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Cine y la Televisión de Brasil

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Florianópolis

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De la gran pantalla a la pantalla chica: una mirada al contenido infantil en el Cine y la Televisión de Brasil

Arthur Felipe Fiel1

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RESUMEN

Como resultado de una investigación desarrollada durante la Maestría en Cine y Audiovisuales de la Universidad Federal Fluminense, este artículo presenta un breve mapeo de la historia y desempeño de los contenidos infantiles en los mercados de Cine y TV en Brasil. Además, busca resaltar las especificidades y características de estas producciones a lo largo del tiempo y llama la atención sobre la urgencia y necesidad de analizar la relación entre las infancias y las políticas públicas que regulan y promueven el audiovisual infantil en Brasil.

Palavras Clave: cine; infancia, televisión.

1. Arthur Felipe Fiel hace su doctorado en Comunicación (PPGCom) y tiene una Maestría en Cine y Audiovisual (PPGCine) por la Universidade Federal Fluminense. También es licenciado en Cine y Audiovisuales (UFF) y posgrado en Letras y Literatura de Lengua Portuguesa (UNESA). En el campo profesional opera en las áreas de Guión, Producción Cinematográfica y Cultural, Asesoría y Curaduría de Festivales y Piezas Audiovisuales.

APRESENTAÇÃO São datadas de um mesmo momento as primeiras produções audiovisuais que se dirigem às crianças na história da TV e do cinema brasileiro. Ao longo de muitos anos, os conteúdos infantis presentes em ambos os meios demonstraram e ainda demonstram estreita relação, salvaguarda às especificidades e particularidades inerentes a ambos os meios, sobre as quais nos debruçaremos neste texto.

Ao empreendermos esse esforço de análise crítica e pesquisa científica acerca dessas produções, estamos preenchendo uma necessária lacuna nas pesquisas historiográficas do audiovisual brasileiro, que raramente ou muito pouco se preocupou em analisar com a devida atenção os produtos direcionados ao público infantil. Dessa forma, utilizaremos algumas chaves de análise para, por fim, temos estabelecido um breve mapeamento sobre conteúdo infantil no cinema e na TV do Brasil.

OBJETIVOS O objetivo central desta pesquisa é a realização de um levantamento histórico do conteúdo infantil no Cinema e na TV do Brasil. Para atingi-lo, determina-se como objetivos específicos: analisar a programação televisiva e cinematográfica de conteúdos infantis desde as primeiras produções que tinham as crianças como público-alvo; apontar a presença, potência e trajetória dos conteúdos infantis em ambas janelas de exibição; examinar de que forma a presença de políticas públicas direcionadas ao setor audiovisual afetou a produção e circulação dessas narrativas; e, por fim, examinar o cenário atual no qual estão inseridas essas produções.

METODOLOGIA A metodologia aplicada a esta pesquisa tem por base o levantamento bibliográfico acerca da história do cinema e da televisão brasileira, sendo ele oriundo, principalmente, do mapeamento por mim realizado durante a escritura da dissertação “A Tela Encantada: infância e conteúdo infantil na TV do Brasil” (FIEL, 2019), que me outorgou o título de Mestre em Cinema e Audiovisual na Universidade Federal Fluminense. Para além disso, a análise de dados do mercado audiovisual brasileiro se configura como parte de grande importância para compreendermos a presença e performance dessas produções, bem como uma análise dos marcos legislativos que afetaram e reconfiguraram o setor. Sabe-se também que cada estudante que participa dos processos de aprendizagem possui suas potencialidades, necessidades, além disso, a complexidade na formação do sujeito é constante, pois como aponta Morin (1999), o sujeito, em si, é múltiplo. Mas é a partir

PRESENTACIÓN Las primeras producciones audiovisuales dirigidas a niños en la historia de la televisión y el cine brasileños datan del mismo momento. A lo largo de muchos años, los contenidos infantiles presentes en ambos medios han demostrado y muestran aún una estrecha relación, salvaguardando las especificidades y particularidades inherentes a ambos medios, en las que nos centraremos en este texto.

Al emprender este esfuerzo de análisis crítico e investigación científica sobre estas producciones, estamos dando respuesta a un necesario vacío en la investigación historiográfica del audiovisual brasileño, que rara vez o muy poco se preocupó por analizar con la debida atención los productos destinados a los niños. De esta manera, utilizaremos algunas claves de análisis para, finalmente, establecer un breve mapeo sobre los contenidos infantiles en el cine y la TV en Brasil.

OBJETIVOS El objetivo principal de esta investigación es realizar un relevamiento histórico de los contenidos infantiles en Cine y TV en Brasil. Para lograrlo se determinan objetivos específicos: analizar la programación televisiva y cinematográfica de contenidos infantiles desde las primeras producciones que tenían como público objetivo a niñas y niños; señalar la presencia, potencia y trayectoria de los contenidos infantiles en ambos escaparates; examinar cómo la presencia de políticas públicas dirigidas al sector audiovisual afectó la producción y circulación de estas narrativas; y, finalmente, examinar el escenario actual en el que se insertan estas producciones.

METODOLOGÍA La metodología aplicada en esta investigación se basa en el relevamiento bibliográfico sobre la historia del cine y la televisión brasileños, que proviene principalmente del mapeo realizado por mí durante la redacción de la disertación “A Tela Encantada: infância e conteúdo infantil na TV do Brasil”* (FIEL, 2019), que me otorgó el título de Magíster en Cine y Audiovisual de la Universidad Federal Fluminense. Además, el análisis de datos del mercado audiovisual brasileño se configura como una parte muy importante para comprender la presencia y el desempeño de estas producciones, así como un análisis de los marcos legislativos que afectaron y reconfiguraron el sector.

dos estudos das múltiplas inteligências, com Gardner, que se compreende a inteligência humana em uma complexi

PRIMEIRAS PALAVRAS Chegando ao ar em 18 de setembro de 1950, a TV Tupi, segunda emissora de televisão a operar na América Latina, desde seus primeiros momentos, apresenta alguma vinculação à figura da criança e aos conteúdos destinados a ela. Isso, considerando que a primeira imagem a aparecer na telinha foi a face da pequena Sônia Maria Dorce — um dos notáveis talentos do programa Clube do Papai Noel, da Rádio Tupi, aos cinco anos de idade —, que vestida de índio, anunciou entusiasmada a chegada da televisão ao Brasil.

Logo em seu primeiro ano, a TV já exibia conteúdos que miravam nas crianças como público-alvo, de desenhos enlatados à versão televisiva do Clube do Papai Noel e também do Gurilândia, ambos oriundos da Rádio. Foi ainda naquela década de experimentação e pioneirismo que tivemos a primeira novela destinada ao público infantil, Polyanna (1956), inspirada na obra de Eleanor H. Porter. Por ali, também chegou à telinha a primeira versão do seriado Sítio do Picapau Amarelo (1952), baseado na obra de Monteiro Lobato, que anos mais tarde, na década de 1970, se tornaria um marco do conteúdo infantil ao ser exibida na Rede Globo de Televisão. Sobre esse momento inicial da TV brasileira, percebemos que, principalmente nos conteúdos infantis, há uma grande influência de obras da literatura mundial e nacional, especialmente nos teleteatros, grande destaque daquele momento.

É curioso, no entanto, pensar que o cinema brasileiro, que neste momento já produzia obras de grande valor para a crítica e para o povo, só no ano de 1952 produziria o primeiro longa-metragem dirigido às crianças em nosso país, trata-se do filme Sinfonia Amazônica, de Anélio Latini Filho, primeiro filme animado a ser realizado neste formato. No ano seguinte, temos adaptado para o formato de longa-metragem, a obra O Saci, dirigida por Rodolfo Nanni, também baseada nos escritos de Monteiro Lobato, no mesmo período em que o Sítio ia ao ar na televisão. Essa vinculação entre cinema e televisão é uma característica muito importante para

Logo em seu primeiro ano, a TV já exibia conteúdos que miravam nas crianças como público-alvo, de desenhos enlatados à versão televisiva do Clube do Papai Noel e também do Gurilândia, ambos oriundos da Rádio.

PRIMERAS PALABRAS Con su salida al aire el 18 de septiembre de 1950, la TV Tupi, el segundo canal de televisión en operar en América Latina, desde sus comienzos, se vincula de cierta forma con el universo infantil, presentando contenidos destinados a ese público. Tanto es así, que la primera imagen que apareció en la pantalla chica fue el rostro de la pequeña Sônia Maria Dorce —uno de los notables talentos del programa Clube do Papai Noel (El club de Papá Noel), en la Radio Tupi, a los cinco años de edad— quien, vestida de indígena, anunció con entusiasmo la llegada de la televisión a Brasil.

En su primer año, la TV ya mostraba contenidos dirigidos a la niñez como público objetivo, desde dibujos animados enlatados hasta la versión televisiva del Clube do Papai Noel y también Gurilândia (La ciudad de los niños), ambos provenientes de la Radio. Fue aún en esa década de experimentación y pionerismo que tuvimos la primera telenovela dirigida a los pequeños, Polyanna (1956), inspirada en la obra de Eleanor H. Porter. En ese entonces, llegó también la primera versión de la serie Sítio do Picapau Amarelo (El benteveo amarillo) (1952), basada en la obra de Monteiro Lobato, que años más tarde, en la década de 1970, se convertiría en un hito en términos de contenido infantil al ser exhibida en la Rede Globo de Televisión. Sobre este momento inicial de la TV brasileña, notamos que, especialmente en los contenidos infantiles, hay una gran influencia de obras de la literatura mundial y nacional, especialmente en los teleteatros, de gran destaque en aquel entonces.

Es curioso, sin embargo, pensar que el cine brasileño, que en ese momento ya estaba produciendo obras de gran valor para la crítica y el público, recién produciría el primer largometraje dirigido a niños y niñas en nuestro país en 1952. Se trató de la película Sinfonia Amazônica, de Anélio Latini Filho, la primera película de animación realizada en este formato. Al año siguiente, adaptamos a largometraje la obra O Saci** dirigida por Rodolfo Nanni, también basada en los escritos de Monteiro Lobato, en el mismo período que O Sítio (Benteveo amarillo) estuvo en televisión. Este vínculo entre

En su primer año, la TV ya mostraba contenidos dirigidos a la niñez como público objetivo, desde dibujos animados enlatados hasta la versión televisiva del Clube do Papai Noel y también Gurilândia (La ciudad de los niños), ambos provenientes de la Radio.

analisarmos o que se produziu e se dirigiu ao público infantil no Brasil, algo que veremos com mais atenção posteriormente.

OH CAPTAIN! MY CAPTAIN! Na década de 1960, período de extrema polaridade e complexidade política para diversos países da América Latina, e, mais especificamente no ano 1964, é implementada a ditadura militar brasileira, com o afastamento do então Presidente João Goulart. Esse acontecimento é crucial para que entendamos o desenvolvimento da televisão no país e também para que percebamos as influências diretas de todo esse contexto nos conteúdos infantis. Assim, no ano de 1965, ano de sua inauguração, a Rede Globo leva ao ar o programa Capitão Furacão, seu primeiro grande sucesso na telinha. Para competir diretamente com as histórias do velho lobo do mar, como se apresentava o Capitão Furacão, a TV Tupi produz o Capitão AZA, em 1966, programa encomendado pela Força Aérea Brasileira como uma homenagem ao Capitão Adalberto Azambuja, morto em ação durante a Segunda Guerra Mundial. Esses programas são considerados marcos de seu momento e permanecem nas lembranças daqueles que foram crianças, na década de 60, e que tiveram acesso às narrativas televisivas. No cinema, durante toda essa década, período áureo do cinema brasileiro, tivemos apenas três longas-metragens direcionados ao público infantil: O vigilante rodoviário (1962), adaptação cinematográfica do seriado homônimo, exibido pela TV Tupi, dirigido por Ary Fernandes; Pluft, o fantasminha (1964), de Romain Lesage, baseado na obra literária de Maria Clara Machado; e, O adorável trapalhão (1967), de J.B. Tanko. Este último consideremos um marco, pois, foram justamente os trabalhos dos Trapalhões no cinema que possibilitaram o estabelecimento e fortalecimento do que foi e é o mercado infantil no cinema brasileiro.

ENTRE O ENTRETENIMENTO E A EDUCAÇÃO Ao longo da história e da trajetória do conteúdo infantil no cinema e na TV do Brasil, percebemos o quão tênue foi, e ainda é, a linha que dividiu esses conteúdos entre “educativos” e de “entretenimento”. Essa questão persiste até hoje, especialmente quando falamos dos produtos veiculados na televisão.

Essa divisão, no entanto, começou a aparecer com maior clareza ainda na década de 1970 e se intensificou com os produtos da década seguinte, em meados de 1980. Isso porque, tínhamos novos conteúdos televisivos com

cine y televisión es un rasgo muy importante para que podamos analizar lo que se producía y se dirigía al público infantil en Brasil, algo que veremos con mayor atención más adelante.

OH CAPTAIN! MY CAPTAIN! En la década de 1960, un período de extrema polaridad y complejidad política para varios países latinoamericanos, y más específicamente en 1964, cuando irrumpe la dictadura militar brasileña, con la destitución del entonces presidente João Goulart. Dicho evento es crucial para que entendamos el desarrollo de la televisión en el país y también para que percibamos las influencias directas de todo aquel contexto en los contenidos infantiles. Así, en 1965, año de su inauguración, Rede Globo transmite el programa Capitão Furacão (Capitán Huracán), su primer gran éxito en la pantalla chica. Para competir directamente con las aventuras del viejo lobo de mar, como se presentaba al Capitão Furacão, la TV Tupi produce el Capitão AZA (Capitán AZA), em 1966, programa encargado por la Fuerza Aérea Brasileña como un homenaje al Capitán Adalberto Azambuja, muerto en combate durante la Segunda Guerra Mundial. Esos programas son considerados hitos de su tiempo y permanecen en la memoria de quienes fueron niños en los años 60, y que tuvieron acceso a las narrativas televisivas.

En cine, a lo largo de esta década, período de apogeo del cine brasileño, tuvimos solo tres largometrajes dirigidos al público infantil: O vigilante rodoviário (El vigilante de la carretera) (1962), adaptación cinematográfica de la serie homónima, exhibida en TV Tupi, dirigida por Ary Fernandes; Pluft, o fantasminha (Pluft, el pequeño fanstasma) (1964), de Romain Lesage, basada en la obra literaria de María Clara Machado; y O adorável trapalhão (El adorable tontuelo) (1967), de J.B. Tanko. Este último, lo consideramos un marco, porque fue precisamente el trabajo de “Os Trapalhões” (Los Tontuelos) en el cine lo que posibilitó establecer y fortalecer lo que fue y es el mercado infantil en el cine brasileño.

ENTRE EL ENTRETENIMIENTO Y LA EDUCACIÓN A lo largo de la historia y trayectoria de los contenidos infantiles en cine y TV en Brasil, nos dimos cuenta de cuán tenue era, y sigue siendo, la línea que dividía estos contenidos entre “educativos” y de “entretenimiento”. Este problema persiste hasta el día de hoy, especialmente cuando hablamos de productos que se transmiten por televisión.

teor mais lúdico e mais preocupados com suas possibilidades educacionais como, por exemplo, a primeira versão não estadunidense do Sesame Street, que no Brasil recebeu o nome de Vila Sésamo e se tornou um marco do conteúdo infantil, tendo novas versões sendo exibidas até hoje em nossa televisão. O desenvolvimento inicial dessa atração ocorreu graças a uma parceria da TV Cultura, estatal de São Paulo, com a Rede Globo de Televisão, empresa privada e detentora do maior canal aberto do país. A parceria durou pouco e depois somente a Globo persistiu com a produção. Com isso, a emissora buscou alinhar o entretenimento à concepção de boa educação, uma vez que o Vila Sésamo, como franquia, chegou ao Brasil com uma vasta bíblia de formato e grandioso material pensado e elaborado por educadores e psicólogos norte-americanos. No país o material sofreu adaptações para que pudesse ser cada vez mais nacional e ter um diálogo mais forte e potente com o público brasileiro, mas sempre preocupado em manter a qualidade educacional do projeto inicial, contando com um grande time de estudiosos do país.

No cinema, a década de 1970 presenciou um deslanchar no que diz respeito ao conteúdo infantil. João Batista Melo (2011), em sua dissertação de Mestrado, que rendeu na publicação do livro Lanterna Mágica: infância e conteúdo infantil, quantifica 23 lançamentos direcionados ao público infantil entre os anos de 1970 e 1979, boa parte deles sendo pertencentes ao grupo Os Trapalhões, que na década seguinte continuou bastante presente.

De volta à telinha, os anos 1980 foram bastantes peculiares para os conteúdos infantis e, de certa forma, para a macro história da televisão no Brasil, principalmente pelo momento no qual chega ao fim, em 1985, a ditadura militar iniciada em 1964. Nesse novo momento, a TV experimenta, sem pudor, sua liberdade: os conteúdos ganham novos contornos e teores repletos de sátiras, piadas e metáforas que aludem aos sombrios tempos do qual havíamos saído. Em relação ao conteúdo infantil, temos uma característica peculiar e bastante marcante: os programas de auditório ganham cada vez mais destaque na telinha, desde o horário ocupado na programação diária dos canais de televisão a todo o cenário e indumentária que compunham a arte de cada atração. Nessa ocasião, ganham destaque os programas do palhaço Bozo, no SBT, chegando a ocupar aproximadamente oito horas diárias de programação, e a apresentadora Xuxa Meneghel, que inicia sua carreira na TV Manchete, com a atração Clube da Criança, mas logo vai para a Rede Globo com a superprodução Xou da Xuxa, consolidando-a como a estrela de maior brilho no star system do conteúdo infantil no Brasil.

Esta división, sin embargo, comenzó a aparecer aún más claramente en la década de 1970 y se intensificó con los productos de la década siguiente, a mediados de la década de 1980. Eso se debe a que teníamos nuevos contenidos televisivos con un abordaje más lúdico y más preocupados por sus posibilidades educativas como, por ejemplo, la primera versión no estadounidense de Plaza Sésamo, que en Brasil se denominó Vila Sésamo y se convirtió en un hito en el contenido infantil, con nuevas versiones que se exhiben hasta el día de hoy en nuestra televisión. El desarrollo inicial de esta atracción se dio gracias a una asociación entre TV Cultura, una empresa estatal de São Paulo, y Rede Globo de Televisión, una empresa privada y propietaria del canal abierto más grande del país. Dicha sociedad duró poco y luego solo Globo persistió con la producción. Con esto, la emisora buscó alinear el entretenimiento con el concepto de buena educación, ya que Vila Sésamo, como franquicia, llegó a Brasil con una biblia de gran formato y con un gran material diseñado y elaborado por educadores y psicólogos norteamericanos. En el país, el material pasó por adaptaciones para que pudiera ser cada vez más nacional y tener un diálogo más fuerte y potente con el público brasileño, pero siempre preocupado por mantener la calidad educativa del proyecto inicial, con un gran equipo de académicos del país. En el cine, la década de 1970 presenció un despegue con relación al contenido infantil. João Batista Melo (2011), en su tesis de maestría, que resultó en la publicación del libro Lanterna Mágica: infância e conteúdo infantil, cuantifica 23 estrenos destinados al público infantil entre los años 1970 y 1979, la mayoría pertenecientes al grupo Os Trapalhões (Los Tontuelos), que en la década siguiente se mantuvo muy presente.

De regreso a la pantalla chica, la década de 1980 fue bastante peculiar para los contenidos infantiles y, en cierto modo, para la macro historia de la televisión en Brasil, principalmente en 1985, que fue el momento en que la dictadura militar iniciada en 1964, llegó a su fin. En aquel nuevo momento, la TV comienza a experimentar sin pudor, su libertad: los contenidos adquieren nuevos contornos y tenores llenos de sátiras, chistes y metáforas que aluden a los tiempos sombríos de los que habíamos salido. En relación con los contenidos infantiles, tenemos una característica peculiar y bastante llamativa: los programas de auditorio cobran cada vez más protagonismo en la pantalla chica, desde la apretada agenda en la programación diaria de los canales de televisión hasta toda la escenografía y vestuario que componían el arte de cada atracción. En esta ocasión, se destacan los

Essa reviravolta em relação à composição dos programas infantis fez com que as grandes redes de TVs ficassem mais preocupadas em garantir a audiência dos espectadores pela maior parte do tempo, com isso, a briga pela audiência fez cair o interesse das emissores em conteúdos de valor educativo e proporcionou um maior teor de entretenimento aos programas de televisão, especialmente com grande inserção de peças publicitárias que os patrocinavam, dentro e fora dos horários das atrações. O mercado de produtos licenciados teve, ao longo dos anos 1980, grande penetração nos lares brasileiros, de shampoos a lancheiras e variados tipos de brinquedos, por exemplo. Assim, os produtos infantis ganharam vida também fora da telinha.

Já o cinema infantil brasileiro, como na década anterior, vivenciou bons momentos nos anos 1980, tendo cerca de 29 filmes direcionados às crianças brasileiras, dos quais 19 foram estrelados pelo grupo Trapalhões. É curioso, no entanto, notar o quão pouco se fala sobre a importância dessas produções para a história e manutenção do cinema brasileiro. Os Trapalhões, como mencionado anteriormente, não só estabeleceram e fortaleceram o mercado infantil do cinema brasileiro como também foram responsáveis pela estratégia de distribuição que até hoje vigora no cinema destinado às crianças, que é o lançamento de filmes no período das férias escolares, hoje algo considerado fundamental para filmes desse nicho.

TELENOVELAS INFANTIS – INTERCÂMBIOS LATINO-AMERICANOS Enquanto na década anterior vigorou os programas de auditório, que continuaram presentes nos anos 1990, foi somente na virada da década que a estratégia de exibição de novelas importadas causaria um grande impacto no público infantil. O Sistema Brasileiro de Televisão, SBT, um dos maiores canais abertos da TV brasileira, desde que iniciou suas operações coloca na telinha vários conteúdos estrangeiros, no caso das telenovelas. A parceria com a mexicana Televisa possibilitou um grande número de aquisições, dentre as quais se encontra a telenovela infantil Carrossel, produzida pela Televisa em 1989 e exibida no Brasil a partir de 1991. O sucesso da novela mexicana, por aqui, foi tão grande que a atriz Gabriela Rivero, intérprete da Professora Helena, foi trazida ao país e recebida no aeroporto pelo então Presidente da República Fernando Collor de Mello. O que pouco se sabe a respeito dessa narrativa é que sua premissa original, na verdade, não é mexicana. A versão mexicana, que se tornou sucesso mundial, baseia-se na original Jacinta Pichimahuida, la maestra que no se olvida, telenovela argenti-

programas del payaso Bozo, en SBT, logrando ocupar aproximadamente ocho horas diarias de programación, y la presentadora Xuxa Meneghel, que inicia su carrera en TV Manchete, con la atracción Clube da Criança (Club de los niños), pero pronto pasa a Rede Globo con la superproducción Xou da Xuxa, consolidándose como la estrella más brillante del star system de contenidos infantiles en Brasil.

Este vuelco con relación a la composición de los programas infantiles hizo que las grandes cadenas de televisión se preocuparan más por asegurar la audiencia de los televidentes durante la mayor parte del tiempo, con ello, la lucha por la audiencia hizo caer el interés de las emisoras por contenidos de valor educativo. y el entretenimiento pasó a tener un peso mayor en los programas de televisión, además con una gran inserción de piezas publicitarias que los patrocinaban, dentro y fuera del horario de las atracciones. El mercado de productos con licencia tuvo, a lo largo de la década de 1980, gran penetración en los hogares brasileños, desde, por ejemplo, champús hasta loncheras y diversos tipos de juguetes. Así, los productos infantiles también cobraron vida fuera de la pantalla chica.

Como en la década anterior, el cine infantil brasileño vivió buenos momentos en la década de 1980, con cerca de 29 películas dirigidas a niñas y niños brasileños, de las cuales 19 fueron protagonizadas por el grupo Os Trapalhões (Los Tontuelos). Es curioso, sin embargo, notar lo poco que se habla sobre la importancia de esas producciones para la historia y el mantenimiento del cine brasileño. El grupo Os Trapalhões, como se mencionó anteriormente, no solo estableció y fortaleció el mercado infantil del cine brasileño, sino que también fue el responsable por la estrategia de distribución que aún hoy prevalece en el cine para niños, que es el estreno de películas durante las vacaciones escolares, hoy considerado algo fundamental. para películas de este nicho.

TELENOVELAS INFANTILES – INTERCAMBIOS LATINOAMERICANOS Si bien en la década anterior prevalecieron los programas de auditorio, que continuaron hasta la década de 1990, es recién en el cambio de década que la estrategia de mostrar telenovelas importadas tendría un gran impacto en el público infantil. En el caso de las telenovelas, desde que inició sus operaciones, el Sistema Brasileño de Televisión, SBT, uno de los mayores canales abiertos de la TV brasileña, ha puesto en la pantalla chica diversos contenidos extranje-

Os Trapalhões, como mencionado anteriormente, não só estabeleceram e fortaleceram o mercado infantil do cinema brasileiro como também foram responsáveis pela estratégia de distribuição que até hoje vigora no cinema destinado às crianças, que é o lançamento de filmes no período das férias escolares, hoje algo considerado fundamental para filmes desse nicho.

El grupo Os Trapalhões, como se mencionó anteriormente, no solo estableció y fortaleció el mercado infantil del cine brasileño, sino que también fue el responsable por la estrategia de distribución que aún hoy prevalece en el cine para niños, que es el estreno de películas durante las vacaciones escolares, hoy considerado algo fundamental. para películas de este nicho.

na produzida em 1966 que, por sua vez, baseou-se na obra literária do escritor argentino Abel Santa Cruz.

Carrossel foi tão bem recebida no Brasil que se repetiu na grade da emissora paulista diversas vezes, até que, em 2012, o SBT resolveu realizar a sua primeira adaptação, que repetiu o enorme sucesso de sua antecessora e rendeu dois longas-metragens, levando cerca de 5 milhões de espectadores às salas de cinema.

O desempenho de novelas trazidas do México para as telinhas brasileiras rendeu outros grandiosos sucessos, dos quais cabe destacar: Carinha de Anjo (Carita de Ángel); Cúmplices de um Resgate (Cómplices al rescate); O diário de Daniela (El diario de Daniela); Serafim (Serafin); Gotinha de amor (Gotita de Amor); entre várias outras que marcaram toda uma geração de crianças apaixonadas pelas narrativas mexicanas.

Enquanto a televisão continuava a produzir encantos, o cinema brasileiro sofreu um grave desmonte com o fim da Embrafilme, empresa responsável pela gestão do setor, extinta mediante o avanço das políticas neoliberais implantadas pelo governo Collor. Dos quase 30 filmes produzidos na década anterior, entre 1990 e 1999 chegaram às salas cerca de 15 filmes destinados ao público infantil, dos quais 10 possuíam vínculo direto com conteúdos televisivos, sendo quatro deles protagonizados pelo grupo Os Trapalhões e dois pela apresentadora Xuxa Meneghel. Ainda nesse momento, cabe destacar outros dois títulos que também chegaram à telona após garantirem sucesso na telinha: o SuperColosso (1996), dirigido por Luiz Ferré e baseado na atração TV Colosso, grande sucesso da Rede Globo; e, Castelo Rá-Tim-Bum – o filme (1999), dirigido por Cao Hamburguer, que também assina a autoria da série televisiva exibida pela TV Cultura, uma das séries mais lembradas ao pensarmos em conteúdo infantil na televisão brasileira. Sobre ela, vale ainda mencionar o perfeito equilíbrio entre os conceitos de entretenimento e educação, com o adequado alinhamento de quadros educativos e momentos de tensão narrativa da trama central. Na TV a série foi protagonizada pelo veterano ator Cassio Scapin, como o imortal Nino, já no cinema o filme denota uma importante mudança de paradigma ao escalar o ator mirim Diegho Kozievitch para assumir o protagonismo. Desde então, quase todos os filmes infantis possuem crianças protagonistas e resoluções narrativas cabíveis à infância.

ros. La sociedad comercial con la televisión mexicana Televisa permitió una gran cantidad de adquisiciones, entre las que se encuentra la telenovela infantil Carrusel, producida por Televisa en 1989 y exhibida en Brasil desde 1991. El éxito de la telenovela mexicana aquí fue tan grande que la actriz Gabriela Rivero, intérprete de La profesora Elena, fue traída al país y recibida en el aeropuerto por el entonces presidente de la República Fernando Collor de Mello. De esta narrativa -lo que se sabe poco- es que su premisa original en realidad no es mexicana. La versión mexicana, que se convirtió en un éxito mundial, está basada en la original Jacinta Pichimahuida, la maestra que no se olvida, una telenovela argentina producida en 1966 que, a su vez, se basó en la obra literaria del escritor argentino Abel Santa Cruz.

Carrusel fue tan bien recibida en Brasil que se repitió varias veces en la programación de la emisora paulista, hasta que, en 2012, SBT decidió hacer su primera adaptación, que repitió el gran éxito de su antecesora y produjo dos largometrajes, llevando cerca de 5 millones de espectadores a las salas de cine.

El desempeño de telenovelas traídas de México a las pantallas brasileñas produjo otros grandes éxitos, entre ellos se destacaron: Carita de Ángel; Cómplices al rescate; El diario de Daniela; Serafín; Gotita de Amor, entre varios otros que marcaron a toda una generación de niños y niñas enamorados de las narrativas mexicanas.

Mientras la televisión seguía produciendo encantos, el cine brasileño sufrió un grave desmantelamiento con el fin de Embrafilme, la empresa encargada de gestionar el sector, extinguida por el avance de las políticas neoliberales implementadas por el gobierno de Collor. De las cerca de 30 películas producidas en la década anterior, entre 1990 y 1999 se estrenaron unas 15 películas dirigidas al público infantil, de las cuales 10 estaban directamente vinculadas a contenidos televisivos, siendo cuatro de ellas protagonizadas por el grupo Os Trapalhões y dos por la presentadora Xuxa Meneghel. Aún en ese momento, vale la pena mencionar otros dos títulos que también llegaron a la gran pantalla luego de asegurar el éxito en la pantalla chica: SuperColosso (1996), dirigida por Luiz Ferré y basada en la atracción TV Colosso, un gran éxito en la Rede Globo; y Castelo Rá-Tim-Bum – o filme (Castillo Ra-tim-bum, la película ) (1999), dirigida por Cao Hamburguer, autor también de la serie de televisión de TV Cultura, una de las más recordadas al pensar en contenidos infantiles en la televisión brasileña. Al respecto, también cabe

POLÍTICAS PÚBLICAS EM QUESTÃO – CENÁRIO EM RECONFIGURAÇÃO Com a chegada do século XXI, o conteúdo infantil no cinema e na TV do Brasil vive um momento de intensa modificação. No cinema, como apontado anteriormente, privilegia-se narrativas em que as questões e vivências inerentes à infância estejam presentes. O mercado brasileiro entendeu que a criança desejava se ver na tela, reconhecer-se e reconhecer na tela outros como ela. Nesse sentido, é no ano 2000 que temos o lançamento de Tainá – uma aventura na Amazônia, dirigido por Sérgio Bloch e Tânia Lamarca, primeiro longa da trilogia da pequena índia que marcaria nossa cinematografia. Assim como o Castelo Rá-Tim-Bum, em comparação com os feitos realizados pelos Trapalhões e por Xuxa, que ainda continuavam a emplacar grandes sucessos de bilheteria, eram, nesse mesmo sentido numérico, um tanto menores. Mas a qualidade narrativa e a percepção de novas produções com e para as crianças se tornaram as grandes contribuições dessas obras para seu nicho.

De acordo com o levantamento realizado por João Batista Melo (2011), entre os anos 2000 e 2010, foram lançados 26 filmes dirigidos às crianças nas salas de cinema. Esses novos filmes embarcaram na onda encabeçada por Xuxa, que lançou neste mesmo período oito filmes, e Os Trapalhões, que, mesmo após o desmonte do grupo, continuaram a marcar presença no cinema, ao menos a partir da figura de Didi, que se aventurou por novas narrativas junto a sua filha. Para além deles, surgiram novas narrativas, como as sequências da Tainá, adaptações literárias e algumas obras animadas.

Apesar de termos um número relevante de obras nas salas, não havia, até o momento, nenhum tipo de chamada pública diretamente elaborada para fomentar narrativas infantis de longa-metragem. O primeiro edital público deste tipo só viria a surgir em 2014, pela Secretaria do Audiovisual (SAV), órgão vinculado ao Ministério da Cultura, após a realização de seis edições do Curta Criança, programa que fomentou a realização de narrativas curtas para o público infantil. A importância do Curta Criança é imensa para o cenário cinematográfico, pois foi a partir dele que se percebeu a relevância de novas produções e produtores que estivessem atentos às necessidades das crianças. Esse edital serviu, inclusive, de laboratório para realizadores interessados no público infantil. Entre outras coisas, o Curta Criança promoveu cursos e oficinas para preparar os realizadores com projetos selecionados. Em 2018 a SAV lançou um novo edital orçado em aproximadamente 80 milhões de reais, contendo 11 linhas de ação, das quais 7 se

mencionar el perfecto equilibrio entre los conceptos de entretenimiento y educación, con la adecuada alineación de los marcos educativos y los momentos de tensión narrativa en la trama central. En la televisión, la serie fue protagonizada por el veterano actor Cassio Scapin, como el inmortal Nino, mientras que, en el cine, la película denota un importante cambio de paradigma al elegir al actor infantil Diegho Kozievitch para tomar el papel principal. Desde entonces, casi todas las películas infantiles tienen protagonistas infantiles y resoluciones narrativas adecuadas a la infancia.

POLÍTICAS PÚBLICAS EN CUESTIÓN - ESCENARIO EN RECONFIGURACIÓN Con la llegada del siglo XXI, los contenidos infantiles en el cine y la televisión brasileños atraviesan un período de cambios intensos. En el cine, como se señaló anteriormente, se privilegian las narrativas en las que están presentes los temas y experiencias inherentes a la infancia. El mercado brasileño entendió que el niño quería verse en la pantalla, reconocerse y reconocer a otros como él en la pantalla. En ese sentido, es en 2000 que tenemos el estreno de Tainá – uma aventura na Amazonia, (Tainá, una aventura en la Amazonia) dirigida por Sérgio Bloch y Tânia Lamarca, el primer largometraje de la trilogía de la indiecita que ha marcado nuestra cinematografía. Además de Castelo Rá-Tim-Bum, en comparación con las hazañas protagonizadas por Os Trapalhões y Xuxa, que aún seguían cosechando grandes éxitos de taquilla, eran, en ese mismo sentido numérico, algo menores. Pero la calidad narrativa y la percepción de nuevas producciones con y para niños se convirtieron en los grandes aportes de estas obras a su nicho.

Según el relevamiento realizado por João Batista Melo (2011), entre 2000 y 2010 se estrenaron en salas de cine 26 películas dirigidas a niños y niñas. Estas nuevas películas se sumaron a la ola encabezada por Xuxa, que estrenó ocho películas en ese período, y Os Trapalhões, que, incluso después de la desintegración del grupo, siguió presente en el cine, al menos gracias a la figura de Didi, que se aventuró por nuevas narrativas junto a su hija. Además de ellos, surgieron nuevas narrativas, como las secuencias de Tainá, adaptaciones literarias y algunas obras animadas.

Aunque tenemos un número relevante de obras en las salas, hasta ahora no ha habido ningún tipo de convocatoria pública dirigida directamente a promover las narrativas cinematográficas infantiles. La primera convoca-

propunham em atender as demandas do público infantil por longas, séries e curtas, de live-action e/ou animação, abarcando também a produção de narrativas transmídias.

Na TV temos o início de um momento de declínio, o espaço antes ocupado pelas narrativas infantis na telinha passam a ceder lugar a programas dirigidos às mulheres e, mais especificamente, às donas de casa. No entanto, mesmo tendo sofrido uma certa diminuição na quantidade de horas programadas nas grades dos canais, o conteúdo infantil ainda continua presente e demonstra sua força. À essa altura tivemos programas como a memorável TV Globinho, que funcionava como um programa gancho, tendo a figura de um apresentador ou apresentadora âncora, chamando vários desenhos importados, sendo essa a maior característica dos conteúdos infantis na televisão brasileira.

A presença dos conteúdos televisivos destinados às crianças na TV aberta sofreria uma queda drástica com a aprovação da Resolução 163 do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, o CONANDA, que proíbe a veiculação de publicidade abusiva direcionada às crianças. A briga entre as instituições que compunham o CONANDA e os canais de televisão e agências de publicidade durou aproximadamente 13 anos, até que em 13 de março de 2014 ela foi aprovada e ganhou força de lei. O efeito imediato disso foi o abandono, quase que completo, da programação infantil nos canais abertos da televisão brasileira. A Rede Globo, maior canal aberto do país, extinguiu seu último programa destinado às crianças, o TV Globinho, em agosto de 2015, três anos após lançar no mercado pago o Gloob, primeiro canal da programadora Globosat destinado ao público infantil.

O mercado pago é, inclusive, o cenário no qual, hoje, melhor performa o conteúdo infantil na TV do Brasil. Desde a sanção da Lei 12.485/11, popularmente conhecida como Lei da TV Paga, que, entre outras coisas, solicitava 10% de programação nacional nos canais pagos até o ano de 2012, passando a ser 20% em 2013 e atingindo o teto previs-

A presença dos conteúdos televisivos destinados às crianças na TV aberta sofreria uma queda drástica com a aprovação da Resolução 163 do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, o CONANDA, que proíbe a veiculação de publicidade abusiva direcionada às crianças.

toria pública de este tipo va a surgir recién en 2014, por parte de la Secretaría del Audiovisual (SAV), organismo vinculado al Ministerio de Cultura, luego de seis ediciones de Curta Criança***, un programa que promovía la creación de relatos cortos para niños. La importancia de Curta Criança es inmensa para la escena cinematográfica, pues fue a partir de él que se percibió la relevancia de nuevas producciones y productoras atentas a las necesidades de niños y niñas. Esa convocatoria pública también sirvió como laboratorio para los cineastas interesados en el público infantil. Entre otras cosas, Curta Criança promovió cursos y talleres para preparar cineastas con proyectos seleccionados. En 2018, SAV lanzó una nueva convocatoria pública presupuestada en aproximadamente 80 millones de reales, conteniendo 11 líneas de acción, de las cuales 7 se destinaban a atender las demandas del público infantil de largometrajes, series y cortometrajes, live-action y/o animación, abarcando también la producción de narrativas transmedia.

En la televisión asistimos al inicio de un momento de declive, el espacio que antes ocupaban las narrativas infantiles en la pantalla chica empieza a dar paso a programas dirigidos a mujeres y, más concretamente, a amas de casa. Sin embargo, aun habiendo sufrido un cierto descenso en la cantidad de horas programadas en la grilla de los canales, el contenido infantil sigue presente y demuestra su fuerza. En aquella época, teníamos programas como el memorable TV Globinho, que funcionaba como un gancho, con la figura de un presentador o presentadora para anunciar los varios dibujos animados importados, que es la mayor característica de los contenidos infantiles en la televisión brasileña.

La presencia de contenidos televisivos dirigidos a niños y niñas en la TV abierta sufriría una drástica reducción con la aprobación de la Resolución 163 del Consejo Nacional de los Derechos de la Niñez y la Adolescencia, CONANDA, que prohíbe la emisión de publicidad abusiva dirigida a

La presencia de contenidos televisivos dirigidos a niños y niñas en la TV abierta sufriría una drástica reducción con la aprobación de la Resolución 163 del Consejo Nacional de los Derechos de la Niñez y la Adolescencia, CONANDA, que prohíbe la emisión de publicidad abusiva dirigida a niños.

to por lei em 2014, quando cada canal deveria cumprir, no mínimo, 30% de programação nacional em suas grades. Essa obrigatoriedade legal injetou bilhões no Fundo Setorial do Audiovisual brasileiro, o FSA, e possibilitou grandes alterações no mercado pago, que antes operava quase como uma janela de obras importadas. A maior alteração, no entanto, foi noticiada em maio de 2017 por Manoel Rangel, naquele momento Diretor-Presidente da Agência Nacional do Cinema, a ANCINE, que em seu relatório apontou para o aumento de 92,4% de conteúdo nacional infantil, exclusivamente entre os anos de 2014 e 2015.

UM MOMENTO PRA LÁ DE ANIMADO Com as transformações ocorridas no cenário, é possível dizer que, hoje, o conteúdo infantil brasileiro é multicultural e está em alta. O cinema segue aquecido com cerca de, em média, dois lançamentos anuais destinados às crianças. Ainda sobre isso, vale mencionar que, de forma geral, são os conteúdos infantis os que mais garantem públicos para o cinema nacional, analisando-os dentro de uma conjuntura geral. Em 2015 e 2016, por exemplo, os filmes oriundos do remake da telenovela infantil Carrossel, levaram, cada um, cerca de 2,5 milhões de pessoas ao cinema. Em 2017, pela primeira vez, um conteúdo oriundo do mercado pago de televisão obteve grande sucesso nas salas de cinema, trata-se do primeiro filme da série Detetives do Prédio Azul (DPA), do Gloob, que atingiu cerca de 1,2 milhões de espectadores. O sucesso do primeiro filme da franquia DPA não somente garantiu um segundo longa, em 2018, que atingiu 1,3 milhões de espectadores, como também possibilitou a produção de um terceiro filme da franquia - obra inicialmente prevista para chegar às salas entre o final do ano de 2019 e início do ano de 2020 que, diante da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2), teve seu lançamento adiado e chegou às salas somente em 2021.

Para além disso, o mercado pago está definitivamente animado. Estima-se que cerca de 85% das produções nacionais que se dirigem às crianças nesse tão segmentado mercado, sejam obras de animação. Nesse sentido, cabe destacar as produções seriadas da Turma da Mônica (Mónica y su pandilla), Irmão do Jorel (Hermano de Jorel), Tromba Trem (Trompa Tren), O Mundo da Luna (El mundo de Luna), Meu Amigãozão (Amigazazo, Historietas Assombradas para crianças malcriadas (Cuentos espantosos para niños caprichosos), Bóris e Rufus (Boris y Rufus), entre outras obras animadas que são sinônimos de sucesso no Brasil e na América Latina.

niños. La pugna entre las instituciones que integraban la CONANDA y los canales de televisión y las agencias de publicidad duró aproximadamente 13 años, hasta que el 13 de marzo de 2014 se aprobó y adquirió fuerza de ley. El efecto inmediato de esto fue el abandono casi total de la programación infantil en los canales abiertos de la televisión brasileña. Rede Globo, el mayor canal abierto del país, extinguió su último programa dirigido a niños, TV Globinho, en agosto de 2015, tres años después del lanzamiento de Gloob en el mercado pago, el primer canal de Globosat dirigido a niños.

El mercado pago es incluso el escenario en el que, hoy, los contenidos infantiles en la TV de Brasil se desempeñan mejor. Desde la sanción de la Ley 12.485/11, conocida popularmente como Ley de TV Paga, que, entre otras cosas, solicitaba el 10% de la programación nacional en canales pagos hasta 2012, pasando al 20% en 2013 y alcanzando el tope previsto por la ley en 2014, cuando cada canal debía cumplir con al menos el 30% de la programación nacional en sus grillas. Esa obligación legal inyectó miles de millones en el Fondo Sectorial Audiovisual Brasileño, el FSA, y posibilitó cambios importantes en el mercado pago, que antes operaba casi como una ventanilla para las obras importadas. El mayor cambio, sin embargo, lo reportó en mayo de 2017 Manoel Rangel, entonces director presidente de la Agencia Nacional de Cine, ANCINE, quien en su informe apuntó a un aumento del 92,4% en contenidos nacionales infantiles, exclusivamente entre los años 2014 y 2015.

UN MOMENTO MÁS QUE ANIMADO Con los cambios ocurridos en el escenario, es posible decir que, hoy, el contenido infantil brasileño es multicultural y está en alza. El cine sigue encendido, con un promedio de dos estrenos al año dirigidos al público infantil. Aún en este tema, vale la pena mencionar que, en general, los contenidos infantiles son los que más garantizan audiencias para el cine nacional, analizándolos dentro de una coyuntura general. En 2015 y 2016, por ejemplo, cada una de las películas de remake de la telenovela infantil Carrusel llevó a cerca de 2,5 millones de personas al cine. En 2017, por primera vez, el contenido del mercado de la televisión paga tuvo mucho éxito en las salas de cine, con la primera película de la serie Detetives do Prédio Azul (DPA) (Los Detectives del Edificio Azul), de Gloob, que alcanzó cerca de 1,2 millones de espectadores. El éxito de la primera película de la franquicia DPA no solo garantizó un segundo largometraje, en 2018, sino que tam-

CONCLUSÕES Ao longo da pesquisa desenvolvida durante minha passagem pelo Programa de Pós-Graduação em Cinema e Audiovisual, na Universidade Federal Fluminense, sob orientação do Prof. Dr. Tunico Amancio, pude coletar dados de extrema relevância para que possamos entender a história e trajetória do conteúdo infantil na televisão brasileira e, a partir daí, expandir nossas análises não só para os intercâmbios e relações existentes entre o cinema e a televisão, como também à relação do conteúdo infantil brasileiro com os demais conteúdos destinados às crianças no contexto latino-americano.

É válido apontar ainda que é de extrema relevância dar continuidade a este tipo de análise e elaboração historiográfica, uma vez que é absolutamente mutável o cenário audiovisual, que sofre influência direta das políticas públicas e práticas governamentais que conduzem o país. O Brasil atualmente sofre uma crise política generalizada que, como é perceptível, tem afetado o cenário audiovisual. Contudo, vale lembrar que, assim como ficou evidente neste trabalho, em relação às obras anteriores, o conteúdo infantil continua demonstrando sua potência artística e narrativa, seu valor econômico e sua importância para a manutenção e resistência do mercado audiovisual nacional. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANCIE Monitoreo de TV paga. 2017. Disponible en: https://www.ancine. gov.br/pt-br/publicacoes/apresentacoes/monitoramento-de-tv-paga. Acceso el 15 de mayo. 2017.

Para além disso, o mercado pago está definitivamente animado. Estima-se que cerca de 85% das produções nacionais que se dirigem às crianças nesse tão segmentado mercado, sejam obras de animação.

FIEL, Arturo Felipe de Oliveira. A Tela Encantada: infância e conteúdo infantil na TV do Brasil. Tesis de maestría. Niterói, Universidad Federal Fluminense, 2019.

MELO, João Batista. Lanterna Mágica: infância e cinema infantil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011.

bién logró alcanzar a 1,3 millones de espectadores, posibilitando que se produzca una tercera película de la franquicia, una obra inicialmente prevista para llegar a los cines entre el final del año 2019 y principios de 2020, que debido a la pandemia del nuevo coronavirus (Sars-CoV-2), tuvo su estreno pospuesto, llegando a los cines recién en 2021.

Además, el mercado pago es definitivamente animado. Se estima que alrededor del 85% de las producciones nacionales dirigidas a niños y niñas en este mercado altamente segmentado son obras de animación. En este sentido, cabe destacar las producciones seriadas Mónica y su pandilla, Hermano de Jorel, Trompa Tren, El mundo de Luna, Amigazazo, Cuentos espantosos para niños caprichosos, Boris y Rufus, entre otras obras animadas que son sinónimo de éxito en Brasil y América Latina. Además, el mercado pago es definitivamente animado. Se estima que alrededor del 85% de las producciones nacionales dirigidas a niños y niñas en este mercado altamente segmentado son obras de animación.

CONCLUSIONES Durante la investigación desarrollada durante mi pasaje por el Programa de Posgrado en Cine y Audiovisuales, en la Universidad Federal Fluminense, bajo la dirección del Prof. Dr. Tunico Amancio, pude recopilar datos sumamente relevantes para que podamos comprender la historia y la trayectoria de los contenidos infantiles en la televisión brasileña y, a partir de ahí, ampliar nuestro análisis no solo para los intercambios y relaciones que existen entre el cine y la televisión, sino también para la relación entre los contenidos infantiles brasileños y

* Nota del Traductor: “La Pantalla Encantada: infancia y contenidos infantiles en la TV de Brasil” (FIEL, 2019).

**Nota del Traductor: Saci Pereré es un personaje del folklore brasileño. Es representado por un niño negro con gorro rojo y una pipa que, además, tiene una particularidad, sólo tiene una pierna y es muy bromista.

***Nota del Traductor: Curta Criança alude a un juego de palabras entre cortometraje (curta) y gustar (curtir), literalmente se traduce como Cortos para Niños.

otros contenidos dirigidos a niños en el contexto latinoamericano.

También vale la pena señalar que es sumamente importante continuar con este tipo de análisis y elaboración historiográfica, ya que el escenario audiovisual es absolutamente cambiante, el cual está directamente influenciado por las políticas públicas y prácticas gubernamentales que conducen el país. Brasil sufre actualmente una crisis política generalizada que, como puede verse, ha afectado al escenario audiovisual. Sin embargo, vale recordar que, como quedó de manifiesto en este trabajo, con relación a obras anteriores, los contenidos infantiles siguen demostrando su poder artístico y narrativo, su valor económico y su importancia para el mantenimiento y resistencia del mercado audiovisual nacional. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANCIE Monitoreo de TV paga. 2017. Disponible en: https://www.ancine. gov.br/pt-br/publicacoes/apresentacoes/monitoramento-de-tv-paga. Acceso el 15 de mayo. 2017.

FIEL, Arturo Felipe de Oliveira. A Tela Encantada: infância e conteúdo infantil na TV do Brasil. Tesis de maestría. Niterói, Universidad Federal Fluminense, 2019.

MELO, João Batista. Lanterna Mágica: infância e cinema infantil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011.

* Nota del Traductor: “La Pantalla Encantada: infancia y contenidos infantiles en la TV de Brasil” (FIEL, 2019).

**Nota del Traductor: Saci Pereré es un personaje del folklore brasileño. Es representado por un niño negro con gorro rojo y una pipa que, además, tiene una particularidad, sólo tiene una pierna y es muy bromista.

***Nota del Traductor: Curta Criança alude a un juego de palabras entre cortometraje (curta) y gustar (curtir), literalmente se traduce como Cortos para Niños.

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