial. E bastou que nos propuséssemos a assim proceder, para que se descortinasse nos nossos horizontes a incrível possibilidade de experimentar a concreta e indizível sensação de tudo poder

realizar através da apropriação ferrenha e inegociável da genuína gentileza e da indissociável sensibilidade que nos alcançam a todos. E, na condição de amantes do improvável e determinados a ressignificar o sentido da estrada imprevisível pela qual caminhamos, saltamos feito aventureiros inconsequentes no abismo da descrença editorial e criamos uma publicação destinada a ajudar as pessoas a encontrar a melhor versão de si mesmas, ainda sem a plena consciência de que este árduo exercício também nos ajudaria a encontrar as nossas. O calcorrear do tempo, todavia, fez-nos compreender, com lampejos de plenitude, a dimensão imensurável desta generosa troca e aguçou ainda mais os nossos pulsantes e endiabrados raciocínios, preparando-nos para o maior dos desafios até aqui: restabelecer a relação afetiva das pessoas com o espaço que elas ocupam. Este projeto é a tradução mais próxima deste intento e uma homenagem aos que, num passado próximo, amaram e poetizaram com a própria vida o centro de Belo Horizonte.


A REVISTA ERNESTO

A ERNESTO plataforma de humanização

publicação impressa

A Ernesto, criada em meados de 2014, é uma plataforma de humanização que se propõe a desenvolver projetos multidisciplinares e inspiradores destinados a ajudar as pessoas a encontrar uma melhor versão de si mesmas. Surgiu como uma reação ao fato de que a grande maioria dos indivíduos, não obstante livre na essência e, potencialmente, capaz de criar e perpetuar histórias inspiradoras e legados eternos, optou pela mediocridade e pela banalidade mundana em detrimento da possibilidade de transformar o existir em algo que transcenda o automatismo do cotidiano e a disseminação de padrões infecundos e irrefletidos.

A Revista Ernesto foi a primeira ferramenta de humanização concebida e se trata de um experimento editorial impresso que, página após página, propõe-se a inundar de poesia, de arte e de entrevistas interessantes o dia-a-dia do Ernesto - personagem idealizado para costurar a narrativa textual e que representa fidedignamente o homem médio: aquele que atrofia reiteradamente as suas incríveis potencialidades e insiste em descarregar a sua energia vital em projetos e ideais manifestamente individualistas, ordinários e destituídos de finalidades nobres e comunitárias - e, em última análise, a vida do leitor, em prol de incitá-lo a enxergar sua existência sob uma nova perspectiva e de fazê-lo se deparar com outros paradigmas que o auxiliem, de uma vez por todas, a desvencilhar-se das amarras ideológicas e sociais que o ceifam ou, ao menos, adiam a sua capacidade de se metamorfosear em um ser humano mais valioso para o mundo.

Assim, todas as iniciativas propostas se prestam a forçar o ser humano a deixar a comodidade que o definha, e a convidá-lo a se redescobrir por meio do contato com novas proposições e experiências pautadas na concepção de que não deve perdurar, por mais nenhum dia sequer, a passividade improfícua que impregna as existências de resignação.


O EDIFÍCIO JOEL AUGUSTO DE ALMEIDA objeto urbano

No final de década de 1950, os irmãos Henrique de Almeida e Joel Augusto de Almeida, já casados e pais de sete e oito filhos, respectivamente, dedicavam-se ao comércio de tecidos no centro da Capital mineira na condição de sócios da Tecidos Almeida Irmãos Ltda.. Em 1959, Henrique de Almeida foi diagnosticado com bloqueio de ramo – doença cardíaca caracterizada por um atraso no caminho dos impulsos elétricos que fazem o coração bater - o que o fez temer pela própria vida e a refletir, ainda que de forma incipiente, acerca de alternativas que pudessem garantir o sustento de sua família caso viesse a faltar. O destino, todavia, pregou-lhe uma peça e, em maio de 1960, impôs-lhe a morte de seu querido irmão Joel Augusto de Almeida que veio a óbito após sofrer um infarto fulminante e inesperado enquanto andava a cavalo em sua fazenda. A trágica e lamentável perda encorajou Henrique, mesmo se dedicando intensamente ao atacado de tecidos, a buscar uma fonte de renda alternativa que garantisse o futuro de todos os seus familiares, evitando que ficassem à mercê das imprevisíveis variações do comércio.

Este pensamento o motivou a adquirir em 1961 um terreno na Avenida Santos Dumont, esquina de Rua São Paulo, na altura do número 249. Depois de realizar alguns estudos de viabilidade e de contratar como engenheiro responsável o presidente e fundador da Construtora Caparaó, Ney Moreira Bruzzi, deu o sinal verde para a edificação de um prédio de 13 (treze) andares, tendo as obras se iniciado em 1962 e findado, seis anos depois - em 1968. Durante o período de construção, Henrique ainda se manteve à frente da Tecidos Almeida Irmãos Ltda., porém, dela se desfez no transcorrer da nova empreitada, a partir daí passando a se dedicar exclusivamente à administração das 96 (noventa e seis) salas comerciais do edifício que, em homenagem ao irmão, nomeou de Joel Augusto de Almeida. Por mais de três décadas a exploração do prédio rendeu à família Almeida recursos suficientes para a manutenção de todos e permitiu que Henrique, na condição de empreendedor, embarcasse em novos projetos relacionados à construção civil.

Em meados de 2004, em razão da degradação do Centro de Belo Horizonte e da dificuldade de se achar bons inquilinos, o já octogenário Henrique resolveu desativar o condomínio do Edifício Joel Augusto de Almeida até que viesse a encontrar uma melhor forma de ocupá-lo. Passou os últimos sete anos da sua existência pensando em como poderia trazer de volta à vida o prédio que se tornara a menina dos seus olhos, todavia, antes que pudesse encontrar uma alternativa à altura dos seus sonhos, faleceu em 19 de novembro de 2012, aos 94 anos de idade. Deixou sete filhos fantásticos e uma esposa incrivelmente gentil.


A ERNESTO E O EDIFÍCIO JOEL AUGUSTO DE ALMEIDA A construção conceitual deste projeto começou a se dar no final de 2015 quando a Ernesto, à época dedicada exclusivamente à revista impressa que havia criado em meados de 2014 e em prol de expandir os seus referenciais, optou por alugar um espaço que lhe pudesse servir de escritório e, ao mesmo tempo, de laboratório relativamente aos temas que lhe eram afeitos. Pretendeu-se desde o início que este local se situasse no centro da cidade, numa explícita homenagem ao valor histórico e cultural desta região e como uma primeira iniciativa no sentido de criar novas possibilidades conceituais que viessem a confrontar o triste processo de degradação social, econômica e arquitetônica do local, operado, principalmente, a partir da década de 80.

Aos olhos da Ernesto, todo o aparente caos que exsurge das ruas, das praças e dos edifícios centrais é passível de ser poetizado e de ser problematizado, levando em consideração tanto a triste e inegável deterioração que o engloba, como os resquícios ainda vívidos do áureo e significativo passado próximo. No decorrer de quase duas semanas, foram visitados edifícios famosos sobre os quais apenas se tinha ouvido falar, foram anotados dezenas de telefones de imobiliárias, foram percorridos andares vazios e descomunais, foram deglutidos pastéis de carne, de queijo e de frango e consumidos deliciosos potes de açaí, os melhores da cidade a propósito. Mas, a informação de que haveria um prédio inteiramente desativado situado no cruzamento da Avenida Santos Dumont com a Rua São Paulo, sobrepôs-se a toda e qualquer outra possibilidade.

O DESPERTAR DO PROJETO

as primeiras vivências

encontro inesperado

“Era a hora do almoço de um dia quente. Pessoas cruzavam apressadas ao nosso redor. Deu-se o encontro. Abriu-se a porta, descortinou-se à nossa frente o charme da portaria principal. No subsolo conhecemos uma fonte de água cristalina e começamos a nos emocionar. Entramos no antigo elevador e imaginamos quantas pessoas já haviam estado ali. Percorremos o corredor e as salas labirínticas de um dos treze andares e viajamos no tempo revivendo memórias inquebrantáveis. Por fim, e já deleitados ante tamanha poética, ouvimos de Eduardo de Almeida a inspiradora história de seu tio Joel e de seu pai Henrique e fomos inebriados pelo desejo incontrolável de trazer novamente à vida aquele espaço vazio, de reinventá-lo e de transformá-lo, em parceria com a família Almeida, no projeto das nossas vidas”.

Por mais de dois meses e num primeiro estágio de experimentação foram estudadas maneiras de se repensar o Edifício Joel Augusto de Almeida, processo que serviu como pano de fundo para o desenvolvimento da Edição Três - Como reativar o que não deveria ter sido esquecido da Revista Ernesto e para a promoção de uma intervenção artística completa e multidisciplinar através da qual o prédio seria reapresentado, poeticamente, à viúva Nilza e aos sete filhos de Henrique de Almeida, de molde a fazê-los se convencer da possibilidade de pensá-lo para além do contexto estritamente comercial.

A partir daí, em face da emoção surgida no bojo da experiência vivenciada e da convergência de propósitos de todos os envolvidos em prol de criar um protótipo que se revelasse adequado à melhoria da degradada região central de Belo Horizonte, foi idealizado e estruturado um projeto sólido, inclusivo e inovador, cujo objetivo primordial perpassa por transformar o Edifício Joel Augusto de Almeida num verdadeiro celeiro educacional e artístico destinado não apenas a melhorar a intrincada dinâmica social e econômica que o circunda, como também a inspirar, precipuamente, as pessoas que vivem e trabalham no centro, convidando-as também a participar da dinâmica de ressignificação do espaço.


A IDEIA qualificação das relações humanas Acredita-se que nenhum processo profundo de ressignificação poderá se efetivar a partir do Edifício Joel Augusto de Almeida sem englobar, primordialmente, o fomento de atividades educacionais e artísticas que se destinem a inspirar as pessoas a refletirem acerca das dinâmicas comportamentais que estabeleceram para as suas vidas, e de como elas influenciam na relação que constroem com o mundo. Na realidade, enxerga-se educação e arte como ferramentas de inspiração inegociáveis, e se considera que entrelaçar estes conceitos sistematicamente num espaço improvável – neste caso, um prédio desativado há treze anos e situado em um dos locais mais degradados de Belo Horizonte - certamente trará impacto emocional para todos aqueles que o frequentarem, inaugurando novas perspectivas para se pensar a ressignificação do centro e o resgate da profícua memória que o recobre. À primeira vista, a injeção pura e simples de capital visando à modernização de prédios e áreas públicas centrais com vista a reaquecer o mercado imobiliário, não se mostra suficiente para alterar a dinâmica do entorno do

Edifício Joel Augusto de Almeida, eis que é também preciso se pensar nas pessoas que frequentam este entorno e se apropriar das manifestações humanas e culturais valiosas que exsurgem deste cenário de profundo abandono.

maneiras de percebê-lo, de pensá-lo e de utilizá-lo em prol de todos inclusive dos que se acham à margem da sociedade, em razão do gravíssimo e profundo desequilíbrio econômico que amolda a nossa realidade.

O que se está querendo dizer é que todo e qualquer projeto de ressignificação que venha a ser implementado no centro de Belo Horizonte deve ter um escopo de inclusão dos vários segmentos da sociedade – mais abastados ou menos e de crença na mudança dos questionáveis paradigmas atualmente vigentes – resultantes do total descaso do poder público e da sociedade civil organizada - não podendo se dar, exclusivamente, pela apropriação do espaço por grandes construtoras e empresas detentoras do capital, até para que eventual ausência futura deste capital não reproduza os mesmos efeitos nefastos que culminaram na atual degradação do espaço.

Assim, o espaço educacional e artístico que se está a imaginar – e que já se acha em funcionamento - visará a promoção de múltiplas experiências integradas e emocionais no interior do Edifício Joel Augusto de Almeida, destinadas a oportunizar aos visitantes - pertençam eles a que classe social for - o direito de acesso à cultura de qualidade superior e a conhecimentos teóricos e práticos indispensáveis à melhoria de suas percepções em relação a si próprios e ao mundo do qual fazem parte.

É, portanto, vital se criar uma metodologia mais humanista de reativação do prédio, a qual se vincule ao exercício de repensar o modo como a comunidade belo-horizontina se apropriou e se relacionou com o centro, ao longo do tempo, de molde a estabelecer novas

Nos últimos dois anos, os vários protótipos de atividades inspiradoras testados confirmaram a hipótese de que, de fato, é possível e premente, que a sociedade civil organizada transforme um prédio desativado há mais de treze anos e situado num dos locais mais abandonados de Belo Horizonte em um inédito espaço de fomento de qualificadas relações humanas.


OS PROTÓTIPOS almeida centro de inspiração

marmita no museu

UTOPIA COLETIVA

ALMOÇO DE INSPIRAÇÃO

O Almeida - Centro de Inspiração foi a segunda ferramenta de humanização idealizada pela Ernesto para a finalidade de ressignificar o espaço urbano e surgiu, em junho de 2017, como um esforço coletivo destinado ao desenvolvimento de atividades educacionais e artísticas no interior do Edifício Joel Augusto de Almeida, todas elas de caráter inclusivo, que auxiliem no resgaste do afeto dos cidadãos para com a região central de Belo Horizonte, em prol de com ela melhor se relacionarem.

O Marmita no Museu foi a terceira ferramenta de humanização idealizada pela Ernesto e se afigura como um projeto destinado a permitir que pessoas que moram, que trabalham ou que transitam pelo centro de Belo Horizonte se alimentem de experiências culturais, artísticas e educacionais no horário do almoço, tudo isto com fundamento na convicção de que todos são capazes de encontrar uma melhor versão de si mesmos desde que expostos a mecanismos adequados de reflexão e de sensibilização que lhes propicie pensar por si próprios.

A partir desta iniciativa, dezoito salas do segundo, do terceiro e do quarto pavimentos do prédio se acham ocupadas por artistas e por pessoas criativas que desejam, em conjunto e até dezembro deste ano, promover experiências impactantes e suficientemente inéditas em prol de emocionar a sociedade civil organizada e de fazê-la participar ativamente do processo de melhoria da cidade.


O PROJETO DEFINITIVO reativação perene do edifício joel augusto de almeida

A ERNESTO E A FAMÍLIA ALMEIDA PRETENDEM PÔR EM PRÁTICA UM PLANO DE AÇÕES DESTINADO A REATIVAR O EDIFÍCIO JOEL AUGUSTO DE ALMEIDA EM DUAS FASES SEQUENCIAIS:

PRIMEIRA FASE • Modernização dos elevadores e dos sistemas elétricos e hidráulicos; • Obtenção dos alvarás de funcionamento (que deverão ser obtidos junto à PBH e ao Corpo de Bombeiros) - indispensáveis para a realização das atividades propostas; • Revitalização completa do segundo, terceiro, quarto, quinto e sexto pavimentos, bem como do terraço existente no 13º andar.

SEGUNDA FASE • Revitalização dos demais pavimentos do prédio.

PRIMEIRA FASE Desde a inauguração do Edifício Joel Augusto de Almeida acontecida no ano de 1968 se passaram pouco mais de quarenta e oito (48) anos e, não obstante o cuidado que a família Almeida a ele sempre dispensou em prol de preservar fisicamente a estrutura predial, é indubitável que os sistemas hidráulicos e elétricos, bem como os dois elevadores implantados à época, em face mesmo da evolução tecnológica operada, principalmente nas últimas três décadas, acham-se obsoletos, necessitando de serem substituídos por versões mais atuais que atendam, inclusive, às demandas relativas às experiências educacionais e artísticas a serem implementadas.

Além destas reformas estruturais, sem as quais não é possível voltar a se ocupar plenamente o prédio, mostra-se obrigatória a obtenção de alvarás diversos junto à Prefeitura Municipal de Belo Horizonte e ao Corpo de Bombeiros, tudo em prol de garantir o pleno funcionamento do projeto dentro da legalidade e dos limites impostos pelos órgãos públicos reguladores. Superadas estas etapas iniciais e, concomitantemente à concretização das mesmas, pretende-se promover nesta primeira fase de reativação reformas arquitetônicas pontuais e compartilhadas no segundo, terceiro, quarto, quinto e sexto pavimentos, bem como no terraço do 13º andar, de molde a que se adaptem às exigências e aos conceitos específicos que serão postos em prática, em cada um destes espaços, tal como esboçado a seguir.


SEGUNDO PAVIMENTO escola de inspiração

No segundo pavimento do Edifício Joel Augusto de Almeida se almeja implantar uma escola de inspiração destinada a oferecer às pessoas que vivem ou trabalham no centro ou que nele se acham de passagem, inicialmente no período do almoço e enquanto almoçam, uma possibilidade de refletirem e de se reconectarem consigo mesmas. A ideia é oferecer refeições a preços populares e convidar os visitantes, enquanto se alimentam, a assistir, por exemplo, a palestras sobre diferentes temas, a apresentações musicais e audiovisuais, a peças de teatro e a cinema e a cursos relâmpagos – podendo estas atividades acontecerem ao mesmo tempo, num estágio de evolução do projeto - tudo isto com fundamento na convicção de que todos são capazes - aí incluídas as pessoas menos favore-

cidas da sociedade - de encontrar uma melhor versão de si mesmos, desde que expostos a mecanismos adequados de reflexão e de sensibilização que lhes ensejem pensar por si próprios, sem alienações, prosperando, deste modo, a sua inserção e atuação no mundo. O que se deseja é oferecer experiências surpreendentes, inesperadas e de altíssima qualidade para aqueles que optarem por almoçar nas dependências do Edifício Joel Augusto de Almeida, logrando assim, seja subvertida a lógica de precariedade enraizada no inconsciente coletivo dos frequentadores da região central.

Planta humanizada do segundo pavimento a título ilustrativo.


terceiro PAVIMENTO ateliers de arte No terceiro pavimento do Edifício Joel Augusto de Almeida se pretende um programa de arte para a qual serão convidados artistas de diferentes segmentos - por merecimento e durante períodos de tempo pré-estabelecidos - a teorizar, produzir e expor seus trabalhos, sempre tendo como meta o acesso à cultura das pessoas que vivem ou trabalham no centro, ou que nele se achem de passagem.

Planta humanizada do terceiro pavimento a título ilustrativo.

A ideia é permitir que pelo menos oito artistas trabalhem concomitantemente neste pavimento, trocando experiências entre si e apresentando, ao final de suas estadas, trabalhos autorais que conjuguem alguma relação ou proposição relativas ao contexto geográfico e social vislumbrado no entorno do prédio.


quarto PAVIMENTO espaços de produção

No quarto pavimento do Edifício Joel Augusto de Almeida se deseja implantar espaços de produção educacional e artística (estúdio de música, escola de dança, laboratório de fotografia etc.) e de exibição dos processos atinentes ao programa de arte interno e de obras de artistas, cuja produção, seja pelo tempo de trabalho, seja pela potência conceitual, atenda ao nível de excelência exigido. A ideia é também disponibilizar parte deste espaço para que, mediante locação, outros artistas realizem apresentações pontuais e vernissages ou para que profissionais de outras áreas organizem workshops e executem projetos de seu interesse, no andar.

Planta humanizada do quarto pavimento a título ilustrativo.


quinto PAVIMENTO startups e empresas criativas No quinto pavimento do Edifício Joel Augusto de Almeida se pretende reservar as oito salas comerciais preferencialmente para startups – organizações empreendedoras formadas para a busca de um modelo de negócios escalável e repetitivo – e para empresas criativas das mais diversas áreas que possam compartilhar trabalhos e projetos.

Planta humanizada do quinto pavimento a título ilustrativo.

A ideia é convidar estas organizações a também idealizarem e a instituírem soluções para vitalizar em seus mais diversos aspectos o centro de Belo Horizonte, contribuindo, pois, para a ressignificação do espaço. Descrição da obra: Reforma e modernização das salas comerciais do 5º pavimento, para utilização do espaço por startups e empresas criativas.


sexto PAVIMENTO airbnb

No sexto pavimento do Edifício Joel Augusto de Almeida se pretende transformar as oito salas comerciais em acomodações que poderão ser reservadas pela plataforma AIRBNB por aqueles que quiserem pernoitar no prédio, como turistas, ou parceiros dos projetos multidisciplinares desenvolvidos no referido espaço. A ideia é oferecer uma experiência diferente para aqueles que visitam Belo Horizonte, haja vista a opção de se hospedarem num lugar múltiplo e inovador, ao mesmo tempo em que lhes caberá vivenciar mais de perto a dinâmica do projeto como um todo.

Planta humanizada do segundo pavimento a título ilustrativo.


DÉCIMO TERCEIRO PAVIMENTO terraço No décimo terceiro pavimento do Edifício Joel Augusto de Almeida se idealiza um terraço ao ar livre, contornando quase a totalidade do prédio, o qual abrigará hortas coletivas, jardins comunitários e eventos culturais diurnos e noturnos, direcionados à convivência ampla e ao fomento de reflexões e debates acerca da necessidade de se ressignificar o centro de Belo Horizonte. A ideia é criar um espaço extremamente impactante que, primordialmente, forneça aos visitantes uma visão espacial diferenciada no que tange ao entorno do Edifício Joel Augusto de Almeida, e cuja estrutura de bar seja apta a atender ao público durante as variadas experiências inspiradoras ali propostas; as mesmas envolverão a reprodução de conteúdo áudio visual, realização de concertos e shows musicais, apresentação de peças teatrais, painéis e exposições, organização de palestras, pequenos encontros, mesas-redondas e até minicongressos sobre temas os mais interessantes e ou polêmicos da cultura como um todo.


ESPECTRO COLABORATIVO DO PROJETO responsabilidade da sociedade civil organizada Como já noticiado anteriormente, o presente projeto surge da latente vontade da família Almeida e da Ernesto de propiciar novo uso ao Edifício Joel Augusto de Almeida, de maneira a transmutá-lo num centro de fomento educacional e artístico destinado a concretizar a marcha da ressignificação emocional e estrutural da região central de Belo Horizonte. Assim e, dentro desta perspectiva, considera-se de extrema relevância para a concretização dos objetivos estabelecidos que a comunidade se sensibilize e se envolva com a proposta ora formatada, não apenas contribuindo financeira e diretamente para que os alvarás sejam obtidos e para que as reformas estruturais – hidráulica, elétrica e de troca dos elevadores - necessárias à ressignificação do prédio possam ser levadas a efeito, como também participando ativamente da conceituação e da realização de iniciativas multidisciplinares que tenham o condão de consolidar o espectro teórico que sustenta toda a sistemática de reativação.

O que se pretende, potencialmente, é que as empresas e as pessoas físicas que vierem a patrocinar e a viabilizar o projeto, bem como os artistas, educadores e empreendedores que ocuparem o Edifício Joel Augusto de Almeida, também se disponham, dentro da abrangência de suas expertises, a amplificar o alcance comunitário deste esforço conjunto, de maneira a fazê-lo reverberar como um válido mecanismo de se repensar o centro e como um protótipo passível de ser replicado em mais espaços obsoletos da nossa cidade, ou até mesmo de outras grandes cidades e capitais brasileiras. Defende-se, dessa maneira, que o Edifício Joel Augusto de Almeida, ao final de períodos pré-estabelecidos, apresente à comunidade os avanços conceituais de suas atividades por intermédio da contribuição colaborativa de todos os que lhe estiverem vinculados, direta ou indiretamente. Como se ele, organismo vivo, funcionasse com todos os seus órgãos e membros, cada uma das partes envolvidas exercendo a função destinada a mantê-lo saudavelmente ativo e, em constante ebulição – a reboque, evolução.


INVESTIMENTO NECESSÁRIO relações comerciais subvertidas

Estima-se que numa primeira fase de reativação voltada para a modernização dos sistemas hidráulicos, elétricos e de transporte vertical – elevadores - do Edifício Joel Augusto de Almeida e para obtenção de alvarás diversos junto à Prefeitura Municipal de Belo Horizonte e ao Corpo de Bombeiros, será necessária a captação de recursos da ordem de R$ 1.229.507,97 (um milhão e duzentos e vinte e nove mil e quinhentos e sete reais e noventa e sete centavos), sendo certo que existe a hipótese de se fragmentar referido aporte. E de maneira a também subverter a lógica de patrocínio e de doação atualmente vigente - através da qual a iniciativa privada somente se dispõe, na grande maioria dos casos, a disponibilizar recursos para finalidades nobres mediante contrapartidas tributárias (decorrentes de projetos aprovados com base em leis de incentivo

fiscal) e comerciais - almejam a Ernesto e a família Almeida que eventuais empresas e pessoas físicas que se interessarem pelo projeto, venham a contribuir direta, institucional e financeiramente para a sua execução, muito mais por enxergarem nele uma relevância social e cultural contributiva para a melhoria da cidade, do que propriamente como um mecanismo de divulgação ostensiva de marcas. Não se está aqui querendo dizer que descabe aos eventuais patrocinadores e doadores sopesarem os benefícios de atrelarem a sua marca à reativação do Edifício Joel Augusto de Almeida, até porque não há dúvida de que o sucesso desta empreitada aproveitará positivamente a todos os envolvidos, mas o que se espera é que a disponibilização tanto de serviços diretos, como do capital indispensável à consecução das obras estruturais básicas aconteça

pela crença na grandeza conceitual do projeto e pela percepção de que está mais do que na hora de a sociedade civil organizada tomar para si a responsabilidade pela transformação para melhor da cidade na qual atua, ao invés de aguardar que o inoperante Poder Público o faça em seu lugar.

caso, pela convicção de que também é ela responsável pelo processo de reativação da região central de Belo Horizonte, os resultados alcançados serão infinitamente mais abrangentes e importantes para o futuro, na medida em que criará uma nova sistemática de organização empreendedora.

Tem-se a consciência de que as relações estabelecidas no bojo do atual sistema econômico estão quase sempre revestidas pelo manto da mercantilização e que todo e qualquer emprego de montantes em dinheiro para o fomento de atividades educacionais e culturais mostra-se normalmente atrelado à obtenção de contrapartidas também financeiras: a Ernesto e a família Almeida entendem esta dinâmica e não a querem negar, porém, consideram que se a participação da iniciativa privada se der, precipuamente neste

Assim, a contrapartida mais importante a ser recebida pelos viabilizadores do projeto, além do esperado reconhecimento institucional, é a certeza de que estarão inaugurando uma nova dinâmica de participação pautada precipuamente no desejo primeiro de transformar Belo Horizonte num verdadeiro celeiro de bons projetos capazes de elevá-la ao nível das mais efervescentes e vanguardistas cidades do mundo.


PRESTAÇÃO DE CONTAS DOS RECURSOS CAPTADOS

Não há como se executar um projeto colaborativo como este à revelia dos participantes, dos viabilizadores e da própria sociedade, sendo esta a razão pela qual a Ernesto e a família Almeida se comprometem a prestar contas relativamente aos recursos financeiros doados por terceiros e que serão empregados na primeira fase de reativação destinada à modernização dos sistemas hidráulicos, elétricos e de transporte vertical - elevadores - do Edifício Joel Augusto de Almeida. Além disso, será criado um conselho fiscal composto por notáveis que, anualmente, emitirá pareceres acerca dos balanços contábeis do período, tudo de molde a dar credibilidade às atividades desenvolvidas no interior do Centro de Inspiração.

interesse de todos

SISTEMÁTICA DE OCUPAÇÃO E FILOSOFIA DE REINVESTIMENTO DAS RECEITAS Superada a fase de modernização do Edifício Joel Augusto de Almeida e ainda dentro da primeira fase de reativação, dar-se-á continuidade à ocupação compartilhada do segundo, terceiro, quarto, quinto e sexto pavimentos, bem como do terraço do 13º andar, mediante parcerias decorrentes da constituição de sociedades em conta de participação para fins específicos e contratos de locação a serem firmados com eventuais interessados, os quais ficarão responsáveis por promover as reformas arquitetônicas que entenderem pertinentes para o exercício de suas atividades no espaço que lhes for disponibilizado, respeitando-se, obviamente, os limites conceituais do projeto, os quais estarão elencados num estatuto próprio.

prosperidade no âmbito da produção artística e educacional

Dentro desta perspectiva, o que se pretende é que a exploração comercial do prédio gere receitas suficientes tanto para o fomento dos projetos educacionais e culturais que a Ernesto e a família Almeida consideram fundamentais para ajudar as pessoas a encontrar a melhor versão delas próprias e relevantes para a ressignificação do centro, como para a manutenção da estrutura operacional do Edifício José Augusto de Almeida, aí incluídas as despesas com funcionários, com o recolhimento de tributos e com a manutenção do prédio, propriamente dita. Assim, a gestão financeira a ser empregada perpassará obrigatoriamente pelo reinvestimento da integralidade das receitas obtidas a fim de não apenas se proceder às reformas indispensáveis ao desenvolvimento e à efetivação das atividades previstas, como também de se propagar, para além das portas do Edifício Joel Augusto de Almeida, o espectro conceitual do projeto.


OBJETIVO PRINCIPAL E DERRADEIRO: MELHORAR A CIDADE NA QUAL ESCOLHEMOS VIVER

construção coletiva de uma nova realidade

Acredita-se que a implementação de um Centro de Inspiração que tenha como escopo o desenvolvimento de atividades educacionais, criativas e artísticas, todas elas de caráter inclusivo, poderá incentivar sobremaneira o surgimento de novas iniciativas destinadas a resgatar o afeto dos cidadãos para com a região central da nossa cidade, em prol de melhor se relacionarem com ela. Na realidade, não é de hoje que pessoas estão se apropriando de espaços obsoletos e esquecidos com vista a reativá-los, mas certo é que, em se tratando de Belo Horizonte, poucas ainda são as iniciativas neste sentido, até porque, no mais das vezes, efetivam-se isoladamente e se restringem à participação de segmentos sociais específicos, não promovendo um impacto globalizante capaz de desencadear processos sucessivos de revitalização.

E são exatamente estes processos que se pretende viabilizar por meio deste projeto, o qual não tem como prosperar senão pela ótica da pluralidade, cujas bases exsurgem da crença indelével de que somente se poderá implementar uma plataforma de humanização verdadeiramente sólida no Edifício Joel Augusto de Almeida, caso se fomente uma atuação cooperativa e efetiva de artistas, arquitetos e urbanistas, designers e educadores; ainda, de demais profissionais que, ao proporem intervenções direcionadas e pertinentes ao entorno do prédio, haverão de colaborar de forma decisiva para a ressignificação do espaço urbano como um todo.



Imagine impregnar de arte a imensa solidão do espaço ocioso Amansar os compassos ligeiros e ininterruptos do tempo Clarear a escuridão infecunda do ostracismo E reativar o caminhar extraordinário e úbere da história estagnada. Imagine acionar o interruptor enferrujado da emoção que nos eleva Resgatar nos porões trancafiados das nossas almas a compaixão que nos une Extirpar a indiferença inexplicável que nos adoenta e nos desumaniza E escrever um novo futuro, ao mesmo tempo audacioso e gentil. Imagine abarrotar de novos passos o chão poeirento e escurecido Borrifar no ar o perfume aprazível da nobre descoberta Ouvir o som melodioso e constante da ocupação necessária E homenagear as tradições aloucadas do passado próximo Imagine transformar salas comerciais numa indizível aventura gastronômica Interagir com artistas enquanto percorrem os corredores mágicos da criação Revolver reminiscências familiares inquebrantáveis e poéticas E alterar definitivamente o curso das nossas trajetórias pueris. Imagine começar tudo isto a partir de agora num prelúdio musical metafórico Povoar de sonhos inimagináveis e estapafúrdios a infecunda atmosfera do vazio Celebrar a longevidade inspiradora de Henrique e a breve, porém marcante, passagem existencial de Joel E transformar as memórias de ambos numa mundana e palpável récita do céu.

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