Revista Renovação - Edição 123 - Julho / Agosto de 2020

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Revista Renovação. Edição 123 . Jul/Ago 2020

REVISTA O ESPÍRITO SANTO É A ALMA DA IGREJA, EM SUA VIDA E EM SUA MISSÃO pág.10 EVANGELIZAR É AMAR pág.12 O ANÚNCIO DIGITAL: A COMUNICAÇÃO SOCIAL E OS NOVOS AREÓPAGOS pág. 08 GRUPO DE ORAÇÃO: LUGAR DE FORMAÇÃO ENCARTE


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Revista Renovação . Jul/Ago 2020

Nesta Edição

Espiritualidade

Especial

Institucional

06 “Dele, por Ele e para Ele são todas as coisas” 08 O anúncio digital: a Comunicação Social e os novos areópagos

15 Grupo de Oração: Um espaço de evangelização para crianças e adolescentes

22 Entenda como é preparado cada Congresso Online da RCCBRASIL

10 O Espírito Santo é a alma da Igreja, em sua vida e em sua missão 12 Evangelizar é amar

Testemunho 14 Uma nova experiência com a efusão no Espírito Santo que me transformou

Sugestão de Leitura 17 Renove sua experiência com o querigma e reacenda o ardor missionário

Institucional 18 Vinícius Simões avalia caminhada do Movimento durante Pandemia e fala sobre frentes de missão para a RCCBRASIL

24 Em ação pela evangelização

Projeto 25 Graças a você, a RCCBRASIL não parou!

Especial 26 51 anos da RCC no Brasil

EXPEDIENTE Publicação Oficial da Renovação Carismática Católica do Brasil Editada pelo Escritório Nacional da RCC do Brasil ANO 21 - Edição Nº 123: Jul/Ago 2020

Jornalista Responsável: Jersey Simon Ferreira Registro Profissional 0034836/RJ

ESCRITÓRIO ADMINISTRATIVO

Redação: Gabriel Jorge, Pedro Whately, Rayssa Ferreira

Rodovia Presidente Dutra km 46,5, sentido Rio de Janeiro, no bairro dos Marques, s/n

Revisão: Laura Galvão Fotos: Arquivo RCCBRASIL, Shutterstock Projeto Gráfico, Design e Diagramação: Priscila Carvalho Venecian E-mail: dpto.comunicacao@rccbrasil.org.br

DA RCCBRASIL

Canas/SP

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Tel.: (12) 3151-9999 Entre em contato conosco. Envie testemunhos e sugestões para o e-mail dpto.comunicacao@rccbrasil.org.br

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Editorial Revista Renovação . Set/Out 2020

ANUNCIAI O EVANGELHO A TODA CRIATURA Pouco antes de subir para o Pai, o Senhor deu aos seus discípulos a seguinte ordem: “Ide por todo o mundo e ANUNCIAI o evangelho a toda criatura” (Cf. Mc 16, 15). A experiência com o ressuscitado nos impõe um sentimento necessário de saída ou, conforme aponta o Documento de Aparecida, um “estado permanente de missão” que faz de todos os cristãos discípulos e missionários. Em I Coríntios 9, 16, São Paulo chega a afirmar: “Anunciar o Evangelho não é glória para mim; é uma obrigação que se me impõe. Ai de mim, se eu não anunciar o Evangelho”. E o próprio Jesus afirma quando questionado sobre seus discípulos: “Se eles se calarem, as pedras gritarão” (Lc 40, 40). O fato é que não se detém a força do Evangelho. Este anúncio imperioso é como uma forte torrente de água que não se represa. Num dos momentos mais difíceis da história da humanidade, em meio à pandemia do Novo Coronavírus, descobrimos que o anúncio do Evangelho é realmente uma força indetível. Prova disso é que não paramos de evangelizar, mesmo à distância, de forma virtual ou telemática, muitas são as iniciativas que mantêm viva a Evangelização. A Renovação Carismática Católica, força pujante da Igreja no Brasil, seguiu corajosamente sua missão. A Edição 123 da Revista

Renovação quer aprofundar este poderoso Anúncio. Queremos que os carismáticos do Brasil sintam-se contagiados pela mensagem desta Edição e percebam que, de fato, somos conduzidos pelo Espírito que nos sustenta e nos cumula de criatividade, de ânimo, de ousadia para anunciar o Senhor vivo e ressuscitado. Vamos nos aprofundar sobre a graça do Espírito, alma da Igreja, e descobrir a importância de anunciar a Salvação de Jesus Cristo, forma primeira do exercício da caridade. Também iremos refletir sobre o que de fato devemos anunciar, Jesus ou nossos Ministérios. E por falar em Ministério, esta edição traz um artigo especial sobre um serviço específico que tem sido fundamental para a propagação do Evangelho em tempos de pandemia, a Comunicação Social. Por fim, vamos recordar os 51 anos de história da RCC no Brasil e conhecer os anseios e expectativas na entrevista especial com o presidente do Conselho Nacional, Vinícius Simões. Desejamos que o Fogo do Espírito Santo incendeie seu coração com esta leitura e recobre o amor por anunciar Jesus, que nos trouxe sentido à vida! Boa leitura! Revista Renovação

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Palavra do Presidente Revista Renovação . Jul/Ago 2020

Vinícius Rodrigues Simões

Presidente do Conselho Nacional da RCCBRASIL Grupo de Oração Jesus Senhor

CHAMADOS E ENVIADOS PELO SENHOR Queridos irmãos e irmãs, graça e paz! O Senhor nos envia: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16,15)! Disso depende a salvação de muitos homens. A esse respeito, diz-nos o Papa São Paulo VI: “a apresentação da mensagem evangélica não é para a Igreja uma contribuição facultativa: é um dever que lhe incumbe, por mandato do Senhor Jesus, a fim de que os homens possam acreditar e ser salvos. Sim, esta mensagem é necessária; ela é única e não poderia ser substituída. Assim, ela não admite indiferença, nem sincretismo, nem acomodação; é a salvação dos homens que está em causa” (Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi, 5). Que alegria sermos escolhidos, chamados e enviados pelo Senhor para anunciar a Boa-Nova, que é Ele mesmo, o Verbo Encarnado! Em Jesus o Pai disse tudo e, para difundir o Seu Reino, quis contar conosco para “pregar, não as nossas próprias pessoas ou ideias pessoais, mas sim um Evangelho do qual nem nós nem a Igreja são senhores e proprietários absolutos, para dele disporem a seu bel-prazer, mas de que são os ministros para o transmitir com a máxima fidelidade” (Idem, 15). Nesse sentido, cada um de nós deve se sentir particularmente convocado pelo Senhor a esta missão, assim como o Apóstolo São Paulo se sentiu: “Anunciar o Evangelho não é glória para mim; é uma obrigação que se me impõe. Ai de mim, se eu não anunciar o Evangelho. Se o fizesse de minha iniciativa, mereceria recompensa. Se o faço independentemente de minha vontade, é uma missão que me foi imposta” (I Cor 9,16-17). A este respeito, o Papa Francisco também destaca que cada um de nós deve dizer: “eu sou uma missão

nesta terra, e para isso estou neste mundo. É preciso considerarmo-nos como que marcados a fogo por esta missão de iluminar, abençoar, vivificar, levantar, curar, libertar” (Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, 273). Com efeito, uma das consequências do genuíno batismo no Espírito Santo – a experiência impactante de Pentecostes – é o anúncio entusiasmado do Evangelho. A pregação inspirada da Palavra de Deus carrega em Si uma força de vida e de recriação para a sociedade de todos os tempos. De outro lado, somos chamados a evangelizar a partir do nosso testemunho de vida coerente com o que professamos. Bem, a este propósito a Escritura vai nos dizer: “Mas descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força, e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia, na Samaria e até os confins do mundo” (At 1,8). É que o Espírito Santo opera a salvação dentro de nós, santificando-nos, e nos transforma em testemunhas credíveis do Evangelho anunciado. De fato, somos chamados a exalar o perfume de Cristo para mundo (cf. II Cor 2, 14-15), onde quer que estejamos. Como nos ensina São Paulo VI: “não se pode conceber uma pessoa que tenha acolhido a Palavra e se tenha entregado ao reino sem se tornar alguém que testemunha e, por seu turno, anuncia essa Palavra” (Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi, 24). Que Nossa Senhora da Visitação nos ajude e nos ensine a ir ao encontro dos irmãos com a Boa Nova da Salvação! Veni Sancte Spiritus!

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Espiritualidade Revista Renovação . Jul/Ago 2020

“DELE, POR ELE E PARA ELE SÃO TODAS AS COISAS” (Rm 11,36a)

“Eu devo anunciar a Boa Nova do Reino de Deus. Para isso é que fui enviado”, assim declara Jesus a respeito de sua missão (cf. Lc 4,43).

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omo núcleo e centro da sua Boa Nova, Cristo anuncia a salvação, esse grande dom de Deus que é libertação de tudo aquilo que oprime o homem, e que é libertação sobretudo do pecado e do maligno, na alegria de conhecer a Deus e de ser por Ele conhecido, de o ver e de se entregar a Ele. Tudo isto começa durante a vida do mesmo Cristo e é definitivamente alcançado pela sua morte e ressurreição; mas deve ser prosseguido, pacientemente, no decorrer da história, para vir a ser plenamente realizado no dia da última vinda de Cristo, que ninguém, a não ser o Pai, sabe quando se verificará” (EN,9).

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Cabe a nós essa tarefa de, pacientemente, no decorrer da história e, principalmente nestes tempos, animar as pessoas pela

esperança que o anúncio da salvação libertadora de Jesus realiza. É nossa tarefa anunciar o amor, a misericórdia, a salvação do Senhor, comunicar com as nossas palavras, com as nossas obras, com a nossa vida a ressurreição de Jesus e a vida no Espírito que jorra de seu coração. “Temos à disposição um tesouro de vida e de amor que não pode enganar, a mensagem que não pode manipular nem desiludir. É uma resposta que desce ao mais fundo do ser humano e pode sustentá-lo e elevá-lo” (EG, 265). Jesus Cristo é e sempre será a resposta às necessidades mais profundas das pessoas. Comunicar Jesus às pessoas, apontar para Jesus, essa é a nossa missão. Jesus realizou plenamente a sua missão porque sabia para que

veio, nunca se desviou, nunca se perdeu em caminhos paralelos. Sua referência era o Pai. Ele sempre se retirava para rezar, para estar com o Pai em comunhão de amor e ser cheio da força do Espírito Santo. A exemplo de Jesus, nós também precisamos estar em comunhão de amor com o Senhor e ter clareza sobre o que fomos chamados a ser na Igreja e no mundo. Foi muito significativa a mensagem que o Papa Francisco deu à nós, Renovação Carismática Católica, por ocasião da celebração do nosso Jubileu de Ouro no Circo Massimo, em Roma. A seu pedido, no palco estava escrito em várias línguas “Jesus Cristo é o Senhor”, sinalizando assim o núcleo, o centro do nosso anúncio e da nossa missão, isto é, viver o Senhorio de Jesus e levar as pessoas a terem com Ele


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um encontro pessoal, a Ele se converterem para serem, então, batizadas no Espírito Santo e terem suas vidas transfiguradas pela presença de Deus.

Jesus Cristo é e sempre será a resposta às necessidades mais profundas das pessoas. Comunicar Jesus às pessoas, apontar para Jesus, essa é a nossa missão Foi depois do anúncio de Jesus como Senhor, durante o discurso de Pedro, no dia de Pentecostes, que as pessoas tiveram seu coração compungido e desejaram a salvação: “Que toda a casa de Israel saiba, portanto, com a maior certeza de que este Jesus, que vós crucificastes, Deus o constituiu Senhor e Cristo”. Pedro, cheio do Espírito Santo, proclama que Jesus é o Senhor e a vida das pessoas muda, muda o seu coração e muda o seu destino, pois elas conhecem a salvação, o seu destino agora é o céu. Nós também, cheios da força do Espírito, devemos anunciar Jesus e a força do Evangelho, a fim de que as pessoas tenham seu coração transformado e sejam batizadas no Espírito Santo - sabendo que o coração na Bíblia é tudo o que nos representa como pessoa, nossos pensamentos, nossos sentimentos, nossa maneira de ver o mundo e a própria vida. Anunciar Jesus, eis a nossa missão, qualquer que seja o serviço que desempenhemos, qualquer

que seja o nosso estado de vida, o foco deve ser a salvação das almas. Por isso, devemos sempre nos perguntar: “O meu Ministério tem apontado para Jesus ou apontado para a RCC como instituição? Eu tenho trabalhado para que mais pessoas tenham um encontro pessoal com Jesus e sejam salvas? Eu intercedo, eu prego, eu formo, eu canto, eu rezo para que Jesus apareça e seja anunciado?” A instituição, as estruturas, existem para nos ajudar a cumprir com o nosso chamado e não deveriam jamais tomar o lugar de Jesus Cristo, o único que deve ter o protagonismo em tudo o que fazemos. “Tudo quanto fizerdes, por palavra ou por obra, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai” (Col 3,17). É só em Jesus que a nossa vida, a vida das pessoas e a realidade do tempo presente podem ser transformadas. “Saiamos, saiamos para oferecer a todos a vida de Jesus Cristo. Se alguma coisa nos deve santamente inquietar e preocupar a nossa consciência é que haja tantos irmãos nossos que vivem sem a força, a luz e a consolação da amizade com Jesus Cristo, sem um horizonte de sentido e de vida” (EG, 49). “Deus nos deu a vida eterna, e essa vida está em seu Filho. Quem possui o Filho, possui a vida: quem não tem o Filho não tem a vida” (1Jo 5, 11-12). Comunicar a vida em Jesus é, portanto, a nossa meta, o nosso foco, independentemente de nosso Ministério, cargo ou missão. Se Deus nos chamou, devemos acreditar que nós somos os instrumentos que Ele usará para atender ao apelo de tantas pessoas que procuram

desesperadamente, e muitas vezes nos lugares errados, preencher o seu vazio existencial. Só em Jesus as pessoas podem encontrar repouso para suas almas angustiadas, podem encontrar a paz e a plenitude de vida que Ele veio anunciar. Para poder comunicar a vida em Jesus, porém, precisamos nós mesmos estar plenamente nEle e sermos revestidos da alegria da sua presença. O salmista diz “de alegria o cobriste com a vossa presença” (Sl 20,7b).

Anunciar Jesus, eis a nossa missão, qualquer que seja o serviço que desempenhemos, qualquer que seja o nosso estado de vida, o foco deve ser a salvação das almas Que a cada novo dia que se inicia, possamos a exemplo do nosso Mestre Jesus, nos retirar em oração para receber de novo a confirmação do nosso chamado e sermos novamente revestidos da força do alto, o Espírito Santo, e ter reacendida em nós a alegria da salvação, a alegria do encontro com Cristo. Assim prosseguiremos, decididamente, indo ao encontro das pessoas para anunciar a Boa Nova do reino de Deus, tendo no coração essa certeza: “Dele, por Ele e para Ele são todas as coisas”. Por Maria Beatriz Spier Vargas Coordenadora da Comissão de Formação da RCCBRASIL Grupo de Oração Magnificat

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O ANÚNCIO DIGITAL: A COMUNICAÇÃO SOCIAL E OS NOVOS AREÓPAGOS Para eficácia da evangelização, o Senhor, pela graça do Espírito Santo, nos dá sabedoria para usar todos os meios disponíveis.

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o livro dos Atos dos Apóstolos (17, 15-34), São Paulo foi anunciar o Evangelho aos gregos no areópago (um tribunal localizado em uma colina de mesmo nome, onde o Conselho de Atenas discutia assuntos relacionados à filosofia, cultura etc.). O Apóstolo não se intimidou e, movido pelo desejo de tornar Jesus Cristo conhecido, amado e adorado, ergueu sua voz e pregou neste ambiente inusitado. Na encíclica Redemptoris Missio (RM), São João Paulo II usou a expressão “modernos areópagos” para referenciar a missão dos primeiros cristãos que, a exemplo de São Paulo, evangelizavam em ambientes incomuns, saindo dos templos religiosos e indo aos mais diversos lugares. Ele afirmou que o areópago dos tempos modernos são os meios de comunicação social.

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São João Paulo II chamou a atenção para o cuidado que devemos ter com a comunicação e a evangelização: “Talvez se tenha descuidado um pouco este areópago” (RM, 37). Esta preocupação

acentuou-se ainda mais com as novas tecnologias e está sendo potencializada neste tempo de enfrentamento à pandemia do COVID-19. Não podemos fechar os olhos para a velocidade do mundo atual. Em 1985, o então padre Jorge Mário Bergoglio (Papa Francisco) já falava sobre inculturar o evangelho, ou seja, levá-lo às diferentes realidades e culturas. Com a pandemia, tornou-se evidente a necessidade do anúncio digital que pode ser feito não somente por profissionais de comunicação, mas deve ser um desafio para todos os cristãos. É urgente! É possível e é agradável a Deus! Na Renovação Carismática Católica, neste tempo de pandemia, vimos de forma abrupta a necessidade de usar os instrumentos de comunicação social e evangelizar através do mundo digital. Nós temos a missão de nos tornar Apóstolos da Esperança e levar a Boa Nova, a Melhor Notícia, o Verbo Divino para todos. Quantos Grupos de Oração estão fazendo reuniões de oração, formações, pastoreio e

momentos de fraternidade através de lives e de chamadas de vídeo! E quão belo é saber que o Senhor nos dá a sabedoria e o entendimento para nos apropriarmos desses meios! A Comunicação Social deve adentrar neste novo areópago para proclamar a Palavra e fazer com que ela chegue aos lugares mais distantes e às realidades mais difíceis. Não deixemos os filhos e filhas de Deus perecerem sem receber o anúncio do evangelho! “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Cf. Mc 16, 15). O Ministério de Comunicação Social pode e deve ser de grande auxílio na construção do Reino de Deus e na exploração destes modernos areópagos incomuns, difíceis e até mesmo hostis. Que a nossa comunicação possa ir a estes areópagos “e toda língua confesse, para a glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é Senhor” (Fl 2, 11). Por Giancarlo de Souza Silva Coordenador nacional do Ministério de Comunicação Social da RCCBRASIL Grupo de Oração Sagrado Coração de Maria


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Espiritualidade Revista Renovação . Set/Out Jul/Ago 2020 2020

O ESPÍRITO SANTO É A ALMA DA IGREJA, EM SUA VIDA E EM SUA MISSÃO Pela graça do Espírito Santo, em sua riqueza de dons e carismas, a nossa missão como Igreja é ser a alma vivificante de um mundo que não vê mais perspectiva de vida.

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reio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida”. Assim, professamos no Credo Niceno-Constantinopolitano, o Espírito Santo, a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade é quem dá a vida, é o vivificador. E o que estamos vivendo nos tempos atuais? É exatamente o contrário, a Pandemia do Covid-19 vem nos dando a sensação de que estamos perdendo a vida, e não somente nas estatística do número de mortos, mas a Pandemia quebra laços, impede o encontro, prejudica os relacionamentos, e a pior sensação é que não se vê o fim. E a Igreja não escapou disso. Clamamos o Es-

pírito Santo em cada santa missa, na Oração Eucarística, para que o pão e o vinho se tornem o Corpo e o Sangue de Cristo. E muitos ficaram alijados de estar na presença do Santo Sacrifício. Catequese, encontros cancelados, Igrejas total ou parcialmente fechadas. Então o Espírito Santo nos abandonou? A resposta é não. E nesse ponto nos unimos ao autor do Apocalipse, diante de um quadro de perseguição e de morte, no derramamento de sangue no martírio de muitos homens e mulheres. Sem comparação com o que estamos vivenciando, o autor, porém, termina seu livro contemplando que o Espírito unido

à Esposa, que é a Igreja, diz “Vem!” ao Senhor Jesus (Cf. Ap 22,17). O Espírito é que constitui a Igreja no Corpo de Cristo, pois o mesmo Espírito da Cabeça é o mesmo Espírito do Corpo. Por isso, no dia de Pentecostes havia cento e vinte pessoas como assembleia constituída, doze e seus múltiplos é o número do povo, é esse Espírito em Pentecostes que dá aos apóstolos a verdadeira coragem para anunciar e também constitui povos tão diversos numa única Igreja (Cf. At 1,15; 2,1-13). São Paulo vai afirmar que há diversidade de dons, mas o Espírito é único (Cf. 1 Cor 12, 4), e assim con-


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tinua: “Mas um e o mesmo Espírito distribui todos estes dons, repartindo a cada um como lhe apraz. Porque, como o corpo é um todo com muitos membros, e todos os membros do corpo, embora muitos, formam um só corpo, assim também é Cristo” (1 Cor 12,11-12). O apóstolo diz que o corpo é um, e nesse corpo o Único Espírito de Cristo distribui seus dons. E qual a razão da distribuição dos dons? Para dar vida à Igreja.

A alma, é o princípio de vida do ser humano, que o constitui pessoa e ser de relacionamento, imagem e semelhança de Deus É nessa perspectiva que podemos afirmar que o Espírito Santo é a alma da Igreja. O que é a alma? Assim nos diz o Catecismo: “‘alma’ significa o princípio espiritual no homem (Catec, n. 363). A alma, é o princípio de vida do ser humano, que o constitui pessoa e ser de relacionamento, imagem e semelhança de Deus (Cf. Gn 1,26-27; 2,7), assim o Espírito Santo, como já afirmava o Papa Pio XII: “Se bem considerarmos esse divino princípio de vida e atividade, dado por Cristo, enquanto constitui a própria fonte de todos os dons e graças criadas, compreenderemos facilmente que não é outra coisa senão o Espírito Paráclito que procede do Pai e do Filho e de modo peculiar se diz ‘Espírito de Cristo’ ou ‘Espírito do Filho’ (Rm 8, 9; 2 Cor 3,17; Gl 4,6 - Carta Encíclica Mystici Corporis, n. 54). O Concílio Vaticano II aprofun-

da essa ideia ao afirmar que Jesus “deu-nos do Seu Espírito, o qual, sendo um e o mesmo na cabeça e nos membros, unifica e move o corpo inteiro, a ponto de os Santos Padres compararem a Sua ação à que o princípio vital, ou alma, desempenha no corpo humano” (Constituição Dogmática Lumen Getium, n. 7). E o Catecismo segue a mesma linha: “A Igreja é o Templo do Espírito Santo. O Espírito é como que a alma do Corpo Místico, princípio da sua vida, da unidade na diversidade e da riqueza dos seus dons e carismas” (Catec, n. 809). O Espírito Santo é o princípio de vida, Ele é o Senhor que dá a vida. O corpo sem a alma está morto, da mesma forma, o Espírito é o que vivifica, aquele que anima a Igreja em sua vida e missão. E o Espírito Santo o faz não uniformizando os seres humanos, mas propiciando a unidade na diversidade de raças, povos e línguas que existem entre os povos. E Ele realiza essa unidade quando enriquece a Igreja de dons e carismas e assim possibilita uma evangelização eficaz e frutuosa. Riqueza de dons e carismas que está a serviço da caridade que constrói a Igreja. (Cf. Catec, n. 2003). Resumindo, a Igreja é o Corpo Místico de Cristo, morto e ressuscitado. O Espírito Santo, a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, é a alma desse Corpo porque o anima, o unifica na diversidade de seus membros e, através de dons e carismas, o faz crescer mais e mais. Deus não nos abandona e principalmente nesses momentos de confusão, sofrimento e solidão, é necessário nos abrir ao Espírito, como fizeram os cristãos na perseguição e no martírio descrito pelo livro do Apocalipse e ver os sinais dos tempos, as oportunidades em

Evangelizar. A Santa Igreja passou por guerras, pestes, tristezas e dores, mas o Espírito sempre a conduziu do melhor modo para evangelizar. Como cristãos, temos que ver tudo isso pela ação do Espírito em nós, como um verdadeiro kairós, um momento oportuno da graça de Deus, como nos diz a Constituição Pastoral Gaudium et Spes, em sua abertura: “As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo”.

O corpo sem a alma está morto, da mesma forma, o Espírito é o que vivifica, aquele que anima a Igreja em sua vida e missão E se falamos tanto que o Espírito é a alma da Igreja e nós fazemos parte desta mesma Igreja, qual é a nossa missão? “Numa palavra: ‘sejam os cristãos no mundo aquilo que a alma é no corpo’” (Carta a Diogneto, apud Constituição Dogmática Lumen Getium, n. 38). Essa é a nossa missão, pelo Espírito, na riqueza de dons e carismas que o Espírito nos dá, sermos a alma vivificante de um mundo que não vê mais perspectiva de vida. “Vem Espírito Santo, e da Terra toda a face renovai!” (Cf. Salmo 103, 30).

Por Padre Micael de Moraes, sjs Instituto Missionário Servos de Jesus Salvador

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EVANGELIZAR É AMAR É com o intuito de declarar seu amor pela humanidade que Cristo dá a palavra de ordem: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa Nova a toda criatura!” (Mc 16,15).

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ssa foi a ordem de Jesus aos discípulos antes de subir aos Céus. Como que, para subir aos Céus, fosse preciso deixar a evangelização assegurada por aqueles que havia formado. Em seguida, ascende aos céus mostrando o que a missão de evangelizar deve fazer: levar toda carne a desejar ansiosamente a eternidade, as coisas do Alto. E é para isso que a Igreja nasceu, para povoar os Céus dando continuidade à missão salvífica de Jesus.

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Anunciar a Boa Nova, segundo o Papa Francisco, não é fazer proselitismo, nem propaganda, nem marketing; é, antes de tudo, ser enviado em missão, fazendo entrar “em jogo” a própria vida, o próprio tempo, os próprios interesses, a própria carne. Afirma ainda que esse anúncio só tem passagem de

ida e não de volta. Evangelizar com testemunho de vida como alguém que foi encontrado pela Palavra de Deus. Essa Boa Nova, segundo o Evangelho, é uma Pessoa, Jesus Cristo, e “não pode haver verdadeira evangelização sem o anúncio explícito de Jesus como Senhor e sem existir uma primazia do anúncio de Jesus Cristo em qualquer trabalho de evangelização” (Evangelii Gaudium, 110). Ou seja, a salvação que Deus realiza, a Igreja deve jubilosamente anunciar para todos. Um verdadeiro trabalho de devolver ao homem o que lhe foi roubado, a vida de Deus. Evangelizar é transfigurar o homem desfigurado pelo pecado, possibilitando-o conhecer a Verdade. Algo interessante na Sagrada Escritura é o fato de que a raiz

da palavra “carne” no hebraico é a mesma da palavra “boa nova” (basar). Isso nos leva a compreender que, de uma certa maneira, evangelizar é anunciar a “boa nova da carne”, da criação dada por um Deus de vida que quer que o homem permaneça Nele, na Sua Carne, e não morra. É anunciar o amor de um Deus que veio na carne, se encarnou e, ao mesmo tempo, anunciar que Ele ressuscitou dos mortos e ressuscitará também nossa carne mortal. Não podemos ficar fechados em nós mesmos na desculpa de não sabermos como fazer. Jesus garantiu que o Espírito Santo viria em nossa fraqueza, revelaria a verdade, consolaria. Nessa promessa avançamos destemidamente, com ousadia e parresia, pois negar evangelizar é negar a si mesmo, é negar a Verdade que nos alcançou e nos


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dignificou. O outro tem o direito de conhecer Jesus Cristo e cabe a nós, como filhos da Igreja, anunciar e proporcionar um encontro pessoal com Jesus Vivo. Evangelizar é amar. É a primeira caridade que devemos fazer aos pobres, é crer que o Evangelho dá resposta às necessidades mais profundas das pessoas, em todos os tempos e lugares.

Evangelizar é transfigurar o homem desfigurado pelo pecado, possibilitando-o conhecer a Verdade O Papa afirma que “se uma pessoa experimentou verdadeiramente o amor de Deus que o salva, não precisa de muito tempo de preparação para sair a anunciá-Lo, não pode esperar que lhe deem muitas lições ou longas instruções. Cada cristão é missionário na medida em que se encontrou com o amor de Deus em Cristo Jesus” (EG). Aqui vemos o que nos leva ou não à evangelização, a experiência com o amor de Deus. Quanto mais sou apaixonado pelo Deus que me salvou, mais quero falar Dele e dá-Lo a conhecer aos outros. Assim foi com tantos personagens bíblicos. Vemos a samaritana que não pensou duas vezes antes de iniciar seu testemunho sobre Aquele que havia falado tudo sobre ela. Falou do que experimentou. Vemos também Paulo que, ao ser encontrado por Jesus no caminho de Damasco, não parou de falar Dele, colocou tudo que tinha: forças, privilégios e a própria vida para que Jesus fosse

conhecido. Sua forma de anunciar chegou até nós. Agora é nossa vez, porque nada pode acorrentar o Evangelho. Muitos O conhecerão através do nosso testemunho. Em tempos difíceis, em toda a história da Igreja, desde os primórdios, o Espírito do Senhor trouxe sabedoria e criatividade para que ninguém fosse privado dessa Boa Nova. Estamos, mais uma vez, em tempos difíceis, de confinamento, de restrições de eventos de evangelização, mas os Céus nunca deixaram de assistir a Igreja, seja em qualquer tempo que estivesse vivendo. Como no passado, no presente e no futuro, podemos contar fielmente com a ajuda do Senhor que não deixa de nos socorrer com seu Espírito.

Agora é nossa vez, porque nada pode acorrentar o Evangelho. Muitos O conhecerão através do nosso testemunho “Hoje há uma forma de pregação que nos compete a todos como tarefa diária, é cada um levar o Evangelho às pessoas com quem se encontra, tanto aos mais íntimos como aos desconhecidos. É a pregação informal que se pode realizar durante uma conversa, e é também a que realiza um missionário quando visita um lar. Ser discípulo significa ter a disposição permanente de levar aos outros o amor de Jesus; e isto sucede espontaneamente em qualquer lugar: na rua, na praça, no trabalho, num caminho” (EG, 127). Para tal, será sempre necessário ter

ousadia e convicção e renunciar a si mesmo por causa do Evangelho. Anunciar Jesus é para quem escolheu morrer para si, passar muitas vezes “por ridículo”, ser mal interpretado, desconsiderado, enfim, perder tudo para ficar com o Tudo. Esvaziar de si mesmo para preencher o vazio de tantos com o Único necessário, Jesus. Os medos e as dúvidas podem sufocar toda a ousadia, é possível ainda deixarmos de ser criativos e nos acomodarmos não avançando, mas nos posicionarmos como meros “espectadores duma estagnação estéril da Igreja” (EG, 129). Como homens e mulheres renovados pela graça do batismo no Espírito Santo, não podemos mais nos calar, precisamos pedir ao Senhor um coração ardente pela evangelização, que ninguém passe por nós sem ser inflamado pelo amor de Jesus e pela experiência do batismo no Espírito. Que a cultura de Pentecostes ultrapasse nossos muros e toque a muitos. O Senhor deseja que anunciemos seu amor, não só com palavras, mas com uma vida transfigurada pela Sua presença constante. A Igreja se tornará cada dia mais uma “evangelizadora em saída” quando cada um de nós se tornar “uma missão” nesta terra. Não é mais questão de fazer missão, mas assumir que nossa vida é uma missão e que é para isto que estamos neste mundo. “É preciso nos considerar como que marcados a fogo por essa missão de iluminar, abençoar, vivificar, levantar, curar e libertar” (EG). Por Pe. Eduardo José

dos Santos Ribeiro, SJS

Instituto Missionário Servos de Jesus Salvador

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Institucional A RCC na minha vida Revista Renovação . Jul/Ago 2020

UMA NOVA EXPERIÊNCIA COM A EFUSÃO NO ESPÍRITO SANTO QUE ME TRANSFORMOU

Paz e bem, meus irmãos! Eu me chamo Lucy Ellem dos Santos Dantas, faço parte do Grupo de Oração Nossa Senhora Aparecida, em Macapá, estado do Amapá. Sou casada com José Maria Machado da Silva e tenho dois filhos que se chamam: Lara Dantas da Silva, com 5 anos, e Pedro Henrique Dantas da Silva, com 7 anos. Para este tempo, o Senhor me chamou a coordenar o Ministério de Pregação Diocesano. A minha caminhada teve início quando eu tinha 9 anos de idade. Tudo começou quando eu fui convidada pela minha avó a participar de uma reunião do Grupo de Oração “Filhos de Israel” e, num momento de oração, direcionei meu olhar para o Sacrário e perguntei: “Será que Deus existe mesmo? Se o Senhor existe mesmo, mostre-me?” Logo em seguida, houve a oração pelo Batismo no Espírito Santo e pediram que fechássemos nossos olhos para orarmos, foi quando fui conduzida pelo Espírito Santo a orar em línguas. Depois do Batismo, todos pararam de orar e eu não parava e estava numa profunda intimidade com o Espírito Santo naquele momento, mesmo sem saber o que estava acontecendo comigo. Foi quando abri os olhos, vi que somente eu estava de pé e orando em línguas, naquele momento senti muita vergonha. Após esta experiência com o Espírito Santo, criei um bloqueio emocional, durante seis meses não tive mais essa experiência.

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Em outro ano, participei de um retiro de carnaval da Renovação Carismática Católica. Lá, tive uma nova experiência com a efusão no Espírito Santo que me transformou, pois me recordo que o irmão pregava sobre Efésios 5,1-21 e fiquei impactada com o primeiro versículo: “sede pois, imitadores de Deus como filhos muito amados”. A cada versículo, sentia-me muito tocada pelo Senhor. Era como se a pregação fosse para mim! A partir deste dia, nunca mais fui a mesma! Com isso, o Senhor foi moldando a minha vida e fui mudando radicalmente. Creio que, a partir deste dia, iniciei meu processo de conversão, porém me afastei durante um ano após a perda, em um naufrágio, de minha mãe e minhas duas irmãs. Fiquei deprimida, sem forças e minha vida não tinha mais sentido. Foi quando o Senhor me resgatou do fundo do poço. A partir de um convite feito pelo meu esposo, voltei a participar de um Grupo de Oração, o “Nossa Senhora Aparecida” que frequento até hoje, para honra e Glória do Senhor. Faça a experiência lendo Efésios 5,1-21 e permita a poderosa ação do Espírito Santo na sua vida. Fiquem com Deus!

Por Lucy Ellem dos Santos Dantas Grupo de Oração Nossa Senhora Aparecida Macapá (AP)


Especial Revista Renovação . Jul/Ago 2020

GRUPO DE ORAÇÃO: UM ESPAÇO DE EVANGELIZAÇÃO PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES Manter um cuidado especial com os pequenos e adolescentes é cuidar do próprio futuro da Sociedade e da Igreja. A Renovação Carismática Católica reconhece a singularidade e a importância da criança e do adolescente e, por isso, os acolhe através de um serviço específico, respeitando suas fases de desenvolvimento e apresentando-lhes um Deus vivo que acolhe, ama e cuida na figura de cada evangelizador. O Ministério para Crianças e Adolescentes acredita nas potencialidades da infância e da adolescência e tem a missão de evangelizar de forma adequada e querigmática, com renovado ardor missionário, levando os pequeninos à experiência do batismo no Espírito Santo. Os pilares que sustentam e fundamentam as práticas do Ministério são: espiritualidade de Pentecostes, formação dos evangelizadores, evangelização com criatividade, dimensão missionária e pastoreio.

O Movimento dedica um espaço dentro do Grupo de Oração pensado especialmente para cada criança e adolescente, respeitando suas fases próprias de desenvolvimento. Para promover uma formação específica para o Ministério em 2020, a RCCBRASIL realizou um Congresso Online dedicado às práticas de evangelização para crianças e adolescentes. Com o tema “Escolhe, pois, a vida” (Dt 30,19b), o evento vai aconteceu os dias 18 e 20 de setembro de 2020. Compartilhe com aqueles que são chamados a essa missão com você! Para mais informações acesse congressosonlinerccbrasil.com.

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Institucional Revista Renovação . Jul/Ago 2020

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Sugestão de Leitura Revista Renovação . Jul/Ago 2020

RENOVE SUA EXPERIÊNCIA COM O QUERIGMA E REACENDA O ARDOR MISSIONÁRIO O querigma apresenta Jesus como Deus e Salvador, provoca a conversão de vida e o desejo de anunciar Seu amor a toda humanidade. Renova a história do homem e traz esperança!

Nesta edição da revista Renovação estamos nos aprofundando na reflexão sobre o anúncio da Boa Nova de Jesus. Por isso, te convidamos a conhecer o livro “Queima de Novo”, de Bruno Maffi, que discorre sobre o querigma. Afinal, qual carismático, ao ler sobre esse assunto, não se recorda de seus primeiros encontros na RCC? Ele é transformador, jamais toca uma alma sem lhe causar um desejo de conversão e um profundo amor por Jesus. Neste livro, Bruno Maffi faz um mergulho sobre os temas desenvolvidos no querigma: O amor de Deus, o pecado, Jesus Salvador, Senhorio de Jesus – fé e conversão, Espírito Santo – a promessa do Pai,

A Vida fraterna – comunhão dos santos e Nossa Senhora de Pentecostes. Em cada um deles o autor traz uma reflexão, seguida por um testemunho e uma oração. Esse conteúdo vai te ajudar a renovar sua experiência com o primeiro anúncio e reacender o ardor missionário em seu coração. Voltar ao Querigma é uma resposta aos desafios do nosso tempo, como aponta o Documento de Aparecida, no parágrafo 29: “A alegria do discípulo é antídoto frente a um mundo atemorizado pelo futuro e oprimido pela violência e pelo ódio. A alegria do discípulo não é um sentimento de bem-estar egoísta, mas uma certeza que brota da fé, que serena o

coração e capacita para anunciar a boa nova do amor de Deus. Conhecer a Jesus é o melhor presente que qualquer pessoa pode receber; tê-lo encontrado foi o melhor que ocorreu em nossas vidas, e fazê-lo conhecido com nossa palavra e obras é nossa alegria”. Você pode adquirir acessando rccshop.com.br ou pelo telefone (12) 98257-0028.

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Institucional Revista Renovação . Jul/Ago 2020

VINÍCIUS SIMÕES AVALIA CAMINHADA DO MOVIMENTO DURANTE PANDEMIA E FALA SOBRE FRENTES DE MISSÃO PARA A RCCBRASIL Revista Renovação entrevista presidente do Conselho Nacional

O ano de 2020 começou para os carismáticos do Brasil tendo como rhema uma Palavra forte: “Transformai-vos pela renovação do vosso espírito” (Rm 12, 2). Depois de vivenciarmos momentos inesquecíveis no Encontro Nacional de Formação, voltamos para as nossas realidades empenhados a assumir tal compromisso com o Senhor. Porém, no meio do caminho, uma “tempestade”, tal como a que irrompeu contra Jesus e os seus discípulos na barca (cnf. Mc 4, 35) soprou sobre todos nós. Contudo, mesmo com o mar revolto, pusemos nossa confiança no Senhor seguin-

do firmes ao outro lado da margem. A Igreja de Jesus Cristo não parou. A Revista Renovação conversou com Vinícius Simões, presidente do Conselho Nacional da RCCBRASIL, que avalia a caminhada do Movimento neste período de pandemia. Ele fala sobre as iniciativas inovadoras inspiradas pelo Espírito para este tempo e nos conta sobre suas impressões acerca do cenário pós-pandemia. Simões também fala sobre as Conferências pastorais online, realizadas com os coordenadores diocesanos da RCC e adianta como estão preparativos para o ENF 2021.

Confira a entrevista:

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Revista Renovação – Atravessamos um tempo na história da humanidade que, há pelo menos 100 anos não se vivia, uma pandemia que paralisou a economia e diversas outras áreas. Contudo, a Igreja de Jesus Cristo não parou, a RCCBRASIL não parou. Qual a avaliação que a presidência faz do Movimento neste período de pandemia do novo Coronavírus?

Vinícius Simões: Não foi à toa que neste ano de 2020 o Senhor nos levou a refletir sobre o texto bíblico que está em Romanos 12, 2: “transformai-vos pela renovação do vosso espírito”. Que significa isso? Significa deixar que o Espírito Santo mude paradigmas, conceitos, estratégias, mentalidades; deixar que o Espírito Santo aperfeiçoe valores e gere frutos mais arrojados


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de santidade em nós. Apesar de todas as circunstâncias dolorosas e trágicas que esta pandemia tem gerado, não tenho dúvida de que o Espírito está renovando a face da terra (cf. Salmo 103). Graças a Deus, a RCCBRASIL logo despertou para manter a evangelização por meio de uma “nova via” (não tão nova assim, mas seguramente nunca tão utilizada quanto atualmente): a Internet. Desde o início do necessário distanciamento social, o Espírito Santo nos conduziu a realizar Grupos de Oração online, Lives Formativas, Congressos, vídeos diários de louvor e adoração ao Santíssimo Sacramento. Tais iniciativas têm se desdobrado nas paróquias, nas dioceses, nos estados, o que tem gerado um grande impulso evangelizador ao Movimento como um todo. Portanto, vejo que o Movimento, em todas as suas instâncias de serviço, manteve-se focado em evangelizar e levar as pessoas ao encontro pessoal com Cristo e à experiência do batismo no Espírito Santo.

Desde o início do necessário distanciamento social, o Espírito Santo nos conduziu a realizar Grupos de Oração online, Lives Formativas, Congressos, vídeos diários de louvor e adoração ao Santíssimo Sacramento. Revista Renovação – Um dos pontos positivos desta pandemia foram inúmeras iniciativas de eventos online país afora, inclusive promovidos pela RCCBRASIL. O Congresso Querigmático Online foi o primeiro e teve uma resposta muito positiva por parte do povo de Deus. Qual a avaliação da presidência deste Congresso, quais outros frutos poderiam se destacar? Vinícius Simões – Tivemos a graça de alcançar o número de aproximadamente 50 mil pessoas de todas as regiões do Brasil inscritas no Congresso Querigmático. Este é um número expressivo e denota o quão sedentas as pessoas estão do amor de Deus, da Palavra de Deus, da oração, da reflexão pessoal. As pre-

gações seguiram os pontos do Querigma, apontados pela Mãe Igreja, e surpreenderam pela profundidade e poder que as acompanharam. Deus é sempre surpreendente! Ao lançarmos as redes, não imaginávamos quão abundante seria a pesca. Os testemunhos são inúmeros: pessoas que estavam afastadas da Igreja e da RCC retomaram a caminhada; pessoas desanimadas até mesmo pela situação atípica em que estamos vivendo tiveram a chama do amor reavivada em seus corações; familiares dos inscritos, que escutaram incidentalmente as pregações foram tocados e houve libertação de vícios em drogas, libertação de prostituição, reconciliação entre pessoas, renovação de casamentos; vocações sacerdotais foram reavivadas; recebemos testemunhos até mesmo de cura física. Em todas as coisas seja Deus glorificado! Revista Renovação – Uma das estratégias inspiradas pelo Espírito Santo neste tempo, no sentido de animar e pastorear as lideranças do Movimento, foi a realização das Conferências com os coordenadores diocesanos de todo o país, sendo possível fazer uma espécie de radiografia da realidade da RCC no Brasil. Quais pontos positivos e quais pontos de atenção a presidência destacaria? Vinícius Simões – Deus nos deu a inspiração de realizarmos Conferências Pastorais online com os presidentes dos Conselhos Diocesanos do Movimento em todo o Brasil, mas não de uma só vez. Foram sete Conferências, uma por semana, iniciando pela Região Sul do Brasil, percorrendo o Sudeste, Nordeste, Norte, concluindo na Região Centro-Oeste. Louvo a Deus por ter tido a oportunidade de encontrar homens e mulheres que amam o Senhor e profundamente comprometidos com a Sua Obra! Ali tivemos a oportunidade de nos aproximar mais, de rezar, de partilhar sobre alguns aspectos da missão de coordenar, de ouvir os anseios dos Diocesanos, responder a dúvidas e dialogar, encorajando-nos mutuamente. Também pudemos detectar as regiões e particularidades que requerem maior atenção pastoral, formativa e ajudas diversas por parte do Conselho Nacional da RCCBRASIL. Revista Renovação – A palavra de ordem do Senhor para este ano para nós é “Resgatar” (a identidade da RCC). Estamos cumprindo essa ordem? Qual balanço de janeiro até aqui? Vinícius Simões – Creio firmemente que Deus

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nos levou a resgatar a essência (a nossa Identidade) não somente no campo da reflexão e das ideias, mas num campo bastante concreto, palpável: a situação de pandemia que se nos apresenta tem nos levado a retornar de forma muito prática ao primeiro amor, a voltar à Nascente das Águas para ali encontrar repouso para as nossas almas, a perceber a falta que faz a vivência fraterna, o ciclo carismático comunitário, o pastoreio mais efetivo. As pessoas estão voltando a rezar, a ler a Palavra de Deus, a jejuar; estão ávidas pelos Sacramentos, pelo encontro amoroso com os irmãos, por retornar aos seus Grupos de Oração e isso é resgatar a identidade por excelência.

A situação de pandemia que se nos apresenta tem nos levado a retornar de forma muito prática ao primeiro amor, a voltar à Nascente das Águas para ali encontrar repouso para as nossas almas, a perceber a falta que faz a vivência fraterna, o ciclo carismático comunitário, o pastoreio mais efetivo Revista Renovação – Quando falamos de “frentes de missão”, estamos falando de pontos identificados como necessários, urgentes e críticos para uma ação missionária cheia do Espírito Santo. Trazendo para a realidade do nosso Movimento no Brasil, quais são essas frentes de missão atualmente? Vinícius Simões – Enxergando o Grupo de Oração como a célula fundamental do Movimento, o seu coração pulsante a cada semana, esta é a principal e maior frente de missão do Movimento. Cada Grupo é e deve se considerar um Cenáculo de Jerusalém dos dias atuais. Além disso, há frentes de missão específicas com os jovens – atividade missionária “Jesus no Litoral”, “Jesus na Serra”, “Jesus no Pantanal”, “Jesus no Extremo Norte”, “Jesus na Praça”, que mobilizam anualmente muitos jovens a evangelizar as pessoas nas ruas, nas praias etc.

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Temos ainda como frente de missão o importante trabalho de encorajamento e de evangelização com os seminaristas através dos Retiros para Seminaristas (RENASEM) que acontecem regional e nacionalmente todos os anos. Temos ainda a ENFLM – Escola Nacional de Formação de Líderes e Missionários e a ENACOM – Escola Nacional de Comunicadores que visam formar uma nova geração de líderes comprometidos com o Senhor e com a Igreja. Há que se falar também do trabalho de animação e acompanhamento das Religiosas e dos Ministros Ordenados. Também destaco importantes trabalhos no campo da Promoção Humana, da evangelização das famílias, das crianças e adolescentes, o atendimento de oração por cura e libertação, bem como a Missão Marajó, na cidade de Afuá (Pará), onde há um trabalho social e de evangelização em parceria com a Igreja local. Muitas outras frentes de missão poderiam ser elencadas aqui e todas têm a importância de serem inspirações do Espírito Santo para a vida do Movimento. Revista Renovação – Uma decisão difícil para o Conselho Nacional foi o discernimento quanto à realização do ENF 2021 diante das incertezas sobre a pandemia. Em oração, escuta e consulta à Igreja, optou-se por um evento presencial apenas para os coordenadores diocesanos e para os membros do próprio Conselho Nacional e Online para todo o povo de Deus. Como se chegou a esse discernimento? Vinícius Simões – Todo discernimento maduro envolve alguns passos: uma reflexão objetiva à luz das circunstâncias à nossa volta, consulta às pessoas diretamente envolvidas, consulta às autoridades eclesiásticas e, primordialmente, oração e escuta do Senhor, pois Ele verdadeiramente direciona aqueles que a Ele se confiam. Estes foram alguns dos passos que o Conselho Nacional adotou para este discernimento tão importante para a vida do Movimento em 2021. Considerando que não temos perspectivas de disponibilização de uma vacina em médio prazo, logo vimos que seria inviável deslocar e reunir cerca de 13 mil pessoas (média dos últimos anos) sem riscos às suas preciosas vidas. De outro lado, era necessário que nos pronunciássemos o quanto antes, dado que algumas caravanas já


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possuíam reservas de hotéis, ônibus etc. e deveriam cancelar ou remanejar tais serviços. Além disso, procedemos a uma enquete com os cerca de 270 coordenadores diocesanos de todo o Brasil para sondar as suas expectativas e visão acerca das providências a serem adotadas para o ENF2021, bem como consultamos alguns bispos e sacerdotes que nos acompanham mais proximamente. Com todo este acervo, após preparação espiritual com oração e jejum, o Conselho Nacional se pôs a escutar o Senhor e a deliberar como realizaríamos o ENF 2021, o que culminou com a decisão já tão divulgada em nosso meio. Entendemos que esta foi uma decisão muito prudente e, ao mesmo tempo, inovadora. Preservamos a integridade física de nossas ovelhas e, ao mesmo tempo, lhes garantimos, de forma virtual, a espiritualidade e formação que esperam de um ENF. Creio, portanto, que o ENF 2021 alcançará um número infinitamente maior de carismáticos que, por algum motivo, não conseguiam participar presencialmente. Deus tem Seus caminhos e nós somos seus meros instrumentos. Aleluia! Revista Renovação – O que o povo de Deus pode esperar do próximo ENF? A presidência pode adiantar alguns pontos? Qual a expectativa? Vinícius Simões – Sem dúvida, os workshops de Ministérios são o grande diferencial do ENF e o povo de Deus pode esperar workshops de alta qualidade formativa. O ENF é um Encontro diferenciado e desafiador se considerarmos que, em dado momento, os participantes são divididos em 18 espaços distintos. Na prática, é como se fizéssemos 18 encontros concomitantemente e isso é uma grande graça de Deus. Além disso, certamente teremos fortes momentos de oração, de pregação no poder do Espírito Santo e contaremos com a presença dos presidentes dos Conselhos Diocesanos, que não passam de 270 pessoas, com os quais poderemos fazer um trabalho diferenciado. Portanto, que ninguém se sinta preterido: todos e cada um estará legitimamente representado por seu pastor, seu coordenador diocesano. Ao mesmo tempo, todos poderão acompanhar integralmente o ENF e, mediante a inscrição, terão acesso ao conteúdo do seu Ministério.

Creio, portanto, que o ENF 2021 alcançará um número infinitamente maior de carismáticos que, por algum motivo, não conseguiam participar presencialmente. Deus tem Seus caminhos e nós somos seus meros instrumentos. Aleluia! Revista Renovação – Para terminarmos, como a presidência enxerga a volta das atividades após o “fim da pandemia”, sairemos mais fortes e com mais ardor para Evangelizar? Vinícius Simões – Esta é uma pergunta muito importante. Temos alguns desafios pela frente: de um lado, atrair os “novos peixes” pescados durante as atividades de evangelização online para que participem dos Grupos de Oração presenciais (insubstituíveis por quaisquer iniciativas online) e, de outro lado, encorajar os irmãos já participantes a retomarem a sua frequência e participação ativa nos mesmos Grupos. A Pandemia não pode ter o “poder” de estancar a nossa caminhada ou desviar-nos do seguimento do Senhor! De fato, o Senhor tem nos ensinado e mostrado muitas coisas ao longo desta pandemia. Por graça do Espírito Santo, podemos ir mais longe, podemos anunciar Jesus de forma mais arrojada, podemos crescer em unidade e em comunhão fraterna. Portanto, sem dúvida alguma, sairemos mais fortes, mais maduros e mais conscientes para evangelizar mais e melhor. Deus não nos deu um espírito de timidez, mas de coragem, de desassombro, de desinstalação (cf. II Tm 1, 7-8) para, tendo um encontro pessoal com Ele, anunciarmos esta Boa-Nova que é o próprio Cristo agindo em nosso meio. Você pode acompanhar todas as novidades no nosso Portal:

www.rccbrasil.org.br

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Institucional Revista Renovação . Jul/Ago 2020

ENTENDA COMO É PREPARADO CADA CONGRESSO ONLINE DA RCCBRASIL Em 2020, os Congressos Online têm ganhado espaço na RCCBRASIL, assim como no coração de inúmeros carismáticos espalhados por todo o país. Apenas este ano, já foram realizados três eventos e muitos outros estão por vir. Confira todas as etapas de preparação para a realização de um congresso online.

ORAÇÃO

PLANEJAMENTO

Tudo começa a partir da escuta do Senhor em oração, é neste momento que é discernido o tema do congresso.

Após colher do Senhor as orientações, o Ministério responsável faz o planejamento das atividades e conteúdos do evento, assim como discernir pregadores, momentos de oração, etc.

ACOMPANHAMENTO

PRODUÇÃO Com o planejamento em mãos, o Ministério entra em contato com o Departamento de Educação à Distância (IEAD) do Escritório Nacional, para começar a produção de cada momento. Assim que as pregações são gravadas todo o material é enviado para a edição e organização de todo o conteúdo na Plataforma. Ao mesmo tempo, é pensada e realizada a divulgação do Congresso, por meio do Departamento de Comunicação

DIA DO CONGRESSO Durante o período que antecede o evento, os funcionários do Escritório Nacional acompanham as inscrições dos participantes, oferecem suporte e gerenciam as necessidades específicas de cada congresso.

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Durante o período que antecede o evento, os funcionários do Escritório Nacional acompanham as inscrições dos participantes, oferecem suporte e gerenciam as necessidades específicas de cada congresso.

PASSADO O CONGRESSO Após o evento, é realizado o acompanhamento aos participantes, que continuam com acesso ao conteúdo por 30 dias.

Cada congresso só é possível graças à generosidade de cada carismático, seja por doação, através do Projeto Semeando a Vida no Espírito, ou pela inscrição no evento. O importante é que cada contribuição torna possível a evangelização e a propagação da Cultura de Pentecostes!

ACESSE AGORA → www.congressosonlinerccbrasil.org.br


Eventos Revista Renovação . Jul/Ago 2020

Você tem intercedido para vencermos esse período difícil?

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Institucional Revista Renovação . Jul/Ago 2020

EM AÇÃO PELA EVANGELIZAÇÃO O Espírito Santo capacita para reconhecer novos campos de missão e com isso nos dá a graça de ir ao encontro de tantas almas

Em 2020, a Igreja e a sociedade se depararam com um cenário atípico que gerou soluções criativas, de evangelização e cuidado com o próximo. A RCCBRASIL tem adentrado esse campo de missão e, com a graça do Espírito Santo, está indo ao encontro dos carismáticos com a promoção de momentos de formação, espiritualidade e unidade. Conheça alguns destes projetos do Movimento, nascidos da iniciativa do Conselho Nacional.

nutrirmos nossa oração comunitária: rezando, louvando a Deus, partilhando a Palavra, clamando o Espírito Santo. É o próprio Senhor que transforma nossos lares em casas de oração.

Campanha de Louvor

Eventos Online

Os congressos e encontros online têm ganhado cada vez mais espaço neste tempo de pandemia. Neste ano, o Congresso Nacional Querigmático inaugurou essa modalidade, abrindo caminho para os eventos do Ministério de Pregação, Formação e Promoção Humana, além de mais outros dois que serão realizados até o final de 2020.

O Conselho Nacional da RCCBRASIL se pôs em oração e recebeu a moção do Senhor para uma convocação de todo o Movimento Carismático ao Louvor. A campanha teve início na Solenidade de Corpus Christi, no dia 11 de junho. Diariamente são lançados nas redes sociais oficiais da RCC do Brasil vídeos que auxiliam os carismáticos a louvar e bendizer ao Senhor.

Conferências Pastorais Online

Grupo de Oração Online

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Além dos Grupos de Oração realizados pela internet de norte a sul do país, a RCCBRASIL também passou a realizar Reuniões de Oração virtuais. As transmissões tiveram início no final do mês de março e ainda são realizadas sempre às quintas-feiras, às 22h, ao vivo, por meio do Facebook, e ministradas pelos membros do Conselho Nacional. É um momento para

As Conferências Pastorais foram realizadas do dia 02 de junho a 14 de julho e promoveram um espaço de interação entre a presidência do Conselho Nacional da RCCBRASIL e os coordenadores dos Conselhos Diocesanos e Estaduais. Os encontros semanais, distribuídos entre as cinco regiões do país, propiciaram momentos de encontro fraterno, para aperfeiçoar os vínculos de unidade entre as lideranças do Movimento e também para levantar as necessidades pastorais das diversas regiões do Brasil. Confira mais informações sobre as Conferências no QRCode.


Projetos Revista Renovação . Jul/Ago 2020

GRAÇAS A VOCÊ, A RCCBRASIL NÃO PAROU! Obrigado por nos ajudar a continuar semeando a evangelização

Sabemos que devido à pandemia muitas atividades presenciais estão restritas, até mesmo nossos Grupos de Oração. Entretanto, nada pode parar a forte ação do Espírito Santo! Nossos Grupos se reinventaram de forma online, unindo ainda mais corações sedentos pelo anúncio do evangelho. E mesmo em tempo de isolamento social, a RCCBRASIL não se esqueceu de sua missão e de sua identidade, que é propagar a Cultura de Pentecostes. Por isso, nós queremos agradecer imensamente a você, colaborador fiel. É você quem mantém o projeto Semeando a Vida no Espírito, e a partir da sua doação e de outros carismáticos, todas as ações de evangelização do nosso Movimento se mantêm. O Escritório Nacional continua funcionando, porém, de modo reduzido. Funcionários, colaboradores e servos se revezam, e precisamos da sua ajuda. Assim, tornamos possível: a manutenção dos programas de TV, do Portal e redes sociais com informações atualizadas da RCCBRASIL, a construção da Sede Nacional, a realização dos Congressos Online e todas as missões pelo país. Nos últimos meses, o projeto Semeando a Vida no Espírito arrecadou:

Ainda não conseguimos atingir a nossa meta para manter todos os projetos. Se você é um semeador da Renovação, por favor continue nos ajudando, mantenha-se fiel em sua doação. Você também pode nos ajudar atualizando seu cadastro, para isso fale conosco pelos contatos: Ligue (12) 3151-9990 | WhatsApp (12) 9.8138-2000. Vamos juntos unir forças pela evangelização. Atenção, colaborador! Por favor, fale pela RCCBRASIL!

Outra ação que você, colaborador fiel, pode fazer é compartilhar seu testemunho como um semeador da RCCBRASIL nas redes sociais convidando nossos irmãos para que também nos ajudem a continuar cumprindo nossa missão de evangelizar! Lembre-se de usar a hashtag #SemeadorRCCBRASIL e marcar as nossas redes oficiais. Que Deus abençoe o seu lar, sua família, seu Grupo de Oração e todos que você ama. A RCCBRASIL continua a semear!

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Especial Revista Renovação . Jul/Ago 2020

51 ANOS DA RCC NO BRASIL Em 1969, o Senhor presenteava o nosso país com um novo modo de ser Igreja e, dessa forma, ensinava o povo brasileiro a ser amigo íntimo do Espírito Santo.

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No dia 15 de agosto de 2020, a Renovação Carismática Católica do Brasil comemora 51 anos. Esse marco se dá a partir da primeira Experiência de Oração realizada no país, na cidade de Campinas, no estado de São Paulo. Providencialmente nesta data é celebrada a Solenidade da Assunção de Nossa Senhora. Então, em 1969, sob a intercessão de Maria, 60 jovens estavam reunidos em oração e, mesmo sem saberem, foram testemunhas do evento que é considerado o início da RCC no Brasil. Fazer memória da nossa história é importante para recordar quando o Senhor nos chamou, o momento que Ele inspira no seio da Igreja um Movimento com a missão de levar o batismo no Espírito Santo. Pensar em nossa origem também nos ajuda a recordar com alegria os homens e mulheres, os pioneiros que doaram sua vida para que a Corrente de Graça RCC se tornasse tão expressiva e relevante como é hoje para a Igreja no Brasil. Para te ajudar a recordar a nossa história e a reacender a chama do Espírito que incendiou o coração dos primeiros carismáticos brasileiros, organizamos alguns materiais que servirão para você e seu Grupo de Oração!

Nossa história

“Pois a Promessa é para Vós”, Bruno Maffi Neste livro, o leitor é convidado a mergulhar na extraordinária ação do Espírito de Deus que, em cinco décadas, transformou milhares de vidas, através dos Grupos de Oração. O autor relata toda a história da RCC no Brasil durante seus 50 anos, através de testemunhos de homens e mulheres de todo o país. Acesse o 1º Capítulo do Livro:

Adquira já o seu: Documentário - RCC, 50 anos da Corrente de Graça no Brasil

O documentário remonta os últimos 50 anos da RCC no Brasil, com entrevistas inéditas dos principais pioneiros do Movimento e uma rica reconstrução histórica feita com imagens de arquivo e fotos nunca mostradas. Assista agora:

Orientações para os próximos anos da RCCBRASIL

“Eu te constituí sentinela na casa de Israel”, Vinícius Simões Essa obra ressalta os pontos fundamentais da essência da Renovação Carismática. A cada capítulo, o autor explica como resgatar, guardar e propagar a identidade do Movimento, para assim se manter acesa a chama desta Corrente de Graça para os próximos 50 anos. Adquira já o seu:

Pregação - “Eu te constituí sentinela na casa de Israel”

Nesta pregação durante o ENF 2020, Vinícius Simões, presidente do Conselho Nacional da RCCBRASIL, traz os direcionamentos do Senhor para os próximos anos do Movimento Assista agora pelo youtube: Ouça agora pelo Podcast “Segue a Palavra” no Spotify ou no Deezer.


Institucional Revista Renovação . Jul/Ago 2020

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PARTICIPE DA CAMPANHA REAL MISSIONÁRIO CARISMÁTICO!

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Revista Renovação. 123 . Jul/Ago 2020

REAVIVANDO A

CHAMA

GRUPO DE ORAÇÃO: LUGAR DE FORMAÇÃO Todos somos chamados à formação, nos recorda o Papa João Paulo II: “A formação não é o privilégio de uns poucos, mas sim um direito e um dever de todos”. A palavra de Deus nos mostra que Jesus envia os discípulos para ensinar a todas as nações: “Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28,19-20). Sim, formar também é evangelizar. Jesus envia seus discípulos a ensinar, para que aquelas pessoas que fossem batizadas no Espírito Santo pudessem aprofundar a sua fé, criando raízes, ensinando-as a observar aquilo que o Mestre prescreveu: sua lei, seus mandamentos, sua Palavra. Sabemos que tudo começa na Renovação

Carismática Católica com o encontro pessoal com Jesus, por meio do Batismo no Espírito Santo. Esse encontro desperta o desejo de estarmos mais perto do Senhor, de conhecê-Lo mais e melhor. Essa experiência com Jesus nos transforma, nos faz mudar de vida, nos alinha com a vontade de Deus e nos faz seres humanos de verdade. E a formação vem para fortalecer a nossa fé, para dar razão a ela. Vem fazer com que sejamos verdadeiramente cristãos nesse mundo. A formação é um dos pilares fundamentais para garantir o vigor do cumprimento pleno de missão da RCC: Evangelizar com Renovado Ardor Missionário, a partir da Experiência do Batismo no Espírito Santo, para fazer discípulos de nosso Senhor Jesus. A boa formação nos leva a caminhar na vida segundo o Espírito Santo, seguindo a Jesus e o que Ele nos ensinou. Além disso, nos leva a uma

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Encarte Reavivando a Chama Revista Renovação . 123 . Jul/Ago 2020

maior consciência daquilo que somos chamados a ser na Igreja, para que possamos cumprir com eficácia a nossa missão. Formação não é algo que a Renovação Carismática Católica criou, mas é um pedido da própria Igreja. É a Igreja que muito nos ensina sobre a necessidade de uma formação: “Todos os missionários, cada um seja preparado e formado de acordo com a sua condição, para se acharem à altura das exigências do trabalho futuro” (Decreto Ad Gentes, 26). Então a Igreja está dizendo que todos aqueles que recebem de Deus uma missão, precisam ser preparados para corresponder a exigências da mesma, ou seja, serem bem preparados e formados, antes de serem inseridos na missão! O profeta Oséias faz uma exortação da parte do Senhor: “Porque meu povo se perde por falta de conhecimento; por teres rejeitado construção, te excluirei do meu sacerdócio” (Os 4, 6). Essa exortação nos leva à consciência de que, na condição de Movimento Eclesial, não podemos nos descuidar da formação múltipla e integral dos nossos irmãos. Em 2005, no Encontro Nacional de Formação, o Senhor falava em profecia: “Meu povo se perde por falta de formação. Eis que vos envio com a força do Espírito Santo, não com conhecimentos meramente humanos, mas, com a sabedoria que vem de Deus” e ainda: “...Eu os abençoo com porção redobrada do meu Espírito para que exerçam o Ministério, para que formem e ensinem a minha mensagem, o meu Evangelho”. Todos somos chamados a aprofundar o conhecimento na doutrina da nossa Igreja, que é o tripé que fundamenta nossa fé: a Sagrada Escritura, a Sagrada Tradição e o Sagrado Magistério. Sabemos que a Sagrada Escritura é o próprio Jesus, o Verbo de Deus Encarnado. Ela é “viva, eficaz, mais penetrante que uma espada de dois gumes” (Hb 14,12) e “não volta sem produzir seu efeito” (Is 55,11). “A sagrada Tradição e a Sagrada Escritura constituem um só depósito sagrado da Palavra de Deus, confiado à Igreja; aderindo a este, todo o Povo santo persevera unido aos seus pastores na doutrina dos Apóstolos e na comunhão, na fração do pão e na oração (At 2,42), de tal modo que, na

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conservação, atuação e profissão da fé transmitida, haja uma especial concordância dos pastores e dos fiéis” (Dei Verbum 10). O Sagrado Magistério tem por ofício interpretar autenticamente a Palavra de Deus, tanto a escrita quanto a transmitida pela tradição. Ele não está acima da Palavra de Deus, mas a seu serviço, ensinando apenas aquilo que lhe foi dito. É preciso mergulhar profundamente nesses conteúdos, naquilo que a Igreja ensina. Além da formação doutrinal, é necessário proporcionar a formação do homem como um todo, como nos ensina o Documento de Aparecida: “Dimensão Humana e Comunitária: tende a acompanhar processos de formação que levam a pessoa a assumir a própria história e a curá-la, com o objetivo de se tornar capaz de viver como cristão em um mundo plural, com equilíbrio, fortaleza, serenidade e liberdade interior. Trata-se de desenvolver personalidades que amadureçam em contato com a realidade e abertas ao Mistério” (Documento de Aparecida 280). Quando falamos em formação humana, olhamos para três dimensões: o nosso relacionamento com Deus, conosco mesmo e com a pessoa do outro.

Relacionamento com Deus “A busca de Deus é a busca da felicidade. O encontro com Deus é a própria felicidade” (Santo Agostinho). Ao olhar para toda a história da humanidade, desde Adão até os tempos de hoje, pode-se ver que Deus chama a todos, sem distinção, à vida. Ainda que o homem esqueça seu Criador ou se esconda longe de sua face, ainda que corra atrás de seus ídolos ou acuse a divindade de tê-lo abandonado, o Deus vivo e verdadeiro chama incessantemente cada pessoa ao encontro misterioso. Desde Adão, que nos submeteu ao pecado original, o homem tende a se afastar de Deus, buscando uma falsa realização pessoal, uma felicidade que o mundo tenta dar, mas que não completa, ao contrário, cada vez mais vai esvaziando o homem do que ele realmente foi chamado a ser e viver. Ora se somos chamados por Deus, o único que pode


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nos completar e saciar a nossa razão de ser é esse Criador. Uma das mais conhecidas narrativas do evangelho de encontro pessoal com Deus vivo é o encontro da mulher samaritana com Jesus no poço ao meio dia (Jo 4, 1-26). Neste encontro, a mulher achava que necessitava de água para matar a sede, no entanto, Jesus se dá como fonte de água viva. Ali no poço, a mulher experimentou muitas coisas: teve que lidar com o sofrimento de sair escondida, o medo de ser encontrada, o medo dos seus erros e pecados. Ali ela foi lavada pelo perdão, não foi acusada, mas amada como nunca poderia imaginar. A partir daquele dia, a mulher nunca mais abandonou esta fonte. O Senhor está nos chamando a viver a experiência da mulher samaritana, sozinhos, neste isolamento social, o Senhor nos chama a ir à fonte de água viva, beber da água pura. O Senhor está com saudade da humanidade, de que tenhamos sede Dele.

Relacionamento “comigo mesmo” “Não queiras sair, mas voltar para dentro de ti; a verdade habita no interior do homem “ (Santo Agostinho). Esse “encontro comigo mesmo” é um convite, um desafio maravilhoso a acender a luz do Espírito Santo no interior do nosso ser. Por esse motivo, somos chamados, por vezes, a um confrontamento entre o nosso “eu racional” e o nosso “eu emocional”. Dito de outro modo: “Quem sou eu? De onde venho? Para onde vou?”. São João Paulo II, na Carta Encíclica “Fides et ratio”, parágrafo 1, nos diz: “estas são questões que têm a sua fonte comum naquela exigência de sentido que desde sempre urge no coração do homem, da resposta a tais perguntas depende efetivamente a orientação que se imprime à existência”. Ao expressar-se assim, desse modo, sabe que o homem não tem todas as respostas, sequer teria todas as perguntas. E, dessa forma, é dito no coração do ser humano: “Conhece-te a ti mesmo”. Embora não tendo resposta para todas as perguntas, o ser humano é chamado a mergulhar dentro de si e se autoconhecer. Este autoconhecer-se

é descobrir a verdade (Jo 8,31b-32) e essa verdade nos revela quem nós somos. Fomos criados à imagem e semelhança de Deus (Gn 1,26-27). “E somos chamados à vida por Deus para o louvor de Sua glória” (Ef 1, 14). Mas precisamos compreender também que, por conta do pecado, nos tornamos seres que têm carências, emoções, necessidades, marcadas pela concupiscência. Algumas vezes não queremos promover este encontro conosco mesmo por termos medo de nos encontrar com aquilo que somos nesse momento, porque não aceitamos que somos seres carentes. E precisamos entender e aceitar isso! Este autoconhecimento nos coloca diante da criança que nós somos, diante das fraquezas que temos e, por vezes, temos receio e vergonha de assumir! Diante dos nossos medos e nossa solidão, ao invés de enfrentarmo-los, criamos máscaras para fugir dessas realidades que estão diante de nós. Quando eu me encontro comigo mesmo, eu limpo o terreno e permito que a Esperança arme sua tenda e faça morada em mim! E que conhecer a mim mesmo me leve a reconhecer e proclamar o “Louvor de Deus.”

Relacionamento com “o outro” “O que vos mando é que vos ameis uns aos outros” (Jo 15,17). Em tempos de pandemia, em um mundo que geme sob o peso de muitas aflições, como uma sociedade em isolamento e distanciamento social pode buscar no irmão um alívio? Sendo o relacionamento social fundamental para a manifestação do amor mútuo e para a prática das obras de misericórdia. Diferente do que alguns possam ser levados a pensar, Deus não é causa do mal que se abate na humanidade, mas do amor! Até onde essas coisas nos dizem respeito? A resposta é outra pergunta: Até onde vai minha omissão? Alguém poderá objetar: até que ponto posso ser responsabilizado? Ou, repetindo Caim: “por acaso sou guarda do meu irmão?”. O Papa João Paulo II nos diz: “Sim, todo homem é guarda do seu irmão, porque Deus confia o homem ao homem”. Quando Jesus disse que serão

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recompensados aqueles que praticaram as obras de misericórdia, não manifestou qualquer preocupação em identificar os culpados pela miséria, mas sim em premiar aqueles que, sentindo-se responsáveis, procuraram diminuir o sofrimento alheio! E ainda mais: o trabalho de prevenir o mal não exclui o de repará-lo! Portanto, querendo ou não, sentindo-nos ou não, somos todos responsáveis uns pelos outros! Apesar de distanciados, está clara a necessidade do acolhimento. A despeito de todos os conflitos existentes no convívio social, que pode levar às frustrações e cria barreiras aos relacionamentos, exige de todos a busca do equilíbrio dos sentimentos. E é necessário não esquecer que nenhum sentimento deve servir de motivo para qualquer comportamento contrário ao amor, que é a lei maior. “Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, como eu vos amo” (Jo 15,12), a proposta de Jesus Cristo evidencia que o nosso chamado, que é o amor aos irmãos, operacionalizado, tornado concreto! Esse olhar para a formação múltipla e integral do ser humano, vem ao encontro daquilo que o Catecismo da Igreja Católica, no parágrafo 426, nos diz: “No coração da catequese, encontramos essencialmente uma Pessoa: Jesus de Nazaré, Filho único do Pai, que sofreu e morreu por nós e que agora, ressuscitado, vive conosco para sempre. Catequizar é revelar, na Pessoa de Cristo, todo o desígnio eterno de Deus. É procurar compreender o significado dos gestos e das palavras de Cristo e dos sinais por Ele realizados. O fim da catequese é pôr em comunhão com Jesus Cristo: somente Ele pode levar ao amor do Pai, no Espírito, e fazer-nos participar na vida da Santíssima Trindade”. O documento de Aparecida nos recorda que, para sermos verdadeiramente discípulos e missionários de Nosso Senhor Jesus Cristo, necessitamos passar pela formação. “A vocação e compromisso de ser hoje discípulos e Missionários de Jesus Cristo, requerem clara e decidida opção pela formação dos membros de nossas comunidades, a favor de todos os batizados, qualquer que seja a função que desenvolvem na Igreja “ (Documento de Aparecida 276). Aprendemos que a Evangelização se dá em duas etapas, a fase Querigmática, seguida da fase

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Catequética. A fase querigmática é o momento do encontro pessoal com Jesus, e esse encontro leva-nos a desejar aprofundar nos conteúdos da nossa fé. Portanto, não podemos ficar somente nesta fase, bem como pular e ir direto para a catequese. Aquele que não teve um encontro pessoal com Jesus não conseguirá perseverar na catequese. Frei Raniero Cantalamessa, pregador da Casa Pontifícia, em sua primeira pregação no Advento de 2012, nos ensina que “Na Igreja Católica, a fase querigmática é só o começo e depois daquela decisão, abre-se o caminho para o crescimento e a plenitude da vida cristã e, graças à sua riqueza sacramental, ao magistério, ao exemplo de muitos santos”. Todos os movimentos, pastorais, organismos, têm seu processo de formação, isso não é só da RCC. Com seu processo de formação, a RCC está atendendo ao pedido da Igreja e do próprio Papa São João Paulo II, quando em 1998, na Conferência Internacional da RCC, dizia: “De uma formação sólida surgirá uma espiritualidade profundamente enraizada nas fontes da vida cristã e capaz de responder as perguntas cruciais colocadas pela cultura de nossos dias”. A formação na RCC é esse alimento sólido que o Movimento oferece aos seus membros, um caminho a ser percorrido por aqueles que são chamados a servir a Jesus em um Grupo de Oração. O nosso processo formativo contém 3 etapas: inicia com a fase querigmática, depois a fase catequética, que é o Módulo Básico, e, por fim, a formação específica de Ministério. Esse processo foi inspirado pelo Espírito Santo e precisa ser respeitado. Não podemos queimar etapas somente para preencher uma necessidade específica, pois o objetivo deste processo não é formar “servos em série”, mas sim formar homens e mulheres para o Senhor. A busca da formação deve nos conduzir à Santidade, nossa primeira vocação: “Portanto, sede santos, assim como vosso Pai Celeste é Santo” (Mt 5, 48). Sim, formamos cidadãos para o céu. Não formamos as pessoas para nós, para o Movimento, mas para céu! Homens e mulheres que saibam dar razão à sua fé e que não se deixem levar por qualquer sopro de doutrina.


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