Tannus-Esquerdo

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Revista For Design | Edição 01 | Ano 11

EDITOR TANNUS ESQUERDO PROJETO GRÁFICO TANNUS ESQUERDO DIRETOR EXECUTIVO TANNUS ESQUERDO DIREÇÃO GERAL RANGEL SALES DISTRIBUIÇÃO EDITORA EUROPA IMPRESSÃO ASTER GRÁFICA TIRAGEM: 01 EXEMPLAR

Sumário 4 Tipografia 6 ILUSTRAÇÃO Ilustrações isnpiradoras da coca-cola 8 ARTE URBANA Graffiti Brasil: Mundano 10 DESIGN Branding e o design de embalagens Anatomia tipográfica

Design sustentável

12 FOTOGRAFIA 14 TECNOLOGIA 16 PORTIFÓLIO Portifólio Luis Miguel Torres

Made in China por Alain Delorme Os detalhes da briga judicial entre Apple e Samsung

20 processos de impressão Retícula for design


Tipografia

Anatomia tipográfica U

ma fonte tipográfica ou, melhor, um tipo não é mais do que um padrão, variedade ou coleção de caracteres tipográficos com o mesmo desenho ou atributos e, por vezes, com o mesmo tamanho (corpo). Contudo, por tipografia devemos não só entender a simples escolha de um tipo, como também a arte e o processo de dar ordem estrutural a uma determinada composição de tipos, de forma a que esta seja especialmente legível e visualmente envolvente, sem negligenciar o contexto em que está inserida e os objetivos inerentes à sua realização. Anatomia, em tipografia, é uma terminologia utilizada para designar as partes constituintes das letras e também as relações existentes entre si. Contudo, falar anatomia tipográfica não é uma tarefa muito fácil, isto porque uma boa fonte é como o corpo humano, possui uma anatomia detalhada e matematicamente desenhada. Assim, podemos distinguir os principais aspectos

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de tipografia em: Haste O traço que define a estrutura básica da letra; tronco do caractere. Serifa Pequenos traços e prolongamentos que ocorrem no fim das hastes das letras. Cauda Prolongamento inferior do traço de alguns caracteres (ex: letra Q). Braço Traço horizontal ou diagonal que surge de um traço vertical. Barra ou Trave Linha horizontal que cruza em algum ponto o traço vertical. Junção ou Ponto de Enlance Ponto de conexão entre a serifa e a haste. Barriga ou Pança Linha curva de uma letra minúscula ou maiúscula,


fechada, ligada à haste vertical principal em dois locais. (ex: letras P, B, p, b, D, d) Terminal Breve traço final que não segue a direcção do traço onde assenta, curvando-se no sentido perpendicular, com uma inclinação. Orelha Pequeno traço que se destaca do olhal superior do g da caixa baixa. Perna Haste vertical ou curvada, que entra na formação de algumas letras, como o p, q e m. Ombro ou Arco Traço curvo que parte da haste principal de algumas letras, sem se fechar (ex:letras m, n e r). Olho Espaço vazio da letra. Pescoço ou Link Linha que une os olhais da letra “g” de caixa baixa. Eixo Linha imaginária que define a inclinação da letra. Vértice Ponta de ligação das hastes de letras maiúsculas como o A, M, W. Altura das capitulares Altura das letras maiúsculas. Altura-x Altura da letra minúscula. Linha base Linha de apoio das letras.

Ascendentes Parte da letra acima da altura-x. Descendentes Parte da letra abaixo da linha de base. Kerning Ajustamento individual do espaço entre duas letras, para compensar o excesso ou a escassez de espaço entre as mesmas, derivados do desenho desses caracteres em particular. Tracking Espaço entre as letras (e os demais glifos) de um dado corte de uma fonte, com valor pré-definido. Corpo Distância entre a parte anterior e posterior da letra; esta distância determina os diversos corpos (tamanhos) da letra. Linha Fila de letras, palavres ou sinais, impressos ou manuscritos; recta ideal, que passa pela base da letra, e sobre a qual é feito o alinhamento. Entrelinha Espaço que separa duas linhas consecutivas;na composição mecânica, é o branco adicional que se deixa ao corpo do tipo: uma linha de tipo corpo 10 fundida em molde de 12, terá uma entrelinha de 2 pontos. Espaço Componente gráfico que permite separar as palavras

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ILUSTRAção

Ilustrações Inspiradoras da Confiram essa coleção de artes muito legais da Coca-Cola... são ilustrações dos mais variados estilos feitas por diferentes artistas e designers para mostrar sua interpretação do lema “The Coke Side of Live” (o lado Coca da vida).

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o longo de sua história de 120 anos, a publicidade e a comunicação tem desempenhado um papel vital na formação de ‘Coca-Cola “em uma marca icônica, cultural e intemporal. Ao longo dos anos, “Coca-Cola ‘tem continuamente desafiado artistas e agências para criar soluções inovadoras imagens refrescantes. As diversas origens dos artistas colaboradores e designers resultaram em uma série de imagens que refletem as diferentes culturas e sociedades. Ao combinar a imagem icônica garrafa de vidro

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Coca-Cola

original com o aumento up-to-date ilustrações técnicas e estilos, os artistas têm dado a um estilo progressivo de expressão visual. “Coca-Cola” sempre teve uma forte herança artística tendo sido interpretado por artistas famosos como Haddon Sundblom, Norman Rockwell e Andy Warhol, que têm tudo refletido nas atitudes sociais e culturais da época. Em 1906, a companhia “Coca-Cola ‘contratou William D’Arcy, que deu o tom da propaganda da Coca-Cola para as próximas décadas. Ele consi-


A corrente global “The Coke Side of Life” campanha publicitária convida as pessoas a viver em quatro cores e ouvir seus corações. O “Lado Coca-Cola” é o lado positivo da vida e concentrase em experiências universais. Coca-Cola é provavelmente o mais famoso ícone cultural que une pessoas de toda a parte do mundo.”

derou que, “publicidade” da Coca-Cola “deve criar cenas que atraiu pessoas e fez parte do interlúdios agradáveis ​​da vida cotidiana”. D’Arcy mostrou pessoas agradáveis bebendo ​​“Coca-Cola” ao realizar as atividades sociável, como compras e jogos. Na década de 1920, A publicidade da Coca-Cola’ começou a refletir a prosperidade dos tempos. Anúncios retratada a crescente classe média que participam em atividades que antes reservado para a elite da sociedade. Um cartaz publicitário mostra um casal de amigos, fora Chillin ‘em uma

festa. Um outro cartão mostra uma jovem garota que está sendo puxado em uma placa atrás de um barco. Os anúncios criados imagens que as pessoas aspiravam a imitar. E com a crescente prosperidade, era um sonho ao alcance de todos.

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ARTE URBANA

Graffiti Brasil:

Mundano

Projeto Carroceiros

Do Brooklyn, New York - de São Paulo ao Brooklyn - Mundano tem espalhado sua arte por todos os cantos. A arte graffiti dele é cheia de significados e cores e pode ser vista em muitas esquinas de uma das grandes selvas de concreto do mundo, São Paulo. Confira o trabalho desse artista que fala a verdade.

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onhecido por seu trabalho em muros e viadutos de São Paulo, o grafiteiro Mundano, de 24 anos, resolveu expandir sua arte para os carrinhos de 20 mil catadores de material reciclável. Em setembro, após três anos de trabalho, ele cumpriu a meta do projeto São Paulo 100 Carroças: com desenhos e frases, coloriu uma centena destes veículos na capital paulista, Nova York (EUA), Buenos Aires (Argentina), Santiago e Valparaíso (Chile). Agora, com o nome Cidades Recicláveis, o projeto será levado a todo o País. Visibilidade. Para os carroceiros, pintura e frases de efeito fazem motoristas e pedestres respeitarem mais sua atividade. Enquanto conversava com o Estado, ele pintou a 101.ª carroça. “É um trabalho artístico, mas não deixa de ser social. Quando me despeço, vejo o cara com um sorriso no rosto. E garanto que alguém parou de buzinar para ele ao ver a mensagem. Quero valorizar essas pessoas para que

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sejam mais respeitadas. Grafiteiro nas horas vagas, ele prefere não revelar seu nome e profissão. “Acho interessante gerar a curiosidade nas pessoas.” O anonimato também é uma forma de se preservar das reações adversas às frases provocadoras de seus grafites, já apagadas diversas vezes com tinta cinza pela Prefeitura. Mundano foi preso por pintar com outros grafiteiros um muro na Avenida 23 de Maio, em protesto à polêmica limpeza dos grafites que haviam ali. Ele também foi detido por causa da “denúncia de um político”, após grafitar 13 vezes um bloco de concreto na frente da Assembléia Legislativa. Até algumas carroças chegaram a ser “censuradas” por influência de pessoas que se irritaram com as frases. “Quando incomoda, é um bom sinal.” Acredito no que faço e não vou mudar meu estilo porque estão apagando. Mundano também já grafitou ocupações de sem-teto e favelas


hoje desapropriadas. “Uma das frases preferidas dos carroceiros é “se político fosse reciclável, eu estaria rico.” Agentes ambientais. O projeto, segundo Mundano, vai continuar até que a importância dos catadores seja reconhecida. Além de pintar as carroças, ele pretende equipá-las com itens de segurança, como refletores. Ele criou a gravura Cidade Reciclável, que representa os cem primeiros carroceiros e retrata um deles carregando o material nas costas. “Ele recicla papelão, garrafas, latinhas, jornais, políticos corruptos, a poluição, o desperdício, a televisão e a violência das grandes cidades.”

Nova York. O grafiteiro está preparando um livro sobre sua experiência com esses profissionais, chamados por ele de “agentes ambientais”. Durante 15 dias, ele viveu a experiência de catar sucata em Nova York, onde montou uma carroça com o material recolhido para uma exposição. O trabalho é feito em parceria com o catador, que é consultado sobre as frases e tem liberdade de escrever o que quiser. Ao levar o projeto a Santiago, Valparaíso, Buenos Aires e Nova York, ele abriu possibilidade de a ideia se expandir e ser encampada por outros artistas e catadores.

“É um trabalho artístico, mas não deixa de ser social. Quando me despeço, vejo o cara com um sorriso no rosto. E garanto que alguém parou de buzinar para ele ao ver a mensagem. Quero valorizar essas pessoas para que sejam mais respeitadas.”

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DESIGN

Branding e o

design de embalagens

A embalagem de um produto é uma de muitas ferramentas usadas para comunicar o posicionamento de uma marca.

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amos, primeiramente, entender o que se espera de uma boa embalagem. Uma embalagem deve: 1. Comunicar a identidade de uma marca, diferenciando-a dos concorrentes, contando uma história e trazendo valor agregado. 2. Trazer atenção ao produto e à marca no ponto de venda. 3. Posicionar um produto dentro de uma faixa de preço ou categoria. 4. Comunicar informações técnicas sobre o produto, como instruções de uso, informações nutricionais, etc. Tudo isso pode ser alcançado através do design. O design da embalagem deve refletir as qualidades e valores associados à marca. Muitas vezes o próprio design de embalagem pode ser a vedete do posiciona-

Embalagens da linha Wild One da Victoria’s Secret: uso de tendências de moda no design das embalagens para comunicar o posicionamento da marca.

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mento de um produto. Além disso, uma embalagem pode durar além de seu conteúdo, sendo usada como item colecionável ou souvenir, criando uma relação emocional com o consumidor. Refletir o posicionamento da marca é importantíssimo, porém embalagens têm funções básicas que não podem ser negligenciadas. São elas: proteger, transportar e conservar o produto, além de ser ergonômica e não trazer dificuldades ou frustrações quando manipulada pelo consumidor. Atualmente, as embalagens devem ser cada vez mais sustentáveis, devido à crescente preocupação com os danos causados pelos impactos da humanidade no planeta. Embalagens refil, biodegradáveis, com mais vincos e encaixes em vez de cola, ou então o uso mínimo de embalagens atingem o crescente número de consumidores preocupados com o meio-ambiente. Sendo assim, podemos concluir que o uso do design para criar mensagens que comuniquem a identidade da marca é importantíssimo. Uma embalagem

diferencia um produto do outro. O deisgn da embalagem pode até se tornar mais importante que a qualidade do produto, criando uma relação emocional com o consumidor e agregando valor à marca.

O design e comunicação da Coca-Cola são tão reconhecidos que permitem diferentes edições especiais para posicionar a marca.


Design sustentável P

rojetos ecologicamente corretos estão, cada dia mais, sendo levados em consideração. A preocupação com o meio ambiente e a sustentabilidade começam a fazer parte dos ideais das empresas conscientes, e estas, quando têm sua imagem atrelada a estes propósitos, dão um grande passo em direção aos anseios de uma sociedade cada vez mais “antenada” no consumo consciente, embora não pareça tão evidente. No entanto, há muito que fazer, e o design com seu caráter multidisciplinar e poder de criação de soluções sustentáveis de comunicação, será essencial para as inovações dos novos projetos, sejam eles em qual área do design for. Essa mudança de paradigma vai requerer uma revisão de conceitos, além do conhecimento de novas tecnologias e materiais, a fim de desenvolver alternativas criativas e sustentáveis. A utilização de materiais de pouco impactos ambiental não deve comprometer o objetivo do projeto só para ganhar uma cara “eco”. O risco de se cair num clichê de ecologicamente correto fará com que o projeto não ganhe a força de comunicação e a expressão necessária. Seguindo a linha das ecobags, que viraram moda como alternativa ecologicamente correta às sacolas plásticas, encontrei esse case para notebook sul africano feito com sacos de cimentos não utilizados, vendido e/ou criado pela Etsy. Alguns objetos acabam deixando de ser alguma solução ecológica para se tornarem objetos de design ou estilo.

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FOTOGRAFIA

MADE IN CHINA por Alain Delorme

Totems é a curiosa série realizada pelo fotógrafo francês Alain Delorme que nos leva ao coração da China contemporânea.

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om uma das economias mais crescentes do mundo e a maior população do planeta, o país, que passa por um processo de abertura de mercado, foi flagrado pelas lentes de Delorme de um modo diferente. Ao invés registrar o lado moderno da nação, o artista preferiu mostrar cenas cotidianas, fotografando as ruas de Xangai e a rotina de seus pequenos comerciantes. A série Totens mergulha-nos no núcleo da China contemporânea e sua complexidade. Sob o céu azul de uma Xangai altamente colorida, os homens carregam por toda a cidade pilhas inacreditáveis. Estas colunas precárias feitas de papelão ou cadeiras aparecem como totens novos de uma sociedade em transformação completa, tanto de uma fábrica para o mundo e um novo Eldorado da economia de mercado. Tal como Eugène Atget fez em Paris na virada do século, Alain Delorme parece traçar o retrato de um dos pequenos trabalhadores nas ruas de Xangai. Enquanto um é normalmente fascinado pelo delírio de grandeza da sociedade chinesa, Alain Delorme prefere se concentrar nos indivíduos correndo em volta da cidade. Em termos de forma, o autor se distancia de um estilo de documentário e sua neutralidade afetada, ainda a adoção de algum

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frontalidade. A imagem é organizada em camadas horizontais, como em uma seção arqueológica. Da calçada do prédio, os motivos são posicionados em intervalos de tempo e permitir que diferentes temporalidades urbanas coexistam: a vida cotidiana, o efêmero, o movimento incessante dos transeuntes, e as grandes transformações, canteiros de obras e novas torres. Além do equilíbrio dessas composições, o autor rompe com as regras do gênero documentário, brincando com a edição e as cores para nos apresentar um tipo de “realidade aumentada”, trazendo à tona os paradoxos da cidade mais dinâmica da China. Nestes negativos, os homens empoleirados em suas bicicletas ou puxando uma carroça levam pneus, pacotes, garrafas... Eles são todos diferentes, mas têm algo em comum: eles cruzam as imagens que cruzam a cidade, sem nunca resolver polegadas Estes migrantes vindos de toda a China são o coração da “fábrica do mundo” novo. Necessário para cumprir todas as tarefas, essa “população flutuante” é à força do milagre chinês, do outro lado do sucesso


econômico do Império do Meio. O autor nos mostra os atores de uma segregação totalmente urbano, social e econômico. Eles parecem perdidos neste ensolarado, Xangai, de cores claras. Alain Delorme vira de cabeça para baixo a ordem do visível. Esses homens se tornam os heróis deste novo mundo, cuja força parece dez vezes maior. Acreditamos que os capazes de todos os talentos, mantendo o equilíbrio imprevisível de suas cargas bizarro com destreza. Como os Novos Realistas, Alain Delorme apresenta sutilmente uma parte da realidade e oferece-lhe um significado geralmente despercebido. Estas pilhas tornam-se esculturas, verdadeiras obras de arte. A altura vertiginosa dos ecos pilhas expansão incessante da própria cidade. Ao atualizar a proposta do Becher, Alain Delorme parece criar um paralelo entre esses totens fabricados e os prédios ao fundo, que se se tornaram esculturas contemporâneas. O espaço urbano está em permanente construção, desenvolvendo implacavelmente. Os arranhacéus invadem a cidade e subir sempre mais alto, como totem de novo, sempre mais notável, sempre mais impressionante. Estrato por estrato, China tradicional esfrega ombros com a superpotência industrial contemporânea. A corrida aqui é não só a um dos homens da cidade, mas também a da cidade em direção ao seu futuro. Com um olhar de humor e poesia, Alain Delorme liquida-nos no coração do “sonho chinês” novo. Longe de ser um hino ao materialismo, essas imagens, colocando frente a superabundância de objetos, tendem para o absurdo e deixa vislumbrar a complexidade de um país se reinventar. Entre o sonho e a realidade, estas imagens virar de cabeça para baixo as escalas de valores e borrar a fronteira entre o visível e o invisível.

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TECNOLOGIA

Apple Os detalhes da briga judi Você já sabe que a Apple processou a Samsung, nos EUA, por ter feito homenagens demais em seus smartphones com Android. A Samsung revidou em três outros países, mas parece que a Apple tem um caso sólido contra a sul-coreana. Nilay Patel, ex-Engadget e agora no blog This Is My Next, esmiuçou uma a uma as acusações da Apple, e como a Samsung parece ter copiado de tudo – do formato dos aparelhos aos ícones da interface, passando até pela embalagem dos celulares. A Apple já processou várias fabricantes que usam o Android, dizendo que o sistema do Google viola suas patentes. Nilay já explicou isto quando a Apple processou a HTC em 2009: o maior alvo não era o hardware dos aparelhos, mas o uso do Android neles. Este caso é um pouco diferente: sim, seis das 16 acusações têm a ver com o Android – principalmente o uso de multitoque – mas a maioria se trata de como a Samsung aparentemente copiou a Apple no hardware e na interface. Esta homenagem fica bem visível na imagem acima, com o Galaxy S e o iPhone: cantos arredondados, bordas em prata, botão físico no centro, além dos 16 ícones coloridos e dispostos em grade, com a fileira inferior destacada dos outros ícones, e que não se move com eles. A imagem acima já deve deixar claro que o Galaxy S se parece demais com o iPhone, tanto no hardware como na interface – e a Apple faz dez acusações em relação a isto. Uma delas é “a acusação mais forte de todas”, de acordo com Nilay: a cópia dos ícones da interface da Apple, que estão protegidos como marca registrada nos EUA. Como diz Nilay: a Samsung tinha milhares de opções para fazer um ícone de telefone, mas

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Samsung cial entre Apple e Samsung

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fez um verde com um telefone branco inclinado para cima – quase igual ao da Apple. (O ícone de mensagem é bem diferente; acho que ele é parecido mais com o ícone do Google Talk na interface TouchWiz.) Nilay diz que vai ser difícil para a Samsung argumentar contra esta acusação. Mas… até a embalagem entrou na história? Isso não é um pouco exagerado? A Samsung obviamente não copiou a caixa, mas usou tantos elementos da caixa onde vem o iPhone que a Apple pôde acusá-la de violação de trade dress, ou conjunto-imagem: não é a imitação exata, é uma cópia sutil que pode confundir o consumidor. A análise de Nilay ajuda a entender por que o Nexus S está no meio das acusações: ele não se parece com o iPhone nem no hardware nem na interface, mas usa Android – que pode violar patentes da Apple – e a embalagem do Nexus S é terrivelmente parecida com a do iPhone branco. Como a briga continua Geralmente, essas brigas de propriedade intelectual acabam com acordo extrajudicial: uma empresa paga milhões ou bilhões para a outra, e caso encerrado. Mas Nilay acredita que este caso será diferente:

…eu imagino que a Apple possa estar disposta a, no fim, fazer acordo quanto às acusações de violação de patente, mas vai levar as acusações de violação de marca registrada e conjunto-imagem o mais longe possível – se a Apple perder, então é temporada aberta para copiar a interface do iOS. Pode apostar que Steve Jobs e Tim Cook não vão deixar isto acontecer.

Ou seja, a Apple talvez entre em acordo em relação às patentes que o Android supostamente viola. Mas deve partir para cima da Samsung no que se trata da interface e hardware, mesmo que a Samsung seja uma de suas principais parceiras. Segundo Tim Cook, as duas empresas tentaram resolver as diferenças fora do tribunal, mas isso aparentemente não deu certo.

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PORTIFÓLIO

O incrível design Luis Miguel Torres é uma estilista com um estilo único e um conjunto de convicções fortes sobre o seu lugar no mundo do design. Seu estilo pode variar de manipulação de foto para uma colagem intensa de numerosas ações diferentes que são misturados para completa harmonia. Seja qual for o estilo Luis utiliza em sua arte, você pode apostar que sairá sempre agradável aos olhos. Então vamos entrar em outra grande entrevista com artista talentoso.

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gráfico de Luís Miguel Torres Entrevistamos o Luis confira Você poderia nos dizer onde você está e como você começou no campo? Olá, meu nome é Luis Miguel Torres Gamboa. Eu sou mexicano e tenho 24 anos de idade. Estudei arquitetura, mas atualmente eu trabalho como designer gráfico. Acho que começou quando eu era muito jovem. Eu sempre gostei de desenhar muito, desde que eu era criança eu costumava fazer composições de mistura muitas cores, eu acho que é o que eu amei as cores, a maioria de mistura, mas mesmo assim a maioria dessas composições não têm qualquer sentido real. Cerca de três anos atrás, talvez um pouco mais, comecei a usar o Photoshop principalmente como um hobby, mas quando eu realmente entrei foi durante o início de 2007, quando eu fiquei doente. Naquele tempo, as coisas estavam difíceis e eu não podia sair do quarto por cerca de oito meses. Trabalho com o Photoshop passou de ser um hobby para a minha fuga, ele se tornou não só uma forma de escapar os meus pensamentos, mas mesmo a realidade. Tornou-se um pouco como um instrumento terapêutico, onde eu iria encontrar um alívio expressando coisas com as imagens. Quando fiquei melhor, comecei a trabalhar como designer freelancer. Eu ainda faço freelancer e trabalhar em projetos diferentes.

Podemos ver instantaneamente uma grande variedade de estilos, como você definiria seu estilo geral de design? Tento não definir o meu trabalho com um determinado estilo. Eu posso dizer que meu trabalho é uma mistura de idéias. Eu desenvolvo no tempo e eu acho que é algo psicodélico, mas ainda assim, isso é apenas uma tag.

Com muitas imagens para serem utilizadas em suas ilustrações como você conseguiu trazer harmonia para sua arte? Às vezes, há muitas coisas nessas composições, mas ainda assim eu tento manter um equilíbrio de modo que eles não vão acabar extremamente saturados a ponto de que não seria compreendido. Eu acho que cada um de nós tem sua própria maneira de sentir e expressar a sua harmonia.

Como você sabe que está acabado quando faz uma de suas colagens? Alguns artistas estão sempre adicionando mais ima-

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PORTIFÓLIO gens e mais até que encheu toda a tela. Eu realmente não sei como explicar isso, mas vou tentar. Acho que só “sente” que maneira. Ao fazer uma composição, eu tento imaginar o fim antes de chegar a esse ponto, então eu não vou mais saturar a composição e eu trabalho para manter o equilíbrio.

“Cogumelos Mágicos” é um incrível, colorida, viva ilustração que contém uma série de diferentes imagens misturadas perfeitamente. Siga em nós através de como você fez isso e o que suas inspirações eram para criar esta peça. Na verdade, essa peça é muito interessante a maneira que eu me inspirei para ele. Tudo começou com uma viagem que fiz há um ano com alguns amigos para uma selva mexicana, em Oaxaca. As pessoas que vivem lá acreditam que os cogumelos são mágicos e espirituais. Eu queria representar a natureza e a liberdade, visto de outro estado mental em que não importa o que somos realmente uma cultura do consumo, a magia ainda está aqui em nosso entorno.

A maioria de seus visuais não é típica e um pouco incomum, então onde é que estes idéia e combinações de imagens vêm? Na maioria das vezes essas idéias nascem dentro dos meus sonhos e alguns outros são inspirados pela música e realidades distorcidas. Minhas principais influências são: a música do Shpongle, as idéias de Terrence McKenna e natureza. A natureza é realmente importante, até mesmo assistir a uma árvore pode ser inspiradora, pela forma como ele se move com o vento, seu movimento cria formas, formas interessantes.

Em termos de sua carreira de design, o que você espera realizar nos próximos cinco anos? E como você planeja obter este feito? Gostaria de fazer muitas coisas em cinco anos. Mas eu acho que eu gostaria, pelo menos, para continuar a melhorar o meu projeto e com projetos interessantes e desafiadores, onde eu poderia aprender coisas novas. No momento eu estou começando um novo projeto com InsanseKaffeine e eu realmente espero que vocês começam a ouvir sobre isso em breve.

Qualquer pensamento final para nossos leitores? Em agradecimento pela entrevista e por me dar a chance para que as pessoas saibam sobre mim, e as razões pelas quais eu estou fazendo isso e porque eu desenho a forma como eu faço. E, como para considerações finais eu não gostaria de soar como um clichê, mas continuar a desenvolver expressar suas idéias e seu estilo próprio, e o mais importante, gostar do que você faz. Graças.

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“Eu tento fazer com que cada elemento do meu trabalho tem um certo significado e uma razão de ser.”


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PROCESSOS DE IMPRESSテグ

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Processos de Impressão Retícula Para entendermos um pouco dos processos de impressão, temos que também conhecer sobre detalhes intrínsecos aos mesmos, ou seja, reticulas, lineaturas, angulação de reticulas, efeitos de moiré, dentre outros elementos.

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rimeiramente vamos começar falando das reticulas, sendo que os procedimentos de impressão impossibilitam a reprodução de um original em meio tom, fazendo-se necessário a reticulagem do original durante o processo de reprodução. Este processo explora uma ilusão de ótica pois, se os pontos com tamanhos diferentes forem impressos com espaçamento regular numa trama suficientemente fina, os olhos os vêem como sombra cinza ao invés de um amontoado de pontos; possibilitando a reprodução de originais meio tom. Examinadas de perto ou com o auxílio de uma lupa, as imagens revelam sua verdadeira face: Um mosaico de pequenos pontos de tinta dispostos em forma regular sobre a superfície branca. Três características principais definem uma retícula convencional (as retículas estocásticas, ainda pouco usada pela indústria gráfica, funcionam de maneira diferente e sendo que elas são espalhadas com intuito de formar uma composição de imagem com melhor resultado em relação as reticulas “padrão”) o formato dos pontos, a lineatura ou frequência e a angulação. Na imagem abaixo podemos observar a diferença entre os tipos de reticula, sendo que a esquerda reticulas “padrão” e a direita reticulas estocásticas:

Quanto ao formato, a grande maioria dos processos de geração de fotolitos emprega pontos redondos ou arredondados. As duas outras características são variadas e tem importância fundamental na técnica de reprodução de originais e impressos. ::Lineatura Ao transformar fotos em originais reticulados, o

operador precisa definir a quantidade de pontos que serão gerados para cada área da imagem. Como as retículas podem ser visualizadas na forma de todas as paralelas de pontos, usa-se a denominação lineatura ou freqüência para definir este valor. Gráficas e fotolitos convencionais costumavam utilizar a medida em linhas por centímetro (lpc). Os programas de editoração eletrônica adotam normalmente o padrão norte americano de linhas por polegadas (lpi – lines per inch) que está se tornando dominante no mercado. De qualquer modo, as medidas são conversíveis, bastando multiplicar o número de lpc por 2,54 para obter o valor em lpi (60 lpc é aproximadamente 150 lpi). Em teoria quanto maior o número de lpi, menores são os pontos, mais definida fica a imagem impressa e mais perfeita é a ilusão ótica de tom contínuo. Nas condições reais de trabalho, a definição da lineatura está atrelada às limitações dos processos de impressão e às características dos papéis, que apresentam graus variáveis de dificuldade em lidar com pontos muito pequenos ou muito próximos entre si. Pode-se dizer que processos baseados em tipografia e flexografia pedem lineaturas mais baixas, entre 60 e 100 lpi, alcançando um resultado de espaçamento de pontos maior em relação ao processo OffSet por exemplo. Já as impressoras offset rotativas, assim como as de rotogravura, aceitam valores maiores, entre 100 e 150 lpi. Máquinas offset planas de boa qualidade podem manusear sem problemas lineaturas entre 133 e 200 lpi. Impressoras dry off-set podem trabalhar com retículas ainda mais finas. Do mesmo modo, papéis lisos e revestidos (como o couchê) aceitam lineaturas mais altas enquanto que papéis não revestidos e do tipo jornal exigem valores menores para a obtenção de um bom resultado. ::Angulação A segunda característica que nos interessa nas retículas é a sua angulação ou inclinação.

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PROCESSOS DE IMPRESSAO As linhas de pontos podem ser vistas como um conjunto de paralelas dispostas em um determinado ângulo em relação ao papel onde estão impressas. Para fins de padronização, considerase como referência uma reta vertical que atravesse o impresso de alto a baixo. Uma retícula cujas linhas estejam perfeitamente alinhadas com esta reta ocupa o Ângulo 0º e, em função de poder ser vista nas duas direções, também o ângulo perpendicular 90º. Ao girarmos a retícula no sentido horário o valor do ângulo aumenta para 30º/120º e 45º/135º. A prática demonstra que a ilusão do tom contínuo é ligeiramente mais eficiente quando a retícula está inclinada em relação à vertical do papel, porque a angulação dificulta que o observador perceba isoladamente os pontos. Por isso, a maioria das fotos preto e branco são impressos com retículas 45º. Fotos coloridas empregam uma combinação de ângulos. Quando mais de uma cor é utilizada para a reprodução, os meios tons reticulados de cada uma delas precisam estar dispostos em diferentes ângulos, formando figuras semelhantes a rosáceas. A orientação de um meio tom para o outro se chama inclinação de retícula. No método tradicional, as retículas são colocadas em ângulos diferentes e então fotografadas. No sistema digital, estes ângulos podem ser determinados pelo editor ou então na saída final do fotolito na pré-impressão. Se as retículas são uma engenhosa solução para os problemas dos tons contínuos, são também as grandes responsáveis pelas dores de cabeça que enfrentamos ao reproduzir fotos impressas. Se o olho humano não individualiza os pontos e os enxerga como tons de cinza ou cor, o mesmo não acontece com os scanners de alta resolução. Na captura e reimpressão das imagens, os pontos da retícula previamente impressa entra em conflito com as células óticas do scanner e também com as retículas do novo fotolito. Surge o moiré, que também pode ser gerado quando retículas de cores diferentes estão com a mesma inclinação. Para evitá-lo basta manter as inclinações convencionais das quatro cores com os seguintes ângulos: Preto – 45° Magenta – 75° Amarelo – 90° ou 0º Cian – 15°

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Porem existem variações de inclinação utilizadas no mercado, como podemos observar na imagem ao lado: ::O Moiré Em artes gráficas, basicamente dois tipos de moiré são comuns com os que trabalham com imagens: o moiré de scanner e o moiré de sobreposição de retículas. O moiré de sobreposição surge quando dois padrões de retícula – com frequência e/ou inclinações diferentes – são aplicados um sobre o outro. O moiré de scanner acontece quando os pontos de retícula são captados gerando padrões (rosáceas das retículas para gerar uma cor). Por isso devemos digitalizar originais (fotos, cromos ou negativos) e não de impressos. Além de gerar texturas estranhas sobre a imagem, o moiré também pode alterar as cores originais.




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