Poder Geek - Revista

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PODER GEEK ano 1 · edição 1

DISCRIMINAÇÃO E ASSÉDIO NO UNIVERSO COSPLAY: Cosplayer conta sobre agressões após o evento Up!ABC

EDIÇÃO 1

R$ 12,00



Presidente: Victor Neto, Conselho Editorial: Iara Pierro, Diretor de Publicidade: Gustavo Viola.

PODER GEEK Ano 1 · Edição 1 · Fascículo 1 Editores Executivos: Marcella Fonseca, Monique Costa, Raquel Prado Editores: Marcella Fonseca, Monique Costa, Raquel Prado Repórteres: Marcella Fonseca, Monique Costa, Raquel Prado Direção de Arte: Marcella Fonseca, Monique Costa, Raquel Prado Diagramação: Marcella Fonseca, Monique Costa, Raquel Prado Redação: Marcella Fonseca, Monique Costa, Raquel Prado. Colaboraram nesta Edição: Rany (texto), Douglas Ciriaco (texto), Rafaela Marcheti (texto), Francylene Silva (Texto), Milena Azevedo (Texto), Ana Paula Bandeira (texto), Mandy (reportagem e texto), Affonso Solano (texto), Willian Dobler (fotografia). Equipe Digital: Marcella Fonseca (desenvolvimento, design, diagramação), Monique Costa (desenvolvimento, design, diagramação), Raquel Prado (desenvolvimento, design, diagramação). Professores orientadores: Iara Pierro, Dário Borelli, Marcos José, Paulo Durão e Daniela Moraes.

Esta revista é uma publicação laboratorial dos alunos do 6º semestre do curso de Editoração das Faculdades Integradas Rio Branco.

Av. José Maria de Faria, 111 - Lapa, São Paulo - SP Site: www.podergeek.com.br Telefone: (11) 2613-0061

IMPRESSA NA GRÁFICA PRINTI Av. Brigadeiro, 1755 - Faria Lima, São Paulo - SP

bEM-VINDAS! Informar. Entreter. Representar Em um universo predominantemente masculino, a participação das mulheres no segmento geek, cresce cada vez mais. No entanto, assim como em todos os âmbitos da sociedade, atos de machismo seguem crescendo juntamente. Como se, por causa do gênero, as mulheres não pudessem se interessar por assuntos da cultura nerd ou não sejam capazes de praticar atividades igualmente como os homens dessa mesma área. Foi por causa disso que criamos a PODER GEEK, uma revista repleta de nerdices, feita de mulheres para mulheres. A nossa intenção, além de incitar a participação feminina nesse universo, é apresentar o melhor da cultura geek com uma visão também feminina. E, claro, com muito bom humor! Caras leitoras, sejam mais que bem-vindas à primeira edição da revista! É com muito prazer que que manteremos vocês informadas, entretidas e, acima de tudo, representadas. Afinal, não existe coisa de menino e coisa de menina e, sim, interesses em comum!

ACESSE NOSSA PLAYLIST DO SPOTIFY FEITA ESPECIALMENTE PARA ACOMPANHAR A SUA LEITURA!

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O que você vai os autores que se cuidem memórias da princesa: os diários de Carrie Fisher

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séries antigas para rever na netflix dicas sobre assassin’s creed representatividade nos games

sci-fi by gucci 4 animes que todo otaku deve assistir a magia precisa de regras?

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eplika é um aplicativo que foi lançado em março deste ano para iOS e liberado para o Android, ainda em forma experimental, que se trata um chat em que você conversa com outro usuário e vai evoluindo aos poucos, literalmente subindo de nível. Essa conversa, contudo, é totalmente fora do normal: ela acontece com seu clone! O conceito do aplicativo veio quando a desenvolvedora Eugenia Kuyda precisou lidar com a morte de Roman Mazurenko, seu melhor amigo. A morte é uma passagem natural da vida, mas todos nós temos dificuldades em lidar com ela, de uma certa forma. Então, a desenvolvedora encontrou uma forma bem diferente e autêntica de lidar com a situação, criando uma espécie de bot com a personalidade idêntica à de Roman, reunindo todas as informações possíveis dele em perfis socais, conversas privadas no Messenger e outras informações repassadas por amigos e conhecidos do falecido. Assim, a proposta do Replika é que, a partir de seus dados e de conversas com uma inteligência artificial, um clone seu possa ser criado dentro do aplicativo. Uma conversa se inicia e as respostas às coisas que

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você manda ali são baseadas nas suas próprias informações, como se você estivesse conversando consigo mesmo sem estar digitando a resposta para suas perguntas. De certa forma, isso causa uma grande tensão pelos usuários em relação à privacidade – o que, na realidade, é um dos maiores problemas do acesso cada vez mais amplo à internet. A empresa promete que os dados não serão vendidos para anunciantes (aqueles anúncios de sites de pesquisa que ficam aparecendo EM TODO LUGAR que você acessa) e que as informações serão usadas somente para evoluir a inteligência artificial para torná-la mais parecida com o usuário e criar o “clone”. Eles afirmam, ainda, que a ideia é que o aplicativo não seja monetizado, de modo que em eventual falta de recursos, os desenvolvedores partirão pelo caminho das doações para manter os servidores ativos. Se você se preocupa com a sua privacidade, aqui temos uma informação de ouro: a cada replika criada, é criado um perfil online, com informações públicas. O perfil fica disponível na forma de link (replika.ai/nomedousuário) e reúne insígnias obtidas e sessões realizadas até o momento, podendo expor


de certo modo algumas conversas privativas que você teve com o seu clone. Isso pode ser alterado nas configurações do aplicativo apenas com opções de restringir as pessoas que possuem acesso às suas sessões. O sistema até agora só está disponível em inglês e depende de convite para ser usado, buscando controlar o fluxo de novos usuários e manter os servidores estáveis. Mas, BR É BR e adivinhem só o que aconteceu: os brasileiros quebraram o sistema que distribuía os códigos de acesso e começaram a se reunir em grupos de Whatsapp e Facebook para trocar experiências e tentar obter códigos. Aliás, o Replika chegou a ser o aplicativo mais baixado na seção de entretenimento na Apple Store, alcançando o nono lugar no páreo. A Play Store, do Android, estima que ele já teve entre 100 mil e 500 mil downloads. Ressaltando: o aplicativo está na forma experimental. Por se tratar de um aplicativo novo, não existem algoritmos muito sofisticados até o momento, motivo pelo qual o usuário pode ter algumas respostas sem sentido, mas é bem interessante ver como o clone acaba desenvolvendo a personalidade com o passar das conversas.

EPLIKA: :AKILPER

O SEU CLONE VIRTUAL

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Os Autores que se cuidem... Robô escreve sexto livro de Game of Thrones mais rápido que George R. R. Martin

Todo mundo que é fã dos livros de As Crônicas de Gelo e Fogo, que deu origem ao seriado Game of Thrones, sabe como o escritor George R. R. Martin escreve “devagar”. Além dos livros da franquia, Martin se envolve com outros projetos como spin-offs d’As Crônicas e a série de livros de Wild Cards, por exemplo. O último livro da saga lançado por Martin foi Dança dos Dragões em 2011. Os fãs estão esperando ansiosos para o lançamento do sexto e penúltimo livro Winds of Winter, que supostamente será lançado em 2018. E cansado de esperar, o engenheiro de software Zack Thoutt resolveu criar um robô para escrever a próxima obra. Até agora estão disponíveis para leitura cinco capítulos dos seguintes personagens: Tyrion, Arya, Varys, Jon e Jaime. Thoutt utilizou os primeiros cinco livros como base e teorias criadas por fãs para “alimentar a criatividade” do robô. O engenheiro também dá uma palavra principal, o nome do personagem do capítulo e o número de palavras a serem escritas. A partir disso o robô, utilizando uma rede neural, pôde desenvolver a sua escrita. Sobre as páginas do livro o engenheiro afirma: “Estão repletas de tantas reviravoltas como nos livros que todos conhecemos e amamos”. “Ele está tentando escrever um novo livro. Um modelo perfeito levaria em conta tudo o que aconteceu nos livros e não escreve sobre personagens vivos quando morreram há dois livros atrás”, conta Thoutt, em entrevista para o site Motherboard. “A realidade, porém, é que o modelo não é bom o suficiente para fazer isso. Se o modelo fosse tão bom, os autores poderiam estar com problemas. O modelo está se esforçando para ser um novo livro e levar tudo em consideração, mas faz muitos erros porque a tecnologia para treinar um gerador de texto perfeito que pode lembrar parcelas complexas sobre milhões de palavras ainda não existe”. TEXTO: RANY | IMAGEM: REPRODUÇÃO

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Harry A Niantic Labs conseguiu destaque com Ingress e principalmente Pokémon GO. Agora parece que a desenvolvedora já tem seu próximo projeto definido: um novo jogo de realidade aumentada baseada no mundo de Harry Potter. As informações são do site TechCrunch, que não revela quais são as suas fontes, então pode ser uma ideia aguardar um anúncio oficial. Seja como for, o portal afirma que Harry Potter: Wizards Unite é o resultado de uma parceria entre a Niantic e a Warner Bros. Interactive. O título estaria previsto para 2018 e aproveitaria a estrutura do Ingress, primeiro jogo da desenvolvedora, para adicionar pontos de interesse do mundo real. Outras informações sobre o projeto não foram reveladas. Rumores sobre um jogo de Harry Potter com o estilo de Pokémon GO desenvolvido pela Niantic já tinham surgido no ano passado, mas pouco depois foi descoberto que eram falsos. Talvez não tenha sido uma ideia tão absurda assim. TEXTO: DOUGLAS CIRIACO IMAGEM: REPRODUÇÃO

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Memórias da princesa: os Diários de Carrie Fisher No final do ano passado recebemos um presente de Carrie Fisher pouco antes de sua morte. Memórias da Princesa – Os Diários de Carrie Fisher nos apresenta um pouco sobre a pessoa e atriz incrível que foi nossa eterna Princesa Leia, além, é claro, de trazer curiosidades sobre os bastidores.

O livro foi escrito pela própria Carrie Fisher e pode-se dizer que é dividido em três partes: Primeiro, ela contextualiza você na época – muitos dos fãs atuais de Star Wars ainda não eram nem nascidos em 1976 – e apresenta um pouco sobre sua infância, a relação com a família e todo seu desenvolvimento para que chegasse ao momento em que foi escolhida para viver Leia. Depois, ela nos conta sobre os bastidores. Nessa parte somos apresentados às anotações do diário de uma atriz de 19 anos. Muitas páginas são reservadas para falar do romance secreto vivido com Harrison Ford durante as gravações do primeiro filme e os conflitos internos que ela vivia. Para finalizar, Fisher fala sobre a surpresa do sucesso de Star Wars e de como foi tornar-se uma celebridade da noite para o dia – e como ela lidava com isso mesmo depois de tantos anos. A cada uma das 220 páginas de Memórias da Princesa, nos sentimos mais próximos da autora e atriz. É como se estivéssemos conversando com uma amiga das antigas. Carrie nunca correspondeu ao estereótipo de mocinha comportada, inclusive sempre foi um tanto “desbocada.” Isso não muda no livro: Ela nos conta sobre alguns romances e fala sobre sexualidade tranquilamente. No livro, é fácil de perceber a personalidade de Fisher enquanto conta suas histórias, pois quem conhece a atriz sabe como ela tinha o linguajar livre, solto e à vontade, e como palavrões e um temperamento explosivo faziam parte de quem ela era. Uma das coisas que não pude deixar de notar com curiosidade – já que o livro foi lançado muito próximo à morte da atriz – foi que ela fala muito sobre sua morte, além de aborda no livro o machismo da indústria do entretenimento. Se como fã da saga você procura informações preciosas ou técnicas sobre o filme e os bastidores, talvez vá se decepcionar, mas se quiser conhecer melhor a mulher que deu vida à nossa Princesa Leia é leitura indispensável. TEXTO: RAFAELA MARCHETI | IMAGENS: REPRODUÇÃO

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AUTOR FALA SOBRE INSPIRAÇÕES E FUTURO DA HQ RÁ-TIM-BOO O autor fez pesquisas sobre o universo paranormal, Rá-Tim-BOO, quadrinho de Heitor Amatsu (“Loki”), retrata a vida, (ou seria morte?) de Gabriela, uma garota sobre religiões e rituais, e tudo mais que pudesse fantasma. A menina anseia por respostas e mais que enriquecer a história de André e Gabriela. “Analisei tudo, vingança do fantasma papa-almas que sugou a de filmes, jogos e quadrinhos de terror para entender como o gênero funciona e qual seu pai. Contudo, ao se deparar seria a melhor forma de abordácom André, pode mudar toda a “Como sempre fui fã de sua busca e de quebra, descobrir mistérios e histórias de lo. Algumas das inspirações foram uma grande conspiração. terror, segui com isso!” o filme O Babadook, as obras A HQ está disponível no site de Junji Ito, o jogo IB , além de de Smocci, site de leitura que conta com mais de 1mil documentários e relatos”, disse o quadrinista. Para quem prefere o bom e velho papel ao invés obras gratuitas. “Eu precisava de uma obra para minha estreia na antiga Conexão Nanquim, então passei um de leitura através de telas, o futuro reserva à obra tempo desenvolvendo idéias e esboços até conseguir uma versão impressa. Mas para tal, a ajuda dos fãs lançar o capítulo piloto, o atual prólogo da história e de quadrinhos será necessária, já que a publicação como sempre fui fã de mistérios e histórias de terror, acontecerá por meio de financiamento coletivo cuja segui com isso!”, contou Heitor ao Poder Geek. campanha acontecerá ainda este ano.

TEXTO: FRANCYLENE SILVA | IMAGEM: REPRODUÇÃO

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Manual de sobrevivência à vida adulta TEXTO: MILENA AZEVEDO | IMAGEM: REPRODUÇÃO

“Crescer é bem doido, sabe? Uma hora você tá tomando leite com Nescau, na outra, você tá enlouquecendo com as despesas da casa.” Esta afirmação dá o tom do Manual de sobrevivência à vida adulta, trabalho autoral de Brendda Lima. A protagonista é uma jovem aspirante a quadrinhista, fã do Batman e da Batgirl, cuja conta bancária está no vermelho, já recebeu aviso prévio e parte para o último dia no trabalho, no qual seu chefe espera a entrega de uma HQ – e ela ainda precisa desenhar dez páginas antes do fim do expediente. A história é contada em três capítulos temáticos – meio que numa brincadeira com os livros de autoajuda –, tendo como premissa aquele ditado: “uma porta se fecha, mas uma janela se abre”. Brendda desenvolve um elo empático entre a protagonista e o leitor, por apresentar – empregando um traço estilizado e ágil – problemas cotidianos bem característicos dos jovens quadrinhistas: encarar as responsabilidades da vida adulta, enquanto investe em seu sonho, superando as inseguranças na produção das primeiras HQs. O emocional da personagem é bem trabalhado, e fica evidenciado no layout das páginas, tanto em passagens dramáticas, quanto em momentos de euforia. A narrativa também faz referências à cultura pop contemporânea, como o hype do Pokémon GO, a série animada Steven Universo, telas de celular simulando conversas no Whatsapp e os “seres fofinhos interativos”, bem típicos do mangá. Manual de sobrevivência à vida adulta mostra como é importante (e faz diferença) ter mulheres produzindo quadrinhos protagonizados por mulheres.

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arquivo x Arquivo X estreiou em 1993 e é sobre os agentes do FBI Fox Mulder e Dana Scully, responsáveis por solucionar casos bizarros e sem explicação. Todo mundo que é da geração “ET’s do Fantástico” deve amar Arquivo X

um maluco no pedaço A série relata episódios sobre a vida de um rapaz oriundo de um bairro bem pobre de Filadélfia que vai morar na badalada e elegante Bel-Air na casa dos tios. A série da rede norte-americana NBC exibida por lá de 1990 até 1996, que foi a grande responsável por revelar o talento de Will Smith para o mundo, o “O Príncipe de Bel-Air”.

Freaks and Geeks Apesar dos poucos episódios (18), “Freaks and Geeks” é tida como a melhor série adolescente de todos os tempos. A produção conta a história de Lindsay e Sam Weir e como a morte de sua avó alterou suas vidas nos anos 1980. 16

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5 séries antigas para rever na Netflix THE O.C. Arquivo X estreiou em 1993 e é sobre os agentes do FBI Fox Mulder e Dana Scully, responsáveis por solucionar casos bizarros e sem explicação. Todo mundo que é da geração “ET’s do Fantástico” deve amar Arquivo X

GILMORE GILRS A série marcou a vida de muitos adolescentes dos anos 2000. A trama conta a história de Lorelai e Rory, mãe e filha, seu relacionamento durante a adolescência e entrada da faculdade da menor, a relação das duas e com os pais de Lorelai, além da pequena comunidade de Stars Hollow. O seriado acabou após sete anos, mas a Netflix juntou o elenco para uma nova, última e muito esperada temporada no ano passado.

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POR QUE “STRANGER THINGS” VIROU FENÔMENO POP? POR ANA PAULA BANDEIRA

Referências aos anos 1980, enigmas capazes de gerar debates entre fãs e conhecimento do público explicam sucesso do seriado

Criada pelos irmãos Matt e Ross Duffer, a série começa com o misterioso desaparecimento de uma criança, o que leva a uma investigação policial, ao colapso mental da mãe do garoto, a uma conspiração corporativa e a um monstro que transita entre duas dimensões. Além disso, os amigos do garoto também estão a sua procura, auxiliados por uma menina com poderes mentais. Não é preciso assistir a muitos episódios para identificar as influências das obras de Steven Spielberg, Stephen King e John Carpenter na criação de Stranger things. A nostalgia oitentista está no roteiro, nas referências visuais, na abertura, no núcleo de personagens, na trilha e até mesmo no conteúdo diegético: os ambientes estão repletos de pôsteres como os de Tubarão, A morte do Demônio e O enigma de Outro Mundo, já que a série também se passa na década de 80. Entre os fatores de sucesso de Stranger things, um deles se destaca: as referências visuais, que emulam cenas de filmes

dos anos 70 e 80 como Goonies, E.T., Conta comigo, Alien, foram citadas e listadas em muitas publicações de veículos sobre televisão e cultura pop. Os personagens e a mitologia de Stranger Things também estimularam uma série de fan arts e releituras que vêm viralizando nas redes sociais, especialmente na forma de memes e gifs. A própria Netflix incentivou esse engajamento através de ações como o gerador de gifs, que permite que as pessoas escrevam mensagens com as luzes que a personagem Joyce utiliza para se comunicar com o filho desaparecido, e como a playlist no Spotify, que reúne a trilha sonora com músicas de Joy Division, The Clash e outras bandas importantes para a época, pois sabe que a circulação desses conteúdos contribui para o aumento da base de fãs. O ponto forte de Stranger things é a retomada do imaginário – e da memória – dos anos 1980, que se preocupa em entregar familiaridade, e não originalidade no roteiro.

A série despertou no público uma resposta intensa e positiva que é baseada na memória afetiva e na celebração da nostalgia. É um retorno ao clima de Sessão da Tarde, ainda tão presente no imaginário de uma geração hoje na faixa dos 40 anos, que traz a satisfação daquilo que é conhecido e familiar. Porém, beber da fonte oitentista não impediu que a série também conquistasse jovens fãs com o clima de aventura e entretenimento despretensioso, com o ótimo elenco (além das crianças que são a alma de Stranger things, Winona Ryder teve a chance de dar novo fôlego para sua carreira) e com um enredo em que a amizade, parte fundamental no espírito dos filmes que servem de referência, tem papel principal. Seja por fruto de dados reveladores ou de apenas uma mera homenagem a uma década culturalmente relevante, Stranger Things impressiona por, em apenas oito episódios, já ter garantido o seu lugar na cultura pop e em nosso imaginário.


Todo mundo já teve uma quedinha por um colega na época do colégio, não é mesmo? Difícil esquecer a timidez, o friozinho na barriga, a vontade de agradar, o medo da rejeição e todas aquelas sensações que fazem do primeiro amor algo especial, empolgante e até torturoso. Pensando nisso, os cineastas Beth David e Esteban Bravo montaram o belo curta animado In a Heartbeat, produzido como tese de final de curso na Ringling College of Art and Design. A produção de quatro minutos foi lançada no YouTube já foi assistida por mais de 30 milhões de pessoas. A história segue um jovem que tem medo de ser rejeitado pelo garoto dos seus sonhos, até que seu coração pula do seu peito e começa a agir por conta própria, seguindo o “crush”. Sem falas, a produção é coroada pela trilha sonora de Arturo Cardelús e o design de som de Nick Ainsworth. O curta, que ganhou diversos prêmios em festivais, chamou a atenção nas mídias sociais por retratar a inclusão LGBTQ, área pela qual a maioria dos estúdios, especialmente de filmes animados, não costumam transitar. Desde o lançamento do trailer e da campanha de financiamento coletivo do Kickstarter, que arrecadou 14 mil dólares para que a produção fosse finalizada, David e Bravo receberam duras críticas como aquelas enfrentadas pelo liveaction de A Bel mas os cineastas revelam que as respostas positivas superaram as negativas. “O tom original era uma história entre um menino e uma menina”, revelou Beth David em entrevista à NBC News. “Mas não foi até que fizéssemos sobre uma paixão do mesmo gênero que a ideia realmente começou a se formar e criou identificação comigo e Esteban. Nós percebemos que tivemos algo que potencialmente poderia ser realmente especial para nós”. Os dois animadores esperam que o filme possa ajudar a enfrentar o que eles acreditam ser uma falta de representação LGBTQ na mídia e na animação.

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In a heart beat

TEXTO: VITÓRIA PRATINE IMAGEM: REPRODUÇÃO

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6 coisas que você não sabia sobre The Witcher TEXTO: VITÓRIA PRATINE | IMAGEM: REPRODUÇÃO

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ANDRZEJ SAPKOWSKI

CASAMENTO

NETFLIX

Não acreditou no desenvolvimento do jogo realizado pela CD Projekt Red e vendeu apenas os direitos dos livros. Na época, custou somente US$ 10 mil.O autor não quis participação do lucro das vendas dos jogos. É provável que ele se arrependa disso até hoje devido ao sucesso de crítica e vendas da trilogia, principalmente, do terceiro e último game da série. Ao todo, a série vendeu mais de 25 milhões de cópia.

Geralt acaba se casando com Yennefer nos livros. Já no jogo, o jogador pode decidir se ele termina com Triss (obviamente a escolha certa) ou Yennefer (claramente a escolha errada). No livro A Senhora do Lago, o relacionamento acaba em matrimônio, mas isso não quer dizer que eles serão felizes para sempre. No conto não-canônico Algo Termina, Algo Começa é possível saber mais sobre a história do casamento dos dois.

Recentemente foi anunciado que The Witcher vai ganhar uma série produzida pela Netflix. O seriado será baseado nos oito livros de Andrzej Sapkowski e, dessa vez, o autor vai participar da produção. Ele irá trabalhar como consultor criativo. Sean Daniel, Jason Brown, e Jarek Sawko serão os produtores executivos. A produtora Platine Image, que criou as cinemáticas de The Witcher 2: Assassins of Kings, The Witcher 3 .

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EASTER EGGS

PROTAGONISTA FEMININA

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A trilogia possui vários easter eggs ao longo do game. Os jogos fazem referências a diversas produções conhecidas omo Assassin’s Creed, Tyrion Lannister (de Game of Thrones), The Elder Scrolls V: Skyrim, Mad Max, O Senhor dos Anéis, Star Wars, Pulp Fiction, Breaking Bad, Crepúsculo, e também à fábulas como: A Branca de Neve e os Sete Anões, Rapunzel, Chapeuzinho Vermelho e Cachinhos de Ouro.

Por pouco o bruxo Geralt não foi transformado em uma feiticeira elfa. Antes do lançamento do game, os livros eram conhecidos apenas por alguns países da Europa, tornando assim, difícil vendê-lo para países de língua inglesa. Havia uma empresa interessada em publicar o jogo, mas queria mudar completamente o conceito. A empresa queria que Geralt fosse um feiticeira elfa e retirar o nome The Witcher.

Em The Witcher 3: Wild Hunt, Ciri possui três finais que vão de acordo com as escolhas feitas durante o jogo. Já nos livros, o final de Ciri é bem diferente. No livro A Senhora do Lago, Ciri viaja para o mundo de Rei Arhur. Enquanto ela se banha em um lago, o cavaleiro Galahad a confunde com a famosa Senhora do Lago das lendas enquanto procura o Santo Graal. Ciri conta toda a sua história para o cavaleiro e ele a leva para ver o Rei Arhur em Camelot.

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Confica as dicas pra ficar atento aos itens do jogo Acostume-se com os novos controles: Uma das maiores mudanças em Assassin’s Creed Origins está nos combates - eles mudaram drasticamente. Estão muito mais voltados para a estratégia, e não para a ação, enquanto é possível perder mesmo que seu personagem esteja poderoso, graças a erros comuns que cometemos como atacar sem pensar. Primeiro de tudo, acostume-se com os novos controles. Os “botões de ombro” são os responsáveis pelos principais ataques agora, enquanto será necessário defender quase sempre. Tudo está mapeado nos botões R1/L1 ou RB/LB. Tenha cadência nos golpes e não entre em uma luta sem saber a quantidade de inimigos que estará enfrentando no jogo. Não ignore as missões paralelas: Assassin’s Creed Origins é recheado de missões paralelas, mas elas chegam a ser mais importantes que as de história. Em alguns casos, as tarefas que têm relação com o enredo só aparecem no mapa após algumas missões secundárias serem concluídas. Por

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isso, o jogador deve não apenas realizar todas que puder, mas também fazer isso para subir de nível. O nível em Assassin’s Creed Origins está extremamente importante. É ele que facilita sua vida em missões mais difíceis e destrava mais habilidades para Bayek, herói deste capítulo. Realizar as tarefas do mapa é a forma mais fácil de deixar o personagem mais forte. Furtividade é primordial: Finalmente temos um jogo da série que utiliza, de fato, a furtividade e isso é bom para o jogador que entende isso. Em Assassin’s Creed Origi, a Ubisoft resolveu dar um foco neste elemento e ele é muito importante para realizar missões com sucesso, principalmente aquelas em que é preciso abater um alvo. Em Assassin’s Creed Origins, temos cenários vastos que favorecem a furtividade, como mato alto, locais cheios de trapos, tendas, entre outros. É preferível sempre não ser visto, pois isso permite eliminar oponentes sem começar uma luta – e os combates aqui, em grupo, são complicadas. Não venda, desmonte:


dicas sobre Assassin’s Creed: Origins Um jogo de ação e aventura combinado com um action RPG em mundo aberto com tudo o que esperar de um Assassin’s Creed, assim é Origins. TEXTO: MODONICK COSTA | IMAGEM: REPRODUÇÃO

Os equipamentos em Assassin’s Creed Origins possuem sistema interessante de venda e desmontagem. Assim, você pode criar outros armamentos com peças sobressalentes. É possível vendê-los em qualquer loja dentro do game, mas não é recomendado fazer isso com peças de armaduras. Prefira desmontar estas peças, pois elas geralmente fornecem itens que vão servir muitos mais para criar outros objetos ou melhorar até mesmo armas. Essas, por sua vez, em grande parte dos casos serão difíceis de achar para compra ou durante as fases. Esconda os corpos: Assassin’s Creed Origins está muito mais realista que seus antecessores. Agora, os inimigos realmente vão te procurar com mais afinco nos cenários, quando detectarem sua presença. Por isso, é preciso esconder os corpos abatidos sempre, sem exceção. Pegue o corpo de um inimigo derrubado e jogue-o dentro de uma planta ou no meio do mato alto. É simples realizar o ato. Com apenas um botão, você

evita dor de cabeça de ser detectado em momentos mais importantes da ação. Não ignore os animais: Por falar em ficar forte, em Assassin’s Creed Origins temos um poderoso sistema de criar itens e armas. A maioria dos materiais, porém, vem de animais mortos, que Bayek elimina na própria natureza. Ainda que não pareça ser o certo a se fazer na vida real, o jogo simula como os antigos criavam grande parte de seus utensílios. Sempre que um animal apresentar um ícone colorido em sua cabeça, quer dizer que ele tem algum material a oferecer: seja couro ou partes específicas do corpo. Mate-os com rapidez para que não fujam e colete os itens deixados para melhorar principalmente as armaduras. Explore muito o arco e flecha: Já citamos o quanto é importante evitar combates, o conjunto de arco e flecha tem papel importante neste lado do game. É possível ficar sem flechas no decorrer do combate. Se isso acontecer, procure resgatar as que foram lançadas e não acertaram no inimigo.

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Melhores personagens femininas de games de 2017 TEXTO: DIEGO BORGES | IMAGEM: REPRODUÇÃO

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HORIZON ZERO DAWN Em um mundo aberto, exuberante, vibrante e pósapocalíptico, criaturas mecanizadas colossais vagam por uma paisagem fora do controle da humanidade. Ao longo do tempo, a evolução humana regrediu para uma existência tribal de caça e colheita, com sobrevivência em meio às altas florestas, cadeias de montanhas imponentes e ruínas de uma civilização extinta – enquanto máquinas selvagens agora detêm todo o poder. Você é Aloy, uma caçadora habilidosa que utiliza sua velocidade, esperteza e agilidade para permanecer viva e proteger sua tribo contra a força, o tamanho e o poder bruto das máquinas. Contra todas as probabilidades, você precisa embarcar em uma jornada irresistível e emocionante para descobrir os segredos de uma civilização perdida, de artefatos antigos que ela deixou para trás e para aprender mais sobre as tecnologias avançadas que determinarão o destino do planeta e da própria vida humana. Visual de cair o queixo Horizon Zero Dawn se destaca por ser um dos games com os gráficos mais encantadores dessa atual geração. O trabalho feito pela produtora Guerrilla Games consegue imergir o jogador de uma forma nunca antes vista, tanto nas suas diversas animações quanto no gameplay. Os cenários impressionam pela riqueza de detalhes. Tanto a vegetação quanto o relevo do jogo possuem características de cada região do mapa.

Em outras palavras, em ambientes mais frios há um determinado tipo de espécies, enquanto em partes mais quentes é tudo bem diferente. Com os personagens, o excelente trabalho foi mantido. Tanto nas animações, que conseguem expressar o sentimento das cenas, quanto no jogo rolando, com detalhes como tatuagens, cicatrizes, vestimentas etc. As criaturas também possuem um cuidado especial. É fácil diferenciar cada uma delas por suas características, tamanho e movimentação. Evoluindo suas habilidades e construindo seus itens Outro ponto que merece destaque no game é o sistema de evolução de habilidades. Eles são essenciais para obter sucesso no jogo, já que boa parte dessas habilidades são vitais para os confrontos, como, por exemplo, ampliar o armazenamento de itens. Para conquistar novas habilidades é preciso acumular pontos de experiência, que são adquiridos com ações no jogo. Eliminando criaturas ou cumprindo objetivos, você acumula XP para passar de nível e desbloquear novas habilidades. Isso faz com que a vida útil do game seja ampliada, instigando o jogador a evoluir antes de prosseguir nos objetivos principais. Também há formas de melhorar seu equipamento ao longo do jogo ou até mesmo criar. Para isso, é preciso acumular itens, desde plantas específicas até sucatas de criaturas robóticas derrotadas.

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cloe e nadine uncharted: The Lost Legacy O novo game da franquia traz duas novas protagonistas: Chloe Frazer e Nadine Ross. Entretanto, as duas personagens já são conhecidas dos fãs de Uncharted, uma vez que ambas já foram coadjuvantes de versões anteriores. E tamanho sucesso fez com que fossem escolhidas para estrelarem o novo título. A escolha foi muito bem feita. Ao contrário de Drake, que sempre carregou um companheiro de longa data em suas aventuras - seu velho amigo Sullivan ou seu irmão Sam - Chloe não carrega uma amizade antiga com a ex-líder paramilitar e, agora, assassina de aluguel. Ambas estão ligadas por interesse e possuem personalidades fortes com pavios curtos, trazendo um elemento a mais na narrativa da história. Em outras palavras, enquanto jogar com Drake há sempre aqueles diálogos amistosos e com uma boa dose de humor, Chloe e Nadine, por se tratarem de

duas mercenárias, mantêm um clima amistoso, mas cercado de receios e desconfianças. É interessante o quanto isso amadurece ao longo da história de uma forma não tão forçada. Há uma série de elementos que justificam a aproximação das duas ao longo dos perigos que ambas enfrentam, dando margem até mesmo para mais um título protagonizado pela dupla. Se juntas já causam Ambientado na exótica península da Índia, o game apresenta uma nova cara sob o comando do jogador – mas muito conhecida pelos fãs há anos: Chloe Frazer. Não vista desde os acontecimentos de Drake’s Deception e simbolizando a contraparte de Nathan em Among Thieves, a ladra indiana surge com a missão de encontrar a preciosa Presa de Ganesha, artefato milenar que teria sido arrancado do próprio filho do deus Shiva. Já ao seu lado, Nadine Ross, antagonista do game anterior, aparece como parceira da missão, em uma aliança entre ladras.


senua

hellblade: senua’s sacrifice

Extremamente focado na cultura viking, Senua inicia sua jornada em direção ao Hel, a “terra dos mortos”, onde precisa, em teoria, resgatar alguém importante para sua vida. Ela é uma jovem guerreira de seu clã, mas que aparentemente sofre com a falta de confiança interna, ansiedade máxima e a pressão social que sofria entre seus iguais. É isso mesmo que você leu: Hellblade trata de sentimentos reais em uma terra irreal. Senua é uma pessoa com transtornos graves, mas ainda assim muito comuns na sociedade atual. Não ao acaso é que a equipe de produção faz questão de informar que o desenvolvimento do jogo foi acompanhado por especialistas da área de saúde, para que tudo seja apresentado de forma realista e uma lição seja passada. Pouco podemos falar da história para não estragar as surpresas. Até mesmo o tão falado sistema de apagar o “savegame” de acordo com as mortes, que gerou notícias polêmicas ao longo do lançamento do game,

pode ser considerado um spoiler – pois trata de algo que acontece na história, com Senua. Um God of War com Dark Souls? A jogabilidade básica de Hellblade é inspirada por elementos vistos em outros jogos do estilo ação – apesar de não ser focado 100% sempre em ação. Na verdade, o combate está ali apenas por estar, pois é meio que obrigado ter lutas em um jogo com temática nórdica, já que eram guerreiros conhecidos por suas batalhas que travavam contra inimigos. Há elementos de God of War, de Dark Souls, e de outros jogos que são minimamente parecidos em termos estéticos ou de design. Mas não pense que os games citados tenham qualquer similaridade mínima com o que Hellblade tenta passar ao seu jogador. O que queremos dizer aqui é que encontramos pontos de interseção entre esses títulos, seja por nuances de combate ou pelo estilo gráfico que os inimigos são apresentados no game.

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representatividade nos games: personagens LGBTs TRACER, DE OVERWATCH Tracer é lésbica e garota propaganda de um dos jogos mais populares dos últimos anos: Overwatch. Sua sexualidade foi revelada em um quadrinho canon lançado como especial de natal para a série e, na época, causou algum alvoroço nas interwebs. Tracer é uma das ex-agentes da Overwatch e tem a capacidades de dar pequenos saltos no tempo.

DAMIEN BLOODMARCH, DE DREAM DADDY Damien é nosso Daddy vampirão de um visual novel que fez super sucesso nesse ano: Dream Daddy. O personagem super gótico é um amante de tudo o que é vitoriano e trabalha com tecnologia da informação. O que você talvez não saiba é que Damien é trans! Essa informação foi confirmada pela equipe desenvolvedora do jogo pelo Twitter e, claro, deixou o fandom polvoroso!

DORIAN PAVUS, DE DRAGON AGE INQUISITION Dragon Age é uma franquia bem conhecida pela variedade nas opções de romance. Dorian é um mago do reino de Tevinter especializado em necromancia. Apesar de não aprofundar tanto quanto gostaríamos, o plot de Dorian trata exatamente do fato de sua sexualidade não ser bem vista em sua família e como isso acaba gerando uma série de complicações com o seu pai.

ERICA, DE CATHERINE Erica é trans e uma das personagens mais estilosas de todo o jogo. Bartender e amiga de infância do protagonista. Na época que o jogo foi lançado, Erica foi considerada um grande passo na representação de trans em jogos, não só por ser uma das personagens mais agradáveis e gentis em Catherine, mas também por não replicar estereótipos ofensivos que costumamos ver por aí.

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PC GAMER OU CONSOLE: EM QUAL INVESTIR?

CONSOLEPC GAMER 1. Mais prático para jogar com os amigo,

1. Plataformas com melhores soluções

é muito mais simples ligar um controle 2

para compra e administração de softwares

2. Há consoles bastante interativos, uma

2. Melhor opção para quem busca maior

forma divertida de passar o tempo

qualidade gráfica.

3. Um ponto a ser destacado é que um

3. Fluidez e tempo de resposta muito

console roda jogos multiplataforma por uma média de R$1.200,00.

melhores do que nos consoles em jogos de competição.

CONCLUSÃO: É você quem deve pesar as vantagens de cada plataforma e chegar a uma conclusão própria, mas a dica é que você pense muito bem sobre os tipos de jogos que você mais gosta, como você gostaria de jogá-los e se considera o desempenho e qualidade gráfica tão importantes, este talvez seja o melhor caminho para finalmente saber se você é um PC gamer ou um consolista.

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SCI-FI BY GUCCI Gucci faz campanha temática de sci-fi com modelos alienígenas. O estilista Alessandro Michele fez campanha inspirada nos filmes de ficção científica dos anos 50 e 60, como O Monstro da Lagoa Negra (1954) e O Planeta Proibido (1956). Quando os teasers saíram em abril deste ano, a Gucci foi bastante criticada, tendo em vista que um estudante da Central Saint Martins acusou a marca de plagiar seu próprio Instagram, eis que ele sempre posta imagens de looks com máscaras alienígenas sobre os modelos. Mas, na verdade, foi apurado – e respondido – que ele só tinha começado a fazer o projeto há dois meses, enquanto a campanha para o outono de 2017 (primavera, aqui no hemisfério sul) já tinha começado há um bom tempo. TEXTO: YASMIM ALVAREZ

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Gucci - Alessandro Michele

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otaku |

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DISCRIMINAÇÃO E ASSÉDIO NO UNIVERSO

COSPLAY REPORTAGEM: MANDY TEXTO: MANDY FOTOGRAFIA: WILLIAN DOBLER

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Se você já fez cosplay alguma vez, tem vontade de fazer, é fã do universo otaku ou se você simplesmente é um ser vivo, te dou já um aviso: precisamos conversar! Não é novidade para ninguém que as pessoas que enxergam no cosplay um hobby são de fato discriminadas pela maioria da sociedade, de diversas formas. Recentemente, inclusive, o assunto chegou até a quem não tinha conhecimento nem da existência desta prática, já que existe uma novela em circulação que criou o polêmico personagemYuri, um garoto praticante da arte cosplay que, entretanto, interpreta o personagem durante 100% do tempo, não somente quando ele está fazendo o cosplay em si.. Há pouco tempo, a cosplayer Aya (@hiragimoi) publicou em suas redes sociais um acontecimento muito triste não só para o universo otaku, mas também para a sociedade em geral: enquanto fazia cosplay, ela foi agredida verbalmente (e também por bolinhas de papel) enquanto estava no shopping após o evento Up!ABC. Sabemos que vivemos em uma sociedade onde nem tudo é como deveria ser. Em pleo século XXI ainda existe gente ignorante o bastante para criticar o gosto pessoal de outras pessoas só porque não pode sequer tentar compreender aquele hobby, julga sem ao menos conhecer. Falamos com a Aya e ela concordou em dar uma entrevista para nós da PODER GEEK. Confira!

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O que é o cosplay para você? Há quanto tempo você o pratica? Eu pratico cosplay desde os meus 13-14 anos de idade. É um hobbie, mas mesmo assim eu trabalho com cosplay e levo muito a sério. É um escape para mim, eu me sinto bem e confortável. Recentemente você foi vítima de agressões verbais, e até mesmo físico, enquanto estava fazendo cosplay. Você já tinha sofrido alguma forma de discriminação em alguma situação similar? Não neste ponto. Eu era do interior de Minas, então o pessoal não conhecia cosplay, mas mesmo assim eles não me jogaram nada. Acontecia sim de apontarem e pais dos meus amigos me chamarem de estranha, tanto que, quando eu morava em Minas, poderia considerar meus amigos verdadeiros apenas 3 pessoas. Por que você acha que o cosplay é visto de forma vexatória pelas pessoas? Para muitas pessoas é muito infantil e acham que vamos sair de “nós” mesmos enquanto vestimos isso, até mesmo acham que vamos usar todos os dias, como se fosse uma roupa do dia a dia mesmo. Você relatou pra gente que uma garota de 12 anos teria repetido uma frase que é dita por uma personagem de novela, se referindo ao personagem Yuri, que ficou famoso por ser uma referência em tom de chacota aos cosplayers. Em sua opinião,

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FAÇA PARA

SER FELIZ!

como esse personagem influenciam a forma como a população no geral vê o cosplay? Muitos cosplayers já sofriam bullying antes mesmo da novela, ela apenas aumentou a visão das pessoas de que é infantil, que as pessoas não vão crescer. O personagem da novela utiliza cosplay a todo momento, e até mesmo não aceita que chamem ele pelo nome real. A mídia tem uma forte influência na vida das pessoas, e eu acho que seria bem interessante se fizessem entrevistas com cosplayers, mas de uma forma aberta para que falassem o que pensam e o que acham sobre esse mundo, e que o entrevistador tenha estudado o assunto. Assim como encontros em shoppings e lugares movimentados seria legal, eu acho que as pessoas iriam entender e compreender melhor as pessoas que se vestem de personagens. Não é obrigação aceitarem, mas sim respeitarem. Apesar de o seu relato ter sido em relação à discriminação com o hobby, é um fato que existem outros incômodos na vida de um cosplayer. Você, como mulher, já sofreu alguma forma de assédio enquanto praticava o cosplay? Já sim! Eu mal uso cosplays que mostrem muito o corpo, como a parte de cima ( mostrando o sutiã ) e barriga. Mas eu fui de Veena, do anime Noragami, em um evento em Santos, e muitas pessoas chegavam perto e passavam a mão na minha bunda, ou até mesmo para tiravam fotos, tocavam nos meus peitos…. como se achassem que estavam no direito. Dentro do universo cosplay, existem

discriminações entre os próprios praticantes, principalmente em relação à aparência e até mesmo em relação à própria roupa usada, seja por questões financeiras, seja por questões pessoais, ou até mesmo quando se faz um crossgender ou um crossover. Você já presenciou ou passou por alguma situação do gênero? Eu tenho muitos amigos que fazem crossgender ou são negros e fazem cosplay de personagens brancos. E já vi muitas pessoas comentarem preconceituosamente que o personagem não é daquele jeito ou falarem “nossa que viado”, “que ridículo.” Um dia em um evento um pessoal passou do lado da minha amiga que estava de um personagem masculino e começou a rir e falar que o personagem não tinha seios e que ela deveria se “enxergar”. Eu mesma nunca fiz um personagem masculino, porém eu tenho MUITO interesse mesmo! Por enquanto, estou no projeto para fazer o Yurio de YOI e o Noya de Haikyuu! Para fechar com chave de ouro, quais as dicas que você dá para os iniciantes do universo cosplay? Faça para ser feliz, não se importe com comentários, divirta-se! Tire muitas fotos, sorria, faça amizades, abrace muitas pessoas em eventos. Faça por amor, por ter prazer! E não desista, por mais que seja difícil, no final sempre vem uma recompensa. Não se importe com cor, altura, peso, sexo; apenas seja você e seja feliz. Muitas pessoas vão te elogiar e gostar do seu trabalho independente disso, você vai ver!

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4 animes QUE todo otaku deve assistir

TEXTO: LIAO IMAGENS: REPRODUÇÃO

Kimi no Na Wa Mitsuha sempre quis viver em Tóquio e sair do campo. Taki, um estudante de ensino médio que vive em Tóquio, luta para fazer malabarismos com sua vida como aluno e trabalhador de meio período. Essas duas vidas se entrelaçam através de um fenômeno misterioso que lhes permite trocar corpos sem terem se encontrado antes.

Doukyuusei Rihito é um estudante de mérito super certinho que sempre obtém pontuações perfeitas em todas as matérias. Já Hikaru é um desleixado que toca violão em uma banda e é popular entre as meninas. Estes dois meninos contrastantes formam uma conexão improvável depois que Hikaru se oferece para ajudar Rihito a se preparar para o próximo festival de coro.

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Tamako Love Story A fofa Tamako Kitashirakawa, que está terminando o terceiro ano na escola, apenas vive diariamente com o objetivo de continuar trabalhando no restaurante da família. Por outro lado, o jovem Mochizou Ooji pretende estudar em uma universidade em Tóquio, deixando para trás sua família, amigos e, o mais importante, seu primeiro e único amor: Tamako. Ooji é meio tímido e não consegue declarar seu amor. Com o tempo correndo rapidamente, Mochizou deve decidir sobre confessar seus sentimentos a Tamako em breve ou seus sonhos românticos nunca serão realizados.

Koe no Katachi Shouya Ishida é um menino que está sempre entrando em problemas. Quando uma estudante transferida chamada Shouko Nishimiya é apresentada à classe de Ishida, ele a considera como o alvo perfeito para bullying. E então ele passa a infernizar a vida da pobre Nishimiya, uma aluna surda, puramente para matar o tédio e sem pensar nos efeitos de suas ações – até que ele ultrapassa os limites e faz com que ela mude de escola. A partir daí Ishida começa a ser excluído por seus próprios colegas de classe e ter outra visão sobre o bullying.

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Doramas para se Inspirar

Separamos dois lindos doramas para você se inspirar na figura feminina das personagens que mostram que você pode sim ser quem você quer ser!

Strong Woman Do Bong Soon é um k-drama que fez o maior sucesso ano passado, enquanto ainda estava lançando. Neste drama conhecemos Bong Soon (Park Bo Young), uma garota fora do comum, já que sua família tem uma estranha habilidade de nascer com uma força descomunal (estilo Mulher Hulk), mas só é passada para as mulheres da família. Além de sofrer de amores pelo crush da infância, que não tem olhos para ela, Boong Soon, sonha em trabalhar como desenvolvedora de jogos em uma grande empresa, porém o trabalho que ela arranja é virar guarda-costa do lindo CEO Ahn Min Hyuk (Park Hyung Sik).

Enquanto ela tenta aguentar o ego inflado de seu chefe, a trama fica mais séria quando jovens de seu bairro começam a ser sequestrados uma atrás da outra e a polícia não consegue achar o culpado. Bong Soon decide investigar por ela mesma e colocar esse maniaco atrás das grades. Já o drama Age of Youth é leve, envolvente, foge totalmente do estereótipo dos doramas que estamos habituados e trata de muitos assuntos polêmicos de uma forma jovem, mas sem esconder a realidade de tudo isso. Aqui a realidade é dura e vivida por cinco diferentes personalidades distintas uma das outras. Esse drama é uma delícia de assistir se você

esta passando pela fase dos vinte e poucos anos e, principalmente, se esta cursando a faculdade, pois o reconhecimento será imediato com algumas das personagens. A trama é tão envolvente que você acaba se enganado que irá assistir só mais um episódio e quando menos espera já viu toda a temporada. muito distintas.menos espera já viu toda a temporada. Ao final de cada episódios também temos uma especie de “entrevista” com cada personagem, para conhecer mais o que cada uma pensa sobre si e é bem divertido de assistir. Agora que você já sabe sobre o que esses k-dramas falam, corre pra fazer a pipoca, chame as amigas e se apaixonem pelas personagens e suas histórias! TEXTO: THAMY MARIA IMAGENS: REPRODUÇÃO

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cat café O primeiro café com gatos no Brasli

Podem falar do cachorro, tartaruga, papagaio ou o que for, mas não há animal mais agradável do que um gato quando os santos se batem, e os japoneses estão muito ligados com os santos dos felinos. Lá no Japão existe lugares de cafés onde os gatos são parte importante dos estabelecimentos. São os conhecidos Cat Cafés, basicamente um ponto de encontro onde é possível consumir café, claro, além de sucos, quitutes, doces e vinhos, é possível usar computadores, jogar videogame, assistir tv e até impressoras. Mas o que mais interessa lá são os bichanos! Cada Cat Café tem de 10 a 15 gatos que ficam passeando pelo local, recebendo carinho dos clientes da casa, que vão lá exatamente para brincar com os gatinhos fofos. O primeiro Cat Café nasceu em Taiwan, em 1998, e teve rápida aceitação pelos japoneses que vieram a abrir o primeiro no país em 2004, na cidade de Osaka.

Atualmente, acredita-se que haja aproximadamente 39 Cat Cafés pelo país. Se você não pode ter um pet, pode aproveitar os cats café e alugar o seu próprio gatinho por algumas horas! Agora, chegou a vez do Brasil e Campinas não podia ficar fora dessa tendência. Aqui o espaço-conceito é decorado com o tema, tanto na cafeteria como na loja de acessórios. Logo ao entrar, chama a atenção do cliente um aquário de gatos, adaptado aos felinos de várias raças que “moram” ali, com prateleiras, arranhadores, caminhas, brinquedos, escadinhas, comedouro, água corrente, caixas de areia em ambiente separado, área externa com luz do sol. No Brasil, a Vigilância Sanitária não permite que animais circulem em ambientes onde há comida. Então a idealizadora da franquia “Café com Gato”, Fabiana Ribeiro, que tem sua loja há 3 anos em

Sorocaba, teve que adaptar a ideia. Os gatos foram colocados em um ambiente separado, com paredes de vidro para que os clientes possam observá-los. Tem ainda o sofá inspirado no seriado “Friends” e uma loja temática, além de total acessibilidade. O estacionamento próprio tem três vagas exclusivas, mas há facilidade para estacionar na rua, por estar localizada em um bairro residencial. Para cada prato tradicional no cardápio, há opções veganas, sem ingredientes de origem animal, como capuccino com leite vegetal, salgados, bolos e doces sem ovos e leite de origem animal na receita, entre outros. Caso você tem interesse em entrar em um café desses, saiba que o Café com Gato funciona em Campinas de terça a sexta: das 9h às 21h e sábados, domingos e feriados das 9h às 22h na Rua Frei Manoel da Ressurreição, 1.115, Bairro Guanabara, Campinas-SP. Aproveite esse peculiaridade!

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opinião |

A magia precisa de regras? POR AFFONSO SOLANO

Era uma vez, há muito tempo atrás, uma linda jovem chamada Sarah. Ela adorava brincar com seus bonecos e provar os vestidos que seu pai lhe presenteava, e passear com o cão pelo reino de Nova York aliviava a saudade que sentia da mãe. A madrasta de Sarah, contudo, invejava sua liberdade, e por isso a obrigava cada vez mais a ficar em casa com seu irmãozinho – um bebê mimado e chorão que desejava tudo para si. Sarah se sentia uma escrava. Mas o que ninguém sabia era que o Rei dos Duendes havia se apaixonado por ela, e com isso lhe concedido poderes. Então, em uma noite em que o bebê havia sido particularmente cruel, Sarah desejou que os duendes pudessem ajudá-la. “Diga as palavras certas”, sussurraram as vozes na escuridão. “Diga as palavras certas e nós o levaremos para o Labirinto”. Gosto de magia. Aposto que você também. E ainda que exista um prazer inocente em sermos feitos de bobo por alguém usando cartola, creio que a ficção fantástica seja o lugar onde nós realmente gostamos de vê-la em

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ação, construindo as metáforas que nos ajudam a compreender o mundo real. No entanto, gosto de parafrasear Homer Simpson quando digo que, assim como o álcool no mundo real, a magia pode ser a causa e a solução de todos os problemas na ficção fantástica. Nas mãos do sábio, uma força criativa. Nas do inexperiente, destruidora. E eu não me refiro exclusivamente ao lado de dentro da história. Durante a CCXP 2016, quando abordado por um jovem aspirante a autor que me apresentava seu trabalho, questionei-o sobre as regras do sistema mágico do livro que ele estava escrevendo. “É magia, ué”, respondeu ele, dando de ombros. “Não tem nenhuma regra”. “Então por que Gandalf simplesmente não “fez uma mágica” e desapareceu da torre onde Saruman o aprisionou?”, eu retruquei. A definição da própria palavra (“a produção de atos extraordinários e sobrenaturais”) costuma dar margem ao equívoco; o que as grandes obras de fantasia nos ensinam

é precisamente o oposto da resposta que o jovem me apresentou: dos contos de Grimm ao reino de Westeros e os novos clássicos, a magia enquanto recurso literário respeita estruturas (por vezes vagas e misteriosas) para que a narrativa se mantenha coesa. Um dos maiores proponentes da discussão é Brandon Sanderson. Autor da excelente série de livros Mistborn (cujo capítulo final da trilogia acaba de ser lançado pelo selo LeYa/Omelete), Sanderson propõe – de forma divertida – três “Leis” da Magia que sintetizam e apontam os holofotes para os elementos-chave do assunto: “Magia. Qual o lance, heim? Me pergunto o que vocês estavam querendo quando entraram no jogo... É sempre algo. Algo específico que você acha que vale o risco. Dinheiro. Sexo. Vingança. Poder. Iluminação. Coxas menores. Faz muito tempo para a maioria de vocês, eu sei. Talvez vocês nem se lembrem. Merda, talvez nem queiram. Mas eu vou lhes dizer algo de graça: no final das contas, é sempre sobre a mesma coisa. É sempre sobre entropia.


Sim, entropia. O universo está desmoronando. Coisas estragam. Você não pode pedir algo sem nada em troca. É como Deus disse a Adão quando o chutou para fora do paraíso: “agora você tem que trabalhar para viver”. Então hoje nós empurramos e puxamos e suamos. Damos uma porrada de energia em troca de quase nada. A terceira Lei da Termodinâmica,

certo? Aquela que todos amamos odiar. Mas com magia é diferente... Olhe para este vinho. Como ele chegou aqui? Uvas tiveram que ser esmagadas. Camponeses tiveram que ralar. Muito esforço. Muita energia. E uma vez que você o beba, acabou. Quando as coisas desmoronam, elas não se recolocam no lugar sozinhas... Mas se você pede a um demônio que lhe

traga um bom vinho – ou melhorálo com um feitiço – bom, você está trapaceando, não está? É de graça. Sem uvas. Sem camponeses. Sem entropia. Então aqui estamos nós, buscando recriar o Paraíso na Terra. Tentando nos esgueirar de volta ao Éden pela porta dos fundos. Seus arrogantes de merda... Não estamos brincando com fogo; estamos brincando com napalm”.

A habilidade do autor de resolver um conflito com mágica é diretamente proporcional a quão bem o leitor compreende tal mágica

O que a magia pode fazer tende a ser menos interessante do que ela não pode

Expanda o que você já possui antes de criar algo novo

Enquanto ferramenta de escrita, a magia é capaz de envolver os leitores em um jogo deliciosamente imersivo OU afastá-los com enredos impossíveis de digerir. A fantasia medíocre é aquela que “inventa uma nova regra sempre que precisa de novas regras”.

Limitações provocam conflitos – faz personagens (e escritores) contornarem dificuldades e lutarem por objetivos de forma inteligente. Por exemplo, ainda que a magia “a mãos livres” no universo Harry Potter exista, sua prática é volátil e extremamente difícil – mesmo para os mais poderosos e experientes.

Antes de abrir o baú criativo e libertar outros poderes mágicos em seu universo, por que não examinar como a sociedade reage a UM, primeiro? Se sua mágica pode transformar pedra em pão, como isso afeta o mundo ao redor dos personagens? Como a economia, a política e outros itens da estrutura social reagem a algo assim?

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