magazine
design ways
marรงo 10 - N 1 - 8,90
sumário fotografia Valor e competência, trilhando a mesma rota.
ilustração Quino, ilustrador das tirinhas Mafalda.
Fotos Fernando Peixoto Alvarenga Diretora Comercial Mila Weitzel Gerente de Circulação Andréia Fiorenza Mello Designer Rafael Queiroz da Silva Editor Cristian Henrique Soares Diretor Geral Rangel Sales Tiragem: 150.000 Contato: www.novaeditora.com.br contato@novaeditora.com.br +55 31 3384-4898
6
portfólio
8
design e criação
10
inspiração
12
O Designer Brasileiro ganhando cada vez mais valor no cenário mundial.
Diretor de Redação Hamiltom Tavares Neto
4
Design que inspira o mundo, filme 3D conheça o seu conceito.
tipografia Helvetica, como surgiu o tipo mais usado e conhecido no mundo.
embalagem Aquarius fresh, inovação e criativadade para conquistar o consumidor.
proc. de impressão
15 18 21
fotografia
4
miguel rio branco
fotógrafo, pintor e diretor de cinema Miguel da Silva Paranhos do Rio
respondente da Magnum Photos
Branco nasceu em 1946 em Las
desde 1980, tendo seu trabalho
Palmas de Gran Canaria, Espanha.
publicado por todo o mundo.
É pintor, fotógrafo, diretor de cinema, além de criador de insta-
Nos anos 80 Miguel Rio Branco
lações multimídia . Atualmente
foi aclamado internacionalmente
vive e trabalha no Rio de Janeiro.
por seus filmes e fotografias na
Trabalhou intensamente na Eu-
forma de prêmios, publicações e
ropa e Américas desde o começo
exposições como o Grande Prê-
de sua carreira, em 1964, com
mio da Primeira Trienal de Foto-
uma exposição em Berna, Suiça.
grafia do Museu de Arte Moderna de São Paulo e o Prêmio Kodak
REVISTA CAMINHOS DO DESIGN - MARÇO 10
Em 1966 estudou no New York
de la Critique Photographique,
Institute of Photography e em
de 1982, na França, que foi di-
1968 na Escola Superior de De-
vidido com dois outros fotógra-
senho Industrial no Rio de Janei-
fos. Seu trabalho fotográfico foi
ro. Rio Branco começou expondo
visto em várias exposições nos
pinturas em 1964, fotografias e
últimos 20 anos, como no Centre
filmes em 1972. Trabalhou como
George Pompidou, Paris; Bienal
fotógrafo e diretor de filmes ex-
de São Paulo, 1983; no Stedelijk
perimentais em Nova Iorque de
Museum,
1970 a 1972. Dirigiu e fotografou
no
curtas metragens e longas nos
1988; Burden Gallery, Aperture
próximos nove anos. Paralela-
Foundation, New York, 1986;
mente, perseguindo sua fotogra-
Magnum Gallery, Paris, 1985;
fia pessoal, desenvolveu um tra-
MASP, São Paulo; Fotogaleria
balho documental de forte carga
FUNARTE, Rio de Janeiro, 1988;
poética. Em pouco tempo foi
Kunstverein Frankfurt, in Pros-
reconhecido como um dos mel-
pect 1996; Museu de Arte Mod-
hores fotojornalists de cor. É cor-
erna do Rio de Janeiro, 1996.
Amsterdam,
Palazzo
Fortuny,
1989; Venice,
fotografia
5
nilo biazzetto fotografando e encantando Nasceu em Curitiba - PR , em 02 de março
Paraná, num grande evento cultural;
de 1975, formou-se em Publicidade e Propaganda pela PUC-PR, em 1996. Começou
Em 2002 realizou a II Maratona Fotográfica
a fotografar em 1994, durante a faculdade,
de Curitiba no Paraná.
quando descobriu o amor pela fotografia. Em 2003, recebeu, junto com a amiga e arEm 1997 fez a pós graduação em market-
tista plástica Maria Regina Maluf, o Grand
ing pela Fundação Getúlio Vargas;
“Grand Prix Du Júri”, no Concurso Internacional de Arte da Fundação Domenico
Em 1998 fundou a Portfolio, hoje uma das
Chiesa, em 2003, na Basiléia, Suíça;
mais conceituadas Escolas de Fotografia do Brasil. Desde 1999, quando se especializou
Em 2003 inaugurou o Estúdio Portfolio, um
em fotografia publicitária pelo SENAC-SP,
espaço moderno de produção, projetado
atua no mercado nacional da fotografia
pelo irmão e arquiteto Guto Biazzetto;
publicitária. Tem seu trabalho profissional direcionado para a fotografia de moda
Em 2005 coordenou a realização da IV
e gastronomia. Mas a paixão por viajar
Maratona Fotográfica de Curitiba, agora
fez com que desenvolvesse um conceito
com o apoio da Lei Rouanet e com recursos
próprio para sua fotografia: A Liberdade
de patrocinadores;
Fotográfica com conceito. Em 2007 coordenou a realização da V MaraEm 2000 foi o fotógrafo da Expedição às
tona Fotográfica de Curitiba, novamente
Terras do Sul, realizada pelo amigo e aven-
com o projeto aprovado na Lei Rouanet;
tureiro Mauro Rocha, uma viagem de 45 dias pelo interior de Santa Catarina e Rio
Em 2008, trouxe para um curso de 4 me-
Grande do Sul, que deu origem à Exposição
ses em Curitiba o fotógrafo Walter Firmo,
Fotográfica Terras do Sul, realizada na an-
que acabou se tornando um amigo e teve
tiga Galeria Portfolio;
enorme influência na evolução de seu olhar fotográfico e formas de pensar a fotogra-
Em 2002 participou da Exposição Fotográ-
fia e teve 03 imagens selecionadas entre
fica Coletiva Água, Fonte de Vida, que reu-
as 51 finalistas da categoria cor do Prêmio
niu 19 Fotógrafos da ABRAFOTO e Duplas
Leica - Fotografe 2008, estabelecendo seu
de Criação de Agências de Propaganda do
conceito em todos trabalhos.
REVISTA CAMINHOS DO DESIGN - MARÇO 10
ilustração
6
daniel bueno Daniel Bueno (1974) é forma-
Internacional de Desenho
do em arquitetura e urbanis-
para a Imprensa de Porto
mo na FAU-USP e atua como
Alegre (Brasil) na categoria
designer gráfico e ilustrador.
ilustração editorial (2003).
Levou primeiro lugar no VI
Participou do anuário da
Salão Nacional de Humor
Society of Illustrators de
e Quadrinhos de Ribeirão
Nova York em 2004 e 2005
Preto (Brasil), na categoria
- nos livros Illustrators 46
história em quadrinhos, em
e Illustrators 47 -, e expôs
1996. Expôs em 2002 na
as obras escolhidas em NY.
– Demarcació de lleida. É
Espanha – Madrid e Bar-
Recebeu o prêmio HQ Mix
associado e membro do con-
celona – na mostra coletiva
(Brasil) em 2004, como
selho da SIB – Sociedade
de quadrinhos “Consecuen-
Revelação do Ano. Criou
dos Ilustradores do Brasil.
cias”. Foi vencedor do Salão
em 2004 o curta de anima-
Faz mestrado na FAU-USP
ção “Into Pieces” - dirigido
em História da Arte e Ar-
por Guilherme Marcondes
quitetura com um estudo
– exposto em diversos festi-
sobre Saul Steinberg.É con-
vais do mundo, dentre eles o
vidado a participar, dando
festival de Ottawa (Canadá)
palestras e workshops e ex-
e Annecy (França), levando
pondo trabalhos, do Tercero
menção honrosa no Prix Ars
Encuentro Internacional de
Electronica (Áustria). É con-
Comix de La Paz, Bolívia, em
vidado a participar, dando
maio de 2005. Participa, em
palestras e workshops e ex-
2005, da exposição Humor
pondo trabalhos, do Tercero
D´Arquitecte
Encuentro Internacional de
organizado
Comix de La Paz, Bolívia, em
d´Arquitectes de Catalunya
maio de 2005. Participa, em
– Demarcació de lleida. É
2005, da exposição Humor
associado e membro do con-
D´Arquitecte
selho da SIB – Sociedade dos
mais trabalhos de DANIEL em seu site: buenozine.com.br
organizado
(Espanha), pelo
(Espanha), pelo
Col-legi
Col-legi
Ilustradores do Brasil. Faz
d´Arquitectes de Catalunya
mestrado na FAU-USP em História da Arte e Arquitetura com um estudo sobre Saul Steinberg.
ilustração
7
quino Filho de imigrantes espanhóis, nasceu em 1932 na Argentina. Desde cedo é chamado pelos familiares pelo apelido com que é conhecido - Quino - para diferenciá-lo do tio homônimo, desenhista, com quem já aos 3 anos de idade aprende o gosto pela arte. Em 1945 perde a mãe e em
Em 1970sua Mafalda é pub-
1948 o pai. No ano seguinte
licada na Espanha e em Por-
abandona a Faculdade de
tugal, Quino começa a deixar
Belas Artes.
as fronteiras da Argentina, mas não alcança sucesso
Por vários anos tenta vender
na Alemanha e em França,
seus trabalhos nos jornais de
onde Mafalda foi publicada
prestadas ao criador e à cria-
madri, sem sucesso. Final-
em 1973. No mesmo ano,
tura naquele ano.
mente em 1954 vê publicado
Mafalda chegaria ao Brasil
seu primeiro desenho - mas
em plena Ditadura militar,
Uma menina questionando
a contribuição regular para
através da revista Patota da
o mundo. A obra mais famo-
os jornais deu-se somente
Editora Artenova.
sa de Quino é a tira cômica
3 anos depois. Esporadica-
Mafalda,
publicada
entre
mente realiza campanhas
Em 1976 Quino muda-se
os anos 1964 e 1973. Ed-
publicitárias.
para Milão, aos poucos seus
itada em tiras nos jornais,
trabalhos vão tendo o recon-
Mafalda questionava todos
Casou-se em 1960, em 1963
hecimento e divulgação, hoje
os problemas políticos, de
lança seu primeiro livro hu-
espalhados em todo o plane-
gênero, e até científicos que
morístico: “Mundo Quino” e,
ta. Na Argentina, “Mafalda”
afligiam sua alma infantil
em 1964, nasce sua primeira
virou nome de uma praça,
quase sempre.
personagem, Mafalda.
e diversas homenagens são
REVISTA CAMINHOS DO DESIGN - MARÇO 10
portfólio
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cláudia regina Designer e Fotógrafa, Cláudia tem carreira promissora, atualmente reside em Curitiba. É uma profissional que busca
História da Arte, Pintura em
fazer tudo ser simples e prático
tela e Fotografia, entre outros.
na hora de dar soluções para
Também realizou cursos de
os clientes. Afinal, para quê
WebDesign e Design Gráfico.
complicar, o que não precisa? Cláudia acredita que a melhor Ela trabalha a mais de 4 anos
escola é a experiência, e por
nas áreas de Design e Fotogra-
isso acumula muitas realiza-
fia e cria peças de bom gosto
ções nas áreas que trabalha.
e qualidade, além de funciona-
Ela organizou uma equipe de
is, para as pessoas e peque-
jovens na criação de um jor-
nas empresas que precisam
nal estudantil administrando
de agilidade e tranquilidade.
toda a publicação e tendo a responsabilidade de revisão de
EDUCAÇÃO E EXPERIÊNCIA
textos, diagramação, fotografia,
APRENDENDO CADA DIA UMA
Além dos trabalhos autôno-
COISA NOVA.
mos. trabalhou também em
edição e filtro de conteúdo.
estúdio Fotográfico com evenCursou Ciências Sociais na
tos e books. Atualmente ela faz
UFPR e diversos cursos de es-
parte da equipe de uma em-
pecialização em Artes como
presa que realiza serviços web
Desenho de observação, De-
exclusivos para uma editora in-
senho da figura humana, Mod-
ternacional muito conhecida.
elagem em argila, artesanato,
conheça outros trabalhos: claudiaregina.com REVISTA CAMINHOS DO DESIGN - MARÇO 10
portfólio
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noema silva Noema, Designer mineira é conhecida principalmente pela quantidade e qualidade de marcas desenvolvidas para diversas empresas de grande, médio e pequeno porte. Veja abaixo alguns de seus trabalhos mais importantes.
Fundamentus é um sistema on-
Noema sempre gostou de marcas
line que disponibiliza informações
modernas e isso sempre refletiu
Instalada em Contagem, ocupa
financeiras e fundamentalistas das
em seus trabalhos.
uma área de 500m² dividida entre
empresas com ações listadas na
escritório (engenharia, compras,
Bovespa. Possuem um completo
administrativo etc) e fábrica (expe-
banco de dados apresentado de
dição, almoxarifado e etc).
forma acessível para auxiliar o investidor a encontrar as melhores
A Zero3 é uma empresa de ar-
opções de investimento.
quitetura. Trabalha com design e arquitetura de interiores. Marca, simples é bastante objetiva.
ACESSE O SITE E VEJA TODOS umas das marcas mais bem con-
Logo moderna e criativa, gerou
ceituadas da Designer, segundo
muita satisfação para o cliente.
ela em seu blog.
TRABALHOS DE NOEMA:
noema.com.br REVISTA CAMINHOS DO DESIGN - MARÇO 10
design e criação
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criatividade o ponto chave
Vivemos numa
época
de aceleradas mudanças estruturais. Numa sociedade em que a dinâmica da comunicação empresarial, cultural e entre nações é cada vez mais competitiva, torna-se fundamental encontrar respostas rápidas e inovadores para fazer face à concorrência ou resolver problemas sociais, políticos e ecológicos. Dada a crescente relevância da inovação para o sucesso de qualquer organização, é fundamental promover o reforço das competências criativas que irão sustentar o desenvolvimento futuro dos respectivos sistemas. Pretende-se abordar as habilidades de um pensamento que permita ao designer desenvolver novas respostas e perspectivas para o nosso universo artificial, entendendo por artificial os artefactos, produtos industriais, material gráfico e de comunicação, serviços, sistemas e espaços de todos os tipos. Trata-se do seu pensamento criativo, da capacidade mental através da qual o designer cria algo novo, diferente e original. Numa definição ontológica do design, considera-se o design uma actividade - reflexiva, intuitiva e metodológica - de criação do mundo artificial, explorando o novo e desconhecido e centrado no utilizador e no seu contexto. Desta forma, o pensamento criativo em design é um pensamento sobre as funções e a linguagem dos produtos materiais e imateriais, a sua reinterpretação, reinvenção e reorganização, dando resposta às novas condições sociais, tecnológicas e comunicativas.
REVISTA CAMINHOS DO DESIGN - MARÇO 10
design e criação
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afinal o que seria essa criatividade
A “Criatividade é uma técnica de resolver
necessária atenção com respeito ao ambi-
problemas.” Isso explica a busca de diver-
ente e suas problemáticas, seus recursos e
sos autores analisados sobre outros autores
suas grandes possibilidades.
e seguem a trilha de obras compartilhadas, mas a criatividade na área do marketing
Quanto à técnica da repetição, mesmo
propriamente dito, ela é acrescentada ao
sendo alterado, é uma cultura facilitadora
longo do tempo, vai se adequando às no-
na comunicação, ainda assim, procura não
vas tecnologias, suprindo necessidades
restringir a liberdade de se desenvolver tra-
novas, outros comportamentos, e assim
balhos que venham a ser criativos. Sendo
por diante. Objetivo do marketing é buscar
essa mesma uma “filosofia” onde se con-
atenção para os seus produtos e serviços,
figura o papel do Marketing, quer individual
logo, a visão do implemento é notavel-
ou grupos dentro da empresa.
mente compartilhada com contínuo aperfeiçoamento das técnicas (modo de fazer) e tecnologias pré-existentes. Ainda assim, considerando
a opinião
Marisa Viana Pereira – Formada em Administração com Especialidade em Marketing e Docência do Ensino Superior.
do ex-ministro do Planejamento Roberto Campos, de que: “A imaginação que não tem faltado no lado econômico, mas tem sido deficiente no plano social e ausente no plano político”. Esse conceito deve ser analisado no Marketing sobre observação nas estratégias das políticas públicas, a
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inspiração
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FIAT 500 O Novo Fiat 500 é um carro
declarou que o 500 seria o
Entre as melhorias realizadas
citadino de porte mini Fiat.
“iPod” da indústria automo-
no hatchback, estão as no-
Foi lançado no dia 4 de Julho
tiva, em alusão ao sucesso
vas rodas de liga leve bran-
de 2007 em evento multitu-
do tocador de MP3 da Ap-
cas de 17 polegadas, novo
dinário na cidade de Turim,
ple.
kit aerodinâmico (que inclui
Itália. Foi a ressurreição
Metáforas à parte, a verdade
pára-choques esportivos), in-
do lendário Fiat 500, que
é que desde então a monta-
stalação de um aerofólio na
era adorado na Itália e em
dora lançou várias versões
traseira e suspensão esporti-
outros países onde foi ven-
de seu compacto na Europa.
va mais baixa.
dido. Em Outubro de 2009
Para o Salão de Paris, a mar-
Para a felicidade dos fãs de
começou a ser vendido no
ca reservou o 500 Abarth
alta performance, o motor 1.4
Brasil sendo concorrente di-
esseesse, versão apimen-
Turbo também ganhou melho-
reto do Volkswagen New
tada desenvolvida pelo de-
rias e agora é capaz de desen-
Beetle , BMW MINI e Smart
partamento de preparação
volver 170 cv. Segundo a mon-
Fortwo também exportados
da Fiat.
para o Brasil. Quando foi lançado oficialmente em 2007, o presidente mundial da Fiat, Sergio Marchionne,
REVISTA CAMINHOS DO DESIGN - MARÇO 10
tadora.
inspiração
cinema 3D o futuro é agora
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O Filme 3D é um filme onde as imagens são codificadas de forma a dar ao espectador a ilusão de uma terceira dimensão espacial.
Com o surgimento nos últimos anos do 3D Digital animadores e cineastas podem enganar seus olhos de uma forma mais real como se você realmente estivesse vendo o filme através de uma janela entre o mundo real o mundo fantástico do cinema que presenciamos nos dias de hoje.
Mas não é tão simples, tudo depende de ilusões de ótica para criar cenas panorâmicas e com profundidade ou objetos que parecem saltar da tela. Os humanos têm visão binocular, ou seja, cada olho enxerga uma imagem diferente e o cérebro ás combina em uma única imagem. O cérebro utiliza a sutil diferença angular entre as duas imagens para auxiliar na percepção de profundidade.
Nos filmes em 3D antigos usavam-se imagens anáglifas para tirar vantagem da visão binocular, essas imagens incluem duas camadas de cor em uma única tira do filme reproduzida por projetor. Uma das camadas era predominantemente vermelha e a outra azul ou verde, para assistir se usava um óculos 3D apropriado para o filme. As lentes coloridas forçavam um olho a enxergar a seção vermelha da imagem e a outra azul ou verde, devido a diferença entre as duas imagens o cérebro as interpreta como uma imagem em três dimensões. Essa tecnologia já fez com que pessoas tivessem dor de cabeça.
A tecnologia 3-D digital também utiliza imagens para enganar sua visão. Porém, em vez de usar cores para filtrar as imagens em cada olho, a maio-
REVISTA CAMINHOS DO DESIGN - MARÇO 10
inspiração ria dos sistemas utiliza a polarização. Lentes polarizadas filtram apenas ondas de luz que são alinhadas na mesma direção. Num par de óculos 3-D, cada lente é polarizada de forma diferente. Em alguns óculos, existe uma diferença de 90 graus na polarização. Outros utilizam diferentes alinhamentos de polarização circular. A tela é especialmente desenvolvida para manter a polarização correta quando a luz do projetor é refletida. Nos filmes que utilizam essa tecnologia, em vez de um amontoado de imagens vermelhas e verdes, as imagens ficam um pouco embaçadas, quando vistas sem os óculos dos efeitos especiais.
Um filme em 3-D digital usa um ou dois projetores digitais para reproduzir a imagem na tela. Estruturas com dois projetores utilizam um deles para reproduzir a imagem para o olho esquerdo e o outro, para o olho direito. A luz que forma cada imagem é polarizada a fim de igualar as lentes correspondentes. A maioria dos sistemas de um único projetor utiliza um dispositivo de polarização posicionado acima da lente do projetor. Esse dispositivo é uma placa polarizada que permite a passagem de luz para apenas uma das duas imagens de cada vez. Em sistemas de um único projetor, cada olho enxerga sua imagem para cada quadro do filme, de duas a três vezes, numa sucessão extremamente rápida. Seu cérebro interpreta isso como uma imagem tridimensional contínua. Alguns sistemas utilizam óculos ativos que se sincronizam com o projetor usando ondas de rádio, mas costumam serem mais pesados e mais caros do que os óculos polarizados.
REVISTA CAMINHOS DO DESIGN - MARÇO 10
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tipografia
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Os primordios da tipografia nos Estados Unidos. A primeira tipografia que se montou nos Es-
sor e na altura da partida nada sabia da arte
tados Unidos da América, na baía de Massa-
mas que os filhos eram aprendizes de tipó-
chusetts, imprimiu em 1639, The Freeman’s
grafo, especialmente Matthew Day com
Oath, a que se seguiu An Almanac for 1639,
quem Glover contava para o trabalho de
Calculated for New England by Mr. William
composição totalmente manual.
Pierce, Mariner, de qual já não existem exemplares impressos.
Jose Glover, o introdutor da Imprensa nos EUA, não haveria de assistir ao desem-
O prelo havia viajado em 1638, dezoito
barque do material tipográfico, pois morreu
anos depois dos primeiros Pilgrims terem
a bordo, na viagem de regresso à América,
desembarcado em Plymouth Rock, por
possivelmente vitimado pela varíola.
iniciativa do reverendo Jose Glover que já morava na Nova Inglaterra desde 1634.
A viúva de Glover e os operários contratados prosseguiram o sonho do reverendo e,
Embora a má fama destes colonos, con-
em finais de 1638, a tipografia estava mon-
siderados “the restless of Europe”, o que é
tada em Cambridge (EUA), e imprimiu logo
certo é que estes cedo criaram escolas e
no ano seguinte as duas obras referidas.
uma vida cultural própria. Glover, entusiasmado com o projecto, foi a Inglaterra, com-
Em 1640 é impresso o primeiro livro: The
prou um prelo, tipos, tinta, papel e outros
Whole Book of Psalmes Faithfully Trans-
acessórios, levou consigo a família e um
lated into English Metre..., mais conhecido
tal Stephan Day, serralheiro, residente em
por Bay Psalm Book. Com o falecimento de
Cambridge, dois filhos deste.
Matthew Day, que entretanto tomara conta da oficina que fora dos Glover, o negócio
Pensa-se que Stephan Day não era impres-
passa para as mãos de Samuel Green,.
REVISTA CAMINHOS DO DESIGN - MARÇO 10
tipografia
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HELVETICA A Helvetica é considerada o
família tipográfica criada em
ícone do design suíço dos anos
1957 por Max Miedinger deve-
60 e 70. Como nenhuma outra
se à fama mundial que gozava o
O que levou o diretor Gary Hus-
família tipográfica, ela marca es-
design suíço nos anos 60 e 70.
twit a realizar o filme? “Eu tenho
paços urbanos até hoje.
hado por uma festa.
há muito tempo interesse por Ele considerado sinônimo de
design gráfico e sempre quis
A fonte é considerada clara
modernidade, clareza e funcio-
fazer um filme sobre as fontes
e simples, o que explica seu
nalidade. Ao lado da Helvetica,
tipográficas. O fato da Helvetica
sucesso no mundo. Seja na
duas outras fontes também fiz-
ter completado 50 anos serviu
propaganda, nos cardápios, nas
eram sucesso na época: a “Univ-
no caso como cartaz para o tra-
placas de sinalização nas rodo-
ers” a “Frutiger”.
balho”, explica.
Festa em Zurique
Helvetica em ação
lados as pessoas esbarram, sem
O editor suíço de livros de
O principal objetivo do diretor
saber, nas formas redondas.
arte, Lars Muller, decidiu hom-
americano foi explicar o suces-
enagear a Helvetica. “Eu canto
so da Helvetica e como ela
Sobretudo nos anos 70 a Hel-
um hino de louvor à Helvetica e
terminou ocupando o espaço
vetica
era considerada uma
seus esquecidos realizadores...”,
urbano. “Eu mostro a Helvetica
estrela da identidade corpo-
começou o autor na introdução
em ação através de diferentes
rativa (corporate identity) das
do livro sobre o ícone do design
metrópoles do mundo. Mostro
empresas. Mesmo na própria
na cidade e no restante do país.
também pessoas e sua intera-
vias, trens, metrôs em Zurique, Milão, Londres, Berlim, Tóquio ou Nova Iorque – por todos os
Suíça nomes famosos como a
ção diária com a fonte no seu
rede de supermercados Migros
Nos festejos de 50 anos da
ou a SBB, a Companhia Suíça de
fonte, a Helvetica se tornou até
Trens, utilizaram dela na forma-
mesmo a “atriz” principal de
Ao mesmo tempo o documen-
ção da sua imagem.
um documentário estreado em
tário também oferece entrevis-
meados de março no Museu de
tas com designers, que abrem
Design de Zurique, acompan-
as portas para sua interessante
Seguramente
o
sucesso
da
REVISTA CAMINHOS DO DESIGN - MARÇO 10
cotidiano diário.
tipografia
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NO DIA 27 DE MARÇO A TIPOGR AFIA MAIS USADA NO MUNDO, FAZ SEUS 53 ANOS.
profissão. “O filme é como uma
posição como as marés: existe
sionado de ver como a Hel-
introdução à tipografia e como
uma época onde a simplicidade
vetica está por todos os lados,
ela está tão imbricada na nossa
domina e então aparece um
sobretudo na Alemanha”, conta
vida, sem que muitas vezes não
contra-movimento. E continua.
Hustwit. Porém ela também
percebamos”.
é vista na Suíça e com muita Os designers entrevistados teria
freqüência em Zurique, onde a
tido, nas últimas décadas, in-
equipe americana realizou parte
fluência sobre o meio-ambiente
da película. Na estação de trem
Até hoje a Helvetica provoca
urbano como é visto pelas pes-
o diretor encontrou sinais da
emoções no meio dos design-
soas hoje em dia. “Essas pessoas
Helvetica por todos os lados:
ers. Ela pode ser amada ou odi-
marcaram a aparência das nos-
nas placas de sinalização, nos
ada por eles. Em apenas poucas
sas cidades e estados”.
ônibus, trens e até mesmo nas
Amor e ódio
entrevistas fica claro que o filme
placas das ruas próximas.
pretende mostrar a história do
O filme mostra também como
modernismo e pós-modernis-
as profissões gráficas se modi-
Hustwit
mo nos últimos cinqüenta anos
ficaram nos últimos 50 anos.
“fantástico” o fato do seu op-
do mundo do design.
Quando a Helvetica surgiu, ela
erador de câmara, Luke Geiss-
era um tipo de impressão em
buhler, ser uma pessoa com ori-
Como explica Hustwit, existiri-
chumbo, utilizado nas gráficas
gens suíças. Ele foi uma grande
am duas facetas: “De um lado
e impressoras. Hoje, na era do
ajuda para encontrar os design-
aquilo que é qualificado como
computador, qualquer pessoa
ers mais velhos da Suíça e fazê-
estilo suíço – lógica, clareza e
pode imprimir um texto numa
los falar sobre isto.
simplicidade. Do outro existiria
folha de papel.
mais emoção e personalidade.
também
considerou
Também o pai de Luke Geiss-
A maioria das pessoas que ent-
Alemanha: o verdadeiro
buhler foi um bem-sucedido
revistei pertencia ou a um dess-
país da Helvetica
designer. Depois de terminada
es grupos ou ao outro”.
Esses
aspectos
trocam
sua formação profissional no
de
“Quando rodamos o filme na
país dos Alpes ele imigrou para
Europa, eu fiquei muito impres-
os Estados Unidos.
REVISTA CAMINHOS DO DESIGN - MARÇO 10
embalagem
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A EMBALAGEM NO BRASIL Por que cada vez mais se investe em embalagem, veja porque isto acontece: A história da embalagem no Brasil vai do simples barril de mantimentos no século XIX e mera condição contentora evoluindo aos substratos e equipamentos de ultima geração, resultados de pesquisa e desenvolvimento em todos os elos da cadeia. Sem falar no premiado design, reconhecido mundialmente.
Em “Embalagem, Arte e Técnica de um Povo- Um estudo da embalagem brasileira”, edição comemorativa dos 50 anos da Toga, em 1985, sugere que lembrar o passado é reunir experiências vividas, delas tirando proveito para o presente e para o futuro e a embalagem brasileira como uma solução individual ou coletiva dos brasileiros, enquanto história da evolução tecnológica da embalagem industrial.
Antes de resolver as equações do presente e do futuro é preciso olhar para trás. O passado ensina e só avança quem conhece sua própria trajetória.
É grande o desafio das empresas: lidar com a globalização de mercado, com a competição acirrada e com a similaridade tecnológica e, assim, garantir a expansão das empresas. Ao designer de embalagem cabe criar boa aparência das formas utilizadas na mesma.
REVISTA CAMINHOS DO DESIGN - MARÇO 10
embalagem
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Algumas embalagens antigas e de suas histórias, verificou que, em muitos casos, elas têm na verdade sofrido diversas modificações ao longo do tempo, mas tão sutis que passam desapercebidas aos olhos do consumidor.
Num Mundo de tantas mudanças, e tão aceleradas, com imagens fugazes e passageiras, essas embalagens trazem ao consumidor o conforto do conhecido, mas nem por isso menos sedutor. Para as empresas que as possuem, representam verdadeiros patrimônios visuais que se traduzem em muito dinheiro, pois passa signos de contabilidade.
Às vezes é uma letra que se inclina, ou um splash que é acrescentado. Outras vezes as mudanças são técnicas, envolvendo tipos de impressão ou o tipo de material utilizado.
“É mais ou menos como o Fusca”, compara Auresnede Stephan, professor de design. “Desde que foi desenhado pelo Ferdinand Porsche até o modelo que ainda hoje é produzido no México, várias mudanças ocorreram, mas a estrutura básica foi mantida”. Produtos e embalagens clássicos, na verdade, mudam para permanecer iguais - e ter o mesmo apelo de sempre. Não o apelo da nostalgia, das coisas paradas no tempo. Mas aquela característica tão perseguida e difícil de “fabricar” que é falar ao coração do consumidor, mexer com a sua memória afetiva.
A história da embalagem no Brasil, do simples barril de mantimentos no século XIX e mera condição de contentora evoluiu aos substratos e equipamentos de última geração, resultados de pesquisa e desenvolvimento em todos os elos da cadeia. Sem falar no seu premiado design, reconhecido mundialmente. Entretanto, antes de resolver as equações do presente e do futuro é preciso olhar para trás. O passado ensina e só avança quem conhece sua própria trajetória.
Na década de 60 havia entre 80 e 100 estabelecimentos classificados como supermercados no Brasil, representando 3 a 5 % das vendas. Era quase nada, pois o pequeno varejo detinha a maior parte das comercializações. Cinqüenta anos depois, os supermercados chegam a mais de 45 mil e certamente abrangem mais de 70% do dinheiro que circula no meio.
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embalagem
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design que contagia surpreendente
criativo
inovador
A família Aquarius Fresh, da Coca-
consumidores ávidos
levemente gaseificadas, de baixa caloria, o que
Cola, cresceu. A marca foi remode-
por novidades.
vemos são um monte de garrafas esverdeadas,
lada e traz ao mercado dois novos
sem personalidade e sem diferenciação. Nossa
sabores além do limão: abacaxi
Com o relançamento
proposta é inovar”, explica John Pinto, diretor de
com hortelã e uva. Os produtos
do produto, espera-
Marketing de Novas Bebidas da Coca-Cola.
possuem um novo conceito de
mos quebrar mais um
embalagem: garrafas longilíneas e
novo paradigma.
bastante coloridas. Quando olhamos para “A antiga Aquarius Fresh conquistou
a gôndola de bebidas
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serigrafia
processos de impressão
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um dos processos de impressáo mais procurados, quando se trata de quantidade e qualidade. Serigrafia ou silk-screen é um processo de impressão no qual a tinta é vazada – pela pressão de um rodo ou puxador – através de uma tela preparada. A tela, normalmente de seda, náilon ou poliéster, é esticada em um bastidor de madeira, alumínio ou aço. A “gravação” da tela se dá pelo processo de fotosensibilidade, onde a matriz preparada com uma emulsão fotosensível é colocada sobre um fotolito, sendo este conjunto matriz+fotolito colocados por sua vez sobre uma mesa de luz. Os pontos escuros do fotolito correspondem aos locais que ficarão vazados na tela, permitindo a passagem da tinta pela trama do tecido, e os pontos claros (onde a luz passará pelo fotolito atingindo a emulsão) são impermeabilizados pelo endurecimento da emulsão fotosensível que foi exposta a luz.
É utilizada na impressão em variados tipos de materiais (papel, plástico, borracha, madeira, vidro, tecido, etc.), superfícies (cilíndrica, esférica, irregular, clara, escura, opaca, brilhante, etc.), espessuras ou tamanhos, com diversos tipos de tintas ou cores. Também pode ser feita de forma mecânica (por pessoas) ou automática (por máquinas). A serigrafia caracteriza-se como um dos processos da gravura, determinado de gravura planográfica.
A palavra planográfica, pretende enfatizar que não há realização de sulcos e cortes com retirada de matéria da matriz. O processo se dá no plano, ou seja na superfície da tela serigráfica, que é sensibilizada por processos foto-sensibilizantes e químicos. O princípio básico da serigrafia é relacionado freqüentemente ao mesmo princípio do estêncil, uma espécie de máscara que veda áreas onde a tinta não deve atingir o substrato (suporte).
O termo serigrafia (serigraph, em inglês) é creditado a Anthony Velonis, que influenciado por Carl Zigrosser, crítico, editor e nos anos 1940, curador de gravuras do Philadelphia Museum of Art, propôs a palavra serigraph (em inglês), do grego sericos (seda), e graphos (escrever), para modificar os aspectos comerciais associados ao processo, distinguindo o trabalho de criação realizado por um artista dos trabalhos destinadas ao uso comercial, industrial ou puramente reprodutivo.
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processos de impressão
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IMPRESSÃO
digital
Em produção gráfica, a impressão digital é um método de impressão no qual a imagem é gerada partir da entrada de dados digitais direto do computador para a impressora que vai gerar o arquivo final no suporte.
O conceito de Impressão Digital é amplo e vem se modificando ao longo do tempo. Podese considerar qualquer equipamento que registre sobre papel, ou outro suporte, as informações recebidas de um computador na forma de dados digitais sem que haja necessidade de gravar qualquer tipo de matriz para transferência dessas informações. Dentro da amplidão e da própria concepção do definido, em um futuro próximo, teremos que reavaliar e apurar um novo conceito. Foi no início da década de 90 que se começou a falar de impressão digital.
Mais exatamente em 1993, na feira internacional Ipex, na Inglaterra. Nessa oportunidade, apresentaram-se os primeiros sistemas digitais de impressão em policromia. Na Drupa de 1995, na Alemanha, a impressão digital foi a grande estrela da maior mostra de equipamentos gráficos do planeta.
Na edição de 2000 da Drupa, quando a feira comemorou seus 50 anos, que a impressão digital mostrou que veio mesmo para ficar. A digitalização do processo de pré-impressão criou a possibilidade única de produção dentro da rede, integrando todas as fases da cadeia gráfica.
A automação do fluxo de trabalho foi expandida, objetivando a inclusão dos sistemas de desenvolvimento digital, desde a fase da pré-impressão até a de acabamento. Para implantar a tecnologia digital em uma empresa é preciso mais do que investimento em tecnologia. É imprescindível promover uma ruptura e criar novos conceitos de parceria, com fornecedores e clientes.
É inegável reconhecer que, mesmo nos dias atuais, há desconhecimento, desconfiança e medo em relação a Impressão Digital. No futuro as gráficas receberão as informações brutas dos criadores de conteúdo. Não importando a mídia elas terão que atender e apresentar soluções de mercado a seus clientes. A dinâmica da demanda requer novos caminhos para alcançar a pessoa certa, no momento certo e no formato certo. A gráfica do futuro deverá facilitar essa dinâmica. Sensibilidade e sinergia são palavras obrigatórias no glossário da globalização digital.
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FÓR M U L A 1 2010
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