Lautriv Mitelob - BV011

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Direção e Redação: Evaldo Brasil e Rau Ferreira Contato: kaquim@gmail.com Conteúdo: De blogs, sites; e inédito.

Boletim Virtual

lautriv.mitelob “Magazine Cultural de Esperança”

O Matuto P06

“doutô”

e o

A J Manoel Rodrigues de Oliveira, Vitória, Zezito do PT... leia no:

1º judeu em

Esperança P07 O mundo e suas voltas As abelhas de

Frei Damião

P03

Está na net e o BV apoia:

Há Braços, nossa música de graça P05

Ana Débora Mascarenhas

D’O Diabo Alagoano ao do Desespero P04 “O Diabo Alagoano” é 1. Satanás achando pouco, LITERATURA DE um poema que tem 2. Lambuzou merda de porco autor desconhecido (ou ledro ordel 3. Chega escorreu o caldo E D A R U TA R E T I L não assumido). 4. E ao soltá‐lo no mundo Mimeografado, foi 5. Ba zou o vagabundo distribuído a partir de 6. Como esse tal de Evaldo. Recife/PE durante a campanha presidencial de 89, conforme recolhido Tempos depois, em substituição aos por Mário Souto Maior e se espalhou versos da última estrofe: Brasil a dentro. Depois de ironizar 3. Aplicando seu esmero Collor de Melo, ironizaria Fernando 4. E ao soltá‐lo no mundo Henrique, adaptado para “O Diabo 5. Ba zou o vagabundo Paulistano”. 6. Esse tal de desespero. Desencanado do papel eleitoreiro, durante nossa passagem pela UFCG, E em acréscimo: Mas o professor Jesus nas Quintas Poéticas e calouradas, me Que orienta em sua luz apresentava adaptando a última estrofe e dando um caráter de humor, quando Dita o ritmo da dança esquecia uma fala ou achava que devia E ao passar pelo mundo terminar dizia: Ensinou o bem profundo Olha, sei que confusão foi tão grande Fé, Amor e Esperança que até perdi a rima, mas... (E. Brasil) LEIA TAMBÉM:

C

http://frasesabertas-frases.blogspot.com.br P08 Karl Marx Valen m

Esperança/PB Dedicado especialmente à arte, à cultura e à história da nossa gente. Nº 011 ‐ 15 de Outubro de 2013

P02

Bicho-de-pé

P04

Um Causo de Platonice Esperançosa P08

A

De como o Lobisomem menina revelou seu amor P09


LITERATURA DE

“Magazine Cultural de Esperança” A primeira vez que usamos o termo composto “de-vez-emquandário” foi quando a dupla Evaldo Brasil e Mércio Araújo publicarou uma edição de “Axibata”, lembrando do ainda por fazer nas comemorações do centenário de Silvino Olavo. Ficamos naquela edição. A periodicidade das publicações são um dilema à parte nas nossas escolhas. Em plena crise de modelos, jornais diários, revistas semanais, os hebdomadários, quinzenários e mensários recebem, da nossa relação entre prazer e dor do fazer esse BV ou aquele registro, uma dedicação que, se não bem administrada, pode nos levar a caminhos não desejados. A princípio, para matar a saudade do Novo Tempo e das publicações posteriores, ultrapassamos a décima edição sem obrigações formais, legais ou econômico-financeiras. Mas, nos vemos compulsivamente querendo fazer e, pior, que outros se dediquem aos seus fazeres associados a este, no mesmo ritmo. Ledo engano, como o fora na construção dos blogs e vivências dos Marquinhos Celestino, Evaldo Brasil, Edson Fernandes e Rau Ferreira, para citarmos os mais próximos. Embora o feedback seja alimento comum. Karl Marx, João de Patrício, Ana Débora Mascarenhas, ainda citando os mais próximos, são exemplos de, saindo do estrangeirismo, retroalimentação. Ora pois, cada um no seu tempo, ritmo, condição. Assim, para conter a impulsividade e, amarrar sem que doa a coluna, esse “Magazine Cultural de Esperança” se coloca a partir desta edição como Mensal, ou, num segundo conceito, Mensário, para que se prepare como alimento e que se coma à mesa. Servido?! Por fim, deixamos a epígrafe do cordel “Prece aos Encarcerados”:

CORDEL 49-0

Um Causo de Platonice Esperançosa

E D A R U TA R E T I L

(Desalento de uma Estrela atenta ao Sol)

I Foi em dois mil e três Fazendo amigos na UFCG Um pedido de Aline Estrela Me estimulou a conceber: O poema que se segue Emoção que não se negue Ao desejo e bem querer. II O Sol já estava nascendo Ela se apagava aos poucos A noite que ia morrendo Dava adeus a tantos loucos. Uma Estrela emocionada Solitária e apaixonada No vazio do chapéu-coco.

“Rogo pelos encarcerados, entre paredes e grades, e presos às ideias e limitações que a vida vem nos impondo. Peço ao criador que nos permita compreender e aprender com a situação em que nos encontramos, sem revolta; sem deixar de crescer com as oportunidades nos oferecidas; para, en im, nos aprimorarmos na caminhada evolutiva do espírito.” (De 2007, publicado: 2011; recém-disponibilizado em e-book)

ledroCordel

III O Sol já estava morrendo Ela se acendia aos poucos A noite que ia nascendo Dava voz a tantos roucos. A Estrelinha apaixonada Ao Sol via, emocionada. – Nunca vi amor tão louco. IV Nascendo lá vem o Sol Ela se apavora afoita – Ah louca! – se vê tão só Dava tchau atrás da moita. Sua luz não tinha nada Diante dele mergulhada Na claridão que lhe açoita.

VI Estrelinha desprezada Nem recebe “moralzinha” Diz: – não posso fazer nada, Deus me dê uma mãozinha. Mas afirmo, com efeito, O amo de qualquer jeito. Triste sina essa minha. VII Quatro anos depois Nunca mais tive notícia Se o caso foi resolvido Pelo padre ou na polícia. Em cordel quarenta e nove A lembrança me comove E eu registro por justiça. Extra Esta estrofe explicativa Brada aos ventos do saber Reescritura atualizante Aludindo ao meu fazer Só para ser equilibrado, Imposto como um arado Lavrando vida ao escrever.

V Renasce a noite nublada A Estrela sequer se via Via a luz do Sol – bem nada! (291207) Original de 2003 Que já em tudo lhe servia. Suas vistas se arregalaram Diante dele se quedaram – Que tremenda platonia. Evaldo Brasil, Jornalista


O mundo e suas voltas

As abelhas de Frei Damião

H

Ana Débora Mascarenhas L , deste mês: Crazy; Insustentabilidade; Ah, Joana! O toque feminino; e muito mais!

oje recebi o bole m virtual dos meninos sabidos Evaldo Brasil e Rau Ferreira por e‐ mail. Em uma página, o Rau faz um relato da visita do Frei à Esperança, lá pelos idos de 1900 e lá vai cocada. Ah, Rau, me lembrei de algo interessante sobre o Frei. Naquela época surgiu uma conversa a respeito de umas abelhinhas que curavam todos os males, do corpo, da alma e da mente. Me lembro que eram umas coisinhas que mais pareciam dentes molares amarelados. Elas eram colocadas em vidros destampados, e lá se adicionava raspas de rapadura para alimentá‐las. Elas cresciam em velocidade exponencial. Numa dada ocasião, minha mãe recebeu um exemplar, logo, tratou de lhes agraciar com raspas de rapadura. Elas exalavam um cheiro

forte de álcool. Com o tempo ninguém mais ouviu falar das tais abelhinhas milagrosas. Quando ingressei no curso de Agronomia toquei nesse assunto com o professor Mauro, de histologia e citologia. Lembro‐me que relatou que também ouvira falar, mas essas tais abelhinhas sumiram. Elas apresentam na v e r d a d e , caracterís cas de fungos, e convertem o açúcar em álcool por meio da fermentação, resultante da r e s p i r a ç ã o anaeróbica. Se esses fungos ou abelhas curavam, até hoje não sei. E, nas voltas que o mundo dá, muitos são os mistérios que envolvem a fé, os humanos e as criaturas viventes desse plano. Se souber de alguém que tenha se curado com as milagrosas abelhas me conte. Tenho curiosidade disso.

http://deboramascarenhas.blogspot.com.br/2013/09/as-abelhas-de-frei-damiao.html

Um comentário Minha amiga Débora, agora que encontrei as suas “abelhinhas” mágicas ‐ que foram parar numa caixa de e‐mail ao invés de vidro ‐ dou no cias da sua crônica. Não lembro desse poder miraculoso que nham, mas Esperança é terra de coisa estranha mesmo. Há lobisomens, porcas e noivas em véu que assombram as ruas; também existem lendas e mistérios ainda não desvendados, como aqueles que estão nas paredes da gruta do Urubu, no Britador. Enfim, Dias Gomes ou Jorge Amado se vivos fossem, teriam bastante material para criar as suas novelas, sem falar da novela da polí ca local, que ainda hoje rende. E nas voltas que o mundo dá, compreendemos que a fé é na verdade o principal ingrediente para qualquer cura, e se pode remover montanhas, quanto mais as abelhas. Um forte abraço, es mando‐a, ao passo de elogiar a sua escrita tão agradável, despeço‐me agradecendo; e agradeço me despedindo. Atenciosamente, Rau Ferreira, BlogHE


LITERATURA DE

Bicho-de-pé Bicho-de-pé é beneficente Deixa descalço a gente Até o mais fino presidente Pois quer viver aparente.

Bicho-de-pé é somente Digo assim timidamente Que é impiamente Surge assim subitamente.

Bicho-de-pé é abstinente Não toca em aguardente Por assim adjacente E quer que o alimente.

Bicho-de-pé, minha gente, É como comer sem dente Careca passar o pente Cego, encontrar batente.

Bicho-de-pé é repetente Seu viver é arduamente Dói assiduamente Inda quer que lhe aguente.

Bicho-de-pé é diferente Queima o seu ardente Lateja inté a mente O suor é frio e quente.

Bicho-de-pé é bivalente É cunhado-parente É o liseu premente Do pobre unicamente.

Bicho-de-pé é reluzente É coisa inteligente! Pru mais que você assente Ele se mostra indecente.

Quem tem um Bicho-de-pé Trate-o como quiser O meu se chama Cazé Meu querido Bicho-de-pé.

O DIABO ALAGOANO: O DIABO PAULISTANO... Estando desocupado O grão‐duque Satanás Teve uma idéia nociva Horripilante e mordaz: Colocou para ferver Vinte pipas de aguardente Dez mil cobras venenosas E um diabo demente Sublimado corrosivo Sulfato de estricnina O couro de dez hienas Dez quilos de cocaína Rabugem de dez raposas Ape te de urubu O despeito de Caim Vinte couros de mbu

(Adaptação) Satanás achando pouco Lambuzou merda de porco Aplicando seu esmero E ao solta‐lo no mundo Ba zou o vagabundo Esse tal de desespero.

O Diabo do Desespero Tudo isso colocado Numa caldeira a ferver Tomou forma de gente Como o Diabo quis fazer Satanás achando pouco Lambuzou merda de porco Como se fosse caramelo (Como se vesse fé) E ao soltá‐lo no mundo Ba zou o vagabundo Fernando Collor de Melo (O tal do bicho‐de‐pé)

(Acréscimo) Mas o professor Jesus Que orienta em sua luz Dita o ritmo da dança E ao passar pelo mundo Ensinou o bem profundo Fé, Amor e Esperança.

Evaldo Brasil

Bicho-de-pé vem de repente Você nem quase sente Quando óia tá discrente Pelanca o dedo da frente.

E D A R U TA R E T I L

Rau Ferreira

Bicho-de-pé, dá na gente. É um tipo inconveniente Feito político amanuense Menino buchudo, carente.

ledroCordel


“SIMETRIA. 2013. RDUARTE”

P E B ‐ Durante e Conferência Estadual de Promoção da Igualdade Racial, João Pessoa/PB, 22 a 24/08, ve a oportunidade de conhecer o Mama Jazz, de Guilherme Semmedo. Quando a vocalista interpretou a canção abaixo, empolgado, queria CD, saber de quem era... do meu lado dançava Adeildo Vieira. Foi quando me indicaram o blog acima. Conheça e faça download de material de mais de 150 paraibanos. É gratuito, é da nossa terra, da nossa gente; e para ouvir esse reggae, o link à esquerda.

(Adeildo Vieira)

Há Braços

Link: http://www.vagalume.com.br/adeildo-vieira/ha-bracos.html#ixzz2goL1aWYG

http://www.musicadaparaiba.blogspot.com.br

Abro os braços E no largo deste espaço Medido de uma mão à outra mão Cabe mais do que uma braça de desejos Se no varal do abraço estendo o coração! Meu abraço são meus olhos instalados entre os dedos Procurando outra visão Por isso é que eu posso enxergar A esperança do meu filho E ainda o brilho ingênuo no olhar das crianças do Japão E ainda posso até abraçar a Cordilheira do Himalaia Se na solidão das montanhas alguém estender a mão Para um abraço grande assim Eu abro os braços prá você E você abre os braços para mim

Caro Rau, este desenho que se in tula “SIMETRIA. 2013. RDUARTE” foi realizado, a um só tempo, com as duas mãos. . . Interessante observar o surgimento da figura central, que rouba a cena. Há uma carga de ero smo, porém não considero este o tema principal. Por outro lado, como em todo desenho intui vo, realizado mui rapidamente, há sempre a impressão de uma certa mediunidade por parte de quem o faz. Abraço. Ricardo Duarte


Crônica Polí ca: Zé João Por Rau Ferreira

O

matuto roceiro tem certa desconfiança de “doutô”. Na verdade, entre essas duas profissões, há um ranço an go de quem leva a melhor. Cada um no seu fazer, acha que o outro trabalha menos e leva uma vida melhor ou põe‐se gabando de sua força de trabalho. A c r ô n i c a a s e g u i r, lembrada por Zé Cavalcan , aconteceu no município de Esperança. Nestas paragens havia um produtor rural abastardo chamado Zé João que na época das campanhas polí cas era muito procurado pelos candidatos, tal qual ainda hoje acontece nas grandes famílias de agricultores. Conta‐se que Ruy Carneiro foi até a fazenda de Zé João chegando ali através de um cabo eleitoral. Chegando na propriedade foi recebido com muita festa, todos

O Matuto

“doutô”

e o

queiram apertar a mão do Senador, prestar‐lhes os cumprimentos. Observando o polí co o mói de gente e sem ter muito assunto pra puxar, perguntou ao fazendeiro quantos filhos nha: ‐ Tenho treze – respondeu

Zé – doze home e uma muié. ‐ E tem algum formado? ‐ perguntou o Senador. ‐ O sinhô tá perguntando se tem algum doutô? Antes que o polí co p u d e s s e re s p o n d e r, Zé J o ã o apontou para um cachorro que dormia num canto de parede, e disse: ‐ Quem sabe porque não tenho nenhum filho doutô, é esse cachorro velho! Como assim “esse c a c h o r r o ”, p e r g u n t a v a ‐ s e o candidato. ‐ Sim, esse cachorro – respondeu o agricultor – que ele já veve rouco de acuá os doutô que ve m m e Tu m a d i n h e i ro imprestado... Com essas palavras caíram na risada, pois o momento era de descontração. Entre a matutagem,

MATÉRIAS DE

apaCapa E D S A I R É TA M

corriam uns versos que se não me falhe a memória era mais ou menos assim:

Cachorro bom é pedrigueiro Bicho preguiçoso é doutô Um sente da caça o cheiro O outro, da caça o dinheiro. Fogos subiam fazendo um grande estrondo. A gurizada corria no terreiro. Os homens bebiam cachaça, davam gargalhadas e esqueciam a dura labuta no campo. Depois de uma rada dessas, que mais queria saber de doutô? Ruy Carneiro foi interventor na Parahyba (1940‐ 1945), e Senador por esse Estado durante 26 anos. Em suas disputas gostava de u lizar o mote: “Forte é o povo”, razão pela qual as suas campanhas eram bastante populares.

Ruy Carneiro, Senador, em: http://clemildo-brunet.blogspot.com.br/2011/09/da-cancao-para-o-livro-saga-da-cabocla.html Referência:

‐ CAVALCANTI, José. A all. Seu Zé da Paraíba: um livro de humor baseado na vida e na obra de José Cavalcan . Editora Ahimsa: 1986. ‐ CARNEIRO, Rui. Alice Carneiro. Imagem da Mulher Paraibana a Serviço das Grandes Causas Sociais. Senado Federal. Brasília: 1977.


Por Jailson Andrade (*) (*) http://www.esperancadeouro.com/), reprodução: Post de 25/09/2013.

A

R

,

O primeiro judeu em Esperança

M

uitos brasileiros do Nordeste são de origem judia e nem desconfiam disso. Expulsos de Portugal, perseguidos pela Igreja Católica, acusados de heresias, muitos judeus se instalaram no Nordeste brasileiro.

Atraídos pela prosperidade, os navios fretados por judeus chegavam aos nossos portos quase que mensalmente. Uma vez aqui, muitos prosperaram, sobretudo no comércio. Em 1910, foi o caso do judeu André Rodrigues de Oliveira. Nasceu em 10 de dezembro de 1852 e faleceu aos 87 anos no dia 10 de agosto de 1939. Chegando à Paraíba, conheceu Maria Cecília (do Amor Divino), da cidade de Alagoa de Roça. Casou com ela e construiu a Vila Maria Cecília (fotos). Construiu uma família, os filhos foram Severina, Antônia, Digna, Cícera, Rosalina, Neném e Inácio Rodrigues.

Inácio (tio de José Rodrigues de Farias Filho, Zezito do PT) morreu em 04 de setembro de 1958, e foi responsável por construir o primeiro cinema de Esperança, sendo também o primeiro delegado. Era um alto comerciante, casado com a mãe de Vitória Régia. André Rodrigues teve outro irmão conhecido como Tomas Rodrigues, pai do primeiro prefeito de Esperança que teve outros irmãos: Noêmia, Will Rodrigues (sargento da aeronáutica) e Nilton. Dizem que o cangaceiro Antônio Silvino quando passava pela Cidade de Esperança se hospedava na Vila Maria Cecília até o prefeito Manuel Rodrigues a r r e c a d a r dinheiro no comércio local.


INÉDITO

Terra mudada, Esperança

A menina que conheci, se perdeu no que dizia, quando a fiz perceber, a luz que nela havia. A menina que conheci, faz me sen r , algo tão triste e feliz, quando vi‐me a men r. Eu não me conhecia, antes da menina que conheci, nada sen a, antes da menina que conheci, o leão sem a felina, tal eu sem a menina, foi como fiquei ali, sem a menina que conheci.

A menina, de Thálles Raphael

A menina que conheci, eu já a conhecia, bem antes de ser um ser, já me era fantasia.

ameoPoema OT I D É N I

Um dia um Cysne cantô Seu canto ecuô na istrada Foi s'imbora, se feiz dotô Foi no Rii, em noite inluarada, A poesia nova apresentô E se viu Esperança acramada; E se foi o tempo avoadô .

Promessa de mã e realizô Liberdade, letras, tranca iada No Juliano dos doido s'internô Por vinte ano, ideia crasurada Até que seu Vardemá salvô ... Trove de vorta a sua morada Pois ningué m mais s'alembrô !

Ai quem me dera uma frô Com'a que nele foi con iada Sangrano assim o seu amô De beleza rara, vaticinada Que um dia nele causô : A Badiva, mulé endeusada Que pra Passá rgada vortô .

Mas inda resta guage nada Passô logo, só lembrança Terra mudada, Esperança, Os lyrio, á gua passada.

Sem sombra, luz apagada; Daqueles dia, ignorança Terra mudada, Esperança, Os lyrio, á gua passada.

Dissabô de uma marvada Opulê nça interiô de criança Terra mudada, Esperança, Os lyrio, á gua passada.

Um dia assombraçã o passô Era assim sombra alumiada Re letino tudo: do seu Amô Da Beleza, das caminhada; Na cordialidade ele se casô ... Mas triste sina era chegada A morte sua minina carregô ...

Um novo ciclo se passô Reditaro a obra inacabada E no im de tudo que restô A ele sobrô quage nada Muitos amigos se afastô Essa foi sua triste balada: Um poeta que s'assombrô .

Alguns ciclo vital realizô Uma e ô utra rapaziada Lembrano o vate que brilhô Grito que essa terra brada Escrito que algué m publicô ... Passa o tempo, passarada; Nã o sei, a luz já se apagô !

Mas liderança assassinada O quengo pende na balança Terra mudada, Esperança, Os lyrio, á gua passada.

Feiz de si mermo jornada Derna os tempo de infâ nça Terra mudada, Esperança, Os lyrio, á gua passada.

Devo dizê : –Ah! amada! Ela nã o sai da lembrança: Terra mudada, Esperança, Os lyrio, á guas passadas!

Por Silvino Ferrabrás, dedicado ao xará Silvino Olavo Visite e faça bom uso: musicadaparaiba.blogspot.com.br


Boletim Virtual

BV011

lautriv.mitelob

Por Evaldo Brasil, em 28/12/07; publicado em dezembro de 2010.

De como o Lobisomem revelou seu amor

m l 49-12 some obio L r o mo am De ceolou seu v re Corde

P09 (No coito da Porca Libidinosa com o Homem-nu)

I Acordei da minha condição humana E a noite ficou clara como um dia. Senti o cheiro de uma loucura insana, Estranho encontro, verdadeira orgia. Quando a lua-cheia se fez sol pra mim, Entre ores pisadas, eu, no seu jardim, Sondei pela janela, era você, quem via.

III Cruzei a cidade em plena escuridão Pelo beco do padre, eu perseguia, Sem sinal da cruz, sem temer punição, Sentido ampliado: o instinto, meu guia. Na libidinosa ninfeta, te via meu anjo, No desnudo, eu encarnava um arcanjo, Ao lembrar, assim, quando você sorria.

V Enquanto eu, nu em pelos, sem roupas, Ela se desnudara das suas tantas capas. Enquanto eu ardia, monstruoso, às soltas, Eles bailavam entre gozos, panos e napas. Enquanto você gemia, sonhava, acordava, Em si dedilhava, tremia; e insone desejava, Meu corpo inteiro, as mordidas e os tapas.

II Enquanto a Porca se transformava E o Homem-nu em branco reluzia Outros casais também fornicavam Tantos em sono; outros em agonia. Eu farejava um forte cheiro de sexo Num aparente encontro sem nexo Eu e você, neles dois – eu veria.

IV Saí das imediações da velha Matança Nas margens do velho açude cheguei Vi o casal numa indescritível dança Algo que, sequer em sonho, imaginei. Via você, via a mim mesmo Narciso, Moldando esse inferno em paraíso, Desolado relembro o que testemunhei.

VI Uivei voraz, sem causar-lhes espanto, Eles dois se faziam um só, nem aí, Eu me acalmei diante daquele encanto Meus pelos, ao nascer do sol, os perdi. Vi que eles curariam meu corpo suado Que eles nadariam no Banabuyê gelado Iara e Boto-cor-de-rosa, casal a sumir.

da sa coito (No Libidino u) -n a Porc Homem o m o c

Cordel 49-12 Nesses versos o eu lírico, em primeira pessoa, se faz personagem principal e narrador. Os personagens que povoam a imaginação dos mais velhos moradores de Esperança, aqui se encontram, enquanto a sexualidade é tratada de modo heterodoxo, tendo como cenário coisas da cidade e o Açude Velho Banabuyê.

VII Como se afogamento tivesse sofrido Lá ficara inerte meu corpo molhado Deitado na pedra, regelado, despido, Sem uma ferida, apenas minguado. Eu estava perdido em tua articulação (Um esquelético ogro em dilapidação) Pudica diabra que me fez derrotado.


N

Especial

esse mês tão cheio de festas, não devemos nos esquecer da Mãe Padroeira ‐ N. S. Aparecida ‐ que surgiu de cor, e nas cores de um Brasil africano, ca vou uma nação. Nas águas do rio, descoberta por pescadores, abençoa no ba smo fluvial o gigante adormecido; esse cara que tardamente acorda para as questões sociais depois de um cochilo de 500 anos, querendo mudança e notadamente destacando‐ se entre os cinco maiores países, no grande eixo que tem Brasil‐China como emergentes. É também o mensário da criança, o n d e s e r e n o va m t o d a s a s n o s s a s esperanças de dias mais venturosos, e ser mís co pois quem quiser ganhar o reino dos céus, precisa nascer de novo, e viver uma infância lúdica de responsabilidade pessoal. Ainda nesse mês se comemora o dia do professor ‐ ou sofressor, como diriam alguns ‐ profissão tão bela e tão árdua hoje em dia, daqueles que enfrentam dificuldades mil para seguir a sua vocação. O cio que nos ensina muito mais do que as disciplinas obrigatórias, mas que conferem caráter, hones dade e valor pelo trabalho aos nossos jovens. E aqui abro um parêntese para transcrever uma mensagem da minha filha a sua professora Evanessa, na sua espontaneidade: “Tia, quando nós lemos um livro, nos pegamos na

Leia também: Crianças e do que elas gostam, por Vanessa Figueiredo, em: h p://vanessinhafigueiredo.com/tag/semana‐mundial‐de‐brincar/ Foto: Google Image

imaginação e imaginamos você dentro do nosso coração” (Hauane). Outubro também é mês do servidor público. Aquele que serve ao público, que se doa e se empenha para prestar sempre um bom serviço, dentro das suas limitações e restrições do próprio poder público. Quem é servidor sabe do que estou falando, da abnegação pelo trabalho, e do fazer além do exigido para que o administrado possa ser atendido com presteza e sa sfação, cumprindo assim os princípios da moralidade administra va, independente de sua carreira. Por fim, e já nos finalmentes, vem o 31 do mês com assombros, sustos, doces e travessuras. Importado dos EUA, o “halloween” não é muito comemorado no Brasil. Por aqui preferimos o Dia de São Cosme e Damião. Também há doces e balas, mas sem nenhuma travessura; em algumas ruas, a tradição permanece viva através daquelas pessoas que fizeram votos para os gêmeos santos. Nesta “Ó menage”, ficam os nossos parabéns para Mãe Aparecida, as crianças, os professores e ao servidor público.

“Ó Menage”

Por Rau Ferreira Servidor Público: Em h p://www.elo7.com.br/boneco‐profissoes‐servidor‐publico/dp/30F475

Nossa Senhora Aparecida Em h p://deficientealerta.blogspot.com.br/2010/10/12‐de‐12‐de‐outubro‐dia‐de‐nossa.html


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