Belo Horizonte
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Sexta-feira
• 5 de dezembro de 2008
iNFORME ESPECIAL
Jair Amaral/EM/D.A Press/03/12/2006
Sérgio Roberto
Marcelo SantAnna/EM/D.A Press/12/2007
Mariângela Nogueira
DIA V 2008
Fiemg promove oitava edição do Dia V com foco na qualidade dos trabalhos e no alcance das ações voluntárias
Exercício diário de solidariedade A oitava edição do Dia V, que acontece domingo em mais de 150 cidades de Minas e de outros estados, com o envolvimento de dezenas de milhares de pessoas, será dedicada não apenas à promoção de ações voluntárias de cidadania e solidariedade em um período de 24 horas, como ocorre desde 2001. Este ano, a edição do evento, criado e capitaneado pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), tem como objetivo principal algo bem mais abrangente: fazer com que as práticas de voluntariado, iniciadas ou não no primeiro domingo de dezembro, se qualifiquem, se disseminem e se tornem parte do dia-a-dia do maior número possível de pessoas. O slogan escolhido para a celebração de depois de amanhã resume bem o espírito que se quer con-
solidar: “Sou voluntário todo dia”. “Cidadania e solidariedade experimentadas nas ações voluntárias realizadas no Dia V, em muitos casos, continuam nos anos seguintes e geram transformação e melhoria da qualidade de vida em inúmeras comunidades. Queremos, até mais que nos anos anteriores, reforçar essa idéia”, afirma o presidente da Fiemg, Robson Andrade.
Parcerias Para obter o envolvimento dos mais diferentes setores sociais em ações voluntárias, com caráter permanente, a Fiemg tem se valido ao longo dos anos de parcerias importantes. Empresas e seus colaboradores, governos estaduais e municipais, professores e alunos das redes pública
e privada, integrantes de organizações não-governamentais, de associações comunitárias e cidadãos comuns se unem para concretizar os mais variados projetos, baseados nos oito objetivos do milênio – conjunto de metas para mudar o planeta até 2015, com ênfase na redução da pobreza, na preservação ambiental, na igualdade de gêneros, na saúde e na educação.
Um desses parceiros, que atua no Dia V desde 2001 e ganha ainda mais destaque, este ano, é a Polícia Militar mineira. Segundo o assessor institucional da corporação, coronel Alexandre Salles Cordeiro, no domingo, a PM vai estar presente em todas as ações promovidas pela Fiemg, espalhadas pelo estado, com o intuito de estimular a atividade voluntária. “Sempre que temos a oportunidade de levar mais cidadania a pessoas que necessitam de atenção, de agir para que a população tenha uma melhor qualidade de vida, sabemos que estamos combatendo a violência e assegurando a paz social. É por isso que apoiamos integralmente a causa do Dia V”, diz o oficial, lembrando que a corporação desenvolve rotineiramente uma série de programas de
responsabilidade social, como o Comunidade Ativa, em dezenas de áreas carentes de Minas. Para as comemorações do Dia V 2008, outra característica é a descentralização da programação. Em Belo Horizonte, por exemplo, onde grandes festas vinham sendo realizadas numa única praça, desde a primeira edição, em 2001, as atividades previstas para depois de amanhã estão marcadas para vários pontos da cidade. Em municípios do interior, os eventos, coordenados pelas regionais da Fiemg, também seguem essa tendência, em busca de abrangência e multiplicação das práticas solidárias. Neste caderno, o leitor se informa sobre a agenda do Dia V na capital e nas regionais e conhece as ações e conquistas de voluntários de todo o estado.
Mariângela Nogueira/Divulgação
Marcelo SantAnna/EM/D.A Press/2/12/2007
Sérgio Roberto/Divulgação
Amaral/EM/D.A Press/3/12/2006
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E S P E CIAL
Embora os dados apontem aumento significativo, a cada ano, no volume de atividades e na quantidade de participantes do Dia V, a oitava edição do evento, marcada para domingo, quer se caracterizar mais pela qualidade das ações dos comitês de voluntariado, espalhados por Minas Gerais e outros estados, que por balanços numéricos. Segundo a coordenadora do Núcleo de Responsabilidade Social da Fiemg, Marisa Resende, o movimento em prol do voluntariado, iniciado em 2001 pela entidade mineira – e que ganhou, ao longo dos anos, adesões de empresas, ONGs, associações comunitárias e cidadãos de todas as classes sociais –, já demonstra maturidade suficiente para não precisar se prender apenas a estatísticas. “O mais importante é perceber que, desde o primeiro evento, conseguimos colocar o tema efetivamente na pauta da sociedade. Em resposta, a partir da grande aliança institucional que deu início ao movimento, as pessoas passaram a assumir compromissos e a se organizar para promover mudanças”, diz Marisa. A coordenadora lembra que, há oito anos, era difícil falar no assunto, mas, com o tempo e o envolvimento cada vez maior de grupos de trabalhadores e moradores das mais diversas comunidades, a tarefa se tornou simples. “No princípio, era estranho, porque tínhamos que explicar o que era e o que não era ser voluntário, além de esclarecer detalhadamente os oito objetivos do milênio e a meta de
A marca do Dia V deve ser a continuidade das ações para transformar ainda mais realidades Robson Andrade, presidente da Fiemg
tinha seu ponto de maior destaque no primeiro domingo de dezembro de cada ano, quando realizamos o Dia V. Agora, estamos ampliando o conceito para uma ação cotidiana decorrente desse processo de conscientização”, acrescenta. Andrade também destaca que o balanço de participações nas edições anteriores do Dia V, apontando crescimento significativo, a cada ano, na quan-
tidade de voluntários, cidades, estados, comitês, ações e beneficiados, é um indicador não só de que a cultura do voluntariado tem se espalhado, mas também de que há espaço para uma maior evolução. “Extrapolamos as fronteiras de Minas e os números crescem seguidamente. Em 2007, tivemos eventos em mais de 150 cidades em 15 estados, com a participação de mais de 600 mil pessoas”, afirma. “Mas entendemos que a marca do Dia V deve ser a continuidade das ações, para transformar ainda mais realidades. É importante que a população se aproprie de seus problemas, faça parte das soluções, e o voluntariado e a participação cidadã são os caminhos para alcançar esse objetivo. Essa preocupação explica o mote do evento deste ano: é preciso ser voluntário todo dia”, conclui Andrade.
Cidadania empresarial O Conselho de Cidadania Empresarial da Fiemg, entidade
que lidera um amplo programa de responsabilidade social – modelo em todo o país e fundamentado nos princípios do desenvolvimento sustentável –, tem sido determinante para o sucesso do Dia V. Segundo o presidente do conselho, José Tadeu de Moraes, no entanto, outros fatores também explicam o sucesso da iniciativa. “Em primeiro lugar, acho que o caminho que escolhemos há oito anos, quando começamos o Dia V de maneira um tanto tímida, se mostrou acertado. As pessoas foram motivadas a praticar ações sociais e isso se multiplicou de maneira extraordinária”, afirma. “Em segundo, acho que os resultados também provam que a solidariedade é algo arraigado na cultura mineira”, acrescenta Moraes. Ao comentar a crise econômica mundial, que ganha corpo a cada dia e traz o temor de que programas de responsabilidade social, no Brasil, sejam seriamente afetados, Moraes
As pessoas foram motivadas a praticar ações sociais e isso se multiplicou José Tadeu de Moraes, presidente do Conselho de Cidadania Empresarial
se mostra otimista. “Essa crise é o primeiro teste verdadeiro para ver se tudo aquilo que fizemos, nesses últimos anos, terá sustentação”, afirma. “Mas estou certo de que vamos ter respostas positivas. O envolvimento da sociedade com ações como as do Dia V tem raízes muito fortes e não vai perecer”, completa.
Em busca da qualidade Jair Amaral/EM/D.A Press/3/12/2006
Expandir cada vez mais as ações voluntárias, tornando-as perenes e, principalmente, cotidianas em vários setores da sociedade. Esse é o principal objetivo da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), no momento em que o Dia V, lançado pela entidade em 2001, chega à sua oitava edição. Segundo o presidente da federação, Robson Andrade, a festa será celebrada depois de amanhã, em dezenas de cidades de Minas e de outros estados, buscando mobilizar de maneira permanente o maior número possível de pessoas. Em pauta, causas ligadas à cidadania, à saúde, à igualdade de gêneros e à defesa do meio ambiente, consolidadas nos oito objetivos do milênio, definidos pela Organização das Nações Unidas. “A grande estratégia do Dia V é promover a participação cidadã, o envolvimento permanente com a comunidade, por meio do voluntariado. Para atingir esse objetivo, todos os anos a Fiemg capacita os comitês para que formem uma grande rede social, de apoio e desenvolvimento”, diz o presidente. “Todo esse trabalho
Jair Amaral/EM/D.A Press/3/12/2006
Jair Amaral/EM/D.A Press/19/9/2007
Ações cotidianas
Ao contrário de edições anteriores, coordenação do Dia V optou por descentralizar ações no próximo domingo, em BH atingi-los até 2015”, afirma. “Hoje, há uma grande conscientização sobre essas questões e o que é preciso é assegurar que as ações sejam bem-sucedidas”, acrescenta. De acordo com Marisa, justamente por isso, o foco da organização do Dia V mudou: a intenção não é simplesmente criar novos
comitês, mas qualificar e dar subsídios para obtenção de resultados satisfatórios aos que já existem. “Hoje, investimos mais no treinamento dos comitês e na formação e na capacitação de suas lideranças, para que possam ter um efeito ainda mais transformador na realidade”, sustenta. Neste
ano, por exemplo, os coordenadores do Dia V, que em 2007 distribuíram entre os inscritos no evento um CD, com um curso virtual sobre práticas de voluntariado, mudaram de estratégia. Preferiram ir pessoalmente a oito cidades mineiras, onde fizeram reuniões com representantes de cerca de 100 comitês já formados.
“Foi um avanço, já que, presencialmente, pudemos fazer uma melhor avaliação das ações e ajudar esses comitês, por exemplo, a ampliar e a tornar suas atividades mais duradouras”, afirma Marisa.
Programação Outra mudança de estratégia em relação a edições anteriores do Dia V, no caso da capital mineira, é a opção por descentralizar o evento. Em anos passados, sempre foi feita uma grande festa em uma das principais praças de Belo Horizonte: a da Estação e a da Liberdade, por exemplo, foram palcos das atividades. No domingo, porém, a celebração ao Dia de Ser Voluntário será espalhada pela cidade. “Teremos eventos simultâneos em diferentes locais, durante todo o dia”, diz Luciene Araújo, uma das coordenadoras. Duas atrações, no entanto, terão destaque. Uma será no estacionamento de um hipermercado, no Minas Shopping, região Leste de Belo Horizonte, onde representantes do Juizado de Conciliação e Pequenas Causas farão atendimento à população. O espaço também terá opções de lazer e cultura. A outra será promovida pelo Sindicato da Indústria da Construção Pesada de Minas Gerais (Sicepot-MG). A exemplo do que ocorreu no ano passado, voluntários da entidade vão ocupar a Praça JK, na região Centro-Sul, com barracas e estandes, nos quais oferecerão atividades de recreação e de orientação em relação à saúde e à qualidade de vida dos visitantes.
Amaral/EM/D.A Press/3/12/2006
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Associação Mineira para a Educação (AME) programa demonstração de trabalho realizado durante todo o ano Parceira do Sistema Fiemg, desde 2004, a organização não governamental Associação Mineira para a Educação (AME), de Belo Horizonte, preparou para o Dia V 2008 a demonstração de um trabalho muito mais amplo e permanente, desenvolvido em praticamente todos os finais de semana do ano. Os eventos programados para o primeiro domingo de dezembro, concentrados em duas unidades da Rede Sesi de Educação – as escolas Hamleto Magnavaca, no Vale do Jatobá, e Alvimar Carneiro de Resende, em Contagem –, pretendem, segundo o sociólogo e coordenador da AME, Fernando Cardoso, mostrar que atividades de cultura e esporte são essenciais a comunidades carentes, mas precisam de mais do que o apoio eventual de voluntários. Também necessitam ser bem estruturadas e constantes para fazer, de fato, diferença na vida das pessoas. “No Dia V, vamos repetir o que fazemos em todos os finais de semana nesses dois locais e em outras três unidades das redes Sesi e Senai na Grande BH: transformar o espaço das escolas, nos dias de folga de alunos, funcionários e professores, em centros de atividades culturais e esportivas gratuitas para a população da vizinhança”, afirma o sociólogo. “Com isso, queremos mostrar que o trabalho voluntário ganha eficácia se tiver envolvimento, profissionalismo e, principalmente, continuidade”, acrescenta.
Fabianne Navais - Divulgação
SEBASTIÃO JACINTO JÚNIOR/FIEMG/DIVULGAÇÃO
Para fazer a diferença
Crianças das vizinhanças de escolas do Sesi e do Senai, na Grande BH, contam com atividades culturais e esportivas nas unidades, nos finais de semana A diferença em relação aos sábados e domingos em que normalmente os pátios das escolas são ocupados por oficinas de artes e esportes, afirma Fernando, é que no Dia V haverá participação de outras entidades, especialmente convidadas. Na escola Hamleto Magnavaca, quem marca presença é a creche Frei Toninho, que atende 139 crianças e adolescentes, de 0 a 14 anos, no bairro Independência, vizinho ao Vale do Jatobá. Na unidade Alvimar Carneiro de Resende, os convidados são a Casa do Homem de Nazaré, do bairro Esplanada, que acolhe meninos de rua, a Embaixada do Altíssimo, dedicada à recuperação de grávidas, mães e filhos vitimas de violência e abandono, no bairro Água Branca, a Comunidade Getsêmani, de Sarzedo, na Grande BH, e a Apae de Piracema, cidade do Centro-Oeste de Minas. “Todas essas entidades vão
participar, seja presencialmente, com voluntários, funcionários e pessoas atendidas, ou recebendo doações de alimentos e produtos de limpeza que recolhemos com o apoio da Fiemg, até o dia 29 de novembro”, diz Fernando.
Trajetória Apesar de curta, a trajetória da AME, fundada em 2004, é marcada pelo profissionalismo ao lidar com educação e responsabilidade social. Segundo Fernando Cardoso, a parceria com o Sistema Fiemg, por exemplo, não significou simplesmente a ocupação, em horários ociosos, de cinco unidades do Sesi e do Senai, nos finais de semana, para o desenvolvimento de atividades de cultura, esporte e lazer. Antes de implantar o projeto, denominado Todos por todos – Educando além da escola, foram
feitas pesquisas detalhadas com as comunidades vizinhas às escolas – além das unidades Hamleto Magnavaca e Alvimar Carneiro de Resende, também são usadas as instalações das escolas Newton Antônio da Silva Pereira, no bairro São Paulo, Emília Massanti, no Cabana do Pai Tomás, e Euvaldo Lodi, do Senai, na Praça da Cemig. “Só depois de analisar os dados coletados junto ao público que atingiríamos e de conhecer a fundo as carências dos moradores próximos a essas escolas, montamos as programações, que envolvem dezenas de monitores e voluntários, além de apoio financeiro”, afirma. Nos últimos quatro anos, de acordo com o coordenador, não foram raros os casos de pessoas beneficiadas pelas atividades ou voluntários eventuais que, em pouco tempo, tornaram-se participantes ativos e constantes do projeto.
O professor de percussão Leonardo de Lima, o Leléo, de 24 anos, ex-aluno da Associação Querubins, da capital, e morador da Vila do Acaba Mundo, atuou na AME como voluntário logo no início, em 2004, na unidade Sesi do Vale do Jatobá. Deixou o projeto por dois anos, período em que se dedicou a estudar música, retornou e acabou contratado como monitor. “No tempo em que me ausentei, fiz cursos com muita gente boa da área de música e percussão e, como resultado, fui chamado para voltar, mas contratado para uma monitoria no Senai Euvaldo Lodi”, diz o professor. “Hoje, reconheço a importância do voluntariado e, apesar de meu tempo ser curto, sempre que posso me dedico a projetos como o da AME, mesmo sem remuneração”, acrescenta Leléo, que no Dia V vai se apresentar na Praça JK, região Centro-Sul de Belo Horizonte.
Como ocorre em todos os anos, no Dia V, funcionários da Fiemg também se dedicam a atividades voluntárias. Mas, também como sempre, usam a data apenas para dar início a um trabalho de longo prazo nas comunidades eleitas para ser palco das ações. Em 2006, a festa preparada pelos empregados da entidade foi oferecida aos moradores de Itatiaia, distrito de Ouro Branco. No ano passado, Cocais, em Barão de Cocais, foi a localidade escolhida. Em ambas, atividades variadas, em parceria com empresas e sempre com a participação da Fiemg – promoção de festas e bazares para arrecadar fundos, por exemplo –, tiveram continuidade nos meses que se seguiram. No domingo, o pontapé inicial dessa série de eventos, que deve durar dois anos, acontece no distrito de Santa Rita, em Nova Lima, na Grande BH. “Optamos por Santa Rita, primeiro, porque o Senai de Nova Lima nos indicou o local como apropriado, já que a população é bastante carente. Em segundo lugar, porque, ao visitar a comunidade, sentimos um grande engajamento dos moradores e isso nos animou a fazer do Dia V a data inaugural de um trabalho mais prolongado no distrito”, afirma a gerente de promoção humana da Fiemg, Júnia Nogueira Bastos.
Na festa dedicada ao voluntariado, segundo Júnia, haverá, como é comum, a montagem de uma rua de lazer para crianças e adolescentes, que serão presenteados por um Papai Noel com kits montados a partir de doações, e a oferta de serviços variados aos adultos, entre as 10h e as 17h. O evento, que deve contar com uma centena de voluntários e beneficiar 3 mil moradores, será encerrado com um show musical. Passado o Dia V, no entanto, outras ações terão vez. “Assim como fizemos em Cocais e em Itatiaia, nossa idéia é manter contato permanente com a comunidade, fazendo visitas ao distrito, colhendo as demandas dos moradores e procurando ajudá-los a concretizar suas aspirações”, explica. Em Cocais, lembra Júnia, entre outros projetos, os voluntários da Fiemg, com o apoio de colegas da Vale, conseguiram arrecadar fundos para a construção de uma igreja. Em Itatiaia, um exemplo dos trabalhos posteriores ao Dia V foi a implantação do programa Mama Mia, para orientar mulheres da comunidade, fazer diagnósticos e prevenir o câncer de mama. “Em Santa Rita, vamos desenvolver ações parecidas e, o mais importante, contínuas”, afirma a gerente.
Alexandre Guzanshe/Divulgação
Dia de mudanças
Empregados da Fiemg dão início, no Dia V, a série de ações em comunidades carentes
Mariângela Nogueira/Divulgação
Marcelo SantAnna/EM/D.A Press/2/12/2007
Sérgio Roberto/Divulgação
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Beto Magalhaes/EM/D.A Press/4/4/2006
Sonho realizado Há nove anos, ONG da região Oeste da capital amplia horizontes de moradores de vila
Integrantes da Aiesec, maior entidade estudantil do mundo, participam como voluntários de projetos sociais na Vila Embaúbas
Banco de felicidade Motivados pela participação no Dia V, os integrantes do Comitê de Cidadania Empresarial da Regional Alto do Paranaíba da Fiemg criaram o Banco de Voluntários. Funcionando desde janeiro deste ano, o projeto já conta com 100 voluntários, que atendem prontamente ao chamado das entidades cadastradas sempre que solicitados. Foi Antônio Robson Freitas, da associação DNA da Felicidade, quem teve a idéia. Ele faz parte do comitê e precisava de voluntários para atuar na entidade. A proposta foi tão bem aceita que hoje o Banco de Voluntários contribui não apenas com a DNA da Felicidade como com outras associações de
Patos de Minas, a 400 quilômetros de Belo Horizonte. Mas esta não é a única atividade desenvolvida pelo comitê, como conta Michelle Silveira de Morais, que trabalha na organização dos projetos. Segundo ela, duas atividades têm transformado as ações em Patos de Minas. A primeira é o projeto Plantando Vidas. A proposta é que uma árvore seja plantada a cada criança nascida na cidade. Uma iniciativa que conta com diversos parceiros, como a prefeitura, os hospitais Vera Cruz, Imaculada Conceição e Nossa Senhora de Fátima, o Instituto Estadual de Florestas, sob a coordenação da Fiemg.
A Fundação Arcelor Mittal, vinculada a um dos maiores grupos siderúrgicos do país, mantém já há seis anos um programa de estímulo ao voluntariado entre seus colaboradores. Pensando na edição 2008 do Dia V, a entidade preparou atividades que confirmam o espírito de solidariedade como marca registrada do evento. Segundo o gerente de Promoção Social da fundação, Wellington Calijorne, uma delas consiste em fazer mais alegre o Natal de milhares de crianças carentes de Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo. Desde o início de novembro, estão sendo recolhidas, em oito unidades da Arcelor Mittal no país (Belo Horizonte, Sabará, Contagem, João Monlevade,Juiz de Fora, Osasco, Hortolância e Cariacica), doações dos funcionários para cerca de 2,5 mil crianças, atendidas por 25 instituições. O “pacote” oferecido pelos padrinhos, e depositado até 12 de dezembro aos pés de árvores de Natal montadas em cada unidade, contém, de acordo com Wellington, bombons ou balas, meias, calçados, peças de roupa, calcinhas, cuecas, brinquedos “e o que mais o coração mandar”.
Outro projeto, desta vez com a parceria da Polícia Militar, tem atuação durante todo o ano. É o Agenda V/Comunidade Ativa. A cada dois meses uma região da cidade é presenteada com rua de lazer, apresentações culturais e serviços como cortes de cabelo, aferição de pressão, teste de glicose. “É muito gratificante. Não tem explicação. Sabemos que muitos se beneficiam com as doações, mas ganhamos muito mais ao doar”, diz Michelle.
“Na Grande BH, onde a campanha começou e, em seguida, se transformou em modelo para as unidades da Arcelor Mittal no resto do país, entregaremos as doações deste ano a 1.063 crianças de 13 entidades”, diz o gerente, acrescentando que os presenteados receberão os pacotes das mãos dos próprios padrinhos, em um grande café da manhã.
Programa Agenda V/Comunidade Ativa, da PM, desenvolve atividades constantes em Patos de Minas, com o envolvimento de crianças e adolescentes Mariângela Nogueira/Divulgação
Entre as muitas atividades programadas para a Região Metropolitana de Belo Horizonte, no domingo dedicado à conscientização sobre a importância do voluntariado, a que está marcada para a Avenida Miguel Moisés, na Vila Embaúbas, bairro Nova Gameleira, região Oeste da capital, tem um significado especial. Centenas de pessoas devem se reunir no local, durante todo o dia, não apenas para participar de uma rua de lazer, dançar, jogar capoeira, cortar os cabelos ou se submeter a exames clínicos e odontológicos. A festa do Dia V servirá também para comemorar o aniversário da realização de um sonho: o de melhorar significativamente a vida de 600 famílias da favela, que, em quase uma década, se beneficiaram da redução da violência na região e viram ampliadas suas possibilidades de crescimento pessoal e profissional, em razão de uma série de atividades gratuitas e contínuas de educação, saúde e cultura. Esse sonho se tornou possível graças ao Centro de Convivência CasAzul, organização não governamental criada em 1999 pela Associação Comunitária dos Moradores da Vila Embaúbas. Idealizada e coordenada pelo vigilante Luiz Carlos Cordeiro, de 55 anos, a CasAzul , desde o início, se valeu do trabalho voluntário para atingir suas metas. “Pessoas com as mais diversas formações nos auxiliaram todos esses anos, em atividades como o acompanhamento escolar diário de crianças e adolescentes, aulas de informática, cursos para o complemento de renda dos moradores da Vila, programas de saúde e na nossa creche, que tem 120 crianças de 1 a 5 anos”, diz o coordenador. Luiz Carlos conta ainda que a CasAzul, na qual há, hoje, 150 voluntários inscritos, firmou parcerias com várias empresas, universidades e outras organizações do terceiro setor, que foram e têm sido imprescindíveis ao sucesso da entidade. É o caso da Aiesec (antigamente, um acrônimo para Associação Internacional de Estudantes de Ciências Econômicas e Sociais), maior organização estudantil do mundo e presente no Brasil desde 1971. “Já tivemos aqui estudantes de países como México, Holanda e Inglaterra, ministrando aulas e oficinas. Essa experiência é muito importante para que o nosso público possa alargar seus horizontes”, afirma. Foi o que aconteceu, por exemplo, com a estudante Maria Rita Gomes dos Santos, de 25 anos. Moradora da Vila Embaúbas há uma década, ela diz que foi graças à CasAzul que conseguiu chegar ao curso de fonoaudiologia do Instituto Metodista Izabela Hendrix, onde está terminando o primeiro ano. “A biblioteca do Centro de Convivência e as aulas de informática e de inglês foram fundamentais para o meu desenvolvimento”, ressalta. Maria Rita, que usa as instalações da CasAzul até hoje para estudar, garantiu presença na festa de domingo. Claro, como voluntária.
Esperança ao pé da árvore
Além das doações para o Natal Voluntário, a Fundação Arcelor Mittal repetiu, em 2008, com o envolvimento dos comitês internos de voluntários, uma iniciativa de sucesso em outros anos. Trata-se da campanha da gelatina, que abastece com o produto alimentício hospitais da região metropolitana da capital. “Este ano, foram 26 mil caixinhas arrecadadas, 5,5 mil a mais que em 2007, que serão distribuídas de maneira escalonada, nos próximos dez meses, para o Leuceminas, a Santa Casa e os hospitais da Baleia e Mário Penna”, informa Wellington.
Amaral/EM/D.A Press/3/12/2006
Sérgio Roberto/Divulgação
Marcelo SantAnna/EM/D.A Press/2/12/2007
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divulgação
Alerta ambiental Voluntários de Divinópolis se mobilizam para salvar rio e plantar árvores Uma ação voluntária pode atingir milhares de pessoas, ainda mais quando está em questão o meio ambiente. Desmatamento, poluição dos rios, extinção da fauna. Temas que se tornaram comuns em conversas, nas páginas dos jornais e que alertaram a comunidade de Divinópolis, a 115 quilômetros da capital, onde a Regional Centro-Oeste da Fiemg prepara uma ação para conscientizar toda a população. O Rio Itapecerica, que corta a cidade, irá sofrer uma intervenção do grupo de voluntários. Um ato que marcará a preocupação do voluntariado em recuperar o meio ambiente. O grupo fará uma caminhada ecológica e a limpeza das margens do rio no trecho que passa pelos bairros Esplanada e Porto Velho, na região Central da cidade, com a participação de segmentos variados da sociedade. Mas as atividades não param por aí. Em frente à sede da regional da Fiemg, na rua Engenheiro de Oliveira, no Esplanada, haverá informações sobre educação ambiental e distribuição de mudas de árvores. Também estarão disponíveis serviços como aferição de pressão, teste de glicose e cortes de cabelo, além de confecção de documentos. Para alegrar o Dia V, um palco será montado para a apresentação de artistas da região que participam de projetos sociais de empresas.
Domingo o Dia V é comemorado em toda Minas Gerais. Mas, em Uberlândia, a data começou a ser festejada no dia 23 de novembro, com a participação de cerca de mil crianças. De acordo com o gerente administrativo-financeiro da Regional Vale do Paranaíba da Fiemg, Jason Pereira de Resende, a proposta era focalizar as atividades nas crianças. Para isso, foi importante o apoio da Fundação Maçônica, da Câmara dos Dirigentes Lojistas e de outros parceiros que voltaram suas ações para alegrar os pequenos e orientar pais e mães sobre os cuidados com a saúde e a educação de seus filhos.
Programação em Divinópolis inclui limpeza do Rio Itapecerica e distribuição de mudas, em frente à Regional da Fiemg Este ano, as atividades da regional em Divinópolis foram concentradas em um só local. Nos anos anteriores, havia atividades em mais de um ponto da cidade. Mas outros comitês também irão atuar em municípios como Pará de Minas, Formiga e Itaúna. O objetivo é ampliar a atuação no Dia V a cada ano. Participando do projeto desde 2001, a Regional Centro-Oeste espera, este ano, ter a participação de mais de 2 mil voluntários, superando a marca do ano passado. Para o gerente da Fiemg Regional Centro-Oeste, Átila Alves e Costa, a participação de voluntários no Dia V deve ser um marco para o início de ações continuadas. Ele explica que o Comitê de Cida-
dania e Voluntariado Empresarial da regional tem, como uma de suas funções, incentivar o trabalho voluntário nas empresas e a manutenção dessas atividades. De acordo em ele, existe um trabalho de conscientização da importância do voluntariado nos 54 municípios que compõem a regional e envolvem, além do empresariado, representantes de organizações não governamentais e o setor público. Costa afirma que o comitê já contabiliza muitas ações significativas de inclusão social, que estão dando novas oportunidades à população que, muitas vezes, fica à margem da assistência governamental. “Para muitas empresas, o voluntariado ainda é novidade. Nosso
maior objetivo é igualar as informações e trazer todos para essa prática. Um gesto simples pode se transformar em uma atividade que irá beneficiar centenas de pessoas”, diz o gerente, ressaltando a importância de sempre discutir em conjunto novas propostas. Uma das metas da regional Centro-Oeste é transformar o Dia V em uma data para iniciar novos projetos ou comemorar o resultado de ações que são desenvolvidas ao longo do ano. “O Dia V é uma oportunidade de apresentar para a comunidade novas propostas, um momento de pensar em um projeto macro, que se estenda ao longo de 2009 e possa ser sempre renovado”, afirma.
Na Regional Vale do Paranaíba, já são 40 comitês com trabalhos voltados para o voluntariado. Além de Uberlândia, municípios como Monte Carmelo, Monte Alegre de Minas, Tupaciguara, Araguari e Indianópolis já têm projetos sendo desenvolvidos e modificando a vida daqueles que mais precisam de ajuda.
BETO NOVAES/EM/D.A PRESS
Comida para quem precisa O futuro trabalhador da indústria já começa seus estudos ajudando pessoas. Em Várzea da Palma, a 296 quilômetros de Belo Horizonte, no Norte de Minas, parte dos alunos do Centro de Formação Profissional Joaquim de Paula Ferreira, do Senai, ao se inscreverem para os cursos, doam alimentos que se transformam em refeição para a comunidade carente da cidade. O gerente da unidade, Vivaldo Nogueira Batista, conta que parte dos alimentos doados é usada na preparação de um sopão, que é distribuído nos bairros Pedras Grandes e Nova Esperança, juntamente com um grupo religioso que atua na cidade. “A felicidade é geral. Tanto daqueles que recebem a ajuda quanto dos que estão sendo solidários com o outro”, diz o gerente, que sempre busca incentivar funcionários e alunos do centro de formação profissional a atuarem como voluntários. No Dia V, toda comunidade escolar está sendo mobilizada. Este será o terceiro ano que o evento acontece em Várzea da Palma. As atividades estarão concentradas na unidade do Senai, localizada na rua Avany Leite Greco, 631, no bairro Paulo VI. Estudantes, professores e funcionários estarão
Crianças em primeiro lugar
Com doações de alunos do Senai, voluntários de Várzea da Palma fazem refeições para população carente juntos para levar solidariedade àqueles que precisam de mais atenção. Os moradores da região terão a oportunidade de tirar carteira de identidade e carteira profissional, além de fazer o registro ou pegar a segunda via da certidão de nascimento e casamento. Todos que participarem das
atividades também poderão fazer a aferição da pressão. Na ocasião, também serão recolhidos donativos para serem distribuídos às crianças carentes no Natal. Batista afirma que a integração com a comunidade é a garantia do sucesso das ações do Dia V. Para isso,
durante todo o ano são desenvolvidas atividades para manter o contato dos moradores do entorno com o centro de formação profissional. Um exemplo é a feira tecnológica, em que os alunos apresentam para a comunidade os projetos que desenvolveram durante o curso.
O gerente da regional alerta para a necessidade de os projetos terem uma ação continuada, não apenas no Dia V. Para que a manutenção das atividades seja garantida é importante, segundo ele, a elaboração de um banco de talentos e de oportunidades para que os voluntários conheçam as necessidades das entidades e comunidades, bem como as empresas que se propõem a investir em atividades de cunho social.
A felicidade é geral. Tanto daqueles que recebem a ajuda quanto dos que estão sendo solidários com o outro
Vivaldi Nogueira Batista, gerente do Senai em Várzea da Palma
Mariângela Nogueira/Divulgação
Marcelo SantAnna/EM/D.A Press/2/12/2007
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Sergio Roberto/Divulgação
Reciclagem permanente Experiência iniciada no Vale do Aço, em 2007, se torna contínua e faz jus ao espírito do Dia V Transformar ações voluntárias pontuais em atividades permanentes. Um desafio enfrentado por toda Minas Gerais e que, na Regional Vale do Aço da Fiemg, tem tido bons resultados. Um exemplo é o trabalho realizado em Jaguaraçu, a 185 quilômetros de Belo Horizonte. Com apenas 2.782 habitantes, a cidade desenvolveu um programa de reutilização de material reciclável. No ano passado, houve uma mobilização para o Dia V e, a partir daí, mais pessoas se interessaram pelo projeto. No Centro Educacional Pitangueira, cerca de 100 crianças e adolescentes trabalham, voluntariamente, na preparação de peças, a partir de garrafas pet, para ornamentar árvores de natal em toda a cidade. No decorrer do ano, com o apoio da prefeitura, foi implantado um programa que incentiva a troca de materiais recicláveis por alimentos, material de limpeza e de construção. A Regional Vale do Aço da Fiemg abrange 30 municípios, entre eles Ipatinga, Timóteo, João Monlevade, Itabira e Belo Oriente. No Vale do Aço, a Fiemg realiza o Dia V desde sua primeira edição, em 2001. A cada ano o número de participantes aumenta. Em 2007, foram 210 comitês, em 12 cidades, mobilizando 9.408 voluntá-
Tributo à aurora da vida Amarelinha, queimada, pular corda. Brincadeiras de criança que foram perdendo espaço para os jogos eletrônicos, mas que serão relembradas, hoje, em Guanhães, a 244 quilômetros de Belo Horizonte. Essas serão algumas das atividades do Dia V na cidade que faz parte da Regional Rio Doce da Fiemg. Além da programação para a criançada, jovens, adultos e idosos também serão contemplados.
Reaproveitamento de garrafas pet e outros materiais é ponto forte das atividades em Jaguaraçu, no Vale do Aço rios e atingindo uma participação de 149.267 pessoas. Por meio do Comitê de Cidadania Empresarial, a Regional Vale do Aço atua como articuladora do Dia V, contando sempre com a parceria de diversas empresas, associações comerciais, sindicatos patronais, entidades de diversos segmentos e poder público. Uma das principais indústrias da região, a Usiminas, desenvolve um
importante trabalho com os grupos de ação comunitária. A atividade foi iniciada em 2002, com o objetivo de incrementar o trabalho voluntário já existente na empresa, através de seus empregados que atuam como voluntários em diversas entidades. A idéia principal é interagir com esses empregados, permitindo agilizar e direcionar o trabalho voluntário que eles já desenvolvem às deman-
das existentes na comunidade, bem como incentivar outros empregados e familiares a se engajarem em atividades voluntárias. Atualmente, cada uma das cinco superintendências da empresa tem um grupo formalizado. São 381 voluntários inscritos nestes grupos, que prestam assistência de mão-de-obra em entidades beneficentes da região durante todo o ano.
O Dia V é comemorado em Ituiutaba, a 685 quilômetros de Belo Horizonte, no Triângulo Mineiro, desde 2001, sempre com ações direcionadas para crianças, idosos ou dependentes químicos. Mas, este ano, as atividades serão voltadas para toda a família em uma grande festa na Praça Cônego Ângelo, em frente à sede da prefeitura. E, a partir dessa experiência, a proposta é ampliar as ações para que aconteçam bimestralmente. De acordo com a gerente da Regional Pontal do Triângulo da Fiemg, Daniella Soares Vilela, será criada uma comissão para definir, juntamente com as universidades locais, quais e como serão as atividades desenvolvidas. A proposta é atender, primeiramente, os bairros mais carentes, sempre levando serviços, lazer e cultura para as comunidades. “No próximo ano, esperamos fazer uma atividade no centro da cidade em comemoração à transformação de nosso trabalho”, diz. A gerente informa que o trabalho em creches, asilos e em clínicas de recuperação de dependentes químicos irá continuar. Apenas estão sendo agregadas novas atividades. Na praça da prefeitura, estão previstas atividades como corte de cabelo, recreação para todas as idades, shows e cadastro no banco de empregos. Aqueles que quiserem cuidar da saúde terão a oportunidade de fazer a aferição de pressão, teste de glicemia e assistir palestras sobre como prevenir o câncer e doenças sexualmente transmissíveis. Também será feito o cadastro de doadores de medula e de sangue, em parceria com o Hemominas. Enquanto a festa acontece na praça, no Distrito Industrial Norte voluntários vão plantar 300 mudas de árvores às margens do córrego da Lagoa, que está sofrendo com o assoreamento. Lauby Alves de Oliveira, de 33 anos, está ajudando a organizar a atividade. “Acho importante porque temos que preservar o local, a comunidade em que estamos atuando. Pequenas ações podem gerar um resultado que beneficia toda a sociedade”, diz Lauby. Essa atividade tem o apoio da prefeitura, do Instituto Estadual de Florestas (IEF) e de moradores da região.
Jair Amaral/EM/D.A Press/30/4/2006
Dia da família
A assistente social Isabel Mônica de Freitas, do Instituto Cenibra, um parceiro do Dia V, explica que as atividades em Guanhães serão voltadas para famílias assistidas pelo Centro de Referência da Assistência Social (Cras) e pelo Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti). As pessoas poderão cortar cabelo, fazer as unhas, participar de atividades recreativas e ainda aferir a pressão, fazer teste de glicemia e vacinar. Uma nutricionista também irá ensinar receitas saudáveis reaproveitando alimentos. Além de Guanhães, outras cidades do Vale do Rio Doce participam do Dia V. Em Virginópolis, a 277 quilômetros da capital, os voluntários irão cercar a nascente do córrego Santa Cruz e plantar árvores nativas para recuperar a área. A questão ambiental também motiva as atividades em Sabinópolis, distante 267 quilômetros de Belo Horizonte. Um grupo de voluntários irá plantar espécies nativas e incentivar a coleta seletiva. Em São João Evangelista, a 277 quilômetros de Belo Horizonte, os participantes decidiram contribuir com a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae). Este é o primeiro ano em que os voluntários se uniram na cidade no Dia V. Eles irão ajudar a pintar a nova sede da entidade.
Voluntários prometem atividades de lazer e alegria para comemorar sucesso do Dia V
Amaral/EM/D.A Press/3/12/2006
Sérgio Roberto/Divulgação
Marcelo SantAnna/EM/D.A Press/2/12/2007
Mariângela Nogueira/Divulgação
Sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
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DIA V 2008 I N F OR M E
E S P E CIAL
Regional Sul da Fiemg/Divulgação
CIDADANIA EM EQUIPE Ações no Sul de Minas ganham proporção a cada ano e espalham onda de solidariedade pela região A cada ano, a Regional Sul da Fiemg contabiliza novas vitórias. Vitórias conquistadas por uma equipe de voluntariado sempre disposta a levar solidariedade àqueles que mais precisam de assistência. Esse espírito tem movido o trabalho de centenas de pessoas que se mobilizam durante o Dia V, mas que também assumem o compromisso de dar continuidade às atividades durante todo o ano. Na Regional Sul, o Dia V acontece desde 2001, quando o projeto foi lançado pelo Sistema Fiemg. Os trabalhos começaram em proporções menores, mas, com o passar dos anos, as ações se expandiram. Atualmente, as atividades ocorrem em inúmeras cidades pertencentes à regional. Fazem parte da área de abrangência da Regional Sul 159 municípios. Pouso Alegre, Poços de Caldas, Varginha, Itajubá, Alfenas, Lavras, Andradas, Extrema, Elói Mendes, Santa Rita do Sapucaí, São Sebastião do Paraíso, Guaxupé, Machado, Passos, São Gonçalo do Sapucaí e Três Pontas são alguns dos mais atuantes nas ações voluntárias. O sucesso desse trabalho pode ser comemorado. No ano passado, um batalhão de 3,6 mil voluntários levou esperança e cidadania a mais de 7 mil
Em 2007, alimentos doados foram entregues a representantes de várias entidade do Sul de Minas, entre elas o orfanato Nossa Senhora de Lourdes pessoas. Esse foi parte do resultado das ações de 52 comitês, abrangendo um total de 13 cidades. Foram atendidas 42 entidades, que atuam em diversas áreas, como na assistência aos idosos e crianças. Esse exército da solidariedade foi formado por funcionários do Sistema Fiemg, presidentes e representantes dos sindicatos patronais do Sul de Minas, representantes das indústrias e do comércio, prestadores de serviços, integrantes de organizações não governamentais e de entidades de classe, além de pessoas que, simplesmente, resolveram ajudar o próximo. Entre os trabalhos que emocionam os voluntários e estimulam o
desenvolvimento de novas ações no Sul de Minas estão os apoios ao Núcleo de Prevenção e Assistência (NPA) e ao Projeto Meninos do Mandu. Essas atividades foram iniciadas no ano passado e continuam na ordem do dia para a equipe de voluntários da regional. O NPA direciona o seu trabalho à recuperação de dependentes químicos. Atualmente, o núcleo não conta com nenhuma ajuda governamental, atendendo gratuitamente jovens e adultos do sexo masculino, em situação de risco e dependência. No decorrer deste ano, a Regional Sul fez diversas ações em prol da entidade, como a doação de alimentos e a realização de palestras.
Devido às dificuldades financeiras que o núcleo vem enfrentando, a Regional Sul da Fiemg decidiu acolher novamente a entidade no Dia V. Para domingo, os voluntários preparam um almoço festivo nas dependências do NPA, com atividades teatrais, além da entrega de mais donativos.
Inclusão Já o projeto Meninos do Mandu é uma iniciativa da Polícia Militar, que trabalha pela inclusão social de jovens do bairro São Geraldo, em Pouso Alegre. A proposta é resgatar a cidadania de adolescentes, principalmente, daqueles envolvidos com drogas. Foi
Dedicar tempo e talento ao próximo. Esse é o espírito que move os voluntários de Ubá, na Zona da Mata mineira. Há quatro anos participando do Dia V, o trabalho coordenado pelas professoras Eni Aparecida de Souza e Maria Aparecida Gazolla Lima extrapolou os muros da Escola SESI José Alencar Gomes da Silva e, hoje, abrange a cidade inteira. “A proposta não é só doação de alimento. É doação de tempo, talento e trabalho”, diz Eni, explicando que as atividades do voluntariado continuam durante todo o ano. A primeira participação de Ubá no Dia V foi em 2005, quando focalizaram as atividades em asilos e hospitais, com a participação de várias equipes. Um trabalho que rendeu frutos, transformando-se em uma atividade permanente da escola. Cerca de três vezes ao ano, os alunos da 5ª à 7ª série vão a um asilo para escrever cartas para os idosos. Segundo Eni, a atividade surgiu na disciplina de língua portuguesa, quando a professora Nelzangela Santos Fernandes Machado queria incentivar a escrita dos estudantes, acostumados com a linguagem mais simplificada dos e-mails. “A experiência foi maravilhosa e enriquecedora para meus alunos. No dia após a visita, a troca de informações e experiências vividas foi ótima. Os alunos puderam não só fixar o conteúdo aprendido como também ver como é difícil colocar no papel tantos sentimentos de saudades, tristeza, decepção e solidão, tudo misturado com uma alegria de poder se expressar”, relata Nelzangela.
Consciência Mas a participação dos alunos vai além das atividades com os idosos. Eles brincam em gincanas que têm como objetivo a arrecadação de materiais que, posteriormente, são doados à população carente. “Os meninos, desde pequenos, têm a consciência de ajudar. E não só com coisas materiais. Eles aprendem que uma conversa, um gesto, um carinho também são importantes”, diz Eni.
Sesi/Ubá-MG / Divulgação
Tempo de ajudar
realizado em estudo sobre as reais necessidades da população e constatou-se que, além do envolvimento com as drogas, o desemprego e a falta de infra-estrutura básica comprometiam negativamente a comunidade. Partindo dessa realidade, buscou-se traçar um plano de inclusão social, por meio da música, da dança, do esporte, de cursos profissionalizantes, sempre pautados por princípios como ética, cidadania e responsabilidade social. E, no ano passado, no Dia V, o projeto ganhou as ruas de Pouso Alegre em uma carreata que mostrou aos moradores parte do trabalho realizado no bairro São Geraldo.
Brincadeira dá frutos Uma gincana entre funcionários de empresas parceiras pode gerar benefícios para toda uma cidade. Em Uberaba, a 467 quilômetros de Belo Horizonte, no Triângulo Mineiro, desde julho, o empresariado está incentivando a reciclagem e o reaproveitamento de materiais. Uma iniciativa que já chamou a atenção da prefeitura, que estuda a implantação da coleta seletiva no município. A gerente da Regional Vale do Rio Grande da Fiemg, Márcia Lima, explica que a proposta era proporcionar a vivência dos três Rs – reciclar, reduzir e reutilizar – entre os funcionários de dez empresas. Em cada local, foram instalados coletores de materiais como garrafa pet, papel, papelão, latinha e embalagem longa vida. Todo o material será vendido e o valor arrecadado será repartido entre sete creches que precisam de ajuda financeira.
Aluna do Sesi em Ubá escreve carta ditada por idosa Este ano, o trabalho está voltado para a comunidade do bairro Vila Casal, onde acontecerão as atividades de rua durante o Dia V, uma parceria com o Projeto Viver na Vila. De acordo com a coordenadora, além da doação de livros, alimentos e brinquedos, também serão distribuídos filtros de barro e tampas para caixas d’água aos moradores da Vila Casal. Eni explica que muitas pessoas usam a água diretamente da torneira, sem filtrá-la ou fervê-la favorecendo a transmissão de doenças. E, com a doação de tampas para as caixas d’água, ela pretende contribuir para a redução dos casos de dengue na região. Os moradores da Vila Casal também terão outras surpresas. Haverá aferição de pressão, teste de glicose, rua de lazer, oficina de arte, pintura de rosto e vacinação. Estão previstas ainda palestras para gestantes, sobre sexualidade, sobre violência contra mulher e sobre os cuidados com a higiene bucal. Além disso, será uma oportunidade de tirar carteira de identidade e carteira de trabalho. E, para alegria da criançada, terá pipoca e algodão doce.
Para o próximo ano, Márcia afirma que será organizado um curso de capacitação e preparação dos catadores de material reciclável, uma forma de dar continuidade à iniciativa. Uma cartilha será distribuída para educadores, organizações não governamentais e empresas para ensinar as pessoas a produzir utensílios com material reciclável. As atividades do Dia V acontecem em Uberada desde 2001. De acordo com a gerente, a cada ano crescem as adesões. Nas últimas três edições, as ações eram concentradas em um só ponto, diferentemente deste ano em que as atividades serão descentralizadas. “O número de voluntários tem crescido, mas o nosso principal desafio é fazer com que todos os comitês desenvolvam ações continuadas”, diz.