Revista Flexográfica

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FlexoGráfica

Fevereiro 27 2014/ R$ 4,00

Os clichês flexográficos de

Airon Gonçalves

O surgimento da Flexografia Jorge Marinho e seu perfil

5 vantagens da

impressão flexográfica



Caro leitor, Acreditamos que ao comprar este exemplar da revista Flexográfica, você esteja interessado em conhecer mais sobre este tipo de impressão antigo, porém extremamente eficiente que é a flexografia. Nesta edição, trazemos a você artigos de primeira mão relacionados ao mercado editorial, histórias de publicações brasileiras, história da flexografia, entrevistas e muito mais para que você, leitor, tenha seus conhecimentos amplificados. A flexografia é um método de impressão eficiente e prático que facilita muito o nosso dia-dia. Nós, redatores da revista Flexográfica, esperamos que esta revista desperte interesse e curiosidade em relação ao método flexográfico, cuja tecnologia avança cada vez mais e mais!

Editora-chefe: Sandra Medeiros Editores assistentes: Paula, Phillipe, Raisa e Rayana Revisão: Raisa Jornalista responsável: Sandra Medeiros Impressão: birô, gráfica rápida Colaboradores: Jorge Marinho, Airon Gonçalves de Oliveira Projeto gráfico: Paula, Phillipe, Raisa e Rayana. Fotografia: Rayana. Diretora de arte: Paula Publicidade: Phillipe


sUMÁRIO Congraf

09 flexo para iniciantes

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05 Entrevista

Airon Gonçalves

11 Bahia e seu primeiro fac-símile


14 CRISE no setor

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Perfil

Jorge

16 IMPACTO da flexografia


anuncio


reportagem

Inovação: fator para um mercado em transformação Três anos depois do encontro realizado em Recife, em 2005, a Abigraf reuniu associados, fornecedores e demais profissionais do setor em torno de seu maior evento. O temário do Congresso privilegiou a inovação como abordagem de mercado em um cenário na qual prevalece a transformação de um setor que acaba de completar dois séculos de existência. Participaram desta cobertura os jornalistas Augusto Diniz, Carina Eguía e Ricardo Filinto. Colaboração: Tânia Galluzzi.

Realizada de 14 a 17 de outubro, no Palácio das Convenções do Anhembi, em Sao Paulo, a decima quarta edição do principal evento do mercado nacional de impressa, o Congresso Brasileiro da Industrial Gráfica incluiu as comemorações da bicentenário da criação da impressão no Brasil, com a chegada da Família Real no inicio do século 19. Com o tema “200 anos da Industria Gráfica Brasileira: Olhar o Passado, Projetar o Futuro”, o Congraf abordou as oportunidades de mercado em face aos novos caminhos da mídia impressa e eletrônica. Em função disso, ninguém melhor que o escritor Laurentino Gomes, autor do sucesso de vendas “1808”, livro que relata este momento da história do Brasil, para apresentar a palestra de abertura. Ele lembrou que, em função deste desenvolvimento tardio, podemos considerar que o Brasil tem apenas 200 anos e não os 500 que marcam a data de seu Descobrimento pelos navegadores portugueses. “Neste processo evolutivo existe a fundamental contribuição da industria gráfica, que começou a existir com a instalação da Impressão Régia, no Rio de Janeiro, em 13 de maio 1808”. Após a palestra foi composta a mesa oficial, integrada pelos presidentes da Diretoria Executiva e do Conselho Diretivo da Abigraf Nacional, respectivamente, Alfried Polegar e Carlos Evandro Alves da Silva; o presidente da Abigraf SP, Fabio Arruda Mortara; os presidentes Executivo e do Conselho Diretivo da ABTG, respectivamente Reinaldo Espinosa e Silvio Isola; o presidente do Sindigraf-SP, Mário César de Camargo, o diretor

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presidente da Imprensa Oficial do Estado de Sao Paulo, Humbert Alqueres, representando o governador do Estado Jose Serra; o presidente da associação brasileira de etiquetas adesivas (Abiea), Davidson Guilherme Tomé; o presidente da Associação Técnica de Flexografia (Abflexo, Nelson Teruel; e o presidente da Associação Brasileira das Empresas com Rotativa Offset (Abro), Cláudio Baroni. O evento comportou também a assinatura de renovação do convênio de Cooperação Técnica e Financeira com a Agencia Brasileira de promoção de Exportações e Investimentos (Apex), em torno da atuação Graphic Arts Industry Alliance (Graphia), grupo de empresas exportadoras coordenado pela Abigraf Nacional. “A Apex tem visto o esforço do setor em exportar, estas confiantes. E a prova disso e a assinatura e renovação do convênio”, comentou Mauricio Borges, diretor de Negócios da Apex-Brasil. Porém, um dos principais momentos foi o lançamento do livro “ 200 Anos - Industria Gráfica no Brasil”, produzido pela Ricardo e Associados - Oficina de Comunicação em parceria com a Clemente e Gramani Editora.

Programação O primeiro dia de atividades, programadas pela ABTG, foi aberto por Reinaldo Espinosa. “Esta é uma ocasião especial, pois pela primeira vez em toda a história do Congraf, a coordenação ficou a cargo da ABTG”. Em


reportagem seguida, a palestra master, “Mídia Impressa e Mídia orama do mercado dos livros didáticos, foi convidado eletrônica: o Futuro da Comunicação”, foi conduzida por Andrea Quintas, representando as editoras Ática e ScipThomaz Souto Corrêa, membro do Conselho de Admin- ione, que ressaltou a forca do segmento no setor pubistração do Grupo Abril e Afonso Cunha, diretor execu- lico, especialmente por conta do Programa Nacional do tivo do diário Lance!, com mediação de Luiz Fernando Livro Didático (PNLD). No tema do dia seguinte, “RH Garcia, diretor nacional do curso de Comunicação da com R de Resultados”, Vera Paiotti, consultora de gestão Escola Superior de Propaganda e Marketing ()ESPM. empresarial, destacou que, não importa o que faca, a Corrêa chamou a atenção para as mudanças que empresa sempre terá sua base no capital humano. “Os ocorrem na industria da informação, segundo ele, um empresários falam com muito orgulho das metas, que cenário marcado pela complementaridade de meios. em geral são muito agressivas, mas percebem pouco a “Não se trata de prever o futuro. Este é o momento atual importância da capacitado e da motivação de seu pese nele boa parte dos impressos vem sendo substituídos soal para cumprir tais metas”. Fechando-se o modulo, por suportes digitais, mas o impresso será um comple- Tale Monterosa, da agencia Lew’Lara/TBWA, quesmento ao eletrônico e vice-versa. Ele também destacou tionou: “Como a sua Empresa é Vista pelo Mercado? que na circulação da mídia impressa em países do hem- Esta Imagem é a Mesma que Você tem?”. Segundo ela, isfério norte”. “No Brasil, no entanto, os jornais tem a além de inovar, as empresas precisam valorizar suas sua circulação crescendo assim como marcas. “Independente do tamanho as receitas de publicidade. Todos os de uma empresa é possível fazer isso, “No Brasil, no mesmo sem grande investimento em veículos tradicionais deverão assumir a postura de distribuidores de conteúdo comunicação. O mais importante é entanto, os jornais não deixar a sua marca a mercê da se quiserem permanecer no mercado”. A palestra master do dia seguinte guerra de preços. quando a marca não foi conduzida pelo ex-presidente Fer- tem a sua circulação é trabalhada de maneira sistemática, o nando Henrique Cardoso, e Paulo Skaf, fornecedor tende a ser escolhido pelo crescendo assim presidente da Federação das induspreco”. trias de Sao Paulo (Fiesp). Para melAbrindo o F’rum Ambiental, foi como as receitas hor acomodar os painéis as atividades apresentado o tema “Produção susforam divididas em quatro módulos. tentável: além da questão ambiental, a de publicidade. no fórum Executivo, a palestra “A Arte Questão Econômica”, com o analista de da Inovação: Modelo de Negócio para risco político e comentarista da Radio Todos os veículos CBN Sergio Abranches e Christopher o Futuro”, o designer Lincoln Seragini destacou que a inovação é, na maioStephan Wells, do Banco Rural, além ria das vezes, o caminho mais curto tradicionais deverão da participação de Maria Luiza Otero para mudar as regras do mercado. “Em DÁlmeida, do Instituto de Pesquisas assumir a postura Tecnológicas ()IPT qualquer setor, alem da inovação tecnológica, o caminhara continuar cre, e moderação de Manoel Manscendo é o estimulo às idéias. E neste de distribuidores de teigas de Oliveira. O grupo de palaspecto entra o empreendedorismo, estrantes deixou claro que a produção que é transformar ideias novadoras conteúdo se quiserem sustentável mais do que uma exigência em negócios”. As palavras de Seragambiental, é uma questão econômica. permanecer no ini foram reforçadas por Alexandre “São novas exigências que colocam as Gonçalves, diretor da Brasilata, emempresas diante de um desafia: realmercado”. presa nacional que adotou um proizar seus negócios e simultaneamente jeto bem sucedido de inovação. ainda atender as expectativas de clientes nesse Fórum, no dia 16, Flavio Botana, professor da que cobram esta postura de respeito ambiental”, disse Faculdade SENAI de Tecnologia Gráfica, apresentou o Abranches. No dia 16 foi apresentado o tema “Novas painel “Planejando a Aquisição de Equipamentos com Tecnologias e Novas Soluções que não agridam o Meio base ROI”, sendo seguido por Alexandre Marques, da Ambiente”, por Leonardo H. Rodrigues, sales mangar da AMSG, com o tema “Análise de mercado para Aquisição Kodak Brasil; Umberto Cinque, ad VCP; e Rafael Sande Equipamentos”. Em linhas gerais, os dois reforçaram chez, da Agfa. Relatando casos bem-sucedidos de gestão a importância de planejar investimentos, valendo-se ambiental, os palestrantes enalteceram a necessidade de de uma criteriosa análise financeira, equilibrada com o não apenas pensar na própria produção, mas em toda a feeling do empreendedor. cadeia de valor, a partir do conceito de sustentabilidade, No Fórum de Gestão , a palestra inaugural foi que é a criação de valor economizo, ambiental e social, “Evolução das Demandas e Requisitos dos Clientes: alem da manutenção do dialogo transparente e verdaas Novas Oportunidades”, com Aparecido Borghi da deiro com todos os públicos. Kimberly-Clark Brasil. Segundo ele, o futuro das emNo Fórum Tecnológico, Bruno Mortara, consulbalagens requer dos designers e convertedores mais tor e representante brasileiro na ISO e coordenador no atenção para as tendências de consumo. “Outro aspecto País do ONS 27 (Organismo de Normalização Setorial é o respeito ao meio ambiente”. Para falar sobre o pan- da área gráfica) da Associação Brasileira de Normas

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reportagem Técnicas (ABNT), mediou o painel “Normas Técnicas: o Caminho para o Sucesso nos Mercados Internos e Externos”. A apresentação foi conduzida por Ricardo Carrijo, gerente de qualidade, segurança e meio ambiente da Tilibra e David MAcDoewll, presidente do Comitê Diretor para Tecnologia de Imagens da ISO. O caso de sucesso deste módulo foi da Abril, com o gerente de Garantia de Qualidade Wagner Pastrello. Ele revelou que na editora, de 2003 a 2008, a adoção de normas técnicas fizeram com que 50% das reclamações dos clientes caíssem. Este fórum foi encerrado com a palestra “Novas Aplicações para as Tecnologias: Descobrindo Novos Mercados”, com Osvaldo Cristo, gerente de Divisão da Heidelberg; Antonio Furlan, gerente de Vendas da Ryobi; Luis Felipe Cunha, gerente de Geração de Demanda da Xerox Brasil; e Mauricio Carlini, Digital SOlutions sales manager da Kodak Brasil.

Impressão Digital Paralelamente à 14 edição do Congraf foi realizado o Condigi 2008 - 1 Congresso Brasileiro de Impressão Digital, com organização do grupo Empresarial de Impressão Digital (Gedigi) e tema central “Impressão Digital: Um Salto na Comunicação”. Também segmentado em dois fóruns temáticos - Estratégico e Técnico-, o evento contou com teleconferência de Frank Romano, professor do Rochester Instituto of Technology, em Nova York (EUA), conduzida por Mario Cesar de Camargo, presidente da Sindigraf-Sp. Foram abordadas questões como Web to Print, Transpromo, novos negócios, livros sob demanda, entre outros. O Condigi foi encerrado com a entrega do 1 prêmio Condigi, que teve como vencedora a equipe Koll, das Faculdades Integradas Rio Branco, integrada por Lyudmila Viana, Lais Soriano, Karina Freitas, Odilon Gonçalves e Alex Mazzini, autores da melhor peça impressa com o uso de tecnologia digital e dados variáveis. O grupo ganhou um curso sobre utilização de dados variáveis na impressão digital, que será realizado n o Rochester Instituto of Technology, nos Estados Unidos. O prêmio inclui ainda passagens e visita a garriças digitais naquele país. O Congresso abriu espaço também para o Formstech 2008, organizado pela Abro, Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), Abica e Abflexo

Abraform A divulgação do Pesquisa de Mercado de 2008 foi o ponto alto do Formstech. Elaborado pelo Instituo de Estudos e Marketing Industrial, Iemi, o Estudo Setorial da Industria Brasileira de Formulário, envolveu 327 empresas produtoras de formulários. A análise revelou que, de 2006 para 2007, os investimentos no setor subiram de R$ 64,4 milhões. Para 2008, os valores refletiram um clima de maior confiança, uma vez que a pesquisa foi feita pouco antes de estourar a atual crise internacional, com a aplicação de R$87,2 milhões. Já a previsão para 2009 é da aplicação de R$ 56,3 milhões e de R$26, 9 milhões para 2010. A expectativa para as ven-

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das do segmento em 2008, à época da pesquisa, era de um crescimento de 12% se comparadas à 2007. Confirmando uma tendência delineadas últimos anos, sobretudo em função do meio digital, a pesquisa apontou que 60% dos pesquisados acreditam que está havendo um processo de substituição dos produtos de formulário. Diante desse quadro, 53% das empresa acreditam haver boas oportunidades para o setor, enquanto que 47% acham que no existe, mais. Migrar para outros segmentos, principalmente os baseados em novas tecnologias de impressão, é o melhor caminho na percepção dessas empresas. Além do estudo, apresentado por Marcelo Prado, do Iemi, a grade da Abraform contou com as palestras de Newton Oller de Melo, da Secretaria da Fazenda do Estados de São Paulo, que falou sobre nota fiscal eletrônica; Nelson Bittencourt, abordando o desafio de fazer melhor; mesa redonda com Sidney Szyszko, da VCP, Nilson Cardoso, da International Paper e Jose Antonio Viana, do Grupo Bignardi, mediada por Ricardo Coube e Luiz Carlos Gouveia, diretores da Abraform. Alexandre Batista, da Print Laser, falou sobre Transpromo. Encerrando os trabalhos, mesa redonda discutiu dados variáveis, com a participação de Didier Rouillard, da GMC, Fábio Mortara, presidente da Abigraf Sao Paulo, e Ferrando Borri, diretor da Abaform, mediada por Arrisque Batista, também diretor da Abraform.

Abro O ciclo de palestras da Abro levantou a questão do uso de indicadores de produtividade. Foram convidados Eduardo Banzado, do Imam; Osmar Barbosa, da Metrics Sistemas de Informação; Ricardo S. Oliveira, do Instituto de Desenvolvimento Gerencial, INDG; e Dorian Bachmann, da consultoria Bachmann Associados. A discussão girou em torno de como utilizar estas ferramentas para obter um ganho efetivo em produtividade e extrair o máximo deste investimento. quando bem utilizadas, pesquisas elaboradas com intuito de identificar pontos de restrição na produção são auxiliares na busca por melhoria. Segundo os palestrantes, um dos principais problemas ao lidar com esses índices é a disparidade entre diferentes indicadores. A falta de uniformidade atrapalha a comparação dos dados e pode causar falhas de interpretação. Assim, o planejamento na utilização dos resultados é ponto que merece atenção. Informações disponíveis, compreensíveis e bem aplicadas, já representam boa parte do trabalho.

ESPM - Núcleo de Estudos da Embalagem Em seu terceiro dia, o Congraf recebeu os palestrantes Silvio Isola, presidente do Conselho Diretivo da ABTG; Arthur Assumpção, diretor da divisão de negócios Papeis Xerox; Paula Caramunha, presidente da GFK Indicador e Fábio Mestriner, coordenador do Núcleo de Estudos de Embalagem ESPM. Durante o fórum foram abordados temas como as


reportagem fincões e a importância da embalagem dentro da estratégia de marketing, as tendências do consumidor e o projeto conjunto entre a Xerox e a ESPM dentro do núcleo de estudos. Nesse projeto, um mesmo case foi proposto para diversas turmas que devia chegar a uma solução dentro da metodologia de criação pensada pelo núcleo. A idéia era testar a eficiência do método. O resultado foi um conjunto de propostas distintas entre si e cheias de boas ideias, exatamente como era esperado pelos idealizadores do projeto. De acordo com Silvio Isola, a inovação é um diferencial decisivo. Ele falou sobre a Estrada do Oceano Azul, na qual o foco sai da competitividade dentro de um nicho de mercado preestabelecido e vai para a exploração de mercados intocado, onde não existe concorrência.

Abiea Jogando com a mística do numero sete, a Abiea organizou duas palestras durante o Congraf: 7 Passos para obter o melhor de sua equipe e 7 mandamentos para obter o melhor da sua gráfica convertedora. A primeira foi ministrada por Eudes Scarpeta, diretor industrial da Plasfam Embalagens, com dicas-chaves para o sucesso na industria convertedora, focando desde os aspectos motivacionais, até a captação e retenção de talentos e estratégias para agregar valor aos produtos através das pessoas. A segunda foi conduzida por Aislan Baer, sócio-diretor da Projeto Pack & Associados, abordando premissas para se obter maior produtividade, como controle fabril, eficiência global de equipamentos, [‘re -impressão integrada a impressão e gestão do conhecimento.

ABFLEXO A Abflexo aproveitou o espaço para debater a questão na sustentabilidade nas empresas que trabalham com impressão flexográfica, com a participação de Davide Botton (Polo Films), Jose Vitor Richert (Sun Chemical), Jose Roberto Diego (RR Etiquetas), Rubens Ney Minganti (Antilhas Embalagens), Rui Mariano dos Santos (DuPont do Brasil), Miguel Broccoli (PTC Graphic Systems), Elio do Souza (Escola Senai Theobaldo de Nitris), Nelson Terual (Abflexo), Rogério Mani (Abief), Reinaldo Espinosa (ABTG) e Fabio Arruda Mortara (Abigraf São PAulo). Houve ainda palestra sobre empreendedorismo, e o lançamento do Congresso Internacional de Flexografia, que será realizado em 2009.

Encerramento No último dia de atividades, o 14 Congraf teve duas palestras master: o psiquiatra Flávio Gikovate abordou o tema “Inovar para Encantar”; e José Carlso Teixeira Moreira, presidente do Instituto de Marketing Industrial, falou sobre “Empresa com foco do cliente = Talentos Realizados”. A mesa de encerramento foi integrada pelos presidentes das quatros entidades que formam o Sistema Abigraf. Mário Cesar de Camargo chamou a atenção para a qualidade das palestras. A todos estes

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pilares deve estar agregado valor, e este foi o principal nestes quatros dias, mostrar a responsabilidade que o empresário tem sentido. “Talvez agora tenhamos condições de recriar o futuro, com todo o conteúdo que recebemos qui”. além da honra de sediar o Congraf, o presidente da Abigraf-SP, Fabio Arruda Morara, destacou que os painéis apresentados foram fundamentais no sentido de despertar a atenção dos empresários para a necessidade de lançar um novo olhar para seu negocio e a inserção destes em um mercado que esta em plena mutação. “As palavras mais ouvidas aqui foram: `inovação`, ‘mudança’, ‘oportunidade’.Quem participou deste congresso sabe que estes são os segredos para as empresas que farão a diferença no futuro, no qual a tecnologia será, cada vez mais, um mero instrumento”, disse o presidente da Abigraf Nacional, Alfried Polegar no termino dos trabalhos. O jantar de encerramento do 14 Congraf foi realido no dia 17, no Terraço Daslu, em Sao Paulo. A festa também marcou a posse das diretorias Executiva e Plenária e do Conselho Diretivo da Abigraf Nacional para o triênio 2008/2011, lideradas, respectivamente por Alfried Polegar e Carlos Evandro Alves Silva. Na ocasião foram prestadas homenagens a Jacks Ubiratan de Faria, ex-presidente da Abigraf Nacional, como reconhecimento à sua produtiva gestão e aos serviços que prestam a industria gráfica. também foi homenageado o Diário de Pernambuco, mais antigo jornal da América Latina, em circulação, com a entrega de uma placa ao atual presi-

Diogo Soares da Silva de Bivar Não há uma data precisa da chegada acidental a Salvador do redator da revista As variedades. Ele havia sido degredado de Portugal para Rios de Sena, em Moçambique, sob a acusação de ter apoiado os franceses quando da ocupação napoleônica de 1807, cuja consequência foi a transmigração da Corte portuguesa para o Brasil. Ficou preso no Forte de São Pedro até 1821, quando dom João VI restabeleceu-lhe a liberdade. Durante esse período colaborou com o seu texto nos impressos da Tipografia Serva. Constituiu família casando-se com Violante Ceo e Lima e teve três filhos, uma das quais, a caçula, foi a primeira jornalista brasileira: Violante Atabalipa Ximenes de Bivar e Velasco. Assim como há questões não respondidas sobre a história da primeira revista brasileira, há também questões não respondidas sobre Diogo de Bivar. Seu destino fora traçado em Portugal para acabar na África. No entanto, depois de cumprir “prisão” em Salvador, foi para o Rio de Janeiro como funcionário da Corte e experimentou o prestígio de ser o primeiro orador do Real Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e diretor do Real Conservatório Dramático. O que se lamenta é a ausência da biografia de Manoel Antonio da Silva Serva, o pioneiro da indústria gráfica privada brasileira.


entrevista

Entrevista da semana Nome: Airon Gonçalves de Oliveira Data de Nascimento: 30 de Maio de 1966 Local de Nascimento: São Paulo - SP Como ingressou na profissão: Em 1990 produzindo as artes da Embalagens Valadares, em Governador Valadares. Hobbie: Consertar Máquinas Abriu 5 empresas como consultor: Printek, Gráfica Quatro Irmãos, Lider 7 , Artflex e Grafix Hoje trabalha como gerente da Dossi Editora.

1) Como é o mercado flexográfico capixaba? O mercado flexográfico capixaba está em baixa, fraco. Todos os produtos vêm de fora, de outras empresas que trabalham com impressão flexográfica.

Exemplos de retículas com lineaturas diferentes

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2) Quais clientes o Sr. atende? Atualmente só atende a LiderSet Embalagens produzindo o fotolito. Porém, já atendeu a Plastik e outras empresas principalmente aqui do Espírito Santo.

3) O mercado local atende a demanda? Atende. Atualmente quem está atendendo são: a Printek, a Gráfica Lider 7, 4 Irmãos, Escritograf, Artflex e Infovix que fabrica etiquetas de automação.


entrevista

Máquina flexográfica

4) O parque gráfico local é preparado? O parque local não é preparado, devido à falta de profissionais qualificados. Atualmente, o mercado carece de jovens interessados em trabalhar no ramo gráfico e há apenas um projeto no Estado, de treinamento de pessoal para trabalhar neste setor. 5) O mercado perdeu espaço com a impressão digital? Ele acha que não, o mercado local produz, em sua maioria, etiquetas de automação. A impressão digital é mais cara e menos eficiente que a flexográfica, pois a flexografia se dá melhor com impressões de grandes tiragens.

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7) O que é inclinação da retícula e qual sua importância na impressão flexográfica?

servar o clichê. Pode-se usar o talco comum mesmo, ou o talco gráfico que tem como única diferença o fato de não possuir cheiro.

A flexografia trabalha com o negativo primeiramente e depois trabalha com o positivo. Se existe uma inclinação errada dos pontos das retículas ocorre o Moaré, ou seja, fica com uma cor não uniforme e não corresponde à cor intencionada. Por exemplo, onde era pra ser verde, vai sair marrom e etc.

9) Quais as tintas utilizadas no processo flexográfico?

8) Quais cuidados que se deve ter com o clichê de fotopolímero?

10) Como é a feita a montagem de clichês?

Depois de impresso, lava-se com sabão e passa-se talco, o talco ajuda na secagem e evita a decalcar o papel. O talco também ajuda a con-

No porta-clichê. Existe dois tipos de porta-clichê o manual e o digital. A fita dupla face é colocada no cilindro porta-clichê que vai para a

É usada a tinta flexográfica mesmo, que possui muita amônia e é líquida. A tinta é feita a base de água, solvente e tinta filme. A tinta mais comum é a base de água. As tintas flexográficas são fabricadas no Brasil.


Reportagem

Flexografia para iniciantes A flexografia com certeza possui as vantagens competitivas chave para atuar no seu mercado, seja ele qual for. Uma embalagem bem impressa em processo flexográfico pode satisfazer suas necessidades de qualidade, custo, prazo, e de quebra melhorar seu fluxo de caixa. Anderson Rohden

Há muito tempo a flexografia vem brigando de igual para igual com outros processos de impressão. Nas últimas décadas, com o surgimento das novas tecnologias de gravação de anilox à laser, permitiu à flexografia dar um grande salto de qualidade, alcançando possibilidades antes nunca imaginadas, permitindo impressão de imagens com altas lineaturas. Nos últimos anos, com o advento da tecnologia de gravação digital e mais recentemente, em alta-definição, essa questão para mim está definitivamente encerrada, já que a qualidade é equivalente à impressões offset e de rotogravura.

Custo As matrizes flexográficas são muito mais baratas, pois são confeccionadas à base de fotopolímeros ou elastômeros flexíveis, que além de serem matérias-primas com preço muito acessível, como consequência, tornam as futuras alterações das embalagens (inevitáveis) também muito mais baratas. Estrategicamente, isso é uma grande vantagem, pois alterações de legislação ocorrem o tempo todo, e a necessidade de inovação no PDV é constante para atrair novos consumidores e manter os atuais interessados. Com matrizes mais baratas o custo do produto final é muito convidativo.

Tempo e Mercado A confecção de provas digitais ou impressas para lançamento de novos produtos é mais curta, e a opção de gravação em clicherias espalhadas por todo o país, através do fechamento e envio de arquivos via internet, torna a flexografia ótima também para encarar os prazos apertados nos momentos críticos. Com o custo para novos itens ou alterações muito mais acessíveis, pode-se comprar lotes relativamente menores, o que proporciona estoques muito mais enxutos e um fluxo de caixa muito mais saudável. A flexografia é capaz de atender os mais diversos mercados, pois pode-se imprimir em uma ampla gama de substratos. Possui impressoras de modelos específicos para cada ramo, como banda larga, média e estreita, e também com tambor central (satélite), em linha ou em torre. Isso abrange desde o mercado editorial, passando por rótulos, embalagens flexíveis, etiquetas auto-adesi-

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vas, termo-encolhíveis, papelão ondulado, ráfias (sacos de polipropileno trançado), papel de presente, sacolinhas, impressos de segurança, etc.

Variáveis do processo A matriz de reprodução flexográfica é uma borracha flexível, e após o processo de gravação, o grafismo à ser impresso fica em alto relevo. Cada cor à ser impressa, corresponde à uma estação de cores da impressora, que possui um limite (geralmente de 06 a 08 cores, podendo chegar a 10, dependendo do modelo adquirido pelo convertedor). São necessários controles cuidadosos para esse acessório, por dois motivos: 1 - É um dos insumos mais representativos no custo da produção do convertedor. (Em alguns casos esse custo pode ser absorvido em todo ou em parte pelo cliente, dependendo da negociação). 2 - Tem influência direta na qualidade final do produto. Um bom controle de gravação, um manuseio adequado na produção, desde a montagem até a impressão e, posteriormente, uma limpeza cuidadosa e um armazenamento correto (ao abrigo da luz e do ozônio, de preferência embalados em papel ) garantem qualidade e produtividade por muito mais tempo. A tiragem é, portanto, limitada, pois há um desgaste ao longo desta, e isso pode alterar a imagem. Quanto menos tinta envolvida no processo, melhor. Este conselho vale tanto em termos de custos, quanto para a qualidade, já que por ser líquido, uma dosagem ideal deve evitar escorrer ou entupir os pontos gravados no clichê. A escolha do anilox correto interfere diretamente neste aspecto, por ser o agente principal de entintagem. Outros fatores importantes que devem ser controlados são a viscosidade, velocidade de secagem e a tonalidade. As impressoras de última geração, possuem novas tecnologias que propiciam melhor controle de algumas variáveis, porém, por tratar-se de um equipamento que possui componentes mecânicos, isso envolve folgas mecânicas e imprecisões o que também torna a impressora flexográfica uma das variáveis do processo.


entrevista Cada inovação que chega ao mercado flexográfico, permite melhorias em diversas fases da produção. Clichês digitais (cópia digital por ablação, ou a gravação direta a laser ou Direct Laser Engraving), processamento térmico de clichês (sem solventes e com menor tempo), impressoras gearless (sem engrenagem), anilox e porta-clichês em camisas. Tudo isso precisa estar aliado também à investimentos em treinamento técnico especializado. Os profissionais dos diversos setores envolvidos, como pré-impressão, impressão, CQ, e tintas, precisam de atualização constante, para que possam tirar proveito máximo de suas ferramentas de trabalho para torná-las mais produtivas e precisas.

Dupla-face É utilizado para fixar o clichê na superfície do porta-clichês. A escolha do tipo correto depende do grafismo que o clichê irá transferir para o substrato. Baixa densidade: impressão de linhas finas e retículas delicadas. Média densidade: impressões mistas com alguns chapados, linhas e meio-tons. Alta densidade: chapados, negativos, traços e algumas impressões mistas. Chapados e traços mais grossos requerem duplafaces rígidos, ou seja, com alta densidade/baixa compressibilidade. Para retículas finas, é necessário dupla-faces macias, de baixa densidade/alta compressibilidade. Em casos onde o clichê será montado sobre superfícies macias como camisas (sleeves), rcomenda-se dupla-face de tecido.

Retícula

Material Polietileno (PE), Poliéster (PET), Polipropileno mono-orientado (PP) ou bi-orientado (BOPP), BOPP Matte (fosco), etc. Todos possuem propriedades, opções e características diferentes, como pigmentação, soldabilidade, barreira, brilho/opacidade. O tratamento e a tensão do embobinador também são itens importantes à ser verificados. O resultado final da impressão poderá variar dependendo do tipo de material.

Ambiente A temperatura também provoca influência no processo de impressão. O tempo de secagem, viscosidade e a retenção de solvente no material podem alterar. Uma determinada tinta quando utilizada a 40ºC (verão) precisa de ajustes para rodar à 0ºC (inverno). A evaporação dos solventes muda, o que pode refletir na viscosidade e na retenção de solventes. Etil glicol e dowanol podem contaminar o produto (embalagens de alimentos), pois tratam-se de solventes mais pesados. Para a fabricação de cada insumo (clichê, substrato, tinta) existem outras inúmeras variáveis. Porém, acreditamos que podemos trazer o cliente cada vez mais perto, para que haja transparência e confiança, pois o convertedor deve conhecer, controlar e estar em constante melhoria nesse aspecto. Avaliação de clichê flexográfico

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reportagem

Bahia lança em 2012 fac-símile da primeira revista brasileira Está previsto para o início do próximo ano o lançamento da edição fac-similar de As Variedades ou Ensaios de Literatura, que circulou em 1812. Luis Guilherme Pontes Tavares*

A comemoração dos 200 anos do lançamento da primeira revista brasileira está marcada para 23 de janeiro de 2012 no Auditório Katia Mattoso da Biblioteca Pública do Estado da Bahia. Na ocasião, será lançado o fac-símile da coleção de As Variedades ou Ensaios de Literatura, cujos três únicos números, que circularam entre janeiro e março de 1812, foram impressos na tipografia de Manoel Antonio da Silva Serva, em Salvador, a primeira unidade da indústria gráfico-editorial privada brasileira. O fac-símile será acomodado num estojo ao lado de volumes contendo o texto atualizado da revista e de ensaios a respeito dela e de seu impressor. O evento foi programado pela Fundação Pedro Calmon, órgão da Secretaria da Cultura do governo baiano, em parceria com a Associação Bahiana de Imprensa, Empresa Gráfica da Bahia (que comemorará o primeiro centenário em 2015) e o Núcleo de Estudos da História dos Impressos da Bahia (Nehib). Estão sendo convidados três palestrantes para o lançamento: a professora Cybelle Moreira de Ipanema, secretária do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB); o jornalista Leão Serva, diretor do Diário de S. Paulo e descendente de Silva Serva; e o empresário Thomaz Souto Correa, vice-presidente do Conselho Editorial do Grupo Abril.

Apenas três números O historiador Helio Vianna dedicou o primeiro capítulo do seu clássico Contribuição à Historia da Imprensa Brasileira (Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1945) para afirmar o pioneirismo de As Variedades entre as revistas dos primórdios da imprensa brasileira. O autor preenche algumas páginas do ensaio com informações sobre o redator Diogo Soares da Silva de Bivar. A revista foi também estudada pelo bibliófilo Renato Berbert de Castro, que, em 1982, publicou o primeiro fac-símile dela no número 1 da série. “Documentos e estudos de história e literatura da Bahia: inéditos e reimpressos”, do Arquivo Público do Estado da Bahia. O texto introdutório, de sua lavra, dialoga com o ensaio de Helio Vianna. As Variedades ou Ensaios de Literatura foi mais uma iniciativa audaciosa do empresário de origem portuguesa Manoel Antonio da Silva Serva. Em 14 de maio de 1911, ele lançara o primeiro jornal baiano e segundo impresso no País – Idade d’Ouro do Brazil -, patrocinado pelo

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conde dos Arcos, e enfrentava dificuldade para renovar assinaturas e vender exemplares avulsos. Silva Serva as encarava com vigor e criatividade: substituía importação ao fabricar em Salvador tipos móveis e prelos – pretendia fabricar papel a partir da polpa obtida com a folha de bananeira e formava quadros na sua tipografia, mas o reduzido mercado por causa do predomínio de analfabetos e a ausência de redatores não autorizava o novo produto que Silva Serva lançou em janeiro de 1812. A missão, digamos assim, de As Variedades ou Ensaios de Literatura era civilizatória. Tanto o prospecto que anunciava o seu lançamento como a carta de princípios estampada no número 1 dão conta de que suas páginas seriam preenchidas por “reflexões profundas sobre os costumes e as virtudes sociais e morais, algumas novelas de escolhido gosto e moral, resumo de viagens, extratos da história antiga, pedaços de autores clássicos portugueses, quer em prosa, quer em verso, anedotas curiosas, tudo, em uma palavra, que pode compreender-se na expressão geral da Literatura, são os materiais de que o Redator se há de servir para esta compilação, que pelo correr do tempo se ampliará a alguns ramos dos conhecimentos científicos propriamente ditos”. Nos dias atuais seria uma revista de variedades e autoajuda. O primeiro número, datado de janeiro de 1812, saiu com 30 páginas. Circulou no início de fevereiro, mês em que a revista não ofereceu um novo número aos assinantes. Isso porque o redator caíra doente. Em março saiu, então, o número duplo – 2 e 3 – com 67 páginas e com esse a vida do periódico foi encerrada. Em 1814, Silva Serva comercializou num único volume os três números da revista, aproveitando os exemplares que sobraram de 1812. Imprimiu novo frontispício, exibindo assim, mais uma vez, seu tirocínio comercial e sua criatividade. É um dos volumes de 1814 que está sendo digitalizado e que será lançado em janeiro próximo.

*Jornalista e produtor editorial. É diretor cultural da Associação Bahiana de Imprensa (ABI) para o biênio 2011-2012. É o autor de Arthur Arezio da Fonseca (Salvador: Egba, 2005). Recebeu da Abigraf/ABTG, em 1991, o Prêmio Ignaz Johann Sessler.


perfil

Perfil da semana Nome: Jorge Marinho Data de Nascimento: 4 de Setembro de 1966 Local de Nascimento: Rio de Janeiro - RJ Como ingressou na profissão: Entrou no ramo gráfico com 15 anos como artificie no Diário Oficial em Rio Branco - Ac Hobbie: Gosta de caminhar no seu tempo livre. Emprego atual: Gráfica GSA em Consolação, Vitória - ES. Trabalhou por 20 anos na Hans Matrizes Gráficas

Entrou no ramo gráfico com apenas 15 anos como artificie no Diário Oficial em Rio Branco-AC. Seu pai era químico, e viajava por todo o Brasil realizando tratamento de abastecimento de água. Jorge acompanhava as viagens do pai, se interessando pelos locais onde passava. Depois do Acre, o jovem Jorge veio para o Espírito Santo trabalhar no jornal A Tribuna, mas passou a grande parte de sua juventude trabalhando na Hans Matrizes Gráficas, que hoje não existe mais.

Depois de 20 anos trabalhando na Hans, Jorge foi contratado pela GSA. Trabalha há três meses como ponte entre o comércio e a produção gráfica da empresa, como ele mesmo diz, ele faz o “tráfico” de informações da comercialização e produção da empresa. A GSA está no mercado há mais quarenta anos e já foi premiada uma das 10 melhores gráficas do Brasil nos quesitos atendimento, suporte técnico, qualidade, prazo e preço.

Jorge Marinho acompanhou o crescimento do parque gráfico do Espírito Santo e diz que o mercado é promissor e com grande concorrência. E diz que aquele que dominar as técnicas e os meios de produção irá obter sucesso em dominar o mercado gráfico local. Afirma que o Estado possui gráficas com grande tecnologia de produção o que faz o Espírito Santo entrar na grande competição de mercado com clientes exigentes por qualidade e curto prazo.

Gráfica GSA onde Jorge trabalha atualmente

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Navegando nas ondas da crise mundial Não é possível definir como “furacão” ou “marolinha” a verdadeira convulsão financeira que atingiu o mundo a partir do último quadrimestre de 2008. Forte ou fraca, é certo que a ventania deste clima atípico atingiu a economia das empresas gráficas de pequeno e médio porte em diferentes intensidades: intensa para alguns, branda para outros. A crise está aí. Amplamente anunciada pela imprensa desde seu início, quando o mercado imobiliário dos Estados Unidos serviu de estopim para uma bomba de proporções mundiais, no início do último semestre do ano que passou. O Brasil, apesar das afirmações oficiais de que, por aqui, os efeitos seriam brandos, não ficou de fora dos reflexos que, de um modo geral, trouxeram retração a todos os setores e atividades econômicas. A verdade é que as grandes empresas são as mais atingidas pelas mudanças no mercado internacional. No entanto, desde o início deste ano, os pequenos negócios, focados no mercado interno, são ameaçados pelo efeito dominó que tende afetar todos os elos da cadeia produtiva. As pequenas e médias empresas (PME) também sentem os efeitos da desaceleração econômica, como a diminuição da demanda, do faturamento e da oferta de crédito. Para avaliar as dimensões desta situação, em março ultimo o Sebrae Nacional elaborou a sondagem “Ponto de Vista dos Pequenos Negócios”, divulgada pela Agência Sebrae de Notícias. A pesquisa, que entrevistou 2.937 empresários de todos os setores, em 26 estados do País e do Distrito Federal, trata dos reflexos da crise nas PME. Apesar de 63% dos empresários afirmarem que foram afetados pela crise, 69% dos entrevistados não demitiram e outros 65% disseram que não houve necessidade de recorrer ao dinheiro dos bancos.

Cintos apertados É certo que as agruras econômicas não são novidade para os brasileiros, muito menos para o setor gráfico. Alguns destes momentos foram marcados a partir da década de 1980 – a chamada década perdida –, estendendo-se até a virada para o século XXI. Com uma história de 40 anos no mercado de impressos, a Gráfica Fox, de Belo Horizonte (MG), tem forte atuação no setor comercial e nove funcionários.

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Maio de 2009 - Ada Caperuto

Como uma das crises mais sérias que viveu, o diretor Flávio Ferreira de Souza cita o período de altas frenquentes da inflação e os congelamentos do Plano Cruzado, no governo de José Sarney, 1986. “Não podíamos manter um orçamento por mais de 24 horas, o que gerava um grande desgaste nas negociações”, lembra o executivo. O plano econômico do governo Fernando Collor de Mello, em 1990, foi o pior momento para a Gráfica Comunicante, de Curitiba (PR), empresa de porte médio, do ramo editorial, com 30 anos de existência e 63 funcionários. O diretor Raphael Manzoni dos Novos, em 1990, perdeu o capital para pagar a liberação de uma maquina importada, presa na alfândega. Para o diretor da Grafiset Gráfica, Lourival Lopes dos Reis, não foram os planos econômicos, mas o desabastecimento de papel no mercado interno, em 1978, a causa do pior momento na historia de 35 anos da gráfica de 10 funcionários, instalada em Porto Alegre (RS) e especializada nos segmentos comercial e promocional. No entanto, o sufoco do passado não chega nem perto da dificuldade atual para a Gráfica Comercial, de São José dos Campos, no Estado de São Paulo, que conta com 6 funcionários. “Todos esses momentos foram complexos, porém, se de alguma forma pudéssemos agrupá-los, não teriam as consequências que a atual crise trouxe, uma situação sem precedentes”, diz Edilson Biondi, gerente de negócios da empresa fundada há 30 anos, com atuação no segmento comercial. A Gráfica Rio Mulato sobrevive há 20 anos às agruras e intempéries econômicas, mas está em situação peculiar. Localizada em Regeneração, interior do Piauí, com 6 funcionários, seus clientes são pequenos estabelecimentos comerciais e profissionais autônomos de municípios circunvizinhos. Segundo a diretora Nileide B. Silva, a gráfica sofre não apenas com um desiquilíbrio na demanda, como também com as dificuldades geográficas e com a burocracia para obtenção de


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crédito. “O que assusta é a expectativa da crise. É como se fosse uma cortina e não sabemos o que está por trás”.

Efeitos e reações De acordo com a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) da Fundação Seade e do Dieese, 221 mil postos de trabalho foram fechados em janeiro de 2009, em seis capitais e no Distrito Federal. Apesar de especialistas afirmarem que as demissões em decorrência da crise estejam atingindo muito mais a s grades empresas, a pesquisa revela outro aspecto: do total de 127 mil trabalhadores demitidos, 96 mil não tinham carteira assinada – um modelo de trabalho geralmente adotado pelas empresas menores. É o caso da Gráfica e Editora Contexto, de Olinda (PE), que reduziu o quadro em mais de 50%. Com 23 anos de mercado, atuando no ramo promocional, a empresa tem hoje 12 funcionários – mas já foram 28. O monstro por detrás da cortina dá o ar da graça no levantamento do Sebrae Nacional, que aponta que cerca de 70% das PME tiveram retração nas vendas a partir de setembro de 2008. Mais de 55% delas viram reduzir-se o número de clientes; outros 30% demitiram funcionários, enquanto o nível de investimento previsto caiu para 60% das empresas consultadas. Flávio de Souza, da Gráfica Fox, diz que sentiu e fato, queda no faturamento mensal. Na Gráfica e Editora Contexto a crise está em seu ápice, com a diminuição drástica das encomendas. Pior para a Comunicare, que teve seus planos de expansão interrompidos e, consequentemente, de pedidos. A diretora da Gráfica Rio Mulato revela que, no seu caso, preços e prazos de fornecedores se mantiveram praticamente inalterados. Mas Nileide explica que deu sorte, pois tinha um fôlego provocado por uma demanda inesperada de clientes. Há cerca de oito anos, muitos trabalhadores autônomos passaram a atuar na formalidade, gerando pedidos de impressos diversos. “Foi isso o que nos deu tranquilidade para atravessar os últimos seis meses, em que vem ocorrendo uma diminuição das compras.” Para tentar reverter a situação, a Contexto reviu

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custos e o departamento comercial tratou de adotar uma postura ainda mais ativa. “Melhoremos nossa gestão, nos aproximamos dos clientes e adiamos investimentos”, sintetiza Eduardo Mota, embora afirme que, por outro lado, acelerou sua entrada na impressão digital. Estratégico! Os funcionários têm contado ainda mais pontos positivos neste momento. “Em todas as situações de crise, meu investimento sempre foi no pessoal, e agora contratei uma pessoa de vendas para fazer contatos nas cidades vizinhas”, diz a diretora da Rio Mulato. “Eles estão integrados ao processo e são consultados sobre cada assunto”, acrescenta. No balanço final, o clima nas PMEs é de otimismo. Ao menos é o que aponta a pesquisa da Sebrae Nacional. Mais de 68% dos empresários acreditam no aumento do número de clientes neste ano e 49% deles disserem que devem aumentar o investimento próprio no negócio. “Esta situação é momentânea. O País sairá fortalecido com a abertura de novos mercados consumidores”, observa Flávio de Sousa, da Fox. O diretor da Contexto dá prazo e diz que a reação deverá começar no ultimo trimestre do ano. Na Comunicare, a reação já se mostra concretamente com a entrada no segmento de impressão digital e a abertura de dois pontos de varejo, no nicho de gráfica rápida, além da prospecção de um terceiro estabelecimento. Enfim, para sobreviver à turbulência, os especialistas dão uma lição de casa que os empresários do setor gráfico já sabem e cumprem direitinho: rever estratégias de gestão, reduzir desperdícios, eliminar estoques desnecessários, adaptar produtos e estar atento ao mercado interno. Mais do que o empenho destes empreendedores, o setor publico tem sua parte a cumprir. Além da pesquisa, o Sebrae assina uma receita de medidas anticrise, que inclui a desoneração de impostos, a adoçaõ de politicas monetárias de crédito e fiscais, os programas de criação direta de emprego, subsídios ao emprego, a capacitação da mão-de-obra e microcrédito.


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IMPACTOS DA FLEXOgFRAFIA A flexografia sofreu adaptações devido a nova ordem econômica global, hoje domina o mercado mundia de embalagens flexíveis e rótulos na forma de bobinas. Airon Gonçalves de Oliveira

História Alguns historiadores acreditam que o uso de impressoras que empregavam anilina diluída se iniciou em 1860 nos Estados Unidos. Outros que seu surgimento ocorreu em 1890, quando Bibby Baron and Sons de Liverpool, Inglaterra, construíram um dispositivo com unidades de impressão em torno de um único cilindro de impressão. As tintas empregadas se dissolviam em água. O invento chamado de “A loucura de Bibby” foi considerado uma monstruosidade tanto do ponto de vista mecânico quanto da tinta utilizada. A esse tipo de impressão em linha, foi empregando-se materiais coloríferos diluídos em azeites e outros voláteis para impressão sobre papel. A tinta secava rapidamente e a impressão era sincronizada manualmente com uma máquina de fazer sacos de papel, obtendo-se assim sacos impressos numa única operação. A Impressão Anilina - expressão adotada na América devido ao emprego de colorantes com base de alcatrão, da mesma família dos azeites de anilina - foi introduzida em grande escala nos Estados Unidos na década de 20. As primeiras impressoras foram trazidas da Alemanha, onde o processo conserva o nome de Gummi Druck (Impressão com clichê de borracha). Durante os anos 40 muitos convertedores produziam uma grande variedade de materiais para embalagens impressas com esse processo, porém, haviam objeções sobre a terminologia anilina, por significar derivado de alcatrão, cuja conotação era de substância perigosa e tóxica. Muitos compradores de embalagens, principalmente para alimentos, recusaram-se a colocar seus produtos em embalagens impressas por esse sistema. Mas, em 1949, um grupo representativo da indústria apresentou provas para a FBAIFedral Bureau of Animal Industries, que demonstraram a utilização dos mesmos pigmentos para outros processos de impressão. Essas provas foram aceitas pela FBAI, porém o estigma permaneceu. Nos Estados Unidos o processo foi denominado “Impressão a Anilina” em relação ao tipo de tinta utilizada. Em março de 1981, Franklin Mose, antes presidente da Mosstyper Corp. e, posteriormente, presidente

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da FTA inc. chegou à conclusão de que era necessária a escolha de um nome melhor para facilitar o processo de impressão a anilina. Após várias pesquisas e sugestões recebidas através de cupons em revistas técnicas da época, a resposta foi animadora: muitos leitores aplaudiram a ideia e mais de 200 nomes foram sugeridos. Mose ampliou a campanha junto a outras publicações comerciais e colaborou na organização do “Aniline printing sub - committe” como parte do comitê de impressão de embalagem do Packing Institute. A missão primária do sub-comitê foi conduzir ao fim a pesquisa em relação ao novo nome. O comitê era composto por Alexander R. Bradler da Mosstyper Corp; Jhon Cozza da Cello Masters Inc; Dotor Paul Mueller da Celanese Corp que reduziram a extensa listagem de nomes a somente três, uma dos quais era “Flexografia”. Em 22 de outubro de 1952, durante os 14º Fórum do Instituto de Embalagens dos Estados Unidos foi anunciado que o nome “Flexografia” fora escolhido para substituir a expressão impressão anilina. A terminologia foi mundiamente aceita e, numa primeira definição, significava “método de impressão tipográfico rotatório que emprega clichês e tintas fluidas de rápida secagem. A partir dos anos 80 o termo foi definido como “método de impressão rotativa direta que usa clichês resistentes com alto relevo, ajustados a cilindros portaclichês com longitudes de repetições variáveis, entintados por um cilindro provido ou não de uma racle (doctor blade) que transporta tintas fluidas ou pastosas a um substrato”.

Como a globalização afetou o Brasil? O mercado consumidor brasileiro sofreu profundas alterações a partir da implantação do plano de estabilização - o Real, que adotava como estratégia para estabilização de preços a abertura da economia. Hoje temos maior oferta de produtos manufaturados com tecnologia de ponta e, portanto, o consumo seletivo do mercado. O Mercosul surgiu da reunião de países em esquema cooperativista, em busca de abertura de espaços para vários mercados, diversificando a oferta de produtos e atendendo aos desejos de cada consumidor.


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Operador analisando um clichê

Das compras indispensáveis à subsistencia, o consumidor migrou em direção á compras pelo prazer. O processo flexográfico, voltado para impressão de embalagens como papel fantasia (papel de presente), caixas de papelão ondulado, rótulos, etiquetas e embalagens flexíveis está se adaptando à nova era, pois o perfil do consumidor mudou com a nova noção do valor de cada produto, ele analisa o custo-benefício antes de adquiri-lo e o segmento de embalagens está diretamente ligado ao consumo de produtos. Esta adaptação está ocorrendo nas empresas convertedoras e fornecedoras de substancias através da racionalidade e rentabilidade reguindo princípio como: Preço é sua marca no mercado; Custo marca a eficácia da sua empresa; Recurso mais importante é o tempo. No momento atual, as empresas precisam ter mais produtividade, ou seja, produzir mais com menos gastos, obtendo um produto de custo compatível. Assim é necessário que as máquinas de impressão produzam o máximo de tempo possível, ou seja, tenham um tempo de parada mínimo. Isso depende da extensão e planejamento dos trabalhos, número de cores por peça, grau de automatização da máquina de impressão, logística just in time, como porta-clichês montados, anilox, tintas e bobinas prontas para troca rápida, além de mãode-obra capacitada. Requer ainda, que as máquinas atinjam velocidade máxima durante a produção, o que varia de acordo com

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o tipo de trabalho a ser executado, as características e desempenho da secagem, tintas e solventes apropiados, a qualidade dos suportes, uniformidade, tratamento, uso de clicês de qualidade superior, etc; e da troca automática de bobinas. A redução do desperdício, fundamental para o aumento da produtividade, pode ser garantida através do planejamento do tempo de impressão, adequação de trabalhos curtos, confiabilidade do funcionamento global, utilização de tintas, solventes e clichês de qualidade comprovadas, além de paradas, bordas e refilos mínimos. É importante também a limpeza e congrole global do processo. Outro fator importante para otimização é a utilização de horas mínimas/homem nas diversas etapas: operação de máquina, limpeza de clichês, e etc.

A arte na Flexografia Atualmente as artes para trabalhos flexográficos tem sido feitas na base de trabalhos em offset. A vantagem na flexografia é poder serem feitos trabalhos com base na policromia já conhecida do ramo gráfico com aplicações de cores únicas como Pantones once se consegue ótimos resultados nas artes. Exemplo: Um trabalho que tenha fundo azul escuro (cyan, magenta e preto) com uma imagem sobre este fundo, no offset este fundo se imprime junto com as cores da imagem já na flexografia se pode trabalhar cada cor de uma forma de uma forma sendo aplicado um fundo único da escala pantone que universal. As artes preparadas para linha de cosméticos tem mais recursos, como variedades de cores que podem ser


artigo aplicadas a diversos substratos e ainda com aplicação de hotstamp vernizes localizados e outros. A flexografia ainda é algo novo para o Brasil e as pessoas que trabalham com arte-final vão se adequando a este processo de impressão. Foi da mesma forma quando se passou de trabalhos tipográficos para offset, antes os recursos que a informática oferece não existiam, mas com o surgimento da informática se tem mais rapidez ao confeccionar uma arte, aproveitando os recursos que cada software gráfico tem oferecido se pode criar artes que tem ótimo resultado final com a flexografia, não existe magica para se fazer uma boa arte para flexo e sim alguns cuidados que se deve ter, com por exemplo a utilização de trapping (contorno), a utilização de resoluções mais definidas nas imagens e sobreposições de textos, degradês nunca terminando em zero, desenhos que podem ser manipulados para facilitar a aplicação de pantones na impressão.

Crescimento da flexografia Atualmente a flexografia domina o segmento de impressão de embalagens, embora muitos convertedores e impressores combinem outros sistemas de impressão. Segundo dados do Departamento de Planejamento de Negócios da FTA/USA, estimou-se o crescimento de 4 ou 5% anuais no setor de embalagens. A impressão flexográfica participa com cerca de 65%. No conjunto, calcula-se que o crescimento do processo flexográfico atinja entre 8 e 10% com base nos dados de fornecedores e convertedores. No brasil, dados são obtidos junto a fornecedores e convertedores através de pesquisas informais, reuniões da

comissão técnica, seminários, e palestras realizadas pela ABFLEXO/FTA-BRASIL. No último ano, estimou-se um crescimento entre 10 e 12%. Sabe-se também que novas aplicações estão sendo desenvolvidas para o processo flexográfico. Trabalhos que anteriormente eram impressos num único sistema de impressão estão sendo impressos agora nesse sistema.

Brasil, catalisador de investimentos A ABFLEXO/FTA-BRASIL avançou à globalização entre as associações organizaacionais FTA - Flexografic Techinical Association. O Brasil ingrssou no seletivo grupo norte-americano e europeu. Divulgou os novos recursos e opções para instalação de novas fábricas e representações que o país oferece como: política economica definida, estabilidade politica, disponibilidade territorial, fácil acesso aos portos e aeroportos, mão-de-obra farta e etc. O Brasil surge como opção para vários mercados principalmente porv estar na América do Sul e sua população ter condições de assimilar com facilidade ensinamentos e tecnologias de primeiro mundo. Assim, atrai novos fornecedores e convertedores para a indústria nacional. Ainda são necessários alguns ajustes, seja no processo de impressão flexográfica, ou na economia e desenvolvimento social, mas o mais importante, porém, é o respito que vários países tem pelo Brasil em nível empresarial, afastando-os de sua fama exclusiva de carnaval e futebol.

Avaliação do clichê flexográfico com lupa especial.

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