Guardanapos de papel

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Guarda~==-napos de papel

fernanda schimanski





Guarda~==-napos de papel

fernanda schimanski


Este eBook utiliza uma Licença Creative Commons Atribuição Não-Comercial SemDerivados 3.0 Brasil. © Guardanapos de papel, RapaDura Edições, 2013. Excerto originais do blog: «http://eninguemnotou.blogspot.com.br» Capa [concepção] fernanda schimanski e mauro siqueira

Capa e Proejto Gráfico mauro siqueira Este eBook foi composto em fontes Caecilia e Din, para títulos e destaques e para o texto, Rotis Serif.

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ M813p Schimanski, Fernanda Guardanapos de papel / Fernanda Schimanski ; Rio de Janeiro: RapaDura Edições, 2013. 87p. ; 11x112 cm ISBN 978-85-509-2013-9 1. Literatura brasileira contemporânea. 2. crônica. aforismos I. Schimanski, Fernanda. II. Título. 13-0813

CDD: 869.00


Havia sempre uma tragÊdia entre dois copos Nas gargalhadas de um infeliz a soluçar Eu sabia que era um estranho nesse meio ~ Herivelton Martins e David Nasser



.I.

Sempre me falam “se cuida”, será possível que ninguém entende que é preciso me descuidar para encontrar quem cuide de mim?!

.9.



.II.

As pessoas sĂŁo o que hĂĄ de melhor e pior no mundo, se eu tiver medo de gostar da pessoa errada nem saio do quarto.

.11.



.III.

A maioria das pessoas não sabe lidar com o humor destemperado. Ora colocam açucar demais, ora pimentam de tal forma que não conseguem comer.

.13.



.IV.

Meu bem, meu mau, minha sanidade e minha loucura... Causa e efeito desse amor que me pegou de jeito.

.15.



.V.

Todo escritor quer ser lido, todo m煤sico quer ser ouvido... Eu sou s贸 uma mulher e como todas as outras s贸 quero ser amada.

.17.



.VI.

Mesmo depois de tanto tempo, se visse ela por aĂ­ eu atravessaria a rua... Atravessaria correndo, correndo pra me jogar em cima dela.

.19.



.VII.

Eu queria me encontrar nos braรงos dele e ali me perder, de novo e de novo e de novo.

.21.



.VIII.

Há um diferença grande entre “estar com você” e “estar em você’”... De qualquer forma eu queria as duas coisas. Você comigo e você em mim.

.23.



.IX.

Solidão Querida! Esquente a cama, pois eu estou indo — mais uma vez — me deitar junto à ti.

.25.



.X.

O grito dela se limitou a um gemido abafado, sussurado... e as paredes viram, ouviram e invejaram.

.27.



.XI.

O gozo dela estava na gozação da vida, o prazer era isso, era o rir, do mundo, dos outros e de si mesma.

.29.



.XII.

Me d贸i saber que n茫o posso sentir a dor doce da mordida sua.

.31.



.XIII.

Me aperta nos seus braรงos, molda a minha cintura no teu abraรงo...

.33.



.XIV.

Quisera ser o seu cafĂŠ da manhĂŁ... e na sua boca me fazer doce como mel.

.35.



.XV.

Talvez eu nĂŁo queira presente, ou um presente. Talvez eu precise ĂŠ de futuro, uma promessa de futuro.

.37.



.XVI.

Gostava de ver os lençóis amarrotados, travesseiros fora do lugar... Não por desleixo, mas que isso tudo a lembrava que tinha sido feliz ali na noite anterior.

.39.



.XVII.

Não pense que o amor que escrevo em guardanapo é como o guardanapo de papel, descartável.

.41.



.XVIII.

Qualquer coisa involuntária que dói, como uma cãimbra... Mas, não há o que possa prevenir, não tem controle, nem cura. É meu coração, espasmado.

.43.



.XIX.

Inspira o perfume do meu pescoço que... quem sabe, eu te inspiro uma canção.

.45.



.XX.

Aquela algema na m達o direita dele faz de mim a criminosa.

.47.



.XXI.

Se eu estivesse aĂ­, te arrancaria da pele o que a boca nĂŁo me diz.

.49.



.XXII.

Que as minhas mĂŁos sejam para os seus cabelos, o que o vento ĂŠ para o trigal.

.51.



.XXIII.

Foi quando a excitação se confundiu com hesitação, e eu já não sabia mais o que queria e se queria...

.53.



.XXIV.

N贸s talvez pud茅ssemos ser o resultado dos carinhos teus nos meus cabelos.

.55.



.XXV.

Tristeza ĂŠ quando o sorriso falta nos lĂĄbios teus.

.57.



.XXVI.

Sobe, beijando-me os ombros, e quando me morde o pescoço sinto como se junto com o meu sangue sugasse-me as palavras, direto da garganta, fico muda, entregue... vítima e cúmplice dos teus desejos.

.59.



.XXVII.

Sussurro qualquer coisa ininteligível só pra te trazer pra perto. — curioso — Quem sabe perto sinta as vibrações do que todo o meu corpo grita.

.61.



.XXVIII.

Eu deveria ter bebido mais, criar coragem, dançar sobre a mesa, chamar sua atenção e me deixar cair, no chão, na realidade... Ter bebido mais e me deixar cair no meu próprio esquecimento...

.63.



.XXIX.

Meu Eu lírico se (con)fundindo com o seu Eu lírico já leio Nós em cada estrofe, cada verso já ouço a lira ritmando nossos beijos.

.65.



.XXX.

Flashes de memória rápidos, feito relâmpagos. Trovões que parecem verdadeiros urros de prazer. Permaneço em silêncio, são apenas lembranças.

.67.


Fernanda Schimanski

Aquariana excêntrica, nômade, poetisa de gaveta; um espírito com estranhas — ainda inominadas — necessidades, uma memória regurgitante de perguntas, experiências e coisas ocultas; com uma propensão intelectual para o duro, o horrendo, o mal, o problemático da existência; movida a cafeína, nicotina e adrenalina.



www.revistarapadura.com eninguemnotou.blogspot.com.br Experimente acessar o blog de Fernanda Schimanski com o seu celular. Utilize o QR-Code com o app adequado de seu telefone. Todos os direitos reservados à autora Copyright © 2013

Não pense que o amor que escrevo em guardanapo é como o guardanapo de papel, descartável


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