Dave Mckean Titi Freak Alexandre Paz
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04 - tipografia e tipologia 06 - Dave Mckean 08 - Titi Freak 10 - Yulia Brodskaya 12 - Alexander Duret_Lutz 14 - Arte e Tecnologia 16 - Aleaxandre Paz 20 - Processos de Impressão
DIREÇÃO, COORDENAÇÃO E ARTE-FINAL: Alexandre Paz DIREÇÃO DE ARTE e REDAÇÃO: Alexandre Paz REVISÃO: Alexandre Paz e Rangel Salles ILUSTRAÇÃO DE CAPA: Dave Mckean PUBLICIDADE: revista@aleph.com DIREITOS DE REPRODUÇÃO: Esta revista pode ser copiada, impressa, publicada, postada, distribuída e divulgada livremente, desde que seja na íntegra, gratuitamente, sem qualquer alteração, edição, revisão ou cortes, juntamente com os créditos aos autores e co-autores. Os direitos de todas as imagens pertencem aos respectivos ilustradores de cada seção.
tipografia/ tipologia
A Tipografia é conhecida como a impressão dos TIPOS e está desaparecendo com o desenvolvimento do computador. Tipologia é o estudo da formação dos tipos, essa por sua vez cresce a cada dia. Mas no final, a nomenclatura utilizada é tipografia, assim como fonte virou tipo, atualmente. O termo tipo é o desenho de uma determinada família de letras como por exemplo: verdana, futura, arial, etc. As variações dessas letras (ligth, itálico e negrito, por exemplo) de uma determinada família são as fontes desenhadas para a elaboração de um conjunto completo de caracteres que consta do alfabeto em caixa alta e caixa baixa, números, símbolos e pontuação. Os tipos constituem a principal ferramenta de comunicação. As faces alternativas de tipos permitem que
você dê expressão ao documento, para transmitir instantaneamente atmosfera e imagem “Tipografia é transformar um espaço vazio, num espaço que não seja mais vazio. Isto é, se você tem uma determinada informação ou texto manuscrito e precisa dar-lhe um formato impresso com uma mensagem clara que possa ser lida sem problema, isso é tipografia.” – Wolfgang Weingart Bom design é aquele que utiliza bem as potencialidades da tipografia. Aliás, não é por acaso, que o conhecedor do design de qualidade, consegue ver pelos tipos de letra utilizados se, quem fez determinado projecto é ou não profissional. Na era da Revolução Digital, também não é de admirar, que a
tipografia seja uma área bastante complexa, recorrendo a tecnologias específicas e bastante avançadas, para obter o melhor resultado em ecrã, impressoras postscript, plotters, etc. Falar em tipografia digital é falar em criação de famílias de tipos (para serem utilizados nos computadores pessoais em diversas aplicações, por exemplo), mas também na criação de logotipos, letterings, títulos, enfim, todo um universo tipográfico que recorra ao design de tipos para fins específicos e por vezes únicos .
fonte: http://www.lsc.ufsc.br/~edla/design/design.html
dave mckean Dave McKean nascem em 1963, na cidade de Taplow , na Inglaterra. Seu interesse pelos quadrinhos, além de outras artes, veio por parte de seu pai, funcionário de uma empresa aérea que desenhava nas horas vagas e era um assíduo fã de jazz. Estudou na Berkshire College of Art and Design de 1982 a 1986. Foi nesse período que seu interesse pelos quadrinhos, e não só pela ilustração, começou a ser acentuado. Devido a trabalhos de José Muños e Bill Sienkiewicz , Mckean percebeu que era possível conjugar várias técnicas para se contar uma história. Esse interesse tomou mais força quando conheceu seu melhor parceiro profissional: o então promissor roteirista Neil Gaiman . Com o novo amigo, produziu a série Violent Cases , que lhe abriu as portas para uma carreira com quadrinhos, tanto dentro de seu país (na revista 2000 AD ) quanto internacionalmente (via DC Comics americana). Juntamente com Gaiman, McKean surpreenderia com sua arte inovadora nas capas da revista Sandman (todas as capas dos 75 números) além de muitos especiais e minisséries. Apesar de seu tipo de arte parecer ser mais adequado para ilustrações de capas (que, além de Sandman , abrilhantaram edições das revistas Hellblazer e The Dreaming ), provou que também era possível quadrinizá-las, como visto na fantástica minissérie Orquídea Negra. Sucesso esse que chegou ao máximo quando ilustrou todo o especial chamado Arkham Asylum , onde colocou um clima claustrofóbico em uma história que mostra o herói Batman adentrando o famoso hospício para criminosos insanos, em um roteiro escrito pelo escocês Grant Morrison . Como um artista multimídia fez trabalhos tão diversos quanto ilustrações e fotos para músicos como Alice Cooper e o grupo Rolling Stones (produzindo,
para ambos, tanto ilustrações para CD quanto quadros promocionais, respectivamente The Last Temptation of Alice e Voodoo Lounge ). Também são de
sua autoria várias capas de livros de autores tão renomados que vão desde Neil Gaiman a Stephen King . É colaborador, como ilustrador, da revista New Yorker .Como artista plástico, já teve seus trabalhos expostos nos Estados Unidos e na Europa , ganhando diversos prêmios no decorrer da carreira.
presas como a Kodak e para o lançamento da Sony Playstation. A parceria com Gaiman renderam ainda em 1994 o especial Mister Punch (para o selo Vertigo ) e em 1997, o livro infantil The Day I Swapped My Dad for Two Goldfish.
Começou a década de 90 publicando a graphic Signal To Noise , período em que começou a mostrar outras faces para seu talento. Como compositor/ músico produziu toda a parte musical da adaptação radiofônica da mesma Signal To Noise , junto com o saxofonista Iain Ballamy, para a BBCRadio . Já como escritor (não dispensando as ilustrações quadrinizadas) começou a produzir a minissérie Cages que, ao longo de 6 anos, somou mais de 500 páginas em seu estilo característico. E ainda teve tempo de ser raptado pelo mundo da publicidade, sendo o garoto de ouro de campanhas para em-
Seu talento ainda o fez adentrar no mundo do cinema . Foi designer do filme Alien Ressurrection e do primeiro Blade . Mas também teve a chance de produzir suas própria películas, tendo no currículo três curtas metragens: Whack! , The Week Before e n[eon] .
fonte: http://www.speculum.art.br/novo/?p=933
titi freak
Artista ficou conhecido como grafiteiro e já fez parte de grupo de pichação De São Paulo a Tóquio, passando por Londres e Nova York, a arte do brasileiro Titi Freak está espalhada por muros – e galerias – do globo terrestre. Dos quadrinhos ao grafite, os 13 anos da obra de Hamilton Yokota ganham agora uma compilação em livro. Com 200 páginas e tiragem limitada de mil exemplares, “Freak” foi viabilizado, entre outros, pela galeria paulistana Choque Cultural, que representa o artista. Nascido e criado no bairro da Liberdade, na capital paulista, Titi desenha desde criança. Algumas marcas registradas de seu trabalho, aliás, vêm do tempo em que brincava na rua com os cães, ou ficava olhando para a televisão tentando desenhar o Ultra-man ou o Ultra-seven, aos 10 anos “Os cachorros que eu pinto hoje são dedicados a esses amigos que eu fazia”, diz. Não raro as obras de Titi vêm acompanhadas da palavra “sempre”. “Ela representa não deixar nunca as minhas raízes e as coisas que eu amo”, explica. Se hoje ele é considerado um dos nomes mais instigantes da arte contemporânea, isso se deve, em grande parte, à Turma da Mônica. “Eu desenhava muito, e um dia minha mãe me falou para mandar uns desenhos para o Mauricio de Sousa”, conta. “Ele gostou e me convidou na semana seguinte a fazer uma visita e conhecer o estúdio. Acabei ficando por lá mesmo – entrei com 13 anos e saí
com 20. Praticamente cresci desenhando todo tipo de quadrinhos.” “No estúdio do Mauricio eu desenhava todos os personagens, mas um dos trabalhos mais importantes dessa fase foi a transformação da Tina. Ela deixou se ser uma hippie simples para virar uma garotona, toda formosa, entrando na faculdade… Eu e o Aluir Amâncio (outro desenhista) fomos os culpados por isso. E foi nesse meu primeiro emprego que me apelidaram de Titi, também um dos personagens do Mauricio. Ele já existia, mas quando eu virei o Titi, os roteiristas se baseavam na minha vida real,pediam para eu contar como tinha sido o dia na escola e criavam as historinhas.”
Grafite X Pichação Nos anos 90, Titi foi integrante da gangue Susto’S, que ganhou destaque na mídia recentemente devido a um ataque com spray feito por 40 pichadores (ou pixadores, como eles preferem) no prédio da Bienal, no Paque do Ibirapuera, em outubro do ano passado. Na ocasião, Caroline Pivetta da Mota, 24, foi presa e acusada de se associar a “milicianos” com fins de “destruir as dependências do prédio” e liberada 53 dias depois. “Para mim, pichação real é na rua, é underground, é de madrugada ou sem ninguém ver. Pichador não quer mostrar a cara, só o nome. O nome da família. Diferente do trabalho que a gente está fazendo; não tem nada a ver um picho com uma moldura em volta. Mas cada um é livre para fazer o que bem entender.” Ele diz que hoje sua relação com o Susto’S é mais de amizade do que “de rolês”. “Um dos fundadores me convidou para entrar na família e eu aceitei. Ele conhecia meu trabalho e a ideia era ter outras pessoas juntas – DJs, MCs, skatistas -, mas não me considero pichador. Sempre achei que a pichação e o grafite caminhavam juntos, apesar de serem caminhos totalmente diferentes. Os dois são ilegais, são feitos com spray, latex e rolinho, correm o mesmo risco, ou corriam. Hoje o grafite já está bem diferente, há mais liberdade para pintar na rua.” Se por um lado os grafiteiros já podem se dar ao luxo de pintar um muro em plena luz do dia, eles também estão sendo vistos com outros olhos, dentro das galerias de arte. “Galerias como a Choque Cultural, outras que estão surgindo e muitas que já existiam lá fora mostram o que há de novo e contemporâneo, urbano; o que esses artistas da nova geração estão fazendo. O público se identifica com isso”, opina. “O grafite está sempre em processo de mudança,
está ficando cada vez mais sério. Não sei se isso é bom. Mas, às vezes, sair para pintar sem compromisso e fazer outras coisas na rua me deixa mais próximo do sentimento real do grafite.” Por Ligia Nogueira do G1
fonte: http://g1.globo.com/Noticias/ PopArte/0,,MUL1061268-7084,00-TITI+FREAK+QUE+INS PIROU+PERSONAGEM+DA+TURMA+DA+MONICA+LANCA+ LIVRO.html
yulia brodskaya papergraphic ou design com papel Na era do software de desenho e de edição de imagem por vezes surgem propostas que remam contra a maré e trazem uma lufada de ar fresco. Os trabalhos em papel de Yulia Brodskaya são exclusivamente manuais, assumidamente retro mas indiscutivelmente belos.
O seu nome deixa adivinhar: Yulia Brodskaya é russa. Nascida em Moscovo e radicada em Londres desde 2006, começou a ganhar reputação internacional com os seus trabalhos feitos em papel com uma técnica a que chamou PaperGraphic e que consiste em conceber ilustrações em que as linhas e formas são feitas de papel. E se à primeira vista esta técnica nos parece limitada, a criatividade, a variedade de efeitos e as combinações que consegue obter logo afastam essa ideia. Que o digam clientes como The Guardian, New York Times Magazine, Wired, Nokia, Starbucks, etc. para quem Yulia Brodskaya já realizou diversos trabalhos de design gráfico. Quando parece já não haver lugar para todo o design que não seja feito com meios digitais, surgem estas ilustrações surpreendentes, belas e originais, que trazem uma lufada de ar fresco ao mundo do design gráfico. Há um certo ar retro e psicadélico em todas as composições, a lembrar ilustrações dos anos 60 e 70’. Os trabalhos de Yulia Brodskaya são realizados de forma artesanal, com muita minúcia, combinando não apenas papeis mas toda a espécie de materiais bidimensionais que se possam cortar com uma lâmina ou tesoura, nomeadamente tecido e fibras têxteis. Com o regresso do artesanato à publicidade, regressou também a poesia.
fonte:http://obviousmag.org/archives/2009/10/yulia_ brodskaya_design_papel.html
alexandre duret-Lutz
Era uma vez um pequeno príncipe que habitava um planeta pouco maior que ele... O trecho d’O Pequeno Príncipe, logo vem a lembrança quando conhecemos as fotografias do parisiense Alexandre Duret-Lutz
Alexandre Duret-Lutz não é nenhum experimentado fotógrafo, fascinou-se pela arte em 2006 quando descobriu o que podia fazer usando uma Cybershot DSC-T5, câmera conhecida pelo bom desempenho num pequeno pacote. Logo interessou-se pela técnica chamada fotografia panorâmica esférica que lhe permite transformar as imagens de ruas, praças e praias em pequenos planetas perdidos num céu azul. Para construir seus planetas, Alexander Duret-Lutz não utiliza um maquinário fotográfico complexo, nem poderosas ferramentas de edição de imagens, mas
engana-se quem pensa ser um trabalho simples. Para criar os panoramas, que serão mais tarde convertidos em esferas, escolhe um ponto inicial e tira fotos do horizonte em todas as direções – somam-se imagens do chão e do céu. Depois, é hora de montar as fotografias lado-a-lado, ajustando os desníveis e diferenças de cores que elas apresentem através de alguns softwares de edição próprios para a tarefa. Por último, transforma o horizonte usando o Gimp em associação com outros programas, é nesse momento que junta os dois extremos do panorama numa curvatura de 360º e lhe confere as formas tão interessantes.
fonte:http://obviousmag.org/archives/2008/08/mini_ planetas_os_mundos_de_alexander_duretlutz.html
arte e tecnologia “Nossas belas-artes foram instituídas e seus tipos e usos fixados, num tempo bem distinto do nosso, por homens cujo poder de ação sobre as coisas era insignificante comparado ao que possuímos. Mas o espantoso crescimento de nossos instrumentos, e a flexibilidade e precisão que eles atingiram, as idéias e os hábitos que introduziram nos asseguram modificações próximas e muito profundas na antiga indústria do belo. Há em todas as artes uma parte física, que não mais pode ser vista e tratada como o era antes, que não mais pode ser subtraída à intervenção do conhecimento e do poderio modernos. Nem a matéria, nem o espaço, nem o tempo são, há cerca de vinte anos, o que sempre haviam sido. É de se esperar que tão grandes novidades transformem toda a técnica das artes, agindo assim sobre a própria invenção e chegando mesmo, talvez, a maravilhosamente alterar a própria noção de arte.”
citado acima. Chega a ser espantoso que tenha sido escrito há 63 anos, mais precisamente em 1934, pelo poeta Paul Valéry, em seu livro La conquête de lubiquité. O trecho é mais conhecido no Brasil por ter sido escolhido como citação de abertura do ensaio A Obra de Arte na Época de sua Reprodução Técnica, publicado em 1936 por Walter Benjamin.
Contemporaneidade, premonição, clareza. Poucas passagens problematizariam tão bem as relações da arte com a tecnologia da Internet como o trecho
A Obra de Arte na Época de sua Reprodução Técnica propõe uma mudança nos conceitos da estética clássica, acreditando que a possibilidade de repro-
Reprodutibilidade, multiplicação, sincronicidade. É quase desnecessário ressaltar a importância do texto de Benjamin, um dos marcos na reflexão crítica sobre a produção cultural do século XX. Ainda que o ensaio de Benjamin tenha no horizonte apenas os meios de reprodução existentes em sua época pré-midiática, é no mínimo esclarecedor pensar a possibilidade de uma arte criada na Internet e para a Internet dentro dos marcos originais lançados por seu ensaio.
dução quase infinita das imagens altera o cerne da experiência artística. A reprodutibilidade enterraria de vez conceitos como a aura, o valor cultural e a autenticidade. Benjamin apontava essa mudança como positiva, por desmascarar a ideologia elitista da estética ocidental. Para ele, a arte não deveria ser pensada em oposição à indústria cultural, mas dentro dela. E as tecnologias seriam instrumentos para desmistificar teorias supostamente universais do belo, mostrando que, na verdade, elas não passavam de visões de classe sobre códigos socialmente compartilhados de comunicação. É dentro desse universo estético e teórico que imaginamos uma mostra de web art para o evento Arte e Tecnologia. Uma mostra que pretende se constituir num site dinâmico e permanentemente atualizado, um lugar na rede que abrigue de maneira viva os questionamentos sobre a obra de arte na época de sua ubiqüidade. Agora não se trata mais de produzir uma arte sobre suportes como a tela ou o filme fotográfico, para depois proceder à sua reprodução. Se houver uma arte na Internet, ela será infinitamente reproduzível. No momento mesmo em que conclui seu trabalho, o artista já pode ser visto e copiado por milhões de pessoas no planeta (e até fora dele: a rede também é acessada pelos ocupantes de estações espaciais). Se Benjamin viu na fotografia e no cinema o início da derrocada da aura e da autenticidade, não seria na Internet que elas desapareceriam de vez? Essas foram as questões que orientaram nossa lista de convidados brasileiros para a mostra. E se dizemos aqui “convidados” em vez de “artistas”, é porque o próprio conceito de artista deve ser recolocado na Internet. Seria possível pensar na figura de um web artista? Ou ele seria uma mistura de técnico, intelectual e artesão, como no Renascimento italiano? Quais as aptidões necessárias para criar arte na rede? Para tentar responder a essas perguntas, convidamos profissionais brasileiros das áreas de artes plásticas, design gráfico, vídeo e webmasters a mostrar trabalhos artísticos desenvolvidos especialmente para a Internet. Esses trabalhos podem ser vistos no site que montamos especialmente para a mostra. Paralelamente, relacionamos vários endereços de trabalhos estrangeiros na World Wide Web, para que qualquer pessoa possa navegar até eles e
comparar o estágio atual da web art brasileira com a produção no exterior. Aura, valor cultural, autenticidade: de nosso ponto de vista, pouco importa “onde” estão os trabalhos -se no Brasil ou nos EUA, se nos servidores do Itaú Cultural ou em outro computador qualquer. É nessa conjuntura que as questões da reprodutibilidade e da propriedade intelectual se colocam de maneira mais aguda. Entretanto, a simples mostra não fecharia o ciclo de nossos questionamentos. Ainda seria necessária uma nova reflexão crítica, não sobre uma suposta “qualidade” dos trabalhos apresentados, mas acerca da especificidade da World Wide Web como meio de expressão artística. Para tanto, chamamos críticos, jornalistas e intelectuais ligados ao mesmo tempo ao mundo da cultura e da Internet para, após a abertura de nossa mostra, escreverem ensaios que questionem a possibilidade de uma arte feita na e para a Internet, em face dos trabalhos apresentados e/ou “linkados”. Além disso, também planejamos recolher e colocar em nosso site reportagens publicadas na mídia após a abertura do evento. A idéia é reunir todos esses textos para montar uma rota de navegação através dos trabalhos de nossos convidados. O objetivo final é construir uma grande reflexão multimídia sobre a web art. O fruto desse processo, disponibilizado na Internet, virá (i)materializar outra premonição de Valéry em La conquête de lubiquité: “Assim como a água, o gás e a corrente elétrica vêm de longe às nossas casas satisfazer nossas necessidades, por meio de um esforço quase nulo, assim também seremos alimentados por imagens visuais e auditivas, nascendo e evanescendo ao mínimo gesto, quase a um sinal.” Ricardo Anderáos
fonte: http://www.itaucultural.org.br/arte_tecnologia/web_ art.htm
alexandre paz Ilustrador mineiro fala um pouco sobre seu trabalho, formação e principais influências
Sempre tive o desenho como uma atividade constante na minha vida. Quando criança era parte das minhas brincadeiras, já na adolescência usava como artifício pra vencer minha timidez e me aproximar das pessoas e agora é minha profissão. Enquanto as outras crianças pediam brinquedos ou guloseimas, eu pedia ao meu pai revistas em quadrinhos e materiais de desenho. Lembro-me de passar as tardes deitado em minha cama desenhando os personagens que eu mesmo havia criado e suas respectivas aventuras. Logo aos 10, 11 anos me lembro de manifestar o interesse em levar mais a sério a atividade do desenho, mas como eu morava no subúrbio e as escolas ficavam no centro de Belo Horizonte, só pude fazer mesmo um curso à distancia. Quando adolescente era totalmente fascinado pelo estilo de desenho dos ilustradores da Marvel, como Jim Lee,Mark Silvestri,Roger Cruz, entre outros.
Ainda hoje fico impressionado com a qualidade de desenho de ilustradores que trabalham com quadrinhos mais comerciais. Esses ilustradores tem um conhecimento de anatomia, perspectiva e tratamento de luz e sombra invejável. Mas, foi quando eu conheci os trabalhos de ilustradores como Moebius, Dave Mckean e Kent Willians que realmente descobri o tipo de característica estética que eu queria conferir aos meus trabalhos. Essa “descoberta” se deu mais ou menos nos idos de 1998, que foi quando eu decidi prestar vestibular pra Escola de Belas Artes da UFMG. E, durante o período que lá estudei, o contato com a obra de aritstas como Egon Schiele, Francis Bacon, Lucian Freud, entre muitos outros ampliaram bastante meus horizontes nesse processo de “construção” de imagens. Eu considero o meu trabalho bastante residual e denso. Gosto de deixar trasparecer na imagem “acabada” uma espécie de registro do meu processo de criação. Mesmo quando utilizo meios digitais pra
finalizar uma imagem, ou mesmo quando desenho diretamente no software, não o faço sem muito antes “rabiscar”. Aliás, os sketchbooks dizem muito sobre a personalidade dos artistas. É no momento que começamos a “esboçar”de maneira despretenciosa as imagens que intentamos criar, que na maioria das vezes surgem coisas muito interessantes do ponto de vista criativo.
Acho difícil de escolher uma técnica preferida Adoro aquarela ou aguada de nanquim, mas gosto mesmo de meios que propiciam um registro mais imediato, mais direto. Lápis ou caneta nanquim sobre papel são perfeitas pra se conseguir esse registro direto. Se eu pudesse, só publicaria imagens criadas a partir desse processo.
gravura conceito, história e técnicas O termo “gravura” é muito conhecido pela maioria das pessoas, no entanto, as várias modalidades que constituem esse gênero, costumam confundir-se entre si, ou com outras formas de reprodução gráfica de imagens. Isto faz da gravura uma velha conhecida, da qual pouco sabemos de fato.
original assinada. O fato de haver cópias da mesma imagem, nada tem a ver com a questão de sua originalidade. Ao contrário disso, a arte da gravura está justamente na perícia da reprodução da imagem, na fidelidade entre as cópias, este é um dos fatores que distinguem o artista “gravador”.
De um modo geral, chama-se “gravura” o múltiplo de uma Obra de Arte, reproduzida a partir de uma matriz. Mas trata-se aqui de um reprodução “numerada e assinada uma a uma”, compondo desta forma uma edição restrita, diferente do “poster”, que é um produto de processos gráficos automáticos, e reproduzido em larga escala sem a intervenção do artista.
Quando falamos de gravura, temos em mente um processo inteiramente artesanal. Desde a confecção da matriz, até o resultado final da imagem impressa no papel, a mão do artista está em contato com a Obra.
Um carimbo pode ser a matriz de uma gravura, a grosso modo. Mas quando esse “carimbo” é fruto da elaboração e manipulação minuciosa de um artista, temos um “original” - uma matriz - de onde surgirão as imagens que levarão um título, uma assinatura, a data e a numeração que a identificam dentro da produção desse artista: torna-se uma Obra de Arte. Cada imagem reproduzida desta forma, é única em si, independentemente de suas cópias, consequentemente, cada gravura “é única”, é uma Obra
Depois de impressa, cada gravura recebe a avaliação particular do artista, que corrige os efeitos visuais ou os tons e cores, ou ainda, acrescenta ou elimina elementos que reforcem o caráter que quer dar à imagem. Quando a imagem chega ao “ponto”, define-se a quantidade de cópias para a edição. As gravuras editadas são assinadas, numeradas e datadas pelo próprio artista. Em geral a numeração aparece no canto inferior esquerdo da gravura - 1/ 100, ou 32/ 50 por exemplo - isto indica o número do exemplar (1 ou 32), e quantas cópias foram produzidas daquela imagem (100 ou 50). O número de cópias varia muito, e depende de fatores imprevisíveis, que vão desde a possibilidade técnica que cada modalidade permite, ou também da demanda “comercial”, ou do desejo do artista apenas. Grandes edições não chegam a 300 cópias, mas em geral o número é muito menor, ficando por volta de 100. Gravuras em Metal costumam ser as de menor tiragem, devido ao desgaste da matriz, que não costuma agüentar muito mais de 50 cópias. Outras indicações também são usadas em gravuras: PI (prova do impressor), BPI (boa para impressão, quando chega-se ao resultado desejado para todas
as cópias), PE (prova de estado, que indica uma etapa da imagem antes de sua configuração final), PCOR ( prova de cor, correspondendo à investigação de combinações de cores e tons), e também PA (prova do artista, que representa um percentual que o artista separa para seu acervo, em geral 10% da edição) Além do trabalho do artista, há também a preciosa atuação do “impressor”, uma figura que está atrás do pano, por assim dizer, alguém que não cria a imagem, tampouco assina a Obra, mas faz com que ela “apareça” aos olhos do artista, literalmente. O impressor é quem domina os segredos do “processamento da matriz e da reprodução fiel das cópias”. Há artistas impressores também, mas no geral, a gravura é fruto de um trabalho coletivo. A gravura é um meio de expressão que sempre ocupou lugar de destaque na produção da maioria dos artistas, pois possui características sem equivalência em outras modalidades artísticas. Suas operações sofisticadas e a invenção dos métodos de imprimir, e das próprias prensas, fizeram do ofício do artista gravador um misto de gênio da criação, com engenheiro e alquimista. Não é difícil imaginar as dificuldades de produção de uma gravura em Metal, ou Litografia em épocas que eram iluminadas a fogo, num tempo em que a carroça e o cavalo eram os transportes mais
A gravura serviu de laboratório para grandes idéias e para veicular ideais com maior facilidade, criando interação entre camadas distintas da sociedade. A interação do artista com o impressor pode compararse a do maestro com o músico durante uma sinfonia. Cada um é mestre em seu ofício, e não há mérito maior para um ou para outro, senão o de “juntos” obterem a Obra de Arte. Existem vários tipos de gravura, ou, técnicas distintas de reproduzir uma Obra. As mais utilizadas pelos artistas são: a gravura em Metal, a Litografia, a Xilografia, o Linóleo e a Serigrafia.O fascinante universo da gravura é objeto de grande valor na história humana.
comuns nas grandes cidades, e que nada se sabia sobre plástico ou nem se imaginava a possibilidade de comprar uma lixadeira elétrica na loja de ferragens. A Arte da gravura exigia conhecimentos que iam muito além do seu próprio universo. E igualmente, sua penetração na sociedade nada tinha de comum com o que hoje observamos, daí seu alto valor como técnica e conhecimento dentro das atividades humanas num mundo pré-industrial.
fonte:http://www.casadacultura.org/arte/Artigos_o_que_e_ arte_definicoes/gr01/gravura_conceito_hist.html