informe especial 30 de agosto de 2008
Beto Magalhães/EM/D.A Press/05/05/2006
Euler Junior/EM/D.A Press 25/10/2007
Beto Novaes/EM/D.A Press/6/3/2007
Estado não mede esforços para atrair investimentos e melhorar o ambiente econômico para micro, pequenos, médios e grandes empreendedores, proporcionando aumento nos níveis de emprego, renda e qualidade de vida da população
Negócio de Minas O Governo de Minas, por meio de seu Sistema 0peracional de Desenvolvimento Econômico, tem feito importantes avanços na adoção de estratégias para atrair novos investimentos, consolidar e ampliar empreendimentos já instalados no estado e atingir graus cada vez mais altos de excelência no que tange a indicadores econômicos, sociais e ambientais. Aliás, o equilíbrio, que pode ser traduzido na busca constante pela sustentabilidade
dos negócios, é uma das principais marcas das ações do estado. Em sintonia com a iniciativa privada e com outros setores do poder público, o governo estadual não mede esforços para viabilizar o desenvolvimento, estimulando novas tecnologias e iniciativas de responsabilidade socioambiental, criando empregos, gerando renda e, em última instância, melhorando a qualidade de vida e as perspectivas da população.
Com isso, proporciona um ambiente ideal para que, ao falar de boas oportunidades, as pessoas as descrevam como "um negócio de Minas". Este informe especial relata algumas das ações nesse sentido, destacando o desempenho de dois dos principais articuladores do crescimento do estado: a Secretaria deEstado de Desenvolvimento Econômico (Sede) e o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG).
{ editorial }
As recentes mudanças econômicas verificadas em Minas Gerais, sobretudo a partir de 2003, quando o governo estadual aplicou o choque de gestão – conjunto de medidas de impacto que envolveu a redução do déficit orçamentário, a reorganização e a modernização do Estado –, criaram um promissor ambiente de negócios. O aparato institucional incumbido de atrair investimentos e garantir empregos e renda aos mineiros, composto, entre outros órgãos, pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede-MG) e pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), precisou também se reestruturar para fazer frente aos novos tempos. Passados cinco anos da adoção de medidas que provocaram uma verdadeira revolução econômica em Minas, é possível colher frutos significativos dessa remodelagem. Na primeira parte deste caderno, intitulada Estratégias para crescer, o leitor encontra um balanço de grandes benefícios obtidos por todos os agentes econômicos do estado a partir da ação do governo mineiro, especialmente por meio de políticas capitaneadas pela Sede-MG. Ganham destaque as estratégias para desburocratizar e facilitar a criação e as operações contábeis de todos os tipos de empresas; o inovador estabelecimento de parcerias público privadas (PPPs) em setores como o rodoviário, no qual os resultados já são motivo de comemoração; a busca de soluções para melhorar a infra-estrutura do estado, com ações determinantes nas áreas de energia elétrica e a gás e comunicação; e o apoio sólido ao cooperativismo, braço forte do crescimento econômico mineiro e responsável pela movimentação de R$ 13,3 bilhões por ano. Fomento Na segunda parte, nomeada Estímulo sustentável, é a vez de ressaltar as ações do BDMG como um dos principais fomentadores da atividade econômica no estado. O banco vem ampliando de maneira crescente seu apoio a micro, pequenos e médios empresários, com recursos liberados por meio de programas como o Geraminas e o Credpop, que conta agora com o apoio das cooperativas de crédito espalhadas pelo estado para a pulverização dos recursos. Também busca facilitar cada vez mais o acesso aos financiamentos, com a modernização e simplificação do atendimento e o uso da internet, e lança novos produtos para atender todo tipo de empreendedor (Giro Fácil, Fixo Fácil e Leaseback). Enquanto isso, segue dando suporte a grandes organizações e grupos empresariais, imprescindíveis à economia mineira, e se lança a novos desafios, como o de estruturar a abertura de capital de empresas do estado na bolsa de valores. Todo esse esforço se espelha no vigoroso processo de mudança da gestão pública em Minas, iniciado pelo governo estadual com o choque de gestão, há cinco anos. Além de incrementar as ações típicas de um banco de desenvolvimento, o BDMG tem adotado, com igual vigor, os princípios da governança corporativa, com ênfase na reestruturação e no aprimoramento de processos, contribuindo de maneira decisiva para o crescimento econômico sustentável do estado.
Euler Junior/EM/D.A Press/ 25/10/2007 Washington Alves/Usiparts/Divulgacao
Revolução econômica
30/08/2008
Marcos Michelin/EM/D.A Press
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informe especial
informe especial 30/08/2008
{ E STRATÉG IAS PARA CRES CER }
■ Em nenhum estado do país é tão descomplicado abrir uma empresa como em Minas Gerais
Fácil e rápido MarcosMichelin/EM/D.A Press
Um dos maiores obstáculos aos negócios no país é a burocracia que o empresário é obrigado a enfrentar para iniciar um novo empreendimento. O tempo médio para abrir uma empresa no Brasil é de 152 dias, de acordo com dados do Departamento Nacional de Registro do Comércio (DNRC), autarquia do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Em Minas, no entanto, segundo o mesmo DNRC, a média é de apenas 19 dias, a menor do país. O responsável por tamanho avanço é o Minas Fácil, iniciativa que faz parte do Programa Estruturador Descomplicar, da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag). Lançado em setembro de 2005, com o apoio do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) na formatação do projeto, o Minas Fácil é um serviço do governo estadual que permite ao empreendedor abrir sua empresa em, no máximo, oito dias após a entrega da documentação. Se a empresa for individual e a abertura depender apenas da Junta Comercial do Estado de Minas Gerais (Jucemg), o prazo cai para um dia. Os 19 dias de média para a criação de um novo empreendimento no estado inclui outras modalidades de abertura de empresas, que não passam pelo Minas Fácil. Para o presidente da Associação Comercial de Minas (ACMinas), Charles Lotfi, o programa tem efeitos no desenvolvimento econômico. "O Minas Fácil não é só uma ferramenta eficaz para a simplificação do pro-
cesso de abertura de novas empresas. Na verdade, ao reduzir a burocracia e seus custos, ele estimula o empreendedorismo, ampliando o universo empresarial do estado", afirma Lotfi. Para facilitar ainda mais a abertura e alterações de empresas, a Jucemg expediu este ano uma resolução que dispensa o reconhecimento de firma em cartórios. Atualmente, o Minas Fácil tem 24 unidades no interior e uma em Belo Horizonte, na sede da Junta Comercial. De janeiro a julho de 2008, 6.517 consultas preliminares foram realizadas no site www.minasfacil.mg.gov.br e 1.033 empresas foram abertas diretamente pelo programa. As outras constituições de empresas são feitas na sede da Jucemg e nos postos do Psiu/Uai espalhados pelo Estado. Novas unidades do Minas Fácil estão previstas para este ano. Serviço do governo mineiro permite que empreendedor formalize o negócio em, no máximo, oito dias
Para o presidente da ACMinas, Charles Lotfi, programa não apenas desburocratiza, como estimula economia
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contabilidade digital ● Em Minas, é mais fácil e rápido abrir uma empresa e, também, manter sua contabilidade em dia. O estado foi o primeiro no país a implantar o Sistema Público de Escrituração Digital Contábil (Sped Contábil), disponível desde o fim de junho. Na prática, significa transformar todos aqueles livros de contabilidade de uma empresa em arquivos digitais, o que agiliza o acompanhamento das contas pelo empresário e a autenticação pela Junta Comercial do estado. O projeto pioneiro começou a ser desenvolvido em Minas Gerais há três anos, em um trabalho que envolveu a Receita Federal, a Jucemg e as empresas de processamento de dados federal e estadual (Serpro e Prodemge). O Sped Contábil também integra o Programa Estruturador Descomplicar. O primeiro livro autenticado foi da Usiminas. O programa está sendo implantado, inicialmente, em grandes empresas, para depois ser estendido às demais. O primeiro documento digital da Usiminas equivale a 172 livros contábeis, com 500 páginas cada um. O Sped Contábil é um dos três pilares do Sistema Público de Escrituração Digital, que vai informatizar e interligar a arrecadação de tributos no país. Os outros sistemas são a Nota Fiscal Eletrônica e o Sped Fiscal. JorgeGontijo/EM/D.A Press/16/05/2007
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{ ESTRATÉG IAS PARA CRES CER }
informe especial 30/08/2008
Bom negócio para todos Completou um ano, em maio de 2008, o primeiro contrato de parceria públicoprivada (PPP) já em andamento no setor rodoviário do Brasil. Ele prevê a recuperação dos 372 quilômetros da rodovia MG-050, que liga Belo Horizonte ao estado de São Paulo. Nesse período, os buracos, trechos estreitos e o perigo deram lugar a uma estrada bem conservada, sinalizada e mais segura. A concessionária Nascentes das Gerais, parceira do Governo de Minas no empreendimento, recuperou, em um ano, 109 quilômetros de pavimento, pontes e viadutos, eliminou buracos, construiu terceira pista em pontos críticos, pintou faixas e instalou defensas metálicas e 5 mil placas de sinalização. As melhorias representam a geração de 650 empregos
diretos e 1.250 indiretos. Desde junho, funcionam na rodovia serviços de inspeção e segurança, que colocam à diposição do usuário sistema de guincho, socorro de emergência em caso de aci-
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Minas Gerais capitaneou esse movimento. Outros estados se animaram e começaram a estudar seus modelos e a lançar seus projetos
● Ariovaldo Pires Júnior, especialista em PPPs
dentes e seis postos de informações, com espaço para estacionamento, banheiros e fraldário. "Com o funcionamento dos pontos de atendimento ao usuário, o motorista tem mais tranqüilidade para viajar pelo Sudoeste mineiro", diz José Roberto Ometto, diretor-executivo da Nascentes das Gerais. Um telefone que recebe ligações gratuitas, inclusive de celulares, completa a oferta de serviços ao motorista. Também em junho, foi implantado o pedágio em seis praças ao longo da MG-050. Por causa do aporte mensal do estado, previsto no contrato de PPP, a tarifa por quilômetro rodado é de R$ 0,05, uma das mais baixas do país, levando em consideração as pistas simples. A título de comparação, no Rio Grande do Sul a tarifa por quilômetro
eduardo melgaço-18/02/2005
■ Primeira PPP do país para estradas mostra eficácia de parcerias
fica entre R$ 0,05 e R$ 0,12. No Paraná, o valor é de R$ 0,08. No Rio de Janeiro, de R$ 0,09. A área de influência do complexo MG-050, que inclui trechos das rodovias federais BR-265 e BR-491, abrange 50 municípios e uma população de 1,3 milhão de pessoas. Na região, que detém 7,7% do Produto Interno Bruto (PIB) de Minas Gerais, estão cidades como Itaúna, Divinópolis, Formiga, Piumhi, Passos e São
Obras na MG-050 incluíram construção e recuperação de trevos, pontes, viadutos e implantação de nova sinalização, entre inúmeros outros benefícios
Sebastião do Paraíso. O contrato da primeira PPP do setor rodoviário brasileiro tem duração de 25 anos, até 2032. No total, ele prevê investimentos de R$ 712 milhões.
Modelo inovador Lançado pelo Governo de Minas em dezembro de 2003, o programa de parcerias público-privadas (PPP) introduziu no país um novo modelo de contratação de serviços públicos junto ao setor privado, com base em experiências de sucesso verificadas em países como Portugal e Inglaterra. Por esse modelo, o estado remunera empresas para que assumam a prestação de serviços públicos a longo prazo. Em contrapartida, o parceiro privado deve cuidar da administração e da manutenção do obje-
to do contrato, que pode ser uma estrada, um presídio ou até mesmo a gestão de um serviço público. O objetivo é agilizar e melhorar a qualidade da contratação de serviços e da execução de obras. Além da recuperação da MG-050, estão em andamento, via PPP, os projetos para instalação de unidades penitenciárias no estado, num total de 3 mil vagas, a concessão de 7 mil quilômetros de estradas. Para o advogado paulista Ariovaldo Pires Júnior, especialista em direito administrativo e
um dos grandes entendidos em PPPs no Brasil, o papel de Minas no processo de adoção dessas iniciativas foi fundamental para o país. "Minas Gerais capitaneou esse movimento. Outros estados se animaram e começaram a estudar seus modelos e a lançar seus projetos. É o caso de São Paulo, Pernambuco, Santa Catarina, Distrito Federal e Goiás", diz.
Fundo
Para dar sustentação financeira ao programa, o Governo de Minas instituiu o
Fundo de Parcerias Público-Privadas do Estado de Minas Gerais (Fundo PPP). É ele que emite pareceres sobre a viabilidade e a oportunidade dos contratos, além de representar uma garantia do estado para o parceiro privado. O Fundo PPP é gerido pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico e tem como validador e estruturador econômico e financeiro das modelagens, o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG).
{ E STRATÉG IAS PARA CRES CER }
informe especial 30/08/2008
■ Minas Comunica levou telefonia móvel a 412 municípios, onde vivem 2,5 milhões de pessoas
Liga pra mim? Fotos: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press
O telefone celular é parte do cotidiano da maioria das pessoas nas cidades brasileiras. Mesmo assim, até o início de 2007 quase metade dos 853 municípios de Minas Gerais não tinha acesso a essa tecnologia de comunicação. Hoje, 100% desses municípios contam com a cobertura de celular. O responsável por mudança tão significativa em tão pouco tempo é o programa Minas Comunica, iniciado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede) em abril do ano passado. No último dia 6 de agosto, o governo mineiro anunciou a conclusão do programa, dois meses antes do previsto. Em pouco mais de um ano, o Minas Comunica levou o sinal de telefonia móvel a todas as 412 cidades, colocando o serviço à disposição de 2,5 milhões de pessoas. Em um dos municípios contemplados, Catas Altas da Noruega, na região Central do estado, só era possível falar ao celular se o usuário estivesse nos pontos altos. Agora, o sinal cobre toda a área da cidade, o que facilitou até os serviços da prefeitura. Três operadoras –Vivo, Oi e Claro – foram parceiras do governo do estado no programa. Além de destacar-se pelo alcance social, o Minas Comunica representa um modelo inovador de relação entre o poder público e a iniciativa privada. O investimento total foi de R$ 282 milhões. O governo do estado fez um aporte de R$ 163,5 milhões a título de fomento às operadoras, que deram contrapartida de R$ 118,5 milhões em
Programa de expansão, em parceria com operadoras, fez com que milhões de pessoas tivessem acesso à telefonia celular
14 anos para quitar o financiamento, por meio da emissão de debêntures não conversíveis, em prestações reajustadas pelo IPCA, mais juros anuais de 0,5%.
Salto
recursos próprios. As três empresas foram selecionadas em licitação para levar a cobertura de celular aos municípios beneficiados no programa, distribuídos em três lotes. As operadoras tiveram acesso a financiamento do Fundo de Universalização do Acesso a Serviços de Telecomunicação em Minas Gerais (Fundomic), criado para dar suporte financeiro ao Minas Comuni-
ca, com recursos do Tesouro Estadual e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Inicialmente, o governo destinou R$ 180 milhões ao Fundomic, mas o modelo adotado na licitação permitiu economia de R$ 16,5 milhões, ao estabelecer que seriam vencedoras as propostas que demandassem menor quantidade de recursos do fundo. As operadoras têm prazo de
Desde a implantação do Minas Comunica, o uso da telefonia celular no estado deu um salto. Na época do lançamento do programa, a penetração do serviço era de 57,5%, ou seja, havia 57 celulares para cada grupo de 100 habitantes. Em maio de 2008, o índice avançou para 72,5%, acima da média nacional, que é de 65,09%. Nesse período, Minas ultrapassou o Rio de Janeiro em número de acessos de telefone celular e agora ocupa o segundo lugar na região Sudeste. Foram 14,4 milhões de acesso em maio de 2008, contra 13,5 milhões no Rio. Os dados são da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Presidente da Claro, João Cox propôs que, de tão eficiente, modelo mineiro fosse adotado em outros estados
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Solução exportável ● O modelo utilizado pelo governo do estado na implantação do Minas Comunica pode tornar-se inspiração para iniciativas semelhantes em outros estados e até fora do país. Ainda em abril de 2007, por ocasião do lançamento do programa, a direção do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) anunciou em Washington (EUA) a intenção de patrocinar projetos semelhantes em outros países nos quais a instituição atua. O programa foi elogiado também pelo presidente da Claro, João Cox. Durante o lançamento da operação da empresa na região Norte do país, Cox propôs ao governo do Pará a criação de uma parceria para universalização da telefonia móvel no estado, nos mesmos moldes adotados no Minas Comunica. Seria uma forma de atingir, antes do prazo, a meta definida pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que é levar telefonia móvel a todos os municípios brasileiros até 2010. De acordo com a diretora da Claro em Minas Gerais, Cristiana Kumaira, a procura pelo serviço, nas cidades beneficiadas pelo programa, superou as expectativas da empresa. "O Minas Comunica, programa pioneiro do governo do estado, comprovou a enorme demanda que a população dos municípios mais distantes tinha pelo acesso à telefonia móvel", diz ela.
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{ ESTRATÉG IAS PARA CRES CER }
informe especial 30/08/2008
■ Estado amplia fornecimento de eletricidade e gás natural em regiões carentes apesar do grande potencial econômico
Reforço na energia Beto Novaes/EM/D.A Press/10/07/2004
NOVOS GASODUTOS ● Em outra vertente, a Gasmig amplia o fornecimento de gás natural no estado, com a construção de gasodutos no Vale do Aço, no Sul de Minas e no Triângulo Mineiro. Os investimentos atendem demandas antigas das indústrias dessas regiões, que contarão com os benefícios de uma matriz energética diversificada. A construção dos gasodutos é resultado de acordo assinado em 2004, por meio do qual a Cemig vendeu 40% do capital social da Gasmig à Gaspetro, empresa do grupo Petrobras. O negócio, de R$ 144 milhões, envolveu o compromisso da Petrobras de construir os gasodutos de transporte. A Gaspetro vai aportar, junto com a Cemig, recursos para a construção dos gasodutos de distribuição. Parte da rede do Vale do Aço já foi concluída e, há pouco mais de duas semanas, o governo mineiro assinou a ordem de serviço para a construção do gasoduto no Sul do estado. No Triângulo Mineiro, as obras têm início previsto para o ano que vem.
Projetos de eletrificação rural, da Cemig, dão vigor a atividades agrícolas em regiões como o Noroeste mineiro
Há cerca de quatro anos, o Noroeste de Minas era cenário de um impasse. Localizada na fronteira agrícola do cerrado, a região tinha um grande potencial agropecuário a ser explorado, sobretudo para a produção de grãos. Entretanto, a carência de eletrificação rural levava os empresários a adiar investimentos e, até mesmo, a transferir seus empreendimentos para outras regiões de Minas ou para fora do estado. Faltava energia sobretudo para irrigação, apesar dos recursos hídricos proporcionados pelas veredas e rios da região. Aos produtores que ficavam, restava utilizar sistemas movidos a óleo diesel, o que aumentava os custos de produção, diante da escalada do preço dos derivados de petróleo. "O diesel era e ainda é inviável. Teve gente utilizando energia elétrica vinda de Goiás, mas ela é fraca", conta o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Buritis, Délio Prado Lopes.
A realidade começou a mudar em 2004, com o início do Programa Estruturador Energia Elétrica para o Noroeste Mineiro, do Governo de Minas Gerais. Por meio dele, a Cemig construiu um sistema integrado com três novas subestações, 158 quilômetros de linhas de transmissão e 1.367 quilômetros de redes de média tensão. Além disso, ampliou outras três subestações. O projeto permitiu o atendimento das demandas resultantes do crescimento da fronteira agrícola e beneficiou outras atividades, como a extração mineral. "Hoje, nossa região tem energia para todas as necessidades, sobretudo para a irrigação", afirma Lopes. O projeto foi concluído em 2007 e representou um investimento total de R$ 150 milhões. Graças a ele, a oferta de energia elétrica no Noroeste mineiro dobrou de 150 MW para 300 MW. A Cemig também instalou na região a infra-estrutura necessária para garantir o fornecimento aos grandes e
pequenos produtores rurais e realizou a ligação de novos consumidores, além do aumento de carga em áreas urbanas.
Demanda reprimida
O projeto no Noroeste de Minas é apenas um exemplo das iniciativas do governo do estado na área de infra-estrutura energética, uma das bases do crescimento econômico sustentável. Por meio de programas desenvolvidos pela Cemig e pela Gasmig, o estado ampliou o fornecimento de energia elétrica e gás natural para diversas regiões mineiras onde havia uma demanda reprimida por investimentos em infra-estrutura. Essas ações têm efeito multiplicador. Além de permitir o desenvolvimento de atividades econômicas nas regiões beneficiadas, elas geram empregos e são responsáveis por aumentar a produção de empresas que fabricam os equipamentos necessários às obras de infraestrutura. Também têm um
importante impacto social, em áreas como agricultura familiar, saúde e educação. O Luz para Todos, programa de eletrificação rural executado em parceria com o governo federal, contribuiu, por exemplo, para o desenvolvimento da indústria mineira de postes, cabos e transformadores. Mais de 200 empresas de Minas Gerais e de outros estados foram envolvidas no fornecimento. Os empregos criados em função da execução da primeira etapa do programa chegaram a mais de 10 mil, entre diretos e indiretos. Além do Energia Elétrica para o Noroeste Mineiro e do Luz para Todos, a Cemig desenvolve projetos como o Cresce Minas, que recupera as condições do sistema elétrico em todo o estado e vai beneficiar 241 municípios e 4 milhões de habitantes; o Clarear, de eletrificação urbana; e o Luz no Saber, que leva energia a escolas do interior.
Presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Buritis, Délio Lopes comemorou chegada da eletricidade ao campo Beto magalhães/EM/D.A Press/19/08/2007
informe especial 30/08/2008
SANJA GJENERO/ stock schng
{ E STRATÉG IAS PARA CRES CER }
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Força do cooperativismo mineiro, que movimenta bilhões de reais por ano, cria empregos e proporciona rendimentos a trabalhadores, merece atenção especial do governo estadual
■ Suporte às cooperativas, geradoras de emprego e renda, ganha superintendência e conselho estaduais em Minas
Apoio a quem apóia O cooperativismo já provou sua força na economia mineira. Só em 2006, segundo o levantamento mais recente, as cooperativas movimentaram, em Minas, R$ 13,3 bilhões. Faltava apenas o apoio efetivo do poder público. Não falta mais. Nos últimos anos, o governo mineiro tem tomado uma série de medidas para incentivar o setor, um dos principais responsáveis pela geração de emprego e renda no estado. O coroamento da ação governamental deu-se com a posse, no fim de junho, do Conselho Estadual de Cooperativismo (Cecoop), que vai formular e discutir as políticas da área, em parceria com representantes de entidades públicas e privadas. O primeiro passo foi dado ainda em abril de 2004, com a Lei 15.075, uma das primeiras específicas para o setor em todo o país. A partir dela, o governo criou, no
âmbito da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede), a Superintendência de Cooperativismo, que tem como missão fomentar e apoiar esse tipo de atividade no estado. O novo conselho é uma extensão dessas medidas. "O reconhecimento das cooperativas tem aumentado consideravelmente nos cenários municipal, estadual e federal, o que significa reconhecer as ações e o trabalho que o segmento vem desenvolvendo há muitos e muitos anos em prol da construção de um país mais justo. O Conselho Estadual de Cooperativismo é uma de nossas conquistas mais recentes e mais uma demonstração de apoio do Governo de Minas", avalia Ronaldo Scucato, presidente do Sistema Organização das Cooperativas do Estado de Minas Gerais (Ocemg) e do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo de
Minas Gerais (Sescoop/MG). Para ele, o setor é exemplo de distribuição de renda e de gestão empresarial de sucesso, ancorado num modelo de integração participativa.
Nova fase
Na opinião de Heli de Oliveira Penido, presidente da Central Crediminas, que integra o Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil (Sicoob), o cooperativismo está iniciando uma nova fase, caracterizada pelo reconhecimento do setor como a via mais adequada para a implementação de políticas públicas que favorecem a inclusão social. "Em Minas, de forma especial, o governo está cada vez mais reconhecendo o importante papel das cooperativas de crédito como instituições financeiras, que, por meio do BDMG, constituem um braço operacional para as políticas e estratégias de distribuição do crédito para
todas as regiões do estado", afirma Penido. Scucato e Penido são integrantes do Cecoop. O Conselho tem representantes da Ocemg, do Sescoop/MG, das cooperativas, da Assembléia Legislativa de Minas Gerais e das seguintes secretarias estaduais: Desenvolvimento Social; Planejamento e Gestão; Educação; Fazenda; Ciência, Tecnologia e Ensino Superior; Agricultura, Pecuária e Abastecimento; e Desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha, Mucuri, São Mateus e do Norte de Minas. O Cecoop será o responsável por coordenar políticas públicas relativas à atuação das cooperativas, acompanhar a elaboração da proposta orçamentária do estado para o setor, estabelecer diretrizes, programar a alocação e fiscalizar a aplicação dos recursos do Fundo de Apoio ao Cooperativismo, previsto em lei.
COOPERATIVISMO EM MINAS
844
Cooperativas
900 mil
Profissionais associados
R$ 13,3 bi
Movimentação financeira
6,5%
Participação no PIB estadual
Fontes: Ocemg e Governo de Minas
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10 { ES TÍMU LO SUS TENTÁV EL }
informe especial 30/08/2008
■ Geraminas e Credpop oferecem juros baixos e prazos longos para empreendedores de todos os setores
Força aos pequenos geraminas/nternet
O Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), um dos principais responsáveis pelo impulso ao crescimento econômico em Minas, busca cada vez mais a interiorização de sua atuação, beneficiando empreendedores em todas as cidades do estado, não importa o tipo ou o tamanho dos negócios. Para este ano, em que a meta para financiamentos atinge R$ 1,12 bilhão, 55% superior à do ano passado (R$ 721 milhões), a intenção é fechar o balanço com um aumento significativo do atendimento a micro, pequenos e médios empresários. O BDMG Geraminas é uma das ferramentas de destaque para esse público, que representou, só em 2007, 89% do total de clientes da instituição. Em quase dez anos de operação, segundo a direção do banco, o programa aprovou mais de R$ 645 milhões em financiamentos e contribuiu para a geração ou manutenção de cerca de 190 mil empregos. Em 2008, graças à Lei Complementar 123, do governo federal, todas as
no negócio, no limite de R$ 360 mil. As taxas do financiamento são de 1% ao mês e os prazos chegam a 36 meses, contando com três de carência. E com uma vantagem adicional: a solicitação pode ser feita pela Internet. Basta aos interessados acessar o site do BDMG (www.bdmg.mg.gov.br) e baixar o programa Geraminas, preencher os formulários e dar início ao processo. Em praticamente todas as regiões de Minas, não faltam exemplos de evolução nos
negócios e de mudanças de vida motivadas pelo BDMG Geraminas. Em Campo Belo, no Centro-Oeste do estado, graças ao Geraminas, empresários e comerciantes alavancaram seus empreendimentos com os recursos do programa e, hoje, comemoram os resultados, bons para suas empresas e para seus colaboradores. Eugênio Cardoso Furtado, sócio-proprietário da fabrica de pré-moldados Lajes CBL, conta que a empresa, instalada na cidade há duas décadas
e com produção de 90 mil metros quadrados de concreto por ano, ganhou grande impulso com dois financiamentos do BDMG, de R$ 80 mil e de R$ 100 mil. O dinheiro possibilitou a diversificação do mix de produtos, elevando o faturamento em 30%, desde 2005, ano do primeiro contrato. "O financiamento do BDMG irriga a situação financeira da empresa. Isso dá condições de você trabalhar com um custo mais baixo e participar mais do mercado, gerando emprego e renda", diz. Outro importante instrumento de suporte a atividades de microempreendedores mineiros, principalmente os que não têm acesso a linhas de financiamento tradicionais, é o Programa Estadual de Crédito Popular (Credpop). Lançado há dez anos, o programa fez e faz cada vez mais diferença na vida de milhares de pessoas, sobretudo os associados a cooperativas de crédito espalhadas pelo estado, que auxiliam o BDMG na pulverização dos recursos (leia reportagem na página 11).
bem-sucedida a estruturação das garantias do estado ao eventual parceiro, que incluem ativos de fundos estaduais e de propriedade do estado. Segundo analistas, isso tornará o contrato mais seguro e atraente para eventuais investidores.
o compromisso do governo estadual com o desenvolvimento sócioeconômico de Minas Gerais. Por meio de programas específicos, o banco disponibiliza recursos próprios para serem investidos em saneamento básico e ambiental, infra-estrutura e desenvolvimento urbanos, aquisição de veículos e modernização administrativa. É o caso do Programa Novo Somma, que começou em 2001 e
contratou, até julho deste ano, projetos de 81 municípios que somam R$ 217 milhões. Deste total, R$ 170 milhões já foram liberados. O BDMG dispõe também de linhas com recursos federais, como o PROVIAS, para aquisição de máquinas e equipamentos a serem utilizados na recuperação de vias públicas, rodovias e estradas. Do início do programa a julho deste ano, foram liberados R$ 34 milhões para 27 municípios.
Página de apresentação do Geraminas no site do BDMG: simplificação de processos e facilidade para obtenção de financiamento por micro, pequenos e médios negociantes
empresas e cooperativas mineiras optantes pelo Simples Nacional ganharam o direito de buscar o Geraminas, o que ampliou consideravelmente a abrangência do programa.
Vantagens
O Geraminas é talhado para quem busca dinheiro para capital de giro, compra de equipamentos ou para outros investimentos fixos. O contratante pode obter até 80% do valor a ser investido
Atuação decisiva Paralelamente ao apoio dado aos empreendedores, o BDMG tambémmantém forte sua atuação em outros setores, igualmente vitais ao desenvolvimento e ao crescimento sustentável de Minas Gerais. A participação do banco nos processos de abertura de parcerias público-privadas (PPPs) é um dos exemplos dessa atuação. Recentemente, na PPP da MG-050, a primeira operação nesses moldes a ser
feita no país, o banco entrou como validador da estruturação econômico-financeira. Na próxima PPP a ser firmada pelo governo mineiro, que prevê a construção de um presídio moderno e com capacidade para 3 mil detentos, em Ribeirão das Neves, na Grande BH, o BDMG tem papel determinante na viabilização do projeto. Entre outras questões, o banco já equacionou e definiu de maneira
Prefeituras
Por outro lado, o BDMG reforça, a cada exercício, o apoio aos municípios mineiros, o que reflete
informe especial 30/08/2008
Nando Oliveira/Especial para o EM/12/3/2008
{ E ST Í M ULO S U S TENTÁV EL } 11 Recursos são ampliados
Assim como em outras cooperativas de crédito do estado, na Divicred, de Divinópolis, empreendedores conseguem pequenos financiamentos com facilidade
■ Excluídos do crédito tradicional se beneficiam de parceria entre BDMG e cooperativas
Ajuda pulverizada A exemplo do que ocorre com o Geraminas, os recursos do Credpop têm impulsionado o crescimento econômico em Minas. Por meio de cooperativas de crédito, o banco libera milhões de reais que, por sua vez, são distribuídos entre um grande número de pessoas, muitas vezes, impossibilitadas de obter de outra maneira recursos para transformar seus sonhos em realidade. Na região de Araguari, no Triângulo Mineiro, a Cooperativa de Crédito do Empresário (Aracoop), criada em 1999 com apenas 22 cooperados e capital de R$ 11 mil – e hoje com mais de 2,6 mil filiados e R$ 4 milhões de capital social –, obteve do BDMG, desde o ano pas-
sado, R$ 1,6 milhão. O dinheiro foi pulverizado entre microempreendedores de quatro municípios, nas áreas urbanas e rurais, com uma série de vantagens, como prazos elásticos e juros baixos para pagamento. "Uma das primeiras coisas que fizemos foi financiar a compra de 200 vacas, divididas em lotes e sorteadas para 38 produtores, de maneira que ninguém ficasse no prejuízo", conta o diretor administrativo da cooperativa, André Luiz Cardoso. Segundo ele, os recursos também foram usados para a ampliação de negócios dos cooperados, como confecções, unidades de artesanato e pequenos comércios. "Com o dinheiro, e em parceria com a Universidade Pre-
sidente Antônio Carlos (Unipac), também foi estimulada a abertura de novas empresas e/ ou formalizadas algumas que estavam na clandestinidade. Além disso, intermediamos na preparação e remessa das propostas dos cooperados ao BDMG para os financiamentos do Geraminas, sem nenhuma participação financeira da cooperativa", acrescenta.
Expansão
Em Divinópolis, na região Central de Minas, a cooperativa de crédito Divicred, entidade com 11 anos de existência, recebeu, no início deste ano, R$ 1 milhão do Credpop do BDMG. Os recursos, emprestados aos cooperados em
pequenos valores, mas com condições atraentes de pagamento, permitiram, por exemplo, que empresas em situação crítica recuperassem o fôlego e voltassem a planejar a expansão dos negócios. Foi o que ocorreu com a loja de roupas íntimas Forte das Meias, que, em razão do baixo movimento registrado em fevereiro, por pouco não encerrou suas atividades. Com R$ 10 mil obtidos via Credpop, segundo o proprietário Éder Maurício Maia, foi possível pagar dívidas com fornecedores e passar pelas dificuldades. "Esse empréstimo ajudou bastante e agora vamos trabalhar para vender e faturar mais", destaca o comerciante.
● Para este ano, o BDMG programou R$ 40 milhões para o CREDPOP, sendo que a maior parte dos recursos deve ser usada em parceria com as cooperativas de crédito do estado, incumbidas da disseminação do dinheiro. O montante é bem superior ao que foi liberado em anos anteriores. Desde 1998, quando foi criado, até 2007, o programa, que tem o BDMG como gestor, agente financeiro e administrador dos valores, proporcionou mais de R$ 120 milhões em financiamentos. Ao todo, segundo o banco, nos nove primeiros anos foram beneficiados cerca de 80 mil micro e pequenos empresários de 307 municípios de Minas, por meio das Associações de Crédito Popular. Com a inclusão das cooperativas de créditos, este ano, e com o aumento no volume de recursos, a expectativa é de que moradores de praticamente todas as cidades do estado sejam beneficiados. A direção do BDMG acredita que, associado a outras ferramentas de financiamento e de desenvolvimento econômico conduzidas pela instituição, como o próprio Geraminas e o Pronaf, destinado à agricultura familiar, com recursos do parceiro BNDES, e a outros programas de investimento existentes no estado, o Credpop deve ser determinante para, em breve, proporcionar uma sensível melhora na qualidade de vida da população, em todos os cantos do estado.
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informe especial 30/08/2008
■ Além das linhas tradicionais, banco cria três produtos especiais e competitivos para financiar todos os tipos de atividade
DINHEIRO na mão Além dos programas destinados especificamente a micro, pequenos e médios empresários mineiros (Geraminas e Credpop), com condições superfacilitadas de tomada e pagamento, o BDMG criou três produtos que devem atrair empreendedores de todos os tipos de setores, independentemente do tamanho de seus negócios. O Giro Fácil, o Fixo Fácil e o Leaseback, que contam com recursos próprios do banco, são destinados a quem precisa de financiamentos convencionais, mas não podem obtê-los pelas outras linhas, e buscam condições de quitação adequadas à sua realidade. Segundo a Área de Negócios com o Setor Privado do
banco, no caso do Giro Fácil o prazo máximo de financiamento é de 24 meses, incluídos três meses de carência. Uma das vantagens para o cliente é a previsibilidade do valor da prestação. A taxa atual está pré-fixada em 1,4% ao mês e o limite de financiamento é de R$ 2 milhões por cliente. O financiamento pode chegar a 100% da necessidade de capital de giro. Já o BDMG Fixo Fácil oferece financiamento por até 60 meses, 12 dos quais de carência. A taxa pós-fixada para o cliente corresponde à Selic, acrescida de quatro pontos percentuais, o que atualmente representa um custo de 1,26% ao mês. O limite de financiamento por cliente é de R$ 4 milhões. Em quais-
bdmg/nternet
Juarez Rodrigues/EM/D.A Press
quer dos casos a condição para enquadramento é que a empresa esteja em atividade, no mínimo, há 2 anos.
Arrendamento
O Leaseback pode ser considerado uma espécie de arrendamento mercantil, no qual um determinado bem fica em nome da instituição que o financiou até a quitação do empréstimo, como garantia. A diferença é que o bem, nesse caso, pode já pertencer ao
tomador do financiamento. Um produtor rural, por exemplo, pode fazer o Leaseback de uma de suas máquinas ou de uma de suas propriedades. Com isso, obtém os recursos necessários a seu projeto de investimento ou à capitalização de seu empreendimento. Destinada a pequenas, médias e grandes empresas, essa modalidade conta com taxas competitivas e benefícios fiscais, entre outras vantagens. Assim como ocorre
Acesso a novas modalidades de financiamento pela internet é um dos diferenciais que tornam opções ainda mais atraentes
com o Geraminas, todos esses produtos podem ser conhecidos e até contratados por meio do site do BDMG na internet (www.bdmg.mg.gov. br), o que os diferencia de outras opções de mercado.
Emmanuel Pinheiro/EM/D.A Press
Meio ambiente sempre em pauta Equilíbrio entre desenvolvimento e natureza é preocupação prioritária do BDMG na liberação de recursos
Preservação ambiental e responsabilidade social são preocupações fundamentais do BDMG. Em todos os financiamentos solicitados ao banco, seja com dinheiro próprio ou como parceiro de outras instituições, aspectos como o impacto dos
empreendimentos sobre o meio ambiente e sobre as comunidades nas quais se inserem vêm em primeiro lugar na análise de projetos. Além disso, o banco mineiro apresenta a empreendedores soluções de crédito específicas para a adequação e a regularização de suas atividades, tendo em vista a legislação ambiental. Mas a verdadeira obsessão pelo crescimento econômico sustentável em Minas não pára por aí. Nos últimos anos, o BDMG tem participado ativamente de iniciativas institucionais, educacionais e de pesquisa sobre meio ambiente. E tem financiado diretamente empresas ligadas ao desenvolvimento de tecnologias para controle de poluição, reciclagem e tratamento de resí-
duos, entre outros temas relacionados ao equilíbrio cada vez mais necessário entre o homem e a natureza.
Resíduos
É o caso da Pró-ambiental, de Lavras, no Sul de Minas, responsável por um moderno aterro sanitário, de classe 1, destinado a tratar lixo hospitalar e resíduos industriais. Segundo o diretor industrial da empresa, Wagner Nogueira, a parceria com o BDMG, iniciada há um ano e que totaliza um aporte de R$ 1,7 milhão, usado em modernização e compra de equipamentos, foi fundamental para a sua sobrevivência “Sem esse apoio, com as vantagens que obtivemos nos prazos de pagamento e nos
juros, jamais teríamos conseguido nos consolidar”, diz Nogueira, que comanda uma estrutura com 67 funcionários. Criada no final de 2005, a Pró-ambiental possui um aterro de 22 mil metros quadrados de área construída, tem capacidade para estocar 14 mil metros cúbicos de lixo e de incinerar 200 toneladas por mês. A empresa conta ainda com um galpão no qual podem ser acondicionados 3 mil tambores, de 200 litros cada um, de resíduos perigosos. Com planos de ampliação, a Pró-ambiental tem como clientes, principalmente, as prefeituras de cerca de 90 municípios sul-mineiros, das quais recolhe lixo hospitalar.
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informe especial 30/08/2008
■ Parcerias do BDMG com grandes empresas e organizações movem economia estadual
Minas agradece Decriê Polastrini/Usina Santo Ângelo/Divulgação
O BDMG coleciona parcerias de sucesso com grandes empresas e entidades, responsáveis pelo crescimento substancial de várias regiões mineiras. No apoio a todo tipo de organizações, atinge seu objetivo maior: fazer com que renda e empregos sejam gerados e que Minas Gerais se consolide como um dos principais pólos desenvolvimentistas do país e da América do Sul. No Triângulo Mineiro, uma amostra da importância das ações do BDMG, com o objetivo de promover a empregabilidade e a modernização no estado, pode ser vista na pequena cidade de Pirajuba, de 3,7 mil habitantes. O município abriga a Usina Santo Ângelo, produtora de álcool e açúcar que exporta para países da Europa e da Ásia e, recentemente, recorreu duas vezes a financiamentos do BDMG, por meio do programa Proinvest, totalizando um aporte de R$ 15 milhões, em recursos estaduais.
Usina Santo Ângelo, em Pirajuba, no Triângulo, contratou 500 empregados após receber financiamento do banco Scaff Júnior/Cooxupé/Divulgação
Modernização
Segundo o gerente administrativo da empresa, Marcos Rubens de Oliveira, com o dinheiro a usina, fundada em 1986, comprou equipamentos para ampliação e modernização da fábrica de açúcar e moagem de cana. Entre as aquisições, estavam duas evaporizadoras, para eliminar a água da cana, e um cozedor, essencial no processo de desidratação da matéria-prima. A medida fez não apenas com que a Santo Ângelo aumentasse em 50% sua produção, como também praticamente dobrasse o número de funcionários. "Nos últimos dois anos,
contratamos mais 500 pessoas, somando 1,2 mil empregados diretos", afirma o gerente. Um desses novos empregados é o gerente de transportes agrícolas Paulo Roberto Gomes, que atuava como prestador de serviços em uma indústria de grãos, antes de ser efetivado na empresa. "Ser terceirizado hoje fica muito difícil. Com minha contratação pela usina, as coisas melhoraram bastante em minha vida, inclusive em termos de salário", diz. Paralelamente aos investimentos em modernização, a Santo Ângelo também incrementou seu programa de res-
ponsabilidade ambiental. Só em 2007, foram plantadas pela usina 60 mil mudas de árvores, a serem usadas na recomposição de matas ciliares. Para 2009, segundo a empresa, estão previstos um projeto de educação ambiental, para a comunidade, o incremento a programas de gerenciamento de riscos ambientais, a coleta seletiva de resíduos e a ampliação de um aterro sanitário controlado. A gigante Cooxupé construiu galpões com recursos do BDMG e solucionou graves problemas de estocagem das safras
Números comprovam sucesso ● Entre os grandes clientes do BDMG nos financiamentos à modernização e ao incremento das atividades econômicas, com benefícios para milhares de pessoas, estão organizações tradicionais e estratégicas no estado. São empresas e entidades que, ao longo de décadas, têm contribuído fortemente para o crescimento de Minas. Fundada há meio século, a Cooperativa Regional de Cafeicultores de Guaxupé (Cooxupé), a maior do mundo, com 11 mil associados, é uma dessas organizações. A cooperativa atende hoje 21 cidades da região e é parceira do banco de fomento do estado há 15 anos. Segundo o gerente de comunicação da entidade, Hélio de Carvalho, os financiamentos do BDMG foram fundamentais para que a Cooxupé atingisse os números atuais: em 2007, foram exportadas mais de 1,6 milhão de sacas de café tipo arábica e o faturamento chegou a R$ 1,2 bilhão, 33% maior que no ano anterior. "Nos últimos anos, fizemos com o apoio do BDMG uma série de investimentos, com a construção de armazéns, em Alfenas, Nova Resende, Rio Paranaíba e Monte Carmelo. Isso fez com que agilizássemos muito o recebimento das safras", afirma.
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informe especial 30/08/2008
■ BDMG é determinante na sobrevivência e no desempenho de tradicionais grupos empresariais do estado Washington Alves/Usiminas/Divulgação
Clientes de peso Muitas histórias empresariais de sucesso no estado têm participação direta do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG). De empresas tradicionais, que mudaram de controladores e precisaram de suporte financeiro para se manter em atividade, a grandes grupos econômicos, que apostaram na cultura desenvolvimentista mineira para se consolidar, a parceria com o BDMG sempre foi determinante no alcance de resultados pelas organizações. A Usiparts, antiga Brasinca, de Pouso Alegre, Sul de Minas, uma das maiores produtoras de cabines e carrocerias em aço e alumínio para a indústria automobilística do país, integra uma dessas associações bem-sucedidas. Em
1999, a Brasinca, que havia sido fundada em 1986, pediu concordata. Dona de 20% do capital da empresa, a gigante Usiminas assumiu todo o negócio e tentou impulsionálo, livrando-o do fechamento, que parecia certo. "No início, a Usiminas buscou parceiros do ramo para tentar dar continuidade à planta de Pouso Alegre, mas houve pouco interesse", conta o diretor industrial e financeiro da Usiparts, Adenides Esteves de Matos. "Desenvolveu-se um plano estratégico, segundo a filosofia da Usiminas, de que cada empresa do grupo precisa ser auto-sustentável, e procuramos um banco parceiro para que pudéssemos investir e saldar compromissos", acrescenta.
Emmanuel Pinheiro/EM/D.A Press
Liderança e recordes batidos pela Fiat têm relação direta com apoio do BDMG
Usiparts, em Pouso Alegre, fábrica de cabines já pintadas, escapou do fechamento e hoje é uma grande potência
Foi aí que o BDMG, que havia participado da implantação da Brasinca em Minas, na década de 1980, voltou a entrar em cena. "A instituição não só disponibilizou recursos, como assumiu a atitude ativa de montar conosco a engenharia financeira para tirar a empresa da situação de insolvência", diz Matos. O aporte à Usiparts, via recursos oferecidos pelo BDMG e pelo BNDES, já totaliza mais de R$ 80 milhões e os investi-
mentos em expansão da planta trouxeram benefícios para a empresa e para toda a região de Pouso Alegre. "Nos últimos quatro anos, o número de empregos na planta passou de 800 para 1,3 mil, o que nos transforma nos maiores empregadores da cidade. Em parceria com o Senai e com o apoio do Indi-MG, também passamos a ser formadores de uma mão-de-obra altamente especializada."
Hoje, os negócios da Usiparts vão de vento em popa. A empresa, que produz cabines já pintadas e, em alguns casos, até com motor e câmbio para várias montadoras, projeta para este ano um faturamento de R$ 350 milhões. "Nos próximos dois anos, a meta é chegar a R$ 450 milhões e, em 2012, esperamos chegar à casa dos R$ 500 milhões", revela Matos.
Respaldo para ampliações ● Outro exemplo de relacionamento antigo e profícuo entre o BDMG e grandes grupos econômicos, que consolidaram e ampliaram sua atuação com apoio do banco, é o da Fiat Automóveis, em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A parceria rende frutos até hoje. No ano passado, linhas de crédito contratadas pela montadora junto ao banco permitiram a ampliação da capacidade de diversos setores da produção.
O resultado dos investimentos da Fiat pode ser traduzido em números. Em 2007, a montadora obteve, novamente, a liderança do mercado interno de automóveis e veículos comerciais leves, com 607 mil veículos emplacados. O faturamento foi de R$ 22,7 bilhões, quase 40% acima do registrado no ano anterior. A ampliação da capacidade produtiva permitiu à Fiat exportar em torno de 100 mil unidades em 2007.
Algar
Também parceiro do BDMG, há mais de duas décadas, o grupo Algar, com sede em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, transformou-se em um dos maiores conglomerados do país, com empresas em setores como telecomunicações, agronegócio, turismo e serviços de infra-estrutura. O BDMG financiou, entre outros projetos do grupo, a ampliação da estrutura da Algar Call Center Service (ACS), que conta com
uma das mais modernas centrais de atendimento a clientes da América Latina. O banco também apóia a atuação da ABC Inco, braço da Algar no agronegócio, com um dos maiores parques industriais de armazenamento e processamento de soja em Minas Gerais. A parceria com essas empresas contribui para fortalecer a posição econômica de Minas Gerais no país e no mundo. Além disso, os grandes grupos empresariais são geradores de emprego e renda em larga escala.
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■ Programa estratégico financia empresas como as do Vale da Eletrônica, no Sul de Minas, deixando-as mais competitivas
Incentivo à inovação Fernando Lau/BRToken/Divulgação
Um dos principais programas estratégicos do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) é voltado para a inovação e o desenvolvimento tecnológico, que são chaves para a competitividade da economia mineira nos mercados nacional e internacional. Bom exemplo disso são alguns investimentos dirigidos ao Sul do estado, como ocorre com empresas de Santa Rita do Sapucaí, onde fica o Vale da Eletrônica, também chamado de Vale do Silício brasileiro, em referência à célebre região da Califórnia (EUA) onde surgiram gigantes como Google, Microsoft, Yahoo!, Intel e Apple. Por meio do programa no Sul de Minas, o BDMG apóia empresas inovadoras que precisam de recursos para desenvolver e transferir tecnologia. O banco oferece soluções financeiras de longo prazo para induzir a criação de novos produtos, processos e serviços e para investimentos em infra-estrutura, pesquisa e desenvolvimento. Muitas dessas empresas não contam com um sócio investidor e, por isso, dependem de financiamentos para desenvolver e colocar no mer-
Sistema de assinatura digital da BRToken, que se instalou em Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas, graças ao apoio do BDMG
cado produtos inovadores. É o caso da BRToken, divisão da empresa UserID, de São Paulo, especializada na implantação de processos de segurança contra fraudes no ambiente eletrônico. A unidade produtiva da BRToken fica em Santa Rita do Sapucaí. Lá, foi desenvolvido um modelo inovador de token, um dispositivo de segurança adicional para transações financeiras,
que gera uma nova senha a cada 36 segundos e protege o usuário contra fraudes. O token criado pela empresa tem uma vantagem extra em relação aos convencionais. Ele emite, no fim da transação, uma assinatura digital que certifica a autoria de um pagamento ou transferência. O produto foi desenvolvido na unidade da BRToken em Santa Rita,
implantada com recursos do BDMG. "A parceria com o BDMG é fundamental para uma empresa como a nossa, que não tem sócio investidor. É um dinheiro de baixo custo", afirma César Lovisaro Neto, diretor comercial e um dos proprietários da BRToken. A unidade produtiva da empresa em Santa Rita funciona em um galpão cedido pela prefei-
tura da cidade, mas que carecia de reformas. O primeiro financiamento contratado no BDMG, no valor de R$ 200 mil, foi para colocar o espaço em condições de abrigar a área de desenvolvimento de softwares da BRToken. Recentemente, a empresa contratou novo financiamento no BDMG, dessa vez de R$ 188 mil, para instalar no local a linha de produção do token com assinatura digital. O produto foi lançado em junho deste ano e despertou a atenção de bancos, que deverão estar entre os primeiros compradores. A BRToken foi criada em 2007. A UserID surgiu quatro anos antes, em 2003, e é pioneira na implantação de processos contra fraudes eletrônicas. Entre os clientes que já utilizaram os serviços da UserID, estão Bradesco, Itaú, HSBC e Unibanco.
Ousadia recompensada Ousadia é ingrediente fundamental para o sucesso de um empreendimento, mas sozinha ela não é capaz de transformar um projeto em realidade. A outra ponta da equação é uma boa condição financeira. Na história da Enterplak, a receita incluiu uma boa dose de coragem e o apoio do BDMG para tornar a empresa uma das principais produtoras de componentes eletrônicos de Santa Rita do Sapucaí. A Enterplak instalou-se na cidade em 1996, em um prédio alugado. Em 1998, interessado
em ampliar sua atuação, o diretor-proprietário, José Carlos Ribeiro, contratou financiamento do BDMG no valor de R$ 160 mil. O dinheiro foi utilizado na construção de uma nova sede para a empresa em Santa Rita. Nos anos seguintes, a Enterplak sobreviveu a intempéries econômicas e até climáticas. O câmbio nacional variou drasticamente, a economia nacional passou um período na corda-bamba e uma enchente de grandes proporções atingiu Santa Rita, em 2000. A
empresa seguiu e, em 2005, contraiu novo empréstimo, de cerca de R$ 200 mil, para a aquisição de uma máquina utilizada na produção de placas eletrônicas. De acordo com Ribeiro, as características do financiamento do BDMG permitiram à empresa acumular capital de giro e honrar os empréstimos. "Se eu não tivesse esses recursos do BDMG, não teria sido tão audacioso para construir nossa sede. Nesse período, houve uma série de problemas
cambiais e econômicos, aconteceu a enchente e a cidade também passou por um problema de migração de empresas para outros locais", afirma o diretor da Enterplak. A atuação do BDMG no setor de base tecnológica se dá por meio do Departamento de Tecnologia e Meio Ambiente. O banco financia, também, a aquisição de softwares e serviços para empresas do setor e projetos de diversificação da matriz energética nacional.
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informe especial 30/08/2008
■ Adequando-se aos novos tempos, banco começa a atuar em frentes inéditas e promissoras para a economia mineira
Novos mercados Dentro da política de diversificar e expandir suas ações, o BDMG também se prepara para ultrapassar as fronteiras de Minas. Em razão de mudanças definidas pelo Banco Central e em vigor desde julho, o banco mineiro, assim como outras instituições financeiras de desenvolvimento estadual, ganhou permissão para prestar assistência a programas e projetos desenvolvidos em estados limítrofes à sua área de atuação, desde que o empreendimento em questão signifique avanços para a economia mineira. Com a flexibilidade gerada pela autorização, negócios eminentemente mineiros podem ter apoio do BDMG para investir em unidades ou operações estabelecidas em outros estados do Sudeste, do Centro-Oeste e do Nordeste, o que deve proporcionar enormes avanços para a economia estadual. A comercialização de 18,7 milhões de ações, adquiridas por 939 investidores – 747 pessoas físicas e 118 estrangeiros, responsáveis
BETO MAGALHÃES/EM/D.A Press/05/01/2005
Famosa pela qualidade da água tratada e distribuída no estado, Copasa fez bem-sucedida abertura de capital em bolsa, em operação estruturada e conduzida pelo BDMG
pela compra de 77% dos papéis –, significou R$ 460 milhões para investimento da PBH e da Codemig, em parcelas proporcionais aos respectivos lotes. O deságio
das ações no momento da abertura foi de apenas 3% em relação ao preço de mercado, índice considerado baixo por analistas para esse tipo de operação.
Mapeamento
Após o sucesso dessa primeira ação, o BDMG, que criou uma área específica para, em conjunto com outros setores do banco, assessorar
empresas que planejem chegar às bolsas, já mapeou 200 possíveis candidatos no estado. Um programa de visitas sistemáticas a essas empresas está em curso, assim como a promoção de uma série de eventos relacionados com o mercado. No primeiro semestre, por exemplo, o banco recebeu a visita da presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Maria Helena Fernandes de Santana. Ela fez palestra sobre as perspectivas do mercado de capitais no Brasil, em tempos de valorização do cenário econômico nacional e de suas empresas por agências de risco internacionais, e reuniu-se com os dirigentes do BDMG, interessados em ampliar essa nova linha de atuação.
Para além das fronteiras Dentro da política de diversificar e expandir suas ações, o BDMG também se prepara para ultrapassar as fronteiras de Minas. Em razão de mudanças definidas pelo Banco Central e em vigor desde julho, o banco mineiro, assim como outras instituições financeiras de desenvolvimento estadual, ganhou permissão para prestar assistência a pro-
gramas e projetos desenvolvidos em estados limítrofes à sua área de atuação, desde que o empreendimento em questão signifique avanços para a economia mineira. Com a flexibilidade gerada pela autorização, negócios eminentemente mineiros podem ter apoio do BDMG para investir em unidades ou operações estabelecidas em outros estados
do Sudeste, do Centro-Oeste e do Nordeste, o que deve proporcionar enormes avanços para a economia estadual. Um exemplo é a atuação das montadoras sediadas em Minas: fornecedores das fábricas localizados em outro estados poderão receber financiamentos do banco estadual, caso necessitem de recursos para ampliar suas instalações ou
melhorar seu desempenho. Empresas que se situam em portos do Rio de Janeiro, do Espírito Santo e de São Paulo, nos quais há exportação de produtos mineiros, também passam a ser candidatas às linhas de crédito do BDMG.
Câmbio
Além da permissão para atuar em estados limítrofes, o Banco
Central também autorizou o BDMG, em maio deste ano, a praticar operações no mercado de câmbio, uma antiga reivindicação do banco mineiro. Com isso, as parcerias com agências de financiamento internacionais, como o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), devem ser otimizadas, com grandes benefícios para o estado.