Lautriv Mitelob - BV029

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FOTO: Helton Meireles, Megafone

DIREÇÃO E REDAÇÃO: EVALDO BRASIL E RAU FERREIRA CONTATO: KAQUIM@GMAIL.COM CONTEÚDO: DE BLOGS, SITES; E INÉDITO. A serviço do Ins tuto Histórico e Geográfico de Esperança/IHGE

BANABUYE DE ESPERANÇA - PARAHYBA - BRASIL A ARTE, A CULTURA E A HISTÓRIA DA NOSSA GENTE. FUNDADO EM JUNHO DE 2013 - Nº 029 - ABR15 A serviço do Fórum Independente de Cultura/FIC

Pedro Soares canta Elomar em seus autos e de Vinícios veio Edvânia Aguiar

Sarau 2015.4: 2015.4: Aniversário Aniversário Sarau

Mais informal, impossível Sarau do FIC – Fórum Independente de Cultura de Esperança – Reunião de 1º Aniversário. Registro das Pessoas que compareceram à Praça da Cultura neste 25 de abril de 2015. (Ass). Realizamos o Sarau o mais informalmente possível. A descontração tem sido uma marca do grupo, assim comemoramos o primeiro aniversário. O encontro estava marcado para se realizar na Câmara Municipal, palco de nossas apresentações desde o ato inaugural, mas por não termos bem definidas as funções de cada um, houve o imprevisto de não solicitar aquela casa legisla va.

De toda sorte, por consenso, optou-se por celebrar na Praça da Cultura, local propício e suges vo para o viés das artes. Nesse ar fes vo, Rau Ferreira e Evaldo Brasil ves ram a camiseta alusiva ao evento, com a ilustração do “Silvino” moeda cultural proposta para servir para o escambo de bens culturais. A convite de Carlos Almeida Jerimum, Marco di Aurélio, cordelista membro da Comissão Paraibana de Folclore, compareceu ao evento trazendo a sua trupe, dentre eles: Pedro Soares e Beto Cabeça.


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Sarau do Fórum Independente de Cultura/FIC por Rau Ferreira & Evaldo Brasil

Jerimum, mas não sem antes explicar que este fora o seu primeiro em terras paraibanas, quando Rau Ferreira deu início ao sarau dando as boas aqui chegara nos anos 80, dizendo ainda o coco vindas a todos, defronte a EMEF Dom Palmeira Matança (Jatobá/Xangai). Soares emendou com (monumento histórico, marco da educação Raízes (Renato Teixeira). esperancense) pano de fundo para formação da mesa Após, Ferreira recitou o seu Debaixo da inaugural com Clêrton Moura, Marco di Aurélio, Castanhola (p.4), lembrando que ali, naquela Evaldo Brasil e Pedro Soares. praça, ele dera o seu primeiro beijo de amor, e que Após algumas palavras do co-fundador Brasil, o tulo era uma paráfrase de Debaixo do registrando a presença dos esperancenses, Almeida Di Aurélio pede Me deixa ser poesia Tamarindo (p.4), de Augusto dos Anjos, cujo foi convidado a apresentar o estreante no evento e Silas acompanha Edvânia Aguiar centenário de morte foi comemorado em 2014. Marco di Aurélio, quem, acabou se apresentando por Nisso, interveio Pedro Soares que, na condição de provocação do confrade. Aurélio apresentou Pedro engenheiro, visitou todos os engenhos do Vale do Sores, registrando a sa sfação de estar aqui. Moura Paraíba, e em especial, o Pau d'Arco, para apresentou esta s cas a despeito da cultura no nosso esclarecer que a casa apontada pelo Estado como país e valorizou a inicia va FIC, arrancando aplausos. sendo da ama de leite Guilhermina, na verdade, Como mestre do cerimonial, Ferreira chamou era a Casa Grande do Engenho, necessitando, pois ao palco Marco di Aurélio (poemas) acompanhado de uma re ficação pelas autoridades por Pedro Soares (violão) que cantou Aroeira (Geraldo Vandré). competentes. Soares então recita o soneto de Dos Anjos. Mudado o cenário, agora olhando para o coreto e a matriz, Soares Em sucessivo, Brasil disse – de Pedro para Pedro – da alegria de interpreta Elomar (Can ga de Amigo, que findaria solo para Sertão de estarmos ali naquele lugar tão suges vo, explicou o termo “boiado” Dentro, de Aurélio) e Viola Quebrada (Inezita Barroso). para o conviva, nas preliminares do dizer seu Santo Antonio se Ferreira recitou versos atribuídos à Virgolino Ferreira enganou (C49-124, p.8), tendo o hinário da Igreja Matriz como fundo (Lampião); convidou a estreando Edvânia Aguiar, que recitou musical. Saudação em 7 versos (p.4), poema dedicado ao FIC/Megafone, Ao final desta primeira parte, todos se confraternizaram com emocionando a todos. Ela ainda cantou, acompanhada de Silas Oliveira torta e refrigerante, oportunidade para conhecer melhor as pessoas e (violão) As Razões do Coração (V. Morais). trocar “figurinhas”, por assim dizer, do que cada um tem feito em prol Almeida recita Jogo de fui bó (José Lauren no) incorporando da cultura, as experiências vividas e até do preparo de aluá de abacaxi. 2


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Na segunda parte, Brasil falou do formato, bem mais informal que a primeira, em temas livres e descontraídos. Edvânia Aguiar e Silas Oliveira apresentam Loura ou Morena (V. Morais) voz e Jessyka corta a torta violão, “um foxtrote prée Clêrton historia bossa nova”, conforme Clêrton Moura conta da história da música. Seguidos de solo a dois violões pela dupla Silas e Clêrton. Alisson Barbosa disse Nordeste Independente (Bráulio Tavares/Ivanildo Vila Nova). Almeida chama Di Aurélio e Soares para voltar à cena. Soares toca trechos do Auto da Carta (Elomar), Das Terras de Benvirá (Geraldo Vandré); Di Aurélio pede poema a Soares, mas antes cita Banabuyê e recita Capeta em seu hino nordes no e dele Me deixa ser poesia. Encerrando a noite, atendendo ao pedido, Soares recita Cân co Negro (José Régio) ao lado. Nada mais havendo a registrar, exceto a data para o próximo sarau, sábado 30 de maio, lavra-se esta ata a quatro mãos.

Cântico Negro (José Régio) "Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces Estendendo-me os braços, e seguros De que seria bom que eu os ouvisse Quando me dizem: "vem por aqui!" Eu olho-os com olhos lassos, (Há, nos olhos meus, ironias e cansaços) E cruzo os braços, Pedro Soares recita José Régio E nunca vou por ali... A minha glória é esta: Eu amo o Longe e a Miragem, Criar desumanidades! Amo os abismos, as torrentes, os desertos... Não acompanhar ninguém. Ide! Tendes estradas, — Que eu vivo com o mesmo sem-vontade Tendes jardins, tendes canteiros, Com que rasguei o ventre à minha mãe Tendes pátria, tendes tetos, Não, não vou por aí! Só vou por onde E tendes regras, e tratados, e lósofos, e sábios... Me levam meus próprios passos... Eu tenho a minha Loucura ! Se ao que busco saber nenhum de vós responde Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura, Por que me repetis: "vem por aqui!"? E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios... Prero escorregar nos becos lamacentos, Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém! Redemoinhar aos ventos, Todos tiveram pai, todos tiveram mãe; Como farrapos, arrastar os pés sangrentos, Mas eu, que nunca principio nem acabo, A ir por aí... Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo. Se vim ao mundo, foi Ah, que ninguém me dê piedosas intenções, Só para desorar orestas virgens, Ninguém me peça denições! E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada! Ninguém me diga: "vem por aqui"! O mais que faço não vale nada. A minha vida é um vendaval que se soltou, Como, pois, sereis vós É uma onda que se alevantou, Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem É um átomo a mais que se animou... Para eu derrubar os meus obstáculos?... Não sei por onde vou, Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós, Não sei para onde vou E vós amais o que é fácil! Sei que não vou por aí! 3


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Sarau poético Diversos Autores

Nos meus tempos de menino, Sob este arboredo, roubei-lhe o primeiro beijo! Não foi assim um beijo tão profundo, Mas foi o beijo melhor do mundo O beijo que eu dei nela.

Debaixo do Tamarindo

Debaixo da castanhola

No tempo de meu Pai, sob estes galhos, Como uma vela fúnebre de cera, Chorei bilhões de vezes com a canseira De inexorabilíssimos trabalhos! Hoje, esta árvore, de amplos agasalhos, Guarda, como uma caixa derradeira, O passado da Flora Brasileira E a paleontologia dos Carvalhos! Quando pararem todos os relógios De minha vida e a voz dos necrológios Gritar nos noticiários que eu morri,

E os pardais (assim agitados) Sobrevoavam a pracinha formando dois arcos, Dois círculos concêntricos... Prá dizer que era minha Quem estava nos meus braços.

Depois o tempo passou A menina em mulher se tornou Voltando à pátria da homogeneidade, E dessa terra foi embora; Abraçada com a própria Eternidade A praça, alguém reformou... A minha sombra há de car aqui! Tudo então se acabou, inclusive a castanhola.

(Augusto dos Anjos) 4

E ela inocente se escondeu Foi sim, um beijo de novela Eu e ela - o beijo - ela e eu, Com tudo o que no amor rola Num instante aconteceu... Debaixo daquela castanhola!

Rau Ferreira

Saudação em 7 versos Queridos amigos poetas Escritor, musico, artista! Eu sou de Campina Grande E vim fazer uma visita Ao FIC de Esperança Onde o povo não se cansa De ser culto e otimista. O FIC e o Megafone Militantes da cultura Veste agora uma armadura Para a batalha travar Contra a ignorância, A apatia e a arrogância Que querem o mundo tomar.

A gente que é artista Tem a missão de espalhar A sua maior riqueza. Curtir e compartilhar A arte na sua pureza E cantar sua grandeza Seja na terra ou no mar.

O FIC, que que claro, É um Fórum Independente Mas que chama toda a gente Vale a pena ressaltar É uma ação importante Para o povo militante À cultura resgatar.

Parabenizo Esperança Onde a cultura tem vez E o povo mesmo fez A arte enm circular Nesse evento tão bonito E acima de tudo, rico Em cultura popular.

Edvânia Aguiar, Megafone Soluções Culturais


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por Carlos Almeida*

Ao contrário do que muitos pensam...

Diga ao povo que FIC

http://muitospensamaocontrario.blogspot.com.br

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aminhando a esmo pelas ruas de Campina Grande, um encontro. Diante de mim, parado, estupefato está Mané Cabelim. Digo, a quem não sabe, que este “desinfeliz” é cria do grande Jessier Quirino. Ainda não entendi como um cabra do quilate de Jessier se ocupa em dar vida a um sujeito tão descabido e inescrupuloso. Eu mal acabara de contatar meu amigo Marco Di Aurélio e o mundo todo já era informado do causo: ― É, eu tô sabendo que aquele baibudo tá indo poe zar em Esperança. Mai parece Ontôi Conselhero. Dizem que o Sarau de lá tá até aniversariando, né? ―, assim iniciava o diálogo aquele mal-acabado. Então pergunto de onde viera tal informação e ele já atalha na resposta: ― Oxi! O povo todo tá comentando. Dizem inté que ele vem com a mulé e um sujei m me do a compositô e tocadô de viola, um tá de Pedim! Ali eu vi que a conversa tomara rumo tortuoso. A mulher a quem Mané fazia referência é Roseli, um dos mais dóceis seres

Eu, declamando, entre Pedro Soares e Marco Di Aurélio

humanos que já conheci. Pedim, por sua vez, é um es mado amigo daquele casal. Engenheiro, poeta e compositor esmerado. Eu não deveria dar margem para que aquela conversa se estendesse, mas tratando-se de Mané Cabelim, fiquei no “mato sem cachorros”. ― Eu num sei que graça tem esse negócio de Sarau. Um magote de gente sem tê o que fazê faz ajuntamento de outro magote pra jogar conversa fora ―, dizia Mané, já com ins nto de provocação. ― Um homi tão defamado, bancáro apusentado do Banco do Brasí, se passá prum negóço desse, rapai. E ainda bota a pobe da mulé pra tá arriba e abaxo nesse negóço de fulerage da cultura ―. Pensei em encerrar a conversa, mas deixei fluir pra ver onde ia dar. ― Um cabra se passá pra tá em mei de fêra, tocando zabumba e dizendo velso, cuma faz aquele Marcoz e os cupicha dele, num deve de tá variando bem do juízo não, visse. Arreda de perto dele enquanto é tempo, senão tu vai ficá disleriado do jei m dele ―, cutucou-me Mané. Quando vi o rumo que tomara aquela prosa ve um lampejo de felicidade ao perguntar algo do total desagrado de Mané Cabelim: ― Tu tens visto Jessier, Mané? ―, então percebi sua inquietação: ― Homi, eu tenho pressa. Vamo mudar de assunto! ―, e lá se foi Mané. Em seguida encontrei-me com Marco, Roseli, Pedro Soares e seguimos à Esperança ao encontro de Evaldo Brasil, Rau Ferreira e os meninos sabidos do Megafone Soluções Culturais. Nosso sarau não mais enga nha, já está de pé, fez um ano! Quis o des no que um lapso ocorresse para que a festa se desse na Praça da Cultura, espaço des nado a eventos afins. Parabéns a todos que fizeram e fazem o Sarau-FIC Esperança. Quando o assunto é poesia diga ao povo que FIC.

*Acadêmico de Filosofia, servidor público municipal, performer. Seu trabalho pode ser encontrado no endereço à esquerda. 5


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História Esperancense

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Pau d'Arco, pau d'Eu

orria uma várzea a se dar no canavial; vasto, cheirando a estrumagem, com suas folhas orvalhadas verdes rotulando ao vento. A salsugem, a terra vermelha e a passarada figuravam naquele terreno próximo ao

Pilar.

A Casa-grande era ampla com muitos quartos, sala-de-estar e cozinha. Ao lado uma senzala onde os negros faziam dormida. Atrás uma lagoa – que se dizia encantada – um pé de tamarindo e uma pequena vivenda onde morava a tal Guilhermina (esta morada, segundo o engenheiro Pedro Gomes informou no Sarau 2015.4, já fora demolida). Não bem ao longe está a Capela São Francisco. Nesse complexo o terreiro, onde um menino esquálido se abraçava feliz àquela árvore da serra, viveu o poeta de uma obra somente. Era a propriedade do Dr. Alexandre, homem letrado que vendo decair a safra de cana confia todo o seu saber ao filho, abstraindo o gosto pela terra benfazeja. Melhor assim que ouvir os bramidos do “louco da mata”, o o agonizante de quem lhe falara; e pouco tempo depois, a sede da fazenda estendia em sua ante-sala o corpo inerte e contempla vo do genitor. Perdera do açúcar o gosto, e afundava-se em dívidas. O pobre engenho agora exibe apenas os paus d'arcos roxos de outubro e amarelos de novembro. Sinhá Mocinha vira o pequeno par r para o Recife. Já bacharel feito, retorna à Parahyba onde as promessas não foram bem sucedidas. Afugentado, aporta em Minas para lecionar. E lecionando vai, para o EU do nunca mais!

O menino do Pau d'Arco

http://www.historiaesperancense.blogspot.com.br/

por Rau Ferreira*

*Bacharel em Direito, servidor da Jus ça, pesquisador e escritor. Seu trabalho pode ser encontrado no endereço à esquerda.


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Estudar e sonhar

Eu procurei o teu sorriso!

por Hauane Maria*

http://hauanepoetisa.blogspot.com.br/

Eu procurei o teu sorrizo, mas só achei teu siso. Procurei te encontrar, mas só vi teu olhar. Procurei te amar, mas só querias brincar. Procurei entender o quanto gosto de você. Procurei tudo, só que nada encontrei... Até que percebi que teu lindo sorriso Vale muito mais, pois só você me sa sfaz.

A Menina e a Madona

*A autora cursa o 5º Ano do Ensino Fundamental

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epcBrasil: iniciaiC49

(De como me vi boiando na Quadrilha dos Boiados)

Santo Antonio se enganou

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CORDEL 49-124 49-124 CORDEL

http://www.evaldobrasil.blogspot.com.br/

por Evaldo Pedro da Costa Brasil*

I No dia de Santo Antonio Uma quadrilha feliz Acontece e tudo diz Que serve feito manto: Promovendo casamento De quem vive o lamento Em silencioso pranto. II É um bem considerado Ser guerreiro pacifista Mas na falta de a tude Já me vi prejudicado. Começo agora contando De como me vi boiando Na Quadrilha dos Boiados. III A fogueira foi acesa Nas palavras de Maria Fui entrando em sintonia Fui saindo da moleza: De um castelo aprisionada Por mim seria libertada Donzela que estava presa.

V E o convite me foi feito Foi levado muito a sério Assim não nha mistério E o acordo estava aceito: Na farra do par boiado Eu seria um “pareado” Da boiada sem defeito. VI Faltou, suponho, dizerem À donzela, a tal referida Que seria a promovida Ilustração original em h p://www.penosaojoao.com.br/ Pro ajuntamento, porém, Ela então muito ocupada Perdera a chance criada Deu de ombros, desdém. IV VII Na Quadrilha dos Boiados E apesar do evento afamado Ela, brincante, já se fez Por promover casamento Mas não fora aquela vez Aos que têm devotamento Que estaria entre casados: E assim se vê encantado, Caso raro acontecido Da donzela vou lembrando Não vera o prome do Sem ela, me vi boiando Em simpa as, arrumados. Na Quadrilha dos Boiados.

*Bacharel em Comunicação, servidor público municipal, colecionador. Seu trabalho pode ser encontrado no endereço à esquerda.


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O Mundo e suas voltas por Ana Débora Mascarenhas http://asvoltasqueomundodar.blogspot.com.br/

U

Quaresma

Galeano

m dia conheci um dos livros de Galeano, fiquei apaixonada por sua escrita. Gosto mesmo quando ela fala da utopia. Para ele: "A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar". Ah, Galeano, eu também caminho, mesmo que caia algumas vezes, o bom mesmo é con nuar na jornada. Hoje (13/04/15) ele se foi pra o andar de cima, ou para aquele planeta onde se enxerga o fogo de cada pessoa, ou até mesmo encontrar a utopia que sempre se manteve distante. E nas voltas que o mundo dá, recebi a no cia meio atônita, sen como se fosse meu amigo, um amigo querido que escrevia o que eu pensava e não sabia colocar no papel. Fui tomar um café pra ver se aliviava. Pois assim com você, "minhas certezas se alimentam de dúvidas". COMENTÁRIO EVALDO BRASIL Certa vez, em janeiro de 95, creio, fiz uma oficina de Diretores e Atores, com um camarada chamado Luís Otávio Burnier... em 13 de fevereiro morreria numa cirurgia de bursite (era o que eu sabia). Sen como se um parente par sse para a pátria espiritual, tal a intensidade do curso que considerei como minha melhor experiência na área. Para dizer que te entendo, com esse comentário, fui ao google, especialmente wikipedia e "em 1995, apresentando há 10 dias o sintoma de uma dor intensa, e sendo diagnos cado com uma hérnia de disco, Luís Otávio Burnier morre, com 38 anos de hepa te B, segundo os laudos médicos". Pode? No Brasil, infelizmente, pôde e ainda pode! 9


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A preocupação com a segurança pública do município de Esperança, data da primeira administração municipal, na década de 20, quando o prefeito era Manoel Rodrigues de Oliveira. Porém, apesar de já constar no Balancete semestral da prefeitura despesas com a jus ça e segurança pública, a cadeia só chegou a exis r em nosso município, a par r da década de 40, em um a casa residencial adaptada, na Rua João Pessoa (Rua Nova, na casa da esquina, onde, ul mamente, era a loja de Carminha Calçados, e, atualmente, é um prédio novo de dois pavimentos residenciais). A cadeia pública de Esperança foi edificada nos anos 50, na Rua do Prado, hoje, Alfredo Regis, onde até hoje, existe. Nunca foi inaugurada. Esperava-se que a inauguração acontecesse, quando fosse trancafiado o primeiro criminoso. Comentavase na cidade que a primeira pessoa a ser presa, levaria uma pisa, em sinal de inauguração da cadeia. Ainda a respeito da cadeia, aquele presídio passou anos sem ter ninguém preso.

por João de Patrício* Sob tratamento de Rau Ferreira

Esse fato ocorreu justamente nos anos 50, quando Esperança nha fama de cidade calma, e, realmente, era absolutamente calma, tranquila, a ponto de dormirmos de portas abertas. Lembro-me que, quando passeávamos pelas ruas da cidade, e, ao passarmos na frente da cadeia, as grades estavam todas abertas, sem ninguém, como se es vesse abandonada pela administração pública. Durante o período do inverno, o mato crescia no interior do prédio e os proprietários de rebanhos caprinos levavam as ovelhas e bodes para pastarem durante o dia todo. Com o aumento da população e o desenvolvimento do município, cresceu a violência, chegando ao ponto que está agora. A cadeia está superlotada de jovens, lamentavelmente.

(*)João Ba sta Bastos, conhecido por “João de Patrício”, é Procurador Geral do Município de Esperança e advogado militantes desta Comarca, com especialidade em Direito Civil. Seu pai – Patrício Firmino Bastos – foi um importante empresário e a sua loja uma das mais tradicionais da cidade de Esperança.

Aspecto atual da Cadeia Pública de Esperança 10

FOTOS: www.falano cia.com.br e www.andradeno cia.com Leia mais em: h p://historiaesperancense.blogspot.com.br/2014/05/cadeia-de-esperanca.html

*Bacharel em Direito, servidor público municipal, pesquisador. Seu trabalho pode ser encontrado no endereço à direita.

http://revivendoesperancapb.blogspot.com.br/

Uma Cadeia sem presos

Revivendo Esperança/PB


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Conversando

ATIREI O PAU NO GATO http://conversando123.blogspot.com.br/

Desconstruindo as Canções Infantis “A rei o pau no gato tô,

Essa parte da funesta música, mostra um sarcasmo digno dos grandes psicopatas. O cruel meliante sente-se contrariado ao perceber que o, indefeso, ga nho, talvez fazendo uso de uma de suas sete vidas, ainda não morreu. Mais uma vez, notamos a, percep vel, gagueira.

tô”... Agressão gratuita ao pobre animal, que nada fez para merecer tal intento. O meliante, que desferiu o golpe, usando uma peça d e m a d e i ra , p o p u l a r m e n t e conhecida como pau, ainda apresenta uma gagueira explicita, como podemos conferir através da ul ma palavra, repe da, no fim da frase: tô, tô.

“Dona Chica, cá admirou-se, se do berrô, do berrô que o gato deu: Miau!”

“Mas o gato tô tô” Mais uma evidência, clara, da gagueira. “Não morreu reu, reu”

por Angelo Rock

Uma vovó simpá ca, de codinome Dona Chica, e que presenciara de maneira involuntária, a tenta va de assassinato, sente-se abismada e, deveras constrangida, com o berro do gato, ou seja, o gato sen u uma dor tão grande, que momentaneamente, teve uma grave crise de iden dade, acusando dessa forma um forte trauma psicológico, que berrou como se fora um filho nho de cabrito, indefeso. No entanto, em meio ao turbilhão de emoções, a que passava o pobre animal, no ul mo instante, recobrando sua sanidade mental, ele emite um grito de pavor, medo e dor: miau!

Leia também uma análise crí ca onde coletamos a ilustração: h p://mundomusicaldovinny.blogspot.com.br/2011/08/analise-cri ca-a rei-o-pau-no-gato.html

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RDUARTE

Galeria Contemporânea

fotoamadorismo

O homem na pedra

O homem na madeira

Presos na caminhada

Veja mais em: 12

h p://www.rduartefotoamadorismo.blogspot.com.br/

Os homens em festa

Caminho para o sol


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