Á LA CARTE ANO 1 . N° 1 . R$ 9,00
IMAGINAÇÂO E OUSADIA NOS TRABALHOS DE OLIVIERO TOSCANI AS ILUISTRAÇÕES DE GUSTAVO ROSA
as obras pops de:
ANDY WARHOL 1
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SU MÁ RIO
EXPEDIENTE
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Bárbara Garcia Santos COORDENAÇÃO E SUPERVISÃO TÉCNICA Rangel Sales REVISÃO Rangel Sales TIRAGEM 1.800 exemplares PAPEL couchê 140g
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TEL GERAL (31) 8777-9371
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TIPOGRAFIA
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ILUSTRAÇÃO
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ARTE URBANA
A tipografia como forma
As ilustrações de Gustavo Rosa
Arte de rua
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DESIGN
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FOTOGRAFIA
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POSTERS
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PORTFÓLIO
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IMPRESSÃO
Design Gráfico
Oliviero Toscani
A arte do cinema em cartaz
A pop arte de Andy Warhol
Impressão Digital
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TIPOGRAFIA
EM DESIGN SÓ SE FALA SOBRE TIPOGRAFIA E TIPOLOGIA. AFINAL, O QUE É ISSO? QUAL A IMPORTÂNCIA DA TIPOGRAFIA NA VIDA DO DESIGNER GRÁFICO? NO QUE CONSISTE A TIPOGRAFIA? ESTÁ NA HORA DE RESPONDER SUAS PERGUNTAS.
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O que significa?
Dicas importantes
Tipografia é a impressão dos tipos e está morrendo com o
Alinhamento: Evite alinhamento centralizado em textos
computador. Tipologia é o estudo da formação dos tipos e
longos. O excesso de espaço branco nas laterais tende
está crescendo a cada dia. Mas no final, a nomenclatura
a fazer a pessoa se perder. Opte por textos alinhados a
usada é tipografia. Como fonte (família do tipo) é atualmente
esquerda, sem justificativa.
chamada de tipo. Contraste: Nunca utilize tipo claro em fundo claro, ou tipo O termo tipo é o desenho de uma determinada família de
escuro em fundo escuro. Opte sempre pelo contraste. Afinal
letras como por exemplo: verdana, futura, arial, etc. As va-
de contas, texto é para ser lido! Para impressos, o melhor é
riações dessas letras (ligth, itálico e negrito, por exemplo)
sempre letra preta no papel branco. Já para os computadores,
de uma determinada família são as fontes desenhadas para
há muita divergência de opiniões: para muitos, letra branca
a elaboração de um conjunto completo de caracteres que
em fundo preto é menor pois na tela o branco é uma luz
consta do alfabeto em caixa alta e caixa baixa, nú-
emitida, enquanto o preto é ausente (o que supostamente
meros, símbolos e pontuação.
deveria facilitar a leitura além de não consumir tanta Para o designer
energia elétrica). Mas isto ainda é disputado. De
Os tipos constituem a principal ferra-
que se especializa nessa área,
menta de comunicação. As faces alter-
a tipografia costuma se revelar
nativas de tipos permitem que você dê
um dos aspectos mais comple-
Use apenas uma categoria de fonte: Se você
expressão ao documento, para transmi-
xos e sofisticados do design
fizer um texto todo com uma fonte serifada, utili-
tir instantaneamente, e não-verbalmente,
gráfico.
atmosfera e imagem.
qualquer maneira, contraste sempre.
ze apenas fontes serifadas no resto do texto. Não mude no meio do caminho, pois isso pode trazer uma confusão visual ao leitor. Claro que se você quiser usar uma
No uso da tipografia o interesse visual é realizado através
fonte como título dew um texto e prosseguir com uma fonte
da escolha adequada de fontes tipográficas, composição
diferente, manda bala.
(ou layout) de texto, a sensibilidade para o tom do texto e a relação entre texto e os elementos gráficos na página. Todos
Entretanto, se preferir mudar de fonte, deixe óbvio a mudan-
esses fatores são combinados para que o layout final tenha
ça. Dá pra criar um texto com título em Georgia e corpo do
uma “atmosfera” ou “ressonância” apropriada ao conteúdo
texto em Helvetica (serifada e sem-serifa, respectivamente).
abordado. No caso da mídia impressa, designers gráficos
Mas deixe óbvio a mudança – use uma cor diferente, um
costumam se preocupar com a escolha do papel adequado,
fundo diferente, ou um tamanho de letra diferente. Além de
da tinta e dos métodos de impressão.
criar um impacto visual melhor, a pessoa não fica achando que o designer errou na hora de utilizar suas fontes.
Conhecer a tipografia é essencial aos designers que trabalham com diagramação, ou seja, na relação de texto e imagem. Ela é um dos pilares do design gráfico e uma matéria necessária aos que escolheram este curso. Para o designer que se especializa nessa área, a tipografia costuma se revelar um dos aspectos mais complexos e sofisticados da profissão.
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ILUSTRAÇÃO
As ilustrações d CHEIAS DE FIGURATIVISMOS, SUAS TELAS MOSTRAM A ORIGINALIDADE
G
ustavo Rosa é uma das figuras mais destacadas
cotidiana, o ridículo dos nossos amores, paixões, costu-
no campo das artes visuais brasileiras, um des-
mes e dos nossos chiliques. Tudo isto o leva a criar o seu
taque que ele conquistou com sua pintura lúdica,
próprio mundo pictórico de inesgotável humor caricatural,
irônica, agressiva e mentalmente lúcida. Com um
porém sem deixar de ser bondoso para com as nossas
design singelo e pragmático ele cria as suas figu-
fraquezas e loucuras.
ras lapidares, agressivamente recortadas, impertinentemente simplificadas, irônicas e brincalhonas, produtos de um humor
O seu desenho é exato, singelo, agressivo e irônico. A emo-
gozador de todas as fraqueza humanas. Há muita crítica
tividade está no belo e puro colorido, embora contido e con-
aguda em suas gozações, há muita lucidez discernidora em
trolado. Gustavo não é romântico, tampouco um revoltado e
suas composições, ou melhor dizer, apresentações. Porém,
acusador. Ele brinca com nossas debilidades e insuficiências,
esta crítica não é maldosa, não é destruidora, não é negativa,
e goza de tudo com a participação de todos e nos oferece o
embora trata-se de uma autêntica crítica.
sorriso da ironia, às vezes a gargalhada sufocada.
Gustavo Rosa se espanta com a estupidez da nossa vida
Entre os pintores figurativos paulistas da atualidade, ele se
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de Gustavo Rosa GENUINA DO BRASILEIRO AO CONDUZIR AS COISAS DE SEU PAÍS.
destaca pela sua originalidade, seu firme idioma plástico que não lembra a ninguém na escolha dos seus assuntos íntimos. Às vezes, mais sofisticado, outras vezes mais ingênuo (uma ingenuidade proposital), ele se aventura de um quadro para outro com a mesma boa disposição de uma criança muito sadia, muito lúcida e crítica, porém amorosa e bondosa em seu ludismo. Uma bela e valiosíssima figura do panorama pictórico atual. Um grande talento, com o carisma de um agudo e muito puro e claro espírito. Distante de propor simples questionamentos, a arte de Gustavo Rosa vem louvando as formas e as dinâmicas da humanidade.
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ARTE URBANA
R A D Muitas pessoas vêem o grafite apenas como um amon-
toado de letras rabiscadas e sem nexo, ou como pura poluição visual e ato de vandalismo. Grande parte das críticas feitas á atividade se devem às inúmeras facha-
das, monumentos, igrejas e todo um conjunto de locais pichados indiscriminadamente.
As pichações estão relacionadas a conflitos entre gru-
pos rivais, e esse tipo de comportamento dos pichadores tem diversas conseqüências negativas para as cidades. Uma delas é a depredação de obras de arte
e cenários históricos, o que causa prejuízo imediato ao turismo. Além do desrespeito as pessoas ao, por exemplo, fazerem pinturas em muros sem a autorização de seus proprietários. Afim de reverter esses problemas e aproveitar o aspecto positivo dessas manifestações, atualmente os profissionais do grafite são convidados a participarem de projetos que visam embelezar as cidades. Com isso, espera-se que as pessoas interessadas nessa atividade possam continuar expressando sua arte, entretanto sem causar prejuízos ao planejamento urbano.
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E T RDE RUA A Universidade de São Paulo (USP) organizou a primei-
Para muitos, o graffite surgiu de forma paralela ao hip hop -
ra cooperativa brasileira de grafiteiros, com o objetivo de
cultura de periferia, originária dos guetos americanos, que une o
profissionalizar esses artistas. Todos serão orientados por
RAP (música mais ritmo e poesia), o “break” (dança robotizada)
professores de artes plásticas e designers para fazerem
e o graffite (arte plástica do movimento cultural) – quando aca-
seus trabalhos em painéis e muros especialmente destina-
demias e escolas de arte começaram a entrar em crise e jovens
dos a arte. O Rio de Janeiro também investe em projetos
passaram a se interessar por novas linguagens. Com isso, teve
como este, a prefeitura da cidade já formou uma turma de
início um movimento que dava crédito às manifestações artís-
grafiteiros, com direito a certificado.
ticas fora dos espaços fechados e acadêmicos. A rua passou a ser o cenário perfeito para as pessoas manifestarem sua arte.
O Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) lançou
André Gustavo de Castro Matos sócio-fundador do Instituto
em Brasília o Projeto Grafitran, em que o objetivo é incenti-
Voz, explica que grafitar é uma maneira de expressar-se: “o
var grafiteiros de oito grandes cidades brasileiras a divulgar
graffite é a mais genuína expressão de pigmentos, texturas e
mensagens favoráveis à humanização do trânsito, através de
superfícies nas galerias urbanas das ruas, com o objetivo de
painéis espalhados por locais públicos, próximos às rodovias
criar dinâmica, movimento e registro de ícones. O graffite hoje
e ruas movimentadas.
é mais aceito, pois virou arte decorativa nas galerias”.
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DESIGN
DESIGN
!
GRÁFICO
C
om a mesma velocidade que empresas abrem no Brasil, fecham. A grande maioria delas é por falta de planejamento. Ao planejar a abertura de uma empresa, mui-
tos ignoram a parte visual da mesma, a identidade visual corporativa, e isso é uma falha bastante séria. Hoje devemos entender qual o propósito da publicidade e qual a real importância de uma marca para uma empresa, independentemente da sua área de atuação. Antigamente, as pessoas trocavam produtos por produtos, era o chamado escambo. Com o capitalismo, o comércio tornou-se extremamente necessário para o funcionamento do sistema, e aí entra a publicidade, tentando diferenciar o seu produto dos demais. O que aconteceu foi que começaram a apelar para o racional, para o custo-benefício, criando propagandas que destacavam vantagens em seus produtos. Por exemplo, o caso da Coca-Cola, por ser uma bebida de cor caramelo escuro, era fadada à rejeição pela sociedade (por ser associada à água suja), por isso, suas primeiras campanhas eram voltadas a mostrar que a Coca-Cola era uma bebida saudável e limpa. Depois, o apelo foi pelo sabor: “beba coca-cola porque é gostoso e refrescante”.
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Isso virou um padrão de propaganda por anos, de forma que o produto era vendido com base em suas qualidades. Com o tempo, os publicitários se deram conta de que existe algo muito mais poderoso para ser explorado, o inconsciente do ser humano e a publicidade hoje ataca justamente esta área do cérebro, o desejo de cada um. Note que hoje, a Coca-Cola não se apoia mais nas idéias de que é gostosa, mas sim em frases como “o sabor que transforma”, ou “a alegria do natal”. Ela não vende apenas uma bebida, mas também alegria, felicidade, contatos sociais, amizades, etc. Não estão te vendendo cerveja, estão te vendendo sexo, curtição. Não estão te vendendo um carro, estão te vendendo poder e superioridade. A marca hoje é um grande aglomerado de idéias, sentimentos, e ela é responsável por
cios, assim como os inúmeros casos de sucesso existentes.
gerar estímulos no consumidor. Uma marca bem resolvida é
Acredite, sua marca é MESMO seu maior patrimônio, mesmo
o primeiro passo para o sucesso de uma empresa.
que em menores escalas. Suponhamos que você tenha feito um determinado trabalho para alguém, e este seu cliente
Um exemplo de sucesso é a Ferrari, ela produz carros certo?
tenha gostado. Seu cliente pode te indicar para outras pes-
Não, a Ferrari produz sonhos, é um fetiche. Talvez você possa
soas, e é o seu nome que está indo junto.
achar que isso tudo é inútil, e que a Ferrari não iria ganhar 1 tostão com você, afinal carros de 1 milhão e meio estão fora
Identidade é identidade, e não deve ser mudada assim
do seu orçamento. Pode até ser que você nunca compre uma
como se troca de roupa, daí a necessidade de se criar um
Ferrari, mas você pode comprar uma miniatura, um adesivo,
padrão para tudo. Criar uma marca bem trabalhada, um
uma camiseta, ou até mesmo receber um brinde no jornal.
estudo de cores, tipografias padronizadas, enfim, fazer
Se você criar um produto e tiver dinheiro, pode pedir para
todo o material de sua empresa seguir um mesmo padrão
a Ferrari assiná-lo para você, é assim que funciona. Você
reforçando ainda mais a sua identidade é o primeiro passo
paga muito por uma simples assinatura, acredite.
para sua empresa alavancar. Lembre-se, design claro e objetivo aumenta drasticamente na qualidade percebida
Tratando a identidade visual de sua empresa como o seu
de seus cliente, bem como funcionários.
maior patrimônio, você terá muito mais exito em seus negó-
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FOTOGRAFIA
OLIVIERO TOSCANI.
A
s fotos de Oliviero Toscani, utilizadas em
pacto pela polêmica que geram. Isso comprova, portanto, o
campanhas publicitárias de empresas
estudo de Watzlawick e Beavin que mostra que aproxima-
como a benetton possuem, fundamen-
damente 93% da comunicação é apreendida pela imagem,
talmente, o objetivo de chocar e im-
e apenas 7% pelas palavras: “O conceito mais amplo de
pressionar quem as vê. É uma forma de
letramento não desconsidera a importância das palavras,
propaganda dirigida aos meios de comunicação de massa;
mas aceita as outras formas de composição de mundo...” .
no entanto, as propagandas contendo suas fotos por muitas
Em um mundo que se valoriza cada vez mais as imagens
vezes foram proibidas de serem veiculadas ou rejeitadas
em detrimento dos textos nas peças publicitárias, Toscani
pelos meios de comunicação, justamente devido ao seu
utilizou-se dessa tendência para impactar o público com suas
potencial de chocar os públicos. Dos veículos comumente
imagens polêmicas, porém não deixa de lado frases de efeito
utilizados, poucas revistas e jornais assumiram o risco de
e também utiliza o texto como suporte para sua fotografia,
mostrar esses anúncios, o outdoor e posteriormente a internet
explicando o contexto ao público, como na campanha feita
foram os principais difusores de suas peças.
em 2001 para o Ano Internacional dos Voluntários. Essa utilização de imagens como ponto forte da divulgação e do
Os anúncios da Benetton, embora possuam pouco texto,
“diálogo pouco convencional entre arte e publicidade” é seu
expressam, em sua imagem, toda a intenção de causar im-
grande diferencial, principalmente para sua época, podendo-
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se assemelhar seu trabalho na publicidade apenas com o
E são temas como esses que Toscani utiliza em seus traba-
de Barbara Kruger .
lhos fotográficos: temas polêmicos, que, utilizando os meios de comunicação como veículos, tendem a causar uma repul-
Muitas de suas campanhas para Benetton principalmente
sa às idéias massificadas por eles. Essas imagens acabam
fazem críticas diretas, utiliza-se de uma imagem forte como
ficando na mente das pessoas que as vêem, geralmente cau-
meio de passar uma mensagem mais forte ainda, como, por
sando reações em seus complexos reptílicos, responsáveis
exemplo, na campanha que traz como assunto a anorexia.
por sensações diversas, como medo e repulsa.
Através dela, Toscani critica indiretamente os próprios meios de comunicação de massa, freqüentemente associados com a criação e imposição dos chamados padrões de beleza. Esses padrões levariam as pessoas a se utilizarem de meios extremos para atingi-los, deixando de comer por vários dias e correndo sérios riscos de morte. Tanto a ideologia racista quanto o padrão de beleza socialmente aceito são expressões da disseminação de idéias através dos meios de comunicação de massa. Embora o racismo tenha sua origem na escravidão, foi através de propagandas no regime nazista e no movimento do apartheid, por exemplo, que ele encontrou, por assim dizer, pessoas que acreditassem nessas idéias e as disseminassem. Por sua vez, os padrões de beleza, mesmo existindo desde a antiguidade, só passaram a ser tão valorizados e “globalizados” depois da criação dos veículos de comunicação de massa, como a televisão e o cinema.
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A ARTE DO CINEMA EM CARTAZ POSTERS
A
ntes de Hollywood ter feito do lançamento de qualquer filme um acontecimento mediático à escala global e ter imposto uma imagem de marca padronizada a todos os produtos afins, o cinema dispunha de meios bem mais modestos
para se publicitar. Os estúdios não exerciam como agora a ditadura do design promocional e davam alguma liberdade às casas de espetáculo para divulgar os seus filmes. Frequentemente o material que distribuíam juntamente com as cópias era até escasso e obrigava os distribuidores locais a improvisar com base em fotografias e pouco mais, não dispensando a cobrança dos respectivos direitos. Hoje, porém, nos conjuntos de dez micro-salas de cinema com painéis luminosos, temos bonecos e telas nas paredes ao lado das pipocas e da Coca Cola - o hábito mais idiota que importamos dos americanos - e por todo o lado há panfletos com informação dos filmes previstos até ao mês que vem. Entretanto já vimos cem vezes o trailer na televisão, “num cinema perto de si”.
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Muitos se lembrarão certamente das enormes salas de
O fato é que durante muito tempo o cartaz represen-
cinema com dez metros de altura e chão em madeira
tou um meio de divulgação privilegiado do cinema e
que rangia; do seu foyer generoso com bengaleiro e
aliado à ausência de um design único imposto pela
um bar a sério; da tela gigantesca pintada à mão que,
editora fez com que estes painéis atingissem um grau
pendurada na fachada, anunciava o filme que estaria
de apuramento gráfico muito grande. Os exemplares
em exibição; dos três ou quatro cartões junto às bilhe-
contemporâneos da idade de ouro da pop art são
teiras que mostravam fotografias captadas durante a
hoje peças de museu, muito valorizados, vendidos a
rodagem; do cartaz em papelão, vincado e já rasgado
preços bem elevados.
de tanto correr pelo país. A arte dos cartazes de cinema é fascinante. Por vezes Nesse tempo o cartaz era o meio quase exclusivo
é difícil para nós imaginarmos que em tempos idos
de divulgação de um filme. Os artistas gráficos fa-
a divulgação de um filme dependia somente de um
ziam o melhor que podiam e recorriam à fotografia,
simples papelão pintado, afixado nas entradas dos
à serigrafia e à sua destreza na arte do desenho. A
cinemas alguns dias antes das estréias. Devido à
contenção de meios obrigava a que a concepção dos
isso os artistas gráficos davam o seu melhor, criando
cartazes fosse bastante elaborada e o seu resultado
verdadeiras obras primas e foi assim que alguns dos
fosse fortemente comunicativo. Era possível e muito
grandes nomes se destacaram e mostraram o seu
interessante comparar os diversos cartazes feitos para
talento, sendo responsáveis por muitos e excelentes
o mesmo filme, em vários países e até no mesmo
posters da história do cinema.
dentro do território nacional.
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PORTFÓLIO
AS OBRAS POPS DE ANDY WARHOL 16
DOS TRÊS PINTORES MAIS CONHECIDOS DO SÉCULO XX (PABLO PICASSO, SALVADOR DALI E ANDY WARHOL) O MENOS CONHECIDO É JUSTAMENTE O GRANDE REPRESENTANTE DA POP ART, IRONICAMENTE, UMA ARTE QUE UTILIZA ELEMENTOS MAIS PRÓXIMOS DO GRANDE PÚBLICO COMO INSPIRAÇÃO. Terceiro e último filho de emigrantes da Checoslováquia, de
checo em família. Por sua vez, nas aulas artísticas, em vez
apelido warhola, o pai, Andrei, veio para os Estados Unidos
de ter Andrew criava problemas, ao não aceitar seguir as
para evitar ser recrutado pelo exército austro-húngaro, no
regras estabelecidas.
fim da Primeira Guerra Mundial. No ano de 1921 a mulher, Julia, juntou-se a ele tendo a família ido viver em Pittsburgh.
De qualquer maneira, devido ao fim da Segunda Guerra Mun-
Durante essa época Andy foi atacado por uma doença do
dial, foi obrigado a abandonar o Instituto no fim do primeiro
sistema nervoso central, o que fez com que se torna-se
ano, para dar lugar aos soldados americanos desmobilizados,
uma pessoa bastante tímida.
a beneficiar de entrada preferencial nas Universidades americanas com a passagem da Lei de Desmobilização (GI Bill).
Estudou no liceu de Schenley onde frequentou as aulas de
Alguns dos seus professores defenderam a sua permanência
arte, assim como as aulas do Museu Carnegie, instituição
na instituição, e pôde devido a isso frequentar o Curso de
sedeada perto do liceu. A família, com base nas poupanças,
Verão, que lhe permitiria reinscrever-se no Outono seguinte.
conseguiu pagar-lhe os estudos universitários no célebre
Os seus trabalhos durante esse Curso fizeram-no ganhar um
Instituto de Tecnologia Carnegie, a actual Carnegie Melon
prêmio do Instituto e a exposição dos seus trabalhos. Acabou
University, onde teve que se se esforçar bastante, sobretudo
a licenciatura com uma menção honrosa em desenho, indo
na cadeira de Expressão, devido ao seu deficiente conheci-
viver para Nova Iorque em Junho de 1949, à procura de
mento do inglês, já que a mãe nunca tinha deixado de falar
emprego como artista comercial.
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PORTFÓLIO Contratado pela revista Glamour, começou por dese-
Em 1963 começou a filmar, realizando filmes experimentais, propositada-
nhar sapatos, mas os primeiros desenhos apresentados
mente muito simples e bastante aborrecidos, como um dos seus primeiros
tiveram de ser refeitos devido às suas claras sugestões
- Sleep (Dormir) - que se resumia à filmagem durante oito horas seguidas
sexuais. Passou a desenhar anúncios - atualmente ainda
um homem a dormir, ou Empire (Império), que filmou o Empire State Building
muito normais na publicidade de moda nos EUA - para
do nascer ao pôr do sol. Mas os filmes foram tornando-se mais sofisticados,
revistas como a Vogue e a Harper’s Bazaar, assim como
começando a incluir som e argumento. O filme Chelsea Girls, de 1966, que
capas de livros e cartões de agradecimento.
mostra duas fitas lado a lado documentando a vida na Factory, foi o primeiro filme underground a ser apresentado numa sala de cinema comercial.
Em 1952 a sua mãe foi com ele a Nova Iorque. Em Junho desse ano realizou a sua primeira exposição na Hugo Gallery: 15 Desenhos baseados nos escritos de Truman Capote. A exposição foi um sucesso não só comercial como artística, que lhe permitiu viajar pela Europa e Ásia em 1956. Em 1961 realizou a sua primeira obra em série usando as latas da sopa Campbell’s como tema, continuando com as garrafas de Coca-Cola e as notas de Dólar, reproduzindo continuamente as suas obras, com diferenças entre as várias séries, tentando tornar a sua arte o mais industrial possível, usando métodos de produção em massa. Em 1963 a sua tentativa de viver como uma máquina teve uma primeira aproximação com a inauguração do seu estúdio permanente - The Factory - A Fábrica. Andy Warhol passou então a usar pessoas universalmente conhecidas, em vez de objetos de uso massificado, como fontes do seu trabalho. De Jacqueline Kennedy a Marilyn Monroe, passando por Mao Tse-tung, Che Guevara ou Elvis Presley. A técnica baseava-se em pintar grandes telas com fundos, lábios, sobrancelhas, cabelo, etc. berrantes, transferindo por serigrafia fotografias para a tela. Estas obras foram um enorme sucesso, o que já não aconteceu com a sua série Death and Disaster (Morte e Desastre), que consistia em reproduções monocromáticas de desastres de automóvel brutais, assim como de uma cadeira elétrica.
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Para além do cinema Warhol também foi produtor do grupo de rock-and-roll Velvet Underground, que incluía naquela época Sterling Morrison, Maureen Tucker, John Cale e Lou Reed e a cantora alemã Nico. Arranjou-lhes um local para ensaiar, pagou-lhes os instrumentos musicais e deu-lhes alguma da sua aura. Para além dos discos os Velvet e Warhol produziram o espectáculo Exploding Plastic Inevitable, que utilizava a música do grupo e os filmes do artista. Os Velvet, já famosos, entraram definitivamente na história ao darem o nome à revolução checa de 17 de Novembro de 1989 que derrubou pacificamente o regime comunista - a Velvet Revolution. Em Junho de 1968 Valerie Solanas, uma frequentadora da Factory, criadora solitária da SCUM (Society for Cutting Up Men), entrou no estúdio de Warhol e alvejou-o quase mortalmente. O pintor demorou mais de dois meses a re-
Andy deixou em 610 caixas, tudo o que passou por
cuperar. Quando saiu do hospital tinha perdido muita da
sua vida, desenhos, anotações, convites, fotografias,
sua popularidade junto da comunicação social. Dedicou-se
arte e até restos de comida, guardou envelopes vazios
então a criar a revista Interview, e a apoiar jovens artistas
e bilhetes de celebridades, balas e quinquilharias em
em início de carreira, para além de escrever livros - a sua
geral. Chamou essas caixas de cápsulas do tempo.
autobiografia The Philosophy of Andy Warhol (From A to
Este materal está sendo catalogado pelo museu Andy
B and Back Again) foi publicada em 1975 -, e apresentar
Warhol em Pittisburg.
dois programas em canais de televisão por cabo. A sua pintura voltou-se para o abstraccionismo e o expressio-
Warhol era um colecionador voraz. Não jogava absoluta-
nismo, criando a série de pinturas - Oxidation (Oxidação)
mente nada fora, guardava tudo em grande quantidade,
- que tinham como característica principal o terem recebido
peças iguais, talvez vem daí a série de repetições que
previamente urina sua.
fazia em sua obra. Gostava das coisas comuns, e dava mais valor aquilo que não fosse vendido. Fazia coleção
Em 1987 foi operado à vesícula. A operação correu bem,
de tudo, talheres roubados de trens e aviões, cinzeios
mas Andy Warhol morreu no dia seguinte. Era célebre
de hoteis, caixas de fósforos e por aí vai.
há 35 anos. De fato, a sua conhecida frase: n the future everyone will be famous for fifteen minutes (No futuro, toda
Certa vez disse que as pessoas seriam famosas por 15
a gente será célebre durante quinze minutos), só se apli-
minutos no futuro, na época ninguém conseguiu enten-
cará no futuro, quando a produção cultural for totalmente
der muito bem o que queria dizer. Hoje fica bem claro
massificada e em que a arte será distribuída por meios de
quando nos deparamos com as “celebridades instantâ-
produção de massa.
neas” saídas dos reality shows, aspirantes a artistas, modelos e afins, concretizando a profecia de Warhol.
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PROCESSOS DE IMPRESSテグ
impressテ」o digital
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O CONCEITO DE IMPRESSÃO DIGITAL É AMPLO E VEM SE MODIFICANDO AO LONGO DO TEMPO. PODE-SE CONSIDERAR QUALQUER EQUIPAMENTO QUE REGISTRE SOBRE PAPEL, OU OUTRO SUPORTE, AS INFORMAÇÕES RECEBIDAS DE UM COMPUTADOR NA FORMA DE DADOS DIGITAIS SEM QUE HAJA NECESSIDADE DE GRAVAR QUALQUER TIPO DE MATRIZ PARA TRANSFERÊNCIA DESSAS INFORMAÇÕES.
D
entro da amplidão e da própria concepção
É inegável reconhecer que, mesmo nos dias atuais, há des-
do definido, em um futuro próximo, teremos
confiança, desconhecimento e medo em relação ao processo
que reavaliar e apurar um novo conceito.
de Impressão Digital.
Foi no início da década de 90 que se começou a falar de impressão digital. Mais
No futuro as gráficas receberão as informações brutas dos
exatamente em 1993, na feira internacional Ipex, na Ingla-
criadores de conteúdo, não importando a mídia elas terão que
terra. Nessa oportunidade, apresentaram-se os primeiros
atender e apresentar soluções de mercado a seus clientes. A
sistemas digitais de impressão em policromia.
dinâmica da demanda requer novos caminhos para alcançar a pessoa certa, no momento certo e no formato certo. A
Na Drupa de 1995, na Alemanha, a impressão digital foi a
gráfica do futuro deverá facilitar essa dinâmica. Sensibili-
grande estrela da maior mostra de equipamentos gráficos
dade e sinergia são palavras obrigatórias no glossário da
do planeta, já edição de 2000, quando a feira comemorou
globalização digital.
seus 50 anos, foi que a impressão digital mostrou que veio mesmo para ficar.
Há quem veja na intuição e na gestão de talentos um ponto diferencial a ser considerado. A indústria gráfica evoluiu do
A digitalização do processo de pré-impressão criou a pos-
conceito de “operação e supervisão de máquinas” para uma
sibilidade única de produção dentro da rede, integrando
indústria de serviços, onde o marketing e a comunicação
todas as fases da cadeia gráfica. A automação do fluxo de
com o cliente são imprescindíveis. Mudança é sinônimo de
trabalho foi expandida, objetivando a inclusão dos sistemas
sobrevivência e hoje uma obrigação do dia-a-dia de nossas
de desenvolvimento digital, desde a fase da pré-impressão
empresas, o destino da indústria gráfica está interligado ao
até a de acabamento.
destino dos fornecedores.
Para implantar a tecnologia digital em uma empresa é pre-
Será pela Internet que os fabricantes de equipamentos bem-
ciso muito mais do que investimento em tecnologia. É im-
sucedidos irão comercializar, treinar, dar suporte, comunicar
prescindível que se promova uma ruptura e se crie novos
e negociar com clientes e fornecedores. Para as empresas
conceitos de parceria, tanto com os fornecedores, como
na área de negócios de comunicação, há menos valor na
com os clientes.
comunicação de massa e mais na personalização.
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PROCESSOS DE IMPRESSÃO No futuro, a impressão não será mais uma escolha do remetente, mas sim uma escolha do destinatário. As funções de pré-impressão, impressão e pós-impressão se tornarão cada vez mais automatizadas e executadas através de redes. Tradicionalmente, a indústria gráfica basea-se no mercado de massa e assim tem sido parte da categoria de “execução”, e seu sucesso, freqüentemente, torna-se decorrente do volume. É preciso ser capaz de imaginar como o produto impresso poderá se tornar um produto com valor agregado. O volume global de impressos pode declinar, mas o valor de cada produto deverá aumentar, algumas gráficas continuarão a ser organizações com produção em larga escala extremamente eficientes, outras, todavia, precisarão criar uma solução vertical, incorporando o gerenciamento de dados, o design e o layout, a produção, buscando assim um negócio com maior valor agregado. O produto gráfico digital não é um concorrente do offset. A impressão digital complementa e amplia as possibilidades do consagrado processo offset, saber usá-la é o desafio de amor e ódio que tomou conta da indústria gráfica.
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