Tipografia Dicas importantes
4
de diagramação
Ilustração As gordinhas de
6
Arthur de Pins Entrevista
Arte Urbana Stencil: critica social
8
yep Editor: Tamiris Monteiro Diretor resposável: Rangel Sales Projeto Gráfico: Tamiris Monteiro
com efeito estético
Pesquisa redação e edição dos tex-
Design O design de
tos: Tamiris Monteiro
10
Impressão: Gráfica Aster
Fotografia de Elena Kalis
cus Coelho, Aline Nayara Capa: Tamiris Monteiro
embalagens
A poesia submersa
Colaboradores: Rafael Henrique, Mar-
Acabamento: Laminação fosca na
12
capa, grampo a cavalo Fontes utilizadas: Trebuchet MS, Stencil Std Bold, Perpetua Papel utilizado:
Posters Alex Trochut apaixonado por tipografia e
Capa - Couchê 300g
14
Edição Nº 1 | Abril 2010
ilustração
Portfólio Alberto Seveso
16
Destaque
Processos de Impressão Serigrafia
Miolo - Couchê 150g
20
Tipografia
tipografia A tipografia (do grego typos - “forma” - e graphein
em que é lido e os objetivos da sua publicação.
- “escrita”) é a arte e o processo de criação na
Em trabalhos de design gráfico experimental (ou
composição um texto, fisicamente ou digitalmente.
de vanguarda) os objetivos formais extrapolam
Assim como no design gráfico em geral, o objetivo
a funcionalidade do texto, portanto questões
principal da tipografia é dar ordem estrutural e for-
como legibilidade, nesses casos, podem acabar
ma à comunicação impressa.
sendo relativas.
Na grande maioria dos casos, uma composição ti-
No uso da tipografia o interesse visual é realizado
pográfica deve ser especialmente legível e visual-
através da escolha adequada de fontes tipográficas,
mente envolvente, sem desconsiderar o contexto
composição (ou layout) de texto, sensibilidade para o tom do texto e a relação entre texto e os elementos gráficos na página. Todos esses fatores são combinados para que o layout final uma tenha uma “atmosfera” ou “ressonância” apropriada ao conteúdo abordado. No caso da mídia impressa, designers gráficos se preocupam com a escolha do papel adequado, da tinta e dos métodos de impressão.
Por muito tempo o trabalho com a tipografia, como atividade projetual e industrial gráfica, era limitado aos tipógrafos (técnicos ou designers especializados), mas com o advento da computação gráfica a tipografia ficou disponível para designers gráficos em geral e leigos. Hoje qualquer um pode escolher uma fonte (tipo de letra) e compor um texto simples em um processador de texto.
4 Revista Yep - 1ª edição
Mas essa democratização tem um preço, pois a falta de
mação, ou seja, na relação de texto e imagem.
conhecimento e formação adequada criou uma prolife-
Logo a tipografia é um dos pilares do design
ração de textos mal diagramados e fontes tipográficas
gráfico e uma matéria necessária aos cursos
mal desenhadas. Os melhores exemplos desse fenômeno
de design. Para o designer que se especializa
são encontrados facilmente na internet.
nessa área, a tipografia costuma se revelar um
O conhecimento adequado do uso da tipografia é
dos aspectos mais complexos e sofisticados do
essencial aos designers que trabalham com diagra-
design gráfico.
Dicas básicas porém importantes sobre tipografia 01 – Para uma boa legibilidade, utilize fon- 09 – Para texto, use espaçamento consistes testadas e aprovadas pelo tempo: Frankiln
tente entre letras e espaços, para produzir
Gothic, Frutiger, Futura, Gill Sans, Helvetica,
uma textura por igual.
Garamond, Goudy Old Style, Sabon, Times New Roman
02
10 – Use uma entrelinha que facilite o deslocamento do olho de uma linha para a outra.
– Preste atenção para não usar muitas
fontes diferentes de uma só vez.
03 – Evite combinar fontes muito parecidas. 04 – Textos em caixa alta retardam a leit-
11
– Para uma melhor legibilidade utilize
o alinhamento à esquerda.
12 – Evite linhas órfãs e viúvas.
ura. Utilize caixa alta e baixa para melhorar
13 – Enfatize elementos no texto com cau-
a legibilidade.
tela para não afetar a fluência da leitura.
05 – Para textos, utilize tamanhos de fontes 14 comprovados por estudos de legibilidade.
– Sempre mantenha a integridade do
tipo. Evite distorções arbitrarias de tipos.
06 – Evite usar em excesso tamanhos e pe- 15 – Sempre alinhe as letras pela “baseline”. sos de fonte de uma só vez.
07 – Para texto, use fontes de peso regular 08
16 – Quando trabalhar com tipos e cores, tenha certeza que existe contraste suficiente entre o tipo e o fundo.
– Use fontes de largura média. Evite
fontes muito largas ou muito estreitas.
5 Revista Yep - 1ª edição
Ilustração
aRTHUR DE pinS Um dos mais bem sucedidos e conhecidos ilustradores franceses da atualidade, Arthur de Pins desenvolveu um estilo muito próprio tanto da técnica de ilustrar quanto no desenho. Em especial nas suas mulheres, quase sempre gor-
Qual é a técnica que utiliza para reproduzir
dinhas mas transbordando sensualidade.
suas ilustrações?
O humor também está sempre presente em seus
Eu uso o Adobe Ilustrator, enquanto desenho dire-
trabalhos, muitas vezes com um toque provocante,
tamente sobre a tela do monitor com o auxílio de
mas sem perder o charme.
Profissional versátil, além de ilustrações com cenas muitas vezes complexas, também se dedica aos quadrinhos de animação, produzindo vinhetas, anúncios de tv e curtas metragens.
Qual a sua formação profissional? Estudei 4 anos na Arts-décos de Paris, depois trabalhei em várias companhias de séries de animação antes de me tornar ilustrador.
6 Revista Yep - 1ª edição
uma graphic tablet. As vezes eu faço um esboço como lápis antes de começar.
Sua marca registrada e parte do seu sucesso vem das mulheres gordinhas e altamente sensuais, bem de longe do estereótipo das modelos de passarela. Ac redita que esse venha ser o padrão de beleza do futuro? Ahah. Não eu não penso. As manequins anoréxicas permanecerão sempre como modelo (muitos costureiros tentaram fazer desfiles com mulheres cheinhas... mas sem sucesso).
Mas se o negócio delas é dar um modelo de perfeição de de bom gosto, o negócio de um ilustrador é o de mostrar as pessoas tais como são com carinho e humor. Este é o motivo que muitos ilustradores e ilustradoras (Fafi, Miss Van...) desenham pequenas mulheres cheinhas.
Tem conhecimento sobre a atual produção de ilustração no Brasil? ou conhece algum ilustrador? Realmente não. Devo dizer que o circuito no qual o circulo é muito europeu. Mas graças ao meu Myspace eu começo a descobrir coisas bonitas.
7 Revista Yep - 1ª edição
Arte Urbana
Stencil Dos muros das ruas para as galerias de arte e páginas de revistas. Podemos dizer então que os tempos marginais da arte urbana são águas passadas? Certamente, muitas barreiras foram vencidas, mas derrubar definitivamente preconceitos somente a ação do tempo poderá nos apontar uma resposta. Porém, o valor da expressão do stencil é inegável. Apesar de seu caráter efêmero, sua estéticacarregada de criatividade, engajamento, espírito urbano e crítica social ajudaram a consolidar o movimento como uma legítima arte contemporânea.
Diante de tamanha expressividade, a concepção de grandes projetos de comunicação passou a se
8 Revista Yep - 1ª edição
apropriar de tal linguagem, buscando uma
risco em locais mais ousados. Pode-se fazer
representatividade visual que falasse a mes-
vários com o mesmo molde, permitindo
ma linguagem do público a ser atingido.
passar a mesma mensagem em diferentes sítios, etc.
No meio digital, tal influência se materializa quando vemos exemplos como a campanha on-line Bic Music (www.bicmusic.com.br) e o site da banda Charlie Brown Jr. (http:// charliebrownjr.uol.com.br).
Um stencil é um desenho ou ilustração que representa um símbolo tipográfico ou qualquer outra forma ou imagem figurativa ou abstrata, que possa ser delineada por corte ou perfuração em papel, papelão, metal ou outros materiais.
O stencil obtido é usado para imprimir imagens sobre inúmeras superfícies, do cimento ao tecido de uma roupa. Este segmento de arte urbana é uma forma muito legal de pintar pelas ruas pela agilidade que essa técnica proporciona. O maior trabalho é o de recortar o stencil com a sua arte, depois de recortado é só colocar no local a ser pintado e aplicar tinta... tirando o stencil, tá pronto!
Seja com spray ou tinta liquida o resultado é muito bom e pode chegar a uma proporção menor que o traço do spray, uma alternativa legal pra quem quer fazer uma arte grande ou pequena com muita definição, ou então texturas pelos graffitis...
O stencil, é atualmente uma das melhores armas de propaganda de rua. Qualquer pessoa sem jeito para o desenho pode fazer um stencil, o molde permite rapidez e menor
9 Revista Yep - 1ª edição
Design
Design de embalagens O Design de Embalagem é a aplicação dos princí-
Qualquer empresa que possua produtos no mer-
pios básicos do Design no projeto de uma em-
cado precisa dos serviços de um Designer Grá-
balagem ou de um sistema de embalagens. Os
fico, para criação de embalagens que possuam
objetivos básicos das embalagens são Identificar
diferenciação para melhor aceitação do produto
a marca, transmitir informações descritivas e
entre o público consumidor. O crescimento do
persuasivas, facilitar o transporte e a proteção
investimento em Design é um dos fatores do au-
do produto, auxiliar na armazenagem doméstica
mento das vendas de produtos, pois está com-
e auxiliar no consumo do produto.
provado que o Design agrega valor aos produtos, aumentando a competitividade entre as empresas através da diferenciação.
A embalagem é um dos fatores determinantes para os consumidores durante a escolha de Linha de embalagens de
produtos. Embalagens atrativas aumentam a pos-
cosméticos Sola’s
sibilidade de experimentação de produtos, enquanto embalagens mal resolvidas graficamente, podem causar falta de confiança e até repulsa entre os consumidores que em algumas ocasiões podem duvidar da qualidade do produto sendo descartado rapidamente das opções de escolha.
O uso correto de ilustração, cor, tipografia e escolha dos materiais, vai tornar sua arte atraente e impulsionar as vendas ao destacar-se positivamente de seus concorrentes.
Uma embalagem não pode ser apenas bonita,
10 Revista Yep - 1ª edição
recipiente de plástico PET, a indústria gasta três vezes mais água do que o conteúdo da garrafa.
A opção de menor impacto ambiental ainda é beber água da rede de abastecimento, reutilizando a mesma garrafa várias vezes. Porém, como a água encanada não é 100% confiável, principalemnte por causa dos encanamentos sem manutenção, um frasco de papel pode facilitar a sua reciclagem.
O design é funcional, fácil de abrir, e o conteiner ela deve cumprir padrões de higiene, formatos,
para o transporte também é de papel reciclado e
praticidade e segurança. O design de embala-
fácil de ser transportado.
gem agrega valor, adequando de forma eficiente às necessidades e expectativas do consumidor e
Essa embalagem pode ser usada para outras cat-
define seu posicionamento correto no mercado.
egorias de líquidos.
É também, diferencial competitivo, pois através da inovação e da diferenciação o design pode criar uma personalidade capaz de conquistar a fidelidade do consumidor.
Embalagem sustentável 360 Paper Bottle é um novo caminho, amigo do meio ambiente, para o problema das garrafas de
360 Paper Bottle é a
água de plástico.
primeira garrafa de papel 100% de mate-
Em uma pesquisa dos EUA, 60 milhões de gar-
rial reciclado.
rafas de plástico são jogadas fora e apenas 14% é reciclada. Boa parte das garrafas, inclusive em países como o Brasil, vão parar em depósitos irregulares ou mesmo nos rios, prejudicando as próprias fontes de água do país.
Os consumidores podem tomar o cuidado de tentar separar as garrafas usadas. Mas poucas cidades no Brasil têm sistemas de coleta seletiva de lixo. Além disso, estima-se que, para produzir cada
11 Revista Yep - 1ª edição
Fotografia
elena Kalis Ao acessar o site da russa Elena Kalis e
nas Bahamas (que tal?). A partir daí, come-
observar suas imagens, corre-se o risco de
çou a tirar fotos das crianças e dos amigos,
ficar completamente hipnotizado por tanta
sempre embaixo d’água (nós só temos o que
beleza e sensibilidade. Ou seja, é bom re-
agradecer por esta iniciativa)
servar um tempinho para curtir com calma.
Algumas fotografias de Elena remetem a
Vale a pena!
obras famosas, como Alice no Pais das wdem ser consideradas verdadeiras “poesias vi-
Formada em arte e amante da fotografia,
suais”. Visite o site dela e perceba por si
um belo dia Elena decidiu se mudar com o
mesmo que não há exagero algum aqui. É
marido e os filhos para uma pequena ilha
pura inspiração para uma vida mais doce!
12 Revista Yep - 1ª edição
E nessa nova versão da história Elena Kalis escolheu como modelo sua própria filha, que assim como Alice, na história, tinha 10 anos.
Imaginou “E se Alice, depois de cair dentro do buraco do coelho, acabou caindo no meio no meio (e dentro) do oceano?” confuso. Fato! Mas foi pensando assim que Kalis deu origem a sua versão subaquática de Alice in Wonderland.
13 Revista Yep - 1ª edição
Posters
Posters de Alex Trochut Alex Trochut, baseado em Barcelona, é completamente apaixonado por tipografia e ilustração. Seus posters são baseados nestes elementos.
Nascido em 1981 e graduado recentemente em design ele faz coisas surpreendentes. Atua como diretor de arte, ilustrador e tipógrafo.
14 Revista Yep - 1ª edição
ção, e particularmente gosto quando ambos presentes no meu trabalho, como uma declaração de particípio, eu acredito que “mais é mais”. Eu não acredito em uma escolha de
um estilo particular para o meu trabalho, mas me concentrar em me expressar e comunicar o meu ofício com as necessidades e o momento de cada projeto. Todo projeto
“
“
Eu não favoreço a tipografia nem a ilustra-
de empurra-me a olhar para as situações al-
ternadas, e adaptar-me a melhor entender e expressar o meu processo.
Revista Yep - 1ª edição
15
Portfólio
Alberto seveso 16 Revista Yep - 1ª edição
O designer italiano Alberto Seveso começa a despertar a atenção do mundo. Seu trabalho, realizado sobre fotografias, é ao mesmo tempo delicado e tenebroso, colorido e soturno. Suas peças são como esculturas digitais sobre corpos reais. Ou tatuagens sobre fotografias. Ou seja: é único. Seveso tem ilustrado capas de revista, editoriais de moda, capas de disco, pôsteres e anúncios mundo afora. Eis aqui alguns exemplos de sua arte.
“
Eu nasci em Milão há 30 anos atrás, mas eu tenho vivido há mais de 20 na maravilhosa Ilha de Sardenha, e hoje eu vivo em Roma, onde eu trabalho com algumas agências. Eu não estudo design, e eu não tinha aulas, acho que este trabalho não requer um grau, mesmo se as escolas de design
“
são muito importantes.
Acesse http://www.burdu976.com e veja mais trabalhos de Alberto Seveso.
17 Revista Yep - 1ª edição
Portfólio
“Minha paixão pelo design nasceu uns 15 anos atrás quando eu tinha um ‘Amiga 1200’ (antigo modelo da Apple) e usava Delux Paint (software de ilustração) que eu amava muito. No entanto foi em um PC que um amigo me mostrou o potencial do Photoshop. Fiquei espantado e entendi o poder do software. Daquele momento em diante eu comecei o básico do que eu continuo a fazer hoje”.
Forma esperma – mistura de vetores coloridos com fotografia é o estilo utilizado por Alberto Seveso
18 Revista Yep - 1ª edição
19 Revista Yep - 1ª edição
Processos de Impressão
serigrafia
É um dos mais antigos processos de impressão, e também o mais flexível pois pode ser realizado na maioria dos materiais SERIGRAFIA OU SILK SCREEN É uma técnica an-
madeira, alumínio ou aço. A “gravação” da tela
tiga empregada pelos japoneses na utilização de
se dá pelo processo de fotosensibilidade, onde a
matrizes de seda para receber o desenho que,
matriz preparada com uma emulsão fotosensível
geralmente, era usado para a estampagem de
é colocada sobre um fotolito, sendo este conjun-
tecidos. Entre 1639 e 1854, algumas mostras da
to matriz+fotolito colocados por sua vez sobre
arte japonesa chegam à Europa, mas somente a
uma mesa de luz. Os pontos escuros do fotolito
partir do século XIX é que a serigrafia tem o seu
correspondem aos locais que ficarão vazados na
desenvolvimento aperfeiçoado.
tela, permitindo a passagem da tinta pela trama
Serigrafia ou silk-screen é um processo de im-
do tecido, e os pontos claros (onde a luz pas-
pressão direta (o suporte tem contato com a
sará pelo fotolito atingindo a emulsão) são im-
matriz) no qual a tinta é vazada – pela pressão
permeabilizados pelo endurecimento da emulsão
de um rodo ou puxador – através de uma tela
fotosensível que foi exposta a luz.
preparada. A tela, normalmente de seda, nái-
É utilizada na impressão em variados tipos de
lon ou poliéster, é esticada em um bastidor de
materiais (papel, plástico, borracha, madeira,
20 Revista Yep - 1ª edição
Embalagens de produtos Sigo Homeopatia da Linha Pecuária, impressa em embalagem plástica silk screen.
princípio do estêncil, uma espécie de máscara que veda áreas onde a tinta não deve atingir o substrato (suporte).
O termo serigrafia (serigraph, em inglês) é creditado a Anthony Velonis, que influenciado por Carl Zigrosser, crítico, editor e nos anos 1940, curador de gravuras do Philadelphia Museum of Art, propôs a palavra serigraph (em inglês), do grego sericos (seda), e graphos (escrever), para modificar os aspectos comerciais associados ao procesvidro, tecido, etc.), superfícies (cilíndrica, es-
so, distinguindo o trabalho de criação realizado
férica, irregular, clara, escura, opaca, brilhante,
por um artista dos trabalhos destinadas ao uso
etc.), espessuras ou tamanhos, com diversos ti-
comercial, industrial ou puramente reprodutivo.
Matriz serigráfica
pos de tintas ou cores. Também pode ser feita de forma mecânica (por pessoas) ou automática (por máquinas).
Atinta usada na impressão é semi-liquida e apresenta grande variedade de formulação em função do tipo de suporte a ser impresso.
A serigrafia caracteriza-se como um dos processos da gravura, determinado de gravura planográfica.
A palavra planoográfica, pretende enfatizar que não há realização de sulcos e cortes com retirada de matéria da matriz. O processo se dá no plano, ou seja na superfície da tela serigráfica, que é sensibilizada por processos foto-sensibilizantes e químicos. O princípio básico da serigrafia é relacionado freqüentemente ao mesmo
21 Revista Yep - 1ª edição
Processos de Impressão
História Desde os tempos mais remotos, existe, no Ori-
do século registravam-se as primeiras patentes:
ente, o estêncil (pl. estênceis, em inglês stencil)
1907 na Inglaterra e 1915 nos Estados Unidos, e o
para a aplicação de padrões (modelos, espaços
números de impressos comerciais cresceu muito.
seqüenciais) em tecidos, móveis e paredes.
Na América, os móveis, paredes e outras superfícies eram decorados dessa maneira.
Na China os recortes em papel não eram só usados como uma forma independente de artefato,
No fim da segunda guerra mundial, quando os
mas também como máscaras para estampa, prin-
aviões americanos aterrizaram em Colónia (Ale-
cipalmente em tecidos.
manha), com suas fuselagens decoradas com emblemas e comics em serigrafia, surgiu o interesse
No Japão o processo com estêncil alcançou
europeu pela técnica.
grande notabilidade no período Kamamura quando as armaduras dos samurais, as cobertas de
As barreiras e definições estabelecidas que
cavalos e os estandartes tinham emblemas apli-
tratavam a serigrafia como “manifestação grá-
cados por esse processo. Durante os séculos XVII
fica menor” só foram eliminadas no fim dos anos
e XVIII ainda se usava esse tipo de impressão na
1950, início dos 1960. O grande responsável por
estamparia de tecidos.
isso foi o processo fotográfico utilizado através da serigrafia e novos conceitos e movimentos artísticos, além do avanço tecnológico (ver Pop art, Op art, Hard-edge, Stripe, Color-field, Minimal Art). Os primeiros artistas que se utilizaram do processo procuravam tornar mais naturais e menos frias as impressões. Foram ressaltados, entre outros, dois pontos básicos da técnica: (1) sua extrema adaptabilidade que permite a aplicação sobre qualquer superfície inclusive tridimensional, muito conveniente para certas tendências artísticas (2) e suas especificidades gráficas próprias, ou seja características gráficas que apenas a serigrafia pode proporcionar.
Da necessidade de artistas como Rauschemberg, Rosenquist, Warhol, Lichtenstein, Vasarely, AmrNo Ocidente registra-se no século passado, em
skiemicz, Albers, Indiana e Stella, houve o desen-
Lyon, França, o processo (de máscaras, recortes)
volvimento do processo em aplicações artísticas.
sendo usado em indústrias têxteis (impressão a
Novos conceitos foram associados às idéias tradi-
la lyonnaise ou pochoir) onde a imagem era im-
cionais e o estigma “comercial” da serigrafia
pressa através dos vazados, a pincel. No início
tornou-se uma questão ultrapassada.
22 Revista Yep - 1ª edição
t23a1m4ies 23