KANDINSKY CCBB (ACADÊMICO)

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Raphael Rocha


Sobre o CCBB

O CCBB Rio de Janeiro ocupa o histórico nº 66 da Rua Primeiro de Março, no centro da cidade, prédio de linhas neoclássicas. O local possui cerca de 15.046 m² com espaços diversos para diferentes atrações culturais, como música, teatro, cinema e exposições. Além disso, possui biblioteca e videoteca, além de abrigar o Arquivo Histórico e o Museu Banco do Brasil.


Sobre a Exposição “Kandinsky: tudo começa num ponto”reúne mais de uma centena de obras e objetos do ar sta, seus contemporâneos e suas influências. Esse acervo diverso tem como base a coleção do Museu Estatal Russo de São Petersburgo, enriquecido com obras de mais sete museus da Rússia e coleções procedentes da Alemanha, Áustria, Inglaterra e França.


Sobre as Instalações CCBB possui boa sinalização. Funcionários uniformizados. Possui material impresso sobre a exposição em questão. As pessoas que comparecem tem interesse em conhecer mais sobre a obra em questão. Essa exposição não possui guia. Iluminação adequada Haviam informações sobre as obras


De Onde Veio.. Para onde vai.. O CCBB de Brasília foi o primeiro centro cultural fora da Europa a receber uma exposição com obras do criador do abstracionismo, Wassily Kandinsky. Cerca de 150 peças, entre quadros, objetos, fotos, livros e cartas sobre o ar sta. Até setembro de 2015, a mostra irá passar também por Belo Horizonte e São Paulo.


Analise Crítica e Considerações Finais Ao sermos convidados a explorar o universo do ar sta russo Wassily Kandinsky através da exposição abrigada pelo CCBB Rio de Janeiro, percebemos, logo em um primeiro momento, que a apreciação de sua arte se dará de maneira estruturada, com embasamentos geográficos, ar s cos e constantes homenagens ao pano de fundo do qual o mesmo extraiu suas inspirações cria vas. Com um caráter sócio-cultural bastante evidenciado, a exposição perpassa a obra do ar sta amplamente, indicando a evolução de seus estudos e trazendo ao conhecimento do grande público obras pouco conhecidas e um es lo de pintura e abstração pouco associados aos seus traços mais marcantes. Como mote contextualizador, a organização lança mão de obras contemporâneas ao ar sta principal de maneira a tecer um panorama da época em que ele teve sua produção desenvolvida, somando-o tanto às suas influências, quanto aos seus influenciados, o que trabalha diretamente a favor do enriquecimento exposi vo, dá ao público respaldo histórico e permite uma análise mais abrangente de seus métodos cria vos. Apesar de ter sua trajetória explanada de maneira genuína pelo roteiro sugerido, a exposição se depara com um público ávido por "mais do mesmo" e ansioso por suas obras geométricas mundialmente famosas. Não é oque ocorre, no entanto. Ao invés de telas consagradas, vê-se durante boa parte da exposição estudos evolu vos paralelos a uma geometria ainda mida, se comparada aos traços e


estudos evolu vos paralelos a uma geometria ainda mida, se comparada aos traços e pontos que o tornaram expressivamente caracterís co. Como pondera Walter Benjamin em "A Obra de Arte na era de sua reprodu bilidade técnica", uma obra ar s ca terá sua "aura" alterada ao ser reproduzida à exaustão, uma vez que a sociedade se apropria comercialmente de seu intuito inicial, alçando-a ao status de "produto". Por consequência dessa dissociação da "arte-sen mento", tem-se, em um primeiro momento, a sensação de distância do ar sta anunciado: poucas obras aclamadas estão expostas. Enquanto muitas obras de outros ar stas contemporâneos ao principal ganham espaço (cerca de 40% da exposição é composta por ar stas que não o próprio Kandinsky), o que cria no espectador uma ânsia palpitante para observar de perto seus padrões esté cos famigerados. Não ocorre. Apenas ao final de "Kandisnky - tudo começa em um ponto" pode-se observar de perto a abstração vanguardista que caracteriza e faz de seu trabalho singular. Graças, inclusive, às explanações gerais, indumentarias e adereços de tribos mongóis que serviram também de inspiração para o ar sta, a exposição consegue ocupar um espaço relevante e esperado pelo púbico, habituado a mostras com acervos mais extensos, picos do centro cultural em questão. A exposição culmina em uma imersão 3D na clássica obra "No branco", onde o público é conduzido, através de uma engenharia de imagem e som, a "se projetar" para dentro da construção abstrata de seus elementos composi vos que parecem pairar livremente sobre uma atmosfera flutuante. Têm-se, então, o momento mais surpreendente de toda mostra. Sob o ponto de vista do Marke ng, pode-se dizer que exposição faz uso do apelo visual do ar sta celebrado para expor um acervo sucinto, enriquecido por uma esfera cultural abrangente e que nos faz refle r sobre o que esta por trás do que se espera de um conceito aclamado. E se "tudo começa em um ponto", como sugere o ar sta em um de seus estudos sobre a imersão do espectador na obra, até onde esse ponto é capaz de levar? Presumindo um ponto de par da, certamente não se pode esperar de "Kadinsky - Tudo começa em um ponto" que sejamos conduzidos a um "ponto de chegada".


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