DISTRIBUIÇÃO GRATUITA MINERODUTO Jul/Ago/Set de 2014
PUBLICAÇÃO DESTINADA ÀS COMUNIDADES DE RELACIONAMENTO DA ANGLO AMERICAN . ANO 6 . N° 28
Semeando juntos Como uma cooperativa de Tombos (MG) está fortalecendo a produção familiar de café na região
A vida da família de Abílio Ramos cresce em torno dos pés de café
Mineração e pessoas que fazem a diferença.
EDITORIAL
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Canal aberto com você
Desenvolver é mais do que trazer tecnologia, fazer obras e gerar renda para uma região. Um dos aspectos que deve ser considerado é a vocação local. A Anglo American acredita que é fundamental respeitar as potencialidades naturais de cada município. Pensando nisso, nós apoiamos iniciativas e projetos que reforçam traços econômicos e culturais das áreas onde atuamos. O doce de leite, por exemplo, é sobremesa certa nas casas de muitas famílias mineiras. Além disso, a iguaria se tornou um dos símbolos do estado e a lembrança preferida para muitos turistas que passam por aqui. Em Santo Antônio do Grama, demos o ponta pé inicial para que uma cooperativa de mulheres se especializassem na produção do doce. Hoje, a Sabores do Grama está a todo vapor e tem clientes em todo o Brasil. Outra história que nos enche de orgulho é a Cooperativa de Produção da Economia Solidária de Tombos, a Cooprosol. Tudo que os agricultores da região precisavam era um incentivo para que se tornassem um grupo sólido, que fornece produtos para escolas municipais e estaduais. O café produzido na região vai ganhar marca própria e acreditamos que terá muito sucesso.
Nos municípios onde o Projeto Minas-Rio está sendo implantado, disponibilizamos canais do Sistema Fale Conosco para a comunidade entrar em contato com a Anglo American. Para fazer elogios, sugestões, perguntas, reclamações ou críticas, você pode utilizar o telefone 0800 941 7100. Ele funciona gratuitamente, de segunda a sexta-feira, das 9h às 13 horas e das 14h às 18 horas. Em outros horários, a ligação é direcionada para a secretária eletrônica. Não se esqueça de informar seu nome (se desejar), número do telefone com DDD e nome da cidade onde mora. Outra opção é o endereço de email (faleconosco@angloamerican.com). Venha conversar conosco.
Queremos continuar fazendo parte de histórias como essas, que movimentam não apenas a economia, mas a identidade de um povo.
Uma boa leitura a todos.
Maurício Martins Gerente-geral de Desenvolvimento Social
Ro nal do Gu ima rãe s
EXPEDIENTE Publicação destinada às comunidades de relacionamento da Anglo American - Unidade de Negócio Minério de Ferro Brasil | Coordenação: Comunicação Empresarial | Produção editorial: BH Press Comunicação | Reportagem e redação: Larissa Flores e Raquel Roscéli | Projeto gráfico e diagramação: AVI Design | Foto de Capa: Ronaldo Guimarães | Tiragem: 7.000 exemplares
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MEIO AMBIENTE
Para plantar com segurança orientações para escolha de espécies
Com o fim das obras de instalação do mineroduto, a Anglo American está trabalhando para deixar a faixa de servidão verde novamente. Está em curso a reabilitação do solo com o plantio de sementes de gramíneas (espécies de capins) e leguminosas (crotalária, feijão gandu, aveia preta, entre outras). Em função do extenso período seco, a revegetação ainda não foi concluída. “O objetivo é que a terra tenha cobertura e proteção o quanto antes, mas dependemos também da estação chuvosa”, explica Clério Dutra, gerente de Construção e Montagem da Anglo American, responsável pelas obras de revegetação. Seis meses após a conclusão dessa etapa, os proprietários estarão liberados para implantar culturas agrícolas. No entanto, é preciso, por questões de segurança, atenção para alguns cuidados.
Em um raio de seis metros da tubulação do mineroduto, não poderão ser plantadas espécies de raízes profundas (quadro abaixo); Culturas com raízes rasas poderão ser plantadas a partir de três metros da tubulação; Devem ser observadas as restrições de cultura para cada área. Nas Áreas de Preservação Permanente (APP) o plantio não é permitido; É proibida a prática de aragem mecanizada; Não é recomendado que o solo reabilitado seja usado para pasto de gado durante os cinco primeiros anos, após a revegetação. Além dos animais se alimentarem das plantas, eles causam a compactação do solo, podendo comprometer plantios futuros.
No quadro abaixo, você encontra indicações de espécies de culturas para essa fase, considerando os cuidados com o padrão de enraizamento das espécies.
Não permitidas (Enraizamento profundo) Laranja Café Goiaba Coco-da-bahia Mamão Manga Mexirica Eucalipto Seringueira Outras que tenham raízes profundas
AceItáveis (Enraizamento superficial) Mandioca Milho Cana-de-açúcar Arroz Feijão Tomate Abacaxi Maracujá Banana Hortaliças de subsistência Outras de raízes superficiais 3
Sabor do interior de Minas Logo no corredor da entrada, um grande mural com a frase: “Quanto mais a gente agradece, mais coisas boas acontecem”. O vestiário é decorado com um vaso de flores. Em outro canto, palavras que simbolizam o contrato de trabalho: união, compromisso, alegria, compreensão. No altar de Nossa Senhora das Graças, um pequeno arranjo de flores coloridas. Esses detalhes mostram a dedicação das oito mulheres que trabalham na fábrica da Sabores do Grama, associação formada em Santo Antônio do Grama (MG) para a produção de doces. No cardápio, goiabada e vários tipos da especialidade da casa – o doce de leite. Ele pode vir com chocolate, ameixa, amendoim, coco ou ainda com raspas do tacho. A Sabores do Grama nasceu em 2010, graças a uma mobilização na comunidade feita pela Camargo Corrêa e pelo Instituto Meio, com o apoio da Anglo American. A fábrica funciona em uma casa cedida por 15 anos em regime de comodato pela Prefeitura e equipada com caldeira e tacho industriais. A rotina
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Ronaldo Guimarães
SOCIAL
Ronaldo Guimarães
de produção segue rígidos padrões de limpeza e controle de qualidade. A receita foi desenvolvida pelas integrantes com a consultoria de um nutricionista. E cada uma das doceiras tem o seu doce favorito. Os fornecedores da região têm preferência na hora da compra dos ingredientes. O leite vem de dois produtores da cidade e as goiabas de Rio Casca, por exemplo. Para dar conta dos pedidos crescentes, o expediente não tem hora para terminar. “Na última semana ficamos até meia-noite para dar conta das encomendas”, conta sorrindo Maria das Graças Souza, a Branca. Efigênia Souza mora de aluguel com o marido e três filhos. Com o trabalho na Associação, foi possível começar a construir a casa própria. Marilaine Moreira trocou a rotina de dona de casa para fazer parte da Sabores do Grama. “É muito bom chegar aqui e conversar com as meninas. Faz bem para a cabeça da gente, além de ajudar em casa”. Todas as decisões são tomadas em conjunto. E o próximo objetivo foi traçado por todas: comprar um carro para fazer as entregas. Hoje, 25 pessoas levam doces para revender. Os potes com
Dona Branca mostra as variedades produzidas pela Sabores do Grama
embalagens coloridas já chegaram até Maceió. Um taxista que faz o trajeto diariamente para Belo Horizonte é o responsável pelo fluxo frequente de caixas para a capital. “Os gramenses têm orgulho de nós porque o doce leva o nome da cidade para fora”, conta Branca. Uma colherada de doce de leite explica o motivo de tanto orgulho. Ronaldo Guimarães
Cooperativa trabalha duro para atender aos pedidos crescentes 5
ECONOMIA
Mãos que plantam e colhem Entre uma safra e outra de café, Abílio e Aparecida nasceram e se casaram. Algumas colheitas depois, vieram os filhos – Abílio Junior e Nicole. Eles vivem em Água Santa de Minas, distrito de Tombos (MG), e mantêm a família com o ofício que aprenderam com os pais e avós. Da porta da casa, avista-se uma colina verde, coberta por pés de café. Na garagem, está estacionado o trator que recolhe os grãos. Ao lado da casa, um galpão estoca as sacas que vão se empilhando à medida que o trabalho avança. Nesta época, o terreiro fica reservado para deixar os grãos secando ao sol. A safra é anual e o clima pode aumentar ou destruir uma lavoura. Além dos percalços da natureza, a dificuldade maior é o mercado. Ele é cotado na bolsa de valores, deixando os produtores reféns da variação dos preços. “A saca do bebida dura (tipo de café de qualidade superior) valia R$ 410 em um ano e no seguinte R$ 340. Já chegou até a R$ 130”, conta Abílio Ramos. Para fortalecer a economia rural da região, foi criada, em 2011, a Cooperativa de Produção da Economia Solidária de Tombos (Cooprosol). “Já existiam grupos informais de compra e venda coletiva. A ideia nasceu do pensamento de que o trabalho em conjunto beneficia a todos”, explica Daniel Seabra, presidente da cooperativa. Assim como Abílio, outros 155 produtores de Tombos, e dos distritos de Catuné e Água Santa de Minas se inscreveram na Cooprosol. Com o apoio da Anglo American e do Banco Nacional Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Camargo Corrêa construiu a sede da cooperativa, além de doar uma máquina classificadora de café (que separa os grãos por tamanho). “A sede é o nosso ponto de referência. A Anglo American e a Camargo Corrêa plantaram essa sementinha, que agora está crescendo”, diz Daniel.
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Ronaldo Guimarães
Fabiano faz o controle de qualidade do café da Cooprosol
Café com certificado de qualidade Além do prédio, os produtores receberam cursos de capacitação. Boas práticas para o solo e a plantação, formas de otimizar o cultivo e como aplicar defensivos (agrotóxicos) estão entre os temas abordados. Outra maneira de motivar os produtores é a realização de visitas a outras cooperativas. “Estive em Santa Catarina e fiquei impressionado. Eles conseguem plantar em uma terra cheia de pedras. É estimulante ver alguém com mais dificuldades que nós e que conseguiu dar certo”, relata Abílio.
Abílio e Aparecida criaram sua família com a renda do café
Ronaldo Guimarães
O ponto de virada para a cooperativa foi o Certifica Minas Café, um programa do governo estadual executado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-MG) e pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). A certificação é concedida a propriedades que adotam práticas adequadas e sustentáveis de agricultura. O café que possui o selo tem mais aceitação e valor no mercado, sendo procurado inclusive para exportação. “Hoje temos sete propriedades certificadas na Cooprosol. É um processo lento, pois as famílias têm suas rotinas há muitos anos”, explica Daniel. “A certificação permite que o agricultor tenha mais controle da sua produção, otimizando os custos. Nosso objetivo é criar um padrão de qualidade e lançar a marca própria da cooperativa”, afirma.
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De olho nesse mercado, a cooperativa construiu uma câmara fria, que mantém o estado ideal da banana por dez dias. Nos fundos, uma estufa guarda uma enorme quantidade de mudas. Alface, berinjela, jiló, couve, beterraba, almeirão, quiabo, entre outras variedades estão disponíveis para os cooperados, que também são orientados sobre o plantio de cada espécie. “Construímos essa estufa com restos de madeira usados no mineroduto. Um bom proveito, não?”, brinca Sebastião Nogueira, conhecido como Dé, que cuida das plantinhas e de boa parte dos trabalhos da cooperativa.
Sede construída com o apoio da Anglo American Ronaldo Guimarães
Além da melhoria contínua na produção do café, a cooperativa aposta na diversificação da agricultura familiar. A Cooprosol foi selecionada para participar do Programa de Alimentação Escolar (PNAE) e está fornecendo merendas para escolas municipais e estaduais de Carangola, Faria Lemos, Pedra Dourada, Porciúncula e Tombos. “Com o PNAE, temos uma demanda grande e estável de hortaliças, verduras, legumes e frutas. É uma ótima alternativa para o agricultor não ficar dependente apenas do café, que só dá uma vez ao ano”, esclarece Daniel. E não se pode reclamar muito. Segundo o coordenador e técnico agrícola Fabiano Satiro, “o solo da região é abençoado. Tudo que se planta, nasce”.
Ronaldo Guimarães
Produtores apostam na diversificação
“O café da cooperativa terá marca própria em breve”, anuncia Daniel
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Ronaldo Guimarães
Dé mostra as mudinhas que cultiva para vender aos produtores
NOSSO MINÉRIO
Sobre duas rodas O homem vem se equilibrando sobre duas rodas há quase duzentos anos, mas a bicicleta como conhecemos só surgiu em 1885 quando ela ganhou pneus com câmaras de ar. A primeira versão foi construída na Alemanha pouco mais de 70 anos antes. Sem pedais e feita de madeira, era preciso impulsionar o veículo com os pés. Em 1860, um francês colocou pedais nas rodas dianteiras e montou a primeira fábrica de bicicletas do mundo. Na década seguinte os “ciclistas” foram verdadeiros equilibristas. Toda de metal, a roda da frente ficou enorme e passou a ser feita de borracha maciça e não mais de metal. A partir de 1900, a magrela ganhou freios e marchas e continuou rodando pelo mundo. E com ela o minério de ferro, base para a fabricação de partes importantes desse meio de transporte.
Samuel Marcelino
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EDUCAÇÃO
Educação ambiental rende boas jogadas Estudantes de escolas públicas estão aprendendo educação ambiental enquanto brincam. O jogo de tabuleiro “Aventura Ambiental” passou por 12 escolas de Minas Gerais e Rio de Janeiro, situadas em cidades abrangidas pelo Projeto Minas-Rio, reunindo quase 500 participantes. Veja como foi a primeira rodada! Em 2013, escolas integrantes do Programa de Educação Ambiental participaram de Workshops Ambientais. Nas aulas, os professores aprenderam novas formas de falar sobre meio ambiente para seus alunos.
Ilustração inspirada no tabuleiro “Aventura Ambiental”, criado pela Educaminas.
Vale mais rodadas: o jogo também foi utilizado com turmas da Educação de Jovens e Adultos (EJA).
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Resíduos, água, desmatamento, biodiversidade e queimadas são temas que precisam estar na ponta da língua para continuar no jogo. Eles foram escolhidos após estudo que identificou os problemas ambientais em cada região.
O jogo pode ser usado para ensinar biologia, geografia, português, física e até mesmo matemática. Ao andar pelas casas, os alunos praticam, por exemplo, a soma e subtração. “Os temas do jogo estão sendo estudados pelos alunos em geografia. Durante as aulas eles lembram da brincadeira. Meus alunos também fizeram uma produção de texto, contando como foi o jogo”, Maria Gorete de Faria, professora da Escola Municipal Antônio Andrade (Nova Era, MG).
Depois de assistir às palestras, os professores criaram oficinas para tratar de educação ambiental. As ideias foram reunidas no livro “Brincando e Aprendendo com a Educação Ambiental”.
Alunos assistiram à palestra sobre meio ambiente, que os preparou para os temas do jogo e explicou as regras da brincadeira.
Avance uma casa! Uma oficina do livro foi adaptada e levada para as escolas em 2014. Um tabuleiro gigante, de 2,5 x 3 metros, foi criado para o jogo.
Uma equipe de profissionais da Anglo American e da consultoria Educaminas percorreu as escolas, auxiliando os professores a conduzir o jogo.
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Você está com sorte! A brincadeira em equipe é uma forma de reforçar a disciplina, o respeito aos colegas e às regras. As crianças também aprendem a lidar com vitórias e derrotas.
“Os alunos podem aprender fora da sala de aula diante de tablets, celulares, televisão. O jogo é um complemento. A gente tem que estar preparada para deixar as aulas mais dinâmicas”, Rosemary Gandra, diretora da Escola Municipal Santa Rita de Cássia (Campos dos Goytacazes, RJ).
Usar os jogos em sala de aula é uma forma de respeitar a maneira como as crianças aprendem. Além de ser prazerosa, a aprendizagem pode ser mais significativa e produtiva.
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Minas Gerais
2014
CONQUISTAMOS UM PRÊMIO COM O NOSSO MAIOR DIFERENCIAL:
AS PESSOAS. A Anglo American foi eleita a 5ª melhor empresa para trabalhar em Minas Gerais. Um prêmio concedido pelo Instituto Great Place to Work à Unidade de Negócio Minério de Ferro Brasil, resultado da pesquisa de clima realizada com os nossos empregados no fim de 2013. No ano em que vamos entregar o nosso Projeto Minas-Rio, ficamos orgulhosos em compartilhar esse resultado. A Anglo American é uma empresa feita por pessoas e elas são o que temos de melhor, afinal, somos muito mais fortes quando valorizamos quem faz parte das nossas conquistas.