Página Mestra
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ANO I - MARÇO 2011 - R$8,00
DESIGN
DESIGN
tipografia ILUSTRAÇÃO fotografia DESIGN EDITORIAL tecnologia ARTE HURBANA portfólio PROCESSOS DE IMPRESSÃO
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Pรกgina Mestra
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Expediente/Sumário Este mês na
//EXPEDIENTE Editor Ricardo Alexandre Diretor Superintendente Platão Diretor Editorial Getúlio Vargas Diretora de Criação Cora Coralina Diretora de Desenvolvimento de Negócios Maria José Dupré Diretor Financeiro Aristóteles
TIPOGRAFIA A Tipografia no Brasil
ILUSTRAÇÃO Maurits C. Escher
REDAÇÃO Diretor de Núcleo Heráclito Diretora de Redação Ana Botafogo Editor Executivo Georg Wilhelm Friedrich Hegel Editora Marieta Severo Repórteres Earl Bertrand Arthur William Russell e Martin Heidegger Estagiário de texto René Descartes Editoras de Arte Hannah Arendt e Lina bo Bardi MARKETING E COMUNICAÇÃO Analista de Marketing Leci Brandão Assistente de Marketing Cecília Meireles PESQUISA DE IMAGENS Coordenador Giambattista Vico Pesquisador Wolfgang Amadeus Mozart Assistente de Pesquisa Ludwig van Beethoven
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FOTOGRAFIA Ver para saber e sentir
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DESIGN EDITORIAL Diagramação em Jornal
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RECURSOS HUMANOS Immanuel Kant Analista de RH Maria Clara Machado RELAÇÕES PÚBLICAS Anita Malfati Assistentes de RP Clementina de Jesus e Elis Regina DEPARTAMENTO PESSOAL Mário de Andrade Assistente de DP Nara Leão
TECNOLOGIA Escolhendo os Softwares
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JURÍDICO Dr. Rui Barbosa Advogado Manuel Bandeira ADMINISTRATIVO Gerente Administrativo Caspar David Friedrich Auxiliar de Expedição Gustave Doré Auxiliar de Serviços Gerais Archip Iwanowitsch Kuindshi Assistente de Compras Samuel Palmer Recepção Maria Gomes de Oliveira e Emma Goldmanm PRODUÇÃO GRÁFICA Salvador Dalí Coordenadora de Produção Gráfica Maria Bonomi Produtora Gráfica Tarsila do Amaral Assistente de Tráfego Comercial Van Gogh
//DADOS GERAIS Periodicidade mensal Tiragem 150 mil exemplares Site http://www.google.com/profiles/RicXand Lançada em março de 2011
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ARTE URBANA Stickers
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PORTFÓLIO RicXand
PROCESSOS DE IMPRESSÃO Suportes de impressão
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Página Mestra Tipografia
a
TIPOGRAFIA
no brasil
Quem recebe hoje o seu material impresso, cartão, folder, postal, nem imagina o quanto o homem evoluiu no campo da impressão. No Brasil, costuma-se dizer que, graças à Napoleão Bonaparte, o país teve sua primeira prensa oficial em maio de 1808. Quando as tropas francesas invadiram Portugal no final de 1807, o rei D. João VI, a família real e a corte embarcaram para o Rio de Janeiro – o que explica uma fabulosa coleção de centenas de gravuras de Dürer, livros de horas e mapas do século XVI hoje na Biblioteca Nacional, um acervo de aproximadamente 60 mil volumes na época. Entre os pertences reais havia caixas trazidas de Londres contendo prensas e tipos móveis para serem utilizados pelo governo em Lisboa. As caixas embarcaram para o Brasil no mesmo navio Meduza em que viajou Antonio de Araújo de Azevedo, o Conde da Barca. Ao chegar ao Rio de Janeiro, o Conde da Barca instalou as prensas
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no porão de sua casa. Um homem de muitos interesses, trouxe sua coleção de Mineralogia, assim como instrumentos de laboratório. Azevedo cultivou um jardim de cerca de 1400 plantas exóticas e brasileiras em seu próprio quintal, mais tarde conhecida por “Hortus Araujensis” e catalogada por Ferdinand Denis. No mesmo porão foi criada uma fábrica de porcelana, um laboratório de química para experimentos com plantas nativas, e uma destilaria nos moldes das escocesas da qual ele extraía “água inglesa” e remédios. Ele igualmente trouxe sua própria biblioteca de mais de 6 mil volumes, posteriormente incorporada à Biblioteca Nacional. A primeira diretoria (Junta) da Impressão Régia (1808-1815), já nos primeiros anos de seu funcionamento, tinha por objetivo criar
uma fábrica de fundição de tipos móveis no Rio de Janeiro. Para isso, Alexandrino José das Neves foi enviado à Inglaterra para treinamento com a responsabilidade de, na volta, estabelecer a fábrica no Brasil - o que nunca aconteceu, pois assim que chegou ao Brasil ele retornou à Lisboa para trabalhar na Impressão Régia desta cidade. A Impressão Régia iniciou suas atividades no dia de sua criação: 13 de maio de 1808. Imprimiu o panfleto Relação dos Despachos, assim como outros documentos oficiais. De acordo com Valle Cabral, foram impressos 1154 itens entre 1808 e 1822, a maior parte decretos, alvarás, sermões, alguns livros, panfletos, etc. Em 10 de setembro de 1808 a Impressão Régia publicou o primeiro jornal brasileiro, a Gazeta do Rio
Página Tipografia Mestra de Janeiro, extraído da Gazeta de Lisboa - esta, por sua vez, uma tradução de jornais ingleses. Meses antes, em Londres, o brasileiro de alma Hipólito da Costa havia fundado o Correio Brasiliense ou Armazén Literário, por 13 anos o único periódico independente a levar informação aos brasileiros, apesar da distância. Costa foi incansável em sua luta contra a escravidão e o status colonial brasileiro. Nasceu na Colônia do Sacramento, estudou no Rio de Janeiro e depois em Coimbra, onde recebeu os graus de doutor em Leis, Matemática e Filosofia. Em 1798, como funcionário do governo português, foi enviado aos Estados Unidos (onde consta que se juntou aos maçons, na Filadélfia, um marco em suas idéias “revolucionárias”). Perseguido pela Inquisição, foi mais tarde para a Inglaterra. A vez seguinte que entrou em Portugal foi preso, onde ficou por quase 3 anos, e de onde fugiu disfarçado de criado, ajudado por amigos maçons. De volta à Londres, tornou-se o principal editor e autor do Correio Brasiliense, importante veículo de denúncia da má conduta de políticos portugueses, suborno, nepotismo e abusos de poder, tanto da Igreja quanto da Coroa. O periódico também continha notícias de todo o mundo, ensaios em literatura e cultura, além de fortemente apoiar os movimentos de independência na América espanhola. O regime imperial proibiu a entrada do Correio em Portugal e no Brasil através de várias tentativas até 1817, sem sucesso. O prestígio de seu autor era tamanho que, após a independência em 1822, Costa tornou-se embaixador especial do Brasil na Corte britânica. (Annals of Colonial Brazil, an exhibition at the JCB in 2000) Desde 1770 havia no Brasil prensas de madeira. Um alvará de 8 de agosto desse ano oferece “privilégio e isenção de taxa às pessoas que confeccionassem cartas de jogar” na Bahia. Mas foi em 1809 que a primeira prensa de madeira foi construída, e em 1813 que matrizes para a fabricação de tipos foram
criadas para a Impressão Régia. Uma nova fase da Impressão Régia foi inaugurada com a segunda Junta (1815-1830), agora também conhecida como Officina Real. A Real Fábrica de Cartas de Jogar retornou a mãos de particulares, e em 1821 o Brasil contava com 7 oficinas, então já consideradas insuficientes. Em 1821 e 1822 a Impressão Régia usou os seguintes nomes: Impressão Nacional, Imprensa Nacional, Tipografia Real, Tipografia Régia, Tipografia Nacional, Régia Tipografia e Real Tipografia. O ano de 1821 igualmente marca o início da liberdade de imprensa com a Typographia de Moreira e Garcez e da Nova Officina Typographica.
Malheyro bispo do Rio de Janeiro, no primeiro dia deste presente ano de 1747, por Luiz Antonio Rosado da Cunha. O empreendimento teve vida curta: a tipografia foi fechada e enviada de volta à Portugal. Fonseca não obteve mais permissão para voltar a imprimir no Brasil. Atualmente esse é tido como o primeiro livro impresso no país.
Uma rápida história sobre a tipografia no Brasil Há chances de a tipografia ter sido introduzida no Brasil, Pernambuco, pelo Conde Maurício de Nassau, em meados do século XVII, durante a ocupação holandesa no nordeste brasileiro. Sabe-se que as prensas e os tipos móveis foram enviados da Holanda e que o tipógrafo Pieter Janszoon morreu a caminho do Brasil ou logo após chegar ao país. Nova tentativa foi feita no início do século XVIII em Recife, igualmente sem sucesso. Durante o governo de Francisco de Castro Morais, um comerciante desconhecido montou uma pequena prensa e imprimiu alguns sermões e letras de câmbio. Nada sobrou da produção dessa tipografia. Temos notícia da iniciativa graças a uma Carta Real de 8 de junho de 1706 proibindo e confiscando o material impresso. Aproximadamente 40 anos mais tarde, o bem sucedido impressor português Antonio Isidoro da Fonseca publicou quatro trabalhos em sua oficina no Rio de Janeiro, com a permissão do governador Gomes Freire de Andrade. O mais conhecido é Relação da entrada que fez o excelentíssimo, e reverendíssimo senhor D. F. Antonio do Desterro
Até meados do século XIX outros estados brasileiros fundaram suas oficinas tipográficas: a Bahia, em 1811; Recife, 1815 (na realidade, esta teve início em 1817, durante a revolução, e continuou até 1821); Maranhão e Pará, 1821; Minas Gerais, 1822; Ceará, 1824; Paraíba, 1826; São Paulo e Rio Grande do Sul, 1827; outras cidades do estado do Rio de Janeiro, 1829; Goiás, 1830; Santa Catarina e Alagoas, 1831; Rio Grande do Norte, Piauí e Sergipe, 1832; Espírito Santo e Mato Grosso, 1840; Paraná, 1849 e Amazonas, 1852. Tanto Rizzini (p. 317) quanto Valle Cabral (p. xiv, introdução) afirmam que o Brasil teve prensas e tipos móveis enviados da Inglaterra. Sobre a prensa de Isidoro da Fonseca, Sodré cita um documento real de 6 de julho de 1747 através do qual o rei ordena o confisco de uma variedade de tipos que haviam chegado ao Brasil naquele ano, mandando que fossem enviados de volta à Portugal. Talvez a história da tipografia no Brasil ainda possa revelar fatos inesperados para nós.
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Ilustração
O mundo mágico de
Escher
M. C. Escher criou imagens que impressionam a razão e os sentidos. Os detalhes destas chegam a um ponto em que, de repente, observa-se uma descontinuidade de sentido que impressiona e nos deixa as opções de tentar encontrar uma explicação racional ou apenas sentir seus efeitos. Escadaria (1951) Mauritus Cornelis Escher, nasceu em Leeuwarden na Holanda em 1898, faleceu em 1970 e dedicou toda a sua vida às artes gráficas. Na sua juventude não foi um aluno brilhante, nem sequer manifestava grande interesse pelos estudos, mas os seus pais conseguiram convencê-lo a ingressar na Escola de Belas Artes de Haarlem para estudar arquitectura. Foi lá que conheceu o seu mestre, um professor de Artes Gráficas judeu de origem portuguesa, chamado Jesserum de Mesquita. Com o professor Mesquita, Escher aprendeu muito, conheceu as técnicas de desenho e deixou-se fascinar pela arte da gravura. Este fascínio foi tão forte que levou Mauritus a abandonar a Arquitectura e a seguir as Artes Gráficas. Quando terminou os seus estudos, Escher decide viajar, conhecer o mundo! Passou por Espanha, Itália e fixou-se em Roma, onde se dedicou ao trabalho Gráfico. Mais tarde, por razões políticas muda-se para a Suíça, posteriormente para a Bélgica e em 1941 regressa ao seu país natal.
“Tão importante quanto aprender Artes, é aprender com as Artes.” Estas passagens por diferentes lugares, por diferentes culturas, inspiraram a mente de Escher, nomeadamente a passagem por Alhambra, em Granada, onde conheceu os azulejos mouros. Este contato com a arte árabe está na base do interesse e da paixão de Escher pela divisão regular do plano em figuras geométricas
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que se transfiguram, se repetem e refletem, pelas pavimentações. Porém, no preenchimento de superfícies, Escher substituía as figuras abstrato-geométricas, usadas pelos árabes, por figuras concretas, perceptíveis e existentes na natureza, como pássaros, peixes, pessoas, répteis, etc. Escher, sem conhecimento matemático prévio mas através do estudo sistemático e da experimentação, descobre todos os diferentes grupos de combinações isométricas que deixam um determinado ornamento invariante. A reflexão é brilhantemente utilizada na xilografia “Day and Night” (página ao lado no topo), uma das gravuras mais emblemáticas da carreira de Escher. A partir de uma malha de polígonos, regulares ou não, Escher fazia mudanças, mas sem alterar a área do polígono original. Assim surgiam figuras de homens, peixes, aves, lagartos, todos envolvidos de tal forma que nenhum poderia mais se mexer. Tudo representado num plano bidimensional. Destacam-se também os trabalhos do artista que exploram o espaço. Escher brincava com o fato de ter que representar o espaço, que é tridimensional, num plano bidimensional, como a folha de papel. Com isto ele criava figuras impossíveis, representações distorcidas, paradoxos. Mais tarde ele foi considerado como um grande matematico geométrico.
Ilustração
Day and Night (Xilogravura de 1938) Se nos fixarmos no losango branco central a baixo, automaticamente somos levados até ao céu, e o que de início era uma simples figura geométrica rapidamente se transforma num pássaro. Os pássaros brancos voam para a direita em
direção à noite que recobre uma pequena aldeia holandesa à beira de um rio. Os pássaros negros, por sua vez, sobrevoam uma imagem iluminada pelo sol, que é exatamente a imagem refletida da paisagem noturna.
Sonho (1935)
Três Esferas II (1946)
Olho (1946)
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Fotografia
VER para SABER e SENTIR Às vezes não basta ler, por muito extraordinária que seja a escrita. Às vezes é preciso ver e para isso existem as fotografias. Estas fotos foram feitas pelo estudante do curso técnico em Comunicação Visual do SENAI/CECOTEG, Ricardo Alexandre Duarte de Carvalho. Nascido no Balneário de Camboriú, SC, em 18 de agosto de 1982, ele veio ainda novo para a capital de Minas Gerais com seus pais. “Sempre gostei de fotografias”, diz. “Mas só no Natal de 2008 tive condições de comprar uma câmera compacta para mim. À partir desta data passei a tirar fotos de tudo que via”. Sua meta é adquirir uma câmera profis-
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sional para poder aprimorar ainda mais seu trabalho. “Sei que a ferramenta não faz o artista e que em fotografia o que conta é o olhar do fotógrafo, mas um equipamento de primeira ajuda muito”, revela. Seu slogan, ver para saber e sentir, foi inspirado no que a imagem nos transmite. “Estamos o tempo todo nos interagindo com o que vemos e por isso usamos muito mais a visão do que os outros sentidos”, declara. A seguir, algumas fotos do seu álbum tiradas com sua câmera compacta.
Fotografia
Em algumas fotos foram usados filtros para dar algum efeito e melhorar as cores .
Mais fotos em: http://meadd.com/RicXand http://picasaweb.google.com/RicXand http://www.flickr.com/photos/RicXand
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Design Editorial
em
Diagramação
Jornais
Diagramação (ou paginação) é o ato de diagramar (paginar) e diz respeito a distribuir os elementos gráficos no espaço limitado da página impressa ou outros meios. É uma das práticas principais do design gráfico, pois a diagramação é essencialmente design tipográfico. Entre as diretrizes principais da diagramação podemos destacar a hierarquia tipográfica e a legibilidade. A diagramação é aplicada em diversas mídias como jornais, livros, revistas, cartazes, sinalização, websites, inclusive na televisão. A diagramação de publicações costuma seguir as determinações de um projeto gráfico, para que, entre outras coisas, se mantenha uma identidade em toda a publicação. Na diagramação, a habilidade ou conhecimento mais importante é o uso da tipografia.
Diagramação de jornais No caso de um jornal, a diagramação segue os objetivos e as linhas gráficas e editoriais desse impresso. As principais linhas editoriais para a diagramação incluem a hierarquização das matérias por ordem de importância. Já as considerações gráficas incluem legibi-
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lidade e incorporação equilibrada e não-obstrutiva dos anúncios. Essas características de design tipográfico compõem o design de jornais. A editoração ou design editorial incorpora princípios do Design gráfico, que, por sua vez, é uma habili-
tação independente ou presente em cursos de design, além de ser uma disciplina que faz parte do currículo de Jornalismo, Publicidade e alguns cursos de Arquitetura nas universidades e faculdades. Termos correlatos e similares incluem,
Design Editorial além dos já mencionados, layout, makeup ou pasteup.
Elementos e aspectos de um jornal Para diagramar o conteúdo editorial, a atividade de diagramação precisa lidar com elementos gráficos (categorias de conteúdo visual) e aspectos (variáveis que podem alterar o resultado final). As medidas utilizadas em diagramação são geralmente em paicas e pontos, sendo que 1 P (uma paica) corresponde a 12 p (doze pontos). O espaço delimitado de impressão dentro de uma página se chama mancha gráfica, onde cai tinta sobre o papel; fora destes limites, nada pode ser impresso e nenhum elemento pode ultrapassar. Nos casos em que a mancha ultrapassa as bordas do papel, diz-se que a impressão é sangrada.
Elementos Os elementos do design de jornal (impresso) são classificados assim: Texto O chamado “corpo de texto” é o tipo em que será impresso o conteúdo principal do jornal (matérias, colunas, artigos, editoriais, cartas etc.). A massa de texto costuma preencher mais da metade de toda a mancha gráfica do jornal e deve ser delimitada (rodeada) pelos outros elementos. Um formato comum para o corpo de texto em jornais é tipo serifado, com corpo (tamanho) 12 pontos. Título Desde a manchete, que fica na primeira página, até os títulos menores de artigos. São subdivididos em: * subtítulo - (em algumas redações no Brasil, chamados de sutiã, linha-fina, bigode ou linha de apoio) colocado abaixo do título principal, complementa a informação do título e instigam à leitura do texto * antetítulo - (em algumas redações no Brasil, chamados de chapéu ou cartola) colocado acima do título
principal, complementando a informação do título e instigam à leitura do texto * intertítulo ou quebras - colocado no meio do texto, para dividi-lo em seções e facilitar a leitura * olho - colocado no meio da massa de texto, entre colunas, para ressaltar trechos e substituir quebras; são muito utilizados em entrevistas. Foto Fotografias, que em jornal e revista vêm sempre acompanhadas de legenda descritiva e do crédito para o fotógrafo. Arte O que se chama de arte em diagramação são imagens produzidas para ilustrar, complementar visualmente ou substituir a informação do texto. Podem ser: * Infográfico - que inclui mapas, gráficos estatísticos, seqüenciais e esquemas visuais; * Charge - desenho geralmente satírico com personagens do noticiário, sem ter que necessariamente seguir opinião expressas em matérias relacionadas no jornal; * Ilustração - todo tipo de desenho ou pintura que pode acompanhar um texto jornalístico. A ilustração pode ser uma versão ilustrativa do texto ou uma visão complementar ao texto, usando uma linguagem pictórica. Vinheta São mini-títulos que marcam um tema ou assunto recorrente ou em destaque; podem incluir ilustrações pequenas e geralmente vêm acima do título da matéria ou no alto da página. Box ou caixa Um box é um espaço graficamente delimitado que normalmente inclui um texto explicativo ou sobre assunto relacionado à matéria principal. Fio Existe para separar elementos que, por algum motivo, podem ser confundidos com outros. Cabeçalho e Rodapé Marcam o topo e a base da página, respectivamente, incluindo marcas básicas como editoria, data, núme-
ro da edição e número da página; quando usado na primeira página, o cabeçalho inclui ainda a logomarca do jornal em destaque, preço e alguns nomes de chefia da equipe (presidente, diretor, editor-chefe). Anúncio Espaço de publicidade, único elemento de conteúdo não-editorial da diagramação, produzido pela equipe comercial.
Aspectos Os aspectos que determinam a composição destes elementos na página impressa são, entre outros: Colunagem A distribuição do texto em colunas verticais de tamanho regular, espaçadas e válidas para encaixar os elementos. Atualmente, o padrão em jornais standard é a divisão em 6 colunas, mas o uso de 8 colunas já foi predominante. Cor Uso de cores e matizes em jornalismo, que confere sentido e modifica a mensagem, muitas vezes sutilmente; até meados do século XX, os jornais de grande circulação não utilizavam impressão a cores, dependendo da escala de cinzas para matizar seus preenchimentos. Espaçamento Entrelineamento, entre colunas e entre cada elemento gráfico. Fontes tipográficas A escolha e o uso das fontes nos textos influem na maneira como o leitor apreende os textos, através da legibilidade, dimensão e caráter das fontes.
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Tecnologia
Escolhendo os SOFTWARES Determinar quais softwares usar no trabalho nem sempre é uma tarefa fácil, especialmente quando vários fatores agem tanto contra como a favor de determinadas linguagens visuais, extensões, formas de execução, etc. Hoje vou falar pra vocês como fizemos pra escolher os programas usados no estúdio. Esse artigo é mais para quem está começando, já que depois de um tempo no mercado algumas coisas começam a parecer óbvias. Fatores técnicos Em primeiro lugar, é preciso conhecer toda a linha de produção para poder encaixar as peças adequadamente. De forma simplificada, temos a concepção, a criação, a produção, o gerenciamento dos vídeos (conteúdos) e a exibição dos conteúdos. Começando de trás pra frente é mais fácil descobrir o que usar em cada estágio, pois a etapa seguinte traz as suas próprias limitações para as anteriores. 5. Exibição dos conteúdos Os conteúdos são exibidos através de players. Assim como qualquer software de exibição no computador, existem formatos que são aceitos e formatos que não são aceitos, que podem variar de acordo com o desenvolvedor. 4. Gerenciamento de conteúdos Nessa área trabalhamos com canais que exibem um determinado número de conteúdos por um determinado tempo. Para que esses canais funcionem, precisamos de programas para gerenciar todo o conteúdo criado, saber se estamos lidando com vídeos dinâmicos (alimentados através de outras fontes, como sites de
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notícias) ou estáticos (sem alimentação), a ordem em que os vídeos deverão ser tocados, se existem horários determinados para a exibição, etc. 4a. Conteúdos dinâmicos Em se tratando de vídeos dinâmicos, precisamos saber o que seria necessário para alimentá-los: Ao buscar informações de outros sites usaríamos o arquivo XML ou RSS? Seria necessário buscar imagens e vídeos? Os textos seriam alimentados manualmente? Etc. A montagem de um vídeo como esse se dá em um programa específico, então a questão das extensões e dos codecs aparecem novamente. 4b. Conteúdos estáticos* Aqui não há segredos, basta saber que formatos o player suporta. *O termo “estático” é usado apenas em relação à alimentação, não se trata de um arquivo em formato de vídeo desprovido de movimento 3. Produção A essa altura já sabemos alguns detalhes para a produção. Um deles é a escolha pelo formato .wmv, mais leve e suportado tanto pelo player como pelo programa usado para a elaboração de conteúdos dinâmicos. Esse formato pode ser gerado com o Adobe Media Encoder, a partir de um arquivo criado no After Effects, por exemplo.
2. Criação Ao saber que programas a produção usa, já fica mais fácil determinar quais usar pra criação de forma a facilitar o trabalho. Como não poderia deixar de ser, os programas da Adobe têm uma boa afinidade entre si, então não seria má ideia combinar o Photoshop com o After Effects. 1. Concepção A concepção por si só não precisa estar ligada a programas. O que é importante nessa fase, no entanto, é levar em consideração outras questões como tempo de execução e prazo de entrega, pois de nada vale surgir com idéias mirabolantes se elas extrapolam no tempo tanto de criação como de produção. Quando existe uma folga, até é possível explorar novas possibilidades, mas quando há demanda não tem conversa: caímos na questão dos prazos muitas vezes estipulados já pelos clientes. Fatores humanos Conhecidos os fatores técnicos, é hora dos humanos entrarem em ação pra fechar de vez as escolhas. Não há muito a ser comentado aqui, pois muitas vezes esses fatores se resumem a gosto e adaptação. Vou aproveitar e mostrar as nossas escolhas, novamente de cima pra baixo:* Produção Gostamos tanto de 2D como 3D, então
Tecnologia é claro que a produção não ficaria limitada apenas a um programa. Para 2D, não tem jeito, o After Effects é campeão (pelo menos no Windows). Já para o 3D, cada um escolheu o seu: Um se adaptou muito bem ao Blender e defende sua interface; outro já usa o XSI, com seus nodes e sistema de partículas que costuma deixar os clientes boquiabertos. Como já mencionado, o Adobe Media Encoder também aparece por aqui pra dar uma força com as extensões.
Criação Essa é minha área e o Illustrator é praticamente uma extensão do corpo. Mas, como o Photoshop tem uma afinidade muito maior com o After Effects do que o Illustrator, também precisei selecionar esse programa para o meu trabalho, o que resulta em muitos projetos com fotos ou tons mais artísticos abusando de brushes e texturas que normalmente pesariam muito no Illustrator ou simplesmente demorariam mais para serem finalizados. Para os projetos em 3D a arte é feita no próprio programa, cabendo à criação apenas a elaboração do storyboard com detalhamento de elementos, cores, efeitos, texturas, etc. A lista é relativamente pequena por causa do número de pessoas e divisão de trabalho. Se fosse somada à lista os gostos de outros que já passaram pelo estúdio, também apareceriam o CorelDRAW, GIMP e o 3dsmax, com cada um fazendo a sua escolha funcionar no sistema. Se qualquer uma das escolhas não funcionasse nos níveis superiores, obrigatoriamente seria descartada (seria o caso de um programa que não tivesse layers, por exemplo). *Deixei as escolhas por gerenciadores e players de fora pois esses levam em conta outros fatores como parcerias, facilidade de implantação, suporte, etc.
O Software Livre na criação Considero o uso de ferramentas como GIMP e Inkscape um estímulo ao processo de criação. Penso que não devemos ser dependentes de uma ferramenta específica para qualquer tipo de trabalho, e acredito que a qualidade dos projetos não deve estar vinculada ao uso de um software, e sim ao talento do profissional. Essa afirmação não é de forma alguma um atestado de inferioridade das ferramentas livres. Apesar de ainda ter muito o que evoluir (o que é natural), essas ferramentas tem sim grande qualidade e potencial. Também acredito em outras questões – essas sim de cunho mais ideológico – de que o que impulsiona o Movimento pelo Software Livre não é o fato de o mesmo ser “Economicamente viável” ou “Tecnologicamente sustentável”, mas sim o fato de ser “Socialmente Justo”. Acredito que para haver uma independência econômica para o Brasil e outros países, uma das principais necessidades é que se tenha autonomia tecnológica. As possibilidades que os Softwares Livres trazem para o aprendizado e a produção tecnológica permite que seja reduzida a dependência que temos hoje das empresas estrangeiras, e o uso de ferramentas livres estimula a produção de software de código aberto, ajudando a proporcionar essa autonomia tecnológica.
As ferramentas livres para Design, como GIMP e Inkscape, superam as ferramentas proprietárias?
Nesses aspectos, considero que os motivos para isso sejam estes: 1. Ferramentas livres como GIMP e Inkscape não tem tanto tempo de existência quanto as ferramentas proprietárias mais usadas. Penso, por exemplo, que o GIMP se equipara a versões mais antigas do famoso Photoshop; 2. Nas comunidades que desenvolvem essas ferramentas livres, não existem tantos Designers para um aprimoramento mais refinado das Interfaces, a Iconografia não é tão bem trabalhada, e nem parece haver um planejamento adequado das funcionalidades. Constantemente a comunidade do Software Livre considera como “Designers” pessoas que sabem simplesmente manipular bem um software de Edição de Imagens. Porém o Design se referencia muito mais como Projeto, e vários estudos e conceitos são necessários para um Projeto Gráfico coerente, e uma Usabilidade consistente. Creio que Desenvolvedores (programadores) não são as pessoas mais apropriadas para trabalharem nessas questões; 3. O Suporte a CMYK e Pantone dessas ferramentas, por mais que sejam possíveis com softwares como Scribus para a área de Desktop Publishing, e por mais que venham evoluindo em ferramentas como GIMP e Inkscape, não tem ainda uma consistência adequada para um trabalho mais profissional. E você, por acaso já testou alguma dessas ferramentas? Já tentou editar suas imagens com o GIMP, ou fazer seus desenhos no Inkscape? Faça o download e experimente, assim sem compromisso mesmo.
Na minha sincera opinião, não. Apesar de eu considerar o Inkscape (desenho vetorial) melhor do que o Corel Draw, não posso dizer que as ferramentas livres superam softwares como o Photoshop, Illustrator ou Indesign. A quantidade e qualidade dos recursos, a interface, ícones, atalhos, automatização, ainda são superiores nas ferramentas proprietárias.
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Arte Urbana
Stickers Uma nova vertente artística surge em lugares inusitados da cidade. Latas de lixo, postes, placas de trânsitos, muros e o que mais poder receber um pôster ou um lambe-lambe é transformado em galeria de arte ao livre em questão de minutos após a passagem dos Stickers, palavra inglesa que traduzida ao pé-da-letra significa “adesivos”.
Ativismo coletivo A proposta do sticker é através de manifestações de artistas individuais e de coletivos urbanos, criar um composto visual que dialogue com a estética metropolitana e debata através de uma linguagem lúdica e torta os principais pontos polêmicos da sociedade. Essa atitude já trouxe à luz instalações visuais por toda São Paulo. Basta andar com olhos atentos pela Rua Augusta, Avenida Paulista, Vila Madalena e muitas outras vias, viadutos e calçadas movimentadas, onde facilmente são encontradas figuras em cabines telefônicas, rostos misteriosos em postes e mensagens no mínimo curiosas. Segundo os adeptos, o sticker é mais vantajoso que o grafite, pois é portátil e de fácil aplicação, sendo apenas necessário encontrar o lugar ideal para colocálo. Não há limite de tamanho nem de elaboração; a
Apesar da arte ilegal de rua não ser mais novidade em nenhuma grande metrópole do mundo, o sticker é um movimento que tem ganhado força nos últimos cinco anos com a proliferação da cultura underground e da busca de novas formas de expressão visual. Não devem ser confundidos com as propagandas clandestinas ou ainda com poluição visual, há um conceito por traz desse formato das expressões artísticas. Proveniente do grafite, o sticker começou a ser notado recentemente e já conquistou artistas que encontraram facilidade tanto na sua elaboração quanto na aplicação.
impressão dos adesivos ou, também comumente, dos lambe-lambes é com caneta, xerox, serigrafia, tintas plásticas ou qualquer outro tipo de grafismo que possibilite o efeito desejado. O sticker é mais uma ferramenta que o artista urbano tem para se expressar, dependendo da mensagem, do lugar, do tempo disponível e da intenção, ele pode usar tanto o grafite como o sticker ou o stencil para colocar em prática o seu plano de ação.
Origens Por ser uma forma de manifestação à margem da lei, é difícil saber onde se originou o sticker, mas é atribuído ao artista americano Shepard Fairey a apresentação e divulgação dessa pratica nas ruas, no início da década
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Arte Urbana de noventa. Fairey, através de seus stickers, posters e lambe-lambes, encheu várias cidades norte americanas e européias com a clássica imagem, em alto contraste, do campeão de luta - livre André Giant, sempre com a indicação escrita: Obey Giant. Fairey hoje em dia divide seu tempo entre as suas atividades artísticas nas ruas e a direção do estúdio Black Market, em Los Angeles, uma das mais prestigiadas agencias de design gráfico dos EUA. Na capital paulista, o movimento sticker é presente há quase cinco anos e tem como principais nomes os grafiteiros como Boleta, Flip, Sesper e Zezão. A antiga escola do stickers, na maioria das vezes trabalhava a arte adesiva uma a uma a caneta, utilizando uma assinatura ou tag como imagem. Um dos primeiros coletivos é o SHN. Foi o primeiro a fazer tiragens em serigrafia e expor uma quantidade de stickers e pôsteres exaustivamente repetidos, colados nas ruas de São Paulo, como uma linha de produção e montagem artesanal. Originários de Americana, mas com ações por todos os cantos e cidades aonde seus stickers e posters já chegaram, o grupo se infiltra na paisagem de concreto através de peças impressas. Lançando mão, principalmente, de cartazes, impressos em mídias reaproveitadas ou etiquetas adesivas oriundas de sobras industriais. Outro coletivo de destaque com intervenções em diferentes regiões de São Paulo é o Faca que espalha em grupo ou individualmente, trabalhos que combinam, stickers e posters, além da sobreposição de pinturas realizadas as pressas e ilegalmente no local.
Adesivando a rede A internet tornou-se a principal ferramenta de comunicação e exposição dessa cultura mundial. Através dela, artistas e coletivos de diferentes cidades e países se conhecem, apresentando e articulando iniciativas de “exposições” de seus trabalhos. A troca do material é feita via correio, assumindo cada coletivo a responsabilidade de espalhar por sua cidade as obras dos colegas. Outro meio de intercâmbio cultural entre os fãs do lambe-lambe são as galerias virtuais onde pessoas de todo o mundo se conhecem, trocam stickers por correio e têm o desafio de colar as obras dos amigos distantes em suas cidades, depois publicando fotos na Internet. É assim que muitos artistas ficam conhecidos internacionalmente sem ao menos saírem de suas cidades. Vandalismo? Arte? Seja o que for a avalanche dos stickers não dará tão cedo trégua às selvas de concreto.
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Portf贸lio
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Portfólio
RicXand PORTFÓLIO
Conheça um pouco do trabalho e da história do designer escolhido para ilustrar esta seção. Ricardo Alexandre, ou RicXand, como costuma ser chamado no meio digital, é o escolhido do mês para a divulgação do portfólio. Como foi dito na seção de fotografia (págs. 08 e 09), ele está fazendo o curso técnico em Comunicação Visual no SENAI/CECOTEG. Ao ser questionado o motivo que o levou a escolher esta área, ele responde que foi por indicação de uma professora do próprio curso. “A professora Mariana é aluna de natação do meu pai. Ela falou muito bem do curso e da instituição. Tinha uma noção muito vaga do que iria encontrar”, responde. Antes de vir para o design gráfico, ele chegou a fazer Filosofia. Ao completar dois anos do curso, ele teve que parar os estudos por motivos de saúde e também financeiros. “Peguei uma alergia braba”, revela. “Os sintomas duraram mais de um ano. Tive que mudar completamente a minha alimentação. Não posso comer um monte de coisas. Gastei muito dinheiro com remé-
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Portfólio dio e com médicos caros”, desabafa. Ele nos contou que está gostando do curso e que sua única preocupação no momento é em relação aos programas utilizados em algumas matérias. Usuário de Linux desde 2005, confessa que os softwares desta plataforma na área gráfica têm suas limitações, mas que não perdem para os programas proprietários. “As ferramentas básicas todos os programas têm. Só ainda não consegui entender o por que de alguns professores insistirem em aplicar conceitos em apenas determinados programas específicos. Para mim, o conceito pode ser aplicado em qualquer lugar, até mesmo em um pedaço de rascunho”, filosofa. Entre problemas e soluções, ele continua seus estudos firme e forte, mas ainda não sabe exatamente em que área pretende atuar, pois até agora está gostando de todas as matérias. A seguir você encontrará alguns trabalhos acadêmicos feitos até o fechamento desta revista. Portfólios (ainda em construção): - http://www.google.com/profiles/RicXand - http://picasaweb.google.com/RicXand - http://www.flickr.com/photos/RicXand - http://RicXand.deviantart.com/ - http://www.kawek.com.br/RicXand - http://www.sxc.hu/profile/RicXand - http://www.openclipart.org/user-detail/RicXand Cartão Postal
Vetor da camisa da equipe de Natação Rato d’Água.
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Portfólio Caricatura: Carlos Avendaño Edição: Ricardo Alexandre
Cartão Postal
Botton da equipe de Natação Rato d’Água.
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Processos de Impressão
Tipos de papéis e suas aplicações No nosso dia-a-dia como Designers, procuramos usar toda criatividade, prática, embasamento teórico, e muita inspiração e claro usar o seu próprio estilo para criar uma peça gráfica de acordo com o briefing do nosso cliente. Mas mesmo assim, uma ótima criação não basta. A escolha do papel no qual será impresso o material também é importante para garantir um diferencial do produto, tendo assim mais qualidade e ótimos resultados. Conhecendo os papéis e suas características, auxilia no momento da escolha para que o mesmo seja mais adequado à sua peça gráfica. Para que esta escolha seja correta, você deve levar em considerações o tipo da criação, a tinta e as possibilidades de acabamentos. Se você se interessa ou tem dúvidas sobre o assunto, continue lendo o artigo.
1 – Escolha do papel se dá ao Valor subjetivo: O custo: quanto maior a tiragem, maior o custo relativo do papel. Em pequenas tiragens, muitas vezes a diferença de preço compensa o uso de um papel mais caro, pelo valor subjetivo que será agregado; A disponibilidade no mercado: exceto no caso de tipos de papel
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de uso mais freqüente (couchê e offset), o mercado de papéis é sanzonal. Muitas vezes, um papel mais diferenciado não é encontrável junto aos fornecedores. Por isso, é sempre bom entrar em contato com o fornecedor com alguma antecedência; As restrições técnicas: alguns processos não permitem o uso de determinados tipos de papel. Mesmo no caso do offset – processo que aceita praticamente todos os papéis –, há diferenças de qualidade de acordo com as propriedades de cada tipo. Na dúvida, se consulta a gráfica.
2 – Classificação dos papéis: Atualmente existem infinitas variedades de papel no mercado, para você escolher de acordo com a sua peça gráfica e criatividade. Para diferenciar um modelo do outro, existe uma classificação básica: a) Peso: Normalmente, o peso varia de 50 a 350 gramas. Quanto maior a gramatura, mais grossa é a folha, maior o peso terá o impresso, maior opacidade (ou seja, a folha é menos “transparente”, o que beneficia a leitura no caso da impressão frente-e-verso) e maior o custo, já um papel de gramatura excessivamente baixa é bem mais barato, mas poderá fazer com que a publicação seja por demais maleável, comprometendo a apresentação e a futura conservação. Por exemplo, 50 gramas é um papel mais fino, e, portanto o 350 gramas será o papel mais grosso.
Isto define o peso e o volume do seu impresso final. O peso influencia no preço da impressão. b) Formato: O formato bem definido resulta em aproveitamento de papel, o que pode proporcionar economia. Isto não só vale para custo, como para uma consciência ecológica. Por exemplo, parece não haver maior diferença se um cartaz com 46 cm de altura x 32 ou 34 cm de largura, certo? São apenas dois centímetros a mais, e talvez fique “mais bonito” se ele for um pouco mais largo. No entanto, com 32 cm, cabem quatro cartazes em cada folha 2B, formato muito utilizado para impressão em grande escala. Com 34 cm, apenas dois, havendo um grande desperdício de papel. Vamos considerar uma tiragem de quatro mil cartazes – o que não é muita coisa. Com 32 cm, serão necessárias pouco mais de mil folhas de papel (considerando sobras para testes e erros), enquanto com 34 cm serão necessárias mais de duas mil. Nós devemos sempre nos informar com as gráficas em que imprimimos nossos materiais sobre os formatos de papeis possíveis para impressão, gastando menos papel, e claro, o orçamento fica mais acessível, deixando também nosso cliente mais feliz. c) Cor: A cor do papel pode influenciar na composição criativa das cores que você usa na sua arte. Geralmente, o papel escolhido é branco, ao passo que tons amarelados ou caramelados tendem a ser associados com baixa qualidade. Existem diversas peças gráficas que podemos realizar com os pa-
Processos de Impressão peis já coloridos de fábrica, deixando a peça gráfica com uma criação diferente e de orçamento mais baixo. d) Textura: A textura pode ser definida como o aspecto do papel (lisos, telados, etc.) ou quanto ao seu grau de rigidez. A textura do papel pode ser escolhida de acordo com a arte. Tomando o processo offset como referência, quanto mais liso o papel, mais nítida e viva será a impressão. Os papéis com textura, por sua vez, tendem a singularizar o produto final, mas não são indicados para policromias com grande exigência de nitidez nos detalhes (como livros de arte, por exemplo). Da mesma forma, devem ser evitados quando do uso de corpos muito pequenos (abaixo de oito pontos). Na serigrafia, na xerografia e na impressão digital, eles são contraindicados no que confere a legibilidade e definição de detalhes.
* Folders; * Flyers; * Panfletos em geral; * Tags; * Encartes de Supermercados; * Cartazes e outros.
Mais conhecido como papelão, é um tipo de papel composto por 2 camadas de papel, sendo a primeira de branca, acetinada e lisa e a segunda camada com uma pasta não branqueada (por isso o papel fica com essa cor). O verso do papel permite melhor qualidade e produtividade na hora da impressão. A gramatura do papel Duplex é 250 gramas e 300 gramas. Aplicação de materiais:
Supremo Possui bastante resistência e tem a superfície mais lisa do mercado, o que faz dele um papel muito procurado e com altíssima qualidade. Possui um semi brilho, e tanto a frente e quanto o verso do papel é branco. Aceita todos os recursos gráficos e geralmente é usado nesse papel um acabamento gráfico especial (verniz U.V ou verniz fosco), para dar mais brilho e durabilidade. A gramatura deste papel é de 250 gramas e de 300 gramas. Aplicação de materiais: * Cartão de Visita; * Imã; * Folhinha; * Calendário Bolso; * Calendário Mesa; * Marcador de Páginas e outros.
Tipos de papéis Couchê
* Cartão de Visita;
* Receituário; * Papel Timbrado; * Miolo de Livros; * Miolos de Revistas em Geral; * Folhetos.
Duplex
* Calendário de Parede; * Sacolas; * Caixas; * Embalagens em geral.
É um tipo de papel resistente, mais caro, mas amassa facilmente dependendo da gramatura. Graças a textura lisa e delicada, possui uma ótima qualidade de impressão. Uma característica do couchê brilho é que nas áreas que serão impressas (que terá tinta de impressão) possuem um brilho acetinado em ambas faces. Já o couchê fosco possui menos brilho, maior tempo de secagem da tinta e é mais barato que o brilho. Sua gramatura é bastante abrangente, mas trabalha basicamente com 04 gramaturas: 90, 120, 150 e 250 gramas. Aplicações:
, cores vivas e intensas das áreas impressas. A gramatura este papel varia de 56 gramas a 240 gramas. Aplicação de materiais:
Off-set É o Papel mais utilizado, e como possui bastante cola na sua composição, ele tem superfície uniforme. É um papel bastante branqueado (dos branqueados é o mais barato), encorpado e possui textura fosca e resiste o melhor possível a ação da umidade, o que é de extrema importância para a impressão pelo sistema off-set. Além a vantagem de baixo custo, possui alta qualidade, com grande nitidez
Papel reciclato Este papel é um tipo de papel reciclado. Ele possui essa aparência de papel reciclado, mas ele é na verdade um papel off-set 100% reciclado. Com sua qualidade, é
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Processos de Impressão um papel correto para fazer um diferencial ou algum detalhe diferente em seus trabalhos, por possuir textura única, e possuir essa tonalidade de reciclado. A gramatura de papel varia de 90 a 240 gramas. Aplicação de materiais: * Cartão de Visita; * Folder; * Flyers; * Receituário; * Papel Timbrado; * Tags; * Pastas; * Cartazes e outros.
E agora mais alguns exemplos da variabilidade e utilização dos diversos tipos de papeis:
Papel Monolúcido Usado para rótulos, cartazes, sacolas, embalagens e papéis fantasia.
Papel Bíblia Usado para impressão de bíblias e similares, podendo conter ou não linhas d’água.
Papel Kraft Usado para embrulho, saco de carvão, sacos resistentes e sacolas.
Apergaminhado Usado para correspondência em geral, formulários, impressos, cadernos escolares e envelopes.
Papel Seda Usado para embalagens leves, embrulhos de objetos artísticos, intercalação, enfeites, proteção de frutas, etc.
Papel Jornal Usado em tiragens de jornais, folhetos, livros, revistas, material promocional, blocos e talões em geral. Cartolina Usado em pastas, fichas, cartões e de uso escolar.
Existem ainda uma infinidade de tipos e formas de papéis, cada um feito de uma maneira, com os mais diversos materiais, modos de produção e utilidades. Conhecer esse tipo de suporte é de extrema importância para o designer gráfico. E você, já escolheu o melhor suporte para a sua peça gráfica?
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