Diego Stehling
revista B
PABLO’S MAGAZINE
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PABLO’S MAGAZINE
Editor: Diego Moreira Stehling Suporte: CAPA: Papel couché liso 250g/m² MIOLO: Papel couché liso 145g/m² Edição: 1ª edição
PROCESSOS DE IMPRESSÃO
EMBALAGENS
TIPOGRAFIA
INSPIRAÇÃO
10 12 15 18 21 DESIGN E CRIAÇÃO
8 PORTIFOLIO
6 ILUSTRAÇÃO
FOTOGRAFIA
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FOTOGRAFIA
Fotografia Digital 10 dicas de fotografia digital para o seu dia-adia
T
irar fotografias não é uma tarefa tão fácil quanto pode parecer. A habilidade em
fotografar vai muito além de um simples apertar de um botão. Veja a seguir algumas dicas básicas para melhorar suas fotos:
ENQUADRAMENTO.
Deslo-
car o objeto principal da imagem pode fazer toda a diferença para deixá-la mais interessante. Divida mentalmente o visor da câmera em três colunas e três linhas, como em um jogo da velha. As intersecções das linhas são os pontos mais interessenantes da sua foto. As linhas em si também mostram pontos de destaque, para colocar os olhos de uma pessoa ou o horizonte, por exemplo.
FLASH DESNECESSÁRIOS. Usar o flash muito em cima pode deixar a foto toda clara, e muito longe, escura. Bruno Maestrini
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Lembre-se que o flash tem um alcance limitado,
atire-se no chão. Faça o necessário para ficar ao nível dela.
de normalmente três a cinco metros, às vezes um pouco mais. Não adianta deixar o flash ligado em uma foto onde o foco é um objeto a 30 metros. Um bom exemplo de mau uso do flash são shows. Em
FOTOS VERTICAIS. Muitos assuntos exigem uma foto vertical. Se o foco tiver mais linhas verticais, como um farol ou uma escada, vire a câmera.
linhas gerais, não é necessário luz extra alguma nesse caso. A luz do palco é mais do que suficiente para sua foto. Usar flash só vai iluminar as cabeças de quem está
APROVEITE A LUZ. Sempre que puder, aproveite a luz do sol. Posicione-se de forma a deixar a fonte de luz à suas costas, aproveitando assim a ilumina-
na sua frente, fazendo sumir o resto.
ção. É impressionante quanta diferença pode fazer FLASH
NECESSÁRIOS.
Um
ambiente
escuro
não é o único lugar onde o flash é um acessório necessário. Em uma foto contra-luz, por exemplo, o flash pode ser usado como preenchimento. Quando você for tirar uma fotografia de alguém com uma fonte de luz ao fundo, como o sol, por exemplo, você pode notar que o sol vai ficar brilhante e somente
um simples passo para o lado. A luz difusa de um dia nublado é excelente para realçar cores e suavisar contornos, sendo excelente para tirar retrados. É preciso de muito cuidado ao usar o flash. A luz dele, além de forte, tem uma cor diferente a do ambiente. Uma luz dura vai deixar rugas e imperfeições muito mais aparentes.
a silhueta da pessoa vai aparecer. Neste caso o flash irá COR. A maioria das câmeras digitais vêm com controle de
suprir a falta de luz, deixando ambos visíveis.
cor, ou white balance. Esse controle de cor faz com que o CUIDADO
COM
O
FUNDO.
A
escol-
ha do que aparece ao fundo é tão importante quando o que vem em primeiro plano. Cores vibrantes, linhas e outros objetos podem interferir ou tirar a atenção do foco. Um erro engraçado, porém muito comum, é tirar foto de uma pessoa em frente a uma árvore onde os galhos parecem formar chifres sobre sua cabeça.
branco seja realmente branco sob determinada fonte de luz.Masasconfiguraçõespré-selecionadasdacâmeranem sempre são as mais indicadas para quem quer fidelidade. A configuração para dias ensolarados, normalmente indicada por um pequeno sol, dá um tom mais amarelado às fotos. Essa tonalidade dá uma sensação de calor e afeto, tornando a foto mais interessante sob determinados aspectos. Experimente bastante o controle de cor até acertar o que mais se adequa ao que você quer.
RETRATOS. Quando o assunto é uma pessoa, o que se quer mostrar é, oras, a pessoa. Não tenha medo de chegar perto. Se quiser, pode até cortar um pouco da parte de cima da cabeça. A esta distância é possível reparar em detalhes como sardas e cílios. O que não
EXPERIMENTE. O segredo da fotografia está na tentativa. Leia de cabo a rabo o manual da sua câmera, para saber tudo que ela é capaz, e tente todas as configurações possíveis.
pode acontecer é aquele monte de nada na volta e um pequeno sujeito no meio.
A fotografia é muito subjetiva. O mais importante é aprender a dominar a luz e sua câmera, para depois fazer
OLHE OS OLHOS. Tire fotos na altura dos olhos da pes-
o que quiser.
soa. Para tirar foto de criança fique de joelhos, sente,
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ILUSTRAÇÃO
Como um olhar para o mundo Renato Alarcão fala sobre a importância dos Sketchbooks e suas experiências com o curso “Diário Gráfico”, ministrado por ele mesmo. POR EDUARDO ROCHA
esmo com toda uma bagagem como de-
M
e, em parceria com algumas ONGs e o YMCA, mon-
signer gráfico, mestrado em ilustração
tamos um programa de artes para crianças. Os par-
pela School of Visual Arts de Nova York,
ticipantes aprendiam desde a fazer o papel reclicado,
trabalhos publicados na Folha de São Paulo e no The
que depois eram encadernados sob forma de um livro
New York Times, além de estar no anuário da Society of
(que chamávamos de “Visual Memoirs”), e, finalmente
Illustrators, este é um daqueles casos que as imagens
as crianças traziam de casa suas “memórias” afetivas
falam pelo profissional. Renato Alarcão exibe em seu
para serem colecionadas sequencialmente. Os cader-
portfólio um bom gosto incrível aliado ao domínio de
nos que elas produziam eram riquíssimos do ponto de
diversas técnicas de ilustração.
vista plástico, e incluíam colagens, pinturas, desenhos, fotografias…Você sabe, qualquer criança com materi-
Qual o benefício que o sketchbook trouxe para
ais artísticos por perto se esbalda…
o seu trabalho? Os sketchbooks tem sido o local
As estratégias criativas deste programa geraram resul-
onde educo o meu olhar, coleciono o que me inter-
tados tão interessantes que depois as apliquei em um
essa visualmente, e, principlamente, funcionam como
trabalho com um grupo um pouco mais crescido, desta
suporte para experimentações que, muitas vezes, não
vez jovens na faixa dos 16 aos 18 anos, que haviam tido
encontram uso específico na vida profissional. É como
probelmas com a lei e que, para não passar um tempo
um “laboratório de teste” criativo.
na cadeia foram conduzidos a um trabalho comunitário que envolvia a criação de arte pública (fizemos
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O que te levou a ministrar o Diário Gráfico?
13 murais juntos). Os resultados com este grupo me
Este curso começou quando eu ainda morava nos EUA
animaram a pesquisar o assunto mais a fundo. Encon-
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trei muitos livros interessantes em bibliotecas. Com o tempo, a prática de trabalho com diferentes faixas etárias e experiências de vida, me permitiu aprimorar o programa para o atual formato.
Como um Diário Gráfico pode ajudar no dia-a-dia de um profissional de criação? Primeiramente é importante frisar que não basta ter um caderno. É importante que isto se torne uma prática descompromissada, constante e sem preocupação com o resultado. É justamente quando o hábito se enraíza, que a pessoa se torna mais curiosa, mais criativa e “last but not least” passa a conhecer melhor aquilo que atrai seu olhar. Obviamente conheço muita gente que passou pelo meu curso e que usa seus cadernos como matriz de idéias mesmo, escaneando dali elementos gráficos, texturas, ou então encontrando naquelas páginas a centelha que vai dar origem a algo mais específico para as necessidades de um projeto.
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PORTIFOLIO
A arte de James Jean Conheça um dos maiores ilustradores de nosso tempo POR HIRO KAWAHARA
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ames Jean é o tipo de cara que, se encontro na rua faria questão de espancá-lo até virar kibe cru, de tanta raiva do cara ser tão bom. Ber-
raria com todos pulmões “Vá se f*%$er fiadaputa, você é bom pra car@$^lho!!” Ou no máximo apertaria sua mão e não largaria, num ato de constrangimento homossexual voluntário, pra ver se passa um pouquinho do talento dele por osmose. No site dele tem outros trabalhos, inclusive as mesmerizantes pinturas. Se eu fosse rico como jogador de futebol da primeira divisão, não gastaria meu dinheiro com carros com nome de personagem dos Transformers, mulheres com prazo de validade cerebral ou com fontes de jardim em homenagem à minha mãe e que geram vergonha alheia pras visitas. Eu gastaria dinheiro com seus trabalhos. James Jean (nascido em 1979) é um taiwanês-americano, premiado artista e ilustrador em Los Angeles. Nasceu em Taiwan, mas cresceu em Parsippany-Troy Hills, New Jersey. Ele estudou na Escola de Artes Visuais de Nova York. Após se graduar, em 2001, rapidamente se tornou um aclamado artista da DC Comics, ganhou cinco consecutivos prêmios Eisner, três prêmios consecutivos Harvey, duas medalhas de ouro e uma de prata da Society of Illustrators de LA, e uma medalha de ouro da Society of Illustrators de NY. Contribuiu também para muitas publicações nacionais e internacionais. Seus clientes incluem grandes nomes como Time Magazine, The New York Times,
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Rolling Stone, Spin, ESPN, a Atlantic Records, Target, Playboy, Knopf, Prada, entre outros. James Jean tem tornado-se um dos maiores artistas atualmente, com expressiva marca autêntica. Dentre muitos outros que surgiram na mesma época, James ja alcançou grande destaque no mundo da ilustração contemporânea. Isso pode ser comprovado pelo seu alcance em varios meios de arte. A pouco tempo trabalhou no concept art de uma animação para um desfile da marca mundialmente famosa Prada. A animação em si não foi das melhores, pois o trabalho em 3d perdeu muito da energia e vitalidade da ilustração de James. Hoje podemos dizer que James Jean chegou em um ponto de destaque como referencial em ilustração.
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DESIGN E CRIAÇÃO
Criações do Design
Carrinho de compras ergonômico O Smarkt é a primeira de muitas soluções inteligentes que a Cheller & Hayashi Design, de São Paulo, está desenvolvendo para o varejo. O cesto é 100% reciclável, feito de polipropileno com haste de alumínio, e está sendo comercializado pela Pnaples ao preço de R$90. “Com seu desenho totalmente ergonômico, quatro tipos diferentes de furações e várias cores, o Smarkt se adapta às singularidades de cada loja, dando maior praticidade e conforto a seus clientes”, explica o site.O produto foi o vencedor na categoria “Utensílio” do 23º Prêmio MCB, promovido pelo Museu Casa Brasileira, em 2009.
Cartões de papel que se transformam em mini-canteiro O Postcarden é uma super-idéia do A Studio for Design, de Londres. Eles resolveram criar um cartão que prolongasse a alegria de quem o recebe por várias semanas, e não apenas por alguns dias. O Postcarden vem com um envelope de sementes de agrião e um cartão montável. Basta dobrar o cartão montando a estrutura, “semear”, colocar um pouco de água e esperar cerca de 10 dias para que um mini-canteiro brote. Não precisa nem de terra. São três versões de cartão, cada um representando uma estrutura: uma cidade, um jardim botânico da época Vitoriana e uma casinha normal. Após o jump, um vídeo mostra como utilizar.
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Karim Rashid assina garrafas plásticas ecológicas O excesso de garrafas de plástico que poluem o nosso planeta vem preocupando ambientalistas e designers. Pequenos projetos, como a “Water Bobble“, de Move Collective podem ajudar a resolver o problema. Se trata de garrafas de 550 ml de PET riciclada e riciclável, livre de substâncias nocivas como o BPA e PVC, com um filtro de carvão ativo que depura a água e a deixa mais leve e “saborosa”, exatamente como uma água mineral. As “Water Bobble” são produzidas nos Estados Unidos, em estabelecimentos com baixa emissão de anidrido carbônico e podem ser utilizadas várias vezes, já que o filtro dura o equivalmente ao conteúdo de 300 garrafas normais. Para terminar, o filtro é disponível em seis cores brilhantes e a garrafa exibe uma linha muito agradável, assinada pelo famoso designer Karim Rashid.
Tênis comestíveis da Nike Quem disse que os tênis foram feitos somente para os pés? A Nike lançou uma nova coleção do Nike Air, e ela é inspirada no Macaron, um famoso doce francês. E aproveitando essa oportunidade, a Colette teve a idéia de lançar tênis comestíveis da Nike, feitos de Macarons. O design é tão parecido que ninguém diz que é um doce para se comer. Vai ter muita gente guardando na geladeira como enfeite.
Cadeiras de descanso fixadas em postes Uma ideia genial que tem tudo pra deixar os postes disputados não apenas por cães, mas por seres humanos cansados de uma longa caminhada também, são as cadeiras que podem ser fixadas em postes e também em superfícies planas. Composta por três painéis idênticos feitos de madeira de plástico reciclado. O ‘Wanderest’ é extremamente funcional, perfeito para ser anexado em locais de grande circulação de pessoas, como hospitais, escolas, etc.
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INSPIRAÇÃO
INSPIRE-SE Conan O’Brien feito com Cheetos Conan O’Brien, que recentemente aceitou mais de 32 milhões de dólares para sair do Tonight Show, recebeu além da grana, uma espécie de homenagem: um retrato todo feito com salgadinhos Cheetos. O artista denominado Eclectic Asylum Art resolveu fazer um retrato de Conan O’Brien utilizando mais de 50 pacotes de Cheetos de diferentes sabores, dando diferentes tonalidades, tamanhos, cores e formas. Quase 2.000 Cheetos individuais foram usados para criar o retrato. Impressionante. Se isso foi patrocinado pela marca, nada se sabe. Mas é bem provável que sim. A verdade é que em menos de 2 semanas, o vídeo já conta com mais de 60 mil visitas, e continua a crescer. Uma verdadeira arte viral.
Tulipa de luz "Tulipa", que tem design de Sybille van Gammeren e é produzida pela holandesa Quasar. Com base em aço inox e níquel, sua cúpula possui zíperes de alumínio que permitem das mais variadas aberturas até a "desabrochada" completa. São duas versões: a de mesa que tem 25 cm de diâmetro por 40 cm de altura e a de pé, com 1,60 m de altura. Com ela você pode diminuir a luminosidade quanto aumentar.
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Animated History of Coca-Cola “Animated History of Coca-Cola” traz consido pouco mais de 5 minutos animados contando a história da marca mais poderosa do planeta. O vídeo foi originalmente produzido para um especial de TV de 30 minutos, chamado “In Search Of The Secret Formula”, e que seria veiculado na Rússia, como parte de uma estratégia de mercado. A verdade é que a idéia toda ficou tão bacana, que mais de 10 anos depois, a Coca-Cola resolveu traduzí-lo para o inglês. A linha retrô e o estilo adotado na animação são fodásticos, fazendo com que o vídeo hoje esteja sendo veiculado como introdução no parque “World of Coca-Cola”, em Atlanta. E agora está no canal do YT dar marca, vale muito a pena conferir.
Barril de Vinho Se você gosta de vinho e quer guardar suas garrafas de maneira bem diferente, aqui está uma opção perfeita. Estes "racks-adegas" são feitos com barris originais de carvalho recuperados e têem capacidade para 24 garrafas. Exclusividades da NapaStyle, estão disponíveis em duas versões: de parede ou de chão. Fabricados totalmente à mão, eles medem cerca de 86,5 cm de altura e, independente do modelo, custam 80 dólares cada.
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INSPIRAÇÃO
Travesseiro com espaço para colocar o braço embaixo É incrível como há criações tão simples mas que nós nunca tínhamos pensado antes. Quem já não passou a noite abraçando o travesseiro e colocando o braço debaixo dele enquanto apoiava a cabeça em cima? Como consequência disso, a gente acaba acordando com o braço todo formigando e é bem desagradável. Mas pensando em solucionar isso, foi inventado o “Arm Sleeper’s Pillow”. É nada mais nada menos do que um travesseiro que possui um espaço para colocar o braço embaixo. O preço não é tão bom quanto o sonho, custa $99,95.
Kit divertido de talheres e prato para crianças Com este kit de prato e talheres para crianças em formato de bichinhos deve ficar mais fácil convencê-las a comer até vegetais e frutas. Os designers Hyomi Kim e Seulgi Kim criaram um kit “florestal” que além de divertido é educativo, pois os pequenos podem aprender sobre os bichos representados enquanto comem com o “garfo-girafa” ou com a “colher-macaco”.
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TIPOGRAFIA
O Que é Legibilidade? Aprenda o que é preciso para que um progeto gráfico legivel. O especialista Willem Ovink define legibilidade como “a facilidade e precisão com a qual o leitor percebe os textos impressos”. Este processo pode descreve-se em dois termos – legibilidade ou legibility (percepção visual), e leiturabilidade ou readability (compreensão intelectual do texto). A legibilidade é uma grandeza empírica, traduzível em números. Existem entretanto vários testes para a medir a velocidade de leitura, a compreensão (retenção de conteúdos), o movimento ocular e ainda outros parâmetros e critérios. Logicamente, a legibilidade varia consoante a inteligência e a cultura das pessoas que desempenham os testes; portanto é necessário fazer os testes de legibilidade por grupos. Ex.: faixas etárias, profissões, literacia, etc. As pesquisas de legibilidade, contam com cerca de 120 anos. Um dos testes mais conhecidos é conduzido por Nisson em Paris, no final do século XVIII, consistia essa pesquisa na comparação e reconhecimento dos caracteres à distância de dois textos, um impresso em Garamond e outro em Didot, demonstrando que o texto em Gramond podia ser reconhecido a uma distância maior do que o impresso em Didot. Em 1888, E. C. Sanford publicou um estudo sobre a legibilidade comparando com pequenas letras. “The Relative Legibility of the Small Letters. 1888”.Outras pesquisas foram feitas no começo do século XIX, por Babbage, experimentando a legibilidade relati-
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TIPOGRAFIA 16
vamente à cor do papel e a legibilidade de números em
competência do tipógrafo.
estilo antigo ou alinhados. As suas conclusões foram
A legibilidade respeita o grau de nitidez que permite
contestadas por pesquisas posteriores.
distinguir os caracteres individuais uns dos out-
Pike foi o revisor dos primeiros estudos, ele considerava
ros. As formas das letras (legíveis) são desenhadas
que as letras góticas deviam ser abolidas, e encontrou
para surgirem com um aspecto nítido e conciso. Em
nelas a responsabilidade pela miopia dos alemães. Além
geral, os tipos de letra mais legíveis são os que tem
disso, demonstrou que a parte superior das letras é mais
caracteres com espaços interiores abertos ou fecha-
responsável pelo reconhecimento das palavras do
dos maiores, o que implica, inevitavelmente, uma
que a parte inferior.
grande altura do x. Mas se a altura do x for grande
Outra importante descoberta feita em 1885 por Cattell,
isto implica uma consequência, os ascendentes e
de que o olho reconhece palavras tão rápido quanto car-
descendentes serão curtos. Não só afectará a legibil-
acteres sozinhos, o que demonstrava que a forma das
idade dos caracteres individuais (fazendo com que
letras era responsável pelo seu reconhecimento.
o “h” e o “n” e o “i” e o “l” sejam confundidos), como
A legibilidade e a facilidade de leitura não são a mesma
também dificulta a identificação das formas das palavras.
coisa. Decerto que a legibilidade influencia a facilidade
Os espaços internos são cruciais para ajudar a dis-
de leitura e vice-versa, mas para se compreender ainda
tinguir alguns dos caracteres que são utilizados com
mais como se influenciam uma à outra é necessário
maior frequência – (“e”, “a” e o ”s” ; “c” e “o”). Estas le-
analisá-las separadamente.
tras não têm características distintivas (não tem as-
O grau de legibilidade de uma fonte depende do criador
cendentes nem descendentes e todas tem larguras
da fonte, ao passo que a facilidade de leitura deriva da
semelhantes), também são idênticas quanto ao ta-
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manho do espaço interno. Não restam grandes du-
foi referido atrás é inevitável que apliquemos um
vidas que, devido a frequência do uso, aquilo con-
tamanho reduzido, as respectivas insuficiências po-
tribui para a legibilidade de uma fonte e dá-se um
dem ser minimizadas utilizando-se uma fonte com
olho amplo ao“e”e um espaço interno fechado no“a”.
uma grande altura de “x”.
Os caracteres que são mais facilmente confundidos
Por fim, a outra condição para uma boa legibilidade
uns com os outros são o “i”, “j”, “l” e o “f” e o “t” sendo
é o contraste tonal entre a palavra e o substrato. Nos
em muitas fontes o “l “ quase igual ao algarismo 1
casos em que o tom (cor) da palavra e do fundo são
e o “O” maiúsculo igual ao 0 (zero). O tamanho in-
parecidos, é evidente que a legibilidade será afecta-
dividual das letras também afecta a legibilidade
da. Menos óbvio é o facto de um texto impresso a
relativa. Por exemplo: o “m” e o “w” são intrinseca-
preto ficar mais legível num papel de tonalidade bege e
mente mais legíveis que o “i” ou o “l”, simplesmente
mate do que num papel brilhante espelhando a luz.
porque tem dimensões maiores.
A combinação do brilho de uma superfície com um
Analisando a legibilidade e tendo em conta a forma
grande contraste torna cansativa a nossa vista como
das características das palavras, bem como a sua
podemos constatar mais a frente.
definição dos elementos estruturais (ascendentes, descendentes, espaços internos, serifas), há um terceiro aspecto a ter em conta: o tamanho do tipo. A utilização do tipo num determinado tamanho reduzido, um tipo em tamanho 8 pontos ou menos, privará do texto uma parte do público-alvo. Como
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EMBALAGENS
A IMPORTÂNCIA DA EMBALAGEM
A
embalagem é o principal elemento de conexão e de comunicação
entre o consumidor, o produto e a marca. É um dos principais fatores que impulsionam a venda do produto. Se a embalagem não for condizente com o produto, não chamar a atenção de quem o compra, a chance do consumidor não perceber o produto é maior. Entre os atributos mais facilmente perceptíveis gerados pelo design estão: praticidade, conveniência, facilidade de uso, conforto, segurança e proteção ao produto. Além disso o design agrega valor aos produtos ao adequá-los de forma eficiente às necessidades e expectativas do consumidor e
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definir seu posicionamento correto no mercado. Estes valores podem ser emocionais, mas geram reflexos práticos bastante objetivos como percepção de funcionalidade, identidade, personalidade e, principalmente, fidelidade à marca. EMPRESAS E EMBALAGEM Um estudo realizado pela CNI (Confederação Nacional das Indústrias) indica que 75% das empresas que investiram em design registraram aumentos em suas vendas, sendo que 41% também conseguiram reduzir os seus custos. A pesquisa mostrou ainda que entre produtos semelhantes, o consumidor acaba preferindo o que possui a embalagem mais atraente, bela e prática, estando inclusive disposto a experimentar uma marca nova se a embalagem desta possuir tais características, já que isso está diretamente relacionado à valorização da
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EMBALAGENS
auto-estima do consumidor. Mais recentemente, as pequenas e médias empresas também perceberam que podem e devem investir em design para serem competitivas. Mais do que isso, viram que design não é um serviço de luxo, ao contrário, trata-se de um serviço altamente especializado, com uma ótima relação custo x benefício e que pode ser facilmente incorporado ao seu cotidiano. Seja a empresa de grande, médio ou pequeno porte, no ponto-devenda todas têm acesso ao consumidor e aquela que investe em design de embalagem tem mais condições de se destacar e se tornar uma marca vencedora.
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PROCESSOS DE IMPRESSÃO
Escolhendo o Processo de Impressão Existem vários processos de impressão, cada um
dispensa o uso dos fotolitos, também chamado de
mais adequado ao tipo de aplicação: offset, flex-
processo “direct to plate” (direto na chapa).
ografia, serigrafia, tipografia, hotstamp, impressões
A impressora é constituída basicamente de três cilindros:
digitais, etc. A utilização de cada um vai depender
- Um grande cilindro no qual está colocada a chapa
de alguns fatores, tais como: a qualidade estética
de impressão, que entra em contato com os rolos
final do Material impresso, a resistência do material,
de umedecimento de tintagem, recebendo uma
a tiragem etc.
fina camada de tinta - a parte gravada da chapa re-
O sistema OFFSET é um dos mais utilizados pelas
tém a tinta, ao contrário da parte não gravada;
gráficas, devido à alta qualidade e ao baixo custo
- Cilindro de blanqueta ou lençol de borracha que
que oferece, principalmente para grandes quan-
receberá a imagem da chapa tintada;
tidades. É um sistema de impressão indireto, con-
- Cilindro impressor que irá pressionar o papel con-
forme a palavra original inglesa, baseado na re-
tra o cilindro de blanqueta, transfereindo a imagem
pulsão tinta-água.
deixada na blanqueta pela chapa tintada.
O offset é o resultado da evolução da litografia,
A impressão offset é feita em folhas planas de papel
resolvendo os seus problemas básicos. Sendo um
ou filmes especiais (PVC-vinil). O processo offset
processo rotativo contínuo, permite altas veloci-
permite o uso de várias cores, retículas uniformes
dades de impressão, o que popularizou o seu uso.
ou variáveis, de modo que as cópias obtidas podem
A utilização de uma blanqueta para a tranferência
ser de alta qualidade.As máquinas offset podem ser
da tinta possibilita o uso dos mais diferents tipos de
planas ou rotativas, sendo que as rotativas servem
superfícies de papel. O uso de chapas metálicas , ao
para grandes tiragens (geralmente acima de 20.000
contrário das pedras na litografia, garantiu ao off-
cópias) e as planas para menores tiragens.
set tiragens muito elevadas. O offset foi descoberto
As impressoras podem também variar quanto à
casualmente pelo norte-americano Rubel em 1904,
quantidade de tinta que podem imprimir: existem
quando admirado, observou a nitidez do repinte no
impressoras offset que imprimem apenas uma cor
verso de uma folha de papel produzida pelo padrão
e aquelas que imprimem até seis cores automatica-
de borracha de uma impressora litográfica, quando
mente (ciano, magenta, amarelo, preto e mais duas
inadvertidamente rodou a máquina sem papel.
cores especiais).
Antes de iniciar o processo de impressão, foram
O sucesso de uma boa impressão depende igual-
elaborados os fotolitos e as subseqüentes chapas
mente de arquivos digitais bem construídos, fotoli-
de impressão. Atualmente, existe um sistema que
tos e chapas de impressão de qualidade, e de um
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PROCESSOS DE IMPRESSÃO
rígido controle do funcionamento
cada tela é fixada numa mol-
mente têm sido utilizadas as
da máquina offset. As mais mod-
dura rígida e posicionada sobre
impressoras offset digitais, dis-
ernas possuem ajustes totalmente
a superfície a ser impressa.
pendando o uso de fotolitos
digitais e computadorizados, pois
A TIPOGRAFIA é um processo
em copiadoras coloridas (para
um mínimo deslize na posição ou
em que a matriz de impressão
pequenas tiragens até 200 có-
nivelamento de uma chapa pode
é dura e plana, normalmente
pias), plotters (para impressão
acarretar problemas visíveis na
de metal (clichês), na qual a
de grandes formatos), impres-
impressão final. Essas máquinas
imagem a ser impressa está em
soras de provas digitais e tam-
devem possuir também uma boa
alto-relevo. O clichê é fixado,
bém as chamadas de impres-
calibragem e regulagem quanto
por meio de adesivo especial,
soras digitais que imprimem
DICAS às cores nelas impressas.
numa superfície na máquina
grandes tiragens sem fotolitos
Já a FLEXOGRAFIA é um processo
de impressora; a parte gravada
e sem chapas de impressão. O
bastante voltado para a impressão
com imagens em alto-relevo no
impotante mesmo será consul-
de materiais contínuos, como eti-
clichê recebe uma camada de
tar a fonte impressora antes de
quetas em bobinal. A impressão
tinta de um rolo entintado e a
iniciar o trabalho, para saber
é feita por uma matriz de mate-
tinta que fica impregnada no
quais as características internas
rial sintético flexível, semelhante
clichê é tranferida sob pressão
do arquivo que terão de ser tra-
à borracha,na quala imagem a ser
para o material a ser impresso.
balhadas de acordo com a im-
impressa está gravada em alto-
Utilizado para menores tiragens
pressora de saída.
relevo. As características da matriz
(cartões, blocos de notas fiscais,
Geralmente, estas caracterís-
permitem impressão sobre vários
convites de casamento, etc).
ticas variam desde utilizar uma
tipos de materiais, além do papel
HOT-STAMP (estampa quente)
escala de cores produzida na
(plásticos, laminados, etc).A SERI-
é um processo semelhante à
mesma impressora que impri-
GRAFIA (silk screen) é um dos mais
tipografia, porém o clichê não
mirá o trabalho final para a es-
antigos processos de impressão,
recebe tinta, sendo apenas
colha de suas cores, até infor-
sendo bastante artesanal. Atual-
aquecido e pressionado sobre
mações de resolução de saída
mente, o seu processo é quase to-
uma fira de material sintético
e angulação das separações de
talmente automatizado, sendo uti-
revestida de uma finíssima ca-
cores em sistemas digitais.
lizado para impressões em papel,
mada metálica. Quando a ca-
PVC (vinil), tecidos ou laminados.
mada metálica é pressionada
Dos fotolitos, as imagens são gra-
pelo clichê quente, desprende-
vadas por processo fotográfico em
se da fita e adere à superfície
telas sintéticas especiais revestidas
do material a ser impresso. Esse
com uma finíssima camada imper-
processo só é utilizado para im-
meável às tintas; as regiões grava-
primir pequenos detalhes, pro-
das com a imagem são permeáveis
duzindo efeitos metalizados.
às tintas, ao contrário do resto da
Além de todos estes processos
tela, que permanece impermeável;
de impressão, mais recente-
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